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Arte, Revolução e Decadência

José Carlos Mariátegui

José Carlos Mariátegui é reconhecido por sua adaptação do


marxismo ao estilo de vida latino-americano. Ele desempenhou um
papel fundamental na construção das primeiras organizações da classe
trabalhadora no Peru, desafiando tanto o reformismo quanto o
sectarismo da Internacional Comunista. Mariátegui foi uma figura de
destaque em sua época, enfatizando o papel central das comunidades
indígenas da América Latina na luta de classes. Além disso, ele fundou e
editou a revista "Amauta", o que lhe conferiu reconhecimento social e
intelectual ainda maior. Sua influência se estendeu por toda a América
Latina e além, contribuindo significativamente para a construção do
movimento trabalhista peruano e consolidando sua posição como um
influente pensador marxista.
A revolução é uma mudança abrupta e duradoura na estrutura da
sociedade e do poder político. Decadência é sinônimo de declínio,
enfraquecimento e perda. Mariátegui inicia seu texto e toda sua tese
falando que a revolução é condescendente da decadência, uma se
sustenta na outra. Desta forma, nem toda arte é nova, e nem toda
revolução é nova. Portanto, é inadequado achar que uma obra de arte é
inovadora apenas pelo uso de uma técnica nova. A verdadeira mudança
ocorre através da revolução artística e do advento de causas sociais e
políticas no movimento artístico e na obra.
Para entender como a revolução e a decadência coexistem no
indivíduo e em suas tendências artísticas, é necessário analisar o
inconsciente e a psique de um artista que vive a decadência e como
isso se reflete em suas obras. Além disso, é importante considerar toda
a conjuntura pessoal subjetiva que está presente nas obras. Nessa
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tensão entre a arte burguesa e a arte revolucionária, surgem
elementos da arte do futuro, como o cubismo, o dadaísmo e o
expressionismo. Ao mesmo tempo que essas correntes artísticas
denunciam uma crise, também anunciam uma revolução reconstrutiva.
Todas as vanguardas artísticas, que surgiram com o ideal de
trazer renovação, clamam por dar espaço para a juventude, para os
novos ideais e para a essência subjetiva artística que existe dentro
dessa nova geração. Essas sociedades envoltas em mudanças sociais,
políticas e guerras deram o estopim para falar sobre a verdade vivida
nessas sociedades, sobre o sofrimento, o redescobrimento e a
autonomia. A arte então adquire um valor único, pessoal e não apenas
um valor acadêmico.
A interação entre decadência e revolução na arte reflete a
dinâmica social e política de uma determinada época. Os artistas
frequentemente atuam como observadores críticos da sociedade,
captando os sentimentos e conflitos do momento. Por exemplo, durante
os movimentos revolucionários do século XX, como a Revolução Russa
ou as guerras mundiais, a arte frequentemente refletia a agitação, a
angústia e a busca por mudanças sociais. Através de obras de
vanguarda e experimentações artísticas, os artistas canalizavam as
tensões da época, criando um registro visual e emocional das
transformações que estavam ocorrendo.
Os futuristas russos aderiram ao comunismo, enquanto os
futuristas italianos adotaram o fascismo. Por isso, é impossível fazer
arte sem política e ideologia, pois elas sempre estão presentes, seja no
momento histórico ou dentro de cada indivíduo, geralmente ocorrendo
os dois juntos. Mesmo que a arte se inspire em técnicas e valores
pessoais artísticos, todas as formas de arte transmitem uma ideologia,
de forma direta ou indireta, e a interpretação da arte também é
carregada de ideologia.
A relação entre arte política e ideologia não se limita apenas à
influência da política na arte, mas a arte funciona como um espelho da
sociedade, compactuando e absorvendo as contradições de sua época
e a reação do público. Por exemplo, as pinturas de Diego Rivera retratam
vividamente as questões sociais e políticas do México do século XX.
Portanto, a arte não apenas reage à política, mas também ajuda a
formar a consciência coletiva, promovendo revoltas ou reflexões para
compreender a sociedade.
Obra de Rivera adepto ao realismo socialista, um movimento artístico que
surgiu na União Soviética na década de 1930.

* ATENÇÃO, a inteligência artificial só foi usada para corrigir erros


gramaticais e coesão linguística.

Referências:
Arte, Revolução e decadência (marxists.org)
Desvendando a Arte de Diego Rivera (rabiscodahistoria.com)
Arte e política, eterna questão – Jornal da USP
Arte e Inconsciente: uma linha tênue - Psicanálise Clínica (psicanaliseclinica.com)
(Microsoft Word - O inconsciente a cria\347\343o Vladimir Santos Oliveira et al.doc)
(ufba.br)
José Carlos Mariátegui – Arte, Revolução e Decadência – TraduAgindo
Arte e revolução (esquerdadiario.com.br)
Mariátegui foi o grande pioneiro do marxismo latino-americano (jacobin.com.br)

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