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ROTEIRO PARA O CBH

Sobre a Cobrança pelo Uso


da Água

Realização:
Apoio:

Agência-PCJ
CBH-PCJ CBH-PS CETESB
Sobre a Cobrança pelo Uso da Água

A cobrança pelo uso da água já é realidade em algumas bacias e agora será


implantada pelo seu comitê. Para esta ação ser bem sucedida é importante que
os envolvidos entendam com clareza como as coisas serão feitas e o papel de
cada um nesse momento.
Esse entendimento deve acontecer em relação a dois pontos principais:
O primeiro, de caráter geral, diz respeito ao significado da cobrança e à sua
relevância como indutora de boas práticas no uso da água. Com relação a
este ponto existe uma cartilha explicativa que poderá ajudá-lo a entender
melhor a questão. É possível também ler alguns depoimentos de
representantes de setores que já pagam pelo uso da água no Estado de São
Paulo.
O segundo ponto, objetivo deste roteiro, é a indicação das etapas que precisam
ser cumpridas para que você possa colocar a cobrança em prática, passo a
passo, com segurança. O roteiro tem por base a legislação pertinente e o
conhecimento acumulado dos comitês que já viveram esta experiência.
Apesar de não podermos prever todas as dificuldades que eventualmente
ocorrem, dada a complexidade do processo de implantação da cobrança,
buscamos detalhar os procedimentos a serem seguidos e oferecer as
orientações necessárias para que você conduza cada etapa com tranqüilidade e
confiança.
COMO IMPLANTAR A COBRANÇA

Para iniciar a cobrança existe um pré-requisito que todo CBH deve


atender: os Planos de Bacia, elaborados ou complementados, deverão
ser aprovados pelos respectivos CBHs, de acordo com a Deliberação
CRH nº 62, de 04 de setembro de 2006.
Enquanto o comitê trata do Plano de Bacia, algumas providências
devem ser tomadas para dar andamento ao processo. As principais
estão apontadas aqui e servem como indicativos dos passos a seguir,
sem representarem necessariamente um modelo acabado: a
experiência cotidiana o orientará na adaptação do roteiro à sua
realidade.
PROCESSOS DELIBERATIVOS
1- Criação da Câmara Técnica ou Grupo de Trabalho no CBH para
a implantação da Cobrança
a) Da Câmara ou Grupo de Trabalho devem participar, além dos gestores
DAEE e CETESB, que fornecerão apoio técnico e informações para a
implantação da cobrança, os representantes de todos os setores usuários
que estão sujeitos à cobrança, tanto públicos como privados, e as entidades
da sociedade civil interessadas no tema, com destaque para as
universidades. A idéia é que os estudos e propostas ali produzidos sejam
negociados e acordados entre as partes envolvidas desde o início.
b) As atribuições deste GT ou CT devem estar claramente definidas em
regimento, assim como as tarefas que caberão a outros entes do Sistema
(DAEE, CETESB, Banco, etc.).
c) Uma das primeiras tarefas a ser realizada é a elaboração de um cronograma
de trabalho em conformidade com a Deliberação do CBH encaminhada ao
CRH em dezembro de 2007.
d) Para uma boa condução desse processo, é fundamental o conhecimento da
legislação referente à cobrança.
Processos Deliberativos

Instrumentos Legais

A Política Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, instituída pela Lei


7.663 de 30 de dezembro de 1991, aborda o tema da cobrança em seu artigo 14.
A Lei 12.183 de 29 de dezembro de 2005 dispõe sobre a cobrança pela
utilização dos recursos hídricos do domínio do Estado de São Paulo e sobre os
procedimentos para fixação dos seus limites, condicionantes e valores, tendo
sido regulamentada pelo Decreto 50.667, de 30 de março de 2006.
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH) trata da cobrança nas
seguintes deliberações:
58 (18/01/2006) – Cria Grupo de Trabalho para regulamentação da Lei nº 12.183.
63 (04/09/2006) - Aprova procedimentos, limites e condicionantes para a
cobrança.
66 (06/06/2006) - Altera tabela do anexo 2 da Deliberação CRH 63.
67 (06/12/2006) – Referenda os valores a serem cobrados na Bacia Hidrográfica
do Rio Paraíba do Sul.
68 (06/12/2006) – Referenda os valores a serem cobrados nas Bacias
Hidrográficas dos Rios PCJ.
71 (25/07/2007) – Institui a Câmara Técnica de Cobrança.
Processos Deliberativos

Importante:
• Para aprovação em plenário dos assuntos relativos à cobrança,
lembre que há quorum diferenciado para os usuários.
• Para uniformização dos conhecimentos sobre a cobrança, os
membros do CBH devem passar por processo de
capacitação/informação que envolva a base legal, os pré-requisitos e
as estratégias para implantação.
• A implantação da cobrança é um processo de negociação. Assim,
aqueles responsáveis por transmitirem as informações para os
setores, devem ter ou adquirirem habilidades relacionadas a
negociação e comunicação.
Processos Deliberativos

2 - Elaboração da Proposta de Cobrança


a) O início dos trabalhos do GT ou CT deve basear-se na discussão e
posicionamento do CBH quanto às seguintes questões:
• Criticidade da bacia
• Sensibilização do usuário quanto à racionalização do uso da água e redução
da emissão de poluentes
• Maior aporte de recursos para a consecução das metas estabelecidas no
Plano de Bacias e conseqüente implantação das ações necessárias
As respostas apontarão a melhor estratégia a ser adotada: uma boa
indicação deste tema é o livro sobre a implementação da cobrança nas
Bacias dos Rios PCJ.
b) A viabilidade de implantação da cobrança no CBH pode ser medida
através de pesquisa que trate da disposição a pagar. Está disponível para
consulta um questionário e um texto explicativo elaborados pelo CBH
PCJ,que podem servir de modelo para avaliar a aceitação da cobrança junto
aos usuários.
c) Devem ser realizados estudos e propostas preliminares com os critérios e
valores a serem cobrados na bacia.
Processos Deliberativos

Elaboração da Proposta de Cobrança

d) Estabelecer um sistema de simulação da cobrança,que ajudará na


avaliação das alternativas de valores estudados e propostos.
Trata-se de um sistema dinâmico e contínuo de informações onde o
usuário ou interessado digita os valores da sua outorga de direito de uso
dos recursos hídricos e a concentração de DBO5,20 disponível, e obtém,
automaticamente, os valores a serem cobrados pela captação, consumo
e lançamento, considerando, para tanto, os coeficientes e as variáveis
aprovados pelo CBH a que pertence.
Para sua consulta, estão disponíveis os simuladores dos CBHs PCJ , PS
e SMT (aplicativo no cd)
e) As propostas preliminares, divulgadas por meio eletrônico, deverão ser
discutidas em encontros com os setores usuários, em audiências
públicas, etc., quando serão apresentadas simulações, de forma a ser
definidos os valores a ser adotados pelo CBH.
Processos Deliberativos

Elaboração da Proposta de Cobrança

f) As reuniões e encontros devem permitir o fechamento de uma


proposta final da cobrança, estabelecendo pontos importantes como:
a forma de cobrança (ex. boleto, enviado via correio pelo órgão
responsável – DAEE ou Agência); a definição de um valor mínimo
para emissão do boleto (ex. R$ 20,00);e a periodicidade da cobrança
(ex. até 12 parcelas de igual valor).
g) Elaborar relatório das justificativas para a proposta da cobrança
(critérios, valores, etc.). Como exemplos destes documentos,
apresentamos um relatório elaborado pelo CBH PCJ e outro feito
pelo CBH PS.
h) O Grupo deve então encaminhar a proposta para aprovação do CBH
e em seguida do CRH, contendo os valores a serem cobrados na
bacia e também os programas quadrienais a serem efetivamente
realizados e as parcelas de investimento a serem cobertas com o
produto da cobrança.
Processos Deliberativos

Importante:
• A fórmula da cobrança deve ser esclarecida de maneira exaustiva e o
simulador disponibilizado para os interessados.
• O CBH deve atuar junto aos diferentes usuários (urbanos, industriais e
agrícolas) buscando identificar e reverter possíveis resistências e procurar
sempre o consenso nas decisões, evitando processos que impliquem
votações: não é recomendável, visando à aceleração do processo, pular
etapas ou negligenciar a interação com os usuários. Aqui entra o
negociador.
Importante:

• Elaborar e guardar as listas de presença e as atas das reuniões, com


a consolidação das decisões tomadas, mantê-las em arquivo e
disponibilizá-las para consulta no CBH e em seu site.
• O mecanismo da cobrança progressiva no CBH PCJ (que adotou nos
três primeiros anos, respectivamente, os percentuais de 60, 75 e
100%,) e do PS (88,94, 100%), revelou-se um bom argumento na
discussão com os usuários.
• Cabe a cada CBH decidir pela adoção, ou não, deste mecanismo,
assim como pelos índices a serem aplicados na progressão dos
percentuais. Com relação aos Comitês que já iniciaram a cobrança
estadual (PCJ e PS) é possível consultar os Decretos nº 51.449 e
51.450, respectivamente, os quais aprovam e fixam os valores a serem
cobrados.
Processos Deliberativos

Importante:

• Debater nos CBHs que possuem rios de domínio da União, a


implementação da cobrança federal: se deve preceder, suceder ou ser
feita ao mesmo tempo que a cobrança estadual. São federais de
acordo com a Constituição Federal "os rios e lagos em terreno de seus
domínios ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, se estendam a território estrangeiro, ou dele provenham
e aqueles onde haja obras da União" (art. 20, III). Aos Estados
pertencem os rios e lagos que não são da União (art. 26, I).
Processos Deliberativos

A Política Nacional de Recursos Hídricos foi instituída pela Lei 9.433, de


08 de janeiro de 1997, que trata da cobrança em seus artigos 19 a 22.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) dispôs sobre a
cobrança, nas seguintes resoluções:
19 (de 14/03/2002) - Aprova o valor da cobrança na Bacia Hidrográfica do
Rio Paraíba do Sul.
21 (de 14/03/2002) – Institui a Câmara Técnica Permanente de Cobrança –
CTCOB.
27 (de 29/11/2002) – Define valores e critérios de cobrança na Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
35 (de 01/12/2003) – Estabelece prioridades para aplicação dos recursos
da cobrança, exercício 2004.
41 (de 02/07/2004) - Estabelece prioridades para aplicação dos recursos
da cobrança, exercício 2005.
44 (de 02/07/2004) – Define valores e critérios de cobrança na Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, aplicáveis aos usuários do setor de
mineração de areia no leito dos rios.
48 (de 21/03/2005) – Estabelece critérios gerais para a cobrança pelo uso
dos recursos hídricos.
Processos Deliberativos

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) dispôs sobre a cobrança,


nas seguintes resoluções (cont.):
49 (de 21/03/2005) – Estabelece prioridades para aplicação dos recursos da
cobrança, exercício 2006.
50 (de 18/07/2005) – Aprova os mecanismos e critérios para a regularização de
débitos consolidados referentes à cobrança na Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul.
52 (de 28/11/2005) – Aprova os mecanismos e os valores para a cobrança nas
Bacias Hidrográficas dos Rios PCJ.
60 (de 02/06/2006) – Dispõe sobre a manutenção dos mecanismos e valores
atuais da cobrança na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
64 (de 07/12/2006) – Aprova os valores e mecanismos de cobrança na Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
66 (de 07/12/2006) – Aprova os valores e mecanismos de cobrança referentes
ao uso de recursos hídricos para a transposição das águas da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul para a Bacia Hidrográfica do Rio Guandu.
70 (de 19/03/2007) – Estabelece os procedimentos, prazos e formas para
promover a articulação entre o CNRH e os Comitês de Bacia Hidrográfica,
visando definir as prioridades de aplicação dos recursos provenientes da
cobrança.
Processos Deliberativos

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) dispôs sobre a cobrança, nas


seguintes resoluções (cont.):
71 (de 14/06/2007) – estabelece as prioridades para aplicação dos recursos
provenientes da cobrança, para o exercício 2008 e no Plano Plurianual 2008-2011.
78 (de 10/12/2007) – Aprova a revisão dos mecanismos e ratifica os valores relativos
à cobrança nas Bacias Hidrográficas dos Rios PCJ.
Moção nº 26 (de 26/03/2004) – Solicita providências relativas ao não
contingenciamento dos recursos oriundos da cobrança.
Portaria nº 206 (de 11/08/2004) - Institui, no âmbito da Secretaria de Recursos
Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, Grupo de Trabalho, com a finalidade de
propor ações que visem solucionar questões operacionais decorrentes da cobrança
pelo uso da água, apontando novos mecanismos de arrecadação e de aplicação dos
recursos oriundos da referida cobrança.
Também dispõem sobre o assunto as seguintes resoluções da Agência Nacional de
Águas - ANA:
130 (de 05/12/2001) – Estabelece normas de aplicação de recursos oriundos da
cobrança
318 (de 26/08/2003) – Aprova os procedimentos para a emissão e retificação dos
boletos de cobrança, bem como para arrecadação e controle de pagamentos.
Processos Deliberativos

3 - Aprovação da Proposta de Cobrança


a) Deliberação do CBH aprovando a proposta de cobrança
b) Encaminhar a proposta de cobrança ao CRH nas datas
estabelecidas na deliberação nº 63, de 04 de setembro de
2006 (10 de fevereiro, 10 junho ou 10 de outubro).
c) Deliberação do CRH referendando esta proposta, mediante
aprovação nas Câmaras Técnicas de Planejamento e de
Cobrança, e na plenária do Conselho Estadual.
e) Aprovação, mediante decreto do Governador.

Importante:
O representante do CBH deve prestar esclarecimentos, justificar e
fazer a defesa desta proposta em todas as instâncias necessárias.
Processos Deliberativos

4 - Divulgação da Cobrança
a) Definir as formas de inserção na mídia impressa (jornais, revistas,
folders, etc.), mídia eletrônica (internet, rádio e TV).
b) Realização de seminários, palestras, reuniões com setores usuários:
a estratégia a ser utilizada para o contato e os esclarecimentos deve
privilegiar as informações sobre as vantagens a serem auferidas
com a cobrança, apresentando, por exemplo, os alvos dos
investimentos e os benefícios resultantes, em consonância com o
que prevê o Plano da Bacia. Lembrar sempre que o dinheiro fica na
bacia!!!
c) Definição de canais para atendimento ao usuário (Exemplo:
atendimento telefônico, e-mail, etc.).

Importante:
• Escolher e capacitar em comunicação e moderação um (ou mais)
interlocutor(es) que será(ão) responsável(eis) pelos contatos com a
mídia, para entrevistas, declarações, esclarecimentos, etc.
Processos Deliberativos

Importante:
• Com relação a este tema, as experiências do CBH PCJ e CBH PS não
recomendam a adoção de uma ampla e onerosa campanha de divulgação
dirigida à população da bacia, visto que em vez de promover a aceitação e
a adesão em massa dos usuários, uma campanha nesses moldes pode
criar expectativas contrárias às esperadas.
• A sugestão é que a campanha seja gradativa e constante, voltada para o
contato direto com os usuários.
MECANISMOS DA COBRANÇA

Os mecanismos da cobrança dividem-se em três componentes:


• Bases de cálculo e coeficientes ponderadores
• Valores unitários
• Critérios específicos

Usos dos recursos hídricos


• Captação e derivação : retirada de água existente em um corpo hídrico
superficial
• Extração : retirada de água de um aqüífero subterrâneo
• Consumo : parcela do uso de captação que não é devolvida ao corpo
hídrico
• Lançamento : parcela de água retornada ao corpo hídrico após sua
utilização (efluente)
Mecanismos da Cobrança

Bases de cálculo e Coeficientes Ponderadores


As bases de cálculo são os componentes dos mecanismos da cobrança
pelo uso dos recursos hídricos que visam quantificar esses usos e
atribuir-lhes valores.
A cobrança pelo uso da água, devido à dificuldade natural de aceitação e
às dificuldades nos processos de cadastro e fiscalização, deve adotar
uma implantação gradativa, tanto dos volumes de captação, consumo e
cargas de lançamento dos vários tipos de usuário, quanto dos
coeficientes ponderadores.
Deve ser iniciada com reduzido número de coeficientes ponderadores,
aqueles de maior facilidade de qualificação ou quantificação, progredindo
então ao longo dos anos com a implantação dos demais coeficientes, à
medida que se consiga uma caracterização mais acurada acerca deles
ou que se tenha necessidade dadas as prioridades a serem
determinadas pelo Comitê de Bacia.
Mecanismos da Cobrança

Bases de cálculo e Coeficientes Ponderadores


Os coeficientes ponderadores adotados imediatamente após o início
da cobrança, seriam aqueles de maior aceitação pelos usuários e
passíveis de fácil quantificação ou qualificação. Estes coeficientes,
sendo maiores ou menores que o valor unitário, visam desestimular
ou incentivar a captação, consumo ou o lançamento de efluentes em
um determinado ponto da bacia hidrográfica.
Para determinação dos valores dos coeficientes, podem ser adotados
índices calculados através de parâmetros quantificáveis da bacia
hidrográfica, escolhidos conforme a característica que se deseja
representar pelo coeficiente multiplicador, índices estes que podem
balizar, mediante um critério técnico, a escolha de um certo valor
para o coeficiente em questão.
COEFICIENTES PONDERADORES

CAPTAÇÃO, EXTRAÇÃO, DERIVAÇÃO E CONSUMO

Foram definidos 13 Coeficientes Ponderadores (X1,X2, X3, X4,...., X13)


para captação, extração, derivação e consumo, considerando
características diversas que permitem a diferenciação dos valores a serem
cobrados, servindo, inclusive, de mecanismos de compensação e
incentivo aos usuários, conforme previsto na Lei 12.183/06.
Coeficientes Ponderadores

X1 = natureza do corpo d’água, superficial ou subterrâneo


X2 = classe de uso preponderante em que está enquadrado o corpo
d’água no local do uso ou da derivação
X3 = disponibilidade hídrica local
X4 = grau de regularização assegurado por obras hidráulicas
X5 = volume captado, extraído ou derivado e seu regime de variação
X6 = consumo efetivo ou volume consumido
X7 = finalidade do uso
X8 = sazonalidade
X9 = características dos aqüíferos
X10 = características físico-químicas e biológicas da água
X11 = localização do usuário na bacia
X12 = práticas de conservação e manejo do solo e da água
X13 = transposição de bacia

O Anexo 2 da Deliberação CRH nº 63, de 04/09/06, determina que


apenas os Coeficientes Ponderadores X1,X2, X3, X6, X7 e X13 sejam
considerados para os dois primeiros anos.
Coeficientes Ponderadores

DILUIÇÃO, TRANSPORTE E ASSIMILAÇÃO DE EFLUENTES

Foram definidos 9 Coeficientes Ponderadores (Y1,Y2, Y3, Y4, .., Y9)


para diluição, transporte e assimilação de efluentes, considerando
características diversas que permitem a diferenciação dos valores a
serem cobrados.
Coeficientes Ponderadores

DILUIÇÃO, TRANSPORTE E ASSIMILAÇÃO DE EFLUENTES

Y1 = Classe de uso preponderante do corpo d'água receptor


Y2 = Grau de regularização assegurado por obras hidráulicas
Y3 = Carga lançada e seu regime de variação
Y4 = Natureza da atividade
Y5 = Sazonalidade
Y6 = Vulnerabilidade dos aqüíferos
Y7 = Características físico-químicas e biológicas do corpo receptor
Y8 = Localização do usuário na Bacia
Y9 = Práticas de conservação e manejo do solo e da água.

O Anexo 2 da Deliberação CRH nº 63, de 04.09.06, determina que


apenas os Coeficientes Ponderadores Y1,Y3 e Y4 sejam considerados para
os dois primeiros anos.
Valor Total

VALOR TOTAL A SER COBRADO

C = vazão captada + vazão consumida + carga lançada (DBO)

VALOR TOTAL ANUAL DA COBRANÇA:

C = PUF CAP .VCAP + PUFCONS.VCONS + PUFlançamento.Qparâmetro (x)

onde:
VCAP = volume total (m3) captado, derivado ou extraído, por uso, no período, em corpos
d´água
VCONS = volume total (m3) consumido por uso, no período, decorrente de captação,
derivação ou extração de água em corpos d´água
Qparâmetro(x) = Valor médio da carga do parâmetro(x) em Kg presente no efluente final
lançado, por lançamento, no período, em corpos d´água
PUFs = Preços Unitários Finais equivalentes a cada parâmetro de cobrança, obtidos
pelo produto dos Preços Unitários Básicos pelos Coeficientes Multiplicadores:
PUFCAP = PUBCAP ( X 1 x X 2 x X 3 x … x X 13)
PUFCONS = PUBCONS ( X1 x X2 x X3 x … x X13 )
PUFLANÇ = PUBLANÇ ( Y1 x Y2 x Y3 x … x Y9)
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS PARA A COBRANÇA

Cálculo da Eficiência do Tratamento:


Cs - Ce
x 100
Ce
onde:
Ce = Concentração da DBO5,20 na entrada do sistema de tratamento (mg/L).
Cs = Concentração da DBO5,20 na saída do sistema de tratamento (mg/L).

A DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) é o parâmetro fundamental


aplicado no controle de poluição das águas e utilizado para identificar os
lançamentos de matéria orgânica de origem doméstica e industrial. A
determinação da Demanda Bioquímica de Oxigênio é um teste que demonstra
a demanda potencial de oxigênio dissolvido requerida por águas e efluentes
devido à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis. Uma das
aplicações do ensaio é a avaliação da eficiência de remoção da DBO por
sistemas de tratamentos.
Importante:
Outros usos e interferências que alterem o regime, a quantidade e a
qualidade da água existente num corpo d'água, poderão ter coeficientes
ponderadores específicos, a serem propostos por deliberação dos
respectivos CBHs.
Para definir a compensação e incentivo aos usuários que devolverem a
água em qualidade superior àquela determinada em legislação e normas
complementares, conforme disposto no 3º do artigo 9º da Lei nº 12.183, de
29 de dezembro de 2005, os Comitês de Bacias Hidrográficas deverão
aplicar coeficiente redutor ao valor atribuído ao parâmetro Y3 referido na
alínea "c" do inciso II deste artigo.
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS
Procedimentos Operacionais

Sobre a Outorga pelo Uso da Água

Quem é usuário?
É a pessoa que deseja fazer uso das águas de um rio, lago ou mesmo de
águas subterrâneas (poços).
O que é outorga?
A outorga de direito de uso ou interferência de recursos hídricos é um ato
administrativo, de autorização ou concessão, mediante o qual o Poder Público
faculta ao outorgado fazer uso da água por determinado tempo, finalidade e
condição expressa no respectivo ato.
Constitui-se num instrumento da Política Estadual de Recursos Hídricos,
essencial à compatibilização harmônica entre os anseios da sociedade e as
responsabilidades e deveres que devem ser exercidas pelo poder concedente.
No Estado de São Paulo cabe ao DAEE o poder outorgante, por intermédio do
Decreto 41.258, de 31/10/96, que regulamenta artigo 7º das disposições
transitórias da Lei 7.663/91.
Procedimentos Operacionais

Sobre a Outorga pelo Uso da Água

Quem/Quando deve pedir outorga?

Todo usuário que fizer uso ou interferência nos recursos hídricos das
seguintes formas:
• na implantação de qualquer empreendimento que demande a utilização
de recursos hídricos (superficiais ou subterrâneos);
• na execução de obras ou serviços que possam alterar o regime
(barramentos, canalizações, travessias, proteção de leito, etc.);
• na execução de obras de extração de águas subterrâneas (poços
profundos);
• na derivação de água de seu curso ou depósito, superficial ou
subterrâneo (captações para uso no abastecimento urbano, industrial,
irrigação, mineração, geração de energia, comércio e serviços, etc.);
• no lançamento de efluentes nos corpos d'água.
Sobre o Licenciamento Ambienta

1 – O que é a licença ambiental?


É o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as regras,
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas
pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e
operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou aquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental.
A licença ambiental é uma ferramenta fundamental, pois permite ao empresário
tomar conhecimento das possíveis fontes de poluição e de riscos existentes na sua
atividade e de que forma estas podem ser controladas.

2 - Quais são as atividades licenciáveis e dispensadas de


licenciamento pela CETESB?
As atividades licenciáveis pela CETESB encontram-se elencadas no artigo 57,
da Lei Estadual n.º 997/76, com Regulamento aprovado pelo Decreto Estadual
n.º 8.468/76, alterado pelo Decreto Estadual n.º 47.397, de 04 de Dezembro de
2002, que introduziu a figura da Licença de Operação - Renovação.
Sobre o Licenciamento Ambiental

3 - Quais os tipos de licença?

Licença Prévia ( LP) - É a licença concedida na fase do planejamento do


empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando
a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e exigências
técnicas a serem atendidas nas próximas fases.
Licença de Instalação (LI) - É a licença que autoriza a instalação do
empreendimento ou de uma determinada atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo
as medidas de controle ambiental e demais exigências técnicas necessárias.
Licença de Operação (LO) - É a licença que autoriza o funcionamento da
atividade mediante o cumprimento integral das exigências técnicas contidas na
licença de instalação.
Procedimentos Operacionais

5 - Informações para cadastro


O cadastro para a cobrança pelo uso da água é constituído pela
consolidação das seguintes informações:
• Do cadastro de usuários DAEE , referente à outorga - captação e lançamento,
• Das informações referentes à concentração de parâmetros a serem utilizados
(inicialmente apenas DBO5,20 como determina o artigo 15 do Decreto 50.667 de
30.03.2006), eficiência do sistema de tratamento de efluentes e classe do corpo
receptor, que serão informados pela CETESB, a partir de dados constantes do
licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade.
• Dados complementares de usos (derivados de trabalho de campo ou de
resultados do ato convocatório), para fechar o balanço hídrico – exemplo:
infiltração, compra de água, enfim, não disponíveis no cadastro de usuários DAEE
e da CETESB.
• Das informações dos usuários (CNPJ, CPF, endereços, razão social, contatos,
etc.) para evitar inconsistências na emissão ou na entrega dos boletos.
Importante:
Atentar para que os dados de correspondência sejam da sede da empresa e não
do local da captação ou lançamento, de forma a evitar que o boleto se extravie.
Por segurança, a correspondência deve ser encaminhada pelo correio, com Aviso
de Recebimento.
Procedimentos Operacionais

6 - Cadastro Específico Para a Cobrança


a) Consolidação, pela CETESB, DAEE e, onde houver, pela Agência de
Bacia, dos dados utilizados para a formação do “cadastro de cobrança”,
previsto na resolução SERHS/SMA-1, de 22/12/06.
b) Caso haja necessidade de serviços especializados para consistência
de dados dos cadastros do DAEE e CETESB: fazer Termo de
Referência (TR) para contratação e acompanhamento dos trabalhos.
Para sua consulta, apresentamos também a Minuta de Termo de
Referência elaborada pela Câmara Técnica de Cobrança do CRH.
c) Confirmar os dados dos maiores usuários pagadores através de
verificações no local do empreendimento, efetuadas ou acompanhadas
por técnicos do DAEE e/ou da CETESB.
d) Os dados consolidados deverão ficar disponíveis para consulta do CBH
em meio eletrônico.
e) DAEE ou Agência devem desenvolver “sistema de cobrança”.
f) Disponibilizar, para cada comitê, o cadastro para ato convocatório.
Publicar no Diário Oficial.
Procedimentos Operacionais

7 - Ato Convocatório (DAEE ou Agência)


a) Divulgação do ato convocatório por meio de campanha informativa e
envio de correspondência aos usuários pagadores, com senha de
acesso, mediante Aviso de Recebimento. Podem ser utilizados
recursos do FEHIDRO.
b) Definir mecanismos de atendimento aos usuários para solucionar
eventuais dúvidas (Exemplo: atendimento telefônico, e-mail, etc.).
d) Formulário eletrônico para o ato convocatório – informações que
devem constar:
- vazões horárias
- horas de uso por dia
- dias de uso
- vazões totais mensais, entre outras.
Procedimentos Operacionais

Ato Convocatório

e) Na consolidação do cadastro a ser utilizado para a emissão dos boletos


(Cadastro da Cobrança), o usuário poderá ratificar ou retificar os dados.
Caso deseje retificar, terá o prazo de 90 dias para apresentar a
documentação exigida na legislação vigente. É possível a inclusão de
novos usuários.
Importante:
Validação dos dados junto ao DAEE (dados quantitativos) e CETESB
(dados qualitativos) e complementação dos dados para geração de
boletos.
Procedimentos Operacionais

8 - Boletos de Cobrança (DAEE ou Agência)

a) Implantar sistema para cálculo do valor a ser cobrado.


b) Atualizar contrato da SMA com o Banco Nossa Caixa para a
prestação de Serviço de Cobrança Bancária (que prevê
abertura de Conta Corrente específica).
c) Emissão dos boletos para os usuários, referentes ao primeiro
ano de cobrança e postagem.
d) Implantar sistema de controle dos pagamentos efetuados e
inadimplências.

Importante:
A cobrança será realizada pelo DAEE ou Agência de Bacias conforme
artigo 7º da lei 12.183, ou seja, não é necessária a criação de uma
Agência para iniciar a cobrança.
Procedimentos Operacionais

9 - Utilização dos Recursos Arrecadados


a) Os recursos arrecadados serão creditados em conta específica do CBH
junto ao FEHIDRO
b) A utilização dos recursos deve ser definida por Deliberação do CBH
contemplando uma parcela para investimento e até 10% para despesas
de custeio e pessoal (Decreto 50.667/06).
c) Os investimentos se darão mediante financiamento pelo FEHIDRO de
projetos aprovados pelo CBH (plano anual de aplicação), incluindo as
ações necessárias à operação e manutenção dos sistemas de controle
da cobrança desenvolvidos por DAEE e CETESB, bem como o
pagamento dos agentes técnicos e financeiro do FEHIDRO.
- Cada CBH deverá implantar sistema de informações para
acompanhamento dos pagamentos referentes à cobrança, a ser
disponibilizado pelo DAEE em 2009.
Procedimentos Operacionais

Utilização dos Recursos Arrecadados

d) As despesas de custeio e pessoal também devem estar definidas no


plano anual de aplicação dos recursos do CBH, do qual deverá
constar a destinação de recursos às Agências de Bacia, ou na sua
ausência, ao DAEE, para:
- cobertura de custos operacionais da cobrança
- desenvolvimento das atividades da Secretaria Executiva
- outras despesas de custeio da Secretaria Executiva.

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