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EMENTA:

Consulta sobre a possibilidade de êxito de Maria, candidata aprovada no concurso público para
o cargo de analista jurídico de nível superior, que foi preterida após a transposição de Paulo,
um ocupante de cargo de técnico administrativo de nível médio.

INTERESSADO:

Maria, candidata aprovada no concurso público para o cargo de analista jurídico de nível
superior.

RELATÓRIO:

Maria foi preterida após a transposição de Paulo para o cargo de analista jurídico de nível
superior, uma vez que Paulo, após mais de 10 anos no cargo de técnico administrativo de nível
médio, conseguiu terminar o curso de Direito e se beneficiar da Lei Municipal de 2022 que
permitia a transposição para o cargo de analista jurídico.

FUNDAMENTAÇÃO:

Competência Legislativa: A competência para legislar sobre processos administrativos e


provimentos de cargos públicos é atribuída a cada ente federativo. No entanto, quando não há
legislação específica, aplica-se subsidiariamente a Lei Federal 9.784/99.

Direito à Nomeação: Conforme a jurisprudência consolidada, os candidatos aprovados em


concurso público dentro do prazo de validade têm direito à nomeação, desde que haja vagas
disponíveis no órgão ou entidade.

Transposição de Cargos: A Lei Municipal de 2022 que permitiu a transposição de cargos de


técnico administrativo de nível médio para analista jurídico de nível superior deve ser analisada
quanto à sua legalidade e aplicação aos casos concretos.

Respeito à Ordem de Classificação: A administração pública deve respeitar a ordem de


classificação dos candidatos aprovados em concursos públicos. A preterição de Maria em favor
de Paulo pode configurar desrespeito a essa ordem, a menos que haja disposições legais
claras que justifiquem tal ato.

Súmulas Vinculantes e Normas Constitucionais: As súmulas vinculantes e normas


constitucionais, como a Súmula Vinculante 43, que veda a transposição sem concurso público,
devem ser consideradas na análise do caso.
CONCLUSÃO:

Com base na análise detalhada do caso, é possível concluir que Maria possui argumentos
sólidos para contestar sua preterição no cargo de analista jurídico de nível superior. As
principais razões que sustentam a sua posição são: o direito à nomeação de candidatos
aprovados em concurso público dentro do prazo de validade, respeitando a ordem de
classificação; a possível inadequação da Lei Municipal de 2022 que permitiu a transposição de
cargos de técnico administrativo de nível médio para analista jurídico de nível superior,
especialmente se não houver disposições claras nessa lei que justifiquem a preterição de
candidatos aprovados em concurso; a necessidade de considerar as súmulas vinculantes e
normas constitucionais, como a Súmula Vinculante 43, que veda a transposição sem concurso
público, na análise do caso. Portanto, Maria possui argumentos sólidos para buscar sua
nomeação no cargo de analista jurídico de nível superior. Recomenda-se que ela interponha
um recurso administrativo questionando sua preterição e, caso o recurso não seja eficaz,
busque orientação jurídica para tomar medidas legais adicionais, inclusive a possibilidade de
recorrer ao Poder Judiciário. A análise específica do conteúdo da Lei Municipal de 2022 e
outras normas locais relevantes será fundamental para avaliar a viabilidade de sua nomeação.

S.M.J,

JONILSON

DATA

OAB XXX

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