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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

EM TANATOLOGIA

LUÍS FERNANDO BERTOL

A DESSACRALIZAÇÃO E A INDIFERENÇA DIANTE DA


MORTE
Reflexos da Contemporaneidade na visão da morte e do
morrer na sociedade Brasileira

Brasília – DF
2018
LUÍS FERNANDO BERTOL

A DESSACRALIZAÇÃO E A INDIFERENÇA DIANTE DA


MORTE
Reflexos da Contemporaneidade na visão da morte e do
morrer na sociedade Brasileira

Artigo acadêmico apresentado à Faculdade UnYLeYa


como exigência parcial à obtenção do título de
Especialista em Tanatologia.

Nome do Orientador: Aline Freire Bezerra Vilela

Brasília – DF
2018
A DESSACRALIZAÇÃO E A INDIFERENÇA DIANTE DA MORTE: Reflexos da
Contemporaneidade na visão da morte e do morrer na sociedade Brasileira1

2
Luís Fernando Bertol
Aline Freire Bezerra Vilela 3

RESUMO
A morte é considerada um tabu dos tempos atuais, algo a ser mascarado, escondido. Partindo
da história da morte na sociedade e cultura brasileira desde o período colonial, demonstra-se
as várias formas sob as quais ela foi vista até o presente contexto dos hospitais, funerárias e
igrejas, desmistificando seu sentido e introduzindo a relação comercial entre os atores do
processo. Como resultado observável constatam-se patologias que demandam soluções
terapêuticas na tentativa de resgate da humanização das relações e da compreensão do
processo do morrer com naturalidade para os moribundos, bem como da evolução das crenças
no post mortem como lenitivo das dores e frustrações enfrentadas pelos sobreviventes.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Morte. 2.Tanatologia. 3. Sociedade Brasileira.


_________________________

ABSTRACT
Death is considered a taboo in present time, something to be masked, hidden. Starting from
the history of death in Brazilian society and culture from the colonial period, the various
forms under which it has been seen up to the present context of hospitals, funeral homes and
churches are demonstrated, demystifying their meaning and introducing the commercial
relationship between the actors of the process. As an visible result, there are pathologies that
demand therapeutic solutions in an attempt to rescue the humanization of relationships and the
understanding of the process of dying naturally for the dying, as well as the evolution of post-
mortem beliefs as a mitigation of the pains and frustrations faced by the survivors.

Keywords: 1. Death. 2. Thanatology. 3. Brazilian Society.


INTRODUÇÃO
1
Trabalho de Conclusão do Curso de Pós Graduação em Tanatologia pela Faculdade Unyleya.
2
Licenciado em Matemática e Física pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
Filosofia pela Faculdade Panamericana e Bacharel em Teologia pela Faculdade Panamericana de Capanema –
Pará, desempenha o cargo de Técnico de Assuntos Educacionais no Ministério da Educação e atua como
sacerdote da Igreja Católica Apostólica Brasileira. E-mail: p.luisbertol@gmail.com.
3
Professora Mestre Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade Unyleya.
1.1 Problema

De que maneira os conceitos da sociedade contemporânea desmistificam ou mistificam a


relação do homem com a morte?

1.2 Objetivo geral:

Demonstrar que o processo de cura das perdas relacionadas à morte está diretamente ligado à
maneira como se trata esta realidade.

1.3 Objetivos específicos:

- Descrever os aspectos históricos relacionados ao tratamento quanto à morte no Brasil;


- Analisar a opinião das pessoas envolvidas no processo funerário nos ambientes de saúde,
funerárias e cemitérios em relação à morte;
- Distinguir patologias advindas da perda de entes queridos em casos concretos;
- Avaliar soluções terapêuticas adotadas em casos relativos aos processos de morte.

1.4 Justificativa

A sociedade brasileira tomada pela ânsia da prosperidade e do conforto que a vida pode
proporcionar a partir de uma situação econômica mais favorável, tem transformado
paulatinamente seus paradigmas éticos e religiosos, tem preterido seus valores morais e
inferiorizado a importância do momento da morte como realidade última do ser humano em
sua vida terrena, inclusive rejeitando abertamente a vida espiritual como parte da existência
humana.

Em decorrência disso, o tratamento com os mortos tem assumido caráter cada vez mais
superficial, primando pela estética do tratamento dos corpos preparados pelas técnicas de
tanatopraxia, as quais evoluíram significativamente nos últimos anos, porém, mitigação
radical de elementos que permitam aos enlutados lidar naturalmente com os impactos de sua
perda, o que vem trazendo sequelas emocionais que desembocam em transtornos variados,
somatizados em enfermidades diversas.
É fundamental que os envolvidos no processo, desde o corpo médico e família, passando
pelos profissionais de funerárias e cemitérios e, também, os religiosos das mais diversas
correntes, possam compreender a naturalidade da morte como parte da vida, sem desprezar a
dor de cada pessoa enlutada, mas agindo no sentido de proporcionar soluções aos complexos
de culpa e outros sofrimentos advindos da incompreensão e não aceitação da realidade da
morte do ente querido.

1.5 Metodologia

Para trabalhar o tema proposto serão combinadas pesquisa de campo a partir dos dados
coletados por questionários, conjuntamente a consulta de referência bibliográfica
especializada relativa ao assunto a ser analisado.

A abordagem teórica qualitativa se enquadra perfeitamente ao projeto ora proposto, por


permitir uma análise eminentemente descritiva, com ênfase nos fatos que levarão aos
conceitos, característica indutiva. Estará fundamentada basicamente nos trabalhos de de
autores de tanatologia como KATENBAUM e AISENBERG, KÓVACKS, WERLANG e nos
achados da revista Tanatos da Sociedade Espanhola e Internacional de Tanatologia.

No tocante ao instrumental a ser utilizado nessa abordagem, serão feitas entrevistas com os
diversos atores do processo, desde os profissionais de saúde, passando por empresas
funerárias e religiosos e chegando aos enlutados, no sentido de compreender como tratam a
fenomenologia da morte no seu dia a dia.

Do ponto de vista de método, a pesquisa proposta seguirá a análise indutiva, que conforme
ROMÃO (2004) propõe não haverá preocupação em buscar evidências que comprovem
hipóteses definidas antes do início dos estudos, sendo que as abstrações se formam a partir da
inspeção dos dados do processo. A inexistência de hipóteses ou questões específicas
formuladas a princípio não implica na ausência de um quadro teórico que oriente a coleta e a
análise dos dados.

1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS RELATIVOS A MORTE NA


SOCIEDADE BRASILEIRA
A morte é a realidade natural inerente ao ser humano, incontrolável e inevitável,
que iguala o rico e o pobre, o culto e o analfabeto, o médico e o paciente e, que, apesar do
suposto lenitivo invocado pelas tradições religiosas e culturais na sociedade brasileira,
desencadeia uma série de reações e dificuldades para as pessoas no sentido de lidar com as
perdas e com a finitude da vida.

Conforme Eliade (1992, p.30), a angústia em relação à morte levou o homem


prático a criar possíveis amuletos para auto-defesa até mesmo em suas construções. O
pensamento religioso influenciou as próprias ações nas construções do homem medieval:

Nessa concepção, no Ocidente, na Idade Média, os muros das cidades eram


consagrados ritualmente como uma defesa contra o Demônio, a Doença e a
Morte. Aliás, o pensamento simbólico não encontra nenhuma dificuldade em
assimilar o inimigo humano ao Demônio e à Morte. Afinal, o resultado dos
ataques, sejam demoníacos ou militares, é sempre o mesmo: a ruína, a
desintegração, a morte. Notemos que nos nossos dias ainda são utilizadas as
mesmas imagens quando se trata de formular os perigos que ameaçam certo tipo
de civilização: fala se do “caos”, de “desordem”, das “trevas” onde “nosso
mundo” se afundará. Todas essas expressões significam a abolição de uma
ordem, de um Cosmos, de uma estrutura orgânica, e a re-imersão num estado
fluido, amorfo, enfim, caótico. Isto prova, ao que parece, que as imagens
exemplares sobrevivem ainda na linguagem e nos estribilhos do homem não
religioso. Algo da concepção religiosa do Mundo prolonga se ainda no
comportamento do homem profano, embora ele nem sempre tenha consciência
dessa herança imemorial.

Relativamente ao período colonial e imperial da história da sociedade brasileira, Mansk


(2010) esclarece que o funeral cristão era marcado pelo medo de enfrentar o “último inimigo”, a
morte, sendo que o inferno e o purgatório eram realidades espirituais que atormentavam as
pessoas, sendo utilizadas como meio de correção. Segundo a autora, as obras de arte retratam o
juízo final com imagens que representavam, em detalhes abundantes, o tormento dos condenados.
Também a eucaristia se tornou um instrumento de disciplinamento. Desenvolveu-se a prática da
unção com óleo e do viático como formas de preparar a pessoa para a morte, livrando-a dos
pecados e, assim, dos castigos do inferno. Neste contexto, a “cura pro mortuis” (cuidado pelos
mortos) tornou-se de importância central. Os vivos se sentiam responsáveis pela salvação das
pobres almas do purgatório; para tanto, orações, missas e doações eram realizadas em favor dos
mortos.

Segundo Ott (1966, p.648), a questão das indulgências e sufrágios pelos mortos foi muito
recorrente a partir da Idade Média. Ele define a indulgência como sendo a remissão
extrassacramental, válida perante Deus, das penas temporais restantes devidas pelos pecados (já
perdoados enquanto à culpa) e que a autoridade eclesiástica, dispondo do tesouro satisfatório da
Igreja, concede para os vivos sob a forma de absolvição e para os mortos sob a forma de sufrágio:

As indulgências em sua forma atual apareceram no século XI. Procedem das


absolvições extrassacramentais que tinham lugar na Alta Idade Média e nas
quais o papa, os bispos e os sacerdotes, constantemente invocando seu poder de
atar e desatar, imploravam a misericórdia de Deus em favor de algumas pessoas
ou de todos os fiéis em geral, para que Deus lhes concedesse o perdão dos
pecados. Quando no século XI o perdão das penas temporais devidas pelos
pecados, que se esperava de Deus, começou a atribuir-se à penitência
eclesiástica, e conforme isso esta fé reduzida, a absolvição se transformou em
indulgência. (tradução livre). 4

A preocupação com a pessoa toda, através do cuidado do corpo de uma pessoa falecida,
na prática da Igreja antiga, foi, neste sentido, cedendo espaço para o cuidado da alma,
principalmente. Tudo que se fazia com o corpo tinha o objetivo de livrar a alma do terror do
inferno. Entre os monges dos conventos da Idade Média, tornou-se praxe rezar missas pelos
mortos. Seguindo costumes religiosos antigos, essas missas eram realizadas no 3º, 7º e 30º dias
após o falecimento e no aniversário do dia da morte.

Nessa dimensão, White (2005, p. 235-236), afirma que:

Os sepultamentos medievais geralmente eram feitos em cemitérios localizados


em torno da igreja. O corpo era recebido no portão do cemitério (portão dos
defuntos), carregado para dentro da igreja com salmos, e então celebrava-se a
eucaristia, concedia-se absolvição à pessoa falecida, que recebia incenso e
aspersão com água benta. Seguia-se o enterro no cemitério ou debaixo da igreja.
[...]. O Dies irae (dia da ira ou do juízo), canto do séc. XII ou XIII, espelha o
4
Las indulgencias, en su forma actual, aparecieron en el siglo XI. Procedían de las “absoluciones”
extrasacramentales que tenían lugar en la alta edad media y en las cuales el Papa, los obispos y los sacerdotes, a
menudo, invocando supoder de atar y desatar, imploraban la misericordia de Dios en favor de algunas personas o
de todos los fieles en general para que Dios les concediese el perdón de los pecados. Cuando en el siglo XI el
perdón de las penas temporales debidas por los pecados, que se esperaba de Dios, comenzó a atribuirse a la
penitencia eclesiástica, y conforme a ésta fué reducida, la absolución se transformó en indulgencia.
foco da Idade Média tardia no juízo e na possibilidade de condenação, tão
diferente da clara confiança dos primeiros cristãos.

A liturgia dos defuntos foi refinada na Idade Média, ganhando cerimônias bem
específicas como o Ofício de Defuntos, a Absolvição e a memória dos defuntos. Esta
prática influenciou culturalmente o Brasil Colônia e Império. Isso denota a elaboração da
ritualística católica para o fato mais importante segundo a sua própria doutrina, ou seja, o
reencontro com Deus na glória e o destino eterno da alma. Nesse sentido, muito bem
afirma Coelho (1941, p.624):

O ofício de Defuntos ainda hoje usado, sem a invocação inicial Deus in


adjuntorium, sem hinos e com comovedoras lições de Jó, revela uma alta
antiguidade. O Exsultabunt Domino, o Subvenite e outros elementos são também
de um delicioso sabor arcaico. A absolvição só mais tarde – aí pelo século IX –
entrou in agenda mortuorum. Ela já não afeta o estado da alma após a morte,
mas exprime a decisão da Igreja, que concede ao defunto as honras da sepultura
cristã, as orações e os sufrágios dos fiéis.(...) A memória dos defuntos era
celebrada durante trinta dias, entre os quais contavam como mais importantes o
3º, o 7º e o 30º. O dia do aniversário nunca era esquecido pelos primeiros
cristãos.

Segundo D’Assumpção (2001), outro fato interessante observado é que no


passado da sociedade brasileira, as crianças participavam dos rituais de morte, o que a
tornava familiar desde muito cedo. Decerto, sofriam com as perdas, mas essa perda não
era vivenciada na solidão, podendo a criança compartilhar sua dor e dessa forma elaborar
melhor seu luto. Esse é um fato distante da realidade atual, o que certamente faz com que
essas crianças passassem a ter dificuldades em lidar com as perdas durante toda a vida.

Na maioria das vezes evita-se que as crianças participem dos processos de


morte e dos funerais, julgando que se está protegendo do mal, o que no fundo prejudica-as
por privá-las dessa experiência. Ao afastá-las desses momentos segundo Kubler-Ross
(1996), incute-se nelas um medo desnecessário.

Não se pode esquecer a morada final e oficial dos mortos, os cemitérios; no


Brasil Colônia e Império, após a morte, o defunto era enterrado na igreja. Segundo Áries
(2003) aqueles que faziam uma maior doação à instituição cristã eram enterrados mais
próximos dos santos, o que assegurava um lugar ao céu. Aqueles que não faziam parte
dessa classe privilegiada eram enterrados nos pátios das igrejas. Aos poucos, os corpos
foram superlotando as igrejas, o mau cheiro passou a incomodar e o fato a ser um
problema de saúde pública. Isso fez com que surgissem os primeiros cemitérios, mas estes
ainda se localizavam dentro das cidades, construídos ao lado das igrejas. Esses cemitérios
passaram a ser também local de passeio público, feiras livres e prostituição. Era a ligação
entre o profano e o sagrado.

Esses fatos demonstram que a morte fazia ainda parte do cotidiano das
pessoas, já que vivos e mortos dividiam o mesmo espaço. Aos poucos, todavia, os
cemitérios foram empurrados para as periferias das cidades, ocupando um espaço longe
dos olhos e consequentemente do cotidiano e da realidade. Assim, a morte é negada e
banida do discurso contemporâneo.

2 A MORTE NA CONTEMPORANEIDADE BRASILEIRA

Kastenbaum & Aisenberg (1983) propõe que o conceito de morte é sempre


relativo, excessivamente complexo, mutável e em evolução, influenciado pelo contexto
situacional e se relaciona com o comportamento humano, variáveis que são fundamentais na
análise da fenomenologia da morte e que definem o tipo de abordagem assumida ao longo do
desenvolvimento histórico tanto sob o prisma coletivo, a partir do contexto social, quanto sob
a visão do indivíduo, de acordo ao seu desenvolvimento físico e psicossocial.

Kóvacks (2005, p. 486) apresenta um aspecto relevante do tratamento acerca da


morte na contemporaneidade, visto que não se discute com seriedade o problema como
questão de saúde psíquica com ramificações na vivência religiosa, mas se trata com
indiferença a questão, traduzindo-se em banalização dessa experiência crucial:

O tema da morte se tornou interdito no século XX (Ariés, 1977), sendo banido da


comunicação entre as pessoas. Paradoxalmente, nesse mesmo século, a morte esteve
e continua estando, no início do século XXI, cada vez mais próxima das pessoas, em
função, principalmente, do desenvolvimento das telecomunicações. A TV introduz
diariamente, em milhões de lares, cenas de morte, de violência, de acidentes, de
doenças, sem a mínima possibilidade de elaboração, dado o ritmo propositalmente
acelerado desse veículo. Então, ao mesmo tempo em que é interdita, a morte torna-
se companheira cotidiana, invasiva e sem limites, e, embora essas mortes estejam
tão próximas (real ou simbolicamente), reina uma conspiração do silêncio. Crianças
e adolescentes convivem com essas imagens diariamente, ao mesmo tempo em que
se tenta “poupá-los” para não os entristecer.

No período da modernidade, por influência do renascimento do humanismo


antropocêntrico, o momento da morte perde a dramaticidade e daqui para frente, conforme
Kovács (2002) a maneira como a pessoa viveu e não a sua morte, passam a ter
importância. A vida terrena passa a ser vista como tempo de preparação. A partir deste
período, o homem começou a valorizar bens materiais e sentimentos egocêntricos. Deseja
adiar a morte para aproveitar os prazeres da vida e desfrutar as conquistas realizadas. A
morte passa a se concentrar na família. O que era coletivo vai gradativamente se
individualizando.

Com o crescimento industrial e aumento da população, nos séculos XVII e


XVIII, os cemitérios foram totalmente transferidos para locais distantes dos centros
urbanos; estes assumiram a característica sagrada de morada dos mortos, sendo inclusive
tendo Rito próprio de Bênção pelo Ritual da Igreja (Ritus benedicendi Novum
Coemeterium). Os enterros tornaram-se simples, e o luto perdeu a originalidade, tornando-
se impessoal. Surgiram leis, a fim de garantir uma profundidade mínima para o enterro do
corpo devido às grandes epidemias que dizimaram a população.

O século XIX, curiosamente, é marcado por uma brusca mudança na maneira


de encarar a morte. Esta passa a ser esperada e desejada. Por influência do romantismo
que tomava conta das artes e da literatura, a morte é mostrada com suavidade, os mortos
assumem um rosto calmo e uma postura de acolhimento, com braços estendidos. O morrer
passa a ser permeado pela ideia de reencontro com os seres amados que já se foram.

Para Kovács (2002), a perda é acompanhada de manifestações de grande


dramaticidade, trazendo à tona a dificuldade de aceitar a morte da pessoa querida; na
ocasião da perda surgem sentimentos fortes que precisam ser expressos. Nesse contexto,
surge na França, o espiritismo de Allan Kardec, doutrina que se espalhou pelo mundo e
que se tornou conhecida pela possibilidade da comunicação entre vivos e mortos.
Nesse período também os enterros nas igrejas foram definitivamente proibidos,
as leis proibiam a abertura e reutilização das valas em menos de cinco anos e, em
decorrência da falta de espaço anteriormente apontada, os cemitérios foram transferidos
para grandes campos fora da cidade. As diferenças sociais, entretanto, continuaram a
prevalecer, podendo os ricos comprar espaços individuais nos cemitérios, enquanto os
pobres destinavam-se a valas comuns.

Por volta do século XX, inicia-se uma inversão no enfrentamento da morte.


Esta, antes pública e compartilhada, torna-se agora silenciosa e constrangedora, passando
a acontecer nos hospitais, de forma cada vez mais solitária, sem ser anunciada ou
comentada. “Assim, a morte passou de um processo esperado e desejado a um “tabu”, um
acontecimento não digno de reconhecimento e importância, onde os sentimentos oriundos
dela devem ser expressos às escondidas e o pranto evitado”.

Na contemporaneidade, já não é mais a igreja que se apropria do corpo, e sim


as empresas funerárias que oferecem um enterro digno, de acordo com o que se possa
pagar. Os cemitérios se tornam cada vez mais modernos e luxuosos, porém local o qual se
evita freqüentar. Na atualidade, os serviços funerários trabalham no sentido de fazerem
com que esses rituais aconteçam no menor tempo possível, as cerimônias são discretas e
as emoções devem ser contidas ao máximo, onde as condolências aos familiares são feitas
de forma silenciosa ao final dos rituais.

Os enlutados já não demonstram mais sua tristeza e recolhimento por meio das
vestimentas pretas, comportamento que é reprimido por uma sociedade contemporânea em
que não se pode demonstrar tristeza. Conforme afirma Áries (2003, p.87), “uma dor
demasiado visível não inspira pena, mas sim repugnância; é um sinal de perturbação
mental ou má educação, é mórbido”.

Os rituais autênticos de luto se distanciaram na vida contemporânea. Existem,


ainda, rituais, mas os familiares já não participam desses, como exemplo: a ação da
preparação do corpo; esses são entregues aos agentes funerários que adaptam os rituais à
nossa realidade, os quais passam a ser repetitivos. Eles recebem o corpo logo após a morte
e se encarregam de todos os preparativos até o final do enterro. O defunto recebe todo um
tratamento da tanatopraxia, - utilização de produtos químicos, que têm a função de evitar
por um tempo maior a decomposição do corpo e uma maquiagem, que apresenta uma face
serena – dando impressão de estar dormindo, o que reforça a irrealidade e a negação da
morte. Até mesmo a expressão dos sentimentos foi transferida para as floriculturas, que
agora se encarregam de escolher as frases que vão compor as coroas. A ausência de rituais
autênticos impede aos vivos um processo necessário de elaboração da morte.

Os enterros cada vez mais estão sendo substituídos pela cremação. Áries
(2003, p.256) afirma que é certo que, no Oriente, a cremação faz parte dos ritos de morte,
porém, no Ocidente, essa é uma prática recente que exclui o culto aos cemitérios e a
peregrinação aos túmulos, apesar dos crematórios oferecerem um espaço para as famílias
venerarem seus mortos, tal como os cemitérios tradicionais. Poucos aproveitam essa
oportunidade, o que faz pensar que alguns vêem a cremação com um meio seguro de
livrar-se do culto aos mortos.

Por fim Hennezel & Leloup (2002, p.40) questiona o que pensar dos velórios
virtuais, onde parentes, que se encontram em locais distantes, podem agora assistir e até
participar, mandando mensagens via internet? O velório solitário, pois você não mais se
reúne para compartilhar e ser solidário. A sociedade ocidental de hoje desapropriou o
lugar da morte, não só no espaço concreto, mas também no espaço psicológico. Hoje se
morre sozinho, sem as mãos que seguravam as do moribundo dando-lhe coragem para
enfrentar o momento mais difícil para o ser humano, que é o momento do morrer. Aqueles
que ficam já não têm mais espaço para expressar o sofrimento, fazendo com que o temor
da morte e do morrer seja cada vez maior.

Nesse movimento os espaços vão se transformando, na “tentativa” de se


eliminar a morte, processo esse natural e absolutamente certo na vida. Seria um erro, no
entanto, dizer que toda essa mudança de comportamento diante dos rituais de morte é
causada por uma indiferença e imparcialidade, pois a morte passa a ser um grande
sofrimento psíquico, a que o homem não consegue mais dar significado. Existe, porém,
um espaço que sempre vai existir: é o vazio, deixado pelo morto, espaço esse repleto de
lembranças e saudades com endereço fixo, que é a mente daqueles que o amavam e que já
não conseguem compreender a morte. O tempo do morrer tem um valor; portanto, deve
ser respeitado porque tem um sentido, mesmo se este nos escapa.
3 PATOLOGIAS ADVINDAS DA MORTE: DISCUSSÃO E TERAPIAS

As experiências de luto devem ser enxergadas com naturalidade e, sobretudo, com


muito acolhimento diante da dor daquele que ainda sofre. Cada pessoa é singular em sua
forma de enxergar a vida e os valores que a permeiam. O luto normal, conforme relatam
Zwielewski & Sant’Ana (2016) é uma resposta saudável à perda do ente querido e implica a
capacidade saudável das pessoas enlutadas de expressar essa dor a partir do reconhecimento
da perda, do reajustamento e de novos investimentos nas suas relações. Mas quando essas
capacidades de lidar com a perda são escassas, conforme Parkes (1998), pode-se perceber o
sofrimento pelos sintomas que se manifestam vinculados à negação e à repressão da perda, e
esse sofrimento pode levar ao que Malkinson (2010) chama de um processo de luto irracional,
ou mal adaptativo.

É significativo o papel que assume a educação para a morte como forma de evitar
as patologias inerentes ao processo. Este trabalho educativo perpassa vários segmentos nos
ambientes de saúde (hospitais, clínicas e casas de recuperação) e também em ambientes
funerários, religiosos e de educação, nos quais o tema deve ser tratado com a devida
relevância que a tanatologia deve ter diante da relativização dos procedimentos e
mercantilização, o que parece ter influenciado na desumanização do tratamento relativo à dor
e ao luto da perda. Segundo Werlang et al (2012) o profissional que trabalha com tanatologia
(médico, psicólogo, assistente social, enfermeiro, entre outros) é um especialista em doentes
terminais, o qual deve curar a dor do processo de morrer do doente, da família, dos membros
da equipe de saúde, processo este que não termina com a morte do paciente, mas que se
estende até que o familiar tenha concluído seu trabalho de luto.

Neimeyer (2011), agrega o importante achado de que o luto como um processo


que pode conduzir do desequilíbrio psicológico a um reajuste é algo que deve ser analisado,
especialmente no que se trata dos laços de continuidade e da significância disso ao ente
enlutado, e os novos horizontes que devem ser construídos para garantir a sobrevivência
diante do sentimento de perda.

A morte costumeiramente tem sido vista com angústia por grande parte das
pessoas, porque traz em si a dor da separação, o receio do sofrimento, bem como a incerteza
da realidade pós vida, esta última carregada de toda a informação provinda das tradições
religiosas experienciadas pelos indivíduos. Por vezes constatam-se manifestações de sonhos e
visões no período de luto do indivíduo. Não se tratam de situações sobrenaturais, mas de
reações do inconsciente diante do impacto da perda.

De acordo com JUNG (p.50, 2005), os sonhos têm uma correlação forte com a
realidade e envolvem um mergulho profundo na identidade do ser:

Os sonhos algumas vezes podem revelar certas situações muito antes de elas
realmente acontecerem. Não é necessariamente um milagre ou uma forma de
previsão. Muitas crises da nossa vida têm uma longa história inconsciente.
Caminhamos ao seu encontro passo a passo, desapercebidos dos perigos que se
acumulam. Mas aquilo que conscientemente deixamos de ver é, quase sempre,
captado pelo nosso inconsciente, que pode transmitir a informação através dos
sonhos.

A separação é de difícil aceitação para as pessoas que passam pela experiência da


morte de um ente muito querido. Para ilustrar a afirmação anterior, segue-se um caso real: Z.
foi criado por M. que não era sua genitora, mas que teve sua guarda desde os 4 anos. Sempre
muito próximo a ela, não conseguiu ter nenhum relacionamento afetivo com uma parceira ou
parceiro, desenvolvendo praticamente uma “assexualidade”. Aos 96 anos de idade, M. veio a
falecer, no ano passado, e até o presente momento este homem com mais de 50 anos de idade
não aceita a morte de sua mãe, estabelecendo um rígido complexo de culpa crendo-se
responsável pela morte da mãe por negligência, em que pese todo o cuidado mantido, o que
afetou também sua relação com Transcendente, questionando os porquês da morte
“prematura” de sua mãe. Apesar de ser insistentemente admoestado a não prosseguir neste
luto, considerado doentio por muitas pessoas, ficou vulnerável em sua saúde física e sem
muita perspectiva de vida futura.

Conforme Bowbly (2004), este nível de relacionamento com o ente falecido é


também determinante na maneira como será conduzido o processo de luto:

Na determinação do curso do luto, ou seja, se sadio ou patológico, se intenso e


mais prolongado, a variável mais influente parece ser a personalidade da pessoa
enlutada, principalmente no que diz respeito à maneira como se organizam seu
comportamento de apego e as formas de reação que utiliza diante de eventos
estressantes.
O discurso religioso mostra-se eficiente no processo especialmente por atenuar o
vazio existencial que o moribundo apresenta diante das incertezas quanto a seu futuro e
principalmente na iminência da chegada da morte. O aconselhamento religioso busca o
processo de cura interior especialmente pelas remissões e pelo perdão entre os entes em
processo do morrer. É importante o aspecto da manutenção da qualidade de vida neste morrer,
que se dá geralmente por parte da equipe médica com o lenitivo físico para as dores e da parte
de todos os envolvidos, com o acolhimento, a amizade e a efusão de sentimentos fraternos
neste momento de ruptura, no sentido de que o evento da morte não seja tão traumático a
todos.
De acordo com Kovács (1992, p. 50), o processo de luto só estará finalizado,
quando existir “a presença da pessoa perdida internamente em paz”, havendo “um espaço
disponível para outras relações”, sendo, portanto, necessário um tempo para vivenciar o luto,
e não para negá-lo.

Os ministros religiosos são desafiados neste processo do “morrer” a ressignificar


os próprios conceitos escatológicos, humanizando a doutrina, demonstrando que a
misericórdia e o amor são os grandes remédios para curar os maiores sofrimentos da alma
humana, que se inquieta diante do desconhecido metafísico. É importante o papel que os
meios religiosos resgatam em relação a morte como fenômeno inerente à vida, não apartada
dela, mas contínua. Isto fortalece o indivíduo diante da falta de sentido que muitas vezes
acompanha a sua própria existência, possibilitando um reencontro para além da morte.

Conforme visto acima, além de fatores socioculturais e religiosos, há aspectos de


ordem individual que podem vir a prejudicar o enfrentamento da morte e do luto, tais como as
experiências que o sujeito teve com a perda de pessoas mais próximas afetivamente. Segundo
Papalia, Olds e Feldman (2006), com a ajuda da rede de suporte social, a maioria das pessoas
que estão de luto é capaz de se conciliar com sua perda e de voltar a viver normalmente.
Entrementes, para algumas, indica-se terapia para perda. Também, embora algumas pessoas
recuperem-se com rapidez após o luto, outras nunca o fazem.

Segundo Zwielewski & Sant’Ana (2016) existe uma quantidade limitada de


protocolos terapêuticos com eficácia comprovada para tratamento do luto, numa perspectiva
patológica. Entretanto, utilizando como suporte teórico a terapia cognitivo comportamental a
paciente pode demonstrar maior capacidade de reavaliação das interpretações e maior
capacidade para desenvolver estratégias de enfrentamento da saudade do ente querido e para
lidar com seus problemas diários, abandonando o comportamento dependente e tendo uma
reinserção social positiva.

A Terapia Cognitivo Comportamental – TCC tem uma abordagem direcionada à


queixa atual da paciente. Primeiramente devem ser colhidas as informações de acordo com o
protocolo para atendimento a pacientes enlutados:

1) Aplicação das escalas de autorrelato Inventário de Ansiedade de Beck


(BAI), Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Inventário de Desesperança de Beck (BHS),
para avaliar a intensidade da depressão, da ansiedade e da desesperança, semanalmente.
2) Avaliação de risco de suicídio
3) Psicoeducação sobre as fases do luto e sobre as alterações cognitivas,
fisiológicas e comportamentais, consideradas comuns nesse período.
4) Identificação das distorções cognitivas da paciente relacionadas ao luto
5) Ajudar a paciente a reconhecer a perda
6) Utilizar técnicas para ansiedade e depressão em momentos agudos, se
necessário.
7) Psicoeducação para prevenção de recaídas

Acredita-se que, por ela ser breve, estruturada, focal, tende a ter uma importante
contribuição para o alívio dos sintomas gerados pela perda repentina. De acordo com os
teóricos embasadores da TCC, os comportamentos são regidos pelos pensamentos, que na
maioria das vezes apresentam-se disfuncionais, desadaptativos, causam sofrimento aos
indivíduos, inabilitando e incapacitando na reorganização de suas vidas, em grau maior se
influenciados por um evento estressor que é a perda repentina de um ente querido. Portanto,
podem ser utilizados alguns instrumentos como estratégias e técnicas psicoterapêuticas que
colaboram para o alívio de sintomas e a melhora do paciente.

No caso da psicoterapia breve, o paciente pode ser convidado a listar as questões


de maior dificuldade de enfrentamento, segundo o grau de importância, buscando reassegurar
com o próprio paciente as soluções detalhadas de resolução para cada problema enumerado,
bem como técnicas de relaxamento para ir eliminando progressivamente os sintomas
impertinentes. A questão chave aí é resolver os problemas pontuais relatados, o que torna-se
muito eficaz a curto prazo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A morte deve ser vista naturalmente, sem neuras, preconceitos e, sobretudo, sob a
perspectiva da solidariedade manifestada tanto nos conceitos religiosos da Esperança, quanto
nos cuidados paliativos como os doentes terminais e no auxílio psíquico aos enlutados.

Ao longo do processo histórico, pode-se perceber que o conceito de morte foi se


transformando, saindo de uma conotação fortemente teocêntrica pela valorização da
ritualística das exéquias, para um antropocentrismo exacerbado em que a morte e o processo
de morrer devem ser mascarados nas casas de saúde e depois, nas funerárias.

Essa transformação na maneira de enxergar o fenômeno da morte tem gerado


certa frieza nos profissionais envolvidos, que a partir do repensar e ressignificar pode ser
alterada passando à humanização dos procedimentos entre todos os atores envolvidos:
ambiente hospitalar, religioso e funerário.

Verificou-se também que em alguns casos o luto torna-se patológico, e o paciente


deve ser tratado com o protocolo terapêutico adequado para extirpar a sintomática
inconveniente e retomar a normalidade de sua existência, agora sob um novo olhar sem mais a
presença física daquele ente querido que partiu.

Além disso, percebe-se que o processo de cura das perdas relacionadas à morte
está diretamente ligado à maneira como se trata esta realidade, ou seja, os vários fatores
envolvidos (psicológicos, sociais, religiosos) permitem que o indivíduo possa seguir adiante,
digerindo estas informações absorvidas durante este processo impactante em sua existência e
se tornando uma pessoa melhor para si mesmo e para a sociedade.

Diante de tudo que foi exposto, pode-se averiguar que os conceitos da sociedade
contemporânea desmistificam a relação do homem com a morte na medida em que a tornam
mais um apêndice comercial, em que o ser humano em sua humanidade é esquecido em
detrimento de regramentos médicos e de direitos e obrigações financeiras. O resgate da pessoa
humana deve ser visado pelo profissional que trabalha com a tanatologia tanto aos pacientes
terminais, quanto às famílias enlutadas, a fim de que prevaleçam sentimentos que levem à
restauração de todos e sua “ressurreição” diante do poder destrutivo que a morte possui.

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