Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
para o COF
Ronald Robson
2023
Sumário
Nota explicativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Recomendações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
O Guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Instrumentos da filosofia. . . . . . . . . . . . . . . . 13
Leitura do Fédon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Perceba que digo algum auxílio, pois vai longe de mim a pretensão
de que estes poucos apontamentos forneçam um mapeamento ca-
bal e definitivo do COF. Mas é minha convicção que as linhas te-
máticas elencadas adiante, se distinguidas com clareza e remetidas
aos temas mais fundamentais da obra de Olavo – que discutirei ao
longo do curso “Introdução à filosofia de Olavo de Carvalho”, ao
qual você tem acesso –, são suficientes para manter ocupado os es-
tudiosos de Olavo por alguns anos.
Bons estudos.
Ronald Robson
jul. 2023
4
Se você não entendeu uma aula ou algum comentário espe-
cífico de Olavo, não insista em vão. Deixe que se passem al-
guns dias e só depois retorne àquela aula. Se mesmo assim
não lhe ficar claro, afinal, o sentido daquela lição, não se de-
sespere. Siga adiante, assista a outras aulas. Caso se trate de
um tópico importante do pensamento dele, Olavo irá reto-
má-lo incontáveis vezes, o que tornará mais fácil a sua com-
preensão com o passar do tempo.
5
Não separe o seu caderno de anotações do COF (sim, use
caderno, de modo que possa com facilidade manusear tudo
num bloco só) de seu caderno geral de anotações de estudo,
ou de reflexões de qualquer natureza (por exemplo, com base
em alguma leitura sugerida por Olavo). Várias passagens do
meu livro Conhecimento por presença tiveram origem em re-
ações minhas às aulas de Olavo, que eu anotava ao cabo delas
e quase como desenvolvimentos diretos delas. O COF não é
um cursinho a mais que você irá fazer. Ele rapidamente se
torna o eixo de todas as suas atividades intelectuais. Portan-
to, não as separe dele.
7
Leia o máximo de livros recomendados por Olavo, mas
aprenda a ler os autores citados, comentados ou recomen-
dados naqueles livros, independentemente de Olavo os ter
mencionado. Um livro leva naturalmente a outro; você pre-
cisa se habituar a esse trânsito e sentir-se à vontade para fa-
zê-lo com segurança. Décadas atrás Olavo disse a uma alu-
na que é preciso “introjetar o professor”, a fim de que você
consiga emular as reações dele quando o próprio não estiver
mais presente. Olavo não está ao seu lado apontando o que
você deve ler ou não, ou como deve ler; mas, após introjetar
vagarosamente a figura dele, você o sentirá como parte sua,
como uma capacidade intelectiva sua, que precisa ser expan-
dida. Olavo viveu a vida dele, você vive a sua. Honre o seu
mestre: leve a obra dele a partes que ele jamais imaginaria,
Circunstâncias político-culturais
brasileiras e mundiais
AULAS: 16 | 17 | 22 | 30 | 69 | 72 | 78 | 94 | 101 | 104
105 | 106 | 111
Instrumentos da filosofia
AULAS: 20 | 21 | 33 | 43 | 56 | 57 | 59 | 76 | 80 | 84 | 97
Milagre: aula 38
Com O jardim das aflições (1995) Olavo lançou bases firmes para
uma visão crítica da cosmovisão científica moderna. Seus estudos
de Husserl e de Eric Voegelin refinariam sua perspectiva, da qual os
produtos mais maduros de encontram no COF.
Leitura do Fédon
AULAS: 112 | 113 | 117
O estudante que tiver chegado à aula 97, e que o tiver feito com
atenção aos ensinamentos de Olavo e com diligência nas leituras e
exercícios que ele recomenda, estará apto agora a buscar a cultura
filosófica indispensável à prática da filosofia em sentido estrito. Pri-
meiro Olavo familiarizou o aluno com o espírito da filosofia, com a
prática filosófica; agora, com o aluno no limiar da maioridade inte-
lectual, Olavo irá cobrar dele as leituras abaixo.
1. Os diálogos de Platão
Os mais importantes são A República e As Leis; deve-se começar
por aquele primeiro. O texto platônico é como uma peça de teatro
e deve ser lido como tal: com imaginação do que vive cada um dos
personagens, sem, num primeiro momento, perguntar-se pelo acer-
to ou erro do que é dito. Deve-se atentar especialmente às hipóteses
propostas, que se sucedem em série, e à sua confrontação dialética.
1
Piaget aparece aqui não como uma fonte do pensamento de Olavo, mas como um seu objeto de crítica; em especí-
fico, a concepção de Piaget da filosofia como provedora tão somente de “orientação” no mundo do conhecimento, ao
passo que “conhecimento” propriamente dito só seria produzido pela ciência.