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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Discente: Rubens Pinto dos Santos Filho Curso: Pedagogia

Matéria: Educação e Música | Educação e Turma: 2022.2


Artes Visuais

Docente: Gustavo Chaves Machado Data: 22/02/2023

Goiânia
2023

_Relatório_

Este relatório tem por objetivo apresentar um relato ou um memorial pessoal do


aprendizado que pude apreender durante o semestre 2022.2, das disciplinas de Educação e
Música e Educação e Artes Visuais. As quais tiveram como proposta realizar aproximações
entre conceitos de arte e tendências pedagógicas. Apreciação musical e a relação do potencial
criador como parte integrante da formação humana. Reflexões sobre a música na educação,
memórias sobre a relação da infância e possíveis aberturas no ambiente escolar e acadêmico.
Relações de som e movimento, percepção e expressão em música. Perspectivas sobre a
formação do pedagogo no campo da Educação das Artes. Relação da música com o espaço
urbano, a comunicação e novas tecnologias. Bem como, bem estabelecido pelo Professor
Gustavo foi pensar conexões acerca das reflexões sobre os trâmites entre Educação e Artes
Visuais. Em que pudéssemos pensar em outros percursos, para além dos ditos "oficiais". Para
que esse processo "tomasse forma", ainda que com certa timidez, buscarmos outros caminhos,
por vezes, articulados mediante o contato com a história e com a cultura visual.
Fiquei pensando como escrever este relato, de onde partir/começar, ou mesmo que tipo
de escrita usar. Aqui traçarei um percurso da experiência como rito, de um processo que me
dará margem para descrever as minhas experiências e tornar vivo os lugares que passei. O
relato terá partida principal a partir das vivências e experiências que tivemos ao longo do
curso, também das propostas que poderemos estabelecer a partir da formação e de como
aplicar o que foi apreendido futuramente.
Numa desses pensamentos sobre como eu poderia escrever, a pouco conheci a
cartografia do Deleuze e Guattari, qual aqui será o meu percurso de escrita, como um mapa
inacabado, aberto e composto por diferentes linhas, como Deleuze descreve o Rizoma:
Um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra sempre no meio,
entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é filiação, mas o rizoma
é aliança, unicamente aliança. A árvore impõe o verbo ‘ser’, mas o
rizoma tem como tecido a conjunção ‘e… e… e…’ Há nesta conjunção
força suficiente para sacudir e desenraizar o verbo ser. Para onde vai
você? De onde você vem? Aonde quer chegar? São questões inúteis
(DELEUZE; GUATARRI, 1992. p. 36).

A visita ao Instituto Rizzo, qual tinha a exposição “Olhares pra Dança –


Masculinidades na Dança, Inventividade e Fricção na Década de 1980 em Goiânia, a qual eu
não fui no dia. No entanto, já havia ido inclusive no lançamento da exposição. O encontro
teve como objetivo vivenciar um momento e aproximação de aspectos formativos em relação
aos campos da música e dança, considerando nossas vivências e trajetórias de vida.

Apesar desse panorama, a Educação Musical apresenta resultados que


estão sustentados pelo talento daqueles que acreditam nas práticas
musicais e que fazem as coisas acontecerem. As limitações impostas
pelos currículos e pela formação dos professores, as possibilidades da
aprendizagem musical, − por sua força mobilizadora −, e a
musicalidade latente no povo, garantem o sucesso da experiência
artística quando a vivência musical acontece (URIARTE, 2004, p.
248).

Para além da experiência formativa, como diz a autora, qual está latente no povo. É possível
conhecer essa latência no corpo, na sensibilidade sonora, ou mesmo como ela está intrínseca ao tato.
Aqui também a partir de experiências que pude ter a partir da disciplina, seja no encontro Müquifu
Cultural que traçou historicamente a música e arte visual no universo underground, ou mesmo no
Instituo Rizzo, quais pensamos as dimensões sonoras, aparatos tecnológicos, artes visuais na Casa
Plena Galeria e então o universo de como se moveu meu corpo nesse processo. Conheci o
desconhecível, andei pelas ruas de Goiânia, fui a Faculdade de Educação, conheci espaços artísticos,
falei com meus colegas, conheci o Professor Gustavo, refleti, empolguei. O corpo se movimentou em
diversos movimentos, porque falou, tocou, andou, experenciou e agora tecla nas teclas do computador.
Conhecemos autores que pudesse pensar sobre o corpo na rítmica, no processo corporal, no
movimento e na relação com música, que sempre tem seu aspecto visual. Desta forma, como forma de
posteriormente contextualizar trago o que o Madureira (2012) observou que a Rítmica é um sistema de
educação musical que integra ritmo musical e expressividade do corpo, uma espécie de solfejo
corporal destinado a despertar no corpo a consciência do sentido rítmico-muscular, fundamento da
arte musical. Ou seja, a expressão corporal intrínseca a música, a partir de seus movimentos.

Bem, a minha experiência junto as disciplinas, as experiências dentro e fora de sala, nos
espaços formais e não formais, com o Professor Gustavo e os colegas, contribui no processo reflexivo
da arte, bem como da formação, do conhecimento plural, do movimento da arte e por onde ela vai
passar através de mim e como a mesma irá se movimentar pelos afetos, em quem toca, ou mesmo
em quem sente. Aqui eu abro meu horizonte, mesmo que a disciplina se encerre. Meu repertório,
minhas lacunas quase preenchidas porque sempre há lacunas, as margens onde eu ando, as bordas,
os meios e meios fios são todos afetados, imersos de prazer e aprendizado.

Referências:
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? tradução de Bento Prado Jr.e
Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
MADUREIRA, J. R. (2012). Rítmica Dalcroze e a formação de crianças musicistas: uma
experiência no Conservatório Lobo de Mesquita. Revista Vozes dos Vales da UFVJM:
Publicações Acadêmicas – MG – Brasil – Nº 02 – Ano I – 10/2012.
URIARTE, M. Z. Música e escola: um diálogo com a diversidade. Educar em
Revista Curitiba, n. 24, p. 245-258, 2004.

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