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Doutor e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Pesquisador do Núcleo de
Pensamento Jurídico Crítico Latino-americano (coordenando a linha constitucionalismo crítico). Professor
colaborador do Mestrado em Direitos Humanos da Universidade Autônoma de San Luís de Potosí – UASLP,
México. Professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, Criciúma, Brasil.
estatal e, evidencia uma estrutura jurídica crítica2, original e inovadora, que enfrenta aos
paradigmas hegemônicos no pensamento jurídico nacional. Ademais, essa tomada de postura
é adotada por meio de uma fundamentação regional, destoando das matrizes críticas
tradicionais, seja em seu viés moderno clássico das Escolas de Frankfurt ou mesmo as pós-
modernas desconstrutivistas, sendo notória a sua postura de não ignorá-las e tampouco
rechaçá-las, mas subsumindo-as criticamente e reinventando-as frente às necessidades
emergentes da realidade social do nosso continente. Esse tipo de postura é afirmado
principalmente quando da emersão de novos sujeitos sociais e de novas formas de relações
políticas nas sociedades em processo de redemocratização.
Dessa forma, a obra “Pluralismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no
Direito”, editado em 2015 pela editora Saraiva e originalmente escrito na década de 1990,
representa o mais alto grau de originalidade do pensamento do autor; por essa razão, a leitura
da obra permite refletir criticamente o campo jurídico regional e ter conhecimento das
principais práticas comunitárias como fontes jurídicas alternativas.
A obra é visualizada panoramicamente da seguinte forma, parte de um problema
concreto que é a crise e esgotamento da capacidade de resposta à sociedade pela cultura
jurídica monista racionalizada ocidental, principalmente quando é confrontada pela
complexidade das demandas sociais nas realidades periféricas como é o caso da América
Latina. Ora, para esta problematização o autor oferece como alternativa o produto de um
avanço pela seara das pesquisas nas ciências sociais participativas, entendendo que as práticas
dessa tipologia social adquirem caráter jurídico e apresentam-se como alternativas às formas
jurídicas estatais. Assim, as bases dessas fontes de juridicidade não é a lógica racional da
modernidade com a sua fundamentação iluminista (calcada no individualismo exacerbado), ao
contrário, as perspectivas pluralistas encontram-se na realidade social concreta e na
materialidade das condições de produção e reprodução da vida dos sujeitos em comunidade;
aparecendo uma fundamentação político-jurídica de base comunitária-participativa.
Com estes fundamentos, o pluralismo jurídico para A. C. Wolkmer trata-se:
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Sobre o pensamento jurídico crítico, verificar outra obra do autor: WOLKMER, Antonio Carlos. Introdução
ao pensamento jurídico crítico. 9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2015.
3 Sobre as variadas práticas de justiça alternativas a partir do Pluralismo Jurídico, consultar a obra: WOLKMER,
Antonio Carlos; et al. Pluralismo Jurídico: os novos caminhos da contemporaneidade. 2ª Ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
REFERÊNCIAS
CHAVES, Leonardo R. M. Chaves. Antonio Carlos Wolkmer (1952-). Em: DUSSEL. E. et al.
El pensamiento filosófico latinoamericano, del Caribe y "latino" (1300-2000): historia,
corrientes, temas y filosofos. México: Siglo XXI, 2011.
WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurídico: Fundamentos de uma nova cultura do
direito. São Paulo: Editora Saraiva, 2015.
____. Introdução ao pensamento jurídico crítico. 9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2015.
____; et al. Pluralismo Jurídico: os novos caminhos da contemporaneidade. 2ª Ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.