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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, LETRAS, ARTES, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

Thomaz Edson Gomes Leite

UBERABA, MG
Fevereiro de 2017
Sumário:

Tema........................................................................................................................................03

Objetivo da pesquisa................................................................................................................03

Problemática............................................................................................................................04

Referencial teórico....................................... ...........................................................................04

Bibliografia sobre a pesquisa...................................................................................................05

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Tema: Famílias escravas em Uberaba

Objetivos:

O objetivo da minha pesquisa tem um intuito de trabalhar de forma micro a passagem dos
escravos pelo sertão da farinha podre, desde 2015 eu venho desenvolvendo um projeto de
iniciação científica junto com o professor Flávio Saldanha, o projeto consiste em trabalhar os
inventários a partir de 1823 para ter uma noção das riquezas, das grandes fazendas e dos plantéis
de escravos que a cidade de Uberaba possuía, com o passar dos anos a cidade se torna uma
metrópole e a questão escrava começa a ser mais visível. Com isso nós queremos além de
observar os escravos, também observar a quantidade de famílias escravas que a terra uberabense
possuía.
Com isso, nós podemos ver como as famílias trabalham para se ter um resistência. Os
grandes fazendeiros são pontos que destacamos durante a pesquisa, diferente das Minas, Uberaba
é uma região de agricultura, criação de gado e outros tipos de comércio, não se tem muitos
relatos de uma mineração forte pelos lados do sertão da farinha podre, usando os fazendeiros
como pauta, podemos observar como os plantéis eram criados e quais eram as demandas de
escravos, Uberaba tem registro de muitos escravos fortes que poderiam cultivar e cuidar do gado
como nenhum outro, já as mulheres eram trazidas aquelas que cuidavam da casa, dos filhos e
também da agricultura.
Minas Gerais, por ser um estado grande tinha essa diferença e separação dos escravos,
cada região de exploração e criação tinha uma demanda de escravos de diferentes regiões. De
uns tempos pra cá, a pesquisa mostrou um surgimento de famílias escravas em Uberaba e a partir
disso o número de famílias já constituídas está crescendo durante a pesquisa. Assim como em
outras cidades com população escrava, Uberaba pautava suas economias em torno das leis
mercantis e de liberdade em todo país. Sendo assim, Uberaba e o sertão da farinha podre, são
ótimos lugares para se estudar a movimentação escrava por esses lados.
Um dos objetivos da pesquisa é fazer com que possamos expandir a área de estudo,
Sacramento, por exemplo, seria um ótimo lugar para se pesquisar sobre a vida dos escravos e o
comércio em volta deles.

Problemática:

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O assunto que mais quero trabalhar é a presença de famílias escravas em Uberaba, com
isso nós temos a desconstrução de uma escravidão branda e não combatível, isso porque a
presença de famílias escravas mostra uma resistência muito forte dentro das fazendas e dos
plantéis em geral. A escravidão por si só na região do triângulo mineiro é um assunto muito
abrangente, com esse recorte é possível trabalhar com uma história mais próxima do povo de
Uberaba, é muito comum ver dissertações que falam de Uberaba e acabam nem saindo do meio
acadêmico, minha intenção é com que com esse projeto eu possa fazer com que o trabalho
dialogue com a comunidade Uberabense.
Analisar os mecanismos da formação do Estado imperial no Sertão da Farinha Podre, por
meio da atuação de suas elites dirigentes (Guarda Nacional, Câmaras Municipais, etc). Enfrentar
temas e conceitos de ampla envergadura, como as questões da estratificação social e da
construção do Estado Nacional. Como corolários dos objetivos anteriores, alavancar a produção
historiográfica do Estado de Minas Gerais, por meio da constituição de um banco de dados
válido para que outros historiadores se interessem sobre o tema, o que tornará o conjunto
documental pesquisado acessível a um número maior de pesquisadores.

Referencial teórico:

Com a apresentação do seminário de história e memória, eu consegui formular muito bem


minha pesquisa com os textos que usamos para o seminário. Temas de micro história e que
mexam com uma identidade me atraem mais, com o projeto de se pesquisar uma Uberaba de
quase duzentos anos atrás faz com que a identidade e a permanência da memória Uberabense
continue, muitas pessoas que moram no Sertão da farinha podre, acabam não estudando muito
sobre a história regional, então ver uma identidade em Uberaba além do Zebu é uma forma de se
trabalhar a memória com mais relatos e fatos históricos da cidade. Uberaba tem uma tradição,
mas como essa tradição acontece? Como ela continua sobrevivendo com o tempo, não é só o fato
de ser uma tradição que o fato se segura por tanto tempo na história, mas sim com um estudo do
porquê aquilo acontece. Antes da tradição Zebuína, houve outras tradições, mas a gente deixa de
lado e creio que seja dever da academia trabalhar assuntos regionais para a própria comunidade.
Então com esse projeto, para além de uma dissertação, quero que se torne um objeto de
identidade e memória, a história regional está mais próxima da identidade da cidade, do que a
história de Minas Gerais, porém nas minas e não nas gerais.

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Usando as famílias escravas como ligação para identidade, vejo que a importância da
pesquisa é de mostrar uma população que lutou e batalhou pela liberdade, resistiu e usou a
família como um braço de resistência, com isso nós podemos trabalhar as questões dos negros
em Uberaba, o projeto pode ser uma ótima fonte de pesquisa para pautas em movimentos negros,
que visam estudar a história do negro em Uberaba, com isso nós temos com a pesquisa, uma
forma de observar a identidade do povo negro dessa terra.
O texto de Joel Candau, me mostrou como temos uma facilidade para esquecer
momentos, e como as vezes fazemos algo todos os dias sem perceber, como uma vida inteira
pode ser esquecida com uma doença, ou com algum lapso de nossa mente, como as memórias
podem ser induzidas em nossa mente, como as vezes tentamos esquecer algo e não conseguimos.
Para mim, usar meu projeto com a ideia de que passar a pesquisa pra frente, é fazer com que as
memória do nosso povo nunca seja esquecida e fazer com que a memória faça parte da nossa
identidade, que passe para gerações a luta de um povo que sofreu e muito para se tornar liberto.
A memória é muito frágil, mas também muito rica, um cheiro, uma música, uma comida, pode
fazer com que a gente ligue nossa chave de sentimentos e nostalgia, pesquisar essas temáticas em
um povo não tão distante e fazer com que elas fiquem vivas, é uma forma de identidade que
consegue formar uma consciência histórica e social.

Bibliografia sobre a pesquisa.

Trabalhamos com o acervo documental do arquivo público, o uso de inventários para se


analisar é quase integralmente a base do projeto, com os inventários podemos acompanhar
riquezas, plantéis, ferramentas de cultivo, analisar qual era a base da economia na cidade e como
ela girava com o passar dos anos, nem só de comércio de escravos Uberaba vivia.
O livro Escravidão e família escrava de Jonis Freire vem trabalhar a questão de famílias
escrava na Zona da Mata mineira, famílias da elite, economia e outros assuntos. O importante
desse livro é ter uma base do que era considerado famílias da elite na Zona da Mata mineira e o
que era considerado famílias da elite no Sertão da Farinha Podre, por exemplo, o que é
considerado grande plantel de escravos no Sertão e na Zona da Mata, uma paralelo de diferenças
entre riquezas no mesmo estado.
O livro Na senzala uma flor, de Robert Slenes também trabalha a família escrava, um
sudeste do país escravista e como se formava a imagem de uma família que usava seus laços
como resistência.

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Livros como Corpos escravos vontades livres: posse de cativos e família escrava em
Bananal, de Flávio Motta, também faz com que a gente tenha uma visão de como
essa família escrava era ponto importante da resistência.
A bibliografia sobre escravidão é bem extensa, a intenção é trabalhar mais a questão de
Minas Gerais, porém usar também as relações com todo o país e fora dele também.

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