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BUDISMO E MORTE

O que o Budismo explica sobre a morte? Qual o significado da morte?


No Budismo a morte não é o fim completo da existência. A morte é apenas
o encerramento de um capítulo e o capítulo seguinte é aberto imediatamente em
seguida. Esses dois sempre ocorrem imediatamente em seguida – morte e
renascimento. A nossa morte é a separação permanente entre o nosso corpo e
nossa mente. podemos experienciar muitas separações temporárias do corpo e
mente (como quando dormimos), mas elas não são nossa morte. Na morte, nossa
mente separa-se permanentemente do nosso corpo, que permanece em seu local
de vida, mas a mente vai para os diversos lugares das nossas vidas futuras.
A morte não é compreendida como um evento isolado, mas como uma
mudança de um ciclo infindável de mudanças, é uma realidade natural e
oportunidade especial para transformarmos nossa mente confusa num estado
mental de profunda paz. Assim, o budismo ensina a incluir a morte na vida.
O budismo traz que devemos meditar sobre nossa morte e pensar
diariamente “posso morrer hoje”, pois isso nos auxilia a aproveitar nossa vida
diariamente e impedirá nossa preguiça do apego e encorajará a preparar o bem
estar das vidas futuras, ou aplicar grande esforço para ingressarmos no caminho
da libertação e iluminação.
Contemplar e meditar sobre a morte impede o principal obstáculo à nossa
prática de Dharma - a preguiça do apego às coisas desta vida. E nos encoraja a
praticar o puro Dharma.
"A vida é um processo em si mesma. A morte é um processo em si mesma.
Assim como a cinza não volta a ser lenha, a morte não volta a ser vida." Mestre
Zen Eihei Dogen Daiosho, fundador da tradição Soto Zen Budista no Japão do
século XIII.

Rituais fúnebres/Cerimônias/Tratamento dado aos mortos


No enterro repete-se um ritual do velório: oferendas de alimento às
divindades em sinal de desapego. Os budistas costumam cremar os mortos, mas
quando há enterro o caixão não estampa a cruz. As crianças são levadas para as
cerimonias fúnebres para se acostumar com a morte.

No centro dos rituais fúnebre budistas está a crença de que enquanto o corpo
estiver presente ainda é possível ganhar méritos que beneficiem o falecido,
ajudando-o a chegar ao Nirvana, ou pelo menos a reencarnar numa condição mais
favorável.
Por essa razão, entre a morte e a cremação, há uma série de rituais, como a
recitação de textos sagrados e a doação de esmolas aos monges que vêm presidir
às cerimonias, que são indispensáveis.
Algumas famílias mais ricas adiam a cremação durante longos períodos para
maximizar os méritos alcançados. Quando é chegada a hora da cremação o corpo
é colocado sob uma pira de cimento. Os familiares e amigos colocam a lenha,
incenso e velas. As cinzas do falecido poderão depois ser recolhidas e colocadas
numa urna.

Tal como no hinduísmo as cremações budistas são cerimonias públicas, ao


contrário das cremações que se praticam no ocidente.

No entanto, a grande variedade entre as diferentes correntes budistas reflete-se


nos rituais fúnebres também.

Ideias de imortalidade/Crenças Religiosas


No dia do falecimento, começa um período de 49 dias denominado “estágio
intermediário”, intervalo entre a morte e novo nascimento no ciclo das existências.
Durante esse período, a família e amigos se reunirão no lar ou templo pra celebrar
a memória do falecido a cada 7 dias.
rito do 7º dia (shõnanoka): celebra-se o cumprimento da primeira etapa de
uma longa jornada em direção a um estágio superior.

rito do 49º dia (shijuku-nichi) – após 7 semanas, a pessoa já cumpriu todas


as etapas e está pronta para o renascimento.
Depois da missa de 49º dia, realiza-se a do 100º dia do falecimento
(hyakkan-nichi), que celebra o fim do período de concentração e treinamento, e a
do primeiro ano de falecimento (isshu-ki), que significa o fim do período de luto
pelo falecimento.
Existem dezenas de diferentes paraísos, mas todos fazem parte da mesma
realidade ilusória, chamada samsara. As almas que acumulam bom carma
seguem para diferentes locais, de acordo com sua função em vida: guerreiros
dedicados seguem para um lugar diferente, por exemplo, de um comediante que
cumpriu a tarefa de alegrar as audiências. Um desses espaços, chamado
Trayastrimsa, é ocupado por deuses, que fazem companhia a pessoas avançadas
– um dia vivendo ali é o equivalente a 100 anos do nosso plano. Os monges
podem ajudar, rezando pela alma de quem acabou de morrer. Mas o objetivo dos
budistas não é chegar a esses lugares, que são provisórios. O importante é não
focar nos prazeres temporários, e sim na busca pelo nirvana, o estado de
iluminação que está muito além de qualquer tipo de céu.
Budistas acreditam na reencarnação, a morte é apenas uma passagem
para um recomeço. Pra eles, a mente sutil passa de uma vida pra outra. Toda
ação em vida influencia decisivamente na vida futura, pra saber quem você foi no
passado, é só olhar pra sua condição presente.
Após 50 anos da morte, acredita-se que o espírito do falecido perde sua
individualidade e se funde com os espíritos de seus ancestrais em outro plano.

Além das missas de aniversário de falecimento, também celebram seus


mortos no Obon - dia de Finados.

Vida após a morte para o Budismo:

De acordo com o Budismo quando morremos existe um período de pós


morte, então podemos ouvir o que parentes podem dizer, pessoas se despedindo
de nós nos enterros ou velórios.

Hsing Yun faz uma analogia interessante com a crença Cristã, que existe
um julgamento que vai determinar para onde o falecido vai, e que no Budismo
também existe esse julgamento, mas que não é feito por Jesus e sim pelos nossos
karmas.
Os seis reinos onde os seres podem renascer são:
Lugares inferiores, determinados por maus karmas:
1.O reino dos infernos
2. O reino dos seres famintos
3.O reino animal.
Lugares superiores, determinados por bons karmas:
4.O reino humano
5. O reino dos semideuses
6.O reino dos deuses.
Hsing Yun ainda diz que assim como no Cristianismo existe o inferno, no Budismo
também.
O reino animal é dos animais que podemos ver no reino em que estamos agora, o
dos humanos.
E o reino dos humanos também é o que estamos agora.
1. O reino dos infernos: seres agressores, ferem e matam outros seres.
“Nestes estados infernais, somos atormentados inflexivelmente por um sofrimento
inconcebível: somos mortos e, em alguns reinos infernais, experienciamos ser
mortos de novo e de novo; somos torturados pelo calor e frio extremos. E não há
liberdade.” (trecho do trabalho de Karma Tenpa Darghy)
2.O reino dos seres famintos: seres que sentem fome e sede inseçantes, e,
sempre cobiçando algo que nunca conseguem ter.
Nunca podemos obter o que queremos nesse reino, “nem podemos desfrutar da
comida ou bebida que desejamos desesperadamente como fantasmas famintos.
Sempre estamos precisando e procurando algo, mas somos completamente
incapazes de satisfazer nossos desejos”.(trecho do trabalho de Karma Tenpa
Darghy)
3. O reino animal: constam todos os tipos de animais.
“Todos eles experiênciam diferentes formas de sofrimento, tais como ser comido
vivo, brigar uns com os outros, ou ser subservientes e abusados”. (trecho do
trabalho de Karma Tenpa Darghy)
4. O reino humano: É o reino que estamos agora.
5. O reino dos semideuses: os semi-deuses vivem num estado muito alegre e feliz,
mas dotados de inveja dos deuses porque estão em um situação melhor, do qual
podem tomar ciência.
Nascem nesse reino devido ao karma positivo misturado com inveja.
6. O reino dos deuses: experimentam níveis de felicidade elevados, podem
realizar os seus desejos, obtêm tudo o que querem.
O sofrimento neste lugar é saber que um dia sairá dele, que renascerá em outro
reino futuramente.
Ainda não atingindo a iluminação ficamos renascendo nos seis reinos.
O problema deste reino é ficar se deleitando nos prazeres e não ajudar os outros,
esgotando todo o seu karma positivo e renascer em outro lugar sem ter
merecimento de ações positivas das outras vidas.
As pessoas podem ficar centenas de anos neste lugar.
São chamados de Deuses, mas não seres iluminados, mas de luz.

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