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ANTROPOTEISMO
Á
1ª
Editor: Guilherme Chenta
Revisão geral: Ivone Fedeli
Diagramação: Oswaldo A Pestana
Capa: Fabiana A. Gonçalves
Imagem da capa: Beau Dieu de Amiens
Realização: Projeto Legado Montrt
ISBN 885610006
Send arte
TEMINOLOGIA E TEMS DO ANTROPOTEÍSMO
. Terminoloia e introdução aos temas do Antropoteísmo ....................... 1 1
. Primeiro tema: a teoonia nósticopanteísta .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... . 1
1 . Seundo tema: a cosmoonia nósticopanteísta ................................... 1
1 . Terceiro tema: o Demiuro .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 6
16. uarto tema: a antropoenia .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 1
1. uinto tema: a pscoloia nósticopanteísta ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. . 1
1 . Sexto tema: a soterioloia do Antopoteísmo ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. 1 1
1 9. Sétimo tema: a doutrina messnica ou cristolóica do Antopotesmo .
. Otavo tema: a metepsicose e a escatoloia do topotesmo .. ......... 4
1 . Nono tema: a elião do Homem e o o ....... ....... ........... .......... ..
. c a ec o do e ... 2
A Nosso Senhor sacramentado
Vrem Santíssma aílo dos crstãos
E ao Papa ento X
Este é o bem fnal daqueles
ue possuem a Gnose: tornaremse Deus.
(Pomandres
Sve Mri!
ilerme Cent
São Po 22 de novembro de 2010
Prcio
Graças a um árduo trabaho, iniciado nos anos oitenta, chega a nossas
mãos mais uma aula, transrmada em livro, do rossor Orlando Fedeli
ediramme para redigir o preco desta ora Se que ão sou o mais
indicado Há pessoas bem mais preparadas e com mais autoridade sobre o assunto
que eu, sobretudo aqueles que estveram à ente de todo processo de edição
Embora, porém, tendo consciência de ser o último da fla, aceitei sem
hesitar o convite, porque nada é dicil para mim quando se trata do velho
proessor Se eu não r eliz neste ocio, ele, nas páginas vindouras, resolverá o
problema por meio de sua clareza, lucidez e perspicácia argumentativa inha
nção aqui é apenas a de abrir a porta O resto é com ele!
Neste preácio, sou o hostiário Abrolhes o livro, tare ácil, pois o
importante é o que vem depois da porta aberta: este excelente traalho sore o
tropotesmo, em legtimo estilo "deliano
Os grandes não desaparecem com a morte ermanecemlhes vivos o
pensamento e a ideia sim ram os satos, pelo testemunho, os doutores,
pelo ensino, os apologetas, pela deesa da Fé
Nosso caro proessor i um apologeta! Não teve outra ambição senão a
deesa da Verdade Católica Num mundo cristão em brumas, em que a mentira
se sobrepõe como verdade, em que Deus é destronado e o homem incensado
em nossos altares, quando muitos se calam até uma boa parte do clero , salta
o roessor com sua espada para lutar por Cristo Rei, por aria Santssima e
pela greja
Havia em seu coração uma devoção pronda pelos três amores brancos
de que alava Dom Bosco: a Santa Eucaristia e aqui entra sua intrépida desa
da issa , a Santa Virgem e o Santo adre
Violento em suas argumentações, não cedia em nada em relação à Desa
da Fé Não buscava agrados, nem honras, mas apenas a Verdade, quer agradasse,
quer desagradasse Todavia, nosso amigo tinha uma aqueza, que não era
aqueza, mas amor veemente: Nossa Senhora! Como chorava ao pronunciar
o nome de aria! Foi com ele que aprendi a colocar tudo nas mãos de Nossa
mas havia também nele um amor incondicional ao Santo adre!
Como amava a greja na pessoa do apa! or isso, quando eu lia ou escutava que
Orlando Fedeli era anticlerical, riame de tamanha tolice
Tínhamos um pacto ele e eu Um compromisso or isso, quando soube
da morte repentina do roessor, veio logo a minha lembrança o nosso pacto
e, mesmo sem saber bem a causa de seu alecimento, já o julguei mal, como a
alguém que se vai sem ter cumprido o que prometeu
Não estava no Brasil, quando ele nos deixou Antes de viajar nos aamos
e ele comentou sobre a iminência de sua morte (aliás, sempre me pediu que
rezasse para que ele morresse pela é, o que nunca fz, conesso, por medo de ser
atendido ) e eu lhe disse: "nem pense nisso! Somos tão poucos! recisamos do
senhor aqui e mais: temos um compromisso juntos! ortanto, o senhor não irá
agora! E ele sorriu sem acreditar muito em minhas palavras
Bem, sei que um preácio deve ser mais objetivo, atrelar§e ao ivro em
si Sei disso as nunca escrevi um Escudome em minha pobe ignorância
reeri antes lar de quem escreveu este livro, da causa antes da consequência,
da árvore antes do uto Sua motivação, seu único objetivo que, por certo não
era a vaidade pessoal, nem a pose de escritor, mas a Desa da Fé, pea qual
deu a vida
Vamos, então, ao livro
Nesta obra, nosso roessor trata com muita clareza da origem do
Antropotesmo e de sua oposição à Verdade, da rma como tal pensamento
herético, não obstante as mais variadas expressões apresentadas durante a história
da humanidade, ndamentase sempre num mesmo erro Seu alastramento se
dá, paradoxalmente, por sua agilidade argumentativa e sua oposição ao ógico,
ao racional, descambando para a subjetividade
Contudo, a maior rça do Antropoteísmo encontrase na natureza
marcada pelo sinal de Caim que tende ao aastamento e à rebeldia da criatura
para com seu Criador, que a leva a querer negar sua essencial dependência do
Ser Absoluto, substituindo a Verdade pela mentira, pregando a igualdade entre
o ser absoluto e o ser por participação, entre o contingente e Aquele que é,
atacando ontalmente todos os princípios da metaísica e os demais valores
transcendentais
No primeiro momento, nosso autor nos traz, baseandose a estética
medieval e em ricas citações, as bases da contraposição: a Verdade sobre Deus
e suas criaturas É a partir daí e tendo bem claro este ponto, que devemos
percorrer a complexidade do assunto abordado Deus é o criador de todas as
coisas visíveis e invisíveis e por Ele tudo é em dependência, enquanto recebem
d'Ele o existir or sua vez, o homem, criado à sua imagem e semelhança, tem
Sendo Deus transcendente, não pode ser percebido pelos sentidos, mas
na pereição das coisas criadas se vê, como numa imagem, o Criador de todas as
coisas. Como nos diz o roessor nesta primeira parte: "as criaturas, como véu,
velam e revelam o Criador.
Seguindo, o autor coloca que, em cada criatura, há um apelo ao Bem
bsoluto, quando o homem se deixa atrair pela quidade existente nos seres Ora,
esse Bem Supremo é Deus. E aqui podemos evocar o grade Santo Agostinho:
"Criaste-me para Ti e inquieto está meu coração enquanto não repousa em Ti.
Todavia, duas atitudes podem ocorrer quando a critura contempla os
seres criados. primeira, compreendendo ela a contingência na criação e sua
fnitude, é o apegar-se Àquele que não passa e d'Ele se reconhecer dependente.
titude humilde de submissão e acatamento A seguda, o revoltarse com
as limitações e o mal relativo dos seres Buscar a infnitude n criaturas e as
perceber contingentes. Substituição do Bem Supremo pelo bem relativo.
Na primeira atitude, há a consciência plena daquilo que se é e do que
nunca se virá a ser, pautada pela Verdade sobre Deus e sobre o homem. Na
segunda, a ilusão, o engano, a mentira que entra na criatura pela picada mortal
da serpente "Vós sereis como deuses.
qui surgem as bases do problema do tropotesmo e os seus dois ramos
que buscam abraçar a humanidade. A Gnose e o atesmo, ambos rmam a
Religião do Homem que nega, entre tantas coisas, a limitação do conhecimento
para atingir de cheio o istério e a Transcendência Divina, as limitações da vontade,
recusando a aceitação e imposição de qualquer lei até desembocar no absurdo da
negação do livre arbtrio e, assim, gir da responsabilidade e da aceitação de toda
ordem ontológica. qui aparece o homem como o "Salvator De.
Em seguida, Orlando Fedeli discorre sobre a antimetasica presente na
doutrina dessa Religião do Homem, como ódio a Deus, o Ser Absoluto. E aqui,
nosso autor desmascara, passo a passo, as artimanhas através das quais o veneno
gnóstico-pantesta do tropotesmo se inocula no pensamento flosófco,
visando a destruir os princpios da metasica.
De grande proveito será para todos acompanhar este panorama histórico
doutrinário e perceber os braços dessa heresia, que ora se apresenta e ora se
esconde, e suas camadas no paganismo, no judasmo e também no cristianismo.
Tudo isso é apresentado de rma exaustiva, no intuito de deslindar a
complexidade inegável do assunto.
Na segunda parte do livro, encontramos a exposição dos temas da Religião
do Homem, tendo como princpios a teogonia gnóstico-pantesta, a igualdade
entre Deus e o Cosmo e a evolução do ser divino, contestados pela flosofa
aristotélicotomista, para, em seguida, nos ser apresentada a maneira como o
importância central E aqui se percebe uma relação estreita com o maniquesmo
e uma contestação óbvia do istério da Encarnação e da Doutrina cristã a
respeito do pecado original
Em suma, o Antropotesmo é a Religião do Homem e, como t,
possui uma doutrina própria centrada no homem Tem uma soteriologia
antropocêntrica e uma cristologia que se afrma com a máxima do "redentor
que se redime a si mesmo ara o Antropotesmo, não há um redentor pessoal
para toda a humanidade, negandose, assim, ontalmente a Doutrina da
Redenção Ele possui sua própria escatologia e em sua eclesiologia dende uma
greja meramente natural, cooperadora com outras rças que têm em comum
a eliminação de todo tipo de mal sobre a terra; uma greja a serviço do homem
Nos últimos captulos do livro, evidenciase o to de que essa heresia
possui dois braços: a Gnose e o antesmo, os quais se apresentam de rma
muito clara em nosso tempo O autor vai tecendo, montando um quebra
cabeças, até chegar, enfm, a nossos dias e, então, podemos observar que, desde
o Gênese, a serpente inernal atenta contra a uher e sua descendência "Tu
lhe erirás o calcanhar, disse Deus à serpente E houve ódio entre o Dragão e a
ulher! a vitória também é anunciada: ulher esmagará a tua cabeça3
Não i à toa que o Santo adre Bento X no dia de dezembro de
200, condenou em seu pronunciamento a Gnose que se encontra mais viva que
nunca e que hoje se apresenta das mais variadas maneiras e que, como a "maça
de Satanás, usando a linguagem do próprio aulo , penetrou por alguma ou
quais brechas na greja
Que brechas? O abandono da teologia tomista e o ensino modernista
da Fé, pautado em pensamentos de teólogos de doutrina suspeita e em uma
eclesiologia duvidosa e, por vezes, herética, ensinada largamente nos seminários,
para a qual a greja já não é mais necessária para salvação, mas companheira das
demais crenças e, por consequência, humanista e democrática; uma cristologia
meramente histórica, uma liturgia na qual se celebra a vida do povo e não mais
os santos mistérios Tudo isso a seiço do homem, da Religião do Homem
Sábia a Santa greja por nos azer rezar o último evangelho, após a bênção
fnal O Evangelho da Encarnação! O antdoto contra todo mal
t �rbum caro fcm est t habitavit in nob et vidimus giam us
gloam qui unigeniti a ae num atiae et verita
19 Este povo que andava nas trevas viu uma grande uz; para os que habitavam na região da
sombra da moe nasceuhes o dia. Is 9, 2
20 Pavuus enim natus est nobis Et ius datus est nobis; Et ctus est principatus super
E, pois que no vale de lágrimas do elio eus deiou ao homem coisa
maravilhosas para que se lemre do araso perdido e da glória de ua ajeade
é preciso que ele ouça o grade apelo que da a craur aç, ara ue
conheça e ame a randeza, a Saedoria, a ele e a ondade de e aravé
das pereições que d'Ele se veem no unverso
Chiamavi l cie e ntoo vi si ra,
mosanvi sue be eee,
e lcchio vos pur a te mira
on vi bae chi o dcee
O SONHO DO HOMEM
26 Outra, ndo, enche de ores a terra unto a s,/Assm v nascer e morrer/ E passar o seu
tempo em menos de uma hora/ Quando languescentes e páldas v rm/ As pétal na terra,
então me veo à mente,/ Que cosa vã é o orescer da uventude
27 Colhe a rosa, 6 nnf, agora que o tempo é belo LOURENÇO, O MAGN ÍFICO, apud
SYMONDS, John Adngton E Rm vol 2, pp 100.
ds coiss crids. Podese notr ind qe no pensmento de Dnte sobre
ros perpss cert temperd triste to d ceitção resignd do scricio
e d prov qe o omem está sbmetido nest vid.
Nos versos dos mnists citdos reetese não só dmirção do bem
reltivo ms m extço do bem d critr lém do jsto imite. Percebese
tl desejo de proveit o bem ds coiss qe no ndo se mnist m recs
em ceitr qlqer prov qlqer scricio. á n lm renscentist m
revolt qe rejeit trnsitoriedde ds coiss m revot contr o tempo m
oposição à ceitção do ml reltivo ds critrs.
Esses desvios d mentlidde mnist devim ssim desembocr em
ds posições dotrináris:
O n diviniço do niverso;
O em desesper e strção por não poder obter licidde bsolt
já neste mndo.
Etienne ilson rm qe nscenç mrc o iníco d er em qe o
omem se declr stiseito do estdo de ntre decíd. Mentlidde pr
ql o mndo é belíssimo excelente e se nele á desordens e mes o omem
por s rão consegirá ordenálo e cnç glóri e elicidde bsolts.
O omem se esrç por cotinr n boc dos omens por todo
o tro . . . Ele soe por nã poer ter sido celebrdo por too o
pssdo por toos os píses por todos os nimis. Ele mede terr
e cé escrt s prondes do átro e o cé não le parece
demsido to nem o centro d terr demsido prondo. E
já qe ele conece o qe move esses cés e onde eles vão ss
medids e se protos qem egá qe ele tem qse o mesm
gênio qe o tor desses cés e qe de certo modo ele mesmo
poderi criálos ... O omem não qer sperior nem ig; ele
não toler qe j cim dele lgm poder de qe ele estej
exclído . . . Ele se esrç por comnd em todos os lgres e por
ser lovdo em todos os lgres . . . Ele se esrç por ser em todos
os lgres como Des.
36 É qus mpossle dstnguere l petsmo dle molte ltre sette relgose dellepoc Sngo
al como eram elaborados na Pérsia primeiramene e depois em
odos os segredos gnósicos e órfcos. Essa é era a maniqueia.37
Sem aceiar a denominaão de maniqueísmo para essa religião "cársica
queremos apenas omar desse exo a confrmaão de que há um veio único e
suberrâneo que liga odas as heresias do Ocidene. Acrediamos que esse veio
engloba ambém o maniqueísmo que é uma de suas principais seias mas que
seu nome genérico mais adequado não é o de maniqueísmo.
Poder-se-ia ambém avenar a hipóese de ser o Paneísmo a verdadeira
essência dessa religião ocula qual serpene cujos anéis ora aparecem ora
desaparecem no solo da hisória.
O Dicionário de Teologia Caólica no verbee Panteímo dá uma série
imensa de auores e sisemas paneísas desde a aniguidade pagã aé nossos
dias.3 São ciados nesse elenco como sendo paneísas a alma do paganismo
anigo quer orienal quer ocidenal várias dourinas religiosas hindus (Vedas
Bramanismo Upanishades Budismo induismo) as dourinas primiivas da
China do Egio raônico da Caldéia da Grécia e de Roma anigas. Da flosofa
grega são incluídas muias escolas como as de eráclio Parmênides enónes
e a dos esóicos.
O esoicismo e o epicurismo greco-romanos junamene com o
plaonismo eriam sido as escolas mais imporanes pelas quais o Paneísmo
anigo eria se ransmiido aos empos crisãos. "O neo-plaonismo desempenhou
o papel de rmeno no pensameno europeu aé os nossos dias.3 diz o
Dicionário de Teologia Caólica.
O Paneísmo neoplaônico não eria inuenciado apenas o Ocidene mas
ambém as flosofas árabe e judaica. Farabi (0 90), Sohrawardi ( 1 1 -
1 1 9 1) e Ibn Arabi ( 1 1 6- 1 0) seriam pensadores e mísicos maomeanos
apresenados como paneísas pelo mesmo Dicionário.
Enre os judeus Ibn Gabirol (Avicebron) e muios cabalisas espanhóis
da escola de Gerona como Nahmanides Azriel eram sido marcados pelo
neoplaonismo. Eles eram cabisas e a Cabala inha rmulaões paneísas.
Na Idade édia sera Scoo Erígena a ne neoplaônica do novo
37 M pl p de no que Platon et l drud une soe dunté mtque du monde ndo
euopéen se dne omme en lane à ! a pl d é du Mn · S nou embons
le domane pque et soque qu v de lInde à la Be no onstatons quune rlon
s pandue d une m à d outeane d !e sme sle de no s
!enmble d m du ou et de la ut r quls sétaen élabo en Pee d abo pus l
osqu et oqu et c la aéenne RMT Dens de L Amor /
t 47.
Panteísmo ocidenta Dele se originaria o Panteísmo da escola de Chartres isto
a doutrina panteísta de Davi de Dinant e de Amau de Bnne + 1 20)
Ainda segundo o Dicionário de eologia Católica o Panteísmo popµlar
dos Begados e Beguinos assim como o de cart tambm teria origem no
neoplatonismo de Scoto rígena e o próprio nominalismo não escaparia dessa
inuência
Por fm a nascena teria assistido a uma verdadeira explosão de ideias
panteístas que se perpetuam atravs da história: Giordano Bruno e Campanella
são exemplos isantes dessa corrente Spinoza Leibniz Shaesbur Diderot
Lessing ant ovalis Fichte egel Schopenhauer Feuerbach e a esquerda
hegeliana continuaram a corrente pteísta nos sculos XI III e X
xaminando-se esse elenco e comparando-o com o rol histórico dos
gnósticos nota-se que muitos nomes aparecem nas duas listas É que a distinão
entre Gnose e Panteísmo muito tênue e como veremos adiante muito cil
passar de um movimento para o outro Panteísmo tem muitas vezes uma
doutrina oculta que de to gnóstica
Gnose e Panteísmo dierenciar-se-iam pela rejeião ou pela aceitaão do
Cosmo e da matria sse critrio porm bastante equívoco pois há Gnoses
que aceita o Cosmo no sentido de que admitem a tura transrmaão da
matria cósmica em substância puramente espiritual e divina á Gnoses que
ao mesmo tempo amam e odeiam o Cosmo
Alguns destes sistemas maniestam para com o mundo uma atitude
ambivalente amado e odiado ao mesmo tempo
Por outro lado há panteístas que divinizam o Cosmo e ao mesmo tempo
armam que preciso abandonar a matria por ela ser nte de alteridade e de
individuaão o que nos separa do odo divino Chegam mesmo a afrmar que
a matria não ser o nada É o cao de Plotino que se revolta contra os
gnósticos porque eles desprezam o mundo mas que chama a matria de nada
de não-ser que engana a ma
ão há dvida pois quanto à existência do rio rsíco da eligião do
omem na história ual sua verdadeira natureza? ue nome se lhe deve dar?
É o que se discute
Cremos que a soluão do problema poderia ser encontrada examinando
se mais a ndo a Gnose e depois se interrogando as tendências mais prondas
da alma humana
Vejamos pois inicialmente o que a Gnose
4
NOSE: SENTIDO E TENSÂO DO TEO
50 A en retreint q'avait a dépa le mot "Gnoe e btite n en large qi aplie
et englobe le premier; d'abord rédit a dimenion d'ne héréie do, à ce titre, l'étde
appartenait en propre à l'Hitoire de l'Églie et qi ne povait 'être rmée q'à l'intérier d
chritianime et potérierement à on apparition, le gnoticime atteint déorma le proportion
d'n phénomne général de l'Hitoire de religion, dépaant de beacop, pa on extenion, le
limite et le champ d chritianime antiqe, et extérier, inon antérier, à li par e origine
De ce phénomne, le Gnoe chrétienne hétérodoxe ne repréentent pl q'ne expreion
entre beacop d'atre; à proprement paler, elle ne o pa de héréie immanente a
chritianime, mai le réltat d'ne rencontre et d'ne jonction entre la novelle religion et n
corrant d'idée et de entiment qi exitait avant ell o qi li était primitivement étranger et
le demeera dan on eence Idem Ibidem, pp 187188
51 chercher moderne ont élargi pe à pe ce cercle traditionnel en raionnant r
gnósticas. Hans Jonas levando em conta o critrio acima considera o próprio
maniqueísmo uma seita gnóstica.5
De qualquer rma entretanto certo que Hans onas aceita a tese de
que há uma unidade pronda entre um sem número de seitas cristãs judaicas
ou pagãs. Essa unidade revela uma única religião subterrânea a que esse autor dá
o nome de Gnose.
Como já vimos Puech tambm afrma essa unidade na diversidade das
Gnoses.53
Hans Leisegang diz que Santo Hipólito ao tratar da seita dos Naassenos
que a si mesmos chaavam de gnósticos mostra que nela era possível distinguir
três camadas. A primeira seria constituída
... por um sistema puramente pagão caracterizado pela aplicação
de uma especulação de origem grega e no estilo dos mtodos da
teologia helenista à poesia à flosofa dos mistrios gregos aos
cultos míticos orientais que entraram em contato com o mundo
grego .... Uma segunda camada consiste na introdução do
Antigo Testamento no sistema ... Por fm um terceiro elemento
o elemento cristão se apresenta ainda como uma espcie de
revestimento. 5
Santo Hipólito comenta várias vezes que as divisões da Gnose eram
aparentes e que na verdade havia uma só Gnose. Ao tratar dos Naassenos
diz ele:
Eles se dividiram em um grande número de seitas que rmam
no ndo uma só heresia pois sob órmulas diversas sempre a
mesma doutrina que eles expem.55
E ao narrar a Gnose de Justino reitera o mesmo autor:
Sob rmas dierentes suas doutrinas e suas ábulas são no ndo
idênticas e todos eles reveindicam como seu nome próprio o de
52 C JONS Hans Idem Ibidem p 54
53 C Nota 48
54 ] par un sstme purment pen actris par !aplition dune spculation dorine grecque
et dans le got des mthodes de la thologie hlnistique à la poie à la philosophie aux mstr
g aux cultes mthiqu orienteux venus en conta avec le monde ] Une deuxime couche
consiste dans lintroduction de lncien Ttament dans le sstme ] Enn un troisime lment
llment chtien se prente encore à ltat de placa MER in SGG Hs
ose 8
gnósticos (sábios) como sendo os únicos a possui o maavilhoso
conhecimento do peito e do bom.5
Esses comentios de Santo Hipólito mostam ue ea tática nomal da
seita apaenta divisões pelo uso de teminologia vaiada a m de pogedi
melho e de modo mais disçdo mas ue a seita continuava una. ém disso
a cilidade de inclusão de elementos pagãos judaicos e cistãos mostava ue
o núcleo subteâneo da seita não ea popiamente nem cistão nem judaico
nem exclusivamente pagão. Em todo caso ea peciso da um nome genéico
paa todas as seitas ue têm um núcleo e uma estutua doutináia comuns
emboa com teminologia muito vaiada.
Matte em 1 , também denia Gnose como
A intodução no seio do cistianismo de todas as especulações
cosmológicas e teosócas ue tinham mado a pate mais
consideável das antigas eligiões do Oiente e ue os neoplatônicos
tinham adotado também no Ocidente. 57
Doesse acescenta
Assim nessa doutina se teiam eunido as losoas de Platão e de
Fílon a Avesta e a Cabala os mistéios de Samotácia de Eleusis
e do Osmo.5
Jacues Lacaie ama ue
O temo gnóstico é vago e pode te signicados bem dientes.
... a Gnose é um pensamento pondamente oiginal um
pensamento mutante.5
Sege Hutin conma ue há gande vaiedade de gnosticismos mas ue
no ndo há uma só ealidade subjacente a essas vaiedades.
56 Sous des rmes direntes, leurs doctrines et leurs bles sont au nd identiques, et tous
ils revendiquent pour leur nom propre celui de gnostiques (savants comme possédant seuls la
merveilleuse connaissance du parfait et du bom Idem Ibidem, 196
57 Iintroduction dans le sein du christianisme de toutes les spéculations cosmologiques et
théosophiques qui avaient rmé la parie la plus considerable des anciennes religions de l Orient
et que les nouveaux platoniciens avaient adoptés également en Occident MATTER Hoir
Cque u Gnosiisme ( 1828) apud DORESSE, Jean Les ivrs ser ds osques pe p
2
58 Ainsi, dans cette doctrine se seraient réunies les philosophies de Platon et de Philon , lAvesta
et la Kabbale, les mysthres de Samothrace, dEleusis et de lOrse Idem Ibidem, p 2
A extrema diversidade de especulações gnósticas é inegável. "Seria
mas exato alar em gnosticismos do ue em gnosticismo. ...
Entretanto, é ácil descorir um "ar amiliar inegável entre os
diversos gnosticismos, a despeito das múltiplas divergências e
oposições ue neles se manistam.
E diz mais
... não é, de rma alguma, aritrário chamar de gnósc
as ideias ou sistemas ue apresentam as mesmas tendências
características. ndo aém dos heresiólogos, os historiadores
modernos não hesitaram em generalizar o conceito de Gnose
ra do cristianismo. . . .
Após três décadas, estamos mesmo inclinados a dar o nome
e "gnósticas a outras correntes dierentes das dos gnósticos
cristãos heterodoxos e suas posteriores ramicações dualistas
(maniueísmo, catarismo) gnósticos externos ao cristianismo
(como o mandeísmo e o hermetismo scto sensu a aluimia;
a Caala judaica; o smaelismo e as heresias muçulmanas dele
derivadas; certas doutrinas "esotéricas modernas.
Como conclusão, diz Serge Hutin
Se os gnosticismos são bastante diversos, o gnostcsmo é uma
atitude existencial totalmente característica, um tipo especial de
religiosidade. Não é arbitrário colocar um conceito geral sore
a Gnose, "conhecimento salvador ue se traduz por reações
humanas determinadas sempre as mesmas.
60 Iextrême diversité des spéculations gnostiques est indéniable I serait plus exact de parler
des gnosticismes que du gnosticisme' [Eugne de FAY, Gnosques e osisme, 2e éd., Paris
Geuthner, 1 925 p. 439] . [ ...] Pourtant, il est aisé de découvrir un air de ile" indéniable entre
les divers gnosticismes, en dépit des multiples divergences et oppositions qui s'y maistent.
HUTIN, Serge. Les Gnosques, p. 6.
61 [ .. ] il n'est nullement arbitraire d'appeler gnostiques des idées ou des systmes présentant les
mêmes tendances caractéristiques. lant plus loin que les hérésiologues, les historiens modernes
n'ont pas hésité a généraiser !e concept de Gnose en dehors du christianisme. [ ...]
Depuis une trentaine d'années, on tend même a donner !e nom de gnostiques" à d'autres
courans que les Gnoses chrétiennes hétérodoxes et leurs ifcations duaistes postérieures
(manichéisme, catharisme: des gnosticismes extérieurs au christianisme (comme le mandéisme
et l'hermétisme so sensu); l'alchimie; la Kabbae juive; l'Ismaélisme et les hérésies musulmanes
dérivées; certaines doctrines ésotériques" modernes. Idem. Ibidem, pp. 6 e 7.
62 Si les gnosticismes son trs divers, !e gnosticisme est attitude existencielle tout à it
Emboa Ene de Fae cja oba está hoje tapassada ame e "é
mais exato a em nosticismos do e em nosticismo ee mesmo acaba
admitindo a exstência de ceta nidade na Gnose poinda de ma só casa
psicoóica ponda
Em nossa opao é peciso poca ma expicação mais
ponda mais conme eis da psicooia e da históia desse
notáel enômeno a e chamamos nosticismo Ee é ho
desse espito noo e começa a sopa sobe as amas a pati
da consttição do impéio Esse espito é peciso bscálo nos
sentmentos aos nas tendências secetas nas aspiações adentes
e nos sonhos ieaizados da época no mais pondo das
mas e se mo ma ceta oientação do pensamento e
enconto sa expessão nas especações de m asides de m
Vaentino de m acion ea e constiti o iame e az de
tantos sistemas diesos m só eixe Po ea se ama a unidade
das escoas e das seitas nóstcas isso e nos pemite dize e
se hoe áios nosticismos hoe contdo m nosticismo
Depois de ama e é extemamente dici deni o e é o nosticismo
Robet Gant cita os nomes e se daam o eam dados seitas nósticas
dos pimeios séclos do cistianismo e diz:
Em todo caso a pópia aiedade dos nomes é testemunho da
diesidade e eina ente essas seitas E entetanto é necessáio
e todas tenham ao de comm paa e os atoes antios e
modenos possam associáos sob o nome de nósticos
Também Rncman ama e po baixo da mtipicidade de seitas
nósticas haeia uma só dotina:
Peo meo do séco , o pensamento nóstico innitamente
aiado em apaência mas sempe ndamentamente o mesmo
63 notre sens, il ut chercher une explication plus pronde, plus conrme aux lois de la
psychologie et de l'histoire, de ce remarquable phénomne que nous appelons le gnosticisme I est
fls de cet esprit nouveau qui commence à souer sur les âmes des l'avnement de l'empire. Cet
esprit, il ut le chercher dans les sentiments vagues, les tendances sécrtes, les aspirations adentes
et les rêves encore irréalisés de l'époque. C'est là, au plus prond des âmes, que s'est rmée une
certaine orientation de la pensée, qui a trouvée son expression dans les spéculations d'un Bilide,
d'un Valentin d'un Marcion. C'est elle qui constitue le lien qui t de tant de systmes divers
un seul sceau. Par elle s'arme l'unité des écoles et des sectes gnostiques. C'est qui nous
permet de dire que, s'il a eu des gnosticismes, il eut cependant un gnoicisme. FAY, Eugne.
Gnosques e ose p. 445.
64 En tout la variété même de ces noms témoigne de la diversité qui régnait parmi les sectes.
se espalhou largamente através do Impéio romano, sob o impulso
de mestres célebres, tais como Basílides, Valentino e Marcion 5
Vemos, assim, que muitos autores concordam em que há uma religião
oculta, subjacente a inúmeras seitas
Convém isar ainda que esses autores econhecem que essa religião
comum subjacente não se restringiu ao campo cristão, mas que ela já existia no
mundo pagão e mesmo judaico
Já Harnack, retando Bousset, afrmava que:
Muito antes do gnosticismo cristão houve um gnosticismo judaico
e um gnosticismo helênico, ninguém hoje duvida disso
Para Simone de Pétrement, que é reconhecida ela mesma como gnóstica,
a Gnose não se restringe ao campo cristão, pois já existia antes do cristianismo
O que levou, em nossa época, a alargar o sentido da palavra Gnose
(entendida agora como signifcando a doutrina dos que aspiram ao
"conhecimento) i a necessidade de reconhecer que tais ideias,
tais mitos e um tal emprego da palavra "conhecimento não se
encontram apenas entre certos hereges cistãos, mas também enre
certos ortodoxos e mesmo ra do cristianismo, e alvez antes dele
O golpe decisivo, diz Jonas, i dado pela descoberta, ealizada no
campo da flologia clássica, de uma Gnose pagã (helenista) que é
independente do cristianismo e mais antiga que ele7
Vimos que outros autores, entre os quais Puech, aceitam essa tese de
que houve uma Gnose pagã anterior ao cristianismo e o mesmo afma o Padre
Festugire, ao esuda o Hermeismo, citando o testemunho de Norden:
Concluiremos disso que não há nada de gnóstico neses
tratados [herméticos? Ninguém pensaria nisso Norden admite,
6 Vers le milie e Iléme siée, l esée ostiqe, iimet riée e rece mis
tojours metlemet l même, sest réde lrmet à trers lEmire romi, sos
imlsio e mitres celebres tells qe silie, Vleti et rcio Iem Ibiem, 12
66 Lotems nt le osticisme crétie, il y e osticisme ji e t osticisme
eléiqe, ersoe e ote ls jori TENT, imoe e
Le uame he Plon s osques e manihéens 134
67 e q i coit, à otre éoqe, à élrir le ses mot Gose (ete cette i s comme
siit l octrie e cex qi sire à coissce cest qo recotre
qe e teles iées, e tels mes et tel e loi u mot coissce e se troet s
seemet cez certis éretiqes créties, mis ssi cez certis ortooxes et même ors
cristiisme, et etêtre t lui co écisi, it Jos, été orté r l écoerte, ite
juntamente com muitos outros (Reitzenstein, Bousset), que "os
escritos herméticos orecem especimente os materiais dos mais
ricos em testemunho de que existiu uma Gnose précristã
O problema da existência de uma Gnose juaic précristã é bastante
complexo A esse respeito gostaríamos de citar alguns textos de Gershom G
Scholem, o maior especialista em mística judaica
De to, G Quispel chegou à mesma conclusão, ou seja, de que o
mais velho documento do gnosticismo cristão pressupõe a Gnose
judaica, em que a fgura do redentor ainda não adquiriu uma
posição central semelhante conclusão, chegara anteriormente
Eric Peterson, que entiu, em vários de seus escritos, a
existência desse estrato précristão no judaismo Ele destacou
particularmente o to de que esse desenvolvimento não se deu
somente na Palestina, mas também na Babilônia E o gnosticismo
cristão na Babilônia, da mesma maneira, parece ter sido procedido
por uma rma de gnosticismo judaico, que nesse caso assimilou
elementos judaicos e persas e os entrelaçou Eu penso, realmente,
que por um estudo mais aprondado dos muito discutidos textos
mandeanos (nos quais os elementos judaicos são muito mais rtes
do que geralmente se supõe) seja possível mostrar que tal processo
possa muito bem ter ocorrido
Noutra obra, esse mesmo autor afrma:
O historiador da religião está no direito de considerar a mística da
Merkaba como um dos ramos judaicos da Gnose7
68 En conueraon quil ny a rien de gnostique en ces traités? [Herméticos] . Nul ne le pensera
Norden admet aprs bien dautres (izenstein ousset} que les écrits hermétiques orent
ou spéciement les matériaux les plus riches en témoignage de ce quil a existé une Gnose
préchrétienne ESTUGI E ndréJean La &velon Hes Tmée, Vol IV p 3
69 n ct G Quispell has come to the sae conusion namely that the oldes documen o
hristian Gnosticism presuppose a Jewish Gnosis in which the fgure o the redeemer has not
yet acquired a central place similar conusion was reached earlier by Eric Peterson who has
stressed the existence o such a pre-hristian stratum in Judaism in several o his papers He has
particularly emphasized he poin ha such a development did not take place in Palestine aone
but in abylonia as well; and the hristin Gnosticism in abylonia too seems to have preceded
by a rm o Jewish Gnosticism one which in this case assimilaed Jewish and Persian elements
and interined the one with o the other ndeed I think i be shown by a oser sudy
o the much discussed Mandaen texts (in which the Jewish elemens are much stronger than
generally supposed that such a process may well have taken place SHOLEM Gerson G. Jewh
E ainda mais ém:
diícil d admitir qu no haja aí raço ntr a concpço
judaic aquas da nos do sincrtismo
E ainda:
o pod har quaqur dúida, m minha opao, sor a
xistência d uma nos hrética, d crtr dualista antinomista,
qu s dsnolu na priria do judaísmo
o h dúida, pois, d qu no é corrto limitar o qu s chama d
nos ao cmpo do cristianismo
Ess "rio crsico, qu é o ndo comum d tantas sitas no passado, qu
aorou suprci m outros tmpos histricos, xistiria hoj?
Com rlaço Kaala, até hoj inunt no Judaísmo, Scholm
considra qu:
Em concluso, ns podmos nto constatar qu, so o ângulo
histrico, a Caala pronç t por nço unir a lha tradiço
gnstica, qu tinha suas origns no Orint assim prossguia com
uma xistência sutrrâna, com o noplatonismo mdial Essa
tradiço gnstica s mantém, la até s rarma m crtos mios,
mas s imprgnando d lmntos d um outro mundo spiritual,
do mundo noplatônico prcisamnt, lmntos qu s mostram
aí d uma particular cundidad a rma so a qual a Caala
aparc luz do dia, la ncrra ssas duas tradiçõs, com ênas
por vzs m uma, por vzs m outra3
amém Lisgang diz qu o lmnto antigo ou pago s consou
junto com os lmntos cristos da nos, atrassou a Idad Média chgou
até nossos dias:
El atrassou a Idad Média soriu até s prticas rituais
simlicas aos liros ocultos das pqunas socidads scrtas d
nosso tmpo
71 I est dicile d'admee qu'il n'y ait pas là de rapport entre la conception juive et celles de la
Gnose et du syncrétisme. Idem. Ibidem, p. 4 1 42.
72 Idem. A Msa ia, p. 48
73 En conion, no pouvons donc constater que, so l'gle storique, la Kabbale provne a
eu pour nction d'unir la vieile tradition osique, qui avt orin en Orient et y pouuiit
une sten souterraine, au néoplatome mév. e ion ostique mainent, elle
rrmt même d cens miie, en s'imprant d'élémen d'u aut monde spirituel, du
monde néoplatoncien pent, élémen qui montrent là d' ue piculi conté. D la
e sous laquelle la Kabbale appat au and jour, ele ne de trations, 'acnt éant
Eric Voegelin considera que, no século os grandes moimentos
ideolgicos são rmas de Gnose:
uando dizemos moimentos gnsticos entendemos que se trata
de moimntos como o progessismo o positiismo, o marxismo,
a psicanálise, o comunismo o cismo, e o nacionalsocialismo75
Serge Hutin, na obra que dele citamos acima, apresenta um grande número
de maniestações "gnsticas atuais a nota quatro da página 1 , diz ele:
Os surrealistas atuais proam uma ia simpatia pelo gnosticismo
heterodoxo C Gérard LEGD in reue Médiun (número de
maio de 1 9) : os desertos da Síria e margens do ilo, ieram,
há bem inte séculos homens cujos moimentos de pensamento
apresentam tão marcates anidades com os nossos que muitos
mesmo hoje em dia não deixaram de se interessar por eles'7
E Lacarrire chama Einstein, Planck e Heisenberg de "esses gnsticos de
nosso tempo es osques no temps •
Simone de Pétrement, examinando a literatura a partir do Romantismo,
chega conclusão de que: julga por nossa literatura, ns entramos numa era
gnstica7
sim é que autores mosos êm, de certa rma dar apoio tese
dos prprios gnsticos e esotéricos sobre a unidade e a continuidade relatia
("cársic') de uma tradição oculta
Os tesos, por seu lado, ligam a Gnose a uma sabedoria primitia
secreta, que estaria na raiz de todas as religiões; ela teria sido
anunciada pelos grandes doutores da humanidade sob ariadas
rmas segundo os poos e as épocas, mas de tal maneira que o
iniciado capaz de r da expressão exterior essência pôde sempre
descobrir a concordância pronda das doutrinas dierentes7
75 Dicendo movimenti gnostici intendiamo ririrci a movimenti come il progressismo, il
positivismo, il marxismo, la psicalise, il comunismo, il ascismo e il nionalsocialismo.
VOEGELIN, Eric. I mio d mon nuovo, p. 16
76 Les surréalistes actuels éprouvent une vive sympathie pour le gnosticisme hétérodoxe. C
Gérard LEGD in revue Méiun, (numéro de mai 1 95 4 Dans les déserts de Syrie et sur
les bords du Nil, vécurent, voici quelque vingt sies, des hommes dont le mouvement de pensée
présente avec le nôtre de si appantes anités que plusieurs d' entre nous n'ont pas manqué [ ...]
de s'intéresser à eux." HUTIN, Serge. Les Gnosques, p. 124
77 E, Jacques. Les osiques p. 78.
78 en juger par notre littérature nous sommes entrés dans un âge gnostique. PÉTEMENT,
À
Serge Hutin, entretanto, distingue:
A undade da Gnose postulada pelos "enomenólogos
contemporâneos no é absoutamente a mesma que afrmam os
adeptos da teosofa e do esoterismo: nessa perspectiva especial, a
Gnose seria a nte de todas as religões e seu último ndamento.
Para René Guénon ( 1 -1 9 1 ) , o grande "tradicionalist' ancês
e seus discípulos, devese encontrar em todas as religiões a dea
de uma liberaço metaísica do homem pela Gnose, isto é, pelo
conhecmento ntegral: existria uma surpreendente unversalidade
em certos símbolos e certos mitos, de onde vem a afrmaço lógica
de uma origem comum dos dierentes esoterismos religiosos, os
quais se exprmem necessariamente pelo ntermédo das grandes
religiões "exotéricas das quais eles rmam a parte vital. Aos
olhos do historiador de religiões, a tese guenoniana no pode
evidentemente ser provada (nem tampouco desmentida}: as
doutrinas esotéricas se parecem, sim; mas no se é necessáro,
para explicar essas convergências, postular uma radiço
primordal intemporal conservada por um ou muitos "centros
de iniciaço. Fazse necessário que seja lembrada a lei trazida
pelos "enomenólogos: o espírito humano reage de uma mesma
rma posto sob condições semelhantes, no é de se estranhar se
encontrar em toda parte as mesmas asprações. No se deve negar
também as lgações hstórcas, s vezes, nesperadas.
A tese guenoniana é alsa, pois supõe que todas as religiões esotéricas so
meros autoalantes da única religio esotérica. ratarseia de uma generalizaço
que leva alsidade. Por outro lado, a explicaço enomenológica sobre a
rmes vriables suivnt les peuples et les époques, mais de tele manire que initié capabe d er
de l'expression extérieure à l'essence pt toujours découvrir la concordance pronde des doctrines
diérentes. LEISEGG, Hs. L Gnose p. 9
80 unité de la Gnose posule par les phénoménologues" contemporns nest nulement celle
qui postuen les adeptes de la théosophie et de l' ésotérisme dans cette perspective spéciale, a
Gnose serait la source de outes les reigions, et leur ndement dernier. Pour né Guénon ( 1 886
19 5 1 , le grand raditionaliste" ançais, et ses disciples, on retrouve dans outes les religions l'idée
dun arnchissement métaphysique de l'homme par la Gnose, cest-à-dire par la connance
inégrale il existe une étonnante universalité de certains symboles et de certains mythes, d o la
postulation logique dune origine commune des diérens ésotérismes religieux, qui sexpriment
nérement pa l'intermédiare des grandes religions exotériques" don is rme le coeur
ux yeux de lhistorien des religions, la théorie guénonienne ne peut évidemment être prouvée
(ni d'ailleurs inrmée les doctrines ésotériques se ressemben, certes; mais point nest besoin,
pour expliquer convergences, de postuler une Tradition primordiae inemporelle conseée
par un ou plusieurs centr" initiatiques. I sut de se rappeller cete loi retrouvée par es
unidade do enômeno, que até aqui se tem chamado de "gnóstico , tem seu lado
verdadeiro. Cremos que Serge Hutin é prudente ao ressalvar que não se podem
esquecer, porém, certas ligações históricas.
De qualquer rma, nós queremos deduzir, por enquanto, desses textos,
a tese da unidade do enômeno, sem ainda discutir sua explicação guenoniana,
nomenológica ou outras que possa haver. Quer essa unidade tenha continuidade
histórica, quer exista um "arquipélago gnóstico na história, o que registramos
apenas é a sua unidade doutrinária sem preocupação de provar laços históricos,
embora a metára de Mittner sobre o "rio cársico possa ajudar a resolver o
problema, porque evitaria que uma solução excluísse a outra.
A essa religião comum subjacente mais variadas seitas e sistemas, a esse
"rio cársico da História das Religiões, uns dão o nome de maniqueísmo, outros
de Panteísmo, outros ainda, e mais numerosos, reconhecem a unidade da Gnose
ao longo da história Vimos que, para afrmar a unidade da Gnose, os autores
tiveram que alargar o seu conceito, distinguindo Gnose em sentido lato e em
sentido estrito Ou ainda distinguindo Gnose em sentido genérico a doutrina
comum subjacente a múltiplas seitas e as Gnoses específcas de cada seita.
Vimos ainda que se registra uma certa consão entre Panteísmo e
Gnose, ora apresentadas como sistemas opostos (pelo menos no que concerne
ao Cosmo e matéria), ora apresentados como coincidentes, a ponto de o
Dicionário de eologia Católica citar muitos autores como panteístas e
gnósticos ao mesmo tempo
O ANTOPOTEÍSMO E SUA DIVISÁO
moralemet L écessité l etrae, car elle est bie la plus rt mais la ictime se débat et
gémit si va !e troupeau des hommes. Parce quil a les relatios de sa propre rtue aec
lesemble, compris la coexité des causes et des eets, et que lééemet qui !e touche est
quue maille ifme das la chae, seu! !e sage demeure e paix Si e desti est raiso, il est
écessairemet bo, il est juste providece !e sage !adore novi e oi
O nósico, não podendo expica o ma eaio, concui ue o mundo
odo é mau e ue seu ciado é o deus do m. aí a disinção nósica ene
iindade ocula e eus ciado. 5
Sobe a exisência de duas posições anaônicas em elação ao Cosmo,
deno do Hemeismo, uma ue considea o mundo o "Pleoma do mal, e
oua ue o considea bom e mesmo diino, diz Puech ue:
... esamos aados a explic essa incoeência e esoe essa
apaene dicudade disinundose no hemeismo duas coenes
de pensameno: uma, monisa, oimisa, dominada pela noção de
um eus cósmico e ue em de uma inha diea da losoa e
da eiiosidade helênicas; a oua, dualisa, pessimisa, oienada
paa a busca de um eus absouamene anscenden, sem
eação diea com o mundo, e, esa, mais decididamene ou mais
auenicamene paecida com o nosicismo popiamene dio.
Puech considea ue essas duas coenes coespondem, de o, a duas
escolas heméicas dienes, o ue se pode compoa pelo pópio Co
Heem. Ee considea ue essa conadição não seia poeniene da
aiude pópia da Gnose, em eação ao Cosmo, mas ue seia pópia e ineio
ao Hemeismo: " [ ... ene um hemeismo losóco e um hemeismo
especicene nósico. 7
Hans onas conma a opinião de Fesuie em elação ao Hemeismo:
A eiião do Hemes Tismeiso, iso é, "Tês ezes andíssimo
oiinouse no Eio heenísico, onde Hemes ea idenicado a
To. Nem odo o co pode se consideado como ne nósica:
muias paes desse eelam o espíio de Paneísmo cósmico muio
sepaado da iolena denúncia do unieso sico ão caaceísica
dos nósicos.
9 Entre un monisme qui simile lesprit à la matire (ou à lunivers) et un dualisme qui
condane la matir au nom de lsprit lhistoir des sectes gnostiqu et manichénn mont
6
USAS DA IIÃO DO HOMEM
I. Gno se ou
tropoteísmo
m1st1co
{. Especulativa - }
Inteligência (intuição) Orgulhosos
ma
da o -
. . ' ,, 2 . M'1st1
ou espt 1sta de
tropoteísmo
ou ligião do
Homem Homem
II. Pteísmo ou
,
ntropote1smo
{.
Rcionalisa
Ineligência
Sensua1s
}
naturalista 2 Maerialista crso - rpo
Vonade
1 1 En tto que el hombre no haja acabado su identicación con la natural el otro hombr
en tanto que continue siendo prisionero de determinaciones separaciones la única tarea, a la ve
A ANTIMETAFÍSI DA IIÀO DO OMEM
chose matérielle, est l'oeuvre abjecte du Démiurge inérieur ou du Principe du m; dans le temps
et par le temps, notre vrai moi", spirituel ou lumineux par essence, est enchané à une substance
étrangre, à la chair et à ses passions ou aux ténbres de la Matire. Idem. Ibidem, pp. 245-246.
118 ..] le temps que résulte de l'oeuvre démiurgique n'est plus l'image la plus parite qui
soit, l'imitation à son rang - la plus fdle de l'éternité, mais un pseudos, un mensonge", une
imposture et une caricature: à la limite, une illusion. Idem. Ibidem, p 2 56 .
1 1 9 En ce sens, l'attitude gnostique semble rejoindre celle de l'hellénisme, sau que, là o le
Grec voit image nécessaire et vraie de 'éternité, le gnostique voit caricature et mensonge.
Cependant, le gnostique ne conçoit ni le temporel pur comme le chrétien ni l'intemporel pur
comme l'hellne. Ihistoire est pour lui doublée et, fnalement, absorbée en majeure partie par le
th l'intemporel, de son côté, est traité mhiquement. Ou, si l'on veut, le monde intemporel
essa revolta e negação do tempo que leva a Gnose a negar a história,
a ter horror dela O gnóstico, então, sonha com o paraíso terrestre inicial ou
com a realização do milênio E, para ele, o paraíso original e o milênio acabam
sendo coincidentes, no sentido de que ambos negam as vicissitudes da história
e do tempo
Mito e Apocalipse são constantes no pensamento do homem gnóstico
O pensamento gnóstico é, em seu âmago, um pensamento mítico
Ele é dominado pela nostalgia duma situação inicial que comanda
toda a atualidade por meio do mito da rit e da rsprung Ele é
incapaz de pensar racionalmente por conceitos ou concretamente
por apreensão, em sua singularidade, em pessoas e em eventos da
' [ 120
hstoa
E, fnalmente, há a noção de que a salvação, que para o gnosto
signifa divinização, se obtém apenas quando se consegue escapar do tempo,
maniestação da contingência
[ para o gnóstico, a salvação individual consiste na recuperação
de um estado intemporal sobre o qual o tempo não teria
inuência, livre de todo condicionamento tanto no passado
quanto no turo [ 121
prolongent en eux ou se jouent en mrge deux. I semble donc que le temporel (sous rme
de mobilité, de succession péntre lintemporel, et quà linverse, lintempore (sous rme de
trnscend tende à bsorber le tempore. En it, cest qe, dns ln et utre domine, nous
vons ire à un intemporel et à un tempore conçus tos deux pr une pensée de structure
ncirement mythique. Idem. Ibidem, p. 269
120 L pensée gnostique est, en son nd, une pensée mythique. Ele est dominée pr l nostgie
dune sittion initile qui commnde toute ctuité, pr un mythe de l et du Upn.
Elle est incpble de penser rtionnellement pr concepts ou concrtement, pr ppréhension,
dns leur singulrité, des personnes et des événements de histoire [ Idem. Ibidem, p. 267.
DIAÉTI E ANTOPOTEÍSMO: AS DUAS PONTES
ENT GNOSE E PANTEÍSMO
125 (4°) Nulla igitur Materiam in rerum natura. (I nexiste donc aucune matire dans
la nature des choses). (5°) Quidquid vero est, spiritum esse (tout ce qui est vriment est esprit).
(12°) conracos his patius constare Mndum, qui vocatur Materiaem, um revera aduc
spirituais sit, constans cetique ex divisis Spiritius, particulisve Diviniae Essentiae in mnadas
Penctavae Physica contractis et constipatis (De !emlage de picul es rmé le monde
qu on appele matériel ien quil soit en réaité spiriuel, rmé asurement d esprits en particules
visés de lessene divine, contractées et ramasées en mondes ou points physiques) ( 1 5°) Ac
proinde partiularem hunc Spiritum et pulviscula puta mmoris feri posse Plantam e plnta
Brutum, e Bruto Hominem, et Homine gelum, e angelo denique novae Terrae Coeli que
Creatorem Deum (Et, par conséquent, cet Sprit paticulier peut à partir de !exemple de la
fne poussire de marre - devenir la plnte, à partir de la plante !animal, de !animl lhomme,
de lhomme lange enfn le Dieu createur dune nouvelle erre et dun nouveau Ciel) MO,
Henri apud HUTIN, Serge. Note sur la création he trois kaistes hrétiens" in hie
éme pp. 152153.
E ainda:
A noção de fxação nos emete à Aquimia [ O voáti fxa-se
e o fxo se volatiliza Isso signifca que o espito se tona copo
e o copo espito o que taduz a paava Geitiblichkeit que
esume toda a flosofa de Oetinge
Signifca ue em Jesus Cisto o espito se tona copo e o copo
espito E univesaizando essa vedade que Oetinge decaa po
um lado que tudo é espito e po outo ado que tudo o que é
espito é também copo 1 2
Ao explana o sistema gnóstico de Simão ago afma eisegang:
Nós assistimos a uma pepétua "invesão de um conceito em seu
contáio: o go invisve se tansma no go visve o go
visve se esove po sua vez em go invisve O espiitua
tansma -se em sensvel o sensve no fm do mundo consome
se e etona ao espiitu o espito se tona copo o copo po
sua vez tona-se espito o eteno dá o tempo o tempo de novo
o eteno Deus tona-se o Cosmo o Cosmo tona-se novamente
Deus o bem tona -se o mundo mau o mundo mau é jugado e se
esove po sua vez em bem O Um tona-se muitos a puaidade
etona ao Um "o io que deságua em si mesmo dos msticos
aemães é o pensamento de Hege: "o infnito é o povi do fnito
e invesamente o fnito é o povi do infnito 1 28
uma supesa paa alguns enconta Hege de baço dado com Simão
ago e a Gnose as é eisegang quem os apesenta assim
Oetnger soose résouent à toutes es res e océtse ] ee eut être conserée
come une Gnose antgnostque DEGHY, Perre La hosohe Sacrée" n Caie d
emétme 240241
1 27 La noton e fxaton nous renvoe à ! che ] Le voate se fxe et e fxe se voatse
ea sgnfe que esrt event cors et e cors esrt est ce que traut e o Getibiceit
que resue toute a hosohe sacrée Oetnger
] Sgnfe quen Jesus hrst, esrt event cors et que e cors event esrt? est en
unversalsant cette vérté quOetnger écare une art que tout est esrt, autre art que tout
ce qu est esrt, est auss cors Ie Ibe, 247
1 28 On assste à un erétue renverseent" une noton ans a noton contrare e u
nvsbe se transre ans e u vsbe; e u vsbe se résout à son tour ans e eu nvsbe Le
srtue se ue en sensbe, e sensbe, à a fn u one, se consue et t rétour au srtue,
esrt event e cors, e cors à son tour event esrt; éterne onne e tes, e tes à
nouveau éterne Deu event e oso, e oso reevent Deu; e ben event e one
auvas, e one auvas est jugé et se résout à son tour ans e ben IUn event useurs, a
[ pois paa o gnóstico luz e espíito tudo é um São
consubstanciais Deus também é espíito e potanto luz luz
à qual ninguém pode te acesso uando o gnóstico ala em
espíito não se tata de ma alguma do espíito abstato de nossa
concepção modena paa ele o espíito é ainda matéia, mas uma
matéia extemamente tênue e leve um sopo um uido um
peme um aio de luz
Também a ciência modena é aetada po essa questão Ela que duante
uito tempo manteve uma atitude mais semelante à de Deócito do que à de
atão em ce da matéia inveteu agoa sua posição o que explica Heisenbeg:
Semelante caáte da teoia quântica já tona diícil segui
inteiamente o pogama da flosofa mateialista e desceve as
menoes patículas de matéia as patículas elementaes como
a eaidade vedadeia luz da teoia quântica, tais patículas
elementaes não são mais eais no mesmo sentido que os objetos
da vida quotidiana, ávoes ou pedas mas se apesentam como
abstações deivadas da matéia eal da obsevação no vedadeio
sentido as, se se z impossíve atibui às patículas elementaes
tal existência no sentido mais genuíno, mais diícil ainda se tona
considea a matéia como vedadeiamente eal 30
[ aa a ciência natual modena não á mais no início o objeto
mateial poém ma, simetia matemática
Essa posição dos sicos teóicos modenos é confmada po E
Scdinge que afma
Existência eal é sem dúvida um temo quase expulso po muitos
sistemas flosófcos e o seu simples e ingênuo signifcado está em
gande pate pedido paa nós
Assim paa o anteísmo, Deus se connde com a matéia que po sua
vez se espiituaiza aa a Gnose ao contáio Deus caiu na mateialidade mas
aqui também a matéia se espiitualizaá A ómula de Oetinge sintetiza bem
a dialética do antopoteísmo ce à matéia e ao espíito O espíito tonase
copo o copo tonase espíito
29 [ car pour le gnostique lumire et esprit est tout un Ils sont consustantiels Dieu aussi
est esprit et donc lumire lumire à laquelle personne ne peut accder Lorsque !e gnostique
parle de lesprit il ne sagit nullement de lesprit astrait de notre conception moderne; pour !ui
esprit cest encore de la matire mais une matire extremement tnue et lgre un soue un
uide un parm un rayon de lumire Idem Iidem pp 25-26
De passagem recordemos que para o maismo materialista o ato de
pensar é um mero produto glandular mas o pensamento seria supramaterial
Contradição? Sim segundo a lógica aristotélica e segundo o bom senso
Mas contradição aceitável pois a contradição é a alma da dialética que por sua
vez está na essência do marxismo Pela segunda lei da dialéti maista os
contrários se complementariam
Segundo Lenin:
a dialética é a teoria que mostra como os contrários podem ser e
são abitualmente idênticos em que condições eles são idênticos
convertendo-se um no outro porque o espírito umano não deve
considerar esses contrários como mortos paralisados mas como
vivos condicionados móveis convertendo-se uns nos outros 33
Lenin e Stalin citam as palavras de Heráclito: O mundo é um
todo único que não i criado por nenum deus nem por nenum
omem mas i e será uma cama eternamente viva que se aviva e
se arouxa conrme leis determiadas Diz Lenin que aqui temos
uma excelente exposição do materialismo dialético 13
Ora o que diz Heráclito? Ele afrma exatamente que os contrários são
idênticos:
coisas ias tornam-se quentes e as coisas quentes tornam-se
ias o que é úmido torna-se seco e o que é seco torna-se úmido
A doeça os capacita a apreciar a saúde Vida e morte estar
desperto ou estar adormecido juventude e velice tudo isso é
idêntico pois um se transrma no outro e o último retora ao
primeiro os divergentes concordam entre si é uma armonia
resultante das tensões opostas como no arco ou a lira Os
opostos pertecem-se mutuamente a melor armoia resuta
da discórdia e tudo se desevolve pela luta O caminno que
leva ao alto e o que leva para baixo são idênticos O camio
reto e o coleante são um só e o mesmo Para os deuses todas
as coisas são belas boas e justas os omens porém adotaram
algumas coisas como justas e outras como injustas O em e o
m são idêticos 35
De Heráclito a M a dialética é uma constante nos movimetos e
sistemas panteístas ou gnósticos e é só por meio dela que se pode compreender
a aparente oposição entre Gose e Panteísmo as duas ces do mesmo sli da
Religião do Homem
Do ponto de vista criteriológico isto é da capacidade intelectual do
omem de compreender a realidade Gnose e Panteísmo opõem-se: aquela
negando a razão e este exaltando-a
A Gnose místico-especulativa embora como vimos negue a razão é
na verdade uma rma de racionalismo absoluto que pretende comprender e
explicar o mistério divino
A Gnose apresenta-se como anticósmica mas apesar disso é
ndamentalmente naturalista no sentido de que afrma a capacidade natur do
omem de cançar o êxtase e a divinização negando pois qualquer distinção
no ndo entre a ordem sobrenatural e a ordem natural
São esses naturalismos e racionalismos absolutos que permitem zer a
ponte entre a Gnose anticósmica e antirracional e o Panteísmo racionalista
e naturalista
Por outro lado o Panteísmo cientifcista em seu aã de explicar de modo
absoluto o universo material afrma que a própria matéria é no ndo espírito
e por fm cega a negar a própria realidade material
essa ponte criteriológica entre Panteísmo e Gnose que permite
compreender como do materialismo comunista dos "enragés naceu o culto
religioso da deusa Razão durante a Revolução Francesa13 ou então como
do cientifcismo racionalista do século X i gerada a religião positivista de
Augusto Comte Do mesmo modo ainda se explica como do materialismo
cientifcista e ateu do século surgiu a Gnose de Teilard de Cardin ou
ainda como magia e cientifcismo coexistem em nossos dias O irracionalismo
nasce do extremo do racionalismo
A ciência incumbida de provar a regularidade do universo na
medida em que avança na sua investigação põe em suspeita o
racional Surge sempre o irracional no seio do racional A
ciência e o racionalismo longe de cercear o omem na estreiteza
de seus limites excitam-no em direção ao mundo que não se vê o
sobrenatural não é excluído mas confnado
A PNT DA ML
A Gnose condena a matéria ao afrmar que ela é uma ilusão e uma prisão
para o espírito divino Consequentemente ela prega uma moral ascética de
tipo budista repudiando tudo o que vem do corpo e pregando até mesmo o
suicídio Ela se opõe per diamem à moral do ramo panteísta naturalista e até
materiista que prega o goo livre de todos os preres
Entretanto os gnósticos afrmam que quando o omem alcança a "união
mística pelo êxtase ele atinge um tal nível de perição que seu ser se nde com
o próprio Deus Desse modo então o omem se situa acima de toda lei moral
e tudo passa a se permitido paa ele
Para alcançar o êxtase e a divinização os messalianos também camados
eucitas tinam
um noviciado de três anos a mais igoosa abstiêcia
Mas uma vez que a união com o Espírito Santo fcava completa
nada impotava mais O pecado ão era mais possível O iniciado
podia reentrar no mundo e levar uma vida luxuiosa e devassa sem
nenum perigo para sua salvação pois era a parti de então ua
parte de Deus 38
Na Idade Média os Irmãos do Live Espíito tia atitude tão
semelante a essa que muitos istoriadores segundo Norman Co veem o
messalianismo a origem dessa seita medieval
A eresia do Livre Espírito se defne sobetudo pea atitude do
adepto para consigo mesmo Estava-se pesuadido de te atigido
uma pereição tão absoluta que não e ea mais possível peca
Apesar de gandes dieenças em suas consequências páticas
era ceto que essa atitude podia cega ete outas coisas ao
antinomismo O omem perito "podia sempe cocluir que
tina o direito ou mesmo o deve de utapassa além dos tabus
geamente admitidos 39
Este mesmo auto cita uma cata de Santa Idegada em que ea acusa
o also ascetismo e o antinomismo dos Irmãos do Livre Espírito la ala de
eéticos que
não contetes de negar todo o valo da eucaistia e de codea
o estado matrimonial consideram-se igualmente abilitados
a igoa os madametos de Deus e a vive come seu
1 38 [ ] u vici de tis s iplic l plus iueuse bstiece s ue s e
l'ui vec e Sit-Espit tit cplte ie 'iptit plus e pc 'tit plus pssble
Iiti puvit ete dns le de et ee ue vie de luxue et de dbuc ss ucu e
pu s sut c il tit dsis ue pte de Dieu RNCI Steve Le manicéme
méieva, p 27. Nt d ut c tes de su fçã Ruci ct St Ep
x Css; e Tite de Csttipl
1 39 Iesie du ibe Espit se dfit sutut p l'tttude de l'depte eves lui êe I
tit pesud d'vi tteit ue peecti si slue qu'il e !ui tit plus pssile de pce
l des des dieces dns ses cseueces ptiues il tt ceti ue cette tttude
prazer. Esses, continua ela, começam por enaquecer seus corpos
por jejuns prolongados depois, sentem-se livres para saciar seus
desejos mais lascivos. 0
Nas antigas seitas gnósticas, encontra-se a mesma moral dialética que
passa do ascetismo ao antinomismo. Para o gnóstico Basílides, por exemplo:
[ ...] todo o pecado do omem está em seu desejo, na vigorosa
vontade de poder, que o leva a querer ultrapassar sua natureza.
Toda aspiração contra a natureza, tanto a ascese quanto o desejo
de ultrapassar os limites fxados ao omem pela natureza e
vontade concordante de Deus, toda aspiração deste gênero é
pecado [ .. .]. Todo desejo deverá, portanto, ser abado pela ro,
e principalmente os desejos sexuais, porque o instinto de gerar
representa aqui a nção central do omem.
Entretanto, o sistema de Basílides degenerava depois no culto mais abjeto
possvel. 2
Baslides proclama que é normal e necessao abjurar sua é
para escapar a isso [à perseguição romana]. Da mesma rma,
o desejo sexual não deve ser contido pelas instituições que por
todo lado tentam canalizá-lo em direção a rmas sociais, ele
deve se acalmar livremente, por si mesmo, ra de toda ligação
aetiva e matrimonial. 3
Para os Carpocráticos, o mundo e a matéria eram obra de anjos ineriores
e aprisionavam o espírito. O autor da Lei, o Deus dos judeus, seria o deus mau.
Era preciso destruir a lei para se salvar. Daí pregarem eles a comunidade de bens
e de uleres. Todas as ações seriam, pois, permitidas. Enquanto o espírito
140 [ ] non contents de ner toute valeur à l'eucharste et de condamner l'tat de marage, se
consdrent galement halts à gnorer les Commandements de eu et à vvre selon leur on
plasr Ces gens, porsut elle, commencent pour alr leur corps par des jees prolongs; aprs
quo, ls se sentent lres d'assouvr leurs dsrs les plus lasc Idem Idem, p 1 5 1
1 4 1 [ ] tout le pch de l'homme t son dr, l'le volont de pce qu le
poe à voor dper sa natur Toute praton contr natur, a en que le dsr de
chr les lmt fxs à l'homme p la naure et la volont concorte de Deu, toute praton de
ce gen t pch [ ]. Tout dr devra donc êt tou p la rason, et avt tout l drs suels,
l'nstnct nque prente c la non nrale de l'homme LEISEGG, Hans L Gnose
pp 163-164
142 C Idem Idem, pp 1 7 1 , 1 73 e 177
143 Baslde proclame qu'l est normal et ncessare d'ajurer sa pour s'y soustrare [à
não permitisse ao corpo praticar toda violação da lei ele seria condenado a se
reencarnar Daí os Carpocráticos se entregarem a todas as piores aberrações
[ para encontrar a origem pura do desejo e a verdadeira Lei os
Carpocráticos devem violar por toda parte e em toda ocasião as
leis enganadoras deste mundo a imoralidade erigida em sistema
racional a não submissão total elevada ao nível de via libertadora
segue em resumo o que um autor do tempo traduziu nesta e:
O omem para ser salvo deve segundo eles perpetrar todas as
ignomínias possíveis 5
Hans Jonas afrma que [ a expressão mais pura e mais radical da
revolta metaísica é niilismo moral
Cita então Santo rineu para comprovar sua afrmação De to
Santo rineu mostra a estrana duplicidade da ética gnóstica ao explicar o
comportamento dos pneumáticos psíquicos e ílicos:
Os omens psíquicos são educados com ensinamentos psíquicos
confrmados pelas obras e a é simples e dizem que esses omens
somos nós que pertencemos à Igreja e que por isso nos é indispensável
boa conduta de outro modo é impossível a salvação Eles porém se
salvam não pelas obras e sim por serem pneumáticos por natureza
Como o que deriva do lodo não pode receber a salvação por não
ter a capacidade receptiva dela assim o elemento pneumático
que pretendem ser eles está na impossibilidade absoluta de se
corromper sejam quais rem as obras que praticarem Como o
ouro lançado na lama perde o brilo e conserva a sua natureza
sem que a lama o prejudique em nada assim dizem ees podem
estar misturados com qualquer obra ílica que não soerão dano
nenum nem perderão sua substância pneumática
Por isso entre eles os pereitos praticam sem escrúpulos tod
aquelas obras proibidas das quais as Escrituras afrmam: quem
pratica essas obras não erdará o reino de Deus Come
indierentemente as carnes sacrifcadas aos ídolos porque pensam
não ser inqinados por elas e em toda esta pagã são os primeiros
a misturarse aos estejos dos ídolos nem se abstém de espetáculos
61 Ans, osons dr que l'homme est un Deu more et qu'un Deu célese t un homme
mmortel. TRISMEGISTO, Hermes, p. 69
162 4 [ ... ] e hoc magnum et ascondum merum, quonam qua est super omna
vus, et contne omna, Anropos vour et deo hoc lum homns se dcr Salvaorm.
SANTO IRINEU. Co XI, 4 n Mgne, Vol. VII . Traduço extrda de Idem ..
Co 12 4
16 Mas l'pc de De que rme l'humé st composé de deux naur, !'une dvne, que
[ se ovimos os Nasiansenos o niverso compreende trs tios
de seres: os seres angéicos os psíqicos os materiais aos qais
correspondem trs Igrejas: a angéica a psíqica a materia; ees
dão a essas rs Igrejas os nomes de camada de eeita e de cativa 64
E epicando a Gnose de Vaentino diz Santo rine:
Dizem ainda qe esta semente é a Igreja gra da Igreja sperna
este o omem qe pretendem eistir nees: aqee qe recebe
a ama do Demirgo o corpo do odo a crne da matéria e o
omem pnemático da Mãe Amo
Há portanto - asseveram ees - rs eementos: o íico qe
tamém camam da esqerda qe á de perecer ineavemente
por não ser capaz de receber nenm sopro de incorrptibiidade;
o psíqico qe também camam da direita médio entre
pnemático e íico qe seria redzido naqee para o qa se
incinará; e o pnemático enviado para qe nido ao psíqico
por essa nião recebesse aqi em baio a sa rmação Este
eemento pnemático segndo ees é o sa e a z do mndo 65
1 64 .. .] à entendre es Nasnes 'unvers comprend tros sortes d'êtrs: êtres angéqu
es psychques es matéres auxquees correspondent tros gses: 'angéque a psychque
a matéree s donnent à tros Egses es noms d' appeée d'éue de catve. SANTO
HPÓLTO DE OMA. Phisophumea, p. 126.
1 6 6. .. .] Quod etam psum Eccesam esse dcunt exempum superors Eccesae:
et hunc esse n semetpss homnem vount ut haeant mam qudem a Demurgo
corpus autem a mo et rneum a matera sprtem vero homnem a mare Achamoth.
1 . Cum snt gtur ra terum materae (quod etam snstrum vocat) ex necesstate perre
dcunt quppe cum muam spratonem ncorrupteae recpere posst: anmae vero (quod etam
dextrum appet) cum st medum sprtas et materaes uc redg quocunque decnavert
merecer. Cristo era necessao tbém a ees pea obra de Sua
vida e por Sua morte aparente na Cruz. Enm avia os Materiais
ÀlKl ikoi ou XolKl Coikoi homens desprovidos da
gua e que reornaiam inevitavemene ao pó de onde vieram.
Entre os maniqueus avia também essa divisão dos omens em três
categorias:
Em todo caso nós temos portato três categorias de omens:
Eeitos Sodados e pecadores. Eis o que é visivemente paaeo
à tríade dos gnósticos cristãos: pneumáticos psíquicos e carnais
sarkikoi). Paraeamente á três vias ou destinos das amas após
a morte: o Eeito vai ao Paraíso da Luz o Sodado guardião
da reigião e auxiiar do Eeito deve retornar ao mundo e seus
terrores tantas vezes e por quato tempo r necessário até
que sua uz e seu espírito sejam ibertados e depois de ter vagado
ongaente aqui e i ee cega à assembeia dos Eeios. Os
pecadores caem no poder do Demnio e termin no Inrno a
Nadim}. 7
Esta divisão maniqueia e gnóstica dos omens pode ser encontrada
também entre os cátaros do Languedoc que dividiam os omens em Perfeitos
Crentes e Materiais.
natura que esta cassicação dos omens provocasse a rmação de
graus de niciação nas seitas gnósticas. Neas somente aquees que pertenciam a
grupos mais eevados tinam conecimento dos útimos segredos da seita.
166 .. . ] la plpart de setes divisaient lhmanité en trois tégories sivant la mesre
detineles divines qi xistait en haqe homme. C tégories éaent seon Vaentin: les
Spiritels (&µ /pnematikoi) qi étaient remplis de la divinité e axqels il ne lait
por être savés qe la nose e es mots de myre. Chrit ne ler avai apporé qe la
dotrine illminatrie Ensite les Psyhiqes ( Z/ yikoi) qi avaent dans lâme ne
petite étinelle mais nétaent p asrés d sat. Il devaen ire !e ien por !e mérier.
Christ ler était néessaire ex assi par ' oevre de Sa vie et par Sa mort apparente sr la
Croix. Enfn il y avt es Maeriel ( /likoi o X/Coikoi) homm dépos de
létinelle et qi retornaient inévitalement la possire do ils étaient vêns. RUNCIMAN
Seve. Le Manichme mia� p. 13.
167 En tot as nos avons on troi atégorie dhommes: Els Soldats e péhers. Voil
qi est visilement parall!e la triade des gnostqes hrétiens: pnematiqes pyhiqes
À
et haes (sarkikoi). lavenant il y a trois voies" o destinations des âme aprs la mort:
lEl va a Paradi de Lmire" !e Solda gardien de la religion et axiliaire de l E" doi
retorner dans !e monde et ses terrers" assi soven et assi ongtemps qi !e dra
Como em todo movimeto esotéico as ceças eam apesetadas com
mitos e omes dietes o que ajudava a potege o úcleo doutiáio mais
oculto como também camuava a uidade da seita pois que aos olos dos o
iiciados paecia ave uma multido de seitas distitas e o uma só
Po vezes o que se evelava os mais altos íveis ea o cotáio do que se
esiava os pimeios cícuos Po exemplo o gade segedo dos Assassios
seita islâmica que pegava um misticismo teivelmete ascético os pimeios
gaus ea que "Nada é vedadeio Tudo é pemitido 68
A idetidade diaética ete Gose e Pateísmo duas mas de uma
úica eligio que diviiza o Homem levaos a peguta se de to essas
duas doutias o seiam evelações iiciáticas paa dois íveis divesos
sectáios
Paeceos clao que o Pateísmo em suas mas mais elaboadas ocuta
uma Gose ulgamos pois muito possível que a Gose seja a ma eligiosa
paa os iiciados mais elevados equato o Pateísmo o seja paa os meos
etosados
Se eacioamos a cocepço do omem segudo a Gose e a diviso e
categoias que coespodeiam a essa cocepço que so tês com as mas da
Religio do Homem que so quato cosideadose a subdiviso da Gose e
do Pateísmo podeemos mota o seguite quado esquemático
Ramos da Religião do Homem Tipos de homem segundo a Gnose
GNOSE
Intelecto
ou
Intuiço
-
Místicos
intuitivos
J < ·= <
Ramo nticósmica
Espiritualista - ntimaterial
Ama - orgulho - antiracional
ou
Místico mística
Místicos
Vontade - do Amor
(Pentecostais)
\
- Atropotesmo O homem,
Homem ou � Psíquicos � Psiqué segundo a
Rligião do Gnose
Homem
Materialist
Inteligência -
PTEÍSMO ou Razão
flosófcos
Ro cósmico
Corpo - sensualidade -
Materialista - racionalista
flosófco
Vontade -
Materialist
crssos < HU= � Coro
Epcando o uadro da pgna anteror temos o segunte
O omem é um ser composto de corpo matera e ama esprtua
Ta to produz uma dvisão entre omens sensuas e omens orguosos
conrme tendam mas aos prazeres corporas ou à autoeatação pecado do
espírito
Daí a gão do Homem apresentar o Homem como Deus de duas
rmas dstntas
ara os materastas "ue tem por Deus o própro ventre o
Antropoteísmo ensna ue o Homem todo é Deus sto é ue também o corpo
é dvno o anteísmo
ara os místcos orguosos ue se jugam deuses mas ue se revotam
contra as mitações provenentes da matéra se dz ue no Homem um
espírto dvno encarcerado na matéra m a Gnose
Recordemonos no entanto de ue Gnose e anteísmo se opõem
daetcamente sto é como contrros guas A Gnose dvnza o espírto e
repuda a matéra antcósm antrracona e mgca O anteísmo dvnza
a matéra e o Cosmo é raconasta e centcsta mas no ndo a matéra sera
gua ao espírto
Entre os sensuas/ materastas podemos dstngur:
. Auees em ue prepondera a vontade sobre a ntegnca: são omens
sensuas ue pouco ou nada se preocupam com uma ustcatva
teórca ou doutrnra de seu modo de vver Querem apenas gozar a
vda o ue os eva a um materasmo grossero
Auees em ue prepondera a ntegnca sobre a vontade: so
omens ue buscam uma justcatva doutrnra para seu modo
de vver edonsta e naturasta Isso os eva a eaborar ou a acetar
osoas ue negam toda transcendnca o caso oje de mutos
comunstas e na tigudade dos epcurstas Isso no sgnca ue
todos os comunstas seam do tpo sensuaosóco mutos dees
podem tender mas para o orguo do ue para o sensuasmo mas
ue normamente o processo crteroógcomora de sua attude
cosste em passar do sesuasmo à ustcatva osóca e ue à
vezes até aguns dees passam ao ramo gnóstco
Pantestas
{l. Materistas crasos
2 Materialistas losócos
Gnósticos
{. Espiritalistas volitivos
2 Espiritalistas intitivos
Notase por esse esema ma crescente espiritalição e vai desde
os materialistas crassos até os msticos/espiritalistas intitivos.
Se zermos a correspondência entre esses atro grpos antropotestas e
os três tipos omens segndo as seitas gnósticas temos o seginte:
Materialistas crassos correspondendo aos licos aos uais poco o
da se reveava da dotrina antropotesta.
. Místicos intuitivos puramente espiritualistas correspondendo aos
Pneumáticos que eram os únicos a conecer os mais prondos
arcanos do Antropoteísmo.
A passagem do Panteísmo para a Gnose por meio desses quatro grupos de
nosso esquema é de natureza lógica e ética. Isso não quer dizer que essa passage
sse necessária para todos os iniciados.
istoricamente podese provar que ouve passagens paradoxais
surpreendentes de grupos ou indivíduos materialistas para o misticismo e
viceversa. Porém é impossível provar (ou negar com documentos que o
Panteísmo é uma mera etapa iniciática para a Gnose. A prova permanecerá
preponderantemente no campo especulativo losóco e ético embora como
dissemos aja muitos casos istóricos que evidenciam que Gnose e Panteísmo
são vasos comunicantes.
Cremos que a distinção apresentada nesse quadro entre Gnose e Pantes
como dois ramos de uma única religião que camamos de Antropoteísmo ajuda
a deszer um grande número de equívocos e consões. m gera os autors
não azem essa distinção. Muitos usam Gnose e Panteísmo como sinônimos.
Também é comum que os autores cem com o nome genérico de Gnose a
religião única que se percebe existir por trás de tantas seitas e sistemas losócos
do Ocidente.
O Padre Festugire ao tratar do probema da ama em sua obra sobre a
Revelação do ermes Trismegisto mostra que gnósticos e lósos trataram da
questão da alma de rma diversa e que essa dirença rma i causada pr
uma diversa atitude de espírito.
O sábio grgo tem por objetivo conecer e compreender toda a
reaidade para admirar nla a bela ordnação. Seu ideal é de
todo puro. le se satisz inteiramente quando atinge esse objetivo.
sse ideal permanecerá tradicional na sabedoria grega até o m [ ... ]
Mas existem no II e III séculos de nossa era muitos omens que
não se satisazem mais com o puro desapego do contemplativo
muitos omens inquietos atribulados que aspiram serem savos.
O que les importam as opiniões divergentes dos sábios U
único ensinamento les basta que seja o verdadeiro e que os salve.
visto que a salvação se dá na união com Deus que essa doutrina
verdadeira seja portanto também um camino de vida um modo
de atender a Deus.
Ora podese ir a Deus pelo conecimento da ordem do mundo
e das leis do céu estrelado A ciência da Astronomia e todas as
outras ciências que a troomia supõe podem levar a uma
es e a ma ma reaão mais imediata e mais direta isso
decorre e na tradião atnica se abandona da em diante a
corrente cósmica a corrente de Time e eis e se se er de
Einomis ara retornar ao atão daista ao atão do édon e
da Reúbica e faz da ama m & ma esécie de orma
srasensve irmã da Ideia a de es Qe o omem "se
cone' e ee "conecer a es
omo enm se est cansado do ar io etéreo da cincia ra
e se tem necessidade de caor e de vida é sob a rma do mito
e se revestirão essas dotrinas Ora não é isso também m
retorno a atão? reciso rocrar otro modeo? Resmindo
esto ersadido de e este retorno às dotrinas daistas e à
rma do mito é m retorno ao atonismo do édon e e
esse retorno é comandado ea atmosfera esirita da éoca: o
desgosto do racionaismo o desejo de ma fé o desejo de ma
verdade simes e vivicante e roorciona a az da ama
nma nião com es
169 sage grec a pour but de connatre et de comprendre tout le réel pour en admirer a bele
ordonnance Son idé est de &mp oute pure I est entiremet satisit quand il y atteint
Cet idéal restera traditionel dans la sagesse grecque jusquà a n [ ] Mais il y a, au II• et au III•
sicles de notre re, beaucoup dhommes que le pur détachement du contempatif ne satist
pus, beaucoup dhommes inquiets, troubes, qui pire à être sauvés Que eur importent les
opinions diverses des sages? Un seul enseignement su, qui soit e vrai et qui les sauve t
puisque le salut est dans union à Dieu, que cette doctrine véritable soit donc aussi une voie de
vie, un moyen d atteindre Dieu
Or, on peut aler à Dieu par a connaissance de ordre du monde et des lois du ciel étoilé L
science de astronome et outes les autres sciences que lastronomie suppose peuvent conduire à
une mystique Mais on est las de ces sciences, de a diaectique, et de la physique, et des preuves
rationnees de lexstence de Dieu On veut entre le et Dieu une reation pus immédiate et
plus directe De à vient que, das a tradition patonicienne, on abandonne désormas le courant
cosmique, le courant du Timée et des Lois et, si on veut, de pinomis, pour retourner au
Paton dualiste, au Paton du Phédon et de a pubique, qui fait de âme un & une
sorte de Forme suprasensibe, soeur de Idée, le de Dieu [ ] Que lhomme se connaisse, et il
"connatra Dieu
Comme enn on est as de lr oid, étherée, de a science pure, quon a besoin de chaleur
et de vie, cest sous a rme du mye quon revêtira doctrines Or nestce pas, à encore, un
rtour Paton? aut cercher autre o? Pour tout re un mot, e suis persua ue ce
retour au doctrn ust et a rme u me t un retour au patonisme du Phédon, et
Se esuematirmos esse texto do adre Festugire, teremos o seguinte
uadro:
Corrente cósmi: monista, otimista a matéria é boa),
racionista Deus é identicado com o Cosmo
radição
atnica 2 Corrente gnóstica: duaista, pessimista a matéria é má em
si mesma), antirracionaista, mística Deus seria hipercós
mico e o universo seria um cárcere para o espírito divino
nee aprisionado.
1 86 [ ] nous distinguos une couche juive qui sest superposée à la couche paenne ou est entrée
en composition avec celleci Idem Ibidem, p 172
187 [ ] en un sens la Gnose chrétienne sort de ce que on peut appeler: la "Gnose juive
peut-être, de ce que es hérésiologues désignaient du nom dhérésies juives Déjà, en 1898,
Moriz Friedlnder avait lancé lidée dun gnosticisme juif antérieur à la Gnose judéochrétienne
et chrétienne et dont les débuts concideraient, en it, avec lhellénisation du judsme dans
la Diaspora Les représentants en seraient les minim quanathématise la littérature talmudique
Idem Ibidem, pp 172-173
1 88 I est trs vra quil y a une Gnose juive, ou plutôt que est dans le judsme quon voit dabord
apparatre quelque chose de semblable à la Gnose (comme d ailleurs au christianisme) Philon en est
Para confrmar sua posição, Pétrement cita longamente Edouard Zeller
a respeito das inuências possíveis no neoplatonismo e no neopitagorismo, que
ela considera tendo os traços ndamentais da Gnose Zeller mostra que essas
inuências poderiam ter provindo do Egito, da Caldeia, da Pérsia ou da Índia,
mas apenas de modo acidental e secundário e não essencial E diz depois
Muito mais provas poderiam ser traidas em vor da suposição
de que o judaísmo contribuiu, não somente com o nascimento
da flosofa judaico-alexandrina, mas também com o nascimento
do neopitagorismo Este, de início, como nós veremos, nasceu
segundo toda a verossimilhança em Alexandria, exatamente como
aquela, isto é, no mesmo lugar onde o contato entre o judaísmo
e a flosofa grega i o maior e o mais prondo; e crer que, nesse
comércio, os judeus se comportaram de uma maneira puramente
passiva é bem dicil Além disso, há no judaísmo, e levado ao
mais alto grau, essas características nas quais nós reconhecemos
os pontos de contato essenciais do pitagorismo e do patonismo
tardios com o modo de pensamento orient de um lado, a
elevação do divino acima do mundo, de outro lado, a crença nas
revelações imediatas, e a rma proética e estática dessas revelações
A religião judaica é também, por seu caráter ético e seu severo
monoteísmo, muito mais próxima dos sistemas dos quais saiu o
neopitagorismo que das religições orientais da natureza sobre o
terreno do judaísmo, na seita dos Essênios, que nós encontramos,
como mostraremos mais adiante, alguns dos primeiros sinais da
existência do neopitagorismo Ademais, na especulação do judeu
de Filon, o gênero de pensamento que é comum às duas partes (o
alexandrismo judaico e grego) se desenvolveu mais rápido e mais
poderosamente que na cultura helenística antes de Plotino Não
será uma suposição por demais audaciosa dizer o alexandrismo
judaico e o grego estão unidos em sua raiz, e toda essa maneira de
pensar resulta do contato e mistura dessas duas culturas, a judaica
e a grega
e judaisme ocie, a reigion nationae De même les sseniens étaient une secte, ils résaient de
suivre certaines prescriptions de la Loi L Gnose, non moins que le christiisme, apparait d' abor
ch es Jui mais ce sont des Jui qui s'epposent au judaisme traditionnel, ou qui tout au moins
s'eorcent de e transrmer judaisme a été dépassé par les Jui eux-mêmes PÉTRMNT,
Simone de Le me ch Pon s oses e mnchéens p 239
1 89 Bien plus de preuves pourraient être apportées en veur de la supposition qui !e judaisme
a contribué, non seulement à a naissance de a philosophie judeo-aexandrine, mais aussi à la
naissance du neo-pythagorisme D'abord ceui-ci, comme nous le verrons, est né suivant toute
vraisemblence à exandrie, tout comme cele-là, c'est-a-dire, dans le lieu même o le contact
Por a ve, ran, remindo a opinião de divero hioriadore, jlga
qe h qaro povei origen para a noe:
egno a opinião de divero hioriaore, o gnoicimo e
originaria: 1° da looa helenica; 2° da religiõe orienai,
em paricar a do Ir ; ° do criianimo; 4° do jdamo
heerodoxo
Da rê povei origen que apreenamo, ran acaba preerindo a
úlima
im, porano, algn, ao meno enre o mai caracerico
do iema gnóico, mergham a rae no jdaímo
Ma o gnoicimo não deve er coniderado por io jdaico
Nenhm do mere gnóico conhecido em m nome jdeu
e o doore rabnico do éco II e III moram baane,
pela la conra o minin o "herege , o horror qe he
inpirava a dorina dalia Devee perceber ambém que
o rabino não reeem em a oidade o divero apeco da
experiência religioa qe e enconra no eio do jdamo, ane
da omada o da derição de Jeralém H basane dimo
na lieraura apocalpica, ainda qe a premacia de De a eja
empre manida Ma o gnóico vão mio ém do penameno
apocapico e mere alve e enam coniderado como o
único jde verdadeiro, ma é cero qe o doore rabnico
mai aoriado não o conideravam como ai De o, o
gnóico deveram er ido o apóaas do jdamo, porque não
idenicavam mai o Criador com De, não e seniam mais
vinclado à Lei de Moié e não criam mai na reurreiç o
lequels nous avons reconnu les points de contact essentiels du pythagorisme et du platonisme
tardifs avec le mode de pensée orienta: d'une part l'elevation du divin au dessus du monde,
d' autre part la croyance à les revelations immédiates, et la rme prophétique et extatique de
ces révéations La religion juve est aussi, par son caractre éthique et son sévére monothéisme,
beaucoup plus proche des systmes d'o est sorti le neopyhagorisme, que des religions
orintaes de la nature C'est sur le terrain du judaisme, dans la secte des sséniens, que nous,
trouvons, comme nous le montrerons pus loin, quelques uns des premiers signes de l'existence
du neopythagorisme. n outre dans la spéculation juive de Philon, le genre de pensée qui est
commun aux deux partis (l'alexandrisme juif et grec) s'est dévélopé plus vite et plus puissament
que dans la culture hellenistique avant Plotin Ce ne sera pas une supposition trop hardie de
dire: l'alexandrisme juif et le grec sont unis dans leur racine, et toute cette manire de penser
résulte du ottement et du mélange de ces deux cultures, la juive et la grecque. Idem. Ibidem,
pp. 289290, nota 1 14
190 Selon opinion de divers historiens, le gnosticisme serait sorti: 1° de la philosophie
helénstique 2° des religions orientes, en partcuier celle de l'Iran 3° de christanisme 4° du
Grant consdera que a queda de Jerusalém e o desmoronamento das
expectatvas apocaíptcas judacas concorreram para o desenvovmento da
Gnose judaca, peo menos até certo ponto Ee juga que, se se consderar a
Gnose como "um duasmo antcósmco e escatoógco, como o quer Jonas, o
duasmo escatoógco sera de orgem juda12 • Para Grant, a Gnose sera um
uto abortvo da concepção messânco-apocaípt judaca.
Em concusão, Grant consdera que:
[ . o mundo ceeste dos gnóstcos nasceu de dversas orgens: uma
mesca de deas prncpamente rananas e gregas, a heterodoxa
judaca. Os manuscrtos do Mar Morto nos mostram a que ponto
as setas judacas soeram nuênca dos concetos rananos
Quanto à nuênca da fosofa grega, do patonsmo em
partcuar sobre o judaísmo, não é necessáro para reveá-a buscar
ra da obra de Fon de Aexandra. Para compor sua magem
do mundo ceeste, o gnostcsmo tomou emprestado de todas as
partes, mas permanece o to de que suas orgens medatas ram
essencamente judacas, se não quanto à substanca, peo menos
quanto à rma 3
Fo dessa Gnose judaica prmtva que proveo a Cabaa medeva.
Gershom Schoem reconhece que entre Cabaa e Gnose há mas do que
semelhança de vsão: há gação hstórca, embora ee não dga qua seja ela.
autant considéré come jui Aucun des matres gnostiques connus ne pore un nom juif et les
docteurs rabbiniques du II• et du III• sicles montrent par leur lutte contre les Minin - les
"hérétiques -, l'horreur que leur inspiraient les doctrines duistes. I ut se rendre compte aussi
que les rabbins ne retent, pas ds leur totalité les divers aspects de l'expérience religieuse que
se rencontrent au sein du judsme, avant la prise ou la destruction de érusem. I y a beaucoup
de dualisme dans la littérature apoyptique, quoique la suprématie de Dieu y soit toujours
maintenue. Mais les gnostiques vont bien au-delà de la pensée apocayptique. eurs matres se
sont peut-être considérés comme des ses juifs véritables, mais i est certn que les docteurs
rabbiniques les plus autorisés ne les considéraient pas comme tels. n fat les gnostiques ont d
être des renégats du judasme parce qu'ils n'identiaient plus le Créateur avec Dieu, ne se sentaent
plus tenus par la Loi de Mose et ne croyaient pas à la résurrection. Idem. Ibidem, p. 30
192 C Idem. Ibidem, p 37
193 [ ..] le monde céleste des gnostiques est né de diverses sources: un mélange d'idées
principement iraniennes et grecques, l'hétérodoxie juive Les manuscrits de la Mer Morte nous
montrent à que! point les sectes juives ont subi l'inuence des conceptions iraniennes. Quant à
celles de la philosophie grecque, du platonisme en pticulier sur le judsme, il n'est p nécare
pour la déceler de chercher lleurs que dans l'uvre abondante de Philon d'Alexandrie Pour
Para a escola teosófca do cabalsmo, que, além de uma ítda
semelhaça em perspectva, estava, através de certos caas,
hstorcamete lgada ao gostcsmo, tratavase de to de uma
questão dametal [saber qual era a te do mal]. 94
Noutro lugar dz Scholem:
O cabalsmo, em outras palavras, ão é dualsta, embora
hstorcamete exsta uma estreta coexão etre sua rma de
pesar e a dos góstcos, para quem o Deus oculto e o Criador são
prcípos opostos. 95
Doresse, depos de ctar mutos temas comus à Gose e à místca judaca,
afrma que é dscutível que exste uma lgação etre elas e que é possível que a
Gose teha sprado o mstcsmo judaco.
Etretato, esses temas parecem tão cocordates com outros
traços de um pesameto autetcamete judaco, que a Gose
gora e que, por outro lado, goram quase absolutamete a
oção dualsta do uverso, que se seria tetado a crer que ram
as setas góstcas que receberam do judaísmo uma oa parte de
suas teoras. 96
Por fm, se se quser zer o eleco sumao dos grades surtos de
aparecmeto do ro cársco do Atropoteísmo a hstóra, deveram ser ctados:
. A relgão egípca, a hd bramaismo e budsmo), o madeíso
persa, a relgão caldaica, prcpalmete;
. Os mtos e os stéros da Gréca;
Os grades sstemas flosófcos gregos, especalmete os de eráclio
Parmêdes, Platão, o estoicsmo, o eoplatosmo;
setas góstcas dos prmeros séculos do crstiasmo: simoiaos,
meadraos, barbeogóstcos, oftas, aasseos, etc.;
. utas grades eresias pós costatiaas do mpéro oretal,
como o Docetsmo, o oofssmo e a heresia cooclasta;
No século V, há grade prolração de doutras gósticas etre os
paulicaos, o Orete, e as obras de Scoo Eríea de saac sraeli,
eoplatôco judeu do orte da rca, e etre os xiitas smaelitas.
1 94 SCHOLM, Gerson G A mticauica 237
195 Idem Ibidem, 14
196 Pourtant, ces thmes araissent si bien en accord avec dautres traits dune ensée
authentiquement juive que la Gnose ignore et que elle ignore à eu rs absolument la notion
No sélo Boomlas e Búlaros ram nóstos dos Bálãs;
No sélo XI restramse os prmeros írlos abalstas do
Lanedo e da Catalnha;
No sélo XII na Espanha esrto o "Zohar prnpal
obra abalsta ove os movmentos nósto-panteístas dos
Amaranos de Dav de Dnant dos Fratell e dos Irmãos do
Lvre Espírto;
No sélo I desenvolveram-se as setas nóstas dos Beardos e
Benos os Fedel d'Amore na Itála os Wyleans e espemente
as dotrnas místas de Mestre Ekhart;
O m da Idade Méda restra rande número de setas e dotrnas
de ndo nóstopanteísta omo por exemplo os Lollardos na
Inlaterra os sstas os Tabortas o Nomnalsmo o Mstsmo
alemão nasdo de Ekhart o mansmo talano provenente dos
Fedel d'Amore;
No slo I no Orente a maor expressão do nostsmo a
esola abalsta do Saed de Isaa Lra No Odente a Rerma e o
Renasmento ram movmentos mprenados de espírto nósto
e panteísta Esses dos movmentos são na verdade das das maores
manestações do tropoteísmo na stóra;
No sélo II a rande ra nóstoabalsta no Odente
Jaob Boehme de qem dervam o movmento petsta e o Romantsmo
alemão No orente Sabata Tzv o messas abalsta;
Do Romantsmo alemão veram as Gnoses de eel o antropoteísmo
marxsta assm omo a Gnose nazsta
Otros movmentos mas laramente nóstos de nossos das são o
Exstenalsmo as teoras edanas 9 e a Arte Moderna
Essa resenha à vol diseau é smara demas Para onrmá-la no entanto
basta onerr as obras tadas na bbloraa
Segun parte
TEIOLOG E TES DO ATROPOTEÍSO
TEINOOIA E INTOD UÇO AOS TES DO
ANTOPOTEÍSMO
228 Un des traits permanents et ndamentaux qui caractérisent la structure propre à la pensée
gnostique consiste, en eet, dans l' opposition que met celleci entre le monde, ou la création, et
Dieu univers sensible est tout entier réprouvé et jugé comme mauvais Dieu ne saurait donc être
tenu pour responsable non seulement du mal qui est dans le monde, mais aussi de ce monde qui
est m I est absolument transcenda par rapport au monde: il n'a avec !ui aucune relation,
oute relation l' abaisserait, l' asseirait, !e rendrait inférieur et souillerait son inaltérable pureté,
ferait qu'il ne serait plus Dieu, au sens suprême de ce terme Dieu n'a pas produit le monde il
ne le régi pas I n'est pas connu du monde, ni par l'intermédiaire du monde ou dans le monde,
qui n'est pas son uvre et l'objet de son gouvernement [ ] il est [ ] le "Dieu Éranger [ ] ,
"l'Autre, [ ] le Dieu nconnu, neble, Caché [ ] Au dessous de lui o u opposé à !ui, selon
nous avons aire à des duaistes mitigés ou à des dualistes absolus, distinct de !ui dans tous les
il y a un autre dieu, inférieur ou essentiellement mauvais, créateur et dominateur du monde,
un Démiurge ible, borné, sinon ignorant, ou !e Diable luimême, principe inengendré ou Prince
des Ténbres et incarnation du M en soi, sur qui pse la ute originelle ou, pour certanes
sectes, la malédiction d'avoir produit l'univers matériel et l'home chae, Dieu connu trop
connu dans son imperction ou sa méchanceté par de tell oeuvres et par la rnie des !os
qu'il impose à la marche des événeents et à créaures misérables Deux dieux donc, et dont
les activits sont tonst un Dieu du Salut et de la râce, un Dieu de la Cration et de la
Nature ou de la Matire l'un délivre de l'exstence dans le temps, l'autre !'inge et la domine
Um sera o Deus de que Basídes dz "aquee que não é verdadero
"eum qui ve non est , o outro sera o Demurgo crador que, por desprezo e
ódo, é chamado de Cosmocrator.
A Gnose, pos, evara o método da teooga negatva a ta extremo, que
negara quaquer quadade à dvndade, não reconhecendo quaquer reação
anaógca entre o ser dvno e o ser crado.
Ora, como o Deus crador dos céus e da terra se apresenta como o Ser
"go sum qui sum e como Ser semehante craturas (seres por anaoga),
emora Ee seja Ser Asouto, e as craturas sejam seres por partcpação, a Gnose
concu que é precso er uma dstnção entre Deus e a Dvndade, etre o
crador e o Deus abscondit superor.
O crador sera denomnado Deus Cosmocrator. E a dvndade sera o
prncípo de que tudo se orgnou. Essa dstnção entre "divinit e "Deus é
exposta cente no sstema gnóstco de Mestre Echart.
.. Deus, para ser verdadera causa do ser, deve estar aém do ser,
"qu nihil rmaliter in caua et cauato, si caua sit vera causa
ortanto, "eealiter non est in Deo
ortanto, Deus não sera Ser. ara Echart:
Deus e Dndade são drentes como céu e terra, como er e não
er. A dvndade é o ndo escuro no qua tod cos rmam
uma undade asouta, em que nenhuma dstnção é possíve; a
Dvndade não nada, pos nea não há nada para ser eto e, de
to, nunca procurou nada: ea hata em uma uz à qua nnguém
chega, pos está ém de toda aterdade e de toa reação; Deus,
peo contráro, é atvdade que se exteror e opera, mansta-se
nas suas craturas e vve no ser e através do ser se rconhece e se ama.
or sso, enquanto todas as craturas o exprmem, tamém Deus
transrma-se e passa, pos a vda da cratura é a vda de Deus.
229 C Idem Ibidem, p 240, nota 2
230 3,14.
231 [ ... ] Dio, per esser vera causa del essere, deve essere a di là di esso, "quia nihil est rmiter
in usa et causato, si usa sit vera usa Duncque "esse rmaiter non est in Deo MST
CT apud FAIN, iuseppe Mee Eckh e l mc edsc r sne, p.231.
232 Dio e Divinità sono direnti quanto cilo e terra, come f e non re. Da divinità é
!oscuro ndo in cui tutte le cose nnano una unitá assoluta, dove nessuna distinzione é possible
la Divinità non nulla poicé in essa non v nula da f e di o non a mai ricercato nulla
essa abita in una luce a cui nessuno giunge, poich a di là di ogni alteritá e di ogni relazione.
Para documentar seu texto, Faggn cta um sermão de Mestre Ecart em
que ee az uma dstnção entre a dvndade e Deus:
...] natureza naturada "ungenate na que sob "raone
esse et essene que et tens abscondits in se ipso, nec
generans, nec genitus est. Como "essena m one ou como
"pnipium ee é "gena nat sto é, natureza naturada,
paterndade, ecunddade. Na natureza naturada, as três pessoas
da Trndade são um, na nature naturazada são dstntas.
E mostra ogo a segur que essa dstnção de Mestre Ecart tavez tvesse
se orgnado da tese de Gbert de a Porrée, condenada no Concío de ems
em 1148:
Esta dstnção, se assm se pode chamá-a, não era nova Eugêno III
a tnha condenado na heresa de Gbert de a Porrée no Concío
de ms de 1148 confrmando soenemente que não se pode de
to negar " Quin divinit sit De et Deus divinit.
Também nos vros hermétcos se afrma que Deus é tudo e, ao mesmo
tempo, que Ee está acma de toda essênca e se dscute que nome he cabe: "Se
ee é dvno, é essenca se ee é Deus, está acma da essênca.
E anda:
Não creo que um nome, por mas compexo que seja, possa
desgnar o prncípo de toda majestade, o pa e mestre de todas
as cosas. Mas é necessáro dar-he um únco nome, ou anda
todos os nomes, vsto que ee é um e tudo é necessáro dzer ou
que todas as cosas são seu nome, ou nomeá-o com os nomes de
todas as cosas.
233 ] natura innaturata, nen nâ che sub one esse e essene q ens
e lns bscons n se so nec enens nec en es Come essen m lone o come
ncm egli genature nâre , cio natura naturata, paternità, condità Nella natura
innaturata le tre persone della Trinità sono uno, nella natura naturata sono distinte Idem bibem,
p 153
234 Questa distinzione, se cos pu chiamare, non era nuova ugenio III l'aveva condannata
nell'eresia di ilbert de la Porrée a concilio de ims de 1 148, conrmando soennemente che
non si pu aato negare Quin divinitas sit Deus et Deus divinitas' Idem Ibidem, p. 154
235 S'il est divin, il est essentiel s'il est Dieu, il est au-dessus de l'essence TSMISTO,
Hermes, p 19
236 Je ne crois pas qu'un nom, quelque complexe qu'il soit, puisse désigner le prncipe de toute
Mas o emetismo insiste mais em cama o imeio incíio de Tdo
salientando ois a ma anteísta da Reliião do omem
Tdo o qe existe ó Asclios está em Des odzido o ele e
deendente dele [ E e não dio aenas qe ele contém tdo
mas qe verdadeiamente ele é tdo Ele não tia nada de a ele
az tdo sai dele [ jamais em temo am eeceá m se
seqe em otas alavas ma ate de Des ois Des contém
todos os sees nada está a dele e ele não está a de nada 2
E não disse ainda qe tdo é m e qe a nidade é tdo oqe
todas as coisas existiam no ciado antes da ciação e odemos
camá-o de tdo visto qe todas as coisas são ses memos 28
O nóstico Basílides o sa vez cama este incíio de Tdo de Nada
o não-se asolto
Existi diz Basílides m temo em qe nada ea Esse nad não
ea ma das coisas existentes mas aa ala claamente sem
odeios sem aticios nada asoltamente existia E qando e
emreo o veo "existi' diz ee não é aa afma qe o nada)
existia mas simlesmente aa aze comeende o qe e qeo
dize E afmo diz ee qe não existia asotamente nada ois
diz ele o qe é nomeado não é amente ineximível visto qe
nós dizemos ao menos qe ele é ineximível; oa o nada de qe
alei) não é seqe ineximível O qe não é seqe ineximível
não é camado ineximível mas está iz ee acima de tod
nome qe se ossa nomea C E ,) [ Nada otanto
existia em matéia nem sstância nem sees simles nem sees
comostos nem sees inteliíveis nem sees não inteiíveis nem
sees sensíveis nem sees não sensíveis nem anjo nem omem
nem des nem asoltamente nenm dos sees qe se nomeiam
o qe se peceem elos sentidos o ela inteliência Tdo
asoltamente tdo sendo assim e ainda mais minciosamente
exclído e aatado o Des qe não é qe istótelis cama de
ensamento do ensamento e os asiianos de aqele qe não é 29
237 Tou ce qui exise ô scpios es e Dieu produi par ui e dépeda de ui .. . E je e
dis pas seueme qu'i coie ou mais que vériabeme i es ou. I e ire rie du dehors i
ou sorir de ui. [ ... jamais e aucu emps il e périra u êre quecoque c'es--dire ue
parie de Dieu car Dieu coie ous es êres rie ' es hors de ui e i ' es hors de rie. Idem.
Ibidem p. 55
238 e 'ai pas ecore di que ou es u e que l'uié es ou parce que oues choses éaie
das e créaeur ava la créaio e o peu ' appeler e ou puisque oues choses so ses
Pr Bsíides pois divindde origin er o Nd quee que não
existi oo disseos o não-ser bsouto.
Tbé Sião Mgo distingui n divindde origin que ee hv
de go ou dinam dus nturezs u out outr prente. Ess divindde
ee representv tbé sob r de u árvore.
[ ... Sião ensin que o go é o prinípio de Tudo [ ... Pr Sião
o prinípio de Tudo é u rç infnit [ ...] Segundo Sião o
go não é sipes oo ree ior prte dos hoens que
onsidera oo sipes os qutro eeentos ee te peo
ontrário dus nturezs u esondidde outr prente oo
diz Sião. A nturez out do go está esondid n nturez
prente e nturez prente deve su existêni à ntureza
esondid [ ... podese dizer que o go supreeste é o depósito
e o tesouro de tudo o que existe seres sensíveis e seres inteigíveis
ou oo os ha Sião seres esondidos e seres prentes. Ee
é opráve u grnde áore à árvore que Nbuodonosor
viu e sonho e da qu tod rne se nutre. 240
Tbé Cbl judi z ess distinção entre Divindde e Deus.
A Torá ri de u Deus que se reve e que é portnto ognosíve.
Or o Deus verddeiro seri inognosíve u Deus absconditus que os
bists hv de EinSo noe esse que signifri o Infnito s
tbé o Nd.
j'empoie e mo éai, dii, ce n'es pas pou ame que (e ien) éai, mas simpemen pou
e compende ce que je veu die. 'ame, dii, que ien absoumen néa. Ca, dii, ce qui
nommé n' es pas puemen inepimabe, puisque nous disons au moins qu'i es inepimabe
o e (ien don j'a paé) n'es même pas inepimabe. Ce qui nes même pas inepiabe nes
pas appéé inepimabe, mais es, dii, au dessu de ou nom qui se puisse nomme (C Eph. ,
21). ... ] Rien donc n'eisai, ni maie, ni subsance, ni êes sipes, ni ês composés, ni êes
ineigibes, ni ê non ineligib, ni ée sensibes, ni ê non sensibes, ni ag, ni homme, ni
dieu, ni absoumen aucun des ês qu'on nomme ou qu' on peoi pa es sens ou pa 'ineigence.
ou absoumen ou éan nsi e encoe pus minuieuemen ecu e éé, e Dieu qui s
pas, qu'isoe appee a pensée de a pensée e es Basiiens Ceui qui n'es pas [ .... SO
HPÓO DE ROM. Phsohme p. 106.
20 [ ] Simon enseigne que c'es e u qui es e pncipe du ou [ ] Pou Simon, e pncipe
du ou es une ce innie [ .. ] D'aps Simon, e u n'es pas simpe, comme e coien a
pupa des hommes, que conside comme simpes es quae éémens i a au conaie deu
naues, 'une cachée, 'aue appaene, comme di Simon. L naue cachée du feu es cachée
dans a naue appaene, e a naue appaene doi son eisence à a naue cachée ... ] on peu
die que e feu supacéese es e dépo e e éso de ou ce qui eise, des êes sensibes e des
"Saba que aquee En-So de que amos não é menconado nem
na Torá, nem nos Proetas, nem na Hagografa ou nas paavras dos
sábos tamudstas [ ... . 2
Nenhuma cratura pode vsar ao Deus desconhecdo, ocuto. Em
útma anáse, toda cognção de Deus é baseada numa rma
de reação entre Ee e sua cratura, sto é, numa manestao de
Deus em ago mas, e não em uma reação entre Ee e Ee própro.
Fo evantado o argumento de que a drença entre o deus
abscondtus, Deus em S Mesmo, e Deus em Suas manestações,
é desconhecda para o cabasmo. Esta me parece ser uma sa
nterpretação dos tos.
[ .. . a contradço mpícta entre os dos aspectos de Deus não é
sempre trazda à uz tão caramente como na mosa doutrna de
um escrtor anônmo, por vota de 100, de acordo com quem Deus
em S mesmo, enquanto Ser absouto, e, portanto, ncapaz por Sua
própra natureza de transrmar-se no sujeto de uma reveação
para outros, não é e não pode ser reerdo nos documentos da
veação, nos escrtos canôncos da Bíba, e na tradção rabínca.
Ee não é o tema desses escrtos e, portanto, tampouco possu um
nome documentado, pos todas as paavras das Escrturas Sagradas
rerem-se em útma anáse a agum aspecto de Sua Manestação
do ado da Cração. Segue-se que, enquanto o Deus vvo, o Deus de
quem estes escrtos são testemunhas, tem numeráves nomes - os
quas de acordo com os cabastas, pertencem-Lhe por Sua própra
natureza, e não como resutado de uma convenção humana - o deus
abscondtus, o Deus esconddo em S mesmo, pode ser nomeado
apenas num sentdo metaórco e com o auxo de paavras que,
mstcamente aando, não são em absouto nomes reas. 22
O Deus ocuto, o mas prondo Ser da Dvndade por assm dzer,
não possu quadades, nem atrbutos. O Zohar e os bst
gostam de chamar este mas prondo Ser de En-So sto é, o
Infnto. Contudo, na medda em que este Ser ocuto está atvo por
todo o unverso, também possu ceos atrbutos que, por sua vez,
representam ceos aspectos da nature dvna ees são outros tantos
estágos do Ser dvno e a mestação dvna de Sua vda ocuta. 23
Entre os cabstas podem ser encontradas rmações que tendem ao
Panteísmo dentfcando Deus com o unverso e afrmações caramente
gnóstcas, que negam quaquer redade ao Ser dvno e ao ser em gera.
Como exempo de tendênca panteísta, pode-se ctar, segundo Schoem,
Mosés Cordovero, que afrma:
"Deus é toda a readade, mas nem toda readade é Deus.
Segundo ee, pode-se também chamar o En-So de pensamento
(sto é, de pensamento do mundo) "na medda em que tudo o que
exste está contdo em sua Substânca. Ee abarca todo o exstente,
mas não segundo o modo em que exste soadamente embaxo,
mas antes na exstênca da substânca unfcada, pos Ee e as cosas
exstentes são (deste modo) um, nem separados nem mutáros,
nem externamente vsíves, mas Sua substânca está presente em
Suas Sefrot, e Ee Própro é tudo, e nada exste ra dEe.
A tendênca gnóstca pode ser comprovada no sentdo cabasta de En-
So como por textos do cabsta Azre:
tavez seja de nteresse nar umjeu mo místco que chega
muto perto das deas do ohar e já era usado por Iosse Gata.
A paavra hebraca para nada, en, tem as mesmas consoantes que
a paavra para eu, an - e como vmos, o "Eu de Deus é concebdo
como a etapa fna da emanação d Sefrot, aquea etapa na qua
a personadade de Deus, em uma reunão smutânea de todos os
seus estágos anterores, revea-se sua própra cração. Em outros
termos, a passagem de en par an smboza a transrmação pea
qua o Nada passa para o Eu - um processo daétco cuja tese e
antítese começam e termnam em Deus: sem dúvda, um exempo
notáve de pensamento daétco.
Vejamos agora como Azre dentfca o Ser absouto ao nada:
Se aguém he pergunta: quem é Deus? responde: é aquee que
não é defcente sob nenhum aspecto. Se he perunta: exste
aguma cosa aém dEe? responde: nada exste aém dEe. Se
he pergunta: como ez ee para trar seu ser do nada, já que a
derença é tão grande entre ser e nada? responde: quee que ez
seu ser sar do nada, não he ta nada desse to, pos o ser está
no nada manera do nada, e o nada é o ser manera sto é,
segundo o modo do ser. E a esse respeto o autor do vro Yetsura
dsse: Ee ez sar de seu nada seu ser, e ee não dsse: ee ez o ser
do nada. Isso nos ensna que o nada é o ser e que o ser é o nada.
Ora, o nada é chamado sustentador, omen. Mas o ugar ao qua
o ser está gado á onde, do nada, ee começa a ter exstênca,
se denomna é, u. os a é se reacona não cm um ser
vsíve e apreensíve nem com um nada nvsíve e napreensve
mas precsamente ao ugar onde o nada está em conexão com o
ser. Pos o ser não provém do nada por ee mesmo; ser e nada
juntos representam aquo que se quer dzer quando se trata do
ser a partr do nad. O ser não é nada portanto senão um nada
e tudo é um na smpcdade do nsepaado absouto e é a sso
que z reerênca a advertênca [Qoheet 16: não exceda suas
rças a especuar pos nosso nteecto mtado não pode captar a
pereção desta cosa nsondáve que é um com o En-so 26
Schoem depos de mostrar que essas deas sobre o Ser e o nada ram
ctadas por Reuchn porque estavam próxmas de seu própro pensamento
assm resume a questão:
Ser e nada não são portanto senão derentes aspectos da readade
dvna que é no ndo sobre ser. á um nada de Deus que dá
nascmento ao ser e há um ser de Deus que representa o nada. A
manera segundo a qua as cosas exstem no nada de Deus é ua;
a manera segunda a qua eas exstem em seu ser é outra. Mas
uma e outra são modadades do própro En-So que consttue a
undade nseparada de aguma cosa e do nada. 2
Vemos aí como a Cabaa dentfca daetcamente o Ser e o Nada e que
por sso Deus o D abscondis passa a ser ao mesmo tempo tudo e nada.
246 Si quelqu'un e deande qu'es ieu? pnds celui que n'es dcien à auun gad.
S'il e deande eise--il quelque hse his ui? pnds ien n'eise hmis ui. S'il e
deande e a--il pu si sn êe du na des là que la dience es si gande
ene êe e na? pnds à celui qui i si sn êe du nan il ne anque ien de ce fai
l'êe es dans le nan à la ie du nan e e nan es l'êe à la n ['es à die sen
le de] de l'êe. E à e sue l'aueu du ive Yesia a di de sn na sn êe e il n'a
pas di il l'êe du nan. Cei nus append que le na es l'êe es que l'êe es le nan.
O le nan es appel susenaeu en. Mas le lieu auquel l'êe es eli là du nn
il ence à avi ence se ne i enua. Ca la i se appe nn pas à un êe
visible e sisissable e nn plus à un na invisible e insasissable ais pcisen au lieu
le n es en nein ave l' êe. Ca l' êe ne pvien pas du nan à ui seu êe e na
enseble epsenen ce que l'n veu die quand il es quesin de l'êe à pai du na. êe
n'es n ien qu'un nan e u es das la siplici de l'inspa abslu e 'es à cela que
se appe l'aveisseen [hele 7, 16] n'ee pas es ces à spule ne inele
li ne peu pas sasi la pefeci de ce insdablelà qui es un ave En-S E apud
SCEM es. . Les ognes d l K p. 7.
247 �e e na e s n que d aspec e la i ivie qui es au nd suêe.
a u na e ieu ui e nassace à l'êe e il a un ê e ieu qui epsene le
na. a d les hss eise as le na de ieu es une la nie dn elles
Aexandre aan confrma isso nos seuintes textos:
"O objetivo da criação ech me-a da criação nihi é seundo
Habad zer com que o ech aquio que existe, assimiese àquio
que não existe, ao nada, ao a. Esse desínio não pode ser
cumprido senão peo homem, que existe, é verdade, no ech mas
que também é capaz de viver no a [ .. .] O a o kum o "nad',
é o kol o "tudo, enquanto que o ech o existente, é unicamente
uma rma particuar, eêmera, do a
Desse modo, Deus o absconditus a divindade de Eckhart, o in
Soda Caba) é tudo e nada ao mesmo tempo Daí a rande ei da Reiião do
omem ser que os contrários são iuais e que Deus é, conrme dizia o Cardea
de Cusa, oincina oppositorum ao que se reera Reuchin quando tratou do
Ensoph em seu De arte cabbalca
Chamase Ensoph, isto é, infnitude, aquee ser que é o mais
exceente [e] em si mesmo incompreensíve e ineáve, que se
retrai e se ocuta no mais aastado retrocesso de sua divindade e
no abismo inacessíve da nte de uz, de ta rma que nada seja
entendido como dea procedente, como divindade absoutíssima
que permanece por ócio de todas as rmas na causura de si em
si mesma nua, sem veste e sem quaquer invóucro ao seu redor,
não projetada aém) de si, nem diatada pea bondade de seu
espendor, indiscriminadamente ser e não ser, e [de ta rma que]
tudo que para nossa razão parece contráro e contraditório entre
si impique uma simpicissimamente individua e ivre unidade 24
Na Cabaa de Nathan de G, considerase que há no Eino uma
oposição duaista entre o Bem e o Ma e que ambos são eementos constitutivos
da divindade:
No contexto dessa doutrina, a desinação do Zohar para a esra do
mal como "o outro ado anha um sinifcado surpreendentemente
28 e bu de la céaion me-a de la céaion nho es - daps le Habad - de ie
de soe que l ce qui eise s assimile à ce qui neise pas au néan à l a" e dessein
ne peu êe accompli qu pa lhomme qui eise il es vai dans le yech mais qui es aussi
capable de vive dans l a [ a le km le ien es le ko le ou andis que le
leisan es uniquemen une me paiculie éphéme de l a SF, leande La
ba pp 311313
29 ominau Eoh id es inniudo quae s summa quaeda es secundum se
inmphnsii ibii in moim ua dviiais eosu e n n lumiis
inaccesbili abyo s ns cn u c hl inlliau a pd qu
aua i p ociu mni u s ia cla i ua si v
au cicumaum cu c ui pa li laa ia
novo. re-se ao "outro ado do própro En-So sto é, metade
dee própro que resste ao processo de derencação e organção
e que, por sua própra resstênca ao processo dramátco da cração,
se torna eetvamente satânca. O tehru e a "nha ret' são, assm,
concebdos como dos prncípos opostos, comparáves dudade
e a cração é um movmento daétco que ocorre entre estes dos
aspectos do En-So 2 50
Em vez de ser mutáve, o Ds abscondi estara em contínua evoução
daétca, de ta rma que a dvndade, como o Fogo de Herácto, não sera ser,
mas uxo, eterno vr a ser.
A vda íntma da dvndade consstra exatamente nesse eterno processo
de dvsão daétca nteror. A teogona gnóstco-panteísta consste na narração
de extensas e compcadas "geneaogas emanadas do ndo abssa da dvndade.
Cada seta ou pensador apresentava uma sta derente dos éons emanados
atrbundo-hes nomes abstrusos e msterosos, mutas vezes, substantvações ou
hpóstases de ações ou potêncas dvnas.
Nas Gnoses menos fosófcas, a eonoga se torna de uma extrema
compcação: veem-se mutpcar entdades do mundo superor,
quafcadas por nomes tomados não apenas do grego, mas das
ínguas hebraca, egípca, etc. Ctamos abao, ao acaso, aguns
destes nomes: Barbeô, Prounkos, Harmoze, Oroae, Davethe,
Eeeth, Monogenes, Autogenes, eema, Iadabaoth, Iao,
Sabaoth, Adoneus, Eoeus, Oreus, Astaphaeus, Mchae, Samae,
Daden, Saa, Aeramentho, Agrammakhaare, Harm, Athoth,
Sabbataos, Gaa, Anthropos, Adamas... Essas entdades parte
abstratas, parte concretas se movem num domíno ntermedáro
entre a readade e o mto; são agmentos temporas, períodos do
drama cosmogônco, demtadas e consderadas como readades
metascas absoutas (Éon também sgnf "sécuo. Essas
entdades se encarna em personagens concretos dotados de
ntegênca, de vontade, de desejos; eas agem, eas se opõem. 2 51
n conx o is docrin oaric dsignaion o spr o vil h ohr
sid" aks on saringly novl maing rrs o or sid" o En-So isl ha is to
ha h o i hich rsiss th procss o dirntiaion and organiion and hich y it's
vry rsisanc o dramaic procss o craion coms acly Saic ir and
srg lin" s concivd o opposing princips comparal to duity o mar
and rm Bo driv om s divin lig and craion is a dialcical movmn aking
plac n s o aspcs o En-So SCHOLEM rson Sbb v pp 31-3.
Trado xraída d Idm b v vol I p 9
Dans ls noss moins pilosopis léonologi dvin n compliion xrm: on
O número de emanações ou éons vara de seta para seta, ou mesmo,
tvez, de grau para grau, dentro de cada seta. gusa de exempos, daremos
agumas ctações sobre os sstemas gnóstcos de Smão Mago, de Basídes e de
Vaentno, a fm de que se tenha dea da compcação vountára e rracona das
emanações gnóstcas.
Vmos que, pa Smão Mago, exstra um "Prncípo de tudo, uma
"Potênc que ee chama de Dynams ou Fogo e que tera uma dupa natur:
uma ocuta, outra aparente, sto é, as cosas ntegíves e as vsíves, respectvamente.
Essas duas natures do Fogo rmaram uma como que árvore que é devorada
peo Fogo Desse Fogo dvno, emanaram três szíg ou pares de éons:
O mundo engendrado vem, pos, do go não engendrado. Es,
dz ee, como o mundo engendrado começou a nascer. Ee recebeu
do prncípo desse go ses raízes; é por á que começou, antes
de tudo, sua geração. Essas raízes, dz Smão, nasceram do go
por casas; ee chaa essas raízes Integênca e Pensamento, Voz e
Nome, azão e eexão. A rça nfnta encontra-se, por sua vez,
nessas ses raízes, mas em potênca somente, não em ato. Essa rça
nfnta, dz ee, é aquea que se mantém de pé, se manteve de pé
e se manterá de pé. 2 52
E Hans Lesegang, comentando esses nomes dados s emanações
dvnas, dz:
Nous e Epnoa, Phone e Onoma, Logsmos e Enthymess; trata-se
sempre, para cada um desses pares, de uma nção da ntegênca
e do ato dessa nção: o espírto pensa, a voz exprme os nomes, a
razão reete. 253
Ialdabaôth, aô, Sabaôth, Adoneus, loeus, Oreus, Astaphaeus, Mchael, Sal, Dadén, Saca,
béramentho, Agrammaamarei, Harmas, Athôth, Sabbataos, alla, Anthrôpos, Aamas
Ces enttés mabstrates, miconces se meuvent dans un domaine ntermédare entre la
réalité et le mythe ce sont des fragments temporels, des pérodes du dre cosmognonque,
spatialsées et hypostiées (ons signe aussi sicles) C enttés snrnent en des personnages
concrets dotés dntellgence, de volonté, de désr elles agssent, elles saontent HUTIN, Serge
Les Gnosqes p 0.
monde engendré vient donc du feu inengendré Voici, ditil, comment le monde engendré
a commencé de natre I a reçu du prncpe de ce feu sx racines t par là qua comencé tout
dabord sa génératon C racines, dit Simon, sont nées du u par couples il appelle racines
ntellgence et Pensée, Vox et Nom, Raison et exon L rce nne se trouve à la is
dans ces six racines, mas en puissance seulement, non en acte Cette rce nne, ditl, est celui
que se tient debout, sest tenu debout, se tiendra debout SANTO HIPÓLITO D ROMA
Phsohmen p 19.
O nóstico Basíides dá otros nomes emanações da divindade
primordial. A estrtra do pensamento, porém, é a mesma:
rine censra Basíides po ter desenvovido e mtipicado ao
innito sa teoria para le dar ma aparência de prondidade.
Do Pai não enendrado sendo esse nóstico teriam sido
enendrados cinco éons dessas ipóstases qe se podem conceber
como espaciais o temporais, como "moradas divinas e como
"sécos. A primeira era o Nos o Espírito. Dea, procede o
Verbo; do Verbo, a Reexão; da Reexão, a Sabedoria e a Força; da
Sabedoria e da Força, as Virtdes, potências e anjos peos qais, de
emanação em emanação, ram criados os cés speriores; e assim
por diante até o qarto desses cés qe tem príncipes, anjos .. , e
trezentos e sessenta e cinco rmamentos número sendo o qa
o ano i eito. 254
sistema emanativo elaborado por Valentno o mais complexo
de todos Ei-lo, segundo o apresenta Santo rineu:
Ees dizem qe existia, nas atras, invisíveis e inenarráveis,
m Eão pereito, anterior a tdo, qe camam Protoprincípio,
Protopai e Abismo. Incompreensíve e invisíve, eterno e inênito
qe se manteve em prondo reposo e tranqiidade drante
ma innidade de sécos. Jnto a ee estava Enóia, qe camam
também Graça e Siêncio. Ora, m dia, este Abismo teve o
pensamento de emitir, dele mesmo, m Princípio de todas as
coisas; essa emissão, de qe teve o pensamento, depositoa como
semente no seio de sa companeira, o Siêncio. Ao receber esta
semente, ea enravido e ero o Nos, semeante e ial ao
qe o tina emitido e é o único capaz de entender a randeza do
Pai. Este Nos é também camado Uniênito, Pai e Princípio de
todas as coisas. Jntamente com ee i erada a Verdade e esta
seria a primitiva e ndamenta Tétrada pitaórica qe camam
também Raiz de todas as coisas. Ea seria composta peo Abismo e
o Silêncio, o Nos e a Verdade. O Uniênito, tendo aprendido o
modo como i erado, procrio, por sa vez, o Loos e Zoé, Pai
254 iné poch à Basiid d'avoi dévoppé muipié à 'inni sa héoi pou ui donn
un appanc d pondu. u P inngndé son c Gnosiqu auain éé ngndés
cinq éons, - d cs hyposass qu 'on pu concvoi comm spaials ou mpos, comm
ds dmus divins comm d sics. L pémi éai os 'Espi D cuici,
pocéda b du b, a ion d a Réion, a Sagss a Foc d a Sagss d
a Foc, s us, puissancs angs pa squs, d émanaion n émanaio céés s
d todos os qu viria aós l Princíio ração d todo o
Plroa. Por sua vz ra rados lo Loos Zoé sundo
a sizíia o o a Irja. Esta sria a Odôada ndantal
Raiz substância d todas as coisas qu or ls é chaada co
quatro nos: Abiso Nous Loo o. Cada u dls é
asculino inino da suint ra: inicialnt o Protoai
s uniu sundo a sizíia à sua Enóia qu ls chaa tabé
Graça Silêncio; dois o Uniênito tabé chaado Nous
unius à Vrdad; dois o Loos à Zoé; or f o o
à Irja.
Ests Eõs roduzidos ara a lória do Pai qurndo or sua vz
lorifcar o Pai co alo d si sos fzra issõs sizíia.
O Loos Zoé rara dois do o da Irja outros dz
Eõs cujos nos diz sr sts: Abissal Consão Auératos
União Autoroduto Satisção Ióvl Mistura Uniênito
Flicidad: sts são os dz Es qu diz drivar do Loos
Zoé. Por sua vz tabé o o co a Irja roduziu doz
Es aos quais atribu sts nos: Consolador Fé Patrno
Esrança Matrno Caridad Etrno Cornsão
Eclsiástico Bavnturança Dsjado Sofa.
Esta é a toria rrada dls a rsito dos 0 Es ironunciávis
não conhcívis. Sundo ls st é o Plroa invisívl
siritual [ ] 2 55
255 1. Dicun esse quendam in invisibiibus, e inenaabiibus iudinibus pecum eonem,
qui ane i hunc auem e Poachen, e Popaoa, e Byhon von esse auem ium
invisibiem, e quem nua es capee possi. Cum auem a nuo capeeu, e esse invisibiis,
sempienus, e in genius, in sienio e quiee mua isse in immensis eonibus. Cum ipso
auem isse e Ennoeam, quam iam Chain e Sigen vocan e aiquando vouisse a semeipso
emiee hunc Byhum, iniium omnium, (e veu semen poaionem hac paemii voui) e
eam deposuisse quasi in vuva ejus, quae cum eo ea, Sige. Hanc auem suscepisse semen hoc, e
paegnanem cam geneasse. un, simiem e aequaem ei, qui emisea, e soum capienem
magniudinem Pais. un auem hunc, e nigenium voca, e Paem, e iniium omnium.
na auem cum eo emissam eiaem, e hanc esse pimam e pimogeni Pyhagoicam
quaenaionem, quam e adicem omnium dicun. Es enim Byhus e Sige, deinde us e
ehia. Senieem auem nigenium hunc in quae poaus es, emisse e ipsum ogon e Zoen,
paem omnium eoum, qui pos se ui essen, e iniium e maionem univesi Peomais.
De ogo auem e Zoe emissum secundum conjugaionem Hominem e Ecesiam, e esse
hanc pimogeniam Oconaionem, adicem e subsaniam omnium, quauo nominibus apud
eos nuncupaam, Byhon, e un, e ogon, e nhopon. Esse enim ioum unumquemque
mascuofeminam, sic niio Popaoem ium coisse secundum conjugaionem suae Ennoeae, id
es cogiaioni, quam Gaiam e Sienium vocan nigenium auem, hoc es un, ehiae, id
es eiai ogon auem Zoe, id es iae e nhopon cum Ecesia.
Assim Hans Jonas sintetiza a doutrina de Valentino sobre as emanações
divinas:
Nas alturas invisíveis e inumeráveis existe um éon pereito e
preexistente chamado PréPrincípio PréPai e Abismo Ninguém
ou nenhuma coisa pode compreendêlo (apreender conter) Ele
permanece tranquilo e em prondo repouso Com ele coexiste
Ennoia (Pensamento) também chamada Graça e Silêncio Um
dia esse Abismo teve o pensamento de projetar ra de si mesmo
o começo [princípio de todas as coisas e como uma semente ele
depositou esse projeto no seio de Silêncio [eminino coexistente
com ele e este concebeu e deu à luz o Intelecto (Nous: masculino)
que é semelhante e igu àquele que o projetou e único a
compreender (conter) a grandeza do Pai Ele também é chamado
Filho Único (onogeno) e Pai e Começo (Princípio) de todos
os seres Foi coprojetada com ele a Verdade (etheia: eminino)
e essa é a primeira e orgin Tétrade: Abismo e Silêncio e depois
Intelecto e Verdade
O Filho Único tendo compreendido por que ra projetado
projetou por sua vez Verbo (Logos: maculino) e Vida (Zoé:
minino) respectivamente Pai de todas as coisas que iam ser
depois dele e princípio e rmação de todo o Pleroma De Verbo e
Vida ram coprojetados Homem e Igreja (Eesia: eminino) e
essa é a Ogdoada primitiva Esses éons produzidos para a glória do
Pai quiseram glorifcar o Pai por suas próprias criações e fzeram
novas projeções ou emanações Do Verbo e da Vida saíram mais
dez Éons; do Homem e da Igreja doze; de modo que desses Oito
desses Dez e desses Doze i constituída a Plenitude (Pleroma) de
trinta Éons em quinze casais [ Nessa cadeia de emanações o
último Éon eminino é Sofa
Henosis uhophyes e Hedone cineos e Syncasis Monogenes e acaia. Hi decem
eones quos dicun e ogo e Zoe emissos. hopon auem e ipsum emisisse cum Eccesia
eonas duodecim quibus nomina haec donan Paaceus e Pisis Paicos e Epis Meicos e
gape eones e Synesis Eccesiasicos e Macaioes eeos e Sophia.
3 Hi sun igina eois eoum eo - nes qui acenu e non agnoscunu. Hoc invisibie
e spiiae secundum eos Peoma ipaie divisam in ocaionem e decada e duodecada
SO RE. Cont Heeses, , 1- in Migne o. . aduo eaída de dem.
l,
Con heess, , 1-.
6 Dans es haueus invisibes e innombabes i eise un Eon pai péeisan appeé
van-Commencemen Pé-Pe e bme. u ou nue chose ne e peu compende
(saisi coneni). demeue anquie e en pond epos. vec ui coeise Enno (Pensée)
appeée aussi Gce e Sience. n jou ce bme eu a pensée de pojee hos de soi-même e
Também no manqueísmo há um sstema de emanações anáogo Embora
o manqueísmo seja reconhecdo por todos como duasta e ele de to o é
notese na ctação a segur como o prncípo de bem a Luz tem certa prmaza:
ntes da exstênca do céu e da terra e de tudo que há neles houve
duas naturezas uma boa e outra má mbas estão separadas uma
da outra O prncípo bom habta no lugar da Luz e é chamado a
da Grandeza Fora dele habtam seus cnco Shin ntelgênca
Conhecmento ensamento Delberação e Vontade O p rncípio
mau é chamado de ríncpe das Trevas e habta em sua terra de
escurdão rodeado por seus cnco éons (ou undos) os éons das
rumas do Fogo do Vento da e das Trevas O mundo da
Luz az onteira com o das Trevas sem que exsta um lmte entre
eles dos (eodoro bar ona)
É mpossível não sublnhar a utlzação do termo Shin que aparece
também na Gnose mandeana e que tem importnca única na Caba Num
glossáro dos termos mandeanos Hans onas explca que nessa seta Shina
sgnifcara "morad' meu dos seres de luz ou anda glóra "aur' de luz
que cercara as emanações lumnosa como uma habtação Esse autor dz anda
que Shina tanto no maniqueísmo quanto na místca judaca exprmra uma
personfcação
No manqueísmo Luz e Obscurdade devem ser entenddos como
prncípos personfcações e até mesmo como regões mas prncipalmente
como rças:
aussi Fils niqu (Monogn} t P t Concnt (Pincip) d tous ls êts Fut
copojt avc lui it (Ahé finin) t tll st la pi t oiginll tad cst
b t Silnc puis ntllct t it.
Fils niqu ayant copis pouquoi il tait pojt pojta à son tou b (Loos:
asculin) t i finin) spctivnt P d touts choss qui allaint êt aps lui
t pincip t ation du Plo tout nti. D b t d i nt copojts o
t Êglis ( finin) t cst là lOgdoad piitiv. Cs Eons poduits à la gloi du
P voulunt gloi l P pa lus pops cations t nt ds nouvlls pojctions ou
anations. D b t d i soti di Eons d plus do t d glis douz n sot
qu ds uit ds Di t ds Douz st constitu la Plnitud (Plôa) d tnt Eons n quinz
coupls [ .] . Dans ctt chan danations l dni Eon finin st Sophia OS ans.
rgon osqe p. 236238.
27 vant listnc du cil t d la t t d tout c qui sy touv il y avait du naus lun
bonn t laut auvais Chacun ds du st spa d laut pincip bon sid dans l
liu d ui t on l no P d la Gandu En dhos d lui sidnt ss cinq Shin
ntllignc Pns ion ntntion ou olont Raisonnt pincip auvas st
appl Roi ou Pinc ds nbs t il du das sa t n nbs ntou d ss cinq
Eons (ou Monds) ls Eons d la Fu du Fu du nt d lEau t ds nbs. on d
as a oposição dos dois Princípios deve igualmente ser imaginada
de maneira dinmica. ais que substncias espaços personagens
e bem entendido mais que conceitos Luz e Trevas são rças cuja
expansão defniu o campo e a direção a nature. O em vai sempre
em direção ao to estendendose ao inifnito em direção ao Norte
Leste e Oeste. O al pelo contrário que tende em direção à aio
não tem expansão indefnida senão em direção ao Sul. 5
Quanto à Gnose judaica que é a Cabala a explicação que ela dá das dez
emanações divinas (sroth) é se possível ainda mais abstrusa e misteriosa que
a dos outros sistemas gnósticos.
No início quando a vontade do Rei começou a atuar Ele gravou
sinais na aura divina. Uma chama escura jorrou do recesso mais
íntimo do mistério do Infnito Ein So como uma névoa que
se rma a partir do inrme cingida no anel desta aura nem
branca nem preta nem vermelha nem verde e de nenhuma
cor seja ela qual r. as quando a chama começou a assumir
tamanho e extensão produziu cores radiantes. Pois no centro mais
prondo da chama jorrou uma nte da qual se verteram amas
sobre tudo abaixo oculto nos segredos misteriosos do Ein So. A
nte irrompeu mas não irrompeu inteiramente através da aura
etérea que a cercava. Era inteiramente irreconhecível até que sob o
impacto de sua irrupção um ponto oculto e superno lgiu. ém
desse ponto nada pode ser conhecido ou entendido e portanto é
chamado Rshit isto é "Início a primeira palavra da criação.
Harnack ando da Pistis Sophia diz que é dicil achar leitura "mais
intrincada e mais astidios' ls broié t pls tidis e que se
tem impressão de que i escrita com "o desígnio de divulgar uma insanidade
sistemátic' ssi divlr iaité sthéatiq Parece pois
que o Zohar ultrapassa a Pistis Sophia em ilogicidade e insanidade sistemática.
Do Ein So teriam emanado as dez Srot que rmariam uma espécie
de "árvore ou como que um Homem expressões que lembram o sistema de
Simão ago.
29 Mais ' opposiion des deu incipes doi égaemen êe imaginée de on dynamique. us
que des subsances, des espaces, des pesonnages, e bien enendu, pus que des conceps, Lumie
e énbes son des ces don 'epansion déni e champ e a diecion, a naue. Le Bien va
oujous ves e Hau, s'éendan à 'inni ves e od, 'Es e 'Oues. Le Ma, au conaie, qui
end ves e Bas, n'a d'epansion innie, que ves e Sud. ECH, H. C. Le Manicheisme" in
Histoir Généa ds éigo o. , p. 96.
Eis o esquema das dez emanações sefróticas saídas do Ein So tal qual
Scholem as apresenta3:
68 Si u m' appees, es mondes misanes ne me pendon pas au pige e je ne seai pas a
poie des Eons. GZ, G., 85 apud, OS, Hans. a igon nosu p.100.
69 D'o cee mue d'un gand ee es mondes e es généaions', qui evien sans cesse
dans es écis mandéens j'ai eé pa es mondes e es généaions' di e, édempeu. Pou
'me non édimée (qui peu êe cee du dempeu ui même), cee pespecive du emps es
À
souce d' angoisse. a eeu de 'imensié des espaces cosmiques épond a eeu des emps
endue Combien de emps aije déj endué e séjou du monde. dem. bidem, p. 78.
70 Le eme déon' ou sice' désigne pou es gnosiques es eniés hiéachisées de 'unives.
On ne sauai mieu epique ce eme nébueu qu'en cian ces ignes de M. H. C. Puech La
Gnose es incapabe de pense aioneemen pa conceps, ou concemen pa appéhension,
dans eu singuaié, des pesonnes ou des événemens de 'hisoie, es conceps deviennen
pou ee des schmes au conou ma déni, des Eniés miabsaies, mi conces, mi
pesonees, miimpesonees, des éons' . . des agmens de duée ou des péiodes de emps
spaiaisées e hyposasiée es éemens ou es pesonnages d'un dame myhoogique e de
É interessante notar que essa ambiguidade do termo grego éon é muito
semelhante à ambiguidade de sentidos da expressão bíblica a que signifca
ordinariamente séculos e secundariamente mundos Segndo Hna Zakarias
que dá essas explicações sobre o signifcado de em hebraico não há expressão
para designar mundo A palavra grega Cosmo só aparece nos livros dos acabeus 7
Uma última observação a respeito dessas emanações gnósticas é sobre o
caráter claramente sexual de sua dialética que em certas seitas acabou levando
a cultos aberrantes e a práticas monstruosas como por exemplo entre os
carpocráticos
Também nas emanações sefróticas da Cabala se encontram traços de
uma religião sexu
[ a sigízia do masculino e do eminino cuja introdução no
mundo dos éons coloca a Cabala de uma maneira muito clara no
quadro da tradição gnóstica7
Os cabalistas afrmavam que a sefroth Yesod era o princípio masculino
divino e que a sefroth alkult ou Shehiná era o princípio minino da divindade
Pois a sefroth Yessod [simbolicamente o phall] do Soente
Duradouro nunca agiu na criação do mundo [pela união com sua
consorte mas exclusivamente por meio da união [do Soente
Duradouro consigo mesmo pois apenas no fnal dos tempos
ele se unirá com sua consorte as quando chegar o tempo de
o mundo ser renovado por uma simples vontade então a união
do Soente-Duradouro com sua consorte ocorrerá e se produzirá
o mistério da alma do messias da Casa de David que está no
mistério da iechidá [o mais alto grau da alma e então haverá
permanência construção e domínio 7
Também o signifcado do nome Faraó atribuído ao essias estava ligado
ao culto ico 7
27 C S, Hanna. De Moise à Mohmme-Islm ensejive, vol. pp. 2-26.
272 [ .. ] a syzygie du mascuin et du féminin, dont introction dns !e mone es éons place la
Kabbae, ne çon rt nette, dans le cre de a traition gnostique. SCHOLEM, Gerson G.
Les oignes d l bbe p. 6.
273 For the sera Yesod symboicaly, the phalus] of the Long Suering One never acted in
the creation of the word [by way of union with his consort, bt exsively by way of union]
with himsef, r only at the end of days wil he nite himself with his consort. But when the time
comes r the world to be renewed by his simple will, then the nion of the Long-Sering One
with his consort wil tae place, an it wil proce the mystery of the so! of the Daviic essia
who is the mystery of yehida [the bighest type of soul], a then tere shal be permanence
Se se procurar reduzir os mitos das emanações eônicas a um esquema mais
simples poderseia dizer que os éons eram para a Gnose partículas resultantes
da divisão dialética da divindade Tais partículas se opunham dialeticamente
umas outras de modo que podia dizer que elas eram absolutamente iguais e
contrárias entre si
A igualdade absoluta entre os éons azia com que eles não tivessem
consciência de sua limitação O todo estaria em cada parte e cada partícula
conteria o todo Cada éon "viase nos outros éons de modo que ao contemplar
o conjunto do Pleroma cada partícula viase no todo e julgavase o todo e ao
mesmo tempo porque não tinha consciência do que era julgavase nada Em
cada éon portanto repetiase a diética (Tudo = Nada) que havia na divindade
primordial
Se se compara a situação das partículas no Pa-Bths com a situação atual
dos seres no universo verifcase que o que distingue os éons é sua impessoalidade
sua não individuação Cada éon não possui no Pa personalidade própria mas
az parte do ser coletivo e por isso cada éon é tudo
Uma gota d' água no oceano (supondose a igualdade absoluta das gotas}
verseia em todas as gotas e julgaria ser o próprio oceano (tudo} e não teria
consciência do que era Seria como se sse nada como se não existisse
Na Gnose bramnica dos Upanixades ensinavase que rman era a
palavra criadora e a essência do universo Cada ser material teria dentro de si um
tman (alma espírito} Porém cada ser existente seria parte e rmaria uma só
coisa com o rmantudo de onde a órmula upanixade:
"Isto tu és tu és intimamente o brman; o teu tman é o brman porque
o brman é um tma' 75
E ainda: "O tman cósmico o tman absoluto eis o que tu és 7
No comentário de A Bhagavad Gta já citado o proessor ertolaso
Stella diz que "Çamkara explica que o eu é um agmento do Supremo da
mesma maneira que o espaço num vaso ou numa casa é uma porção do espaço
universal 77
E já antes dissera o mesmo autor:
[ ] por grande Âtman se entende o inteleco cósmico e que é
emanação a bi ou inteligência individual um é puro sujeito
do conhecer a outra é propagação individual caduca 7
275 C POVANI Umberto et CASTAGNOLA Lís. H Fsof, pp. 16-17.
276 âtman cosmqe âtman abso voà ce qe t es. CURSEI Masson. Les regons de
A situação de inconsciência dos éons no leroma e sua igualdade asoluta
sua identicação com o todo sua lta de individuação determinavam neles
ausência de qualquer limitação e portano de qualquer desejo Nem matéria
nem tempo nem ignorncia ou curiosidade de saer nem lei ou regra limitavam
os éons gualdade asoluta produzirá neles quietude e elicidade asolutas
Notese que para o udismo por eemplo ser é soer e a causa do
soimento é o desejo; para não soer é preciso liertarse do desejo e do ser
Nas interpretações seualóides da Gnose a ausência de desejo proviria do
to de que a divindade seria andrógina possuindo o mascuino e o eminino
eternamente unidos:
[ ] os caalistas que se astêm de empregar a imageria seual
ao descreverem a relação entre o homem e Deus não mostram
nenhuma hesitação semelhante quando passam a descrever a
relação de Deus com Si róprio no mundo das Serot O mistério
do seo como se agura ao caalista tem uma signicação
terrivelmente pronda Este mistério da eistência humana não é
para ele nada mas senão um smolo do amor entre o "Eu divino
e o "Tu divino o Santo endito seja Ele e Sua Schehiná O hierós
gamos a "união sagrad' do ei e da ainha o Noivo Celeste e
a Noiva Celeste para mencionar alguns dos smolos é o o
central na corrente inteira das maniestações divinas no mundo
oculto Em Deus há união do ativo e do passivo procriação e
concepção da qual toda vida e elicidade mundanas derivam
[ ] A nona Será essod da qual todas as Serot superiores
soldadas na imagem do ei uem para a Schehiná é interpretada
como a procriadora rça vital dinamicaente ativa no universo
Da prondeza oculta desta Será a vida divina transorda no
ato de procriação mstica [ ] Cumpre notar que Zohar z uso
proeminene de simolismos licos nas especuações concernentes
à Sérá essod 7
4
SEUNDO TEMA: A COSMOONIA
NÓSTICO-PANTEÍSTA
SIMÁ MAG
VALNTIN
285 3. Quidam autem ipsorum hujusmodem passionem, et reversionem Sophiae, veut buam
narrant: impossibiem et incomprehensibiem rem eam aggressam, peperisse substantiam
inrmem, qualem naturam habebat mina parere: in quam cum intendisset, primo quidem
contristatam, propter inconsummationem generationis: post deinde timuisse, ne hoc ipsum nem
habeat: dehinc expavisse, et aporiatm, id est, consa, quaerentem causam, et quemadmodum
absconderet id, quod erat natum. n iis autem passionibus ctam, accepisse regressionem, et in
Patrem regredi conari: et aliquadiu ausam, tamen defecisse, et suppicem Patris ctam. Una
autem cum ea rogasse et reiquos Aeonas, mime autem Nun Hinc dicunt primum initium
habuisse substatiam materiae, de ignorantia, et taedio, et timore, et stupore.
4. Pater aautem praedictum Horon super haec per Monogenem praemittit i n imagine sua,
sine conjuge, mascuo-mina. Patrem enim aiquando quidem cum conjuge Sige, modo vero et
pro mascuo, et pro mina esse vount Horon vero hunc et Stauron, et Lroten, et Carpisten
et Horotheten, et Metagogea voct Per Horon autem hunc dicunt mundatam et conrmaam
Sophiam, et restitutam conjugi. Separata enin intentione ab ea, cum appendice passione, ipsa
quidem ina Peroma perseveras: concupiscentiam vero ejus, cum passione ab Horo separaam,
et crucixam, et extra eum cta, esse quidem spiritem substantiam, ut naturaem quemdam
Aconteceu, quando Jesus i ressuscitado dentre os mortos, que ele
passou onze anos a a alar a seus discípulos
disc ípulos e a instrui
in strui-los
-los (quem estava
estava
lá at os lugares das primeiras Ordens somente e at os lugares do
primeiro mistrio que está no interior do vu que está na primeira
O rdem, a qual o vigsimo quatro quatro mistrio, e abaixo daqueles que
estão na segunda locaização do primeiro mistrio que está antes de
todo mistrio: o Pai à semelhança da Pomba E Jesus dizia a seus
discípulos: " Eu vim desse primeiro
prim eiro mistério que é o último mistéio
isto , o vigsimo quatro e como os discípulos não sabiam e não
compreendiam que há alguma coisa dentro desse mistrio mas
pensavam que esse mistrio era o chee do Pleroma e a cabeça de
tudo
tudo o que
que existe,
existe , pois
po is Jesus lhes
lhes havia
havia dito a respeito desse
desse mistrio:
mist rio:
"É aquele que circunda a primeira Ordem e os cinco Abismos e a
grande
grande luz
luz , e, entretan
en tretanto,
to, Jesus
Jesus não tinha
tinh a absolutamente
absolutamen te dito a seus
seus
discípulos toda a emanação de todos os lugares do Grande Invisível,
nem as três Potências Tr 9las, nem os vinte e quato Invisíveis com
todos os lugares, seus Eons e sua hierarquia do modo que eles
emanaram, pois são emanações do grande Invisível, assim como
seus Inatos, seus Autogênitos seus Engendrados, seus Astos, seus
Solitários, seus Arcntes, seus Poderes, seus Senhores, seus Arcanjos,
seus jos, seus Decanos, suas Liturgias e todos os habitantes de
suas eseras e todas as hierarquias de cada uma delas, etc. 286
As paixões de Sofa, atormentada pelos poderes das trevas enquanto estava
ra
ra do Pleroma
Plerom a divino,
divin o, sua tristeza,
tristez a, seu temor e sua
sua angústia ou estupor, i que
teriam sido o elemento original da substância do Cosmo.
É o que se pode le nos Extatos de Teódoto, conme São Clemente de
Alexandria:
286
28 6 I arva
arva lorsqe
lors qe Jéss t t resssté
resssté entre les orts
o rts ql
q l psa onze à parler à ses
sples et à les nstrre (q se trovat) sqax lex es preers Orres seleent et
sqax lex preer ystre q est à lntérer vole q est ans le preer Orre
leqe! est le vngt-qatre ytre et en e n essos e ex
ex q sont as le seon Eplaeent
preer ystre q est avant tot ystre: le Pre à la resseblane e Colobe Et Jéss
sat à ses sples: Je ss ven e e preer ystre q est le erner e rner mystre est-à-re
est-à-re le
vngt-qatre";
vngt-qatr e"; et oe les sples ne savaent pas et ne oprenaent pas ql y a qelque
hose en eans e e ystre as qls q ls pensaent qe e ystre état le hef Pléroe et la
tête e tot e q exste JéssJéss ler
le r avat t a set e e ystre: C C est l q entore le
preer Orre et e t les nq
nq Go
G o
res et la grae lre
l re et epenant
epen ant Jéss navat pont t t à
ses sples tote léanaton
l éanaton e tos les lex Gran nvsble n les tros Trpes Pssanes
n les vngt-qatre nvsbles ave tos les lex lers Éons et ler hérarhe à la anre qls se se
sont éanés e sont les éanatons Gran nvsble nvs ble ans
ans qe lers Innés
Inné s lers Atog
Atognes
nes
lers Engenrés leurs Astres lers Soltares lers Ahons lers Povors lers Segners lers
Por sso, o Demurgo, tendo separado o "puro do "pesado,
enquanto que ele
ele penetrav
pene travaa a nature de cada um desses eementos
eeme ntos ,
"ez a uz (Gn ,, sto , ez aparecer esse eemento, o evou
à luz e à rma: pos, quanto à uz do so e do cu, muto mas
tarde que ee a produzu (Gn 4
E, entre os eementos hícos, ee um a partr da trsteza,
crando em sua esênca "os Espírtos do mal, contra os qus nó
temos de lutar (E 62 donde as paavras do óstoo: "Não
contrstes o Espírto Santo de Deus, no qua vó haves sdo
marcados com o seo (Eph, I } ee o outro a partr do
medo, são os anmas selvagens o outro, enfm, a ptr do estupor
e da angústa, são os eementos do mundo (co. 28 220 No
nteror dos três eementos (matera}, o go osca, dsemna,
esconde-se, acende-se por ee, morre com ee po ee não tem
lugar reservado para s como os outros elementos que entram na
corpos.7
composção dos corpos.
IQ
IQ SM
287 Donc le Démiurge ayant sépé le pur• du «lourd• en tant qu il pénétrat la natur
de chacun de éléments t la lumére• (en. 3) cest-à-dire t apparatre cs éléments
ls•amena à la lumire• et à la rme: r pour la lumre du solei! et d u ciel st eaucoup plus
tard quil
quil la produi
produitt (en 14 )
E t parmi
parmi les éléments hyliques il it lun
l un à ptir de la tristesse crant dans
dans leur ssence
ssence les
Esprits du Ma contre lsquels nous avons à lutter» (Eph , 2) do ls paroles de lôtre:
Ne contrist p lprit Saint de Dieu dans leque! vous av été marqués du scau (Eph I
30) I t lautr à partr de la crnte c sont ls anmau sauvags lautr enn à partr de
la stupeur et de langoisse ce sont les éléments du monde (col 28 220)
220) lntéreur ds trois
A Luz nada tinha para lutar e o Deus rte se recusou a enviar seus cinco
éons para lutar contra os cinco Bons das revas O Pai da grandeza ez, então, o
omem Primordial que representava o seu Eu
O omem Primordial, isto é, Ormuzd,
Or muzd, revestiu-se
revestiu-se dos cinco deuses - a
risa, o vento, a luz, a água e o go -, mas i vencido pelo Arquidemônio das
Trevas, e os cinco deuses da Luz se misturaram com as revas Daí ma do
omem Primordia ter fcado aprisionada no corpo Ora, essa ama do omem
Primordial é apenas uma hipóstase do Pai da Grandeza, mas a Luz, devorada
pelas Trevas, envenenou-as e adormeceu-as, emora fcasse retida nelas
" Por essa mescla, contudo
cont udo,, a alma se viu sumetida
sumeti da às aecçõe
aecçõess da Matéria
e, apesar de sua verdadeira natureza, degradada a participar do mal88
Para liertar o omem Primordia, o Pai ez outra emanação, o Espírito
Vivo, que, com seus cinco flhos, i salvar o omem Primordial que jazia nas
Trevas O Espírito chamou o omem Primordia e lhe deu a mão direita e o ez
sui
su irr até Deus,
De us, mas a alma permaneceu nas revasrevas
" Por essa raão,
raão, os maniqueus
maniqu eus,, quando se encontram,
encontram , se dão
dão a mão direita
em sinal de que aqueles mesmos são os que se salvam da escuridão89
Então, o Espírito Vivo venceu os arcontes e, de seus despojos materiais,
isto é,
é , de suas peles e carcaças, ez os céus e a terra Apesar disso, os arcontes não
perdem suas vidas demoníacas e continuam capazes de atuar
O Espírito Vivo, ou Demiurgo, lierta parte da luz, e, para liertar a
restante, é emanado um terceiro enviado, o Mensageiro ou Virgem de Luz
O Mensageiro organiza, então, uma "máquin' astral para salvar a Luz
ainda aprisionada Por meio das "rodas do Vento, da ua e do Fogo, a luz
liertada soe por meio da Coluna de Luz (o omem Pereito) até a Lua, que
va se enchendo de luz até fcar Lua cheia Então, a Lua derrama a luz no Sol e
para Deus, e depois recomeça seu ciclo
A CABALA
Para a Caaa,
Caaa , como é expressa
express a no Ser
Se r a
a Zohar, não havia, inici
in icialmen
almente,
te,
distinção entre Deus e a criação O universo criado seria apenas outra rma de
Deus e, como Ele, o mundo seria inteiramente espiritual
288 Par e mélange, touteis, l Âme devint sue au aetions
aetions de l a Matire et, à lenontre
de sa vrae trouva réduite à partipr
vrae natur, elle se trouva partipr au m Y Aeadre de et BOSTA,
Ttus apud A Hans "li "lio gosq p. 289
Teogonia e Cosmogonia epesentam não dois atos dieentes da
Ciação, mas dois aspectos da mesma [ . . . ] . A Cia
Ciaçã
çãoo não
não é na
nada
da
salvo um desenvolvmento externo daquelas ças que são atvas e
viva
ivas em Deus
Deus Mesmo
Mesmo [ . . . ] .
Oiginalmente, tudo i concebido como um gande todo, e a vida vida
do Ciado pulsou sem impedimento ou disce na vida de suas
ciatuas. Tudo encontavase em elação mística dieta com tudo
o mais, e sua unidade podea se apeendida dietamente e sem a
ajuda de símbolos. Apen a Queda ez com que Deus se tonasse
"tanscendente. Seus esultados cósmicos levaa à perda da
união amoniosa oiginal e ao apaecimento de uma exstência
isolada das coisas. Toda ciação ea oiginriamente de natueza
espitu e, não sse a ntevenção do m, não teia assumdo
ma mateial. 290
A Queda, que poduziu a individuação, teia sido poduzida pela 1 ª
Sefot, Mkult ou Seiná, a Sofa ineio, ao se sepaa das outas sefot. A
Seiná é a Sofa ineio isolada no univeso matei.
A cosmogonia cabalística, que considea o Cosmo oigináio da Queda
do pópio Deus, i mais desenvolvida pela escola de Sad, no século X A
fgua pincipal dessa escola cabalística i Isaac Luia:
[ ......]] a ma pela qual Luia apesentou suas ideias lemba
acentuadamente os mtos gnocos da Atiguidade. A
similaidade, clao está, não é intencional simplesmente o to é
que a estutua de seus pensamentos se assemela muito de peto
à dos gnósticos. 29 1
aa Luia, Deus, paa cia o univeso, teia se contaído paa deixa
u vazio em seu inteio, onde o univeso sse contido. Essa contação divina
é camada Tzimtzum po Luia. Deus contause, etaiuse, exilouse a si
mesmo. O Tzimtzum i um ato de negação e limitação de Deus eto po Ele
pópio, e, potanto, seia um ato de julgamento, pois todo julgamento defne,
delmita. Sendo assm, o Tzimtzum tea sido uma ação da sefoth chamada
Din ou Julgamento.
Oa, essa sefot é vista po alguns cabalistas como o lado mau de Deus.
otanto, a oigem da ciação estaia no mal dvino, em seu julgamento (Din).
Segundo os dscípulos de Luia:
[ .. . ] o pmeio ato, o ato do Tzmtzum, no qual Deus detemin
e, po conseguinte,
conseguinte, limta
limt a a S mesmo,
m esmo, é um ato de Dn que reve
revel
l
as raízes dessa quadade em tudo o que exste; essas "raízes do
ugamento dvno
dvno subs
s ubsstem
stem em mstu
m stura
ra caótc
caótcaa com o resíduo
resíduo da
uz dvna que remanesceu, após
após a retrada ou
ou retramento orgna,
org na,
dentro do espaço prmáro
prmá ro da Cração de Deus Então um segundo
segundo
rao de uz emanado da essênca do EnSo traz ordem ao caos e
põe o processo cósmco em movmento, ao sepaar os eementos
e m uma nova rma 22
ocutos e modáos em
Dentro do En So se estabeeceu, então, um processo de agressão e
regressão, de o e de reuxo, de naação e de exação, ou, como dsse ms
tarde Boehme, de concentraço e de expansão
uz dvna que restou no vazo determnado peo Tzmtzum do En
So, ura chama eschnu e o compara ao resíduo de óeo ou vnho num
recpente esvazado
ntes de r
r adante, pode ser de nteresse saentar que esta conce
concepção
pção
do eschnu tem estreto paraeo no sstema do gnóstco Basídes
que oresceu por vota de 24 dC Também aqu encontramos
a dea de um "abençoado espaço prmorda, que não pode ser
concebdo, nem caracterd
caracterdoo por
po r nenhuma pavra, embora não não
tenha sdo totmente abonado pea "Fdade, termo com
que ee desgna a mas subme rezação das potencadades
unversas Da reação da Fdade com o Espírto Santo ou
Pneuma, Basíes afrma que, mesmo quando o Pneuma fcou
vazo e separado do Fho, anda assm reteve ao mesmo tempo
o perme deste, que mpregnava tudo em cma e embaxo, até
a matéra amor e a nossa própra rma de exstênca Também
Basídes
Basíde s emprega o síme do d o vaso
vaso em que a decada agrca de
um "unguento docemente aromátco persste, anda que o vaso
sea esvazado com o mámo cudado
Aém dsso, temos um protótpo precoce do Tzmtzum no
gnóstco "vro do Grande Logos, um desses espantosos
remanescentes da teratura gnóstca preservados peas tradções
coptas aprendemos que todos os espaços prmordas e suas
"paterndades veram à exstênca devdo à "pequena dea, o
espaço que Deus deou para trás como o radante mundo de
uz quando Ee "recoheu a S mesmo dentro de S mesmo Esta
retrada que precede toda emanaço é repetdamente acentuada 23
Da uz dvna, emanado o Adão admon, o homem prmord,
prmera manestação da dvndade depos do Tzmtzum Dos ohos de Adão
admon, de sua bo, de seus ouvdos e de seu narz orravam as uzes das
sroth. Estas luzes ram reunidas em "vasos. Os "vasos que receberam as
luzes das três primeiras sefroth ram sufcientemente rtes para contá-as,
porém os vasos que receberam a luzes da sete outras sefroth se romperam.
Essa "ruptura dos vaos i que desencadeou o drama cosmogônico. al ruptura
se deu, segundo Luria, porque no vazio provocado peo zimtzum, a uz divina
se misturara com as rças do mal, as (klipot).
O mal, todavia, já existia misturado à essência divina da Sefrá do
Julgamento (Din).
Foi para se purifcar do mal que havia em si mesmo que o próprio Deus
iniciou o seu processo catárquico com o zimtzum.
Foi, portanto, a "ruptura dos vasos que permitiu a mistura da divindade
e do mal, que existe em todo o osmo.
oda a existência pasou a ser, depois disso, um processo de recuperao da
luz divina para zê-la retornar à divindade original: é o ikun dos cabistas.
TERCEIRO TEMA: O DEMIRO
Por mais que variem os mitos gnósticos, o que eles procuram explicar é o
problema do mal, que era concebido como metasico, isto é, como ser.
Sendo Deus bom, não se poderia atribuir a Ele a causa do mal. A lsa
solução i inventar um "deus mau, responsável pela existncia de todo o ma
do universo.
No maniqueísmo, o principio do mal é posto, em certo sentido, como
igua e coeterno ao em, embora, como dissemos, se possa perceber certa
primazia do Pai da Grandeza, deus da Luz e do em.
Noutras seitas gnósticas, a oposição entre a divindade suprema e o
princí
pri ncípio
pio do mal se realiza
realiza ao afrmar-se
afrmar-s e que o deus
deus criador é o princípio
princíp io do mal
mal
O deus criador é apresentado como inimigo da divindade abissal. Ele é
o "Demiurgo, éon dierente dos demais, personalizado, egoísta, porque não
"espos' a dialética; é ignorante, porque não conhece a divindade suprema e
coletiva do Pleroma, e se considera, por isso, o único Deus; é mau, porque
destruiu a elicidade divina, criando a desiguadade, a idividuação e a
personalização; é, por fm, o criador da matéria, isto é, do mal.
Quer na apresentação maniqueia, quer na órmua gnóstica, o problema
da origem do mal é apenas transerido
transerido e o solucionado: acaba-se por pergutar
como o Deus
Deus bom permit
per mitiu
iu um triun relativo
relativo do princípi
prin cípioo do ma.
ma . De
quaquer rma, ao se admitir que, metafsicamene ado, o ma existe, chega
se ao dualismo maniqueu gnóstico.
Na Gnose, o Demiurgo é sempre cosiderado mau e identifcado com
Saã e com Yahwé dos judeus, criador dos céus e da erra.
Esse é, com eeito, um dos pontos em que o rompimeto entre
mdad, aa o gnósco, ncaa como dvno um mundo o
d maéa, oano ssncalmn mau 29 5
Na Angudad agã, à vzs, sugam flósos qu junavam as ua
cons Fo o qu aconcu com Plaão, qu oa condnava
condnava a maéa, oa não,
, o sso, oa consdava
consdava o Dmu
D mug
goo como um s mau, oa como um s bom
bo m
Pac
Pac qu Plaão
Plaão não m m oda ar a msma lnguagm,
l nguagm, d
al mana qu s na oddo conc clmn o qu l
qu dz (Plon I 8, 1 2 ss) Pos, à vzs, l dsza odo o
snsv
snsvl
l cnsua a unão da alma com o coo
coo (coo
( coo,, são,
s ão, c
c ,
mundo, cavna, da d asas), às vzs ( 1 . 4 1 ss),
ss) , no Tm
Tmu, u,
lando dss unvso vsvl, lz, l dz qu a alma dada
lo Dmugo, qu é bom ara qu ss unvso sja ovdo d
nlgênca, vso qu a cso qu l ss qu l não oda
sêlo sm uma alma 296
Emboa com algumas vaaçõs, o Dmugo, cado da maéa, é
nomalmn asnado como o nmgo do Ds absodis sndo qu o
mo ma
m a cacauamn
cacauamn ou gnora o sgundo
O luga xao no qual a cso coloca o Dmugo vaava
sgundo as sas El oda s Yawé, o dus dos judus, qu,
sgundo o Gênss, z a a udo o qu sá nla Em odos
os casos, a ou gnoan d Dus, o Pmo Pnco, ou su
advsáo 29
Na con gnósca, o Dmugo é sm consdado mau o s o
cado
cado da maéa Da os gnóscos
gnósc os asnam
asn am o Dus
Dus do Ango Tsamno
sam no
como mau nmgo do Dus suo Todas a sas gnósca qu oõ o
Novo ao Ango Tsamno são nss caso Exmlo co dsso é Macon
298 st vsl t l t st l s sos l yst l É
so s Ev st l
st l v so l É st l s ot D o 'êh êt êt
t x l ott st l ot l o l
s s l l l s st Abl l t o l s SANT
st Abl SANTO O
H I Ó LITO DE ROA Phsohm 76
299
29 9 [ ] lt st
l ot
ot tot Gos s s t L Gos
son
o ê ot l su hostlt o t à son D t o s u ot
ot
s
s bllo
ram abandonados nesse mundo neror, pos tnha serdo ao
Crador e se comprazdo em sua le. 3
E o gnóstco Cernto ensnaa que:
[ ... ] o mundo não eto pelo prmer Des, mas por uma
Potênca dstnta e bem atada da Potênca que está acma de
toas as as coss que não conheca o Des que está to.33 1
est á cm de to.
O mundo eto não pelo prmero Deus, mas por m Potênca que
estaa muto longe e muto separada dele, a qua está acma do unerso, e que
gnoraa a Deus que está acma de todas as cosas.
ambém Cerdon, Cerdon , como
como Marcon
Marc on,, opun
o punha
ha o Des
Des do ntgo
ntgo estamento
ao Pa de eus Crsto:
Cr sto:
[ . . ] ensnou que o Deus anuncdo pela e e os proetas não é
o Pa de nosso Senhor esus Crsto: o prmero é conhecdo, o
egn é ncgnscíe, m t, tr m.3
Para Vaentno e seus segudores, o Demurgo er um ser gnorte que
crra um unerso crcato por não conhecer o mundo do eroma:
segrm qe o Demrgo ga ter prz tdo o de
s mesmo, mas que ra por ora e cot qe ez o cé sem
conhecer
conhecer o é, que plmo
pl mo o hmem sem conhecer o Hmem,
Hmem ,
ez parecer terr sem conhecer err, e m cm t
cosas, gnrno os moel os seres qe z. gnrn té
própra Mãe, mgn er ee t c.
3 Et Marcion, que la han du u-cratur de 'Ancin Ttant conduisit d conclsions
ais tous points de vu, nseignait que si le Chist dscndit au nrs, t uniqunt
pour sauvr Can, Coré, Dathan t Aia, aú, et touts s nations qui n rconnurnt p !e
Diu d Jui,
Jui , tandis Ara t ls autrs re aadonnés !e
ta ndis quA, Enh, Noé, Ara
monde, qui avaint sei !e createur et pris pasir sa oi. Idem. Iide, p. 3
3 . [ . . . non a primo o fctum mundum
mund um docuit,
docu it, sed a Virut quda
quda vad
vadee sepaata,
sepaata,
et distate a ea pincipitat, quae st supe universa, et ignorate eum, qui st super omnia,
Deum. SATO INEU. Con Hrs, , VI, l in Migne, Vol. VI. VI . Traduç
Traduçoo extrída
extrída de
Idem. Con Hs, , 6
3 [ ... ] ui a lg t pophtis nnuntiatus sit Deus, non Patrem Domini nosti Jsu
3
Chisti. Hunc enim cognosci, illum autem ignorai: et ateu quidem justum, atrum autm
bonum SATO INEU. Con Hrs, , I, in Migne, Vol. VI. Taduço
d Idem. Con Hss, , 7 .
extída d
33 3 Haec autem Demiurgum dicunt a semetipso uidem putasse in totum fbrise; eciss
autem ea Achamot. oelum enim cisse nscientem coelu, et hominem plasmasse ignorntem
ominem, te autem ostenise non scientem tea, et in omnius sic icunt ignorse eu
[ ]
É po isso que o Demiugo incapaz de conece as coisas
pneumáicas pensou se o único Deus e pelos poeas disse: Eu
sou Deus e não á nenum ouo a de mim Em segundo luga
ensinam que as coias espiiuais más am eias pela iseza;
daqui se oiginaem o diao que cama amém de eno do
mundo os demônios e oda
oda a susância pneumáica do mal
mal as
as
afmam enquano o Demiugo é o flo psquico da ãe deles
o eno do mundo é ciaua do Demiugo e enende as coisas
que esão acima dele poque é espio do mal ao passo que o
Demiugo as desconece po se de naueza psquica4
ano Hipólio mosa que os peaas idenifcavam o ciado com o
demônio pois aplicavam a ele o que o Ciso afmava do demônio que ele ea
omicida desde o pincpio e inimigo do ai de Ciso que esava nos céus
Quando poano o alvado diz Vosso ai que esá nos céus
ele ala daquele do qual o Filo omou as caacesicas paa
as anspoa aqui emaixo; e quando ele diz Vosso pai que é
omicida desde o pincpio (C Jo ,), ele ala daquele
que é o ese e o aesão da aéia daquele que omando
as caacesicas ansmiidas pelo Filo geou aqui emaixo
Ele é omicida desde o pincpio pois é sua oa que poduz a
coupção
coupção e a moe
mo e
aslides confma essa idenifcação gnósica do Demiugo com o Des
dos judeus:
Os jos que ocupam o céu ineio o que nós vemos fzeam
odas as coisas
coisas do mundo
mundo dividind
divid indoo ene si a ea e os povo
povoss que
se enconam nela O cee de odos eles é aquele que passa po
Deus dos eeus Ese quis sumee aos seus omens iso é os
304 4. [ . . ] Et propter hoc superiorem eum exsistentem praesci
praescire
re quae sunt spiritalia
spirital ia et se putasse
putasse
solum Deum et per prophetas ixisse: Ego Deus et praeter me nemo. De tristitia autem spiritalia
malitiae oent cta: une et iabolum genesin habuisse (quem est Cosmocratorem vocant),
et aemonia et omnem spiritaem malitiae substantiam. Se Demiurgum quiem psychicum
lium
li um matris
matris suae icunt
icu nt Cosmocra
Cosmocratore
torem
m vero
vero creaturam Demiurgi:
Demi urgi: et Cosmocrator
Cosmocratorem em quiem
intelligre
intelligre ea quae sunt supra
sup ra eum quoniam sit spiritlis
spi ritlis malitia;
ma litia; Demiurgum
Demiurgum verovero ignorare cum
sit aialis. SANTO IRINEU. Con Herses I 4 in Migne V. VII. Iem. Con
Hers I 5 4
305
30 5 an
an n le Sauveur it: Votr Votree P
P q i e s t ans ls ciex il parle e celui o le Fils
a ris l tt or ls trnsportr ii- ; t q il it : Votre pre est hoici ans le
oncment (c. J VII 44) il par celi qi est l Mtr et lartisan e la Matire
ereus, as outras nações. Então as outras Potestades insurgiram
se e comateram este povo, e por este motivo tamém os outros
povos combateram o dele.306
mesmas doutrinas eram ensinadas por aqueles que Santo rineu cama
de Barelonits.
Depois, movida pela simplicidade e pela ondade, gerou um
complexo de Ignorância e Presunção que eles dizem ser o
Protoarconte, artífce deste universo. Ele tirou um grande poder
de sua Mãe e se aastou dela nas regiões ineriores e criou o
frmamento do céu, no qual dizem que mora. Sendo a Ignorância,
criou as Potências que estão aaixo dele, os jos, os frmamentos
e todas as coisas da terra. Em seguida uniu-se à Presunção e gerou
a Iniquidade, o Ciúme, o Homicídio, a Vingança e a Paixão.
Gerados estes, a Mãe Sfa giu e se regiou contristada nas
alturas, enquanto, a contar de aixo, se rmou Ogdôada. uando
ela se astou, julgando estar só, disse: "Eu sou um Deus ciumento
e aora mim não á nenu''. Estas são as mentiras deles.3 07
Os camados Oftas davam ao Demiurgo o nome de Jaldaaot e le
atriuí a mesma ignorância já comprovada pelos textos gnósticos citados.
Jdaaot, ceio de contentamento, vangloriava-se motivado por
todas estas coisas que le estavam sumetidas, dizendo: "Eu sou o
P e Deus, acima de mim não á ninguém. Ao ouvir isto a Mãe le
gritou: Não mints, Jaldaaot, porque acima de ti á o P de todas
s coisas, o Primeiro Homem, e o Homem, Filo do Homem.3 08
306 4 Eos ate q posters contnent coel Angelos qo eta a nobs vetr
consttsse ea qae snt n no ona et partes sb csse terrae et ea qae sper
ea snt gent Ee ate prncpe psor e q Jaeor ptatr esse Des
Et qona c ss onbs est Jaes volt sbcere relq gentes relqos ones
prncpes contra stetsse e et contra egsse SANTO IRINEU Con Hrss, I 4 n
Mgne Vol VII Trao extraía e Ie. Con Hrs I 24 4
307 4 [ ] oc ate ops es ee Proaconte cnt brctore contons
vrtte ate agna abstlsse e a are narrant et absttsse ab ea n nrora et csse
raent coel n qo et abtae cnt e Et c st gnoranta ecsse e qae snt
sb eo potestates et agelos et raent et terrena on Dene cnt ant e
ate genere n elon et pton et ernnn et epta Generts ate s
ter Sop contrsta re et n ltora ect et t eors netb ctonto I
gtr seceent se sol opnt ee et propter oc xsse Eo sm D lo m
n s Et e t ttr SANTO IINU on Hss I 4 n Me
V VII Ie n Hs I 29 4
Por isso, tanto os mandeanos anto os maies pnam na boca de
dão paavras de madição contra o criador do corpo.
Nm texto da Gnose mandeana, ê-se: adito seja o criador de me
corpo, o e pôs grilões em mina ama, e esses rebedes e me escravizaram.309
H. C Pec resme m texto manie de éodor Bar Kôna sobre
a criação de dão em e se mostra como o Svador ess o Lminoso,
Ormzd, o Homem Primitivo o o Filo de Des} revelo a dão sa verdadeira
natrza dvina aprisionada agora nm corpo matera. Qando dão se de
conta de se trste estado...
Então dão oo e coro. Ee eevo rtemente a voz como m
eão rgno, arraco os cbeos, bate no peto e dsse: adito
seja o criador de me corpo, aee e pôs griões em mina
ama e esses rebedes e me escravizaram.3 1 0
arcion opna o artesão, o Demirgo, o soberano deste éo, o
des da criação o da geração, e era possíve conecer, ao des esconddo,
ao des desconecido, o estrangiro. O Demirgo seria jsto e ator da ei
do ntigo estamento, enanto e o des do Novo estamento seria bom e
msercoroso, m es-aor.
Por isso, dever-se-ia rejetar a e e as coisas deste mndo, e bastara a é
paa a savação, sem necessidade de obras.3 1 1
o ss embrar mto a tese terana a é sem as obras, bem como
a decração de tero: oisés é m omem mito m, seo do Des do
a oe cest un omme s mauva sedu ieu du a.
penetração e ideas gnóstics no teranismo, aás, é nsinada peo
seginte texto e Lesegang:
m exempo permitrá mensrar a repercssão da cosmoogia
gnóstc e sa correspondente Wcauung. rata-se e ma
gravra e madera da escoa de Dürer e tirada da primeira Bíbia
competa e Ltero, impressa em 14 em ittenberg por Hans
L. O conjnto nspira-se novamente na narrativa bíblica da
IRINEU on Hses I 6 n Mn Vol VII Trao xtraía I on
H 0 6
09 Mar alr a réar on ors à l y a lé on â ax rblls
on assrv JONAS ans rgon nosqe 20
O Alors Aa rara lra I élva rn la vox o n lon rssan s arraa
ls vx s raa la orn Malr alr a réar on ors à l
criação. fguras tenebrosas de prótomos desapareceram. Deus
Pai ançase sobre o mundo um ohar peno de bondade. Ee não
tem mais o mundo em sas mãos ee oa sobre sua obra numa
pura uz. Tudo é amáe e tranquio. esera compenetram
se discretamente mas é possíe ainda distinguias. Contudo
o mundo continua a estar circuado por um círcuo de go
obscuro que isoa o mndo terrestre do reino da uz no qua
Deus goerna.3 1 2
Na Rerma Protestante maniestase de modo caro uma tendência a
diinizar o homem nas seitas anabatistas herdeiras do Panteísmo e da Gnose
dos Irmãos do Lire Espírito.
Também no uteranismo se pode notar o mesmo enômeno. Lutero dee
suas tendências gnósticas mais caras ao pensamento de estre Echart. ém
disso Lutero não desconhecia a Cabaa. iá o estre Gera de sua Ordem os
Eremitas de Santo gostinho quando da reota uterana era o cardea Guido
de Viterbo que i um dos mais amosos cabaistas cristãos da nascença. 313
Vejase por exempo o seguinte texto de Lutero citado por Feurbach:
O outro homem será renoado para ier uma ida espiritua; será
igua a Deus em sua ida em justiça em gória e em sabedoria.3 14
Ou este outro:
"Deus é onipotente; porém aquee que crê é um Deus (Lutero T.
I X p. 20. Em outro ugar Lutero chama à é "criadora da
diindade. Certamente agrega a restrição o que a partir de seu
ponto de ista é necessário: "isso não signifca que ta homem creia
em um ser diino e eterno a não ser que o ceia em nós (Lutero
T I p ).315
32 Un xpl pta s l tntssnt la cosolog gnostq t sa
Wltanschang cosponant I sagt n gav bos lcol Dü t t la
p Bbl copt Lth p n 534 à Wttnbg pa Has L. nsbl
snsp nova ct bblq la caton gs tnbss potos ont
spa. D l P abass s l on n ga pln bont. I n tnt pls l on
ans ls ans l plan s son ov ans n p l. Tot st aab t tanqll
Ls sphs s copntnt sctnt as on ls stng nco Nanons on
contn êt nccl pa l ccl f obsc q sol l on tst oya la
l ns lql D tn LEISEGANG Has Gnose p 23
33 Cf SECRET Fanços. Les kbbes chens d l rnnce pp 06- 26
34 El oto hob sá novao paa vv na va sptal; sá gal a Dos n s va n
jstca n gloa y n saba (Lto T 1 p 329) LUTERO ap FEURBACH L. L esenc
Cuiosamene, o demiuo é camado ambém de ua (topos) alvez
poque, ciando a maéia, ciou ambém o espaço, o lua e o empo: Nos
amenos de Teodoo, esá dio ambém Lua; na adição judaica, aase
de uma maneia indiea de se nomea Deus3 6
No Apó Joo livo nósico descobeo em enoboson e do qual
Jean Doesse dá um esumo, naase um mio semelane ao dos valeninianos
Dizse aí que, do deus pimodial inconcebível, suiam muias
emanações A úlima das emanações, Sofa, eia queido cia sozina, como
o Pai, iso é, sem cônjue Ela eou enão um monso com apaência de
sepene e de leão camado Jaldabao, Sada ou Samael o deus ceo ou
deus dos ceos3 , que se onou o Demiuo do mundo ineio Ele eou com
a Inoância doze acones ou poências Compleada a ciação, e inoando
o mundo supeio, Jaldabao poclamouse o único deus: Eu sou um deus
ciumeno e não á ouos deuses além de mim3 8 Nesse mesmo livo nósico,
sempe que Ciso se eee a os bíblicos, ele diz a São João: Sobeudo, não
compeenda isso da maneia como Moisés a disse39
Uma obsevação a espeio do Demiuo é dada po um exo de eisean
Falando a espeio da Gnose de Simão Mao, esse auo afma que o Demiuo
ea paa aluns o lado espiiual desse mundo, dando uma apesenação dialéica
do Demiuomundo basane cuiosa:
Não se deve, em pimeio lua, jamais pede de visa que o
Demiuo mau e o mundo mau mam uma unidade indivisível
o Demiuo é simplesmene o lado espiiu do copo do mundo
É do Deus bom que pocede o mundo mau e esse, po um
pocesso inveso, vola novamene ao Deus bom No ciclo do vi
a se e sob a pessão de uma dialéica que deve se desenvolve do
bem ao mal e do mal ao bem, a aceiação de um deus cósmico
mau é uma necessidade lóica Que esse Deus mau descobeo à
ça de aciocínio ena sido em seuida idenifcado, seundo as
dieenes eapas da Gnose, com o Iavé judaico, com o diabo, e
es necesario, la resriccion: esto no signica qe tal hombre cree n ser divino y eterno sino qe
lo crea in nosotros" (T IX, p. 1 6 1 ) . Idem. Ibidem, p. 299, nota 1 02.
316 Dans les Extraits de éodote, il est dit assi Lie" tot co (topos); dans la tradition jive,
ct ne çon détornée de nommer Die JONAS, as. rgon osqe p. 250 nota 1.
mesmo com Satã, isso é apenas secundário e prova simplesmente
as relaçes de um sistema concebido por si mesmo com elementos
postos à sua disposição peas religies e mitoogias anteriores.30
320 I ne ut tout abor jamais perre e vue que le Démiurge mauvais et le mone mauvais
me une inivisible unité; le Démiurge est simplement le cté spiriuel u corps u mone
C est u Dieu bon que proce le mone mauvais et celuici pa un processus inverse emonte
au bon Dieu. Dans le cycle u eveni et sous la pression une ialectique qui oit se évelopper
u bien au mal et u m au bien lassomption un ieu cosmique mauvais est une nécessité
logique Que ce Dieu mauvais écouvet à la pointe e la pensée ait été ans la suite ientiée
suivant les iéenes étapes e la Gn c le vé juif avec le iable voie ec Satan cela
6
QUATO TEMA: A ANTOPOENIA
32 atre e léternité est le preier Die !e one est !e secon lhoe est !e troisie.
TSMEGISTO eres p 28
322 [ . ] l hoe est !e secon Die n aial iortel Ie. Ibie p. 48 .
323 nsi osons ire qe lhoe est n Die orte! et qn Die céleste est n hoe
O Antropos é assimiado, por certos sistemas, ao universo, ao
macrocosmo: para os naasenos, é peo conecimento do Homem,
isto é - nesse sentido - do universo, ue se cega ao conecimento
de Deus. O mundo espiritua é um Homem preexistente
imanente a Deus; mas o Cosmo, ue é sua imagem, é iguamente
um grande Homem, o macrocosmo, o omem terrestre seria,
ao mesmo tempo, um microcosmo ue resumiria o universo e -
pea semente espiritu ue possui - uma imagem do Aama
ceeste. Nas Homii menn encontramos uma teoogia
atropomorfsta, ue é como a concusão extrema da doutrina do
macrocosmo-microcosmo: O Deus verdadeiro é auee de cujo
corpo umano possui a rma.35
O maniueísmo identifca o Homem Primordia com o deus da uz,
Orzmud, e com a própria ama do Pai supremo.
A Mãe [primeira emanação do Pa de Grande] agumas vezes
camada Ramratuk projeta, por sua vez, o Homem Primitivo,
assimiado, nas traduções iranianas dessa mitoogia, ao deus
Ormizd. [ ...] Convém, antes de tudo, subinar ue o Homem
Primitivo não é senão uma ipóstase do Pai de grand, o próprio
Deus. Na cosmogonia maniueia, reproduzida por éodore bar
na o Pai diz exatamente: Eu não enviarei nenhum (de meus
éons} à guerra, mas eu mesmo irei, eu utarei por mim mesmo, por
mina am'. O Homem Primitivo é, portanto, idêntico a essa ama
ou, como o diz o maniueu Fatus em Santo Agostino, ee é eito
da substância de Deus, sendo a mesma coisa ue é Deus' �.36
325 Atropos st asslé par rtans systs à lnvrs a aroos por ls
Naassns st par la onnassan lo st-à-r n sns lnvrs qon
arrv à la onassa D. on sprtl st n o préxstant" annt à
D; as l osos q st son ag st égant n gran o" l aroos
ho trrstr sra à la s n roos résant lnvrs t par la sén" sprtll
ql poss n ag lAaas élst Dans ls oéls Cléntns nos trovons
n téolog antropoorpst q st o labotssnt xtrê la otrn
aroos-roos " D vértabl st l ont l orps an port la r"
TIN Srg Les Gnosqes p 5 1
326 L Mr [prra anao o Pa Granza qlqs applé rât prott
à son tor o Prtf assé ans ls tratons rannns tt yolog a
Orz [ I onvnt tot abor solgnr q lo Prtf nst qn
ypostas Pr granr D lê Dans la osogon anénn rprot par
éoor bar na l Pr t xatnt J nnvrra an ( s éons) à la grr as
ra oê lttra par oê par on â o Prtf st on ntq
Na Índia, o deus supemo, aman, ea amém camado de omem
(Puuska):
Tu és o impeecível supemo que é peciso conece, u és o supemo
apoio de odo univeso, u és o eeno guadião da lei aniga, paa
mim, penso, u és o sempieno omem3 27
O supemo aman, a supema aiação, a supema puifcação,
o eeno omem, o pimeio deus, o Seno sem nascimeno 328
Tu coneces a i mesmo, po i mesmo, ó omem supemo, ne dos
sees, Seno das ciaus, Deus dos deuses, egedo do mundo 329
Tu és o deus pimodial, ó omem anigo, és dese mundo sempe
a ase, és o conecedo e que deve se conhecido, és a supema
sede, u pemeias o univeso, ó ma infnia33 0
Leisegang confma as ideias que elacionam o omem e o Cosmo com
um exo de Pilon:
"Alguns ousaam, disse ele, assimila o animal déil que é o omem
com o Cosmo ineio, pela azão que amos (Cosmo e anopos)
se compõe de um copo e de uma alma acional, de maneia que
eles nomeiam alenadamene o omem de pequeno Cosmo e o
Cosmo de gande omem (Quis e Div e § 1. Da mesma
maneia que o anopos é um mico Cosmo, o Cosmo é um
mega anopos O "gande omem em quesão não é oua coisa
senão o CosmoLogos, a ciaua pimeia oigináia dos pincípios
imodiais, o se andógino, unindo em si o spíio do Pai e da
Maéia maeial pimodial33 1
Fançois Sagnad, em uma de sus nos aos i éo afma que:
Philon já disinguia uma pimeia mação, a do omem ideal, e
uma segunda, a do omem conceo, aseado em duas passagens
332 Phion distinguait déjà une prémire rmation, cee de Homme idéal, et une deuxime,
cee de homme concret, sur a base de deux recits de a Gense l, 27 e 2, 4-5) alégorie qui
peut avoir une origine pus ancienne encore. SÃO CLEMENTE DE ALEDRA d
7éoe pp 55-57 nota 8
À
333 mesure que es âmes descendent, ees entraenent avec ees a torpeur de Saturne, e
courroux de Mars, a concupiscence de énus, apreté au gain d e Mercure, a soif de pouvoir de
Jupiter. SERS. S néd , p 714.
334 Les choses qui sattachent à âe dans son voyage descendant ont e caractre dentités
substantiees, quoique immatériees, et on es désigne souvent comme des enveoppes ou
vêtements De a sorte, âme terrestre qui resute de ces additions est comparabe à un oignon
avec ses tuniques, ee suit, mais à rebours, e mode du cosmos ce qui est extérieur est intérieur
ici; et une is opération parachevée dans incarnation, ce qui y a de pus intérieur ds e
dispositif des sphres du cosmos, c est-à-dire a terre, est à homme son vêtement e pus extérieur,
O dão crado peo Demurgo tera sdo um ser raco, eo, rastejante,
pos não tnha membros, e bssexuado. O nsuamento do espírto dvno nesse
ser abortvo é que o tera tornado ereto.
dão não sera o responsáve peo pecado e peos maes do mundo, peo
contráro, sera u desvítma do Demurgo cumento e gnorante que procurara
manter o homem "adormecdo, sto é, gnorando o que tem de dvno.
guns textos confrmam o exposto acma:
MNANR
SATUIN
335 e corps éphére et nre qls [os scíplos e Menanro ne cragnent pas appeler
avas serat égaeent à les en crore l oevre es anges. (Tertllen De restaratone carns
p. 5.). ette opnon se rencontre éà ch Phlon. Volant explqer le plrel e Gense I, 26
Fasons lhoe à notre age et à notre resseblance Phlon écrt Mose nsne lnterventon
atres collaboraters parce qe ans les écsons et les actons nnocentes e lhoe rot
cest De le recter es êtres q est later les actons opposées provenant atres êtres q
criatura que i ita não se podia levantar por usa da aque
dos njos e se arrtava como verme. Então a Potência do alto teve
compaixão dele, porque tinha sido ito à sa imagem, e ançou uma
ulha de vida qe o homem levntar, atica-se e viver.33
Lacarrire, comentando esse pré-homem miserável descrito pelos
discípulos de Saturnino, diz que esse ser lembra os primeiros anbios que teriam
deixado as águas para viver em terra frme. 337
FITAS
338 6. Sx at Virtts aints a, atr ant illis xogitation oinis, ti pr
vat os a prinipali Virtte, onvnints ravrnt oin ins latitine et
longitin sarizant at eo tant avxrnt patri suo, t o Sopia oprant, ti et
ill vat ab tatione linis, ut non posset rigi averss eos qi srsu sunt, abens
virtte. Illo atm insat in oin spirit vitae, latntr evaat e a virtute
int oin aute ine abiss Nn et Entymesin et hae esse quae svantur iunt, et
statim gratia agr prio oini, retis abiationibus.
7. Zelante at Iaabaot voliss xogitar evaar hoin pr inam, t sa
Entysi xiss ina, qa ila prnios ssipins invisibilitr vaavit a virtt.
Rliqos aut vnints t irants rositat js voass am Eva, t onupisntes
an gneras x ea lios, quos et angos ess iunt. Mater ate ipsorum argentaa est per
srpent ser Evam t Aa, sprgri praeptu Iabaoth Eva at quasi a lio
Dei ho auiens, ile reiit, et Aa suasit anuare. Manantes ate os ognovisse
a, quae st spr omnia, virte int, t absssisse ab is, qui rant os. Pronium
atm vint, quonia t per suum plasma vitisnt, ve gratatm, et rursm exlamasse,
qonia, sst Patr inorrptibilis, oli i stips voans Patr, entits st t um
hoo oli sst t pria feina, t a altrans peavit. SANTO INEU. Con Herses
6 t 7 in Mign, Vol. VII. Traço extraía e I. Con s Hers , 30 6 e 7.
339 Ls spt rnt l orps premier hoe, lui insent e lair ans ls os, mais sont
inapabls ire tnir Aa ébot sr ss jabs. Ptil se rn aprs son pre, qi tire
u Li Caé", st-à-ire, e la Dmere vi, un ânâ intiq à Aaas-Zwâ, !Aam
VALENTIN
corps gestat qoqe vet n tero n s, et apcat, parat at a ssceptone
perctae ratons. Latt gtr, qeaou cnt Derg consenatus nsaton
es a Sopa sprts oo, nenarrab vrtte et proventa. eao enn atre
sa gnoravt, sc et seen es eta ps Eccesa esse cnt, exep sperors
Eccesae: et nc esse n seetpss one vont, t abeant ana q a Dergo,
corps ate a o, et carne a atera, sprtae ate one a atre Acaot
[ . ] Ora, dão possuiu, sem saber, semeada nee pea Sabedoria,
em sua ama, a semente pneumática, estabecida, diz /Pauo/,
por intermdio dos njos, na mão de um nico termo mas Deus
um (G 1420) sim, por intermdio dos njos mascuinos
são servidas as sementes, aueas ue a Sabedoria tinha ançado
na existência, tanto uanto hes era possíve existir. Pois, como
o Demiurgo, movido secretaente pea Sabedoia, cê moverse
por si mesmo, acontece a mesma coisa com os omens. Logo, em
primeiro uga, a Sabedoria emitiu a semente pneumática ue está
em dão, a fm de que o osso a ama raciona e ceeste não
esteja vazio, mas seja preenchido de medua pneumática.
4 ssim, a partir de dão, três natures ra engendradas:
a primeira, a rracon, à ua pertence Caim (Gn 41} a
segunda, a natureza raciona e just, de ue parte be (Gn
42} a terceira, a pneumática', à qua pertence Set (Gn 42)
E o homem terrestre à imagem (Gn 12 22} o psíuico,
à semehanç de Deus o pneumático é Deus propriamente. É
dessas três I raças/ que se diz, sem outra menção de fhos de dão:
Eis o vro da geração dos homens (Gn 1)
E porque Seth pneumático, ee não nem pastor (Gn 42)
mas ee utifc em um fho' como /tudo/ o ue pneumático.
E esse /fho/ que teve a confança de invocar o Nome do Senor'
(Gn 42) ee cujo ohar se dirige para ato (Co 12) e do qu
a vida se passa no Céu (F 20) esse, o mundo não o contm.
Sobre dão, por cima dos três eementos imateriais, o homem
terrestre revestiu um quarto: as túnicas de pee'.34
342 50. Prnant u mon la trr (Gn 2 7) , non la trr sh mas un porton
la matr multpl t omplx l onftonna un â trr âm hl rratonll
onsubstantll à ll s bêts st lhomm à lma (Gn l 26).
Mas lhomm u st à la rssmblan (Gn l 26) Dmr lmêm st l
ul a nsu t sm (Gn 2 7) ans l prnt o l a pos par ntrmar s
lu hos onsubstantl à lumêm.
Et n tant u t homm st nvsbl t mmatrl l a appl sa substan sou v
(Gn 2 7}; mas n tnt ul a t rm l st vnu âm vvant (Gn 2 7) . Qul n sot ans
l Dmur lumêm l onfss ans ls rts prophtus ( Co 15 45)
5 1 . I a on lhomm ns lhomm l pshu ans l trrstr non omm un par
u sajout à un par mas omm un tout s jonant à un tout par lnxprmabl pussan
(
Du = u Dmur). D la vnt u lhomm st çonn ans l paras au uatrm
(
. Car la har trrstr n mont pas jusu là: mas pour lâ vn = pshu) lâm
hllu tat omm un har. st u sn Vo antnant !os ms os (n. 2
23) alluson à lâm vn ah à lntrur la har âm sol lm psbl
IQUÍSM
343 corps human est du dable. I l est par sa substance et - tra qu e dstngue en outrant
abassement général de unvers - l est auss par sa rme.
[ .. .] Dans la créaton dEve, l rentre une ntenton plus partculre. Eve est plus entrement
assujete aus démons, et par là, ele se t leur nstrument contre Adam:
elle, ls transmrent le leur concupscence, an de sédure Adam"
Séducton qu entranera Aam non seulement à la convotse charnell, mas, par elle, à
a reproducton, a pus rmdable ruse de la stratége satanque. Non seulement l sagt à de
prolonger ndénment la captvté de la umre, donc de rendre nnment plus dcle ! oeuvre
de svaton. JONAS, ans. /ion osq pp. 299-300
344 [ ... ] apparton du rosme Envoyé t crandre à la matre personée en la
concupscence que sa captve [a luz] ne lu échappe. Pour la retenr par des lens plus tenaces, la
matre projette den concentrer la majeur parte dans une créaton personelle qu sera le contre
À
ped de la créaton dvne. cet eet, deux démons un mâle, Ashagloun, et une femmelle,
Namrael -, aprs quAshagloun a dévoré tous les ennts des Avortons pour sassmler toute la
lumre quls peuvent contenr, saccouplent et donnent le jour aux deux premers hommes: Adam
et Eve ou Gêhmourd et Mourdgânagh. Notre espce nat donc dune sére dactes dégotants
de cnbalsme et sexualté. Elle en garde les stgmates: le corps qu est la rme anmale des
o própro dão, Puec dá segunte versão de um mnuscrto mniqueu de
ourn:
O Homem Prmtvo bru-e os oos e e mostrou crmente
tudo o que e tudo o que será. Ee e reveou que não
Ormuzd, o Senor, que crou esse corpo de crne e que não
ee que e gou m. 3 5
cup orgn de todo o m terrestre dever ser buscd não n stór
de dão, ms n própr essênc dvn.
Já n Gnose pgã ms ntg, dscuti-se cus do m, e guns
coocvm n própr dvndde. Outros dzm que qued não er eeto
de um cup nteror, ms e mesm, qued, que ser responsáve
peo m. dvndde r tríd pe mtr, e, por sso tmbm, m
tríd peo corpo.36
Nesse cpítuo de su obr, o Pe. Festugre mostr que tnto os mtos
que m do mor do Homem-Prmord pe Pyss, qunto os que dzem que
o Homem se enmorou de su própr mgem esped no mundo neror,
podem ser reduzdos um únco to: o mor do Homem pel Mtr. E,
nsndo o Pomndrs, concu o Pe. Festugre:
[ .. . ] o Homem ( m} qus, por su vez, crr, mnestr-se
ee tmbm como pesso gente, como Crdor, e de um só vez
se dstngur &&pÇ tnto do P como do Demurgo. Es o
pecdo orgin. 3
O pecdo orgna do dão terrestre repete-se, como um síme, do
pecdo do dão Prmord.
Pr o mnqueísmo, esse pecdo i unão crn de Adão e Ev, que
perpetuou e multpcou pes novas gerções as prsões corporis d uz dvn.
De modo gera, porm, os sstems gnóstcos quse não m do pecdo
de dão ou o negam, prerndo quse sempre ar d cup d Sof nerior
ou do Demurgo.
Or, precso notr que Humndde não responsáve por su
condção nem pe necessdde de um nteenção dvin. Não á
345 Ho Ptf ! ovt ls yx t ! onta ant tot c q a été t tot
c q sa I ! vla q c nst pas Ohz ! Sgn q a cé c cops cha t
q c nst pas ! q y a lé lâ PUECH H C L Manchés" n toir Généa e
&io, III p. 99.
346 C FESTUGI RE R. Ané-Jan La elon e Tmte ol. III p 63-96.
queda, não á pecado orgna de dão: se acontece que seja o prme
ro a receber a reveação (como é equentemente o so não é como
transgrssor, mas como vítma, dretmente a opressão arcnt e
em útma anáse, queda prmorda, que usa da estênca
do mundo e da sua própra Portanto, se á ta, ea não é de ão,
mas dos Éons que provo a ruptura da ordem superor; ea não
é umana, mas dvna, e cometda ates e não na cração
No sstema cabaístco, o omem é apresentado como o ponto de gação
entre a esera dvna supero e a esra dvna aprsonada no Cosmo matera
O homem [ é "a soma de todas as craturas, um grande seo no
qual o começo e o fm de todas as cratuas "estão engancados
um no outro349
Como todas as Gnoses, também a Cabaa vê na matéra o prncípo
do ma
Cabaa dentfca o Deus manstado nas sefrot como sendo o
Homem Prmorda, o dão Kadmon Para provar sso, um dos argumentos
dados é, segundo os métodos da guemata, o segunte etras que rm o
nome de Deus, Iavé (od-e-vav-e, têm o vaor numérco de Ora, as etras
que rmam a paavra dam (ae-daet-mem dão um tota de também
Logo, dão é gua a Deus, pos ambos vaem 350
O dão terestre era, antes do pecado, um ser puraente esprtua O
pecado é que ez com que dão passasse a ter corpo materal35 1
Para Isaac Lura, a ama umana tera 6 1 partes corespondentes aos 6 1
mandamentos judacos e às 6 1 partes do corpo
O dão da Bíba corespondera ao dão dmom, o omem terreno
correspondia ao Homem Prmorda divno e místco, sendo que "um é a
vestmenta do outro, nas paavras de Ham Vta, ctado por Scoem
348 O il u note que lHumanité nest pas esponsable de sa condition ni de la nécéssité dune
ineention divine. I ny a pas de chute, pas de péché oigine dAam: sil aive quil soit le
pemie à ecevoi la évélation (comme cest souvent le ) ce nest point en ansgesseu, mais
en victime, diectemen de lopession achonique, et en denie esso, de la chute pimodiale,
qui a été cause de leistence du monde et de la sienne pope. Pou autant, quil y ait ue, elle
nest pas ute dAdam, mais des Éons qui ont povoqué la uptue de lode supéieu elle nes
pas humaine, mais divine, et elle a été comise avant et non dans la céation JONAS, Hns. La
ron notiqe p455
349 homme [ . ] est "la somme de outes les céatues, un gad sceau dans leque! le
commencement et la n de outes les céaues "son accochés lun à laue ISAAC O CEGO
Pelo pecado, Adão perdeu sua condição de ser puramente espiritual e, por
causa disso, a lu divina se misturou ao reino dos Klipot das "cascas do m,
isto é, da matéria.
Como Adão abrange tudo, sua queda aetou tudo. Assim como no Adão
Kadmon houve a ruptura dos vasos, e assim como a Schehiná se separou do
Deus Sefrótico e caiu no exlio, assim também o Adão terreno tinha de cair e
ser exilado do paraso.35 2
Da mesma rma, também Israel tinha de ser exilado da erra Prometida.
O retorno de Israel à terra dada a Abraão signifca o retorno de Adão ao Paraso,
o estabelecimento da utopia milenarista, signifca ainda a volta da Schehiná para
unir-se ao Yessod e ao deus sefrótico.
Comentando a semelhança entre esses mitos da lu da Schehiná exilada e
misturada com a matéria, di Scholem:
o estudioso da história religiosa, a estreita afnidade destes pensamentos
com as ideias religiosas dos maniquestas há de ser óbvia de imediato.353
Para o cabalista Ariel de Gerona, o pecado original é que teria produido
a individualiação.
Sem o pecado origin, não teria havido individualidade; essa não
se rma senão na separação e quando a multiplicidae se torna
autônoma [ ... ] O estado paradisaco teria, portanto, permanecido
uma condição não individual e adialética.354
Uma outra ideia gnóstico-cabalstica sobre antropogênese é que o
homem seria produto de um processo evolutivo absoluto. Deus ter-se-ia
transrmado no Universo, isto é, os éons ou partculas divinas teriam cado e
teriam sido aprisionadas na matéria pelo Demiurgo.
Por um processo evolutivo dialético, as partculas divinas iriam se
libertando pouco a pouco, passando da matéri bruta para os vegetais; dos
vegetais para os animais; dos animais para o homem; e desse para Deus. ivemos
já ocasião de citar um texto do cabalista enri More a esse respeito.
Gershom Scholem mostra que, segundo Widmannstadt, Dattilo, um dos
mestres judeus de Pico della Mirandola, deendeu em Turim a tese da redenção
de todos os seres vivos:
Nas entranhas da terra e nos outros elementos que a cercam
estariam escondidas certas sementes vivas. Como consequência
352 Idem Ibidem p 282
353 Idem. Ibidem p. 283.
dos esrços inigáveis da naureza e de seu rabalo incessane
de criação e de perecimeno, essas semenes passaram por rmas
diversas (plantas, arbusos, árvores uíeras e seres anmados) para
penerar primeiro nos corpos umanos, depois na alma sensível
(stidi aia) e para serem fnalmene admiidas a participar
da licidade eerna ao mesmo empo que a alma (superor) vinda
do céu, com a condição de que essa alma superior manena em
esado de obediência essa (alma) inrior tirada da maéria essa
maneira, ceros cabalisas enendem mosrar que oda espécie de
seres vivos em o direio de alimenar a esperança da redenção355
Comenando essa dourina, diz Scolem:
Traase da dourina capial só ligeiramene disrçada na
versão aribuída a ailo por Widmannsad concernindo à
ransrmaço de odas as coisas desde o ser mais baixo aé o mais
alo grau das Sefro, dourina que i desenvolvida, pela primeira
vez, em odos os seus deales, por vola de 100-12 na Espana
por Josep ben Salom Askenozi, dio Rabbi Josep, o Longo
Ela rma o elemeno auenicamene novo em seu Comenário
ao livro Yesira (comenário impresso mais arde sob o nome de
Abrão ben avid de Posquires (Rabad) e em um cero número
de ouras obras suas conservadas sob a rma de manuscrios, em
que essa dourina é exposa sob o íulo din bene alop' ("a le da
ransrmação geral) O Comenário de Yesira, devido ao pseudo
Rabad, esava muio espalado na Iália por vola do ano 100,
e ailo podia er omado conecimeno dele por numerosos
manuscrios É preciso noar que a ideia segundo a qual odas
coisas paricipam em defniivo da redenção, porque odas soem
o mesmo processo de meamorse de odas as rmas no inerior
da maéria, não era de nenum modo comparilado por odos os
cabisas, e ailo al qual é ciado por Widmannsad ina
pereiamene razão de a aribuir somene a alguns' denre eles 35 6
355 Dans les entailles de la tee et dans les autes éléments qui entouent celle-ci seaient cachées
cetaines semences vivantes. À la suite des eots intigables de la natue et de son incessant
tavai! de céation et de dééissement ces semences asseaient a des mes diveses (lantes
abustes abes uities et êtes animés) ou énéte dabod dns les cos humains uis dans
lâme sensible (eneni anima), et ou ête nalement admises à aticie à la félicité étenelle au
même tems que lâme (suéieue) venue du ciel à condition que cette âme suéieue tienne en
état dobéissance cette (âme) inieue tiée de la matie De cette manie cetains abbalistes
entende monte que toute lesce des êtes vivants est en doit denteteni lesoi de la
édemtion DMNSATDT aud SCHOLEM Geson G "Considéations su lHistoie
Se se crescentr ess dotrn d mgrção ds prtícs dvns e ms
ess e d trnsrmção ger de d metempscose, comm nos sstems
gnstcos, podese chegr cmente o psso é mto peeno m e
pnteíst de evoção o trnsrmção nversl, em e tdo vr de Des à
mtér e, dess, retornr Des
ão podemos der de pensr n dotrn de oseph ben Shom
h-shken, de Brceon, e ensnv serem tods s coiss,
desde sefroth Keter té útm pedr sobre terr, sjets m
processo contíno de mdç e trnsrmção (dn bene ho;
o e prece gm ve como nnmdo pode, no devdo
momento, ssmr rm nmd o ngec, o té rm
mnos ds sefrot357
pus haut dégré des Serot, doctrie que t déveoppée, pour a prir is, d tous ses details,
vers 300 32 e page par oseph b Shao hoi, dit abbi osph, e Log e re
'ééet authetiqueet ouvu ds so Coetair du ivre etsira coetaire iprié
pus tar sous e o d' be David de Posquir bad) et das u certai obre de
ses autr uvres coseées sous re de auscrits, o cette doctrie est exposée so !e titre
i be haoph "!oi de trasratio géérae) Coetaire de etsira, d au pseudo
abad, était trs répadu e taie vers !'a 00, et Dattilo pouvt e avoir pris cossace
par de obre auscrits ut oter que 'idée seo aquee toutes choses participe e
deitive à la rédeptio, parce que toutes subisset le mêe processus de éorphose de
toutes es res à 'itérieur de a atire, était ueet partae par tous es Kabbaistes, et
Dattio te qu'i est cité par idstadt avt pariteet raiso de !' atribuer seueet à
certs' d' et e de bide
37 Oe is reided here of oseph b Shao ha-Ashkeai of Barceoa, who taught that al
thi, o the serah Kether dow to the ast stoe o earth, were subject to a cotiuous
process of chage ad trasratio (di beey haof) what appears at oe tie iaiate
QUINTO TE: A PSICOOIA
NÓSTICO-PATEÍSTA
le côté doit qui est ente le spiituel et le copoel ia là o il aua penché quant au spiituel
il a été envoyé ici-bas pou ête pa son maiage avec le psychique mé éduqué et élevé. Cest
"le se et la lumie du monde(Mt 5 1 3-14). PTOLOMEU. a F apud LEISEGG
Hans. Gnoe, pp. 224-225
360 Nayez pas pitié de la chai née de la couption poclame une pie cathae mais ayez
pitié de lespit qui est empisonné. [ ] gnostique intansigeant maniste une épugnance
invincible à légad des diveses manifestations de la sexualité odinae (dési sexuel union
conception naissance) et même des pincipaux événements de la vie copoee (naissance
maladies vieilesse mot . . . ). Une telle épugnance à légad du cops aboutit peu à peu à
considée ce denie comme une chose étange qul ut subi le cops est compaé à un
"cadave à un "tombeau à une "pison à un "compagnon indésiable ou un "intus à un
"bigand à un "advesaie à un "dagon dévoant à une "me dont les tempêtes menacent
de nous englouti. cops instument huilaton et e souance tie lt ves e
bas le onge dans la topeu abjecte dans le dégadant oubli de son oigine. pu gnostque
en aivea à exéce lennteent esonsable e l"incation des mahe .
HUN Seg. Gnss . 7.
Também o gnóstco Basíldes la da exstênca de duas almas no homem
e essa doutrna reaparece nos neoplatôncos
O homem tem duas almas: uma saía do Prmero Intelecto, e que
tem também parte no poder do Demurgo; outra alojada nele pelo
eeto da revolução dos céus e nela entra a alma que vê Deus Vsto
que é assm, a ·alma que desceu em nós das eseras (lteralmente:
"dos mundos) está sujeta à revolução das esras; mas a que
está presente em nós como espírto saído do Intelecto é superor
ao movmento que opera o devr, e é graças a ela que nós somos
lbertados da hemarmene e que se produz a ascensão em dreção
aos Deuses Intelgíves362
Toda ama sa, portanto, o Prme Deus, e é ao Segundo que cabe
dstrbur as almas nos corpos humanos (pos apenas os homens têm
patcpação em Deus), de plantá-ls neles no prmero nascmento,
de transplantá-as quando a ama, anda não purfda, tver de pssar
para um novo corpo
A orm dvna da é poto, p Nménus, m doa bem
tabelecdo Contudo é precso dstngur Cmo Nuén, com
Putarco, amte du m do undo, ua b oa má (tt 0 p
4 . , am du almas no homem, racon, outra
dpvda de ro (test qe de se combater (tt
p 8 4 s) enas é dvna, vdentemente, a raonal3
sm como o Cosmo, também a ama (psqué) sera má, a ponto
que, por vezes, a expressão "homem demoníaco é usada como equvalente à
exprsão "homem psíquco ou "homem carnal3 6
362 hoe a e âes !'une est issue u Preier nteect, et ee a aussi par à a puissance
u Déiurge 'autre a été ogée en !ui pa 'eet e a révoution es cieux et en ceeci etre 'âe
qui voit Dieu Puisqu'i en est nsi, 'âe qui est escenue en nous es sphres (ittéraleent
es ones) est assujetie à a rvoution es sphres ais cee qui est présente en nous coe
esprit issu e 'Ineec est supérieure au ouveent qui opre e evenir, et est grâce à ele que
nous soes éivrés e a Hearénê et que se prouit 'ascension vers es Dieus neigibes
JAMBLICO De m I, 6 apu JONAS, Hans L ron oqe p212
363 Toute âe sort onc u Preier Dieu, et c'est au Secon qu'i appartient e istribuer es
âes ans es corps huains (car seule es hoes ont participation à Dieu) , e les y planer à
la preire naissance, e les y ranspaner quan 'âe, non encore puriée, oit passer ans
un nouveau corps
origine ivine e 'âe est onc, pour Nuénius, un oge bien assuré Encore ut-i
istinguer Coe Nuénius, avec Putarque, aet eu Aes u Mone, !'une bonne,
'autre auvaise (test 30, p 94 6 ss), ainsi reconnat-i eu âes ans 'home, !'une
raisonnabe, 'autre épourvue e raison (tes 36), qui ne cessent e se cobatre (test 35, p
Segundo o Hermes rmegsto, a consttução do homem sera a segunte:
Es como é consttuída a ama do homem: a ntegênca está na
raão, a raão na ama, a ama no espírto, o espírto no corpo.
[ ... ntegênca totamente nua não podera se estabeecer em
um corpo de terra, e esse corpo passíve não podera conter uma
tal mrtaade, nem evar uma ta vrtue. ntegênca toma
a ama or envelope; a ama, que é dvna, enveopa-se com o
espírto, e o espírto se derrama no anma.365
Essa doutrna dos envelopes é equente entre os gnóstcos. ama, em
sua queda através das eseras ceestes, r-se-a carregando de túncas materas
panetáras que serm as ntes dos vícos humanos, como á vmos.3
amas humanas, enquanto nvduaa, estarm num estado e
eregrnação pentenca. odas, na verdade, constturam orgnamente uma
grande ama coetva e dvna.
Tu não aprendeste, nas generais que da ma únc o unverso
saem todas as amas que se derramam e são dstrbuídas em todas
as partes do mundo? Essas amas atravessam numerosas muanças,
para mehor ou para por. amas dos réptes passam para os
seres aquátcos, as dos anmas aquátcos passam paa os seres que
habtam a terra, as dos anmas terrestres, para as aves, as amas
aéreas, para os homens; as amas humanas atngem a mortadade
torndo-se demônos. Em seguda, elas entr no coro dos
Deuses móves. [ ... Mas quando a ama, depos de ter entrado
em um corpo humano, permanece má, ea não expermenta a
mortadade e não partca do bem. Ea rtorna para trás e desce
novamente aos réptes. é a punção da ama má, e o m da
ama é a gnorânca. 367
365 Voici coent est constitué âe de hoe: inteigence est dans a raison a raison dans
â âe dans esprit esprit dans e corps
[ ] inteigence toute nue ne pourrait sétabir dans un corps de terre et ce corps passibe
ne pourrait contenir une tee iortaité ni porter une tee vertu intelligence prend âe
pour envoppe âe qui est divine eeêe senvoppe desprit et esprit se répand das
ania TMEGISTE Hers p 61 e 65
366 C Notas nº 330 e 33 1
367 Ntu apris dans es éaité, que de âe unique de univers sortent toutes s âes
qui se répandent et sont distribuées dans toutes es parties du onde? Ces âes traversent de
nobreu changeents soit heureu soit contraires âes rpantes passe das es êtres
aquatiques cees des aniau aquatiques dans ceu qui habite a erre cee des aniau
A ala diina seia, aa aluns nósicos, einina
Ene os Valeninianos, a cença no "dulo oa ua a
basane cuiosa: nossa ala - que é einina eso nos oens
- é ua sizíia oida, u anjo einino que que se euni
ao anjo asculino e assi juno co o qual ela a u se
coleo; o ouo lado, os anjos asculinos que esão e ono
do alado caa nossas alas3 68
Cone o Hrs isto o Nous diino seia andóino aí
abé oda a ciação e essa esa aca: oens e aniais, a incíio,
seia andóinos e só deois de ceo eo é que os seos eia sido
seaados 369
Talez se encona eeos dessa douina nas ideias de Zooaso:
que cada se uano eia u altr go no undo sueio, e que seia sua
consciência eliiosa sob a a de ua joe ie beíssia, ua coo
que eaiz de ane3 0
A ala sueio seia ou oda diina, ou eia, elo enos, ua ae
diina Esse eleeno diino no oe ea caado elos nósicos "eu,
"cenel', "neu', "ineeco e de uios ouos noes
[ ] eise no oe alo que escaa à aldição dese undo, u
o, ua aula, ua luz saída do edadeio eus, oníquo,
inacessíe, esano à ode eesa do unieso ea, e que a
ae do oe é ena, escaando dos soiléios e iuses o
eal, ola à sua áia edida, eencona a unidade ieia e o
eino dese eus desconecido, subesiado o odas as eiies
aneioes 3
limmotalité et ne paticipe pas au bien Elle etoune en aie et edescend ves les eptilles
Telle est la punition de lâme mauvaise et le mal de lâme cest linoance TMEGISTE
Hems pp 6061 .
368 Chez les Valeniniens la coyance au "double pend une me assez cuieuse: note âme
qui est féminine même chez lhomme est une "syzyie ompue un ane féminin qui veut se
éuni à lane masculin avec leque! elle me un ête complet de leu côté les anes masculins
qui entouent le Sauveu appellent nos âmes (Cf ceta ex eooto, 3536) . HT See
Le Gnotiqe, pp 6970.
369 Cf TSMEGISTO Hemes pp 8 1 0.
370 JOAS Hans La rion Gnotiqe .16.
371 [ ] il eiste en lhomme quelque chose qui échappe à la médiction de ce monde un feu une
étincelle une lumi issue du vai Die lointain inaccessible étane à l od es de lunive
A esa eoia é dada o Leisea:
Paa o oe, essas duas alas [a veeaiva e a aial] são
coleadas ela ala ieleciva doada de liuae e de azão,
o loos Aeas a ae esae da ala, o esio, é ioal;
e aida ão ieiaee, oque ele se divide e ielecivo
assivo, eceo de as, e e ielecivo aee, "iae
e ciado Aeas esse úlio é divio, dado ao oe "de ;
só ele eoa, o oeo da oe, a seu icio 32
o aiqueso, essa acula divia da ala uaa é caada
de "eu
os aeos aiqueus de Tu, uiliza-se ua oua alava
esa, w que se ode aduzi o "eu ou o "eo Esse
eo z eeêcia à essoa easica, o sujeio ascedee
e vedadeio da salvação, dieee da ala eica o aado
aiqueu ciês, aduzido o Pellio, ele ecee o oe de
"aueza luios, "ossa aueza luiosa oiial, "aueza
ieio, o que lea o oe ieio de São Paulo; os ios
aiqueius, é o "eu vivee ou o "eu luioso
O alquiisa Zosio ala de "osso eua luioso, e do
oe euáico ieio, ec E ceos ósicos cisãos, é
aé a "ceela e a "seee da luz 33
E coclui as Joas:
ão é exaeado dize que a descoea desse ic
ascedee e ieio ao oe, e a alssia eocuação de
seu desio, são o óio coação da eliião ósica34
372 Chez lhomme ces deu âmes [a vegetativa e a animal] sont complétées pa lâe intellective
douée de langage et de aison le logos. Seule la paie pensate de lâme lespit est immotelle
et encoe pas oute entie ca elle se divise en intellect passi écepteu de mes et en intellect
agent "inmant et céateu. Seul ce denie est divin donné à lhomme "du dehos seu! il it
etou au moment de a mot à son pincipe. LEISEGANG Hans. La Gnoe, p. 17
373 Dans es agments manichéens de Toufan il est it usage dun aue teme ianien
g que lon peut taduie pa moi ou pa ego. I désigne la pesonne métaphisique le sujet
tanscendant et véitable du salut qui nest identique à lâme empiique. Dans le taité il est
appelé la natue lumineuse noe natue lumineuse oiginelle ou natue intéieue ce qui
appelle lhomme intéieu de saint Paul (sic} dans les hymnes manichéens cest le moi vivant
ou le moi lumineu JONAS Hans. La rion oque p. 167.
374 chimiste Zosime pale de note pneuma lumineu et de lhomme pneumatique intéieu
Essa doutrina da partícula divina, que aita a alma umana, está
presente desde o paganismo mais antigo até os pensadores modernos Os
egípcios camavam essa partícula de e os indus de Atman
Mestre Ecart, no fm da Idade Média, expressou essa doutrina gnstica
de modo em claro:
A alma é divina não porque seja ojeto pensado, mas porque é
sujetividade como Deus e porque nela se cumpre o nascimento
eterno Porém a alma, porque é inteligência, não se limita, como
o universo, a ser semelnte a Deus, mas quer e pode ser igual a
ele, que é Espírito, e instaura em si a prpria vida do Asoluto375
A psicologia ecartiana é semelante à dos gnsticos:
No omem, á três coisas: uma é irracional, nunca oedecendo a
razão A segunda tamém é algo irracional, nascida, todavia, para
oedecer à rão, isto é, o apetite concupiscível e o irascível A
terceira é o racional por essência37
Na alma, averia um ndo espiritual que permitiria a diviização do
omem:
Eckart cama com vários nomes esse ndo espiritual que a
alma uma com Deus: i, abdit aia ou abdit cord,
aia , rs, razão vüchit, scil vükli,
vük, castelo da alma büli r sê/, ndo da alma t
sê, mente üt, gérmen zwic, rtaleza do espírito hot
s gts. Mas, na realidade, apesar dos muitos nomes, o "ndo
da alm' é inominável como a ivindade377
A teoria eckartiana tem seus genuínos precedentes istricos o
"centro da alm' de Plotino e na "or do intelecto de Proclo,
375 Ianima divina non pech sia oggetto pensato ma pech soggettività como Dio e pech
in lei si compie la nàscita etena. Soltao !anima pech intelligenza non si limita come
!univeso ad essee simile a Dio ma vuole e pu essee eguale a !ui che Spiito e instaua in se
la vita stessa dellAssoluto FAGGIN Giuseppe. Me cka e l mca tedsca pr ptesnte,
pp. 172173
376 n homine ia sunt : unum iitionale nec oboediens ationi Secundum est iitationale
quidem natum tamen oboedie ationi appetitus scilicet concupisciobilis et iascibilis . Tetium
est ationale pe essetiam MESTE ECT Ped I 270 46 apud FAGGIN Giuseppe
Mete cka e l mtica tedsca pr potestante, p 175
377 Echat chiama con vai nomi questo ndo spiituale che ende !anima una con Dio
mu di abim anima, o abim co anima nu drs, agione (veünfceit),
sntl (vünkeinvünke) stello del anima (büein sê), ndo del anima unt d sê)
e me parece que interpreta o espírito autêntico da doutrina
neoplatônica. 37
Para Ecart, a individuaição a ama é uma situação má e de decadência
para ela. O conjunto de todas as ma é que rmaria o Pleroma vino.
[ . . aquilo que a ama possui de determinate ou de individu
está condenado a morrer e permanece no sistema ecartiao
signifcando aquele ndo escuro da criaturidade, que não é e que
não deve ser, que não to a ama imortal, mas que a acompanha no
breve ciclo de uma vida eêera que não é a nica e verdadeira vida.
[ .. . s almas inteligentes não são criadas no tempo e não aumentam
a quatidade do ser, mas são eterna genitura de Deus e constituem
a penitude do espírito, o Peroma de Deus operant.37
Surpreendentemente, talve, para aguns, se encontram ideias anáogas
também em Date lighieri:
E aquela ama que compreende todas essas potências, [e é
peritíssima entre todas a outr, é ama haa, a qua
com a nobrea da tima potência, isto é, a raã, participa d
nature ivia guis d sepira ineigênia as a ma é
tão nobiitada naquea soberaa potência e snuaa da atéria,
que a ivina u, o o ao, irrai ea: , r, homem é
chamad ania divino peos fósos. ...
Onde s pode doravate ver o que é a ete: ue é aquea fna e
prciosíssia prte da a que é ivinae. E sse o ugr e
que digo ue o mor discorre sobr inha sehor.3
378 teora eckhatana ha suo genun prcedent storc ne centro del'ma" d Plotno e
nel 6ore del'ntellecto" d Proclo, e m semra che della dottrna noplaton nterpet lo spirto
autentco Idem Iidem, p 193
379 [ ] c che l' anima poede d determnato o d ndvduae e condannato a morre e rmane
nel sstema eckhartano, a sgn6re que! ndo oscuro della creattà, che non e e non deve
eere e che non toca !'anma mmortae, ma che se la accompana nel reve cclo d uma vta
eemera che non e la vta únca e vera [ ] anme ntellgent non sono create ne tempo e non
aumentano la quanttà del' eere, ma sono eterne genture d Do e consttusccono la pen
dello spirto, l Pleroma de Do opernte dem dem, p 186.
380 E quella anma che tutte queste potene comprende, e perettma d tutte l' altre, e l'anima
umana, la quale con la noltà de la potenz ultma, co ragone, pacpa de la dvna natura a
gusa d sempterna ntellgena; per che !'anma e tanto n quella sovrana potenz noltata e
dudata da matera, che la dvna luce, come n angelo, raa n quella: e per e l'uomo dvno
anmae da l 6loso6 chamato
O que se sucede à parculas ou centelas da divindade exisenes e
esado caivo nas alas uanas ocorreria seelaneene aos éons no pan
Vios que, no pan, cada éon era o odo e, ao eso epo, nada Assi
aé se dava co as alas; elas seria ooeôeras, iso é, coposas
de parculas seelanes uas à ouras e cada ua delas seria seelane ao
odo É o que explica o seguine exo de Jalico ciado por esugire
á pessoas que ê a susância a ala e sua oalidade Ala
do undo alas pariculares) para a ooeôera, iênica
e una, de odo que, e qualquer ua das pares, á odo o
conjuno, que, é disso, insa aé na ala paricular
o undo ineligvel, os deuses, os deônios, o e e odos os
gêneros superiores, e declara que odas as coisas se enconra
igualene e odas as alas, salvo que elas a esão de ua
aneira apropriada a ser de cada ua denre elas3 8
Vios aneriorene coo os aniqueus e gnósicos e ger
consideravam que exisiria rês ipos de oens
. Os licos ou aeriais;
Os psquicos, "koi ou racionais;
. Os pneuáicos ou espiriuais
Para os naassenos amé avia essa divisão e por isso averia rês igrejas
[ ] de acordo co o naassenos, o Universo copreende rês ipos
de seres o seres angélicos, os squicos e os aeriais aos quais
corresponde rês grejas a angélica, a psquica e a aerial; eles
dão a essas rês grejas os noes de caada, eleia e caiva C
M ,)382
Vejaos o que diz a Caala sore a psicologia uana
A ligação nia enre a cosogonia e a psicologia e odos os
siseas gnósicos é ão e conecia que seu aparecieno no
Zoar quase não causa surpresa E u ino sico, Moisés
en-Nacan descreveu o nascieno da ala na prondeza das
38 I y a des gens qui tiennent la substace de le en sa totalité (Âme du monde + âmes
paicies) pou homoehome ideique et une en sote que dans nimpoe laquelle de
ses paies il y a tout lensemble qui de plus installent jusque dans lâme piculie le monde
intelligible les dieu l démons le Bien et tous les genes supéieus et declae que outes
se touve égement dans outes les âmes sauf quelles y so dune maie appopiée à lêt de
chacune dent elles FESTUGI, elon Tm, vol III, p 46
382 [ ] à eende les Naassenes lUnives compend tois sotes dêtes: les êtes angéliques
eseras divinas de onde sua vida jorra. Pois a alma, também, é uma
centelha da vida divina e carrea em si a vida dos estáios divinos
que percorreu.383
No Zohar, livro cabalístico do século III, acha-se uma mistura de
doutrinas psicoóicas platônico-aristotélicas e de doutrinas árabes. Seundo os
seuidores de Platão e de Aristóteles, era preciso distinuir a alma veetativa,
a alma anima e a alma racional. Para os aristotélicos, a alma teria essas três
culdades, enquanto os platônicos tendiam a considerar que haveria três mas.
Os árabes e Maimônides dendiam a teoria do "intelecto adquirido, isto
é, a latente culdade racional se atualizaria no processo conoscitivo.
Para o Zohar, haveria que distinuir:
. Neesch ou vida;
. Ruach ou espírito;
. Neschamá ou alma propriamente dita.
Todas essas três entidades existiriam latentes na Nesch e dela
desabrochariam. 38
Essa mesma explicação se acha em aite:
É ensinado de uma rma resumida que o homem é composto
de três coisas: Vida ou Nephesh; Espírito, que é Ruah ou aâ, e
ma, isto é, Neshamah. Por isso, ele se torna "um espírito vivo
- um termo que é, entretanto, aplicado mais especifcamente à
Neshamah. Eles são chamados também de três raus, ou espírito
vital, espírito inteectual e alma propriamente. Nephesh é a parte
aível, pois o pecado não é suerido nem pea Ruah nem pela
Neshamah. Diz-se em outro luar e mais claramente que o espírito
vital peca, mas não a alma. Esses três raus são sobrepostos uns aos
outros na ordem dada, e Neshamah é unida a Deus, mas a posse
de todos esses não é imprescindível à vida de toda pessoa: as partes
mais atas são obtidas seindo o Mestre.385
405 C l !oi pili gm déi l ommio l !oi divi
ompd- p [pgv Epii lho d Cpó] l pol d l'Apô: "J 'i o
! péhé q p l loi Rom 7 ? Apô ig p l q l mi l i o é
d l mod q p l !oi q ç éé o l d to ommé C q --il d
omm qi oi i d popiéé i d bi p mêm d mig? E po
i é ommém po o l vig qi h i l p i l vol d
mêm l éél l i Mi d o o l ommé ' pl éé ompi
d'églité t été démé p l Loi q'll podi l vol qi vol bêt it Di
y to é po l oi d l'ho il éi l'homm l
Da onluram os arporáios que os mandamenos do deálogo que
poibiam obiçar a mulher e as oisas alheias eram ridulos e onrários à
verdadeira lei de Deus
Em suma, o mal onsisiria nas limiações do ser oningene e,
simplesmene mesmo, no o de ser. Exisir é soer, é esar na posse do demônio
er é o mal
angúsia e a miséria, nos diz Baslides, aompanham a exisênia
omo a erugem obre o erro O mal é o próprio o de exisir
no mundo sensvel. O universo ineiro é mau.4 06
or meio do eu e da maéria, iso é, por meio do desino, os arones
aus govenam o homem nese mundo, de modo que a própria exisênia é má
[ .. ] a heimarmena é esse governo que os senhores do muno
exerem sobre nós, por meio de nosso eu [] Assim, a exisênia no
mundo é essenialmene o esado em que se é possudo pelo mundo,
no senido lieral, iso é, no senido demoniológio do ermo4 0
ans Jonas mosra ainda omo na lieraura mandeana a vida e a
exisênia são apresenadas omo dejeções:
[ ] a vida i dejeada no mundo; a luz na reva, a ama no orpo
Ela exprime a violênia original que me i eia quando me
fzeram esar onde esou e ser o que eu sou.4 08
Talvez não se enone em nenhum auor um ódio animeasio ão
grande quano em mile Cioran. iações a seguir são odas de seu livro
oposition e ilusram bem o que aé aqui afrmamos sobre a posição
gnósia em e do ser oningene e do ser enquano al.
O próprio ser é apenas um anúnio do Nada 409
[ ] passado, presene, uro são apenas aparênias vaaveis
de mesmo mal, idênio em sua subsânia, inexorável em
alos que tous peuvent avoi pa à elle, comme le monte 'eemple de tous les autes êtes vivants
SÁO CLEMENTE DE LEXD Stom III, 2, 9 et 3, 9, apud LEISEGNG, Hans La
Gnose p 183
406 angoisse et la mise, nous dit Basilide, accompagnent leistence comme la ouille couve
le mal, est le it même d eiste dans le monde sensible unives tout entie est mauvais
UTIN, Sege Les Gnostques p 2 1
407 [ ] la eimaménê est ce gouvenement que les mates du monde eece su nous au
moyen de note moi [ ] insi, leistence dans le monde est essentielement létat o lon est
possedé pa le monde, au sens litteal, cest à die, démonologique du teme JONS, Hans La
rigon nostique p 367
408 [ ] la vie a été déetée dans le monde; la lumie dans la ténbe, lâme dans le cops
Elle epime la violence oiginelle qui ma été ite quand on ma it ête o e suis et ce que
sua nsnuação e monótono em sua persstênca E esse mal é
coextenso ao ser, é o própro ser 1 0
Eu não uero mas colaborar com a luz, nem empregar o jargão
da da Eu não dira mas: eu sou sem enrubescer O mpudor
do sopro, o escândalo da respração estão ligados ao abuso de um
· 1 1
erbo aux· ar
Chegado ao mas íntmo de seu outono, ele o homem oscla
entre a parênca e o Nada, entre a rma enganadora do ser e sua
ausênca: bração entre duas rrealdades ] 1 2
salação, pos, estara na recusa ou na renúnca ao ser
Pelo ue é prondo em nós, estamos expostos a todos os males:
nenhuma salação enuanto nós consearmos uma conrmdade
com nosso ser assm há apenas uma saída: abolr a alma, suas
asprações e seus absmos 1 3
Eu uerera semear a Dúda até as entranhas do globo, embeber
dela a matéra, zê-la renar onde o espírito jamas penetrou, e,
antes de atngr a medula dos seres, sacudir a quetude d pedras
e introduzr nelas a nsegurança e os sobressaltos do coração
quteto, eu tera construído um templo à Ruína; pregado,
reelado a arsa da oração; re, arorado o emblema da rebelião
Como os homens acalentam um desejo secreto de se repudar, eu
tera excitado em toda parte a infdelidade a si mesmo, megulhado
a nocênca no estupor, multplcado os tradores de si mesmos,
mpeddo a multdão de chardar no pântano das certezas 1
41 0 [ ] passé préset tur e sot quappareces variabes du même ma idetique das
sa substace ieorabe das so isiuatio et mootoe das sa persistace Et ce ma est
coetesif à être est être ui-même Idem Ibidem pp 7980
4 1 1 Je e ve pus coaborer avec a umire i empoyer e argo de a vie Et e e dirai pus:
e suis ss rougir impudeur du soue e scadae de a respiratio sot iés à abus du
verbe auxiiaire [ ] Idem Ibidem p 1 33
4 1 2 Parveu au pus itime de so autome i [o homem] oscie etre Apparece et e Rie
etre a rme trompeuse de être et so absece: vibraio etre deu irréaités [ ] Idem
Ibidem p 134
4 1 3 Par ce qui est prod e ous ous sommes e bute à tous es maux: oi de sut at
que us coservos ue cormité à otre être [ ] aussi y a-t-i quue seue issue: aboir
e ses aspiratios et ses abmes Idem Ibidem p 176
414 Jaurais vouu semer e Doue usquaux etraies du gobe e imbiber a matire e ire
réger à o esprit e péétra mais et avat d atteidre a moee des êtres secouer a quiétude
des pierres y itroduire isécurité et es déuts du coeur Architecte eusse costrui u tempe
à a Ruie; prédicateur révéé a rce de a prire; ro arboré ' embme de a rébeio Comme
Como matar de outro modo o tempo que não passa mais? Nesses
domingos intermináveis, o mal de ser mansta-se plenamente.415
Uma outrna da salvação não tem sentido senão se partimos da
equação existência-soimento.4 1 6
Qual pecado você cometeu para nascer, qual crime para existir?
Sua dor como seu destino é sem motivo.41 7
O espírito está sem deesa contra os miasmas que o assaltam, pois
eles surgem do local mais corrompido que exste entre a terra e
o céu, o local onde jaz a loucura, na ternura, cloaca de utopias e
vermnáro de sonhos: nossa ma. 418
Para desejar ndamentalmente outra coisa, é preciso estar
desnvestdo o espaço e do tempo, e vver num mínimo de
parentesco com o lugar e o momento.419
Ser arrancado do solo, exilado na duração, cortado de suas raízes
imedatas é despedaçr ma reintegração nas ntes originais de
antes da separação e do despedaçmento.4º
A injustiça governa o universo. Tudo o que aqui se constrói, tudo
o que aqui se z leva a marca de uma agilidade imunda, como se
a matéria sse o uto de um escândalo no seo do nada. 41
Neste mundo, nada está em seu lugar, começando pelo próprio
mundo.4
Remorso de não ser Atlas, de não poder sacudir os ombros para
assistir ao desmoronamento desta risível matéria. 43
4 1 Comment tuer autrement ce temps qui ne coule plus? Dans ces dimanches interminables le
m d'être se manifeste à plein. Idem. Ibidem, p.38.
416 Une doctine du salut n'a de sens que si nous patons de équation xistence-sourance.
Idem. Ibidem, p. 44.
4 17 Quel péché as-tu commis pou natre, quel crime pour xister? Ta douleur comme to destin
est sans moti Idem. Ibidem, p.46.
418 Iesprit est sans défense contre les miasmes qui l'assaillent, ils surgisse de l'endroit
le plus corrompu qui existe entre la terre et le cie, de l'endroit o a lie gt, dans la tendresse,
cloaque d'utopies et veminire des rêves: notre e. Idem. Ibidem, pp. 47-48.
419 Pour désirer ndamentaement autre chose, il ut être désinvesti de espace et du temps, et
vivre dans un minimum de paenté avec le lieu et le mment. Idem. Ibidem, p. 0.
420 Ête arraché au sol, exilé dans la durée, coupé de ses racines immédiates, est déchire une
éintégation dans les sources oiginelles d' avant la séparation et la déchirue. Idem. Ibidem, p. 1 .
42 l Iinustice gouverne l'univers. Tout ce qui s'y constuit, tout ce qui s'y déit ·porte empinte
d'une agilité immonde, comme si la matire était le uit d'un sndale au sei du néant. Idem.
Ibidem, p. 60.
Cada ser está necessariamente sozinho pelo to de que ele é
indivíduo 424
A defnição é a mentira do espírito abstrato4 2 5
[ ] execrando a ação, mãe de todos os vícios [ ] 426
[ ] Verdade [ ] Não há vocábulo mais vazio [ ] essa superstição
[ ] resulta da sobreposição da esperança sore a lógica4 2
Como eu execro, Senhor, a torpeza de tua obra e essas larvas nojentas
que te incensam e se te assemelham! Odiando-te, eu escapei das
melosidades de teu reino, dos absurdos de teus ntoches4 28
Odiando o Criador, Cioran tem de cultuar o demônio:
Espírito de mentira, Príncipe das Trevas, o Maldito, o Inimigo,
como me é doce rememorar os nomes que perturbaram sua solidão!
E como eu o ao desde que ele é relegado dia após dia! Possa
eu restabelecê-lo em seu primeiro estado! Eu creio nEle com toda
minha incapacidade de crer Sua companhia me é necessária: o ser
sozinho vai em direção ao mais sozinho, em direção ao Sozinho
Eu devo a mim mesmo o tender para ele: meu poder de admirar,
de medo de permanecer inutilizado, me obriga a isso Eis-me ce
a meu modelo: apegando-me a ele, eu puno minha solidão por não
ser total, encho dela um outro que a ultrapassa: é inha maneira
de ser humilde
Substitui-se Deus como se pode; pois odo deus é bo, desde que
ele perpetue a eeridade nosso desejo de ua solidão capit4 29
424 Chaqu êtr st nécssairmnt sul du it quil st individu Idm Ibidm 83
425 L dénition cst l mnsong d lsrit abstrait Idm Ibidm 30
426 [ ] xécrant laction mr d tous ls vics [ ] Idm Ibidm p 2 1 7
427 [ ] Vérité [ ] Point d vocabl lus cru [ ] ctt surstition [ ] réslt d lmiétmnt
d lsoir sur la logiqu Idm Ibidm 233
428 Combin cr Signur la turitud d ton ouvr t cs lavs siruuss qui tncnsnt
t t rssmblnt T haissant ai échaé aux sucrris d ton royaum au balivrnés d ts
ntochs Idm Ibidm p 199
429 Esprit d mnsong Princ ds Ténbrs l Maudit lEnnmi combin il mst doux d m
rémémorr ls noms qui étirnt sa solitud t combin l chéris duis quon l rlgu our
ars our Puiss l rétablir dans son rmir état J crois n Lui d tout mon incaacité d
croir Sa comagni mst nécssair: lêtr sul va vrs l lus sul vrs l Sul J m dois dy
tndr: ma uissanc d'admirr d ur d dmurr sans mloi my oblig M voilà c à
mon modl: n my attachant unis ma solitud d nêtr oint total n gorg un utr qui
Faando do aido-modelo, Cioan afma que Judas aiu apenas um
eus, como ouos aam a páia, ou ouas pessoas aveia um modelo mais
complexo de aição: é a que não se eee a uma pessoa ou objeto
[ ] epudia po um divócio measico a subsância que o
moldou, que o ceca e que o caega [ ] Quando se aiu o se,
az-se consigo apenas um mal esa indefnido, nenhuma imagem
vindo apoia com sua pecisão o obeo que suscia a sensação
de inâmia Ninguém o apedeja; você coninua um cidadão
espeiável como anes; [ ] É que o aido da exisência só em
conas a pesa a si mesmo
Você em o dieio de saboa o pópio se, mas nenhum se; você
pode liciamene demoli as bases de udo o que exise, mas a pisão
ou a moe o espeam ao meno aenado ças individuais
Nada poege a Exisência; não á pocesso cona os aidoes
measicos, cona os Budas que ecusam a salvaço, esses não
sendo ulgados aidoes senão da sua pópia vida Eneano,
de odos os maleioes, esses são os mais pejudiciais: ees não
aacam os uos, eles aacam a seiva, a pópia seiva do univeso
Sua punição, somene eles a conhecem
ode se que em odo aido haja uma sede de opóbio, e que a
escola que ele az de um mundo de aição depende do gau de
solidão a que ele aspia Que não seniu o desejo de pepea uma
çanha incompaável que o excluiia do númeo dos umanos?
Quem não cobiçou a ignomnia, paa coa paa sempe os liames
que o pendem aos ouos, paa soe uma condenação sem
apelação e chega assim à quieude do abismo? E quando se ompe
com o univeso não é pela paz de uma aa iemissvel? Um Judas
com a alma de Buda, que modelo paa uma humanidade ua e
moibunda430
3 [ ] divc méhyiqu ubc qui v éi, qi vu
qi v [ ] Qud hi 'ê 'm vc i qu'u mi
idéi, c img v y d écii 'b qui ci i d'ifmi
vu i vu ê ciy cb cmm dv [ ] C' qu à
ic d cm à d q'à i [ ]
V vz di d 'ê mêm, mi cu ê vu uvz icim démi
b d c qi , mi i m vu d mid
c idivid Ri gi 'Eic: i 'y d cédu c
méhyiq, c Bddh qi , c-ci 'é ugé qu'à u
vi Pu, d u miu, c u pu uiib: i 'qu p
i, i q v, v mêm d 'uiv L ii, u ci
Judas com ama de Buda que aspra a uma condenação sem apeo, para
ser ançado no absmo ... é o ndo da pscooga gnóstca nas paavras de
um autor atua. A Gnose não apenas um absurdo eaborado por nsanos
de sécuos remotos. Ea é o cuto do absurdo e do ma, resutante de um ódo
metaísco. Ea pode exstr hoje. Em todos os tempos podem exstr Judas com
ama de Buda.
couper à amais les liens qui l attachent au autres pour subir une condamnation sans appel et
STO TEMA: A SOTEOO/A DO
ANTOPOTEÍSMO
statum ut st agnto redempto nerors homns. Et neque orporale esse eam; orruptble
enm est orpus neque anmalem quonam et anma de labe est sprtus velut habtaulum
sprtalem ergo oportere et redemptonem esse. Rdm enm per agntonem nterorem homnem
sprtualem et suere es Unversorum agntonem et han esse redemptonem veram. STO
IRINEU. Cona Haerses, 4 n Mgne Vo. I. Tradução extraída de Idem. Con as
Hersi, 214
437 Volà don la grande équaton pneumatque de la pensée Ventnenne lévénement
human-ndvduel la onnassane pneumatque est léquvent nversé de l événement unversel
préosmque lgnorane dvne; et dans son eet rédempteur la onnassane est de même ordre
ontologque. L onnassane te ae das la personne est en même temps un ae dans tout
le hamps de l être. JONAS Hans. La r/igon osque p. 232.
438 [ ...] la Çest - une s quelle est attente - une onnassane toae mmédate que
lndvdu possde tout entre ou na pas du tout; est la "onnassane en so absolue qu
embrasse lHomme le Cosmo et la Dvnté. Et e nest que par ette onnassane - et non par la
ou par les oeuvres - que lndvdu peut être sauvé. HUTIN Serge. Les Gnosques pp. 14-15.
43 Connatre notre ondton réelle savor sous quelle masse ntastque dobsurté de mers
. Uma moral ascétca, uto do ódo gnóstco à matéra e à exstênca.
Uma moral antnomsta que pregava a prátca de ações as mas
degradantes e re pugnantes.
Para esses gnóstcos, a Le sra obra do Demurgo e, por sso, deva ser
desobedecda. Sobre os discípulos de Smão Mago, diz Santo rneu:
Pos, seundo eles, os omens podem salvarse pela graça, mas não
pelas obras justas. Com eeito, não á obras boas por natureza,
mas somente por convenção, como dspuseram os Anjos cradores,
para manter escravos os omens por meo destes precetos44 0
O gnóstco Marcon ensnava essa mesma doutrna a respeito da
intldade das boas obras.
Para o tempo que les alta vver na terra, a conduta dos crentes
les é dtada não tanto por um cudado postvo em santfcar suas
vdas como por um interesse negativo em reduzir o contato com o
domíno do Criador É pela é somente que se pode antecipar na
terra a elicdade tura 441
Não se pode negar a semelança dessas deas com as de Lutero
Segundo Santo rineu, também essa era a doutrina dos carpocrátcos:
[ . ] eles acrescentam que Jesus ensnou a seus apóstolos uma
doutrina secreta e que os encarregou de transmitila àqueles que
a soubessem compreendêla São a é e o amor que salvam Todo
o resto é indierente e apenas a opinão umana coloca distinções
entre bem e mal44 2
A salvação é automática para quem tem a Gnose.
A salvação do pereito dáse de uma maneira quase automática:
Não é a obra que z entrar no Pleroma, mas a semente enviada
440 Seundum enim ipsi grati salvari homin, sed non seundum oper ustas enim
naturaliter operation ut, aidentia quemadmodum posuerunt qui mundum feerunt
geli, pe huus mo praeepta in seitutem adue homin STO IIU Con
Hses I III 3 in Mie, Vol VII Traduo extrda de Idem Con Hs I 233.
44 1 Pour le temps quil leu este à vivre du terrestre séou, la onduite des oyants le est
ditée moins par un soui positif de santier leur vie que par le soui négatif de éduire le oat
ave le domaine du éateur Cest pa la i seulement quon peut iibas antiipe la féliité
ture JONAS, Hans La eigon osque p 187.
442 [ ] ils aoutent que Jésus a enseigné à ses apôtres une dotrine serte et quil les a hargés
de lá como uma criancinha e que se torna pereita aqui em baixo.
(Texto valentiniano citado por Santo Irineu (Adv aer I, ,)).443
Por causa do ódio à Lei, muitos gnósticos "cristãos declaravam que havia
oposição entre o Antigo e o Novo Testaento, entre o Deus da Justiça e o Deus
do Amor. É o que dizia Marcion, por exemplo, para quem Jesus era o inimigo
do Deus do Antigo Testamento.
Ele esus não cumpriu a Lei, ele a aboliu; ele desvendou a
antinomia radicl entre a Lei e o Evangelho e ndou sua Salvação
uniente sobre a é. Ele exige do homem uma completa renuncia
ao mundo e obras de seu criador.444
Certos gnósticos deduziam que o Deus do tigo Testamento era o
Demiurgo, o deus do Mal, que estabelecera a Lei para mter encarceradas as
partculas divinas na matéria. Por isso, dever-se-ia praticar o contrário do que
Ele dizia. Da a doutrina da santidade do pecado que já vimos existir também
na Cabala.
Hans Jonas mostra como do relativismo mor se chegou, entre os
gnósticos, ao antinomismo radical.
[ ... encontramos, por vezes, entre os gnósticos, o argumento
subjetivista do ceticismo moral tradicional: nada é naturalmente
bom ou mau, as coisas em si mesmas são indirentes e é somente
pela opinião humana que as ações são boas ou más. 445
Da se passa à condenação da lei.
Mas os gnósticos vão mais ndo: reetindo sobre a nte dessas
"opiniões humanas, eles azem de um argumento cético um
argumento metasico e transrmam a indierença em oposição.
Descobrese que a nte primeira não é humana, mas demiúrgica,
e que é, pois, a mesma que a da ordem da natureza. Em razão dessa
origem, a lei não é indierente: ela z parte da grande empresa
rmada contra nossa liberdade. Sendo lei, o código moral não é
senão o complemento psquico da lei sica e, a esse ttulo, ele é o
443 salut du "parit s'opre d'une manire quasi automatique "Ce n'est pas l'oeure qui
ait entre das le Pléôme mais ' est la semence envoyé de là-bas comme u petit ent et
qui devient parite icib. (Texte valentinien cité par SAINT INÉE (Av. haer. 1 6, 4)).
TIN Serge Les Gnosques, p 78
444 I esus] n'a pas accompli la Loi il l'a abolie il a dévoilé l'atinomie radicale entre la Loi et
l'Évangile et ndé uniquement son Salut sur la i. I exige de l'homme un complet renoncement
au monde et aux oeuvres de son créateur. LEISEGANG as. Gnose, p 196.
445 [ ] nous rencontrons paris chez les egostiques l'argument subetiviste du scepticisme
aspeco ineio da dominação univesal Uma e oua lei emanam
do senho dese mundo; são os agenes de seu pode, unifcado no
Deus dos judeus único, mas duplo, ciado e legislado
Como a lei do mundo sico, aheimamena, os copos individuais
enaem no oganismo de conjuno, do mesmo modo, a lei moal
insee as almas nele e as sumee ao plano demiúgico44 6
A lei mosaica, os dez mandamenos são, pois, um meio de mane
encaceadas as paculas divinas A lieação zse pelo epúdio e violação
da lei
É a lei oua coisa que seja evelada po Moisés e os poas,
que opee nos háios e opiniões dos homens senão o meio de
ona haiual e, assim, pemanene, o aolameno do homem
nos negócios, ineesses e peocupações do mundo; de consaga
seu exemo compomenimeno com o mal, legiimandoo com
o selo da seiedade e da ega, louvo ou censua, ecompensa ou
casigo; de aze de sua pópia vonade uma auxilia complacene
e sevil do apaelho de coação, o qual exece assim sua nção mais
unido e de modo mais inexincável? [
o a lei nomaiva, o quee do homem é aasado pelos mesos
podees que dominam seu copo uem oecede adica das
vonaes soe seu eu44
Passouse, assim, da simples indieença sjeivisa em ce da lei paa
ma oposição sisemáica a ela, com ndameno, no dize de Jonas, numa
446 Mais s gnostiqs vont ps prond réchissant sr a sorc d cs opinions hmains
s n dn argmnt scptiq n argmnt métaphysiq t changnt ndrnc
opposition On décovr q a sorc prmir nst pas hmain mais dmirgiq t q
st donc a mêm q c d ! ordr d natr En raison d ctt origin a !oi nst as
indirnt it pari d a grand ntrprs rmé contr notr ibrté Etant oi cod
mora nst q compmnt psychiq d a oi physiq t à c titr i st aspct intérir d
a ominaton nivrs n t ! atr oi man d signr c mond c sont s agnts
d son povoir nié dans Di ds i n mais dob créatr t égisatr
Tot com a oi d mond physiq a himarmnê it ntrr s corps individs dans
organism nsmb ains a o ora y nrô s ms t s assrvit a an déirg
OS s La rigo osque 355
447 a oi st atr chos q soit révéé par Mos t s prophts o q opr
dans s habitds t s opinions ds homms sinon moyn d rndr habit t par à
prmannt nismnt d homm dans s aairs intérts t préocations d mond d
consacrr son trêm compromission n y mttant sca d séri t d a rg oang
o bm récompns o chtimnt d ir d sa voonté mêm n aiiaircopaisant
t srvi d appari d contraint q! it doc sa nctio datant ps nimnt t
"eocuação metaíica oitiva ("soi épsiq posit ) "o de eudia
a ubmião a toda à noma objetiva ( " li pdir sosio à tots s
ors objvs) avendo, otanto, um motivo de a violar em ecúulo
( o ls vior sa éag )
Violae a lei aa e arma a liberdade oiginal aboluta do omem e
também aa e deaa o acnte
Paa o caocático, aa o caimita, aa o cabaita, o ecado e
tona o meio de alvação, invetendoe, aim, diaeticamente, a moal
O ecado, camino de avação, é a inveão teológica da óia
ideia de ecado: temo aí um do anecedente do atanimo
medieval e, ainda eta vez, um aquétio do mito de Fauto45
Não ó do atanimo medieval, como também da moa luteana Não
amava Luteo que a avação ó e obtém ela é e não ela oba Não dizia
ele que ea ecio aboli todo o mandamento, oi que eam mandamento
de Sataná Não amava ele que Moié ea um omem éimo, evo do
eu do mal451
O neuma divino, o e divino, não etá ujeito à lei e nem é caaz de
ecado Se ouvee ecado, ele conitiia na aceitação da lei ou na aceitação do
mundo mateial O neuma divino etá em ecado na medida em que ele aceia
emanece no inno da matéia cómica
Paa o dualita deivado de Platão, o ecado deende een
cialmente da matéia Poque o Antoo ado de eu e uniu
à Pyi mateial, o omen teete, nacido dea união, ão
dulo; bon qano à alma, mau quando ao coo (C ).
A alma, o ela mema, uíima, vito que é divina, aena co
tai mácula o ua união ao coo e na medida em que vive aqi
embaixo egundo o coo Uma vez ecanada, e ó o caua
dio, ela etá de alguma maneia em etado de ecado Ao me
no, é o que ocoe quanto ao ono Po outo lado, o iniciado
na Gnoe etá alvo Etá alvo, o um lado, oque, gaça à
vida de eza que leva, aaae o máximo oível da mácla
cooal Etá alvo, o outo lado, o uma eécie de ilumi
nação intio que o alvou denitivamente, conecendo eu e
conecendoe como aído de eu, ele tem a ceteza de não mai
448 inrsse metasico posivo" Idm Ibidm p 35 5
449 Idm Ibidm p355
450 péhé vi d sl 's l nvsmn hélgiq d l'ié mêm d péhé s
pecar. O corpo pode em aparência cometer atos pecaminosos.
Isso é obra da matéria da qual o gnóstico ou espiritual se livrou de
uma vez por todas pela Gnose. Em uma palavra não é alma que
peca mas o corpo material. E na medida em que ele se libertou ou
crê ter-se libertado da matéria o homem não peca mais.45 2
Se o essencial da soteriologia gnóstica consiste no próprio conhecimento
na Gosis no conhecimento de que se é deus desse conhecimento decoe
não tanto uma moral mas uma técnica de libertação das cadeias que retêm
as partículas divinas no Cosmo. Tais cadeias cósmicas criadas pelo Demiurgo
podem ser esquematizadas do seguinte modo:
A prpria psiqué
2 A personaizaão
A autoridade
Cadeias espirituais A razão a gica o discurso e
ou psíquic também a técnica a ciência e a
sabedoria
452 Pour es dualistes dérivés de Paton, !e péhé tient essentieement à a matire C'est pare
que 'Anthrôpos issu de ieu s'est uni à a Physis matériee que es hommes terrestres, nés de
ee union, sont doubes, bons quat à 'âme, mauvais quant au orps (CH 1 15) âme,
pour eemême toute pure puisque divine, ne ontrate de souiure que par son union au orps
et dans a mesure o iibas ee vit seon e orps Une is inarnée, et de e seu! it, ee
est en queque sorte en état de péhé u moins en vati ainsi pour !e prone En revanhe,
'initié àa Gnose est sauvé I 'est d'une part en e que, grâe à a vie de pureté qu'i mêne, i
s'eoigne autant que possibe de a soiure orporee I 'est d'autre part en e que, par une sorte
d'iumination intérieure qui !'a dénitivement sauvé, onnaissant Dieu et se onnaissant omme
issu de Dieu, i a a ertitude de ne pus péher orps peut bien, en apparene, ommettre
des ates peamineu, 'est à !e fait de a matire dont !e gnostique ou spiritue s'est une is
técnicas de salvação gnóstica isto é seus rituais seus "sacramentos
suas práticas ascéticas ou tinomistas visari unicamente a destruir essas
cadeias ontológicas destruir o ser.
Entre as cadeias psíquicas ou espirituais deve-se citar em primeiro lugar
a própria psiqué ou alma racional. Isso se ria buscndo a comunhão com toos
os seres pela destruição do que há de espiritua e de raciona no ser humano.
A personalização uto de nossa racionlidade também deveria ser
destruída. O igualitarismo cultuao e buscao como um bem em si mesmo e
a destruição de toda noção de lteridade seriam meios para ndir tuo e todos
no too gnóstico. Daí a preerência gnóstica pelo que é comunitário e coletivo
em relação ao que é pesoa e particr.
A rão teria sido criada pelo Demiurgo para iludir o homem zeno-o
julgar o Cosmo como um bem visto que é cognoscível. A raão como vimos
é o meio que o Demiurgo criou para impeir uma visão unitária e coletiva o
universo já que a visão raciona é sempre agmentadora e agmentaa.
ssim a razão everia ser substituída por uma cosmoisão unitria ou
monoentísta.
A lógica seria o modo operatio próprio a razã e se nentari n
princípios e identidade e de contraição que criam uma isão estel e s
do unierso. zão e lgica cneriri reie ser e epresri
pelo discurso.
Da razão e a lógica aviriam a ciência e a técnica. Ciência que consiste
no conhecimento e aceitação as leis que o Demiurgo ps n nature. écni
que consiste na aplição prátic s cnhecient lei natur i
uma vida melor neste muno.
A lógica deveria ser substituí pela iléti ou seja pela lógic ir
a-ser e o iscurso lógico pelo mit.
A ciência eria ser substituía pelo conhecimento esotéric ist é pe
conecimento das leis ocultas e simpatia que interrelacionam a partíc
divinas presas nos eres materiis.
A técnica deve ser substituída pela magia ou seja a aplicação as eis e
causa e eito que supõem alteridade devem ser substituídas pela aplicação as
leis de simpatia que supõe a comunão unitária de todas as coisas entre si.
A sabedoria visão arquitetnic e teleológica do universo criado como
um reexo de Deus que permite ter dele um conecimento anaógico deve ser
sustituída pela Gnose.
drogas tóxicas a embriaguês o "êxtase erótico o pensamento
Méodo cuioso de desuição da azão i iveado pelo caalisa
Aaão Auláfa o século XI Segudo ele é peciso "[] liea a alma
desaa os laços que a pedem453 A lieação ecoduziia udo ao uo divio
"O desaameo' é pois eoo da muliplicidade e epaação em dieção à
uidade oigial.454
O omem viveia megulado o dilúvio da coee divia mas dela
esaia sepaado pelos diques da fiude.
Po que a alma é como que selada? Simplesmee poque espode
Auláfa a vida diáia dos sees umaos suas pecepções do
mudo sesvel ivadem e impegam a mee com uma mulidão
de mas ou images sesveis [ ...] A mee ao pecee odos os
ipos de ojeos auais e ao admii suas images à cosciêcia
cia paa si mesma po esa ção aual um ceo modo de
exisêcia que az o selo da fiude.455
Paa se liea dessa alsidade do múliplo e do fio o omem deveia
media em coisas ão só asaas mas amém ideemiadas. Paa isso
Auláfa acoselava comia leas eaicas de al modo que de peêcia
massem palavas sem sigifcado sem seido e eão a alma eaia em
coao om a dividade ifia.45
O quee mação do eu pessoal deveia amém se aiquilado pela
aulia e pea apaia de ipo udisa. A lei e a moal deveiam como vimos se
sisemaicamee violeadas poque ao a lei sica quao a lei moal seiam
oa do Demiugo.
Cadeias maeiais a desui seiam
A pópia maéia apoada como a picipal e do mal. Da a
codeação gósica do sexo da geação e da mule equao al
pois são meios de se pepeua a vida sica de se pepeua a pisão
po excelêcia das paculas divis.
O despe pelo sexo se azia como dissemos ou pela aseção asolua
e codeação de seu uso ou pelo auso mais ope e degadae.
Assim como se despezava a maéia despezavamse as leis auais que
a egiam e que deviiam se violadas po meio da magia.
. A idividualidade eeio da maeiidade amém cosideada
como má em si mesma. Da a codeação de udo que ea idividua
como po exemplo a popiedade e o maimôio.
466 C SO EU Cona Haerses, , 3 i ig V O SO
Po esse benecio, nua única vonade e pensaeno de odo o
Pleoa dos Ees, co o consenieno do Ciso e do Espíio,
cada u deles ouxe e pôs e cou o que ina de ais
excelene e belo; e po ua aoniosa coposição e cuidadosa
união fea, e ona e lóia do Abiso, ua eissão de belea
peeia e aso do Pleoa, uo peeio, Jesus, que abé se
caa alvado e Ciso e Loos, noes que deiva do Pai, e o
udo, poque poduido po odos68
Que iniciou a oba de vação do se aboivo poduido po ofa,
caado Acao ou ofa inio pelos valeninianos, i o éon Ciso ao
dale ua a pieia Eneano, o éon Ciso não podeia ealia
plenaene a salvação de Acao, poque ele não pode deixa o Peoa
É, enão, enviado o éon Jesus que seá o cônjue da ofa exeio e seu
savado ua apaição liva iediaaene a ofa ineio de suas paixões,
quais daão oie aos eleenos do undo, iso é, à aéia pia ainda
incopóea
Paa salva os eleenos divinos apisionados pelo Deiuo no undo
aeial, aveá u novo pocesso de salvação execuado peo Jesus isóico
sse seia na vedade u eo veículo do éon Ciso e do éon Jesus ou alvado
que eia descido sobe ele, na a de poba, no dia de seu baiso e o
eia abandonado duane a Paixão
Jesus seia o alvado, não pelos éios de sua Paixão, as apenas po
e aido ua ensae de salvação que evea ao oe o conecieno de
sua vedadeia nauea
No sisea valeniniano, poano, disinue-se ês salvadoes:
. O éon Ciso, que salvou ofa;
O éon Jesus, uo eanado po odos os éons coeivaene, que
salvou Acao;
O Jesus isóico (sobe o qual baixaa os éons Ciso e Jesus), que
salvou os oens
Esses salvadoes, poé, ealia sua issão apenas pela eveação que
e de ua Gnose àqueles que vê salva 69
468 E pope hoc benecium (Gnoseos) una vounae e senenia univesum Peoma
eonum conseniene Chiso u Spiiu unumuemue eonum uod habeba in se opimum
e oenissimum conenes coaionem cisse e haec ape compingenes e diigene in
au adapaes emisisse pobema e in honoem e goia yhi pecissimum ecoem
uemdam e sidus Peomais pecum ucum Jesum uem e Savaoem vocai e
Chisum e Logon paonymice ac omnia uoniam ab omnibus esse STO IEU
No maniqueísmo, encontramos um processo soteriológico de estrutura
semelhante medida que o mundo divino da Luz se degrada por seu
aprisionamento nas Trevas, são enviados salvadores para cada nível de queda
Quando se dá o primeiro aprisionamento da Luz pelas Trevas, é emanado
e enviado um primeiro salvador: o Homem Primordi, com seus cinco flhos
(ar, vento, luz, água e go) Mas o Homem Primordial é também aprisionado
pelas Trevas e para salválo é emanado e enviado um segundo salvador: o Espírito
Vivo Este salva o Homem Pimordial com um apelo e le estendendo a mão,
mas não sva seus cinco flhos
Paa salvar a esses, é emanado um erceiro salvador: o Mensageiro, que
pincipia a salvação se revelando e organizando um sistema de purifcação
da luz material Os demônios, então, criam Adão e Eva para reterem a Luz e
multiplicaem as pisões de luz por meio das gerações
Um quarto salvador é enviado para salvar Adão: é o Jesusluminoso ou
Jesus transcendente, que sva Adão ao lhe dar o conhecimento de sua verdadeira
natureza
Pa salva os homens, am enviados, posteriormente, salvadores entre
os quais estão Jesus de Nazaé e Mai Ereanto, todos esses salvadoes não
seriam mais que transrmações de um único princípio, o intelecto divino, que
salva a si mesmo
Tatase, pois, sempre do mesmo tema: o elemento a se svo é
uma parte cosubsancial de Deus; o Svador de Adão salvse a
si mesmo, e nós não podemos encontrar aplicação mais evidee
do mito do "SvadorSalvo que a versão em que o Salvador é o
póprio Homem Primitivo Em segundo lugar, quer seja o Homem
Primitivo ou Jesus, o Salvador é aqui a encarnação do Nous Em
outas narativas do episódio, Jesus é camado o "Deus do Nous
e, por Alexandre de Licópolis, simplesmete o Nous4 0
Jesus i uma encanação do Nous, enviado para despertar a divindade
adormecida nas trevas da matéria por meio de sua mensagem reveladora Ele
i um dos que trouxe a Gnose, e sua Paixão só tem valo enquanto nte de
conhecimento Ele, de to, não teria soido e sua morte não teria tido nenhum
valor de sacricio redentor Mani teria tido um papel análogo, embora superior
o de Jesus
470 Nous avons donc toujours are au même thme 'éément à sauver est une pare
consubstatee de Deu; e Sauveur d'Adam se sauve umême, et on ne peut trouver d' appcaton
pus évdente du mythe du SauveurSauvé' que a verson o e Sauveur t 'Homme Prmtf u
même En second eu, qu' sot 'Homme Prmtf ou Jésus, e Sauveur est c 'nrnaton de
Jesus o Jesus isórico, disino do Jesus ranscendene, que é
o Pai do Nous Luz ou o Deus do éon (ou do mundo) do Nous
é a emanação do Nous que ele encarna Em numerosos inos
maniqueus, ele é invocado como o "Senor, o "Poderoso,
quele que revela o Eu Vivene odo crucifcado e misurado
Ele raz a Gnose Ele é o "Proeor, o mio, o "Mesre,
aquele que em o oder de remir os ecados e que, no fm dos
emos, será o juiz das almas Aseco mais sinifcaivo ainda
sua Paixão não em valor salvífco senão a íulo de exemlo
Aliás, ara o maniqueísmo, ea é Paixão aenas aarenemene
A realidade dos soimenos da cruz iraria à Paixão odo caráer
divino Como no nosicismo doceisa i, ao conrário, ao que
arece, orque Jesus ermaneceu imassíve que ee ensinou à
alma essa searação asolua que ela deve esaelecer enre o
coro e o nous Em seundo luar, a Paixão de Criso é somene
uma ilusração da crucifcação cósmica do esus Paiiis do
mio É um ao isórico que revela so rma imessionane a
dourina do "SavadorSalvo4
Mani, "aósoo de Jesus Criso, manisase na iedade
maniqueia so raços análoos Mensaeiro da Luz, ele é amém
emanação do Nous Mais ainda sendo "selo dos roeas, o
Paráclio, ele é o Esírio Sano dos crisãos, que corresonde no
maniqueísmo ao "Grande Esírio, o seja, o Nous
Ele é amém equenemene invocado nos exos de Torn
como o "Deserador4 2
47 Jss - l Jéss istoiq istinct Jéss tanscna qi i st l Pé ôs
mi o l Di léon (o mon) os - st lémanation Nos qil incan
Dans nombx ymns manicéns il st invoqé comm l Sign l Pissant Cli
qi vill l Moi Viva tot nti ccié t mélangé. I appot la Gnos I st l Potct.
li l Mat Cli qi a povoi mtt ls pécés t qi à la n s tmps sa g
s âms. Tai pls signicatif nco: sa Passion n a pas val salvatic qà tit xmpl
Dabo po l manicéism ll nst Passion qn appanc. a éaité s soancs la
Coix nlévait à la Psion tot act ivin Comm ans l gnosticism océtist cst a
contai smbl-t-il pac q Jéss st sté impassibl qi a nsigné à lâm ctt sépaation
absol q ll oit établi nt l cops t l noÍs. En scon li la Passion Cist nst
q n illstation ccimnt cosmiq Jss Patibilis myt. C st n act istoiq
qi évl sos m saisissant la octin Sav-Savé. Im Ibim p 04.
472 Mai apôt Jéss-Chist appaait à la piété manicénn sos s tats anaogs
Mssa la mi il st lui aussi émanation os Pls nco: étant l sca s
popts l Paat il st lEspit Sant s cétins qi cospon ans l manicéism a
Paa acion, como paa a maio pae dos gnósicos camados cisos,
Jesus eia ido um copo apaene e no eal. É a ese doceisa que ejeia ano
a Encanaço quano a Paixo.
Basílides dizia que Simo de Ciene é que a cucifcado no luga de
Ciso.
MESSIANISM JUDAIC
486 Rdmi d m ddl b gi d ii
Jwi i l lb iqq b dii mii Fil dmi
i lg diid m iil dd i: " dmi
Il l b dg uiig o ig o
mii kig m bigig b iqqu i iml bug bu b i:
iqqu s b ivd mi dmi iig ks mg
wi h io dmi o l, d mbl h "igig h il mi
uma siiuaidad cuja dnção não s alizaia nm na a
nm no céu 489
Paa o mssianismo judaico oula a a mssiânica "conina odas
as qualidads d uma idad áua incluindo manisaçõs miaculosas
uma ansomação adical da odm naual "cotaied a the qualities o
a golde age, icudig miracuus mastaos ad a radical trarmatio o
the atural rde 490
Na a mssiânica a Toá s manisaia anas so o asco d vo
da Vid não so o asco d "Ávo do concimno do m do mal o
qu sinifcaia a aoição da i d odas as suas oiiçõs qu valiam aa
o mo do xlio49
á na aada anica s acdiava q odas as coisas siam
conduzidas ao sado qu inam ans do cado d Adão quando o
ssias viss
moa odas as coisas ivss sido ciadas a lud do s
num sado d ição am coomidas lo cado d
Adão somn são sauadas m sua ição co a vda
do mssias492
moa os caalisas dissssm ao conao do xo acma qu o
ssias s viia dos do aiçoamno do odo as o émino do iun
odos concodam co qu avia um ono ao sado adâmico49
aa os caaisas a oá as do cado d Adão ia sido ua
sial coo o io Adão não ia andamos oiiçõs maais
q iam suido com o cado q da a Adão um coo aial
odos os caalisas concoda m qu a Toá a xssão sua
d um od divno oculo a ssncialmn maal A Toá
é a i do Cosmo s sa avia svado su caá siial
oiináio a Toá amém jamais s ia "maaizado do
489 ey saw no spiriua progress in a messianic concepion ha admiedy abdicaed om he
sphere of hisory and denied ha redempion was a pubic ac, manifes on his earh in sou and
body ey prided hemseves on heir resa o beray heir idea, and disrused a siriuaiy
whose redempion was no reaied on earh as in heaven dem bidem, p 94 radução erada
de dem Sabatai vi , vo , p 92.
490 dem bidem, p 10.
49 C dem Sabbatai Svi, p 11.
492 hough a hings were creaed in he ness of heir being in a sae of perfecion , by
dam's sin hey were corruped and hey sha no be resored o heir perfecion uni he messi
eso odo que o coo de Adão nunca se tonaia ateial
O istéio da Toá suena é o eso da voe da Vida;
seus andaentos constitue, essencial e ndaentalente,
luzes esiituais, iadiando-se e váias cobinações na ua
esiitualidade da Toá.494
, no eso conexto, Scole cita as seguintes alavas de lija de
Vidas, disculo de oses Codoveo:
"ada andaento é, no undo sueio, ua luz sueio unida
à Ávoe da Vida as coo esultado do ecado de Adão e, deois,
do ezeo de Ouo, a Toá e os andaentos ateializaa-se,
assando os oens a te de cui andaentos ateiais [isto
é, áticos], tais coo usa ouas quadianguladas co anjas,
ou teflin eitos de couo etc e eu este tatou deste assunto
e váias ocasiões [Da conclui Scole] As ilicações desta
doutina são óbvias Na ea essiânica, co o cuiento
do tiqun e os eitos do ecado deseitos, todas as coisas seão
estauadas à sua esiitualidade istina e a alicação ática e
"ateial da obsevância tadicional dos andaentos cessaá
autoaticaente 495
Abaa Azulay de ebon, e sua oba "esedle Abaa, diz:
Aós o sexto ilênio, atingião até gaus ainda ais elevados
[de esiitualidade] e coeendeão o istéio da Toá e
sua essência ais ecôndida [ ] se é o incio básico: a
Toá estava evestida e ua veste ateial, exataente coo
o oe Assi coo o oe se elevaá, no tuo, de sua
494 kabbaiss were agreed ha he orah, being he supreme epression of he hidden divine
power, was esseniay nonmaeria e ora is he aw of he cosmos, and if he aer had
preserved is origina spiriua characer, he ora, oo, woud never have been maeriaized",
even as dam's body woud no have become maeria e mysery of he superna ora is ha
of he ree of Li"; is commandmens are esseniay and basicay spiriua ighs, shining rh
in various combinaions in he pure spiriuaiy of he orá SCHOLEM, Gerson G, Sabbatai
Sevi, p 319. radução eraída de SCHOLEM, Gerson G, batai vi, p 308.
495 Every commandmen is, in he higher word, a superna igh unied o he ree of Life Bu
as a resu of dam's sin, and again of he sin of he goden ca he orah and he commandmens
maeriaized, and hence men mus noe perrm maeria ha is, pracica] commandmens, such
as wearing a ur-cornered garmen wih inges, or ein made of eaher and he ike - and my
maser has reaed his subjec on many occsions" Da concui Schoem e impicaions of
his docrine are obvious n he messianic age, wih he, iqqun accompished and he eecs
of sin undone, a hings wi be resored o heir prisine spiriuaiy, and he radiiona ype
veste mteril pr um espiritul, Torá tmbém se erguerá
cim de seu trje mteril, pssndo ser percebi em níveis
espirituis cd v mis ltos. Est vestiment durrá té o tempo
d ressurreião. Então eles [os homens] estrão [completmente]
puros, e compreenderão Torá em su veste mis íntim.49 6
N er messiânic, portto, concluí Ntã de G, reinri Torá
origin, Torá espiriul, o que implicri "[...] bolião ds norms do
permiido e do poibido, do puro e do impuro [ .. " [...] the abolito o the
orms opermied adrbi, pu ad impu [ ...] .497
Por ser ontológic, redenão implicri necessrimente um
nsrmão do universo, sendo ess trnsrmão resultnte d liberão
ds centelhs divins.
A íntim relão simbólic entre o mundo divino e o mundo mteri
obrigri esse se trnsrmr, qundo se désse grnde rernsrmão d
divindde com o fm do ku iso é, com o rtorno ds cenelhs divins o
Ein So
A Redenão não é mis ndmentmente um liberão do
jugo d servidão no eílio, ms um trnsrmão d essência
d Crião. El é concebid como um processo que corre atvés
de todos os mundos ocultos e visíveis, pois nd mis é senão o
Tiku resturão d grnde hrmoni que i despedd
pel Ruptur dos Vsos e posteriormente pelo pecdo de Adão.
A Redenão implia mudan radic na suura do univrso.
Su signifcão é vist não tnto como o fm dquele eílio qu
comou co a dstruião do Templo, ms anes como o fm
dquele eílio inerior de tods s criatu que comeou qundo
o pai d humnidde i expulso do Praíso. Os cbliss dvm
ênse muito mior à ntuez espiritul d Redenão que seus
spectos políticos e históricos. Estes de modo nenhum são negdos
ou diminuídos, ms tendem mis e mis se tornrem meros
símbolos do processo ísico e spiiual do qual li. "Quando o
bem e o ml fnlmente se seprrem, virá o Mssis, como Vi
96 r h sih millnium h will aain o vn highr dgrs of spiriuali, and
h will undrsand h ms of h Tor in h mos hiddn ssnc ... is is h basic
princip h Tora was clohd in a maril clohing, acl lik man. man will ris, in
h ur, om his marial clohing o a spiriual on, so will h Torah ris abov hr marial
clohing and b prcivd on incrasingl spiriual lvs. is clohing will la unil h im of
h rssurcion. n h ha is, mn wil b comlly ur, an hy will undrsand
h Tor according o is innrmos clohing. UY apud SCHOEM Grson G. bbai
o diz A redeção itórica é como e ra um ubproduto atural
de ua duplicata cómica [ ] o cabalimo luriâico [ ] pua a
regeeração da vida iterior muito acima da ação como etidade
poltica Ao memo tempo etava covecido de que a primeira era
a précodição eecial da eguda O progreo moral deveria
produzir a libertação do povo do eu exlio 498
Na era meiâica a lei eria abolida ou ubverida udo paado a er
ermitido eria etão proibido proibir
e a etrutura do mudo i itriecamete alterada pela
cocuão do proceo do ku a Toá a verdadeira lei uiveral
de toda a coia, também deve aparecer da em diate ob um
aspecto dierete eu ovo igifcado é o que correpode ao
etado primordial do mudo, agora jubiloamete retaurado [ ]
O Meia erguee a ecruzilada de ambo o camio Na ua
liberdade meiâica ele realiza uma ova lei, a qual, do poto de
vita da vela odem é puramete ubveriva Ele ubverte a vela
ordem, e toda açõe que e relacioam a ela ecotrame
portato, em maieta cotradição com o valore tradicioai
Em outra palavra a redeção implica a detruição daquele
apecto da Torá que reetem meramete o Galut (o exio) A
Torá em i permaece uma e a mema o que mudou é ua relação
com a mete499
A doutria de um perodo meaco em que a ei eia abolida é
largamete expota o eera Temuá egudo R atia, em aedri
a: "O mudo exite por ei mil ao e em eguida ele fca em decao
"S milaires mo te et au suivat, il est e iche
Da deduzirem o cabalita que já teriam exitido outro uivero
correpodete, cada um, a uma emittá do Ei o
O atual uivero correpoderia a emittá Di ao éo do juo Da
a proibiçõe da lei Ma a próxima emittá eria a da graça e ela tudo eria
permitido
A emittá eguite aparece em comparação com a oa como
um etoo em Utopia Em lugar da diereça de clae que
reiam oje averá a igualdade completa A Torá ão tratará
eão de coia ata e pura e o acricio ão erão acriio
de aimai ma oereda de gratidão e amor em migração de
almas, sem mácula, nem corpo, nem alma. O mundo inteiro é
como um paraíso. Não existe nem má tendência, nem pecado.5
Chega-se mesmo a afrmar o antinomismo:
Se, como afrma o Livro mu, "o que é proibido aqui embaixo é
permitido lá em cim' (Seer ha-Temuná 6a), segue-se logicamente
que coisas proibidas no eão atual, por rça da maneira atual de
ler a Torá, podem muito bem ser permitidas ou mesmo ordenadas
em outro eão governado por um outo atributo de Deus, ou seja,
misericórdia e compaixão, em vez de julgamento severo.5
É impossível não ver a relação desse messianismo judaico com o
milenarismo gnóstico-crisão, condenado no Concílio de Éeso em .
O milenarismo voltou a ser uma ameaça evolucionária na Idade Média,
especialmente a parti de Joaquim de Flora.
Scholem considera que as doutrinas cabalisas dos vários universos
govenados por dientes shemittás divinas êm muita semelhança estrutura
com as doutinas de Joaquim de Floa sobre a hisóia, que ele dividia em idade
do Pai, ou da Lei, idade do Filho, ou da Graça, e nalmente idade do Espírito
Santo, u do Amo, em que haveria uma pua igreja espiriual, mnacal e pobre,
govenada pelo "Evangelho Eterno .53
Scoem, entreano, não cê que haja ligação históica ente Jaquim de
Flora e os cabalistas.
Eu não creio que seja preciso supor relações hisóricas diretas
entre as duas ideias. Joaquim desenvolveu sua doutina enre
e na Calábria, e quando chegou à Fança e à Espanha, a
douina cabalísica das shemittás já tnha se nado o parimôni
comum dos cabalisas de Gerona, apesa do o de que a
composição do ivro Temuná deva ser colocada ceramente no
mesmo quaro de século em que ram redigidos o comenário
de Jeremias e os outros grandes escrios pseudoepigáfcos de
Joaquim [ ... ] É precisamene o eemeno uópic e radical, do
qua as mas asológicas da duina esão ainda despovidas
501 La shemia suivane appara en comparaison de a nôre comme un reour en opie. u
ieu des dirences de casse qui rgnen aujourdhui ce sera égaié compe La ora ne raiera
que de choses saines e pures e es sacrices seron non pas des sacrices d animau mais des
orandes de graiude e damour. as de migraion dmes pas de souiure ni du corps ni de
ame. Le monde enier es comme un paradis. I neise ni mauvais penchan ni péché. Idem.
Ibidem pp. 494495
que aproximam a versão cabalística da de Joaquim. Eu não creio
que a questão, recentemente surgida, da origem eventualmente
judaica de Joaquim tenha um papel a representar no caso.5
O mesmo Scholem mostra outros pontos de contato entre o messianismo
cabalístico sabataista e os milenaristas cristãos medievais:
[ ... ] as crenças da ala radical do movimento sabataista a grande
erupção de messianismo espiritual revelam paralelos marcantes
com o desenvolvimento que os ensinamentos de Joaquim de
Flora soeram em meados do século II entre os "espiitualistas
radicais da Ordem dos Franciscanos. O que os "Evangelhos
Eternos queriam dizer para Joaquim é essencialmente o mesmo
que a tor -atzilut para os cabalistas. Joaquim acreditava que
nesse Evagelium Aeterum o signifcado místico do Livro seria
revelado numa nova era espiritual e substituiria o sentido literal.
É exatamente isto, mutat mutad, que a tor -ailut queria
dizer para os cabalistas anteriores ao movimento sabataista. Mas
alguns dentre os seguidores aciscanos de Joaquim identifcaram
os escritos de seu mestre com o "Evangelho Eterno, considerando
os uma nova revelação do Espírito Santo. Isto é boa parte do que
aconteceu com a tor -ailut entre os sabataistas.55
Outra correspondência curiosa entre os seguidores de Joaquim de Flora e
os cabistas é que os primeiros acreditavam na tese joaquimita de que, no reino
milenarista do Amor, o Espírito Santo se encarnaria numa mulher.
"E Joaquim de Flora anuncia que o Espírito Santo, cuja era está iminente,
se encarnará em uma Mulher.5 º
Enre os gnósticos primitivos já havia essa ideia.
[ ...] alguns sabatianistas desenvolveram uma Trindade do Deus
desconhecido, o Deus de Israel e a Schehi e não levou muito
empo para emergir a ideia de que o completamento da Salvação
5 Je ne pense pas qu'i ile supposer des rappors hisoriques direcs enre es deu idées.
Joachi a dévoppé sa docrine enre 118 12 e Calabre, e orsqu'el a gagné la Frac
e 'Espagne, a docrine kabbaisique des shio éai déj dvenue e bien coun ds
kabbaises de Géron, en dépi du i que a coposiion du Livr euna doiv êr placé
craineen dans e êe quar de sicle o on éé rédigés le coenaire de Jéréie ls
aures grands écris pseudépigraphiques de Joachi ...]. C'es préciséen 'ééen uopique
e radica, don es res asrologiqu de la docrine son ncor dépourvus, qui rapproche la
version kabbalisique de cele de Joachi. e ne crois p que la quesion, récn surgie, de
'origine évenueleen juiv d Joachi ai un rôe ouer dans l'aaire d. bid, p. 89
depende do aparecimento em separado de um Messias para cada
um desses três aspectos da Trindade, com um Messias eminino
para o último.5 7
Talvez seja sintomático notar que milenaristas cristãos e judeus
messiânicos simpatizavam uns com outros. O que é natural, dada a afnidade de
suas posições doutrinárias.
Sectários milenaristas ram os primeiros a dender publicamente
os direitos dos judeus e a proclamar a restauração do reino de Israel
como parte essencial da realização do milenarismo.5
Se houve inuência mútua, parece que o sentido dessa inuência enha
sido mais dos judeus sobre os cristãos que o contrário.
Não subsiste também prova alguma para confrmar as hipóeses de
Graetz e outros acerca de uma inuência de crenças milenarisas
dos negociantes ingleses e holandeses de Esmirna sobre os sonhos
de Sabatai Tzvi em sua juventude. O contrário parece ser a vrdade.
guns círculos quialistas aguardavam o segundo advento para
1666, baseando os cálculos sobre o "número da best' revelado no
Apocalipse, 1,1, como 666. Do mesmo modo que os cabalistas
centravam suas especulações no ano (16) mencionado no
Zohar, os cristãos que cculavam o fna dos dias apegavam-s
a seu número messiânico, interpretando-o como designando o
ano 1666, quando a besta seria subjugada e o eino dos santos
estabelecido. 5
E Scholem, sendo insuspeio e tendo autoridade, pode afrmar com
radicalidade:
Não i sem razão que o quialismo i denunciado nos meios
ortodoxos como heresia "judaizante. Muitos quiliaistas,
a s o or ih o r a pnishmen r or sins b rs and rmos a mission prpose
o his mission was o rais he scard hoy sparks and o ibra h divin igh and h hoy
OITAVO TEMA: A METEMPSICOSE E A
ESCATOLOIA DO ANTOPOTEÍSMO
r-naianc a paingénéi comm a monré od l nom ancin plu équn pour
primr la ranmigraion i ncor myiqu nauri d la naiac d'accord avc
ncin quand arac grippa nignn qu'i n'y a pa d mor qu ou mor r
naiac qu réci ur la ramigraion on l on n mêm (Karl Jo Dr rprung
dr aurpiloopi au dm Gi dr Myik rogrmm dr niv Ba! 1903 p90 q)
Idm Iidm pp 188189
517 C Idm Iidm p 146
5 1 8 âm on donc auvé liéré oi n accomplian du prmir coup ou l
mandamento da pobreza em fdeidade ao qa é proibido o
desaonsehado onstrir ma asa5
O pampsiqismo do maniqeísmo proveniente da ideia de qe em tdo
há partías de z divina levava os eleitos a ma ompeta renúnia a qalqer
ontato om a matéria e até mesmo a onsiderar qe qalqer ato é em si
mesmo peado
Qem anda sobre o soo re a terra (qer dizer mais exatamente
a lz mistrada om ea); qem move a mão ere o ar porqe esse
é a alma dos homens e dos animais [ 5
Jonas ita ainda m mana de onfssão maniqe o Ch qe
onsidera peado o omer e o beber e o so dos sentidos:
[ vendo om nossos olhos estando om nossos ovidos
alando om nossa boa pegando om nossas mãos e aminhando
om nossos pés atormentamos a Lz dos Cino Deses a terra
sea e húmida as ino espéies de animais as ino espéies de
ervas e de árvores5
Qanto aos eleitos diziam os gnosos qe após a morte sa alma
divina se ibertaria do Cosmo atravessando as eseras planetárias e se deszendo
nelas de sas túnias materiais
gmas seitas deendiam expressamente a apoatastasis isto é a dotrina
da savação niversal inlsive do demônio no fnal de toda evolção
A esatoogia abalístia tem os mesmos traços da gnóstia
A riação do niverso material represento ma deadênia da dividade
e o aprisionamento das entelhas da Shehiná
"odo homem qe age em onrmidade om a ei z retornar ma das
entehas perdidas da Shehiná e de sa própria ama53
Os disíplos de Isaa Lria afrmavam laramente a dotrina de qe
tdo qe saíra de Des a Ele deveria retornar
52 En oue, os eeios deviam] éduie au minimum e conac avec a subsance énébeuse,
e ne pas se seni chez soi dans un monde o ou conspie a séparaion" de cee mime
découe e commandeme de pauveé, en i de uoi i es iedi ou déconseié de bi une
maison. JOS, Hans. La rigon nosque p.3.
52 Qui mache su e so besse a ere (c'es--die, pus eaceme a Lumie ui s' ouve
mée) ; qui i bouge sa main besse 'ai, ca c'es 'me des hommes e des bes ..]. dem
bidem, p.35.
522 ...] en voa avec nos eux, en écoua avec nos oeies, en paa avec nore bouche, en
saisissan avec nos mains, e en macha avec nos pieds, nous ourmenons a Lumie des Cin
Tudo provém da Causa primeira e udo reorna à Causa primeira.5
Esse reorno se processa misicamene aravés da Kawwaa iso é,
uma oração eia com a inenção de reornar a esar unido com a
divindade. A esa união, ou melhor, comunhão com a divindade,
davam os lurianisas o nome de debequ. Scholem afrma, porém,
que a debequ não inha um senido paneísa.55
[ . ereano,] a salvação nada mais signifca senão resiuição,
reinegração do conjuno original, ou Tikun, para usar o ermo
ebraico.5
No processo de reoro das parículas divias à dividade (Tikun), o
homem em um papel especial.
[ ...] é o homem quem acrescea o oque fna ao semblane divio;
é ele quem complea a enronização de Deus, o Rei e o Criador
mísico de odas as coisas, em Seu próprio Reino do Céu; é ele
quem dá ao Criador de odas as coisas a Sua cofguração fal Em
ceras eseras do ser, a exisência humana e a divina se enrelaçam.
O processo inrínseco, exramundano do Tikun, simbolicamene
descrio como o nascimeno da personalidade de Deus, corresponde
ao processo da hisória mundana. O processo hisórico e sua alma
mais secrea, o ao religioso do judeu, preparam o caminho para a
resiuição fnal de odas as luzes e cenelhas esphadas e exiladas. 57
A consumação do Tikun rá surgir o Messias: O Tikun, caminho para
o fm de odas as coisas, é ambém o camiho para o começo.5
A dourina da ransmigração das almas já i apresenada o Bair, o
século X como um segredo para os iniciados. O Bahir, conudo, não afrma a
meempsicose das almas em corpos de animais.
Segundo uma suposição de Scholem, a dourina da meempsicose do
Bahir em origem em:
[ ..] agmenos de uma radição judaico-gnósica mais aniga
[ ...], agmenos provenienes do Oriene, por vias que não são
discerníveis por nós, no círculo em que o livro Bahir nasceu.5
524 ou es issu de a Cause remire e ou reourne a Cause remire dem Les ognes d
l bba, . 31 7.
525 dem. bidem, . 3 1 7320.
526 dem. A mítica uica . 27 l
527 dem. bidem, . 276277.
528 dem. bidem . 277.
Segundo o Zohar, a metempsicose seria aplicada apenas às almas que
tivessem pecados contra a procriação.53
Contudo a concepção da metempsicose como uma rma geral
de retribuição divina não é desconhecida para a antiga tradição
cabalista. A contradição ndamental entre as ideias de castigo no
Inrno e de metempsicose duas rmas de recompensa que no
sentido estrito são mutuamente exclusivas apresentase enevoada
no Zohar devido à limitação da ideia de punição propriamente dita
ao processo de tormento no Inerno.53
Os cabalistas de Gerona, em geral, admitiam que haveria apenas três
reencarnações em corpo humano53 e o cabalista Ben Belimá (o flho do Nada)
admitia a metem psicose até o mundo das sefrot. 533
Após a expulsão dos judeus da Espanha, a escola cabalista de Saed,
iderada por Isaac Luria, acentuou a doutrina da reencarnação assim como o
messianismo da Cabala.
Os horrores do Exílio reetiram-se na doutrina cabalística da
metempsicose, que agora ganhou imensa popularidade, ao acentuar
os vários estágios do exílio da alma. O destino mais terrível que
poderia caber ao pecador - muito mais horrível que os tormentos
do inerno - era o das almas "banidas e "nuas, um estado que
impedia tanto a reencarnação quanto a danação no inrno [ ...].53
A doutrina da metempsicose (Guilgu) da escola de Saed afrmava que:
Cada alma individual retém sua existência individu apenas até
o momento em que realizou sua própria restauração espiritua.
[ ... ] Enquanto a ma não tiver executado esta tare, permanecerá
submetida à lei da transmigração. A transmigração, destarte,
não é mais simples retribuição, mas é ao mesmo tempo uma
oportunidade de cumprir os mandamentos, que não i dada à
ama preencher antes, e desse modo continuar o trabaho de auto
emancipação. A pura recompensa está, na verdade, implícita na
ideia de transmigração para outras eseras da natureza, como a dos
animais, plantas e pedras. Este banimento na prisão de estranhas
rmas de existência, em animais sevagens, em plantas e pedras,
é considerado uma rma de exílio particularmente terrifcante. 535
530 C SCHOLEM, Gerson G A mscaica 245
531 dem bdem, 245
532 dem Les ones d l bba 482
A doutria do Guilgul torouse popular, deixando de ser esotérica o
século X Ela i largamete aceita, rtalecedo a creça popular aimista
ou pampsiquista
O Guilgul torouse parte itegrate da doutria cabaista do
Tiku Ele se harmoizava também com o papel apocatastático
do Messias, salvador até das cetelhas divias que existiriam
em Samuel ou Lúcir, doutrina dedida desde os primeiros
cabalistas como, por exemplo, Isaac, o cego53
A doutria cabaista do Guilgul impressioou rtemete os primeiros
cabalistas cristãos, como, por exemplo, Marsílio Ficino, pois ela estava de acordo
com seu próprio sistema góstico537
Fialmete, é preciso lembrar de uma ceta pouco cohecida do
messiaismo judaico: a catástroe universa como meio de redeção Cosiderando
que "a humanidade estava ameaçada ão apeas por sua própria corrupção, mas
pela corrupção do mudo, que se origiara a primeira ruptura da Criação,
quado sujeito e objeto pela primeira vez se separaram53 ; cosiderado aida
que a existêcia atual das coisas i uto da decadência ou "exílio da Schehiá,
e que, por isso, o existir as codições atuais é o ma, agus cabalistas via, o
aiquilameto da criação, o grade meio de redeção
[ ] torouse possível cosiderar o retoro ao poto de partida da
Criação como meio de precipitar a catástroe fal do mudo, que
ocorreria quado o retorno sse reaido por muitos indivíduos,
uidos o desejo pelo "Fim do mudo [ ] Neste caso, aquio
que estivera escodido sob o suave aspecto do Tiku (utado
pela pereição do mudo) revelarseia como arma potete, capaz
de destruir todas as rças do mal; e ta destruição seria por si
equivalete à Redeção [ ] A cosciêcia de que a redeção
sigifcava tato ibertaço quato catástro impregou o ovo
movimento reigioso o cabismo uriico/ a ta poto que ea
só pode ser considerada o lado inverso da disposição apocíptica
predominante na vida judaica53
Por tudo o que i dito, fca patente que a Gnose e o Panteísmo são
sistemas em que as questões relativas ao sexo e à reprodução têm uma grande
importância. Continuamente, aqui e acolá, aparecem rmulações, alusões
veladas, símbolos de ordem sexual. Noutras passagens, ala-se explícita e
descaradamente de cultos depravados.
O Panteísmo, pela divinização da matéria, deveria indiscutivelmente
cultuar o sexo e a chamada civilização moderna que ele produziu está cheia de
expressões erótico-panteístas.
A Gnose, odiando a matéria e o ser, não poderia deixar de desprezar o
meio de perpetuar a existência e de muliplicar a matéria e a individualidade.
Denis de Rougemont, em Lmour et l'Occit tratou largamene das
repercussões gnóstico-maniqueias do catarismo na civilização ocidena desde a
Idade Média.
Cremos que o que i dito já comprovou largamente o ódio gnósico
à matéria, à carne e ao corpo humano. Vimos já como gnósticos, maniqueus,
cabalistas e cátaros desprezavam a mulher, a procriação e o matrimônio.
É traço essencial do simbolismo cabalístico o to de que, para ele
a mulher não cofgura, como se poderia esperar, a qualidade da
brandura, mas a do julgamento severo [ ... . O demoníaco, segundo
os cabalistas, é produto da esra minina. Esta concepção não
implica negação ou repúdio da eminilidade - afnal a concepção
cabalística da Schehiá pode conter a ideia, altamente paradoxal
para o pensamento judaco ortodoxo, de um elemeno eminino
no próprio Deus -, mas ela constitui um problema tanto para o
psicólogo como para o historiador da religião5
Para que esse texto fque mais claro, recordemo-nos de que, na linguagem
cabalística, o "julgamento severo de que la Scholem é a seroth Din Ora,
para a Cabala, Din era a nte do mal, o lado mau da divindade de que a mulher
À ideia de a Schehiná o elemento minino da divindade ser considerada
como prova de que na Cabala não há repúdio da eminilidade haveria mais o
que dizer e o remos mais adiante5 Scholem em todo caso reconhece que
permanece o problema do repúdo ou não da minlidade pelo cabalsmo
Aliás em outra obra desse mesmo autor encontraos outros textos que
comprovam uma visão pessimista da mulher por parte dos cabistas
Existe em todo o Cosmo uma dicotomia entre os mundos
masculino e eminino e o processo de qu é o esrço para reuni
los O eminino está sob o domínio do outro lado' e esta situação
tem eeitos de longo alcance sobre a economia do cosmo pois
resulta no equivalente a uma lei cósmica a saber: "tudo o que
provém do lado puro' possui uma parte no lado mpuro' por
meio das mulheres ; " ] todas as mulheres pertencem ao
lado esquerdo' e o lado esquerdo' como conhecemos é a nte
de qelipá 5
A mesma atitude existe como já vimos entre os maniqueus:
O corpo humano é do diabo Ele o é por sua substância e traço
que o distingue exagerando o rebaixamento geral do universo
também por sua rma A hostilidade maniqueia ao corpo e ao
sexo cujas consequências ascética são imensas recebe aqui um
ndamento mitológico ] mostrar os demônios procriando o
homem estenderse sobre os dethes genéricos mais repugnantes
não é mais que acrescentar um esrço de náusea a um ódo que
tem já seus icerces de "razão
] Na criação de Eva introduzse uma intenção mais particular
Eva é mais inteiramente sujeitada pelo demônio e por isso ela se
instrumento deles contra Adão:
ela eles transmitira sua concupiscência a m de seduzir
Adão
Sedução que levará Adão não apenas à concupiscência carnal
mas à reprodução a mais rmdável artimanha da estratéga
satnica Não se trata somnte de prolongar inendamente o
541 Nota do editor: o ro Orando Fedei não chegou a redigir esse trecho de seu ivro.
54 roughout the cosmos there exists a dichotomy beeen mae and mae words, and
the process of the tiun is the eort to reunite thm. e minine is under the dominion of
the "other side (isto é, do demnio e do ma), ad this situation has rraching eects on the
conomy of the cosmos, since it resuts in what aounts a cosmic aw: ey, "that a o spring
catvero da Luz, mas de tornar nfntamente mas dcl a obra
da salvação5
Entre os nstcos do Eto, combatdos por Santo tanáso, corram
apcrs atrbuídos aos apstolos nos quas se afrmava que " ] depos que
Eva enaada e que ela comeu do uto da árvore, é do dabo que ela
enendrou am 5
onrme o "Evanelho dos Eípcos, ctado por São lemente de
exandra
Salomé, que peruntava quanto tempo durara o reno da morte,
o Senhor dsse Tanto quanto vs, mulheres, dares à luz flhos
as eu vm para destrur as obras da mulher E Salomé lhe dsse
Então eu fz bem em não ter flhos O Senhor respondendo lhe
dsse ome de todos os utos, mas daquele que é aaro não
comerás Salomé, tendo peruntado o que devera ser entenddo
por sso, o Senhor retomou Quando vs calcardes aos pés a veste
da veronha, o corpo, e quando os dos rem um o macho e a
êmea não haverá mas nem homem nem mulher55
Esse texto é muto elucdatvo do pensamento nstco duração do
reno de morte, sto é, da atual stuação de decadênca de dvndade, estara
dretaente lada à procração
543 cops humn est du dabe. I est p substce, et - tt qui e distingue en out
abaissement énéa de unives - i t aussi p sa me Ihostiité manichéenne au cops et a
see, do es conséquences ascétiques so immenses, eçoit ici un nemen mhoogique ]
mont es démons pocea homme, s appesai su des détais généiques es pus épos
ce nest gure quajoute un eo de nausée à une hne qui a dejà ses ents de "aison
Das a céation dEve, i ente une intention pus paticuiée Eve est pus entiemen
assujetie au démons, et pa à, ee se it eu instumen conte Ad
"A ee, is ansmien de eu concupiscence, an de seduie Adam
Séduction qui entainea Adam non seuement à a convoitise chanee, mais, pa ee, à
époduction, a pus midabe use de a statégie satanique
Non seuement i sagit à de poonge indénient a Lumie, mais pa a mutipication,
de dispese cette Lumie, donc de ende inniment pus dicie ouve de savation. JONAS,
Has. La rgon osque p.300
544 [ .. ] aps quEve t tompée et quee eut magé du uit de abe, cest du diabe quee
engenda Cain DOSSE, Jea Les v se s osqus É p. 1 5 5
545 À Saomé qui demadat combien de temps dueat e gne de a mort, e Seigneu dit Tat
que vous autes, femmes, ous, ente des ennts. Mais je suis venu pou détuie es oeuvs
de a mme. Et Somé ui dit Jai donc bienit de ne p ente L Seigneu répondat ui
dit Mang de touts es uits, ms de ceui qui est ae tu ne mangeras pas. Somé ui avant
demandé ce qui ait entende pa à, e Seigneu epit uand vous ue au pieds e
O Cristo
Cristo gnó
gnóst
stico
ico condena,
condena, então,
então, a gera
geração
ção,, mas note
notes
see ele não
não
condena as relações sexuais. tes, pelo contrário, ele recomenda a Salomé que
experimente só o que é doce, mas não o que é amargo, isto é, que mantenha as
relações que quiser, contto que ela não gere e não dê à lu amargamente na dor.
Espezinhar a veste da vergonha poderia signifcar, ambiguamente,
desprezar tudo o que é do corpo nu; à maneira dos carpocráticos, desprer o
corpo pela prática das piores abjeções.
Reparese ainda a ambiguidade do texto, quando arma que não haverá
mais nem homem nem mulher, podendo signifcar, ao mesmo tempo, a união
heterossexual, ou a recomendaço de ser hermarodita ou homossexual.
eisegang, analisan
anal isando
do esse texto,
texto, aponta a relaç
relação
ão estreita entre a metasica
metasic a
e a moral gnósticoerótica.
Santo Epiânio deixou descrições nojentas e revoltantes das práticas
abomináveis dos barbelognósticos, grupo herético que tentou seduzilo:5
IV. Nun ad pesti
pes tirae
rae illorum
ill orum doctrinae
doc trinae velut
velut sedem
sedem ac voraginem
me coneram. Varia enim apud illos neariae disciplina voluptatis
est. Primum quod communes inter se minas habent. Ac si quis
ejusdem sectae peregrinus advenerit, signum quoddam viri a
eminis, eminae a viris accipiunt. Haec autem ejusmodi est: Cum
sutendi ac complectendi cause manum porrigunt, eam ina
palmam contrectando ac deicando leniter titillant, eoque signo
ejusdem religionis hospitem esse demonstrant. nde posteaquam
mutuo se agnoverint ad convivium accinguntur. uod ipsum,
tametsi pauperes sint, ingenti epularum apparatu, vinoque et
carnibus instructissimum praebent. Finito convivio cum satietate
venas distenderint, ad libidinem proritantur. Tum vir ab uxore
discedens sic eam alloquitur: Surge, et atri charitatem exhibe.
ta ad concubitum venitur. Pudet me ona fde quae apud illos
turpissime perpetrantur, exponere; quemadmodum ait Apostolus Apostolus::
uae apud ipsos funt, turpe est et dicere (Ephes 1). Verum
quae illos cere nihil pudet, neque me pudebit eloqui, ut qui
edissima illorum agitia audierint, horrore quodam aciantur.
Etenim per acto stupro subinde contumeliosis coelum vocibus
appetentes, utrique maris prouvium cavis manibus excipiunt,
ac sublatis rursum occulis edum illud et abominabile manibus
praeerentes consistunt; ac preces concipiunt. Militares quidem et
Gnostici ad universorum,
universorum, ut aiunt, parentem, cui et quod maibus
maibus
gestant oerunt cum hoc solemni carmine: Hoc tibi munus
nimirum
nimir um Christi corpus,
corpus , oerimu
oerimus:s: atque ita tum eo vescuntur, et
Chisi; e hoc es Pascha. dcico cooa nosa ain, e
Chisi slicia confei cogn. Eodem modo qoies mie
mensos s ai,
ai , edissimm
ediss imm illm sanginem
sangin em collecm
collecm
na omnes
omnes absoben. Aqe hic es, es, inqin,
inqin , sangis Chisi.
Chisi.
Poeea in aocyhis legan: "Vidi aboem dodecim cs
qoannis eene
eenem,m, e dii
dii mihi:
mihi : Hoc es lignm viae.
viae . dism
de mensis mliem oviis ineean. Caeem m
ine sese eneem eecean, ibeos amen ssciee ohben.
Non enim olis
olis sdio
sdio,, sed libidini sae sevia,
sevia, ei coel
coelae
ae
vacan. a miseis hominibs diabols ildi, e os Dei
adibs sis imlicam e ldibim adci. Poinde si
libidini saiscin sae, imissimm semen in seisos
eciian, neqe illd ad oagandam sobolem emian, sed sa
isi idine asan. Qod si e qisiam ecei semins
immissionem aneveei, e e eo, gavida ca si mlie, di
qid demm agiiosis aggedian. Nam nmem adhc
em e eo deacm, qocmqe iis emoe vism es,
inem, inqam, aboione ojecm in moaio isilo
ndn. Ci ad viandam naseam mel ac ie alis aomabs
e ngenis admiscen. Tm in nm colleco ocom ac
canm sodaliio, nsqisqe e commino innli coso
digio deliba. Sic hmanis canibs asi ad oandm Dm
sese conven. E cidiais, inqin, inces neqaqam
nobis illi; sed qod ecidea ai noso collegims. Aqe
id eecm esse Pascha demm eisiman. Paee haec ai
inse dia aqe esecanda commin. Cm enim ss n se
mo bacchai ac ee oeein, esesis scissmi hmos
osione manibs consgn, aqe ia edaas geenes oo
cooe ndi comecan, ea e majoem sibi ad De
fdciam acqian. Coeem in cando cooe dies nocese
aie
ai e mlieclae
mli eclae e homnciones occan,
occ an, ac se e ngeno
ngeno
endn, e lavan, e convivia celeba, e ebiea a
venei indlgen, eosqe qi jejnan esecan. Negan enm
esse jejnandm, qod ad hjs saeci condioem inciem
jejnim einea; imo alimeno ois os esse dician,
qo obsioa sin cooa, doneo emoe ossin c
eddendo
eddendo scee.7
scee. 7
Os segidoes de Basílides aicavam, ambém eles, esse co e
condenavam a ociação.
No judaísmo cabalísico, enconra-se o mesmo culo do sêmen.5
Luriamic Kabbaliss believed ha sing during hese weeks was
paricularl ecacion in rerieving he "backsliding children,
ha is, he spiris dwelling in he drops o semen which a man
had los hrough masurbaion or in we dreams, and which
provided "bodies r demons and evil spiris. e Lurianic
idenifcaion o he backsliding children (he epression is aken
om ear
ear : 1 [Conv
[Co nverei-vos
erei-vos a mim, flhos rebeldes diz o
Sehor...
Sehor...]] and he
he somewha punning
punni ng applicaion o he
he Hebreu
He breu
word r "backsliding (Shobabim) clearl caused he choice o
his paricular
paricular period oo he ear r he peniencial
pen iencial eercise. e
new Tiggun would resore
resore hese "llen spark
s parks
s o he sphere
s phere o
holness.5
Tal dourina
douri na repercuiu
repercuiu no sisema
sis ema peniencial
peni encial imaginado
i maginado por Nahan de
Gaza para preparar os judeus para a recepção do Messias Sabaai Tzvi. Nahan
eviou para muios cenros j udaicos uma cara em que relaava como se deviam
deviam
zer os jejuns, os aos penienciais e as orações para preparar o adveno do
Messias. ejam-se os seguines rechos irados da cara de Nahan, ciados por
Scholem em sua obra sobre Sabaai Tzvi
Redime odas as cenelhas de sanidade [provenienes] da raiz [de
minha alma] e da raiz de minha raiz e da primeira raiz das raízes
de minha raiz, que se enconram, agora, [no domínio das] qelipo.
Possa
Possam m elas ser concebidas
concebidas na mariz
mari z da sana
san a [sefroh] Malkhu,
e não se volar ao mal, pois o "ouro lado [iso é, os demônios e
qelipo] inciou-as a se separarem das asas da Tua Shekhiná. Por
Tu, ó Deus,
Deus , és Rei e redenor misericordioso [ . . . ]
[ .. . ] Soa a grande
grande rombe
rom beaa para anunci
anu nciar
ar a nossa
nossa liberdade
liber dade e eleva
eleva o
esandare para unir uni r os nossos
nossos eilados e j uná-los
un á-los rapidamene
rapidame ne dos
quaro canos da Terra. Possam odas as goas de sêmen que emii
(por polução acidenal ou deliberada), quer nesa ransmigração
quer
qu er na precedene, volunariamene ou não [ . . . ] reornar à sua
sana ne na sanidade do Teu nome. Bendio sejas, ó Senhor,
que hás hás de reuni srael. 5 5
reunirr os eilados de srael.5
athoiqu. En onsqun, on s souponnait d pratiqur ds orgis ntr natur, sous touts
s rms imaginabs. Cs rprobations nétaint p ntirmnt injustiés, ar s Cathars
u-mêms ronnaissaint anhmnt prférr oasion a a débauh
débauh au mariag attndu
att ndu
qu mariag était un aar bin pus sériu, rgmntant oimnt un hos n soi
mauvas. Idm. Ibidm, p. 137
555 Ls rations sus, mêm dans mariag, réprsntaint pour s prmirs bogomis
un habitud démoniaqu. Lorsquun nt nassat d ts rations, tat un sujt d Satan
qui vnat
vnat au
au jour. Dans orps dun mm
mm nint ogat démon ui-mêm
u i-mêm.. C nst point
a piété d !as
!ass
s monastiqu, mais un mépris
mépr is ndanta
ndanta du mondmon d qui ommand
ommand éibat.
BORS
BO RST,T, Arno.
Arno . s catars
catars p. 1 5 5
556 Ls athars ... ] sopposnt radiamnt tout ration su. Is n nt sujt sujt
auun distintion.
distin tion. Tout
Tout a su st un péhé; tout mariag st uur, "icao", d
natur pus mauvais
mauvais nor par ququ st pubiq
pub iqum
umnt
nt ronnu
r onnu.. L mariag, !i
! inst,
nst, touts
s rms d pvrsion s trouvnt paés sur mêm rang. L génération n st pas un rim
pus min qu a voupté. Ls fmms
fmms nints n sont pas admiss dans a st, mêm n as
d mort imminnt.
La fmm -mêm, qu s bogomis réguaint au-dssous d homm, dvat êtr
Curosamente, esse desprezo antnatural da mulher, esse tratamento
ndgno, no mpeda que as mulheres do Languedoc, especalmente as nobres,
acorressem em grande número para a seta e ssem seus apoos mas frmes.
Também é contradtóro que os cátaros mantvessem conventos mstos,
costume que tnham herdado dos bogomlas.557
E anda
mlheres, sobretudo, auíram em grande número para eles,
em seu ardente desejo de servr pessoalmente sua causa. Assm,
eles, embora negassem a lberdade e tvessem as mulheres como
dabólcas, muto contrbuíram para zer da lberdade do
ndvíduo o ndamento da exstênca humana.55
Como explcar tas contradções?
Uma seta volentamente contra a mulher, mas que atraía as mulheres.
Uma seta que condenava qualquer contato com a mlher, mas que admta
convenos msos. Uma doutrna que negava a lberdade, mas que trabho, no
dzer de Borst, para zer runr a lberdade.
A nosso ver, só a détca gnóstca pode produzr e vver comodamente
nessas contradções ululanes.
A Gnose, sendo contra toda exstênca, sucda e autodestrudora, é o
substrato que explca o apoo das mulheres a uma seta desprezadora da mulher.
a hstóra, há muos ouros casos de "sucído gnóstco.
Mas revoltante anda era a attude cátara em ce das cranças, às quas se
negava o cosomem que, no sstema cátaro, era absolutamente necessáro
para a salvaço.
[ .. . ] todas as cranças esto condenadas sem esperança e sero
pundas na outra vda como assaltantes e assassnos, devdo a
sua mdade congênta. Apenas o cosomem pode salvar os
homens.55
Tal ódo à matéra e à geraço deva, naturalmente, conduzr os cátaros
ao sucdo, que eles pratcavam sob rma rtua com o nome de "endura. Mas
557 C Im Im, p 157 ota l
558 mm tot ot aé x, at é pom
c A ot, qoq at a té t tit mm po oq,
cop oé po a té i mt itc hm Im
Im, p. 194
ainda: "Se sse possível, os cátaros teriam desejado o suicídio da raça humana,
seja diretamente, seja se abstendo de procriar flhos5
Vimos que também entre os gnósticos judeus se concebe uma catástroe
universal como meio de lcançar a divinização, pois serexistir é que é o mal Tal
concepção da redenção pela catástroe fnal se tornou aguda, após a expulsão dos
judeus da Espanha (1 492) , na escola cabalística luriânica
Alguém poderia argumentar que entre os cátaros do Languedoc havia
uma alta concepção da mulher Prova disso seria a poesia trovadoresca,
reconhecidamente ligada ao catarismo, mas que divinizava a mulher e tinha
uma alta concepção do amor
Ora, essa objeção é inconsistente Essa mulher mítica e idealizada pelos
trovadores não era, na verdade, senão um símbolo da doutrina cátara, a imagem
do alter-ego do pneuma divino de cada um e não a mulher enquanto tal
eja-se sobre isso o que afrma Luigi Valla em sua obra I ligao segreto
di Date e i Feli dmore como também Dennis de ougemont em sua obra
já citada
Dois textos de Dennis de ougemont são sufcientes para elucidar a
questão:
Se a Dama não é simplesmente a Igreja de Amor dos cátaros (como
o puderam crer Aroux e Peladino) , nem a Maria-Sofa das heresias
gnósticas (o Princípio eminino da divindade), não seria ela a
Aima ou, mais precisamente ainda, a parte espiritual do homem,
aquela que sua alma aprisionada no corpo chama com um amor
nostálgico que somente a morte poderá satiszer?
Nos Kephalaia ou Capítulos de Manes, podese ler no capítulo
como o eleito que renunciou ao mundo recebe a imposição
das mãos (entre os ctaros, o consomem dao geramente na
iminncia da morte), como ele se v sim odeo no spírito
de Luz como, efm, no momento de sua morte, a rma de Luz,
que é seu spírito, che e o consola por um bo como seu
anjo lhe estende a mão dieta e o aúda iguament com um bijo
de amor como, m, o leto veera sua pópri rma de luz,
sua salvadora5
560 Si la chose avait t possible, les Cathares eussent dsir le suicide de la race humaine, soit
directment soit en s'abstenant de procrer d ents RUNCIMAN, Steven L Maihém
méa/, p 137
561 Si la ame n'est pas simplement l'Eglise d'Amour des Cahares (comme on pu e croire
Aro et Pladin), ni la MaiaSophia des hrsies gnóstiques (le Principe fminin de la divinit)
O pneuma aparecia ao homem que recebia a imposição das mãos sob
rma eminina e o consolava. Era a sua rma de luz, sua salvadora. Dante
poderia dizer sua Beace.
Quanto à mulher em concreto, eis como os líricos e delicados trovadores
aconselhavam que se tratasse
Raimbaut de Orange escreve um poema sobre as mulheres. Se voc
quiser conquistá-las, diz ele, seja brutal, "dê-lhe socos no nariz (é
isso sufcientemente "cru}, rce-as, pois é disso que elas gostam.
[ .. . ] Nós temos desse mesmo Raimbaut dOrange admiráveis
poemas de louvor à Dama. 5
Portanto, no trovadorismo cátaro dora-se a Dama. Depreza-se a mulher
"O Dame O me emme e, então, a exaltação do eminino
divino na Schehiná, que Scholem apresenta como prova de que a Cabaa não
despre a mulher, não se sustenta. Os cátaros apresentavam a mesma contradição
dialética. A mulher, em concreto, era desprezada como causa da multiplicação da
carne e da existência atual. Mas a partícula divina era apresentada sob o símbolo
da Dama à qual se dedicava um amor platônico idealido.
Esse amor platônico seria um meio de cultuar a morte e a autodestruição,
para assim se vencer a multiplicidade e se alcançr o uno.
[ .. . ] o amor é a via que sobe, à custa de êxtase, em direção à única
origem de tudo o que existe, longe do corpo e da matéria, longe
daquilo que divide e distingue, além da inelicidade de se a si
mesmo e ser dois no próprio amor.
Eros, o Desejo total, é a aspiração luminosa, o elã religioso original
levado a seu mais alto gozo, à extrema exigência de pureza que é a
extrema exigência de Unidade. Mas a unidade última é a negação
do ser atual, em sua soedora multiplicidade.5 3
D Kéi o Ci d M o i ci X comm é qi
océ mod çoi imoiio d mi (c c C consolmentum
géém doé oc d mo) comm i voi d o odoé" d
Ei d Lmi; comm mom d mo m d Lmi qi on
Ei i coo bi; comm o g i d min doi
égm d bi dmo comm vé o m d mi
vic OGEMON Di d L 'mou et / Odnt 75
562 imb dOg ci om fmm Si vo vo i coqê dii
oy b do d co d oig " ( c c"?) c c c
c q imn
Tanto o amor "cortês trovadoresco, quanto o amor dissoluto de certas
seitas gnósticas antinomistas são, no ndo, coincidentes no desprezo da mulher
e do casamento.
O amor "cortês é resultante da recusa gnóstica de aceitar a matéria e o
corpo como oras de Deus. Da a condenaço o csamento e a procriação.
A pornografa sensual é uma rma ou de divinizar a matéria ou de
espezinhála como aziam os antigos gnósticos.
O amor cortês, como na paixão platônica, az da mulher uma da, mas
na verdade ele é a luxúria idealizada.
A pornografa, que az da mulher uma acante, é o sonho platônico
materializado e sexualizado.
"Os mesmos crculos que mostravam tanto impudor nas relações sexuais,
declaravam venrar o ideal do amor cortês.
E ougemont mostra que amos os amores o trovadoresco e o licencioso
eram contra o matrimônio.
" [... a licenciosidade demoliu o casamento por aixo, enquanto que a
cavalaria [o amor cortês ou cavalheiresco o ridicularizava de cim'.
Ora, o matrimônio é grande não só por sua nore nção de manutenção
da espécie humana, mas tamém, conrme diz São Paulo, por seu signifcado.
De to, a união entre o homem e a mulher no matrimônio é fgura da união
entre Cristo e a Igreja, pois que, assim como Adão e Eva, unidos, geravam os
flhos segundo a carne, Cristo e a Igreja, unidos, geram os flhos de Deus.
Além disso, a união conjugal é tamém smolo mstico da união da alma
com Deus. O Cântico dos Cânticos, de Salomão, gira todo ele em torno dessa
simbologia que se tornou clássica entre os msticos.
No processo mstico, isto é, no processo do amor da alma para com Deus,
o grau supremo, a união com Deus, é denominada "casamento mstico.
O amor imenso no qual o verdadeiro mstico se arasa ao se unir a Deus
leva-o a ter todas as coisas como se ssem nada. Entretanto, ele não as despreza.
Pelo contrário, em toda criatura, por mais humilde que seja, o místico vê reexos
Aquele que é a causa de toda existência e e todo em.
eiste, oin de corps et de la matire, oin de ce qui divise et distingue, au deà du maleur d'être
soi et d' être deu dans ' amour même
Eros, c'est e Désir tota, c'est 'aspiration umineuse, 'eán reigieu origine porté à sa pus
aute juissance, à 'etreme eigence de pureté qui est 'etreme eigence d'Unité Mais 'unité
dernire est negation de 'être actua, dans sa souante multiplicité Idem Iidem, p 43.
Veja-se como prova disso a atitude dos grandes mstcos como São
Francisco Santa Tereza São João da Cruz que amaram a Deus acima de tudo
mas que amaram também o irmão sol a irmã água o irmão vento.
O verdadeiro místico não é um alienado. Ele não tem uma indierença
estóica ou budista diante das maravilhas da criação. A união com Deus não o
aasta da realidade concreta. Pelo contrário z com que ele se volte mais viva e
efcientemente para ela.
Cremos que não há exemplo mais claro disso que Santa Tereza a maior
mística da história e tão ativa Ela i vista em pleno êxtase no ar contemplando
a Deus e ao mesmo tempo zendo panquecas. Segurando a panela ao go e
jogando as panquecas ao ar para revirá-las sem as deixar cair mantinha-se em
êxtase unida ao criador dos Céus e da Terra.
O místico não despreza a carne e usa com toda inocência e santidade as
imagens epitâmicas para descrever a união mística.
Essa atitude equilibrada do místico diante da realidade espiritual e da
realidade material na aceitação humilde e agradecida da natureza espiritual
e material do ser humano levam-no a ter uma devoção especial para com o
mistério da Encarnação no qual " Verbum carofctum est
Oposta é a atitude do lso misticismo.
É o dogma da Encarnaço que distingue radicalmente a mística
ortodoxa da herética é ele que dá um sentido totalmente dierente
à palavra amor nos dois casos.5
O to central de toda vida religiosa de rma e de conteúdo cristãos
é o acontecimento da Encarnação. Desde de que se se asta ne
que seja um pouco disso corre-se no duplo perigo do humanismo
e do idealismo.57
A Religião do Homem como vimos não pode aceitar a encarnação do
Verbo. O tropoteísmo sob a rma panteísta não pode aceitar a divindade de
Cristo segunda pessoa da Santíssima Trindade Verbo de Deus transcendente.
Daí seu humanismo naturalista ver Cristo como o Homem.
O Antropoteísmo sob a rma gnóstica não pode aceitar que Cristo
tenha tido corpo. Daí seu "idealismo cair no docetismo.
Consequentemente a Religião do Homem não pode aceitar a Igreja
sociedade simultaneamente divina e humana como explicaremos adiante.
566 C'es !e dogme de 'ncanaion qui disingue adicaemen a mysique ohodoe de
'hééique, es ui qui donne un sens ou dieen au mo amou dans es deu cas. dem
bidem, p. 1 57.
Também não pode aceitar o matrimônio. O Panteísmo, como vimos, vê
na mulher a bacante, enquanto a Gnose vê nela a da.
O Panteísmo nega todo o valor místico e analógico do matrimônio.
Quando o Panteísmo dá aspectos religiosos e místicos a essa questão, é para
elaborar o culto álico.
A Gnose, rejeitando a matéria, o corpo, o casamento e a procriação, tem
de ver no amor um meio de libertação do espírito divino. Daí a relação de amor
com a morte, própria a toda Gnose.
O amor sentimental e platônico dos gnósticos é apenas um meio
utilizado para romper os laços da individualidade e obter uma união "mística
de duas almas, de duas partículas divinas com a divindade. Essa união mística
gnóstica exige a destruição da individualidade e, portanto, exige a morte como
veículo de libertação.
O amor de Tristão e de Isolda era a angústia de ser dois; e sua
realização suprema era a queda no ilimitado, no seio da Noite em
que se apagam rmas, as ces, os destinos singulares:
"Não mais Isolda, não mais Tristão, não mais nenhum nome que
nos separe. É preciso que o outro cesse de ser o outro, e que,
portanto, não exista mais, para que ele cesse de me zer soer, e
que não haja mais que eu no mundo.5
A constante preocupação gnóstica de azer desaparecer a distinção entre
sujeito e objeto, aplicada ao amor, leva a querer se identifcar o eu e o tu. O
místico gnóstico procura contemplar o seu outro eu. Frequentemente, esse outro
eu i representado sob rma eminina e cantado sob a metára da Dama. É o
que se verifcou na mística iraniana, no sufsmo, na poética do Doe Stil Nuovo
e no Romantismo.5
Causa desse misticismo lso é o desejo de ser Deus, a recusa de nossa
própria limitação.
[ .. .] antes de tudo e depois de tudo, na origem e no fm da paixão,
não há um "erro sobre o homem ou Deus rori não há um
erro moral - mas uma decisão ndamental do homem, que quer
568 amour de rsan e dseu cea angosse dêre deux; e son aboussemen suprême,
cea a chue dans mé, au sen de a u o seacen es rmes, es vsages, es desnes
snguers
on pus dsode, pus de rsan, pus aucun nom qu nus separe" u que aure
cesse dêre aure, dn ne so pus, pour qu cesse de me re sourr, e qu ny a pus que
mo au monde" dem bdem, p 291
ser seu própro deus A paxão quema em nosso coração logo que
a serpente a sangue o o cínco puro nsnua sua promesssa
eternamente tradora: "er sicut i. 57
Daí conclur o autor que:
O amor-paxão-glorfcadapelo-mto realmente no século I,
data de sua aparção, uma Relgão em toda a rça desse termo, e
especalemente uma heresa crstã hstorcamente determnada57
Essa heresa tera sdo a Gnose manquéa ressurgndo no catarsmo:
Não é o crstansmo que az nascer a paxão, mas uma heresa
de orgem orental Essa heresa se espalhou prmero nas regões
menos crstanzadas, precsamente onde as relgões pagãs levavam
anda uma vda secreta O amor-paxão não é o amor crstão,
nem mesmo um "subproduto do crstansmo ou a "mudança de
endereço de uma rça que o crstansmo despertou e orentou
para Deus (Leo Ferrero Désespoirs). Ele é antes um subproduto
da relgão manquea57
70 ] avan ou e aprs ou, 'origine e la n de la passion, il n'y a pas une erreur" sur
'homme ou Die - ao pas un erreur moale - mais ne décision ndamenale de 'homme,
qui veu êre ui-même son dieu L passion rle dans nore coeur siô qe le serpen au sang ois
- le cyniqe pur - insine sa prómesse éernelemen rahie sicut di". ROUGEMO,
Denis de L 'mou et / Occidnt, p 22
71 Lmoupassion fépa myte réelemen au douime siecle, dae de so n apparion,
une Reiqion dans oue la rce de ce erme, e specialemen ne héresie chréienne hisoriquemen
deerminée dem idem, p 1 1 8
7 2 Ce n'es e chrisianisme qui i nare la passion c'es un e hérésie d'origine orienale Cee
hérésie s'es répande d' aord dans les conrées es moins chrisianisées, precisemen, o les
religions paiennes menaien encore une vie secre amour-passion n'es pas 'amour chréien,
DÉCIMO TE: A ECLESIOLOGIA DO
ANTOPOTEÍSMO
596 ous les vériabes membres de a famile religieuse ne devraien ils as asirer ardemmen
voir le oyaume des cieux s éablir sur erre, e y enrer de bon gré, e enonner des hymnes sacrés?
u que la chréiené redevienne vivane e agissane e que se rme de nouveau une Égise
visible, sans égard ax onires errioriales, une Église qui accueille dans son sein oues es mes
alérées de ciel e qui s ore devenir médiarice enre le monde ancien e e monde nouveau.
dem. bidem, . 5.
597 u sein sacré dun vénérable concie euroéen, l a chréiené renara, e la che qui consisera
dans le révei de la religion sera menée selon un vase lan divin o rien ne sera négigé. ersonne
ne roesera us alors conre a conraine chréienne ou sécuire car ' essence de Égise, sera
a vraie liberé, e oues les rermes bienisanes saccomiron sous sa direcion, sous rme de
déveopemens oiiques paciques e égaux
Qud sera-ce ou quand ne sera-ce as?
ne u le demander aience, il vien il viendra nécessairemen, ge sacré de la aix éernele
e despojada, igualitária e sem dogmas - como ueriam os gnósticos - do ue a
apresentada no livro U Seor como Dios a de autoria do Padre José Lus
Cortés:
La gsia que yo quiero ·: poesia por Pedro Barsimo o Barca
La gsia que yo quiero o ee campaario [
La gsia que yo quiero o ecessita temps [ }
La gsia que yo quiero o ecessita ' [
Cro que e es gsia habrà tambié u Papa!
Pero u Papa ce, co patus pao;
m Papuchi que Papa, m sato que assimo
y se se ma Pepe que o lme Pio
Los obpos, los pobs, sue ser gete buea
Si o era obispos yo creo que seia satos [
E gsia que digo que yo quiero que sea
ocupará los caos gete co eriecia
e lo que sica amar y ser amado
Si amo que sirve superortoxia? [
Si he de decir to, glesia que yo quiero
resulta hasta imprute orque sea Dios}
Pues que teme gsia; quee si que?
Perr su porio? ue sua mil herejes?
Hay otras heias que so mucho peores
Como ese teer mie a perr tat cosas!
No importa que gsia tega Fe muy ja
mieas busca y peta vapor el bue camio
Los stem teocos tiee el a pelio
haceros creer que Dios es u libro de texto
La glesia que yo quiero pue ser que se equivoque
que o acierte a ver cro como es a Dios,
pero que sea ua glesia cabremos tos
y hta probabmete esteos ta a sto
La gsia que me sta, gsia que yo quiero
es algo muy secio, cosa gete pobre [
i gsia [ }
tiee humo cueta chtes La mita ma
La gsia que o quiero an catacumb
Si viera dinero o inuenci o amigos
seia distinto; pero mejor que no
Una vez do uno: l menos tener algo para r a lo pobres o hacer nuestr
campa
Y los pobres deron: Quien socoe a s pobres
es porque no es tan pobre'' si es rica no es libre
Una avra bao cao no original gia dirán s entendidos
No sé siempre pieo que si a quauier persona
/ quitamos ropa, lo oros los títulos
se que en mu poquito, pero bueno autntico
Y uss me dcuen si digo que siento:
que meretizes, em bao cao no orinal, marginas, borracho, pecares,
maric, drogadictos gente ese eslo
serán losnmentos mi queri gia:
porque eos son el bao, son esos bajos n
donde cae viva hombre está m cerca { . 59
598 Igreja qe e qero não em camanáro. [ ...]/ Igreja qe e qero não necessa de
emos [ ...] / Igreja qe e qero não necessa de dogmas [ . ]/ Caro qe nesa Igreja haverá
ambém m Paa/ Mas ma Paa casero com anas de ano;/ mas Paaznho qe Paa,
mas sano qe saníssmo/ E se ee se chama Pepe, qe não o chamem Po./ Os bisos, os obres
cosmam ser gene boa/ Se não ssem Bisos, creo qe seriam sanos [ ...] / a Igreja qe dgo
qe e qero qe seja/ Ocarão os cargos gene com eerênca/ o qe signca amar e ser
amado/ Sem amor, do qe serve a ser orodoa? [ ...]/ Se é recso dzer do, a Igreja qe e
qero/ resa aé mrdene orqe cono em Des)./ Pos o qe eme a Igreja; car sem
rqeza?/ Perder se odero? Qe srjam m hereges?/ Há oras heresia qe são mo iores/
Como se er medo de se erder anas cosas/ ão mora qe a Igreja enha a Fé mo oa:/
enqano bsca e ergna, va eo bom caminho./ Os ssemas eoógcos êm o grande erigo/
de azernos crer qe Des é m vro de eo/ Igreja qe e qero ode ser qe se eqvoqe,/
qe não acere em ver caro como é Des em amanho grande,/ Mas qe seja ma Igreja onde
cabamos odos/ e aé rovavemene esejamos odos vonade/ Igreja qe me agrada,/ a Igreja
qe e qero é go mo smes, cosa de gene obre [ ... ]/ Mnha Igreja [ ...]/ em hmor,
cona adas, a meade da mssa/ assam dando rsadas, [ ... ]/ Isso sm: como o mndo ainda não é
cé,/ Igreja qe e qero anda na caacmbas/ Se vesse dnheiro, nênca o amgos/ do
sera derene, ma mehor qe não/ Uma vez agém dsse: Peo menos er go ara dar aos
obres o azer nossas camanhas .../ E os obres dsseram: Qem socorre aos obres/ é orqe
não é ão obre e Se é és rca, não és vre)/ Uma [no origina, aavra de bao caão] de Igreja
dirão os enenddos./ ão se. E semre enso qe se a qaqer essoa/ Lhe ramos a roa,
os oros e os íos/ ca com mo oqnho, mas bom e aênco/ E vocês me descem
se dgo o qe sno: qe [mererzes; em bao caão no orgna], margnas, bêbados, ecadores,
Conusão
O autor deste trabalho nunca chegou a escrever uma conclusão para ele e
isso por duas razões, "nt chaqu st suant su como ele gostava de dizer
em várias circunstncias, citano seu amado e belicoso Crano.
O primeiro motivo é que o trabaho nunca i eetivamente concluído,
porque progrediu seguidamente ao longo de três décadas. leituras e
pesquisas do Pro. Fedeli continuaram sempre nessa linha o Atropoteísmo
e é incontestável que ele sabia e ensinava sobre isso muito mais, quando veio
a alecer em junho de 20 1 , do que quando sistematizou por escrito, na já
distante década de 1 980, o resultado de suas primeiras pesquisas.
O segundo motivo são as pessoas. pessoas de perto e as pessoas de
longe. Os amigos e os inimigos.
O Proessor como era chamado com carinho e respeito pela imensa
maioria de seus alunos estava sempre cercado de gente. E, depois do início de
seu trabalho no site Montrt, no fnal da década de 1990, cercao de gente de
todo o Brasil e de todo o mundo.
E as pessoas tinham dúvidas, perguntavam, atacavam, questionavam,
apoiavam, pediam. Era preciso responder-lhes, era preciso atendê-las. Era
preciso, como diz São Pedro5, "estar sempre pronto a dar razão da vossa
esperança a todo aquele que vo-la pede. E o Proessor estava. Muitas vezes
deitava-se tarde, levanta-se ainda de noite, escrevia por horas seguidas para
responder a um ataque, para elucidar um amigo, para astar uma dúvida, para
consolar uma aição, para apoiar uma luta.
sso o consumia e consumia seu tempo. esar da insistência dos amigos
mais próximos em que era preciso escrever os grandes trabhos, em que era preciso
sistematir o mximo possível tantos anos de aulas, tatos aos de leituras, tantos
anos de estudo, tantos aos de reexão, ram as pessoas que o ocuparam até o
fm. Ele dizia que sim, que ia escrever, mas continuava respondendo as cartas,
atendendo os telenemas, viajando paa perto e paa longe. E os grades textos,
sempre adiados, iam fcando sem começa ou sem concluir.
Ao converter-se à prática do catolicismo, aos vinte e dois anos, ele,
almas, a salvação das almas i sua preocupação dominante durante toda
a vida. E ele tinha razão, porque a salvação das almas, a adesão à greja de
Cristo, é, em última análise, o centro, o objetivo último de todas as grandes
utas históricas. Contra ou a vor. Por Cristo ou contra Cristo, são essas, em
verdade, as únicas duas posições possíveis em todos os probemas religiosos,
políticos, éticos, sociológicos. E Proessor Fedei, bom e prondo prossor de
História, sabia-o e ensinava-o melhor que ninguém. E assim, ram as almas, i
o contato com elas, o contato com as pessoas, aquilo que, em tima análise, o
impediu de concluir este livro e de escrever outros.
Sim, porque esta obra devia ter continuação. pesquisas do Proessor
o evaram a concuir que os dois ramos do Antropoteismo, a Gnose e o
Panteísmo, embora auando equentemente como inimigos no decorrer dos
acontecimentos históricos i, aliás, o ódio entre os adoradores da deusa
Razão e os adoradores do Ser Supremo na Revolução Francesa que lhe chamou
a atenção para o problema embora inimigos, dizíamos, aliam-se às vezes e é
nessas ocasiões que as revoluções encontram seu ponto mximo de virulência e
de capacidade de ação.
A interconexão desses polos opostos, Gnose e Panteísmo, de uma mesma
doutrina - interconexão a que ele chamara de Curto Circuito, pois, como no
enômeno elétrico, também aí se produz uma grande explosão luminosa e depois
um aastamento violento dos dois fos doutrinários envolvidos no processo -
era, segundo o Pro. Fedeli, a responsável pela realização concreta das maiores
revoluções ocoridas na história.
E ele o provava citando, interminavelmente, tos e pessoas, flósos
e políticos, conbuações e batalhas, da Rema Protestante, da Revoução
Francesa, da Revolução Russa. E do Modernismo. E o aticano E do
racão teológico e doutrináio que se seguiu ao Concíio.
Alguns dos últimos trabalhos do Proessor Fedeli, publicados no
site Montrt , inscrevem-se nessa linha de pensamento, tratando mais
especifcamente da penetração do Antopoteísmo dentro da greja, em que ele
atingiu o mximo de sua efciência, como o vírus que só atinge a penitude de
suas potenciaidades patogênicas quando se instala estavelmente no organismo.
O Antropoteísmo é essencialmente contra Deus e contra sa geja e ses
mentoes ram percebeno, caa vez mais claamente ao longo dos sécuos,
que é de dento dEa que ele pode atacá-la melhor, com mais efcácia.
Nessa perspectiva também, inserem-se os tabahos do Po Fedeli sobre
ate, pois as produções artísticas, tanto literáias, como pictóricas, escutóricas
e a até arquitetônicas, ram, sobretudo a partir do Renascimento como tão
bem mostram as aulas sobre o verdadeiro Código Da Vinci º , mas já desde
o fnal da Idade Média, meios privilegiados e muitíssimo pouco conhecidos de
disão do Antropoteísmo, inclusive e talvez, sobretudo dentro da Igreja
Gnose e Panteísmo têm, isoladamente, difculdades próprias de
propagação e de atuação A Gnose é por demais irracional e a rmulação mítica
de suas teorias é por demais alógica para que ela possa ser aceita, sem mais, pelo
bom senso do homem comum É essa uma das causas de sua propagação em
grupúsculos secretos, rmados por pessoas capazes de aceitar teorias abstrusas
e práticas estranhas É diícil para ela impor-se a um grupo grande Além
disso, sua desconexão com a realidade concreta, com a realidade mundana,
sua desconfança para com as organizações e instituições são tantos outros
empecilhos para sua ação em grande escala na esera política
O Panteísmo, por outro lado, é io Suas teorias de tendência racionalista
e materiista, suas análises realizadas a partir de pressupostos por demais
abstratos para serem compreendidos pela maioria, não costumam conduzir
à paixão, não costumam conquistar o coração das massas, não conseguindo,
assim, desencadear com efcácia um processo revolucionário de grande escala
Por isso, a união das duas correntes é essencial nos grandes processos
revolucionários E o modo como essa união ocorreu e se desez sere
dramaticamente em vários eventos do processo histórico rendeu ao Pro
Fedeli a matéria de muitas e muitas aulas prondas e encantadoras
Aulas que deveriam ter sido sistematizadas Que deveriam ter sido
escritas Mas que não ram Acima das razões que podemos sempre encontrar
para os eventos humanos, é preciso considerar a Providência Divina Foi Deus
Nosso Senhor que assim o permitiu Foi a Virgem Santíssima a quem o Proessor
consagrara, desde a juventude, tudo o que era e tudo o que tinha, que julgou
melhor que sse assim
O emblema do Projeto egado, dentro do qual se insere a publicação deste
trabalho, mostra uma mão que passa a espada a outra mão Uma herança de luta
que é transmitida Que a Virgem Santíssima nos permita a todos da Montrt, a
todos os amigos do veho Proessor, a todos aqueles, que sem serem seus amigos,
compreendam a importância do tema do Antropoteísmo, receber essa espada,
poder continuar o que altou a este trabalo, cada qual dentro do seu campo de
ação, ainda que seja simplesmente desejando e rogando que sempre em todos
os lugares, Nosso Senhor, esmague, como diz o salmo, por meio de sua Igreja, a
cabeça do leão e a cabeça da serpente, a rça política do Panteísmo e o veneno
místico da Gnose Et conculcabit leonem et draconem
São necessárias mãos para receber essa espada É necessário haver quem
reze o velho Proessor tinha sempre na mão o rosário e sempre na boca a
vocaão do oce Coraão de ara mas tamm ecessáro haver quem
pesquse quem sstematze quem estude quem escreva
ue Nossa Senhora úca doa de todo o traalho do Prossor úca
doa da otrt úca dona do Legado suscte a us e a outros.
Ivoe edel
São Paulo 2 1 de novemro de 201 0
Na esta da Apresetaão de Nossa Sehora o Templo
Biblioafa
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