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Novembro de 2012
Curso de Engenharia Mecânica
Fevereiro de 2012
METODOLOGIA PLAN DO CHECK ACT (PDCA), NA
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE PRODUÇÃO DE
PRODUTOS AUTOMOTIVOS
Douglas Oliveira Silva
Agradeço também a todos os professores que passaram por toda a minha vida
acadêmica.
(Albert Einstein)
RESUMO
AGRADECIMENTOS.................................................................................................. 5
RESUMO..................................................................................................................... 7
LISTA DE SIGLAS.................................................................................................... 10
SUMÁRIO ................................................................................................................. 11
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
1.2. Objetivos ................................................................................................................... 12
1.3. Justificativa................................................................................................................ 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 13
2.1. Funcionamento de um motor de partida...................................................................... 13
2.2. Ferramentas de Qualidade .......................................................................................... 15
2.2.1. Método de análise de solução de problemas (MASP) ........................................... 15
2.2.2. Plan-Do-Check-Act (PDCA)................................................................................ 16
2.2.3. Brainstorming...................................................................................................... 17
2.2.4. Cinco Por quês..................................................................................................... 18
2.2.5. 5W2H ou 5W1H.................................................................................................. 18
2.2.6. Lessons Learned Cards (LLC) ............................................................................. 19
2.2.7. Gemba ................................................................................................................. 19
2.2.8. FTA (Fault Tree Analysis) ................................................................................... 20
2.2.9. FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) ........................................................ 21
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 22
4. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 25
4.1. Contexto da pesquisa ................................................................................................. 25
4.2. Planejando ................................................................................................................. 25
4.2.1. Identificação do problema.................................................................................... 26
4.2.2. Observação .......................................................................................................... 27
4.2.3. Análise do processo ............................................................................................. 28
4.2.4. Plano de ação....................................................................................................... 32
4.3. Executando ................................................................................................................ 34
4.4. Verificando ................................................................................................................ 35
4.5. Agindo, Padronizando e Concluindo o Ciclo PDCA................................................... 36
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 41
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 43
1. INTRODUÇÃO
A competitividade entre empresas, seja qual for o tipo de mercado, está cada
vez maior decorrente a globalização. Para uma empresa vencer a concorrência é
preciso eficiência nos sistemas da produtividade, permitindo gerar produtos de
qualidade, livres de erros, confiáveis, em menor tempo e com menor custo através
de um processo flexível.
Assim, as organizações estão sempre buscando ferramentas que possam
auxiliá-las na constante melhoria de seus processos. Hoje, o ciclo PDCA (Plan Do
Check Action, ou seja, Planejar Fazer Checar e Agir) integrada a outras ferramentas
são utilizadas para atender o foco de qualidade das empresas.
A integração destas ferramentas busca chegar a causa raiz da não
conformidade, isolando todas as possíveis falhas que ocasionaram a ocorrência do
incidente de qualidade. Após o fator principal ser descoberto o ciclo PDCA é
empregado para que se construa um plano de ações com o objetivo de sanar os
erros e utilizá-lo como aprendizado, buscando a melhoria continua para que a
mesma falha não se repita evitando transtornos para a empresa e seus clientes.
Nas empresas norteadas para a qualidade, as falhas devem ser entendidas
como pontos onde uma ação corretiva deve ser aplicada, com o intuito de corrigir
defeitos e avançar para outro estágio de qualidade. A resolução sistemática de
problemas é empregada por essas organizações visando eliminar a causa dos
problemas e implementar soluções adequadas para aumentar a eficiência nos
processos.
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1.2. Objetivos
1.3. Justificativa
Resolver ou prevenir problemas com maior rapidez ocorridos na linha de
produção é desejável por qualquer empresa, pois otimizam tempo e custo na
produção. Assim, documentar todas as evidências da ocorrência e os planos de
ações para a solução desses problemas torna-se importante para que as falhas não
venham ocorrer novamente, ou caso ocorra sejam resolvidas imediatamente.
Neste caso foi aplicado para resolução de um problema de batimento axial
acima do especificado em um componente de um motor de partida.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.3. Brainstorming
Para Aguiar (2002), a ferramenta de análise dos cinco por quês, criada por
Sakichi Toyoda, busca identificar as causas raízes de um problema de forma
simples: ao encontrar um problema, você deve realizar cinco iterações perguntando
o porquê daquele problema, sempre questionando a causa anterior. Deve ser feito o
questionamento até atingir o nível raiz, no qual não é mais possível determinar o
desdobramento das causas.
Na realidade, não é necessário que sejam exatamente cinco perguntas.
Podem ser menos ou mais, desde que você chegue a real causa do problema.
Também é importante entender que esta é uma ferramenta limitada, e se faz
necessária uma boa avaliação das respostas encontradas através dela, pois pode
ser uma análise superficial.
4.) Onde (where) será feito: determina-se o(s) local(is) onde a(s) tarefa(s)
deverá(ão) ser executada(s).
5.) Por quê (why) será feito: significa a razão pela qual a(s) tarefa(s) deve(m)
ser executada(s).
6.) Como (how) será feito: estabelece-se a maneira mais racional e
econômica pela qual a(s) tarefa(s) deve(m) ser executada(s).
7.) Quanto custará o que será feito (How much), mudando, portanto de 5W1H
para 5W2H.
2.2.7. Gemba
Gemba é uma expressão, com origem japonesa, que significa o local onde os
problemas ocorrem. Esta metodologia está inserida dentro de uma filosofia, onde as
dificuldades serão superadas e resolvidas se forem discutidas e analisadas no seu
ponto de ocorrência, ou seja, no gemba.
Dentro de uma fábrica sabemos que existem vários problemas de produção,
armazenagem, movimentação, etc., e que devem ser analisados, discutidos e
resolvidos no GEMBA e não na sala do Gestor, o que normalmente acontece.
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Na maioria das vezes a Gestão por Resultados não é o caminho correto, mas
sim à Gestão por Processo, mas para isso muitos gestores devem seguir algumas
regras muito simples e que dão resultados:
1º - Quando surgir um problema, vá ao guemba.
2º - Verifique as avarias e não marque uma reunião para identificá-las.
3º - Adote soluções temporárias quando não se consegue resolver
completamente o problema.
4º - Não desista em encontrar a raiz do problema.
5º - Estabeleça um padrão de procedimentos.
Lembrem-se, os melhores resultados são aqueles que vêm das mais simples
e baratas soluções.
De acordo com Toledo e Amaral (20?), a sigla FMEA vem do inglês Failure
Mode and Effects Analysis, significa Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos. Foi
criada em 1949 nos Estados Unidos da América.
É uma ferramenta de qualidade que tem por objetivo prever as possíveis
falhas de um processo ou produto. E caso preveja uma ação não planejada ele tenta
definir um método de controle para que não cause um impacto grande sobre o
produto ou processo.
Segundo Toledo e Amaral (20?, p.1), pode-se definir o FMEA como sendo:
[...] uma metodologia que objetiva avaliar e minimizar riscos por meio da
análise das possíveis falhas (determinação da causa, efeito e risco de cada
tipo de falha) e implantação de ações para aumentar a confiabilidade.
Assim sendo, há a classificação do FMEA em dois tipos:
• FMEA DE PRODUTO (DFMEA): analisa o produto, considerando as
falhas que poderão ocorrer com o produto especificado no projeto.
• FMEA DE PROCESSO (PFMEA): analisa o processo, considerando as
possíveis falhas decorrentes do planejamento e execução de um processo.
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3. METODOLOGIA
Análise de Falhas
Ciclo
Fase MASP Objetivo Ferramentas
PDCA
Determinar claramente o Brainstorming.
escopo do problema e
Identificação do
reconhecer sua
problema 5W2H.
importância, avaliar
impacto.
Investigar as Gemba.
características
Observação especificas da falha, com Coleta de evidências (Filmagem,
uma visão ampla e sobre fotografia...)
P vários pontos de vista.
4. DESENVOLVIMENTO
4.2. Planejando
Visão FORNECEDOR
Qual a diferença entre peça boa Característica de batimento ou circularidade do
e ruim? pinhão fora do especificado.
A peça foi produzida no processo
Sim.
padrão?
Quando a peça foi produzida
Novembro de 2011.
pelo Fornecedor?
Quem produziu? O fornecedor.
Em que outra aplicação O Nem produto e nem processo é utilizado para
produto ou O processo é usado? outra aplicação.
Estamos capturando o defeito
Sim, conseguimos rejeitar a peça não conforme
quando rejeitando produto em
no processo padrão e rejeitá-la.
processo normal?
Será que um problema
semelhante aconteceu
Sim internamente.
anteriormente no cliente ou
internamente?
Tabela 3 5W2H do fornecedor
4.2.2. Observação
durante os julgamentos foi avaliado o padrão como não eficiente, e o fator tendo
relação direta com o problema.
Para o FTA de não detecção, havia apenas o fato de que existiam dois
métodos de medição no processo, sendo assim foi classificado como falha de
método. Notou-se que existia um método de controle e uma instrução de trabalho
para consulta do operador durante o processo de inspeção onde deveria ser
controlado cem por cento das peças produzidas.
O padrão seria utilizar sempre para a referência em questão o controle
automático (figura 9), porém para peças encontradas com batimento acima do
especificado o utilizado foi o controle manual (Figura 10). No julgamento, chegou-se
a conclusão que o padrão não estava correto, mesmo ele sendo conhecido, e que
este estava correlacionado diretamente com o fato de não ter sido detectado peças
fora do especificado.
Com as possíveis causas raízes identificadas pelo FTA, foi realizado o cinco
porquês tanto para a ocorrência quanto para a não detecção.
Os primeiros ciclos dos cinco porquês para cada fator de ocorrência e para o
fator de não detecção estão descrito na tabela abaixo.
Efeito Esperado: O método de fixação novo irá permitir que o processo seja
mais constante, pois a referência de usinagem será sempre a mesma, não havendo
soma de incertezas de dois processos.
2ª Ação Corretiva: Rever as tolerâncias do processo para o novo método de
usinagem, e fazer um estudo completo dimensional para verificar se não haverá
outras dimensões a serem afetadas por essa mudança do processo de usinagem.
33
4.3. Executando
4.4. Verificando
Na última etapa do PDCA, Act (A), se faz a LLC, na qual se documenta todas
as ações tomadas até então, para a resolução do problema e da não detecção.
Levando em conta tudo que foi aprendido durante todo o ciclo PDCA.
Neste caso, o autor junto com o fornecedor respondem o questionário
elaborado pelo autor da monografia, formalizando a LLC:
• LLC de Ocorrência:
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INCIDENTE
Qual foi o problema? (5W2H)
O motor de arranque é barulhento no carro, pinhão com
O que aconteceu?
tolerância de batimento axial fora do especificado.
Por que é um problema? Ruído pertubador em veículo 0km.
Quando detectou? 18 de maio de 2012.
Quem detectou? Operador da montadora.
Onde detectou? No final da linha de montagem do veículo.
Como foi detectada a não
Durante a partida do motor.
conformidade?
Quantas peças não conforme
1 peça.
reclamadas?
Quantas peças não conforme
1 peça.
enviadas a empresa?
Qual foi o sintoma?
Batimento axial da peça boa 0,0219 mm
Batimento axial da peça ruim 0,1394 mm
Causa Raíz?
Diferentes referências de usinagem para o primeiro e segundo estágio de produção.
CRITÉRIOS
Primeiro e segundo estágios de usinagem com fixação pelo
Qual é o padrão?
diâmetro primitivo dos dentes.
Primeira etapa de usinagem com fixação pelos dentes e
Qual é a não conformidade?
segunda etapa com fixação pela pista do pinhão.
MÉTODO
Qual? Fixação da Peça.
Como? Primeira e segunda operações fixadas pelo diâmetro primitivo.
Quem? Fornecedor.
Onde? Primeira e segunda operações.
Quando? Próximo lote de produção.
Potencial de aplicabilidade: Documentar a LLC para consultas futuras.
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INCIDENTE
Qual foi o problema? (5W2H)
O motor de arranque é barulhento no carro, pinhão com
O que aconteceu?
tolerância de batimento axial fora do especificado.
Por que é um problema? Ruído pertubador em veículo 0km.
Quando detectou? 18 de maio de 2012.
Quem detectou? Operador da montadora.
Onde detectou? No final da linha de montagem do veículo.
Como foi detectada a não
Durante a partida do motor.
conformidade?
Quantas peças não conforme
1 peça.
reclamadas?
Quantas peças não conforme
1 peça.
enviadas a empresa?
Qual foi o sintoma?
Batimento axial da peça boa 0,0219
Batimento axial da peça ruim 0,1394
Causa Raíz?
Diferentes métodos de controle para checar o batimento axial.
MÉTODO
Qual? Sistema de Medição.
Medindo apenas com dispositivos automáticos de controle de
Como?
batimento.
Quem? Fornecedor.
Onde? Estação de trabalho de medição.
Quando? Próximo lote de produção.
OBS: Caso houvesse em algum dia uma destas perguntas sendo respondida
como não conforme todo o ciclo PDCA deveria ser revisado para identificação do
ponto falho do mesmo.
No caso estudado, as perguntas para as três situações foram respondidas
durante os trinta dias de auditoria de estabilidade sempre indicando que tudo
transcorria conforme esperado, e o processo estava totalmente estável.
Assim se chegou a conclusão do ciclo PDCA para o incidente de qualidade.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
produção não poderia parar de forma alguma então foi determinado ao fornecedor, o
controle de 100% das peças por meio automático. Levando em conta que durante os
cinco meses em que as peças passaram por esta proteção, nenhuma peça voltou a
aparecer na empresa e principalmente em seu cliente, no caso a montadora.
Resumindo as ações de melhoria foi basicamente, unificar a fixação para
usinagem do primeiro e segundo estágio, onde acabou sendo ainda escolhida a
fixação onde tínhamos a maior incerteza, porém somente por ela era possível ser
realizados os dois passos do processo, e como a sua tolerância ainda era 20%
menor do que a do produto, não haveria problemas.
Já na não detecção foram determinadas duas ações, uma foi eliminar o
método de medição manual que não tinha precisão suficiente para controlar o
requisitado, e a segunda foi a criação da segunda máquina de medição automática,
onde as peças não conforme seriam descartadas automaticamente, e foi
determinado uma manutenção preventiva nos dois meios de medições automáticos
para que os mesmos não venham a faltar ao mesmo tempo no futuro.
Observando que o plano de ação está implementado a aproximadamente três
meses e que durante todo esse período já foram recebidas pela empresa peças do
novo processo e ainda não foi detectado nenhum novo problema em relação ao
batimento axial das peças, podemos considerar que as melhorias até certo
momento, foram eficazes.
Numa empresa no mundo de hoje com a forte concorrência não se pode
esquecer que qualquer não conformidade gera custos, neste caso houveram os
seguintes: descarte de peças não conforme, desmontagem de motores de partida já
montados com peças ruins, seleção de todo o estoque da montadora, empresa e
fornecedor, penalização da montadora e custos administrativos, que totalizaram o
valor de € 47.732,48.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
de 2012.
de jun de 2012.
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_TN_STO_092_626_13204.pdf>.
TOLEDO, J. C. de; AMARAL, D. C.: FEMEA: Análise do Tipo e Efeito de Falha. São
WERKEMA, M.C.C. Criando a cultura Seis Sigma. Nova Lima: Werkema Editora,
2004, 256p.