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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - Campus V

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E BIOLÓGICAS APLICADAS - CCBSA


DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DISCIPLINA: Proteção Internacional dos Direitos Humanos e Relações Internacionais
DOCENTE: Prof.(a). Dr.(a). Giuliana Dias Vieira — TURNO: Noturno
DISCENTES: Danyllo E. F. da S. Amorim 212520024; e Julia S. Cardoso 212520571

Relatório do IX Pacto e Comitê sobre Desaparecidos Forçados

1. Quais são os direitos protegidos por tal pacto?


Proíbe expressamente qualquer pessoa ser submetida ao desaparecimento forçado;
Estabelece garantias quanto à proibição da detenção ilegal de qualquer pessoa em qualquer
lugar; Confirma que a prática generalizada e sistemática do desaparecimento forçado constitui
um crime contra a humanidade; e Inclui um conceito amplo de vítima que pode se estender à
família das pessoas desaparecidas, e reconhece seu direito à justiça: para saber a verdade
sobre as circunstâncias do desaparecimento e do destino da pessoa desaparecida, a reparação
nas suas múltiplas dimensões e recuperar os restos mortais dos desaparecidos. Além disso,

2. Data de assinatura dos países partes e quando entrou em vigor


A Assembleia Geral adotou, no dia 20 de dezembro de 2006, a Convenção
Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados. No
dia 6 de fevereiro de 2007, a Convenção foi aberta para assinatura e, até hoje, mais de 83
Estados já a assinaram. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após o
depósito do vigésimo instrumento de ratificação ou adesão com o Secretário-Geral das
Nações Unidas, o que aconteceu em 23 de dezembro de 2010. Para o Estado que ratificar a
presente Convenção ou a ela aderir após o depósito do vigésimo instrumento de ratificação ou
adesão, a presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após a data do depósito do
instrumento de ratificação ou adesão pelo referido Estado.

3. Quais são e como funcionam os mecanismos de controle?


Artigo 31 e 33; A convenção obriga os Estados-Parte a imputar responsabilidade
criminal a qualquer pessoa que comete, ordena ou instiga a um desaparecimento forçado,
incluindo a responsabilidade criminal dos superiores que –apesar de estarem cientes de que
seus subordinados puderam ter cometido ou planejado um desaparecimento forçado– não
usaram todos os recursos para prevenir ou punir esses crimes. Não é possível justificar o
desaparecimento forçado como ordem ou instrução de qualquer autoridade pública.
Ninguém deve ser preso secretamente; cada Estado-Parte deve estabelecer condições
para ordenar a privação de liberdade, considerando as obrigações internacionais adquiridas e
garantindo o respeito dos direitos dos detentos, bem como não obstruir os recursos previstos
para esses fins. Com o objetivo de impedir a participação de pessoal militar ou civil
responsável pela aplicação da lei nos atos de desaparecimento forçado, o Estado-Parte deve
garantir que todas as pessoas envolvidas na custódia ou no tratamento dos detentos recebam
formação sobre os requerimentos da Convenção.
Cada Estado-Parte tomará todas as medidas para investigar, localizar e libertar as
pessoas desaparecidas e, em caso de morte, encontrar e devolver seus restos mortais. Também
irá garantir que em seu sistema jurídico, a vítima de desaparecimento forçado tenha o direito à
reparação, a uma compensação rápida, justa e adequada. No caso de crianças vítimas e filhos
de vítimas de desaparecimento forçado, os Estados-Parte devem tomar medidas necessárias
para prevenir e punir a apropriação criminosa destas crianças, e a falsificação ou destruição de
documentos comprovativos de identidade. Eles também serão responsáveis pela correta
identificação das crianças, e de preservar e restaurar sua identidade.

4. Explique a formação do comitê:


Um Comitê sobre Desaparecimentos Forçados (doravante referido como “o Comitê”)
será estabelecido para desempenhar as funções definidas na presente Convenção. O Comitê
consistirá em dez peritos de elevado caráter moral e reconhecida competência no campo de
direitos humanos, que atuarão em sua própria capacidade, com independência e
imparcialidade. Os membros do Comitê serão eleitos pelos Estados Partes, com base numa
distribuição geográfica eqüitativa. Em matéria de voto, cabe ressaltar que a votação para
composição do quadro membro do comitê é por meio de voto secreto, com quorum de dois
terços e maioria absoluta, os eleitos são designados a mandatos de 4 anos podendo ser
reeleitos por uma única vez, a bancada formada estabelece também os procedimentos para
condução dos trabalhos do comitê.
O Estado Parte submeterá ao Comitê, por intermédio do Secretário-Geral das Nações
Unidas, um relatório das medidas tomadas em cumprimento de suas obrigações ao amparo da
presente Convenção, dentro de dois anos a partir da data de entrada em vigor da presente
Convenção para o Estado Parte em pauta. O Secretário-Geral das Nações Unidas
disponibilizará o referido relatório a todos os Estados Partes. O relatório será considerado
pelo Comitê, que emitirá os comentários, observações e recomendações que julgar
apropriados. O Comitê terá competência exclusiva em matéria de desaparecimentos forçados
ocorridos após a entrada em vigor da presente Convenção. Caso um Estado se torne signatário
da presente Convenção após sua entrada em vigor, as obrigações desse Estado para com o
Comitê se aterão somente a desaparecimentos forçados ocorridos após a entrada em vigor da
presente Convenção para o referido Estado. O Comitê apresentará um relatório anual de suas
atividades ao amparo da presente Convenção aos Estados Partes e à Assembleia Geral das
Nações Unidas.

5. Quem participa de tal acordo?


Dos países sul americanos, apenas a venezuela não ratificou, e a guiana e suriname
não assinaram. Das Américas, Canadá, EUA e Nicarágua não participam de nenhuma forma
do acordo. Dos países que compõem de forma permanente o Conselho de Segurança da ONU,
apenas a França assinou e ratificou o acordo, todos os demais se isentaram.
Países que não ratificaram: Guatemala, Rep Dominicana, Trinidad e Tobago nas
Américas; Suécia, Irlanda, Islândia e Polônia na Europa; Na Ásia, Índia, Tailândia e Indonésia
são exemplos de países que não ratificaram. África e Ásia lideram em números de países que
não internalizaram o tratado.

Referências:

Nações Unidas. Nova Convenção sobre Desaparecimentos Forçados entra em vigor.


Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/56157-nova-conven%C3%A7%C3%A3o-sobre-desaparecimentos-for%C3%A7ados-entra-em-vigor>.
Acesso em [17/10/2023].

Nações Unidas. Tratados. Nova Convenção sobre Desaparecimentos Forçados (IV-16).


Disponível em: <https://treaties.un.org/pages/ViewDetails.aspx?src=IND&mtdsg_no=IV-16&chapter=4&clang=_en>. Acesso em
[17/10/2023].

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