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Amar o perdido
Deixa confundido
Este coração
As coisas tangíveis
Tornam-se insensíveis
À palma da mão
Paráfrase:
Amar a pessoa perdida,
Confunde este coração
As coisas concretas
Que antes eram tocadas pelas mãos,
Já não podem mais ser sentidas
Análise do poema:
O poema é composto por 4 estrofes, cada uma com 3 versos e com 15 sílabas métricas.
O texto retrata o amor do eu-lírico pela pessoa que já se foi, mas que continua vivo nas
memórias e confunde o interior do poeta.
Pode ser interpretado, como um amor por aquilo que não temos e a necessidade de termos o
inalcançável.
Drummond relata que mesmo sendo algo sem sentido aparente, não consegue esquecer esse
amor, mesmo sem conseguir senti-lo mais. O “apelo do Não” pode significar a vontade do
inconsciente do eu-lirico de continuar com essas lembranças, mesmo que o esquecimento
tente persistir.
No final do poema, há um paradoxo, pois, o poeta afirma que as coisas já acabadas serão
imortalizadas a partir da Memória, portanto não foram encerradas.
(A última estrofe é como um consolo interior a Drummond dizendo que aquele amor lindo que
ainda continua, não será guardado na memória tanto quanto os amores já terminados.)
Obras
Seus poemas e contos contemplam muito a existência humana e o sentimento de pertencer ao
mundo moderno (com questionamentos religiosos, filosóficos, amorosos e sobre as
inquietações sociais). Os temas mais comuns são os conflitos sociais, as memórias de sua terra
natal (Itabira), a existência humana e a visão sarcástica do mundo. As ironias, os paradoxos e
as controvérsias são muito usados pelo escritor, que retrata o pessimismo da vida com humor.
Suas obras mais conhecidas são: “Alguma Poesia” (1930), “No meio do caminho” (1928), que
abriu o caminho para o reconhecimento público, “Brejo das Almas” (1934), “Claro Enigma”
(1951) e dentre outros.