compra logo atenuante da um unto nos jurados se livra no mesmo instante tem o juiz a favor os jurados e assim por diante
essas questões muito sérias
que vão para o tribunal ali exige os papéis que levem prova legal cédulas de quinhentos fachos O dinheiro, o testamento do é o papel principal. cachorro-Leandro Gomes de Barros Dinheiro faz eloquência O dinheiro neste mundo a quem nunca teve estudo não há força que o debande e imprime coragem ao fraco, nem perigo que enfrente da animação a tudo nem senhorio que o mande vence batalha sem arma, Tudo está debaixo dele faz vez de lança e escudo só ele é quem é grande
aonde não há dinheiro,
ele impera sobre o trono todo trabalho é perdido cercado por ambição toda questão esmorece, o chaleirismo a seus pés todo negócio é falido. sempre está em prontidão todo cálculo sai errado, perguntando-lhe com cuidado todo debate é vencido. “O que lhe falta patrão?”
Pois o homem sem dinheiro
No dinheiro tem se visto é como um velho demente nobreza desconhecida um gato que não tem unha, meios que ganham questão cobra que não tem um dente ainda estando perdida cachorro que não tem faro, honra por meio da infâmia, cavalo magro e doente glória mal adquirida porque perante o dinheiro porque só mesmo dinheiro tudo ali se torna mole tem maior utilidade porque não há objeto é o farol que mais da brilho que sobre o seus pés não role perante a sociedade bote dinheiro no morto o código da lei é dele que a ossada dele bole. e a lei é sua vontade
O bacharel por dinheiro é macaco por banana
O homem tendo dinheiro o gato por gabiru o guaxinim por cana mata até o próprio pai só sagui pela resina ou bode por gitirana a justiça fecha os olhos, A moça teno dinheiro, sendo feia como a a polícia lá não vai morte passam- se cinco seis meses Caracteriza-se enfeita, sempre melhora de vai indo o processo cai sorte Mas de mil aventureiros a desejam por consorte compra cinco testemunhas que depõem a seu favor Porque o dinheiro na terra aluga dois escrivãos é capa que tudo encobre compra um procurador Cubram um cachorro com ouro faz dois doutores de prata, que ele tem que ficar nobre As ordens sua excelência... É superior ao dono, O bispo lhe perguntou: se acaso o dono for pobre Então que cachorro foi, Eu já vi narrar um fato Que seu vigário enterrou? Que fiquei admirado Foi um cachorro importante Um sertanejo me disse Animal de inteligência Que nesse século passado Ele antes de morrer Viu enterrar um cachorro Deixou à vossa excelência Com honras de um potentado. Dois contos de réis em ouro... Se errei, tenha paciência.
Um inglês tinha um cachorro Não foi erro, sr. Vigário,
De uma grande estimação. Você é um bom pastor Morreu o dito cachorro Desculpe eu incomodá-lo E o inglês disse então: A culpa é do portador, Mim enterra esse cachorro Um cachorro como este Inda que gaste um milhão. Já vê que é merecedor. Foi ao vigário e lhe disse: O meu informante disse-me Morreu cachorra de mim Que o caso tinha se dado E urubu no Brasil E eu julguei que isso fosse Não poderá dar-lhe fim... Um cachorro desgraçado. - Cachorro deixou dinheiro? Ele lembrou-se de mim Perguntou o vigário assim. Não o faço desprezado. - Mim quer enterrar cachorro! O vigário aí abriu Disse o vigário: Oh! Inglês! Os dois contículos de réis. Você pensa que isto aqui O bispo disse: é melhor É o país de vocês? Do que diversos fiéis. Disse o inglês: Oh! Cachorro! E disse: Provera Deus Gasta tudo esta vez. Que assim lá morresse uns dez. Ele antes de morrer E se não fosse o dinheiro Um testamento aprontou A questão ficava feia, Só quatro contos de réis Desenterrava o cachorro Para o vigário deixou. O vigário ia a cadeia. Antes do inglês findar Mas como gimbre correu O vigário suspirou. Ficou qual letras na areia. - Coitado! Disse o vigário, Judas era um homem santo De que morreu esse pobre? Pregava religião Que animal inteligente! era discípulo do Cristo Que sentimento tão nobre! tinha toda direção Antes de partir do mundo Porém por trinta dinheiros dispensou a Fez-me presente do cobre. salvação O dinheiro só não pode, privar o dono de Leve-o para o cemitério, morrer Que vou o encomendar Parar o vento no ar e proibir de chover Isto é, traga o dinheiro O resto se torna fácil, para o dinheiro fazer Antes dele se enterrar, O sacerdote no templo inda estando no Estes sufrágios fiados sermão É factível não salvar. Chega um ateu na igreja e traga- lhe meio E lá chegou o cachorro milhão O dinheiro foi na frente, Que ele vai encontra-lo, botam na palma da Teve momento o enterro, mão. Missa de corpo presente, Havendo muito dinheiro Ladainha e seu rancho casa-se irmã com irmão Melhor do que certa gente. O bispo dispensa o quarto vai ao papa outro quinhão Mandaram dar parte ao bispo O vigário da-lhe o unto Que o vigário tinha feito e porque não casa então? O enterro do cachorro, Que não era de direito O bispo aí falou muito Leandro Gomes de Barros, um grande poeta da literatura de cordel, nascido no sertão da Paraíba, e que viveu de 1865 a Mostrou-se mal satisfeito. 1918. Mandou chamar o vigário Pronto o vigário chegou