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AS SÉRIES ESTATÍSTICAS

A classificação das séries estatísticas é muito importante,


principalmente, quando se quer elaborar gráficos. Para isso deve ser
considerado três elementos em uma tabela:
a) A época a que ela se refere (o tempo);
b) A região onde se passou os fatos (o espaço);
c) O fenômeno que é descrito (a espécie do fato).

Conforme varie cada um desses elementos, pode-se classificar as


séries estatísticas em quatro tipos fundamentais:
1) Séries Temporais, de andamento, evolutivas, cronológicas,
históricas ou marchas, em que a variável é o TEMPO,
permanecendo fixos o local e o fato.
Exemplo:
Esperança de vida ao nascer
(em anos) – Brasil – 2010 a
2018

Esperança de
Anos
vida ao nascer

2010 73,9
2011 74,2
2012 74,5
2013 74,8
2014 75,1
2015 75,4
2016 75,7
2017 76,0
2018 76,3
Fonte: IBGE.

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2) Séries Geográficas, territoriais, de localidade ou espaciais, sendo
variável o LOCAL e fixos o tempo e a espécie do fenômeno.

Exemplo:
Domicílios particulares permanentes, por Grandes
Regiões, segundo a existência de microcomputador - 4º
trimestre de 2017

Domicílios particulares
Brasil e Grande Região
permanetes (1 000 domicílios)

Brasil 22.690
Norte 1.125
Nordeste 4.101
Sudeste 11.534
Sul 4.095
Centro-Oeste 1.835
Fonte: IBGE -Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2017.

3) Séries Especificativas ou por Categorias (categóricas), onde varia


a ESPÉCIE DO FENÔMENO que é descrito ficando imutáveis o
tempo e o local.
Exemplo:
Produção de origem animal, por tipo de produto, Rio
Grande do Sul, 2018

Tipo de produto Produção

Leite (Mil litros) 4.242.293


Ovos de galinha (Mil dúzias) 354.566
Ovos de codorna (Mil dúzias) 16.541
Mel de abelha (Quilogramas) 6.428.057
Casulos do bicho-da-seda (Quilogramas) -
Lã (Quilogramas) 8.182.538
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal

Nota: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

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4) Distribuição de Frequência ou Seriações, à época, o fato e o local
permanecem fixos, mas o fato é apresentado através de gradações
em que é capaz de subdividir-se, em CLASSES DE FREQUÊNCIA.

Exemplo:

População residente, por idade, Rio


Grande do Sul, 2010

Idade Pessoas

Total 10.693.929
0 a 4 anos 643.962
5 a 9 anos 723.759
10 a 14 anos 861.783
15 a 19 anos 875.737
20 a 24 anos 870.906
25 a 29 anos 893.999
30 a 34 anos 808.291
35 a 39 anos 745.119
40 a 44 anos 760.365
45 a 49 anos 772.636
50 a 54 anos 693.266
55 a 59 anos 584.509
60 a 64 anos 464.984
65 a 69 anos 343.579
70 a 74 anos 262.045
75 a 79 anos 187.088
80 a 84 anos 119.073
85 a 89 anos 55.982
90 a 94 anos 20.619
95 a 99 anos 5.188
100 anos ou mais 1.039
Fonte: IBGE - Censo Demográfico

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Outro modo de apresentar os dados estatísticos é sob uma forma
ilustrada, comumente chamado “gráfico”. O seu objetivo é produzir no leitor
uma impressão mais rápida e viva do que uma tabela comum, na qual a
supremacia de uns números sobre outros não aparece tão clara como no
gráfico.
Algumas regras básicas para confecção de um gráfico:
a) O título do gráfico deve ser o mais claro e completo possível.
Sendo necessário, acrescentam-se subtítulos. Uma boa norma a

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observar é que o título principal responda as perguntas “o que?”,
“a onde?” e “quando?”;
b) A orientação geral dos gráficos deve ser da esquerda para direita;
c) Sempre que possível, a escala vertical há de ser escolhida de modo
a aparecer a linha 0 (zero);
d) A linha 0 (zero) será diferente (em espessura pelo menos) das
outras coordenados que figurem no desenho;
e) Quando o gráfico representa percentagem, é aconselhável fazer
sobressair a linha 100% ou outra que se utilize como base de
comparação e, em tais casos, não é necessário a indicação da
linha 0;
f) Só devem ser incluídas no desenho as coordenadas
indispensáveis para guiar a vista na leitura. Um tracejado muito
cerrado dificulta o exame do gráfico;
g) Convém que as linhas curvas do diagrama sejam traçadas bem
distintamente, para que sejam diferenciadas das outras linhas;
h) No caso de curvas representativas de uma série de observações,
é conveniente indicar claramente no diagrama todos os pontos que
representam as observações;
i) A escala horizontal deve ser lida da esquerda para a direita, e a
vertical de baixo para cima;
j) Os títulos e marcações do gráfico dispor-se-ão de maneira que
sejam facilmente legíveis, partindo da margem horizontal inferior
ou margem esquerda;
k) Se um diagrama inclui duas ou mais curvas diferentes é vantajoso
que elas sejam de cores distintas ou de um tipo de linha diferente;

GRÁFICOS ESTATÍSTICOS

Excluindo as representações pictóricas, isto é, aquelas que têm


cunho de fantasia, tal como vemos nos anúncios, podemos considerar três
tipos principais de representação gráfica:
1) DIAGRAMAS: Gráficos geométricos de duas dimensões;
2) CARTOGRAMAS: Ilustrações sobre cartas geográficas;
3) ESTEREOGRAMAS: Representações em volumes.

De um modo geral, é a seguinte correspondência entre os vários tipos


de séries estatísticas e a representação gráfica mais adequada, conforme
no quadro a seguir:

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Séries Gráfico mais adequado

Temporais Curvas, excepcionalmente Colunas.

Especificativas Barras, Colunas ou Setores.

Geográficas Cartogramas, Colunas, Barras ou Setores.

Distribuições de Frequência Histograma ou Polígono de Frequência.

GRÁFICOS EM COLUNAS E EM BARRAS

Visam comparar grandezas por meio de retângulos de mesma largura,


e de alturas proporcionais às respectivas grandezas.
Na construção desse tipo de gráfico devemos notar:
a) Quando as legendas a inscrever sob os retângulos forem breves,
os mesmos irão se dispor verticalmente, originando o gráfico em
colunas, quando pelo contrário, as legendas forem extensas, os
retângulos devem ficar com a maior dimensão na horizontal,
determinando o gráfico em barras;
b) Quando um dos fatores é o tempo deve se dispor os dados em
ordem cronológica;
c) Não figurando o tempo, isto é, quando todos os dados forem de
uma mesma época, mas de locais ou de espécies diferentes,
devemos obedecer à ordem decrescente;
d) Convém que o espaço entre as barras seja de metade até dois
terços da largura das mesmas;
e) Não inscrever dados numéricos ao lado ou no interior das barras,
pois além de fugir ao objetivo de um gráfico, tal prática produz uma
ilusão de ótica bastante prejudicial.

Exemplos:

Estabelecimentos de Saúde - Região Sul, Brasil,


Dezembro 2019.

Estabelecimentos de
Estados
Saúde

Paraná 25.663

Rio Grande do Sul 27.005

Santa Catarina 18.330

Total 70.998
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos
Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES

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Estabelecimentos de Saúde - Região Sul, Brasil, Dezembro 2019.
30.000

25.000

20.000
Estabelecimentos de Saúde

15.000

10.000

5.000

0
RS PR SC
Estados
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES

Produção de frutas selecionadas, Rio Grande do Sul,


2018.

Frutas Produção (t)

Banana 135.311

Laranja 367.725

Maçã 583.743

Pêssego 146.431

Uva 823.698
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

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Produção de frutas selecionadas, Rio Grande do Sul, 2018.

Uva

Maçã
Frutas

Laranja

Pêssego

Banana

0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 800.000 900.000

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal Produção (t)

GRÁFICO EM CURVAS

Principalmente quando um dos fatores é o tempo, aconselha-se, ao


invés de barras, usar a curva.
Neste caso, marcam-se os pontos correspondente a cada época e
unem-se os mesmos por meio de um traço contínuo.
Exemplo:
Indice Nacional de Preços Amplo -
IPCA, variação percental, Brasil,
fev/2019 - jan/2020.

Meses / Ano Variação (% )

fev/19 0,43

mar/19 0,75

abr/19 0,57

mai/19 0,13

jun/19 0,01

jul/19 0,19

ago/19 0,11

set/19 -0,04

out/19 0,10

nov/19 0,51

dez/19 1,15

jan/20 0,21
Fonte: IBGE - Índice de Preços ao
Consumidor Amplo

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GRÁFICO EM SETORES

Se o principal objetivo de um gráfico é fazer a comparação entre um


dado e o total, isto é, fazer ressaltar a participação do dado no total, usa-se
o gráfico em setores.
Devemos, ainda, notar que: O gráfico em setores só deve ser
empregado quando os dados a representar são poucos, no máximo seis ou
sete.
Exemplo:
População residente por sexo, Brasil, 2019

População (mil
Sexo % Graus
pessoas)

Homens 101.074 48,2 173,7

Mulheres 108.423 51,8 186,3

Total 209.497 100,0 360,0

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua anual

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População residente por sexo, Brasil, 2019

48%
Homens
52%
Mulheres

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua anual

CARTOGRAMAS

As representações sobre mapas, ou cartogramas, tem por objetivo


figurar os dados estatísticos diretamente relacionado com áreas políticas ou
geográficas.
O Cartograma tem duas aplicações distintas:
a) Representar números absolutos, caso da população;
b) Representar números relativos caso da densidade.

Exemplo:

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