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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

Disciplina: Vivências em Educação Musical 2


Oferta: 2023
Prof. Ms. Natália B. Severino < nataliabs@ufscar.br >

Juliana Gabriela Camargo Silva

FICHAMENTO:

SANCHEZ, Melina Fernandes. Dança e Música: por uma Educação Humanizadora em prática
musical coletiva: estudo do movimento. Orientador: Ilza Zenker Leme Joly. 2009. 5 p.
Dissertação (Mestrado em Licenciatura em Música) - Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos, 2009.

Parte 1: Resumo do capítulo


O texto aborda a necessidade da inserção (e destacamento de tal inclusão) do corpo ao se ensinar Música.
Demonstra e constŕoi uma linha de pensamento sobre o quanto som está ligado com movimento,
dissertando sobre 5 características do movimento. Também cita pesquisadores da área da Educação, como
Laban e Dalcroze, quais, defendem e destacam o quanto o corpo melhora a qualidade do ensino da Música
(Eurritmia), pois, acolhe temas como melhoria rítmica, interpretação e expressão completa músical,
compreensão do ambiente, vivência de socialização direta corpo a corpo, entre outros. A autora realça
contextos históricos da música e o porquê de uma grande autonomia e independência artística da área
musical nesses anos de existência humana. Assimila propriedades do som com uma parte de movimento
(dinâmica), cruciais ao se entender o sentir do som não somente no ouvido, mas, no corpo todo.
Importância de leitura: Reconhecimento de conteúdo ligado à melhoria da metodologia musical, trazendo
sobre o corpo que possui articulações, membros e superfícies, quais são naturais de uma linguagem
expressiva artística do homem. Tal texto se faz rico no fato de se encaixar em uma realidade próxima de
todo aluno: Práticas universitárias em grupo. Em uma passagem, explica-se o som como matéria-prima de
vida, ao todo. O primeiro modo de expressão de um bebê, ou, o primeiro contato gesticulado, se faz por
meio de sons e gestos. De modo paralelo, a necessidade de um aprofundamento histórico musical, se é
muito notório, visto contextualizações gregas (a música como algo muito propagado e não elitizado,
presente no cotidiano religioso, junto á danças), indianas (com a dança e música caminhando juntas
pioneiramente) e lutas identificadas na Música, como seu silenciamento e restrição na Idade Média. Fruto
de tal ditadura, se fez uma identidade autônoma da música e seu afastamento com olhares racionais da
Educação.
Parte 2: Afirmativa em destaque
“Antes de se expressar em palavras, o ser humano se expressa
por sons e gestos” (SANCHEZ, 2009).
Importância sobre destacamento e contextualização: Tal argumento utilizado em defesa de ideais que
abordam o movimento como algo não distante e, sim, presente, se tornou reflexivo, pois, todo ser humano
vivenciou tal frase. A importância que a autora traz para a música, é destacada e faz pensar na
subestimação social quando o assunto é “Música e Arte”. Como subestimar o poder de algo, quando, este
algo está presente no cotidiano e na dependência de existência de cada um? A evolução biológica e
saudável está ligada ao universo sonoro e sua natureza.
“A música é composta por sonoridade e movimento. O próprio som é uma
forma de movimento... Os movimentos desempenham papel primordial na
compreensão e domínio rítmico... A música não se ouve somente com o
ouvido, mas com todo o corpo”.
(Dalcroze, 1907 in Bachmann, 1998)
Importância sobre destacamento e contextualização: Dalcroze afirmava que para cada som há um
movimento correspondente, como uma resposta. Essa ideia deu origem á eurritmia, um método de ensino
musical desenvolvido por ele no início do século XX. A eurritmia é amplamente usada na Educação
Musical em todo o mundo (conseguindo assim, ser um dos únicos fatores educacionais a serem
universalizados) e envolve a integração da música com movimentos corporais. Com o tempo, seus
princípios também começaram a influenciar outras áreas, incluindo Dança, Artes Cênicas e Educação
Física (corpo como centro). A autora cita renomado estudo, para, tanto reforçar a necessidade de uma
parceria pedagógica com tais linguagens artísticas (Dança e Música), quanto para indicar a necessidade de
uma interpretação completa musical, qual, necessita do corpo ao todo. Sentidos totais como vibrações, ou,
aperfeiçoamento de técnicas manuais instrumentais, somam e criam uma valorização estética da Música,
otimizando assim, um respeito maior ao universo musical. Também, de maneira análoga, ao Dalcroze
dizer “música não se ouve somente com o ouvido, mas com todo o corpo”, surge uma reflexão: A música
é tão independente e isolada assim? Ou, da mesma forma que é única, também para ser completa, depende
do fator corpo? Qual, pode ser aplicado com a Dança, modalidade artística valorizada por movimentos
incessantemente expressivos.
Parte 3: Apontamentos
Foi-se analisado um artigo contributivo para uma contextualização tanto histórica quanto cultural, ao
tratar a interseção sobre dança, música e movimento ao longo da história. Fruto de tais disciplinas, se
evoluírem, se faz presente na matéria: Vivências em Educação Musical. Ademais, há uma ampliação de
perspectiva dos estudantes ao verem que, ao mesmo tempo de que música é uma arte isolada e autônoma,
está intrinsecamente ligada à outras artes e disciplinas. De modo seguinte, o artigo conecta o lado artístico
do educador e não só o lado como professor, ao se dirigir no texto a importância da conexão emocional e
pura com a música, na utilização do corpo e expressividade.
Ao apresentar metodologias como a Eurritmia, e a abordagem de Ladan e Delcroze, o texto prepara os
futuros professores de música para métodos de ensino inovadores, em foco da melhor vivência
momentânea do aluno, essencial para atender diversas necessidades de uma existência de diversidade dos
alunos. A reflexão crítica que fica é ampla e necessária uma intervenção: o modo de como a música é
vista na sociedade, é o modo merecido? Como, subestimando tanto suas funções, a música alcançará seu
valor pedagógico, metodológico, simbólico, artístico, criativo, emocional, racional, inclusivo, único e
completo? Desvalorizações por uma linha histórica mundial desfizeram bases da música, como, sua
inclusão social (Ex: Grécia, para todo cidadão grego) estarão para sempre restringindo uma forte
possibilidade da música como ferramenta de transformação cidadã e identificação comunitária?
Em termos emocionais, a música associada ao movimento pode transmitir sentimentos de uma maneira
mais conectiva. A expressão corporal amplifica a emoção contida na música, permitindo que os músicos
comuniquem suas intenções de forma mais clara, direta e impactante. Isso cria uma conexão mais forte
entre o músico e o público, transformando a performance em uma experiência compartilhada.
Em resumo, a interseção entre música, dança e movimento não apenas enriquece a educação musical dos
estudantes, mas também os capacita a se tornarem músicos mais versáteis, expressivos e conectados com a
essência da música. Ao reconhecer a música como uma forma de arte que transcende notas, instrumentos,
melodia e sintonia, os estudantes são incentivados a explorar novas dimensões de sua própria criatividade
e interpretação, elevando assim a qualidade e profundidade de suas performances musicais e educacionais.
A dimensão da música fica evidente em cada batida. Os músicos, ao se tornarem conscientes do corpo e
movimento, podem aprimorar sua técnica e expressividade. Através da dança e movimento, os músicos
podem entender melhor o ritmo, a dinâmica e emoção por trás da versatilidade.
Urge exemplos da prática em sala de aula, pois a autora fomenta tanto tal ideia com pesquisadores antigos
e sábios, mas, não interliga à atualidade. Há uma carência de aprofundamento de dicas para os leitores em
aplicarem um artigo rico em conceitos em suas metodologias futuras. Em paralelo, Sanchez cumpre seu
objetivo central: Provocar o leitor de conectar-se com mais de uma Arte para melhorar a sua própria Arte
principal.
Para o final, se é explícito (e no texto, tão implícito, mas uma mensagem clara) o quanto Música é algo
móvel e não sólido, mesmo após tantos fatores tentarem apagar ou a fazer possuir uma crise existencial:
como questionar a existência de algo que possui tanta função, tanto significado a cada dia mais? Como
não querer investir, como educador musical, qual escolheu tal profissão, em uma inclusão para não anular,
mas, somar a existência de algo tão expansivo? A necessidade de uma manifestação massiva da inserção
musical em diversos lazeres, direitos, espaços, ambientes, dinâmicas, corpos, mentes e currículos é
precisa, cautelosa, mas, ao mesmo tempo, expressiva e estridente.

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