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A crise da água na imprensa


Sem data para acabar, racionamento
Sem águas do rio São
de água cria nova rotina no DF
Francisco, turismo em Um ano após cortes, alívio em represas é insuficiente para
Pirapora acumula perdas encerrar restrições
No norte de Minas, cidade perde verba de
turismo e usa carro-pipa com diminuição
na vazão do rio Após anos de estiagem,
uma em cada três represas
do Nordeste está seca
Agronegócio no norte de MG
pena com 70% de rios secos
Sem dinheiro, governo suspende obras de
Chega de ilusão, o clima só vai piorar
barragens e reduz oferta de carros-pipa Chance de aquecimento ficar abaixo de 1,5°C é nula,
indica relatório, mas não dá para relaxar

Usos múltiplos

Usos múltiplos

BSF

Demanda total 278,8 m3s-1

Irrigação 213,7 (77%)


Doméstico 31,3 (11%)
Indústria 19,8 (7%)
Rural 13,9 (5%)

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Usos múltiplos

Usos múltiplos da água


Agricultura Irrigação, beneficiamento e outros usos
agrícolas
Aquicultura Produção peixes, moluscos, etc.
Abastecimento Público Uso doméstico
Hidroeletricidade Geração de energia
Indústria Resfriamento, diluição e aquecimento
Mineração Lavagem de minérios
Navegação Hidrovias, etc.
Pesca Comercial e esportiva
Recreação e Turismo
Usos estéticos Paisagismo

Vazões retiradas e consumidas

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Evolução da área irrigada

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Evolução da área irrigada

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Evolução da área irrigada

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Predomínio por Classes de uso

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Usos múltiplos

• Consumo excessivo (pessoas e indústrias)


• Reutilização em outros processos?

• Substituição de fonte (abastecimento humano)


Folha.com.br, 2016
• Poluição dos recursos hídricos

• Realidade nos EUA, Israel, México e Europa


Lavrasirrigação.com.br, 2017
• Legislação brasileira?

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Disponibilidade e perspectivas

• Aquecimento global

• Evaporação de água superficial

• Demanda hídrica das plantas

• Conflitos entre setores

• 8 bi habitantes (2010)

• Irrigação e consumo de água

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Extração de água e produção de água


residuária

AQUASTAT –FAO, 2015

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Produção E IMPACTO NO MEIO AMBIENTE

• Extração global de água doce (3.928 km3 ano-1)

• Elevação do consumo: agricultura, indústria e energia

• Padrões de consumo - dieta alimentar mais rica

• Europa: produtos alimentares (5 m3 pessoa-1 dia-1)

• 1,3 bi de toneladas desperdiçados (250 km3 ano-1)

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Perfil econômico e tratamento

• Renda alta: tratam 70% da água residuária

• Renda média-alta: tratam 38% da água residuária

• Renda média-baixa: tratam 28% da água residuária

• Renda baixa: tratam 8% da água residuária

• Mundo: 80% despejadas no meio ambiente sem tratamento

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Falta de saneamento e tratamento

• Aumento do despejo e qualidade das águas

• Poluição orgânica: piscicultura, abastecimento e alimentação

• Afeta 1/7 dos cursos d’água (África, América latina e Ásia)

• 842.000 mortes, em 2012, em países de renda média e baixa

• 361.000 mortes de crianças (saneamento e higiene)

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Níveis de Dbo em cursos d’água

FAO, 2015

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Principais tipos de reuso

• Mundo: 50 mi m3 dia-1 (2008)

• 21 mi m3 dia-1 tratados

• EUA: 7,6 mi m3 dia-1

• Singapura: 10% da água usada

• 29 mi m3 dia-1 não tratados

• Israel: 75% na agricultura

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volume de reuso - esgoto tratado

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Eua - Exemplos de reuso de água

Califórnia Flórida

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Eua - reuso na agricultura

Bakersfield (CA): efluentes domésticos usados na irrigação desde


1912, nas formas de esgoto bruto, efluente primário e agora efluente
secundário.

Desde 1938, uma fazenda de Lubbock (TX) utiliza efluentes


secundário para irrigação.

Monterrey County (CA): água que passa por filtração e desinfeção é


usada para irrigar culturas consumidas cruas (alface, brócolis,
morangos), depois que sua segurança foi comprovada por estudos.

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mundo - reuso na agricultura

Austrália: esgoto tratado em fertirrigação de 24.000 ha de área sob


cultivo de hortaliças;
México: desde 1890, águas residuárias tratada ou minimamente
tratadas são utilizadas em 90.000 ha sob cultivo de milho e até
hortaliças;
Grécia: esgoto tratado em fertirrigação de vinhas, tomate e flores.
Argentina: efluente de lagoas de estabilização em florestas, oliveiras e
fruteiras (3.640 ha);
Tendência: aumento em regiões áridas em Israel, Jordânia, Kuwait,
Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Portugal, Espanha, França e Grécia.

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mundo – potencial do reuso agrícola

Agricultura irrigada: expansão de 100 mi de ha (1961) para 320 mi de


ha (2016);
Pecuária: 7,3 bi de unidades animais (1970) para 24,2 bi (2016);
Aquicultura: aumentou, no interior dos continentes, mais de 20 vezes
desde 1980.
Demanda urbana: corresponde a 11% das extrações de água, sendo 3%
consumidos e 8% descartados como água residuária;

Potencial: com 8 mil m3 por ha, poder-se-ia irrigar 40 mi de ha (15%)

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Folha de São Paulo, 2015

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Folha de São Paulo, 2015

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Estado Disponibilidade Situação


(m3/hab/ano)
Pernambuco 1.270
Paraíba 1.392
Distrito Federal 1.537 O estresse hídrico é
Sergipe 1.601
periódico e regular
Alagoas 1.671
Rio Grande do Norte 1.681
Rio de Janeiro 2.208
Ceará 2.276 Ocasionalmente

São Paulo 2.694 sofrerá problemas

Bahia 2.862 de falta de água

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Formas de reuso
Direto
Uso de esgotos tratados para certa finalidade (industrial, irrigação e água potável).

Indireto
Quando a água, já utilizada para o uso doméstico ou industrial, é descartada nas águas superficiais ou subterrâneas e utilizada
novamente (diluída).
Planejado
Quando este é resultado de uma ação planejada e consciente, adiante do ponto de descarga do efluente a ser usado.

Não planejado
Caracterizado pela maneira não intencional e não controlada de sua utilização.

Potável
Abastecimento da população.
Não potável
Demandas que toleram águas de qualidade inferior (industriais, irrigação, etc.).
Potável direto
O esgoto sob tratamento avançado é injetado diretamente no sistema de água potável.

Potável indireto
O esgoto tratado é lançado nas águas superficiais ou subterrâneas para diluição e purificação natural, objetivando uma posterior
captação e tratamento.

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Pré-tratamento(separação de sólidos)
T. primário (remoção sólidos suspensos)
T. secundário (remoção de MO
dissolvida/suspensa)
T. terciário (controle patógenos e nutrientes)

Disposição no solo
Lagoas de estabilização
Leitos cultivados (wetlands construídas)

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• São processos de tratamento “não convencionais” e têm como


principais componentes a força gravitacional, os
microrganismos e as plantas.

• Baixo custo de implantação e operação, pouca mecanização,


baixa manutenção e fácil operação.

• Leitos cultivados: tecnologia de tratamento de águas


residuárias baseada nos processos físicos, químicos e biológicos
encontrados nos ecossistemas das várzeas naturais.

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Salati et al., 2009

Salati et al., 2009

Dimensionamento: NBR 7229/93 e NBR 13969/97

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Sedimentação, filtração, transferência de gás, adsorção, troca


iônica, precipitação/oxidação química e redução; conversão
biológica e degradação, fotossíntese, a fotoxidação e o consumo
pelas plantas.

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Teixeira, 2013

Teixeira, 2013

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• Devem ser considerados:

• Aspectos sanitários

• Aspectos ambientais

• Aspectos agronômicos

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Braga et al., 2014

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Condição de Grupo exposto Nem. intestinais Col. fecais Tratamento para


reuso (ovos. L-1) (NMP/100 mL) qualidade
requerida
Culturas Lagoa de
consumidas Operador, estabilização ou
cruas, consumidor e ≤ 1 ≤ 1000 tratamento
parques públicos público equivalente

Cereais e cult. Lagoa de


industriais, Operador ≤ 1 S/ padrão estabilização (10
pastagens recomendado dias) ou remoção
de helmintos e
col. fecais
Localizada em No mínimo
culturas s/ Nenhum Não aplicável Não aplicável sedimentação
exposição
Adaptado de OMS (1989)

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Característica Classe 1 Classe 2 Classe 3

Col. totais (NMP/100 mL) 1.000 5.000 20.000

Col. fecais (NMP/100 mL) 200 1.000 4.000

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• Risco de poluição do solo (metais pesados);

• Risco de salinização/dispersão da argila do solo;

• Contaminação do lençol freático.

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• Aplicação em anuais ou perenes: elevada


capacidade de extração de nutrientes;

• Fitotoxicidade: define escolha do cultivo

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• Águas residuárias industriais;


• Águas residuárias de criatórios de animais;
• Águas residuárias urbanas.

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N P K
Concentração do nutriente (ppm) 40 10 30
Adição anual nutriente (kg ha-1) em 10000
400 100 300
m3 1000 mm

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Tratamentos:
T1 - agua bruta;
T2 - efluente de lagoa de estabilização hipoclorado;
T3 - efluente de lagoa de estabilização.

Duas variedades de tomate: IPA 07 e 14 – 7 ( linhagem)

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• A qualidade do efluente utilizado na irrigação não interferiu


no coeficiente de uniformidade de distribuição de água.
• Não houve impactos significativos sobre as características
físico-químicas (solo), nem biológicas (solo e frutos).
• A produtividade do tomate industrial, irrigado com efluente
urbano, foi maior do que com o água bruta e fertilização.
• A cultivar 14-7 apresentou maior produtividade.

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Tratamentos (qualidade de água):


• Água bruta + solução de Hoagland;
• Efluente de lagoa de estabilização;
• Efluente de lagoa de estabilização (sob desinfecção).
Tratamentos (substratos):
• Casca de pínus
• Fibra de coco
• Bagaço de cana

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1°Ciclo 2°Ciclo Unidade

Nitrogênio – Nitratos 10,36 10,8 mg l -1


Nitrogênio – Amoniacal 14,9 0,18 mg l -1
Condutividade elétrica 0,83 1,72 dS m-1
pH 6,84 8,12
DBO 40 20 mg l -1
Coliformes termotolerantes <1,8 1100 NMP 100ml -1
Escherichia coli <1,8 400 NMP 100ml -1
Salmonellas sp. Ausência Ausência NMP 100ml -1
Sódio total 92,97 108,3 mg l -1
Potássio total 24,21 23,62 mg l -1
Fosfato total 2,51 2,41 mg l -1
Sólidos decantáveis 0,3 2,00 mg l -1
Sólidos totais a 105°C 444 825,0 mg l -1
Turbidez 0,2 18 NTU

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• O reuso de efluente resultou em desempenho agronômico


igual ou superior àquele obtido pelo uso de solução
nutritiva;
• A reutilização dos substratos orgânicos afetou
negativamente a produção de matéria fresca e seca das
plantas.

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Tratamentos (qualidade de água):


• Água bruta + fertirrigação;
• Efluente de lagoa de estabilização;
• Efluente + 50% fertirrigação
Tratamentos (manejo de água):
• Lisímetro de drenagem
• Evaporímetro de Piché

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DEMANDA HÍDRICA

280,47

362,57

Evaporímetro de Piché (mm) Lisímetro de Drenagem (mm)

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• O efluente de lagoa de estabilização supriu a nutrição das


plantas de gérbera, resultando em mesma produção
comercial obtida sob fertirrigação.

• A reposição de água pelo Evaporímetro de Piché resultou


em maior qualidade das hastes de gérbera, mas não
influenciou na produtividade. Não houve diferença quanto
a eficiência no uso da água.

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Alvará 1804 - Autorizava o livre desvio de água dos rios para


fins agrícolas e industriais.
Decreto 24.64 - Desvios dependem da outorga de concessões.
Código das águas (1934) - Tipos de água e critérios aproveitamento
Lei 4.771 - Preservação doe recursos hídricos no entorno
Cód. Florestal (1965) dos corpos d’água.
Resolução CONAMA n o 20 - Define classes de uso para a água.
(1986) - Define padrões para lançamento de efluentes.
NBR 13.969 - Define grau de tratamento e usos previstos para o
(1997) esgoto tratado.
- Proíbe irrigação de hortaliças e frutas de rama
rastejante.
Lei 9.433 - Água como bem de domínio público dotado de
Lei das águas PNRH (1997) valor econômico.
- Princípio do poluidor pagador.
Resolução CONAMA n o 357 - Substituiu a no 20.
(1986) - Não contemplou o reuso.
Lei 9.984 - Criação da agência e implementação do PNRH.
Criação ANA 2002
Resolução CONAMA n o 54 - Define critérios gerais para a prática de reuso
(2005) direto não potável.
Resolução CNRH n o 121 - Estabelece diretrizes e critérios para a prática
(2010) de reuso direto não potável de água na modalidade
agrícola e florestal.

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