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Revisão Textual:
Prof.ª M.ª Sandra Regina Fonseca Moreira
Cálculo das Reações de Apoio
e Esforços Internos em Vigas
• Introdução;
• Cálculo das Reações em Vigas;
• Cálculo das Reações em Arcos;
• Cálculo das Reações em Pórticos;
• Cálculo das Reações em Treliças;
• Conceituação dos Tipos de Esforços Solicitantes;
• Compreensão do Processo de Traçado dos Diagramas;
• Calculando com Diferentes Configurações e Diferentes Tipos de Vigas;
• Elementos Estruturais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar ao aluno o cálculo das reações nas diferentes estruturas, aprofundando o conceito
de equilíbrio de corpos rígidos.
UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
e Esforços Internos em Vigas
Introdução
Os vínculos restringem os graus de liberdade de movimento das estruturas, provo-
cando forças reativas conhecidas como reações de apoio. Nas estruturas isostáticas,
o número de vínculos é essencialmente o necessário para impedir o deslocamento da
estrutura. O conjunto de cargas aplicadas, mais as reações de apoio formam um sistema
em equilíbrio onde não ocorrem movimentações na vertical e horizontal e rotações dos
elementos (ΣFx = 0; ΣFy = 0; ΣM = 0) (MACHADO JR., 1999).
R = qL/2
q
Triangular
2L/3 L/3
L
q2 – q1
q1
Trapezoidal A
L
B
q1 q2
R1=q1L R2=(q2– q1)L/2
A B
L
A B
L/2 L/3
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A combinação entre as cargas permanentes e acidentais determinam os esforços
que atuam na estrutura. Para isso, faz-se necessário o conhecimento prévio dos pesos
específicos dos materiais e equipamentos que serão utilizados nas estruturas. O exemplo
1 traz um processo de cálculo para a determinação das ações atuantes nas estruturas.
Exemplo 1
A viga do piso da Figura 1 é usada para suportar a largura de 1,80 m de uma laje de
concreto armado (γc = 25 kN/m³), tendo uma espessura de 10 cm. A laje serve como
uma porção do forro para o andar de baixo e, portanto, sua parte de baixo é revestida
com gesso (0,24 kN/m²). Além disso, uma parede de bloco de concreto (16,50 kN/m³) de
2,40 m de altura e 30 cm de espessura está assentada diretamente sobre a viga. Deter-
mine a carga por metro atuante, considerando uma viga de 14x40 de concreto armado.
Importante!
Convenção de sinais
Positivo
• Reações verticais que atuam de baixo para cima;
• Reações horizontais que atuam da esquerda para +
a direita;
• Giro no sentido horário.
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
e Esforços Internos em Vigas
Importante!
Todas as medidas utilizadas nas representações das estruturas estão em metros.
Vigas Biapoiadas
Carga Concentrada
Seja a viga biapoiada da Figura 2 submetida a uma carga concentrada P, atuante a
dois metros do apoio A.
P = 40 kN/m
A B
2 4
DCL
P = 40 kN/m
Rha
Rva Rvb
2 4
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Vamos desenvolver esse exercício no link, disponível em: https://youtu.be/9TfrQO56ngQ
P = 18,21 kN/m
A B
Agora já estamos aptos a desenvolver esse exercício, pegue seu papel e caneta e acesse o
link, disponível em: https://bit.ly/3vyFz0v
60kN
A B
Agora já estamos aptos a desenvolver esse exercício, pegue seu papel e caneta e acesse o
link, disponível em: https://bit.ly/3tXNTGo
Carga Momento
Quando ocorre a aplicação da carga momento, as reações de apoio tendem a ser
equivalentes a um binário, de mesma intensidade e sentidos contrários. Na Figura 6, é
apresentada uma estrutura submetida à carga momento.
M = 18kN.m
A B
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
e Esforços Internos em Vigas
Exemplo 2
Determine as reações de apoio na estrutura apresentada. As Figuras 7 e 8 apresen-
tam o esquema estático com as cargas e o DCL respectivamente.
F = 60 kN
P = 21 kN/m
A B
M = 18 kN.m
1,10 2,00 2,90
Fr = 60,90 kN
Rha M = 18 kN.m
Rva Rvb
F = 60 kN
P = 21kNm
A M = 18kN.m
1,10 2,00 2,90
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F = 60 kN
Fr = 60,90kN
Rha M = 18 kN.m
Ma Rva
Estruturas em balanço nem sempre precisam estar engastadas, podem estar biapoia-
das, deixando de possuir um momento como incógnita. As Figuras 11 e 12 apresentam
uma viga biapoiada em balanço e seu DCL respectivamente.
F = 60kN
P = 20kN/m
A B
1,50 7 1,50
Rha
Rva Rvb
1,50 3,5 3,5 0,75 0,75
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
e Esforços Internos em Vigas
Vigas Gerber
As vigas gerber são associações de vigas com estabilidade própria e com outras
apoiadas sobre a primeira, que fornecem estabilidade ao conjunto. Para resolver a estru-
tura, basta fazer sua decomposição nas vigas que a constituem, iniciando o processo de
resolução àquelas sem estabilidade própria e, após, às dotadas de estabilidade própria,
para as cargas que lhe estão diretamente aplicadas, acrescidas, para essas últimas, das
forças transmitidas pelas articulações (SUSSEKIND, 1981). As Figuras 13 e 14 forne-
cem um modelo de viga gerber carregada e seu DCL.
P = 20 kN/m
A B C D
Fr1 = 70 kN
Rhb
Rha
Rvb Fr3 = 50kN
Rva Fr2 = 20kN
Rhb
Rvc Rvd
1,75 1,75 0,5 0,5 1,25 1,25
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x y x
y
A B A C
Figura 15 – Arco biapoiado Figura 16 – Arco tri-articulado – mod. 1
y x
B y x
B
Tirante
A C
A C
Figura 18 – Arco tri-articulado – mod. 2
Figura 17 – Arco tri-articulado atirantado
Arco biapoiado
Considere a estrutura apresentada na Figura 19, trata-se de um arco biarticulado sub-
metido a um carregamento uniformemente distribuído. O processo de cálculo adotado é
o mesmo utilizado para a resolução das vigas.
P = 21 kN/m
A B
4,00
Figura 19 – Arco biarticulado
Assim como nas vigas, faz-se a produção do DCL (Figura 20), determinando a Força
resultante decorrente da carga distribuída, e inicia-se o processo de resolução.
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e Esforços Internos em Vigas
Fr1 = 84 kN
Rha
Rvb
Rva
2,00 2,00
Arco Tri-articulado
O arco tri-articulado é caracterizado pela presença da articulação. Seu processo de
resolução é o mesmo adotado para vigas Gerber, fazendo a separação dos elementos e
aplicando as equações de equilíbrio. Nas Figuras 21 e 22, apresentam-se um modelo de
arco tri-articulado e de sua decomposição através do DCL.
P = 21kN/m
B
2,00
A C
4,00
Figura 21 – Arco tri-articulado
Rvb Rvb
Rha Rhc
Rva Rvc
1 1 1 1
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Vamos desenvolver esse exercício completo no link, disponível em: https://bit.ly/3ew9W0C
P = 21kN/m
Tirante
B 2,00
1
A C
4,00
Figura 23 – Arco tri-articulado atirantado
Rvb Rvb
N N
Rha
Rva Rvc
1 1 1 1
Figura 24 – DCL – Arco tri-articulado atirantado
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
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única chapa. Necessitam de três barras vinculares não concorrentes para restringir os
movimentos nos planos. O processo de cálculo continua sendo o mesmo apresentado
até o momento, havendo uma semelhança muito grande com arcos (MACHADO JR.,
1999). As Figuras 25, 26, 27 e 28 apresentam alguns modelos de pórticos.
Pórtico Biapoiado
As Figuras 25 e 28 apresentam pórticos biapoiados, porém, com configurações de
quadros diferentes. Ambos são denominados pórticos simples, ainda que o segundo
apresente um elemento inclinado. Devido a essa particularidade, opta-se pelo seu deta-
lhamento. As Figuras 29 e 30 apresentam um pórtico solicitado por cargas verticais e
horizontais e seu DCL.
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Vamos desenvolver esse exercício completo no link, disponível em: https://bit.ly/3vjT7wz
Pórtico Tri-articulado
O pórtico tri-articulado é caracterizado pela presença da articulação. Assim como
nos arcos e vigas, sua resolução acontece através da análise geral da estrutura e depois
da análise dos elementos isolados. As Figuras 31 e 32 apresentam um modelo de pórti-
co tri-articulado submetido a cargas verticais e horizontais e o DCL da estrutura.
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Grelha Engastada
São estruturas caracterizadas pelo aparecimento do momento torsor (Figura 37).
Apesar disso, o procedimento de cálculo das reações continua sendo o mesmo, através
da aplicação das equações de equilíbrio. Note que para a determinação do momento
Ma, deve-se considerar não mais um ponto, mas sim o alinhamento da estrutura (eixo).
Analisando os pontos ADE, percebe-se que esses estão alinhados e que todas as cargas
que atuam nesse alinhamento não causam momento no ponto A. Essa mesma análise
deve ser feita para o momento torsor, considerando o alinhamento dos pontos AB.
Grelha Tri-apoiada
Diferentemente do que ocorre na estrutura engastada, na estrutura tri-apoiada, as
reações que aparecem são somente as reações verticais e horizontais, de tal forma que,
devido ao carregamento perpendicular ao plano, não se tem a presença de reações ho-
rizontais (nulas). A Figura 38 apresenta a grelha da Figura 36 em seu DCL.
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Figura 40
Fonte: Acervo do Conteudista
Agora que entendemos os cálculos das reações de apoio, podemos partir para a aná-
lise interna das estruturas e entender como funciona todo o processo de detalhamento
e traçado dos diferentes diagramas.
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Antes de iniciar o próximo raciocínio, iremos fazer um brainstorm sobre alguns dos
assuntos estudados.
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e Esforços Internos em Vigas
Qualquer que seja o procedimento adotado ao cálculo dos esforços internos, sempre
ocorrerá o somatório de forças e momentos, tornando conveniente a determinação de
uma convenção de sinais que está relacionada aos esforços internos na estrutura – dife-
rentemente daquela convenção vista na Unidade anterior.
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Momento Fletor (M)
O sinal do momento fletor está relacionado à curvatura da peça fletida e ao sentido
dos eixos xy. O momento fletor positivo provoca na peça fletida uma curvatura em que
o centro de curvatura O fica em sentido contrário ao eixo y. Se o momento resultante
das forças aplicadas no lado à esquerda do corte tiver sentido horário, o momento
fletor na seção será positivo; se o momento resultante das forças aplicadas no lado
esquerdo do corte tiver sentido anti-horário, o sinal do momento fletor na seção
será negativo.
A regra inversa deve ser aplicada na direita: momento resultante das forças aplicadas à
direita e com sentido horário, resultará negativo; momento resultante das forças aplicadas
à direita e com sentido anti-horário, resultará positivo (Figura 44) (MACHADO JR., 1999).
Importante!
Diferentemente do que acontece com as outras engenharias, por conveniência, na Enge-
nharia Civil os sinais dos momentos fletores são adotados com sentidos inversos – por isso,
ao consultar outras bibliografias, você poderá encontrar diagramas de momentos fletores
com sentidos inversos. Essa conveniência da Engenharia Civil decorre da aproximação dos
diagramas de momentos fletores ao sentido de deslocamento e esforços nas estruturas.
A representação dos esforços é realizada por meio de diagramas dos esforços solici-
tantes, onde cada esforço solicitante recebe uma representação gráfica. Para início da
produção dos diagramas, torna-se necessária a classificação da estrutura e o cálculo das
reações e dos esforços atuantes em determinadas seções.
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e Esforços Internos em Vigas
Compreensão do Processo
de Traçado dos Diagramas
Antes de iniciar o processo de cálculo dos esforços internos e traçar os diagramas,
torna-se necessário habituar-se à utilização da convenção de sinais, ou seja, como uti-
lizar a convenção e as seções transversais de estudo. Assim, serão aqui apresentadas
situações de cálculo de forma detalhada, habituando-o(a) ao procedimento do traçado.
Como o trecho AB está submetido à compressão, essa representação deve ser reali-
zada através do diagrama de esforço normal. No ponto A, a estrutura recebe uma carga
de compressão de 10 kN, representada para baixo no diagrama, seguindo constante até
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encontrar a carga aplicada de 10 kN no ponto B. A sua representação fica abaixo da
linha de eixo por ser uma carga de compressão, convencionada como negativa.
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Figura 49 – Viga Gerber: análise de seções S1 e S2
Fonte: Acervo do Conteudista
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e Esforços Internos em Vigas
Elementos Estruturais
O estudo do comportamento da estrutura à partir da análise da convenções dos elementos
estruturais como compressões, trações, análise de vãos e outros, podem ser encontrados na
playlist, disponível em: https://bit.ly/2QXNsNY
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Mecânica vetorial para engenheiros: estática
BEER, F. P.; JOHNSTON JUNIOR, E. R. Mecânica vetorial para engenheiros: estática.
v. 1. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. (e-book)
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Referências
ALMEIDA, M. C. F. de. Estruturas Isostáticas. São Paulo: Oficina de textos, 2009.
(e-book)
HIBBELER, R. C. Análise das estruturas. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013.
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