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LEI GERAL DO

TRABALHO
EM
FUNÇÕES
PÚBLICAS

LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS – LTFP


Aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho (Letra da lei), com a Declaração de Retificação n.º 37-A/2014, de
19 de agosto,
e com as alterações das
Leis n.ºs 84/2015, de 7 de agosto, 18/2016, de 20 de junho, 42/2016, de 28 de dezembro, 25/2017, de 30 de maio, 70/2017, de 14 de
agosto e 73/2017, de 16 de agosto, 49/2018, de 14 de agosto, 71/2018, de 31 de dezembro, Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro, Leis
n.ºs 79/2019 e 82/2019, ambas de 2 de setembro, Lei n.º 2/2020, de 31 de março, Decretos-Leis n.ºs 51/2022, de 26 de julho, 84-F/2022,
de 16 dezembro e 53/2023, de 5 de julho (Letra da lei).
Diamantino Pereira
9.ª Versão Carlos Caixeiro
Julho de 2023 João Virgolino
_____________________________________________________________________

Título: “Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas ”


Tema: Regulamentação do vínculo de trabalho em funções pú-
blicas.

Autor: Departamento de Formação do Sindicato dos Funcioná-


rios Judiciais.
Coordenação técnica: Diamantino Pereira, Carlos Caixeiro e
João Virgolino.
Data: Julho de 2023

Informações:

Sindicato dos Funcionários Judiciais


Rua João da Silva, 24-A
1900-271 LISBOA

Telefone: 213 514 170


Fax: 213 514 178

VERSÃO DATA
1.ª Agosto de 2014
2.ª Dezembro de 2016
3.ª Maio de 2017
4.ª Novembro de 2017
5.ª Janeiro de 2019
6.ª Junho de 2020
7.ª Julho de 2022
8.ª Dezembro de 2022
9.ª Julho de 2023
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

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Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas


Aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, com a Declaração de Retificação n.º 37-A/2014,
de 19 de agosto e com as alterações das Leis n.ºs 84/2015, de 7 de agosto, 18/2016, de 20 de ju-
nho, 41/2016, de 28 de dezembro, 25/2017, de 30 de maio, 70/2017, de 14 de agosto, 73/2017,
de 16 de agosto, 49/2018, de 14 de agosto, 71/2018, de 31 de dezembro, Decreto-Lei n.º 6/2019
de 14 de janeiro, Leis n.ºs 79/2019 e 82/2019, ambas de 2 de setembro, Lei n.º 2/2020, de 31 de
março e Decretos-Leis n.ºs 51/2022, de 26 de julho, 84-F/2022, de 16 de dezembro e 53/2023,
de 5 de julho.

2 — Dos extratos dos atos e contratos consta a


A Assembleia da República decreta, nos termos
indicação da carreira, categoria e posição remune-
da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o se-
ratória do nomeado ou contratado.
guinte:
Artigo 5.º
Artigo 1.º
Outras formas de publicitação
Objeto
1 — São afixados no órgão ou serviço e inseri-
A presente lei aprova a Lei Geral do Trabalho
dos em página eletrónica, por extrato:
em Funções Públicas.
a) Os atos de nomeação e as respetivas reno-
Artigo 2.º vações;

Aprovação b) Os contratos a termo resolutivo e as respe-


tivas renovações;
É aprovada, em anexo à presente lei e que dela
faz parte integrante, a Lei Geral do Trabalho em c) Os contratos de prestação de serviço e as
Funções Públicas, abreviadamente designada por respetivas renovações;
LTFP.
d) As cessações das modalidades de vínculo re-
feridas nas alíneas anteriores.
Artigo 3.º
2 — Dos extratos dos atos e contratos consta a
Contagem dos prazos indicação da carreira, categoria e posição remune-
Os prazos previstos na LTFP contam-se nos ter- ratória do nomeado ou contratado, ou, sendo o
mos do Código do Procedimento Administrativo. caso, da função a desempenhar e respetiva retri-
buição, bem como do respetivo prazo.
Artigo 4.º 3 — Dos extratos dos contratos de prestação de
Publicação serviços consta ainda a referência à concessão do
visto ou à emissão da declaração de conformidade
1 — São publicados na 2.ª série do Diário da ou, sendo o caso, à sua dispensabilidade.
República, por extrato:
a) Os atos de nomeação, bem como os que de- Artigo 6.º
terminam, relativamente aos trabalhadores nome- Exercício de funções públicas por beneficiá-
ados, mudanças definitivas de órgão ou serviço ou rios de pensões de reforma pagas pela segu-
de categoria; rança social ou por outras entidades gestoras
b) Os contratos por tempo indeterminado, bem de fundos
como os atos que determinam, relativamente aos 1 — O regime de exercício de funções públicas
trabalhadores contratados, mudanças definitivas previsto nos artigos 78.º e 79.º do Estatuto da
de órgão ou serviço ou de categoria; Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
c) As comissões de serviço; 498/72, de 9 de dezembro, na redação atual, é
aplicável aos beneficiários de pensões de reforma
d) Os atos de cessação das modalidades de vín- da segurança social e de pensões, de base ou com-
culo de emprego público referidas nas alíneas an- plementares, pagas por quaisquer entidades públi-
teriores. cas, independentemente da respetiva natureza

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Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

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institucional, associativa ou empresarial, do seu período igual ou inferior ao inicialmente contra-


âmbito territorial, nacional, regional ou municipal, tado, desde que a duração máxima do contrato,
e do grau de independência ou autonomia, inclu- incluindo a renovação, não exceda seis anos.
indo entidades reguladoras, de supervisão ou con-
3 — Os contratos de duração superior a três
trolo, diretamente ou por intermédio de terceiros,
anos estão sujeitos a autorização dos membros do
nomeadamente seguradoras e entidades gestoras
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
de fundos de pensões ou planos de pensões, a
da Administração Pública e da tutela:
quem venha a ser autorizada a situação de cumu-
lação. a) No momento da celebração do contrato,
quando o período inicialmente contratado seja su-
2 — No prazo de 10 dias, a contar da data de
perior a três anos; ou
início de funções, os beneficiários a que se refere
o número anterior devem comunicar ao serviço b) No momento da renovação do contrato,
processador da pensão aquele início de funções. quando a duração do mesmo, incluindo a renova-
ção, seja superior a três anos.
3 — Quando se verifiquem situações de exercí-
cio de funções nos termos do n.º 1, o serviço pro- 4 — Os contratos a termo certo para a execução
cessador da pensão suspende o respetivo paga- de projetos de investigação celebrados com as ins-
mento. tituições públicas de investigação científica e de-
senvolvimento tecnológico integradas no Sistema
4 — O disposto no presente artigo não é aplicá-
Científico e Tecnológico Nacional são objeto de re-
vel aos reformados por invalidez ou por incapaci-
gime especial a consagrar no âmbito da revisão da
dade para o trabalho cuja pensão total seja inferior
carreira de investigação científica.
a uma vez e meia o valor do indexante dos apoios
sociais (IAS).
Artigo 8.º
5 — As entidades referidas no n.º 1 que pa-
guem pensões, subvenções ou outras prestações Contratos a termo
pecuniárias da mesma natureza, de base ou com- A LTFP é aplicável aos contratos a termo em
plementares, são obrigadas a comunicar à Caixa execução na data da entrada em vigor da presente
Geral de Aposentações, I.P. (CGA, I.P.), até ao dia lei, exceto quanto às matérias relativas à consti-
20 de cada mês, os montantes abonados nesse tuição do contrato e a efeitos de factos ou situa-
mês por beneficiário. ções totalmente anteriores àquele momento.
6 — O incumprimento pontual do dever de co-
municação previsto no número anterior constitui o Artigo 9.º
dirigente máximo da entidade pública pessoal e so- Aplicação no tempo
lidariamente responsável, juntamente com o be-
neficiário, pelo reembolso à CGA, I.P., das impor- 1 — Ficam sujeitos ao regime previsto na LTFP
tâncias que esta venha a abonar indevidamente aprovada pela presente lei os vínculos de emprego
em consequência daquela omissão. público e os instrumentos de regulamentação co-
letiva de trabalho constituídos ou celebrados antes
7 — O regime fixado no presente artigo tem na- da sua entrada em vigor, salvo quanto a condições
tureza imperativa, prevalecendo sobre quaisquer ou- de validade e a efeitos de factos ou situações to-
tras normas, gerais ou especiais, em contrário. talmente anteriores àquele momento.

Artigo 7.º 2 — As disposições de instrumento de regula-


mentação coletiva de trabalho contrárias a norma
Duração dos contratos a termo certo para a imperativa da LTFP consideram-se automatica-
execução de projetos de investigação e de- mente substituídas pelo conteúdo da norma legal,
senvolvimento à data de entrada em vigor da presente lei.
1 — Nos contratos a termo certo para a execu- 3 — Independentemente do prazo de vigência
ção de projetos de investigação e desenvolvimento do instrumento de regulamentação coletiva de tra-
a que se refere o artigo 122.º da Lei n.º 62/2007, balho, as partes podem proceder à revisão parcial
de 10 de setembro, o termo estipulado deve cor- deste instrumento para adequar as suas cláusulas
responder à duração previsível dos projetos, não à lei, no prazo de seis meses após a entrada em
podendo exceder seis anos. vigor da presente lei.
2 — Os contratos a que se refere o número an-
terior podem ser renovados uma única vez, por

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Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

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4 — Os acordos coletivos de trabalho em vigor 2 — No caso de cessação do contrato de traba-


podem ser denunciados no prazo de um ano, a lho a termo a compensação é calculada do se-
contar da entrada em vigor da presente lei. guinte modo:
a) Em relação ao período de duração do con-
Artigo 10.º
trato até à data da entrada em vigor da presente
Âmbito de aplicação subjetivo dos acordos lei, o montante da compensação é o previsto no
coletivos de trabalho Regime do Contrato de Trabalho em Funções Pú-
blicas aprovado pela Lei n.º 59/2008, de 11 de se-
1 — O disposto na LTFP em matéria de âmbito tembro, na redação atual;
de aplicação subjetivo dos instrumentos de regu-
lamentação coletiva é aplicável aos acordos coleti- b) Em relação ao período de duração do con-
vos de trabalho vigentes à data da entrada em vi- trato a partir da data referida na alínea anterior, o
gor da presente lei. montante da compensação é o previsto na LTFP.

2 — O direito de oposição e o direito de opção


Artigo 13.º
previstos respetivamente nos n.ºs 3 e 5 do artigo
370.º da LTFP devem ser exercidos no prazo de 60 Situações vigentes de licença extraordinária
dias, a contar da entrada em vigor da presente lei.
(Revogado.)
3 — Com a entrada em vigor da LTFP são revo- ___________________________________
gados os regulamentos de extensão emitidos ao - Revogado pelo artigo 12.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
abrigo da legislação revogada pela presente lei. ___________________________________

Artigo 11.º Artigo 14.º


Novo regime disciplinar Normas aplicáveis aos trabalhadores integra-
dos no regime de proteção social convergente
1 — O regime disciplinar previsto na LTFP é
imediatamente aplicável aos factos praticados, aos O disposto nos artigos 15.º a 41.º é aplicável
processos instaurados e às penas em curso de exe- aos trabalhadores integrados no regime de prote-
cução na data da entrada em vigor da presente lei, ção social convergente.
quando se revele, em concreto, mais favorável ao
trabalhador e melhor garanta a sua audiência e de- Artigo 15.º
fesa.
Faltas por doença
2 — Ao prazo de prescrição da infração discipli-
nar previsto no artigo 178.º na LTFP aplica-se o 1 — A falta por motivo de doença devidamente
disposto no artigo 337.º do Código do Trabalho, comprovada não afeta qualquer direito do traba-
aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, lhador, salvo o disposto nos números seguintes.
na redação atual. 2 — Sem prejuízo de outras disposições legais,
a falta por motivo de doença devidamente compro-
Artigo 12.º vada determina:
Compensação em caso de cessação de con- a) A perda da totalidade da remuneração diária
trato de trabalho em funções públicas nos primeiro, segundo e terceiro dias de incapaci-
1 — Em caso de extinção do vínculo de emprego dade temporária, nas situações de faltas seguidas
público, na modalidade de contrato de trabalho em ou interpoladas;
funções públicas por tempo indeterminado cele- b) A perda de 10 % da remuneração diária, a
brado antes da entrada em vigor da presente lei, a partir do quarto dia e até ao trigésimo dia de inca-
compensação é calculada do seguinte modo: pacidade temporária.
a) Em relação ao período de duração do con- 3 — A contagem dos períodos de três e 27 dias
trato até à data da entrada em vigor da presente a que se referem, respetivamente, as alíneas a) e
lei, o montante da compensação corresponde a um b) do número anterior é interrompida sempre que
mês de remuneração base por cada ano completo se verifique a retoma da prestação de trabalho.
de antiguidade;
4 — A aplicação da alínea b) do n.º 2 depende
b) Em relação ao período de duração do con- da prévia ocorrência de três dias sucessivos e não
trato a partir da data referida na alínea anterior, o interpolados de faltas por incapacidade temporária
montante da compensação é o previsto na LTFP. nos termos da alínea a) do mesmo número.

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Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

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5 — A falta por motivo de doença nas situações Artigo 17.º


a que se refere a alínea a) do n.º 2 não implica a
Justificação da doença
perda da remuneração base diária nos casos de in-
ternamento hospitalar, faltas por motivo de cirur- 1 — O trabalhador impedido de comparecer ao
gia ambulatória, doença por tuberculose e doença serviço por motivo de doença deve indicar o local
com início no decurso do período de atribuição do onde se encontra e apresentar o documento com-
subsídio parental que ultrapasse o termo deste pe- provativo previsto nos números seguintes, no
ríodo. prazo de cinco dias úteis.
6 — (Revogado.) 2 — A doença deve ser comprovada mediante
declaração passada por estabelecimento hospita-
7 — O disposto nos n.ºs 2 a 6 não se aplica às
lar, centro de saúde, incluindo as modalidades de
faltas por doença dadas por pessoas com deficiên-
atendimento complementar e permanente, ou ins-
cia, quando decorrentes da própria deficiência.
tituições destinadas à prevenção ou reabilitação de
8 — As faltas por doença implicam sempre a toxicodependência ou alcoolismo, integrados no
perda do subsídio de refeição. Serviço Nacional de Saúde, de modelo aprovado
por portaria dos membros do Governo responsá-
9 — O disposto nos números anteriores não
veis pelas áreas da saúde e da Administração Pú-
prejudica o recurso a faltas por conta do período
blica.
de férias.
___________________________________ 3 — A doença pode, ainda, ser comprovada,
- Revogado pelo artigo 6.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio. através de preenchimento do modelo referido no
___________________________________ número anterior, por médico privativo dos servi-
ços, por médico de outros estabelecimentos públi-
Artigo 16.º cos de saúde, bem como por médicos ao abrigo de
acordos com qualquer dos subsistemas de saúde
Carreira contributiva da Administração Pública no âmbito da especiali-
1 — Durante o período de faltas por motivo de dade médica objeto do respetivo acordo.
doença a que se refere o artigo anterior, mantém- 4 — Nas situações de internamento, a compro-
se a contribuição total das entidades empregado- vação pode, igualmente, ser efetuada por estabe-
ras para a CGA, I.P., no caso dos trabalhadores lecimento particular com autorização legal de fun-
integrados no regime de proteção social conver- cionamento, concedida pelo Ministério da Saúde.
gente, determinada em função da remuneração re-
levante para o efeito à data da ocorrência da falta. 5 — Quando a situação de doença do trabalha-
dor não exceder os três dias consecutivos, até ao
2 — O período de faltas por motivo de doença limite de duas vezes por ano, o trabalhador pode
a que se refere o artigo anterior é equivalente à justificar a ausência mediante autodeclaração de
entrada de quotizações do trabalhador para efeitos doença, sob compromisso de honra, emitida pelos
das eventualidades invalidez, velhice e morte. serviços digitais do Serviço Nacional de Saúde, ou
3 — Nas situações a que se refere o número pelo serviço digital dos serviços regionais de saúde
anterior, o valor a considerar para efeitos de equi- das Regiões Autónomas.
valência a entrada de quotizações é determinado 6 — A falta de entrega do documento compro-
com base na remuneração de referência. vativo da doença nos termos do n.º 1 implica, se
4 — No caso das faltas com perda parcial da não for devidamente fundamentada, a injustifica-
remuneração, a que se refere a alínea b) do n.º 2 ção das faltas dadas até à data da entrada do do-
do artigo anterior, a equivalência à entrada de cumento comprovativo nos serviços.
quotizações do trabalhador respeita unicamente à 7 — Os documentos comprovativos da doença
remuneração de referência. podem ser entregues diretamente nos serviços ou
5 — A entidade empregadora procede, mensal- enviados aos mesmos através do correio, devida-
mente, à comunicação das faltas ocorridas ao mente registados, relevando, neste último caso, a
abrigo do artigo anterior, nos termos a definir pela data da respetiva expedição para efeitos de cum-
CGA, I.P. primento dos prazos de entrega fixados neste ar-
tigo, se a data da sua entrada nos serviços for pos-
terior ao limite dos referidos prazos.
8 — O documento comprovativo da doença
pode ainda ser remetido por via eletrónica pelas
entidades referidas nos n.ºs 2 a 4, no momento da
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Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

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certificação da situação de doença, ao serviço em - Alterado pelo artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho.
que o trabalhador exerce funções ou a organismo ___________________________________
ao qual seja cometida a competência de recolha
centralizada de tais documentos, sendo de imedi- Artigo 19.º
ato facultado ao trabalhador cópia do referido do- Doença ocorrida no estrangeiro
cumento ou documento comprovativo desse envio.
___________________________________ 1 — O trabalhador que adoeça no estrangeiro
- Alterado pelo artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho.
deve, por si ou por interposta pessoa, comunicar o
___________________________________ facto ao serviço no prazo de sete dias úteis.
2 — Salvo a ocorrência de motivos que o im-
Artigo 18.º possibilitem ou dificultem em termos que afastem
Meios de prova a sua exigibilidade, os documentos comprovativos
de doença ocorrida no estrangeiro devem ser visa-
1 — A declaração de doença deve ser devida- dos pela autoridade competente da missão diplo-
mente assinada pelo médico, autenticada pelas mática ou consular da área onde o interessado se
entidades com competência para a sua emissão encontra doente e entregues ou enviados ao res-
nos casos previstos no n.º 2 do artigo anterior e petivo serviço no prazo de 20 dias úteis, a contar
conter: nos termos do artigo 72.º do Código do Procedi-
mento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei
a) A identificação do médico;
n.º 442/91, de 15 de novembro, na redação atual.
b) O número da cédula profissional do médico;
3 — Se a comunicação e o documento compro-
c) A identificação do acordo com um subsistema vativo de doença foram enviados através do cor-
de saúde ao abrigo do qual é comprovada a do- reio, sob registo, releva a data da respetiva expe-
ença; dição para efeitos do cumprimento dos prazos re-
feridos nos números anteriores, se a data da sua
d) O número do bilhete de identidade ou o nú-
entrada nos serviços for posterior ao limite daque-
mero do cartão do cidadão do trabalhador;
les prazos.
e) A identificação do subsistema de saúde e o
4 — A falta da comunicação referida no n.º 1 ou
número de beneficiário do trabalhador;
da entrega dos documentos comprovativos da do-
f) A menção da impossibilidade de comparência ença nos termos dos números anteriores implica, se
ao serviço; não for devidamente fundamentada, a injustificação
das faltas dadas até à data da receção da comuni-
g) A duração previsível da doença; cação ou da entrada dos documentos.
h) Indicação de ter havido ou não internamento;
Artigo 20.º
i) A menção expressa de que a doença não im-
plica a permanência na residência ou no local em Verificação domiciliária da doença
que se encontra doente, quando for o caso.
1 — Salvo nos casos de internamento, de ates-
2 — Quando tiver havido internamento e este tado médico passado nos termos do n.º 2 do artigo
cessar, o trabalhador deve apresentar-se ao ser- 17.º e de doença ocorrida no estrangeiro, pode o
viço com o respetivo documento de alta ou, no dirigente competente, se assim o entender, solici-
caso de ainda não estar apto a regressar, proceder tar a verificação domiciliária da doença.
à comunicação e apresentar documento compro-
2 — Quando a doença não implicar a perma-
vativo da doença nos termos do disposto no artigo
nência no domicílio, o respetivo documento com-
anterior, contando-se os prazos nele previstos a
provativo deve conter referência a esse facto.
partir do dia em que teve alta.
3 — Nos casos previstos no número anterior, o
3 — Cada declaração de doença é válida pelo
trabalhador deve fazer acompanhar o documento
período que o médico indicar como duração previ-
comprovativo da doença da indicação dos dias e
sível da doença, o qual não pode exceder 30 dias.
das horas a que pode ser efetuada a verificação
4 — Se a situação de doença se mantiver para domiciliária, num mínimo de três dias por semana
além do período previsto pelo médico, deve ser en- e de dois períodos de verificação diária, de duas
tregue nova declaração, sendo aplicável o disposto horas e meia cada um, compreendidos entre as 9
nos n.ºs 1 e 6 do artigo anterior. e as 19 horas.
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4 — Se o interessado não for encontrado no seu Artigo 23.º


domicílio ou no local onde tiver indicado estar do-
Intervenção da junta médica
ente, todas as faltas dadas são injustificadas, por
despacho do dirigente máximo do serviço, se o tra- 1 — Com exceção dos casos de internamento,
balhador não justificar a sua ausência, mediante bem como daqueles em que o trabalhador se en-
apresentação de meios de prova adequados, no contre doente no estrangeiro, há lugar à interven-
prazo de dois dias úteis, a contar do conhecimento ção da junta médica quando:
do facto, que lhe é transmitido por carta registada,
com aviso de receção. a) O trabalhador tenha atingido o limite de 60
dias consecutivos de faltas por doença e não se
5 — Se o parecer do médico competente para a encontre apto a regressar ao serviço;
inspeção domiciliária for negativo são considera-
das injustificadas todas as faltas dadas desde o dia b) A atuação do trabalhador indicie, em matéria
seguinte ao da comunicação do resultado da inspe- de faltas por doença, um comportamento fraudu-
ção, feita através de carta registada com aviso de lento.
receção, e considerada a dilação de três dias úteis, 2 — No caso previsto na alínea b) do número
até ao momento em que efetivamente retome fun- anterior, o dirigente do serviço deve fundamentar
ções. o pedido de intervenção da junta médica.

Artigo 21.º Artigo 24.º


Verificação domiciliária da doença pela ADSE Pedido de submissão à junta médica
1 — A verificação domiciliária da doença do tra- 1 — Para efeitos do disposto na alínea a) do
balhador, nas zonas definidas por portaria dos artigo anterior, o serviço de que dependa o traba-
membros do Governo responsáveis pelas áreas lhador deve, nos cinco dias imediatamente anteri-
das finanças e da Administração Pública, é efetu- ores à data em que se completarem os 60 dias
ada por médicos do quadro da Direção-Geral de consecutivos de faltas por doença, notificá-lo para
Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Pú- se apresentar à junta médica, indicando o dia, hora
blicas (ADSE) ou por ela convencionados ou cre- e local onde a mesma se realiza.
denciados, neste caso por contrato de avença, cuja
remuneração é fixada por despacho daqueles 2 — Se a junta médica considerar o interessado
membros do Governo. apto para regressar ao serviço, as faltas dadas no
período de tempo que mediar entre o termo do pe-
2 — O dirigente máximo do serviço requisita di- ríodo de 60 dias e o parecer da junta médica, são
retamente à ADSE, por escrito ou pelo telefone, consideradas justificadas por doença.
um médico para esse efeito, que efetua um exame
médico adequado, enviando, de imediato, as indi- 3 — Para efeitos do disposto no artigo anterior,
cações indispensáveis. o período de 60 dias consecutivos de faltas conta-
se seguidamente, mesmo nos casos em que haja
Artigo 22.º transição de um ano civil para o outro.

Verificação domiciliária da doença pelas au- Artigo 25.º


toridades de saúde
Limite de faltas
1 — Fora das zonas a que se refere o n.º 1 do
artigo anterior, a verificação domiciliária da doença 1 — A junta médica pode justificar faltas por
do trabalhador é feita pelas autoridades de saúde doença dos trabalhadores por períodos sucessivos
da área da sua residência habitual ou daquela em de 30 dias, até ao limite de 18 meses, sem prejuízo
que ele se encontre doente. do disposto no artigo 36.º

2 — Sempre que da verificação domiciliária da 2 — O disposto no número anterior não preju-


doença efetuada fora daquelas zonas resultarem dica a possibilidade de o serviço denunciar, no seu
despesas de transporte, deve o serviço de que de- termo, os contratos de pessoal celebrados ao
pende o trabalhador inspecionado promover a sua abrigo da legislação em vigor sobre a matéria.
satisfação pela adequada verba orçamental.

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Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

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Artigo 26.º pode apresentar-se ao serviço antes que tal se te-


nha verificado, salvo nos casos previstos na alínea
Submissão a junta médica independente-
b) do n.º 1 do artigo 23.º e no artigo 26.º
mente da ocorrência de faltas por doença
2 — Salvo impedimento justificado, a não com-
1 — Quando o comportamento do trabalhador
parência à junta médica para que o trabalhador te-
indiciar possível alteração do estado de saúde, in-
nha sido convocado implica que sejam considera-
cluindo perturbação psíquica que comprometa o
das injustificadas as faltas dadas desde o termo do
normal desempenho das suas funções, o dirigente
período de faltas anteriormente concedido.
máximo do serviço, por despacho fundamentado e
em razão do direito à proteção da saúde, pode 3 — O trabalhador que, nos termos do artigo
mandar submetê-lo a junta médica, mesmo nos 26.º, tenha sido mandado apresentar à junta mé-
casos em que o trabalhador se encontre em exer- dica e a ela não compareça, é considerado na situ-
cício de funções. ação de faltas injustificadas a partir da data em
que a mesma deveria realizar-se, salvo se a não
2 — A submissão à junta médica considera-se,
comparência for devidamente justificada, perante
neste caso, de manifesta urgência.
o serviço de que depende, no prazo de dois dias
3 — O trabalhador pode, se o entender conve- úteis, a contar da data da não comparência.
niente, indicar um médico por si escolhido para in-
tegrar a junta médica. Artigo 29.º
Parecer da junta médica
Artigo 27.º
1 — O parecer da junta médica deve ser comu-
Falta de elementos médicos e colaboração
nicado ao trabalhador no próprio dia e enviado de
de médicos especialistas
imediato ao respetivo serviço.
1 — Se a junta médica não dispuser de elemen-
2 — A junta médica deve pronunciar-se sobre
tos suficientes que lhe permitam deliberar, deve
se o trabalhador se encontra apto a regressar ao
conceder ao trabalhador um prazo para obtenção
serviço e, nos casos em que considere que aquele
dos mesmos, decorrido o qual este deve submeter-
não se encontra em condições de retomar a ativi-
se novamente à junta médica.
dade, indicar a duração previsível da doença, com
2 — O trabalhador é obrigado, nos prazos fixa- respeito do limite previsto no artigo 25.º, e marcar
dos pela junta médica, a: a data de submissão a nova junta médica.

a) Submeter-se aos exames clínicos que aquela 3 — No caso previsto no n.º 1 do artigo 27.º,
considerar indispensáveis, que são, a sua solicita- as faltas dadas pelo trabalhador que venha a ser
ção, marcados pela mesma, e integralmente su- considerado apto para regressar ao serviço, desde
portados pela ADSE; a data do pedido da submissão à junta médica, são
equiparadas a serviço efetivo.
b) Apresentar-se à junta médica com os ele-
mentos por ela requeridos.
Artigo 30.º
3 — O não cumprimento do disposto no número
Interrupção das faltas por doença
anterior implica a injustificação das faltas dadas
desde o termo do período de faltas anteriormente 1 — O trabalhador que se encontre na situação
concedido, a menos que não seja imputável ao tra- de faltas por doença concedidas pela junta médica
balhador a obtenção dos exames fora do prazo. ou a aguardar a primeira apresentação à junta mé-
dica só pode regressar ao serviço antes do termo
4 — Sempre que seja necessário, a junta mé-
do período previsto mediante atestado médico que
dica pode requerer a colaboração de médicos es-
o considere apto a retomar a atividade, sem pre-
pecialistas e de outros peritos ou recorrer aos ser-
juízo de posterior apresentação à junta médica.
viços especializados dos estabelecimentos oficiais,
sendo os encargos suportados nos termos previs- 2 — Para efeitos do número anterior, a inter-
tos na alínea a) do n.º 2. venção da junta médica considera-se de manifesta
urgência.
Artigo 28.º
Obrigatoriedade de submissão à junta médica
1 — O trabalhador que, nos termos dos artigos
anteriores, deva ser submetido a junta médica

______________________________________________________________________________
9
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

______________________________________________________________________________

Artigo 31.º médica da CGA, I.P., reunidas que sejam as con-


dições mínimas para a aposentação;
Cômputo do prazo de faltas por doença
b) Requerer a passagem à situação de licença
Para efeitos do limite máximo de 18 meses de
sem remuneração.
faltas por doença previsto no n.º 1 do artigo 25.º,
contam-se sempre, ainda que relativos a anos civis 2 — No caso previsto na alínea a) do número
diferentes: anterior e até à data da decisão da junta médica
da CGA, I.P., o trabalhador é considerado na situ-
a) Todas as faltas por doença, seguidas ou in-
ação de faltas por doença, aplicando-se-lhe o re-
terpoladas, quando entre elas não mediar um in-
gime correspondente.
tervalo superior a 30 dias, no qual não se incluem
os períodos de férias; 3 — O trabalhador que não requerer, no prazo
previsto, a sua apresentação à junta médica da
b) As faltas justificadas por doença correspon-
CGA, I.P., passa automaticamente à situação de
dentes aos dias que medeiam entre o termo do pe-
licença sem remuneração, sujeita ao disposto no
ríodo de 30 dias consecutivos de faltas por doença
n.º 5 do artigo 281.º da LTFP.
e o parecer da junta médica que considere o tra-
balhador apto para o serviço. 4 — O trabalhador que não reunir os requisitos
para apresentação à junta médica da CGA, I.P.,
Artigo 32.º deve ser notificado pelo respetivo serviço para, no
dia imediato ao da notificação, retomar o exercício
Fim do prazo de faltas por doença do pessoal de funções, sob pena de ficar abrangido pelo dis-
contratado a termo resolutivo posto na parte final do número anterior.
1 — Findo o prazo de 18 meses de faltas por 5 — Passa igualmente à situação de licença sem
doença, e sem prejuízo do disposto no artigo 37.º, remuneração o trabalhador que, tendo sido consi-
ao pessoal contratado a termo resolutivo que não derado apto pela junta médica da CGA, I.P., volte
se encontre em condições de regressar ao serviço a adoecer sem que tenha prestado mais de 30 dias
é aplicável, desde que preencha os requisitos para de serviço consecutivos, nos quais não se incluem
a aposentação, o disposto na alínea a) do n.º 1 do férias.
artigo 34.º, salvo se optar pela rescisão do con-
trato. 6 — O disposto no número anterior não é apli-
cável se durante o prazo de 30 dias consecutivos,
2 — Ao pessoal que ainda não reúna os requi- referido no número anterior:
sitos para a aposentação é rescindido o contrato.
a) Ocorrer o internamento do trabalhador;
Artigo 33.º b) Existir sujeição a tratamento ambulatório ou
Junta médica a verificação de doença grave, incapacitante, con-
firmada por junta médica, requerida pelo trabalha-
1 — A junta médica referida nos artigos anteri- dor, nos termos do artigo 39.º
ores funciona na dependência da ADSE, sem pre-
juízo do disposto no n.º 3. 7 — O trabalhador está obrigado a submeter-se
aos exames clínicos que a junta médica da CGA,
2 — A composição, competência e funciona- I.P., determinar, implicando a recusa da sua reali-
mento da junta médica referida no número ante- zação a injustificação das faltas dadas desde a data
rior são fixados em decreto regulamentar. que lhe tiver sido fixada para a respetiva apresen-
3 — Os ministérios que tiverem serviços des- tação.
concentrados e as autarquias locais podem criar 8 — O regresso ao serviço do trabalhador que
juntas médicas sediadas junto dos respetivos ser- tenha passado à situação de licença prevista na
viços. alínea b) do n.º 1 não está sujeito ao decurso de
qualquer prazo.
Artigo 34.º
9 — Os processos de aposentação previstos no
Fim do prazo de faltas por doença presente artigo têm prioridade absoluta sobre
1 — Findo o prazo de 18 meses na situação de quaisquer outros, devendo tal prioridade ser invo-
faltas por doença, os trabalhadores podem, sem cada pelos serviços quando da remessa do respe-
prejuízo do disposto no artigo 38.º: tivo processo à CGA, I.P.

a) Requerer, no prazo de 30 dias e através do


respetivo serviço, a sua apresentação à junta
______________________________________________________________________________
10
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

______________________________________________________________________________

Artigo 35.º responsáveis pelas áreas das finanças, da Admi-


nistração Pública e da saúde.
Verificação de incapacidade
3 — As faltas dadas ao abrigo da Assistência a
1 — Os processos de aposentação por incapaci-
Funcionários Civis Tuberculosos regem-se pelo dis-
dade a que seja aplicável o disposto no artigo an-
posto no Decreto-Lei n.º 48 359, de 27 de abril de
terior são considerados urgentes e com prioridade
1968, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 100/99, de
absoluta sobre quaisquer outros, estando sujeitos
31 de março, e 319/99, de 11 de agosto.
a um regime especial de tramitação simplificada,
com as seguintes especificidades: 4 — (Revogado.)
___________________________________
a) É dispensada a participação do médico rela-
tor, atenta a prévia intervenção de outra junta mé- - Revogado pelo artigo 12.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
___________________________________
dica, que permite caracterizar suficientemente a
situação clínica do subscritor;
Artigo 38.º
b) A presença do subscritor é obrigatória unica-
mente quando a junta médica considerar o exame Faltas para reabilitação profissional
médico direto necessário ao completo esclareci- 1 — O trabalhador que for considerado, pela
mento da situação clínica; junta médica a que se refere o artigo 33.º, incapaz
c) O adiamento da junta médica por impossibi- para o exercício das suas funções, mas apto para
lidade de comparência do subscritor, quando esta o desempenho de outras às quais não possa ser
seja considerada necessária, depende de interna- afeto através de mobilidade interna, tem o dever
mento em instituição de saúde, devidamente com- de se candidatar a todos os procedimentos concur-
provado. sais para ocupação de postos de trabalho previstos
nos mapas de pessoal dos órgãos ou serviços,
2 — A junta médica referida no n.º 2 do artigo desde que observado o disposto no artigo 95.º da
anterior é a prevista no artigo 91.º do Estatuto da LTFP, aplicável com as necessárias adaptações,
Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º bem como o direito de frequentar ações de forma-
498/72, de 9 de dezembro, na redação atual, não ção para o efeito.
tendo o requerimento de junta médica de recurso
efeito suspensivo da decisão daquela junta para 2 — Enquanto não haja reinício de funções nos
efeito de justificação de faltas por doença. termos do número anterior, o trabalhador encon-
tra-se em regime de faltas para reabilitação pro-
3 — A CGA, I.P., pode determinar a aplicação fissional.
do regime especial de tramitação simplificada a
outras situações cuja gravidade e rápida evolução 3 — As faltas para reabilitação produzem os
o justifique. efeitos das faltas por doença.

Artigo 36.º Artigo 39.º

Submissão à junta médica da Caixa Geral de Junta médica de recurso


Aposentações, I.P., no decurso da doença 1 — Quando a junta médica da CGA, I.P., con-
O trabalhador pode, no decurso da doença, re- trariamente ao parecer da junta médica compe-
querer a sua apresentação à junta médica da CGA, tente, considerar o trabalhador apto para o ser-
I.P., aplicando-se, com as devidas adaptações, o viço, pode este ou o serviço de que depende re-
disposto, respetivamente, nos artigos 32.º e 34.º, querer a sua apresentação a uma junta médica de
conforme os casos. recurso, não podendo esta deixar de se pronunciar
para os efeitos do artigo anterior, quando aplicá-
vel.
Artigo 37.º
2 — A junta médica de recurso a que se refere
Faltas por doença prolongada
o número anterior é constituída por um médico in-
1 — As faltas dadas por doença incapacitante dicado pelo Instituto de Segurança Social, I.P., um
que exija tratamento oneroso e ou prolongado, médico indicado pela ADSE ou pelas juntas médi-
conferem ao trabalhador o direito à prorrogação, cas previstas no n.º 3 do artigo 33.º e um profes-
por 18 meses, do prazo máximo de ausência pre- sor universitário das faculdades de medicina, de-
visto no artigo 25.º. signado pelos membros do Governo responsáveis
pelas áreas das finanças e da Administração Pú-
2 — As doenças a que se refere o n.º 1 são de-
blica, que preside.
finidas por despacho dos membros do Governo
______________________________________________________________________________
11
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

______________________________________________________________________________

Artigo 40.º e deveres funcionais, ao número de categorias e


às posições remuneratórias;
Subsídio por assistência a familiares
b) O reposicionamento remuneratório, com o
Aos trabalhadores em regime de contrato de
montante pecuniário calculado nos termos do n.º
trabalho em funções públicas integrados no regime
1 do artigo 104.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de
de proteção social convergente é aplicável o artigo
fevereiro, na redação atual, sem acréscimos;
36.º do Decreto-Lei n.º 89/2009, de 9 de abril, al-
terado pelo Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de c) As alterações de posicionamento remunera-
junho. tório em função das últimas avaliações de desem-
penho e da respetiva diferenciação assegurada por
Artigo 41.º um sistema de quotas;

Revisão das carreiras dos corpos especiais e


,
d) As perspetivas de evolução remuneratória
dos níveis remuneratórios das comissões de das anteriores carreiras, elevando-as apenas de
serviço forma sustentável.

1 — Sem prejuízo da revisão que deva ter lugar 3 — Por despacho fundamentado da entidade
nos termos legalmente previstos, mantêm-se as competente para a abertura do procedimento con-
carreiras que ainda não tenham sido objeto de ex- cursal, pode ser determinada a aplicação, com as
tinção, de revisão ou de decisão de subsistência, necessárias adaptações, do disposto nos n.ºs 1 a
designadamente as de regime especial e as de cor- 3 do artigo 40.º da Portaria n.º 83-A/2009, de 22
pos especiais, bem como a integração dos respeti- de janeiro, alterada e republicada pela Portaria n.º
vos trabalhadores, sendo que: 145-A/2011, de 6 de abril, no que se refere à cons-
tituição de reserva de recrutamento pelo prazo de
a) Só após tal revisão tem lugar, relativamente 18 meses.
a tais trabalhadores, a execução das transições
através da lista nominativa referida no artigo 109.º 4 — O disposto no n.º 1 é aplicável, com as
da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, na reda- necessárias adaptações, aos níveis remuneratórios
ção atual, exceto no respeitante à modalidade de das comissões de serviço.
constituição da sua relação jurídica de emprego
5 — O regime fixado no presente artigo tem na-
público e às situações de mobilidade geral do ou
tureza imperativa, prevalecendo sobre quaisquer
no órgão ou serviço;
outras normas legais ou convencionais, especiais
b) Até ao início de vigência da revisão: ou excecionais, em contrário, não podendo ser
afastado ou modificado pelas mesmas.
i) As carreiras em causa regem-se pelas dispo- ___________________________________
sições normativas aplicáveis em 31 de dezembro
- Alterado pelo artigo 3.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
de 2008, com as alterações decorrentes dos arti-
___________________________________
gos 156.º a 158.º, 166.º e 167.º da LTFP e 113.º
da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, na reda-
Artigo 42.º
ção atual;
Norma revogatória
ii) Aos procedimentos concursais para as car-
reiras em causa é aplicável o disposto na alínea d) 1 — São revogados:
do n.º 1 do artigo 37.º da LTFP, bem como no n.º
11 do artigo 28.º da Portaria n.º 83-A/2009, de 22 a) A Lei n.º 23/98, de 26 de maio, alterada pela
de janeiro, alterada e republicada pela Portaria n.º Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro;
145-A/2011, de 6 de abril; b) Os artigos 16.º a 18.º da Lei n.º 23/2004,
iii) O n.º 3 do artigo 110.º da Lei n.º 12- de 22 de junho, alterada pelo Decreto-Lei n.º
A/2008, de 27 de fevereiro, na redação atual, não 200/2006, de 25 de outubro, e pela Lei n.º
lhes é aplicável, apenas o sendo relativamente aos 53/2006, de 7 de dezembro, e revogada pela Lei
concursos pendentes na data do início da referida n.º 59/2008, de 11 de setembro, com exceção dos
vigência. artigos que ora se revogam;

2 — A revisão das carreiras a que se refere o c) A Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, al-
número anterior deve assegurar: terada pelas Leis n.ºs 64-A/2008, de 31 de dezem-
bro, 3-B/2010, de 28 de abril, 34/2010, de 2 de
a) A observância das regras relativas à organi- setembro, 55-A/2010, de 31 de dezembro, 64-
zação das carreiras previstas na LTFP e no seu ar- B/2011, de 30 de dezembro, 66/2012, de 31 de
tigo 149.º, designadamente quanto aos conteúdos dezembro, e 66-B/2012, de 31 de dezembro, e

______________________________________________________________________________
12
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

______________________________________________________________________________

pelo Decreto-Lei n.º 47/2013, de 5 de abril, com c) A Portaria n.º 62/2009, de 22 de janeiro.
exceção das normas transitórias abrangidas pelos
3 — Todas as referências aos diplomas ora re-
artigos 88.º a 115.º;
vogados entendem-se feitas para as correspon-
d) A Lei n.º 58/2008, de 9 de setembro, alterada dentes normas da presente lei.
pelo Decreto-Lei n.º 47/2013, de 5 de abril;
Artigo 43.º
e) A Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro, alterada
pela Lei n.º 3-B/2010, de 28 de abril, pelo Decreto- Disposição transitória
Lei n.º 124/2010, de 17 de novembro, e pelas Leis
n.ºs 64-B/2011, de 30 de dezembro, 66/2012, de 31 1 — A legislação referente ao pessoal com fun-
de dezembro, e 63/2013, de 29 de agosto; ções policiais da Polícia de Segurança Pública, a
que se refere o n.º 2 do artigo 2.º da LTFP, deve
f) O Decreto-Lei n.º 259/98, de 18 de agosto, ser aprovada até 31 de dezembro de 2014.
alterado pelo Decreto-Lei n.º 169/2006, de 17 de
agosto, e pelas Leis n.ºs 64-A/2008, de 31 de de- 2 — Até à data de entrada em vigor da lei es-
zembro, 66/2012, de 31 de dezembro, e 68/2013, pecial prevista no número anterior, o pessoal com
de 29 de agosto; funções policiais da Polícia de Segurança Pública
continua a reger-se pela lei aplicável antes da en-
g) O Decreto-Lei n.º 100/99, de 31 de março, trada em vigor da LTFP.
alterado pela Lei n.º 117/99, de 11 de agosto, pe-
los Decretos-Leis n.ºs 503/99, de 20 de novembro, Artigo 44.º
70-A/2000, de 5 de maio, 157/2001, de 11 de
maio, 169/2006, de 17 de agosto, e 181/2007, de Entrada em vigor
9 de maio, pelas Leis n.ºs 59/2008, de 11 de se- 1 — A presente lei entra em vigor no primeiro dia
tembro, e 64-A/2008, de 31 de dezembro, pelo do segundo mês seguinte ao da sua publicação.
Decreto-Lei n.º 29-A/2011, de 1 de março, pelas
Leis n.ºs 66/2012, de 31 de dezembro, e 66- 2 — O disposto na presente lei não prejudica a
B/2012, de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º vigência das normas da Lei do Orçamento do Es-
36/2013, de 11 de março; tado em vigor.

h) O Decreto-Lei n.º 324/99, de 18 de agosto, al- Aprovada em 28 de março de 2014.


terado pela Lei n.º 12-A/2008 de 27 de fevereiro; A Presidente da Assembleia da República, Maria
i) O Decreto-Lei n.º 325/99, de 18 de agosto, al- da Assunção A. Esteves.
terado pela Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro. Promulgada em 3 de junho de 2014.
2 — Mantêm-se em vigor os regulamentos pu- Publique-se.
blicados ao abrigo da legislação revogada pela pre-
sente lei, quando exista igual habilitação legal na O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO
LTFP, nomeadamente: SILVA.
a) O Decreto Regulamentar n.º 14/2008, de 31 Referendada em 5 de junho de 2014.
de julho;
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
b) A Portaria n.º 1553-C/2008, de 31 de de-
zembro;

______________________________________________________________________________
13
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

______________________________________________________________________________

Apontamentos:

______________________________________________________________________________
14
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

não exerçam funções nas entidades referidas nos


ANEXO números anteriores.

(a que se refere o artigo 2.º) Artigo 2.º


Exclusão do âmbito de aplicação
Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
1 — A presente lei não é aplicável a:
PARTE I a) Gabinetes de apoio dos membros do Go-
Disposições gerais verno e dos titulares dos órgãos referidos nos n.ºs
2 a 4 do artigo anterior;
TÍTULO I b) Entidades públicas empresariais;
Âmbito c) Entidades administrativas independentes
com funções de regulação da atividade económica
Artigo 1.º dos setores privado, público e cooperativo e Banco
Âmbito de aplicação de Portugal.

1 — A presente lei regula o vínculo de trabalho 2 — A presente lei não é aplicável aos mili-
em funções públicas. tares das Forças Armadas, aos militares da Guarda
Nacional Republicana, ao pessoal com funções po-
2 — A presente lei é aplicável à administração liciais da Polícia de Segurança Pública, ao pessoal
direta e indireta do Estado e, com as necessárias da carreira de investigação criminal, da carreira de
adaptações, designadamente no que respeita às segurança e ao pessoal com funções de inspeção
competências em matéria administrativa dos cor- judiciária e de recolha de prova da Polícia Judiciária
respondentes órgãos de governo próprio, aos ser- e ao pessoal da carreira de investigação e fiscali-
viços da administração regional e da administração zação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, cu-
autárquica. jos regimes constam de lei especial, sem prejuízo
do disposto nas alíneas a) e e) do n.º 1 do artigo
3 — A presente lei é também aplicável, com as
8.º e do respeito pelos seguintes princípios aplicá-
adaptações impostas pela observância das corres-
veis ao vínculo de emprego público:
pondentes competências, aos órgãos e serviços de
apoio do Presidente da República, dos tribunais e a) Continuidade do exercício de funções públi-
do Ministério Público e respetivos órgãos de gestão cas, previsto no artigo 11.º;
e outros órgãos independentes.
b) Garantias de imparcialidade, previsto nos ar-
4 — Sem prejuízo de regimes especiais e com tigos 19.º a 24.º;
as adaptações impostas pela observância das cor-
respondentes competências, a presente lei é ainda c) c) Planeamento e gestão de recursos huma-
aplicável aos órgãos e serviços de apoio à Assem- nos, previsto nos artigos 28.º a 31.º, salvo no que
bleia da República. respeita ao plano anual de recrutamento;

5 — A aplicação da presente lei aos serviços pe- d) Procedimento concursal, previsto no artigo
riféricos externos do Ministério dos Negócios Es- 33.º;
trangeiros, relativamente aos trabalhadores recru- e) Organização das carreiras, previsto no n.º 1
tados para neles exercerem funções, incluindo os do artigo 79.º, nos artigos 80.º, 84.º e 85.º e no
trabalhadores das residências oficiais do Estado, n.º 1 do artigo 87.º;
não prejudica a vigência:
f) Princípios gerais em matéria de remunera-
a) Das normas e princípios de direito internaci- ções, previstos nos artigos 145.º a 147.º, nos n.ºs
onal que disponham em contrário; 1 e 2 do artigo 149.º, no n.º 1 do artigo 150.º, e
b) Das normas imperativas de ordem pública nos artigos 154.º, 159.º e 169.º a 175.º
___________________________________
local;
- Alterado pelo artigo 4.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
c) Dos instrumentos e normativos especiais - Alterado pelo artigo 1.º da Lei n.º 70/2017, de 14 de agosto.
previstos em diploma próprio. ___________________________________

6 — A presente lei é também aplicável, com as


necessárias adaptações, a outros trabalhadores
com contrato de trabalho em funções públicas que

______________________________________________________________________________
15
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 3.º c) Igualdade e não discriminação;


Bases do regime e âmbito d) Deveres de informação;
Constituem normas base definidoras do regime e) Assédio;
e âmbito do vínculo de emprego público:
f) Parentalidade;
a) Os artigos 6.º a 10.º, sobre as modalidades
g) Trabalhador com capacidade reduzida e tra-
de vínculo e prestação de trabalho para o exercício
balhadores com deficiência ou doença crónica;
de funções públicas;
h) Trabalhador estudante;
b) Os artigos 13.º a 16.º, relativos às fontes e
participação na legislação do trabalho; i) Trabalhador cuidador;
c) Os artigos 19.º a 24.º, relativos às garantias j) Organização e tempo de trabalho;
de imparcialidade;
k) Tempos de não trabalho;
d) O artigo 33.º, sobre o procedimento concur-
sal; l) Promoção da segurança e saúde no trabalho,
incluindo a prevenção;
e) Os artigos 70.º a 73.º, sobre direitos, deve-
res e garantias do trabalhador e do empregador m) Comissões de trabalhadores, associações
público; sindicais e representantes dos trabalhadores em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
f) Os artigos 79.º a 83.º, relativos às disposi-
ções gerais sobre estruturação das carreiras; n) Mecanismos de resolução pacífica de confli-
tos coletivos;
g) Os artigos 92.º a 100.º, sobre a mobilidade;
o) Greve e lock-out.
h) Os artigos 144.º a 146.º, sobre princípios
gerais relativos às remunerações; 2 — Sem prejuízo do disposto no número se-
guinte, quando da aplicação do Código do Trabalho
i) Os artigos 176.º a 240.º, sobre o exercício do e legislação complementar referida no número an-
poder disciplinar; terior resultar a atribuição de competências ao ser-
viço com competência inspetiva do ministério res-
j) (Revogada.)
ponsável pela área do trabalho, estas devem ser
k) Os artigos 288.º a 313.º, relativos à extinção entendidas como atribuídas ao serviço com com-
do vínculo; petência inspetiva do ministério que dirija, supe-
rintenda ou tutele o empregador público em causa
l) Os artigos 347.º a 386.º, sobre a negociação
e, cumulativamente, à Inspeção-Geral de Finanças
coletiva.
(IGF), no que se refere às suas competências de
m) As constantes do regime de valorização pro- coordenação, enquanto autoridade de auditoria
fissional dos trabalhadores. neste domínio.
___________________________________
3 — Compete à Autoridade para as Condições
- Alterada e revogada pelos artigos 4.º e 12.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio. do Trabalho (ACT) a promoção de políticas de pre-
___________________________________ venção dos riscos profissionais, a melhoria das
condições de trabalho e a fiscalização do cumpri-
Artigo 4.º mento da legislação relativa à segurança e saúde
Remissão para o Código do Trabalho no trabalho.

1 — É aplicável ao vínculo de emprego público, 4 — Para efeitos da aplicação do regime pre-


sem prejuízo do disposto na presente lei e com as visto no Código do Trabalho ao vínculo de emprego
necessárias adaptações, o disposto no Código do público, as referências a empregador e empresa ou
Trabalho e respetiva legislação complementar com estabelecimento, consideram-se feitas a emprega-
as exceções legalmente previstas, nomeadamente dor público e órgão ou serviço, respetivamente.
em matéria de: 5 — O regime do Código do Trabalho e legisla-
a) Relação entre a lei e os instrumentos de re- ção complementar, em matéria de acidentes de
gulamentação coletiva e entre aquelas fontes e o trabalho e doenças profissionais, é aplicável aos
contrato de trabalho em funções públicas; trabalhadores que exercem funções públicas nas
entidades referidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do
b) Direitos de personalidade; artigo 2.º, com exceção do pessoal integrado no
Regime de Proteção Social Convergente (RPSC)
______________________________________________________________________________
16
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

aos quais é aplicável o Decreto-Lei n.º 503/99, de 4 — O vínculo de emprego público pode ser
20 de novembro. constituído por tempo indeterminado ou a termo
resolutivo.
6 — Para efeitos de fiscalização do cumpri-
mento da legislação relativa à segurança e saúde
Artigo 7.º
no trabalho, é aplicável o regime das contraorde-
nações laborais previsto no Código do Trabalho e Contrato de trabalho em funções públicas
legislação complementar, com as adaptações
constantes do título IV da parte I da presente lei. O vínculo de emprego público constitui-se, em
___________________________________ regra, por contrato de trabalho em funções públi-
cas.
- Alterado pelo artigo 4.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
- Alterado pelo artigo 3.º da Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto.
- Alterado pelo artigo 2.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro. Artigo 8.º
- Alterado pelo artigo 406.º da Lei n.º 2/2020, de 31 de março.
- Alterado pelo artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho. Vínculo de nomeação
___________________________________
1 — O vínculo de emprego público constitui-se
por nomeação nos casos de exercício de funções
Artigo 5.º
no âmbito das seguintes atribuições, competências
Legislação complementar e atividades:
Constam de diploma próprio: a) Missões genéricas e específicas das Forças
Armadas em quadros permanentes;
a) O sistema integrado de gestão e avaliação
do desempenho na Administração Pública; b) Representação externa do Estado;
b) O regime de acidentes de trabalho e doenças c) Informações de segurança;
profissionais dos trabalhadores que exercem fun-
d) Investigação criminal;
ções públicas;
e) Segurança pública, quer em meio livre quer
c) O regime de formação profissional dos traba-
em meio institucional;
lhadores que exercem funções públicas;
f) Inspeção.
d) Os estatutos do pessoal dirigente da Admi-
nistração Pública. 2 — As funções referidas no número anterior
desenvolvem-se no âmbito de carreiras especiais.
TÍTULO II
3 — Quando as funções referidas nas alíneas b)
Modalidades de vínculo e prestação de tra- a f) do n.º 1 devam ser exercidas a título transitó-
balho para o exercício de funções públicas rio, aplica-se, com as necessárias adaptações, o
regime da presente lei para o contrato de trabalho
Artigo 6.º em funções públicas a termo resolutivo.

Noção e modalidades Artigo 9.º


1 — O trabalho em funções públicas pode ser Comissão de serviço
prestado mediante vínculo de emprego público ou
contrato de prestação de serviço, nos termos da 1 — O vínculo de emprego público constitui-se
presente lei. por comissão de serviço nos seguintes casos:
2 — O vínculo de emprego público é aquele pelo a) Cargos não inseridos em carreiras, designa-
qual uma pessoa singular presta a sua atividade a damente cargos dirigentes;
um empregador público, de forma subordinada e
b) Funções exercidas com vista à aquisição de
mediante remuneração.
formação específica, habilitação académica ou tí-
3 — O vínculo de emprego público reveste as tulo profissional por trabalhador com vínculo de
seguintes modalidades: emprego público por tempo indeterminado.
a) Contrato de trabalho em funções públicas; 2 — Na falta de norma especial, aplica-se à co-
missão de serviço a regulamentação prevista para
b) Nomeação; o vínculo de emprego público de origem e, quando
c) Comissão de serviço. este não exista, a regulamentação prevista para os
trabalhadores contratados.

______________________________________________________________________________
17
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 10.º TÍTULO III


Prestação de serviço Fontes e participação na legislação do trabalho
1 — O contrato de prestação de serviço para o
CAPÍTULO I
exercício de funções públicas é celebrado para a
prestação de trabalho em órgão ou serviço sem su- Fontes
jeição à respetiva disciplina e direção, nem horário
de trabalho. Artigo 13.º
2 — O contrato de prestação de serviço para o Fontes específicas do contrato de trabalho
exercício de funções públicas pode revestir as se- em funções públicas
guintes modalidades:
1 — O contrato de trabalho em funções públicas
a) Contrato de tarefa, cujo objeto é a execução pode ser regulado por instrumento de regulamen-
de trabalhos específicos, de natureza excecional, tação coletiva de trabalho, nos termos da presente
não podendo exceder o termo do prazo contratual lei.
inicialmente estabelecido;
2 — São ainda atendíveis os usos, desde que
b) Contrato de avença, cujo objeto é a execu- não contrariem normas legais e de instrumentos
ção de prestações sucessivas no exercício de pro- de regulamentação coletiva e sejam conformes
fissão liberal, com retribuição certa mensal, po- com princípios de boa fé.
dendo ser feito cessar, a todo o tempo, por qual-
quer das partes, mesmo quando celebrado com 3 — Os instrumentos de regulamentação cole-
cláusula de prorrogação tácita, com aviso prévio tiva de trabalho convencionais são o acordo cole-
de 60 dias e sem obrigação de indemnizar. tivo de trabalho, o acordo de adesão e a decisão
de arbitragem voluntária.
3 — São nulos os contratos de prestação de ser-
viço para o exercício de funções públicas em que 4 — O instrumento de regulamentação coletiva
exista subordinação jurídica, não podendo os mes- de trabalho não convencional é a decisão de arbi-
mos dar origem à constituição de um vínculo de tragem necessária.
emprego público. 5 — São acordos coletivos de trabalho o acordo
4 — A nulidade dos contratos de prestação de coletivo de carreira e o acordo coletivo de empre-
serviço não prejudica a produção plena dos seus gador público.
efeitos durante o tempo em que tenham estado em 6 — O acordo coletivo de carreira é a convenção
execução, sem prejuízo da responsabilidade civil, coletiva aplicável no âmbito de uma carreira ou de
financeira e disciplinar em que incorre o seu res- um conjunto de carreiras, independentemente do
ponsável. órgão ou serviço onde o trabalhador exerça fun-
ções.
Artigo 11.º
7 — O acordo coletivo de empregador público é
Continuidade do exercício de funções públicas a convenção coletiva aplicável no âmbito do órgão
O exercício de funções ao abrigo de qualquer ou serviço onde o trabalhador exerça funções.
modalidade de vínculo de emprego público, em
qualquer dos órgãos ou serviços a que a presente Artigo 14.º
lei é aplicável, releva como exercício de funções pú- Articulação de acordos coletivos
blicas na carreira, na categoria ou na posição remu-
neratória, conforme os casos, quando os trabalha- 1 — Os acordos coletivos de trabalho são arti-
dores, mantendo aquele exercício de funções, mu- culados, devendo o acordo coletivo de carreira in-
dem definitivamente de órgão ou serviço. dicar as matérias que podem ser reguladas pelos
acordos coletivos de empregador público.
Artigo 12.º 2 — Na falta de acordo coletivo de carreira ou
Jurisdição competente da indicação referida no número anterior, o acordo
coletivo de empregador público apenas pode regu-
São da competência dos tribunais administrati- lar as matérias relativas a segurança e saúde no
vos e fiscais os litígios emergentes do vínculo de trabalho e duração e organização do tempo de tra-
emprego público. balho, excluindo as respeitantes a suplementos re-
muneratórios.

______________________________________________________________________________
18
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

CAPÍTULO II 475.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º


7/2009, de 12 de fevereiro, na redação atual.
Participação dos trabalhadores na legislação
do trabalho
TÍTULO IV
Artigo 15.º Segurança e saúde no trabalho
Direito de participação na elaboração da le-
Artigo 16.º-A
gislação do trabalho
Disposição geral
1 — Os trabalhadores com vínculo de emprego
público têm direito a participar na elaboração da Para efeitos do disposto na alínea l) do n.º 1 do
legislação do trabalho, nos termos do presente ca- artigo 4.º da presente lei, o regime jurídico da pro-
pítulo. moção da segurança e saúde no trabalho, cons-
tante da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, é
2 — Considera-se legislação do trabalho, para
aplicável aos empregadores públicos com as espe-
efeitos do disposto no número anterior, a legisla-
cificidades previstas no presente título.
ção respeitante ao regime jurídico aplicável aos
___________________________________
trabalhadores com vínculo de emprego público,
nomeadamente nas seguintes matérias: - Aditado pelos artigos 3.º e 4.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro.
- Alterado pelo artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho.
a) Constituição, modificação e extinção do vín- ___________________________________
culo de emprego público;
Artigo 16.º-B
b) Recrutamento e seleção;
Conceito
c) Tempo de trabalho;
Para efeitos de aplicação do disposto no pre-
d) Férias, faltas e licenças;
sente título, entende-se por «trabalhador» a pes-
e) Remuneração e outras prestações pecuniá- soa singular que:
rias;
a) Mediante remuneração, se obriga a prestar
f) Formação e aperfeiçoamento profissional; trabalho em funções públicas a um empregador
público;
g) Segurança e saúde no trabalho;
b) Não sendo titular de um vínculo de emprego
h) Regime disciplinar; público, esteja inserida em ambiente de trabalho do
i) Mobilidade; empregador público, nomeadamente o estagiário
cujo regime de estágio não colida com o regime ora
j) Avaliação do desempenho. previsto, o bolseiro e o prestador de serviços.
___________________________________
k) Direitos coletivos;
- Aditado pelos artigos 3.º e 4.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro.
l) Regime de proteção social convergente; ___________________________________
m) Ação social complementar.
Artigo 16.º-C
Artigo 16.º Informação ao serviço de segurança e saúde
Exercício do direito de participação no trabalho

1 — Qualquer projeto ou proposta de lei, projeto O empregador público deve comunicar ao ser-
de decreto-lei ou projeto ou proposta de decreto re- viço de segurança e de saúde no trabalho e aos
gional relativo às matérias previstas no artigo ante- trabalhadores com funções específicas no domínio
rior só pode ser discutido e votado pela Assembleia da segurança e da saúde no trabalho o início de
da República, pelo Governo da República, pelas as- exercício de funções de todos os trabalhadores
sembleias legislativas das regiões autónomas e pe- com vínculo de emprego público, incluindo os tra-
los governos regionais, depois de as comissões de balhadores em situação de mobilidade ou de ce-
trabalhadores e associações sindicais se terem po- dência de interesse público, e das pessoas que não
dido pronunciar sobre eles. sejam titulares de uma relação jurídica de em-
prego público, nomeadamente estagiários, bolsei-
2 — Para efeitos do disposto no número ante- ros e prestadores de serviços.
rior, é aplicável o disposto nos artigos 472.º a ___________________________________
- Aditado pelos artigos 3.º e 4.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro.

______________________________________________________________________________
19
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

___________________________________ 3 — Os valores máximos das coimas aplicáveis


às contraordenações muito graves referidas no n.º
Artigo 16.º-D 1 são elevados para o dobro.
Serviços comuns 4 — No caso de contraordenação muito grave ou
reincidência em contraordenação grave, praticada
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 82.º da
com dolo ou negligência grosseira, é aplicada ao in-
Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, o emprega-
frator a sanção acessória de publicidade, nos ter-
dor público pode recorrer a serviços comuns de se-
mos do artigo 562.º do Código do Trabalho.
gurança e saúde no trabalho partilhados entre os ___________________________________
organismos integrantes de um ou vários ministé-
rios com vista à otimização dos recursos, sendo - Aditado pelos artigos 3.º e 4.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro.
___________________________________
aplicável o disposto no artigo 8.º da Lei n.º
4/2004, de 15 de janeiro.
Artigo 16.º-G
2 — O recurso a serviços comuns de segurança
e saúde no trabalho não exonera o empregador Destino do produto das coimas
público da responsabilidade prevista no artigo se- O produto das coimas aplicadas em matéria de
guinte. segurança e saúde no trabalho reverte:
___________________________________
a) Em 50 %, para o serviço com competência
- Aditado pelos artigos 3.º e 4.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro.
___________________________________ inspetiva do ministério responsável pela área labo-
ral, a título de compensação de custos de funcio-
namento e despesas processuais;
Artigo 16.º-E
b) Em 25 %, para o orçamento da segurança
Sujeito responsável pela contraordenação
social; e
1 — O empregador público é responsável pelas
c) Em 25 % para o Orçamento do Estado.»
contraordenações em matéria de segurança e sa-
___________________________________
úde no trabalho, ainda que praticadas pelos seus
trabalhadores no exercício das respetivas funções, - Aditado pelos artigos 3.º e 4.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro.
sem prejuízo da responsabilidade cometida por lei ___________________________________
a outros sujeitos.
PARTE II
2 — À situação prevista no número anterior não
é aplicável o disposto no n.º 3 do artigo 551.º do Vínculo de emprego público
Código do Trabalho.
TÍTULO I
3 — A entidade empregadora pública tem di-
reito de regresso sobre o respetivo dirigente má- Trabalhador e empregador
ximo, em caso de negligência grave ou dolo, que
deverão ser apurados em processo disciplinar. CAPÍTULO I
___________________________________
Trabalhador
- Aditado pelos artigos 3.º e 4.º da Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro.
___________________________________
SECÇÃO I
Artigo 16.º-F Requisitos para a constituição do vínculo de
emprego público
Valores das coimas e sanções acessórias
1 — Para efeitos da determinação da coima Artigo 17.º
aplicável e tendo em conta a relevância dos inte-
Requisitos relativos ao trabalhador
resses violados, as contraordenações em matéria
de segurança e saúde no trabalho classificam-se 1 — Além de outros requisitos especiais que a
em leves, graves e muito graves. lei preveja, a constituição do vínculo de emprego
público depende da reunião, pelo trabalhador, dos
2 — A cada escalão de gravidade das contraor-
seguintes requisitos:
denações corresponde uma coima, variável em
função do grau de culpa do infrator, sendo aplicá- a) Nacionalidade portuguesa, quando não dis-
veis os limites mínimos e máximos previstos no ar- pensada pela Constituição, por convenção interna-
tigo 555.º do Código do Trabalho, sem prejuízo do cional ou por lei especial;
disposto no número seguinte.
______________________________________________________________________________
20
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

b) 18 anos de idade completos; Artigo 21.º


c) Não inibição do exercício de funções públicas Acumulação com outras funções públicas
ou não interdição para o exercício daquelas que se
1 — O exercício de funções públicas pode ser
propõe desempenhar;
acumulado com outras funções públicas não remu-
d) Robustez física e perfil psíquico indispensá- neradas, desde que a acumulação revista mani-
veis ao exercício das funções; festo interesse público.
e) Cumprimento das leis de vacinação obriga- 2 — O exercício de funções públicas pode ser
tória. acumulado com outras funções públicas remune-
radas, desde que a acumulação revista manifesto
2 — A nacionalidade portuguesa para o desem-
interesse público e apenas nos seguintes casos:
penho de funções públicas só pode ser exigida nas
situações previstas no n.º 2 do artigo 15.º da a) Participação em comissões ou grupos de tra-
Constituição. balho;
b) Participação em conselhos consultivos e em
Artigo 18.º
comissões de fiscalização ou outros órgãos colegi-
Grau académico ou título profissional ais de fiscalização ou controlo de dinheiros públi-
cos;
1 — O exercício de funções públicas pode ser
condicionado à titularidade de grau académico ou c) Atividades docentes ou de investigação de
título profissional, nos termos definidos nas nor- duração não superior à fixada em despacho dos
mas reguladoras das carreiras. membros do Governo responsáveis pelas áreas
das finanças, da Administração Pública e da edu-
2 — A falta do requisito previsto no número an- cação e que, sem prejuízo do cumprimento da du-
terior, quando exigível, determina a nulidade do ração semanal do trabalho, não se sobreponha em
vínculo de emprego público. mais de um quarto ao horário inerente à função
3 — A perda, a título definitivo, do grau ou do principal;
título referidos no n.º 1 determina a cessação do d) Realização de conferências, palestras, ações
vínculo de emprego público, por caducidade. de formação de curta duração e outras atividades
de idêntica natureza.
SECÇÃO II
Garantias de imparcialidade Artigo 22.º
Acumulação com funções ou atividades pri-
Artigo 19.º vadas
Incompatibilidades e impedimentos 1 — O exercício de funções públicas não pode
1 — No exercício das suas funções, os trabalha- ser acumulado com funções ou atividades priva-
dores em funções públicas estão exclusivamente das, exercidas em regime de trabalho autónomo
ao serviço do interesse público, tal como é defi- ou subordinado, com ou sem remuneração, con-
nido, nos termos da lei, pelos órgãos competentes correntes, similares ou conflituantes com as fun-
da Administração. ções públicas.

2 — Sem prejuízo de impedimentos previstos 2 — Para efeitos do disposto no artigo anterior,


na Constituição e noutros diplomas, os trabalhado- consideram-se concorrentes, similares ou conflitu-
res com vínculo de emprego público estão sujeitos antes com as funções públicas as atividades priva-
ao regime de incompatibilidades e impedimentos das que, tendo conteúdo idêntico ao das funções
previsto na presente secção. públicas desempenhadas, sejam desenvolvidas de
forma permanente ou habitual e se dirijam ao
Artigo 20.º mesmo círculo de destinatários.

Incompatibilidade com outras funções 3 — O exercício de funções públicas pode ser


acumulado com funções ou atividades privadas
As funções públicas são, em regra, exercidas que:
em regime de exclusividade.
a) Não sejam legalmente consideradas incom-
patíveis com as funções públicas;

______________________________________________________________________________
21
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

b) Não sejam desenvolvidas em horário sobre- Artigo 24.º


posto, ainda que parcialmente, ao das funções pú-
Proibições específicas
blicas;
1 — Os trabalhadores não podem prestar a ter-
c) Não comprometam a isenção e a imparciali-
ceiros, por si ou por interposta pessoa, em regime
dade exigidas pelo desempenho das funções públi-
de trabalho autónomo ou subordinado, serviços no
cas;
âmbito do estudo, preparação ou financiamento de
d) Não provoquem prejuízo para o interesse pú- projetos, candidaturas ou requerimentos que de-
blico ou para os direitos e interesses legalmente vam ser submetidos à sua apreciação ou decisão
protegidos dos cidadãos. ou à de órgãos ou serviços colocados sob sua di-
reta influência.
4 — No exercício das funções ou atividades pri-
vadas autorizadas, os trabalhadores da Adminis- 2 — Os trabalhadores não podem beneficiar,
tração Pública não podem praticar quaisquer atos pessoal e indevidamente, de atos ou tomar parte
contrários aos interesses do serviço a que perten- em contratos em cujo processo de formação inter-
cem ou com eles conflituantes. venham órgãos ou unidades orgânicas colocados
sob sua direta influência.
5 — A violação do disposto no número anterior
determina a revogação da autorização para acu- 3 — Para efeitos do disposto nos números ante-
mulação de funções, constituindo ainda infração riores, consideram-se colocados sob direta influên-
disciplinar grave. cia do trabalhador os órgãos ou serviços que:
a) Estejam sujeitos ao seu poder de direção,
Artigo 23.º
superintendência ou tutela;
Autorização para acumulação de funções
b) Exerçam poderes por ele delegados ou sub-
1 — A acumulação de funções nos termos pre- delegados;
vistos nos artigos anteriores depende de prévia au-
c) Tenham sido por ele instituídos, ou relativa-
torização da entidade competente.
mente a cujo titular tenha intervindo como repre-
2 — Do requerimento a apresentar para efeitos sentante do empregador público, para o fim especí-
de acumulação de funções devem constar as se- fico de intervir nos procedimentos em causa;
guintes indicações:
d) Sejam integrados, no todo ou em parte, por
a) Local do exercício da função ou atividade a trabalhadores por ele designados;
acumular;
e) Cujo titular ou trabalhadores neles integra-
b) Horário em que ela se deve exercer, quando dos tenham, há menos de um ano, sido beneficia-
aplicável; dos por qualquer vantagem remuneratória, ou ob-
tido menção relativa à avaliação do seu desempe-
c) Remuneração a auferir, quando aplicável; nho, em cujo procedimento ele tenha tido inter-
d) Natureza autónoma ou subordinada do tra- venção;
balho a desenvolver e respetivo conteúdo; f) Com ele colaborem, em situação de paridade
e) Justificação do manifesto interesse público hierárquica, no âmbito do mesmo órgão ou ser-
na acumulação, quando aplicável; viço.

f) Justificação da inexistência de conflito com as 4 — Para efeitos das proibições constantes dos
funções públicas, quando aplicável; n.ºs 1 e 2, é equiparado ao trabalhador:

g) Compromisso de cessação imediata da fun- a) O seu cônjuge, não separado de pessoas e


ção ou atividade acumulada, no caso de ocorrência bens, ascendentes e descendentes em qualquer
superveniente de conflito. grau, colaterais até ao segundo grau e pessoa que
com ele viva em união de facto;
3 — Compete aos titulares de cargos dirigentes,
sob pena de cessação da respetiva comissão de b) A sociedade em cujo capital o trabalhador de-
serviço, nos termos do respetivo estatuto, verificar tenha, direta ou indiretamente, por si mesmo ou
da existência de situações de acumulação de fun- conjuntamente com as pessoas referidas na alínea
ções não autorizadas, bem como fiscalizar o cum- anterior, uma participação não inferior a 10 %.
primento das garantias de imparcialidade no de- 5 — A violação dos deveres referidos nos n.ºs
sempenho de funções públicas. 1 e 2 constitui infração disciplinar grave.

______________________________________________________________________________
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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6 — Para efeitos do disposto no Código do Pro- 2 — As competências inerentes à qualidade de


cedimento Administrativo, os trabalhadores devem empregador público, na administração autárquica,
comunicar ao respetivo superior hierárquico, antes são exercidas:
de tomadas as decisões, praticados os atos ou ce-
a) Nos municípios, pelo presidente da câmara
lebrados os contratos referidos nos n.ºs 1 e 2, a
municipal;
existência das situações referidas no n.º 4.
b) Nas freguesias, pela junta de freguesia;
7 — É aplicável, com as necessárias adapta-
ções, o disposto no artigo 51.º do Código do Pro- c) Nos serviços municipalizados, pelo presi-
cedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto- dente do conselho de administração.
Lei n.º 442/91, de 15 de novembro, na redação
atual. CAPÍTULO III

CAPÍTULO II Planeamento e gestão dos recursos humanos

Empregador público Artigo 28.º

Artigo 25.º Planeamento da atividade e gestão dos re-


cursos humanos
Delimitação do empregador público
1 — O empregador público deve planear para
1 — O empregador público é o Estado ou outra cada exercício orçamental as atividades de natu-
pessoa coletiva pública que constitui vínculos de reza permanente ou temporária, tendo em consi-
emprego público nos termos da presente lei. deração a missão, as atribuições, a estratégia, os
objetivos fixados, as competências das unidades
2 — Há sucessão na posição jurídica de empre-
orgânicas e os recursos financeiros disponíveis.
gador público quando um trabalhador com vínculo
de emprego público com uma pessoa coletiva pú- 2 — O planeamento a que se refere o número
blica passa a exercer a sua atividade a título defi- anterior deve incluir eventuais alterações a intro-
nitivo para outra pessoa coletiva pública que esteja duzir nas unidades orgânicas flexíveis, bem como
sujeita à presente lei. o respetivo mapa de pessoal.
3 — Para efeitos de aplicação das regras do Có- 3 — Para efeitos de elaboração do plano anual
digo do Trabalho que dependem do número de tra- de recrutamento de cada departamento governa-
balhadores, o empregador público é equiparado à mental, o empregador público comunica à respe-
empresa. tiva secretaria-geral ou ao órgão ou serviço res-
ponsável pela gestão setorial dos recursos huma-
Artigo 26.º nos as respetivas necessidades de recrutamento
de trabalhadores sem vínculo de emprego público
Pluralidade de empregadores públicos
ou com vínculo de emprego público a termo, espe-
1 — Os empregadores públicos podem celebrar cificando o número de postos de trabalho que pre-
contratos de trabalho em regime da pluralidade de tende ocupar, procedendo à sua caraterização.
empregadores nos termos do Código do Trabalho.
4 — Os elementos referidos nos números ante-
2 — Para efeitos do regime referido no número riores devem acompanhar a proposta de orça-
anterior, os empregadores públicos consideram-se mento.
sempre em relação de colaboração. ___________________________________
- Alterado pelo artigo 4.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
Artigo 27.º ___________________________________

Exercício das competências inerentes à qua-


Artigo 29.º
lidade de empregador público
Mapas de pessoal
1 — As competências inerentes à qualidade de
empregador público, na administração direta e in- 1 — Os órgãos e serviços preveem anualmente
direta do Estado, são exercidas: o respetivo mapa de pessoal, tendo em conta as
atividades, de natureza permanente ou temporá-
a) Na administração direta, pelo dirigente má-
ria, a desenvolver durante a sua execução.
ximo do órgão ou serviço;
2 — O mapa de pessoal contém a indicação do
b) Na administração indireta, pelo órgão de di-
número de postos de trabalho de que o órgão ou
reção da pessoa coletiva pública.

______________________________________________________________________________
23
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

serviço carece para o desenvolvimento das respe- permanente ou transitória da atividade, tal como
tivas atividades, caracterizados em função: consta do mapa de pessoal.
a) Da atribuição, competência ou atividade que 3 — O recrutamento é feito por procedimento
o seu ocupante se destina a cumprir ou a executar; concursal restrito aos trabalhadores detentores de
um vínculo de emprego público por tempo indeter-
b) Do cargo ou da carreira e categoria que lhes
minado.
correspondam;
4 — O órgão ou serviço pode ainda recrutar tra-
c) Dentro de cada carreira e, ou, categoria,
balhadores com vínculo de emprego público a
quando imprescindível, da área de formação aca-
termo ou sem vínculo de emprego público, medi-
démica ou profissional de que o seu ocupante deva
ante procedimento concursal a que possam con-
ser titular;
correr os trabalhadores com e sem vínculo de em-
d) Do perfil de competências transversais da prego público, aberto ao abrigo e nos limites cons-
respetiva carreira ou categoria, regulamentado por tantes do mapa anual global aprovado pelo despa-
portaria do membro do Governo responsável pela cho a que se refere o n.º 6.
área da Administração Pública e complementado
5 — Durante a fase de preparação do Orça-
com as competências associadas à especificidade
mento do Estado e para efeitos de aprovação do
do posto de trabalho.
plano anual de recrutamentos previsto no n.º 3 do
3 — Nos órgãos e serviços desconcentrados, o artigo 28.º, as secretarias-gerais ou os órgãos ou
mapa de pessoal é desdobrado em tantos mapas serviços responsáveis pela gestão sectorial de re-
quantas as unidades orgânicas desconcentradas. cursos humanos elaboram e remetem aos mem-
bros do Governo responsáveis pelas áreas das fi-
4 — O mapa de pessoal é aprovado pela enti- nanças e da Administração Pública uma proposta
dade competente para a aprovação da proposta de setorial de recrutamentos, com base nas necessi-
orçamento, sendo afixado no órgão ou serviço e dades identificadas, fundamentada e validada pelo
inserido em página eletrónica. membro do Governo responsável pela respetiva
5 — As alterações aos mapas de pessoal que área, consideradas:
impliquem um aumento de postos de trabalho ca- a) A demonstração de existência de disponibili-
recem de autorização prévia do membro do Go- dades orçamentais;
verno de que dependa o órgão ou o serviço, de
cabimento orçamental e do reconhecimento da sua b) A identificação das prioridades definidas na
sustentabilidade futura pelo membro do Governo área governamental, com demonstração das polí-
responsável pela área das finanças. ticas públicas a prosseguir;

6 — O disposto no número anterior não é apli- c) A identificação das áreas com maior carência
cável à alteração do mapa de pessoal que decorra de recursos humanos, por carreira e categoria.
do direito de ocupação de posto de trabalho no ór-
6 — Após a aprovação e entrada em vigor do
gão ou serviço pelo trabalhador que, nos termos
Orçamento do Estado, os membros do Governo
legais, a este deva regressar.
responsáveis pelas áreas das finanças e da Admi-
7 — A alteração dos mapas de pessoal que im- nistração Pública aprovam, durante o primeiro tri-
plique redução de postos de trabalho fundamenta- mestre do respetivo ano orçamental, por despacho
se em reorganização do órgão ou serviço nos ter- publicado no Diário da República, o mapa anual
mos legalmente previstos, devendo cessar, em pri- global consolidado de recrutamentos autorizados,
meiro lugar, os vínculos de emprego público a contendo os postos de trabalho discriminados por:
termo.
a) Departamento governamental;

Artigo 30.º b) Órgão ou serviço;

Preenchimento dos postos de trabalho c) Carreira e categoria;

1 — O órgão ou serviço pode promover o recru- d) Modalidade de vinculação;


tamento dos trabalhadores necessários ao preen-
e) Tempo indeterminado ou a termo.
chimento dos postos de trabalho previstos no
mapa de pessoal, nos termos do presente artigo. 7 — Em casos excecionais, devidamente funda-
mentados, os membros do Governo responsáveis
2 — O recrutamento deve ser feito por tempo
pelas áreas das finanças e da Administração Pública
indeterminado ou a termo, consoante a natureza
podem autorizar a realização de procedimentos

______________________________________________________________________________
24
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

concursais para além dos limites fixados no mapa 5 — Quando não seja utilizada a totalidade das
anual global a que se refere o número anterior. verbas orçamentais destinadas a suportar o tipo de
encargos referido na alínea b) e c) do n.º 1, a parte
8 — O recrutamento de trabalhadores com vín-
remanescente acresce às destinadas a suportar o
culo de emprego público a termo ou sem vínculo
tipo de encargos referido na alínea d) do mesmo
de emprego público pode ainda ocorrer noutras si-
número.
tuações especialmente previstas na lei, em razão
de aptidão científica, técnica ou artística, devida- 6 — No decurso da execução orçamental, os
mente fundamentada, precedido de autorização montantes orçamentados a que se referem as alí-
dos membros do Governo referidos no número an- neas b), c) e d) do número anterior não podem ser
terior. utilizados para suprir eventuais insuficiências orça-
mentais no âmbito das restantes despesas com
9 — O despacho autorizador a que se referem
pessoal.
os números anteriores é expressamente mencio-
nado no procedimento de recrutamento. 7 — Em caso de desocupação permanente de
postos de trabalho previstos no mapa de pessoal e
10 — O preenchimento dos postos de trabalho
anteriormente ocupados, podem as corresponden-
pode ainda ocorrer por consolidação de mobilidade
tes verbas orçamentais acrescer ao montante pre-
ou de cedência de interesse público, nos termos
visto para os encargos com o recrutamento de tra-
previstos na presente lei.
balhadores.
___________________________________
- Alterado pelo artigo 4.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio. Artigo 32.º
___________________________________
Celebração de contratos de prestação de
Artigo 31.º serviço

Orçamentação e gestão das despesas com 1 — A celebração de contratos de tarefa e


pessoal avença apenas pode ter lugar quando, cumulativa-
mente:
1 — O orçamento dos órgãos ou serviços deve
prever os seguintes encargos relativos aos traba- a) Se trate da execução de trabalho não subor-
lhadores: dinado, para a qual se revele inconveniente o re-
curso a qualquer modalidade de vínculo de em-
a) Encargos relativos a remunerações; prego público;
b) Encargos relativos aos postos de trabalho b) Seja observado o regime legal de aquisição
previstos nos mapas de pessoal aprovados e para de serviços;
os quais se preveja recrutamento;
c) Seja comprovada pelo prestador do serviço a
c) Encargos com alterações do posicionamento regularidade da sua situação fiscal e perante a se-
remuneratório; gurança social.
d) Encargos relativos a prémios de desempe- 2 — Sem prejuízo dos requisitos referidos nas
nho. alíneas b) e c) do número anterior, a celebração de
2 — Compete ao dirigente máximo do órgão ou contratos de tarefa e de avença depende de prévio
serviço decidir sobre o montante máximo de cada parecer favorável dos membros do Governo res-
um dos tipos de encargos, podendo optar, sem ponsáveis pelas áreas das finanças e da Adminis-
prejuízo do disposto no n.º 7 do artigo 156.º, pela tração Pública, relativamente à verificação do re-
afetação integral das verbas orçamentais corres- quisito previsto na alínea a) do número anterior,
pondentes a apenas um dos tipos. sendo os termos e tramitação desse parecer regu-
lados por portaria dos mesmos membros do Go-
3 — A decisão referida no número anterior é verno.
tomada no prazo de 15 dias após o início da exe-
cução do orçamento, devendo discriminar as ver- 3 — Os membros do Governo a que se refere o
bas afetas a cada tipo de encargo. número anterior podem, excecionalmente, autori-
zar a celebração de um número máximo de con-
4 — A decisão referida nos números anteriores tratos de tarefa e de avença, em termos a definir
pode ser alterada ao longo da execução orçamen- na portaria prevista no número anterior, desde
tal, de acordo com o disposto nos números seguin- que, a par do cumprimento do disposto no n.º 1,
tes. não sejam excedidos os prazos contratuais inicial-
mente previstos e os encargos financeiros globais

______________________________________________________________________________
25
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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anuais, que devam suportar os referidos contratos, carreiras de complexidade funcional classificadas
estejam inscritos na respetiva rubrica do orça- de grau 1 ou 2.
mento do órgão ou do serviço.
Artigo 34.º
4 — A verificação, através de relatório de audi-
toria efetuada pela IGF em articulação com a Dire- Exigência de nível habilitacional
ção-Geral da Administração e do Emprego Público
(DGAEP), da vigência de contratos de prestação de 1 — Sem prejuízo do disposto nos números se-
serviço para execução de trabalho subordinado guintes, pode apenas ser candidato ao procedi-
equivale ao reconhecimento pelo órgão ou serviço mento quem seja titular do nível habilitacional e,
da necessidade de ocupação de um posto de tra- quando aplicável, da área de formação, correspon-
balho com recurso à constituição de um vínculo de dentes ao grau de complexidade funcional da car-
emprego público por tempo indeterminado ou a reira e categoria caracterizadoras do posto de tra-
termo, conforme caracterização resultante da- balho para cuja ocupação o procedimento é publi-
quela auditoria, determinando: citado.

a) A alteração do mapa de pessoal do órgão ou 2 — Excecionalmente, a publicitação do proce-


serviço, por forma a prever aquele posto de traba- dimento pode prever a possibilidade de candida-
lho; tura de quem, não sendo titular da habilitação exi-
gida, considere dispor da formação e, ou, experi-
b) A publicitação de procedimento concursal ência profissionais necessárias e suficientes para a
para constituição de vínculo de emprego público, substituição daquela habilitação.
nos termos previstos na presente lei.
3 — A substituição da habilitação nos termos
referidos no número anterior não é admissível
TÍTULO II
quando, para o exercício de determinada profissão
Formação do vínculo ou função, implicadas na caracterização dos postos
de trabalho em causa, lei especial exija título ou o
CAPÍTULO I preenchimento de certas condições.

Recrutamento 4 — O júri analisa, preliminarmente, a formação


e, ou, a experiência profissionais e delibera sobre a
Artigo 33.º admissão do candidato ao procedimento concursal.

Procedimento concursal 5 — Em caso de admissão, a deliberação, acom-


panhada do teor integral da sua fundamentação, é
1 — O recrutamento é decidido pelo dirigente notificada aos restantes candidatos.
máximo do órgão ou serviço.
2 — O recrutamento é feito por procedimento Artigo 35.º
concursal publicitado, designadamente através de Outros requisitos de recrutamento
publicação na 2.ª série do Diário da República.
1 — Podem candidatar-se a procedimento des-
3 — Da publicitação do procedimento concursal tinado ao recrutamento para carreiras unicategori-
consta a referência ao número de postos de traba- ais ou para a categoria inferior de carreiras pluri-
lho a ocupar e respetiva caracterização, de acordo categoriais:
com atribuição, competência ou atividade, car-
reira, categoria e, quando imprescindível, área de a) Trabalhadores integrados na mesma car-
formação académica ou profissional que lhes cor- reira, a cumprir ou a executar diferente atribuição,
respondam. competência ou atividade, do órgão ou serviço em
causa;
4 — Para os efeitos do disposto no número an-
terior, a publicitação do procedimento faz referên- b) Trabalhadores integrados na mesma car-
cia: reira, a cumprir ou a executar qualquer atribuição,
competência ou atividade, de outro órgão ou ser-
a) À área de formação académica, quando viço ou que se encontrem em situação de requali-
exista mais do que uma no mesmo nível habilita- ficação;
cional, nas carreiras de complexidade funcional
classificadas de grau 3; c) Trabalhadores integrados em outras carrei-
ras;
b) À área de formação profissional quando a in-
tegração na carreira não dependa, ou não dependa d) Sendo o caso, trabalhadores que exerçam os
exclusivamente, de habilitações literárias, nas respetivos cargos em comissão de serviço ou que
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26
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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sejam sujeitos de outros vínculos de emprego pú- público por tempo indeterminado, cujos candida-
blico a termo e indivíduos sem vínculo de emprego tos sejam exclusivamente trabalhadores com vín-
público previamente constituído. culo de emprego público por tempo indeterminado
previamente constituído.
2 — Sem prejuízo do disposto em lei especial,
podem ainda candidatar-se a procedimento desti- 6 — O empregador público pode limitar-se a uti-
nado ao recrutamento para categorias superiores lizar o método de seleção avaliação curricular nos
de carreiras pluricategoriais trabalhadores integra- procedimentos concursais para constituição de
dos na mesma carreira, em diferente categoria, do vínculos de emprego público a termo.
órgão ou serviço em causa, que se encontrem a
cumprir ou a executar idêntica atribuição, compe- Artigo 37.º
tência ou atividade.
Tramitação do procedimento concursal
Artigo 36.º 1 — O procedimento concursal é simplificado e
urgente, obedecendo aos seguintes princípios:
Métodos de seleção
a) A composição do júri do procedimento inte-
1 — Sem prejuízo do disposto nos números se-
gra trabalhadores do empregador público, de outro
guintes, são métodos de seleção obrigatórios os
órgão ou serviço e, quando a área de formação
seguintes:
exigida revele a sua conveniência, de entidades
a) Provas de conhecimentos, destinadas a ava- privadas;
liar as competências técnicas necessárias ao exer-
b) Não há atos ou listas preparatórias da orde-
cício da função;
nação final dos candidatos;
b) Avaliação psicológica, destinada a avaliar as
c) A ordenação final dos candidatos é unitária,
restantes competências exigíveis ao exercício da
ainda que lhes tenham sido aplicados métodos de
função.
seleção diferentes;
2 — No recrutamento de candidatos que estejam
d) O recrutamento efetua-se pela ordem de-
a cumprir ou a executar a atribuição, competência ou
crescente da ordenação final dos candidatos colo-
atividade caracterizadoras do posto de trabalho em
cados em situação de requalificação e, esgotados
causa, bem como no recrutamento de candidatos em
estes, dos restantes candidatos.
situação de requalificação que, imediatamente antes,
tenham desempenhado aquela atribuição, compe- e) A tramitação do procedimento concursal e a
tência ou atividade, os métodos de seleção são os aplicação dos métodos de seleção é realizada refe-
seguintes: rencialmente por meios eletrónicos.
a) Avaliação curricular, incidente especialmente 2 — A tramitação do procedimento concursal,
sobre as funções desempenhadas na categoria e incluindo a do procedimento destinado à constitui-
no cumprimento ou execução da atribuição, com- ção de reservas de recrutamento para satisfação
petência ou atividade em causa e o nível de de- de necessidades futuras do empregador público e
sempenho nelas alcançado; a do procedimento de recrutamento centralizado
para satisfação de necessidades de um conjunto
b) Entrevista de avaliação das competências
de empregadores públicos, é regulamentada por
exigíveis ao exercício da função.
portaria do membro do Governo responsável pela
3 — Os métodos referidos no número anterior po- área da Administração Pública.
dem ser afastados pelos candidatos através de de-
3 — Quando a tramitação fixada nos termos do
claração escrita, aplicando-se-lhes, nesse caso, os
número anterior se revelar desadequada, pode a
métodos previstos para os restantes candidatos.
tramitação do procedimento concursal para car-
4 — Podem ainda ser adotados, facultativa- reira especial ser regulamentada por portaria do
mente, outros métodos de seleção, designada- membro do Governo responsável pela área da Ad-
mente o estágio profissional ou outros métodos le- ministração Pública e do membro do Governo que
galmente previstos. exerça poderes de direção, superintendência ou
tutela sobre o órgão ou serviço em cujo mapa de
5 — Sem prejuízo do disposto em lei especial,
pessoal se contenha a previsão da carreira.
o empregador público pode limitar-se a utilizar os ___________________________________
métodos de seleção referidos na alínea a) do n.º 1
e na alínea a) do n.º 2, nos procedimentos concur- - Alterado pelo artigo 330.º da Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro.
___________________________________
sais para constituição de vínculo de emprego

______________________________________________________________________________
27
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 38.º 8 — O empregador público não pode propor po-


sição inferior à 4.ª posição remuneratória ao can-
Determinação do posicionamento remune-
didato que seja titular de grau académico de dou-
ratório
tor quando esteja em causa o recrutamento de tra-
1 — Quando esteja em causa posto de trabalho balhador para posto de trabalho com conteúdo
relativamente ao qual a modalidade de vínculo de funcional correspondente ao da carreira geral de
emprego público seja o contrato, o posicionamento técnico superior.
do trabalhador recrutado numa das posições re-
9 — Após o encerramento do procedimento
muneratórias da categoria é objeto de negociação
concursal, a documentação relativa ao respetivo
com o empregador público, a qual tem lugar:
processo negocial é pública e de livre acesso.
a) Imediatamente após o termo do procedi-
10 — O disposto nos números anteriores pode
mento concursal; ou
ser aplicável, mediante lei especial, quando esteja
b) Aquando da aprovação em curso de forma- em causa posto de trabalho relativamente ao qual
ção específico ou da aquisição de certo grau aca- a modalidade do vínculo de emprego público seja
démico ou de certo título profissional, nos termos a nomeação.
da alínea c) do n.º 4 do artigo 84.º, que decorram
11 — Não dispondo da faculdade prevista no
antes da celebração do contrato.
número anterior, o posicionamento do trabalhador
2 — Para os efeitos do disposto na alínea d) do nomeado tem lugar na ou numa das posições re-
n.º 1 do artigo anterior, a negociação com os can- muneratórias da categoria que tenham sido publi-
didatos colocados em situação de requalificação citadas.
antecede a que tenha lugar com os restantes can- ___________________________________
didatos. - Alterado pelo art.º 2.º do Decreto-Lei n.º 51/2022, de 26 de julho.
___________________________________
3 — A negociação entre o empregador público
e cada um dos candidatos efetua-se por escrito,
Artigo 39.º
pela ordem em que figurem na ordenação final,
devendo os trabalhadores com vínculo de emprego Curso de Estudos Avançados em Gestão Pú-
público informar previamente o empregador da blica
carreira, da categoria e da posição remuneratória
que detêm nessa data. (Revogado.)
___________________________________
4 — Em casos excecionais, devidamente funda- - Revogado pelo art.º 330.º da Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro.
mentados, designadamente quando o elevado nú- ___________________________________
mero de candidatos torne a negociação impraticá-
vel, o empregador público pode optar por enviar Artigo 39.º-A
uma proposta de adesão a um determinado posi-
cionamento remuneratório a todos os candidatos. Programa de capacitação avançada para tra-
balhadores em funções públicas
5 — O acordo ou a proposta de adesão são
objeto de fundamentação escrita pelo empregador 1 — O recrutamento centralizado para a car-
público. reira geral de técnico superior é seguido de um
programa de capacitação avançada, abreviada-
6 — Sem prejuízo do disposto no número se- mente designado CAT.
guinte, a falta de acordo com um candidato deter-
mina a negociação com o que se lhe siga na orde- 2 — O CAT é de frequência obrigatória para os
nação final dos candidatos, não podendo ser pro- técnicos superiores colocados nos diversos órgãos e
posto ao candidato subsequente na ordenação po- serviços na sequência do recrutamento centrali-
sicionamento remuneratório superior ao máximo zado, constituindo, nestes casos, a formação inicial
proposto e não aceite por qualquer dos candidatos prevista no artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 86-
que o antecedam naquela ordenação. A/2016, de 29 de dezembro, que integra o período
experimental nos termos previstos nesta lei, e visa
7 — O empregador público não pode propor a assegurar elevados níveis de qualificação dos traba-
primeira posição remuneratória ao candidato que lhadores em domínios comuns a toda a Administra-
seja titular de licenciatura ou de grau académico ção Pública, assim como em domínios especializa-
superior quando esteja em causa o recrutamento dos para os diferentes perfis profissionais.
de trabalhador para posto de trabalho com conte-
údo funcional correspondente ao da carreira geral 3 — O CAT pode ser igualmente frequentado
de técnico superior. por trabalhadores a integrar na carreira geral de

______________________________________________________________________________
28
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

técnico superior recrutados através de outra mo- 4 — O n.º 2 não é aplicável às carreiras de grau
dalidade de procedimento concursal, assim como de complexidade 3 em que se exija a titularidade
por outros trabalhadores e dirigentes, nos termos de grau de doutor ou a obtenção do referido grau
a definir na portaria a que se refere o número se- académico seja valorizado no desenvolvimento das
guinte. mesmas.
___________________________________
4 — O CAT é regulamentado por portaria do
membro do Governo responsável pela área da Ad- - Aditado pelo art.º 3.º do Decreto-Lei n.º 51/2022, de 26 de julho.
___________________________________
ministração Pública, competindo à Direção-Geral
da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Pú-
blicas (INA), em articulação com os empregadores CAPÍTULO II
públicos, assegurar a sua execução. Forma, período experimental e invalidades
___________________________________
- Aditado pelo art.º 330.º da Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro. SECÇÃO I
___________________________________
Forma
Artigo 39.º-B
Artigo 40.º
Obtenção de grau de doutor
Forma do contrato de trabalho em funções
1 — O trabalhador com vínculo de emprego pú- públicas
blico, integrado na carreira geral de técnico supe-
rior, que tenha ou venha a obter o grau de doutor 1 — O contrato está sujeito à forma escrita e
é posicionado: dele deve constar a assinatura das partes.

a) Na 4.ª posição remuneratória, nível 23 da 2 — Do contrato devem ainda constar, pelo me-
tabela remuneratória única ou; nos, as seguintes indicações:

b) Na posição remuneratória imediatamente a) Nome ou denominação e domicílio ou sede


seguinte àquela em que se encontra, quando já es- dos contraentes;
teja posicionado na 4.ª posição remuneratória ou b) Modalidade de contrato e respetivo termo
superior. quando aplicável;
2 — O trabalhador com vínculo de emprego pú- c) Atividade contratada, carreira, categoria e
blico, integrado em carreira de grau de complexi- remuneração do trabalhador;
dade 3, que tenha ou venha a obter o grau de dou-
tor é posicionado: d) Local e período normal de trabalho;

a) Na posição remuneratória, ainda que auto- e) Data do início da atividade;


maticamente criada para o efeito, correspondente f) Data de celebração do contrato;
ao nível 23 da tabela remuneratória única quando
a atual remuneração seja inferior; g) Identificação da entidade que autorizou a
contratação.
b) Na posição remuneratória imediatamente
seguinte àquela em que se encontra, no âmbito da 3 — Na falta da indicação exigida pela alínea e)
mesma categoria, quando já esteja posicionado do número anterior, considera-se que o contrato
numa posição remuneratória a que corresponda o tem início na data da sua celebração.
nível 23 da tabela remuneratória única ou supe-
4 — Quando o contrato não contenha a assina-
rior.
tura das partes ou qualquer das indicações referi-
3 — Sempre que da aplicação do disposto nos das no n.º 2, o empregador público deve proceder
números anteriores o trabalhador altere o seu po- à sua correção, no prazo de 30 dias, a contar da
sicionamento remuneratório para a posição imedi- data de requerimento do trabalhador para o efeito.
atamente seguinte àquela em que se encontra, ou
5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, os
para uma posição remuneratória automaticamente
membros do Governo responsáveis pelas áreas
criada para o efeito inferior à posição imediata-
das finanças e da Administração Pública podem,
mente seguinte àquela em que se encontra, o tra-
por portaria, aprovar modelos oficiais de contratos,
balhador mantém os pontos e correspondentes
bem como prever a sua informatização e desma-
menções qualitativas de avaliação do desempenho
terialização.
para efeitos de futura alteração de posicionamento
remuneratório.

______________________________________________________________________________
29
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 41.º determinados, pela entidade competente para a


assinatura do respetivo termo.
Forma da nomeação
3 — Nos casos de ausência no âmbito do regime
1 — A nomeação reveste a forma de despacho
da parentalidade e de faltas por acidente de traba-
e pode consistir em mera declaração de concor-
lho ou doença profissional, o prazo previsto no n.º
dância com proposta ou informação anterior que,
1 é automaticamente prorrogado para o termo
neste caso, faz parte integrante do ato.
destas situações.
2 — Do despacho de nomeação consta a refe-
rência às normas legais habilitantes e à existência Artigo 44.º
de adequado cabimento orçamental.
Efeitos da aceitação
Artigo 42.º 1 — A aceitação determina o início de funções
para todos os efeitos legais, designadamente os de
Aceitação da nomeação
perceção de remuneração e de contagem do tempo
1 — A aceitação é o ato público e pessoal pelo de serviço.
qual o nomeado declara aceitar a nomeação.
2 — Nos casos de ausência por maternidade,
2 — A aceitação é titulada pelo respetivo termo, paternidade ou adoção e de faltas por acidente de
de modelo aprovado por portaria do membro do trabalho ou doença profissional, a perceção de re-
Governo responsável pela área da Administração muneração decorrente de nomeação definitiva re-
Pública. troage à data da publicitação do ato de aceitação.

3 — No ato de aceitação, o trabalhador presta 3 — Nos casos previstos no n.º 3 do artigo an-
o seguinte compromisso de honra: terior, a contagem do tempo de serviço decorrente
de nomeação definitiva retroage à data da publici-
«Afirmo solenemente que cumprirei as funções tação do respetivo ato.
que me são confiadas com respeito pelos deveres
que decorrem da Constituição e da lei.»
SECÇÃO II
4 — O termo de aceitação é assinado pelo órgão
Período experimental
competente para a nomeação.
5 — A competência prevista no número anterior Artigo 45.º
pode, a solicitação do órgão ou serviço, ainda que
Regras gerais
por iniciativa do trabalhador, ser exercida no es-
trangeiro pela autoridade diplomática ou consular. 1 — O período experimental corresponde ao
tempo inicial de execução das funções do trabalha-
6 — A entidade competente para a assinatura
dor, nas modalidades de contrato de trabalho em
do termo de aceitação não pode, sob pena de res-
funções públicas e de nomeação, e destina-se a
ponsabilidade civil, financeira e disciplinar, recu-
comprovar se o trabalhador possui as competên-
sar-se a fazê-lo.
cias exigidas pelo posto de trabalho que vai ocu-
7 — Sem prejuízo do disposto em lei especial, par.
a falta de aceitação do nomeado determina a ca-
2 — O período experimental tem duas modali-
ducidade automática do ato de nomeação, o qual
dades:
não pode ser repetido no procedimento em que foi
praticado. a) Período experimental do vínculo, que corres-
ponde ao tempo inicial de execução do vínculo de
Artigo 43.º emprego público;
Prazo para aceitação b) Período experimental de função, que corres-
ponde ao tempo inicial de desempenho de nova
1 — Sem prejuízo do disposto em lei especial,
função em diferente posto de trabalho, por traba-
o prazo para aceitação da nomeação é de 20 dias,
lhador que já seja titular de um vínculo de em-
a contar, de forma contínua, da data da publicita-
prego público por tempo indeterminado.
ção do ato de nomeação.
3 — Concluído sem sucesso o período experi-
2 — Em casos devidamente justificados, desig-
mental do vínculo, este cessa os seus efeitos au-
nadamente de doença e férias, o prazo previsto no
tomaticamente, sem direito a qualquer indemniza-
número anterior pode ser prorrogado, por períodos
ção ou compensação.

______________________________________________________________________________
30
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

4 — Concluído sem sucesso o período experi- Artigo 48.º


mental de função, o trabalhador regressa à situa-
Tempo de serviço durante o período experi-
ção jurídico-funcional que detinha anteriormente.
mental
5 — Por ato fundamentado da entidade compe-
1 — O período experimental é tido em conta,
tente, o período experimental pode ser feito cessar
para todos os efeitos legais, como tempo de ser-
antes do respetivo termo, quando o trabalhador
viço efetivo.
manifestamente revele não possuir as competên-
cias exigidas pelo posto de trabalho que ocupa. 2 — O tempo de serviço decorrido no período
experimental por trabalhador titular de um vínculo
Artigo 46.º de emprego público por tempo indeterminado é
contado, para todos os efeitos legais, nos seguin-
Avaliação do trabalhador durante o período
tes termos:
experimental
a) No caso de período experimental concluído
1 — Durante o período experimental, o traba-
com sucesso, na carreira e categoria onde tenha
lhador é acompanhado por um júri, especialmente
decorrido.
constituído para o efeito, que procede, no final, à
avaliação do trabalhador. b) No caso de período experimental concluído
sem sucesso, na carreira e categoria à qual o tra-
2 — Nos vínculos de emprego público a termo,
balhador regresse, quando seja o caso.
o júri do período experimental é substituído pelo
superior hierárquico imediato do trabalhador.
Artigo 49.º
3 — A avaliação final toma em consideração os
Duração do período experimental
elementos que o júri tenha recolhido, o relatório
que o trabalhador deve apresentar e os resultados 1 — No contrato de trabalho em funções públi-
das ações de formação frequentadas. cas por tempo indeterminado, o período experi-
mental tem a seguinte duração:
4 — A avaliação final traduz-se numa escala de
0 a 20 valores, considerando-se concluído com su- a) 90 dias, para os trabalhadores integrados na
cesso o período experimental quando o trabalha- carreira de assistente operacional e noutras carrei-
dor tenha obtido uma avaliação não inferior a 14 ras ou categorias com idêntico grau de complexi-
ou a 12 valores, consoante se trate ou não, respe- dade funcional;
tivamente, de carreira ou categoria de grau 3 de
complexidade funcional. b) 180 dias, para os trabalhadores integrados
na carreira de assistente técnico e noutras carrei-
5 — O termo do período experimental é assina- ras ou categorias com idêntico grau de complexi-
lado por ato escrito, que deve indicar o resultado dade funcional;
da avaliação final.
c) 240 dias, para os trabalhadores integrados
6 — As regras previstas na lei geral sobre pro- na carreira de técnico superior e noutras carreiras
cedimento concursal para efeitos de recrutamento ou categorias com idêntico grau de complexidade
de trabalhadores são aplicáveis, com as necessá- funcional.
rias adaptações, à constituição, composição, fun-
cionamento e competência do júri, bem como à 2 — No contrato de trabalho em funções públi-
homologação e impugnação administrativa dos re- cas a termo, o período experimental tem a se-
sultados da avaliação final. guinte duração:
a) 30 dias, no contrato a termo certo de dura-
Artigo 47.º ção igual ou superior a seis meses e no contrato a
termo incerto cuja duração se preveja vir a ser su-
Denúncia pelo trabalhador
perior àquele limite.
Durante o período experimental, o trabalhador
b) 15 dias, no contrato a termo certo de dura-
pode denunciar o contrato sem aviso prévio nem
ção inferior a seis meses e no contrato a termo
necessidade de invocação de justa causa, não ha-
incerto cuja duração se preveja não vir a ser supe-
vendo direito a indemnização.
rior àquele limite.
3 — Na falta de lei especial em contrário, o pe-
ríodo experimental na nomeação definitiva tem a
duração de um ano.

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31
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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4 — Os diplomas que disponham sobre carrei- Artigo 53.º


ras especiais podem estabelecer outra duração
Efeitos da invalidade
para o respetivo período experimental.
1 — O vínculo de emprego público declarado
Artigo 50.º nulo ou anulado produz efeitos como válido em re-
lação ao tempo em que seja executado.
Contagem do período experimental
2 — Ao ato modificativo de vínculo que seja in-
1 — O período experimental começa a contar-
válido aplica-se o disposto no número anterior,
se a partir do início da execução da prestação pelo
desde que não afete as garantias do trabalhador
trabalhador, compreendendo as ações de forma-
em funções públicas.
ção ministradas pelo empregador público ou fre-
quentadas por determinação deste, desde que não 3 — A nulidade ou a anulação parcial não de-
excedam metade do período experimental. termina a invalidade de todo o vínculo, salvo
quando se mostre que este não teria sido consti-
2 — Para efeitos da contagem do período expe-
tuído sem a parte viciada.
rimental, não são tidos em conta os dias de faltas,
ainda que justificadas, de licença e de dispensa, 4 — A parte do conteúdo do vínculo de emprego
bem como de suspensão do vínculo. público que viole normas imperativas considera-se
substituída por estas.
Artigo 51.º
Artigo 54.º
Redução e exclusão do período experimental
e denúncia do contrato Invalidade e cessação do vínculo
1 — A duração do período experimental pode 1 — Ao facto extintivo ocorrido antes da declara-
ser reduzida por instrumento de regulamentação ção de nulidade ou anulação do vínculo de emprego
coletiva de trabalho. público aplicam-se as normas sobre cessação.
2 — O período experimental não pode ser ex- 2 — Se for declarado nulo ou anulado o vínculo
cluído por instrumento de regulamentação coletiva a termo que já tenha cessado, a indemnização tem
de trabalho. por limite o valor estabelecido nos artigos 301.º e
305.º respetivamente para despedimento ilícito ou
3 — São nulas as disposições do contrato ou de
de denúncia sem aviso prévio.
instrumento de regulamentação coletiva de traba-
lho que estabeleçam qualquer indemnização em 3 — À invocação de invalidade pela parte de má-
caso de denúncia do vínculo durante o período ex- fé, estando a outra de boa-fé, seguida de imediata
perimental. cessação da prestação de trabalho, aplica-se o re-
gime da indemnização prevista nos artigos 300.º e
SECÇÃO III 305.º respetivamente para o despedimento ilícito
ou para a denúncia sem aviso prévio.
Invalidade do vínculo de emprego público
4 — Para efeitos do previsto no número ante-
Artigo 52.º rior, a má-fé consiste na constituição ou na manu-
tenção do vínculo com o conhecimento da causa
Causas específicas de invalidade do vínculo de invalidade.
de emprego público
Para além das causas comuns, são causas es- Artigo 55.º
pecíficas de invalidade total ou parcial do vínculo Convalidação
de emprego público as seguintes:
Cessando a causa da invalidade durante a exe-
a) Declaração de nulidade ou anulação da deci- cução do vínculo de emprego público, este consi-
são final do procedimento concursal que deu ori- dera-se convalidado desde o início da execução.
gem à constituição do vínculo;
b) Declaração de nulidade ou anulação da deci-
são final do procedimento concursal que deu ori-
gem à ocupação de novo posto de trabalho pelo
trabalhador.

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32
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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TÍTULO III b) Substituição direta ou indireta de trabalha-


dor em relação ao qual esteja pendente em juízo
Modalidades especiais de vínculo de em-
ação de apreciação da licitude do despedimento;
prego público
c) Substituição direta ou indireta de trabalhador
CAPÍTULO I em situação de licença sem remuneração;

Contrato de trabalho em funções públicas a d) Substituição de trabalhador a tempo com-


termo resolutivo pleto que passe a prestar trabalho a tempo parcial
por período determinado;
Artigo 56.º e) Para assegurar necessidades urgentes de
Regras gerais funcionamento das entidades empregadoras públi-
cas;
1 — Ao contrato de trabalho em funções públi-
cas pode ser aposto termo resolutivo, certo ou in- f) Execução de tarefa ocasional ou serviço deter-
certo, nos termos previstos nos artigos seguintes. minado precisamente definido e não duradouro;

2 — Em tudo o que não seja regulado na pre- g) Para o exercício de funções em estruturas
sente lei, aplica-se subsidiariamente ao vínculo de temporárias das entidades empregadoras públicas;
emprego público a termo resolutivo o regime do h) Para fazer face ao aumento excecional e
Código do Trabalho, no que não seja incompatível temporário da atividade do órgão ou serviço;
com o disposto na presente lei.
i) Para o desenvolvimento de projetos não in-
3 — O regime do contrato de trabalho em fun- seridos nas atividades normais dos órgãos ou ser-
ções públicas a termo resolutivo não pode ser afas- viços;
tado por instrumento de regulamentação coletiva
de trabalho. j) Quando a formação, ou a obtenção de grau
académico ou título profissional, dos trabalhado-
4 — O disposto no presente capítulo e o regime res no âmbito das entidades empregadoras públi-
do Código do Trabalho em matéria de contrato de cas envolva a prestação de trabalho subordinado;
trabalho a termo resolutivo aplicam-se, com as ne-
cessárias adaptações, à nomeação exercida a tí- k) Quando se trate de órgãos ou serviços em
tulo transitório. regime de instalação.

5 — A constituição do vínculo de trabalho em 2 — Para efeitos do disposto na alínea a) do


funções públicas a termo resolutivo deve obedecer número anterior, consideram-se ausentes, desig-
a um procedimento concursal, cujos métodos de nadamente:
seleção são os previstos nos n.ºs 2 a 6 do artigo
a) Os trabalhadores em situação de mobilidade;
36.º
b) Os trabalhadores que se encontrem em co-
6 — Não são aplicáveis ao vínculo de trabalho
missão de serviço;
em funções públicas a termo resolutivo as normas
relativas a carreiras, mobilidade e colocação em si- c) Os trabalhadores que se encontrem a exercer
tuação de requalificação. funções noutra carreira, categoria ou órgão ou ser-
viço no decurso do período experimental.
Artigo 57.º
3 — O contrato de trabalho em funções públicas
Fundamentos para a celebração de contrato só pode ser celebrado a termo resolutivo incerto
de trabalho em funções públicas a termo re- nas situações previstas nas alíneas a) a d) e f) a
solutivo k) do n.º 1.

1 — Só pode ser aposto termo resolutivo ao 4 — É vedada a celebração de contrato de tra-


contrato de trabalho em funções públicas nas se- balho a termo resolutivo para substituição de traba-
guintes situações, fundamentadamente justifica- lhador colocado em situação de requalificação.
das:
5 — Os contratos para o exercício de funções
a) Substituição direta ou indireta de trabalha- nos órgãos ou serviços referidos na alínea k) do
dor ausente ou que, por qualquer razão, se encon- n.º 1 são obrigatoriamente celebrados a termo re-
tre temporariamente impedido de prestar serviço; solutivo nos termos previstos em lei especial.

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 58.º Artigo 61.º


Forma Renovação do contrato
1 — Para além dos requisitos gerais de forma, 1 — O contrato a termo certo não está sujeito
devem constar do contrato a termo resolutivo as a renovação automática.
seguintes indicações:
2 — A renovação do contrato está sujeita à ve-
a) A indicação do motivo justificativo do termo rificação das exigências materiais da sua celebra-
estipulado; ção, bem como a forma escrita.
b) A data da respetiva cessação, sendo o con- 3 — Considera-se como único contrato aquele
trato a termo certo. que seja objeto de renovação.
2 — Para efeitos do disposto na alínea a) do
Artigo 62.º
número anterior, a indicação do motivo justifica-
tivo da aposição do termo deve ser feita pela men- Estipulação de prazo inferior a seis meses
ção expressa dos factos que o integram, devendo
estabelecer-se a relação entre a justificação invo- 1 — Nos contratos celebrados por prazo inferior
cada e o termo estipulado. a seis meses, o termo estipulado deve correspon-
der à duração previsível da tarefa ou serviço a re-
alizar.
Artigo 59.º
2 — Os contratos celebrados por prazo inferior
Contratos sucessivos
a seis meses podem ser renovados uma única vez,
1 — A cessação, por motivo não imputável ao por período igual ou inferior ao inicialmente con-
trabalhador, de contrato a termo impede nova ad- tratado.
missão a termo para o mesmo posto de trabalho
antes de decorrido um período de tempo equiva- Artigo 63.º
lente a um terço da duração do contrato, incluindo
as suas renovações. Contratos a termo irregulares

2 — O disposto no número anterior não é apli- 1 — A celebração ou a renovação de contratos


cável nos seguintes casos: a termo resolutivo com violação do disposto na
presente lei implica a sua nulidade e gera respon-
a) Nova ausência do trabalhador substituído, sabilidade civil, disciplinar e financeira dos dirigen-
quando o contrato a termo tenha sido celebrado tes máximos dos órgãos ou serviços que os te-
para a sua substituição; nham celebrado ou renovado.
b) Acréscimos excecionais da atividade do ór- 2 — O contrato a termo resolutivo não se con-
gão ou serviço após a cessação do contrato. verte, em caso algum, em contrato por tempo in-
determinado, caducando no termo do prazo má-
Artigo 60.º ximo de duração previsto, incluindo renovações,
ou, tratando-se de contrato a termo incerto,
Duração do contrato a termo
quando cesse a situação que justificou a sua cele-
1 — O contrato a termo certo dura pelo período bração.
acordado, não podendo exceder três anos, incluindo
renovações, nem ser renovado mais de duas vezes, Artigo 64.º
sem prejuízo do disposto em lei especial.
Informações
2 — O contrato a termo incerto dura por todo o
1 — O empregador público deve comunicar, no
tempo necessário para a substituição do trabalha-
prazo máximo de cinco dias úteis, à comissão de
dor ausente ou para a conclusão da tarefa ou ser-
trabalhadores e às associações sindicais represen-
viço cuja execução justifica a celebração.
tativas, designadamente àquela em que o trabalha-
3 — No caso da alínea e) do n.º 1 do artigo dor esteja filiado, a celebração, com indicação do
57.º, o contrato não pode ter duração superior a respetivo fundamento legal, e a cessação do con-
um ano, incluindo renovações. trato a termo.
2 — O empregador público deve comunicar, no
prazo máximo de cinco dias úteis, à entidade que
tenha competência na área da igualdade de opor-
tunidades entre homens e mulheres o motivo da

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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não renovação de contrato a termo, sempre que CAPÍTULO II


estiver em causa uma trabalhadora grávida,
Outras modalidades especiais de vínculo de
puérpera ou lactante.
emprego público
3 — O empregador público deve afixar informa-
ção relativa à existência de postos de trabalho per- Artigo 68.º
manentes que se encontrem disponíveis no órgão
ou serviço. Remissão
1 — Sem prejuízo do disposto na presente lei,
Artigo 65.º é aplicável aos trabalhadores titulares de um vín-
culo de emprego público o regime previsto no Có-
Obrigações sociais
digo do Trabalho em matéria de trabalho a tempo
O trabalhador admitido a termo é incluído, se- parcial e de teletrabalho.
gundo um cálculo efetuado com recurso à média
2 — O empregador público não pode excluir o
no ano civil anterior, no total dos trabalhadores do
recurso ao trabalho a tempo parcial por regula-
órgão ou serviço, para efeitos da determinação das
mento.
obrigações sociais relacionadas com o número de
trabalhadores ao serviço. 3 — Não é aplicável ao vínculo de emprego pú-
blico o regime da comissão de serviço e do trabalho
Artigo 66.º intermitente previstos no Código do Trabalho.
Preferência na admissão
Artigo 69.º
1 — O trabalhador contratado a termo que se
Trabalho a tempo parcial e teletrabalho para
candidate, nos termos legais, a procedimento con-
os trabalhadores nomeados
cursal de recrutamento publicitado durante a exe-
cução do contrato ou até 90 dias após a cessação 1 — A aplicação do regime do tempo parcial e
do mesmo, para ocupação de posto de trabalho do teletrabalho a trabalhadores nomeados pode
com características idênticas às daquele para que ser determinada pelo empregador mediante re-
foi contratado, na modalidade de contrato por querimento do trabalhador.
tempo indeterminado, tem preferência, na lista de
ordenação final dos candidatos, em caso de igual- 2 — Relativamente aos trabalhadores com vín-
dade de classificação. culo de nomeação, o empregador público pode, por
regulamento, estabelecer para a admissão em re-
2 — A violação do disposto no número anterior gime de tempo parcial preferências em favor dos
obriga o empregador público a indemnizar o traba- trabalhadores com responsabilidades familiares,
lhador no valor correspondente a três meses de dos trabalhadores com capacidade de trabalho re-
remuneração base. duzida, pessoa com deficiência ou doença crónica e
dos trabalhadores que frequentem estabelecimen-
3 — Compete ao trabalhador alegar a violação
tos de ensino médio ou superior.
da preferência prevista no n.º 1 e ao empregador
público a prova do cumprimento do disposto no
mesmo número. TÍTULO IV
Conteúdo do vínculo de emprego público
Artigo 67.º
Igualdade de tratamento CAPÍTULO I

1 — O trabalhador contratado a termo tem os Direitos, deveres e garantias do trabalhador


mesmos direitos e está adstrito aos mesmos deve- e do empregador público
res do trabalhador permanente numa situação
comparável, salvo se razões objetivas justificarem SECÇÃO I
um tratamento diferenciado. Disposições gerais
2 — O empregador deve proporcionar formação
profissional ao trabalhador contratado a termo. Artigo 70.º
Deveres gerais do empregador público e do
trabalhador
1 — O empregador público e o trabalhador, no
cumprimento das respetivas obrigações, assim
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35
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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como no exercício dos correspondentes direitos, conhecimento de alegadas situações de assédio no


devem agir de boa-fé. trabalho.
2 — O empregador público e o trabalhador de- 2 — O empregador público deve proporcionar
vem colaborar na obtenção da qualidade do serviço ao trabalhador ações de formação profissional ade-
e da produtividade, bem como na promoção hu- quadas à sua qualificação e necessidades sociopro-
mana, profissional e social do trabalhador. fissionais, a definir em legislação especial.
___________________________________
Artigo 71.º - Alterado pelo artigo 3.º da Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto.
- Alterado pelo artigo 2.º da Lei n.º 82/2019, de 2 de setembro.
Deveres do empregador público ___________________________________
1 — Sem prejuízo de outras obrigações, o em-
pregador público deve: Artigo 72.º

a) Respeitar e tratar com urbanidade e probi- Garantias do trabalhador


dade o trabalhador; 1 — É proibido ao empregador público:
b) Pagar pontualmente a remuneração, que a) Opor-se, por qualquer forma, a que o traba-
deve ser justa e adequada ao trabalho; lhador exerça os seus direitos, bem como aplicar-
c) Proporcionar boas condições de trabalho, lhe sanções disciplinares ou tratá-lo desfavoravel-
tanto do ponto de vista físico como moral; mente por causa desse exercício;

d) Contribuir para a elevação do nível de produ- b) Obstar, injustificadamente, à prestação efe-


tividade do trabalhador, nomeadamente proporcio- tiva do trabalho;
nando-lhe formação profissional, incluindo a que c) Exercer pressão sobre o trabalhador para
seja obrigatória à manutenção ou renovação dos tí- que influencie desfavoravelmente nas condições
tulos profissionais exigidos por lei para o desempe- de trabalho próprias ou dos colegas;
nho da respetiva atividade profissional;
d) Diminuir a remuneração, salvo nos casos
e) Respeitar a autonomia técnica do trabalha- previstos na lei;
dor que exerça atividades cuja regulamentação ou
deontologia profissional a exija; e) Baixar a categoria do trabalhador, salvo nos
casos previstos na lei;
f) Possibilitar o exercício de cargos em organi-
zações representativas dos trabalhadores; f) Sujeitar o trabalhador a mobilidade, salvo
nos casos previstos na lei;
g) Prevenir riscos e doenças profissionais,
tendo em conta a proteção da segurança e saúde g) Ceder trabalhadores do mapa de pessoal
do trabalhador, devendo indemnizá-lo dos prejuí- próprio para utilização de terceiros que sobre es-
zos resultantes de acidentes de trabalho; ses trabalhadores exerçam os poderes de autori-
dade e direção próprios do empregador público ou
h) Adotar, no que se refere à segurança e saúde por pessoa por ela indicada, salvo nos casos espe-
no trabalho, as medidas que decorram, para o ór- cialmente previstos;
gão ou serviço ou para a atividade, da aplicação das
prescrições legais e convencionais vigentes; h) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a
utilizar serviços fornecidos pelo empregador pú-
i) Fornecer ao trabalhador a informação e a for- blico ou por pessoa por ele indicada;
mação adequadas à prevenção de riscos de aci-
dente e doença; i) Explorar, com fins lucrativos, quaisquer can-
tinas, refeitórios, economatos ou outros estabele-
j) Manter permanentemente atualizado o re- cimentos diretamente relacionados com o traba-
gisto do pessoal em cada um dos seus órgãos ou lho, para fornecimento de bens ou prestação de
serviços, com indicação dos nomes, datas de nas- serviços aos trabalhadores;
cimento e de admissão, modalidades de vínculo,
categorias, promoções, remunerações, datas de j) Fazer cessar o vínculo e readmitir o trabalha-
início e termo das férias e faltas que impliquem dor, mesmo com o seu acordo, havendo o propó-
perda da remuneração ou diminuição dos dias de sito de o prejudicar em direitos ou garantias de-
férias. correntes da antiguidade.

k) Adotar códigos de boa conduta para a pre- 2 — Os trabalhadores têm o direito de frequen-
venção e combate ao assédio no trabalho e instau- tar ações de formação e aperfeiçoamento para o
rar procedimento disciplinar sempre que tiver seu desenvolvimento profissional, incluindo as
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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necessárias à renovação dos títulos profissionais qualquer deles, na perspetiva do respeito pela
obrigatórios para o desempenho das funções inte- igualdade dos cidadãos.
gradas no conteúdo funcional das respetivas car-
6 — O dever de informação consiste em prestar
reiras.
ao cidadão, nos termos legais, a informação que
3 — Consideram-se incluídos no disposto do nú- seja solicitada, com ressalva daquela que, naque-
mero anterior: les termos, não deva ser divulgada.
a) O reembolso das despesas com formação 7 — O dever de zelo consiste em conhecer e
obrigatória sempre que esta não seja diretamente aplicar as normas legais e regulamentares e as or-
assegurada pelo empregador público; dens e instruções dos superiores hierárquicos, bem
como exercer as funções de acordo com os objeti-
b) Os encargos com a obtenção do título habili-
vos que tenham sido fixados e utilizando as com-
tante, quando posterior à constituição da relação
petências que tenham sido consideradas adequa-
jurídica de emprego público e suceda por causa ou
das.
no interesse da mesma.
___________________________________ 8 — O dever de obediência consiste em acatar
- Alterado pelo artigo 2.º da Lei n.º 82/2019, de 2 de setembro. e cumprir as ordens dos legítimos superiores hie-
___________________________________ rárquicos, dadas em objeto de serviço e com a
forma legal.
Artigo 73.º 9 — O dever de lealdade consiste em desempe-
Deveres do trabalhador nhar as funções com subordinação aos objetivos
do órgão ou serviço.
1 — O trabalhador está sujeito aos deveres pre-
vistos na presente lei, noutros diplomas legais e 10 — O dever de correção consiste em tratar
regulamentos e no instrumento de regulamenta- com respeito os utentes dos órgãos ou serviços e
ção coletiva de trabalho que lhe seja aplicável. os restantes trabalhadores e superiores hierárqui-
cos.
2 — São deveres gerais dos trabalhadores:
11 — Os deveres de assiduidade e de pontuali-
a) O dever de prossecução do interesse público; dade consistem em comparecer ao serviço regular
b) O dever de isenção; e continuamente e nas horas que estejam desig-
nadas.
c) O dever de imparcialidade;
12 — O trabalhador tem o dever de frequentar
d) O dever de informação; ações de formação e aperfeiçoamento profissional
e) O dever de zelo; na atividade em que exerce funções, das quais
apenas pode ser dispensado por motivo atendível.
f) O dever de obediência;
13 — Na situação de requalificação, o trabalha-
g) O dever de lealdade; dor deve observar os deveres especiais inerentes
a essa situação.
h) O dever de correção;
i) O dever de assiduidade; SECÇÃO II
j) O dever de pontualidade. Poderes do empregador público
3 — O dever de prossecução do interesse pú-
blico consiste na sua defesa, no respeito pela Artigo 74.º
Constituição, pelas leis e pelos direitos e interesses Poder de direção
legalmente protegidos dos cidadãos.
Compete ao empregador público, dentro dos li-
4 — O dever de isenção consiste em não retirar mites decorrentes do vínculo de emprego público
vantagens, diretas ou indiretas, pecuniárias ou ou- e das normas que o regem, fixar os termos em que
tras, para si ou para terceiro, das funções que deve ser prestado o trabalho.
exerce.
5 — O dever de imparcialidade consiste em de-
sempenhar as funções com equidistância relativa-
mente aos interesses com que seja confrontado,
sem discriminar positiva ou negativamente

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 75.º b) Tratar-se de atividade cujo exercício possa


efetivamente causar prejuízo ao empregador pú-
Regulamento interno do órgão ou serviço
blico;
1 — O empregador público elabora regulamen-
c) Atribuir-se ao trabalhador uma compensação
tos internos do órgão ou serviço contendo normas
durante o período de limitação da sua atividade,
de organização e disciplina do trabalho.
que pode sofrer redução equitativa, em montante
2 — Na elaboração do regulamento interno do equivalente àquele que o empregador público hou-
órgão ou serviço é ouvida a comissão de trabalha- ver despendido com a sua formação profissional.
dores ou, na sua falta, quando existam, a comissão
3 — Em caso de despedimento declarado ilícito
sindical ou intersindical ou os delegados sindicais.
ou de resolução com justa causa pelo trabalhador
3 — O empregador público deve dar publicidade com fundamento em ato ilícito do empregador pú-
ao conteúdo do regulamento interno do órgão ou blico, o montante da compensação referida na alí-
serviço, designadamente afixando-o na sede do nea c) do número anterior é elevado até ao equi-
órgão ou serviço e nos locais de trabalho, bem valente à remuneração base devida no momento
como nas páginas eletrónicas do organismo ou da cessação do vínculo, sob pena de não poder ser
serviço, de modo a possibilitar o seu pleno conhe- invocada a cláusula de não concorrência.
cimento, a todo o tempo, pelos trabalhadores.
4 — São deduzidas no montante da compensa-
4 — A elaboração de regulamento interno do ção referida no número anterior as importâncias
órgão ou serviço sobre determinadas matérias percebidas pelo trabalhador no exercício de qual-
pode ser tornada obrigatória por instrumento de quer atividade profissional iniciada após a cessa-
regulamentação coletiva de trabalho. ção do vínculo, até ao montante fixado nos termos
da alínea c) do n.º 2.
Artigo 76.º 5 — Tratando-se de trabalhador afeto a ativida-
Poder disciplinar des cuja natureza suponha especial relação de
confiança ou com acesso a informação particular-
Sem prejuízo do disposto no artigo 176.º, o em- mente sensível no plano da concorrência, a limita-
pregador público tem poder disciplinar sobre o tra- ção a que se refere o n.º 2 pode ser prolongada
balhador ao seu serviço, enquanto vigorar o vín- até três anos.
culo de emprego público.
___________________________________
Artigo 78.º
- Alterado pelo artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 6/2019, de 24 de janeiro.
___________________________________ Pacto de permanência
1 — É lícito o acordo pelo qual o trabalhador e
SECÇÃO III o empregador público convencionem, sem diminu-
Acordos de limitação da liberdade de trabalho ição de remuneração, a obrigatoriedade de presta-
ção de serviço durante certo prazo, não superior a
Artigo 77.º três anos, como compensação de despesas extra-
ordinárias comprovadamente feitas pelo emprega-
Pacto de não concorrência dor público na formação profissional do trabalha-
dor, podendo este desobrigar-se restituindo as im-
1 — São nulos os acordos e as cláusulas de ins-
portâncias despendidas.
trumento de regulamentação coletiva de trabalho
que, por qualquer forma, possam prejudicar o 2 — Em caso de extinção do vínculo pelo traba-
exercício da liberdade de trabalho após a extinção lhador com justa causa ou quando, tendo sido de-
do vínculo de emprego público. clarado ilícito o despedimento, o trabalhador não
opte pela reintegração, não existe a obrigação de
2 — É lícito, porém, o acordo ou a cláusula pela
restituir a soma referida no número anterior.
qual se limite a atividade do trabalhador no perí-
odo máximo de dois anos subsequentes à extinção
do vínculo, se ocorrerem cumulativamente as se-
guintes condições:
a) Constar tal acordo, por forma escrita, do
contrato de trabalho em funções públicas ou do
acordo de cessação do vínculo;

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38
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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CAPÍTULO II Artigo 82.º


Atividade, local de trabalho e carreiras Atribuição de funções e desenvolvimento da
carreira
SECÇÃO I
1 — O empregador público deve procurar colo-
Disposições gerais car o trabalhador no posto de trabalho mais ade-
quado às suas aptidões e qualificação profissional,
Artigo 79.º dentro da carreira e categoria a que pertence ou
que serve de referencial para o exercício das suas
Funções desempenhadas funções.
1 — Os trabalhadores com vínculo de emprego 2 — As condições de prestação de trabalho de-
público constituído por tempo indeterminado exer- vem favorecer a compatibilização da vida profis-
cem as suas funções integrados em carreiras. sional com a vida familiar do trabalhador, bem
2 — Os trabalhadores com vínculo de emprego como assegurar o respeito das normas aplicáveis
público a termo resolutivo exercem as suas fun- em matéria de segurança e saúde no trabalho.
ções por referência a uma categoria integrada 3 — O início de funções do trabalhador tem lu-
numa carreira. gar com um período de formação em sala e em
3 — Os trabalhadores com vínculo de emprego exercício, com duração e conteúdo dependentes da
público na modalidade de comissão de serviço prévia situação jurídico-funcional do trabalhador,
exercem as suas funções nos termos legalmente salvo tratando-se de trabalhador integrado em
definidos para o cargo. carreira especial cujo ingresso exigiu a aprovação
em curso de formação específico.
Artigo 80.º 4 — Todos os trabalhadores têm direito ao
Conteúdo funcional pleno desenvolvimento da respetiva carreira pro-
fissional, que pode ser feito por alteração de posi-
1 — A cada carreira, ou a cada categoria em cionamento remuneratório ou por promoção.
que se desdobre uma carreira, corresponde um
conteúdo funcional legalmente descrito. Artigo 83.º
2 — O conteúdo funcional de cada carreira ou Local de trabalho
categoria deve ser descrito de forma abrangente,
dispensando pormenorizações relativas às tarefas 1 — O trabalhador deve, em princípio, realizar
nele abrangidas. a sua prestação no local de trabalho correspon-
dente ao posto de trabalho atribuído, sem prejuízo
Artigo 81.º das situações de mobilidade previstas na presente
lei.
Exercício de funções afins
2 — O trabalhador encontra-se adstrito às des-
1 — A descrição do conteúdo funcional nos ter- locações inerentes às suas funções ou indispensá-
mos do artigo anterior não prejudica a atribuição veis à sua formação profissional.
ao trabalhador de funções que lhe sejam afins ou
funcionalmente ligadas, para as quais o trabalha- SECÇÃO II
dor detenha a qualificação profissional adequada e
que não impliquem desvalorização profissional. Carreiras

2 — Sempre que as funções afins ou funcional- Artigo 84.º


mente ligadas à atividade principal, referidas no
número anterior, exijam especiais qualificações, o Carreiras gerais e especiais
exercício de tais funções confere ao trabalhador o 1 — As carreiras dos trabalhadores em funções
direito a formação profissional não inferior a 10 ho- públicas são gerais ou especiais.
ras anuais.
2 — São gerais as carreiras cujos conteúdos
funcionais caracterizam postos de trabalho de que
a generalidade dos órgãos ou serviços carece para
o desenvolvimento das respetivas atividades.
3 — São especiais as carreiras cujos conteúdos
funcionais caracterizam postos de trabalho de que

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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apenas um ou alguns órgãos ou serviços carecem quando a integração nestas dependa, em regra, da
para o desenvolvimento das respetivas atividades. titularidade de níveis habilitacionais diferentes.
4 — Apenas podem ser criadas carreiras espe-
Artigo 87.º
ciais quando, cumulativamente:
Posições remuneratórias
a) Os respetivos conteúdos funcionais não pos-
sam ser absorvidos pelos conteúdos funcionais das 1 — A cada categoria das carreiras corresponde
carreiras gerais; um número variável de posições remuneratórias.
b) Os respetivos trabalhadores se devam sujei- 2 — À categoria da carreira unicategorial cor-
tar a deveres funcionais mais exigentes que os responde um número mínimo de oito posições re-
previstos para os das carreiras gerais; muneratórias.
c) Os respetivos trabalhadores tenham que ter 3 — Nas carreiras pluricategoriais, o número de
aprovação em curso de formação específico de du- posições remuneratórias de cada categoria obe-
ração não inferior a seis meses ou deter certo grau dece às seguintes regras:
académico ou título profissional para integrar a
carreira. a) À categoria inferior corresponde um número
mínimo de oito posições remuneratórias;
5 — O requisito previsto na alínea c) do número
anterior pode ser preenchido durante o período ex- b) A cada uma das categorias sucessivamente
perimental. superiores corresponde um número proporcional-
mente decrescente de posições remuneratórias,
por forma a que:
Artigo 85.º
i) No caso de carreira desdobrada em duas ca-
Carreiras unicategoriais e pluricategoriais
tegorias, seja de quatro o número mínimo das po-
1 — As carreiras gerais ou especiais são unica- sições remuneratórias da categoria superior;
tegoriais ou pluricategoriais, consoante lhes cor-
ii) No caso de carreira desdobrada em três ca-
respondam uma ou mais categorias.
tegorias, seja de cinco e de duas o número mínimo
2 — Apenas podem ser criadas carreiras pluri- das posições remuneratórias das categorias suces-
categoriais quando a cada uma das categorias da sivamente superiores;
carreira corresponda um conteúdo funcional dis-
iii) No caso de carreira desdobrada em quatro
tinto do das restantes.
categorias, seja de seis, quatro e duas o número
3 — O conteúdo funcional das categorias supe- mínimo das posições remuneratórias das catego-
riores integra o das inferiores. rias sucessivamente superiores.

Artigo 86.º Artigo 88.º


Graus de complexidade funcional Enumeração e caracterização das carreiras
gerais
1 — Em função do nível habilitacional exigido,
em regra, em cada carreira, estas classificam-se 1 — São gerais as carreiras de:
nos seguintes graus de complexidade funcional:
a) Técnico superior;
a) Grau 1, quando se exija a titularidade de es-
b) Assistente técnico;
colaridade obrigatória, ainda que acrescida de for-
mação profissional adequada; c) Assistente operacional.
b) Grau 2, quando se exija a titularidade do 2 — A caracterização das carreiras gerais, em
12.º ano de escolaridade ou de curso que lhe seja função do número e designação das categorias em
equiparado; que se desdobram, dos conteúdos funcionais, dos
graus de complexidade funcional e do número de
c) Grau 3, quando se exija a titularidade de li-
posições remuneratórias de cada categoria, consta
cenciatura ou de grau académico superior a esta.
do anexo à presente lei, da qual faz parte inte-
2 — O diploma que cria a carreira faz referência grante.
ao respetivo grau de complexidade funcional.
3 — A previsão, nos mapas de pessoal, de pos-
3 — As carreiras pluricategoriais podem apre- tos de trabalho que devam ser ocupados por coor-
sentar mais do que um grau de complexidade fun- denadores técnicos da carreira de assistente téc-
cional, cada um deles referenciado a categorias, nico depende da existência de unidades orgânicas
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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flexíveis com o nível de secção ou da necessidade Artigo 91.º


de coordenar, pelo menos, 10 assistentes técnicos
Efeitos da avaliação do desempenho
do respetivo setor de atividade.
Para além dos efeitos previstos no diploma que
4 — A previsão, nos mapas de pessoal, de pos-
a regulamenta, a avaliação do desempenho dos tra-
tos de trabalho que devam ser ocupados por en-
balhadores tem os efeitos previstos na presente lei
carregados gerais operacionais da carreira de as-
em matéria de alteração de posicionamento remu-
sistente operacional depende da necessidade de
neratório na carreira, de atribuição de prémios de
coordenar, pelo menos, três encarregados opera-
desempenho e efeitos disciplinares.
cionais do respetivo setor de atividade.
5 — A previsão, nos mapas de pessoal, de pos- CAPÍTULO III
tos de trabalho que devam ser ocupados por en-
carregados operacionais da carreira de assistente Mobilidade
operacional depende da necessidade de coordenar,
pelo menos, 10 assistentes operacionais do respe- Artigo 92.º
tivo setor de atividade. Situações de mobilidade

SECÇÃO III 1 — Quando haja conveniência para o interesse


público, designadamente quando a economia, a
Avaliação do desempenho eficácia e a eficiência dos órgãos ou serviços o im-
ponham, os trabalhadores podem ser sujeitos a
Artigo 89.º mobilidade.
Avaliação do desempenho 2 — A mobilidade é devidamente fundamentada
e pode abranger:
Os trabalhadores estão sujeitos ao regime de
avaliação do desempenho constante do diploma a) Mobilidade dentro da mesma modalidade de
próprio referido na alínea a) do artigo 5.º vínculo de emprego público por tempo indetermi-
nado ou entre ambas as modalidades;
Artigo 90.º
b) Mobilidade dentro do mesmo órgão ou ser-
Princípios da avaliação do desempenho viço ou entre dois órgãos ou serviços;
O regime de avaliação do desempenho dos tra- c) Mobilidade relativa a trabalhadores em efeti-
balhadores rege-se pelos seguintes princípios: vidade de funções ou relativa a trabalhadores em
situação de requalificação;
a) Orientação para resultados, promovendo a
excelência e a qualidade; d) Mobilidade a tempo inteiro ou a tempo par-
cial.
b) Universalidade, assumindo-se como um sis-
tema transversal a todos os serviços, organismos 3 — O disposto na presente lei não prejudica a
e trabalhadores da Administração Pública; existência de outros regimes de mobilidade, nome-
adamente no âmbito de carreiras especiais.
c) Responsabilização e desenvolvimento, assu-
mindo-se como um instrumento de orientação,
Artigo 93.º
avaliação e desenvolvimento dos trabalhadores
para a obtenção de resultados e demonstração de Modalidades de mobilidade
competências profissionais;
1 — A mobilidade reveste as modalidades de
d) Reconhecimento e motivação, garantindo a mobilidade na categoria e de mobilidade intercar-
diferenciação de desempenhos e promovendo uma reiras ou categorias.
gestão baseada na valorização das competências e
do mérito; 2 — A mobilidade na categoria opera-se para o
exercício de funções inerentes à categoria de que
e) Transparência e imparcialidade, assentando o trabalhador é titular, na mesma atividade ou em
em critérios objetivos, regras claras e amplamente diferente atividade para que detenha habilitação
divulgadas. adequada.
3 — A mobilidade intercarreiras ou categorias
opera-se para o exercício de funções não inerentes
à categoria de que o trabalhador é titular e ineren-
tes:

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41
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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a) A categoria superior ou inferior da mesma até 60 km, inclusive, do local de residência e desde
carreira; ou que se verifique uma das seguintes situações:
b) A carreira de grau de complexidade funcional a) O novo posto de trabalho se situe no conce-
igual, superior ou inferior ao da carreira em que se lho da residência do trabalhador ou em concelho
encontra integrado ou ao da categoria de que é ti- confinante;
tular.
b) O novo posto de trabalho se situe em conce-
4 — A mobilidade intercarreiras ou categorias lho integrado na área metropolitana de Lisboa ou
depende da titularidade de habilitação adequada na área metropolitana do Porto ou em concelho
do trabalhador e não pode modificar substancial- confinante, quando a residência do trabalhador se
mente a sua posição. situe numa daquelas áreas.
2 — Os trabalhadores abrangidos pelo número
Artigo 94.º
anterior podem, no prazo de 10 dias, a contar da
Forma de operar a mobilidade comunicação da decisão de mobilidade, requerer a
dispensa da mesma, com fundamento em prejuízo
1 — A mobilidade, em qualquer das suas mo- sério para a sua vida pessoal, nomeadamente
dalidades, pode operar: através da comprovação da inexistência de rede de
a) Por acordo entre os órgãos ou serviços de serviços de transporte público coletivo entre a re-
origem e de destino, mediante a aceitação do tra- sidência e o local de trabalho, ou da duração ex-
balhador; cessiva da deslocação.

b) Por acordo entre os órgãos ou serviços de 3 — O limite estabelecido no n.º 1 é reduzido


origem e de destino, com dispensa de aceitação do para 30 km quando o trabalhador pertença a cate-
trabalhador; goria de grau de complexidade 1 ou 2.

c) Por decisão do órgão ou serviço de destino, 4 — O membro do Governo responsável pelas


com dispensa do acordo do órgão ou serviço de áreas das finanças e da Administração Pública de-
origem, mediante despacho do membro do Go- fine, por despacho, as condições e os termos em
verno, em situações de mobilidade entre serviços que podem ser compensados os encargos adicio-
do ministério que tutela, e com aceitação ou dis- nais com deslocações em que o trabalhador incorra
pensa de aceitação do trabalhador, nos termos do pela utilização de transportes públicos coletivos
artigo seguinte; nas situações previstas no presente artigo.

d) Por decisão do órgão ou serviço, em caso de Artigo 96.º


mobilidade entre unidades orgânicas, e com acei-
tação ou dispensa de aceitação do trabalhador, nos Dispensa do acordo do órgão ou serviço de
termos do artigo seguinte. origem para a mobilidade

2 — Quando a mobilidade opere para categoria 1 — No âmbito da administração direta e indi-


inferior da mesma carreira ou para carreira de grau reta do Estado, é dispensado o acordo do órgão ou
de complexidade funcional inferior ao da carreira serviço de origem do trabalhador, para efeitos de
em que se encontra integrado ou ao da categoria mobilidade, quando:
de que é titular, o acordo do trabalhador nunca
a) A mobilidade opere para serviço ou unidade
pode ser dispensado.
orgânica situados fora das áreas metropolitanas de
3 — Quando a mobilidade opere para órgão ou Lisboa e do Porto;
serviço, designadamente temporário, que não
b) Tiverem decorrido seis meses sobre recusa
possa constituir vínculos de emprego público por
de acordo do órgão ou serviço de origem, numa
tempo indeterminado e se preveja que possa ter
situação de mobilidade relativa ao mesmo traba-
duração superior a um ano, o acordo do trabalha-
lhador, ainda que para outro serviço de destino.
dor que não se encontre colocado em situação de
requalificação nunca pode ser dispensado. 2 — Operada a mobilidade nos termos previstos
na alínea b) do número anterior, não pode o tra-
Artigo 95.º balhador voltar a beneficiar da dispensa de acordo
do órgão ou serviço de origem nos três anos sub-
Dispensa do acordo do trabalhador para a sequentes.
mobilidade
1 — É dispensado o acordo do trabalhador para
a mobilidade quando o local de trabalho se situe
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 97.º b) O trabalhador desempenhe funções corres-


pondentes à categoria de que é titular e ocupe
Duração
posto de trabalho idêntico na unidade orgânica de
1 — A mobilidade tem a duração máxima de 18 destino;
meses, exceto nos seguintes casos:
c) A mobilidade tenha uma duração máxima de
a) Quando haja acordo de cedência de interesse um ano;
público para os órgãos e serviços da Assembleia da
d) Sejam atribuídas ajudas de custo durante o
República, bem como para os serviços de apoio aos
período de mobilidade.
grupos parlamentares;
2 — A mobilidade depende do prévio apura-
b) Quando esteja em causa órgão ou serviço,
mento dos trabalhadores disponíveis na unidade
designadamente temporário, que não possa cons-
ou unidades de origem e de necessidades na uni-
tituir vínculos de emprego público por tempo inde-
dade ou unidades orgânicas de destino, por car-
terminado.
reira, categoria e área de atuação, as quais são
2 — O prazo previsto no número anterior pode divulgadas na Intranet do respetivo órgão ou ser-
ser prorrogado por um período máximo de seis viço.
meses quando esteja a decorrer procedimento
3 — Os trabalhadores da unidade ou unidades
concursal que vise o recrutamento de trabalhador
de origem detentores dos requisitos exigidos po-
para o posto de trabalho preenchido com a mobili-
dem manifestar o seu interesse em aderir às ofer-
dade.
tas de mobilidade divulgadas nos termos do pre-
3 — Não pode haver lugar, durante o prazo de sente artigo, no prazo e nas condições estipuladas
um ano, a mobilidade para o mesmo órgão, serviço para o efeito pelo dirigente máximo do órgão ou
ou unidade orgânica de trabalhador que se tenha serviço.
encontrado em mobilidade e tenha regressado à
4 — Quando não existam, nas condições pre-
situação jurídico-funcional de origem.
vistas no número anterior, trabalhadores interes-
sados em número suficiente para a satisfação das
Artigo 97.º-A necessidades na unidade ou unidades orgânicas de
Publicitação da mobilidade destino, são aplicados, em cada órgão ou serviço,
critérios objetivos de seleção definidos pelo respe-
A mobilidade é publicitada pelo órgão ou serviço tivo dirigente máximo e sujeitos a aprovação do
de destino, pelos seguintes meios: membro do Governo que exerça poderes de dire-
a) Na Bolsa de Emprego Público ção, superintendência ou tutela sobre o órgão ou
(www.bep.gov.pt), através do preenchimento de serviço, sendo publicitados nos termos previstos
formulário próprio para o efeito disponibilizado; no n.º 2.

b) Na página eletrónica do órgão ou serviço de 5 — O trabalhador selecionado nos termos do


destino, através da identificação da situação e mo- número anterior pode solicitar a dispensa da mobi-
dalidade da mobilidade pretendida e com ligação à lidade, invocando e demonstrando prejuízo sério
correspondente publicitação na Bolsa de Emprego para a sua vida pessoal, no prazo de 10 dias, a con-
Público. tar da comunicação da decisão de mobilidade.
___________________________________
6 — O trabalhador não pode ser novamente su-
- Aditado pelo artigo 5.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio. jeito à mobilidade regulada no presente artigo an-
___________________________________ tes de decorridos dois anos, exceto com o seu
acordo, mantendo neste caso o direito a ajudas de
Artigo 98.º custo.
Situações excecionais de mobilidade
Artigo 99.º
1 — A título excecional, o trabalhador pode ser
sujeito a mobilidade, com dispensa do seu acordo, Consolidação da mobilidade na categoria
para posto de trabalho situado a mais de 60 km de 1 — A mobilidade na categoria e na mesma ati-
distância da sua residência, desde que reunidas vidade, dentro do mesmo órgão ou serviço, conso-
cumulativamente as seguintes condições: lida-se definitivamente por decisão do respetivo di-
a) A mobilidade ocorra entre unidades orgâni- rigente máximo, com ou sem o acordo do traba-
cas desconcentradas de um mesmo órgão ou ser- lhador, consoante a constituição da situação de
viço;

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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mobilidade tenha ou não carecido da aceitação do parecer prévio favorável dos membros do Governo
trabalhador. responsáveis pelas áreas das finanças e da Admi-
nistração Pública.
2 — A mobilidade na categoria e em diferente
atividade, dentro do mesmo órgão ou serviço, con- 11 — (Revogado).
solida-se definitivamente por acordo entre o diri- ___________________________________
gente máximo do serviço e o trabalhador. - Revogado pelo artigo 270.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro.
- Revogado pelo artigo 12.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
3 — A mobilidade na categoria, que se opere ___________________________________
entre dois órgãos ou serviços, pode consolidar-se
definitivamente, por decisão do dirigente máximo
Artigo 99.º-A
do órgão ou serviço de destino, desde que reuni-
das, cumulativamente, as seguintes condições: Consolidação da mobilidade intercarreiras
ou intercategorias
a) Com o acordo do órgão ou serviço de origem
do trabalhador, quando exigido para a constituição 1 — A mobilidade intercarreiras ou intercatego-
da situação de mobilidade; rias dentro do mesmo órgão ou serviço ou entre
dois órgãos ou serviços, pode consolidar-se defini-
b) Quando a mobilidade tenha tido, pelo me-
tivamente mediante parecer prévio do membro do
nos, a duração de seis meses ou a duração do pe-
Governo responsável pela área da Administração
ríodo experimental exigido para a categoria, caso
Pública desde que reunidas, cumulativamente, as
este seja superior;
seguintes condições:
c) Com o acordo do trabalhador, quando este
a) Exista acordo do órgão ou do serviço de ori-
tenha sido exigido para a constituição da situação
gem, quando exigido para a constituição da situa-
de mobilidade ou quando esta envolva alteração
ção de mobilidade;
da atividade de origem;
b) Exista acordo do trabalhador;
d) Quando seja ocupado posto de trabalho pre-
visto previamente no mapa de pessoal. c) Exista posto de trabalho disponível;
4 — A consolidação da mobilidade prevista no d) Quando a mobilidade tenha tido a duração
presente artigo não é precedida nem sucedida de do período experimental estabelecido para a car-
qualquer período experimental. reira de destino.
5 — Na consolidação da mobilidade na catego- 2 — Devem ainda ser observados todos os re-
ria é mantido o posicionamento remuneratório de- quisitos especiais, designadamente formação espe-
tido na situação jurídico-funcional de origem. cífica, conhecimentos ou experiência, legalmente
exigidos para o recrutamento.
6 — (Revogado.)
3 — Quando esteja em causa a mobilidade in-
7 — Nas situações excecionais de mobilidade, a
tercarreiras ou intercategorias no mesmo órgão ou
consolidação só pode fazer-se mediante acordo
serviço, a consolidação depende de proposta do
entre o empregador público e o trabalhador.
respetivo dirigente máximo e de parecer favorável
8 — Verificada a situação prevista no número do membro do Governo competente na respetiva
anterior, cessa o direito à atribuição de ajudas de área.
custo.
4 — A consolidação da mobilidade entre dois
9 — O disposto no presente artigo é aplicável, órgãos ou serviços depende de proposta do diri-
com as necessárias adaptações, às situações de gente máximo do órgão ou serviço de destino e de
cedência de interesse público, sempre que esteja parecer favorável do membro do Governo compe-
em causa um trabalhador detentor de um vínculo tente na respetiva área.
de emprego público por tempo indeterminado pre-
5 — O disposto no presente artigo aplica-se,
viamente estabelecido e desde que a consolidação
com as necessárias adaptações, aos trabalhadores
se opere na mesma carreira e categoria e que a
das autarquias locais em situação de mobilidade, a
entidade cessionária corresponda um empregador
qual se pode consolidar definitivamente mediante
público.
proposta do dirigente máximo do serviço e decisão
10 — Para além dos requisitos do n.º 3, a con- do responsável pelo órgão executivo.
solidação da cedência de interesse público, carece
2 — É revogado o n.º 11 do artigo 99.º da LTFP,
de despacho de concordância do membro do Go-
aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de
verno competente na respetiva área, bem como de

______________________________________________________________________________
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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junho, alterada pelas Leis n.ºs 84/2015, de 7 de 2 — Sem prejuízo do regime aplicável aos ser-
agosto, e 18/2016, de 20 de junho. viços com período de funcionamento especial, o
___________________________________ período normal de funcionamento não pode iniciar-
- Alterado pelo art.º 270.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro. se antes das oito horas, nem terminar depois das
___________________________________ 20 horas, sendo obrigatoriamente afixado de modo
visível aos trabalhadores.
Artigo 100.º 3 — Considera-se período de atendimento o in-
Avaliação do desempenho e tempo de ser- tervalo de tempo diário durante o qual os órgãos
viço em situação de mobilidade ou serviços estão abertos para atender o público,
podendo este período ser igual ou inferior ao perí-
A classificação obtida na avaliação do desem- odo de funcionamento.
penho e o tempo de exercício de funções em re-
gime de mobilidade são tidos em conta na antigui- 4 — O período de atendimento deve, tendenci-
dade do trabalhador, por referência ou à sua situ- almente, ter a duração mínima de sete horas diá-
ação jurídico-funcional de origem, ou à do vínculo rias e abranger os períodos da manhã e da tarde,
de emprego público por tempo indeterminado, que devendo ser obrigatoriamente afixadas, de modo
na sequência da situação de mobilidade, venha a visível ao público, nos locais de atendimento, as
constituir. horas do seu início e do seu termo.
5 — Na definição e fixação do período de aten-
CAPÍTULO IV dimento deve atender-se aos interesses dos uten-
Tempo de trabalho tes dos serviços e respeitar-se os direitos dos tra-
balhadores dos serviços.
SECÇÃO I 6 — Os serviços podem estabelecer um período
Disposições gerais excecional de atendimento, sempre que o inte-
resse do público fundamentadamente o justifique,
designadamente nos dias de feiras e mercados lo-
Artigo 101.º
calmente relevantes, ouvindo-se as organizações
Aplicação do Código do Trabalho representativas dos trabalhadores.
É aplicável aos trabalhadores com vínculo de 7 — Fora dos períodos de atendimento, os ser-
emprego público o regime do Código do Trabalho viços colocam ao dispor dos utentes meios tecno-
em matéria de organização e tempo de trabalho, lógicos adequados à comunicação, que permitam
com as necessárias adaptações e sem prejuízo do efetuar o respetivo registo para posterior resposta.
disposto nos artigos seguintes.
8 — Compete ao dirigente máximo dos serviços
fixar os períodos de funcionamento e atendimento,
Artigo 102.º assegurando a sua compatibilidade com os regi-
Tempo de trabalho mes de prestação de trabalho, por forma a garantir
o regular cumprimento das missões que lhe estão
1 — Considera-se tempo de trabalho qualquer cometidas.
período durante o qual o trabalhador está a de-
sempenhar a atividade ou permanece adstrito à re- 9 — Por diploma próprio podem ser estabeleci-
alização da prestação. dos regimes de funcionamento especial.
___________________________________
2 — Para além das situações previstas no nú-
- Alterado pela Lei n.º 18/2016, de 30 de junho.
mero anterior e no Código do Trabalho, são consi- ___________________________________
deradas tempo de trabalho as interrupções na
prestação de trabalho durante o período de pre-
Artigo 104.º
sença obrigatória autorizadas pelo empregador
público em casos excecionais e devidamente fun- Registo dos tempos de trabalho
damentados.
1 — O empregador público deve manter um re-
gisto que permita apurar o número de horas de
Artigo 103.º
trabalho prestadas pelo trabalhador, por dia e por
Períodos de funcionamento e de atendimento semana, com indicação da hora de início e de
termo do trabalho, bem como dos intervalos efe-
1 — Considera-se período de funcionamento o
tuados.
período diário durante o qual os órgãos e serviços
exercem a sua atividade.
______________________________________________________________________________
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

2 — Nos órgãos ou serviços com mais de 50 2 — São aplicáveis aos trabalhadores nomea-
trabalhadores, o registo previsto no número ante- dos os regimes de adaptabilidade individual e de
rior é efetuado por sistemas automáticos ou me- banco de horas individual previstos no Código do
cânicos. Trabalho, com as necessárias adaptações.
3 — Em casos excecionais, devidamente funda-
Artigo 107.º
mentados, o dirigente máximo do órgão de direção
do serviço pode dispensar o registo por sistemas Aplicação aos trabalhadores nomeados
automáticos ou mecânicos.
1 — A aplicação dos regimes de adaptabilidade
individual e de banco de horas individual aos tra-
Artigo 105.º
balhadores nomeados é feita por proposta do em-
Limites máximos dos períodos normais de pregador e com a aceitação do trabalhador, sem
trabalho prejuízo do disposto no número seguinte.
1 — O período normal de trabalho é de: 2 — A aplicação dos regimes previstos no nú-
mero anterior a todos os trabalhadores nomeados
a) Sete horas por dia, exceto no caso de horá-
do órgão ou serviço segue os termos previstos no
rios flexíveis e no caso de regimes especiais de du-
Código do Trabalho.
ração de trabalho;
b) 35 horas por semana, sem prejuízo da exis- SECÇÃO III
tência de regimes de duração semanal inferior pre-
Horário de trabalho
vistos em diploma especial e no caso de regimes
especiais de duração de trabalho.
SUBSECÇÃO I
2 — O trabalho a tempo completo corresponde
ao período normal de trabalho semanal e constitui Disposições gerais
o regime regra de trabalho dos trabalhadores inte-
grados nas carreiras gerais, correspondendo-lhe Artigo 108.º
as remunerações base mensais legalmente previs- Definição de horário de trabalho e períodos
tas. de funcionamento e de atendimento
3 — A redução dos limites máximos dos perío- 1 — Entende-se por horário de trabalho a deter-
dos normais de trabalho pode ser estabelecida por minação das horas do início e do termo do período
instrumento de regulamentação coletiva de traba- normal de trabalho diário ou dos respetivos limites,
lho, não podendo daí resultar para os trabalhado- bem como dos intervalos de descanso.
res a redução do nível remuneratório ou qualquer
alteração desfavorável das condições de trabalho. 2 — O empregador público deve respeitar os
___________________________________ períodos de funcionamento e de atendimento na
- Alterado pela Lei n.º 18/2016, de 30 de junho.
organização dos horários de trabalho dos trabalha-
___________________________________ dores ao seu serviço.

SECÇÃO II Artigo 109.º

Regimes de duração do trabalho Intervalo de descanso


1 — O intervalo de descanso não pode ter du-
SUBSECÇÃO I ração inferior a uma hora nem superior a duas, de
Regimes de adaptabilidade e banco de horas modo a que o trabalhador não preste mais de cinco
horas de trabalho consecutivo, exceto quando se
trate de jornada contínua ou regime previsto em
Artigo 106.º
norma especial.
Adaptabilidade
2 — Pode ser fixado para os trabalhadores com
1 — São aplicáveis aos trabalhadores com con- deficiência, pelo respetivo dirigente máximo e a
trato de trabalho em funções públicas os regimes pedido do interessado, mais do que um intervalo
de adaptabilidade, individual e grupal e os regimes de descanso e com duração diferente da prevista
de banco de horas, individual e grupal, previstos no regime geral, mas sem exceder no total os li-
no Código do Trabalho, com as necessárias adap- mites legais.
tações.

______________________________________________________________________________
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

3 — Não é permitida a alteração aos intervalos b) É obrigatória a previsão de plataformas fixas


de descanso sempre que implique a prestação de da parte da manhã e da parte da tarde, as quais
mais de seis horas consecutivas de trabalho, ex- não podem ter, no seu conjunto, duração inferior
ceto quanto a atividades de vigilância, transporte a quatro horas;
e tratamento de sistemas eletrónicos de segurança
c) Não podem ser prestadas, por dia, mais de
e a atividades que não possam ser interrompidas
10 horas de trabalho;
por motivos técnicos e, bem assim, quanto a tra-
balhadores que ocupem cargos de administração e d) O cumprimento da duração do trabalho deve
de direção e outras pessoas com poder de decisão ser aferido à semana, à quinzena ou ao mês.
autónomo que estejam isentos de horário de tra-
balho. 3 — O débito de horas, apurado no final de cada
período de aferição, dá lugar à marcação de uma
falta, que deve ser justificada nos termos da legis-
SUBSECÇÃO II
lação aplicável, por cada período igual ou inferior
Modalidades de horário à duração média diária do trabalho.
4 — Relativamente aos trabalhadores com de-
Artigo 110.º
ficiência, o excesso ou débito de horas apurado no
Adoção das modalidades de horário final de cada um dos períodos de aferição pode ser
transportado para o período imediatamente se-
1 — Em função da natureza das suas ativida- guinte e nele compensado, desde que não ultra-
des, podem os órgãos ou serviços adotar uma ou, passe o limite de cinco e 10 horas, respetivamente,
simultaneamente, mais do que uma das seguintes para a quinzena e para o mês.
modalidades de horário de trabalho:
5 — Para efeitos do disposto no n.º 3, a duração
a) Horário flexível; média do trabalho é de sete horas e, nos serviços
b) Horário rígido; com funcionamento ao sábado de manhã, a que
resultar do respetivo regulamento.
c) Horário desfasado;
6 — As faltas a que se refere o n.º 3 são repor-
d) Jornada contínua; tadas ao último dia ou dias do período de aferição
e) Meia jornada; a que o débito respeita.
___________________________________
f) Trabalho por turnos. - Alterado pela Lei n.º 18/2016, de 30 de junho.
2 — Para além dos horários referidos no nú- ___________________________________
mero anterior, podem ser fixados horários especí-
ficos de harmonia com o previsto na presente lei. Artigo 112.º

3 — Associados às modalidades de horário de Horário rígido


trabalho previstas no n.º 1 podem ser criados re- 1 — Horário rígido é aquele que, exigindo o
gimes especiais de prevenção, a definir em diplo- cumprimento da duração semanal do trabalho, se
mas próprios. reparte por dois períodos diários, com horas de en-
___________________________________
trada e de saída fixas idênticas, separados por um
- Alterado pela Lei n.º 84/2015, de 7 de agosto. intervalo de descanso.
___________________________________
2 — Sem prejuízo de determinação em contrá-
Artigo 111.º rio do dirigente máximo do serviço, o horário rígido
é o seguinte:
Horário flexível
a) Serviços de regime de funcionamento co-
1 — Horário flexível é o que permite ao trabalha- mum que encerram ao sábado:
dor de um serviço gerir os seus tempos de trabalho,
escolhendo as horas de entrada e de saída. Período da manhã — das 9 horas às 12 horas e
30 minutos;
2 — A adoção de qualquer horário flexível está
sujeita às seguintes regras: Período da tarde — das 14 horas às 17 horas e
30 minutos.
a) A flexibilidade não pode afetar o regular e
eficaz funcionamento dos órgãos ou serviços, es- b) Serviços de regime de funcionamento espe-
pecialmente no que respeita às relações com o pú- cial que funcionam ao sábado de manhã:
blico;

______________________________________________________________________________
47
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Período da manhã — das 9 horas e 30 minutos progenitor, desde que viva em comunhão de mesa
às 12 horas e 30 minutos, de segunda-feira a e habitação com o menor;
sexta-feira, e até às 12 horas, aos sábados;
e) Trabalhador estudante;
Período da tarde — das 14 horas às 17 horas e
f) No interesse do trabalhador, sempre que ou-
30 minutos, de segunda-feira a sexta-feira.
tras circunstâncias relevantes, devidamente fun-
3 — A adoção do horário rígido não prejudica a damentadas, o justifiquem;
possibilidade de fixação, para os trabalhadores
g) No interesse do serviço, quando devida-
com deficiência, pelo respetivo dirigente máximo e
mente fundamentado.
a pedido do interessado, de mais do que um inter-
valo de descanso e com duração diferente da pre- 4 — O tempo máximo de trabalho seguido, em
vista no regime geral, mas sem exceder no total jornada contínua, não pode ter uma duração supe-
os limites neste estabelecidos. rior a cinco horas.
___________________________________
- Alterado pela Lei n.º 18/2016, de 30 de junho. Artigo 114.º-A
___________________________________
Meia jornada
Artigo 113.º 1 — A meia jornada consiste na prestação de
trabalho num período reduzido em metade do pe-
Horário desfasado
ríodo normal de trabalho a tempo completo a que
Horário desfasado é aquele que, embora man- se refere o artigo 105.º, sem prejuízo da contagem
tendo inalterado o período normal de trabalho diá- integral do tempo de serviço para efeito de anti-
rio, permite estabelecer, serviço a serviço ou para guidade.
determinado grupo ou grupos de pessoal, e sem
2 — A prestação de trabalho na modalidade de
possibilidade de opção, horas fixas diferentes de
meia jornada não pode ter duração inferior a um
entrada e de saída.
ano, tendo a mesma de ser requerida por escrito
pelo trabalhador.
Artigo 114.º
3 — A opção pela modalidade de meia jornada
Jornada contínua
implica a fixação do pagamento de remuneração
1 — A jornada contínua consiste na prestação correspondente a 60 % do montante total auferido
ininterrupta de trabalho, salvo um período de des- em regime de prestação de trabalho em horário
canso nunca superior a trinta minutos, que, para to- completo.
dos os efeitos, se considera tempo de trabalho.
4 — Podem beneficiar da modalidade de meia
2 — A jornada contínua deve ocupar, predomi- jornada os trabalhadores que reúnam um dos se-
nantemente, um dos períodos do dia e determinar guintes requisitos:
uma redução do período normal de trabalho diário
a) Tenham 55 anos ou mais à data em que for
nunca superior a uma hora.
requerida a modalidade de meia jornada e tenham
3 — A jornada contínua pode ser adotada nos netos com idade inferior a 12 anos;
casos de horários específicos previstos na presente
b) Tenham filhos menores de 12 anos ou, inde-
lei e em casos excecionais, devidamente funda-
pendentemente da idade, com deficiência ou do-
mentados, designadamente nos seguintes:
ença crónica.
a) Trabalhador progenitor com filhos até à
5 — A autorização para a adoção da modalidade
idade de 12 anos ou, independentemente da idade,
de horário de trabalho em regime de meia jornada
com deficiência ou doença crónica;
cabe ao superior hierárquico do trabalhador em
b) Trabalhador adotante, nas mesmas condi- funções públicas.
ções dos trabalhadores progenitores;
6 — Em caso de indeferimento do pedido de au-
c) Trabalhador que, substituindo-se aos proge- torização a que se refere o número anterior, deve o
nitores, tenha a seu cargo neto com idade inferior superior hierárquico fundamentar claramente e
a 12 anos; sempre por escrito as razões que sustentam a re-
cusa da concessão do horário de trabalho na moda-
d) Trabalhador adotante, tutor ou pessoa a lidade de meia jornada.
quem foi deferida a confiança judicial ou adminis- ___________________________________
trativa do menor, bem como o cônjuge ou a pessoa
- Aditado pela Lei n.º 84/2015, de 7 de agosto.
em união de facto com qualquer daqueles ou com
______________________________________________________________________________
48
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

___________________________________ 2 — O regime de turnos é total quando for pres-


tado em, pelo menos, três períodos de trabalho di-
Artigo 115.º ário e parcial quando prestado em apenas dois pe-
ríodos.
Trabalho por turnos
1 — Considera-se trabalho por turnos qualquer SUBSECÇÃO III
organização do trabalho em equipa em que os tra-
Isenção de horário de trabalho
balhadores ocupam sucessivamente os mesmos
postos de trabalho, a um determinado ritmo, in-
cluindo o rotativo, contínuo ou descontínuo, po- Artigo 117.º
dendo executar o trabalho a horas diferentes num Condições da isenção de horário de trabalho
dado período de dias ou semanas.
1 — Os trabalhadores titulares de cargos diri-
2 — Devem ser organizados turnos de pessoal gentes e que chefiem equipas multidisciplinares
diferente sempre que o período de funcionamento gozam de isenção de horário de trabalho, nos ter-
do órgão ou serviço ultrapasse os limites máximos mos dos respetivos estatutos.
do período normal de trabalho.
2 — Podem ainda gozar de isenção de horário
3 — A duração de trabalho de cada turno não outros trabalhadores, mediante celebração de
pode ultrapassar os limites máximos dos períodos acordo escrito com o respetivo empregador pú-
normais de trabalho. blico, desde que tal isenção seja admitida por lei
4 — A prestação de trabalho por turnos deve ou por instrumento de regulamentação coletiva de
obedecer às seguintes regras: trabalho.

a) Os turnos são rotativos, estando o respetivo 3 — A isenção de horário não dispensa a obser-
pessoal sujeito à sua variação regular; vância do dever geral de assiduidade, nem o cum-
primento da duração semanal de trabalho legal-
b) Nos serviços de funcionamento permanente mente estabelecida.
não podem ser prestados mais de seis dias conse-
cutivos de trabalho; Artigo 118.º
c) As interrupções a observar em cada turno Modalidades e efeitos da isenção de horário
devem obedecer ao princípio de que não podem de trabalho
ser prestadas mais de cinco horas de trabalho con-
secutivo; 1 — A isenção de horário pode compreender as
seguintes modalidades:
d) As interrupções destinadas a repouso ou re-
feição, quando não superiores a 30 minutos, con- a) Não sujeição aos limites máximos dos perío-
sideram-se incluídas no período de trabalho; dos normais de trabalho;

e) O dia de descanso semanal deve coincidir b) Possibilidade de alargamento da prestação a


com o domingo, pelo menos uma vez em cada pe- um determinado número de horas, por dia ou por
ríodo de quatro semanas; semana;

f) A mudança de turno só pode ocorrer após o c) Observância dos períodos normais de traba-
dia de descanso. lho acordados.
2 — A isenção de horário dos trabalhadores re-
Artigo 116.º feridos no n.º 1 do artigo anterior implica, em
Regimes de turnos qualquer circunstância, a não sujeição aos limites
máximos dos períodos normais de trabalho, nos
1 — O regime de turnos é: termos dos estatutos do empregador público.
a) Permanente, quando o trabalho for prestado 3 — Nos casos previstos no n.º 2 do artigo an-
em todos os dias da semana; terior, a escolha da modalidade de isenção de ho-
rário obedece ao disposto na lei ou em instrumento
b) Semanal prolongado, quando for prestado
de regulamentação coletiva de trabalho.
em todos os cinco dias úteis e no sábado ou do-
mingo; 4 — Na falta de lei, instrumento de regulamen-
tação coletiva de trabalho ou estipulação das par-
c) Semanal, quando for prestado apenas de se-
tes, o regime de isenção de horário segue o dis-
gunda-feira a sexta-feira.
posto na alínea b) do n.º 1, não podendo o

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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alargamento da prestação de trabalho ser superior SECÇÃO IV


a duas horas por dia ou a 10 horas por semana.
Trabalho suplementar
5 — A isenção não prejudica o direito aos dias de
descanso semanal obrigatório, aos feriados obriga- Artigo 120.º
tórios e aos dias e meios dias de descanso comple-
mentar, nem ao descanso diário de 11 horas conse- Limites da duração do trabalho suplementar
cutivas entre dois períodos diários de trabalho con- 1 — É aplicável aos trabalhadores com vínculo
secutivos, exceto nos casos previstos no n.º 1 do de emprego público, com as necessárias adapta-
artigo 117.º e no n.º 2 do artigo 123.º ções e sem prejuízo do disposto no presente artigo
6 — Nos casos previstos no n.º 1 do artigo e nos artigos seguintes, o regime do Código do
117.º e no n.º 2 do artigo 123.º, deve ser obser- Trabalho em matéria de trabalho suplementar.
vado um período de descanso que permita a recu- 2 — O trabalho suplementar fica sujeito, por
peração do trabalhador entre dois períodos diários trabalhador, aos seguintes limites:
de trabalho consecutivos.
a) 150 horas de trabalho por ano;
Artigo 119.º b) Duas horas por dia normal de trabalho;
Não sujeição a horário de trabalho c) Um número de horas igual ao período normal
1 — Considera-se não sujeição a horário de tra- de trabalho diário, nos dias de descanso semanal,
balho a prestação de trabalho não sujeita ao cum- obrigatório ou complementar, e nos feriados;
primento de qualquer das modalidades de horário d) Um número de horas igual a meio período
previstas na presente lei, nem à observância do normal de trabalho diário em meio dia de descanso
dever geral de assiduidade e de cumprimento da complementar.
duração semanal de trabalho.
3 — Os limites fixados no número anterior po-
2 — A adoção de qualquer regime de prestação dem ser ultrapassados, desde que não impliquem
de trabalho não sujeita a horário obedece às se- uma remuneração por trabalho suplementar supe-
guintes regras: rior a 60 % da remuneração base do trabalhador:
a) Concordância expressa do trabalhador rela- a) Quando se trate de trabalhadores que ocu-
tivamente às tarefas e aos prazos da sua realiza- pem postos de trabalho de motoristas ou telefonis-
ção; tas e de outros trabalhadores integrados nas car-
b) Destinar-se à realização de tarefas constan- reiras de assistente operacional e de assistente
tes do plano de atividades do serviço, desde que técnico, cuja manutenção ao serviço para além do
calendarizadas, e cuja execução esteja atribuída horário de trabalho seja fundamentadamente re-
ao trabalhador não sujeito a horário; conhecida como indispensável;

c) Fixação de um prazo certo para a realização b) Em circunstâncias excecionais e delimitadas


da tarefa a executar, que não deve exceder o limite no tempo, mediante autorização do membro do Go-
máximo de 10 dias úteis; verno competente ou, quando esta não for possível,
mediante confirmação da mesma entidade, a profe-
d) Não autorização ao mesmo trabalhador mais rir nos 15 dias posteriores à ocorrência.
do que uma vez por trimestre.
4 — O limite máximo a que se refere a alínea
3 — O não cumprimento da tarefa no prazo a) do n.º 2 pode ser aumentado até 200 horas por
acordado, sem motivos justificados, impede o tra- ano, por instrumento de regulamentação coletiva
balhador de utilizar este regime durante o prazo de trabalho.
de um ano, a contar da data do incumprimento.
4 — A não sujeição a horário de trabalho não Artigo 121.º
dispensa o contacto regular do trabalhador com o Registo
serviço, nem a sua presença no local do trabalho,
sempre que tal se mostre necessário. 1 — O empregador público deve possuir e man-
ter durante cinco anos a relação nominal dos tra-
balhadores que efetuaram trabalho suplementar,
com discriminação do número de horas prestadas
e indicação do dia em que gozaram o respetivo
descanso compensatório, para efeitos de

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50
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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fiscalização pela IGF ou por outro serviço de inspe- características da atividade, nomeadamente no
ção legalmente competente. caso dos serviços de limpeza.
2 — O registo de trabalho suplementar deve 4 — O disposto no n.º 1 não é aplicável a ativi-
conter os elementos e ser efetuado de acordo com dades caracterizadas pela necessidade de assegu-
o modelo aprovado por portaria do membro do Go- rar a continuidade do serviço, nomeadamente as
verno responsável pela área da Administração Pú- atividades a seguir indicadas, desde que através
blica. de instrumento de regulamentação coletiva de tra-
balho sejam garantidos ao trabalhador os corres-
CAPÍTULO V pondentes descansos compensatórios:

Tempos de não trabalho a) Vigilância, transporte e tratamento de siste-


mas eletrónicos de segurança;
SECÇÃO I b) Receção, tratamento e cuidados dispensados
Disposição em estabelecimentos e serviços prestadores de
cuidados de saúde, instituições residenciais, esta-
Artigo 122.º belecimentos prisionais e centros educativos;

Disposições gerais c) Distribuição e abastecimento de água;

1 — É aplicável aos trabalhadores com vínculo d) Ambulâncias, bombeiros e proteção civil;


de emprego público o regime do Código do Traba- e) Recolha de lixo e incineração;
lho em matéria de tempos de não trabalho, com as
necessárias adaptações e sem prejuízo das espe- f) Atividades em que o processo de trabalho não
cificidades constantes do presente capítulo. possa ser interrompido por motivos técnicos;

2 — Sem prejuízo do disposto nos números se- g) Investigação e desenvolvimento.


guintes ou em lei especial, é aplicável aos trabalha- 5 — O disposto no número anterior é extensivo
dores que exercem funções públicas o regime de fe- aos casos de acréscimo previsível de atividade no
riados estabelecido no Código do Trabalho. turismo.
3 — É observado o feriado municipal das locali-
dades. Artigo 124.º

4 — A observância da Terça-Feira de Carnaval Semana de trabalho e descanso semanal


como dia feriado depende de decisão do Conselho
1 — A semana de trabalho é, em regra, de cinco
de Ministros ou dos órgãos de governo próprio das
dias.
regiões autónomas, sendo nulas as disposições de
contrato ou de instrumentos de regulamentação 2 — Os trabalhadores têm direito a um dia de
coletiva de trabalho que disponham em contrário. descanso semanal obrigatório, acrescido de um dia
de descanso semanal complementar, que devem
Artigo 123.º coincidir com o domingo e o sábado, respetiva-
mente.
Descanso diário
3 — Os dias de descanso referidos no número
1 — É garantido ao trabalhador um período mí- anterior só podem deixar de coincidir com o do-
nimo de descanso de 11 horas seguidas entre dois mingo e o sábado, respetivamente, quando o tra-
períodos diários de trabalho consecutivos. balhador exerça funções em órgão ou serviço que
2 — O disposto no número anterior não é apli- encerre a sua atividade noutros dias da semana.
cável quando seja necessária a prestação de tra- 4 — Os dias de descanso semanal podem ainda
balho suplementar por motivo de força maior ou deixar de coincidir com o domingo e o sábado nos
por ser indispensável para prevenir ou reparar pre- casos:
juízos graves para o órgão ou serviço devidos a
acidente ou a risco de acidente iminente. a) De trabalhador necessário para assegurar a
continuidade de serviços que não possam ser in-
3 — A regra constante do n.º 1 não é aplicável terrompidos ou que devam ser desempenhados
nos casos em que o exercício de funções é caracte- em dia de descanso de outros trabalhadores;
rizado pela sua natureza permanente e obrigatória,
no âmbito dos respetivos estatutos profissionais, ou b) Do pessoal dos serviços de limpeza ou en-
quando os períodos normais de trabalho sejam fra- carregado de outros trabalhos preparatórios e
cionados ao longo do dia com fundamento nas complementares que devam necessariamente ser
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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efetuados no dia de descanso dos restantes traba- características da atividade, nomeadamente servi-
lhadores; ços de limpeza;
c) De trabalhador diretamente afeto a ativida- c) Às atividades caracterizadas pela necessi-
des de vigilância, transporte e tratamento de sis- dade de assegurar a continuidade do serviço, no-
temas eletrónicos de segurança; meadamente as atividades indicadas no número
seguinte, desde que através de instrumento de re-
d) De trabalhador que exerça atividade em ex-
gulamentação coletiva de trabalho ou de acordo
posições e feiras;
individual sejam garantidos ao trabalhador os cor-
e) De pessoal dos serviços de inspeção de ati- respondentes descansos compensatórios.
vidades que não encerrem ao sábado e, ou, ao do-
4 — Para efeitos do disposto na alínea c) do nú-
mingo;
mero anterior, são consideradas as seguintes ati-
f) Nos demais casos previstos em legislação es- vidades:
pecial.
a) Vigilância, transporte e tratamento de siste-
5 — Quando a natureza do órgão ou serviço ou mas eletrónicos de segurança;
razões de interesse público o exijam, pode o dia de
b) Receção, tratamento e cuidados dispensados
descanso complementar ser gozado, segundo op-
em estabelecimentos e serviços prestadores de
ção do trabalhador, do seguinte modo:
cuidados de saúde, instituições residenciais, esta-
a) Dividido em dois períodos imediatamente an- belecimentos prisionais e centros educativos;
teriores ou posteriores ao dia de descanso semanal
c) Ambulâncias, bombeiros e proteção civil;
obrigatório;
d) Recolha de lixo e incineração;
b) Meio dia imediatamente anterior ou posterior
ao dia de descanso semanal obrigatório, sendo o e) Atividades em que o processo de trabalho
tempo restante deduzido na duração do período não possa ser interrompido por motivos técnicos;
normal de trabalho dos restantes dias úteis, sem
f) Investigação e desenvolvimento.
prejuízo da duração do período normal de trabalho
semanal. 5 — O disposto na alínea c) do n.º 3 é extensivo
aos casos de acréscimo previsível de atividade no
6 — Sempre que seja possível, o empregador
turismo.
público deve proporcionar aos trabalhadores que
pertençam ao mesmo agregado familiar o des-
canso semanal nos mesmos dias. SECÇÃO II
Férias
Artigo 125.º
Duração do descanso semanal obrigatório Artigo 126.º

1 — Quando o dia de descanso complementar Direito a férias


não seja contíguo ao dia de descanso semanal 1 — O trabalhador tem direito a um período de
obrigatório, adiciona-se a este um período de 11 férias remuneradas em cada ano civil, nos termos
horas, correspondente ao período mínimo de des- previstos no Código do Trabalho e com as especi-
canso diário estabelecido no n.º 1 do artigo 123.º ficidades dos artigos seguintes.
2 — O disposto no número anterior não é apli- 2 — O período anual de férias tem a duração de
cável a trabalhadores titulares de cargos dirigentes 22 dias úteis.
e a chefes de equipas multidisciplinares.
3 — O período de férias referido no número an-
3 — O disposto no n.º 1 não é igualmente apli- terior vence-se no dia 1 de janeiro, sem prejuízo
cável: do disposto no Código do Trabalho.
a) Quando seja necessária a prestação de tra- 4 — Ao período de férias previsto no n.º 1
balho suplementar por motivo de força maior ou acresce um dia útil de férias por cada 10 anos de
por ser indispensável para prevenir ou reparar pre- serviço efetivamente prestado.
juízos graves para o órgão ou serviço devidos a
acidente ou a risco de acidente iminente; 5 — A duração do período de férias pode ainda
ser aumentada no quadro de sistemas de recom-
b) Quando os períodos normais de trabalho são pensa do desempenho, nos termos previstos na lei
fracionados ao longo do dia, com fundamento nas ou em instrumento de regulamentação coletiva de
trabalho.
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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6 — Para efeitos de férias, são úteis os dias da Artigo 129.º


semana de segunda-feira a sexta-feira, com exce-
Efeitos da suspensão do contrato por impe-
ção dos feriados, não podendo as férias ter início
dimento prolongado
em dia de descanso semanal do trabalhador.
1 — No ano da suspensão do contrato por im-
Artigo 127.º pedimento prolongado, respeitante ao trabalha-
dor, verificando-se a impossibilidade total ou par-
Vínculos de duração inferior a seis meses
cial do gozo do direito a férias já vencido, o traba-
1 — O trabalhador cuja duração total do vínculo lhador tem direito à remuneração correspondente
não atinja seis meses tem direito a gozar dois dias ao período de férias não gozado e respetivo subsí-
úteis de férias por cada mês completo de duração dio.
do contrato.
2 — No ano da cessação do impedimento pro-
2 — Para efeitos da determinação do mês com- longado o trabalhador tem direito a férias nos ter-
pleto, devem contar-se todos os dias, seguidos ou mos previstos no artigo 127.º
interpolados, em que foi prestado trabalho.
3 — No caso de sobrevir o termo do ano civil
3 — Nos vínculos cuja duração total não atinja antes de decorrido o prazo referido no número an-
seis meses, o gozo das férias tem lugar no mo- terior ou antes de gozado o direito a férias, pode o
mento imediatamente anterior ao da cessação, trabalhador usufruí-lo até 30 de abril do ano civil
salvo acordo das partes. subsequente.
4 — Cessando o contrato após impedimento
Artigo 128.º prolongado respeitante ao trabalhador, este tem
Doença no período de férias direito à remuneração e ao subsídio de férias cor-
respondentes ao tempo de serviço prestado no ano
1 — No caso de o trabalhador adoecer durante de início da suspensão.
o período de férias, são as mesmas suspensas
desde que o empregador público seja do facto in- Artigo 130.º
formado, e cuja prova é feita nos termos da lei,
prosseguindo, logo após a alta, o gozo dos dias de Violação do direito a férias
férias ainda compreendidos naquele período.
Caso o empregador público, com culpa, obste
2 — Compete ao empregador público, na falta de ao gozo das férias nos termos previstos nos artigos
acordo, a marcação dos dias de férias não gozados, anteriores, o trabalhador recebe, a título de com-
que podem decorrer em qualquer período. pensação, o triplo da remuneração correspondente
ao período em falta, o qual deve obrigatoriamente
3 — (Revogado.) ser gozado até 30 de abril do ano civil subse-
4 — Para efeitos de verificação da situação de quente.
doença, o empregador público pode requerer a de-
signação de médico dos serviços da segurança so- Artigo 131.º
cial da área da residência habitual do trabalhador, Exercício de outra atividade durante as férias
do facto lhe dando conhecimento na mesma data,
podendo também, para aquele efeito, designar um 1 — O trabalhador não pode exercer qualquer
médico que não tenha qualquer vínculo contratual outra atividade remunerada durante as férias,
anterior ao empregador público. salvo se já a viesse exercendo cumulativamente,
com autorização, ou o empregador público a isso o
5 — Em caso de desacordo entre os pareceres autorizar.
médicos referidos nos números anteriores, pode
ser requerida por qualquer das partes a interven- 2 — A violação do disposto no número anterior,
ção de junta médica. sem prejuízo da eventual responsabilidade discipli-
nar do trabalhador, dá ao empregador público o
6 — Em caso de não cumprimento do dever de direito de reaver a remuneração correspondente
informação previsto no n.º 1, bem como de oposi- às férias e respetivo subsídio, da qual metade re-
ção, sem motivo atendível, à fiscalização da do- verte para o Instituto de Gestão Financeira da Se-
ença, os dias de alegada doença são considerados gurança Social, I.P., no caso de o trabalhador ser
dias de férias. beneficiário do regime geral de segurança social
___________________________________
para todas as eventualidades, ou constitui receita
- Alterado e revogado pelos artigos 7.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho. do Estado, nos restantes casos.
___________________________________

______________________________________________________________________________
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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3 — Para os efeitos previstos no número ante- f) As motivadas por deslocação a estabeleci-


rior, o empregador público pode proceder a des- mento de ensino de responsável pela educação de
contos na remuneração do trabalhador, até ao li- menor por motivo da situação educativa deste,
mite de um sexto, em relação a cada um dos perí- pelo tempo estritamente necessário, até quatro
odos de vencimento posteriores. horas por trimestre, por cada menor;
g) As de trabalhador eleito para estrutura de
Artigo 132.º
representação coletiva dos trabalhadores, nos ter-
Contacto em período de férias mos do artigo 316.º;

Antes do início das férias, o trabalhador deve h) As dadas por candidatos a eleições para car-
indicar, se possível, ao respetivo empregador pú- gos públicos, durante o período legal da respetiva
blico, a forma como pode ser eventualmente con- campanha eleitoral, nos termos da correspondente
tactado. lei eleitoral;
i) As motivadas pela necessidade de tratamento
SECÇÃO III ambulatório, realização de consultas médicas e exa-
Faltas mes complementares de diagnóstico, que não pos-
sam efetuar-se fora do período normal de trabalho
SUBSECÇÃO I e só pelo tempo estritamente necessário;

Disposições comuns j) As motivadas por isolamento profilático;


k) As dadas para doação de sangue e socor-
Artigo 133.º rismo;
Noção l) As motivadas pela necessidade de submissão
1 — Considera-se falta a ausência de trabalha- a métodos de seleção em procedimento concursal;
dor do local em que devia desempenhar a ativi- m) As dadas por conta do período de férias;
dade durante o período normal de trabalho diário.
n) As que por lei sejam como tal consideradas.
2 — Em caso de ausência do trabalhador por
períodos inferiores ao período normal de trabalho 3 — O disposto na alínea i) do número anterior
diário, os respetivos tempos são adicionados para é extensivo à assistência ao cônjuge ou equipa-
determinação da falta. rado, ascendentes, descendentes, adotando, ado-
tados e enteados, menores ou deficientes, quando
Artigo 134.º comprovadamente o trabalhador seja a pessoa
mais adequada para o fazer.
Tipos de faltas
4 — As faltas referidas no n.º 2 têm os seguin-
1 — As faltas podem ser justificadas ou injusti- tes efeitos:
ficadas.
a) As dadas ao abrigo das alíneas a) a h) e n)
2 — São consideradas faltas justificadas: têm os efeitos previstos no Código do Trabalho;
a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por al- b) Sem prejuízo do disposto na alínea anterior,
tura do casamento; as dadas ao abrigo das alíneas i) a l) não determi-
nam perda de remuneração;
b) As motivadas por falecimento do cônjuge,
parentes ou afins; c) As dadas ao abrigo da alínea m) têm os efei-
tos previstos no artigo seguinte.
c) As motivadas pela prestação de provas em
estabelecimento de ensino; 5 — As disposições relativas aos tipos de faltas
e à sua duração não podem ser objeto de instru-
d) As motivadas por impossibilidade de prestar
mento de regulamentação coletiva de trabalho,
trabalho devido a facto que não seja imputável ao
salvo tratando-se das situações previstas na alínea
trabalhador, nomeadamente observância de pres-
g) do n.º 2.
crição médica no seguimento de recurso a técnica
de procriação medicamente assistida, doença, aci- 6 — São consideradas injustificadas as faltas
dente ou cumprimento de obrigação legal; não previstas no n.º 2.
e) A motivada pela prestação de assistência
inadiável e imprescindível a filho, a neto ou a
membro do agregado familiar do trabalhador;
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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 135.º d) Comunicar ao trabalhador que a sua não


comparência ao exame médico, sem motivo aten-
Faltas por conta do período de férias
dível, tem como consequência que os dias de ale-
1 — Sem prejuízo do disposto em lei especial, gada doença são considerados dias de férias, bem
o trabalhador pode faltar dois dias por mês por como que deve apresentar, aquando da sua obser-
conta do período de férias, até ao máximo de 13 vação, informação clínica e os elementos auxiliares
dias por ano, os quais podem ser utilizados em pe- de diagnóstico de que disponha, comprovativos da
ríodos de meios dias. sua incapacidade.

2 — As faltas previstas no número anterior re- 3 — Os serviços de segurança social, caso não
levam, segundo opção do interessado, no período possam cumprir o disposto no número anterior,
de férias do próprio ano ou do ano seguinte. devem, dentro do mesmo prazo, comunicar essa
impossibilidade ao empregador público.
3 — As faltas por conta do período de férias de-
vem ser comunicadas com a antecedência mínima
Artigo 137.º
de 24 horas ou, se não for possível, no próprio dia,
e estão sujeitas a autorização, que pode ser recu- Verificação da situação de doença por mé-
sada se forem suscetíveis de causar prejuízo para dico designado pelo empregador público
o normal funcionamento do órgão ou serviço.
1 — O empregador público pode designar um
4 — Nos casos em que as faltas determinem médico para efetuar a verificação da situação de
perda de remuneração, as ausências podem ser doença do trabalhado, nos seguintes casos:
substituídas, se o trabalhador assim o preferir, por
a) Não se tendo realizado o exame no prazo
dias de férias, na proporção de um dia de férias
previsto na alínea c) do n.º 2 do artigo anterior por
por cada dia de falta, desde que seja salvaguar-
motivo não imputável ao trabalhador ou, sendo
dado o gozo efetivo de 20 dias de férias ou da cor-
caso disso, no prazo previsto no n.º 2 do artigo
respondente proporção, se se tratar do ano de ad-
140.º;
missão, mediante comunicação expressa do traba-
lhador ao empregador público. b) Tendo recebido a comunicação prevista no
n.º 3 do artigo anterior ou, na falta desta, se não
SUBSECÇÃO II tiver obtido indicação do médico por parte dos ser-
viços da segurança social nas 24 horas após a
Faltas por doença e justificação da doença
apresentação do seu requerimento.

Artigo 136.º 2 — Na data em que designar o médico, nos


termos do número anterior, o empregador público
Verificação da situação de doença por mé- dá cumprimento ao disposto nas alíneas c) e d) do
dico designado pela segurança social n.º 2 do artigo anterior.
1 — Para efeitos de verificação da situação de
doença do trabalhador, o empregador público deve Artigo 138.º
requerer a designação de médico aos serviços de
Reavaliação da situação de doença
segurança social da área da residência habitual do
trabalhador, informando o trabalhador do requeri- 1 — Para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo
mento nessa mesma data. 128.º, a reavaliação da situação de doença do tra-
balhador é feita por intervenção da comissão de
2 — Os serviços da segurança social referidos
reavaliação dos serviços da segurança social da
no número anterior devem, no prazo de 24 horas,
sua área da residência habitual.
a contar da receção do requerimento:
2 — Sem prejuízo do previsto no número se-
a) Designar o médico, de entre os que integram
guinte, a comissão de reavaliação é constituída por
comissões de verificação de incapacidade tempo-
três médicos, um designado pelos serviços da se-
rária;
gurança social, que preside e tem voto de quali-
b) Comunicar a designação do médico ao em- dade, devendo ser, quando se tenha procedido à
pregador público; verificação da situação de doença ao abrigo do n.º
2 do artigo 136.º, o médico que a realizou, um in-
c) Convocar o trabalhador para o exame mé- dicado pelo trabalhador e outro pelo empregador
dico, indicando o local, dia e hora da sua realiza- público.
ção, que deve ocorrer nas 72 horas seguintes;
3 — A comissão de reavaliação é constituída por
apenas dois médicos no caso de:
______________________________________________________________________________
55
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

a) O trabalhador ou o empregador público não empregador público se o trabalhador está ou não


ter procedido à respetiva designação; apto para desempenhar a atividade.
b) O trabalhador e o empregador público não 2 — O médico que proceda à verificação da si-
terem procedido à respetiva designação, compe- tuação de doença deve proceder à comunicação
tindo aos serviços de segurança social a designa- prevista no número anterior nas 24 horas subse-
ção de outro médico. quentes.
___________________________________
Artigo 142.º
- Alterado pelo artigos 7.º do Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho.
___________________________________ Eficácia do resultado da verificação da situa-
ção de doença
Artigo 139.º
O empregador público não pode fundamentar
Procedimento de reavaliação da doença qualquer decisão desfavorável para o trabalhador
no resultado da verificação da situação de doença
1 — Qualquer das partes pode requerer a rea- do mesmo, efetuada nos termos do artigo 136.º,
valiação da situação de doença nas 24 horas sub- enquanto decorrer o prazo para requerer a inter-
sequentes ao conhecimento do resultado da verifi- venção da comissão de reavaliação, nem até à de-
cação da mesma, devendo, na mesma data, comu- cisão final, se esta for requerida.
nicar esse pedido à contraparte.
2 — O requerente deve indicar o médico refe- Artigo 143.º
rido no n.º 2 do artigo anterior ou declarar que
Comunicações e taxas
prescinde dessa faculdade.
1 — As comunicações previstas na presente
3 — A contraparte pode indicar o médico nas 24
subsecção devem ser efetuadas por escrito e por
horas seguintes ao conhecimento do pedido.
meio célere, designadamente telegrama, correio
4 — Os serviços da segurança social devem, no eletrónico ou qualquer outro meio escrito, desde
prazo de 24 horas, a contar da receção do reque- que possa fazer prova do seu envio.
rimento, dar cumprimento ao disposto nas alíneas
2 — Pelo pedido de nomeação de médico pelos
c) e d) do n.º 2 do artigo 136.º
serviços da segurança social ou da intervenção da
5 — No prazo de oito dias, a contar da apresen- comissão de reavaliação é devido o pagamento de
tação do requerimento, a comissão deve proceder uma taxa, nos termos a fixar em portaria dos
à reavaliação da situação de doença do trabalha- membros do Governo responsáveis pelas áreas
dor e comunicar o resultado da mesma a este e ao das finanças e laboral.
empregador público.
CAPÍTULO VI
Artigo 140.º
Remuneração
Impossibilidade de comparência ao exame
médico SECÇÃO I
1 — O trabalhador convocado para exame mé- Disposições gerais
dico fora do seu domicílio que, justificadamente,
não possa deslocar-se deve, em qualquer caso, in- Artigo 144.º
formar dessa impossibilidade a entidade que o ti-
ver convocado, até à data prevista para o exame Princípios gerais
ou, se não tiver sido possível, nas 24 horas seguin- 1 — As normas legais em matéria de remune-
tes. rações não podem ser afastadas ou derrogadas por
2 — Consoante a natureza do impedimento do instrumento de regulamentação coletiva de traba-
trabalhador, é determinada nova data para o exame lho, salvo quando previsto expressamente na pre-
e, se necessário, a sua realização no domicílio do sente lei.
trabalhador, dentro das 48 horas seguintes. 2 — A determinação do valor da remuneração
deve ser feita tendo em conta a quantidade, natu-
Artigo 141.º reza e qualidade do trabalho, observando-se o
princípio de que para trabalho igual salário igual.
Comunicação do resultado da verificação
1 — O médico que proceda à verificação da si-
tuação de doença apenas pode comunicar ao
______________________________________________________________________________
56
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 145.º Artigo 148.º


Direito à remuneração Retribuição mínima mensal garantida
1 — A remuneração é devida com o início do A tabela remuneratória única não pode prever
exercício de funções, sem prejuízo do regime es- níveis remuneratórios de montante inferior ao da
pecial de produção de efeitos da aceitação. retribuição mínima mensal garantida.
2 — A remuneração, quando seja periódica, é
Artigo 149.º
paga mensalmente.
Fixação da remuneração base
3 — A lei prevê as situações e condições em que
o direito à remuneração é total ou parcialmente 1 — Os níveis remuneratórios correspondentes
suspenso. às posições remuneratórias das categorias, bem
como aos cargos exercidos em comissão de ser-
4 — O direito à remuneração cessa com a ex-
viço, são fixados por decreto regulamentar.
tinção do vínculo de emprego público.
2 — Na fixação dos níveis remuneratórios cor-
Artigo 146.º respondentes às posições remuneratórias das ca-
tegorias devem, em princípio, observar-se as se-
Componentes da remuneração
guintes regras:
A remuneração dos trabalhadores com vínculo
a) Nas carreiras pluricategoriais, os intervalos
de emprego público é composta por:
entre os níveis remuneratórios são decrescente-
a) Remuneração base; mente mais pequenos, à medida que as correspon-
dentes posições se tornam superiores;
b) Suplementos remuneratórios;
b) Os níveis remuneratórios correspondentes às
c) Prémios de desempenho. posições das várias categorias da carreira não se
devem sobrepor, verificando-se um movimento
SECÇÃO II único crescente desde o nível correspondente à
Remuneração base primeira posição da categoria inferior até ao cor-
respondente à última posição da categoria supe-
Artigo 147.º rior;

Tabela remuneratória única c) Excecionalmente, o nível correspondente à


última posição remuneratória de uma categoria
1 — A tabela remuneratória única contém a to- pode ser idêntico ao da primeira posição da cate-
talidade dos níveis remuneratórios suscetíveis de goria imediatamente superior;
ser utilizados na fixação da remuneração base dos
trabalhadores que exerçam funções ao abrigo de d) Nas carreiras unicategoriais, os intervalos
vínculo de emprego público. entre níveis remuneratórios são constantes.

2 — O número de níveis remuneratórios e o Artigo 150.º


montante pecuniário correspondente a cada um é
fixado em portaria do Primeiro-Ministro e do mem- Conceito de remuneração base
bro do Governo responsável pela área das finanças. 1 — A remuneração base é o montante pecu-
3 — A alteração do montante pecuniário corres- niário correspondente ao nível remuneratório da
pondente a cada nível remuneratório deve tenden- posição remuneratória onde o trabalhador se en-
cialmente manter a proporcionalidade relativa en- contra na categoria de que é titular ou do cargo
tre cada um dos níveis. exercido em comissão de serviço.

4 — Não é necessário observar a proporcionali- 2 — A remuneração base anual é paga em 14


dade prevista no número anterior entre o primeiro mensalidades, correspondendo uma delas ao sub-
nível remuneratório e o nível subsequente, sempre sídio de Natal e outra ao subsídio de férias, nos
que aquele seja fixado por referência à retribuição termos da lei.
mínima mensal garantida (RMMG).
___________________________________ Artigo 151.º
- Alterado pelo Decreto-Lei.º 84-F/2022, de 16 de dezembro. Subsídio de Natal
___________________________________
1 — O trabalhador tem direito a um subsídio de
Natal de valor igual a um mês de remuneração
______________________________________________________________________________
57
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

base mensal, que deve ser pago no mês de no- 3 — No caso referido no número anterior,
vembro de cada ano. quando a primeira posição remuneratória da cate-
goria correspondente à função que o trabalhador
2 — O valor do subsídio de Natal é proporcional
vai exercer for superior ao nível remuneratório da
ao tempo de serviço prestado no ano civil, nas se-
primeira posição daquela de que é titular, a remu-
guintes situações:
neração do trabalhador é acrescida para o nível re-
a) No ano de admissão do trabalhador; muneratório superior mais próximo daquele que
corresponde ao seu posicionamento na categoria
b) No ano da cessação do contrato; de que é titular.
c) Em caso de suspensão do contrato, salvo se 4 — Não se verificando a hipótese prevista no
por doença do trabalhador. número anterior, pode o trabalhador ser remune-
rado nos termos do n.º 1.
Artigo 152.º
5 — Exceto em caso de acordo em sentido dife-
Remuneração do período de férias rente entre os órgãos ou serviços, o trabalhador
1 — A remuneração do período de férias corres- em mobilidade interna é remunerado pelo órgão
ponde à remuneração que o trabalhador receberia ou serviço de destino.
se estivesse em serviço efetivo, com exceção do
subsídio de refeição. Artigo 154.º

2 — Além da remuneração mencionada no nú- Opção pela remuneração base


mero anterior, o trabalhador tem direito a um sub- 1 — Quando o vínculo de emprego público se
sídio de férias de valor igual a um mês de remune- constitua por comissão de serviço, ou haja lugar a
ração base mensal, que deve ser pago por inteiro cedência de interesse público, o trabalhador tem o
no mês de junho de cada ano ou em conjunto com direito de optar, a todo o tempo, pela remuneração
a remuneração mensal do mês anterior ao do gozo base devida na situação jurídico-funcional de ori-
das férias, quando a aquisição do respetivo direito gem que esteja constituída por tempo indetermi-
ocorrer em momento posterior. nado.
3 — A suspensão do contrato por doença do tra- 2 — No caso de cedência de interesse público
balhador não prejudica o direito ao subsídio de fé- para o exercício de funções em órgão ou serviço a
rias, nos termos do número anterior. que a presente lei é aplicável, com a opção pela
4 — O aumento do período de férias previsto remuneração a que se refere o número anterior, a
nos n.ºs 4 e 5 do artigo 126.º ou a sua redução remuneração a pagar não pode exceder, em caso
nos termos do Código do Trabalho, respetiva- algum, a remuneração base do Primeiro-Ministro.
mente, não implicam o aumento ou a redução cor-
respondentes na remuneração ou no subsídio de Artigo 155.º
férias.
Cálculo do valor da remuneração horária e
diária
Artigo 153.º
1 — O valor da hora normal de trabalho é cal-
Remuneração em caso de mobilidade culado através da fórmula (Rb × 12)/(52 × N), em
1 — O trabalhador em mobilidade na categoria, que Rb é a remuneração base mensal e N o nú-
em órgão ou serviço diferente ou cuja situação ju- mero de horas da normal duração semanal do tra-
rídico-funcional de origem seja a de colocado em balho.
situação de requalificação, pode ser remunerado 2 — A fórmula referida no número anterior
pela posição remuneratória imediatamente se- serve de base de cálculo da remuneração corres-
guinte àquela em que se encontre posicionado na pondente a qualquer outra fração de tempo de tra-
categoria ou, em caso de inexistência desta, pelo balho inferior ao período de trabalho diário.
nível remuneratório que suceda ao correspondente
à sua posição na tabela remuneratória única. 3 — A remuneração diária corresponde a 1/30 da
remuneração mensal.
2 — O trabalhador em mobilidade intercarreiras
ou categorias nunca pode auferir uma remunera-
ção inferior à que corresponde à categoria de que
é titular.

______________________________________________________________________________
58
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

SECÇÃO III termos do artigo 158.º, quando aquele, na falta de


lei especial em contrário, tenha acumulado 10 pon-
Alteração do posicionamento remuneratório
tos nas avaliações do desempenho referido às fun-
ções exercidas durante o posicionamento remune-
Artigo 156.º ratório em que se encontra, contados nos seguintes
Regra geral de alteração do posicionamento termos:
remuneratório a) Seis pontos por cada menção máxima;
1 — Os trabalhadores com vínculo de emprego b) Quatro pontos por cada menção imediata-
público podem ver alterado o seu posicionamento mente inferior à máxima;
remuneratório na categoria para a posição remu-
neratória imediatamente seguinte àquela em que c) Dois pontos por cada menção imediatamente
se encontram, nos termos do presente artigo. inferior à referida na alínea anterior, desde que
consubstancie desempenho positivo;
2 — São elegíveis para beneficiar de alteração
do posicionamento remuneratório os trabalhado- d) Dois pontos negativos por cada menção cor-
res do órgão ou serviço, onde quer que se encon- respondente ao mais baixo nível de avaliação.
trem em exercício de funções, que, na falta de lei
8 — Para efeito do disposto no número anterior,
especial em contrário, tenham obtido, nas últimas
quando os trabalhadores tenham acumulado mais
avaliações do seu desempenho referido às funções
do que os pontos legalmente exigidos para a alte-
exercidas durante o posicionamento remunerató-
ração da posição remuneratória, os pontos em ex-
rio em que se encontram:
cesso relevam para efeitos de futura alteração do
a) Uma menção máxima; seu posicionamento remuneratório.

b) Duas menções consecutivas imediatamente 9 — Na falta de lei especial em contrário, a al-


inferiores às máximas; ou teração do posicionamento remuneratório reporta-
se a 1 de janeiro do ano em que tiver lugar.
c) Três menções consecutivas imediatamente ___________________________________
inferiores às referidas na alínea anterior, desde
- Alterado pelo Decreto-Lei.º 84-F/2022, de 16 de dezembro.
que consubstanciem desempenho positivo.
___________________________________
3 — Os trabalhadores a que se refere o número
anterior são ordenados, dentro de cada universo, Artigo 157.º
por ordem decrescente da classificação quantita-
Regras especiais de alteração do posiciona-
tiva obtida na última avaliação do seu desempe-
mento remuneratório
nho.
1 — O dirigente máximo do órgão ou serviço
4 — Em face da ordenação referida no número
pode, ouvido o Conselho Coordenador da Avaliação
anterior e até ao limite do montante máximo dos
ou o órgão com competência equiparada, alterar o
encargos fixado por cada universo, nos termos dos
posicionamento remuneratório de trabalhador
n.ºs 2 e 3 do artigo 158.º, é alterado o posiciona-
para a posição remuneratória imediatamente se-
mento remuneratório do trabalhador, salvo o dis-
guinte àquela em que ele se encontra, mesmo que
posto no número seguinte.
não se encontrem reunidos os requisitos previstos
5 — Não há lugar a alteração do posiciona- no n.º 2 do artigo anterior, desde que o trabalha-
mento remuneratório quando, não obstante reuni- dor tenha obtido a menção máxima ou a imediata-
dos os requisitos previstos no n.º 2, o montante mente inferior e se inclua nos universos definidos
máximo dos encargos fixado para o universo em para a alteração de posicionamento remuneratório
causa se tenha previsivelmente esgotado, no qua- nos termos e limites do artigo anterior.
dro da execução orçamental em curso, com a alte-
2 — O dirigente máximo do órgão ou serviço
ração relativa a trabalhador ordenado superior-
pode, ouvido o Conselho Coordenador da Avaliação
mente.
ou o órgão com competência equiparada, determi-
6 — Para efeitos do disposto nas alíneas b) e c) nar que a alteração do posicionamento na catego-
do n.º 2, são também consideradas as menções ria de trabalhador se opere para qualquer outra
obtidas que sejam superiores às nelas referidas. posição remuneratória seguinte àquela em que ele
se encontra, desde que o trabalhador esteja inclu-
7 — Há lugar a alteração obrigatória para a po-
ído no universo de trabalhadores incluídos para al-
sição remuneratória imediatamente seguinte àquela
teração de posicionamento remuneratório e nos
em que o trabalhador se encontra, quando a haja,
termos e limites fixados no artigo anterior.
independentemente dos universos definidos nos
______________________________________________________________________________
59
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

3 — O disposto no número anterior tem como 5 — A decisão é tornada pública por afixação no
limite a posição remuneratória máxima para a qual órgão ou serviço e divulgação em página eletró-
tenham alterado o seu posicionamento os traba- nica.
lhadores que, no âmbito do mesmo universo, se
encontrem ordenados superiormente. SECÇÃO IV
4 — As alterações do posicionamento remunera- Suplementos remuneratórios
tório previstas no presente artigo são fundamenta-
das e tornadas públicas, com o teor integral da res- Artigo 159.º
petiva fundamentação e do parecer do Conselho Co-
ordenador da Avaliação ou do órgão com competên- Condições de atribuição dos suplementos re-
cia equiparada, por publicação na 2.ª série do Diário muneratórios
da República, por afixação no órgão ou serviço e por 1 — São suplementos remuneratórios os acrés-
divulgação em página eletrónica, sendo ainda aplicá- cimos remuneratórios devidos pelo exercício de fun-
vel o disposto no n.º 8 do artigo anterior. ções em postos de trabalho que apresentam condi-
ções mais exigentes relativamente a outros postos
Artigo 158.º de trabalho caracterizados por idêntico cargo ou por
Alteração do posicionamento remuneratório idênticas carreira e categoria.
por opção gestionária 2 — Os suplementos remuneratórios estão re-
1 — O dirigente máximo do serviço, de acordo ferenciados ao exercício de funções nos postos de
com as verbas orçamentais previstas, estabelece trabalho referidos na primeira parte do número an-
as verbas destinadas a suportar os encargos de- terior, sendo apenas devidos a quem os ocupe.
correntes de alterações do posicionamento remu- 3 — São devidos suplementos remuneratórios
neratório na categoria dos trabalhadores do órgão quando trabalhadores, em postos de trabalho de-
ou serviço. terminados nos termos do n.º 1, sofram, no exer-
2 — A decisão referida no número anterior fixa, cício das suas funções, condições de trabalho mais
fundamentadamente, o montante máximo, com as exigentes:
desagregações necessárias, dos encargos que o a) De forma anormal e transitória, designada-
órgão ou serviço se propõe suportar, bem como o mente as decorrentes de prestação de trabalho su-
universo das carreiras e categorias onde as altera- plementar, noturno, em dias de descanso semanal,
ções do posicionamento remuneratório na catego- complementar e feriados e fora do local normal de
ria podem ter lugar. trabalho; ou
3 — O universo referido no número anterior b) De forma permanente, designadamente as
pode ainda ser desagregado, quando assim o en- decorrentes de prestação de trabalho arriscado,
tenda o dirigente máximo, em função: penoso ou insalubre, por turnos, em zonas perifé-
a) Da atribuição, competência ou atividade que ricas, com isenção de horário e de secretariado de
os trabalhadores integrados em determinada car- direção.
reira ou titulares de determinada categoria devam 4 — Os suplementos remuneratórios são apenas
cumprir ou executar; devidos enquanto perdurem as condições de traba-
b) Da área de formação académica ou profis- lho que determinaram a sua atribuição e haja exer-
sional dos trabalhadores integrados em determi- cício de funções efetivo ou como tal considerado em
nada carreira ou titulares de determinada catego- lei.
ria, quando tal área de formação tenha sido utili- 5 — Os suplementos remuneratórios devem ser
zada na caracterização dos postos de trabalho con- fixados em montantes pecuniários e só excecional-
tidos nos mapas de pessoal. mente podem ser fixados em percentagem da re-
4 — Para efeitos do disposto nos números an- muneração base mensal.
teriores, as alterações podem não ter lugar em to- 6 — Os suplementos remuneratórios são cria-
das as carreiras, ou em todas as categorias de uma dos por lei, podendo ser regulamentados por ins-
mesma carreira ou ainda relativamente a todos os trumento de regulamentação coletiva de trabalho.
trabalhadores integrados em determinada carreira
ou titulares de determinada categoria.

______________________________________________________________________________
60
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 160.º 4 — O acréscimo remuneratório inclui o que


fosse devido por trabalho noturno, mas não afasta
Trabalho noturno
a remuneração por trabalho suplementar.
1 — O trabalho noturno deve ser remunerado
com um acréscimo de 25 % relativamente à remu- Artigo 162.º
neração do trabalho equivalente prestado durante
Trabalho suplementar
o dia.
1 — A prestação de trabalho suplementar em
2 — O acréscimo remuneratório previsto no nú-
dia normal de trabalho confere ao trabalhador o
mero anterior pode ser fixado em instrumento de
direito aos seguintes acréscimos:
regulamentação coletiva de trabalho, através de
uma redução equivalente dos limites máximos do a) 25 % da remuneração, na primeira hora ou
período normal de trabalho. fração desta;
3 — O disposto no n.º 1 não se aplica ao traba- b) 37,5 % da remuneração, nas horas ou fra-
lho prestado durante o período noturno, salvo se ções subsequentes.
previsto em instrumento de regulamentação cole-
tiva de trabalho: 2 — O trabalho suplementar prestado em dia de
descanso semanal, obrigatório ou complementar,
a) Ao serviço de atividades que sejam exercidas e em dia feriado, confere ao trabalhador o direito
exclusiva ou predominantemente durante esse pe- a um acréscimo de 50 % da remuneração por cada
ríodo, designadamente as de espetáculos e diver- hora de trabalho efetuado.
sões públicas;
3 — A compensação horária que serve de base
b) Ao serviço de atividades que, pela sua natu- ao cálculo do trabalho suplementar é apurada se-
reza ou por força da lei, devam necessariamente gundo a fórmula prevista no artigo 155.º, conside-
funcionar à disposição do público durante o mesmo rando-se, nas situações de determinação do perí-
período; odo normal de trabalho semanal em termos mé-
dios, que N significa o número médio de horas do
c) Quando o acréscimo remuneratório pela
período normal de trabalho semanal efetivamente
prestação de trabalho noturno se encontre inte-
praticado no órgão ou serviço.
grado na remuneração base.
4 — Os montantes remuneratórios previstos
Artigo 161.º nos números anteriores podem ser fixados em ins-
trumento de regulamentação coletiva de trabalho.
Suplemento remuneratório de turno
5 — É exigível o pagamento de trabalho suple-
1 — Desde que um dos turnos seja total ou par-
mentar cuja prestação tenha sido prévia e expres-
cialmente coincidente com o período de trabalho
samente determinada.
noturno, os trabalhadores por turnos têm direito a
um acréscimo remuneratório cujo montante varia 6 — A autorização prévia prevista no número
em função do número de turnos adotado, bem anterior é dispensada em situações de prestação
como da natureza permanente ou não do funcio- de trabalho suplementar motivadas por força
namento do serviços. maior ou sempre que indispensável para prevenir
ou reparar prejuízo grave para os órgãos e servi-
2 — O acréscimo referido no número anterior,
ços, desde que as mesmas sejam posteriormente
relativamente à remuneração base, varia entre:
justificadas pelo dirigente máximo do serviço.
a) 25 % a 22 %, quando o regime de turnos for
7 — Por acordo entre o empregador público e o
permanente, total ou parcial;
trabalhador, a remuneração por trabalho suple-
b) 22 % a 20 %, quando o regime de turnos for mentar pode ser substituída por descanso com-
semanal prolongado, total ou parcial; pensatório.

c) 20 % a 15 %, quando o regime de turnos for


Artigo 163.º
semanal total ou parcial.
Limites remuneratórios
3 — A fixação das percentagens, nos termos do
número anterior, tem lugar em regulamento in- 1 — Os trabalhadores nomeados não podem,
terno ou em instrumento de regulamentação cole- em cada mês, receber por trabalho suplementar
tiva de trabalho. mais do que um terço da remuneração base res-
petiva, pelo que não pode ser exigida a sua reali-
zação quando exceda aquele limite.
______________________________________________________________________________
61
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

2 — Os limites fixados para os trabalhadores Artigo 167.º


das carreiras de assistente técnico e operacional
Condições da atribuição dos prémios de de-
afetos às residências oficiais do Presidente da Re-
sempenho
pública e do Primeiro-Ministro mantêm-se nos ter-
mos da legislação em vigor. 1 — São elegíveis para a atribuição de prémios
de desempenho os trabalhadores que, cumulativa-
Artigo 164.º mente, exerçam funções no órgão ou serviço e, na
falta de lei especial em contrário, tenham obtido,
Isenção de horário de trabalho
na última avaliação do seu desempenho, a menção
1 — O trabalhador isento de horário de trabalho máxima ou a imediatamente inferior a ela.
nas modalidades previstas nas alíneas a) e b) do n.º
2 — Os trabalhadores que preenchem cada um
1 do artigo 118.º tem direito a um suplemento re-
dos universos definidos, são ordenados, dentro de
muneratório, nos termos fixados por lei ou por ins-
cada universo, por ordem decrescente da classifi-
trumento de regulamentação coletiva de trabalho.
cação quantitativa obtida naquela avaliação.
2 — O disposto no número anterior pode não se
3 — Em face da ordenação referida no número
aplicar a carreiras especiais e a cargos em que o
anterior, e após exclusão dos trabalhadores que,
regime de isenção de horário de trabalho constitua
nesse ano, tenham alterado o seu posicionamento
o regime normal de prestação do trabalho.
remuneratório na categoria por cujo nível remune-
ratório se encontrem a auferir a remuneração
Artigo 165.º base, o montante máximo dos encargos fixado por
Feriados cada universo nos termos do artigo anterior é dis-
tribuído, pela ordem mencionada, de modo a que
1 — O trabalhador tem direito à remuneração cada trabalhador receba o equivalente à sua remu-
correspondente aos feriados, sem que o emprega- neração base mensal.
dor público os possa compensar com trabalho su-
plementar. 4 — Não há lugar a atribuição de prémio de de-
sempenho quando, não obstante reunidos os re-
2 — O trabalhador que realiza a prestação em quisitos previstos no n.º 1, o montante máximo
órgão ou serviço legalmente dispensado de suspen- dos encargos fixado para o universo em causa se
der o trabalho em dia feriado obrigatório tem direito tenha esgotado com a atribuição de prémio a tra-
a um descanso compensatório com duração de me- balhador ordenado superiormente.
tade do número de horas prestadas ou ao acréscimo
de 50 % da remuneração pelo trabalho prestado 5 — Os prémios de desempenho estão referen-
nesse dia, cabendo a escolha ao empregador pú- ciados ao desempenho do trabalhador objetiva-
blico, na ausência de acordo entre as partes. mente revelado e avaliado.

SECÇÃO V Artigo 168.º

Prémios de desempenho Outros sistemas de recompensa do desem-


penho
Artigo 166.º 1 — Podem ser criados outros sistemas de re-
Preparação da atribuição compensa do desempenho, designadamente em
função de resultados obtidos em equipa ou do de-
1 — O dirigente máximo do órgão ou serviço sempenho de trabalhadores que se encontrem po-
fixa, fundamentadamente, no prazo de 15 dias sicionados na última posição remuneratória da res-
após o início da execução do orçamento, o uni- petiva categoria.
verso dos cargos e o das carreiras e categorias
onde a atribuição de prémios de desempenho pode 2 — Os sistemas referidos no número anterior
ter lugar, com as desagregações necessárias do podem afastar a aplicação do disposto na presente
montante disponível em função de tais universos, secção.
tendo em conta as verbas orçamentais destinadas
a suportar este tipo de encargos.
2 — É aplicável à atribuição de prémios de de-
sempenho, com as necessárias adaptações, o dis-
posto nos n.ºs 3 a 5 do artigo 158.º

______________________________________________________________________________
62
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

SECÇÃO VI SECÇÃO VII


Descontos Cumprimento

Artigo 169.º Artigo 172.º


Enumeração Forma do cumprimento
1 — Sobre as remunerações devidas pelo exer- 1 — O montante da remuneração deve estar à
cício de funções em órgão ou serviço a que a pre- disposição do trabalhador na data do vencimento
sente lei é aplicável incidem: ou no dia útil imediatamente anterior.
a) Descontos obrigatórios; 2 — No ato do pagamento da remuneração, o
empregador público deve entregar ao trabalhador
b) Descontos facultativos.
documento do qual constem a identificação daquela
2 — São obrigatórios os descontos que resultam e o nome completo deste, o número de inscrição na
de imposição legal. instituição de proteção social respetiva, a categoria
profissional, o período a que respeita a remunera-
3 — São facultativos os descontos que, sendo ção, discriminando a remuneração base e as demais
permitidos por lei, carecem de autorização ex- prestações, os descontos e deduções efetuados e o
pressa do titular do direito à remuneração. montante líquido a receber.
4 — Na falta de lei especial em contrário, os
descontos são efetuados diretamente através de Artigo 173.º
retenção na fonte.
Tempo do cumprimento

Artigo 170.º 1 — A obrigação de satisfazer a remuneração,


quando esta seja periódica, vence-se mensal-
Descontos obrigatórios mente.
Constituído o vínculo de emprego público, são 2 — O cumprimento deve efetuar-se nos dias
descontos obrigatórios os seguintes: úteis.
a) Imposto sobre o rendimento das pessoas 3 — O empregador público fica constituído em
singulares; mora se o trabalhador, por facto que não lhe seja
b) Quotizações para o regime de proteção social imputável, não puder dispor do montante da re-
aplicável. muneração na data do vencimento.

Artigo 171.º SECÇÃO VIII

Descontos facultativos Garantias dos créditos remuneratórios

1 — Constituído o vínculo de emprego público, Artigo 174.º


são descontos facultativos, designadamente, os
seguintes: Compensações e descontos
a) Prémios de seguros de doença ou de aciden- 1 — Na pendência do vínculo de emprego pú-
tes pessoais, de seguros de vida e complementos blico, o empregador público não pode compensar
de reforma e planos de poupança-reforma; a remuneração em dívida com créditos que tenha
sobre o trabalhador, nem fazer quaisquer descon-
b) Quota sindical. tos ou deduções no montante da referida remune-
2 — Desde que solicitado pelo trabalhador, as ração.
quotas sindicais são obrigatoriamente descontadas 2 — O disposto no número anterior não se
na fonte. aplica:
a) Aos descontos a favor do Estado, da segu-
rança social ou de outras entidades, ordenados por
lei, por decisão judicial transitada em julgado ou
por auto de conciliação, quando da decisão ou do
auto tenha sido notificado o empregador público;

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63
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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b) Às indemnizações devidas pelo trabalhador trabalhador não impedem a punição por infrações
ao empregador público, quando se acharem liqui- cometidas no exercício da função.
dadas por decisão judicial transitada em julgado
5 — Em caso de cessação do vínculo de em-
ou por auto de conciliação;
prego público, o procedimento disciplinar ou a exe-
c) Às multas ou a reposição de qualquer quantia cução de qualquer das sanções previstas nas alí-
em que o trabalhador tenha sido condenado no neas b) a d) do n.º 1 do artigo 180.º suspende-se
âmbito de procedimento disciplinar e não tenha por um período máximo de 18 meses, podendo
procedido ao respetivo pagamento voluntário; prosseguir caso o trabalhador constitua novo vín-
culo de emprego público para as mesmas funções
d) Aos preços de refeições no local de trabalho,
a que o procedimento disciplinar diz respeito e
de utilização de telefones, de fornecimento de gé-
desde que do seu início, ressalvado o tempo de
neros, de combustíveis ou de materiais, quando
suspensão, não decorram mais de 18 meses até à
solicitados pelo trabalhador, bem como a outras
notificação ao trabalhador da decisão final.
despesas efetuadas pelo empregador público por ___________________________________
conta do trabalhador e consentidas por este;
- Alterado pelo Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro.
e) A outros descontos ou deduções previstos na ___________________________________
lei.
Artigo 177.º
3 — Com exceção da alínea a) do número an-
terior, os descontos referidos no número anterior Exclusão da responsabilidade disciplinar
não podem exceder, no seu conjunto, um sexto da
remuneração. 1 — É excluída a responsabilidade disciplinar do
trabalhador que atue no cumprimento de ordens
ou instruções emanadas de legítimo superior hie-
Artigo 175.º
rárquico e em matéria de serviço, quando previa-
Insuscetibilidade de cessão dos créditos la- mente delas tenha reclamado ou exigido a sua
borais transmissão ou confirmação por escrito.
O trabalhador não pode ceder, a título gratuito 2 — Considerando ilegal a ordem ou instrução
ou oneroso, os seus créditos a remunerações na recebidas, o trabalhador faz expressamente men-
medida em que estes sejam impenhoráveis. ção desse facto ao reclamar ou ao pedir a sua
transmissão ou confirmação por escrito.
CAPÍTULO VII
3 — Quando a decisão da reclamação ou a
Exercício do poder disciplinar transmissão ou confirmação da ordem ou instrução
por escrito não tenham lugar dentro do tempo em
SECÇÃO I que, sem prejuízo, o cumprimento destas possa
ser demorado, o trabalhador comunica, também
Disposições gerais por escrito, ao seu imediato superior hierárquico,
os termos exatos da ordem ou instrução recebidas
Artigo 176.º e da reclamação ou do pedido formulados, bem
Sujeição ao poder disciplinar como a não satisfação destes, executando segui-
damente a ordem ou instrução.
1 — Todos os trabalhadores são disciplinar-
mente responsáveis perante os seus superiores hi- 4 — Quando a ordem ou instrução sejam dadas
erárquicos. com menção de cumprimento imediato e sem pre-
juízo do disposto nos n.ºs 1 e 2, a comunicação
2 — Os titulares dos órgãos dirigentes dos ser- referida na parte final do número anterior é efetu-
viços da administração direta e indireta do Estado ada após a execução da ordem ou instrução.
são disciplinarmente responsáveis perante o mem-
bro do Governo que exerça a respetiva superinten- 5 — Cessa o dever de obediência sempre que o
dência ou tutela. cumprimento das ordens ou instruções implique a
prática de qualquer crime.
3 — Os trabalhadores ficam sujeitos ao poder
disciplinar desde a constituição do vínculo de em-
prego público, em qualquer das suas modalidades.
4 — A cessação do vínculo de emprego público
ou a alteração da situação jurídico-funcional do

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64
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 178.º Artigo 179.º


Prescrição da infração disciplinar e do proce- Efeitos da pronúncia e da condenação em
dimento disciplinar processo penal
1 — A infração disciplinar prescreve no prazo de 1 — Quando o agente de um crime cujo julga-
um ano sobre a respetiva prática, salvo quando con- mento seja da competência do tribunal de júri ou
substancie também infração penal, caso em que se do tribunal coletivo seja um trabalhador em fun-
sujeita aos prazos de prescrição estabelecidos na lei ções públicas, a secretaria do tribunal por onde
penal à data da prática dos factos. corra o processo, no prazo de 24 horas sobre o
trânsito em julgado do despacho de pronúncia ou
2 — O direito de instaurar o procedimento dis-
equivalente, entrega, por termo nos autos, cópia
ciplinar prescreve no prazo de 60 dias sobre o co-
de tal despacho ao Ministério Público, a fim de que
nhecimento da infração por qualquer superior hie-
este a remeta ao órgão ou serviço em que o tra-
rárquico.
balhador desempenha funções.
3 — Suspendem os prazos prescricionais referi-
2 — Quando um trabalhador em funções públi-
dos nos números anteriores, por um período até
cas seja condenado pela prática de crime, aplica-
seis meses, a instauração de processo de sindicân-
se, com as necessárias adaptações, o disposto no
cia aos órgãos ou serviços, ou de processo de in-
número anterior.
quérito ou disciplinar, mesmo que não dirigidos
contra o trabalhador a quem a prescrição apro- 3 — A condenação em processo penal não pre-
veite, quando em qualquer deles venham a apu- judica o exercício da ação disciplinar quando a in-
rar-se infrações por que seja responsável. fração penal constitua também infração disciplinar.
4 — A suspensão do prazo prescricional da infra- 4 — Quando os factos praticados pelo trabalha-
ção disciplinar opera quando, cumulativamente: dor sejam passíveis de ser considerados infração
penal, dá-se obrigatoriamente notícia deles ao Mi-
a) Os processos referidos no número anterior
nistério Público competente para promover o pro-
tenham sido instaurados nos 30 dias seguintes à
cedimento criminal, nos termos do artigo 242.º do
suspeita da prática de factos disciplinarmente
Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-
puníveis;
Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro, na redação atual.
b) O procedimento disciplinar subsequente te-
nha sido instaurado nos 30 dias seguintes à rece- SECÇÃO II
ção daqueles processos, para decisão, pela enti-
Sanções disciplinares
dade competente;
c) À data da instauração dos processos e pro- SUBSECÇÃO I
cedimento referidos nas alíneas anteriores, não se
encontre já prescrito o direito de instaurar proce- Disposições gerais
dimento disciplinar.
Artigo 180.º
5 — O procedimento disciplinar prescreve de-
corridos 18 meses, a contar da data em que foi Escala das sanções disciplinares
instaurado quando, nesse prazo, o trabalhador não 1 — As sanções disciplinares aplicáveis aos tra-
tenha sido notificado da decisão final. balhadores em funções públicas pelas infrações
6 — A prescrição do procedimento disciplinar que cometam são as seguintes:
referida no número anterior suspende-se durante a) Repreensão escrita;
o tempo em que, por força de decisão ou de apre-
ciação judicial de qualquer questão, a marcha do b) Multa;
correspondente processo não possa começar ou c) Suspensão;
continuar a ter lugar.
d) Despedimento disciplinar ou demissão.
7 — A prescrição volta a correr a partir do dia
em que cesse a causa da suspensão. 2 — Aos titulares de cargos dirigentes e equi-
parados é aplicável a sanção disciplinar de cessa-
ção da comissão de serviço, a título principal ou
acessório.
3 — Não pode ser aplicada mais de uma sanção
disciplinar por cada infração, pelas infrações

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65
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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acumuladas que sejam apreciadas num único pro- ou à aposentação, nos termos e condições previs-
cesso ou pelas infrações apreciadas em processos tos na lei, mas não o impossibilitam de voltar a
apensados. exercer funções em órgão ou serviço que não exi-
jam as particulares condições de dignidade e con-
4 — As sanções disciplinares são registadas no
fiança que aquelas de que foi despedido ou demi-
processo individual do trabalhador.
tido exigiam.

Artigo 181.º 5 — A sanção de cessação da comissão de ser-


viço implica o termo do exercício do cargo dirigente
Caracterização das sanções disciplinares ou equiparado e a impossibilidade de exercício de
1 — A sanção de repreensão escrita consiste em qualquer cargo dirigente ou equiparado durante o
mero reparo pela irregularidade praticada. período de três anos, a contar da data da notifica-
ção da decisão.
2 — A sanção de multa é fixada em quantia
certa e não pode exceder o valor correspondente a SUBSECÇÃO II
seis remunerações base diárias por cada infração
e um valor total correspondente à remuneração Infrações a que são aplicáveis as sanções disci-
base de 90 dias por ano. plinares

3 — A sanção de suspensão consiste no afasta-


Artigo 183.º
mento completo do trabalhador do órgão ou ser-
viço durante o período da sanção. Infração disciplinar
4 — A sanção de suspensão varia entre 20 e 90 Considera-se infração disciplinar o comporta-
dias por cada infração, num máximo de 240 dias mento do trabalhador, por ação ou omissão, ainda
por ano. que meramente culposo, que viole deveres gerais
ou especiais inerentes à função que exerce.
5 — A sanção de despedimento disciplinar con-
siste no afastamento definitivo do órgão ou serviço
Artigo 184.º
do trabalhador com contrato de trabalho em fun-
ções públicas, cessando o vínculo de emprego pú- Repreensão escrita
blico.
A sanção disciplinar de repreensão escrita é
6 — A sanção de demissão consiste no afasta- aplicável a infrações leves de serviço.
mento definitivo do órgão ou serviço do trabalha-
dor nomeado, cessando o vínculo de emprego pú- Artigo 185.º
blico.
Multa
7 — A sanção de cessação da comissão de ser-
viço consiste na cessação compulsiva do exercício A sanção disciplinar de multa é aplicável a casos
de cargo dirigente ou equiparado. de negligência ou má compreensão dos deveres
funcionais, nomeadamente aos trabalhadores que:
Artigo 182.º a) Não observem os procedimentos estabeleci-
Efeitos das sanções disciplinares dos ou cometam erros por negligência, de que não
resulte prejuízo relevante para o serviço;
1 — As sanções disciplinares produzem unica-
mente os efeitos previstos na presente lei. b) Desobedeçam às ordens dos superiores hie-
rárquicos, sem consequências importantes;
2 — A sanção de suspensão determina, por tan-
tos dias quantos os da sua duração, o não exercício c) Não usem de correção para com os superio-
de funções e a perda das remunerações correspon- res hierárquicos, subordinados ou colegas ou para
dentes e da contagem do tempo de serviço para com o público;
antiguidade. d) Pelo defeituoso cumprimento ou desconheci-
3 — A aplicação da sanção de suspensão não mento das disposições legais e regulamentares ou
prejudica o direito dos trabalhadores à manuten- das ordens superiores, demonstrem falta de zelo
ção, nos termos legais, das prestações do respe- pelo serviço;
tivo regime de proteção social. e) Não façam as comunicações de impedimen-
4 — As sanções de despedimento disciplinar ou tos e suspeições previstas no Código do Procedi-
de demissão importam a perda de todos os direitos mento Administrativo.
___________________________________
do trabalhador, salvo quanto à reforma por velhice
______________________________________________________________________________
66
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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- Declaração de Retificação n.º 37-A/2014, de 19 de agosto. m) Usem ou permitam que outrem use ou se
___________________________________ sirva de quaisquer bens pertencentes aos órgãos
ou serviços, cuja posse ou utilização lhes esteja
Artigo 186.º confiada, para fim diferente daquele a que se des-
Suspensão tinam;

A sanção disciplinar de suspensão é aplicável n) Violem os deveres previstos nos n.ºs 1 e 2


aos trabalhadores que atuem com grave negligên- do artigo 24.º
cia ou com grave desinteresse pelo cumprimento
dos deveres funcionais e àqueles cujos comporta- Artigo 187.º
mentos atentem gravemente contra a dignidade e Despedimento disciplinar ou demissão
o prestígio da função, nomeadamente quando:
As sanções de despedimento disciplinar ou de
a) Deem informação errada a superior hierár- demissão são aplicáveis em caso de infração que
quico; inviabilize a manutenção do vínculo de emprego
b) Compareçam ao serviço em estado de em- público nos termos previstos na presente lei.
briaguez ou sob o efeito de estupefacientes ou dro-
gas equiparadas; Artigo 188.º

c) Exerçam funções em acumulação, sem auto- Cessação da comissão de serviço


rização ou apesar de não autorizados ou, ainda,
1 — A sanção disciplinar de cessação da comis-
quando a autorização tenha sido concedida com
são de serviço é aplicável, a título principal, aos
base em informações ou elementos, por eles for-
titulares de cargos dirigentes e equiparados que:
necidos, que se revelem falsos ou incompletos;
a) Não procedam disciplinarmente contra os
d) Demonstrem desconhecimento de normas
trabalhadores seus subordinados pelas infrações
essenciais reguladoras do serviço, do qual haja re-
de que tenham conhecimento;
sultado prejuízos para o órgão ou serviço ou para
terceiros; b) Não participem criminalmente infração disci-
plinar de que tenham conhecimento no exercício
e) Dispensem tratamento de favor a determi-
das suas funções, que revista caráter penal;
nada entidade, singular ou coletiva;
c) Autorizem, informem favoravelmente ou
f) Omitam informação que possa ou deva ser
omitam informação, relativamente à situação jurí-
prestada ao cidadão ou, com violação da lei em vi-
dico-funcional de trabalhadores, em violação das
gor sobre acesso à informação, revelem factos ou
normas que regulam o vínculo de emprego pú-
documentos relacionados com os procedimentos
blico;
administrativos, em curso ou concluídos;
d) Violem as normas relativas à celebração de
g) Desobedeçam escandalosamente, ou pe-
contratos de prestação de serviço.
rante o público e em lugar aberto ao mesmo, às
ordens superiores; 2 — A sanção disciplinar de cessação da comis-
são de serviço é sempre aplicada acessoriamente
h) Prestem falsas declarações sobre justificação
aos titulares de cargos dirigentes e equiparados por
de faltas;
qualquer infração disciplinar punida com sanção dis-
i) Violem os procedimentos da avaliação do de- ciplinar igual ou superior à de multa.
sempenho, incluindo a aposição de datas sem cor-
respondência com o momento da prática do ato; Artigo 189.º
j) Agridam, injuriem ou desrespeitem grave- Medida das sanções disciplinares
mente superior hierárquico, colega, subordinado
Na aplicação das sanções disciplinares atende-
ou terceiro, fora dos locais de serviço, por motivos
se aos critérios gerais enunciados nos artigos
relacionados com o exercício das funções;
184.º a 188.º, à natureza, à missão e às atribui-
k) Recebam fundos, cobrem receitas ou reco- ções do órgão ou serviço, ao cargo ou categoria do
lham verbas de que não prestem contas nos prazos trabalhador, às particulares responsabilidades ine-
legais; rentes à modalidade do seu vínculo de emprego
público, ao grau de culpa, à sua personalidade e a
l) Violem, com culpa grave ou dolo, o dever de
todas as circunstâncias em que a infração tenha
imparcialidade no exercício das funções;
sido cometida que militem contra ou a favor dele.

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67
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 190.º d) A comparticipação com outros indivíduos


para a sua prática;
Circunstâncias dirimentes e atenuantes da
responsabilidade disciplinar e) O facto de ter sido cometida durante o cum-
primento de sanção disciplinar ou enquanto decor-
1 — São circunstâncias dirimentes da respon-
ria o período de suspensão da sanção disciplinar;
sabilidade disciplinar:
f) A reincidência;
a) A coação física;
g) A acumulação de infrações.
b) A privação acidental e involuntária do exer-
cício das faculdades intelectuais no momento da 2 — A premeditação consiste na intenção de co-
prática da infração; metimento da infração, pelo menos, 24 horas an-
tes da sua prática.
c) A legítima defesa, própria ou alheia;
3 — A reincidência ocorre quando a infração é
d) A não exigibilidade de conduta diversa;
cometida antes de decorrido um ano sobre o dia em
e) O exercício de um direito ou o cumprimento que tenha findado o cumprimento de sanção disci-
de um dever. plinar aplicada por virtude de infração anterior.
2 — São circunstâncias atenuantes especiais da 4 — A acumulação ocorre quando duas ou mais
infração disciplinar: infrações são cometidas na mesma ocasião ou
quando uma é cometida antes de ter sido punida a
a) A prestação de mais de 10 anos de serviço anterior.
com exemplar comportamento e zelo;
b) A confissão espontânea da infração; Artigo 192.º

c) A prestação de serviços relevantes ao povo Suspensão da sanção disciplinar


português e a atuação com mérito na defesa da
1 — As sanções disciplinares previstas nas alí-
liberdade e da democracia;
neas a) a c) do n.º 1 do artigo 180.º podem ser
d) A provocação; suspensas quando, atendendo à personalidade do
trabalhador, às condições da sua vida, à sua con-
e) O acatamento bem intencionado de ordem duta anterior e posterior à infração e às circuns-
ou instrução de superior hierárquico, nos casos em tâncias desta, se conclua que a simples censura do
que não fosse devida obediência. comportamento e a ameaça da sanção disciplinar
3 — Quando existam circunstâncias atenuantes realizam de forma adequada e suficiente as finali-
que diminuam substancialmente a culpa do traba- dades da punição.
lhador, a sanção disciplinar pode ser atenuada, 2 — O tempo de suspensão da sanção discipli-
aplicando-se sanção disciplinar inferior. nar não é inferior a seis meses para as sanções
disciplinares de repreensão escrita e de multa e a
Artigo 191.º um ano para a sanção disciplinar de suspensão,
Circunstâncias agravantes especiais da res- nem superior a um e dois anos, respetivamente.
ponsabilidade disciplinar 3 — Os tempos previstos no número anterior
1 — São circunstâncias agravantes especiais da contam-se desde a data da notificação ao traba-
infração disciplinar: lhador da respetiva decisão.

a) A intenção de, pela conduta seguida, produ- 4 — A suspensão caduca quando o trabalhador
zir resultados prejudiciais ao órgão ou serviço ou venha a ser, no seu decurso, condenado nova-
ao interesse geral, independentemente de estes se mente em processo disciplinar.
terem verificado;
Artigo 193.º
b) A produção efetiva de resultados prejudiciais
ao órgão ou serviço ou ao interesse geral, nos ca- Prescrição das sanções disciplinares
sos em que o trabalhador pudesse prever essa As sanções disciplinares prescrevem nos prazos
consequência como efeito necessário da sua con- seguintes, contados da data em que a decisão se
duta; tornou inimpugnável:
c) A premeditação; a) Um mês, nos casos de sanção disciplinar de
repreensão escrita;

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68
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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b) Três meses, nos casos de sanção disciplinar ainda que não seja competente para aplicar a san-
de multa; ção.
c) Seis meses, nos casos de sanção disciplinar 2 — Compete ao membro do Governo respetivo
de suspensão; a instauração de procedimento disciplinar contra
os dirigentes máximos dos órgãos ou serviços.
d) Um ano, nos casos de sanções disciplinares
de despedimento disciplinar ou de demissão e de 3 — A competência disciplinar dos superiores
cessação da comissão de serviço. hierárquicos envolve a dos seus inferiores hierár-
quicos dentro do órgão ou serviço.
SECÇÃO III
Artigo 197.º
Procedimentos disciplinares
Competência para aplicação das sanções dis-
SUBSECÇÃO I ciplinares

Disposições gerais 1 — A aplicação da sanção disciplinar prevista


na alínea a) do n.º 1 do artigo 180.º é da compe-
Artigo 194.º tência de todos os superiores hierárquicos em re-
lação aos seus subordinados.
Obrigatoriedade de processo disciplinar
2 — A aplicação das restantes sanções discipli-
1 — As sanções disciplinares de multa e supe- nares previstas nos n.ºs 1 e 2 do artigo 180.º é da
riores são sempre aplicadas após o apuramento competência do dirigente máximo do órgão ou ser-
dos factos em processo disciplinar. viço.
2 — A sanção disciplinar de repreensão escrita 3 — Compete ao membro do Governo respetivo
é aplicada sem dependência de processo, mas com a aplicação de qualquer sanção disciplinar aos di-
audiência e defesa do trabalhador. rigentes máximos dos órgãos ou serviços.
3 — A requerimento do trabalhador é lavrado 4 — Nas autarquias locais, associações e fede-
auto das diligências referidas no número anterior, rações de municípios, bem como nos serviços mu-
na presença de duas testemunhas por ele indica- nicipalizados, a aplicação das sanções disciplinares
das. previstas nos n.ºs 1 e 2 do artigo 180.º é da com-
4 — Para os efeitos do disposto no n.º 2, o tra- petência, respetivamente, dos correspondentes
balhador tem o prazo máximo de cinco dias para, órgãos executivos, bem como dos conselhos de
querendo, produzir a sua defesa por escrito. administração.
5 — Nas assembleias distritais, a aplicação das
Artigo 195.º sanções disciplinares previstas nos n.ºs 1 e 2 do
Formas de processo artigo 180.º é da competência do respetivo plená-
rio.
1 — O processo disciplinar é comum ou espe-
cial. 6 — A competência prevista nos números ante-
riores não é delegável.
2 — O processo especial aplica-se nos casos ex-
pressamente previstos na lei e o comum em todos Artigo 198.º
os casos a que não corresponda processo especial.
Local da instauração e mudança de órgão ou
3 — Os processos especiais regulam-se pelas serviço na pendência do procedimento
disposições que lhes são próprias e, na parte nelas
não prevista, pelas disposições respeitantes ao 1 — O procedimento disciplinar é instaurado no
processo comum. órgão ou serviço em que o trabalhador exerce fun-
ções à data da infração.
Artigo 196.º 2 — Quando, após a prática de uma infração
Competência para a instauração do procedi- disciplinar ou já na pendência do respetivo pro-
mento disciplinar cesso, o trabalhador mude de órgão ou serviço, a
sanção disciplinar é aplicada pela entidade compe-
1 — Sem prejuízo do disposto nos números se- tente à data em que tenha de ser proferida deci-
guintes, é competente para instaurar ou mandar são, sem prejuízo de o procedimento ter sido man-
instaurar procedimento disciplinar contra os respe- dado instaurar e ter sido instruído no âmbito do
tivos subordinados qualquer superior hierárquico,
______________________________________________________________________________
69
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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órgão ou serviço em que o trabalhador exercia fun- Artigo 201.º


ções à data da infração.
Forma dos atos processuais e atos oficiosos
Artigo 199.º 1 — A forma dos atos, quando não seja regu-
lada por lei, ajusta-se ao fim que se tem em vista
Apensação de processos
e limita-se ao indispensável para atingir essa fina-
1 — Para todas as infrações ainda não punidas lidade.
cometidas por um trabalhador é instaurado um
2 — Nos casos omissos, o instrutor pode adotar
único processo.
as providências que se afigurem convenientes para
2 — Tendo sido instaurados diversos processos, a descoberta da verdade, em conformidade com os
são todos apensados àquele que primeiro tenha princípios gerais do processo penal.
sido instaurado.
Artigo 202.º
3 — Quando, antes da decisão de um procedi-
mento, sejam instaurados novos procedimentos Constituição de advogado
disciplinares contra o mesmo trabalhador, por in-
1 — O trabalhador pode constituir advogado em
fração cometida no desempenho de funções, em
qualquer fase do processo, nos termos gerais de
acumulação, em outros órgãos ou serviços, os no-
direito.
vos procedimentos são apensados ao primeiro, fi-
cando a instrução de todos eles a cargo do instru- 2 — O advogado exerce os direitos que a lei re-
tor deste. conhece ao trabalhador.
4 — No caso referido no número anterior, a ins-
tauração dos procedimentos disciplinares é comu- Artigo 203.º
nicada aos órgãos ou serviços em que o trabalha- Nulidades
dor desempenha funções, de igual modo se proce-
dendo em relação à decisão proferida. 1 — É insuprível a nulidade resultante da falta
de audiência do trabalhador em artigos de acusa-
Artigo 200.º ção, bem como a que resulte de omissão de quais-
quer diligências essenciais para a descoberta da
Natureza secreta do processo verdade.
1 — O processo disciplinar é de natureza secreta 2 — As restantes nulidades consideram-se su-
até à acusação, podendo, contudo, ser facultado ao pridas quando não sejam objeto de reclamação
trabalhador, a seu requerimento, para exame, sob pelo trabalhador até à decisão final.
condição de não divulgar o que dele conste.
3 — Do despacho que indefira o requerimento
2 — O indeferimento do requerimento a que se de quaisquer diligências probatórias cabe recurso
refere o número anterior é comunicado ao traba- hierárquico ou tutelar para o respetivo membro do
lhador no prazo de três dias. Governo, a interpor no prazo de cinco dias.
3 — Não obstante a sua natureza secreta, é per- 4 — O recurso referido no número anterior sobe
mitida a passagem de certidões quando destinadas imediatamente nos próprios autos, considerando-
à defesa de interesses legalmente protegidos e em se procedente quando, no prazo de 10 dias, não
face de requerimento especificando o fim a que se seja proferida decisão que expressamente o inde-
destinam, podendo ser proibida, sob sanção disci- fira.
plinar de desobediência, a sua publicação.
4 — A passagem de certidões é autorizada pelo Artigo 204.º
instrutor até ao termo da fase de defesa do traba- Alteração da situação jurídico-funcional do
lhador, sendo gratuita quando requerida por este. trabalhador
5 — Ao trabalhador que divulgue matéria de na- O trabalhador objeto de processo disciplinar,
tureza secreta, nos termos do presente artigo, é ainda que suspenso preventivamente, não está im-
instaurado, por esse facto, novo procedimento dis- pedido de alterar, nos termos legais, a sua situa-
ciplinar. ção jurídico-funcional, designadamente candida-
tando-se a procedimentos concursais.

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70
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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SUBSECÇÃO II 6 — Quando conclua que a participação é infun-


dada e dolosamente apresentada no intuito de pre-
Procedimento disciplinar comum
judicar o trabalhador ou que contém matéria difa-
matória ou injuriosa, a entidade competente para
DIVISÃO I punir participa o facto criminalmente, sem prejuízo
Fase de instrução do processo de instauração de procedimento disciplinar ao tra-
balhador.
Artigo 205.º
Artigo 207.º
Início e termo da instrução
Despacho liminar
1 — A instrução do processo disciplinar inicia-
se no prazo máximo de 10 dias, a contar da data 1 — Assim que seja recebida participação ou
da notificação ao instrutor do despacho que o man- queixa, a entidade competente para instaurar pro-
dou instaurar, e ultima-se no prazo de 45 dias, só cedimento disciplinar decide se a ele deve ou não
podendo ser excedido este prazo por despacho da haver lugar.
entidade que o mandou instaurar, sob proposta 2 — Quando entenda que não há lugar a proce-
fundamentada do instrutor, nos casos de excecio- dimento disciplinar, a entidade referida no número
nal complexidade. anterior manda arquivar a participação ou queixa.
2 — O prazo de 45 dias referido no número an- 3 — No caso contrário, instaura ou determina
terior conta-se da data de início da instrução, de- que se instaure procedimento disciplinar.
terminada nos termos do número seguinte.
4 — Quando não tenha competência para apli-
3 — O instrutor informa a entidade que o tenha cação da sanção disciplinar e entenda que não há
nomeado, bem como o trabalhador e o partici- lugar a procedimento disciplinar, a entidade refe-
pante, da data em que dê início à instrução. rida no n.º 1 sujeita o assunto a decisão da enti-
4 — O procedimento disciplinar é urgente, sem dade competente.
prejuízo das garantias de audiência e defesa do
trabalhador. Artigo 208.º
Nomeação do instrutor
Artigo 206.º
1 — A entidade que instaure procedimento dis-
Participação ou queixa ciplinar nomeia um instrutor, escolhido de entre
1 — Todos os que tenham conhecimento de que trabalhadores do mesmo órgão ou serviço, titular
um trabalhador praticou infração disciplinar podem de cargo ou de carreira ou categoria de complexi-
participá-la a qualquer superior hierárquico da- dade funcional superior à do trabalhador ou,
quele. quando impossível, com antiguidade superior no
mesmo cargo ou em carreira ou categoria de com-
2 — Quando se verifique que a entidade que plexidade funcional idêntica ou no exercício de fun-
recebeu a participação ou queixa não tem compe- ções públicas, preferindo os que possuam ade-
tência para instaurar o procedimento disciplinar, quada formação jurídica.
aquelas são imediatamente remetidas à entidade
competente para o efeito. 2 — Em casos justificados, a entidade referida
no número anterior pode solicitar ao respetivo di-
3 — Para os efeitos do disposto no número se- rigente máximo a nomeação de instrutor de outro
guinte, quando um trabalhador deixe de compare- órgão ou serviço.
cer ao serviço, sem justificação, durante cinco dias
seguidos ou 10 interpolados, o respetivo superior 3 — O instrutor pode escolher secretário de sua
hierárquico participa o facto, de imediato, ao diri- confiança, cuja nomeação compete à entidade que
gente máximo do órgão ou serviço. o nomeou, e, bem assim, requisitar a colaboração
de técnicos.
4 — O dirigente máximo do órgão ou serviço
pode considerar, do ponto de vista disciplinar, jus- 4 — As funções de instrução preferem a quais-
tificada a ausência, determinando o imediato ar- quer outras que o instrutor tenha a seu cargo, fi-
quivamento da participação quando o trabalhador cando exclusivamente adstrito àquelas.
faça prova de motivos que considere atendíveis.
5 — As participações ou queixas verbais são re-
duzidas a escrito por quem as receba.

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71
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 209.º 2 — A suspensão prevista no número anterior


só pode ter lugar em caso de infração punível com
Suspeição do instrutor
sanção disciplinar de suspensão ou superior.
1 — O trabalhador e o participante podem de-
3 — A notificação da suspensão preventiva é
duzir a suspeição do instrutor do processo discipli-
acompanhada de indicação, ainda que genérica, da
nar quando ocorra circunstância por causa da qual
infração ou infrações imputadas ao trabalhador.
possa razoavelmente suspeitar-se da sua isenção
e da retidão da sua conduta, designadamente:
Artigo 212.º
a) Quando o instrutor tenha sido direta ou indi-
Instrução do processo
retamente atingido pela infração;
1 — O instrutor faz autuar o despacho com a
b) Quando o instrutor seja parente na linha reta
participação ou queixa e procede à instrução, ou-
ou até ao 3.º grau na linha colateral do trabalha-
vindo o participante, as testemunhas por este in-
dor, do participante ou de qualquer trabalhador ou
dicadas e as mais que julgue necessárias, proce-
particular ofendido ou de alguém que, com os re-
dendo a exames e mais diligências que possam es-
feridos indivíduos, viva em economia comum;
clarecer a verdade e fazendo juntar aos autos o
c) Quando esteja pendente processo jurisdicio- certificado de registo disciplinar do trabalhador.
nal em que o instrutor e o trabalhador ou o parti-
2 — O instrutor ouve o trabalhador, a requeri-
cipante sejam intervenientes;
mento deste e sempre que o entenda conveniente,
d) Quando o instrutor seja credor ou devedor até se ultimar a instrução, e pode também acareá-
do trabalhador ou do participante ou de algum seu lo com as testemunhas ou com o participante.
parente na linha reta ou até ao 3.º grau na linha
3 — Durante a fase de instrução, o trabalhador
colateral;
pode requerer ao instrutor que promova as diligên-
e) Quando haja inimizade grave ou grande inti- cias para que tenha competência e consideradas
midade entre o trabalhador e o instrutor ou entre por aquele essenciais para apuramento da ver-
este e o participante ou o ofendido. dade.
2 — A entidade que tenha mandado instaurar o 4 — Quando o instrutor julgue suficiente a
procedimento disciplinar decide, em despacho fun- prova produzida, pode, em despacho fundamen-
damentado, no prazo máximo de 48 horas. tado, indeferir o requerimento referido no número
anterior.
Artigo 210.º
5 — As diligências que tenham de ser feitas fora
Medidas cautelares do lugar onde corra o processo disciplinar podem
ser requisitadas à respetiva autoridade administra-
Compete ao instrutor tomar, desde a sua no- tiva ou policial.
meação, as medidas adequadas para que não se
possa alterar o estado dos factos e documentos em 6 — Na fase de instrução do processo o número
que se descobriu ou se presume existir alguma ir- de testemunhas é ilimitado, sendo aplicável o dis-
regularidade, nem subtrair as provas desta. posto nos n.ºs 4 e 5.
7 — Durante a fase de instrução e até à elabo-
Artigo 211.º ração do relatório final, podem ser ouvidos, a re-
Suspensão preventiva querimento do trabalhador, representantes da as-
sociação sindical a que o mesmo pertença.
1 — O trabalhador pode, sob proposta da enti-
dade que tenha instaurado o procedimento disci- Artigo 213.º
plinar ou do instrutor, e mediante despacho do di-
rigente máximo do órgão ou serviço, ser preventi- Termo da instrução
vamente suspenso do exercício das suas funções,
1 — Concluída a instrução, quando o instrutor
sem perda da remuneração base, até decisão do
entenda que os factos constantes dos autos não
procedimento, mas por prazo não superior a 90
constituem infração disciplinar, que não foi o tra-
dias, sempre que a sua presença se revele incon-
balhador o autor da infração ou que não é de exigir
veniente para o serviço ou para o apuramento da
responsabilidade disciplinar por virtude de prescri-
verdade.
ção ou de outro motivo, elabora, no prazo de cinco
dias, o seu relatório final, que remete imediata-
mente com o respetivo processo à entidade que o

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72
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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tenha mandado instaurar, com proposta de arqui- Artigo 215.º


vamento.
Incapacidade física ou mental
2 — No caso contrário ao referido no número
1 — Quando o trabalhador esteja incapacitado
anterior, o instrutor deduz, articuladamente, no
de organizar a sua defesa por motivo de doença ou
prazo de 10 dias, a acusação.
incapacidade física devidamente comprovadas,
3 — A acusação contém a indicação dos factos pode nomear um representante especialmente
integrantes da mesma, bem como das circunstân- mandatado para o efeito.
cias de tempo, modo e lugar da prática da infração,
2 — Quando o trabalhador não possa exer-
bem como das que integram atenuantes e agra-
cer o direito referido no número anterior, o instru-
vantes, acrescentando a referência aos preceitos
tor nomeia-lhe imediatamente um curador, prefe-
legais respetivos e às sanções disciplinares aplicá-
rindo a pessoa a quem competiria o acompanha-
veis.
mento, se este fosse requerido nos termos da lei
civil.
DIVISÃO II
3 — A nomeação referida no número anterior é
Fase de defesa do trabalhador
restrita ao procedimento disciplinar, podendo o re-
presentante usar de todos os meios de defesa fa-
Artigo 214.º cultados ao trabalhador.
Notificação da acusação 4 — Quando o instrutor tenha dúvidas sobre se
1 — Da acusação extrai-se cópia, no prazo de o estado mental do trabalhador o inibe de organi-
48 horas, para ser entregue ao trabalhador medi- zar a sua defesa, solicita uma perícia psiquiátrica
ante notificação pessoal ou, não sendo esta possí- nos termos do n.º 6 do artigo 159.º do Código de
vel, por carta registada com aviso de receção, Processo Penal, aplicável com as necessárias adap-
marcando-se-lhe um prazo entre 10 e 20 dias para tações.
apresentar a sua defesa escrita. 5 — A realização da perícia psiquiátrica pode
2 — Quando não seja possível a notificação nos também ser solicitada nos termos do n.º 7 do ar-
termos do número anterior, designadamente por tigo 159.º do Código de Processo Penal, aplicável
ser desconhecido o paradeiro do trabalhador, é pu- com as necessárias adaptações.
blicado aviso na 2.ª série do Diário da República, ___________________________________
notificando-o para apresentar a sua defesa em - Alterado pelo art.º 20.º da Lei n.º 49/2018, de 14 de agosto.
prazo não inferior a 30 nem superior a 60 dias, a ___________________________________
contar da data da publicação.
Artigo 216.º
3 — O aviso deve apenas conter a menção de
que se encontra pendente contra o trabalhador Exame do processo e apresentação da defesa
procedimento disciplinar e indicar o prazo fixado
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo se-
para apresentar a defesa.
guinte, durante o prazo para apresentação da de-
4 — Quando o processo seja complexo, pelo nú- fesa, pode o trabalhador ou o seu representante
mero e natureza das infrações ou por abranger vá- ou curador referidos no artigo anterior, bem como
rios trabalhadores, e precedendo autorização da o advogado por qualquer deles constituído, exami-
entidade que mandou instaurar o procedimento, o nar o processo a qualquer hora de expediente.
instrutor pode conceder prazo superior ao previsto
2 — A resposta é assinada pelo trabalhador ou
no n.º 1, até ao limite de 60 dias.
por qualquer dos seus representantes referidos no
5 — Quando sejam suscetíveis de aplicação as número anterior e é apresentada no lugar onde o
sanções de despedimento disciplinar, demissão ou procedimento tenha sido instaurado.
cessação da comissão de serviço, a cópia da acu-
3 — Quando remetida pelo correio, a resposta
sação é igualmente remetida, no prazo previsto no
considera-se apresentada na data da sua expedi-
n.º 1, à comissão de trabalhadores, e quando o
ção.
trabalhador seja representante sindical, à associa-
ção sindical respetiva. 4 — Na resposta, o trabalhador expõe com cla-
reza e concisão os factos e as razões da sua de-
6 — A remessa de cópia da acusação, nos ter-
fesa.
mos do número anterior, não tem lugar quando o
trabalhador a ela se tenha oposto por escrito du- 5 — A resposta que revele ou se traduza em
rante a fase de instrução. infrações estranhas à acusação e que não interesse
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73
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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à defesa é autuada, dela se extraindo certidão, que novas diligências que se tornem indispensáveis para
passa a ser considerada como participação para o completo esclarecimento da verdade.
efeitos de novo procedimento.
DIVISÃO III
6 — Com a resposta, pode o trabalhador apre-
sentar o rol das testemunhas e juntar documentos, Fase da decisão
requerendo também quaisquer diligências.
7 — A falta de resposta dentro do prazo mar- Artigo 219.º
cado vale como efetiva audiência do trabalhador, Relatório final do instrutor
para todos os efeitos legais.
1 — Finda a fase de defesa do trabalhador, o ins-
Artigo 217.º trutor elabora, no prazo de cinco dias, um relatório
final completo e conciso donde constem a existência
Confiança do processo material das faltas, a sua qualificação e gravidade,
importâncias que porventura haja a repor e seu
O processo pode ser confiado ao advogado do
destino, bem como a sanção disciplinar que entenda
trabalhador, nos termos e sob a cominação previs-
justa ou a proposta para que os autos se arquivem
tos no Código de Processo Civil, aplicáveis com as
por ser insubsistente a acusação, designadamente
necessárias adaptações.
por inimputabilidade do trabalhador.
Artigo 218.º 2 — A entidade competente para a decisão
pode, quando a complexidade do processo o exija,
Produção da prova oferecida pelo trabalhador
prorrogar o prazo fixado no número anterior, até
1 — As diligências requeridas pelo trabalhador ao limite total de 20 dias.
podem ser recusadas em despacho do instrutor,
3 — O processo, depois de relatado, é remetido,
devidamente fundamentado, quando manifesta-
no prazo de 24 horas, à entidade que o tenha man-
mente impertinentes e desnecessárias.
dado instaurar, a qual, quando não seja compe-
2 — Não podem ser ouvidas mais de três teste- tente para decidir, o envia no prazo de dois dias a
munhas por cada facto, podendo as que não resi- quem deva proferir a decisão.
dam no lugar onde corre o processo, quando o tra-
4 — Quando seja proposta a aplicação das san-
balhador não se comprometa a apresentá-las, ser
ções disciplinares de despedimento disciplinar, de-
ouvidas por solicitação a qualquer autoridade ad-
missão ou cessação da comissão de serviço, a en-
ministrativa.
tidade competente para a decisão apresenta o pro-
3 — O instrutor pode recusar a inquirição das cesso, por cópia integral, à comissão de trabalha-
testemunhas quando considere suficientemente dores e, quando o trabalhador seja representante
provados os factos alegados pelo trabalhador. sindical, à associação sindical respetiva, que po-
dem, no prazo de cinco dias, juntar o seu parecer
4 — A autoridade a quem seja solicitada a in- fundamentado.
quirição, nos termos da parte final do n.º 2, pode
designar instrutor ad hoc para o ato requerido. 5 — A remessa da decisão, nos termos do nú-
mero anterior, não tem lugar quando o trabalhador
5 — As diligências para a inquirição de teste- a ela se tenha oposto por escrito durante a fase de
munhas são notificadas ao trabalhador. instrução.
6 — Aplica-se à inquirição referida na parte final
do n.º 2, com as necessárias adaptações, o dis- Artigo 220.º
posto nos artigos 111.º e seguintes do Código de
Decisão
Processo Penal.
1 — Junto o parecer referido no n.º 4 do artigo
7 — O advogado do trabalhador pode estar pre-
anterior, ou decorrido o prazo para o efeito, sendo
sente e intervir na inquirição das testemunhas.
o caso, a entidade competente analisa o processo,
8 — O instrutor inquire as testemunhas e reúne concordando ou não com as conclusões do relató-
os demais elementos de prova oferecidos pelo tra- rio final, podendo ordenar novas diligências, a re-
balhador, no prazo de 20 dias, o qual pode ser pror- alizar no prazo que para tal estabeleça.
rogado, por despacho, até 40 dias, quando o exijam
2 — Antes da decisão, a entidade competente
as diligências referidas na parte final do n.º 2.
pode solicitar ou determinar a emissão, no prazo
9 — Finda a produção da prova oferecida pelo tra- de 10 dias, de parecer por parte do superior
balhador, podem ainda ordenar-se, em despacho,
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74
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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hierárquico do trabalhador ou de unidades orgâni- dias, quando se trate de sanção disciplinar que im-
cas do órgão ou serviço a que o mesmo pertença. plique suspensão ou cessação de funções por parte
do infrator, desde que da execução da decisão dis-
3 — O despacho que ordene a realização de no-
ciplinar resultem para o serviço inconvenientes
vas diligências ou que solicite a emissão de parecer
mais graves do que os decorrentes da permanên-
é proferido no prazo máximo de 30 dias, a contar
cia do trabalhador punido no exercício das suas
da data da receção do processo.
funções.
4 — A decisão do procedimento é sempre fun-
3 — Na data em que se faça a notificação ao
damentada quando não concordante com a pro-
trabalhador é igualmente notificado o instrutor e o
posta formulada no relatório final do instrutor,
participante, quando este o tenha requerido.
sendo proferida no prazo máximo de 30 dias, a
contar das seguintes datas: 4 — Quando o processo tenha sido apresentado
às estruturas de representação dos trabalhadores,
a) Da receção do processo, quando a entidade
a decisão é igualmente comunicada à comissão de
competente para punir concorde com as conclu-
trabalhadores e à associação sindical.
sões do relatório final;
b) Do termo do prazo que marque, quando or- Artigo 223.º
dene novas diligências;
Início de produção de efeitos das sanções
c) Do termo do prazo fixado para emissão de disciplinares
parecer.
As sanções disciplinares produzem efeitos no
5 — Na decisão não podem ser invocados factos dia seguinte ao da notificação do trabalhador ou,
não constantes da acusação nem referidos na res- não podendo este ser notificado, 15 dias após a
posta do trabalhador, exceto quando excluam, di- publicação de aviso na 2.ª série do Diário da Re-
rimam ou atenuem a sua responsabilidade discipli- pública.
nar.
DIVISÃO IV
6 — O incumprimento dos prazos referidos nos
n.ºs 3 e 4 determina a caducidade do direito de Impugnações
aplicar a sanção.
Artigo 224.º
Artigo 221.º
Meios impugnatórios
Pluralidade de trabalhadores acusados
Os atos proferidos em processo disciplinar po-
1 — Quando vários trabalhadores sejam acusa- dem ser impugnados hierárquica ou tutelarmente,
dos do mesmo facto ou de factos entre si conexos, nos termos do Código do Procedimento Adminis-
a entidade que tenha competência para sancionar trativo, ou jurisdicionalmente.
o trabalhador de cargo ou de carreira ou categoria
de complexidade funcional superior decide relati- Artigo 225.º
vamente a todos os trabalhadores.
Recurso hierárquico ou tutelar
2 — Quando os trabalhadores sejam titulares
do mesmo cargo ou de carreira ou categoria de 1 — O trabalhador e o participante podem in-
complexidade funcional idêntica, a decisão cabe à terpor recurso hierárquico ou tutelar dos despa-
entidade que tenha competência para sancionar o chos e das decisões que não sejam de mero expe-
trabalhador com antiguidade superior no exercício diente, proferidos pelo instrutor ou pelos superio-
de funções públicas. res hierárquicos daquele.
2 — O recurso interpõe-se diretamente para o
Artigo 222.º respetivo membro do Governo, no prazo de 15
Notificação da decisão dias, a contar da notificação do despacho ou da
decisão, ou de 20 dias, a contar da publicação do
1 — A decisão é notificada ao trabalhador, ob- aviso a que se refere o n.º 2 do artigo 214.º
servando-se, com as necessárias adaptações, o re-
gime disposto para a notificação da acusação. 3 — Quando o despacho ou a decisão não te-
nham sido notificados ou quando não tenha sido
2 — A entidade que tenha decidido o procedi- publicado aviso, o prazo conta-se a partir do co-
mento pode autorizar que a notificação do traba- nhecimento do despacho ou da decisão.
lhador seja protelada pelo prazo máximo de 30

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75
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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4 — O recurso hierárquico ou tutelar suspende Artigo 228.º


a eficácia do despacho ou da decisão recorridos,
Renovação do procedimento disciplinar
exceto quando o seu autor considere que a sua não
execução imediata causa grave prejuízo ao inte- 1 — Quando o ato de aplicação da sanção dis-
resse público. ciplinar tenha sido judicialmente impugnado com
fundamento em preterição de formalidade essen-
5 — O membro do Governo pode revogar a de-
cial no decurso do processo disciplinar, a instaura-
cisão de não suspensão referida no número ante-
ção do procedimento disciplinar pode ser renovada
rior ou tomá-la quando o autor do despacho ou da
até ao termo do prazo para contestar a ação judi-
decisão recorridos o não tenha feito.
cial.
6 — Nas autarquias locais, associações e fede-
2 — O disposto no número anterior é aplicável
rações de municípios, bem como nos serviços mu-
quando, cumulativamente:
nicipalizados, não há lugar a recurso tutelar.
a) O prazo referido no n.º 1 do artigo 178.º não
7 — A sanção disciplinar pode ser agravada ou
se encontre ainda decorrido à data da renovação
substituída por sanção disciplinar mais grave em
do procedimento;
resultado de recurso do participante.
b) O fundamento da impugnação não tenha sido
Artigo 226.º previamente apreciado em recurso hierárquico ou
tutelar que tenha sido rejeitado ou indeferido;
Outros meios de prova
c) Seja a primeira vez que se opere a renovação
1 — Com o requerimento de interposição do re-
do procedimento.
curso, o recorrente pode requerer novos meios de
prova ou juntar documentos que entenda conveni-
SUBSECÇÃO III
entes, desde que não pudessem ter sido requeri-
dos ou utilizados em devido tempo. Procedimentos disciplinares especiais
2 — O membro do Governo pode também de-
terminar a realização de novas diligências proba- DIVISÃO I
tórias. Processos de inquérito e sindicância
3 — As diligências referidas nos números ante-
riores são autorizadas ou determinadas no prazo Artigo 229.º
de cinco dias, iniciam-se em idêntico prazo e con- Inquérito e sindicância
cluem-se no prazo que o membro do Governo en-
tenda fixar. 1 — Os membros do Governo e os dirigentes
máximos dos órgãos ou serviços podem ordenar
Artigo 227.º inquéritos ou sindicâncias aos órgãos, serviços ou
unidades orgânicas na sua dependência ou sujeitos
Regime de subida dos recursos à sua superintendência ou tutela.
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 2 — O inquérito tem por fim apurar factos de-
203.º e nos números seguintes, os recursos dos terminados e a sindicância destina-se a uma ave-
despachos ou das decisões que não ponham termo riguação geral acerca do funcionamento do órgão,
ao procedimento sobem nos autos com o da deci- serviço ou unidade orgânica.
são final, quando dela se recorra.
2 — Sobem imediatamente nos próprios autos Artigo 230.º
os recursos hierárquicos ou tutelares que, ficando Anúncios e editais
retidos, percam por esse facto o efeito útil.
1 — No processo de sindicância, o sindicante,
3 — Sobe imediatamente nos próprios autos o logo que a ele dê início, fá-lo constar por anúncios
recurso hierárquico ou tutelar interposto do despa- publicados em dois jornais, um de expansão naci-
cho que não admita a dedução da suspeição do onal e outro de expansão regional, e por meio de
instrutor ou não aceite os fundamentos invocados editais, cuja afixação é requisitada às autoridades
para a mesma. policiais ou administrativas.
2 — Nos anúncios e editais declara-se que toda
a pessoa que tenha razão de queixa ou de agravo
contra o regular funcionamento dos órgãos,

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76
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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serviços ou unidades orgânicas sindicados se pode máximo do órgão ou serviço instaura, obrigatória
apresentar ao sindicante, no prazo designado, ou e imediatamente, processo de averiguações.
a ele apresentar queixa por escrito e pelo correio.
2 — O disposto no número anterior não é apli-
3 — A queixa por escrito contém os elementos cável ao titular de cargos dirigente ou equiparado.
completos de identificação do queixoso.
3 — O processo de averiguações destina-se a
4 — No prazo de 48 horas após a receção da apurar se o desempenho que justificou aquelas
queixa, o sindicante notifica o queixoso, mar- avaliações constitui infração disciplinar imputável
cando-lhe dia, hora e local para prestar declara- ao trabalhador avaliado por violação culposa de
ções. deveres funcionais, designadamente do dever de
zelo.
5 — A publicação dos anúncios pela imprensa é
obrigatória para os periódicos a que sejam remeti- 4 — É causa de exclusão da culpabilidade da
dos, aplicando-se, em caso de recusa, a sanção violação dos deveres funcionais a não frequência
disciplinar correspondente ao crime de desobedi- de formação, ou a frequência de formação inade-
ência qualificada, sendo a despesa a que dê causa quada, aquando da primeira avaliação negativa do
documentada pelo sindicante, para efeitos de pa- trabalhador.
gamento.
5 — O procedimento de averiguações prescreve
decorridos três meses, contados da data em que
Artigo 231.º
foi instaurado quando, nesse prazo, não tenha tido
Relatório e trâmites ulteriores lugar a receção do relatório final pela entidade
competente.
1 — Concluída a instrução, o inquiridor ou sin-
dicante elabora, no prazo de 10 dias, o seu relató- 6 — Quando, no processo de averiguações, se-
rio, que remete imediatamente à entidade que jam detetados indícios de violação de outros deve-
mandou instaurar o procedimento. res funcionais por parte de quaisquer intervenien-
tes nos processos de avaliação do desempenho, o
2 — O prazo fixado no número anterior pode instrutor participa-os ao dirigente máximo do ór-
ser prorrogado pela entidade que mandou instau- gão ou serviço, para efeitos de eventual instaura-
rar o procedimento até ao limite máximo, impror- ção do correspondente procedimento de inquérito
rogável, de 30 dias, quando a complexidade do ou disciplinar.
processo o justifique.
3 — Verificando-se a existência de infrações Artigo 233.º
disciplinares, a entidade que instaurou os procedi-
Tramitação
mentos instaura os procedimentos disciplinares a
que haja lugar. 1 — O dirigente máximo do órgão ou serviço
nomeia o averiguante de entre dirigentes que
4 — O processo de inquérito ou de sindicância
nunca tenham avaliado o trabalhador ou, na falta
pode constituir, por decisão da entidade referida
destes, solicita a outro dirigente máximo de outro
no n.º 2, a fase de instrução do processo discipli-
órgão ou serviço que o nomeie.
nar, deduzindo o instrutor, no prazo de 48 horas,
a acusação do trabalhador ou dos trabalhadores, 2 — O averiguante reúne todos os documentos
seguindo-se os demais termos previstos na pre- respeitantes às avaliações e à formação frequen-
sente lei. tada e ouve, obrigatoriamente, o trabalhador e to-
dos os avaliadores que tenham tido intervenção
5 — Nos processos de inquérito, os trabalhado-
nas avaliações negativas.
res visados podem, a todo o tempo, constituir ad-
vogado. 3 — Quando algum avaliador não possa ser ou-
vido, o averiguante justifica circunstanciadamente
DIVISÃO II esse facto no relatório final, referindo e documen-
tando, designadamente, todas as diligências feitas
Processo disciplinar especial de averiguações para o conseguir.

Artigo 232.º 4 — O trabalhador pode indicar o máximo de


três testemunhas, que o averiguante ouve obriga-
Instauração toriamente, e juntar documentos até ao termo da
1 — Quando um trabalhador com vínculo de instrução.
emprego público tenha obtido duas avaliações do
desempenho negativas consecutivas, o dirigente
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77
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

5 — Todas as diligências instrutórias são con- 3 — A revisão pode conduzir à revogação ou à


cluídas no prazo máximo de 20 dias, a contar da alteração da decisão proferida no procedimento re-
data da instauração do procedimento, o que é co- visto, não podendo em caso algum ser agravada a
municado ao dirigente máximo do órgão ou serviço pena.
e ao trabalhador.
4 — A pendência de recurso hierárquico ou tute-
lar ou de ação jurisdicional não prejudica o requeri-
Artigo 234.º
mento de revisão do procedimento disciplinar.
Relatório e decisão
Artigo 236.º
1 — No prazo de 10 dias, a contar da data de
conclusão da instrução, o averiguante elabora o re- Legitimidade
latório final fundamentado, que remete ao diri-
1 — O interessado na revisão do procedimento
gente máximo do órgão ou serviço, no qual pode
disciplinar ou, nos casos previstos no n.º 1 do ar-
propor:
tigo 215.º, o seu representante, apresenta reque-
a) O arquivamento do processo, quando en- rimento nesse sentido à entidade que tenha apli-
tenda que não deve haver lugar a procedimento cado a sanção disciplinar.
disciplinar por ausência de violação dos deveres
2 — O requerimento indica as circunstâncias ou
funcionais;
meios de prova não considerados no procedimento
b) A instauração de procedimento disciplinar disciplinar que ao requerente parecem justificar a
por violação de deveres funcionais. revisão e é instruído com os documentos indispen-
sáveis.
2 — Quando o dirigente máximo do órgão ou
serviço tenha sido um dos avaliadores do trabalha-
Artigo 237.º
dor, o processo é remetido ao respetivo membro
do Governo para decisão. Decisão sobre o requerimento
3 — O disposto no número anterior não é apli- 1 — Recebido o requerimento, a entidade que
cável nas autarquias locais, associações e federa- tenha aplicado a sanção disciplinar resolve, no
ções de municípios, bem como nos serviços muni- prazo de 30 dias, se deve ou não ser concedida a
cipalizados. revisão do procedimento.
4 — É aplicável ao processo de averiguações, 2 — O despacho que não conceda a revisão é
com as necessárias adaptações, o disposto nos impugnável nos termos do Código de Processo nos
n.ºs 4 e 5 do artigo 231.º Tribunais Administrativos.
5 — Proposta a instauração de procedimento
disciplinar, a infração considera-se cometida, para Artigo 238.º
todos os efeitos legais, designadamente os previs- Trâmites
tos no artigo 178.º, na data daquela proposta.
1 — Quando seja concedida a revisão, o reque-
DIVISÃO III rimento e o despacho são apensos ao processo dis-
ciplinar, nomeando-se instrutor diferente do pri-
Revisão do procedimento disciplinar meiro, que marca ao trabalhador prazo não inferior
a 10 dias nem superior a 20 dias para responder
Artigo 235.º por escrito aos artigos da acusação constantes do
procedimento a rever, seguindo-se os termos dos
Requisitos da revisão
artigos 222.º e seguintes.
1 — A revisão do procedimento disciplinar é ad-
2 — O processo de revisão do procedimento não
mitida, a todo o tempo, quando se verifiquem cir-
suspende o cumprimento da sanção.
cunstâncias ou meios de prova suscetíveis de de-
monstrar a inexistência dos factos que determina-
Artigo 239.º
ram a condenação, desde que não pudessem ter
sido utilizados pelo trabalhador no procedimento Efeitos da revisão procedente
disciplinar.
1 — Julgando-se procedente a revisão, é revo-
2 — A simples ilegalidade, de forma ou de gada ou alterada a decisão proferida no procedi-
fundo, do procedimento e da decisão disciplinares mento revisto.
não constitui fundamento para a revisão.
2 — A revogação produz os seguintes efeitos:

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78
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

a) Cancelamento do registo da sanção discipli- 5 — A concessão da reabilitação não atribui ao


nar no processo individual do trabalhador; trabalhador a quem tenha sido aplicada sanção dis-
ciplinar de despedimento disciplinar ou demissão o
b) Anulação dos efeitos da sanção.
direito de, por esse facto, restabelecer o vínculo de
3 — Em caso de revogação ou de alteração das emprego público previamente constituído.
sanções disciplinares de despedimento disciplinar
ou demissão, o trabalhador tem direito a restabe- CAPÍTULO VIII
lecer o vínculo de emprego público na modalidade
Vicissitudes modificativas
em que se encontrava constituído.
4 — Em qualquer caso de revogação ou de al- SECÇÃO I
teração da sanção, o trabalhador tem ainda direito
a: Cedência de interesse público

a) Reconstituir a situação jurídico-funcional Artigo 241.º


atual hipotética;
Regras gerais de cedência de interesse público
b) Ser indemnizado, nos termos gerais de di-
reito, pelos danos morais e patrimoniais sofridos. 1 — Mediante acordo de cedência de interesse
público entre empregador público e empregador
DIVISÃO IV fora do âmbito de aplicação da presente lei pode
ser disponibilizado trabalhador para prestar a sua
Reabilitação atividade subordinada, com manutenção do vín-
culo inicial.
Artigo 240.º
2 — O acordo de cedência de interesse público
Regime aplicável carece da aceitação do trabalhador e de autoriza-
ção do membro do Governo que exerça poderes de
1 — Os trabalhadores condenados em quais-
direção, superintendência ou tutela sobre o empre-
quer sanções disciplinares podem ser reabilitados
gador público e, no caso de se tratar de trabalha-
independentemente da revisão do procedimento
dor com vínculo a empregador fora do âmbito de
disciplinar, sendo competente para o efeito a enti-
aplicação da presente lei, de autorização dos mem-
dade à qual cabe a aplicação da sanção.
bros do Governo responsáveis pelas áreas das fi-
2 — A reabilitação é concedida a quem a tenha nanças e da Administração Pública.
merecido pela sua boa conduta, podendo o inte-
3 — A cedência de interesse público determina
ressado utilizar para o comprovar todos os meios
para o trabalhador em funções públicas a suspen-
de prova admitidos em direito.
são do respetivo vínculo, salvo disposição legal em
3 — A reabilitação é requerida pelo trabalhador contrário.
ou pelo seu representante, decorridos os prazos
4 — Não pode haver lugar, durante o prazo de
seguintes sobre a aplicação das sanções disciplina-
um ano, a cedência de interesse público para o
res de repreensão escrita, despedimento discipli-
mesmo órgão ou serviço ou para a mesma enti-
nar, demissão e cessação da comissão de serviço
dade de trabalhador que se tenha encontrado ce-
ou sobre o cumprimento das sanções disciplinares
dido e tenha regressado à situação jurídico-funci-
de multa e suspensão, bem como sobre o decurso
onal de origem.
do tempo de suspensão de qualquer sanção:
5 — O acordo de cedência de interesse público
a) Seis meses, no caso de repreensão escrita;
pode ser feito cessar, a todo o tempo, por iniciativa
b) Um ano, no caso de multa; de qualquer das partes, incluindo o trabalhador,
com aviso prévio de 30 dias.
c) Dois anos, no caso de suspensão e de cessa-
ção da comissão de serviço; 6 — No caso de suspensão do vínculo, a cessa-
ção do acordo de cedência de interesse público tem
d) Três anos, no caso de despedimento discipli- os efeitos da suspensão por impedimento prolon-
nar ou demissão. gado previsto na presente lei ou no Código do Tra-
4 — A reabilitação faz cessar as incapacidades balho, consoante o caso.
e demais efeitos da condenação ainda subsisten-
tes, sendo registada no processo individual do tra-
balhador.

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79
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 242.º obedecer ao procedimento disciplinar do vínculo de


origem.
Regime jurídico da cedência de interesse pú-
blico
Artigo 243.º
1 — O trabalhador cedido fica sujeito ao regime
Cedência de interesse público para emprega-
jurídico aplicável ao empregador cessionário e ao
dor público
disposto no presente artigo, salvo quando não te-
nha havido suspensão do vínculo, caso em que a 1 — O acordo de cedência de interesse público
situação é regulada pelo regime jurídico de origem, para o exercício de funções no âmbito de empre-
incluindo em matéria de remuneração. gador público tem a duração máxima de um ano,
exceto quando tenha sido celebrado para o exercí-
2 — A cedência de interesse público sujeita o tra-
cio de um cargo ou esteja em causa órgão ou ser-
balhador às ordens e instruções do empregador
viço, designadamente temporário, que não possa
onde vai prestar funções, sendo remunerado, salvo
constituir relações jurídicas de emprego público
acordo em contrário, pela entidade cessionária.
por tempo indeterminado, casos em que a sua du-
3 — O trabalhador cedido tem direito: ração é indeterminada.
a) À contagem, na categoria de origem, do tempo 2 — O exercício de funções no órgão ou serviço
de serviço prestado em regime de cedência; pressupõe a constituição de um vínculo de em-
prego público.
b) A optar pela manutenção do regime de pro-
teção social de origem, incidindo os descontos so- 3 — A extinção da cedência de interesse público
bre o montante da remuneração que lhe competi- determina a caducidade do vínculo de emprego pú-
ria na categoria de origem; blico constituído nos termos do número anterior.
c) A ocupar, nos termos legais, diferente posto 4 — As funções a exercer em órgão ou serviço
de trabalho no órgão ou serviço ou na entidade de correspondem a um cargo ou a uma categoria, ati-
origem ou em outro órgão ou serviço. vidade e, quando imprescindível, área de formação
académica ou profissional.
4 — No caso previsto na alínea c) do número an-
terior, o acordo de cedência de interesse público ca- 5 — Quando as funções correspondam a um
duca com a ocupação do novo posto de trabalho. cargo dirigente, o acordo de cedência de interesse
público é precedido da observância dos requisitos
5 — No caso previsto na alínea b) do n.º 3, a
e procedimentos legais de recrutamento.
entidade cessionária comparticipa:
a) No financiamento do regime de proteção so- Artigo 244.º
cial aplicável em concreto, com a importância que
Casos especiais de cedência de interesse pú-
se encontre legalmente estabelecida para a contri-
blico
buição das entidades empregadoras;
1 — Quando um trabalhador de órgão ou ser-
b) Sendo o caso, nas despesas de administra-
viço deva exercer funções em central sindical ou
ção de subsistemas de saúde da função pública,
confederação patronal, ou em entidade privada
nos termos legais aplicáveis.
com representatividade equiparada nos setores
6 — O exercício do poder disciplinar cabe à en- económico e social, o acordo pode prever que con-
tidade cessionária, exceto quando esteja em causa tinue a ser remunerado, bem como as correspon-
a aplicação de sanção disciplinar extintiva. dentes comparticipações asseguradas, pelo órgão
ou serviço.
7 — Os comportamentos do trabalhador cedido
que constituam infração disciplinar têm relevância 2 — No caso previsto no número anterior, o nú-
no âmbito do vínculo de origem, para todos os efei- mero máximo de trabalhadores cedidos é de qua-
tos legais. tro por cada central sindical e de dois por cada uma
das restantes entidades.
8 — No caso em que a infração imputada possa
corresponder, em abstrato, a sanção disciplinar 3 — O regime da cedência de interesse público,
extintiva, o poder disciplinar pode ser delegado ex- sem suspensão do vínculo de emprego público,
pressamente na entidade cessionária e a decisão aplica-se sempre que um trabalhador em funções
de aplicação da sanção deve ser tomada pelo ce- públicas, por força de transmissão de unidade eco-
dente e pelo cessionário, devendo o procedimento nómica, passa a exercer funções para empregador
disciplinar que apure a infração disciplinar fora do âmbito de aplicação da presente lei.

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80
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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4 — O regime previsto no número anterior é medida em que não pressuponham a efetiva pres-
aplicável aos casos em que um empregador pú- tação do trabalho.
blico passe a ser responsável pelo estabelecimento
2 — O tempo de redução ou suspensão conta-
ou unidade económica com trabalhadores com re-
se para efeitos de antiguidade.
lação de trabalho sujeita ao Código do Trabalho,
designadamente em situações de reversão de con- 3 — A redução ou suspensão não interrompe o
cessão de serviço público. decurso do prazo para efeitos de caducidade, nem
obsta a que qualquer das partes faça cessar o con-
SECÇÃO II trato nos termos gerais.
Reafetação de trabalhadores em caso de re-
SUBSECÇÃO II
organização e racionalização de efetivos
Suspensão do vínculo de emprego público por
SUBSECÇÃO I facto respeitante ao trabalhador
Procedimento de reorganização ou racionalização
Artigo 278.º
e reafetação dos trabalhadores
Factos determinantes
DIVISÃO I
1 — Determina a suspensão do vínculo de em-
Disposições gerais prego público o impedimento temporário por facto
não imputável ao trabalhador que se prolongue por
Artigos 245.º a 275.º mais de um mês, nomeadamente doença.

(Revogados). 2 — O vínculo de emprego público considera-se


___________________________________ suspenso, mesmo antes de decorrido o prazo de
- Revogados pelo artigo 12.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
um mês, a partir do momento em que seja previ-
___________________________________ sível que o impedimento vai ter duração superior
àquele prazo.
SECÇÃO III 3 — O vínculo de emprego público extingue-se
Outras situações de redução da atividade ou no momento em que se torne certo que o impedi-
suspensão do vínculo de emprego público mento é definitivo.
4 — O impedimento temporário por facto impu-
SUBSECÇÃO I tável ao trabalhador determina a suspensão do
Disposições gerais vínculo de emprego público nos casos previstos na
lei.
Artigo 276.º
Artigo 279.º
Factos que determinam a redução ou a sus-
pensão Regresso do trabalhador

1 — A redução do período normal de trabalho No dia imediato ao da cessação do impedi-


ou a suspensão do vínculo de emprego público mento, o trabalhador deve apresentar-se ao em-
pode fundamentar-se na impossibilidade temporá- pregador público para retomar a atividade, sob
ria, respetivamente, parcial ou total, da prestação pena de incorrer em faltas injustificadas.
do trabalho, por facto respeitante ao trabalhador,
e no acordo das partes. SUBSECÇÃO III

2 — Permite também a redução do período nor- Licenças


mal de trabalho ou a suspensão do vínculo de em-
prego público a celebração, entre trabalhador e Artigo 280.º
empregador público, de um acordo de pré-re- Concessão e recusa da licença
forma.
1 — O empregador público pode conceder ao
Artigo 277.º trabalhador, a pedido deste, licença sem remune-
ração.
Efeitos da redução e da suspensão
2 — Sem prejuízo do disposto em legislação es-
1 — Durante a redução ou suspensão mantêm- pecial ou em instrumento de regulamentação
se os direitos, deveres e garantias das partes, na
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81
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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coletiva de trabalho, o trabalhador tem direito a 4 — Nas licenças de duração inferior a um ano,
licenças sem remuneração de longa duração, para nas previstas para acompanhamento do cônjuge
frequência de cursos de formação ministrados sob colocado no estrangeiro, bem como para o exercí-
responsabilidade de uma instituição de ensino ou cio de funções em organismos internacionais e
de formação profissional ou no âmbito de pro- noutras licenças fundadas em circunstâncias de in-
grama específico aprovado por autoridade compe- teresse público, o trabalhador tem direito à ocupa-
tente e executado sob o seu controlo pedagógico ção de um posto de trabalho no órgão ou serviço
ou frequência de cursos ministrados em estabele- quando terminar a licença.
cimento de ensino.
5 — Nas restantes licenças, o trabalhador que
3 — O empregador público pode recusar a con- pretenda regressar ao serviço e cujo posto de tra-
cessão da licença prevista no número anterior nas balho se encontre ocupado, deve aguardar a pre-
seguintes situações: visão, no mapa de pessoal, de um posto de traba-
lho não ocupado, podendo candidatar-se a proce-
a) Quando ao trabalhador tenha sido proporci-
dimento concursal para outro órgão ou serviço
onada formação profissional adequada ou licença
para o qual reúna os requisitos exigidos.
para o mesmo fim, nos últimos 24 meses;
6 — Ao regresso antecipado do trabalhador em
b) Quando a antiguidade do trabalhador no ór-
gozo de licença sem remuneração é aplicável o dis-
gão ou serviço seja inferior a três anos;
posto no número anterior.
c) Quando o trabalhador não tenha requerido a
licença com uma antecedência mínima de 90 dias Artigo 282.º
em relação à data do seu início;
Licença sem remuneração para acompanha-
d) Para além das situações referidas nas alíneas mento do cônjuge colocado no estrangeiro
anteriores, tratando-se de trabalhadores titulares
1 — O trabalhador tem direito a licença sem re-
de cargos dirigentes que chefiem equipas multidis-
muneração para acompanhamento do respetivo
ciplinares ou integrados em carreiras ou categorias
cônjuge, quando este, tenha ou não a qualidade de
de grau 3 de complexidade funcional, quando não
trabalhador em funções públicas, for colocado no
seja possível a substituição dos mesmos durante o
estrangeiro por período de tempo superior a 90
período da licença, sem prejuízo sério para o funci-
dias ou indeterminado, em missões de defesa ou
onamento do órgão ou serviço.
representação de interesses do País ou em organi-
4 — Para efeitos do disposto no n.º 2, consi- zações internacionais de que Portugal seja mem-
dera-se de longa duração a licença superior a 60 bro.
dias.
2 — A licença é concedida pelo dirigente com-
petente, a requerimento do interessado, devida-
Artigo 281.º
mente fundamentado.
Efeitos
3 — À licença prevista na presente subsecção
1 — A concessão da licença determina a sus- aplica-se o disposto nos n.ºs 3 e 4 do artigo 281.º,
pensão do vínculo, com os efeitos previstos nos se tiver sido concedida por período inferior a dois
n.ºs 1 e 3 do artigo 277.º anos, e o disposto no n.º 5 do mesmo artigo, se
tiver sido concedida por período igual ou superior
2 — O período de tempo da licença não conta àquele.
para efeitos de antiguidade, sem prejuízo do dis-
posto no número seguinte. 4 — A licença tem a mesma duração que a da
colocação do cônjuge no estrangeiro, podendo ini-
3 — Nas licenças previstas para acompanha- ciar-se em data posterior à do início das funções
mento do cônjuge colocado no estrangeiro, bem do cônjuge no estrangeiro, desde que o interes-
como para o exercício de funções em organismos sado alegue conveniência nesse sentido ou anteci-
internacionais e noutras licenças fundadas em cir- par-se o regresso a pedido do trabalhador.
cunstâncias de interesse público, o trabalhador
tem direito à contagem do tempo para efeitos de 5 — Finda a colocação do cônjuge no estran-
antiguidade e pode continuar a efetuar descontos geiro, o trabalhador pode requerer ao dirigente
para a ADSE ou outro subsistema de saúde de que máximo do respetivo serviço o regresso à ativi-
beneficie, com base na remuneração auferida à dade, no prazo de 90 dias, a contar da data do
data do início da licença. termo da situação de colocação daquele no estran-
geiro.

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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6 — Caso o trabalhador não requeira o regresso 3 — Do acordo de pré-reforma devem constar


à atividade nos termos do número anterior, pre- as seguintes indicações:
sume-se a sua vontade de extinguir o vínculo de
a) Data de início da situação de pré-reforma;
emprego público por denúncia ou exoneração a pe-
dido do trabalhador. b) Montante da prestação de pré-reforma;
c) Forma de organização do tempo de trabalho,
Artigo 283.º
no caso de redução da prestação de trabalho.
Licença sem remuneração para exercício de
4 — O empregador público deve remeter o
funções em organismos internacionais
acordo de pré-reforma à segurança social ou,
1 — A licença sem remuneração para exercício sendo o caso, à Caixa Geral de Aposentações, I.P.,
de funções em organismos internacionais pode ser conjuntamente com a folha de remunerações rela-
concedida por despacho dos membros do Governo tiva ao mês da sua entrada em vigor.
responsáveis pela área dos negócios estrangeiros
e pelo serviço a que pertence o trabalhador reves- Artigo 285.º
tindo, conforme os casos, uma das seguintes mo-
dalidades: Direitos do trabalhador

a) Licença para o exercício de funções com ca- 1 — O trabalhador em situação de pré-reforma


ráter precário ou experimental, com vista a uma tem os direitos constantes do acordo celebrado
integração futura no respetivo organismo; com o empregador público, sem prejuízo do dis-
posto nos artigos seguintes.
b) Licença para o exercício de funções em qua-
dro de organismo internacional. 2 — O trabalhador em situação de pré-reforma
pode desenvolver outra atividade profissional re-
2 — A licença prevista na alínea a) do número munerada, nos termos previstos nos artigos 19.º
anterior tem a duração do exercício de funções a 24.º
com caráter precário ou experimental para que foi
concedida. Artigo 286.º
3 — A licença prevista na alínea b) do n.º 1 é Prestação de pré-reforma
concedida pelo período de exercício de funções.
1 — Na situação de pré-reforma que corres-
4 — O exercício de funções nos termos do pre- ponda à redução da prestação do trabalho, a pres-
sente artigo implica que o interessado faça prova, tação de pré-reforma é fixada com base na última
no requerimento a apresentar para concessão da remuneração auferida pelo trabalhador, em pro-
licença ou para o regresso, da sua situação face à porção do período normal de trabalho semanal
organização internacional, mediante documento acordado.
comprovativo a emitir pela mesma.
2 — A prestação referida no número anterior é
SUBSECÇÃO IV atualizada anualmente em percentagem igual à do
aumento de remuneração de que o trabalhador be-
Pré-reforma neficiaria se estivesse no pleno exercício das suas
funções.
Artigo 284.º
3 — No caso de falta de pagamento pontual da
Acordo de pré-reforma prestação de pré-reforma, se a mora se prolongar
por mais de 30 dias, o trabalhador tem direito a
1 — Considera-se pré-reforma a situação de re-
retomar o pleno exercício de funções, sem prejuízo
dução ou de suspensão da prestação do trabalho
da sua antiguidade, ou a resolver o contrato, com
em que o trabalhador com idade igual ou superior
direito à indemnização prevista nos n.ºs 2 e 3 do
a 55 anos mantém o direito a receber do empre-
artigo seguinte.
gador público uma prestação pecuniária mensal
até à data da verificação de qualquer das situações 4 — As regras para a fixação da prestação a
previstas no n.º 1 do artigo 287.º atribuir na situação de pré-reforma que corres-
ponda à suspensão da prestação de trabalho são
2 — A situação de pré-reforma constitui-se por
fixadas por decreto regulamentar.
acordo entre o empregador público e o trabalhador
e depende da prévia autorização dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
da Administração Pública.

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83
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 287.º d) Extinção pelo trabalhador com aviso prévio;


Extinção da situação de pré-reforma e) Extinção pelo trabalhador com justa causa.
1 — A situação de pré-reforma extingue-se: 2 — (Revogado).
a) Com a passagem à situação de pensionista, 3 — É causa específica de cessação da comissão
por limite de idade ou invalidez; de serviço a denúncia pelo trabalhador ou pelo em-
pregador.
b) Com o regresso ao pleno exercício de fun-
ções, por acordo entre o trabalhador e o emprega- 4 — Na falta de disposição legal em contrário,
dor público ou nos termos do artigo anterior; a comissão de serviço pode ser denunciada com a
antecedência mínima de 30 dias.
c) Com a cessação do contrato. ___________________________________
2 — Sempre que a extinção da situação de pré- - Revogado pelo artigo 12.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
reforma resulte de cessação do contrato que con- ___________________________________
ferisse ao trabalhador direito a indemnização ou
compensação, caso estivesse no pleno exercício Artigo 290.º
das suas funções, aquele tem direito a uma indem-
nização correspondente ao montante das presta- Direitos e deveres do empregador público e
ções de pré-reforma até à idade legal de reforma. do trabalhador decorrentes da extinção do
vínculo
3 — A indemnização referida no número ante-
rior tem por base a última prestação de pré-re- 1 — Extinto o vínculo, o empregador público
forma devida à data da cessação do contrato. deve entregar ao trabalhador um certificado de
trabalho, indicando as datas de admissão e de sa-
4 — O trabalhador em situação de pré-reforma ída, bem como o cargo ou cargos que desempe-
é considerado requerente da reforma ou aposen- nhou.
tação por velhice logo que complete a idade legal,
salvo se até essa data tiver ocorrido a extinção da 2 — O certificado não pode conter quaisquer
situação de pré-reforma. outras referências, salvo pedido do trabalhador
nesse sentido.
CAPÍTULO IX 3 — Além do certificado de trabalho, o empre-
gador público é obrigado a entregar ao trabalhador
Extinção do vínculo
outros documentos destinados a fins oficiais que
por aquele devam ser emitidos e que este solicite,
SECÇÃO I
designadamente os previstos na legislação de pro-
Disposições gerais teção social.
4 — Extinto o vínculo, o trabalhador deve de-
Artigo 288.º volver imediatamente ao empregador público os
Proibição de despedimento ou demissão sem instrumentos de trabalho e quaisquer outros obje-
justa causa tos que sejam pertença deste, sob pena de incorrer
em responsabilidade civil pelos danos causados.
É proibido o despedimento ou a demissão sem
justa causa ou por motivos políticos ou ideológi- 5 — Cessada a comissão de serviço, o trabalha-
cos. dor regressa à situação jurídico-funcional de que
era titular, quando constituída e consolidada por
Artigo 289.º tempo indeterminado, ou cessa o vínculo de em-
prego público, havendo lugar ao pagamento de in-
Formas de extinção do vínculo de emprego demnização quando prevista em lei especial.
público
1 — Sem prejuízo de outras formas de extinção,
são causas comuns de extinção do vínculo de em-
prego público as seguintes:
a) Caducidade;
b) Acordo;
c) Extinção por motivos disciplinares;

______________________________________________________________________________
84
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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SECÇÃO II 3 — Exceto quando decorra da vontade do tra-


balhador, a caducidade do contrato a termo certo
Causas de extinção comuns
confere ao trabalhador o direito a uma compensa-
ção, calculada nos termos previstos no Código do
SUBSECÇÃO I Trabalho para os contratos a termo certo.
Caducidade do vínculo de emprego público
Artigo 294.º
Artigo 291.º Caducidade do contrato de trabalho em fun-
Situações de caducidade ções públicas a termo incerto

O vínculo de emprego público caduca, nomea- 1 — O contrato de trabalho em funções públicas


damente, nos seguintes casos: a termo incerto caduca quando, prevendo-se a
ocorrência do termo, o empregador público comu-
a) Com a verificação do seu termo; nique ao trabalhador a data da cessação do con-
b) Em caso de impossibilidade superveniente, trato, com a antecedência mínima de sete, 30 ou
absoluta e definitiva de o trabalhador prestar o seu 60 dias, conforme o contrato tenha durado até seis
trabalho; meses, de seis meses até dois anos ou por período
superior, respetivamente.
c) Com a reforma ou aposentação do trabalha-
dor, por velhice ou invalidez, ou quando o traba- 2 — Tratando-se da situação prevista na alínea
lhador completar 70 anos de idade, sem prejuízo i) do n.º 1 do artigo 57.º, que dê lugar à contrata-
do disposto no artigo 294.º-A. ção de vários trabalhadores, a comunicação a que
___________________________________ se refere o número anterior deve ser feita, suces-
sivamente, a partir da verificação da diminuição
- Alterado pelo Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro.
___________________________________
gradual da respetiva ocupação, com a aproxima-
ção da conclusão do projeto para o desenvolvi-
Artigo 292.º mento do qual foram contratados.
Reforma ou aposentação por velhice ou in- 3 — A falta da comunicação a que se refere o
validez n.º 1 implica para o empregador público o paga-
mento da remuneração correspondente ao período
1 — O vínculo de emprego público caduca pela
de aviso prévio em falta.
reforma ou aposentação do trabalhador, por ve-
lhice ou invalidez, ou quando o trabalhador com- 4 — A caducidade do contrato confere ao tra-
plete 70 anos de idade, sem prejuízo do disposto balhador o direito a uma compensação calculada
no artigo 294.º-A. nos termos previstos no Código do Trabalho para
os contratos a termo incerto.
2 — A caducidade do vínculo verifica-se decor-
ridos 30 dias sobre o conhecimento, por ambas as
partes, da reforma ou aposentação do trabalhador Artigo 294.º-A
por velhice ou invalidez. Exercício de funções públicas por trabalha-
___________________________________ dor reformado ou aposentado por idade de
- Alterado pelo Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro. 70 anos
___________________________________
1 — Em casos de interesse público excecional,
Artigo 293.º devidamente fundamentado, e sem prejuízo das
demais condições e requisitos estabelecidos nos
Caducidade do contrato de trabalho em fun-
artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação,
ções públicas a termo certo
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de de-
1 — O contrato de trabalho em funções públicas zembro, na sua redação atual, o trabalhador que,
a termo certo caduca no final do prazo estipulado, sendo titular de um vínculo de emprego público re-
desde que o empregador público ou o trabalhador gulado pela presente lei, pretenda manter-se no
não comuniquem, por escrito, até 30 dias antes de exercício das mesmas funções públicas após re-
o prazo expirar, a vontade de o renovar. forma ou aposentação por idade de 70 anos, deve
manifestar essa vontade expressamente e por es-
2 — Caso o empregador público comunique a crito através de requerimento dirigido ao respetivo
vontade de renovar o contrato nos termos do nú- empregador público, pelo menos seis meses antes
mero anterior, presume-se o acordo do trabalha- de completar aquela idade.
dor, se, no prazo de sete dias úteis, este não ma-
nifestar por escrito vontade em contrário.
______________________________________________________________________________
85
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

2 — A autorização para o exercício de funções causas específicas de extinção do vínculo de em-


nos termos do número anterior é concedida de prego público.
acordo com o disposto no artigo 78.º do Estatuto
7 — As autorizações conferidas ao abrigo do
da Aposentação.
disposto no presente artigo são publicadas, por ex-
3 — Caso seja autorizado o requerido, as fun- trato, na 2.ª série do Diário da República, com
ções públicas passam a ser exercidas pelo refor- identificação dos respetivos fundamentos.
mado ou aposentado através da adequada moda- ___________________________________
lidade de vínculo de emprego público, nos termos - Aditado pelo Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro.
seguintes: ___________________________________
a) Contrato de trabalho em funções públicas a SUBSECÇÃO II
termo resolutivo ou nomeação transitória, quando
esteja em causa o exercício de funções a que se Extinção por acordo
referem, respetivamente, os artigos 7.º e 8.º;
Artigo 295.º
b) Comissão de serviço, quando esta seja a mo-
dalidade de vínculo de emprego público prevista Acordo de cessação do vínculo de emprego
para o exercício do cargo, designadamente cargo público
dirigente, nos termos do artigo 9.º 1 — O vínculo de emprego público pode cessar
4 — Os vínculos de emprego público referidos por acordo entre o trabalhador e o empregador pú-
nas alíneas a) e b) no número anterior ficam sujei- blico, observados os seguintes requisitos:
tos ao regime definido na presente lei para a res- a) Comprovada obtenção de ganhos de eficiên-
petiva modalidade de vínculo, com as necessárias cia e a redução permanente de despesa para o em-
adaptações e as seguintes especificidades: pregador público, designadamente pela demons-
a) Os vínculos vigoram pelo prazo de seis me- tração de que o trabalhador não requer substitui-
ses, renovando-se por períodos iguais e sucessi- ção;
vos, até ao limite máximo de cinco anos, sem pre- b) Demonstração da existência de disponibili-
juízo, no caso da comissão de serviço, do prazo dade orçamental, no ano da cessação, para supor-
máximo definido para a respetiva comissão e re- tar a despesa inerente à compensação a atribuir
novação; ao trabalhador.
b) A caducidade do contrato ou da nomeação e 2 — A celebração de acordo de cessação nos
a denúncia da comissão de serviço ficam sujeitas termos do número anterior depende de prévia au-
a aviso prévio de 30 ou 15 dias, consoante a inici- torização dos membros do Governo responsáveis
ativa pertença ao empregador ou ao trabalhador; pelas áreas das finanças e da Administração Pú-
c) A caducidade do contrato e da nomeação e a blica e do membro do Governo que exerça poderes
denúncia da comissão de serviço não determinam de direção, superintendência ou tutela sobre o em-
o pagamento de qualquer compensação ao traba- pregador público.
lhador. 3 — Os membros do Governo responsáveis pe-
5 — O disposto nos números anteriores pode las áreas das finanças e da Administração Pública
aplicar-se, com as necessárias adaptações, às si- podem, previamente à autorização prevista no nú-
tuações de designação de reformado ou aposen- mero anterior, requerer à entidade gestora da re-
tado com idade superior a 70 anos, em comissão qualificação a avaliação da possibilidade de coloca-
de serviço, para o exercício de cargo dirigente, nos ção do trabalhador em posto de trabalho compatí-
casos em que o Estatuto do Pessoal Dirigente dos vel com a sua categoria, experiência e qualifica-
serviços e organismos da Administração central, ções profissionais, noutro órgão ou serviço da Ad-
regional e local do Estado, aprovado pela Lei n.º ministração Pública.
2/2004, de 15 de janeiro, na sua redação atual, 4 — Quando o trabalhador se encontre inte-
não seja aplicável ou a designação possa operar, grado na carreira de assistente operacional ou de
nos termos do mesmo Estatuto, sem necessidade assistente técnico, é dispensada a autorização pre-
de recurso a procedimento concursal. vista no n.º 2, observados os requisitos enuncia-
6 — O disposto nos números anteriores não dos no n.º 1.
prejudica a aplicação do regime previsto no Esta-
tuto da Aposentação, nem a aplicação de normas,
gerais ou especiais, que estabeleçam outras

______________________________________________________________________________
86
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 296.º requisitos e as condições específicas a aplicar nes-


ses programas, as quais devem ser objeto de ne-
Compensação pela extinção por acordo
gociação prévia com as organizações sindicais re-
1 — O acordo de cessação deve discriminar as presentativas dos trabalhadores.
quantias pagas a título de compensação pela ex-
tinção do vínculo e, sendo caso disso, as decorren- SUBSECÇÃO III
tes de créditos já vencidos ou exigíveis em virtude
Extinção por motivos disciplinares
dessa extinção.
2 — Salvo regime especial, a compensação a Artigo 297.º
atribuir ao trabalhador no âmbito do acordo de
cessação do vínculo corresponde, no máximo, a 20 Fundamento do despedimento ou demissão
dias de remuneração base por cada ano completo por motivo disciplinar
de antiguidade e é determinada do seguinte modo: 1 — O vínculo de emprego público pode cessar
a) O valor diário de remuneração base é o re- em caso de infração disciplinar que inviabilize a sua
sultante da divisão por 30 da remuneração base manutenção.
mensal auferida pelo trabalhador; 2 — A extinção do vínculo prevista no número
b) Em caso de fração de ano, o montante da anterior opera por despedimento ou demissão,
compensação é calculado proporcionalmente; respetivamente nas modalidades de contrato de
trabalho em funções públicas e de nomeação.
c) O montante global da compensação não pode
ser superior a 100 vezes a RMMG, sem prejuízo do 3 — Constituem infração disciplinar que invia-
previsto nos números seguintes; biliza a manutenção do vínculo, nomeadamente,
os comportamentos do trabalhador que:
d) O montante global da compensação não
pode ser superior ao montante das remunerações a) Agrida, injurie ou desrespeite gravemente
base a auferir pelo trabalhador até à idade legal de superior hierárquico, colega, subordinado ou ter-
reforma ou aposentação. ceiro, em serviço ou nos locais de serviço;

3 — Na situação em que o trabalhador reúna as b) Pratique atos de grave insubordinação ou in-


condições para aceder ao mecanismo legal de an- disciplina ou incite à sua prática;
tecipação da aposentação, no âmbito do regime de c) No exercício das suas funções, pratique atos
proteção social convergente ou ao abrigo de re- manifestamente ofensivos das instituições e prin-
gime de flexibilização ou de antecipação da idade cípios consagrados na Constituição;
de pensão de velhice no regime geral de segurança
social, o acordo de cessação carece de demonstra- d) Pratique ou tente praticar qualquer ato que
ção de redução efetiva de despesa e da autoriza- lese ou contrarie os superiores interesses do Es-
ção prévia do membro do Governo responsável tado em matéria de relações internacionais;
pela área das finanças. e) Volte a praticar os factos referidos nas alí-
4 — A extinção do vínculo de emprego público neas c), h) e i) do artigo 186.º;
por acordo impede o trabalhador de constituir um f) Dolosamente participe infração disciplinar su-
vínculo de trabalho em funções públicas, em qual- postamente cometida por outro trabalhador;
quer modalidade, com os órgãos e serviços da ad-
ministração direta e indireta do Estado, da admi- g) Dentro do mesmo ano civil, dê cinco faltas
nistração regional e da administração autárquica, seguidas ou 10 interpoladas sem justificação;
incluindo as respetivas entidades públicas empre- h) Cometa reiterada violação do dever de zelo,
sariais, e com os outros órgãos do Estado, pelo pe- indiciada em processo de averiguações instaurado
ríodo correspondente ao quádruplo dos meses da após a obtenção de duas avaliações de desempe-
compensação percebida, calculado com aproxima- nho negativas consecutivas;
ção por excesso.
i) Divulgue informação que, nos termos legais,
5 — Os membros do Governo responsáveis pe- não deva ser divulgada;
las áreas das finanças e da Administração Pública
e o membro do Governo que exerça poderes de j) Em resultado da função que exerce, solicite
direção, superintendência ou tutela podem, por ou aceite, direta ou indiretamente, dádivas, grati-
portaria, regulamentar programas sectoriais de re- ficações, participação em lucro ou outras vanta-
dução de efetivos, por recurso à celebração de gens patrimoniais, ainda que sem o fim de acelerar
acordo de cessação de contrato, estabelecendo os ou retardar qualquer serviço ou procedimento;

______________________________________________________________________________
87
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

k) Comparticipe em oferta ou negociação de Artigo 300.º


emprego público;
Invalidade do despedimento ou da demissão
l) Seja encontrado em alcance ou desvio de di-
1 — Sendo anulada ou declarada nula a sanção
nheiros públicos;
de despedimento disciplinar ou de demissão, o ór-
m) Tome parte ou tenha interesse, diretamente gão ou serviço é condenado:
ou por interposta pessoa, em qualquer contrato
a) A indemnizar o trabalhador por todos os da-
celebrado ou a celebrar por qualquer órgão ou ser-
nos, patrimoniais e não patrimoniais, causados;
viço;
b) A reconstituir a situação jurídico-funcional
n) Com intenção de obter, para si ou para ter-
atual hipotética do trabalhador.
ceiro, benefício económico ilícito, falte aos deveres
funcionais, não promovendo atempadamente os 2 — O trabalhador tem ainda direito a receber
procedimentos adequados, ou lese, em negócio ju- a remuneração que deixou de auferir desde a data
rídico ou por mero ato material, designadamente de produção de efeitos do ato de aplicação da san-
por destruição, adulteração ou extravio de docu- ção até ao trânsito em julgado da decisão judicial.
mentos ou por viciação de dados para tratamento
informático, os interesses patrimoniais que, no 3 — Ao montante apurado nos termos do nú-
todo ou em parte, lhe cumpre, em razão das suas mero anterior deduzem-se:
funções, administrar, fiscalizar, defender ou reali- a) As importâncias que o trabalhador tenha
zar; comprovadamente obtido com a extinção do vín-
o) Autorize o exercício de qualquer atividade re- culo de emprego público e que não receberia se
munerada nas modalidades que estão vedadas aos não fosse a sanção aplicada;
trabalhadores que, colocados em situação de re- b) O montante do subsídio de desemprego
qualificação, se encontrem no gozo de licença ex- eventualmente auferido pelo trabalhador, devendo
traordinária. o órgão ou serviço entregar essa quantia à segu-
4 — Tornando-se inviável a manutenção da re- rança social;
lação funcional, as penas de demissão e de despe- c) O montante da remuneração respeitante ao
dimento por facto imputável ao trabalhador são período decorrido desde a data de produção de
ainda aplicáveis aos trabalhadores que, encon- efeitos da extinção do vínculo até 30 dias antes da
trando-se em situação de requalificação, exerçam data da sua impugnação judicial, quando esta não
qualquer atividade remunerada fora dos casos pre- tenha tido lugar nos 30 dias subsequentes àquela
vistos na lei. data de produção de efeitos.

Artigo 298.º Artigo 301.º


Procedimento para despedimento ou demis- Indemnização em substituição da reconsti-
são tuição da situação
A aplicação da sanção de despedimento ou de- 1 — Em alternativa à reconstituição da sua si-
missão pelo empregador público é obrigatoria- tuação jurídico-funcional atual hipotética, o traba-
mente precedida do procedimento disciplinar pre- lhador pode optar, até à data da decisão jurisdici-
visto na presente lei. onal, pelo recebimento da indemnização prevista
no número seguinte.
Artigo 299.º
2 — A indemnização prevista no número ante-
Impugnação judicial do despedimento ou rior é fixada pelo tribunal, entre 15 e 45 dias por
demissão cada ano completo ou fração de exercício de fun-
ções públicas, atendendo ao valor da retribuição e
1 — A ação de impugnação do despedimento ou
ao grau de ilicitude, e com o valor mínimo corres-
demissão tem de ser proposta no prazo de um ano
pondente a três remunerações base mensais.
sobre a data de produção de efeitos da extinção do
vínculo. 3 — Quando a sanção seja a de cessação da
comissão de serviço, ao valor previsto no número
2 — A providência cautelar que visa a suspen-
anterior acresce uma remuneração base mensal
são do despedimento ou demissão deve ser reque-
por cada mês completo, ou respetiva proporção no
rida no prazo de 30 dias a contar da data de pro-
caso de fração de mês, que faltasse para o termo
dução de efeitos da extinção do vínculo.

______________________________________________________________________________
88
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

da comissão de serviço, com um mínimo corres- mais de dois anos de antiguidade no órgão ou ser-
pondente a três remunerações base mensais. viço.
4 — O tempo decorrido desde a data de produ- 2 — Sendo o contrato a termo, o trabalhador
ção de efeitos da sanção até ao trânsito em julgado que se pretenda desvincular antes do decurso do
da decisão jurisdicional é considerado exercício de prazo acordado deve avisar o empregador público
funções públicas, para efeitos do disposto nos nú- com a antecedência mínima de 30 dias, se o con-
meros anteriores. trato tiver duração igual ou superior a seis meses,
ou de 15 dias, se for de duração inferior.
5 — Efetuada a opção referida no n.º 1, o tri-
bunal deve condenar o órgão ou serviço em con- 3 — No caso de contrato a termo incerto, para
formidade. o cálculo do prazo de aviso prévio a que se refere
o número anterior atende-se ao tempo de duração
Artigo 302.º efetiva do contrato.

Regras especiais relativas ao contrato a


Artigo 305.º
termo
Exoneração a pedido do trabalhador
1 — Ao contrato a termo aplicam-se as regras
gerais de cessação do contrato, com as alterações A nomeação definitiva cessa por exoneração do
constantes do número seguinte. trabalhador, que produz efeitos no trigésimo dia a
contar da data da apresentação do respetivo re-
2 — Sendo o despedimento declarado ilícito, o
querimento escrito, exceto quando o empregador
empregador público é condenado:
público e o trabalhador acordem diferentemente.
a) No pagamento da indemnização pelos preju-
ízos causados, não devendo o trabalhador receber Artigo 306.º
uma compensação inferior à importância corres-
Falta de cumprimento dos prazos de aviso
pondente ao valor das remunerações que deixou
prévio
de auferir desde a data do despedimento até ao
termo certo ou incerto do contrato, ou até ao trân- Se o trabalhador não cumprir, total ou parcial-
sito em julgado da decisão do tribunal, se aquele mente, os prazos de aviso prévio estabelecidos nos
termo ocorrer posteriormente; artigos anteriores, fica obrigado a pagar ao empre-
gador público uma indemnização de valor igual à
b) Na reintegração do trabalhador, sem preju-
remuneração base correspondente ao período de
ízo da sua categoria, caso o termo ocorra depois
aviso em falta, sem prejuízo da responsabilidade
do trânsito em julgado da decisão do tribunal.
civil pelos danos eventualmente causados.
SUBSECÇÃO IV
SUBSECÇÃO V
Extinção pelo trabalhador com aviso prévio
Extinção pelo trabalhador com justa causa
Artigo 303.º
Artigo 307.º
Modalidades de extinção
Justa causa de extinção do vínculo de em-
A extinção do vínculo de emprego público por prego público
iniciativa do trabalhador com aviso prévio é feita
1 — Ocorrendo justa causa, pode o trabalhador
por denúncia ou exoneração a pedido do trabalha-
extinguir imediatamente o vínculo de emprego pú-
dor, consoante o trabalhador seja titular de um
blico.
contrato de trabalho em funções públicas ou de um
vínculo de nomeação, respetivamente. 2 — Constituem justa causa de extinção do vín-
culo pelo trabalhador, nomeadamente, os seguin-
Artigo 304.º tes comportamentos do empregador público:
Denúncia do contrato de trabalho em fun- a) Falta culposa de pagamento pontual da re-
ções públicas muneração;
1 — O trabalhador pode denunciar o contrato b) Violação culposa das garantias legais ou con-
independentemente de justa causa, mediante co- vencionais do trabalhador;
municação escrita enviada ao empregador público
c) Aplicação de sanção ilegal;
com a antecedência mínima de 30 ou 60 dias, con-
forme tenha, respetivamente, até dois anos ou
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89
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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d) Falta culposa de condições de segurança, hi- Artigo 310.º


giene e saúde no trabalho;
Impugnação da declaração de extinção do
e) Lesão culposa de interesses patrimoniais sé- vínculo
rios do trabalhador;
1 — A ilicitude da extinção do vínculo pode ser
f) Ofensas à integridade física ou moral, liber- declarada judicialmente em ação intentada pelo
dade, honra ou dignidade do trabalhador, puníveis empregador público no prazo de um ano, a contar
por lei, praticadas pelo empregador público ou seu da data da declaração.
representante legítimo.
2 — Na ação em que for apreciada a ilicitude da
3 — Constituem ainda justa causa de extinção extinção do vínculo apenas são atendíveis para a
do vínculo pelo trabalhador, os seguintes factos: justificar os factos constantes da comunicação re-
ferida no n.º 1 do artigo 308.º
a) Necessidade de cumprimento de obrigações
legais incompatíveis com a continuação do vínculo; 3 — No caso de ter sido impugnada a extinção
do vínculo, com base em ilicitude do procedimento
b) Alteração substancial e duradoura das con-
previsto no n.º 1 do artigo 308.º, o trabalhador
dições de trabalho no exercício legítimo de poderes
pode corrigir o vício até ao termo do prazo para
do empregador público;
contestar, não se aplicando, no entanto, este re-
c) Falta não culposa de pagamento pontual da gime mais de uma vez.
remuneração.
4 — Não se provando a justa causa de extinção
4 — Para apreciação da justa causa deve aten- do vínculo, o empregador público tem direito a in-
der-se ao grau de lesão dos interesses do traba- demnização pelos prejuízos causados, não inferior
lhador e às demais circunstâncias que no caso se ao montante calculado nos termos do artigo 306.º
mostrem relevantes.
SECÇÃO III
Artigo 308.º
Cessação do contrato de trabalho em fun-
Procedimento ções públicas na sequência de processo de
reorganização de serviços e racionalização
1 — A declaração de extinção do vínculo pelo de efetivos
trabalhador deve ser feita por escrito, com indica-
ção sucinta dos factos que a justificam, nos 30 dias
Artigos 311.º a 313.º
subsequentes ao conhecimento desses factos.
(Revogados).
2 — Se o fundamento da extinção for o da alí- ___________________________________
nea a) do n.º 3 do artigo anterior, o trabalhador
deve notificar o empregador público logo que pos- - Revogados pelo artigo 12.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
___________________________________
sível.

PARTE III
Artigo 309.º
Direito coletivo
Indemnização devida ao trabalhador
1 — A extinção do vínculo com fundamento nos TÍTULO I
factos previstos no n.º 2 do artigo 307.º confere
ao trabalhador o direito a uma indemnização, a de- Estruturas de representação coletiva dos
terminar entre 30 e 60 dias de remuneração base trabalhadores
auferida pelo trabalhador por cada ano completo
de antiguidade no exercício de funções públicas, CAPÍTULO I
mas nunca podendo ser inferior a três meses de Disposições gerais
remuneração base.
2 — No caso de fração de ano de antiguidade, Artigo 314.º
o valor da indemnização é calculado proporcional- Representação coletiva dos trabalhadores
mente. em funções públicas
3 — No caso de contrato a termo, a indemniza- 1 — Os trabalhadores em funções públicas têm
ção prevista nos números anteriores não pode ser
o direito de criar estruturas de representação co-
inferior à quantia correspondente às remunerações letiva para defesa dos seus direitos e interesses,
vincendas.
______________________________________________________________________________
90
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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nomeadamente comissões de trabalhadores e as- locais e atividades que se compreendam no exer-


sociações sindicais, sem prejuízo das restrições es- cício normal dessas funções.
tabelecidas em lei especial.
2 — Na pendência de processo para apuramento
2 — Às estruturas de representação coletiva de responsabilidade disciplinar, civil ou criminal,
dos trabalhadores em funções públicas é aplicável com fundamento em exercício abusivo de direitos
o regime do Código do Trabalho, com as necessá- na qualidade de membro de estrutura de represen-
rias adaptações e as especificidades constantes da tação coletiva dos trabalhadores, aplica-se ao tra-
presente lei. balhador visado o disposto no número anterior.
3 — O despedimento ou demissão de trabalha-
Artigo 315.º
dor candidato a corpos sociais das associações sin-
Crédito de horas dos representantes dos tra- dicais, bem como do que exerça ou haja exercido
balhadores funções nos mesmos corpos sociais há menos de
três anos, presume-se feito sem justa causa ou
Os trabalhadores em funções públicas eleitos motivo justificativo.
para as estruturas de representação coletiva dos
trabalhadores beneficiam de crédito de horas, nos 4 — No caso de o trabalhador despedido ou de-
termos previstos no Código do Trabalho e na pre- mitido ser representante sindical ou membro de
sente lei. comissão de trabalhadores, tendo sido interposta
providência cautelar de suspensão do despedi-
Artigo 316.º mento ou demissão, esta só não é decretada se o
tribunal concluir pela existência de probabilidade
Faltas séria de verificação da justa causa ou do motivo
1 — As ausências dos trabalhadores eleitos para justificativo invocados.
as estruturas de representação coletiva no desem- 5 — As ações que tenham por objeto litígios re-
penho das suas funções e que excedam o crédito lativos ao despedimento ou demissão dos traba-
de horas consideram-se faltas justificadas e con- lhadores referidos no número anterior têm natu-
tam, salvo para efeito de remuneração, como reza urgente.
tempo de serviço efetivo.
6 — Em caso de ilicitude do despedimento ou de-
2 — Relativamente aos delegados sindicais, missão de trabalhador membro de estrutura de re-
apenas se consideram justificadas, para além das presentação coletiva, este tem o direito de optar en-
que correspondam ao gozo do crédito de horas, as tre a reintegração no órgão ou serviço e uma indem-
ausências motivadas pela prática de atos necessá- nização calculada nos termos previstos na presente
rios e inadiáveis no exercício das suas funções, as lei ou estabelecida em instrumento de regulamenta-
quais contam, salvo para efeito de remuneração, ção coletiva de trabalho, nunca inferior à remunera-
como tempo de serviço efetivo. ção base correspondente a seis meses.
3 — As ausências a que se referem os números
anteriores são comunicadas, pelo trabalhador ou Artigo 318.º
estrutura de representação coletiva em que se in- Proteção em caso de mobilidade
sere, por escrito, com um dia de antecedência,
com referência às datas e ao número de dias de 1 — Os trabalhadores eleitos para as estruturas
que os respetivos trabalhadores necessitam para o de representação coletiva, bem como na situação
exercício das suas funções, ou, em caso de impos- de candidatos, até dois anos após o fim do respe-
sibilidade de previsão, nas 48 horas imediatas ao tivo mandato, não podem ser mudados de local de
primeiro dia de ausência. trabalho sem o seu acordo expresso e sem audição
da estrutura a que pertencem.
4 — A inobservância do disposto no número an-
terior torna as faltas injustificadas. 2 — O disposto no número anterior não é apli-
cável quando a mudança de local de trabalho re-
Artigo 317.º sultar da mudança de instalações do órgão ou ser-
viço ou decorrer de normas legais aplicáveis a to-
Proteção em caso de procedimento discipli- dos os seus trabalhadores.
nar, despedimento ou demissão
1 — A suspensão preventiva de trabalhador
eleito para as estruturas de representação coletiva
não obsta a que o mesmo possa ter acesso aos

______________________________________________________________________________
91
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 319.º c) Em empregadores públicos com 201 a 500


trabalhadores, três a cinco;
Informações confidenciais
d) Em empregadores públicos com 501 a 1 000
1 — O membro de estrutura de representação
trabalhadores, cinco a sete;
coletiva dos trabalhadores não pode revelar aos
trabalhadores ou a terceiros informações que te- e) Em empregadores públicos com mais de 1
nha recebido, no âmbito de direito de informação 000 trabalhadores, sete a 11.
ou consulta, e que sejam de acesso restrito nos
2 — O número de membros da subcomissão de
termos do disposto no regime de acesso aos docu-
trabalhadores não pode exceder os seguintes:
mentos administrativos ou diploma especial.
a) Nos estabelecimentos ou unidades orgânicas
2 — O dever de confidencialidade mantém-se
com 50 a 200 trabalhadores, três;
após a cessação do mandato de membro de estru-
tura de representação coletiva dos trabalhadores. b) Nos estabelecimentos ou unidades orgânicas
com mais de 200 trabalhadores, cinco.
CAPÍTULO II
3 — Nos estabelecimentos ou unidades orgâni-
Comissões de trabalhadores cas com menos de 50 trabalhadores, a função da
subcomissão de trabalhadores é assegurada por
SECÇÃO I um só membro.

Disposições gerais sobre comissões de tra- 4 — O número de membros da comissão coor-


balhadores denadora não pode exceder o número das comis-
sões de trabalhadores que a mesma coordena,
Artigo 320.º nem o máximo de 11 membros.

Princípios gerais relativos a comissões, sub- Artigo 322.º


comissões e comissões coordenadoras
Reunião de trabalhadores no local de trabalho
1 — Os trabalhadores têm direito de criar, em convocada por comissão de trabalhadores
cada empregador público, uma comissão de traba-
lhadores, para defesa dos seus interesses e para o A realização de reunião de trabalhadores no local
exercício dos direitos previstos na Constituição e de trabalho, convocada por comissão de trabalha-
na lei. dores, bem como o respetivo procedimento, obser-
vam o disposto no Código do Trabalho.
2 — Nos empregadores públicos com estabele-
cimentos periféricos ou unidades orgânicas des-
Artigo 323.º
concentradas podem ser criadas subcomissões de
trabalhadores. Crédito de horas de membros das comissões
3 — Podem ser criadas comissões coordenado- 1 — Para o exercício da sua atividade, o mem-
ras para articulação de atividades das comissões bro das seguintes estruturas tem direito ao se-
de trabalhadores constituídas em diferentes em- guinte crédito mensal de horas:
pregadores públicos do mesmo ministério ou de
a) Subcomissões de trabalhadores, oito horas;
vários ministérios que prossigam atribuições de
natureza análoga, bem como para o desempenho b) Comissões de trabalhadores, 25 horas;
de outros direitos consignados na lei.
c) Comissões coordenadoras, 20 horas.
Artigo 321.º 2 — Nos órgãos ou serviços com menos de 50
trabalhadores, o crédito de horas referido no nú-
Número de membros de comissão de traba-
mero anterior é reduzido a metade.
lhadores, comissão coordenadora ou subco-
missão 3 — Nos órgãos ou serviços com mais de 1 000
trabalhadores, a comissão de trabalhadores pode
1 — O número de membros da comissão de tra-
deliberar, por unanimidade, redistribuir pelos seus
balhadores não pode exceder os seguintes:
membros um montante global correspondente à
a) Em empregadores públicos com menos de 50 soma dos créditos de horas de todos eles, com o
trabalhadores, dois; limite individual de 40 horas mensais.
b) Em empregadores públicos com 50 a 200 4 — Os membros das estruturas referidas no n.º
trabalhadores, três; 1 estão obrigados, para além do limite aí

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92
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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estabelecido, e ressalvado o disposto nos n.ºs 2 e estabelecimentos periféricos ou unidades orgâni-


3, à prestação de trabalho nas condições normais. cas desconcentradas.
5 — Não pode haver lugar a cumulação de crédito
SUBSECÇÃO II
de horas pelo facto de um trabalhador pertencer a
mais de uma das estruturas referidas no n.º 1. Informação e consulta

SECÇÃO II Artigo 326.º


Direitos das comissões de trabalhadores Conteúdo do direito a informação
A comissão de trabalhadores tem direito de in-
SUBSECÇÃO I
formação sobre:
Disposições gerais
a) Plano e relatório de atividades;
Artigo 324.º b) Orçamento;
Direitos da comissão e subcomissão de tra- c) Gestão dos recursos humanos, em função
balhadores dos mapas de pessoal;
1 — A comissão de trabalhadores tem direito, d) Prestação de contas, incluindo balancetes,
nomeadamente, a: contas de gerência e relatórios de gestão.
a) Receber todas as informações necessárias ao e) Projetos de reorganização do órgão ou ser-
exercício da sua atividade; viço.
b) Exercer o controlo de gestão nos respetivos
Artigo 327.º
empregadores públicos;
Obrigatoriedade de parecer prévio
c) Participar nos procedimentos relativos aos
trabalhadores, no âmbito dos processos de reorga- Sem prejuízo dos pareceres obrigatórios previs-
nização de órgãos ou serviços; tos noutros diplomas, designadamente em matéria
de balanço social e estatuto disciplinar, têm de ser
d) Participar na elaboração da legislação do tra-
obrigatoriamente precedidos de parecer escrito da
balho, diretamente ou por intermédio das respeti-
comissão de trabalhadores os seguintes atos do
vas comissões coordenadoras.
empregador público:
2 — As subcomissões de trabalhadores podem
a) Regulação da utilização de equipamento tec-
exercer estes direitos, nos termos previstos no Có-
nológico para vigilância a distância no local de tra-
digo do Trabalho.
balho;
Artigo 325.º b) Tratamento de dados biométricos;
Reuniões da comissão de trabalhadores com c) Elaboração de regulamentos internos do ór-
o dirigente máximo ou órgão de direção do gão ou serviço;
órgão ou serviço
d) Definição e organização dos horários de tra-
1 — A comissão de trabalhadores tem o direito balho aplicáveis a todos ou a parte dos trabalha-
de reunir periodicamente com o dirigente máximo dores do órgão ou serviço;
do serviço ou com o órgão de direção do emprega-
e) Elaboração do mapa de férias dos trabalha-
dor público para discussão e análise dos assuntos
dores do órgão ou serviço;
relacionados com o exercício dos seus direitos, de-
vendo realizar-se, pelo menos, uma reunião em f) Quaisquer medidas de que resulte uma dimi-
cada mês. nuição substancial do número de trabalhadores do
órgão ou serviço ou agravamento substancial das
2 — Da reunião referida no número anterior é
suas condições de trabalho e, ainda, as decisões
lavrada ata, elaborada pelo órgão ou serviço, que
suscetíveis de desencadear mudanças substanciais
deve ser assinada por todos os presentes.
no plano da organização de trabalho ou dos con-
3 — O disposto nos números anteriores aplica- tratos.
se igualmente às subcomissões de trabalhadores,
em relação aos dirigentes dos respetivos

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93
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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SUBSECÇÃO III 3 — Excluem-se igualmente do controlo de ges-


tão as atividades que envolvam, por via direta ou
Controlo de gestão do empregador público
delegada, competências dos órgãos de soberania,
bem como das assembleias legislativas das regiões
Artigo 328.º autónomas e dos governos regionais.
Finalidade e conteúdo do controlo de gestão 4 — Os limites constantes deste artigo são igual-
1 — O controlo de gestão visa promover o em- mente aplicáveis às comissões coordenadoras.
penhamento responsável dos trabalhadores na
vida do empregador público. SECÇÃO III

2 — No exercício do direito do controlo de ges- Constituição e extinção da comissão de tra-


tão, a comissão de trabalhadores pode: balhadores

a) Apreciar e emitir parecer sobre os orçamen-


Artigo 330.º
tos do órgão ou serviço e respetivas alterações,
bem como acompanhar a respetiva execução; Disposição geral
b) Promover a adequada utilização dos recursos A constituição, aprovação de estatutos e eleição
técnicos, humanos e financeiros; de comissão de trabalhadores segue, com as ne-
cessárias adaptações, o disposto no Código do Tra-
c) Promover, junto dos órgãos de direção e dos
balho, com as especialidades constantes da pre-
trabalhadores, medidas que contribuam para a
sente secção.
melhoria da atividade do empregador público, de-
signadamente nos domínios dos equipamentos
Artigo 331.º
técnicos e da simplificação administrativa;
Registo
d) Apresentar aos órgãos competentes do em-
pregador público sugestões, recomendações ou 1 — As comissões e subcomissões de trabalha-
críticas tendentes à qualificação inicial e à forma- dores são registadas no ministério responsável
ção contínua dos trabalhadores e, em geral, à me- pela área da Administração Pública.
lhoria da qualidade de vida no trabalho e das con-
dições de segurança e saúde; 2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
a comissão eleitoral deve, no prazo de 15 dias, a
e) Defender, junto dos órgãos de direção e fis- contar da data do apuramento dos resultados elei-
calização do empregador público e das autoridades torais, requerer junto do ministério responsável
competentes, os legítimos interesses dos trabalha- pela área da Administração Pública o registo da
dores. constituição da comissão de trabalhadores e da
aprovação dos estatutos ou das suas alterações,
Artigo 329.º juntando os estatutos aprovados ou alterados, bem
como cópias certificadas das atas da comissão elei-
Limites ao controlo de gestão
toral e das mesas de voto, acompanhadas dos do-
1 — O controlo de gestão nos empregadores cumentos de registo dos votantes.
públicos não pode ser exercido em matérias sujei-
3 — A comissão eleitoral deve, no prazo de 15
tas ao regime de segredo previstos na lei.
dias, a contar da data do apuramento, requerer
2 — O controlo de gestão nos empregadores junto do ministério responsável pela área da Ad-
públicos não pode ser exercido ainda em relação ministração Pública o registo da eleição dos mem-
às seguintes atividades: bros da comissão de trabalhadores e das subco-
missões de trabalhadores, juntando cópias certifi-
a) Defesa nacional; cadas das listas concorrentes, bem como das atas
b) Representação externa do Estado; da comissão eleitoral e das mesas de voto, acom-
panhadas dos documentos de registo dos votan-
c) Informações de segurança; tes.
d) Investigação criminal; 4 — As comissões de trabalhadores que partici-
e) Segurança pública, quer em meio livre quer param na constituição da comissão coordenadora
em meio institucional; devem, no prazo de 15 dias, requerer junto do mi-
nistério responsável pela área da Administração
f) Inspeção. Pública o registo da constituição da comissão co-
ordenadora e da aprovação dos estatutos ou das

______________________________________________________________________________
94
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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suas alterações, juntando os estatutos aprovados oito dias, a contar da publicação, cópias certificadas
ou alterados, bem como cópias certificadas da ata das atas da comissão eleitoral e das mesas de voto,
da reunião em que foi constituída a comissão e do dos documentos de registo dos votantes, dos esta-
documento de registo dos votantes. tutos aprovados ou alterados e do requerimento de
registo, bem como a apreciação fundamentada so-
5 — As comissões de trabalhadores que partici-
bre a legalidade da constituição da comissão de tra-
param na eleição da comissão coordenadora de-
balhadores e dos estatutos ou das suas alterações,
vem, no prazo de 15 dias, requerer junto do minis-
ao magistrado do Ministério Público da área da sede
tério responsável pela área da Administração Pú-
do respetivo órgão ou serviço.
blica o registo da eleição dos membros da comissão
coordenadora, juntando cópias certificadas das lis- 2 — Caso os estatutos contenham disposições
tas concorrentes, bem como da ata da reunião e do contrárias à lei, o ministério responsável pela área
documento de registo dos votantes. da Administração Pública, no prazo referido no nú-
mero anterior, notifica os interessados para que
6 — O ministério responsável pela área da Ad-
estes as alterem no prazo de 180 dias.
ministração Pública regista, no prazo de 10 dias:
3 — Caso não haja alteração no prazo referido
a) A constituição da comissão de trabalhadores
no número anterior, o ministério responsável pela
e da comissão coordenadora, bem como a aprova-
área da Administração Pública procede de acordo
ção dos respetivos estatutos ou das suas altera-
com o disposto no n.º 1.
ções;
4 — O disposto nos números anteriores é apli-
b) A eleição dos membros da comissão de tra-
cável, com as necessárias adaptações, à constitui-
balhadores, das subcomissões de trabalhadores e
ção e aprovação dos estatutos da comissão coor-
da comissão coordenadora e publica a respetiva
denadora.
composição.
Artigo 334.º
Artigo 332.º
Fusão de serviços
Publicação
Em caso de extinção de um serviço e da sua
1 — O ministério responsável pela área da Ad-
incorporação num outro, sempre que neste não
ministração Pública procede, em articulação com o
exista comissão de trabalhadores, a existente no
ministério responsável pela área laboral, à publi-
serviço incorporado continua em funções por um
cação no Boletim do Trabalho e Emprego:
período de dois meses a contar da fusão ou até que
a) Dos estatutos da comissão de trabalhadores nova estrutura entretanto eleita inicie as respeti-
e da comissão coordenadora, ou das suas altera- vas funções.
ções;
Artigo 335.º
b) Da composição da comissão de trabalhado-
res, das subcomissões de trabalhadores e da co- Extinção judicial
missão coordenadora.
Quando não tenha sido requerido o registo da
2 — A comissão de trabalhadores, a subcomis- eleição dos membros da comissão de trabalhado-
são ou a comissão coordenadora só pode iniciar as res, ou da comissão coordenadora, num período de
suas atividades depois da publicação dos estatutos seis anos a contar do último registo, o ministério
e da respetiva composição, nos termos do número responsável pela área da Administração Pública
anterior. deve comunicar o facto ao magistrado do Ministé-
___________________________________ rio Público no tribunal competente, o qual pro-
- Alterado pelo Decreto-Lei.º 84-F/2022, de 16 de dezembro. move, no prazo de 15 dias, a contar da receção
___________________________________ dessa comunicação, a declaração judicial de extin-
ção da respetiva comissão.
Artigo 333.º
Artigo 336.º
Controlo de legalidade da constituição e dos
estatutos das comissões Cancelamento do registo

1 — Após o registo da constituição da comissão 1 — A extinção da comissão de trabalhadores ou


de trabalhadores e da aprovação dos estatutos ou comissão coordenadora deve ser comunicada ao
das suas alterações, o ministério responsável pela ministério responsável pela área da Administração
área da Administração Pública remete, no prazo de Pública, para que se proceda de imediato ao

______________________________________________________________________________
95
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

cancelamento do registo da sua constituição e dos Artigo 338.º


seus estatutos e, mediante articulação com o minis-
Direitos das associações sindicais
tério responsável pela área laboral, promova a pu-
blicação de aviso no Boletim do Trabalho e Em- 1 — As associações sindicais referidas no artigo
prego. anterior têm, nomeadamente, o direito de:
2 — O ministério responsável pela área da Ad- a) Celebrar acordos coletivos de trabalho;
ministração Pública remete ao magistrado do Mi-
nistério Público no tribunal competente cópia cer- b) Prestar serviços de caráter económico e so-
tificada da comunicação relativa à extinção volun- cial aos seus associados;
tária, acompanhada de apreciação fundamentada c) Participar na elaboração da legislação do tra-
sobre a legalidade da deliberação, nos oito dias balho;
posteriores à publicação do aviso referido no nú-
mero anterior. d) Participar nos procedimentos relativos aos
trabalhadores, no âmbito de processos de reorga-
3 — No caso de a deliberação de extinção ser nização de órgãos ou serviços;
desconforme com a lei ou os estatutos, o magis-
trado do Ministério Público promove, no prazo de e) Estabelecer relações ou filiar-se em organi-
15 dias, a contar da receção, a declaração judicial zações sindicais internacionais.
de nulidade da deliberação. 2 — É reconhecida às associações sindicais le-
4 — O tribunal comunica a declaração judicial gitimidade processual para defesa dos direitos e
de nulidade da deliberação de extinção, transitada interesses coletivos e para a defesa coletiva dos
em julgado, ao ministério responsável pela área da direitos e interesses individuais legalmente prote-
Administração Pública, o qual revoga o cancela- gidos dos trabalhadores que representem.
mento e, mediante articulação com o ministério 3 — As associações sindicais beneficiam da
responsável pela área laboral, promove a publica- isenção do pagamento das custas para defesa dos
ção imediata de aviso no Boletim do Trabalho e direitos e dos interesses coletivos dos trabalhado-
Emprego. res que representam, aplicando-se no demais o re-
5 — A extinção da comissão de trabalhadores gime previsto no Regulamento das Custas Proces-
ou da comissão coordenadora ou a revogação do suais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de
cancelamento produz efeitos a partir da publicação 26 de fevereiro, na redação atual.
do respetivo aviso.
___________________________________ SECÇÃO II
- Alterado pelo Decreto-Lei.º 84-F/2022, de 16 de dezembro. Constituição e organização das associações
___________________________________
Artigo 339.º
CAPÍTULO III
Comunicações ao membro do Governo res-
Associações sindicais ponsável pela área da Administração Pública

SECÇÃO I 1 — À constituição, extinção e organização de


associações sindicais de trabalhadores em funções
Disposições gerais públicas aplica-se do disposto no Código de Traba-
lho.
Artigo 337.º
2 — O ministério responsável pela área laboral
Direito de associação sindical remete, oficiosamente, ao membro do Governo
responsável pela área da Administração Pública:
1 — Os trabalhadores em funções públicas têm
o direito de constituir associações sindicais a todos a) Cópia dos estatutos da associação sindical;
os níveis, para defesa e promoção dos seus inte-
resses socioprofissionais. b) Identificação dos membros da direção elei-
tos, bem como cópia da ata da assembleia que os
2 — As associações sindicais de trabalhadores elegeu.
em funções públicas estão sujeitas ao disposto no
Código do Trabalho, com as necessárias adapta- 3 — O ministério responsável pela área laboral
ções. comunica, oficiosamente, ao membro do Governo
responsável pela área da Administração Pública o
cancelamento do registo da associação sindical.

______________________________________________________________________________
96
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

SECÇÃO III dos promotores ao empregador público com a an-


tecedência mínima de seis horas.
Atividade sindical no órgão ou serviço
Artigo 342.º
Artigo 340.º
Número de delegados sindicais
Atividade sindical
1 — O número máximo de delegados sindicais
1 — Os trabalhadores e os sindicatos têm di-
que beneficiam do regime de proteção previsto na
reito a desenvolver atividade sindical no órgão ou
presente lei e no Código do Trabalho é determi-
serviço do empregador público, nomeadamente
nado da seguinte forma:
através de delegados sindicais, comissões sindicais
e comissões intersindicais. a) Órgão ou serviço, estabelecimento periférico
ou unidade orgânica desconcentrada com menos
2 — O exercício do direito referido no número
de 50 trabalhadores sindicalizados, um;
anterior não pode comprometer a realização do in-
teresse público e o normal funcionamento dos ór- b) Órgão ou serviço, estabelecimento periférico
gãos ou serviços. ou unidade orgânica desconcentrada com 50 a 99
trabalhadores sindicalizados, dois;
Artigo 341.º
c) Órgão ou serviço, estabelecimento periférico
Reunião de trabalhadores no local de traba- ou unidade orgânica desconcentrada com 100 a
lho 199 trabalhadores sindicalizados, três;

1 — Os trabalhadores podem reunir-se no local d) Órgão ou serviço, estabelecimento periférico


de trabalho: ou unidade orgânica desconcentrada com 200 a
499 trabalhadores sindicalizados, seis;
a) Fora do horário de trabalho observado pela
generalidade dos trabalhadores, mediante convo- e) Órgão ou serviço, estabelecimento periférico
cação do órgão competente da associação sindical, ou unidade orgânica desconcentrada com 500 ou
do delegado sindical ou da comissão sindical ou in- mais trabalhadores sindicalizados, o número resul-
tersindical, sem prejuízo do normal funcionamento tante da seguinte fórmula:
dos serviços, no caso de trabalho por turnos ou de
6 + [(n- 500): 200]
trabalho suplementar;
em que n é o número de trabalhadores sindicaliza-
b) Durante o horário de trabalho observado
dos.
pela generalidade dos trabalhadores, até um perí-
odo máximo de 15 horas por ano, que contam 2 — O resultado apurado nos termos da alínea
como tempo de serviço efetivo, desde que assegu- e) do número anterior é arredondado para a uni-
rem o funcionamento dos serviços de natureza ur- dade imediatamente superior.
gente e essencial.
Artigo 343.º
2 — Para efeitos do n.º 1 do artigo anterior, as
reuniões podem ser convocadas: Informação e consulta de delegado sindical
a) Pela comissão sindical ou pela comissão in- 1 — Os delegados sindicais gozam do direito a
tersindical; informação e consulta relativamente às matérias
constantes das suas atribuições.
b) Excecionalmente, pelas associações sindicais
ou os respetivos delegados. 2 — O direito a informação e consulta abrange,
para além de outras referidas na lei ou identifica-
3 — Compete exclusivamente às associações
das em acordo coletivo de trabalho, as seguintes
sindicais reconhecer a existência das circunstâncias
matérias:
excecionais que justificam a realização da reunião.
a) A informação sobre a evolução recente e a
4 — É aplicável à realização das reuniões o dis-
evolução provável das atividades do órgão ou ser-
posto no Código do Trabalho para as reuniões con-
viço, do estabelecimento periférico ou da unidade
vocadas pelas comissões de trabalhadores, com as
orgânica desconcentrada e a sua situação finan-
necessárias adaptações.
ceira;
5 — Os membros da direção das associações sin-
b) A informação e consulta sobre a situação, a
dicais que não trabalhem no órgão ou serviço po-
estrutura e a evolução provável do emprego no ór-
dem participar nas reuniões mediante comunicação
gão ou serviço e sobre as eventuais medidas de

______________________________________________________________________________
97
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

antecipação previstas, nomeadamente em caso de 2 — Nas associações sindicais cuja organização


ameaça para o emprego; interna compreenda estruturas de direção de base
regional ou distrital beneficiam ainda do crédito de
c) A informação e consulta sobre as decisões
horas, numa das seguintes soluções:
suscetíveis de desencadear mudanças substanciais
a nível da organização do trabalho ou dos contra- a) Nas estruturas de base regional, até ao limite
tos de trabalho. máximo de sete, um membro por cada 200 asso-
ciados ou fração correspondente a, pelo menos,
3 — Os delegados sindicais devem requerer, por
100 associados, até ao limite máximo de 20 mem-
escrito, respetivamente, ao órgão de direção do ór-
bros da direção de cada estrutura;
gão ou serviço ou ao dirigente do estabelecimento
periférico ou da unidade orgânica desconcentrada, b) Nas estruturas de base distrital, até ao limite
os elementos de informação respeitantes às maté- máximo de 18, um membro por cada 200 associa-
rias referidas nos números anteriores. dos ou fração correspondente a, pelo menos, 100
associados, até ao limite máximo de sete membros
4 — As informações são-lhes prestadas, por es-
da direção de cada estrutura.
crito, no prazo de 10 dias, salvo se, pela sua com-
plexidade, se justificar prazo maior, que nunca 3 — Da aplicação conjugada dos n.ºs 1 e 2 deve
deve ser superior a 30 dias. corrigir-se o resultado para que não se verifique
um número inferior a 1,5 do resultado da aplicação
5 — Quando esteja em causa a tomada de de-
do disposto na alínea b) do n.º 1, considerando-
cisões por parte do empregador público, no exer-
se, para o efeito, que o limite máximo aí referido é
cício dos poderes de direção e de organização de-
de 100 membros.
correntes do contrato de trabalho, os procedimen-
tos de informação e consulta devem ser conduzi- 4 — Quando as associações sindicais compre-
dos, por ambas as partes, no sentido de alcançar, endam estruturas distritais no continente e estru-
sempre que possível, o consenso. turas nas regiões autónomas, aplica-se-lhes o dis-
posto na alínea b) do n.º 2 e o disposto na alínea
6 — No âmbito do direito a informação e con-
a) do mesmo número até ao limite máximo de
sulta, está vedado o acesso a matérias sujeitas ao
duas estruturas.
regime de segredo previsto na lei.
5 — Em alternativa ao disposto nos números
Artigo 344.º anteriores, sem prejuízo do disposto em instru-
mento de regulamentação coletiva de trabalho, o
Crédito de horas de delegado sindical número máximo de membros da direção de asso-
1 — Cada delegado sindical dispõe, para o exer- ciações sindicais representativas de trabalhadores
cício das suas funções, de um crédito de 12 horas das autarquias locais que beneficiam do crédito de
por mês. horas é determinado da seguinte forma:

2 — Até 15 de janeiro de cada ano civil, deve a a) Município em que exercem funções 25 a 49
associação sindical comunicar aos órgãos ou servi- trabalhadores sindicalizados, um membro;
ços onde os mesmos exercem funções, a identifi- b) Município em que exercem funções 50 a 99
cação dos delegados sindicais beneficiários do cré- trabalhadores sindicalizados, dois membros;
dito de horas.
c) Município em que exercem funções 100 a 199
Artigo 345.º trabalhadores sindicalizados, três membros;

Crédito de horas dos membros da direção de d) Município em que exercem funções 200 a
associação sindical 499 trabalhadores sindicalizados, quatro mem-
bros;
1 — Sem prejuízo do disposto em instrumento
de regulamentação coletiva de trabalho, o número e) Município em que exercem funções 500 a
máximo de membros da direção da associação sin- 999 trabalhadores sindicalizados, seis membros;
dical que beneficiam do crédito de horas é deter- f) Município em que exercem funções 1000 a
minado da seguinte forma: 1999 trabalhadores sindicalizados, sete membros;
a) Associações sindicais com um número igual g) Município em que exercem funções 2000 a
ou inferior a 200 associados, um membro; 4999 trabalhadores sindicalizados, oito membros;
b) Associações sindicais com mais de 200 asso- h) Município em que exercem funções 5000 a
ciados, um membro por cada 200 associados ou 9999 trabalhadores sindicalizados, 10 membros;
fração, até ao limite máximo de 50 membros.
______________________________________________________________________________
98
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

i) Município em que exercem funções 10 000 ou 13 — Os membros da direção de federação,


mais trabalhadores sindicalizados, 12 membros. união ou confederação podem celebrar acordos de
cedência de interesse público para o exercício de
6 — Para o exercício das suas funções, cada
funções sindicais naquelas estruturas de represen-
membro da direção beneficia, nos termos dos nú-
tação coletiva, sendo as respetivas remunerações
meros anteriores, do crédito de horas correspon-
asseguradas pelo empregador público cedente, até
dente a quatro dias de trabalho por mês, que pode
ao seguinte número máximo de membros da dire-
utilizar em períodos de meio dia, mantendo o di-
ção:
reito à remuneração.
a) Quatro membros, no caso das confederações
7 — Até 15 de janeiro de cada ano civil, salvo
sindicais que representem, pelo menos, 5 % do
se a especificidade do ciclo de atividade justificar
universo dos trabalhadores que exercem funções
um calendário diverso, a associação sindical deve
públicas;
comunicar à DGAEP:
b) No caso de federações, dois membros por
a) O número total de associados, por estrutura
cada 10 000 associados ou fração correspondente,
de direção;
pelo menos, a 5000 associados, até ao limite má-
b) A identificação dos membros de direção be- ximo de 10 membros;
neficiários do crédito de horas e respetivo serviço
c) Um membro, quando se trate de união de
de origem.
âmbito distrital ou regional e represente, pelo me-
8 — A associação sindical deve ainda, no nos, 5 % do universo dos trabalhadores que exer-
mesmo prazo, comunicar aos órgãos ou serviços çam funções na respetiva área.
onde os mesmos exercem funções a identificação
14 — Para os efeitos previstos na alínea b) do
dos membros de direção beneficiários do crédito
número anterior, deve atender-se ao número de
de horas.
trabalhadores filiados nas associações que fazem
9 — Em caso de alteração da composição da parte daquelas estruturas de representação cole-
direção sindical, as comunicações previstas nos tiva de trabalhadores.
dois números anteriores devem ser efetuadas no
15 — A DGAEP, bem como a entidade em que
prazo de 15 dias.
esta, em razão da especificidade das carreiras, de-
10 — A associação sindical deve comunicar, legue essa função, mantém atualizados mecanis-
com um dia de antecedência ou, em caso de im- mos de acompanhamento e controlo do sistema de
possibilidade, num dos dois dias úteis imediatos, créditos e cedências de interesse público previstos
aos órgãos ou serviços onde exercem funções os nos números anteriores.
membros da direção referidos nos números ante-
riores, as datas e o número de dias que os mesmos Artigo 346.º
necessitam para o exercício das respetivas fun-
Faltas
ções.
1 — Os membros da direção das associações
11 — O disposto nos números anteriores não
sindicais, cuja identificação é comunicada à DGAEP
prejudica a possibilidade de a direção da associação
e ao órgão ou serviço em que exercem funções nos
sindical atribuir créditos de horas a outros membros
termos da presente lei, usufruem ainda, para além
da mesma, ainda que pertencentes a serviços dife-
do crédito de horas, do direito a faltas justificadas,
rentes, e independentemente de estes se integra-
que contam, para todos os efeitos legais, como
rem na administração direta ou indireta do Estado,
serviço efetivo, salvo quanto à remuneração.
na administração regional, na administração autár-
quica ou noutra pessoa coletiva pública, desde que, 2 — Os demais membros da direção usufruem
em cada ano civil, não ultrapasse o montante global do direito a faltas justificadas, até ao limite de 33
do crédito de horas atribuído nos termos dos n.ºs 1 faltas por ano, que contam, para todos os efeitos
a 3 e comunique tal facto à DGAEP e ao órgão ou legais, como serviço efetivo, salvo quanto à remu-
serviço em que exercem funções, com a antecedên- neração.
cia mínima de 15 dias.
3 — Quando as faltas determinadas pelo exercí-
12 — Os membros da direção de federação, cio de atividade sindical se prolongarem para além
união ou confederação não beneficiam de crédito de um mês, aplica-se o regime de suspensão do
de horas, aplicando-se-lhes o disposto no número contrato por facto respeitante ao trabalhador.
seguinte.
4 — O disposto no número anterior não é apli-
cável aos membros da direção cuja ausência no

______________________________________________________________________________
99
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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local de trabalho, para além de um mês, seja de- Artigo 346.º-B


terminada pela cumulação do crédito de horas.
Formalidades
SECÇÃO IV 1 — A comunicação para a instalação e funcio-
namento das mesas de voto deve ser apresentada,
Atos Eleitorais
preferencialmente por via eletrónica, ao dirigente
máximo do órgão ou serviço com antecedência não
Artigo 346.º-A inferior a 10 dias, e dela deve constar:
Participação nos processos eleitorais a) A identificação do ato eleitoral;
1 — Para a realização de assembleias constituin- b) A indicação do local pretendido;
tes de associações sindicais ou para efeitos de alte-
ração dos estatutos ou eleição dos corpos gerentes, c) A identificação dos membros da mesa ou
os trabalhadores gozam dos seguintes direitos: substitutos;

a) Dispensa de serviço para os membros da as- d) O período de funcionamento.


sembleia geral eleitoral e da comissão fiscalizadora
2 — A instalação e o funcionamento das mesas
eleitoral, até ao limite de sete membros, pelo pe-
de voto consideram-se autorizados se nos três dias
ríodo máximo de 10 dias úteis, com possibilidade
imediatos à apresentação da comunicação não for
de utilização de meios dias;
proferido despacho de indeferimento e notificado à
b) Dispensa de serviço para os elementos efe- associação sindical ou comissão promotora.
tivos e suplentes que integram as listas candidatas ___________________________________
pelo período máximo de seis dias úteis, com pos- - Aditado pelo artigo 5.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
sibilidade de utilização de meios dias; ___________________________________

c) Dispensa de serviço para os membros da


Artigo 346.º-C
mesa, até ao limite de três ou até ao limite do nú-
mero de listas concorrentes, se o número destas Votação
for superior a três, por período não superior a um
dia; 1 — A votação decorre dentro do período nor-
mal de funcionamento do órgão ou serviço.
d) Dispensa de serviço aos trabalhadores com
direito de voto, pelo tempo necessário para o exer- 2 — O funcionamento das mesas não pode pre-
cício do respetivo direito; judicar o normal funcionamento dos órgãos e ser-
viços.
e) Dispensa de serviço aos trabalhadores que ___________________________________
participem em atividades de fiscalização do ato - Aditado pelo artigo 5.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
eleitoral durante o período de votação e contagem ___________________________________
dos votos.
2 — A pedido das associações sindicais ou das Artigo 346.º-D
comissões promotoras da respetiva constituição, é Votação em local diferente
permitida a instalação e funcionamento de mesas
de voto nos locais de trabalho durante as horas de Os trabalhadores que devam votar em local di-
serviço. ferente daquele em que exerçam funções só nele
podem permanecer pelo tempo indispensável ao
3 — As dispensas de serviço previstas no n.º 1 exercício do seu direito de voto.
não são imputadas noutros créditos previstos na lei. ___________________________________
4 — As dispensas de serviço previstas no n.º 1 - Aditado pelo artigo 5.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
são equiparadas a serviço efetivo, para todos os ___________________________________
efeitos legais.
Artigo 346.º-E
5 — O exercício dos direitos previstos no pre-
sente artigo só pode ser impedido com funda- Extensão
mento, expresso e por escrito, em grave prejuízo
No caso de consultas eleitorais estatutaria-
para a realização do interesse público.
___________________________________ mente previstas ou de outras respeitantes a inte-
resses coletivos dos trabalhadores, designada-
- Aditado pelo artigo 5.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
mente congressos ou outras de idêntica natureza,
___________________________________
podem ser concedidas dispensas de serviço aos

______________________________________________________________________________
100
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

trabalhadores, em termos a definir, caso a caso, marcha do procedimento de negociação, salvo se


por despacho do membro do Governo responsável as partes nisso expressamente acordarem.
pela área da Administração Pública.
___________________________________ 3 — Cada uma das partes pode solicitar à outra
as informações consideradas necessárias ao exer-
- Aditado pelo artigo 5.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
cício adequado do direito de negociação coletiva,
___________________________________
designadamente os estudos e elementos de or-
dem técnica ou estatística, não confidenciais, e
TÍTULO II que sejam considerados indispensáveis à funda-
Negociação coletiva mentação das propostas e das contrapropostas.
4 — Na negociação coletiva relativa ao esta-
CAPÍTULO I tuto dos trabalhadores em funções públicas, a Ad-
Princípios gerais ministração Pública e as associações sindicais de-
vem assegurar a apreciação, discussão e resolu-
SECÇÃO I ção das questões colocadas numa perspetiva glo-
bal e comum a todos os serviços e organismos e
Disposições gerais aos trabalhadores no seu conjunto, respeitando o
princípio da prossecução do interesse público.
Artigo 347.º
5 — No processo de negociação para a celebra-
Direito de negociação coletiva ção de instrumento de regulamentação coletiva
convencional, não pode ser recusado o forneci-
1 — É garantido aos trabalhadores com vínculo mento de planos e relatórios de atividades dos ór-
de emprego público o direito de negociação cole- gãos ou serviços nem, em qualquer caso, a indica-
tiva nos termos da presente lei. ção do número de trabalhadores, por categoria,
2 — O direito de negociação coletiva dos traba- que se situem no âmbito de aplicação do acordo a
lhadores é exercido exclusivamente pelas associa- celebrar.
ções sindicais que, nos termos dos respetivos es-
tatutos, representem interesses de trabalhadores Artigo 349.º
em funções públicas e se encontrem devidamente
Legitimidade
registadas.
1 — Têm legitimidade para a negociação cole-
3 — A negociação coletiva visa:
tiva, em representação dos trabalhadores, as se-
a) Obter um acordo sobre as matérias que in- guintes entidades:
tegram o estatuto dos trabalhadores em funções
a) As confederações sindicais com assento na
públicas, a incluir em atos legislativos ou regula-
Comissão Permanente de Concertação Social;
mentos administrativos aplicáveis a estes traba-
lhadores; b) As associações sindicais com um número de
trabalhadores sindicalizados que corresponda a,
b) Celebrar um instrumento de regulamentação
pelo menos, 5 % do número total de trabalhadores
coletiva convencional aplicável a trabalhadores com
que exercem funções públicas;
contrato de trabalho em funções públicas.
c) As associações sindicais que representem tra-
Artigo 348.º balhadores de todas as administrações públicas e,
na administração do Estado, em todos os ministé-
Princípios rios, desde que o número de trabalhadores sindica-
1 — O empregador público e as associações sin- lizados corresponda a, pelo menos, 2,5 % do nú-
dicais respeitam o princípio da boa-fé na negocia- mero total de trabalhadores que exercem funções
ção coletiva, nomeadamente respondendo com a públicas;
máxima brevidade, quer aos pedidos de reunião d) No caso de negociação coletiva sectorial, es-
solicitados, quer às propostas mútuas, fazendo-se tando em causa matérias relativas a carreiras espe-
representar nas reuniões destinadas à negociação ciais, as associações sindicais com assento na Co-
e à prevenção ou resolução de conflitos. missão Permanente de Concertação Social e as as-
2 — As consultas dos representantes do empre- sociações sindicais que representem, pelo menos, 5
gador público e dos trabalhadores, através das % do número total dos trabalhadores integrados na
suas organizações sindicais, devem ser feitas com carreira especial em causa.
brevidade e não suspendem ou interrompem a

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101
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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2 — Consideram-se representantes das associ- f) Remuneração e outras prestações pecuniárias,


ações sindicais na negociação coletiva: incluindo a alteração dos níveis remuneratórios e do
montante pecuniário de cada nível remuneratório;
a) Os membros das respetivas direções, porta-
dores de credencial com poderes bastantes para g) Formação e aperfeiçoamento profissional;
negociar;
h) Segurança e saúde no trabalho;
b) Os portadores de mandato escrito conferido
i) Regime disciplinar;
pelas direções das associações sindicais, do qual
constem expressamente poderes para negociar. j) Mobilidade;
3 — A revogação do mandato previsto no nú- k) Avaliação do desempenho;
mero anterior só é eficaz após comunicação aos
serviços competentes da Administração Pública. l) Direitos coletivos;

4 — O empregador público é representado no m) Regime de proteção social convergente;


processo de negociação coletiva pelo Governo, do n) Ação social complementar.
seguinte modo:
2 — Não podem ser objeto de negociação cole-
a) Na negociação coletiva geral, através dos tiva matérias relativas à estrutura, atribuições e
membros do Governo responsáveis pela área da competências da Administração Pública.
Administração Pública, que coordena, e das finan-
ças; 3 — A negociação coletiva a que se refere o n.º
1 pode ser geral ou sectorial, nos termos definidos
b) Na negociação coletiva sectorial, através do na presente lei.
membro do Governo responsável pelo setor, que
coordena, e dos membros do Governo responsá- Artigo 351.º
veis pelas áreas das finanças e da Administração
Pública. Procedimento de negociação

5 — As entidades referidas no número anterior 1 — A negociação coletiva geral tem periodici-


podem intervir na negociação coletiva diretamente dade anual, devendo iniciar-se a partir do dia 1 de
ou através de representantes. setembro.

6 — Compete à DGAEP apoiar o membro do Go- 2 — A negociação inicia-se com a apresentação,


verno responsável pela área da Administração Pú- por uma das partes, de proposta fundamentada
blica no processo de negociação coletiva. sobre qualquer das matérias previstas no artigo
anterior, procedendo-se seguidamente à calenda-
CAPÍTULO II rização das negociações, de forma que estas ter-
minem tendencialmente antes da votação final glo-
Negociação coletiva sobre o estatuto dos bal da proposta de lei do Orçamento do Estado,
trabalhadores em funções públicas nos termos constitucionais, na Assembleia da Re-
pública.
Artigo 350.º
3 — As matérias sem incidência orçamental
Objeto da negociação coletiva constantes do artigo anterior podem ser objeto de
negociação a qualquer momento, desde que as
1 — São objeto de negociação coletiva, para a
partes nisso acordem e que não tenham sido dis-
celebração de um acordo quanto ao estatuto dos
cutidas na negociação geral anual precedente.
trabalhadores com vínculo de emprego público, as
seguintes matérias: 4 — As partes devem fundamentar as suas pro-
postas e contrapropostas, impendendo sobre elas
a) Constituição, modificação e extinção do vín-
o dever de tentar atingir, em prazo adequado, um
culo de emprego público;
acordo.
b) Recrutamento e seleção;
5 — A convocação de reuniões dentro do pro-
c) Carreiras; cedimento negocial tem de ser feita com a antece-
dência mínima de cinco dias úteis, salvo acordo
d) Tempo de trabalho;
das partes.
e) Férias, faltas e licenças;
6 — Das reuniões havidas são elaboradas atas,
subscritas pelas partes, donde consta um resumo

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102
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

do que tiver ocorrido, designadamente os pontos adequadas ao seu integral e exato cumprimento,
em que não se tenha obtido acordo. no prazo máximo de 180 dias, devendo, nas ma-
térias que careçam de autorização legislativa, sub-
7 — As negociações sectoriais iniciam-se em
meter as respetivas propostas de lei à Assembleia
qualquer altura do ano e têm a duração que for
da República, no prazo máximo de 45 dias.
acordada entre as partes, aplicando-se-lhes os
princípios constantes dos números anteriores. 2 — Finda a negociação suplementar sem ob-
tenção de acordo, o Governo toma a decisão que
8 — Ao pessoal com funções de representação
entender adequada.
externa do Estado, bem como ao que desempenhe
funções de natureza altamente confidencial, é apli-
CAPÍTULO III
cado, em cada caso, o procedimento negocial ade-
quado à natureza das respetivas funções, sem pre- Instrumentos de regulamentação coletiva de
juízo dos direitos reconhecidos na presente lei. trabalho

Artigo 352.º SECÇÃO I


Negociação coletiva suplementar Disposições gerais
1 — Terminado o período de negociação sem
que tenha havido acordo, pode abrir-se uma nego- Artigo 355.º
ciação suplementar, a pedido das associações sin- Conteúdo de instrumento de regulamenta-
dicais, para resolução dos conflitos. ção coletiva de trabalho
2 — O pedido para negociação suplementar é 1 — Para além de outras matérias previstas na
apresentado no final da última reunião negocial, ou presente lei ou em norma especial, o instrumento
por escrito, no prazo de cinco dias úteis, a contar de regulamentação coletiva de trabalho só pode
do encerramento dos procedimentos de negocia- dispor sobre:
ção previstos no artigo anterior, devendo dele ser
dado conhecimento a todas as partes envolvidas a) Suplementos remuneratórios;
no processo. b) Sistemas de recompensa do desempenho;
3 — A negociação suplementar, desde que re- c) Sistemas adaptados e específicos de avalia-
querida nos termos do número anterior, é obrigató- ção do desempenho;
ria, não podendo a sua duração exceder 15 dias
úteis. d) Regimes de duração e organização do tempo
de trabalho;
4 — Na negociação suplementar, a parte gover-
namental é constituída por membro ou membros e) Regimes de mobilidade;
do Governo, sendo obrigatoriamente presidida f) Ação social complementar.
pelo que for responsável pela Administração Pú-
blica e, no caso das negociações sectoriais, pelo 2 — O instrumento de regulamentação coletiva
que for responsável pelo respetivo setor. de trabalho não pode:
a) Contrariar norma legal imperativa;
Artigo 353.º
b) Dispor sobre a estrutura, atribuições e com-
Informação sobre política salarial petências da Administração Pública;
As associações sindicais podem enviar ao Go- c) Conferir eficácia retroativa a qualquer cláu-
verno, até ao fim do primeiro semestre de cada sula que não seja de natureza pecuniária.
ano, a respetiva posição sobre os critérios que en-
tendam dever orientar a política salarial a prosse-
Artigo 356.º
guir no ano seguinte.
Publicação e entrada em vigor dos instrumen-
Artigo 354.º tos de regulamentação coletiva de trabalho
Acordo decorrente da negociação 1 — Os instrumentos de regulamentação cole-
tiva de trabalho, bem como a sua revogação, são
1 — Sem prejuízo de outros prazos definidos publicados no Boletim do Trabalho e Emprego e
pelas partes, o acordo a que se refere a alínea a) entram em vigor, após a sua publicação, nos mes-
do n.º 3 do artigo 347.º obriga o Governo a adotar mos termos das leis.
as medidas legislativas ou administrativas

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103
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

2 — O ministério responsável pela área da Ad- celebração ou de revisão de acordo coletivo de tra-
ministração Pública procede, em articulação com o balho.
ministério responsável pela área laboral, à publi-
3 — A proposta deve revestir forma escrita, ser
cação, nos termos do n.º 1, dos atos relativos aos
devidamente fundamentada e conter os seguintes
instrumentos de regulamentação coletiva de tra-
elementos:
balho, incluindo avisos sobre a data da cessação
da vigência de acordos coletivos de trabalho. a) Designação das entidades que a subscrevem
em nome próprio e em representação de outras;
3 — Os instrumentos de regulamentação cole-
tiva de trabalho que sejam objeto de três revisões b) Indicação do acordo coletivo de trabalho que
são integralmente republicados. se pretende rever, sendo caso disso, e respetiva
___________________________________ data de publicação.
- Alterado pelo Decreto-Lei.º 84-F/2022, de 16 de dezembro.
___________________________________ Artigo 360.º
Resposta
Artigo 357.º
1 — A entidade destinatária da proposta deve
Aplicação de instrumento de regulamenta-
responder, de forma escrita e fundamentada, nos
ção coletiva de trabalho
30 dias seguintes à receção daquela, salvo prazo
1 — No cumprimento do acordo coletivo de tra- mais longo convencionado pelas partes ou indicado
balho devem as partes, tal como os respetivos fili- pelo proponente.
ados, agir de boa-fé.
2 — A resposta deve exprimir uma posição re-
2 — Durante a execução do acordo coletivo de lativa a todas as cláusulas da proposta, aceitando,
trabalho atende-se às circunstâncias em que as recusando ou contrapropondo.
partes fundamentaram a decisão de contratar.
3 — A falta de resposta ou de contraproposta,
3 — A parte outorgante do acordo coletivo de no prazo fixado no n.º 1 e nos termos do número
trabalho, bem como os respetivos filiados que fal- anterior, legitima a entidade proponente a reque-
tem culposamente ao cumprimento das obrigações rer a conciliação.
dele emergentes, são responsáveis pelo prejuízo
causado, nos termos gerais. Artigo 361.º
Prioridade em matéria negocial
Artigo 358.º
1 — As partes devem, sempre que possível,
Publicidade
atribuir prioridade às matérias dos suplementos
O empregador público deve afixar no órgão ou remuneratórios, dos prémios de desempenho e da
serviço, em local apropriado, a indicação dos ins- duração e organização do tempo de trabalho,
trumentos de regulamentação coletiva de trabalho tendo em vista o ajuste do acréscimo global de en-
aplicáveis. cargos daí resultante, bem como à matéria da se-
gurança, higiene e saúde no trabalho.
SECÇÃO II
2 — A inviabilidade do acordo inicial sobre as
Acordo coletivo de trabalho matérias referidas no número anterior não justifica
a rutura de negociação.
SUBSECÇÃO I
Artigo 362.º
Processo negocial para a celebração do acordo
coletivo Negociações diretas
1 — Na sequência da resposta, devem ter início
Artigo 359.º as negociações diretas.
Proposta 2 — Durante a negociação, os representantes
1 — A celebração de um acordo coletivo de tra- das partes devem prestar as informações relevan-
balho é precedida de um processo de negociação. tes e fazer as necessárias consultas aos trabalha-
dores e aos empregadores públicos interessados,
2 — O processo de negociação inicia-se com a nos termos da presente lei.
apresentação à outra parte de uma proposta de

______________________________________________________________________________
104
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Artigo 363.º 5 — Têm ainda legitimidade para celebrar acor-


dos coletivos de carreiras gerais as associações
Apoio técnico
sindicais que apresentem uma única proposta de
Na preparação da proposta e da resposta e du- celebração ou de revisão de um acordo coletivo de
rante as negociações, a DGAEP e os demais órgãos trabalho e que, em conjunto, cumpram os critérios
e serviços fornecem às partes a informação neces- das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 349.º
sária de que disponham e que por elas seja reque-
6 — No caso previsto no número anterior, o
rida.
processo negocial decorre conjuntamente.

SUBSECÇÃO II 7 — Os acordos coletivos são assinados pelos


representantes das associações sindicais e repre-
Celebração e conteúdo sentantes do empregador público, ou respetivos
representantes, bem como pelos membros do Go-
Artigo 364.º verno, nas situações em que têm legitimidade para
Legitimidade e representação a respetiva celebração, nos termos do n.º 3.
___________________________________
1 — Podem celebrar acordos coletivos de car- - Alterado pelo artigo 4.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
reiras gerais, em representação dos trabalhadores, ___________________________________
as associações sindicais com legitimidade para a
negociação coletiva e, pelos empregadores públi- Artigo 365.º
cos, os membros do Governo responsáveis pelas
áreas das finanças e da Administração Pública. Forma do acordo coletivo de trabalho
2 — Têm legitimidade para celebrar acordos co- 1 — O acordo coletivo de trabalho reveste a
letivos de carreiras especiais: forma escrita, sob pena de nulidade.
a) Pelas associações sindicais, as confedera- 2 — Do acordo coletivo de trabalho constam
ções sindicais com assento na Comissão Perma- obrigatoriamente as seguintes referências:
nente de Concertação Social e as associações sin-
a) Entidades celebrantes;
dicais que representem, pelo menos, 5 % do nú-
mero total de trabalhadores integrados na carreira b) Nome e qualidade em que intervêm os re-
especial em causa; presentantes das entidades celebrantes;
b) Pelos empregadores públicos, os membros c) Âmbito de aplicação;
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças
d) Data de celebração;
e da Administração Pública e os restantes mem-
bros do Governo interessados, em função das car- e) Acordo coletivo de trabalho alterado ou subs-
reiras objeto dos acordos. tituído e respetiva data de publicação, caso exista;
3 — Têm legitimidade para celebrar acordos co- f) Prazo de vigência, caso exista;
letivos de empregador público:
g) Estimativa dos órgãos ou serviços e do nú-
a) Pelas associações sindicais, as confedera- mero de trabalhadores abrangidos pelo acordo co-
ções sindicais com assento na Comissão Perma- letivo de trabalho, elaborada pelas entidades cele-
nente de Concertação Social e as restantes associ- brantes.
ações sindicais representativas dos respetivos tra-
balhadores; Artigo 366.º
b) Pelo empregador público, o membro do Go- Conteúdo do acordo coletivo de trabalho
verno que superintenda no órgão ou serviço e o
empregador público nos termos do n.º 1 do artigo 1 — O acordo coletivo de trabalho de trabalho
27.º, e ainda os membros do Governo responsá- deve regular:
veis pelas áreas das finanças e da Administração a) As relações entre as partes outorgantes, em
Pública no caso do n.º 3 do artigo 105.º particular quanto à verificação do cumprimento do
4 — 4 — Na administração autárquica, têm le- acordo e aos meios de resolução de conflitos de-
gitimidade para celebrar acordos coletivos de em- correntes da sua aplicação e revisão;
pregador público as associações sindicais, a que se b) O âmbito temporal, nomeadamente a sobre-
refere a alínea a) do número anterior, e o empre- vigência e o prazo de denúncia do acordo;
gador público autárquico, nos termos do n.º 2 do
artigo 27.º
______________________________________________________________________________
105
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

c) A definição de serviços mínimos e dos meios d) Obedecer ao disposto no artigo 365.º


necessários para os assegurar em caso de greve.
5 — O depósito considera-se feito se não for re-
2 — O acordo coletivo de trabalho deve prever cusado nos 15 dias seguintes à receção do acordo
a constituição de uma comissão formada por igual coletivo de trabalho no serviço referido no n.º 1.
número de representantes das partes celebrantes,
6 — A recusa fundamentada do depósito é no-
com competência para interpretar e integrar as
tificada às partes, sendo devolvidos todos os do-
suas cláusulas.
cumentos.
Artigo 367.º
Artigo 369.º
Comissão paritária
Alteração do acordo antes da decisão sobre
1 — O funcionamento da comissão paritária o depósito
prevista no n.º 2 do artigo anterior é regulado pelo
1 — Por acordo das partes e enquanto o depó-
acordo coletivo de trabalho.
sito estiver pendente, pode ser introduzida qual-
2 — A comissão paritária só pode deliberar quer alteração formal ou substancial ao acordo co-
desde que esteja presente metade dos represen- letivo de trabalho entregue para esse efeito.
tantes de cada parte.
2 — A alteração referida no número anterior in-
3 — A deliberação tomada por unanimidade terrompe o prazo para o depósito previsto no ar-
considera-se, para todos os efeitos, como inte- tigo anterior.
grando o acordo coletivo de trabalho a que res-
peita, devendo ser depositada e publicada nos SUBSECÇÃO IV
mesmos termos do acordo coletivo de trabalho.
Âmbito pessoal de aplicação
SUBSECÇÃO III
Artigo 370.º
Depósito
Incidência subjetiva dos acordos coletivos
de trabalho
Artigo 368.º
1 — O acordo coletivo de trabalho obriga os em-
Procedimento de depósito de acordo coletivo
pregadores públicos abrangidos pelo seu âmbito
de trabalho
de aplicação e as associações sindicais outorgan-
1 — O acordo coletivo de trabalho, bem como a tes.
respetiva revogação, é entregue para depósito, na
2 — O acordo coletivo de trabalho aplica-se aos
DGAEP, nos cinco dias subsequentes à data da as-
trabalhadores filiados em associação outorgante
sinatura.
ou membros da associação sindical filiada na
2 — A terceira revisão parcial consecutiva de união, federação ou confederação sindical outor-
um acordo coletivo de trabalho deve ser acompa- gante.
nhada de texto consolidado assinado nos mesmos
3 — O acordo coletivo de trabalho aplica-se
termos, o qual, em caso de divergência, prevalece
ainda aos restantes trabalhadores integrados em
sobre os textos a que se refere.
carreira ou em funções no empregador público a
3 — O acordo e o texto consolidado são entre- que é aplicável o acordo coletivo de trabalho, salvo
gues em documento eletrónico, nos termos previs- oposição expressa do trabalhador não sindicali-
tos em portaria do membro do Governo responsá- zado ou de associação sindical interessada e com
vel pela área da Administração Pública. legitimidade para celebrar o acordo coletivo de tra-
balho, relativamente aos seus filiados.
4 — O depósito depende do acordo coletivo de
trabalho satisfazer os seguintes requisitos: 4 — O direito de oposição previsto no número
anterior deve ser exercido no prazo de 15 dias, a
a) Ser celebrado por quem tenha capacidade
contar da data entrada em vigor do acordo cole-
para o efeito;
tivo, através de comunicação escrita dirigida ao
b) Ser acompanhado de títulos comprovativos empregador público.
da representação das entidades celebrantes, emi-
5 — No caso de ser aplicável mais do que um
tidos por quem possa vincular as associações sin-
acordo coletivo no âmbito do empregador público,
dicais e o empregador público celebrantes;
o trabalhador não sindicalizado deve indicar por
c) Obedecer ao disposto nos n.ºs 2 e 3;
______________________________________________________________________________
106
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

escrito ao empregador o acordo coletivo que pre- no mínimo, durante 12 meses, a contar da data da
tende ver-lhe aplicado. transferência, salvo se, entretanto, outro instru-
mento de regulamentação coletiva de trabalho
6 — Na falta da indicação prevista no número
convencional passar a aplicar-se às mesmas enti-
anterior, é aplicável o instrumento de regulamen-
dades.
tação coletiva de trabalho que abranja o maior nú-
mero de trabalhadores no âmbito do empregador
SUBSECÇÃO V
público.
Âmbito temporal de aplicação
Artigo 371.º
Artigo 373.º
Determinação temporal da filiação
Vigência
1 — Os acordos coletivos abrangem os traba-
lhadores que estejam filiados nas associações sig- 1 — O acordo coletivo de trabalho vigora pelo
natárias no momento do início do processo nego- prazo que dele constar, não podendo este ser in-
cial, bem como os que nelas se filiem durante o ferior a um ano.
período de vigência dos mesmos acordos.
2 — Decorrido o prazo de vigência aplica-se o
2 — Em caso de desfiliação dos trabalhadores seguinte regime:
ou das respetivas associações dos sujeitos outor-
gantes, o acordo coletivo de trabalho aplica-se até a) O acordo coletivo de trabalho renova-se nos
ao final do prazo que dele expressamente constar termos nele previstos;
ou, sendo o acordo objeto de alteração, até à en- b) No caso de não regular a matéria prevista na
trada em vigor desta. alínea anterior, o acordo coletivo de trabalho re-
3 — No caso de o acordo coletivo de trabalho nova-se sucessivamente por períodos de um ano.
não ter prazo de vigência, os trabalhadores ou as 3 — O acordo coletivo de trabalho pode ter di-
respetivas associações que se tenham desfiliado ferentes períodos de vigência para cada matéria ou
dos sujeitos outorgantes são abrangidos durante o grupo homogéneo de cláusulas.
prazo mínimo de um ano.
4 — A opção do trabalhador não sindicalizado Artigo 374.º
pela sujeição a um acordo coletivo, exercida nos Denúncia
termos do artigo anterior, é irrevogável até ao final
do período estabelecido nos n.ºs 2 e 3, consoante 1 — O acordo coletivo de trabalho pode ser de-
o caso. nunciado, por qualquer dos outorgantes, mediante
comunicação escrita dirigida à outra parte, desde
Artigo 372.º que acompanhada de uma proposta negocial.

Efeitos da sucessão nas atribuições 2 — No caso de o acordo estabelecer um prazo


de vigência, a denúncia não pode ser feita com
1 — Em caso de reorganização de órgãos ou uma antecedência superior a três meses relativa-
serviços com transferência das suas atribuições ou mente ao termo daquele prazo ou da renovação
competências para outro órgão ou serviço, os em curso.
acordos coletivos de empregador público que vin-
culam aqueles órgãos ou serviços são aplicáveis ao 3 — No caso de o acordo coletivo de trabalho
órgão ou serviço integrador até ao termo dos res- não estabelecer um prazo de vigência, a denúncia
petivos prazos de vigência e, no mínimo, durante não pode ser feita antes de decorridos 10 meses
12 meses, a contar da data da transferência, salvo sobre a sua entrada em vigor.
se, entretanto, outro acordo coletivo de trabalho
de empregador público passar a aplicar-se ao ór- Artigo 375.º
gão ou serviço integrador. Sobrevigência
2 — Em caso de transferência de atribuições ou 1 — Havendo denúncia, o acordo coletivo de
de responsabilidade de gestão de órgão ou serviço trabalho renova-se por um período de 18 meses,
para entidades públicas empresariais ou entidades devendo as partes promover os procedimentos
privadas sob qualquer forma, o instrumento de re- conducentes à celebração de novo acordo.
gulamentação coletiva de trabalho que vincula
aquele órgão ou serviço é aplicável a estas entida- 2 — Decorrido o período referido no número an-
des até ao termo do respetivo prazo de vigência e, terior, o acordo coletivo de trabalho caduca,

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107
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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mantendo-se, até à entrada em vigor de um outro SECÇÃO III


acordo coletivo de trabalho ou decisão arbitral, os
Acordo de adesão
efeitos definidos por acordo das partes ou, na sua
falta, os já produzidos pelo mesmo acordo nos
contratos no que respeita a: Artigo 378.º

a) Remuneração do trabalhador; Adesão a acordos coletivos de trabalho e a


decisões arbitrais
b) Duração do tempo de trabalho.
1 — As associações sindicais e, no caso de acor-
3 — Para além dos efeitos referidos no número dos coletivos de empregador público, o emprega-
anterior, o trabalhador beneficia dos demais direi- dor público podem aderir a acordos coletivos de
tos e garantias decorrentes da aplicação da pre- trabalho ou decisões arbitrais em vigor.
sente lei.
2 — A adesão opera-se por acordo entre a en-
4 — Decorrido o prazo de um ano após a cadu- tidade interessada e aquela ou aquelas que se lhe
cidade do acordo coletivo de trabalho, sem que te- contraporiam na negociação do acordo, se nela ti-
nha sido celebrado um novo acordo e esgotados os vessem participado.
demais meios de resolução de conflitos coletivos,
qualquer das partes pode acionar a arbitragem ne- 3 — Da adesão não pode resultar modificação
cessária, mediante comunicação à parte que se lhe do conteúdo do acordo coletivo de trabalho ou da
contrapõe na negociação do acordo coletivo de tra- decisão arbitral, ainda que destinada a aplicar-se
balho e à DGAEP. somente no âmbito da entidade aderente.
4 — Aos acordos de adesão aplicam-se as re-
Artigo 376.º gras referentes à assinatura, ao depósito e à pu-
blicação dos acordos coletivos de trabalho.
Cessação
O acordo coletivo de trabalho pode cessar: CAPÍTULO IV
a) Mediante revogação por acordo das partes; Arbitragem
b) Por caducidade, nos termos do artigo ante-
rior. SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 377.º
Sucessão de acordos coletivos de trabalho Artigo 379.º

1 — O acordo coletivo de trabalho posterior re- Admissibilidade


voga integralmente o acordo anterior, salvo nas As partes podem, a todo o tempo, acordar em
matérias expressamente ressalvadas pelas partes. submeter a arbitragem, nos termos que definirem
2 — A mera sucessão de acordos coletivos não ou, na falta de definição, segundo o disposto nos
pode ser invocada para diminuir o nível de prote- artigos seguintes, as questões laborais que resul-
ção global dos trabalhadores. tem, nomeadamente, da interpretação, integra-
ção, celebração ou revisão de um acordo coletivo
3 — Os direitos decorrentes de acordo coletivo de trabalho.
de trabalho só podem ser reduzidos por novo
acordo de cujo texto conste, em termos expressos, Artigo 380.º
o seu caráter globalmente mais favorável.
Efeitos da decisão arbitral
4 — No caso previsto no número anterior, o
novo acordo coletivo de trabalho prejudica os di- 1 — A decisão arbitral produz os efeitos do
reitos decorrentes de acordo anterior, salvo se, no acordo coletivo de trabalho.
novo acordo, forem expressamente ressalvados 2 — Aplicam-se às decisões arbitrais, com as
pelas partes. necessárias adaptações, as regras sobre conteúdo
obrigatório, depósito e publicação previstas para
os acordos coletivos de trabalho.

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108
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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SECÇÃO II partes à parte que se lhe contrapõe na negociação


do acordo coletivo de trabalho e à DGAEP.
Arbitragem voluntária
2 — A arbitragem é realizada por três árbitros,
Artigo 381.º um nomeado por cada uma das partes e o terceiro
escolhido por estes.
Regras gerais da arbitragem voluntária
3 — Nas 48 horas subsequentes à comunicação
1 — As partes podem, a todo tempo, recorrer à a que se refere o n.º 1, as partes nomeiam o res-
arbitragem voluntária. petivo árbitro, cuja identificação é comunicada, no
2 — A arbitragem voluntária rege-se por acordo prazo de 24 horas, à outra parte e à DGAEP.
das partes ou, na falta deste, pelo disposto nos nú- 4 — No prazo de 72 horas, a contar da comuni-
meros seguintes. cação referida no número anterior, os árbitros pro-
3 — A arbitragem é realizada por três árbitros, cedem à escolha do terceiro árbitro, cuja identifi-
um nomeado por cada uma das partes e o terceiro cação é comunicada, nas 24 horas subsequentes,
escolhido por estes. às entidades referidas no número anterior.

4 — No caso de não ter sido escolhido o terceiro 5 — No caso de não ter sido feita a nomeação
árbitro, a DGAEP procede ao respetivo sorteio, de do árbitro por uma das partes, a DGAEP procede,
entre os árbitros constantes da lista de árbitros no prazo de cinco dias úteis, ao sorteio do árbitro
presidentes, no prazo de cinco dias úteis. em falta, de entre os constantes da lista de árbitros
dos representantes dos trabalhadores ou dos em-
5 — A DGAEP deve ser informada pelas partes pregadores públicos, consoante os casos, podendo
do início e do termo do respetivo procedimento. a parte faltosa oferecer outro, em sua substituição,
6 — Os árbitros podem ser assistidos por peri- nas 48 horas seguintes, procedendo, neste caso,
tos e têm o direito a obter das partes, da DGAEP e os árbitros nomeados à escolha do terceiro árbitro,
dos demais órgãos e serviços a informação neces- nos termos do número anterior.
sária de que estes disponham. 6 — No caso de não ter sido feita a escolha do
7 — Os árbitros enviam o texto da decisão às terceiro árbitro, a DGAEP procede ao respetivo sor-
partes e à DGAEP, para efeitos de depósito e publi- teio, de entre os árbitros constantes da lista de ár-
cação, no prazo de 15 dias, a contar da decisão. bitros presidentes, no prazo de cinco dias úteis.

8 — O regime geral da arbitragem voluntária é 7 — A DGAEP notifica os representantes da


subsidiariamente aplicável. parte trabalhadora e dos empregadores públicos
do dia e hora do sorteio, realizando-se este à hora
SECÇÃO III marcada, na presença de todos os representantes
ou, na falta destes, uma hora depois, com os que
Arbitragem necessária estiverem presentes.

Artigo 382.º Artigo 384.º


Regime aplicável Listas de árbitros
1 — A arbitragem necessária rege-se pelas nor- 1 — As listas de árbitros dos representantes dos
mas da presente lei e, com as necessárias adapta- trabalhadores e dos empregadores públicos são
ções, pelo regime de arbitragem previsto no De- compostas por oito árbitros e elaboradas, respeti-
creto-Lei n.º 259/2009, de 25 de setembro, nome- vamente, pelas confederações sindicais e pelo
adamente quanto à constituição e funcionamento membro do Governo responsável pela área da Ad-
do tribunal arbitral e à independência, aos impedi- ministração Pública.
mentos e à substituição dos árbitros.
2 — No caso de as listas de árbitros dos repre-
2 — O regime geral da arbitragem voluntária é sentantes dos trabalhadores e, ou, dos emprega-
subsidiariamente aplicável. dores públicos não terem sido elaboradas nos ter-
mos do número anterior, a competência para a sua
Artigo 383.º elaboração é deferida ao presidente do Conselho
Económico e Social, que a constitui no prazo de um
Constituição do tribunal arbitral
mês.
1 — A arbitragem necessária é acionada medi-
3 — A lista de árbitros presidentes é constituída
ante comunicação fundamentada de qualquer das
por juízes ou magistrados jubilados, indicados, em

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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número de três, por cada uma das seguintes enti- b) Os honorários, despesas de deslocação e es-
dades: tada dos peritos.
a) Conselho Superior da Magistratura; 3 — Os honorários dos árbitros e peritos são
fixados por portaria do membro do Governo res-
b) Conselho Superior dos Tribunais Administra-
ponsável pela área da Administração Pública, pre-
tivos e Fiscais;
cedida de audição das confederações sindicais com
c) Conselho Superior do Ministério Público. assento na Comissão Permanente de Concertação
Social.
4 — Cada lista vigora durante um período de
três anos. 4 — Os árbitros presidentes aposentados ou ju-
bilados podem cumular a pensão com a remunera-
5 — As listas de árbitros são comunicadas à ção que competir às funções de árbitro presidente,
DGAEP, que garante a sua permanente atualização. com um limite correspondente a uma terça parte
6 — O sorteio de árbitros compete à DGAEP, da pensão auferida.
devendo observar-se as regras do Decreto-Lei n.º 5 — O disposto nos números anteriores e as re-
259/2009, de 25 de setembro, com as necessárias gras sobre o local da arbitragem aplicam-se, com as
adaptações. devidas adaptações, aos processos de conciliação,
mediação e arbitragem voluntária, sempre que o
Artigo 385.º conciliador, o mediador ou o árbitro presidente sejam
Local da arbitragem e apoio escolhidos de entre a lista de árbitros presidentes.
___________________________________
1 — A arbitragem realiza-se em local previa- - Alterado pelo artigo 4.º da Lei n.º 25/2017, de 30 de maio.
mente indicado pelo presidente do Conselho Eco- ___________________________________
nómico e Social, em despacho emitido no início de
cada ano civil. TÍTULO III
2 — Só é permitida a utilização de instalações Conflitos coletivos de trabalho
de quaisquer das partes no caso de estas e os ár-
bitros estarem de acordo.
CAPÍTULO I
3 — Na falta do despacho ou do acordo a que
Conciliação, mediação e arbitragem
se referem os números anteriores, as arbitragens
realizam-se nas instalações da DGAEP.
Artigo 387.º
4 — Compete ao ministério responsável pela
Modos de resolução dos conflitos coletivos
área da Administração Pública a disponibilização
de instalações para a realização da arbitragem, 1 — Os conflitos coletivos de trabalho, designa-
sempre que se verifique indisponibilidade das ins- damente os que resultam da celebração ou revisão
talações indicadas pelo presidente do Conselho de um acordo coletivo de trabalho, podem ser re-
Económico e Social. solvidos por conciliação, mediação e arbitragem.
5 — O tribunal arbitral pode requerer à DGAEP, 2 — Na pendência de um conflito coletivo de
aos demais órgãos e serviços e às partes a infor- trabalho as partes devem agir de boa-fé.
mação necessária de que disponham.
6 — A DGAEP assegura o apoio administrativo Artigo 388.º
ao funcionamento do tribunal arbitral. Admissibilidade e regime da conciliação

Artigo 386.º 1 — Na falta de regulamentação convencional


da conciliação pode esta ser promovida em qual-
Encargos do processo quer altura:
1 — Os encargos resultantes do recurso à arbi- a) Por acordo das partes;
tragem são suportados pelo Orçamento do Estado,
através da DGAEP. b) Por uma das partes, no caso de falta de res-
posta à proposta de celebração ou de revisão do
2 — Constituem encargos do processo: acordo coletivo, ou, fora deste caso, mediante aviso
prévio de oito dias, por escrito, à outra parte.
a) Os honorários, despesas de deslocação e es-
tada dos árbitros; 2 — A conciliação é requerida à DGAEP e efetu-
ada por um dos árbitros presidentes constante da

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110
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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lista de árbitros a que se refere o n.º 3 do artigo Artigo 392.º


384.º, assessorado pela DGAEP.
Funcionamento da mediação
3 — O árbitro a que se refere o número anterior
1 — A mediação é efetuada, caso seja requerida
é sorteado pela DGAEP, no prazo de cinco dias
por uma ou por ambas as partes, por um dos árbi-
úteis.
tros presidentes a que se refere o n.º 3 do artigo
4 — Do requerimento de conciliação deve cons- 384.º, assessorado pela DGAEP.
tar a indicação do respetivo objeto.
2 — O árbitro a que se refere o número anterior
é sorteado pela DGAEP, de entre os constantes da
Artigo 389.º
lista de árbitros presidentes, no prazo de cinco dias
Procedimento de conciliação úteis.

1 — As partes são convocadas pelo árbitro con- 3 — Se a mediação for requerida apenas por
ciliador para o início do procedimento de concilia- uma das partes, o mediador deve solicitar à outra
ção, nos 15 dias seguintes à apresentação do pe- parte que se pronuncie sobre o respetivo objeto.
dido.
4 — Se as partes discordarem sobre o objeto da
2 — O procedimento de conciliação tem lugar mediação, o mediador decide tendo em considera-
nas instalações da DGAEP. ção a viabilidade de acordo das partes.

3 — O árbitro deve convidar a participar na con- 5 — O mediador pode realizar todos os contac-
ciliação que tenha por objeto a revisão de um tos, com cada uma das partes em separado, que
acordo coletivo de trabalho as partes no processo considere convenientes e viáveis no sentido da ob-
de negociação que não requeiram a conciliação. tenção de um acordo.

4 — As partes referidas no número anterior de- 6 — As partes são obrigadas a comparecer nas
vem responder ao convite no prazo de cinco dias reuniões convocadas pelo mediador.
úteis.
7 — Para a elaboração da proposta, o mediador
5 — As partes são obrigadas a comparecer nas pode solicitar às partes e a qualquer órgão ou ser-
reuniões de conciliação. viço os dados e informações de que estes dispo-
nham e que aquele considere necessários.
Artigo 390.º 8 — O mediador deve remeter a sua proposta
Transformação da conciliação em mediação às partes, por carta registada, no prazo de 30 dias,
a contar da sua nomeação.
A conciliação pode ser transformada em medi-
ação, nos termos dos artigos seguintes. 9 — A proposta do mediador considera-se recu-
sada se não houver comunicação escrita de ambas
Artigo 391.º as partes a aceitá-la no prazo de 10 dias, a contar
da sua receção.
Admissibilidade da mediação
10 — Decorrido o prazo fixado no número an-
1 — As partes podem, a todo o tempo, acordar terior, o mediador comunica, em simultâneo, a
em submeter a mediação os conflitos coletivos, a cada uma das partes, no prazo de cinco dias, a
efetuar pelos serviços públicos de mediação ou ou- aceitação ou recusa das partes.
tros sistemas de mediação laboral.
11 — O mediador está obrigado a guardar sigilo
2 — Na falta do acordo previsto no n.º 1, uma de todas as informações colhidas no decurso do
das partes pode requerer, junto da DGAEP, um procedimento que não sejam conhecidas da outra
mês após o início da conciliação, a intervenção de parte.
uma das personalidades constantes da lista de ár-
bitros presidentes, constante da lista de árbitros a Artigo 393.º
que se refere o n.º 3 do artigo 384.º, para desem-
penhar as funções de mediador. Arbitragem

3 — Do requerimento de mediação deve constar Os conflitos coletivos podem ser dirimidos por
a indicação do respetivo objeto. arbitragem, nos termos previstos nos artigos 381.º
a 386.º

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LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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CAPÍTULO II Artigo 397.º


Greve e proibição do lock-out Obrigações de prestação de serviços durante
a greve
SECÇÃO I
1 — Nos órgãos ou serviços que se destinem à
Disposições gerais satisfação de necessidades sociais impreteríveis, a
associação que declare a greve, ou a comissão de
Artigo 394.º greve, e os trabalhadores aderentes devem asse-
gurar, durante a greve, a prestação dos serviços
Direito à greve mínimos indispensáveis à satisfação daquelas ne-
1 — A greve constitui um direito dos trabalha- cessidades.
dores com vínculo de emprego público. 2 — Para efeitos do disposto no número ante-
2 — O disposto no número anterior não preju- rior, consideram-se órgãos ou serviços que se des-
dica, nos termos da Constituição, a existência de tinam à satisfação de necessidades sociais impre-
regimes especiais. teríveis, os que se integram, nomeadamente, em
alguns dos seguintes setores:
3 — À greve e lock-out é aplicável o regime do
Código do Trabalho, com as necessárias adaptações a) Segurança pública, quer em meio livre quer
e as especificidades constantes da presente lei. em meio institucional;
b) Correios e telecomunicações;
Artigo 395.º
c) Serviços médicos, hospitalares e medica-
Competência para declarar a greve mentosos;
Sem prejuízo do direito das associações sindicais, d) Educação, no que concerne à realização de
as assembleias de trabalhadores podem deliberar o avaliações finais, de exames ou provas de caráter
recurso à greve, desde que no respetivo órgão ou nacional que tenham de se realizar na mesma data
serviço a maioria dos trabalhadores não esteja re- em todo o território nacional;
presentada por associações sindicais e que a assem-
bleia seja expressamente convocada para o efeito e) Salubridade pública, incluindo a realização
por 20 % ou 200 trabalhadores, a maioria dos tra- de funerais;
balhadores do órgão ou serviço participe na votação f) Serviços de energia e minas, incluindo o
e a declaração de greve seja aprovada por voto se- abastecimento de combustíveis;
creto pela maioria dos votantes.
g) Distribuição e abastecimento de água;
Artigo 396.º h) Bombeiros;
Aviso prévio de greve i) Serviços de atendimento ao público que as-
1 — As entidades com legitimidade para decidi- segurem a satisfação de necessidades essenciais
rem o recurso à greve devem dirigir ao emprega- cuja prestação incumba ao Estado;
dor público, ao membro do Governo responsável j) Transportes relativos a passageiros, animais
pela área da Administração Pública e aos restantes e géneros alimentares deterioráveis e a bens es-
membros do Governo competentes, por meios idó- senciais à economia nacional, abrangendo as res-
neos, nomeadamente por escrito ou através dos petivas cargas e descargas;
meios de comunicação social, um aviso prévio,
com o prazo mínimo de cinco dias úteis ou, no caso k) Transporte e segurança de valores monetá-
de órgãos ou serviços que se destinem à satisfação rios.
de necessidades sociais impreteríveis, de 10 dias 3 — As associações sindicais e os trabalhadores
úteis. ficam obrigados a prestar, durante a greve, os ser-
2 — O aviso prévio deve conter uma proposta viços necessários à segurança e manutenção do
de definição dos serviços necessários à segurança equipamento e instalações.
e manutenção do equipamento e instalações, bem 4 — Os trabalhadores que prestem, durante a
como, sempre que a greve se realize em órgão ou greve, os serviços necessários à segurança e ma-
serviço que se destine à satisfação de necessida- nutenção do equipamento e instalações e os afetos
des sociais impreteríveis, uma proposta de defini- à prestação de serviços mínimos mantêm-se, na
ção de serviços mínimos. estrita medida necessária à prestação desses ser-
viços, sob a autoridade e direção do empregador
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112
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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público, tendo direito, nomeadamente, à remune- a decisão arbitral aplicável a todos os trabalhado-
ração. res independentemente da natureza do respetivo
vínculo.
Artigo 398.º
2 — Nos casos em que o empregador esteja
Definição de serviços a assegurar durante a fora do âmbito de aplicação da presente lei, a de-
greve finição dos serviços mínimos é feita nos termos do
Código do Trabalho e respetiva legislação comple-
1 — Os serviços previstos nos n.ºs 1 e 3 do ar- mentar, sendo a decisão arbitral aplicável a todos
tigo anterior e os meios necessários para os asse- os trabalhadores independentemente da natureza
gurar devem ser definidos por instrumento de re- do respetivo vínculo.
gulamentação coletiva de trabalho ou por acordo
com os representantes dos trabalhadores.
SECÇÃO II
2 — Na ausência de previsão em instrumento
Arbitragem dos serviços mínimos
de regulamentação coletiva de trabalho ou de
acordo sobre a definição dos serviços mínimos pre-
SUBSECÇÃO I
vistos no n.º 1 do artigo anterior, o membro do
Governo responsável pela área da Administração Designação de árbitros
Pública convoca os representantes dos trabalhado-
res e os representantes das entidades empregado- Artigo 400.º
ras públicas interessadas, tendo em vista a nego-
ciação de um acordo quanto aos serviços mínimos Constituição do colégio arbitral
e quanto aos meios necessários para os assegurar. 1 — No quarto dia posterior ao aviso prévio de
3 — Na falta de um acordo até ao termo do ter- greve, o membro do Governo responsável pela
ceiro dia posterior ao aviso prévio de greve, a de- área da Administração Pública declara constituído
finição dos serviços e dos meios referidos no nú- o colégio arbitral, notificando as partes e os árbi-
mero anterior compete a um colégio arbitral, com- tros.
posto por três árbitros constantes das listas de ár- 2 — Para a constituição do colégio arbitral pre-
bitros previstas no artigo 384.º visto no número anterior, cada uma das listas de ár-
4 — O empregador público deve comunicar à bitros dos trabalhadores, dos empregadores públicos
DGAEP, nas 24 horas subsequentes à receção do e presidentes é ordenada alfabeticamente.
pré-aviso de greve, a necessidade de negociação 3 — O sorteio do árbitro efetivo e do suplente
do acordo previsto no n.º 2. deve ser feito através de tantas bolas numeradas
5 — A decisão do colégio arbitral produz efeitos quantos os árbitros que não estejam legalmente
imediatamente após a sua notificação aos repre- impedidos no caso concreto, correspondendo a
sentantes referidos no n.º 2 e deve ser afixada nas cada número o nome de um árbitro.
instalações do órgão ou serviço, nos locais habitu- 4 — As bolas a que se refere o número anterior
almente destinados à informação dos trabalhado- são todas sorteadas, correspondendo a primeira ao
res. árbitro efetivo e as restantes aos árbitros suplen-
6 — Os representantes dos trabalhadores de- tes.
vem designar os trabalhadores que ficam adstritos 5 — A DGAEP notifica os representantes da
à prestação dos serviços referidos no artigo ante- parte trabalhadora e dos empregadores públicos
rior, até 24 horas antes do início do período de do dia e hora do sorteio, com a antecedência mí-
greve, e, se não o fizerem, deve o empregador pú- nima de 24 horas.
blico proceder a essa designação.
6 — Se um ou ambos os representantes não
7 — A definição dos serviços mínimos deve res- estiverem presentes, a DGAEP designa trabalha-
peitar os princípios da necessidade, da adequação dores dessa direção-geral, em igual número, para
e da proporcionalidade. estarem presentes no sorteio.

Artigo 399.º 7 — A DGAEP elabora a ata do sorteio, que deve


ser assinada pelos presentes e comunicada imedi-
Âmbito de aplicação da decisão arbitral atamente às partes.
1 — Nos casos em que o empregador esteja su- 8 — A DGAEP comunica imediatamente o resul-
jeito à presente lei, a definição dos serviços míni- tado do sorteio aos árbitros que constituem o
mos é feita nos termos da presente secção, sendo
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113
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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tribunal arbitral, aos suplentes e às partes que não decisão tenha sido proferida há menos de três
tenham estado representadas no sorteio. anos, o tribunal arbitral pode, em iguais circuns-
tâncias, decidir de imediato nesse sentido, dispen-
9 — O membro do Governo responsável pela
sando a audição das partes e outras diligências ins-
área da Administração Pública pode ainda determi-
trutórias.
nar que a decisão sobre serviços mínimos seja to-
mada pelo colégio arbitral que tenha pendente a
Artigo 403.º
apreciação de outra greve cujos período e âmbito
geográfico e sectorial sejam total ou parcialmente Redução da arbitragem
coincidentes, havendo parecer favorável do colégio
em causa. 1 — No caso de acordo parcial, incidindo este
sobre a definição dos serviços mínimos, a arbitra-
gem prossegue em relação aos meios necessários
SUBSECÇÃO II
para os assegurar.
Do funcionamento da arbitragem
2 — No caso de as partes chegarem a acordo
sobre todo o objeto da arbitragem, esta considera-
Artigo 401.º
se extinta.
Impedimento e suspeição
Artigo 404.º
1 — Qualquer das partes pode apresentar re-
querimento de impedimento do árbitro designado
Decisão
e este pode apresentar pedido de escusa imedia-
tamente após a comunicação prevista no artigo an- 1 — A notificação da decisão é efetuada até 48
terior. horas antes do início do período da greve.
2 — Perante o requerimento de impedimento ou 2 — A decisão final do tribunal arbitral é funda-
pedido de escusa, e não havendo oposição das mentada e reduzida a escrito, dela constando
partes, procede-se de imediato à substituição do ainda:
árbitro visado pelo respetivo suplente.
a) A identificação das partes;
3 — Havendo oposição das partes, compete ao
presidente do Conselho Económico e Social decidir b) O objeto da arbitragem;
o requerimento de impedimento ou pedido de es- c) A identificação dos árbitros;
cusa.
d) O lugar da arbitragem e o local e data em
Artigo 402.º que a decisão foi proferida;

Procedimento da arbitragem e) A assinatura dos árbitros;

1 — A arbitragem tem início imediatamente f) A indicação dos árbitros que não puderem as-
após a notificação dos árbitros sorteados, podendo sinar.
desenvolver-se em qualquer dia do calendário. 3 — A decisão deve conter um número de assi-
2 — O tribunal arbitral notifica as partes para naturas, pelo menos, igual ao da maioria dos árbi-
que apresentem, por escrito e no prazo indicado, tros e inclui os votos de vencido, devidamente
o seu entendimento sobre a definição dos serviços identificados.
mínimos e os meios necessários para os assegurar, 4 — A decisão arbitral equivale a sentença da
podendo estas juntar os documentos que conside- primeira instância, para todos os efeitos legais.
rem pertinentes.
5 — Qualquer das partes pode requerer ao tri-
3 — O tribunal arbitral pode convocar as partes bunal arbitral o esclarecimento de alguma obscu-
para as ouvir sobre a definição dos serviços míni- ridade ou ambiguidade da decisão ou dos seus fun-
mos e os meios necessários para os assegurar. damentos, nos termos previstos no Código de Pro-
4 — O tribunal arbitral pode ser assistido por cesso Civil, nas 12 horas seguintes à sua notifica-
peritos. ção.

5 — Após três decisões no mesmo sentido, em 6 — As decisões arbitrais são objeto de publi-
casos em que as partes sejam as mesmas e cujos cação na página eletrónica da DGAEP.
elementos relevantes para a decisão sobre os ser-
viços mínimos a prestar e os meios necessários
para os assegurar sejam idênticos, e caso a última
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114
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

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Artigo 405.º 2 — Considera-se lock-out qualquer decisão


unilateral do empregador público que se traduza
Regime subsidiário
na paralisação total ou parcial do órgão ou serviço
São subsidiariamente aplicáveis o regime da arbi- ou na interdição do acesso aos locais de trabalho a
tragem necessária previsto na presente lei e o re- alguns ou à totalidade dos trabalhadores e, ainda,
gime de arbitragem de serviços mínimos previsto no na recusa em fornecer trabalho, condições e ins-
Decreto-Lei n.º 259/2009, de 25 de setembro. trumentos de trabalho que determine ou possa de-
terminar a paralisação de todos ou alguns setores
Artigo 406.º do órgão ou serviço ou desde que, em qualquer
caso, vise atingir finalidades alheias à normal ati-
Lock-out vidade do órgão ou serviço.
1 — É proibido o lock-out.

ANEXO
(a que se refere o n.º 2 do artigo 88.º)

Caracterização das carreiras gerais

Grau de Número de
complexi- posições re-
Carreira Categorias Conteúdo funcional
dade funci- munerató-
onal rias

Técnico superior. . . . Técnico superior. . . . . . . Funções consultivas, de estudo, planeamento, programa- 3 14


ção, avaliação e aplicação de métodos e processos de
natureza técnica e ou científica, que fundamentam e
preparam a decisão.
Elaboração, autonomamente ou em grupo, de pareceres e
projetos, com diversos graus de complexidade, e execu-
ção de outras atividades de apoio geral ou especializado
nas áreas de atuação comuns, instrumentais e operati-
vas dos órgãos e serviços.
Funções exercidas com responsabilidade e autonomia téc-
nica, ainda que com enquadramento superior qualifi-
cado.
Representação do órgão ou serviço em assuntos da sua
especialidade, tomando opções de índole técnica, en-
quadradas por diretivas ou orientações superiores.

Assistente técnico. . . Coordenador técnico. . . . Funções de chefia técnica e administrativa em uma subuni- 2 4
dade orgânica ou equipa de suporte, por cujos resulta-
dos é responsável.
Realização das atividades de programação e organização
do trabalho do pessoal que coordena, segundo orienta-
ções e diretivas superiores. Execução de trabalhos de
natureza técnica e administrativa de maior complexi-
dade.
Funções exercidas com relativo grau de autonomia e res-
ponsabilidade.

Assistente técnico. . . . . . Funções de natureza executiva, de aplicação de métodos e 2 9


processos, com base em diretivas bem definidas e ins-
truções gerais, de grau médio de complexidade, nas
áreas de atuação comuns e instrumentais e nos vários
domínios de atuação dos órgãos e serviços.

Assistente operacional Encarregado geral opera- Funções de chefia do pessoal da carreira de assistente ope- 1 2
cional. . . . . . . . . . . . . . racional. Coordenação geral de todas as tarefas realiza-
das pelo pessoal afeto aos setores de atividade sob sua
supervisão.
Encarregado operacional. Funções de coordenação dos assistentes operacionais afe- 5
tos ao seu setor de atividade, por cujos resultados é res-
ponsável.
Realização das tarefas de programação, organização e con-
trolo dos trabalhos a executar pelo pessoal sob sua co-
ordenação.

______________________________________________________________________________
115
LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

______________________________________________________________________________

Substituição do encarregado geral nas suas ausências e


impedimentos.

Assistente operacional. . . Funções de natureza executiva, de caráter manual ou me- 8


cânico, enquadradas em diretivas gerais bem definidas
e com graus de complexidade variáveis.
Execução de tarefas de apoio elementares, indispensáveis
ao funcionamento dos órgãos e serviços, podendo com-
portar esforço físico.
Responsabilidade pelos equipamentos sob sua guarda e
pela sua correta utilização, procedendo, quando neces-
sário, à manutenção e reparação dos mesmos.

______________________________________________________________________________
116
Lei n.º 84/2015, de 7 de agosto

_____________________________________________________________________

Lei n.º 84/2015


de 7 de agosto

Primeira alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada


em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, consagrando a meia jor-
nada como nova modalidade de horário de trabalho.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
A presente lei altera a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo
à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, introduzindo a meia jornada como modalidade de horário
de trabalho.

Artigo 2.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
O artigo 110.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei
n.º 35/2014, de 20 de junho, alterada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, passa a
ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Aditamento à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
É aditado à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, alterada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, o artigo 114.º-
A, com a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 4.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua publicação.
Aprovada em 26 de junho de 2015.
A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção A. Esteves.
Promulgada em 30 de julho de 2015.
Publique-se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendada em 31 de julho de 2015.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.

_____________________________________________________________________
117
Lei n.º 84/2015, de 7 de agosto

_____________________________________________________________________

Apontamentos:

_____________________________________________________________________
118
Lei n.º 18/2016, de 20 de junho

_____________________________________________________________________

Lei n.º 18/2016


de 20 de junho

Estabelece as 35 horas como período normal de trabalho dos trabalhadores em fun-


ções públicas, procedendo à segunda alteração à Lei Geral do Trabalho em Fun-
ções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
A presente lei define as 35 horas de trabalho como limite máximo semanal dos períodos
normais de trabalho, alterando a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.

Artigo 2.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
Os artigos 103.º, 105.º, 111.º e 112.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,
aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, alterada pela Lei n.º 84/2015, de 7 de
agosto, passam a ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Norma transitória
1 — Em 2016 as despesas com pessoal dos órgãos e serviços abrangidos pela Lei Geral
do Trabalho em Funções Públicas não podem exceder os montantes relativos à execução de
2015, acrescidos das alterações remuneratórias previstas no artigo 2.º da Lei n.º 159-A/2015,
de 30 de dezembro, considerando para este efeito o valor global do agrupamento 01, relativo
às despesas com pessoal.
2 — Sem prejuízo da adoção das medidas de gestão que se mostrem adequadas, o
disposto no número anterior pode ser afastado quando razões excecionais fundadamente o
justifiquem, mediante autorização do membro do Governo responsável pela área das finanças,
sob proposta do membro do Governo responsável pela respetiva área.
3 — Com vista a assegurar a continuidade e qualidade dos serviços prestados, nos ór-
gãos ou serviços onde comprovadamente tal se justifique, as soluções adequadas são negoci-
adas entre o respetivo ministério e os sindicatos do sector.
4 — O disposto no presente artigo é ainda aplicável nas situações a que se refere o n.º
6 do artigo 1.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.

Artigo 4.º
Garantia de direitos
Da redução do tempo de trabalho prevista na presente lei não pode resultar para os
trabalhadores a redução do nível remuneratório ou qualquer alteração desfavorável das con-
dições de trabalho.

_____________________________________________________________________
119
Lei n.º 18/2016, de 20 de junho

_____________________________________________________________________

Artigo 5.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor a 1 de julho de 2016.
Aprovada em 2 de junho de 2016.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 7 de junho de 2016.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 9 de junho de 2016.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
120
Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro

_____________________________________________________________________

Lei n.º 42/2016


de 28 dezembro
(Extrato)

Artigo 270.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
1 — É aditado à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo
à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, e alterada pelas Leis n.ºs 84/2015, de 7 de agosto, e
18/2016, de 20 de junho, o artigo 99.º-A, com a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 276.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor a 1 de janeiro de 2017.

Aprovada em 29 de novembro de 2016.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 21 de dezembro de 2016.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 22 de dezembro de 2016.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
121
Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro

_____________________________________________________________________

Apontamentos:

_____________________________________________________________________
122
Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

______________________________________________________________________________

Lei n.º 25/2017


de 30 de maio

Aprova o regime da valorização profissional dos trabalhadores com vínculo de emprego público,
procede à segunda alteração à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, e à quarta alteração à Lei
Geral do Trabalho em Funções Públicas, e revoga a Lei n.º 80/2013, de 28 de novembro.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º Artigo 3.º


Objeto Alteração à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho
1 — A presente lei aprova o regime da valoriza- 1 — O artigo 41.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de
ção profissional dos trabalhadores com vínculo de junho, passa a ter a seguinte redação:
emprego público.
(As alterações encontram-se inseridas no local
2 — A presente lei procede à:
próprio do diploma)
a) Segunda alteração à Lei n.º 35/2014, de 20
de junho, alterada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 Artigo 4.º
de dezembro;
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Fun-
b) Quarta alteração à Lei Geral do Trabalho em ções Públicas
Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à Lei
n.º 35/2014, de 20 de junho, alterada pelas Leis 1 — Os artigos 2.º, 3.º, 4.º, 28.º, 30.º, 39.º,
n.º 84/2015, de 7 de agosto, 18/2016, de 20 de 364.º e 386.º da LTFP, aprovada em anexo à Lei
junho, e 42/2016, de 28 de dezembro. n.º 35/2014, de 20 de junho, passam a ter a se-
guinte redação:
Artigo 2.º
(As alterações encontram-se inseridas no local
Regime da valorização profissional próprio do diploma)
1 — É aprovado em anexo à presente lei, da
qual faz parte integrante, o regime da valorização Artigo 5.º
profissional dos trabalhadores com vínculo de em- Aditamento à Lei Geral do Trabalho em Fun-
prego público. ções Públicas
2 — Sem prejuízo do disposto no número se- 1 — São aditados à LTFP, aprovada em anexo à
guinte, a aplicação do regime da valorização pro- Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, os artigos 97.º-
fissional aos serviços da administração regional e A, 346.º-A, 346.º-B, 346.º-C, 346.º-D e 346.º-E,
da administração autárquica é feita com as neces- com a seguinte redação:
sárias adaptações, designadamente no que res-
peita às competências em matéria administrativa (As alterações encontram-se inseridas no local
dos correspondentes órgãos de governo próprio. próprio do diploma)
3 — Até à entrada em vigor dos diplomas legais
a que se refere o número anterior, a aplicação do Artigo 6.º
regime da valorização profissional aos serviços da Trabalhadores em requalificação em inativi-
administração autárquica faz-se, com as necessá- dade
rias adaptações, de acordo com o disposto nos ar-
tigos 14.º a 16.º-A do Decreto-Lei n.º 209/2009, 1 — Os atuais trabalhadores em requalificação
de 3 de setembro, alterado pelas Leis n.º 3- que se encontrem em situação de não exercício de
B/2010, de 28 de abril, 66/2012, de 31 de dezem- funções à data da entrada em vigor da presente lei
bro, e 80/2013, de 28 de novembro, entendendo- podem optar, no prazo máximo de 60 dias, reuni-
se como feitas para o regime da valorização pro- das as condições em cada caso aplicáveis, por uma
fissional as referências a «requalificação». das seguintes situações:

______________________________________________________________________________
123
Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

______________________________________________________________________________

a) Pelo regresso à atividade através da integra- a) São integrados no órgão ou serviço em que
ção em posto de trabalho nos termos previstos no desempenham funções em situação de mobilidade,
artigo 27.º do Regime da Valorização Profissional em posto de trabalho previsto ou a prever auto-
(RVP), aprovado em anexo à presente lei; maticamente no mapa de pessoal, aplicando-se
com as necessárias adaptações o disposto nos n.ºs
b) Pela cessação do vínculo por mútuo acordo,
2, 4 e 5 do artigo 22.º do RVP;
nos termos regulados no artigo 30.º do RVP, con-
siderando-se a última remuneração base mensal b) São integrados na respetiva secretaria-geral,
auferida antes da colocação em situação de requa- nos termos do artigo 27.º do RVP, os trabalhado-
lificação; res que se encontrem a exercer funções em gabi-
netes ministeriais, em situação de cedência de in-
c) Pela aplicação do regime excecional previsto
teresse público, em comissão de serviço em cargo
no artigo 7.º da presente lei;
dirigente ou em órgão ou serviço que não possa
d) Pela passagem à situação de licença sem re- constituir vínculos de emprego público por tempo
muneração. indeterminado, mantendo as situações de exercí-
cio transitório de funções até ao seu termo.
2 — A opção por uma das situações previstas
no número anterior é comunicada através de re- 2 — No caso de conclusão do período experi-
querimento dirigido pelo trabalhador à Direção- mental sem sucesso, na sequência de procedi-
Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Fun- mento concursal ou de mobilidade intercarreiras,
ções Públicas (INA), enquanto entidade gestora, os trabalhadores são integrados na secretaria-ge-
preferencialmente por via eletrónica, sem prejuízo ral nos termos da alínea b) do número anterior.
do disposto no artigo 104.º do Código do Procedi-
3 — Para efeitos da alínea b) do n.º 1, consi-
mento Administrativo.
dera-se ministério do serviço de origem aquele em
3 — Na ausência de requerimento no prazo pre- que se integrar o serviço que sucedeu nas atribui-
visto no n.º 1, o trabalhador passa à situação de ções do serviço extinto.
licença sem remuneração.
Artigo 9.º
4 — Para efeitos da alínea a) do n.º 1, consi-
dera-se ministério do serviço de origem aquele em Trabalhadores em requalificação em situa-
que se integrar o serviço que sucedeu nas atribui- ção de licença sem remuneração
ções do serviço extinto.
1 — Os atuais trabalhadores em requalificação,
em situação de licença sem remuneração, man-
Artigo 7.º
têm-se na situação de licença, efetuando-se o re-
Regime excecional gresso nos termos previstos no n.º 1 do artigo 31.º
do RVP.
1 — Os atuais trabalhadores em requalificação,
em situação de não exercício de funções à data da 2 — Aos trabalhadores em requalificação, em
entrada em vigor da presente lei e que detenham situação de licença sem remuneração que, nos ter-
nessa data idade igual ou superior a 55 anos, po- mos gerais, determine o regresso direto e imediato
dem manter a situação adquirida em virtude da ao serviço, designadamente as licenças previstas
aplicação do regime da requalificação até à idade nos artigos 282.º e 283.º da LTFP, é aplicável o
legal de reforma ou aposentação. disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior.

2 — O trabalhador é considerado requerente da 3 — O regresso das situações de licença sem


reforma ou aposentação assim que complete a remuneração previstas na alínea d) do n.º 1 e no
idade legal, salvo se até essa data requerer a apli- n.º 3 do artigo 6.º da presente lei faz-se nos ter-
cação de uma outra das situações previstas nos mos previstos no n.º 1 do presente artigo.
termos do artigo anterior.
Artigo 10.º
Artigo 8.º
Licenças extraordinárias
Trabalhadores em requalificação em ativi-
1 — Os trabalhadores que, à data da entrada
dade
em vigor da presente lei, se encontrem na situação
1 — Os atuais trabalhadores em requalificação, de licença extraordinária ao abrigo do disposto no
em situação de exercício de funções à data da en- artigo 13.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho,
trada em vigor da presente lei: podem optar, no prazo de 60 dias:

______________________________________________________________________________
124
Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

______________________________________________________________________________

a) Pelo regresso da situação de licença e ocu- c) O artigo 13.º, o n.º 6 do artigo 15.º e o n.º
pação de posto de trabalho existente ou a prever 4 do artigo 37.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de ju-
no mapa de pessoal do serviço de origem ou do nho;
serviço que sucedeu nas atribuições em caso de
d) A alínea j) do artigo 3.º, o n.º 6 do artigo
serviço extinto;
99.º, os artigos 245.º a 275.º que integram a sec-
b) Pela cessação do vínculo por mútuo acordo, ção II do capítulo VIII do título IV da parte II, re-
nos termos regulados no artigo 30.º do RVP, con- lativa ao regime da reafetação de trabalhadores
siderando-se a última remuneração base mensal em caso de reorganização e racionalização de efe-
auferida antes da colocação em situação de mobi- tivos, o n.º 2 do artigo 289.º e os artigos 311.º a
lidade especial; 313.º, relativos à causa específica de extinção do
vínculo de emprego público dos trabalhadores em
c) Pela aplicação do regime excecional previsto
requalificação, da LTFP, aprovada em anexo à Lei
no artigo 7.º da presente lei, caso reúna as respe-
n.º 35/2014, de 20 de junho.
tivas condições, auferindo como remuneração o
valor da subvenção detida à data da entrada em
Artigo 13.º
vigor da presente lei;
Produção de efeitos
d) Pela passagem à situação de licença sem re-
muneração. 1 — A revogação do artigo 13.º da Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, alterada pela Lei n.º 82-
2 — A opção por uma das situações previstas
B/2014, de 31 de dezembro, produz efeitos no
no número anterior é comunicada através de re-
termo do prazo previsto no n.º 1 do artigo 10.º da
querimento dirigido pelo trabalhador ao INA, en-
presente lei.
quanto entidade gestora, preferencialmente por
via eletrónica, sem prejuízo do disposto no artigo 2 — A revogação a que se refere a alínea d) do
104.º do Código do Procedimento Administrativo. artigo anterior produz efeitos no termo do prazo
previsto no n.º 1 do artigo 6.º da presente lei.
3 — Na ausência de requerimento no prazo pre-
visto no n.º 1, o trabalhador passa à situação de
licença sem remuneração. Artigo 14.º

4 — O regresso da situação de licença sem re- Entrada em vigor


muneração faz-se nos termos do n.º 1 do artigo A presente lei entra em vigor no primeiro dia do
anterior. mês seguinte ao da sua publicação.

Artigo 11.º Aprovada em 24 de março de 2017.

Operacionalização da identificação das ne- O Presidente da Assembleia da República, Edu-


cessidades dos serviços ardo Ferro Rodrigues.

Até à disponibilização da plataforma digital de Promulgada em 22 de maio de 2017.


identificação de necessidades, a que se refere o Publique-se.
artigo 32.º do RVP, compete à entidade gestora da
valorização profissional a conceção e disponibiliza- O Presidente da República, MARCELO REBELO
ção de um instrumento de recolha de necessidades DE SOUSA.
junto dos órgãos ou serviços abrangidos pelo âm- Referendada em 24 de maio de 2017.
bito de aplicação da LTFP, com exceção dos servi-
ços da administração regional e da administração O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da
autárquica. Costa.

Artigo 12.º
Norma revogatória
São revogados:
a) A Lei n.º 80/2013, de 28 de novembro, alte-
rada pela Lei n.º 12/2016, de 28 de abril;
b) A alínea e) do n.º 3 do artigo 4.º da Lei n.º
11/2014, de 6 de março, alterada pela Lei n.º
71/2014, de 1 de setembro;
______________________________________________________________________________
125
Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

______________________________________________________________________________

ANEXO de gestão próprio relativo aos dados dos trabalha-


dores em situação de valorização profissional e seu
(a que se refere o artigo 2.º)
tratamento, em conformidade com o disposto no
Regime da valorização profissional dos tra- artigo 27.º da Lei da Proteção de Dados Pessoais,
balhadores com vínculo de emprego público aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, al-
terada pela Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto.
CAPÍTULO I
Artigo 4.º
Objeto e âmbito
Reorganização de órgão ou serviço e racio-
Artigo 1.º nalização de efetivos

Objeto 1 — A reorganização dos órgãos ou serviços


ocorre por extinção, fusão e reestruturação, e por
É definido o regime da valorização profissional racionalização de efetivos, nos termos do Decreto-
dos trabalhadores com vínculo de emprego público Lei n.º 200/2006, de 25 de outubro.
na sequência dos procedimentos de reorganização
e racionalização de efetivos geradores de valoriza- 2 — Na aplicação do RVP às instituições de en-
ção profissional, adiante designado por RVP ou sino superior públicas são salvaguardadas, quando
apenas regime. necessário, as adequadas especificidades em rela-
ção ao respetivo corpo docente e investigador, nos
Artigo 2.º termos dos respetivos estatutos.

Âmbito de aplicação 3 — O serviço integrador é o órgão ou serviço


que integre atribuições ou competências transferi-
O âmbito de aplicação do RVP é o definido no das de outro órgão ou serviço ou trabalhadores
n.º 2 do artigo 1.º da Lei Geral do Trabalho em que lhe sejam reafetos.
Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à Lei
n.º 35/2014, de 20 de junho, alterada pelas Leis 4 — Considera-se data de extinção do serviço a
n.º 84/2015, de 7 de agosto, 18/2016, de 20 de data da publicação do despacho que aprova a lista
junho, e 42/2016, de 28 de dezembro. a que se refere o n.º 3 do artigo 16.º ou, no caso
de inexistência desta, a data a fixar nos termos da
CAPÍTULO II legislação referida no n.º 1.

Procedimentos de reorganização de serviços 5 — Concluído o processo de fusão, é publicado


e racionalização de efetivos geradores de na 2.ª série do Diário da República despacho do
valorização profissional de trabalhadores dirigente máximo do serviço integrador ou respon-
sável pela coordenação do processo declarando a
data da conclusão do mesmo.
Artigo 3.º
Entidade gestora da valorização profissional Artigo 5.º
1 — A gestão dos trabalhadores em valorização Período de mobilidade voluntária
profissional, incluindo o acompanhamento dos pro-
cessos de reorganização e racionalização, bem 1 — Enquanto decorrer o processo de extinção
como a realização das ações de formação no âm- do órgão ou serviço não podem ser recusados os
bito dos planos de valorização profissional aplicá- pedidos de mobilidade formulados por outros ór-
veis e a consequente integração dos trabalhadores gãos ou serviços, desde que haja acordo do traba-
em novo posto de trabalho para o reinício de fun- lhador.
ções, compete à Direção-Geral da Qualificação dos 2 — Para apoio à mobilidade voluntária referida
Trabalhadores em Funções Públicas (INA), en- no número anterior, o dirigente máximo do órgão
quanto entidade gestora da valorização profissio- ou serviço em extinção informa, por via eletrónica,
nal. a entidade gestora, até cinco dias úteis após o iní-
2 — Compete ainda à entidade gestora: cio do procedimento de extinção, dos trabalhado-
res envolvidos no processo.
a) Promover ou acompanhar estudos de avalia-
ção das necessidades de recursos humanos da Ad- 3 — Relativamente aos trabalhadores selecio-
ministração Pública; nados para execução das atividades do serviço que
devam ser asseguradas até à respetiva extinção, a
b) Comunicar à Comissão Nacional de Proteção mobilidade voluntária produz efeitos na data em
de Dados quais os termos e condições do sistema que se conclua o respetivo processo.
______________________________________________________________________________
126
Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

______________________________________________________________________________

Artigo 6.º 6 — Nos processos de fusão e de extinção de


órgão ou serviço, aos trabalhadores que exerçam
Trabalhadores em situação transitória
funções noutro órgão ou serviço em período expe-
1 — Os trabalhadores que exerçam funções no rimental ou comissão de serviço fora dos casos
órgão ou serviço extinto em regime de período ex- previstos no n.º 4, e que não concluam com su-
perimental ou de comissão de serviço, ou ao abrigo cesso aquele período ou cessem a respetiva comis-
de instrumento de mobilidade, cessam o período são de serviço, é aplicável o disposto na alínea b)
experimental ou a comissão de serviço, ou regres- do n.º 3.
sam ao órgão ou serviço de origem, conforme o
caso, na data da conclusão do processo. Artigo 8.º
2 — Os trabalhadores do órgão ou serviço ex- Trabalhadores em situação de licença sem
tinto que exerçam funções noutro órgão ou serviço remuneração
num dos regimes referidos no número anterior
1 — Os trabalhadores do órgão ou serviço ex-
mantêm-se no exercício dessas funções até ao
tinto que se encontrem em qualquer situação de
termo das respetivas situações.
licença sem remuneração são colocados em situa-
ção de valorização profissional na conclusão do
Artigo 7.º
processo de extinção do serviço, mantendo-se na
Situações de mobilidade e outras situações situação de licença até ao termo desta.
transitórias
2 — O regresso da situação de licença opera-se
1 — Durante os processos de reorganização há nos termos previstos no presente regime.
lugar a mobilidade, nos termos gerais.
3 — O disposto nos números anteriores é apli-
2 — Em caso de fusão e de reestruturação com cável aos trabalhadores de serviço extinto na se-
transferência de atribuições ou competências, a quência de fusão.
autorização da mobilidade compete ao dirigente
máximo do serviço integrador. Artigo 9.º
3 — Caso a situação de mobilidade se mante- Fixação de critérios gerais e abstratos de
nha à data do despacho que declara a conclusão identificação do universo de trabalhadores
do processo de extinção ou de fusão, o trabalhador
O diploma que determina ou concretiza a fusão
do serviço extinto é integrado:
ou a reestruturação do órgão ou serviço, com
a) No órgão ou serviço em que exerce funções, transferência de atribuições ou competências, fixa
na categoria, posição e nível remuneratórios deti- os critérios gerais e abstratos de identificação do
dos na origem, em posto de trabalho não ocupado universo de trabalhadores necessários à prossecu-
ou a prever no mapa de pessoal; ção das atribuições ou ao exercício das competên-
cias transferidas e que devem ser reafetos ao ser-
b) Na secretaria-geral do ministério a que per-
viço integrador.
tencia o serviço extinto, na categoria, posição e ní-
vel remuneratórios detidos à data da extinção do
Artigo 10.º
serviço de origem, em posto de trabalho não ocu-
pado ou a prever no mapa de pessoal, quando le- Início do procedimento
galmente não possa ocorrer a integração no órgão
ou serviço. 1 — O procedimento de reafetação de trabalha-
dores ou colocação em situação de valorização
4 — O trabalhador cujo órgão ou serviço de ori- profissional inicia-se com a entrada em vigor do
gem tenha sido extinto por fusão e que se encontre diploma orgânico do serviço integrador ou com a
em comissão de serviço em cargo dirigente, ou em publicitação do ato que procede à reorganização
funções em gabinete ministerial, é integrado no de serviços ou à racionalização de efetivos.
serviço para o qual foram transferidas as atribui-
ções do serviço extinto, sem prejuízo da manuten- 2 — O dirigente máximo do serviço elabora o
ção no exercício das funções de caráter transitório mapa de pessoal contendo o número de postos de
até ao seu termo. trabalho necessários, definido de forma fundamen-
tada e em conformidade com as disponibilidades
5 — No caso previsto no número anterior, orçamentais existentes.
quando o órgão ou serviço de origem tenha sido
objeto de processo de extinção, é aplicável o dis- 3 — O dirigente máximo do serviço elabora
posto na alínea b) do n.º 3. ainda mapa comparativo entre o número de efeti-
vos existentes no órgão ou serviço e o número de
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postos de trabalho necessários para assegurar a racionalização de efetivos aplica-se um dos seguin-
prossecução e o exercício das atribuições e com- tes métodos:
petências e para a realização dos objetivos esta-
a) Avaliação do desempenho, quando os traba-
belecidos para o serviço, ouvindo o dirigente má-
lhadores da mesma carreira ou categoria tenham
ximo do serviço extinto por fusão ou do serviço re-
sido objeto de avaliação do desempenho, nos três
estruturado com transferência de atribuições.
períodos avaliativos imediatamente anteriores ao
4 — Os postos de trabalho dos mapas a que se ano em que ocorre o procedimento;
referem os números anteriores devem ser carac-
b) Avaliação de competências profissionais,
terizados e aprovados de acordo com o disposto
quando não se verifique o disposto na alínea ante-
nos n.ºs 2 a 4 do artigo 29.º da LTFP.
rior.
5 — O mapa de pessoal a que se refere o n.º 2,
2 — A fase de seleção é aberta por despacho do
uma vez aprovado, passa a constituir o mapa de
dirigente responsável pelo processo de reorganiza-
pessoal do órgão ou serviço.
ção, o qual fixa os universos de trabalhadores a
6 — Para efeitos do disposto no n.º 3, incluem- serem abrangidos de acordo com o mapa compa-
se nos efetivos existentes no órgão ou serviço os rativo, identifica o método de seleção em cada
trabalhadores que aí exerçam funções em período caso aplicável, e os prazos para a sua condução e
experimental, regime de comissão de serviço ou conclusão.
ao abrigo de instrumento de mobilidade, mas não
3 — O despacho a que se refere o número an-
aqueles que estejam a exercer funções noutro ór-
terior é publicitado em locais próprios do órgão ou
gão ou serviço ou se encontrem em situação de
serviço onde os trabalhadores exerçam funções,
licença sem remuneração.
designadamente no respetivo sítio institucional na
7 — As comissões de serviço do pessoal diri- Internet.
gente seguem o regime previsto no respetivo es-
4 — Fixados os resultados finais da aplicação
tatuto.
dos métodos de seleção, são elaboradas listas no-
8 — Quando o número de postos de trabalho minativas, por ordem decrescente de resultados.
necessários para assegurar a prossecução e o
5 — A identificação e ordenação dos trabalha-
exercício das atribuições e competências e para a
dores são realizadas em função do âmbito fixado
realização dos objetivos estabelecidos para o ser-
nos termos do n.º 2.
viço seja inferior ao número de efetivos existentes
no órgão ou serviço, há lugar à aplicação do dis- 6 — O resultado final de cada trabalhador e o
posto nos artigos 11.º e seguintes, sem prejuízo seu posicionamento na respetiva lista são publici-
do disposto no número seguinte. tado nos locais identificados no n.º 3 e notificados
por escrito ao interessado, preferencialmente para
9 — No procedimento em caso de racionaliza-
o endereço de correio eletrónico que aquele tenha
ção de efetivos, a aprovação dos mapas referidos
indicado, sem prejuízo do disposto no artigo 112.º
nos n.ºs 2 e 3 equivale ao ato de reconhecimento
do Código do Procedimento Administrativo.
de que o número, carreiras ou áreas de atividade
dos trabalhadores que estão afetos ao serviço se
encontra desajustado face às suas necessidades Artigo 12.º
permanentes ou à prossecução dos objetivos esta- Aplicação do método de avaliação do desem-
belecidos para o serviço. penho
10 — O início do procedimento de reafetação de A aplicação do método de avaliação do desem-
trabalhadores para a valorização profissional é co- penho é feita nos seguintes termos:
municado à entidade gestora, para efeitos de
acompanhamento e de diligências de colocação a) Recorrendo à média das três últimas classi-
dos trabalhadores, bem como de preparação da ficações obtidas na menção quantitativa;
formação profissional a aplicar. b) Em caso de empate, recorrendo, sucessiva-
mente, à última avaliação obtida no parâmetro de
Artigo 11.º «Resultados», ao tempo de serviço relevante na
Métodos de seleção carreira e no exercício de funções públicas.

1 — Para seleção dos trabalhadores na sequên-


cia de processos de reorganização de serviços ou

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Artigo 13.º 2 — Para efeitos do disposto no número ante-


rior, os universos são definidos por postos de tra-
Aplicação do método de avaliação de compe-
balho, sendo os trabalhadores cuja carreira, cate-
tências profissionais
goria e habilitações correspondam aos respetivos
1 — A aplicação do método de avaliação de requisitos, selecionados por aplicação do método
competências profissionais é feita com o objetivo regulado no artigo anterior.
de determinar o nível de adequação das caracte-
3 — Ao processo é aplicável, com as necessá-
rísticas e qualificações profissionais dos trabalha-
rias adaptações, o disposto nos n.ºs 2 a 6 do artigo
dores às exigências inerentes à prossecução das
11.º
atribuições e ao exercício das competências do ór-
gão ou serviço, bem como aos correspondentes 4 — Esgotadas as possibilidades de atribuição
postos de trabalho. de postos de trabalho nos termos dos números an-
teriores, os trabalhadores que excederem os pos-
2 — O nível de adequação referido no número
tos de trabalho disponíveis mantêm-se na lista no-
anterior é determinado pela avaliação, numa es-
minativa inicial, para efeitos do disposto no artigo
cala de 0 a 10 valores, dos seguintes fatores:
16.º
a) Competências profissionais relevantes para
5 — No momento que antecede a aplicação do
os postos de trabalho em causa;
disposto no artigo 16.º, o dirigente responsável
b) Experiência profissional relevante para os deve desenvolver, em colaboração com a entidade
postos de trabalho em causa. gestora, as diligências que considerar adequadas
para colocação dos trabalhadores a que se refere
3 — A forma de avaliação dos fatores referidos o número anterior em outro órgão ou serviço do
no número anterior faz-se por avaliação dos dados respetivo ministério.
curriculares constantes do respetivo processo indi-
vidual, a aplicar por um júri designado pelo diri-
Artigo 15.º
gente responsável pelo processo de reorganização.
Reafetação
4 — O júri é constituído por três elementos, de-
signados de entre dirigentes intermédios do ser- 1 — A reafetação consiste na integração de tra-
viço reorganizado ou do serviço integrador, presi- balhador noutro órgão ou serviço, a título transitó-
dido por um titular de cargo de direção superior de rio ou por tempo indeterminado.
2.º grau.
2 — A reafetação de trabalhadores segue a or-
5 — A fórmula de avaliação dos dados curricu- dem constante das listas nominativas elaboradas
lares consta do despacho que determina a aber- na sequência dos resultados finais da seleção,
tura da fase de seleção. quando aplicável, de forma que o número de efe-
tivos que sejam reafetos corresponda ao número
6 — A pontuação final do trabalhador resulta da
de postos de trabalho identificados.
média aritmética simples dos valores atribuídos
aos fatores aplicados. 3 — A reafetação é feita sem alteração da situ-
ação de mobilidade ao abrigo da qual o trabalhador
7 — A pontuação final está sujeita a homologa-
exerça transitoriamente funções, operando-se
ção do dirigente responsável pelo processo.
para a mesma categoria, posição e nível remune-
8 — Em caso de empate, os trabalhadores são ratórios.
ordenados em função da antiguidade, sucessiva-
4 — Os trabalhadores são reafetos ao serviço
mente, na categoria, carreira e exercício de funções
integrador com efeitos à data fixada no despacho
públicas, da maior para a menor antiguidade.
do dirigente máximo desse serviço que proceda à
reafetação.
Artigo 14.º
Segundo processo de seleção Artigo 16.º

1 — Terminado o processo de seleção dos tra- Colocação dos trabalhadores em situação de


balhadores, e existindo postos de trabalho não valorização profissional
ocupados, o dirigente responsável pelo processo
1 — Nos procedimentos de reorganização de ór-
procede a nova seleção, de entre os trabalhadores
gão ou serviço e de racionalização de efetivos, os
não colocados nas listas nominativas a que se re-
trabalhadores que não ocupem posto de trabalho,
fere o n.º 4 do artigo 11.º
por reafetação, no novo mapa de pessoal, são co-
locados em situação de valorização profissional.
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2 — A colocação em situação de valorização profissional, envolvendo, designadamente, a ime-


profissional faz-se por lista nominativa que indique diata frequência de ações de formação padroni-
a categoria, posição e nível remuneratórios detidos zada, designadamente em função dos conteúdos
pelos trabalhadores, aprovada por despacho do di- funcionais das carreiras gerais da Administração
rigente máximo responsável pelo processo de re- Pública, a realização de entrevistas de identifica-
organização, a publicar na 2.ª série do Diário da ção de competências e a construção de um perfil
República e no sítio institucional do respetivo órgão profissional.
ou serviço na Internet.
3 — O disposto nos números anteriores é da
3 — No processo de extinção, a lista a que se responsabilidade e constitui encargo da entidade
refere o número anterior é aprovada pelo membro gestora.
do Governo responsável pela área em que se inte-
grava o serviço extinto, abrangendo os trabalha- Artigo 19.º
dores que não obtiveram colocação durante o pe-
ríodo de mobilidade voluntária, nem se encontrem Situação jurídica do trabalhador em valori-
em situação transitória de exercício de funções. zação profissional

4 — A colocação em situação de valorização 1 — O trabalhador em valorização profissional


profissional produz efeitos à data: mantém a categoria, posição e nível remunerató-
rios detidos no serviço de origem, à data da colo-
a) Da reafetação dos restantes trabalhadores cação naquela situação.
ao serviço integrador nos procedimentos de fusão
e de reestruturação com transferência de atribui- 2 — Para efeitos do disposto no número ante-
ções; rior, não são considerados anteriores cargos, cate-
gorias ou funções exercidos a título transitório, de-
b) Da publicação no Diário da República, nos signadamente em regime de comissão de serviço,
procedimentos de reestruturação sem transferên- instrumento de mobilidade ou em período experi-
cia de atribuições, de racionalização de efetivos, e mental.
de extinção.
3 — Durante o período de valorização profissio-
nal e até à integração em novo posto de trabalho,
Artigo 17.º
o trabalhador é considerado em situação de forma-
Afetação ção profissional.
Os trabalhadores em situação de valorização
Artigo 20.º
profissional são afetos ao INA, enquanto entidade
gestora, que assume, com as devidas adaptações, Direitos dos trabalhadores em valorização
as competências de empregador público, designa- profissional
damente assegurando o pagamento das remune-
rações durante a situação de valorização profissio- 1 — Os trabalhadores em valorização profissio-
nal e praticando os demais atos de administração nal têmdireito a:
previstos no presente regime. a) Receber a remuneração mensal nos termos
do artigoanterior;
CAPÍTULO III
b) Auferir os subsídios de Natal e de férias;
Enquadramento dos trabalhadores em valo-
rização profissional c) Beneficiar das prestações familiares, nos ter-
mos legaisaplicáveis;
Artigo 18.º d) Gozar férias e licenças, nos termos legais
aplicáveis;
Valorização profissional de trabalhadores
e) Beneficiar de proteção social e dos benefícios
1 — A situação de valorização profissional tem
sociais, designadamente as regalias concedidas
como objetivo o reforço das competências profis-
pelos Serviços Sociais da Administração Pública
sionais dos trabalhadores, através de formação
(SSAP) e os benefícios do Instituto de Proteção e
profissional em função das necessidades identifi-
Assistência na Doença, I. P. (ADSE, I. P.) ou de
cadas pelos serviços, com vista à célere integração
outro subsistema de saúde, nos termos legais apli-
em novo posto de trabalho, desenvolvendo-se
cáveis;
num período máximo de três meses.
2 — A situação prevista no número anterior im-
plica a existência de um plano de valorização
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Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

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f) Ser integrado em novo posto de trabalho no Artigo 22.º


decurso do período máximo de três meses de for-
Reinício de funções em serviço
mação profissional;
1 — O trabalhador em situação de valorização
g) Ser opositor a concurso para cargo, catego-
profissional pode reiniciar funções por tempo inde-
ria ou carreira para que reúna os requisitos legal-
terminado em qualquer órgão ou serviço, desde
mente fixados.
que reúna os requisitos legalmente fixados para o
2 — O tempo de permanência do trabalhador efeito.
em situação de valorização profissional é conside-
2 — O reinício de funções opera-se por integra-
rado para efeitos de aposentação ou reforma e de
ção no órgão ou serviço, em posto de trabalho não
antiguidade, no exercício de funções públicas.
ocupado do mapa de pessoal, independentemente
3 — Para efeitos de contribuição para o regime de período experimental:
de proteção social que o abranja e de cálculo da
a) Quando se trate de órgão ou serviço que
pensão de aposentação, reforma ou sobrevivência,
possa constituir vínculos de emprego público por
considera-se a remuneração auferida pelo traba-
tempo indeterminado; e
lhador nos termos da alínea a) do n.º 1.
b) Quando se opere na mesma carreira ou ca-
4 — Durante a situação de valorização profis-
tegoria.
sional pode o trabalhador requerer, a qualquer mo-
mento, uma licença sem remuneração, nos termos 3 — O trabalhador em situação de valorização
da lei. profissional, ainda que integrado em carreira es-
pecial, pode reiniciar funções em diferente carreira
Artigo 21.º para a qual reúna os requisitos legalmente exigi-
dos, desde que geral, sem precedência de proce-
Deveres dos trabalhadores em valorização
dimento concursal, mas com observância do perí-
profissional
odo experimental.
1 — Os trabalhadores em valorização profissio-
4 — No caso referido no número anterior, con-
nal mantêm todos os deveres dos trabalhadores
cluído com sucesso o período experimental o tra-
em exercício efetivo de funções que não pressupo-
balhador é integrado na carreira, sendo colocado
nham a prestação efetiva de trabalho.
na posição remuneratória da categoria a que cor-
2 — O trabalhador em valorização profissional responda o nível remuneratório superior mais pró-
tem, em especial, os seguintes deveres: ximo daquele que corresponde ao seu posiciona-
mento na categoria de origem.
a) Dever de frequentar as ações de formação
profissional para que for convocado, previstas no 5 — Concluído sem sucesso o período experi-
plano de valorização profissional aplicável; mental, o trabalhador é colocado em valorização
profissional, de acordo com o disposto no artigo
b) Dever de comparecer e realizar os atos ine- 18.º
rentes ao processo de seleção para reinício de fun-
ções para que seja convocado;
Artigo 23.º
c) Dever de comparecer às entrevistas e outras
Formação após reinício de funções
diligências da iniciativa da entidade gestora no âm-
bito do plano de valorização profissional aplicável; O reinício de funções previsto no n.º 2 do artigo
anterior não prejudica a possibilidade da entidade
d) Dever de comunicar à entidade gestora qual-
gestora assegurar a formação que se revele neces-
quer alteração relevante da sua situação, designa-
sária ao desempenho das atividades inerentes ao
damente no que se refere à obtenção de novas ha-
posto de trabalho, durante o prazo máximo de três
bilitações académicas ou qualificações profissio-
meses após a colocação.
nais, e à alteração do seu local de residência per-
manente.
Artigo 24.º
3 — As despesas de deslocação do trabalhador
Mobilidade territorial
originadas pela execução do plano de valorização
profissional aplicável são da responsabilidade e 1 — Quando o posto de trabalho identificado se
constituem encargos da entidade gestora, de situe a mais de 60 km de distância da residência
acordo com a legislação em vigor, considerando- do trabalhador, mediante o seu acordo, o traba-
se domicílio necessário para este efeito o corres- lhador pode reiniciar funções por mobilidade, pelo
pondente ao do serviço de origem. período máximo de um ano, com direito à
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Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

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atribuição de ajudas de custo durante o período de Artigo 26.º


mobilidade.
Reinício de funções noutras pessoas coleti-
2 — Findo o prazo de um ano, o trabalhador vas de direito público e instituições particu-
pode, mediante o seu acordo, ser integrado nos lares de solidariedade social
termos do n.º 2 do artigo 22.º, beneficiando dos
1 — Os trabalhadores em situação de valoriza-
seguintes incentivos:
ção podem reiniciar funções em empresas do setor
a) Um subsídio de fixação, de montante corres- público empresarial e dos setores empresariais re-
pondente ao dobro da remuneração base mensal, gionais, intermunicipais e municipais, entidades
tendo como limite o quádruplo do nível remunera- administrativas independentes, entidades regula-
tório 11, a abonar após a integração; doras, associações públicas, fundações públicas de
direito público e de direito privado, outras pessoas
b) Um subsídio de deslocação para compensar
coletivas da administração autónoma e demais en-
as despesas de mudança, através do reembolso
tidades públicas, mediante cedência de interesse
das despesas efetivamente efetuadas, tendo por
público.
referência os montantes por subsídio de trans-
porte, de acordo com a legislação em vigor; 2 — O reinício de funções nos termos do número
anterior tem lugar nos termos gerais, não care-
c) Um subsídio de residência mensal destinado
cendo da concordância do membro do Governo res-
a compensar o encargo com a habitação resultante
ponsável pela área da Administração Pública.
da mudança do local de trabalho, de montante cor-
respondente a 25 % da sua remuneração base a 3 — Os trabalhadores em situação de valoriza-
abonar durante 12 meses; ção podem reiniciar funções, nos termos dos nú-
meros anteriores, em instituições particulares de
d) Garantia de transferência escolar dos filhos;
solidariedade social que celebrem protocolo para o
e) Preferência de colocação em procedimento efeito com a entidade gestora do sistema de valo-
concursal do cônjuge ou pessoa que viva com o rização profissional.
trabalhador em união de facto em serviços situa-
dos nos concelhos limítrofes, ou dispensa de anu- Artigo 27.º
ência do serviço de origem para mobilidade do
Integração na secretaria-geral do ministério
cônjuge com vínculo de emprego público no âm-
de origem
bito da administração direta e indireta do Estado.
1 — Decorrido o período a que se refere o n.º 1
3 — A atribuição dos incentivos depende da
do artigo 18.º, sem ocorrer integração em outro
permanência no serviço pelo período mínimo de
órgão ou serviço, o trabalhador é integrado na se-
três anos, sob pena de devolução dos incentivos
cretaria-geral ou no serviço que tenha a seu cargo
abonados, salvo fundadas e atendíveis razões.
a gestão dos recursos humanos do ministério do
4 — O abono dos incentivos é da responsabili- serviço de origem, na categoria, posição e nível re-
dade da entidade gestora, mediante comprovativo muneratórios detidos à data da colocação em situ-
das despesas efetuadas. ação de valorização profissional, em posto de tra-
balho automaticamente previsto no mapa de pes-
Artigo 25.º soal.

Reinício de funções na administração local 2 — Sem prejuízo da integração prevista no nú-


ou regional mero anterior, a secretaria-geral pode promover
de imediato, em relação aos trabalhadores abran-
1 — Mediante acordo entre a entidade gestora gidos pela integração, situações de mobilidade em
e a autarquia interessada, os trabalhadores em si- outros órgãos ou serviços, nos termos gerais pre-
tuação de valorização profissional podem ser inte- vistos na LTFP.
grados em posto de trabalho, nos termos previstos
no n.º 2 do artigo 22.º e no n.º 2 do artigo 33.º, 3 — Às situações de mobilidade previstas no
considerando-se a autarquia serviço integrador, número anterior, é aplicável, com as necessárias
para os efeitos previstos no artigo 35.º adaptações, o disposto nos n.ºs 4 e 5 do artigo
22.º e nos artigos 24.º e 25.º, entendendo-se,
2 — O disposto no número anterior é aplicável para o efeito, feitas à secretaria-geral as menções
aos serviços da administração regional. relativas à entidade gestora.
4 — A secretaria-geral é serviço integrador para
efeitos do disposto no artigo 35.º

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Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

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5 — O posto de trabalho previsto nos termos do Decreto-Lei n.º 74/70, de 2 de março, alterado pe-
n.º 1 extingue-se com a saída definitiva do traba- los Decretos-Leis n.º 793/76, de 5 de novembro,
lhador por ocupação de diferente posto de trabalho 275-A/93, de 9 de agosto, e 503/99, de 20 de no-
ou por extinção do vínculo de emprego público. vembro, e pelas Leis n.º 67-A/2007, de 31 de de-
zembro, e 80/2013, de 28 de novembro, quando
Artigo 28.º se trate de trabalhadores oriundos de serviços da
administração direta e indireta do Estado.
Suspensão da situação de valorização profis-
sional
Artigo 31.º
A situação de valorização profissional do traba-
Regresso de situação de licença sem remu-
lhador suspende-se nas seguintes situações:
neração
a) No decurso do período experimental a que se
1 — Sem prejuízo do disposto no número se-
refere o n.º 3 do artigo 22.º;
guinte, o regresso de situação de licença sem re-
b) Na situação de licença sem remuneração, muneração dos trabalhadores em situação de va-
quando obtida na pendência da situação de valori- lorização profissional efetua-se por requerimento à
zação profissional; entidade gestora, preferencialmente por via ele-
trónica, sem prejuízo do disposto do artigo 104.º
c) Na situação de cedência nos termos do artigo do Código do Procedimento Administrativo, ficando
26.º a aguardar a integração em posto de trabalho não
ocupado ou a colocação através de procedimento
Artigo 29.º concursal nos termos gerais, sem remuneração,
Cessação da situação de valorização profis- mas beneficiando da respetiva prioridade.
sional 2 — No caso de regresso de situação de licença
A situação de valorização profissional do traba- sem remuneração que, nos termos gerais, deter-
lhador cessa por: mine o regresso direto e imediato ao serviço, de-
signadamente as licenças previstas nos artigos
a) Reinício de funções em qualquer órgão ou 282.º e 283.º da LTFP, o trabalhador é integrado
serviço por tempo indeterminado; na secretaria-geral ou no serviço que tenha a seu
b) Aposentação ou reforma; cargo a gestão dos recursos humanos do ministé-
rio do seu serviço de origem, nos termos do n.º 1
c) Extinção do vínculo por qualquer outra causa. do artigo 27.º

Artigo 30.º CAPÍTULO IV


Cessação do vínculo por mútuo acordo Gestão dos trabalhadores em valorização
profissional
1 — O trabalhador em situação de valorização
profissional pode requerer a cessação do vínculo
por mútuo acordo, nos termos do artigo 296.º da Artigo 32.º
LTFP, desde que esteja a, pelo menos, cinco anos Identificação das necessidades dos serviços
da idade legal da reforma, sem prejuízo do se-
guinte: Os órgãos e serviços da administração direta e
indireta do Estado procedem ao carregamento dos
a) A compensação a atribuir ao trabalhador é respetivos mapas de pessoal, identificando os pos-
calculada em uma remuneração base mensal por tos de trabalho, ocupados e não ocupados, e ca-
cada ano completo de antiguidade, com um má- racterizando os respetivos perfis profissionais, na
ximo correspondente a 30 anos completos de an- plataforma digital disponibilizada para o efeito.
tiguidade;
b) O valor da remuneração base mensal do tra- Artigo 33.º
balhador a considerar para efeitos de cálculo da Colocação de trabalhadores por iniciativa da
compensação corresponde ao valor da última re- entidade gestora
muneração base mensal auferida antes da coloca-
ção em situação de valorização profissional. 1 — Identificadas as necessidades nos termos
do artigo anterior e observados os termos previs-
2 — O pagamento da compensação prevista no tos no artigo 22.º, a entidade gestora, em articu-
número anterior é assegurado pela Secretaria-Ge- lação com o respetivo dirigente máximo, procede
ral do Ministério das Finanças, nos termos do à colocação para reinício de funções, no órgão ou
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serviço, de trabalhadores em valorização profissio- 6 — A declaração emitida nos termos do nú-


nal que reúnam os requisitos habilitacionais e pro- mero anterior é condição para abertura pelo em-
fissionais legalmente exigidos e o perfil profissional pregador público de procedimento concursal nos
adequados ao posto de trabalho. termos gerais.
2 — A colocação por integração do trabalhador, 7 — O procedimento de recrutamento de traba-
nos termos do número anterior, efetua-se desde lhadores em situação de valorização profissional a
que: que se referem os n.ºs 1 e 2 é urgente e de inte-
resse público, não havendo lugar a audiência de
a) O novo posto de trabalho corresponda a uma
interessados.
categoria não inferior à detida pelo trabalhador;
8 — O recurso administrativo de qualquer ato
b) O novo posto de trabalho se situe no mesmo
praticado no decurso do procedimento não tem
concelho do órgão ou serviço de origem do traba-
efeito suspensivo.
lhador ou no concelho da sua residência.
9 — O disposto no presente artigo não se aplica
3 — A indicação de trabalhador pela entidade
aos cargos dirigentes.
gestora, em posto de trabalho que corresponda a
necessidades identificadas nos termos do artigo
Artigo 35.º
anterior, para órgão ou serviço, não pode ser
objeto de exclusão por parte do respetivo dirigente Transferências orçamentais
máximo.
1 — O órgão ou serviço de origem do trabalhador
colocado em situação de valorização profissional
Artigo 34.º
procede à transferência, para a entidade gestora,
Procedimento prévio do montante orçamentado para a remuneração do
mesmo trabalhador para o ano económico em que
1 — Nenhum dos órgãos ou serviços abrangidos
ocorra a colocação nessa situação.
pelo âmbito de aplicação fixado no artigo 2.º do
presente regime pode iniciar procedimento para a 2 — Com a integração do trabalhador em posto
contratação de prestação de serviço ou recrutar de trabalho, é transferido o montante remanes-
trabalhador, por tempo indeterminado ou a título cente para o serviço integrador.
transitório, sem prejuízo do regime da mobilidade,
que não se encontre integrado no mapa de pessoal CAPÍTULO V
para o qual se opera o recrutamento, antes de exe-
cutado procedimento prévio de recrutamento de Disposições finais
trabalhadores em situação de valorização profis-
sional, para as funções ou os postos de trabalho Artigo 36.º
em causa. Aplicação a trabalhadores em entidades pú-
2 — O procedimento prévio de recrutamento de blicas empresariais
trabalhadores em situação de valorização profis- 1 — No caso de reorganização de serviços
sional é fixado por portaria dos membros do Go- abrangidos pelo âmbito de aplicação estabelecido
verno responsáveis pelas áreas das finanças e da no presente regime, que implique a transferência
Administração Pública. de atribuições e competências para entidades pú-
3 — No âmbito do procedimento prévio de re- blicas empresariais, aplica-se o procedimento no
crutamento a que se referem os números anterio- caso de fusão ou de reestruturação de serviços
res, não pode haver lugar a exclusão de trabalha- com transferência de atribuições ou competências
dores indicados pela entidade gestora. para serviços diferentes, consoante o caso, de-
vendo aquelas entidades dispor de um mapa de
4 — O recrutamento de trabalhadores em situ- pessoal com postos de trabalho destinados aos tra-
ação de valorização profissional tem prioridade balhadores com vínculo de emprego público que
face ao recrutamento de trabalhadores em reserva lhes venham a ser reafetos nos termos daqueles
constituída no próprio órgão ou serviço e em re- procedimentos.
serva constituída por entidade centralizadora.
2 — Aos trabalhadores a que se refere o nú-
5 — A inexistência de trabalhadores em situa- mero anterior continua a ser aplicável o regime de-
ção de valorização profissional para os postos de corrente do vínculo de emprego público de que se-
trabalho em causa é comprovada pela entidade jam titulares à data da reafectação decorrente da
gestora, mediante emissão de declaração própria aplicação daquela disposição.
para o efeito.

______________________________________________________________________________
134
Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

______________________________________________________________________________

3 — Os trabalhadores a que se referem os nú-


meros anteriores podem optar pela celebração de
um contrato de trabalho com a entidade pública
empresarial em causa, com a correspondente de-
núncia do respetivo contrato de trabalho em fun-
ções públicas.
4 — O presente regime é ainda aplicável, com
as devidas adaptações, aos trabalhadores das en-
tidades públicas empresariais e das empresas pú-
blicas que sejam titulares de um vínculo de em-
prego público, com contrato de trabalho em fun-
ções públicas.
5 — Para efeitos do número anterior os encar-
gos com remunerações, indemnizações e outras
prestações que sejam legalmente previstas são su-
portadas pela entidade gestora da valorização pro-
fissional e reembolsados pela empresa pública de
origem do trabalhador.

______________________________________________________________________________
135
Lei n.º 25/2017, de 30 de maio

______________________________________________________________________________

Apontamentos:

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136
Lei n.º 70/2017, de 14 de agosto

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Lei n.º 70/2017


de 14 de agosto

Quinta alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à


Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, excluindo a Polícia Judiciária e o Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras do respetivo âmbito de aplicação.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
O artigo 2.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, e alterada pelas Leis n.ºs 84/2015, de 7 de agosto, 18/2016, de 20
de junho, 42/2016, de 28 de dezembro, e 25/2017, de 30 de maio, passa a ter a seguinte
redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 2.º
Norma transitória
Até à entrada em vigor da legislação especial prevista no artigo 2.º da Lei Geral do
Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na
redação dada pela presente lei, o pessoal da carreira de investigação criminal, da carreira de
segurança e o pessoal com funções de inspeção judiciária e de recolha de prova da Polícia
Judiciária e o pessoal da carreira de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras continuam a reger-se pelas disposições normativas e regulamentares que lhes se-
jam aplicáveis à data da entrada em vigor da presente lei.

Aprovada em 19 de julho de 2017.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 3 de agosto de 2017.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 7 de agosto de 2017.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
137
Lei n.º 70/2017, de 14 de agosto

_____________________________________________________________________

Apontamentos:

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138
Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto

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Lei n.º 73/2017


de 16 de agosto
com a Declaração de Retificação n.º 28/2017, de 2 de outubro
(Extrato)
Reforça o quadro legislativo para a prevenção da prática de assédio, procedendo à
décima segunda alteração ao Código do Trabalho, aprovado em anexo à Lei n.º
7/2009, de 12 de fevereiro, à sexta alteração à Lei Geral do Trabalho em Fun-
ções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, e à quinta
alteração ao Código de Processo do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
480/99, de 9 de novembro.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
A presente lei reforça o quadro legislativo para a prevenção da prática de assédio no
setor privado e na Administração Pública, procedendo à décima segunda alteração ao Código
do Trabalho, aprovado em anexo à Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, à sexta alteração à Lei
Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho,
e à quinta alteração ao Código de Processo do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 480/99,
de 9 de novembro.

Artigo 2.º
Alteração ao Código do Trabalho
Os artigos 29.º, 127.º, 283.º, 331.º, 349.º, 394.º e 563.º do Código do Trabalho, apro-
vado em anexo à Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, alterado pelas Leis n.ºs 105/2009, de 14
de setembro, 53/2011, de 14 de outubro, 23/2012, de 25 de junho, 47/2012, de 29 de agosto,
69/2013, de 30 de agosto, 27/2014, de 8 de maio, 55/2014, de 25 de agosto, 28/2015, de 14
de abril, 120/2015, de 1 de setembro, 8/2016, de 1 de abril, e 28/2016, de 23 de agosto,
passam a ter a seguinte redação:

[...]

Artigo 3.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
Os artigos 4.º e 71.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo
à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, alterada pelas Leis n.ºs 84/2015, de 7 de agosto, 18/2016,
de 20 de junho, 42/2016, de 28 de dezembro, 25/2017, de 30 de maio, e 70/2017, de 14 de
agosto, passam a ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 4.º
Informação e divulgação
1 — A Autoridade para as Condições do Trabalho e a Inspeção-Geral de Finanças dispo-
nibilizam endereços eletrónicos próprios para receção de queixas de assédio em contexto la-
boral, no setor privado e no setor público, respetivamente, e informação nos respetivos sítios

_____________________________________________________________________
139
Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto

_____________________________________________________________________

na Internet sobre identificação de práticas de assédio e sobre medidas de prevenção, de com-


bate e de reação a situações de assédio.
2 — A Inspeção-Geral de Finanças inclui no seu relatório anual os dados estatísticos
referentes à atividade desenvolvida ao abrigo da presente lei.

Artigo 5.º
Alteração ao Código de Processo do Trabalho
O artigo 66.º do Código de Processo do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 480/99,
de 9 de novembro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 323/2001, de 17 de dezembro, 38/2003,
de 8 de março, e 295/2009, de 13 de outubro, e pelas Leis n.ºs 63/2013, de 27 de agosto, e
55/2017, de 17 de julho, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 6.º
Regulamentação
O Governo define, em sede de regulamentação própria, os termos de aplicação da pre-
sente lei, na parte referente aos acidentes de trabalho e doenças profissionais, no prazo de
um mês a contar da data da sua publicação.

Artigo 7.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no primeiro dia do segundo mês seguinte ao da sua publi-
cação.

Aprovada em 19 de julho de 2017.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 3 de agosto de 2017.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 7 de agosto de 2017.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
140
Lei n.º 49/2018, de 14 de agosto

_____________________________________________________________________

Lei n.º 49/2018


de 14 de agosto
Cria o regime jurídico do maior acompanhado, eliminando os institutos da interdição
e da inabilitação, previstos no Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47
344, de 25 de novembro de 1966.

(Extrato)

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
1 — A presente lei cria o regime jurídico do maior acompanhado, eliminando os institutos
da interdição e da inabilitação e procedendo à alteração dos seguintes diplomas:
a) Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47 344, de 25 de novembro de 1966,
alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 67/75, de 19 de fevereiro, 201/75, de 15 de abril, 261/75,
de 27 de maio, 561/76, de 17 de julho, 605/76, de 24 de julho, 293/77, de 20 de julho,
496/77, de 25 de novembro, 200-C/80, de 24 de junho, 236/80, de 18 de julho, 328/81, de 4
de dezembro, 262/83, de 16 de junho, 225/84, de 6 de julho, e 190/85, de 24 de junho, pela
Lei n.º 46/85, de 20 de setembro, pelos Decretos-Leis n.ºs 381-B/85, de 28 de setembro, e
379/86, de 11 de novembro, pela Lei n.º 24/89, de 1 de agosto, pelos Decretos-Leis n.ºs 321-
B/90, de 15 de outubro, 257/91, de 18 de julho, 423/91, de 30 de outubro, 185/93, de 22 de
maio, 227/94, de 8 de setembro, 267/94, de 25 de outubro, e 163/95, de 13 de julho, pela
Lei n.º 84/95, de 31 de agosto, pelos Decretos-Leis n.ºs 329-A/95, de 12 de dezembro, 14/96,
de 6 de março, 68/96, de 31 de maio, 35/97, de 31 de janeiro, e 120/98, de 8 de maio, pelas
Leis n.ºs 21/98, de 12 de maio, e 47/98, de 10 de agosto, pelo Decreto-Lei n.º 343/98, de 6
de novembro, pelas Leis n.ºs 59/99, de 30 de junho, e 16/2001, de 22 de junho, pelos Decre-
tos-Leis n.ºs 272/2001, de 13 de outubro, 273/2001, de 13 de outubro, 323/2001, de 17 de
dezembro, e 38/2003, de 8 de março, pela Lei n.º 31/2003, de 22 de agosto, pelos Decretos-
Leis n.ºs 199/2003, de 10 de setembro, e 59/2004, de 19 de março, pela Lei n.º 6/2006, de
27 de fevereiro, pelo Decreto-Lei n.º 263-A/2007, de 23 de julho, pela Lei n.º 40/2007, de 24
de agosto, pelos Decretos-Leis n.ºs 324/2007, de 28 de setembro, e 116/2008, de 4 de julho,
pelas Leis n.ºs 61/2008, de 31 de outubro, e 14/2009, de 1 de abril, pelo Decreto-Lei n.º
100/2009, de 11 de maio, e pelas Leis n.ºs 29/2009, de 29 de junho, 103/2009, de 11 de
setembro, 9/2010, de 31 de maio, 23/2010, de 30 de agosto, 24/2012, de 9 de julho, 31/2012
e 32/2012, de 14 de agosto, 23/2013, de 5 de março, 79/2014, de 19 de dezembro, 82/2014,
de 30 de dezembro, 111/2015, de 27 de agosto, 122/2015, de 1 de setembro, 137/2015, de
7 de setembro, 143/2015, de 8 de setembro, e 150/2015, de 10 de setembro, 5/2017, de 2
de março, 8/2017, de 3 de março, 24/2017, de 24 de maio, 43/2017, de 14 de junho, e
48/2018, de 14 de agosto;
b) Código de Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho;
c) Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro, que define as competências, modo de orga-
nização e funcionamento do Conselho das Comunidades Portuguesas;
d) Código de Registo Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 131/95, de 6 de junho;
e) Lei n.º 7/2001, de 11 de maio, que adota medidas de proteção das uniões de facto;
f) Lei n.º 32/2006, de 26 de julho, Procriação Medicamente Assistida;
g) Lei n.º 25/2012, de 16 de julho, que regula as diretivas antecipadas de vontade,
designadamente sob a forma de testamento vital e a nomeação de procurador de cuidados de
saúde e cria o registo nacional de testamento vital;
h) Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro;
i) Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de
setembro;

_____________________________________________________________________
141
Lei n.º 49/2018, de 14 de agosto

_____________________________________________________________________

j) Código Comercial, aprovado pela Carta de Lei de 28 de junho de 1888;


k) Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro, que opera a transferência de compe-
tências relativas a um conjunto de processos especiais dos tribunais judiciais para o Ministério
Público e as conservatórias de registo civil;
l) Regulamento das Custas Processuais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26
de fevereiro;
m) Lei de Saúde Mental, aprovada pela Lei n.º 36/98, de 24 de julho;
n) Regime Legal de Concessão e Emissão de Passaportes, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
83/2000, de 11 de maio;
o) Lei da Investigação Clínica, aprovada pela Lei n.º 21/2014, de 16 de abril;
p) Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 66/2015,
de 29 de abril;
q) Regime Jurídico da Exploração e Prática das Apostas Desportivas à Cota de Base
Territorial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 67/2015, de 29 de abril;
r) Lei do Jogo, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 422/89, de 2 de dezembro;
s) Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014,
de 20 de junho.

Artigo 2.º
Alteração ao Código Civil
Os artigos 32.º, 85.º, 131.º, 138.º a 156.º, 320.º, 488.º, 705.º, 706.º, 1003.º, 1174.º,
1175.º, 1176.º, 1601.º, 1604.º, 1621.º, 1633.º, 1639.º, 1643.º, 1650.º, 1708.º, 1769.º,
1785.º, 1821.º, 1850.º, 1857.º, 1860.º, 1861.º, 1913.º, 1914.º, 1933.º, 1970.º, 2082.º,
2189.º, 2192.º, 2195.º e 2298.º do Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47 344, de 25
de novembro de 1966, passam a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 3.º
Alteração ao Código de Processo Civil
Os artigos 16.º, 19.º, 20.º, 27.º, 164.º, 453.º, 495. °, 891.º a 904.º, 948.º a 950.º,
1001.º, 1014.º e 1016.º do Código de Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 41/2013, de 26 de
junho, passam a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 4.º
Alteração à Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro
O artigo 5.º da Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro, que define as competências,
modo de organização e funcionamento do Conselho das Comunidades Portuguesas, alterada
pela Lei n.º 29/2015, de 16 de abril, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 5.º
Alteração ao Código de Registo Civil
Os artigos 1.º, 69.º, 70.º e 174.º do Código de Registo Civil, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 131/95, de 6 de junho, passam a ter a seguinte redação:
[...]

_____________________________________________________________________
142
Lei n.º 49/2018, de 14 de agosto

_____________________________________________________________________

Artigo 6.º
Alteração à Lei n.º 7/2001, de 11 de maio
O artigo 2.º da Lei n.º 7/2001, de 11 de maio, que adota medidas de proteção das
uniões de facto, alterada pelas Leis n.ºs 23/2010, de 30 de agosto, e 2/2016, de 29 de feve-
reiro, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 7.º
Alteração à Lei da Procriação Medicamente Assistida
O artigo 6.º da Lei n.º 32/2006, de 26 de julho, Procriação Medicamente Assistida, al-
terada pelas Leis n.ºs 59/2007, de 4 de setembro, 17/2016, de 20 de junho, 25/2016, de 22
de agosto, e 58/2017, de 25 de julho, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 8.º
Alteração à Lei n.º 25/2012, de 16 de julho
Os artigos 4.º e 14.º da Lei n.º 25/2012, de 16 de julho, que regula as diretivas anteci-
padas de vontade, designadamente sob a forma de testamento vital, e a nomeação de procu-
rador de cuidados de saúde e cria o Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV), passam
a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 9.º
Alteração ao Código de Processo Penal
O artigo 131.º do Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de
17 de fevereiro, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 10.º
Alteração ao Código das Sociedades Comerciais
Os artigos 186.º e 414.º-A do Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo De-
creto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, passam a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 11.º
Alteração ao Código Comercial
Os artigos 246.º e 349.º do Código Comercial, aprovado pela Carta de Lei de 28 de
junho de 1888, passam a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 12.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro
Os artigos 2.º, 3.º e 4.º do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro, que opera a
transferência de competência decisória em determinados processos de jurisdição voluntária
dos tribunais judiciais para o Ministério Público e as conservatórias do registo civil, alterado

_____________________________________________________________________
143
Lei n.º 49/2018, de 14 de agosto

_____________________________________________________________________

pelo Decreto-Lei n.º 324/2007, de 28 de setembro, pela Lei n.º 61/2008, de 31 de outubro, e
pela Lei n.º 122/2013, de 26 de agosto, passam a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 13.º
Alteração do Regulamento das Custas Processuais
O artigo 4.º do Regulamento das Custas Processuais, aprovado e publicado em anexo
ao Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 14.º
Alteração à Lei de Saúde Mental
Os artigos 5.º, 13.º e 46.º da Lei de Saúde Mental, aprovada pela Lei n.º 36/98, de 24
de julho, alterada pela Lei n.º 101/99, de 26 de julho, passam a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 15.º
Alteração ao Regime Legal de Concessão e Emissão de Passaportes
O artigo 26.º do Regime Legal de Concessão e Emissão de Passaportes, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 16.º
Alteração à Lei de Investigação Clínica
O artigo 8.º da Lei da Investigação Clínica, aprovada pela Lei n.º 21/2014, de 16 de
abril, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 17.º
Alteração ao Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online
O artigo 6.º do Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 66/2015, de 29 de abril, passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 18.º
Alteração ao regime jurídico da exploração e prática das apostas desportivas à cota
de base territorial
O artigo 4.º do regime jurídico da exploração e prática das apostas desportivas à cota
de base territorial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 67/2015, de 29 de abril, passa a ter a se-
guinte redação:

_____________________________________________________________________
144
Lei n.º 49/2018, de 14 de agosto

_____________________________________________________________________

[...]

Artigo 19.º
Alteração à Lei do Jogo
O artigo 36.º da Lei do Jogo, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 422/89, de 2 de dezembro,
passa a ter a seguinte redação:
[...]

Artigo 20.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
O artigo 215.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei
n.º 35/2014, de 20 de junho, passa a ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 21.º
Comunicação aos serviços da segurança social
O tribunal comunica aos competentes serviços da segurança social as decisões, provi-
sórias ou definitivas, que relevem para pagamento de prestações sociais.

Artigo 22.º
Alterações à sistemática do Código Civil e do Código de Processo Civil
1 — A Secção V do Capítulo I do Subtítulo I do Título II do Livro I do Código Civil passa
a ser intitulada «Menores e maiores acompanhados».
2 — A Subsecção III da Secção referida no número anterior passa a compreender os
artigos 138.º a 156.º e a ser intitulada «Maiores acompanhados».
3 — A Subsecção IV da Secção referida no n.º 1 é suprimida.
4 — O Título III do Livro V do Código de Processo Civil passa a ser intitulado «Do acom-
panhamento de maiores».

Artigo 23.º
Remissões
Todas as referências legais a incapacidades por interdição ou por inabilitação, que não
tenham sido expressamente alteradas pela presente lei, são havidas como remissões para o
regime do maior acompanhado, com as necessárias adaptações.

Artigo 24.º
Norma revogatória
São revogados:
a) O n.º 3 do artigo 1769.º e o n.º 3 do artigo 2192.º, ambos do Código Civil;
b) O n.º 3 do artigo 20.º, o artigo 905.º, e a alínea d) do artigo 948.º, todos do Código
de Processo Civil;
c) A alínea a) do n.º 2 do artigo 5.º da Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro.

Artigo 25.º
Entrada em vigor e produção de efeitos
1 — A presente lei entra em vigor 180 dias após a sua publicação.

_____________________________________________________________________
145
Lei n.º 49/2018, de 14 de agosto

_____________________________________________________________________

2 — A redação dada pela presente lei ao n.º 2 do artigo 893.º do Código de Processo
Civil produz efeitos a partir da data de disponibilização ao público do referido portal, a qual é
declarada por despacho do membro do Governo responsável pela área da justiça.

Artigo 26.º
Aplicação no tempo
1 — A presente lei tem aplicação imediata aos processos de interdição e de inabilitação
pendentes aquando da sua entrada em vigor.
2 — O juiz utiliza os poderes de gestão processual e de adequação formal para proceder
às adaptações necessárias nos processos pendentes.
3 — Aos atos dos requeridos aplica-se a lei vigente no momento da sua prática.
4 — Às interdições decretadas antes da entrada em vigor da presente lei aplica-se o
regime do maior acompanhado, sendo atribuídos ao acompanhante poderes gerais de repre-
sentação.
5 — O juiz pode autorizar a prática de atos pessoais, direta e livremente, mediante
requerimento justificado.
6 — Às inabilitações decretadas antes da entrada em vigor da presente lei aplica-se o
regime do maior acompanhado, cabendo ao acompanhante autorizar os atos antes submetidos
à aprovação do curador.
7 — Os tutores e curadores nomeados antes da entrada em vigor da presente lei passam
a acompanhantes, aplicando-se-lhes o regime adotado por esta lei.
8 — Os acompanhamentos resultantes dos n.ºs 4 a 6 são revistos a pedido do próprio,
do acompanhante ou do Ministério Público, à luz do regime atual.

Aprovada em 18 de julho de 2018.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 2 de agosto de 2018.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 6 de agosto de 2018.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
146
Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro

_____________________________________________________________________

Lei n.º 71/2018


de 31 de dezembro
Orçamento do Estado para 2019
(Extrato)

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea g) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 330.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
1 — O artigo 37.º da LTFP passa a ter a seguinte redação:

«Artigo 37.º
[...]
1—..........................................................

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

2 — É aditado o artigo 39.º-A à LTFP, com a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

3 — São revogados o artigo 39.º da LTFP e a Portaria n.º 213/2009, de 24 de fevereiro.

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 351.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor a 1 de janeiro de 2019.

Aprovada em 29 de novembro de 2018.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 21 de dezembro de 2018.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 21 de dezembro de 2018.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
147
Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro

_____________________________________________________________________

Apontamentos:

_____________________________________________________________________
148
Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro

_____________________________________________________________________

Decreto-Lei n.º 6/2019


de 14 de janeiro

Com a revogação, operada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, da norma constante do
artigo 12.º do Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas, aprovado
pela Lei n.º 58/2008, de 9 de setembro, a Administração Pública ficou impossibilitada de aplicar
sanção disciplinar a um trabalhador vinculado por um contrato de trabalho em funções públicas
a termo resolutivo, a partir do momento em que sobrevenha a extinção desse vínculo.
A situação assume relevância especial no âmbito da contratação para necessidades tran-
sitórias de trabalhadores, em que a um contrato que caduca se pode suceder um novo contrato
sem que seja possível a aplicação da sanção disciplinar pela infração praticada na vigência do
vínculo de emprego público anterior. É, pois, absolutamente necessária a previsão de que as
sanções disciplinares resultantes de infrações praticadas antes da extinção do vínculo sejam
executadas se e quando o trabalhador constituir um novo vínculo de emprego público.
A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas carece igualmente de alteração no sentido
de procurar acolher a recomendação da Assembleia da República, dirigida ao Governo através
da Resolução da Assembleia da República n.º 217/2016, de 10 de novembro, nos termos da
qual se pretende que seja equiparado o regime do setor público ao regime do setor privado,
em que é permitido, a quem pretender, continuar a trabalhar após completar os 70 anos de
idade.
A necessidade de transmissão de conhecimentos por parte de trabalhadores com a referida
idade, caso seja sua opção manter-se na vida profissional ativa, poderá traduzir-se num valor
acrescentado ao regular funcionamento dos serviços, fomentando igualmente um ambiente pro-
fissional de qualidade e harmonioso, promovendo a transferência da experiência profissional e
conhecimento entre trabalhadores de diferentes gerações, com o objetivo de fomentar a partilha
de boas práticas e de saber-fazer.
Neste sentido, foi inscrita no artigo 328.º da Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro, uma
autorização legislativa ao Governo para alterar a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,
aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual, com o seguinte
sentido e extensão: i) por um lado, alterar as normas relativas ao exercício do poder disciplinar
pelo empregador público, constantes dos artigos 76.º e 176.º, salvaguardando a não caducidade
dos processos disciplinares nos casos em que, após a cessação do vínculo de emprego público,
se verifique novo vínculo de emprego público para as mesmas funções a que o processo disci-
plinar diz respeito; ii) por outro lado, regular o processo de recrutamento, o provimento e as
condições de exercício de funções públicas por aposentados ou reformados, em casos excecio-
nais.
Este último aspeto, por sua vez, implica a necessidade de efetuar uma alteração cirúrgica
ao Estatuto da Aposentação, no sentido de permitir a cumulação entre a remuneração auferida
pelo exercício de funções públicas e o valor remanescente da pensão, quando esta seja mais
elevada. Trata-se de consagrar uma solução idêntica à que foi prevista no artigo 30.º da Lei do
Orçamento do Estado para 2018, quanto aos agentes de cooperação, eliminando assim um de-
sincentivo atualmente decorrente da lei quanto ao exercício de funções públicas por reformados
ou aposentados.
Foram observados os procedimentos de negociação coletiva decorrentes da Lei Geral do
Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação
atual.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pelo artigo 328.º da Lei n.º 114/2017, de 29
de dezembro, e nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:

_____________________________________________________________________
149
Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro

_____________________________________________________________________

Artigo 1.º
Objeto
O presente decreto-lei procede à alteração:
a) À Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual;
b) Ao Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de dezem-
bro, na sua redação atual;
c) À Lei n.º 11/2014, de 6 de março, na sua redação atual, que estabelece mecanismos
de convergência do regime de proteção social da função pública com o regime geral da segu-
rança social.

Artigo 2.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
Os artigos 76.º, 176.º, 291.º e 292.º da LTFP passam a ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Aditamento à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
É aditado à LTFP o artigo 294.º-A com a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 4.º
Alteração ao Estatuto da Aposentação
O artigo 79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9
de dezembro, na sua redação atual, passa a ter a seguinte redação:

«Artigo 79.º
Cumulação de pensão e remuneração
1 — No período que durar o exercício das funções públicas autorizadas, os aposentados,
reformados, reservistas fora de efetividade e equiparados auferem a remuneração que está
definida para as funções ou cargo que desempenham ou para o trabalho prestado, mantendo
o direito à respetiva pensão, quando esta seja superior, e no montante correspondente à di-
ferença entre aquela e esta.
2 — As condições de cumulação de remunerações referidas no número anterior são
reconhecidas no despacho de autorização previsto no n.º 1 do artigo anterior
3 — (Anterior n.º 2.)
4 — O início e o termo do exercício de funções públicas são obrigatoriamente comuni-
cados à Caixa Geral de Aposentações, I. P. (CGA, I. P.), pelos serviços, entidades ou empresas
a que se refere o n.º 1 do artigo anterior no prazo máximo de 10 dias a contar dos mesmos,
indicando igualmente o valor da remuneração a auferir, para que a CGA, I. P., possa suspender
a pensão ou efetuar o pagamento do montante correspondente à diferença entre a remunera-
ção e a pensão.
5 — São ainda obrigatoriamente comunicadas as alterações de remuneração no âmbito
do exercício das funções públicas.

_____________________________________________________________________
150
Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro

_____________________________________________________________________

6 — O incumprimento pontual do dever de comunicação estabelecido nos números an-


teriores constitui o dirigente máximo do serviço, entidade ou empresa, pessoal e solidaria-
mente responsável, juntamente com o aposentado, pelo reembolso à CGA, I. P., das impor-
tâncias que esta venha a abonar indevidamente em consequência daquela omissão.
7 — Em caso de realização de estudos, pareceres, projetos ou outros trabalhos especi-
alizados, de cariz meramente esporádico ou pontual, por aposentados, reformados, reservistas
fora de efetividade e equiparados, estes mantêm a respetiva pensão, recebendo ainda a pres-
tação única correspondente ao trabalho realizado.»

Artigo 5.º
Alteração à Lei n.º 11/2014, de 6 de março
O artigo 5.º da Lei n.º 11/2014, de 6 de março, passa a ter a seguinte redação:

«Artigo 5.º
[...]
1 — [...].
2 — No prazo de 10 dias, a contar da data de início de funções, os beneficiários a que
se refere o número anterior devem comunicar ao serviço processador da pensão aquele início
de funções e a remuneração a auferir.
3 — São ainda obrigatoriamente comunicadas as alterações de remuneração no âmbito
do exercício das funções públicas.
4 — Quando se verifiquem situações de exercício de funções nos termos do n.º 1, o
serviço processador da pensão suspende a pensão ou efetua o pagamento da pensão no mon-
tante correspondente à diferença entre a remuneração e a pensão.
5 — (Anterior n.º 4.)
6 — As entidades referidas no n.º 1, que paguem pensões, subvenções ou outras pres-
tações pecuniárias da mesma natureza, de base ou complementares, são obrigadas a comu-
nicar ao serviço processador de pensões, até ao dia 20 de cada mês, os montantes abonados
nesse mês por beneficiário.
7 — O incumprimento pontual do dever de comunicação previsto nos números anteriores
constitui o dirigente máximo da entidade pública pessoal e solidariamente responsável, junta-
mente com o beneficiário, pelo reembolso ao serviço processador da pensão, das importâncias
que este venha a abonar indevidamente em consequência daquela omissão.
8 — (Anterior n.º 7.)
9 — (Anterior n.º 8.)»

Artigo 6.º
Norma transitória
1 — Os trabalhadores em funções públicas que, na data da entrada em vigor do presente
decreto-lei, se encontrem a menos de seis meses de completar 70 anos de idade, podem
apresentar o requerimento previsto no n.º 1 do artigo 294.º-A da LTFP, na redação introduzida
pelo presente decreto-lei, até à data em que atinjam essa idade.
2 — Os reformados ou aposentados que, na data da entrada em vigor do presente de-
creto-lei, já tenham completado 70 anos de idade, podem apresentar o requerimento previsto
no n.º 1 do artigo 294.º-A da LTFP, na redação introduzida pelo presente decreto-lei, até 30
de junho de 2019.

_____________________________________________________________________
151
Decreto-Lei n.º 6/2019, de 14 de janeiro

_____________________________________________________________________

Artigo 7.º
Entrada em vigor e produção de efeitos
1 — O presente decreto-lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao da sua
publicação.
2 — As alterações introduzidas aos artigos 76.º e 176.º da Lei Geral do Trabalho em
Funções Públicas só são aplicáveis aos processos instaurados após a entrada em vigor do
presente decreto-lei.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 de dezembro de 2018. — António Luís
Santos da Costa — Mário José Gomes de Freitas Centeno — José António Fonseca Vieira da
Silva.

Promulgado em 4 de janeiro de 2019.


Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendado em 9 de janeiro de 2019.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
152
Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro

_____________________________________________________________________

Lei n.º 79/2019


de 2 de setembro

Estabelece as formas de aplicação do regime da segurança e saúde no trabalho pre-


visto no Código do Trabalho e legislação complementar, aos órgãos e serviços da
Administração Pública, alterando a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
A presente lei estabelece as formas de aplicação do regime da promoção da segurança
e saúde no trabalho previsto no Código do Trabalho e legislação complementar, incluindo a
respetiva responsabilidade contraordenacional, aos órgãos e serviços da Administração Pú-
blica, alterando a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à
Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
Artigo 2.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
O artigo 4.º da LTFP, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, passa a
ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Aditamento à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
São aditados à LTFP, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, os artigos
16.º-A a 16.º-G, com a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 4.º
Alteração sistemática
É aditado o título IV à parte I da LTFP, com a epígrafe «Segurança e saúde no trabalho»,
que inclui os artigos 16.º-A a 16.º-G.

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 5.º
Implementação de serviços de promoção da segurança e saúde no trabalho
Os empregadores públicos procedem à implementação de serviços de promoção de se-
gurança e saúde no trabalho, nos termos da presente lei e da Lei n.º 102/2009, de 10 de
setembro, até ao final de 2020.

Artigo 6.º
Norma revogatória
É revogado o n.º 3 do artigo 120.º da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro.

_____________________________________________________________________
153
Lei n.º 79/2019, de 2 de setembro

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Artigo 7.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao da sua publicação.

Aprovada em 19 de julho de 2019.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 9 de agosto de 2019.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 13 de agosto de 2019.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
154
Lei n.º 82/2019, de 2 de setembro

_____________________________________________________________________

Lei n.º 82/2019


de 2 de setembro
Estabelece a responsabilidade da entidade patronal pela formação obrigatória dos
trabalhadores em funções públicas e pela renovação dos títulos habilitantes indis-
pensáveis ao desempenho das suas funções, alterando a Lei Geral do Trabalho em
Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
A presente lei estabelece a obrigatoriedade dos empregadores públicos custearem as
despesas com formação profissional obrigatória e de renovação dos títulos profissionais, exi-
gidos por lei para o desempenho da atividade profissional dos trabalhadores, alterando a Lei
Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20
de junho.

Artigo 2.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
Os artigos 71.º e 72.º da LTFP, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho,
passam a ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor com o Orçamento do Estado subsequente à sua publicação.

Aprovada em 19 de julho de 2019.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 9 de agosto de 2019.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 13 de agosto de 2019.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
155
Lei n.º 82/2019, de 2 de setembro

_____________________________________________________________________

Apontamentos:

_____________________________________________________________________
156
Lei n.º 2/2020, de 31 de março

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Lei n.º 2/2020


de 31 de março
Orçamento do Estado para 2020
(Extrato)

Artigo 406.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
1 — O artigo 4.º da LTFP, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na
sua redação atual, passa a ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 430.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovada em 6 de fevereiro de 2020.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 23 de março de 2020.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 30 de março de 2020.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
157
Lei n.º 2/2020, de 31 de março

_____________________________________________________________________

Apontamentos:

_____________________________________________________________________
158
Decreto-Lei n.º 51/2022, de 26 de julho

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Decreto-Lei n.º 51/2022


de 26 de julho
O XXIII Governo Constitucional assumiu como desígnios a valorização, a capacitação e
o rejuvenescimento da Administração Pública, dando continuidade ao compromisso de robus-
tecimento da Administração Pública, constituindo a captação de talentos e a sua fixação na
Administração Pública, pedra basilar para que os serviços públicos sejam qualificados e capa-
zes de dar as respostas que os cidadãos e as empresas exigem, com celeridade, eficácia e
proximidade.
A atenção conferida aos salários mais baixos, com tradução na atualização da base re-
muneratória da Administração Pública, em que não só se fez corresponder o aumento da base
remuneratória da Administração Pública ao aumento da retribuição mínima mensal garantida,
mas também se repercutiu esse aumento nos montantes pecuniários aplicáveis aos níveis re-
muneratórios subsequentes da tabela remuneratória única, reiterando a opção pelo reforço da
dignidade dos salários e do progresso social, teve como consequência uma aproximação entre
os níveis remuneratórios da base da carreira de assistente operacional e da carreira de assis-
tente técnico, pelo que, sendo carreiras de grau de complexidade funcional distintas, cumpre
instituir mecanismos corretores da valorização de entrada na carreira e categoria de assistente
técnico, permitindo manter a justificada diferenciação no ingresso na carreira.
A aposta na valorização da carreira geral de técnico superior, enquanto elemento de
atratividade no sentido de oferecer um percurso profissional com futuro, deve fazer-se em
paralelo com a valorização das qualificações desta carreira, que tem um papel fulcral na am-
pliação da massa crítica da Administração Pública.
Nesse sentido, aumenta-se o valor pecuniário de ingresso na carreira de técnico superior,
de forma a tornar mais atrativa a opção pelo vínculo de emprego público.
Na opção por uma Administração Pública mais justa e constituída por profissionais mo-
tivados, tendo em vista garantir serviços públicos capacitados para dar respostas de qualidade
a todos os cidadãos, é necessário valorizar também os trabalhadores mais qualificados que já
integram a Administração Pública e torná-la igualmente mais atrativa para os titulares dos
diferentes graus académicos.
Assim, será promovida a valorização da posição remuneratória dos trabalhadores titu-
lares do grau de doutor, estimulando o reforço da qualificação e criando condições de maior
atratividade para a fixação de talentos.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, a Associação Na-
cional de Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias.
Foram observados os procedimentos de negociação coletiva decorrentes da Lei Geral do
Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação
atual.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
1 — O presente decreto-lei procede à determinação da posição remuneratória mínima
para o candidato à carreira geral de técnico superior com o grau de doutor, à fixação de regras
de reposicionamento para os trabalhadores que tenham concluído ou venham a concluir o
doutoramento, e à alteração dos níveis remuneratórios da carreira geral de técnico superior e
da categoria de assistente técnico da carreira geral de assistente técnico.
2 — Para os efeitos previstos no número anterior, o presente decreto-lei procede à alteração
da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014,
de 20 de junho, na sua redação atual.

_____________________________________________________________________
159
Decreto-Lei n.º 51/2022, de 26 de julho

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Artigo 2.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
O artigo 38.º da LTFP passa a ter a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Aditamento à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
É aditado à LTFP o artigo 39.º-B, com a seguinte redação:

(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 4.º
Alteração de níveis remuneratórios da carreira geral de técnico superior
Às 1.ª e 2.ª posições remuneratórias da carreira de técnico superior correspondem,
respetivamente, os níveis 12 e 16 da tabela remuneratória única.

Artigo 5.º
Alteração de níveis remuneratórios da categoria de assistente técnico da carreira
geral de assistente técnico
À 1.ª posição remuneratória da categoria de assistente técnico da carreira de assistente
técnico corresponde o nível 6 da tabela remuneratória única.

Artigo 6.º
Norma transitória
Com o reposicionamento resultante das alterações previstas nos artigos 4.º e 5.º do pre-
sente decreto-lei o trabalhador mantém os pontos e correspondentes menções qualitativas de
avaliação do desempenho para efeitos de futura alteração de posicionamento remuneratório.
Artigo 7.º
Produção de efeitos
O presente decreto-lei produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2022.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 14 de julho de 2022. — António Luís


Santos da Costa — Mariana Guimarães Vieira da Silva — Fernando Medina Maciel Almeida
Correia — Ana Maria Pereira Abrunhosa Trigueiros de Aragão.

Promulgado em 18 de julho de 2022.

Publique-se.

O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.

Referendado em 21 de julho de 2022.

O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

_____________________________________________________________________
160
Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

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Decreto-Lei n.º 84-F/2022


de 16 de dezembro
(Extrato)
O XXIII Governo Constitucional assumiu, no contexto do seu Programa do Governo, e
no que se refere à Administração Pública, o desígnio de assegurar serviços públicos de quali-
dade que contribuam para a redução das desigualdades e para a valorização e melhoria das
condições do exercício das funções públicas, promovendo o rejuvenescimento da Administra-
ção Pública, garantindo percursos profissionais com futuro, combatendo a política de baixos
salários e repondo a atualização anual dos salários.
O Governo executa assim um ambicioso programa de valorização da Administração Pú-
blica que corporiza no Estado enquanto entidade empregadora o desafio que o Governo lançou
ao setor privado de fazer convergir, até 2026, com a média europeia de 48,3 % o peso dos
salários no PIB, dando igualmente assim cumprimento ao Programa do Governo onde se ins-
crevem os compromissos de rever a Tabela Remuneratória Única (TRU), manter a regularidade
das atualizações anuais, valorizar salários e carreiras, promover a revisão das carreiras não
revistas e potenciar o acesso à carreira de técnico superior.
Com efeito, cumpre para 2023 aprofundar o caminho da valorização salarial global dos
trabalhadores, iniciado a partir de 2020 através do Decreto-Lei n.º 10-B/2020, de 20 de março,
com a atualização da base remuneratória e do valor das remunerações base mensais da Ad-
ministração Pública em 0,3 %, (com exceção dos salários mais baixos, sobre os quais incidiu
uma atualização de até €10), caminho que em 2021, e não obstante os enormes desafios
colocados a nível orçamental pela necessidade de respostas à pandemia da doença COVID-19,
o Decreto-Lei n.º 10/2021, de 1 de fevereiro, não deixou de prosseguir em sede de atualização
da Base Remuneratória da Administração Pública (BRAP) em linha com o aumento da Retri-
buição Mínima Mensal Garantida (RMMG) e da atualização dos montantes pecuniários dos ní-
veis 5, 6 e 7 da tabela remuneratória única; continuando-se esse percurso, já relativamente a
2022, através do Decreto-Lei n.º 109-A/2021, de 7 de dezembro, que permitiu manter não só
o alinhamento da BRAP com o aumento da RMMG, mas também ainda promover a atualização
de 0,9 % em todas as remunerações base mensais existentes na Administração Pública.
Considerando que no aprofundamento da valorização dos trabalhadores da Administra-
ção Pública, a componente salarial é um dos fatores mais relevantes, é implementada uma
valorização plurianual para a legislatura que aprofunda a estratégia de reforço dos recursos
humanos da Administração Pública e que acompanha o Acordo de Rendimentos celebrado em
sede de Concertação Social.
Já para 2023 prevê-se uma valorização salarial global dos trabalhadores da Administra-
ção Pública de 5,1 %, que engloba a atualização da BRAP para um valor majorado face à
evolução da RMMG; o aumento expressivo superior a 9 % do subsídio de refeição, valor trans-
versal a todas as carreiras e trabalhadores; totalizando um aumento salarial médio de 3,9 %,
que se reflete com maior incidência sobre os trabalhadores com menores rendimentos; a di-
ferenciação remuneratória da complexidade relativa das carreiras da Administração Pública.
O Governo garante, assim, a continuidade dos compromissos traçados no Programa do
Governo no que respeita ao reforço e valorização da Administração Pública e dos seus quadros
técnicos, bem como à melhoria da capacidade de resposta dos serviços públicos, procurando
garantir previsibilidade, justiça e equidade.
Para cumprimento dos compromissos traçados no referido programa no que respeita
aos desígnios de valorização, de capacitação e rejuvenescimento da Administração Pública foi
já revisto o procedimento concursal de recrutamento, através da Portaria n.º 233/2022, de 9
de setembro, implementando um conjunto de medidas que permitem tornar a atividade de
recrutamento mais eficiente, conferindo-lhe previsibilidade e garantindo maior celeridade.
Foram também já adotadas, através do Decreto-Lei n.º 51/2022, de 26 de julho, um
conjunto de medidas de valorização da posição remuneratória dos trabalhadores titulares do
grau de doutor, estimulando o reforço da qualificação e criando condições de maior atrativi-
dade para a fixação de talentos.

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161
Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

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Da mesma forma foi dado início à instituição de mecanismos corretores da justa dife-
renciação remuneratória relativamente a carreiras de graus de complexidade diferentes, com
o reforço na entrada na carreira e categoria de assistente técnico, e à valorização da carreira
geral de técnico superior, aumentando-se o valor pecuniário de ingresso na carreira de técnico
superior, de forma a tornar mais atrativa a opção pelo vínculo de emprego público.
É, pois, no desenvolvimento daquelas medidas, e no quadro do compromisso assumido
para o reforço dos salários, conferindo-lhes previsibilidade, e de revisão da TRU, num processo
faseado ao longo da legislatura, que se procede à valorização remuneratória da carreira de
técnico superior, alargando às demais posições da estrutura daquela carreira o impulso dado
pelo Decreto-Lei n.º 51/2022, de 26 de julho, às posições de ingresso.
Procede-se igualmente à valorização de posições remuneratórias das categorias de as-
sistente técnico e coordenador técnico da carreira de assistente técnico, garantindo a estabili-
zação da diferenciação remuneratória na base face a carreira de grau de complexidade inferior.
Assegura-se ainda a valorização da categoria de assistente operacional da carreira de
assistente operacional através da distinção da antiguidade dos trabalhadores nela integrados.
Também a esta carreira se devolve a perspetiva de desenvolvimento que a compressão
da BRAP, causada pelo aumento da RMMG, acarretava com a diminuição das posições remu-
neratórias das categorias já consumidas pela BRAP.
A amplitude das valorizações promovidas nas carreiras de regime geral, bem como as su-
cessivas alterações que, nomeadamente por via da BRAP, já haviam operado nos diferentes níveis
da TRU correspondentes às posições remuneratórias das categorias das carreiras gerais de técnico
superior, de assistente técnico e de assistente operacional, justificam a clarificação das estruturas
de carreira constantes do Decreto Regulamentar n.º 14/2008, de 31 de julho, reunindo num
mesmo diploma todas as alterações, o que é feito através do presente decreto-lei.
As valorizações remuneratórias a operar nas categorias de assistente técnico têm idên-
tica tradução nas categorias de carreiras especiais revistas, de grau de complexidade 2, tam-
bém elas comprimidas pela BRAP, pelo que se garante o paralelismo das soluções na categoria
de guarda da Guarda Nacional Republicana; na categoria de agente de polícia da Polícia de
Segurança Pública; na carreira de segurança da Polícia Judiciária; na carreira especial de fis-
calização; na carreira especial de técnico de emergência pré-hospitalar; bem como dos milita-
res dos quadros permanentes, em regime de contrato e voluntariado, e dos militares em ins-
trução básica dos três ramos das Forças Armadas, e ainda da carreira especial de tripulantes
de embarcações salva-vidas. Resulta ainda a alteração da estrutura remuneratória da catego-
ria de guarda da carreira de guarda prisional por equiparação à Polícia de Segurança Pública.
Paralelamente a estas alterações que resultam na valorização das carreiras, são promo-
vidas alterações à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada pela Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, que visam, em matéria de direito coletivo, uma maior agilização e
celeridade à publicitação dos atos que devam ser objeto de publicação no Diário da República,
promovendo a transferência dessa publicitação para o Boletim do Trabalho e Emprego (BTE),
à semelhança, aliás com a publicitação que é realizada no regime laboral comum relativamente
a publicitação dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho.
É ainda introduzida uma alteração à LTFP no sentido de acomodar solução que permita,
para efeitos de alteração do posicionamento remuneratório do trabalhador, a acumulação dos
pontos remanescentes obtidos em sede de avaliação do desempenho, no sentido de os fazer
relevar para efeitos de futura alteração.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, a Associação Na-
cional de Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias.
Foi promovida a audição das Associações de Militares das Forças Armadas e das Associ-
ações Profissionais dos Militares da Guarda Nacional Republicana.
Foram observados os procedimentos de negociação coletiva previstos na Lei n.º
14/2002, de 19 de fevereiro, na sua redação atual.
Foram observados os procedimentos de negociação coletiva decorrentes da Lei Geral do
Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação
atual.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pelo artigo 180.º da Lei n.º 12/2022, de 27
de junho, e nos termos da alínea a) do n.º 3 do artigo 347.º, da alínea f) do n.º 1 do artigo
350.º e do n.º 1 do artigo 354.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela
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Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

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Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual, e das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo
198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

a) Quarta alteração ao Decreto-Lei n.º


CAPÍTULO I
296/2009, de 14 de outubro, alterado pelo De-
Disposições gerais creto-Lei n.º 142/2015, de 31 de julho, pela Lei
n.º 2/2020, de 31 de março, e pelo Decreto-Lei
Artigo 1.º n.º 14/2020, de 7 de abril, que aprova o regime
remuneratório aplicável aos militares dos qua-
Objeto dros permanentes e em regime de contrato e de
1 — O presente decreto-lei aprova medidas de voluntariado dos três ramos das Forças Armadas;
valorização dos trabalhadores da Administração b) Quinta alteração ao Decreto-Lei n.º
Pública, através da: 298/2009, de 14 de outubro, alterado pelos De-
cretos-Leis n.ºs 46/2014, de 24 de março,
a) Alteração da base remuneratória e atuali- 113/2018, de 18 de dezembro, 7/2021, de 18 de
zação do valor das remunerações da Administra- janeiro, e 77-C/2021, de 14 de setembro, que
ção Pública; aprova o sistema remuneratório dos militares da
b) Alteração da estrutura remuneratória da Guarda Nacional Republicana;
carreira geral de técnico superior; c) Terceira alteração ao Decreto-Lei n.º
c) Alteração da estrutura remuneratória das 243/2015, de 19 de outubro, alterado pela Lei
categorias de assistente técnico e de coordena- n.º 114/2017, de 29 de dezembro, e pelo De-
dor técnico da carreira geral de assistente téc- creto-Lei n.º 77-C/2021, de 14 de setembro, que
nico, incluindo das posições complementares da aprova o estatuto profissional do pessoal com
categoria de assistente técnico; funções policiais da Polícia de Segurança Pública;
d) Alteração da estrutura remuneratória da d) Segunda alteração ao Decreto-Lei n.º
categoria de assistente operacional da carreira 19/2016, de 15 de abril, alterado pela Lei n.º
geral de assistente operacional; 114/2017, de 29 de dezembro, que procede à re-
e) Alteração das tabelas remuneratórias dos visão da carreira de técnico de ambulância de
militares dos quadros permanentes, em regime emergência do Instituto Nacional de Emergência
de contrato e em regime de voluntariado e dos Médica, I. P., e cria e define o regime da carreira
militares em instrução básica, dos três ramos das especial de técnico de emergência pré-hospitalar;
Forças Armadas; e) Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º
f) Alteração da estrutura remuneratória do 37/2016, de 12 de julho, que procede à revisão
posto de guarda da categoria de guarda, dos mi- das carreiras do pessoal de embarcações salva-
litares da Guarda Nacional Republicana; vidas do Instituto de Socorros a Náufragos e cria
g) Alteração da estrutura remuneratória da e define o regime da carreira especial de tripu-
categoria de agente da carreira de agente de po- lante de embarcações salva-vidas;
lícia, do pessoal com funções policiais da Polícia f) Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º
de Segurança Pública; 114/2019, de 20 de agosto, que estabelece o re-
h) Alteração da estrutura remuneratória da gime da carreira especial de fiscalização, extin-
carreira especial de técnico de emergência pré- guindo as carreiras de fiscal municipal, de fiscal
hospitalar; técnico de obras, de fiscal técnico de obras públi-
i) Alteração da estrutura remuneratória da cas e de todas as carreiras de fiscal técnico adje-
carreira especial de tripulante de embarcações tivadas;
salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos; g) Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º
j) Alteração da estrutura remuneratória das 138/2019, de 13 de setembro, que estabelece o
categorias de fiscal e fiscal coordenador, da car- estatuto profissional do pessoal da Polícia Judici-
reira especial de fiscalização, incluindo as posi- ária, bem como o regime das carreiras especiais
ções complementares da categoria de fiscal; de investigação criminal e de apoio à investiga-
k) Alteração da estrutura remuneratória da ção criminal.
carreira de segurança dos trabalhadores da Polí-
cia Judiciária. 3 — O presente decreto-lei procede ainda à
alteração da Lei Geral do Trabalho em Funções
2 — Para os efeitos previstos no número ante- Públicas (LTFP), aprovada pela Lei n.º 35/2014,
rior, o presente decreto-lei procede também à: de 20 de junho, na sua redação atual.

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Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

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CAPÍTULO II 5 — Sempre que, nos termos do regime apli-


cável, a remuneração base do trabalhador seja
Base remuneratória e atualização das re-
determinada em percentagem de um valor pa-
munerações da Administração Pública
drão ou de referência, a sua atualização é aquela
que resulta da atualização do referido valor pa-
Artigo 2.º drão ou de referência efetuada nos termos dos
Valor da base remuneratória na Adminis- números anteriores.
tração Pública
Artigo 5.º
O valor da base remuneratória da Administra-
ção Pública (BRAP) é fixado em € 761,58. Suplementos
Os suplementos remuneratórios que, nos ter-
Artigo 3.º mos da lei, tenham por referência a atualização
Revisão dos montantes pecuniários dos ní- salarial anual da função pública ou dos níveis da
veis remuneratórios TRU, são atualizados em 2 %.

O valor dos montantes pecuniários dos níveis Artigo 6.º


remuneratórios da Tabela Remuneratória Única
(TRU), aprovada pela Portaria n.º 1553-C/2008, Remuneração dos trabalhadores da Admi-
de 31 de dezembro, na sua redação atual, é re- nistração Pública
visto nos termos seguintes:
1 — Para efeitos do presente capítulo, a refe-
a) O valor do montante pecuniário do nível re- rência a «remuneração base» corresponde ao pe-
muneratório 5 é atualizado para o valor da BRAP; ríodo normal de trabalho e em regime de tempo
b) O valor do montante pecuniário dos níveis re- integral.
muneratórios 6, 7 e 8 da TRU é atualizado, respe- 2 — O disposto no presente capítulo é aplicá-
tivamente, para € 809,13, € 861,23 e € 899,77; vel aos trabalhadores da Administração Pública
c) O valor do montante pecuniário dos níveis re- com contrato de trabalho celebrado ao abrigo do
muneratórios 9 a 41 da TRU, inclusive, é atualizado Código do Trabalho que exercem funções nas en-
para o valor correspondente ao montante pecuniá- tidades a que se referem as alíneas a) e c) do n.º
rio do nível remuneratório seguinte, considerando, 1 do artigo 2.º da Lei Geral do Trabalho em Fun-
para o efeito, os montantes pecuniários resultantes ções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º
da atualização estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual.
109-A/2021, de 7 de dezembro; 3 — O disposto no presente capítulo é ainda
d) O valor dos montantes pecuniários dos ní- aplicável, com as necessárias adaptações, aos
veis remuneratórios acima do nível 41 da TRU é trabalhadores que exercem funções nas empre-
atualizado em 2 %. sas públicas do setor público empresarial, na ace-
ção do artigo 5.º do regime jurídico do setor pú-
Artigo 4.º blico empresarial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
133/2013, de 3 de outubro, na sua redação atual,
Atualização das remunerações base na Ad- que não sejam abrangidos por instrumentos de
ministração Pública regulamentação coletiva de trabalho em vigor.
1 — A remuneração base dos trabalhadores é
atualizada nos termos da revisão constante do Artigo 7.º
artigo anterior ou, em caso de falta de identidade Tabela Remuneratória Única
da respetiva remuneração com um nível remune-
ratório da TRU, de acordo com as regras cons- É publicada no anexo I ao presente decreto-
tantes dos números seguintes. lei e do qual faz parte integrante, a revisão dos
2 — A remuneração base mensal dos traba- montantes pecuniários dos níveis remuneratórios
lhadores que auferem uma remuneração até € da TRU.
709,47 é atualizada para o valor da BRAP.
3 — A remuneração base mensal dos traba-
lhadores que auferem uma remuneração entre €
709,48 e € 2612,03 é atualizada em € 52,11.
4 — A remuneração base mensal dos traba-
lhadores que auferem uma remuneração igual ou
superior a € 2612,04, é atualizada em 2 %.

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Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

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CAPÍTULO III em função da antiguidade detida, nos seguintes


termos:
Valorizações remuneratórias
a) Em 2023, subida de uma posição remune-
SECÇÃO I ratória para os trabalhadores que detenham 30
ou mais anos de serviço na categoria, a 31 de
Carreiras gerais dezembro de 2022;
b) Em 2024, subida de uma posição remune-
Artigo 8.º ratória para os trabalhadores que detenham 30
Carreiras gerais de técnico superior e de ou mais anos de serviço na categoria, a 31 de
assistente técnico dezembro de 2022;
c) Em 2025, subida de uma posição remune-
Os níveis remuneratórios correspondentes às ratória para os trabalhadores que detenham en-
posições remuneratórias da categoria de técnico tre 23 e 31 anos de serviço na categoria, a 31 de
superior da carreira geral de técnico superior e dezembro de 2024;
das categorias de assistente técnico e coordena- d) Em 2026, subida de uma posição remune-
dor técnico da carreira geral de assistente téc- ratória para os trabalhadores que detenham en-
nico, constam dos anexos II e III ao presente de- tre 15 e 23 anos de serviço na categoria e para
creto-lei e do qual fazem parte integrante. os trabalhadores que detenham entre 30 e 32
anos de serviço na categoria, a 31 de dezembro
Artigo 9.º de 2025.
Carreira geral de assistente operacional 2 — As alterações do posicionamento remu-
neratório a que se refere o número anterior re-
1 — As posições remuneratórias e níveis remu-
portam-se a 1 de janeiro de cada ano.
neratórios das categorias de encarregado geral
operacional, de encarregado operacional e de as-
sistente operacional, da carreira geral de assistente SECÇÃO II
operacional, constam do anexo IV ao presente de- Outras carreiras
creto-lei e do qual faz parte integrante.
2 — A categoria de assistente operacional in- Artigo 12.º
corpora na nova estrutura as posições remune-
ratórias complementares criadas pelo Decreto Alterações remuneratórias dos três ramos
Regulamentar n.º 14/2008, de 31 de julho. das Forças Armadas
1 — O anexo I a que se refere o n.º 1 do artigo
Artigo 10.º 7.º do Decreto-Lei n.º 296/2009, de 14 de outu-
Posições remuneratórias complementares bro, na sua redação atual, é alterado com a re-
das carreiras de assistente técnico e assis- dação constante do anexo VI ao presente de-
tente operacional creto-lei e do qual faz parte integrante.
2 — O anexo II a que se refere o n.º 2 do
Os níveis remuneratórios das posições remu- artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 296/2009, de 14 de
neratórias complementares das categorias de co- outubro, na sua redação atual, é alterado com a
ordenador técnico e de assistente técnico da car- redação constante do anexo VII ao presente de-
reira geral de assistente técnico e das categorias creto-lei do qual faz parte integrante.
de encarregado operacional geral e de encarre-
gado operacional da carreira geral de assistente Artigo 13.º
operacional constam do anexo V ao presente de-
creto-lei e do qual faz parte integrante. Alteração da estrutura remuneratória do
posto de guarda da categoria de guarda da
Artigo 11.º Guarda Nacional Republicana

Alteração do posicionamento remunerató- O anexo I a que se refere o n.º 1 do artigo


rio na categoria de assistente operacional 13.º do Decreto-Lei n.º 298/2009, de 14 de ou-
da carreira geral de assistente operacional tubro, na sua redação atual, é alterado com a re-
por antiguidade dação constante do anexo VIII ao presente de-
creto-lei e do qual faz integrante.
1 — A alteração do posicionamento remune-
ratório na categoria de assistente operacional da
carreira geral de assistente operacional ocorre

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165
Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

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Artigo 14.º 1 do artigo 96.º e o n.º 4 do artigo 101.º do De-


creto-Lei n.º 138/2019, de 13 de setembro, é al-
Alteração da estrutura remuneratória da
terado com a redação constante do anexo XIV ao
categoria de agente da carreira de agente
presente decreto-lei e do qual faz parte inte-
do pessoal com funções policiais da Polícia
grante.
de Segurança Pública
O anexo II a que se refere o n.º 1 do artigo CAPÍTULO IV
134.º e o n.º 1 do artigo 153.º do Decreto-Lei n.º
Alteração da Lei Geral do Trabalho em Fun-
243/2015, de 19 de outubro, na sua redação
ções Públicas
atual, é alterado com a redação constante do
anexo IX ao presente decreto-lei e do qual faz
integrante. Artigo 19.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Fun-
Artigo 15.º ções Públicas
Alteração da estrutura remuneratória da Os artigos 147.º, 156.º, 332.º, 336.º e 356.º
carreira especial de técnico de emergência da LTFP, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20
pré-hospitalar de junho, na sua redação atual, passam a ter a
seguinte redação:
O anexo II a que se refere o n.º 1 do artigo
12.º do Decreto-Lei n.º 19/2016, de 15 de abril, (As alterações encontram-se inseridas no local
na sua redação atual, é alterado com a redação próprio do diploma)
constante do anexo X ao presente decreto-lei e
do qual faz parte integrante. CAPÍTULO V

Artigo 16.º Disposições finais e transitórias

Alteração da estrutura remuneratória da Artigo 20.º


carreira especial de tripulante de embarca-
ções salva-vidas do Instituto de Socorros a Disposição de salvaguarda
Náufragos 1 — Com a aplicação do disposto no presente
O anexo II a que se refere o artigo 21.º do decreto-lei o trabalhador mantém os pontos e
Decreto-Lei n.º 37/2016, de 12 de julho, é alte- correspondentes menções qualitativas de avalia-
rado com a redação constante do anexo XI ao ção do desempenho para efeitos de futura alte-
presente decreto-lei e do qual faz parte inte- ração de posicionamento remuneratório.
grante. 2 — Aos trabalhadores inseridos nas carreiras
e categorias objeto de valorização que se encon-
Artigo 17.º trem posicionados em nível remuneratório auto-
Alteração da estrutura remuneratória da maticamente criado, não pode resultar, em ulte-
carreira especial de fiscalização rior alteração da posição remuneratória, uma po-
sição inferior àquela que lhe seria devida, por
1 — O anexo I a que se referem o n.º 6 do força da aplicação das regras do reposiciona-
artigo 2.º e o n.º 2 do artigo 17.º do Decreto-Lei mento remuneratório e do normal desenvolvi-
n.º 114/2019, de 20 de agosto, é alterado com a mento da carreira, vigentes à data de entrada em
redação constante do anexo XII ao presente de- vigor do presente diploma.
creto-lei e do qual faz integrante.
2 — O anexo II a que se refere o n.º 5 do Artigo 21.º
artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 114/2019, de 20
de agosto, é alterado com a redação constante Atualização do subsídio de refeição
do anexo XIII ao presente decreto-lei e do qual No ano de 2022, é fixada a data de 1 de ou-
faz integrante. tubro de 2022 como data de produção de efeitos
da atualização do valor do subsídio de refeição
Artigo 18.º nos termos definidos por portaria dos membros
Alteração da estrutura remuneratória da do Governo responsáveis pelas áreas da Admi-
carreira de segurança da Polícia Judiciária nistração Pública e das finanças.

O anexo III a que se referem o n.º 2 do artigo


67.º, o n.º 1 do artigo 68.º, o artigo 69.º, o n.º
___________________________________________________________________________
166
Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

___________________________________________________________________________

Artigo 22.º Artigo 24.º


Suplemento de condição militar Produção de efeitos
Para efeitos de aplicação do disposto no artigo 1 — O presente decreto-lei produz efeitos a
5.º, ao suplemento da condição militar previsto partir de 1 de janeiro de 2023.
no artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 328/99, de 18
2 — O artigo 21.º produz efeitos a 1 de outu-
de agosto, na sua redação atual, a percentagem
bro de 2022.
de 2 % incide sobre o valor da componente fixa
a que se refere o anexo V do n.º 3 do mesmo
artigo 7.º, com as atualizações ocorridas, man- Visto e aprovado em Conselho de Ministros de
tendo-se o regime de determinação da compo- 24 de novembro de 2022. — António Luís Santos
nente variável previsto no n.º 1 do artigo 2.º do da Costa — Mariana Guimarães Vieira da Silva —
Decreto-Lei n.º 50/2009, de 27 de fevereiro. Maria Helena Chaves Carreiras — Maria Isabel
Solnado Porto Oneto — Catarina Teresa Rola Sar-
mento e Castro — Fernando Medina Maciel Al-
Artigo 23.º
meida Correia — Manuel Francisco Pizarro de
Norma revogatória Sampaio e Castro — Ana Maria Pereira Abru-
nhosa Trigueiros de Aragão.
São revogados:
a) O Decreto-Lei n.º 109-A/2021, de 7 de de- Promulgado em 15 de dezembro de 2022.
zembro, sem prejuízo do disposto na alínea c) do
artigo 3.º do presente decreto-lei; Publique-se.
b) O Decreto Regulamentar n.º 14/2008, de
31 de julho. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa.

Referendado em 16 de dezembro de 2022.

O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da


Costa.

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167
Decreto-Lei n.º 84-F/2022, de 16 de dezembro

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Apontamentos:

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168
Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho

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Decreto-Lei n.º 53/2023


de 5 de julho
(Extrato)

A Agenda do Trabalho Digno, aprovada pela Lei n.º 13/2023, de 3 de abril, é uma reforma central
das relações laborais. Através de um conjunto de medidas ao serviço dos trabalhadores e das empresas,
com o objetivo de melhorar as condições de trabalho e a conciliação entre a vida pessoal, familiar e
profissional, assenta em quatro eixos principais: i) combater a precariedade; ii) valorizar os jovens no
mercado de trabalho; iii) promover melhor conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar, e iv)
dinamizar a negociação coletiva e a participação dos trabalhadores.
Impõe-se agora regulamentar este regime na sua dimensão de apoio social, procedendo-se a
alterações fundamentais à legislação laboral através do presente decreto-lei.
Neste contexto, é reforçada a proteção social dos jovens trabalhadores-estudantes e dos jovens
estudantes que trabalhem durante os períodos de férias escolares, permitindo acumular remunerações
anuais até € 10 640 (14 vezes a retribuição mínima mensal garantida) com o abono de família, bolsa
de estudo e pensões de sobrevivência.
No âmbito da proteção na parentalidade, é reforçada a partilha e o acompanhamento dos filhos
através do aumento do subsídio parental inicial e do subsídio parental alargado para 90 % e 40 % da
remuneração, respetivamente, quando exista uma partilha efetiva das responsabilidades parentais.
Bem assim, é implementada a flexibilização das licenças parentais, permitindo o gozo em regime
de tempo parcial após os primeiros 120 dias, promovendo a conciliação e o regresso ao trabalho, en-
quanto permite alargar o acompanhamento dos filhos durante o primeiro ano de vida. As alterações
promovidas garantem a aplicação destes direitos aos trabalhadores que adotem ou sejam famílias de
acolhimento.
Adicionalmente, é reforçada a proteção social no âmbito das eventualidades de doença, materni-
dade, paternidade e adoção e morte do regime geral de segurança social, bem como dos trabalhadores
que exercem funções públicas integrados no regime de proteção social convergente.
Finalmente, estende-se a permissão da justificação da doença por autodeclaração aos trabalha-
dores em funções públicas integrados no regime de proteção social convergente, e adaptam-se as regras
do subsídio de doença a este novo regime simplificado quanto aos demais trabalhadores.
As medidas em causa produzem efeitos desde o dia 1 de maio de 2023, data da entrada em vigor
da Agenda do Trabalho Digno.
É ainda assegurada a aplicação aos trabalhadores em funções públicas das matérias relativas às
condições de trabalho transparentes e previsíveis na União Europeia e à conciliação entre a vida profis-
sional e a vida familiar dos progenitores e cuidadores, transpondo-se a Diretiva (UE) 2019/1158 do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho de 2019.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, a Associação Nacional de
Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias.
Foram observados os procedimentos de negociação coletiva decorrentes da Lei Geral do Trabalho
em Funções Públicas, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pelo artigo 36.º da Lei n.º 13/2023, de 3 de abril, e
nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
O presente decreto-lei procede:
a) À nona alteração ao Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de outubro, na sua redação atual, que
define e regulamenta a proteção na eventualidade da morte dos beneficiários do regime geral de segu-
rança social;
b) À sexta alteração ao Decreto-Lei n.º 28/2004, de 4 de fevereiro, na sua redação atual, que
define o regime jurídico de proteção social na eventualidade doença no âmbito do sistema previdencial;

___________________________________________________________________________
169
Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho

___________________________________________________________________________

c) À quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 89/2009, de 9 de abril, na sua redação atual, que regu-
lamenta a proteção na parentalidade, no âmbito da eventualidade maternidade, paternidade e adoção,
dos trabalhadores que exercem funções públicas integrados no regime de proteção social convergente;
d) À sétima alteração ao Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril, na sua redação atual, que define
e regulamenta a proteção na parentalidade no âmbito da eventualidade maternidade, paternidade e
adoção do sistema previdencial e do subsistema de solidariedade;
e) À terceira alteração à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, alterada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31
de dezembro, e pela Lei n.º 25/2017, de 30 de maio;
f) À alteração da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), aprovada em anexo à Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual.

Artigo 2.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de outubro
O artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de outubro, na sua redação atual, passa a ter a
seguinte redação:
(Não se transcreve por não se inserir no âmbito da presente publicação)

Artigo 3.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 28/2004, de 4 de fevereiro
O artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 28/2004, de 4 de fevereiro, na sua redação atual, passa a ter a
seguinte redação:
(Não se transcreve por não se inserir no âmbito da presente publicação)

Artigo 4.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 89/2009, de 9 de abril
Os artigos 6.º, 11.º, 12.º, 14.º, 15.º, 16.º, 23.º, 24.º, 25.º, 28.º e 36.º do Decreto-Lei n.º
89/2009, de 9 de abril, na sua redação atual, passam a ter a seguinte redação:
(Não se transcreve por não se inserir no âmbito da presente publicação)

Artigo 5.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril
Os artigos 7.º, 12.º, 13.º, 15.º, 16.º, 17.º, 30.º, 32.º, 33.º, 34.º, 38.º, 41.º e 42.º do Decreto-
Lei n.º 91/2009, de 9 de abril, na sua redação atual, passam a ter a seguinte redação:
(Não se transcreve por não se inserir no âmbito da presente publicação)

Artigo 6.º
Alteração à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho
Os artigos 17.º e 18.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual, passa a ter a
seguinte redação:
(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 7.º
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
Os artigos 4.º, 16.º-A, 128.º e 138.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em
anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual, passam a ter a seguinte redação:
(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

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170
Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho

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Artigo 8.º
Norma revogatória
É revogado o n.º 3 do artigo 128.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada em
anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual.
(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 9.º
Republicação
É republicado, em anexo ao presente decreto-lei e do qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º
89/2009, de 9 de abril, com a redação introduzida pelo presente decreto-lei.

Artigo 10.º
Produção de efeitos
1 — O presente decreto-lei produz efeitos desde 1 de maio de 2023 e aplica-se às situações
jurídicas prestacionais em curso, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
2 — Nas situações jurídicas prestacionais em curso, quando haja lugar a alteração dos períodos
a gozar, para efeitos da aplicação do presente decreto-lei, devem os interessados declarar, no prazo de
30 dias após a sua entrada em vigor, os períodos a gozar.
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se os períodos de concessão dos
subsídios parental inicial, parental inicial exclusivo do pai e parental alargado atribuídos até à data da
entrada em vigor do presente decreto-lei.

Artigo 11.º
Entrada em vigor
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 4 de maio de 2023. — António Luís Santos da Costa
— Mariana Guimarães Vieira da Silva — Fernando Medina Maciel Almeida Correia — Ana Manuel Jerónimo
Lopes Correia Mendes Godinho.
Promulgado em 23 de junho de 2023.
Publique-se.

O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.


Referendado em 28 de junho de 2023.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

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171
Decreto-Lei n.º 53/2023, de 5 de julho

___________________________________________________________________________

Apontamentos:

___________________________________________________________________________
172
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

ÍNDICE

trabalhador ____________________________________ 70
A Alteração do acordo antes da decisão sobre
o depósito ____________________________________ 106
Aceitação da nomeação ____________________________ 30 Alteração do posicionamento remuneratório ___________ 59
Acordo coletivo de trabalho ________________________ 104 Alteração do posicionamento remuneratório na
Acordo de adesão ________________________________ 108 categoria de assistente operacional da carreira
Acordo de cessação do vínculo de emprego público ______ 86 geral de assistente operacional por antiguidade ______ 165
Acordo de pré-reforma _____________________________ 83 Alteração do posicionamento remuneratório
Acordo decorrente da negociação ___________________ 103 por opção gestionária ____________________________ 60
Acordos de limitação da liberdade de trabalho __________ 38 Alterações remuneratórias dos três ramos das
Acumulação com funções ou atividades privadas ________ 21 Forças Armadas ________________________________ 165
Acumulação com outras funções públicas ______________ 21 Âmbito de aplicação________________________________ 15
Adaptabilidade ___________________________________ 46 Âmbito de aplicação da decisão arbitral _______________ 113
Adesão a acordos coletivos de trabalho e a Âmbito de aplicação subjetivo dos acordos coletivos
decisões arbitrais ______________________________ 108 de trabalho _____________________________________ 5
Aditamento à Lei Geral do Trabalho em Âmbito pessoal de aplicação ________________________ 106
Funções Públicas ______________________________ 123 Âmbito temporal de aplicação_______________________ 107
Admissibilidade da arbitragem ______________________ 108 Anúncios e editais _________________________________ 76
Admissibilidade da mediação _______________________ 111 Apensação de processos ____________________________ 70
Admissibilidade e regime da conciliação ______________ 110 Aplicação a trabalhadores em entidades
Adoção das modalidades de horário __________________ 47 públicas empresariais ___________________________ 134
Afetação _______________________________________ 130 Aplicação aos trabalhadores nomeados ________________ 46
Alteração à Lei Geral do Trabalho em Funções Aplicação de instrumento de regulamentação coletiva de
Públicas______________________________________ 123 trabalho ______________________________________ 104
Alteração à Lei n.º 35/2014 ________________________ 123 Aplicação do Código do Trabalho _____________________ 45
Alteração da estrutura remuneratória da Aplicação do método de avaliação de
carreira de segurança da Polícia Judiciária __________ 166 competências profissionais _______________________ 129
Alteração da estrutura remuneratória da Aplicação do método de avaliação do desempenho _____ 128
carreira especial de fiscalização __________________ 166 Aplicação no tempo _________________________________ 4
Alteração da estrutura remuneratória da Aplicação no tempo da Lei n.º 49/2018 _______________ 146
carreira especial de técnico de emergência Apoio técnico ____________________________________ 105
pré-hospitalar _________________________________ 166 Aprovação ________________________________________ 3
Alteração da estrutura remuneratória da carreira Arbitragem __________________________________ 108, 111
especial de tripulante de embarcações Arbitragem dos serviços mínimos ____________________ 113
salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos _____ 166 Arbitragem necessária _____________________________ 109
Alteração da estrutura remuneratória da categoria Arbitragem voluntária _____________________________ 109
de agente da carreira de agente do pessoal Articulação de acordos coletivos ______________________ 18
com funções policiais da Polícia de Segurança Associações sindicais _______________________________ 96
Pública ______________________________________ 166 Atividade sindical __________________________________ 97
Alteração da estrutura remuneratória do posto Atividade sindical no órgão ou serviço _________________ 97
de guarda da categoria de guarda da Guarda Atividade, local de trabalho e carreiras _________________ 39
Nacional Republicana ___________________________ 165 Atos Eleitorais____________________________________ 100
Alteração da situação jurídico-funcional do Atribuição de funções e desenvolvimento da carreira _____ 39

______________________________________________________________________________
173
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Atualização das remunerações base na de efetivos _____________________________________ 90


Administração Pública __________________________ 164 Cessação do vínculo por mútuo acordo _______________ 133
Atualização do subsídio de refeição __________________ 166 Circunstâncias agravantes especiais da
Autorização para acumulação de funções ______________ 22 responsabilidade disciplinar _______________________ 68
Avaliação do desempenho __________________________ 41 Circunstâncias dirimentes e atenuantes da
Avaliação do desempenho e tempo de serviço responsabilidade disciplinar _______________________ 68
em situação de mobilidade _______________________ 45 Colocação de trabalhadores por iniciativa
Avaliação do trabalhador durante o período da entidade gestora ____________________________ 133
experimental __________________________________ 31 Colocação dos trabalhadores em situação
Aviso prévio de greve _____________________________ 112 de valorização profissional _______________________ 129
Comissão de serviço ________________________________ 17
Comissão paritária ________________________________ 106
B Comissões de trabalhadores _________________________ 92
Compensação em caso de cessação de
Bases do regime e âmbito __________________________ 16 contrato de trabalho em funções públicas ____________ 5
Compensação pela extinção por acordo ________________ 87
Compensações e descontos __________________________ 63
C Competência para a instauração do procedimento
disciplinar _____________________________________ 69
Caducidade do contrato de trabalho em Competência para aplicação das sanções
funções públicas a termo certo ____________________ 85 disciplinares ____________________________________ 69
Caducidade do contrato de trabalho em funções Competência para declarar a greve___________________ 112
públicas a termo incerto _________________________ 85 Componentes da remuneração _______________________ 57
Caducidade do vínculo de emprego público ____________ 85 Cômputo do prazo de faltas por doença ________________ 10
Cálculo do valor da remuneração horária e diária ________ 58 Comunicação aos serviços da segurança social _________ 145
Cancelamento do registo ___________________________ 95 Comunicação do resultado da verificação ______________ 56
Caracterização das carreiras gerais __________________ 115 Comunicações ao membro do Governo
Caracterização das sanções disciplinares _______________ 66 responsável pela área da Administração Pública _______ 96
Carreira contributiva ________________________________ 6 Comunicações e taxas ______________________________ 56
Carreira geral de assistente operacional ______________ 165 Conceito _________________________________________ 19
Carreiras gerais de técnico superior e de Conceito de remuneração base _______________________ 57
assistente técnico ______________________________ 165 Concessão e recusa da licença ________________________ 81
Carreiras gerais e especiais __________________________ 39 Conciliação, mediação e arbitragem __________________ 110
Carreiras unicategoriais e pluricategoriais ______________ 40 Condições da atribuição dos prémios de desempenho ____ 62
Casos especiais de cedência de interesse público ________ 80 Condições da isenção de horário de trabalho ____________ 49
Causas de extinção comuns _________________________ 85 Condições de atribuição dos suplementos
Causas específicas de invalidade do vínculo remuneratórios _________________________________ 60
de emprego público _____________________________ 32 Confiança do processo ______________________________ 74
Cedência de interesse público _______________________ 79 Conflitos coletivos de trabalho ______________________ 110
Cedência de interesse público para empregador Consolidação da mobilidade intercarreiras
público _______________________________________ 80 ou intercategorias _______________________________ 44
Celebração de contratos de prestação de serviço ________ 25 Consolidação da mobilidade na categoria ______________ 43
Celebração e conteúdo ____________________________ 105 Constituição de advogado ___________________________ 70
Cessação da comissão de serviço _____________________ 67 Constituição do colégio arbitral ______________________ 113
Cessação da situação de valorização profissional _______ 133 Constituição do tribunal arbitral _____________________ 109
Cessação do acordo coletivo de trabalho _____________ 108 Constituição e extinção da comissão de trabalhadores ____ 94
Cessação do contrato de trabalho em funções Constituição e organização das associações _____________ 96
públicas na sequência de processo de Contacto em período de férias _______________________ 54
reorganização de serviços e racionalização

______________________________________________________________________________
174
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Contagem do período experimental __________________ 32 Despacho liminar __________________________________ 71


Contagem dos prazos _______________________________ 3 Despedimento disciplinar ou demissão_________________ 67
Conteúdo de instrumento de regulamentação Destino do produto das coimas _______________________ 20
coletiva de trabalho ____________________________ 103 Determinação do posicionamento remuneratório ________ 28
Conteúdo do acordo coletivo de trabalho _____________ 105 Determinação temporal da filiação ___________________ 107
Conteúdo do direito a informação ____________________ 93 Deveres do empregador público ______________________ 36
Conteúdo do vínculo de emprego público ______________ 35 Deveres do trabalhador _____________________________ 37
Conteúdo funcional ________________________________ 39 Deveres dos trabalhadores em valorização
Continuidade do exercício de funções públicas __________ 18 profissional ___________________________________ 131
Contrato de trabalho em funções públicas __________ 17, 33 Deveres gerais do empregador público e do
Contratos a termo __________________________________ 4 trabalhador ____________________________________ 35
Contratos a termo irregulares _______________________ 34 Direito a férias ____________________________________ 52
Contratos sucessivos _______________________________ 34 Direito à greve ___________________________________ 112
Controlo de gestão do empregador público ____________ 94 Direito à remuneração ______________________________ 57
Controlo de legalidade da constituição e dos Direito coletivo ____________________________________ 90
estatutos das comissões _________________________ 95 Direito de associação sindical ________________________ 96
Convalidação _____________________________________ 32 Direito de negociação coletiva ______________________ 101
Crédito de horas de delegado sindical _________________ 98 Direito de participação na elaboração da
Crédito de horas de membros das comissões ___________ 92 legislação do trabalho ____________________________ 19
Crédito de horas dos membros da direção de Direitos da comissão e subcomissão de trabalhadores ____ 93
associação sindical ______________________________ 98 Direitos das associações sindicais _____________________ 96
Crédito de horas dos representantes dos Direitos das comissões de trabalhadores _______________ 93
trabalhadores __________________________________ 91 Direitos do trabalhador _____________________________ 83
Cumprimento ____________________________________ 63 Direitos dos trabalhadores em valorização
profissional ___________________________________ 130
Direitos e deveres do empregador público e do
D trabalhador decorrentes da extinção do vínculo _______ 84
Direitos, deveres e garantias do trabalhador
Decisão _________________________________________ 74 e do empregador público _________________________ 35
Decisão final do tribunal arbitral ____________________ 114 Dispensa do acordo do órgão ou serviço de
Decisão sobre o requerimento _______________________ 78 origem para a mobilidade _________________________ 42
Decreto-Lei n.º 51/2022 ___________________________ 159 Dispensa do acordo do trabalhador para a mobilidade ____ 42
Decreto-Lei n.º 53/2023 ___________________________ 169 Disposição de salvaguarda __________________________ 166
Decreto-Lei n.º 6/2019 ____________________________ 149 Disposição geral ___________________________________ 19
Decreto-Lei n.º 84-F/2022 _________________________ 161 Disposição transitória ______________________________ 13
Definição de horário de trabalho e períodos de Disposições gerais sobre comissões de trabalhadores _____ 92
funcionamento e de atendimento _________________ 46 Do funcionamento da arbitragem ____________________ 114
Definição de serviços a assegurar durante a greve ______ 113 Doença no período de férias _________________________ 53
Delimitação do empregador público __________________ 23 Doença ocorrida no estrangeiro _______________________ 7
Denúncia _______________________________________ 107 Duração da mobilidade _____________________________ 43
Denúncia do contrato de trabalho em funções Duração do contrato a termo ________________________ 34
públicas ______________________________________ 89 Duração do descanso semanal obrigatório ______________ 52
Denúncia pelo trabalhador __________________________ 31 Duração do período experimental_____________________ 31
Descanso diário ___________________________________ 51
Descontos _______________________________________ 63
Descontos facultativos _____________________________ 63 E
Descontos obrigatórios _____________________________ 63
Designação de árbitros ____________________________ 113 Efeitos da aceitação ________________________________ 30

______________________________________________________________________________
175
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Efeitos da avaliação do desempenho __________________ 41 Exercício de funções públicas por trabalhador


Efeitos da decisão arbitral _________________________ 108 reformado ou aposentado por idade de 70 anos ______ 85
Efeitos da invalidade _______________________________ 32 Exercício de outra atividade durante as férias ___________ 53
Efeitos da pronúncia e da condenação em processo Exercício do direito de participação ___________________ 19
penal _________________________________________ 65 Exercício do poder disciplinar ________________________ 64
Efeitos da redução e da suspensão ___________________ 81 Exigência de nível habilitacional ______________________ 26
Efeitos da revisão procedente _______________________ 78 Exoneração a pedido do trabalhador __________________ 89
Efeitos da sucessão nas atribuições __________________ 107 Extensão ________________________________________ 100
Efeitos da suspensão do contrato por Extinção da situação de pré-reforma __________________ 84
impedimento prolongado ________________________ 53 Extinção do vínculo ________________________________ 84
Efeitos das sanções disciplinares _____________________ 66 Extinção judicial ___________________________________ 95
Eficácia do resultado da verificação da situação Extinção pelo trabalhador com aviso prévio _____________ 89
de doença _____________________________________ 56 Extinção pelo trabalhador com justa causa _____________ 89
Empregador público _______________________________ 23 Extinção por motivos disciplinares ____________________ 87
Encargos do processo _____________________________ 110
Enquadramento dos trabalhadores em
valorização profissional _________________________ 130 F
Entidade gestora da valorização profissional ___________ 126
Entrada em vigor da Lei n.º 18/2016 _________________ 120 Factos determinantes ______________________________ 81
Entrada em vigor da Lei n.º 2/2020 __________________ 157 Factos que determinam a redução ou a suspensão _______ 81
Entrada em vigor da Lei n.º 25/2017 _________________ 125 Falta de cumprimento dos prazos de aviso prévio ________ 89
Entrada em vigor da Lei n.º 35/2014 __________________ 13 Falta de elementos médicos e colaboração de
Entrada em vigor da Lei n.º 42/2016 _________________ 121 médicos especialistas _____________________________ 9
Entrada em vigor da Lei n.º 71/2018 _________________ 147 Faltas _____________________________________ 54, 91, 99
Entrada em vigor da Lei n.º 73/2017 _________________ 140 Faltas para reabilitação profissional ___________________ 11
Entrada em vigor da Lei n.º 79/2019 _________________ 154 Faltas por conta do período de férias __________________ 55
Entrada em vigor da Lei n.º 82/2019 _________________ 155 Faltas por doença ___________________________________ 5
Entrada em vigor da Lei n.º 84/2015 _________________ 117 Faltas por doença e justificação da doença _____________ 55
Entrada em vigor do Decreto-Lei n. 53/2023 ___________ 171 Faltas por doença prolongada ________________________ 11
Entrada em vigor e produção de efeitos da Fase da decisão ___________________________________ 74
Lei n.º 49/2018 ________________________________ 145 Fase de defesa do trabalhador _______________________ 73
Entrada em vigor e produção de efeitos do Fase de instrução do processo________________________ 71
Decreto-Lei n.º 6/2019 _________________________ 152 Feriados _________________________________________ 62
Enumeração dos descontos _________________________ 63 Férias ___________________________________________ 52
Enumeração e caracterização das carreiras gerais _______ 40 Fim do prazo de faltas por doença ____________________ 10
Escala das sanções disciplinares ______________________ 65 Fim do prazo de faltas por doença do pessoal
Estipulação de prazo inferior a seis meses ______________ 34 contratado a termo resolutivo _____________________ 10
Estruturas de representação coletiva dos Finalidade e conteúdo do controlo de gestão____________ 94
trabalhadores __________________________________ 90 Fixação da remuneração base ________________________ 57
Exame do processo e apresentação da defesa __________ 73 Fixação de critérios gerais e abstratos de
Exclusão da responsabilidade disciplinar _______________ 64 identificação do universo de trabalhadores __________ 127
Exclusão do âmbito de aplicação _____________________ 15 Fontes e participação na legislação do trabalho __________ 18
Exercício das competências inerentes à qualidade Fontes específicas do contrato de trabalho em
de empregador público __________________________ 23 funções públicas ________________________________ 18
Exercício de funções afins ___________________________ 39 Forma da nomeação _______________________________ 30
Exercício de funções públicas por beneficiários Forma de operar a mobilidade _______________________ 42
de pensões de reforma pagas pela segurança Forma do acordo coletivo de trabalho ________________ 105
social ou por outras entidades gestoras de fundos _____ 3 Forma do contrato de trabalho em funções públicas ______ 29

______________________________________________________________________________
176
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Forma do cumprimento ____________________________ 63 Indemnização devida ao trabalhador __________________ 90


Forma dos atos processuais e atos oficiosos ____________ 70 Indemnização em substituição da reconstituição
Forma, período experimental e invalidades ____________ 29 da situação ____________________________________ 88
Formação após reinício de funções __________________ 131 Informação ao serviço de segurança e saúde
Formalidades dos atos Eleitorais ____________________ 100 no trabalho ____________________________________ 19
Formas de extinção do vínculo de emprego público ______ 84 Informação e consulta ______________________________ 93
Formas de processo _______________________________ 69 Informação e consulta de delegado sindical _____________ 97
Funcionamento da mediação _______________________ 111 Informação sobre política salarial ____________________ 103
Funções desempenhadas ___________________________ 39 Informações ______________________________________ 34
Fundamento do despedimento ou demissão por Informações confidenciais ___________________________ 92
motivo disciplinar _______________________________ 87 Infração disciplinar _________________________________ 66
Fundamentos para a celebração de contrato de Infrações a que são aplicáveis as sanções
trabalho em funções públicas a termo resolutivo _____ 33 disciplinares ____________________________________ 66
Fusão de serviços _________________________________ 95 Início de produção de efeitos das sanções
disciplinares ____________________________________ 75
Início do procedimento ____________________________ 127
G Início e termo da instrução __________________________ 71
Inquérito e sindicância ______________________________ 76
Garantias de imparcialidade _________________________ 21 Instrução do processo ______________________________ 72
Garantias do trabalhador ___________________________ 36 Instrumentos de regulamentação coletiva de
Garantias dos créditos remuneratórios ________________ 63 trabalho ______________________________________ 103
Gestão dos trabalhadores em valorização profissional ___ 133 Insuscetibilidade de cessão dos créditos laborais _________ 64
Grau académico ou título profissional _________________ 21 Integração na secretaria-geral do ministério de
Graus de complexidade funcional ____________________ 40 origem _______________________________________ 132
Greve e proibição do lock-out ______________________ 112 Interrupção das faltas por doença ______________________ 9
Intervalo de descanso ______________________________ 46
Intervenção da junta médica __________________________ 8
H Invalidade do despedimento ou da demissão____________ 88
Invalidade do vínculo de emprego público ______________ 32
Horário de trabalho________________________________ 46 Invalidade e cessação do vínculo ______________________ 32
Horário desfasado _________________________________ 48 Isenção de horário de trabalho ____________________ 49, 62
Horário flexível ___________________________________ 47
Horário rígido ____________________________________ 47
J
I Jornada contínua __________________________________ 48
Junta médica _____________________________________ 10
Identificação das necessidades dos serviços ___________ 133 Junta médica de recurso ____________________________ 11
Igualdade de tratamento ___________________________ 35 Jurisdição competente ______________________________ 18
Impedimento e suspeição __________________________ 114 Justa causa de extinção do vínculo de emprego
Impossibilidade de comparência ao exame médico ______ 56 público ________________________________________ 89
Impugnação da declaração de extinção do vínculo _______ 90 Justificação da doença _______________________________ 6
Impugnação judicial do despedimento ou demissão______ 88
Impugnações _____________________________________ 75
Incapacidade física ou mental _______________________ 73 L
Incidência subjetiva dos acordos coletivos de
trabalho _____________________________________ 106 Legislação complementar ___________________________ 17
Incompatibilidade com outras funções ________________ 21 Legitimidade _____________________________________ 101
Incompatibilidades e impedimentos __________________ 21 Legitimidade e representação _______________________ 105

______________________________________________________________________________
177
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas _____________ 15 de trabalho ____________________________________ 49


Lei n.º 18/2016 __________________________________ 119 Modalidades especiais ______________________________ 33
Lei n.º 2/2020 ___________________________________ 157 Modos de resolução dos conflitos coletivos ____________ 110
Lei n.º 25/2017 __________________________________ 123 Multa ___________________________________________ 66
Lei n.º 42/2016 __________________________________ 121
Lei n.º 49/2018 __________________________________ 141
Lei n.º 70/2017 __________________________________ 137 N
Lei n.º 71/2018 __________________________________ 147
Lei n.º 73/2017 __________________________________ 139 Não sujeição a horário de trabalho ____________________ 50
Lei n.º 79/2019 __________________________________ 153 Natureza secreta do processo ________________________ 70
Lei n.º 82/2019 __________________________________ 155 Negociação coletiva _______________________________ 101
Lei n.º 84/2015 __________________________________ 117 Negociação coletiva sobre o estatuto dos
Licença sem remuneração para acompanhamento trabalhadores em funções públicas ________________ 102
do cônjuge colocado no estrangeiro ________________ 82 Negociação coletiva suplementar ____________________ 103
Licença sem remuneração para exercício de Negociações diretas _______________________________ 104
funções em organismos internacionais ______________ 83 Noção de falta ____________________________________ 54
Licenças _________________________________________ 81 Noção e modalidades _______________________________ 17
Licenças extraordinárias ___________________________ 124 Nomeação do instrutor _____________________________ 71
Limite de faltas ____________________________________ 8 Norma revogatória _________________________________ 12
Limites ao controlo de gestão _______________________ 94 Norma revogatória da Lei n.º 25/2017 ________________ 125
Limites da duração do trabalho suplementar ___________ 50 Norma revogatória da Lei n.º 49/2018 ________________ 145
Limites máximos dos períodos normais de trabalho ______ 46 Norma revogatória do Decreto-Lei n.º 53/2023 _________ 171
Limites remuneratórios ____________________________ 61 Norma revogatória do Decreto-Lei n.º 84-F/2022 _______ 167
Listas de árbitros _________________________________ 109 Norma transitória do Decreto-Lei n.º 51/2022 __________ 160
Local da arbitragem e apoio ________________________ 110 Notificação da acusação ____________________________ 73
Local da instauração e mudança de órgão ou Notificação da decisão ______________________________ 75
serviço na pendência do procedimento _____________ 69 Novo regime disciplinar ______________________________ 5
Local de trabalho __________________________________ 39 Nulidades ________________________________________ 70
Lock-out ________________________________________ 115 Número de delegados sindicais _______________________ 97
Número de membros de comissão de trabalhadores,
comissão coordenadora ou subcomissão ____________ 92
M

Mapas de pessoal _________________________________ 23 O


Medida das sanções disciplinares_____________________ 67
Medidas cautelares ________________________________ 72 Objeto ____________________________________________ 3
Meia jornada _____________________________________ 48 Objeto da negociação coletiva_______________________ 102
Meios de prova ____________________________________ 7 Obrigações de prestação de serviços durante a greve ____ 112
Meios impugnatórios ______________________________ 75 Obrigações sociais _________________________________ 35
Métodos de seleção ___________________________ 27, 128 Obrigatoriedade de parecer prévio ____________________ 93
Mobilidade ______________________________________ 41 Obrigatoriedade de processo disciplinar________________ 69
Mobilidade territorial _____________________________ 131 Obrigatoriedade de submissão à junta médica____________ 9
Modalidades de extinção ___________________________ 89 Obtenção de grau de doutor _________________________ 29
Modalidades de horário ____________________________ 47 Opção pela remuneração base _______________________ 58
Modalidades de mobilidade _________________________ 41 Operacionalização da identificação das
Modalidades de vínculo e prestação de trabalho necessidades dos serviços _______________________ 125
para o exercício de funções públicas ________________ 17 Orçamentação e gestão das despesas com pessoal _______ 25
Modalidades e efeitos da isenção de horário Outras modalidades especiais de vínculo de
emprego público ________________________________ 35

______________________________________________________________________________
178
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Outras situações de redução da atividade ou Procedimento concursal ____________________________ 26


suspensão do vínculo de emprego público ___________ 81 Procedimento da arbitragem ________________________ 114
Outros meios de prova _____________________________ 76 Procedimento de conciliação________________________ 111
Outros requisitos de recrutamento ___________________ 26 Procedimento de depósito de acordo coletivo
Outros sistemas de recompensa do desempenho ________ 62 de trabalho ___________________________________ 106
Procedimento de negociação _______________________ 102
Procedimento de reavaliação da doença _______________ 56
P Procedimento disciplinar comum _____________________ 71
Procedimento para despedimento ou demissão _________ 88
Pacto de não concorrência __________________________ 38 Procedimento prévio ______________________________ 134
Pacto de permanência _____________________________ 38 Procedimentos de reorganização de serviços e
Parecer da junta médica _____________________________ 9 racionalização de efetivos geradores de
Participação dos trabalhadores na legislação valorização profissional de trabalhadores ___________ 126
do trabalho ____________________________________ 19 Procedimentos disciplinares _________________________ 69
Participação nos processos eleitorais _________________ 100 Procedimentos disciplinares especiais _________________ 76
Participação ou queixa _____________________________ 71 Processo disciplinar especial de averiguações ___________ 77
Pedido de submissão à junta médica ___________________ 8 Processo negocial para a celebração do acordo
Período de mobilidade voluntária ___________________ 126 coletivo ______________________________________ 104
Período experimental ______________________________ 30 Processos de inquérito e sindicância ___________________ 76
Períodos de funcionamento e de atendimento __________ 45 Produção da prova oferecida pelo trabalhador __________ 74
Planeamento da atividade e gestão dos recursos Produção de efeitos da Lei n.º 25/2017 _______________ 125
humanos ______________________________________ 23 Produção de efeitos do Decreto-Lei n.º 51/2022 ________ 160
Planeamento e gestão dos recursos humanos __________ 23 Produção de efeitos do Decreto-Lei n.º 53/2023 ________ 171
Pluralidade de empregadores públicos ________________ 23 Produção de efeitos do Decreto-Lei n.º 84-F/2022 ______ 167
Pluralidade de trabalhadores acusados ________________ 75 Programa de capacitação avançada para
Poder de direção __________________________________ 37 trabalhadores em funções públicas _________________ 28
Poder disciplinar __________________________________ 38 Proibição de despedimento ou demissão sem
Poderes do empregador público _____________________ 37 justa causa _____________________________________ 84
Posições remuneratórias ___________________________ 40 Proibições específicas ______________________________ 22
Posições remuneratórias complementares das Proposta ________________________________________ 104
carreiras de assistente técnico e assistente Proteção em caso de mobilidade _____________________ 91
operacional___________________________________ 165 Proteção em caso de procedimento disciplinar,
Prazo para aceitação _______________________________ 30 despedimento ou demissão _______________________ 91
Preenchimento dos postos de trabalho ________________ 24 Publicação _____________________________________ 3, 95
Preferência na admissão ____________________________ 35 Publicação e entrada em vigor dos instrumentos
Prémios de desempenho ___________________________ 62 de regulamentação coletiva de trabalho ____________ 103
Preparação da atribuição ___________________________ 62 Publicidade ______________________________________ 104
Pré-reforma ______________________________________ 83 Publicitação da mobilidade __________________________ 43
Prescrição da infração disciplinar e do
procedimento disciplinar _________________________ 65
Prescrição das sanções disciplinares __________________ 68 R
Prestação de pré-reforma___________________________ 83
Prestação de serviço _______________________________ 18 Reabilitação ______________________________________ 79
Princípios _______________________________________ 101 Reafetação de trabalhadores em caso de
Princípios da avaliação do desempenho _______________ 41 reorganização e racionalização de efetivos ___________ 81
Princípios gerais relativos a comissões, subcomissões Reavaliação da situação de doença ____________________ 55
e comissões coordenadoras ______________________ 92 Recrutamento ____________________________________ 26
Prioridade em matéria negocial _____________________ 104 Recurso hierárquico ou tutelar _______________________ 75

______________________________________________________________________________
179
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Redução da arbitragem____________________________ 114 Repreensão escrita _________________________________ 66


Redução e exclusão do período experimental Representação coletiva dos trabalhadores em
e denúncia do contrato __________________________ 32 funções públicas ________________________________ 90
Reforma ou aposentação por velhice ou invalidez _______ 85 Requisitos da revisão _______________________________ 78
Regime aplicável _________________________________ 109 Requisitos relativos ao trabalhador ____________________ 20
Regime da valorização profissional __________________ 123 Resposta ________________________________________ 104
Regime da valorização profissional dos trabalhadores Retribuição mínima mensal garantida _________________ 57
com vínculo de emprego público _________________ 126 Reunião de trabalhadores no local de trabalho __________ 97
Regime de subida dos recursos ______________________ 76 Reunião de trabalhadores no local de trabalho
Regime excecional _______________________________ 124 convocada por comissão de trabalhadores ___________ 92
Regime jurídico da cedência de interesse público ________ 80 Reuniões da comissão de trabalhadores com o
Regime subsidiário _______________________________ 115 dirigente máximo ou órgão de direção do órgão
Regimes de duração do trabalho _____________________ 46 ou serviço _____________________________________ 93
Regimes de turnos ________________________________ 49 Revisão das carreiras _______________________________ 12
Registo _______________________________________ 50, 94 Revisão do procedimento disciplinar __________________ 78
Registo dos tempos de trabalho ______________________ 45 Revisão dos montantes pecuniários dos níveis
Regra geral de alteração do posicionamento remuneratórios ________________________________ 164
remuneratório _________________________________ 59
Regras especiais de alteração do posicionamento
remuneratório _________________________________ 59 S
Regras especiais relativas ao contrato a termo __________ 89
Regras gerais __________________________________ 30, 33 Sanções disciplinares _______________________________ 65
Regras gerais da arbitragem voluntária _______________ 109 Segundo processo de seleção _______________________ 129
Regras gerais de cedência de interesse público __________ 79 Segurança e saúde no trabalho _______________________ 19
Regresso de situação de licença sem remuneração _____ 133 Semana de trabalho e descanso semanal _______________ 51
Regresso do trabalhador____________________________ 81 Serviços comuns ___________________________________ 20
Regulamento interno do órgão ou serviço ______________ 38 Situação jurídica do trabalhador em valorização
Reinício de funções em serviço _____________________ 131 profissional ___________________________________ 130
Reinício de funções na administração local ou Situações de caducidade ____________________________ 85
regional ______________________________________ 132 Situações de mobilidade ____________________________ 41
Reinício de funções noutras pessoas coletivas de Situações de mobilidade e outras situações
direito público e instituições particulares de transitórias ___________________________________ 127
solidariedade social ____________________________ 132 Situações excecionais de mobilidade __________________ 43
Relatório e trâmites ulteriores _______________________ 77 Situações vigentes de licença extraordinária _____________ 5
Relatório final do instrutor __________________________ 74 Sobrevigência ____________________________________ 107
Remissão ________________________________________ 35 Submissão à junta médica da Caixa Geral de
Remissão para o Código do Trabalho __________________ 16 Aposentações, I.P., no decurso da doença ____________ 11
Remissões da Lei n.º 49/2018_______________________ 145 Submissão a junta médica independentemente
Remuneração ____________________________________ 56 da ocorrência de faltas por doença __________________ 9
Remuneração base ________________________________ 57 Subsídio de Natal __________________________________ 57
Remuneração do período de férias ___________________ 58 Subsídio por assistência a familiares ___________________ 12
Remuneração dos trabalhadores da Administração Sucessão de acordos coletivos de trabalho_____________ 108
Pública ______________________________________ 164 Sujeição ao poder disciplinar _________________________ 64
Remuneração em caso de mobilidade _________________ 58 Sujeito responsável pela contraordenação ______________ 20
Renovação do contrato _____________________________ 34 Suplemento de condição militar _____________________ 167
Renovação do procedimento disciplinar _______________ 76 Suplemento remuneratório de turno __________________ 61
Reorganização de órgão ou serviço e racionalização Suplementos_____________________________________ 164
de efetivos ___________________________________ 126 Suplementos remuneratórios ________________________ 60

______________________________________________________________________________
180
ÍNDICE

______________________________________________________________________________

Suspeição do instrutor _____________________________ 72 Trabalho por turnos ________________________________ 49


Suspensão _______________________________________ 67 Trabalho suplementar ___________________________ 50, 61
Suspensão da sanção disciplinar _____________________ 68 Tramitação do procedimento concursal ________________ 27
Suspensão da situação de valorização profissional ______ 133 Transferências orçamentais _________________________ 134
Suspensão do vínculo de emprego público por facto Transformação da conciliação em mediação ___________ 111
respeitante ao trabalhador _______________________ 81
Suspensão preventiva ______________________________ 72
V

T Valor da base remuneratória na Administração


Pública _______________________________________ 164
Tabela remuneratória única _________________________ 57 Valores das coimas e sanções acessórias _______________ 20
Tabela Remuneratória Única _______________________ 164 Valorização profissional de trabalhadores _____________ 130
Tempo de serviço durante o período experimental ______ 31 Verificação da situação de doença por médico
Tempo de trabalho ________________________________ 45 designado pela segurança social ___________________ 55
Tempo do cumprimento ____________________________ 63 Verificação da situação de doença por médico
Tempos de não trabalho ____________________________ 51 designado pelo empregador público ________________ 55
Termo da instrução ________________________________ 72 Verificação de incapacidade _________________________ 11
Tipos de faltas ____________________________________ 54 Verificação domiciliária da doença _____________________ 7
Trabalhador ______________________________________ 20 Verificação domiciliária da doença pela ADSE ____________ 8
Trabalhador e empregador __________________________ 20 Verificação domiciliária da doença pelas autoridades
Trabalhadores em requalificação em atividade _________ 124 de saúde _______________________________________ 8
Trabalhadores em requalificação em inatividade _______ 123 Vicissitudes modificativas ___________________________ 79
Trabalhadores em requalificação em situação de Vínculo de emprego público _________________________ 20
licença sem remuneração _______________________ 124 Vínculo de nomeação_______________________________ 17
Trabalhadores em situação de licença sem remuneração 127 Vínculos de duração inferior a seis meses ______________ 53
Trabalhadores em situação transitória _______________ 127 Violação do direito a férias __________________________ 53
Trabalho a tempo parcial ___________________________ 35 Votação_________________________________________ 100
Trabalho noturno _________________________________ 61 Votação em local diferente _________________________ 100

______________________________________________________________________________
181

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