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CONHECIMENTO
Salvador-BA
2020
ROMERO MENDES FREIRE DE MOURA JÚNIOR
Salvador-BA
2020
Termo de Aprovação
Dedico esta tese a meus filhos, Lara e
Lucas que gamificaram todos esses dias de
trabalho, a minha esposa Nathalia que me
apoiou em todos os momentos com muito
amor e carinho e a meus pais Romero e
Cida que me ensinaram o valor do
conhecimento, da retidão e da família.
Agradecimentos
Agradeço a profª Lynn que mais uma vez aceitou o desafio de entender minhas
loucuras tecnológicas e embarcou comigo nessa jornada.
Agradeço ao CEPRED por abrir as portas para que eu pudesse desenvolver a minha
pesquisa e em especial às terapeutas Aline, Ana, Carol e Kelly.
As lesões por pressão são feridas causadas pela redução da circulação sanguínea
por períodos constantes e repetitivos ao pressionar o corpo humano contra uma
superfície dura. É uma patologia que necessita de cuidados diários de prevenção e
promoção da saúde para que sejam evitadas incidências. Tal problemática motivou
a questão investigativa desta tese: Como auxiliar cadeirantes a realizarem suas
atividades diárias de prevenção das lesões por pressão? Partindo-se da hipótese de
que práticas colaborativas gamificadas subsidiam a realização das atividades
cotidianas de prevenção das lesões por pressão por meio da interação entre
cadeirantes em um cenário que mescla redes sociais e jogos. Dessa forma,
delineou-se como objetivo propor um modelo de práticas colaborativas gamificadas
que contribuam para a prevenção das lesões por pressão por meio da interação
entre os cadeirantes. O aporte metodológico foi o Design Science cumprindo todo o
rigor científico delimitado pelo método Design Science Research na concepção do
artefato. Destarte, foi desenvolvido o modelo e para validá-lo criou-se um protótipo
aderente às suas premissas disponibilizando-o nas plataformas Android e iOS um
aplicativo para dispositivos móveis chamado ColaborAtiva. O software foi validado
por 13 juízes que focaram nas funcionalidades e na usabilidade (System Usability
Scale - SUS) e numa segunda versão do protótipo, foi avaliado por 16 cadeirantes
que se detiveram na usabilidade (SUS), experiência do usuário (User Experience
Questionnaire - UEQ) e capacidade de promoção do sistema (Net Promoter Score -
NPS), além de gerarem uma rede de colaboração em função das interações
ocorridas no aplicativo. Os juízes consideraram que as funcionalidades do sistema
estavam aderentes ao modelo proposto e classificaram o SUS com 73 na sua escala
[0-100] além de realizarem contribuições significativas para correções e melhorias
no aplicativo. Já os cadeirantes avaliaram o APP com 73,28 para o SUS, nas
escalas do benchmark do UEQ classificaram o ColaborAtiva com conceitos:
excelente (eficiência, controle, estímulo e inovação), bom (atratividade) e acima da
média (transparência) e no NPS obteve-se 62,5%. Além disso, forneceram
sugestões e críticas para contribuir na melhoria do software e legitimar que a
gamificação interferiu positivamente na execução das práticas colaborativas.
Ressalta-se que a rede de colaboração gerou um grafo completo demonstrando que
a comunicação dentro dela atingiu seu nível máximo evidenciando que as práticas
realizadas foram compartilhadas entre os pares para criar envolvimento, vínculo,
compromisso além de suporte emocional. Ao final desta pesquisa, respaldando-se
nos resultados apresentados, é possível supor que o modelo de práticas
colaborativas gamificadas contribui na prevenção das lesões por pressão. Além
disso, pode-se adaptá-lo para aplicar em outras patologias que necessitem de
cuidados contínuos de saúde como: diabetes, doenças mentais, doenças cardíacas,
vícios, esclerose múltipla, câncer, dentre outros maximizando o seu propósito.
Pressure injuries are wounds caused by reduced blood circulation for constant and
repetitive periods when pressing the human body against a hard surface. It is a
pathology that needs daily preventive care and health promotion to avoid incidences.
This problematic motivated the thesis investigative question: How to assist
wheelchair users to perform their daily activities to prevent pressure injuries? Starting
from the hypothesis that gamified collaborative practices support the daily’s activities
performance to prevent pressure injuries through the interaction between wheelchair
users in a scenario that mixes social networks and games. Thus, the objective was to
propose a gamified collaborative practices’ model that contribute to pressure injuries’
prevention through interaction between wheelchair users. The methodological
contribution was Design Science fulfilling all the scientific rigor defined by the Design
Science Research method in the artifact’s design. Thus, the model was developed
and to validate it, a prototype was created, adhering to its premises, making it
available on Android and iOS platforms a mobile devices application called
ColaborAtiva. The software was validated by 13 judges who focused on features and
usability (System Usability Scale - SUS) and in a second version, it was evaluated by
16 wheelchair users who aims at usability (SUS), user experience (User Experience
Questionnaire - UEQ) and ability to promote the system (Net Promoter Score - NPS),
Besides to creating a collaboration network using the interactions that occurred
during the application’ use. The judges considered that the system’s functionalities
were adherent to the proposed model and rated SUS with 73 on its scale [0-100] as
well to making significant application’s contributions to corrections and
improvements. Wheelchair users rated the APP with 73.28 for SUS, on the UEQ
benchmark scales they rated the CollaborAtiva with concepts: excellent (efficiency,
control, stimulus and innovation), good (attractiveness) and above average
(transparency) and in NPS obtained 62.5%. Besides, they provided suggestions and
criticisms to contribute to the software’s improvement and to legitimize that
gamification positively interfered in collaborative practices’ execution. It is noteworthy
that the collaboration network generated a complete graph demonstrating that the
communication within it reached its maximum level, showing that the practices
performed were shared among peers to create involvement, bonding, commitment in
addition to emotional support. At the end of this research, based on the results
presented, it’s possible to suppose that the gamified collaborative practices model
contributes to the prevention of pressure injuries. In addition, it is possible to adapt it
to apply to other pathologies that require continuous health care such as: diabetes,
mental illness, heart disease, addictions, multiple sclerosis, cancer, among others,
maximizing its purpose.
Keywords - Collaborative Practices; Gamification; Pressure Injury; Wheelchair
users; Social Network Analysis; APP; SUS; UEQ; NPS; ColaborAtiva; m-health
Lista de Figuras
1. Introdução
Neste capítulo será apresentada a contextualização da tese e o estado da
arte que embasou esta pesquisa.
1.1. Contextualização
No leito de hospitais ou no uso de uma cadeira de rodas, as pessoas com
redução de sensibilidade correm o risco de adquirirem lesões por pressão (LPP) que
são feridas que surgem na pele das pessoas em função da compressão constante
do tecido pelo osso e por uma superfície dura como, por exemplo, a cama ou uma
cadeira de rodas. Contudo, não é somente a constrição do tecido que causam as
lesões, diversos fatores influenciam essa patologia como: uma nutrição deficiente;
hipoalbuminemia1; a incontinência urinária e fecal; a imobilidade; cuidados
inadequados com a pele; lesões na medula espinhal que causam insensibilidade;
pressão baixa; mudança de decúbito inadequada; fricção; cisalhamento; e pessoas
com envelhecimento do tecido epitelial devido à idade avançada (EDSBERG et al.,
2016; WOLFF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2014, DZIEDZIC, 2014; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2013; SILVESTRE; HOLSBACH, 2012; BARBENEL, 1983).
O último item sugere que existe um diferencial na prevalência em relação à
idade, na qual os idosos têm uma maior propensão na formação de feridas devido
ao desgaste natural do tecido. Vale ressaltar, que não há predominância de gênero,
contudo, faz-se necessário ratificar que o quadro motor também é fator
preponderante ocorrendo mais em pessoas com mobilidade reduzida principalmente
devido a uma lesão medular (CASTANHEIRA et al., 2018; EDSBERG et al., 2016;
WOLFF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2014; MORAES et al., 2012; PINI, 2012).
Salienta-se que as LPP têm extensão global, como pôde ser observado pelo
National Pressure Ulcer Advisory Panel2 (NPUAP) e European Pressure Ulcer
Advisory Panel3 (EPUAP) que relataram o registro de organizações interessadas
nesta patologia em 63 países representantes de 6 continentes sem distinção do seu
1
Teor anormalmente baixo de albumina no sangue.
2
National Pressure Ulcer Advisory Panel - Organização americana, sem fins lucrativos, dedicada à
prevenção e tratamento de úlceras por pressão. Disponível em: < http://www.npuap.org/ >. Acesso
em: 08 mar. 2018.
3
European Pressure Ulcer Advisory Panel - Organização européia, sem fins lucrativos, dedicada à
prevenção e tratamento de úlceras por pressão. Disponível em: < http://www.epuap.org/ >. Acesso
em: 08 mar. 2018.
17 - 210
4
LEI Nº 7.853. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm
5
DECRETO Nº 3.298. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm
6
DECRETO Nº 7.612. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Decreto/D7612.htm
7
LEI Nº 12.649. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12649.htm
18 - 210
8
LEI Nº 13.146. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13146.htm
19 - 210
Fonte: Autor
9
https://www.periodicos.capes.gov.br/
10
https://scielo.org/
11
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/
12
https://ieeexplore.ieee.org/Xplore/home.jsp
13
https://bdtd.ibict.br/vufind/
14
https://www.scopus.com/home.uri
24 - 210
(app OU mobile OU móvel) no qual foram catalogados 130 artigos e após a retirada
dos duplicados permaneceram 106, seguindo as etapas 4 e 5 respectivamente,
conforme Figura 01.
Na sexta etapa, ainda com base na Figura 01, foi necessário definir o critério
para considerar os trabalhos mais relevantes e aderentes a esta pesquisa
eliminando aqueles que não atendem ao mínimo esperado. Dessa forma, foi
ponderado que seriam escolhidos os documentos que explicitaram o uso de APP
dedicados a solucionar problemas atinentes às LPP o que levou ao descarte de 97
itens.
Sobraram 9 documentos que foram analisados na sua íntegra na etapa 7 e,
com 3 rejeições, obteve-se como resultado final 6 artefatos que abordaram
intervenções baseadas em APP para prevenir e auxiliar no tratamento de LPP
revelando a importância dos cuidados diários de saúde, conforme Quadro 01:
Fonte: Autor
Fonte: Autor
plataforma usada [#2] e a última delas [#5] que envolveu três países de continentes
diferentes optaram pelo uso do Android visto que, em 2019, 85,5% e 70,05% dos
consumidores utilizavam dispositivos com esta tecnologia na Espanha (Kantar,
2020) e Colômbia (DeviceAtlas, 2020), respectivamente.
A Figura 02[D] apresenta as funcionalidades desenvolvidas nos APP, que na
sua maioria foram utilizados sensores [#1, #2, #6] para criar mapas da pressão
exercida quando usando uma cadeira ou cama permitindo ajustes manuais ou
automatizados, bem como notificações para minimizar os efeitos da compressão e
também colocação de dispositivos localizados nas proeminências ósseas para aferir
individualmente a força exercida nestas partes do corpo, além do uso do
acelerômetro do smartphone para identificar movimentos realizados por cadeirantes
nas manobras de alívio da pressão. Outra opção foi analisar computacionalmente as
imagens das lesões [#3, #5] para identificar o estágio que se encontram e propor um
plano de intervenções e por fim, o uso de funções de avaliação de risco e
disponibilização de material informativo [#3, #4] e sugestões de abordagens para
prevenção e tratamento.
Em relação aos sujeitos, de acordo com a Figura 02[E], ressalta-se que dos
aplicativos selecionados três são destinados a pacientes para prevenir ou tratar as
LPP. Todavia, por estarem em fases iniciais um foi testado em ratos [#2], o outro por
fisioterapeutas e médicos [#6] e somente um deles recorreu a cadeirantes com lesão
medular [#1]. Os outros três softwares restantes são destinados à profissionais de
saúde: dois [#3, #4] para a equipe de enfermagem e um [#5] para médicos.
E para extrair dos sujeitos ou das suas ações as informações necessárias
para responder aos objetivos dos documentos lança-se mão de instrumentos de
investigação, dentre os quais, segundo a Figura 02[F], o mais usado foi o
questionário: System Usability Scale (SUS) [#1, #3], Net Promoter Score (NPS) [#3],
Questionário de Avaliação da Qualidade (QAQ) [#3], e User Experience
Questionnaire (UEQ) [#1], seguido da extração de dados de sensores [#2] e
imagens [#5] e, finalizando com grupos focais [#1] e entrevistas [#1, #6]. Um dos
estudos [#4] não fez uso de instrumentos de investigação, pois preocupou-se em
descrever o processo de planejamento e desenvolvimento do aplicativo.
Além de pesquisar nas bases científicas, buscou-se identificar o APP que
auxiliassem na prevenção das LPP nos repositórios comerciais para dispositivos
móveis utilizando os conjuntos de palavras (―pressure injuries‖ OU ―pressure ulcers‖
29 - 210
A B
C D
Fonte: Autor
30 - 210
Percebe-se que a maioria dos APP que tratam de LPP são gratuitos,
conforme Figura 03[A], porém 3 deles necessitam da aquisição de sensores para
utilizar em conjunto com a aplicação. Já os 3 APP pagos são destinados ao uso das
escalas de Braden e de Norton, são do idioma Inglês e foram desenvolvidos para a
plataforma Android.
Em relação à plataforma, consolidada na Figura 03[B], vê-se uma tendência
de um maior número de APP para Android visto que além da inserção maior no
mercado de smartphones brasileiro, os ambientes de desenvolvimento são gratuitos
e o investimento para cadastrar o produto é menor.
Já a Figura 03[C] aponta que a funcionalidade mais comum é a
disponibilização de material informativo, seja em forma de texto, vídeo ou através de
imagens. Outra função corriqueira é o uso de escalas de avaliação de risco (Braden,
Norton ou Emina) que avalia o quanto a pessoa está sucinta a adquirir LPP. É
importante citar o uso de sensores para detecção da pressão, lembretes para
realização de tarefas ligadas à prevenção e tratamento, a captura de imagens das
LPP para identificar o estado da lesão, a disponibilização de um diário para registro
das ações cotidianas e dos sentimentos envolvidos e ajuda online, por telefone ou
presencial para situações que necessitassem de apoio emocional.
Constata-se, observando a Figura 03[D], que só existem 3 APP
desenvolvidos no idioma português, sendo que o primeiro tem restrição de cadastro
permitindo o acesso somente a pessoas autorizadas, o segundo necessita a
aquisição de sensores e o terceiro é destinado explicitamente para profissionais de
saúde, ou seja, não foram encontrados APP em português destinados às pessoas
que necessitam prevenir ou tratar suas LPP.
A Figura 03[E] demonstra que o público alvo principal dos APP são as
pessoas que cercam os lesionados, perfazendo um total de 21 (auxiliares de
enfermagem, cuidadores, enfermeiros, estudantes de medicina, familiares, médicos,
paramédicos e profissionais de saúde), seguidos do público em geral com 9. Desse
modo, ratifica-se que somente 5 APP tiveram como alvo pessoas (cadeirantes,
pacientes e veteranos americanos) que apresentam risco de LPP, ou seja, o
direcionamento no desenvolvimento das aplicações precisa ser revisto para permitir
que estas pessoas tenham acesso a tecnologias que propiciem independência,
quando possível, e consequentemente uma melhor qualidade de vida.
31 - 210
15
Cuco Health. Disponível em < http://www.cucohealth.com >. Acesso em: 06 de fev. de 2019.
16
Patients Like Me. Disponível em < http://www.patientslikeme.com >. Acesso em: 06 de fev. de
2019.
17
Habitica. Disponível em < http://www.habitica.com >. Acesso em: 06 de fev. de 2019.
32 - 210
2. Referencial Teórico
A seguir serão apresentadas as bases teóricas que subsidiaram esta
pesquisa produzida pelos contributos das lesões por pressão, práticas colaborativas
e gamificação estabelecendo relações entre eles para alicerçar e embasar a
proposição apresentada utilizando seus conceitos e métricas na construção do
modelo de práticas colaborativas gamificadas para cadeirantes na prevenção de
LPP.
18
Australian Wound Management Association - Organização australiana, sem fins lucrativos,
dedicada a desenvolver e melhorar o gerenciamento de feridas para todos os indivíduos através da
educação, pesquisa, comunicação e redes. Disponível em: < http://www.woundsaustralia.com.au >.
Acesso em: 08 mar. 2018.
33 - 210
Estágio Descrição
1: Pele íntegra com Presença de eritema que não embranquece ou mudanças na
eritema19 que não sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento)
embranquece podem preceder as mudanças visuais. Mudanças na cor não
incluem descoloração púrpura ou castanha; essas podem
indicar dano tecidual profundo.
2: Perda da pele em O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido
sua espessura e pode também apresentar-se como uma bolha intacta
parcial com (preenchida com exsudato20 seroso) ou rompida. O tecido
exposição da derme adiposo e tecidos profundos não são visíveis. Tecido de
granulação, esfacelo e escara não estão presentes. Essas
lesões geralmente resultam de microclima inadequado e
cisalhamento da pele na região da pélvis e no calcâneo.
3: Perda da pele em A gordura é visível e, frequentemente, tecido de granulação e
sua espessura total epíbole21 estão presentes. Esfacelo e /ou escara pode estar
visível. A profundidade do dano tecidual varia conforme a
localização anatômica; áreas com adiposidade significativa
podem desenvolver lesões profundas. Podem ocorrer
descolamento e túneis. Não há exposição de fáscia, músculo,
tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso.
19
Congestão cutânea que dá lugar à vermelhidão da pele. (O eritema é a parte externa das erupções;
o enantema afeta as partes internas: mucosa da boca, faringe etc.).
20
Produto soroso, resultante de processo inflamatório, e que contém células em maior ou menor
quantidade. Disponível em: https://www.dicio.com.br/exsudato/. Acesso em: 11 mar. 2018.
21
Lesão com bordas enroladas.
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[...] a ação antecipada, tendo por objetivo interceptar ou anular a evolução de uma
doença. As ações preventivas têm por fim eliminar elos da cadeia patogênica, ou no
ambiente físico ou social ou no meio interno dos seres vivos afetados ou
susceptíveis. Os meios a serem empregados na profilaxia ou na prevenção poderão
ser aplicados em vários períodos que constituem a história natural da doença. Em
outras palavras, podem servir para impedir que o estímulo desencadeante atinja o
organismo ou, ainda, para modificar-lhe as consequências (ANS, 2011, p.239).
patogênico por meio da promoção da saúde sugerindo como primordial uma nutrição
adequada para cada fase do desenvolvimento, uma educação sanitária em relação
às necessidades básicas de higiene individual e doméstica, orientações para a
prática sexual, recreação para manter a saúde mental, condições mínimas de
conforto no lar e no trabalho, realização de exames periódicos de saúde e
acompanhamento médico regular e através de medidas protetivas como a
imunização através de vacinas, medidas de proteção contra acidentes, o controle de
vetores além de aconselhamento genético (ALMEIDA, 2005; ANS, 2011).
Já a prevenção secundária atua na detecção precoce da doença e seu
tratamento imediato para prevenir a sua evolução. A prevenção terciária, por sua
vez, trata a reabilitação e a reintegração do indivíduo à sociedade, principalmente,
quando existe redução da capacidade cognitivo-motor e necessidade de um novo
modo de vida (ALMEIDA, 2005; ANS, 2011).
Associado à prevenção primária foram desenvolvidos instrumentos que são
capazes de aferir o risco, de acordo com a patologia, com base em parâmetros que
contribuem significantemente para a ocorrência da enfermidade admitindo medidas
preventivas previamente. No caso das LPP as ferramentas mais conhecidas, já
validadas e comprovadas estatisticamente são as escalas de Norton, Waterlow e
Braden, detalhadas a seguir no Quadro 03 (CASTANHEIRA et al., 2018; ROCHA et
al., 2016):
Escala Parâmetros
Norton (1962) condição física, nível de consciência, atividade,
mobilidade e incontinência
Waterlow (Reino Unido) relação peso/altura, avaliação visual da pele em áreas de
1980 risco, sexo/idade, continência, mobilidade, apetite,
medicações, subnutrição do tecido celular, déficit
neurológico, tempo de cirurgia (superior a duas horas) e
trauma abaixo da medula lombar
Braden EUA (Publicada percepção sensorial; umidade; atividade; mobilidade;
em 1987 e validada no nutrição e fricção e cisalhamento
Brasil em 1999)
Fonte: ROCHA et al. (2016)
no seu estudo que, a escala mais utilizada é a de Braden, por sua simplicidade e
facilidade de uso, contudo adverte que é necessário experiência dos seus usuários
para evitar falsos negativos e infere que a escala de Waterlow possui uma maior
sensibilidade em relação aos diagnósticos apresentados. Por fim, ratifica a
necessidade de uma equipe treinada e multidisciplinar envolvendo os setores
administrativos e assistenciais nestas avaliações.
Por conseguinte, é nítida a validade e diversidade das ferramentas de
avaliação de risco e o entendimento da importância delas para a detecção precoce
das LPP. É preciso buscar alternativas que facilitem e disseminem o uso de recursos
preventivos, como por exemplo, a utilização de tecnologias móveis e telemáticas
assistindo as pessoas que anteriormente não tinham recursos para adquirir um
computador. Sendo assim, faz-se necessário conhecer o conceito de mobile health
(m-health) para entender o seu uso e possibilidades.
O termo m-health é considerado uma subcategoria de eletronic health (e-
health), sendo que esta se referencia a saúde por meio de dispositivos eletrônicos
em geral. Já m-health significa saúde por intermédio de dispositivos móveis
(DICIANNO et al., 2015). Os aplicativos que são considerados como e-health
dividem-se em 6 categorias, conforme Quadro 04:
22
Coding Dojo é um encontro onde programadores se reúnem para juntos solucionarem um desafio proposto
com o objetivo de melhorar suas habilidades por meio da diversão e colaboração. Já Randori é o método
utilizado para solucionar o problema onde o desafio é escolhido ou sugerido em tempo real e sem preparação
prévia. Disponível em : < http://codingdojo.org/ >. Acesso em: 22 abr. 2019.
42 - 210
[...] vem sendo utilizada livremente por mais de um século, visando explicitar os conjuntos
complexos de relações entre os membros dos sistemas sociais existentes, em todas as suas
escalas (micro e macro) e dimensões ((inter)pessoal, (inter)nacional), bem como, institucional
(organizacional, comercial e/ou econômico-financeira), entre outros. (2017, p. 94)
Destarte, ele ignorou tudo que não era necessário para solucionar o problema
e utilizou no seu experimento pontos (vértices) para representar as regiões da
cidade (A-D) e linhas (arestas) para identificar as pontes (a-f) que interligavam estas
regiões, denominando o diagrama resultante de grafo, de acordo com a Figura 04.
Por conseguinte, é imputado a esse estudo a origem da teoria dos grafos. Entretanto
após mais de 200 anos é que iniciam a área de estudo sobre a teoria das redes
aleatórias, quando em 1959, Paul Erdös e Alfréd Réyni utilizaram grafos para
analisar redes em larga escala acreditando que o seu crescimento era aleatório
(SILVA; ZHAO, 2016; BARABÁSI, 2002).
Nesse processo de evolução, são importantes destacar mais três
acontecimentos, o primeiro foi o estudo sobre os ―seis graus de separação‖
desenvolvido por Stanley Milgram, em 1967, que consistia em encontrar uma pessoa
residente em Boston por intermédio de outras que não estivessem diretamente
conectadas a ela utilizando o serviço postal a partir de indivíduos residentes em
Omaha, Nebraska e Wichita, Kansas. Se essas pessoas conhecessem o
destinatário enviariam diretamente para ele, caso contrário, deveriam enviar a
alguma pessoa que eles acreditassem conhecê-lo. Este trabalho comprovou que a
45 - 210
comunicação entre um par de vértices é realizada nas duas direções, definida por
. Já no direcional as arestas são orientadas, ou seja, a
comunicação entre um par de vértices é realizada numa única via. Para ser
considerado direcional basta possuir apenas uma ligação nessa situação, ou seja,
atender à regra (SILVA; ZHAO, 2016).
Já os grafos ponderados acrescentam peso nas arestas, modificando a
definição do grafo para , onde é uma matriz que armazena o valor da
aresta e se a aresta não existe . Por fim,
um grafo bipartido é assim chamado sempre que se divide o conjunto de vértices em
dois subconjuntos e as conexões são realizadas entre os elementos de
subconjuntos distintos, onde sendo que
(SILVA; ZHAO, 2016).
Os vértices por sua vez possuem alguns termos referentes à sua
conectividade, tais como: adjacência, vizinho, grau, grau de entrada, grau de saída,
grau médio da rede, grau ponderado de entrada e de saída. A adjacência entre dois
vértices ocorre quando , e eles compartilham a mesma aresta. Ressalta-
se que para não direcionais se é adjacente a obrigatoriamente a recíproca é
verdadeira. Já para dígrafos não é compulsório que a reciprocidade ocorra, ou seja,
se e então é adjacente a , mas o inverso é falso. Por
conseguinte, ao definir o conjunto de adjacentes a delimita-se a sua vizinhança,
definida como (SILVA; ZHAO, 2016).
Considerando as conexões dadas pela vizinhança de traça-se o seu grau
que é definido como | ∑ observando
que para o se o é verdadeiro então incrementa-se o grau em um, caso
contrário considera-se zero. Como resultado, é possível determinar que se
então tem-se um vértice isolado, ou seja, sem conexões. Por outro lado, se o grau
atinge valores consideráveis em relações a outros, este vértice é denominado hub.
Já nos dígrafos o grau é definido pela soma do grau de entrada e de saída
2.3. Gamificação
O jogo é uma atividade lúdica que precede a raça humana, segundo Huizinga
(2000), basta observar os filhotes de animais nas suas brincadeiras, onde se
identifica a chamada por meio de gestos e atitudes para brincar, existe a regra de
não permitir força excessiva impressa nas investidas nos companheiros, possibilita a
48 - 210
virtual, entre outras coisas que servem para estreitar as conexões entre os itens
obrigatórios. Schell (2014) classifica os elementos existentes em um jogo em quatro
categorias: estética, mecânica, narrativa e tecnologia, consolidando-as no que ele
denomina de tétrade elementar, conforme Figura 06, na qual todos os conjuntos são
igualmente importantes e se inter-relacionam de maneira completa, ou seja, todos os
grupos se conectam a todos.
permitindo que ao fazer uso delas possam aproveitá-las de uma maneira menos
enfadonha. Por fim, para atender à rigorosidade exigida em uma pesquisa científica,
a seguir, será apresentada a metodologia empregada na elaboração deste trabalho.
53 - 210
3. Metodologia
Este capítulo apresenta o percurso metodológico que norteou o processo de
construção do conhecimento em torno do objeto da tese.
Fonte: Adaptado pelo autor baseado em DRESCH, LACERDA E ANTUNES JR (2015); HEVNER;
CHATTERJEE (2010)
23
Não somente SQL
57 - 210
24
Disponível em < http://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/atendimento-ao-cidadao/centros-de-
referencia/cepred/ >. Acesso em: 08 de Jan de 2019.
58 - 210
25
Companhia de Consultoria Kantar. Disponível em: < https://www.kantarworldpanel.com/global/smartphone-
os-market-share/Acesso em: 8 mai. 2019.
26
System Usability Scale
59 - 210
Por aceitabilidade:
o Não aceitável [0 – 49]
o Marginal [50 – 70]
o Aceitável [70 – 100]
Por grau no sistema americano de notas:
o F [0 – 59]
o D [60 – 69]
o C [70 – 79]
o B [80 – 89]
o A [90 – 99]
Por conceito:
o Pior Impossível [0 – 24]
o Pobre [25 – 51]
o OK [52 – 72]
o Bom [73 – 84]
o Excelente [85 – 99]
o Melhor impossível [100]
90% e 100% de precisão dos resultados, segundo Tullis e Stetson (2004), a partir da
avaliação de 12 pessoas, ou seja, não é primordial realizar testes com grandes
grupos para obter resultados apurados.
O segundo questionário, conforme Apêndice II, foi elaborado para que os
cadeirantes antes de participar do experimento fornecessem informações prévias
sobre seu grau de familiaridade com as LPP e com as tecnologias móveis. Dessa
forma, a primeira seção foi concebida com perguntas sobre LPP, sendo 5 sobre
prevalência identificando se o indivíduo já teve experiência com as feridas
informando seu estadiamento, se já foi internado por problemas relacionados a esta
patologia, quanto tempo durou, se necessitou de intervenção cirúrgica e se houve
reincidência e 13 a respeito de prevenção questionando os cuidados praticados para
evitar o aparecimento das LPP, o que impede ou dificulta a realização dessas
atividades e se pessoas podem influenciar na realização das atividades de
prevenção.
O trecho final aborda a relação dos cadeirantes com as tecnologias móveis,
contendo 3 perguntas focadas no tempo de uso do smartphone, na utilização das
funcionalidades do dispositivo móvel e no uso de outras aplicações para prevenção
de LPP.
O questionário de pós-experimento, por sua vez, de acordo com o Apêndice
III, tem três seções a primeira contém o questionário SUS que segue a mesma
lógica anteriormente explicada, a segunda refere-se à experiência do usuário por
meio do UEQ27 que, segundo COTA et al (2014), possui 26 itens divididos em 6
escalas: atratividade, transparência, eficiência, controle, estimulação e inovação.
Cada pergunta refere-se a um par antagônico: desagradável/agradável, rápido/lento
ou conservador/inovador, por exemplo, e deve ser valorado seguindo uma escala
linear com 7 elementos, conforme Quadro 05 a seguir:
28
Net Promoter Score
62 - 210
será possível identificar os graus da rede, a sua densidade, seu diâmetro, seus
subgrupos ou cliques, seus elementos centrais, suas medidas de centralidade,
modularidade e outros itens que permeiam o universo das redes complexas
(BARABASI, 2002; LATORA;NICOSIA;RUSSO, 2017).
Vale ressaltar que a aplicação destes instrumentos só foi possível, após a
aprovação do projeto no Comitê de Ética explicitada na próxima seção.
3.5. Etapas
O método DSR pretende ―[...] demonstrar e justificar os procedimentos
adotados para aumentar a confiabilidade do artefato e de seus resultados quando
em uso‖ (LACERDA et al., 2013, p.16). Dessa forma, as dez fases da pesquisa
foram elaboradas com o objetivo de atender às diretrizes da DSR, conforme Figura
07:
63 - 210
Fonte: Autor
Fonte: Autor
66 - 210
Fonte: Autor
Fonte: Autor
LPP, dessa forma, o checkin seria a atividade mais influente; seguida pela
realização dos desafios; das mensagens dos padrinhos para os afilhados; depois as
mensagens de forma geral; o acesso aos informativos; e a realização da avaliação
de risco de LPP.
É válido supor que para ultrapassar os 220 pontos ao realizar o checkin dos
11 itens existentes é necessário um esforço de enviar 28 mensagens para os
afilhados(as), enviar 37 mensagens gerais ou consumar 23 metas estabelecidas, ou
seja, ratifico a importância da execução das atividades de prevenção de LPP
mediante a dificuldade para atingir o mesmo patamar que eles promovem por outras
práticas. Esta característica do esquema visa estimular aqueles que valorizam os
pontos como agente impulsionador na realização do objetivo principal.
Dessa maneira, foi possível classificar as pessoas com base nas suas
interações, considerando duas classificações: por dia e geral, sendo que o primeiro
é formado pelos pontos recebidos na data corrente e o segundo pelo acúmulo dos
placares diários. Existem pessoas que consideram cumprir metas mais importantes
e estimulantes do que pontuar, para elas, o modelo disponibiliza 14 metas, conforme
Quadro 09 a seguir:
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
74 - 210
Fonte: Autor
76 - 210
A primeira define o que deve ser feito e como vai funcionar, a segunda
encapsula o projeto e a programação, a terceira visa garantir que o que foi
preconizado é o que foi feito e está devidamente funcional e por último a
possibilidade de modificações em função de novas necessidades. É importante frisar
que não existe um método que seja melhor que outro, sendo necessário analisar
qual o mais adequado para o tipo de aplicação que deseja desenvolver
(SOMMERVILLE, 2011).
Para esta pesquisa foi escolhido utilizar características de um método ágil de
desenvolvimento chamado SCRUM que é baseado em três fases: planejamento,
ciclo sprint e encerramento. Na etapa de planejamento se estabelecem os objetivos
e a arquitetura do projeto e, nesse momento, é confeccionada uma lista das
atividades a serem desenvolvidas que cognominam backlog. Já os ciclos sprint
equivalem a uma versão do sistema, eles têm duração de 2 a 4 semanas e no seu
início foram definidas quais as tarefas do backlog que serão incluídas neste
intervalo. Ao fim desta fase, a nova versão é apresentada e um novo sprint se
desencadeia. E por último, o encerramento do projeto que se dá quando não
existirem mais tarefas no backlog (SOMMERVILLE, 2011).
Na prática, por ter apenas uma pessoa que incorpora o papel do solicitante do
produto (stakeholder), do gestor da equipe (scrum master) e do desenvolver da
aplicação foram utilizadas as práticas do processo de desenvolvimento supracitado
na concepção do experimento realizando as reuniões ordinárias com os integrantes
do CEPRED e dos grupos de pesquisa com o objetivo de apresentar as progressões
e receber as suas percepções para, de acordo com estas interações, atualizar o
backlog e prosseguir o desenvolvimento.
Esses procedimentos foram guarnecidos por ferramental adequado, onde foi
utilizada a linguagem Unified Modeling Language (UML) na modelagem do sistema,
a IDE Thunkable Cross no desenvolvimento da aplicação, o banco de dados
Firebase, o emulador de dispositivos Android Nox Player 6.2.8.0, além dos
smartphones Samsung J8 e S10 e Apple Iphone 5, Iphone 6S e Iphone 8 Plus.
A UML foi utilizada nesse processo para consolidar as ideias de projeto
melhorando o entendimento dos profissionais de saúde sobre a visão geral do
aplicativo. Lançou-se mão do uso de um diagrama de caso de uso geral, conforme
Apêndice VII, para explicitar o papel dos atores envolvidos e suas interações e um
78 - 210
29
Thunkable Cross. Disponível em: https://x.thunkable.com/projects
30
App Inventor. Disponível em:
79 - 210
Fonte: Autor
82 - 210
Fonte: Autor
aos dados utilizando comandos por meio da Structure Query Language32 (SQL) ou
Object Query Language33 (OQL). Dessa maneira, as consultas, relações, restrições,
atualizações, garantias de duplicidade e de sincronização das informações ficam sob
a responsabilidade da aplicação.
Encontrou-se também, dificuldade por falta de material informativo de como
manipular listas do Firebase no Thunkable. A solução foi buscar no fórum da
comunidade do Thunkable, porém a informação estava segmentada e foi preciso
reunir alguns tópicos para conseguir êxito na solução. Primeiramente, os registros
que deseja-se armazenar devem ser agrupados em uma sequência iniciando pelo
número 0, conforme Figura 12, e qualquer quebra dessa série impede a
manipulação da lista.
Fonte: Autor
32
Linguagem de consulta Estruturada
33
Linguagem de Consulta de Objetos
84 - 210
Fonte: Autor
comportamento do design nos ecrãs. Já nos dispositivos iOS foram utilizados três
tamanhos: 4 polegadas, 4,7 polegadas e 5,5 polegadas.
Ressalta-se que o processo de aprendizagem das ferramentas supracitadas
foi produtivo gerando posteriormente três oficinas para o ensino dessas tecnologias,
duas para os pesquisadores do grupo de pesquisas Comunidades Virtuais e outra
na Semana de Ciência e Tecnologia da UFBA para os alunos da Escola Estadual
Bolivar Santana.
Dessa maneira, a primeira versão do ColaborAtiva foi desenvolvida e testada
por juízes e será demonstrada a seguir.
34
Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação (RISTI). http://risti.xyz/index.php?lang=pt
86 - 210
A primeira modificação, que pode ser verificada na Figura 14, foi trocar a
palavra ―Apoio‖ do menu para ―Info‖ e apesar de ser apenas textual, teve como mote
a expectativa do apoio ser referente ao suporte emocional, ou seja, alguns juízes
associaram este menu ao envio de mensagens.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Ainda sobre a Figura 15, a busca do usuário foi modificada para não fazer
mais distinção entre letras maiúsculas e minúsculas, visto que em alguns
smartphones a primeira letra das sentenças em uma caixa de texto é ajustada para
maiúscula automaticamente, dessa forma, gerava-se equivocadamente, um erro de
usuário não cadastrado.
89 - 210
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
92 - 210
Fonte: Autor
93 - 210
Fonte: Autor
94 - 210
A avaliação de risco também teve que ser modificada, pois durante o uso do
controle deslizante ―slider‖ era possível, quando não clicava exatamente no controle,
acionar função de mudança de tela o que tornava a execução desta tarefa mais
complexa exigindo uma maior precisão no manuseio do componente. Logo,
substituiu-se o item supracitado por botões capazes de aumentar ou diminuir os
valores das subescalas de uma maneira mais simples e fácil de manusear, conforme
Figura 21.
Fonte: Autor
dos usuários com o sistema e entre pares foram modelados grafos baseados, na
teoria de redes, desenhados com o software Gephi na versão 0.9.2.
Foi necessário preparar os dados referentes às práticas realizadas no APP e
armazenadas na base de dados. Primeiramente, foram exportados os dados dia a
dia de uso da aplicação e das mensagens trocadas entre os usuários para arquivos
do tipo JSON. Para o passo seguinte utilizou-se um conversor35 de JSON para o
formato separado por vírgulas (CSV) incluíram-se as colunas data e rótulo para
identificar o dia e a prática realizada, respectivamente.
Destarte, os blocos de práticas foram consolidados em um único arquivo e
deste extraídos duas colunas: a primeira contendo o autor (destinatário) e no caso
das mensagens (remetente) e a segunda os rótulos das práticas nomeando as
colunas como TARGET e SOURCE. O arquivo foi importado para o Gephi e os
nomes dos sujeitos foram modificados utilizando um sequencial numérico iniciado
em 01 precedido da letra S para preservar a identidade dos voluntários. Repetiu-se o
procedimento para a troca de mensagens entre os participantes separando as
colunas em remetente e destinatário.
No capítulo a seguir, de posse das tabulações e dos grafos foi possível
analisar os resultados explicitando todos os aprendizados e contribuições a partir
deles.
35
Conversor JSON para CSV. Disponível em: http://convertcsv.com/json-to-csv.htm
98 - 210
4.1. Pré-experimento
De posse dos artefatos para análise, inicialmente, serão apresentados e
discutidos os resultados obtidos antes dos sujeitos realizarem o experimento:
traçando-se o perfil dos cadeirantes que participaram da pesquisa; além de registros
sobre o tempo de uso dos smartphones e suas funcionalidades; do desenvolvimento
de lesões por pressão; seu estadiamento e tempo de recuperação; além das
práticas preventivas desempenhadas pelos voluntários; das dificuldades em realizar
ações de prevenção; dá influencia de pessoas na prevenção das LPP; e no uso de
outros aplicativos que auxiliassem na prevenção das LPP.
Fonte: Autor
Observando-se a Figura 22, percebe-se que o grupo que avaliou o APP foi
distribuído por faixa de idade em décadas entre 20 e 59 anos com uma presença
maior de indivíduos na faixa de 30 a 39 anos totalizando 44%. Ressalta-se que
62,5% dos sujeitos foram do sexo feminino e que houve representação de ambos os
99 - 210
Fonte: Autor
36
Alagoas (AL), Bahia (BA), Pernambuco (PE), Sergipe (SE), Goiás (GO), Santa Catarina (SC) e Rio
Grande do Sul (RS).
37
GigaHertz (GHz)
100 - 210
Fonte: Autor
A Figura 24 aborda a quantidade de tempo dedicada ao uso do smartphone
pelos participantes desta pesquisa agrupados por sexo e faixa etária. Nota-se que
15 (94%) pessoas utilizam o smartphone por mais de 1 hora/dia, sendo que 10
(63%) fazem uso por mais de 5 horas/dia e que somente 1 (6%) dos sujeitos
declarou utilizar o dispositivo por menos de 1 hora/dia. Associado a isso, os
voluntários do sexo feminino informaram, em sua maioria (70%), que utilizam seus
aparelhos por mais de 5 horas/dia, ao que os utentes do sexo masculino dividiram
igualmente suas declarações entre 1 e 3 horas/dia (50%) e mais de 5 horas/dia
(50%).
38
Gigabyte (GB)
101 - 210
[...] associado a práticas sociais que influenciam, também, culturas e pessoas que
não dominam a escrita. Ou seja, o letramento digital ultrapassa o âmbito do domínio
de técnicas, habilidades e capacidades de uso da leitura e escrita na tela, e passa a
ser um processo mais amplo, que atua em diferentes espaços e contextos (2020, p.
7).
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
A necessidade de internamento hospitalar transcorreu em 70% das
ocorrências de LPP nos cadeirantes, conforme Figura 28. Dessa forma, percebe-se
que o grupo de entrevistados tratou com seriedade as LPP reconhecendo as
dificuldades no seu tratamento e delegando às instituições e aos profissionais de
saúde o plano de tratamento dessa enfermidade. Contudo, esse resultado
demonstra o quanto os hospitais são procurados por pessoas nessas condições
acarretando na ocupação de leitos e recursos sejam públicos ou privados.
107 - 210
Fonte: Autor
O tempo de recuperação das LPP, conforme Figura 29, constatou que 70%
dos casos levaram mais de 3 meses para serem tratados em sua totalidade. O que
corrobora com a ideia de que a prevenção é a melhor opção para evitar o sofrimento
pelos danos causados à pele e à saúde mental do indivíduo.
108 - 210
Fonte: Autor
Antes do acesso ao APP os voluntários responderam quais as práticas
preventivas que realizam e a frequência que as executam, sintetizado na Figura 30.
Destarte, é nítido que as maiores preocupações diárias foram com a assepsia
referente à região íntima, o cuidado com a pele para evitar umidade e/ou
ressecamento e a mudança de decúbito. Dessa forma, percebe-se que outras
práticas não são exercidas com a frequência devida aumentando os riscos de
desenvolvimento de LPP.
Analisando as práticas que obtiveram maior percentual de nunca e raramente
tem-se, como resultado a preocupação com o conforto no uso de colchões ou
almofadas especializadas associadas a cadeiras de rodas sem a manutenção
adequada, ou que não foram devidamente ajustadas ou são inadequadas para o
tamanho, idade e condição clínica do cadeirante podendo, o seu negligenciamento,
ser um fator determinante no desenvolvimento de LPP.
Outra prática com significativas negações foi a inspeção do corpo na busca
por possíveis pontos de pressão. Nesse caso, existe a dependência de outros
indivíduos na execução desta prática e a insatisfação sobre a necessidade de maior
atenção por parte deles pode ser denotada quando um dos partícipes afirma que
Fonte: Autor
Fonte: Autor
com as LPP e com as tecnologias móveis. Sendo assim, com base nas respostas, é
possível supor que todos os voluntários fizeram uso de pelo menos uma
funcionalidade existente nos smartphones ressaltando que todo o contato com o
cadeirantes foi por meio das plataformas Facebook e Whattsapp e que todos
realizaram procedimentos nos dispositivos para instalação do Colaborativa,
seguindo instruções conforme Apêndice XIII.
Além disso, pôde-se obter como informação que cada participante realiza
pelo menos 5 práticas para prevenir as LPP com diferentes frequências, que 44%
deles fazem uso de jogos digitais e 68% acreditam na influência das pessoas na
realização de atividades de prevenção das LPP.
Assim sendo, o modelo criado está em consonância com as respostas dos
voluntários quando busca relacionar práticas de prevenção, por meio, do checkin, da
avaliação de risco e do acesso a materiais de apoio associados a interações entre
os pares, utilizando as mensagens e notificações como suporte emocional e também
valorizando as ações e desafios para criar um ambiente em que quanto mais
colabora, o sujeito torna-se referência frente aos seus colegas no quesito práticas
preventivas.
A seguir, foram detalhados os resultados coletados após o uso e avaliação do
ColaborAtiva.
4.2. Pós-experimento
A análise a seguir, foi desenvolvida baseando-se no resultado dos três
instrumentos delineados na metodologia: o SUS39 que avaliou a usabilidade, UEQ 40
a experiência do usuário e o NPS41 a capacidade de indicação e divulgação do APP
entre as pessoas. Complementando, utilizou-se também das redes complexas para
representar e quantificar as relações entre os sujeitos e as práticas colaborativas
realizadas bem como as interações entre os seus pares.
O SUS foi a primeira ferramenta disponibilizada para os avaliadores, ele foi
desenvolvido baseado em três pilares: eficiência, eficácia e satisfação, mas focados
na percepção do usuário de maneira mais subjetiva. Nesse contexto, busca captar
se as pessoas atingem seus objetivos no uso do artefato avaliado, o quanto de
39
System Usability Scale
40
User Experience Questionnaire
41
Net Promoter Score
113 - 210
esforço foi desprendido e o quão cômodo foi todo o percurso para alcançar seus
objetivos (BROOKE, 2013).
Figura 33 – Classificação do ColaborAtiva no System Usability Scale
Fonte: Adaptado a partir da ferramenta de análise de dados fornecida pelo UEQ (2013)
42
Data Analysis Tools. “As médias da escala medida são definidas em relação aos valores
existentes de um conjunto de dados de referência. Este conjunto de dados contém dados de 20190
pessoas de 452 estudos sobre diferentes produtos (software empresarial, páginas da web, lojas da
web, redes sociais)‖ (HINDERKS; SCHREPP; THOMASCHEWSKI, 2018).
115 - 210
Fonte: Adaptado a partir da ferramenta de análise de dados fornecida pelo UEQ (2013)
116 - 210
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Enviou Mensagens
(Quantidade de
Elementos em %)
Recebeu Mensagens
(Quantidade de
Elementos em %)
Fonte: Autor
A Figura 38 representa as mensagens tramitadas entre os cadeirantes
durante o experimento. É um grafo dirigido, com 16 vértices (partícipes) e 136
arestas (relações), densidade de 0,567 indicando que, aproximadamente, 57% das
conexões possíveis entre os sujeitos foram estabelecidas. Isso significou que os
122 - 210
partícipes estão próximos entre si, não necessitando de muitos intermediários para
interagir com outros elementos da rede. Ratificando esta informação, têm-se o
diâmetro da rede calculado como 2, ou seja, a maior distância entre os nós mais
distantes, nesse grafo, é máxima em duas arestas.
Outras medidas que demonstraram a coesão desta rede foram referentes ao
grau da conexão, onde o grau médio é 8,5, o grau médio ponderado é 29,7 e o peso
médio da aresta é 3,5 demonstrando que, aproximadamente, cada sujeito possui 8
conexões e repete cada uma delas cerca de 4 vezes. Já o grau ponderado de
entrada evidenciou que S07 e S10 foram os que mais receberam mensagens de
modo proporcional, contudo o intervalo de valores para essa métrica foi curto, entre
25 e 34, o que indicou que os sujeitos, no geral, obtiveram uma quantidade
equivalente de mensagens com leves variações. Por outro lado, no grau ponderado
de saída a distância entre os valores foi mais ampla, variando de 0 a 90, ou seja, os
números estão mais dispersos o que confere um maior destaque a S01, S08, e S15
como os que mais enviaram mensagens, proporcionalmente, na rede.
É importante salientar que, durante a modelagem dos dados, identificou-se
uma preferência por mensagens coletivas, ou seja, quando todos os membros da
rede recebem o conteúdo compartilhado por um remetente. Essa tendência
demonstrou que os partícipes valorizaram mais as relações com o grupo do que as
individuais conforme recomendação do modelo.
123 - 210
Autoridade (Quantidade de
Hub (Quantidade de Elementos em %)
Elementos em %)
Fonte: Autor
O grafo da Figura 39 reflete o comportamento dos indivíduos quando trata-se
de identificá-los como autoridades ou hubs da rede. O primeiro foi valorado pela
quantidade de mensagens recebidas, amplificado pela importância dos remetentes.
Já o segundo teve valor mensurado pela quantidade de envios que realizou
ampliado pela notoriedade dos seus destinatários.
124 - 210
Fonte: Autor
126 - 210
Considerações Finais
Faz-se necessário finalizar esta tese voltando ao início. Percebeu-se que
cadeirantes desenvolviam LPP e que elas são muito dispendiosas e de difícil
tratamento. Portanto, a prevenção é a forma mais recomendada no enfretamento
desta patologia. O que induziu a criação da pergunta de investigação: como auxiliar
cadeirantes a realizarem suas atividades diárias de prevenção das LPP? Na busca
de uma solução para esta pergunta, formulou-se a hipótese de que práticas
colaborativas gamificadas subsidiam a realização das atividades cotidianas de
prevenção das LPP por meio da interação entre cadeirantes em um cenário que
mescla redes sociais e jogos.
Alicerçado neste contexto delineou-se o objetivo geral deste trabalho que foi a
elaboração de um modelo para prevenção das LPP baseado em práticas
colaborativas gamificadas que utilizou os conceitos de redes sociais na sua
concepção para estreitar as relações entre os cadeirantes por meio de interações
visando a promoção da saúde e qualidade de vida.
Com o intuito de validar o modelo criado desenvolveu-se um aplicativo, para
dispositivos móveis, aderente às suas premissas. O APP foi nomeado de
ColaborAtiva e avaliado na primeira versão por 13 juízes e na segunda por 16
cadeirantes. Obtiveram-se resultados positivos nas avaliações com ressalvas para
sugestões de modificações e melhorarias na usabilidade e experiência do usuário
que incidiram sobre o aplicativo, contudo não foi necessário modificar o modelo para
atender às solicitações. Destarte, o objetivo geral foi cumprido e, por conseguinte,
confirmou-se a hipótese estabelecida.
É importante relatar que essa trajetória foi muito mais do apenas uma
experiência científica, percebeu-se a necessidade do olhar para pessoas que
necessitam de cuidados diários de saúde. Cabe supor que o modelo criado é
portável, flexível e adaptável, ou seja, ele pode ser aplicado para pessoas em
situações que necessitem de cuidados especiais diariamente como, por exemplo,
diabéticos, cardíacos, idosos e tabagistas, dentre outros.
Registra-se que o ano de 2020 foi um ano atípico devido à pandemia causada
pelo novo coronavírus que mudou a forma de relacionamento entre as pessoas e
suas rotinas pessoais e profissionais por meio da recomendação de isolamento
social. Em vista desse acontecimento, foi necessário modificar a metodologia para
que o experimento pudesse ocorrer de forma remota.
131 - 210
Ressalta-se que não houve perda metodológica, visto que foi modificada a
forma de recrutamento, porém foram mantidas todas as etapas da metodologia. A
partir desta alteração, com a seleção online foi permitido envolver pessoas de
diferentes Estados da União com culturas, visões e situações sociais diversas
enriquecendo a avaliação e consequentemente os resultados deste trabalho.
Contudo, existiram dificuldades durante este percurso que foram contornadas,
mas que devem ser discriminadas para fins de registro, por exemplo, as limitações
da plataforma de desenvolvimento como falta de componentes, principalmente, para
manipulação de datas para delimitar quantidade de dias, semanas e meses, por
exemplo; também as atualizações constantes do Thunkable Cross originaram erros
em partes do APP que estavam funcionando e, por isso, influenciaram no tempo de
implementação do protótipo; a falta de continuidade de algumas pessoas que se
voluntariaram, mas não concluíram o experimento; e a suspensão das pesquisas no
CEPRED em função do COVID-19 durante as sessões de recrutamento, seleção e
realização do experimento.
Destarte, uma tese não deve ter fim em si mesma, e sim, abrir possibilidades
para novos trabalhos e trajetórias. Primeiramente, como trabalhos futuros têm-se a
criação de uma nova versão com as atualizações das sugestões abordadas pelos
cadeirantes nas suas avaliações, visando incluir o APP nas plataformas Play Store e
Apple Store. Outro pronto a ser desenvolvido é a construção de um agente de
software dotado de inteligência artificial capacitado para gerenciar a dinâmica
coletiva e individual dos usuários do ColaborAtiva retirado do modelo após a
qualificação, para garantir um escopo razoável e factível.
Ainda em relação ao modelo, pode-se ampliá-lo para que seja aplicado a
outras situações e patologias, ou ainda, implementá-lo de forma portável e dinâmica
atendendo às necessidades diárias de cada participe independente da sua condição
criando um APP genérico para cuidados diários de saúde.
A integração do aplicativo com aparelhos capazes de fornecer dados e
informações, como almofadas e colchões com sensores ou dispositivos vestíveis
que forneçam pressão do corpo contra as superfícies, batimento cardíaco, taxa de
oxigenação, EEG e movimentação para que o ColaborAtiva possa interagir com os
utentes, aprendendo a sua rotina e sugerindo ações que lhe beneficiem em relação
à sua saúde. Já no quesito gamificação, pode-se incluir narrativas que
132 - 210
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VIGOTSKY, Lev. A formação Social da Mente. São Paulo: Editora Martins Fontes,
1991.
140 - 210
Apêndice I – Lista dos APP sobre LPP contidos nos Repositórios Comerciais
Titulo StagingPI
Funcionalidades Informativos.
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Geral
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo VA Pressure Ulcer Resource
Funcionalidades Diário; Lembretes; informativos; vídeos; opção de ajuda.
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Veteranos Americanos
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo Skin Health Product Selector
Funcionalidades Informativos.
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Geral
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo Pressure Ulcer Prevention (PUP)
Funcionalidades Lembretes; informativos.
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Geral
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo SENSIMAT
Funcionalidades Lembretes; Identifica, via sensor, a realização das manobras de
alívio da pressão; permite criar metas de alívio da pressão.
Idioma Inglês
Gratuito Sim (só funciona com almofada SENSIMAT)
Público Cadeirante
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo PUinfo
Funcionalidades Informações sobre LPP
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Geral
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo WiSAT
Funcionalidades Sensores no assento que captam o movimento e informam ao
usuário da necessidade de balanceamento do peso.
Idioma Inglês
Gratuito Sim (só funciona com sensores WiSAT)
Público Cadeirantes
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo Care City iCare
Funcionalidades Informativos.
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Geral
Plataforma Apple Store (iOS)
Titulo Braden Scale 4 Pressure Ulcer
Funcionalidades Escala de Braden.
Idioma Inglês
142 - 210
Gratuito Não
Público Geral e Profissionais de saúde
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Body Pressure Sensing
Funcionalidades Sensores vestíveis que analisam a pressão.
Idioma Português
Gratuito Sim (só funciona com sensores)
Público Geral e Profissionais de saúde
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Calculadora Enfermería
Funcionalidades Escala de Braden.
Idioma Espanhol
Gratuito Sim
Público Enfermeiras
Plataforma Play Store (Android)
Titulo GPCs Enfermería
Funcionalidades Informativos
Idioma Espanhol
Gratuito Sim
Público Enfermeiras
Plataforma Play Store (Android)
Titulo GuiaUPP
Funcionalidades Informativos; escala de Braden; Emina; Norton.
Idioma Espanhol
Gratuito Sim
Público Profissionais de saúde, Cuidadores e Pacientes
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Norton Scale 4 Pressure Ulcer
Funcionalidades Escala de Norton.
Idioma Inglês
Gratuito Não
Público Geral e Profissionais de saúde
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Nursing Calculator
Funcionalidades Escala de Braden.
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Enfermeiras
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Pressure Ulcer
Funcionalidades Informativos; escala de Braden.
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Cuidadores
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Pressure Ulcer Guide
Funcionalidades Informativos; escala de Braden.
Idioma Inglês
Gratuito Não
Público Pacientes, Familiares, Enfermeiros, Profissionais de saúde e
Médicos para educar seus pacientes e estudantes de medicina.
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Riesgo de Úlceras por Presión
Funcionalidades Escala de Braden
143 - 210
Idioma Espanhol
Gratuito Sim
Público Médicos, Estudantes de medicina, Enfermeiros, Auxiliares de
enfermagem, Paramédicos e outras áreas relacionadas com a saúde
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Sem Pressão
Funcionalidades Informações; Escala de Braden
Idioma Português
Gratuito Sim
Público Profissionais de saúde
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Teleferidas
Funcionalidades Registro em foto das LPP
Idioma Português
Gratuito Sim
Público Restrito a pessoas autorizadas e pré-cadastradas
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Trata la UPP
Funcionalidades Escala de Avaliação de Risco
Idioma Espanhol
Gratuito Sim
Público Profissionais de saúde
Plataforma Play Store (Android)
Titulo Wound Care Management
Funcionalidades Informativos
Idioma Inglês
Gratuito Sim
Público Geral
Plataforma Play Store (Android)
144 - 210
Sistema
160 - 210
Resumo
Palavras-chave
Abstract
This article presents the evaluation results of functionality and usability on a smartphone
application called CollaborAtiva that uses gamified collaborative practices to prevent
pressure injuries. Tests were conducted by 13 judges who interacted with the program
and presented their impressions. At the end, the results were tabulated and the system
was rated for acceptability, grade, and concept indicating a positive return of 78 for
functionality and 73 for usability on a scale of 0-100. Finally, there were significant
contributions through the observations that provided corrections and improvements for
future versions of the application.
Key words
1. INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia, por sua vez, buscam-se soluções para prevenção,
tratamento e acompanhamento das LPP, em países com níveis diferenciados de
desenvolvimento. Neste contexto os smartphones são os dispositivos com maior
penetrabilidade de comunicação entre as pessoas, atingindo no Brasil a marca
média de um aparelho por cidadão em maio de 2018 (Meirelles, 2018), já na
Espanha contabilizaram o valor médio de 1,12 aparelhos por habitante para o
163 - 210
mesmo período (Statista, 2019). Outro dado importante é que 94,9% e 90,8%,
respectivamente, destes aparelhos são baseados no sistema operacional (SO)
Android. (Companhia de Consultoria Kantar, 2019)
Dessa forma, pesquisou-se na Play Store por aplicativos móveis (APP) que
tivessem relação com as LPP com os seguintes descritores: úlcera+por+pressão
(249 ocorrências), ―úlcera por pressão‖ (9 ocorrências) e ―lesão por pressão‖
(11 ocorrências) chegando a um total, após a retirada de eventuais duplicações,
de 252 aplicativos. Contudo, somente 15 deles tinham alguma ligação com as
LPP, sendo:
Vale ressaltar que dos 15 APP disponíveis, apenas 2 apresentaram uma proposta
diferente do fornecimento de informações ou de avaliação de risco por meio de
alguma escala, ambos foram desenvolvidos para o idioma português. Entretanto,
o APP que utiliza sensores só funciona para uma marca específica de tecido
inteligente e o outro aplicativo que propõe o registro de fotos das feridas para
análise por profissionais, é de uso restrito. Destaca-se que o público brasileiro só
tem à disposição na linguagem nativa um software, categorizado como
Educacional, que apresenta informações sobre as LPP e a escala de Braden sendo
destinado explicitamente aos profissionais de saúde.
Do outro lado, dos 5 APP escritos no idioma espanhol 2 são específicos para
enfermeiras, 2 para profissionais de saúde e 1 para o pacientes, cuidadores e
profissionais de saúde em geral. Todos são gratuitos e possuem algumas
funcionalidades além das informações e escala de Braden, como a Escala de
Norton e a de Emina.
164 - 210
Na segunda seção faz-se uma breve abordagem sobre lesão por pressão,
práticas colaborativas e gamificação que são as categorias teóricas que embasam
este trabalho científico. Na terceira seção são apresentadas a metodologia e a
análise dos dados para avaliar as funcionalidades e usabilidade do APP. Na
quarta seção serão discutidos os resultados encontrados na avaliação do
aplicativo, bem como a dinâmica de implantação no desenvolvimento do APP. E
por fim, as conclusões que indicam novos horizontes para pesquisas desta
natureza.
2. CATEGORIAS TEÓRICAS
165 - 210
As categorias teóricas que delineiam a base desta pesquisa são: lesão por
pressão, práticas colaborativas e gamificação que serão abordadas a seguir. O
National Pressure Ulcer Advisory Panel43 (2016) definiu que a nomenclatura lesão
por pressão é mais adequada para tratar todos os estados dessa enfermidade.
Este mesmo grupo define que a LPP ―[...] é um dano localizado na pele e/ou
tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou
relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato‖ (). Já o Australian
Wound Management Association44 (2001, p.4), por sua vez, infere que é ―[...]
qualquer lesão causada por pressão não aliviada, resultando em danos ao tecido
subjacente‖.
A formação das LPP é um processo complexo que envolve muitos fatores como
clima, tipo de tecido das roupas, medidas antropométricas, condições do sistema
circulatório, rotina social, incontinência urinária e fecal, higiene pessoal, idade,
umidade, fricção, cisalhamento, dentre outros. Ao mesmo tempo a aparição de
uma lesão é muito rápida e em muitos casos, por falta de conhecimento sobre o
assunto, as pessoas as tratam como se fosse uma ferida comum o que leva a um
agravamento do ferimento e consequentemente um aumento no tempo de
tratamento. (National Pressure Ulcer Advicer Panel, 2016; Wolff et al., 2014).
43
Organização americana, sem fins lucrativos, dedicada à prevenção e tratamento de
úlceras por pressão. Disponível em: < http://www.npuap.org/ >. Acesso em: 26 dez.
2019.
44
Organização australiana, sem fins lucrativos, dedicada a desenvolver e melhorar o
gerenciamento de feridas para todos os indivíduos através da educação, pesquisa,
comunicação e redes. Disponível em: < http://www.woundsaustralia.com.au >. Acesso
em: 08 mar. 2018.
166 - 210
Dessa forma, foi criado um modelo onde foram elaboradas práticas colaborativas
gamificadas que têm como objetivo principal a realização de atividades diárias de
prevenção de LPP. Este modelo deu origem a um APP que teve seu protótipo
disponibilizado para testes de funcionalidade e usabilidade que serão detalhados
a seguir.
Estas ações foram elencadas por meio das orientações da Agência Nacional de
Saúde Suplementar (2011), Australian Wound Management Association (2001),
Ministério da Saúde (2013) e Wolff et al. (2014) sendo as mais importantes na
aplicação e é através da sua realização que ocorrerá a prevenção das LPP, são
elas: o cuidado com a pele evitando umidade ou ressecamento; a hidratação
corporal por meio de hidratante além da ingestão de água; a assepsia das partes
íntimas após a micção e/ou defecação; a mudança de decúbito empregando
técnicas para troca de posição a cada 2h; o conforto utilizando colchões, camas
ou almofadas para reduzir o contato com as superfícies duras; a inspeção diária
do corpo realizando uma checagem na busca por manchas vermelhas e/ou
arranhões na pele; o posicionamento adequado mantendo o corpo tecnicamente
posicionado, orientado por profissional, quando estiver na cama, em cadeiras,
em poltronas ou em cadeira de rodas; a transferência usando técnicas para
deslocamento entre cama, cadeira, poltrona e cadeira de rodas evitando fricção e
cisalhamento; a alimentação balanceada, acompanhado por profissionais de
nutrição; a ingestão de medicamentos, devidamente receitados, obedecendo às
As duas últimas telas são referentes ao placar do dia e o placar geral, como
pode-se apreciar na Figura 5. A pontuação é contabilizada após a realização de
cada prática e é acrescida nos placares. O registro dos pontos por dia visa
incentivar os novos partícipes, pois ao início do dia todos têm os seus pontos
zerados não importando as ações pregressas à data corrente. No placar geral,
entretanto, contabiliza-se todas as práticas realizadas desde o ingresso do
participante no APP.
171 - 210
Na segunda seção, foi aplicado o System Usability Scale (SUS), criado por
Brooke (2013), que contém dez perguntas:
Por aceitabilidade:
o Não aceitável [0 – 49]
o Marginal [50 – 70]
o Aceitável [70 – 100]
Por grau no sistema americano de notas:
o F [0 – 59]
o D [60 – 69]
o C [70 – 79]
o B [80 – 89]
o A [90 – 99]
Por conceito:
o Pior Impossível [0 – 24]
o Pobre [25 – 51]
o OK [52 – 72]
o Bom [73 – 84]
o Excelente [85 – 99]
o Melhor impossível [100]
174 - 210
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
50 45 45 45
44 43
40 39
40 38 37
36 36 36
33
30 27
20
10
0
S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12 S13 Média
175 - 210
P9
P8
P7 concordo totalmente
P6 concordo
P5 indiferente
P4
discordo
P3
P2 discordo totalmente
P1
0% 20% 40% 60% 80% 100%
100 93 90
90 85
78 78 80 78
80 73 75 73
70
70 58
60 55
50 38
40
30
20
10
0
P9
concordo totalmente
P7
concordo
P5 indiferente
P3 discordo
discordo totalmente
P1
que demonstra uma ampla negação das indagações realizadas. Faz-se necessário
ressaltar que a pergunta 4 teve como principal revés o não recebimento do e-
mail de confirmação no cadastramento do usuário. Dessa maneira, é possível
supor que apesar de não ser complexo, faz-se necessário ter um suporte ativo
para dirimir possíveis dúvidas e solucionar problemas mantendo a estabilidade
do sistema e utilizando-se de elementos como tutoriais e dicas para facilitar o
uso direto e imediato sem intervenção externa na execução da aplicação.
P10
concordo totalmente
P8
concordo
P6 indiferente
P4 discordo
discordo totalmente
P2
5. CONCLUSÃO
Vale salientar que este aplicativo é fruto de uma tese doutoral ainda em
desenvolvimento que criou um modelo de práticas colaborativas gamificadas
para ser utilizado por pessoas que requeiram cuidados diários de promoção e
tratamento de saúde.
179 - 210
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785220172506169042
Espaço Empírico
O espaço empírico inicialmente escolhido foi o Centro de Prevenção e
Reabilitação da Pessoa com Deficiência45 (CEPRED), conforme Anexo II, uma
Unidade do Sistema Único de Saúde na prevenção secundária46, reabilitação e
assistência às pessoas com deficiência física, auditiva, mental e com ostomias 47. O
CEPRED é uma instituição com 20 anos de existência considerado como um centro
de referência Estadual com visibilidade Nacional em serviço público e credenciado
como Centro Especializado em Reabilitação (CER), Nível III.
Possui uma Coordenação de Gestão de Ações Estratégicas e Planejamento
(COGESP) representada pelas fonoaudiólogas Kelly Cristina de Souza Fernandes e
Ana Carla Filgueira de Souza e Souza que realizam o processo de recepção,
avaliação e acompanhamento das Pesquisas junto a Instituições de Ensino com o
objetivo de auxiliar a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia na criação de políticas
públicas para pessoas com deficiência.
Além da COGESP esta pesquisa foi desenvolvida em parceria com a
Coordenação de Atenção em Reabilitação Física (CARF) representada pela
fisioterapeuta Aline Lima dos Santos e a Coordenação de Concessão de Material e
Equipamento de Reabilitação (COCESS) representada pela terapeuta ocupacional
Carolina dos Santos que auxiliaram por todo o processo desde a seleção dos
participantes, a aplicação do experimento e também na análise dos resultados.
45
Disponível em < http://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/atendimento-ao-cidadao/centros-de-
referencia/cepred/ >. Acesso em: 08 de Jan de 2019.
46
Prevenção secundária é a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio inicial,
muitas vezes em estágio subclínico, no indivíduo ou na população, facilitando o diagnóstico definitivo,
o tratamento e reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos de longo prazo (ex.:
rastreamento, diagnóstico precoce). Disponível em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
rastreamento_caderno_atencao_primaria_n29.pdf >. Acesso em: 08 de Jan de 2019.
47
É o nome da cirurgia que cria o estoma, um orifício, no abdômen ou na traqueia, permitindo
comunicação com o exterior. Disponível em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/atencao_saude
_pessoas_ostomizadas.pdf >. Acesso em: 08 de Jan de 2019.
196 - 210