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ANTROPOTEISMO
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Editor: Guilherme Chenta
Revisão geral: Ivone Fedeli
Diagramação: Oswaldo A Pestana
Capa: Fabiana A. Gonçalves
Imagem da capa: Beau Dieu de Amiens
Realização: Projeto Legado Montrt

FEDEU, Orlando teísm - eg d Hmem


São Paulo: Editora Celta, 011

ISBN 885610006

Filosofa; Panteísmo; Gnose

Todos os dreitos desta edição reservados 


�ONOM NTFORT

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Sumdrio

reseç .  .  .  .  


r 
Primeira arte
ASPETOS GEIS DO ATROPOTEÍSMO
 . O Criador e a Criação  .  ........... ..  .  .  .  .  .  .  .  ..  ..  .  .   1
. O sonho do Homem .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .. 
. Problemas ndamentais .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. ... ... .. .. 
. Gnose: sentido e extensão do termo .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 9
. O Antropoteísmo e sua divisão .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 
6. Causas da eliião do Homem .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 6
. A línua bífda da serpente ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... . 6
. A antimetasica da eliião do Homem .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .  
9. Dialética e tropoteísmo: as duas pontes entre Gnose e Panteísmo ...... 
1 . Os tipos de homem seundo o Antropoteísmo ... ... .. ... ... .. ... ... ... .. ... ... ... .. . 9
1 1 . A eliião do Homem na história .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 1 

Send arte
TEMINOLOGIA E TEMS DO ANTROPOTEÍSMO
. Terminoloia e introdução aos temas do Antropoteísmo ....................... 1 1
 . Primeiro tema: a teoonia nósticopanteísta .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... . 1 
1 . Seundo tema: a cosmoonia nósticopanteísta ................................... 1 
1 . Terceiro tema: o Demiuro .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 6
16. uarto tema: a antropoenia .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 1 
1. uinto tema: a pscoloia nósticopanteísta ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. . 1 
1 . Sexto tema: a soterioloia do Antopoteísmo ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. ... .. 1 1
1 9. Sétimo tema: a doutrina messnica ou cristolóica do Antopotesmo . 
. Otavo tema: a metepsicose e a escatoloia do topotesmo .. ......... 4
 1 . Nono tema: a elião do Homem e o o .......  ....... ........... .......... .. 
. c a ec o do  e ... 2
A Nosso Senhor sacramentado
 Vrem Santíssma aílo dos crstãos
E ao Papa ento X 
Este é o bem fnal daqueles
ue possuem a Gnose: tornaremse Deus.
(Pomandres 

Esmaarás aos pés o leão e o draão.


(SI 90 , 1 3)
Apresentação
A publcação desta obra se nclu no conjunto do Projeto Leado ontrt
e por sso é justo dzer antes de tudo muto mas muto orado mesmo a
todos os que têm apoado nosso Projeto. Como não nos cansamos de ecorda
nenhuma das vtóras do Leado tera sdo possível sem esse apoo.
uto oado tamém a todos os que se envolveram especfcamente na
edção desta obra. Em prmero luar a nosso amo Eno Lu reente do coral
reorano da ontrt o ultet. Fo ele o nosso parcero de trabalho loo que
ncamos o Projeto Leado em setembro de  Depos de revrarmos juntos
os arquvos do Pro Orlando e arrmos a mosa maleta preta esquecda a um
canto e em que estava uardado o então por nós denomnado Lvro  Gnose
 ele quem dtalzou o texto que Natála Acáco e Josane hara a quem
também aradecemos corrram uma prmera vez após o escaneamento.
É necessáro aradecer também a Celna Nunes pela rvsão ramatcal
prévia a Hetor Specan Doulas unte Lucas Parra Emerson Chenta
cardo Sampao ael ota e Auusto endes pela verfcação e tradução
das númeras e lonas ctações (o lvro conta com cerca de sescentas notas de
rodapé). E muto especalmente ao smpátco Padre arcelo Tenóro pelo
valente e tão amo Preáco.
Pela quantidade de aradecmentos é ácl calcular o trabho nente
que  a preparação deste lvro. Hércules fnalmente superado deve estar se
contorcendo de nveja no Hades.
A séro este precoso texto do Pro Orlando Fedel quando o tomamos
em mãos pela prmera vez encontravase em estado deplorável devdo 
crcunstncas em que ra consevado. Datlorado no níco da década de
 9, o documento orn com o qual tvemos de ldar únco então exstente
acompanhado de um xerox uardado na mesma maleta estava semeado de
erros com palavras escrtas de rma ncorreta e aluns trechos sem sentdo
pos ra mecanorado a partr de um manuscrto reddo na calrafa quase
herolífca do Prossor por alunas suas que quase todas à época num mundo
em que não exstam corretores ortoráfcos não conhecam outras línuas senão
o portuuês. E que datloraaram bravamente embora nem sempre com acerto
A começar pelas ctações Patenteouse a necessdade de se verfcar a
exatdão a localzação e a nterdade de todas elas Afnal não só o própro
Prossor talvez tvesse cometdo erros não corrdos mas também as
datlóraas podam clmente terse equvocado em seu trabalho Com eeto
ao cotejarmos as ctações apresentadas em Antropotemo- A Relão do Homem
com os lvrosnte pudemos verfcar que por vezes  embora sso tenha
ocorrdo menos do que esperávamos  altava ou estava trocada uma palavra ou
outra Erros de rafa sobretudo nas ctações em línua estranera sobejavam
A estratéa de começar pelas ctações  bastante lz Prmero porque
por meo delas podíamos confrmar com certeza o que o Pro Orlando quera
dzer em alum texto que nos pareca menos claro em sua redação Seundo
porque pudemos ao mesmo tempo em que verfcávamos as ctações r
montando a bblorafa fnal do trabalho Sem correr o rsco de cometer uma
njustça podemos afrmar que se contam nos dedos de uma mão as reerêncas
completas seundo as normas ofcas No mas das vezes só aparecam o nome
do autor de uma obra e um número de pána  quase nvaravelmente certo
alás  ou um abrevado opt com o número da pána quando o nome do
autor já apareca no texto
Assm num trabalho menso e mnucoso quase todas as qunhentas e
noventa e ses ctações do lvro ram verfcadas ou ao menos dentfcadas
uase pos não conseumos encontrar a nte de alumas poucas  quatro ou
cnco  o que o letor poderá clmente perceber
Além dsso para encerrar o assunto da edção cumpre acentuar o to
de o Pro Orlando não ter nem revsto nem propramente concluído este
trabalho No documento ornal percebese claramente que havera outros
pontos a tratar seja porque exste uma sére de damolo assm tópcos não
preenchdos uma espéce de esquema cuja redação não  completada seja
porque ele anunca cosas de que não trata prncpalmente a estétca e a sóco
polítca antropoteístas Também a dvsão de capítulos que o letor encontrará
não é exatamente a eta pelo Proessor Fedel
Apesar dsso procuramos presear ao máxmo a redação ornal E por
sso optamos quando se trata de uma questão de estlo por manter as passaens
em línua estranera no corpo do texto e não transerlas para as notas de
rodapé o que ocorre especalmente no prmero capítulo
Por fm por que a ontrt e especfcamente o Projeto Leado
entenderam ser mportante a publcação de Anopotemo  A lão 
Homem neste momento?
Por duas razões prncpas A prmera é poder oerecer a nossos letores
uma chave para a compreensão deste mundo terrvelmente contra Deus em que
aro Prossor  para a ompreensão de seu últmo grande trabalho, publado
nove das antes de seu alemento, No Paí  Maravia: a Gno burca 
TFP   Arauto  Evango
Além dsso, este lvro, embora não publcado até hoje, é de extrema
mportâna para a ompreensão de todo o trabalho que o Pro Orlando
desenvolveu. Analsandoo, perebemos omo, volta e mea, uma ou outra ctação,
uma ou outra dea reaparee numa arta, num artgo, num texto mas extenso.
Mas do que tudo: perebemos omo  a partr do tema do Antropoteísmo
que ele norteou toda sua atvdade mltante católca, reonhecendo muto
laramente haver, de to, apenas um úno nmgo contra o qua lutar: a
elgão do Homem, que se revela não só na esra propramente relgosa, mas
nas esras políta, socal, eonôma e artísta. Porque, em últma anáse, o
verdadero problema do mundo é relgoso e se enontra cado na aetação ou
na reusa do Deus transendente, de seu Crsto e de sua Igreja, havendo apenas
duas relgões: a do deus que muda, om suas nfndáves varantes, e a do Deus
que não muda; a do homem que se z Deus e a do Deus que se ez homem, a
Igreja Católa, Apostóla, omana, dentro da qua queremos vver e morrer.
Esperamos que este lvro possa ser para mutos, omo  para o Proessor,
um ponto de partda, um nstrumento de trabalho, uma espada útl na luta
doutrnára que enenta todo o católco que pretende, omo é sua obrgação  ,
propalar sua é, anmar e nstrur seus rmãos e ombater os nmgos de Deus
e da Igreja.
Com Antropotímo  A Rlião  Homm namos uma sére de ses
publações sobre esse tema. Sére que apresentará uma ótma vsão de onjunto
do ombate do Pro Orlando Fedel ontra essa alsa relgão, e ujos próxmos
tíulos são:
  No Paí  Maravilha a Gno burca  TFP   Arauto 
Evanglho que mostra uma aplação ontemporânea e nuente,
embora grotesa, de aspetos mportantes do Antropoteísmo.
. Por tr do tanrt uma autobografa do Proessor Fedel, que
permte ompreender o nconamento de uma socedade sereta
da qual ele partpou externa e ngenuamente, mas que aabou por
desobrr e por desmasarar.
 Elmnto otérico  cabalíco n viõ Anna tharina Emmch
que  a tese de doutoramento do Proessor Fedel na Fauldade de
Flosofa, Letras e Cênas Humanas da Unversdade de São Paulo e
que estuda prondamente um aso de penetração da Gnose na Igreja
Católa.
  a e o ntropotemo qe reúne todos os trbos do Pro Fedei
reerentes à inênci do Antropoteísmo no Concíio Vticno  e no
período sbseqente;
  ósco vo  arvao m compição comentd de tod 
poêmic com esse óso.

Desejos  todos bons estdos e m proveitos eitr.

Sve Mri!
ilerme Cent
São Po 22 de novembro de 2010
Prcio
Graças a um árduo trabaho, iniciado nos anos oitenta, chega a nossas
mãos mais uma aula, transrmada em livro, do rossor Orlando Fedeli
ediramme para redigir o preco desta ora Se que ão sou o mais
indicado Há pessoas bem mais preparadas e com mais autoridade sobre o assunto
que eu, sobretudo aqueles que estveram à ente de todo processo de edição
Embora, porém, tendo consciência de ser o último da fla, aceitei sem
hesitar o convite, porque nada é dicil para mim quando se trata do velho
proessor Se eu não r eliz neste ocio, ele, nas páginas vindouras, resolverá o
problema por meio de sua clareza, lucidez e perspicácia argumentativa inha
nção aqui é apenas a de abrir a porta  O resto é com ele!
Neste preácio, sou o hostiário Abrolhes o livro, tare ácil, pois o
importante é o que vem depois da porta aberta: este excelente traalho sore o
tropotesmo, em legtimo estilo "deliano
Os grandes não desaparecem com a morte ermanecemlhes vivos o
pensamento e a ideia sim ram os satos, pelo testemunho, os doutores,
pelo ensino, os apologetas, pela deesa da Fé
Nosso caro proessor i um apologeta! Não teve outra ambição senão a
deesa da Verdade Católica Num mundo cristão em brumas, em que a mentira
se sobrepõe como verdade, em que Deus é destronado e o homem incensado
em nossos altares, quando muitos se calam  até uma boa parte do clero , salta
o roessor com sua espada para lutar por Cristo Rei, por aria Santssima e
pela greja
Havia em seu coração uma devoção pronda pelos três amores brancos
de que alava Dom Bosco: a Santa Eucaristia  e aqui entra sua intrépida desa
da issa , a Santa Virgem e o Santo adre
Violento em suas argumentações, não cedia em nada em relação à Desa
da Fé Não buscava agrados, nem honras, mas apenas a Verdade, quer agradasse,
quer desagradasse Todavia, nosso amigo tinha uma aqueza, que não era
aqueza, mas amor veemente: Nossa Senhora! Como chorava ao pronunciar
o nome de aria! Foi com ele que aprendi a colocar tudo nas mãos de Nossa
 mas havia também nele um amor incondicional ao Santo adre!
Como amava a greja na pessoa do apa! or isso, quando eu lia ou escutava que
Orlando Fedeli era anticlerical, riame de tamanha tolice
Tínhamos um pacto ele e eu Um compromisso or isso, quando soube
da morte repentina do roessor, veio logo a minha lembrança o nosso pacto
e, mesmo sem saber bem a causa de seu alecimento, já o julguei mal, como a
alguém que se vai sem ter cumprido o que prometeu 
Não estava no Brasil, quando ele nos deixou Antes de viajar nos aamos
e ele comentou sobre a iminência de sua morte (aliás, sempre me pediu que
rezasse para que ele morresse pela é, o que nunca fz, conesso, por medo de ser
atendido  ) e eu lhe disse: "nem pense nisso! Somos tão poucos! recisamos do
senhor aqui e mais: temos um compromisso juntos! ortanto, o senhor não irá
agora! E ele sorriu sem acreditar muito em minhas palavras 
Bem, sei que um preácio deve ser mais objetivo, atrelar§e ao ivro em
si Sei disso as nunca escrevi um Escudome em minha pobe ignorância
reeri antes lar de quem escreveu este livro, da causa antes da consequência,
da árvore antes do uto Sua motivação, seu único objetivo que, por certo não
era a vaidade pessoal, nem a pose de escritor, mas a Desa da Fé, pea qual
deu a vida 
Vamos, então, ao livro
Nesta obra, nosso roessor trata com muita clareza da origem do
Antropotesmo e de sua oposição à Verdade, da rma como tal pensamento
herético, não obstante as mais variadas expressões apresentadas durante a história
da humanidade, ndamentase sempre num mesmo erro Seu alastramento se
dá, paradoxalmente, por sua agilidade argumentativa e sua oposição ao ógico,
ao racional, descambando para a subjetividade
Contudo, a maior rça do Antropoteísmo encontrase na natureza
marcada pelo sinal de Caim que tende ao aastamento e à rebeldia da criatura
para com seu Criador, que a leva a querer negar sua essencial dependência do
Ser Absoluto, substituindo a Verdade pela mentira, pregando a igualdade entre
o ser absoluto e o ser por participação, entre o contingente e Aquele que é,
atacando ontalmente todos os princípios da metaísica e os demais valores
transcendentais
No primeiro momento, nosso autor nos traz, baseandose a estética
medieval e em ricas citações, as bases da contraposição: a Verdade sobre Deus
e suas criaturas É a partir daí e tendo bem claro este ponto, que devemos
percorrer a complexidade do assunto abordado Deus é o criador de todas as
coisas visíveis e invisíveis e por Ele tudo é em dependência, enquanto recebem
d'Ele o existir or sua vez, o homem, criado à sua imagem e semelhança, tem
Sendo Deus transcendente, não pode ser percebido pelos sentidos, mas
na pereição das coisas criadas se vê, como numa imagem, o Criador de todas as
coisas. Como nos diz o roessor nesta primeira parte: "as criaturas, como véu,
velam e revelam o Criador.
Seguindo, o autor coloca que, em cada criatura, há um apelo ao Bem
bsoluto, quando o homem se deixa atrair pela quidade existente nos seres Ora,
esse Bem Supremo é Deus. E aqui podemos evocar o grade Santo Agostinho:
"Criaste-me para Ti e inquieto está meu coração enquanto não repousa em Ti.
Todavia, duas atitudes podem ocorrer quando a critura contempla os
seres criados.  primeira, compreendendo ela a contingência na criação e sua
fnitude, é o apegar-se Àquele que não passa e d'Ele se reconhecer dependente.
titude humilde de submissão e acatamento A seguda, o revoltarse com
as limitações e o mal relativo dos seres Buscar a infnitude n criaturas e as
perceber contingentes. Substituição do Bem Supremo pelo bem relativo.
Na primeira atitude, há a consciência plena daquilo que se é e do que
nunca se virá a ser, pautada pela Verdade sobre Deus e sobre o homem. Na
segunda, a ilusão, o engano, a mentira que entra na criatura pela picada mortal
da serpente "Vós sereis como deuses.
qui surgem as bases do problema do tropotesmo e os seus dois ramos
que buscam abraçar a humanidade. A Gnose e o atesmo, ambos rmam a
Religião do Homem que nega, entre tantas coisas, a limitação do conhecimento
para atingir de cheio o istério e a Transcendência Divina, as limitações da vontade,
recusando a aceitação e imposição de qualquer lei até desembocar no absurdo da
negação do livre arbtrio e, assim, gir da responsabilidade e da aceitação de toda
ordem ontológica. qui aparece o homem como o "Salvator De.
Em seguida, Orlando Fedeli discorre sobre a antimetasica presente na
doutrina dessa Religião do Homem, como ódio a Deus, o Ser Absoluto. E aqui,
nosso autor desmascara, passo a passo, as artimanhas através das quais o veneno
gnóstico-pantesta do tropotesmo se inocula no pensamento flosófco,
visando a destruir os princpios da metasica.
De grande proveito será para todos acompanhar este panorama histórico
doutrinário e perceber os braços dessa heresia, que ora se apresenta e ora se
esconde, e suas camadas no paganismo, no judasmo e também no cristianismo.
Tudo isso é apresentado de rma exaustiva, no intuito de deslindar a
complexidade inegável do assunto.
Na segunda parte do livro, encontramos a exposição dos temas da Religião
do Homem, tendo como princpios a teogonia gnóstico-pantesta, a igualdade
entre Deus e o Cosmo e a evolução do ser divino, contestados pela flosofa
aristotélicotomista, para, em seguida, nos ser apresentada a maneira como o
importância central E aqui se percebe uma relação estreita com o maniquesmo
e uma contestação óbvia do istério da Encarnação e da Doutrina cristã a
respeito do pecado original
Em suma, o Antropotesmo é a Religião do Homem e, como t,
possui uma doutrina própria centrada no homem Tem uma soteriologia
antropocêntrica e uma cristologia que se afrma com a máxima do "redentor
que se redime a si mesmo ara o Antropotesmo, não há um redentor pessoal
para toda a humanidade, negandose, assim, ontalmente a Doutrina da
Redenção Ele possui sua própria escatologia e em sua eclesiologia dende uma
greja meramente natural, cooperadora com outras rças que têm em comum
a eliminação de todo tipo de mal sobre a terra; uma greja a serviço do homem
Nos últimos captulos do livro, evidenciase o to de que essa heresia
possui dois braços: a Gnose e o antesmo, os quais se apresentam de rma
muito clara em nosso tempo O autor vai tecendo, montando um quebra
cabeças, até chegar, enfm, a nossos dias e, então, podemos observar que, desde
o Gênese, a serpente inernal atenta contra a uher e sua descendência "Tu
lhe erirás o calcanhar, disse Deus à serpente E houve ódio entre o Dragão e a
ulher!  a vitória também é anunciada:  ulher esmagará a tua cabeça3
Não i à toa que o Santo adre Bento X  no dia  de dezembro de
200, condenou em seu pronunciamento a Gnose que se encontra mais viva que
nunca e que hoje se apresenta das mais variadas maneiras e que, como a "maça
de Satanás, usando a linguagem do próprio aulo , penetrou por alguma ou
quais brechas na greja
Que brechas? O abandono da teologia tomista e o ensino modernista
da Fé, pautado em pensamentos de teólogos de doutrina suspeita e em uma
eclesiologia duvidosa e, por vezes, herética, ensinada largamente nos seminários,
para a qual a greja já não é mais necessária para salvação, mas companheira das
demais crenças e, por consequência, humanista e democrática; uma cristologia
meramente histórica, uma liturgia na qual se celebra a vida do povo e não mais
os santos mistérios Tudo isso a seiço do homem, da Religião do Homem
Sábia a Santa greja por nos azer rezar o último evangelho, após a bênção
fnal   O Evangelho da Encarnação! O antdoto contra todo mal
t �rbum caro fcm est t habitavit in nob et vidimus giam us
gloam qui unigeniti a ae num atiae et verita 

adre arcelo Tenório


Campo Grande, 1 6 de novembro de 201 0
Pimeia pate
SPECTOS GES DO NTROPOTEÍSMO

 CA E A CA

nvibilia enim isius, a catra mundi, er ea quaefcta sunt, intelc,


consiciunur: semitea quoque eius virtus, et divinitas: ita ut sint incusabis 
Sobre a verdade expressa nesse texto, baseouse toda a estética simbólica
medieval Tendo Deus eito todas as coisas à sua imagem e semelhança, através
das criaturas é possvel conhecer algo do Criador orque, em todas as coisas, Ele
espelhou a sua pereição  obras de Deus são como pensamentos d'Ele, pois
que dizendo Ele uma paavra as coisas er eitas:
"E disse Deus: Façase a luz E a luz se ez E viu Deus que a luz era boa;
e separou a luz das trevas 
Cada coisa é, pois, um pensamento de Deus, e, por isso, afrma São
Boaventura, o universo é como que um grande livro em que as paavras são as
coisas criadas
"orque de to Deus não disse propriamente palavras, mas lou por
meio de obras, porque para ele dizer é azer e zer, dizer 7
Que Deus escreveu dois livros, a Bblia e o Universo, São Boaventura o
diz, por exemplo, no Brevilóquio II,  2.
O fm do homem é conhecer, amar e servir a Deus neste mundo para
gozáLo para sempre no outro, ensina o Catecismo

5 Porque as coisas invisíveis dEle depois da criação do mundo compreendendo-se peas


cois itas tornaram-se visíveis; assim o seu poder eterno e a sua divindade; de modo que são
inexcusáveis  10
 Diitque Deus Fiat lu Et cta est lux. Et vidit Deus ucem quod esset bona et divisit ucem
E não pode o homem servir a Deus se não O amar, e não poderá amá
Lo se não O conhecer; não pode, entretanto, conhecêLo a não ser através das
imagens e vestgios que d'Ele existem nas criaturas  criaturas são como um
véu, pois velam e revelam o Criador
Contudo, só os "limpos de coração verão a Deus Ba mun cor:
quoniam si Dum vibunt' 
ara ver a Deus, invisvel, através do véu das coisas criadas, é preciso ter o
coração desapegado de aetos impuros e possuir saedoria É preciso contemplar
as criaturas on occhio chiaro  con o puro. 
Essa ideia é confrmada pelo seguinte texto de Hugo de São Victor:
"Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus
Limpos de coração são aqueles que não são sujos nem pelo pó da
cogitação inútil, nem pela laa da deleitação torpe Limpos de
coração são aqueles que não são tocados pela névoa da ignorância
terrena, nem têm o rvor corrompido pela concupiscência
Limpemos, pois, nossos corações de toda ignorância, pela
inquirição da verdade, e de toda concupiscência peersa, pelo
amor da virtude, a fm de que mereçamos ver a Deus na glória do
reino celeste 
Quando se tem desapego e saedoria, coração reto e inteligência clara,
então é possvel ler o livro da criação com cilidade
Diz Corneille:
Se teu coração sse reto todas as criaturas te seriam espelhos e
livros aertos, em que tu verias sem cessar, em mil lugares diversos,
modelos de vida e de doutrinas puras; Todas à porfa te mostram
seu Autor   
Não só as coisas criadas reetem as pereições de Deus, como O revelam
de modo cada vez mais claro e completo quanto maior é sua pereição Desse
modo, a hierarquia dos seres é, na verdade, uma escada de Jacó que a inteligência

8 Flzs os pros  coraão porq rão a Ds M 58


9 Co olo ao  ato pro LIHIRI Dt Dvna Coma Paraso  37
10 Bat o cor qoa pss D bt Mo cor st l q c plr
ls cotatos c lto atr paa lctatos Mo co s qos o ttt
bla trra oata c copt ro a cocpscta Mros tr cora
ostra ab o prrsa cocpsca p aor rts t ra D   lora
 clsts H O D SÃO VITOR Alloa al Lb II cap 1
humana tem que subir durante a vida para cegar a ver eus ce a ce na
eternidade.  própria universalidade das coisas seja uma escada para ascender a
eus  "sa rum univi sit sca  cnndum in Dum. 
Foi por essas razões, entre outras, que eus criou todas as coisas segundo
a lei da analogia, de moo que toa a criaturas são, e gua rma,
semelhantes a Ele, e, ao esmo tempo, sendo criaturas, necessariaente são
dierentes d'Ele em grau infnito.
or isso, toda criatura gera um apelo e uma insatisção; uma tentação e
uma ustração.
Gera um apelo, porque a qualidades dos seres contingentes nos
convidam a desejar essa qualidades em grau caa vez air a desejarmos o
Absoluto. as elas nos deia insatiseios, porque buscaos o infnito e nelas
só encontramos a fnitude.
or outro lado, qudo o homem se apega à criatura  porque connde a
imagem contingente com o póprio soluto. Quer encntrar o infnito onde ele
não tá, isto , no fnito. É nisso que consiste a idolatria. E os dolos são rant.
e modo que, tanto os que não conhecem a eus por meio das claras
páginas do livro do Universo, como os que, ustrados com a idolatria, se
revoltam contra a limitação do bem das criaturas, ou com o seu mal relativo,
negando-lhes qualquer valor, são inecusáveis.  3
A atitude correta diante do Universo deve ser, pois, de encataento
diante das maravilhosas obra de eus, mas sem o esquecimento de que elas são
meras imagens e vestgios do Ser Asoluto.
eve-se evitar a idolatria, que transrma o contingente em Absoluto, e a
ustração, que nega qualquer valor à criação.

Porqu m at Snho com  t obr


 u ulto com  obr  t mãos
Quão mac são Snho  t obr!
Quão numros são  as obr Snhor!
Fizsts com saba to  co:
A ta stá chia s t cr 
12 SÃO BOATA ne Men in De  2.
13 C  1,20
14 a ctt  Do  cta tat  opbs a ta xstabo
Porqu p an rmosura  ciatura
S po vivlmnt chgar ao conhcimnto  su 
 homm insnsato não conhc
E o néscio não compn ssas co 
as todas as criaturas nada são comparadas com Deus
or isso, os sábios louvam a Deus em suas criaturas, mas não se apegam
a elas.
São Francisco de Assis dános exemplo claro desse equilbrio católico
diante das criaturas, louvando a beleza infnita de Deus na beleza reexa das
coisas criadas e, ao mesmo tempo, desposando a Dama obre, e louvando a
Deus até por "sora nostra mort co ora/ nossa rmã, a morte corporal
Alsim omnotnt bon Sio
u só  u  gloa  lonon t omn bndiction!
Ad t so Alsimo s kono
t nuu homo n diu t mntovar
Lauto si mi' Sio cum tuct   cratu
spalmnt mssor  at sol
 qua ioa t aumini noi pr i
Et u  bu  radiant cum an spnr:
 t Alsimu porta sication
Lauto si miigo pr sora una t  stl
in clu li rmat crt t pros t bl/
Lauto si miior pr at vnto
t pr a t nubi t srno t omn tmpo
pr  qua a   crar i sustntamnto
Lauto si miior pr sora aqua
 qua a multo u t humi t ptiosa t cta
Lauto si miior pratcu
pr  qua annalumini  noct;
t l  bl t iocun t robustoso trt
Lauto si miior pr sora nosa matr trra
 qua n sustnta t govrna
t produc divi uc con coi  t hrba
Lauto si miio pr qui
k prnano pr  tuo amor
t sostngonitat t tbuon;
Ba qui ki sostano in pac
ka  t Alsimo sirano incoronati
Lauto si mi Sio pr sora nosta mort co ora/
  qua nuu homo vivnt po skapar:
Guai acqui k maano n  pccata mortali;
Ba qui k tovrà n  t sancsim volunta
  scun mort nolfà ma
Laut t bndicit miior t rniat
t srviat cum an humilit 
No magnfco Cântico do rmão Sol de São Francisco, devemos notar
três pontos:
. O reconhecimento da transcendência e da bondade de Deus Criador;
comparado com Ele, nada é bom
 Entretanto, as obras de Deus são maravilhosas e cheias de sabedoria
e até mesmo os males que soemos, como a morte, têm bondade
relativa e razão de ser superior na ordem universal
. ortanto, o homem não se deve revoltar contra os males que soe,
mas louvar a Deus que, até por meio deles, nos prepara bens maiores
Essa é a atitude correta diante da criação: nem identifcar as criaturas com
Deus, nem negar a excelência da criação, pois tudo o que Deus  é bom

18 líssimo, onipon, bom Snhor,/ Só a i os lovors, a glória  a honra,  oda a bênção/ 


i só, líssimo, prncm/ E nnhm homm é digno d  comprndr/ Lovado sjas, m
Snhor, com odas as as criaras/ Espcialmn por m snhor irmão sol,/ Q nos ilminas
por l,/ E l é blo  radian/ Com grand splndor/ D i, líssimo, pora o signicado/
Lovado sj, m Snhor, pla irmã la  pl srl,/ Q no cé a rmas claras, prcios
 blas/ Lovado sja, m Snhor, plo irmão vno/ E por odos os ss movimnos  plas
nvns  plo srno  por odo os mpos,/ Plos qais dás ssndo à as criaras/ Lovado
sja, m Snhor, pla irmã ága/  qa é mio úil  hmild/ E prciosa  casa/ Lovado
sjas, m Snor, plo irmão go,/ Plo qal ilmina a noi;/ E q é blo  agr  robso
 r/ Lovado sjas, m Snhor,/ Pla nossa mã rra,/  qal nos ssna  govrna E
prodz diretes fros com coloridas ors  rvas/ Lovado sj, m Snhor,/ Por aqls
q prdoam por  aor,/ E sporam nfrmidad  riblaçõs,/ Bm avnrados os q 
sportae m p,/ Pois srão coroados plo Alíssimo/ Lovado sjas, m Snhor,/ Por nossa
irmã mor corpora/ D a nnh hom vivn pod gir/  daqls q morrm m
or outro lado, o homem é um exilado do paraso terrestre e sua vida é
uma prova Na grade ordem que existe o Uiverso, só em si mesmo o homem
ota a desordem Só ele, ser ivre e racioa, etre as criaturas visveis, é capaz
de livremete itroduzir a desordem o Cosmo É isso que lhe causa tristeza e
agústia Tristeza, pelo seu estado Agústia, por estar em prova Da o apelo
asioso e triste que se evola das palavras e  otas do Salve Regia:
Ad te cmam, uslii vae
Ad te suspiramus,
gementes etntes,
in hac cmarum va/
"Lacrimarum va tal é o mudo hoje para o omem Vale de exlio, de
lágrimas e de provas, mas passageiro Compreededo que tudo é passageiro e
que ão há razão para se iludir com os bes terreos, em para se revoltar com
as misérias da vida, o homem ão perderá seu equilbrio
Compreededo que opulus qui ambubat in teneb, vidit lucem
maam habinbus in one umbrae mor, l orta est e'   porque:
Um meio asceu para ós, um flho os i dado e i posto o
pricipado sore o seu ombro; e será chamado: Admirável, Coselheiro, Deus
orte, ai do século turo, rcipe da paz
Etão, ressurge para o homem a esperaça e ele sabe que ada deve
perturbá-lo:
Na te trbe,
Na te espante
 se pa,
Dios no se mu
La paciencia
  aan
Quien a Dios ene
Na /flta
So Dios b
Diz-os Sata Teresa de Ávila

19 Este povo que andava nas trevas viu uma grande uz; para os que habitavam na região da
sombra da moe nasceuhes o dia. Is 9, 2
20 Pavuus enim natus est nobis Et ius datus est nobis; Et ctus est principatus super
E, pois que no vale de lágrimas do elio eus deiou ao homem coisa
maravilhosas para que se lemre do araso perdido e da glória de ua ajeade
é preciso que ele ouça o grade apelo que da a craur aç, ara ue
conheça e ame a randeza, a Saedoria, a ele e a ondade de e aravé
das pereições que d'Ele se veem no unverso
Chiamavi l cie e ntoo vi si ra,
mosanvi  sue be eee,
e lcchio vos pur a te mira
on vi bae chi o dcee 

O SONHO DO HOMEM

"Nel parado di Dante, io vi trovai una rosa  no paraíso de Dante


encontrei uma rosa Assim Fausto Montanari em seu livro Rerve su l'umanesimo
inicia sua comparação entre a mentalidade medieval e a humanista Explica ele
que a rosa que encontrou não  a rosa suprema dos bemaventurados mas uma
simples rosa que se abre ao sol no campo: ome solf  rosa quan aperta' 3
Essa imagem da rosa que se abre ao sol para permar o ambiente embora
isso signifque sua morte Dante a explica no Convívio:
E convm ao homem abrirse assim como uma rosa que não pode
mais est chada e precisa  vazão ao perme que gerou dentro
de si   como a rosa que não dá o seu perme só àqueles que a
procuram por causa disso mas a todos os que se aproximam dela
Assim era explica Montanari a mentalidade medieva: desejava abrirse
ao sol dando a todos seu perme mesmo que isso lhe custasse a vida
Toda carne  eno
E toda a sua gloria  como a or do campo
Secouse o no e caiu a or
porque o sopro do Senhor passou sobre ele5
Esse texto  interpretado costumeiramente como ensinando a
transitoriedade das coisas terrenas Entretanto  legítima outra interpretação:
que a glória do ser humao  como a da or que morre quando por ela passa

23 Como ao sol  a  qdo  IGIEI Dte D  P II 6.


24   ] e conviensi aprire luomo quasi comuna rosa che pi chiusa stare non puote e !odore
che dentro nerato e spandere  ] come la rosa che non pur a quelli che va a lei per lo suo odore
o espto do Senhor, isto é, o espto de holocausto e de sacricio É na
autoimolação que está a glória do que é perecível, pois que, se tudo passa, é
melhor passar zendo o bem e dando o bem que se tem aos outros Esta é a
glória da or e a glória o homem: a do sacricio
Bem diversa é a mentalidade renascentista Fausto ontanari, na obra
citada, mostra, por meio de poesias de humanistas amosos, como o homem do
nascimento era avesso ao sacricio e como buscava o prer egostcamente
Assim, também os renascentistas Lourenço de ediis e Poliziano fzeram
poesias sobre o tema da rosa que logo murcha as a conclusão a que chegam
é oposta a de Dante; é preciso colher e aproveitar a rosa antes que ela murche
Lourenço, o agnífco, descreve as ros de seu jardim, algumas abertas,
outras em botão e 
Ala, can, a pi il terreno inra
Cos le vidi nce e morire
 psar lor vaghe in men d'unra
Quando ngenti e pai vidi i
Le glie a terra, alr mi venne a mente
Che vanna cosa  il ovenilorire 
E depois ele conclui: "Cogli la rosa, o nin, or che  il bel tempo7
Polziano, por sua vez, assim descreve a rosa ao sol:
Quan  rosa oi suo glia span,
Quan  pi bel, quan  pi andita
Alra  buona a meere in ghirn
Prima che sua bel sia ta:
Sicch, fnciul, men  pi ori,
Cogliân  bel rosa l ardino  
É patnte nesses versos e Dante, de Lourenço de edis e de Poliziano
a existência de duas mentaldades opostas Na mentalidade medieval, que
transparece em Dante, há uma acetação do bem realmente exstente, mas
limitado e transitório, das craturas, assm como uma aceitação do mal relatvo

26 Outra, ndo, enche de ores a terra unto a s,/Assm  v nascer e morrer/ E passar o seu
tempo em menos de uma hora/ Quando languescentes e páldas v rm/ As pétal na terra,
então me veo à mente,/ Que cosa vã é o orescer da uventude
27 Colhe a rosa, 6 nnf, agora que o tempo é belo LOURENÇO, O MAGN ÍFICO, apud
SYMONDS, John Adngton E Rm   vol 2, pp 100.
ds coiss crids. Podese notr ind qe no pensmento de Dnte sobre 
ros perpss cert temperd triste to d ceitção resignd do scricio
e d prov  qe o omem está sbmetido nest vid.
Nos versos dos mnists citdos reetese não só  dmirção do bem
reltivo ms m extço do bem d critr lém do jsto imite. Percebese
tl desejo de proveit o bem ds coiss qe no ndo se mnist m recs
em ceitr qlqer prov qlqer scricio. á n lm renscentist m
revolt qe rejeit  trnsitoriedde ds coiss m revot contr o tempo m
oposição à ceitção do ml reltivo ds critrs.
Esses desvios d mentlidde mnist devim ssim desembocr em
ds posições dotrináris:
 O n diviniço do niverso;
 O em desesper e strção por não poder obter  licidde bsolt
já neste mndo.
Etienne ilson rm qe  nscenç mrc o iníco d er em qe o
omem se declr stiseito do estdo de ntre decíd. Mentlidde pr
 ql o mndo é belíssimo excelente e se nele á desordens e mes o omem
por s rão consegirá ordenálo e cnç glóri e elicidde bsolts.
O omem se esrç por cotinr n boc dos omens por todo
o tro . . . Ele soe por nã poer ter sido celebrdo por too o
pssdo por toos os píses por todos os nimis. Ele mede  terr
e  cé escrt s prondes do átro e o cé não le parece
demsido to nem o centro d terr demsido prondo. E
já qe ele conece o qe move esses cés e onde eles vão ss
medids e se protos qem egá qe ele tem qse o mesm
gênio qe o tor desses cés e qe de certo modo ele mesmo
poderi criálos ... O omem não qer sperior nem ig; ele
não toler qe j cim dele lgm poder de qe ele estej
exclído . . . Ele se esrç por comnd em todos os lgres e por
ser lovdo em todos os lgres . . . Ele se esrç por ser em todos
os lgres como Des. 

  naianc maque le commencment de lre o lhomme se décle satis de létat de


natur déchue ION Etienne pt   phisoph mi 1 30
30 homme seorc de rster  la bouche ds homm pour lavenir entier il soue de
navoir pu être célébré par tout passé ar tous ls pays p tous ls ima I mesur la terre
et le e scrute ls prondeurs du Tarar et le e ne lui pt p trop haut ni le centre de la
terre tro prond Et uis quil a connu lordre ds es t qui meut cs es et o ils vont leurs
msures et leurs roduits qui niera quil a quiment le même génie que lauteur de es et
Ficino via no espírito humano o instrumento ue permitiria ao homem
medir e dominar o mundo Mas esse instrumento teria origem materia
E o instrumeno desse gnero  o esprito o ua  denido peos
mdicos como um certo vapor do sague puro suti uente e
úcido E rmado peo crero e eto a ama euentemete o
emprega para o exercício tanto dos sentidos interiores uato dos
sentidos exteriores Assim o sague see o espírito e o esprito
see os sentidos e fnamete os sentidos seem a razo 3 
Ao mesmo tempo em ue no nascimento e no umaismo se
divinivam o homem e a natureza a razo e o universo chegavase tamm ao
extremo oposto negandose uauer vaor à razo
Eugenio arin mostra como em ico dea Mirandoa o desprezo da
razo e o ceticismo acaam dominando:
á ue o nosso entendimento ue  a útima das inteigncias passa
da potncia ao ato e muito se engaa no raciocínio e nos processos
discursivos e  impedido e como tido peos incidentes ue veam
as sustncias e peas derenças desconhecidas das coisas 3
E paraaseando ico concui:
s ósos no esto de acordo a razo no asta a si mesma
obre o tecido de mentiras do racicínio sore as contradiçes
do inteecto sore a isucincia radica da pesuisa humaa
evatase a sufcincia suprarraciona da reveaço [    homem
em si  nada:  ero e cupa33
assase pois de uma supervaorizaço asouta da razo à sua negaço
competa E no se sae se o homem pea razo deve dominar o universo ou
Marsilio 1o ptoica Op Omia p 27, p 27, 3, 32 apud MONNIER Phillippe
duco au Qc
3 And instrument o this sort is the spirit, hich by physicians is dened as a certain vapour o
the blood, pure, subtle, hot and lucid And rmed om the brain, d there the sou! sid ously
employs it r the exercise oboth the interior and exterior senses us the blood sees the spirit,
the spirit the senses, and ne the senses, reon FICINO Marcilio D pc V I ii, in
Op Om p 46, apud WALKER D P  Spial ad noic c p 3.
32 Poi e il nostro intendimento, che e !'ultima delle intelligene, psa dalla potenz all'atto; e
molto si ingna nel ragionamento e nei processi discorsivi, ed e impedito e quasi tratenuto dagli
incidenti che velano le sostan, e dalle ignote dieren delle cose PICO DELL MIANDO 
apud GARIN E L'Uimo io p54
33 I 6loso6 non vanno d' accord la ragione n bta a se stessa S tessuto di mengne de
se pelo contrário o universo deve absorver o homem pelo amor negando-se
a razão:
Leão ebreu vai detectando um pulsar eterno de vida em todas
as cosas uma simpata ou aizade do cosmo que ele transfgura
imaginosamente enquanto cu e terra eitos seres vivos se vão
desposando para satsão de seu pereito amor. Com esse
recíproco aor se une o universo corpóreo e se adorna e sustenta
o mundo. E a terra ou matria tem amor ao cu como a um
amadíssimo marido ou amante ou beneitor e as coisas geradas
amam o cu como pai piedoso e ótimo curador'.
[ ... E entre o homem e a natureza há uma tão pereita compenetraão
que não se pode dizer se  o homem que se connde no todo ou o
todo que se humanza. A natureza assume rosto; ela  mais do que
o templo vivo de Deus de Campanella;  a obra de arte de Deus
na qual Deus mesmo vive animador e artífce.3
A tentatva ustrante de eliminar o mal relativo do mundo
transrmando-o em paraíso por meio da razão devia conduzir ao desespero ao
ceticismo e por fm à magia.
Entre as atividades humanas a obra mágica vem assim a assumir
uma posião central enquanto justamente nela se exprime de
modo quase exemplar aquela divina potência do homem que
Camapnella louvou em versos justamente amosos. O homem
centro do Cosmo  precisamente o homem que tendo apreendido
o ritmo secreto das coisas z-se um sublime poeta mas como um
Deus não se limita a escrever palavras de tinta em papel caduco
mas inscreve coisas reais no grande livro do universo.
 .  . o tema mágico torna-se comum em todos os grandes
pensadores e cientistas aos quais vem como mpulso tambm
 e eu gostaia de dizer sobretudo  se como um Leonardo
polemza acerbaente contra os ineptos cultores das práticas
necromânticas.
34 Leone Ebreo va rintracciando un pusare eterno di vita in tute !e cose, una simpata e
amicizia de cosmo, che e i tragura immaginosamente, mentre cieo e terra, tti essere vivi
si va disposado a soddisione de !oro percto amore Con questo reciproco amore s'unisce
!'universo corporeo, e s'adorna e sostiene i mondo E a terra o materia ha amore a cieo come a
dietissimo marito, o amante, e benettore, e !e cose generate amano e ceo como patre pio ed
ottimo curatore'
 ] E a 'uomo e natura v'e cosi pertta compenetrazione che non sai dire, se sia 'uomo
Será a própria magia que operando milagres penerando
no coraão dos homens com encanamenos e seduões irá
rermando a a raiz a cidade erresre. 35
Nessa "cidade erresre não haveria lugar para os cavaleiros do Apocalipse
a pese a me e a guerra. Não haveria ribulaões nem iranias nem conios.
Por meio do racionalismo nauralisa ou da magia e da divinizaão do
humano alcanar-se-ia o reino messiânico o milênio paradisíaco.
Nesse empo reino de Deus na erra desapareceriam odas as desigualdades
enre os homens  de virude de saber de propriedade  como ambm a
própria desigualdade enre o Criador e a criaura. O relaivo e coningene se
ransrmariam ou seriam absoidos e aniquilados no Absoluo. Não haveria
mais nem misrios para a ineligência que udo compreenderia a mesmo a
essência divina nem leis que limiassem a vonade. Seria o reino do Amor que
udo ornaria lício.
No homem haveria a ra necessária para redimir o homem ou para
salvar Deus aprisionado na coningência.
Crê-se no homem "salvador de si mesmo "salatr Dei O homem
divino esaria aprisionado na coningência mas ele eria em si mesmo a ra
para se salvar. Ele  ao mesmo empo "víima e salvador "o salvador salvado.
Em nossos dias essa crena no homem "salvador que se salv' se ornou muio
dindida e dela se azem afrmaões grosseiras.
Veja-se por exemplo o seguine exo que durane algum empo i
reciado nas igrejas caólicas no Brasil:
Creio no homem que consrói o mundo e cana seu rabalho
criador da criaão que lhe i dada ao acordar. Creio na mulher
que cada dia se enia e se embeleza para ser a mais bonia
criaão de nosso Pai. Creio no auomóvel no cinema na  nos
asronauas nas palavras dos cienisas no mundo da evoluão
 ... Vou canando ningum vai me calar vislumbrando o sol de
amanhã. Vou parilhando a oraão que unirá o mundo odo em
um único canar.
35 Fra e attvtà umane 'opera magca vene anz ad sumere una poszone centrae nquanto
propro n essa s esprme n modo quas eempare quea dvna potenza de' uomo cu Campanea
nnegg n vers gustamente amos. uomo-centro de Cosmo  appuno 'uomo ce aerrato
 rtmo segreto dee cose s f su bme poeta ma come un Do non se mta a scrvere paroe
d'ncostro su crte cduce bens nscrve cose rea ne grande ro de' unverso.
 .. o tema mágco dventa comune a tutt  grand pensator e scent ne qu ven come
mpuso ance  e vorre dre sopratutto - se come un Leonardo poemzzano aceramene conr
E outras sandces mas
Essa armaão antropoteísta substtuu a rectaão do Credo de Nca E
sm o Pater mnipotentem  substtuído pelo homem e pela eoluão
Supeaorão da cratura ou anquamento dea no absoluto
naturalsmo raconsta ou na maa místca rracona são rmas arantes de
recusar a contnnca e o estado de proa em que o homem está posto São
manstaões do sonho ocuto de tornar o homem Deus E tudo sso consttu
uma erdadera ão: a elão do omem
3
POBES FUNDENTAIS

 IGALITASM ANMTAFÍSIC  A LIGIÂ D HMM


Como vimos as limitaões de si mesmo e as de todas as criaturas levam o
omem a encarar os seres criados de um de dois modos:
 u como um apelo para buscar e amar o soluto;
 u como uma tentaão de revolta contra as limitaões do ser
contingente
Essa revolta tem um caráter metasico e religioso etafsicamente ela
consiste na recusa de toda ordem ontológica real e objetiva e se manista:
 ela recusa da distinão entre ser Asouto ou necessário e seres relativos
ou contingentes; pela identifcaão do ser Absoluto ao contingente;
 Consequentemente por um igualitarismo ontológico que afrma a
igudade entre ser Absoluto e seres contingentes como tambm a
igualdade completa de todos os seres contingentes entre si;
. ela negaão de toda ierarquia ontoógica que acarreta em ltima
instância a identifcaão entre espírito e matria esta revertendo
naquele;
 ela negaão de todas as limitaões do ser contingente; no omem
especifcente se negam as seguintes limitaões:
i uanto à matria: todas as limitaões relacionadas com o espao e
o tempo
ii uanto à alma: todas as limitaões cognoscitivas e volitivas do
homem isto  a razão umana seria capaz de compreender tudo e
a vontade não estaria sujeita a qualquer lei;
iii uanto à criaão: negaão de qualquer causa efciente fnal ou
exemplar extrínseca e transcendente ao universo
metasico, isto , flosófco. ueremos dizer apenas que, na eligião do Homem,
que conta entre seus adeptos alguns gênios flosófcos, se manista uma revolta
contra a ordem metaísica real e objetiva, tal qual i estabelecida pelo Criador.
É essa revolta que está no cerne da eligião do Homem.

O IO RSICO DO ANROPOÍSMO: A UNIDAD DA LGO


DO HMM

Essa religião aparece e desaparece na história como um fo misterioso


que dá unidade a movimentos religiosos e flosófcos desde a Antiguidade at
nossos dias.
Ladislao ittner, alando do Pietismo  que  uma das variantes da
eligião do Homem  diz que:
É quase impossível distinguir o pietismo das muitas outras seitas
religiosas da poca. Vários flões do movimento apresentam
nômenos cársicos: aparecem, desaparecem e, de improviso,
reaparecem em outro lugar, sem que a identidade do flão possa ser
propriaente demonstrada. 3
A imagem do rio cársico  muito própria. É sabido que os rios do Carso
iugoslavo, correndo numa região calcária, desaparecem de repente no solo
para correr subterraneamente e reaparecer depois de longa distância, dando a
impressão de que são dois rios distintos.  mesmo se dá com a eligião do
Homem na história: ora aparece, ora desaparece, reaparecendo alm, com outro
nome, mas sempre com as mesmas águas doutrinárias. Ela  como o elemento
aquoso. Há vários oceanos e há muitos mares com nomes locais e diversos, mas,
na verdade, há um só mar. É o que diz, em outras palavras, Denis de ougemont
a respeito da  única que rma o pano de ndo de todas as heresias ocidentais,
e que ele julga ser o maniqueísmo.
as, mais pero de nós que Platão ou os druidas, uma espcie
de unidade mística do mundo indo-europeu se desenha como
em fligrana no pano de ndo das heresias da Idade dia. Se
abarcamos o domínio geográfco e histórico que vai da ndia à
Bretanha, constatamos que uma religião se espalhou nesse território
de modo verdadeiramente subterrâneo a partir do sculo terceiro
de nossa era, sincretizando o conjunto dos mitos do Dia e da Noite

36 É qus mpossle dstnguere l petsmo dle molte ltre sette relgose dellepoc Sngo
al como eram elaborados na Pérsia primeiramene e depois em
odos os segredos gnósicos e órfcos. Essa é era a maniqueia.37
Sem aceiar a denominaão de maniqueísmo para essa religião "cársica
queremos apenas omar desse exo a confrmaão de que há um veio único e
suberrâneo que liga odas as heresias do Ocidene. Acrediamos que esse veio
engloba ambém o maniqueísmo  que é uma de suas principais seias  mas que
seu nome genérico mais adequado não é o de maniqueísmo.
Poder-se-ia ambém avenar a hipóese de ser o Paneísmo a verdadeira
essência dessa religião ocula qual serpene cujos anéis ora aparecem ora
desaparecem no solo da hisória.
O Dicionário de Teologia Caólica no verbee Panteímo dá uma série
imensa de auores e sisemas paneísas desde a aniguidade pagã aé nossos
dias.3 São ciados nesse elenco como sendo paneísas a alma do paganismo
anigo quer orienal quer ocidenal várias dourinas religiosas hindus (Vedas
Bramanismo Upanishades Budismo induismo) as dourinas primiivas da
China do Egio raônico da Caldéia da Grécia e de Roma anigas. Da flosofa
grega são incluídas muias escolas como as de eráclio Parmênides enónes
e a dos esóicos.
O esoicismo e o epicurismo greco-romanos junamene com o
plaonismo eriam sido as escolas mais imporanes pelas quais o Paneísmo
anigo eria se ransmiido aos empos crisãos. "O neo-plaonismo desempenhou
o papel de rmeno no pensameno europeu aé os nossos dias.3 diz o
Dicionário de Teologia Caólica.
O Paneísmo neoplaônico não eria inuenciado apenas o Ocidene mas
ambém as flosofas árabe e judaica.  Farabi (0  90), Sohrawardi ( 1 1 -
1 1 9 1) e Ibn Arabi ( 1 1 6- 1 0) seriam pensadores e mísicos maomeanos
apresenados como paneísas pelo mesmo Dicionário.
Enre os judeus Ibn Gabirol (Avicebron) e muios cabalisas espanhóis
da escola de Gerona como Nahmanides Azriel eram sido marcados pelo
neoplaonismo. Eles eram cabisas e a Cabala inha rmulaões paneísas.
Na Idade édia sera Scoo Erígena a ne neoplaônica do novo
37 M pl p de no que Platon et l drud une soe dunté mtque du monde ndo
euopéen se dne omme en lane à ! a pl d é du Mn · S nou embons
le domane pque et soque qu v de lInde à la Be no onstatons quune rlon
s  pandue d une m à  d outeane d !e sme sle de no  s
!enmble d m du ou et de la ut r quls sétaen élabo en Pee d abo pus  l
 osqu et oqu et c la  aéenne RMT Dens de L Amor  /
t  47.
Panteísmo ocidenta Dele se originaria o Panteísmo da escola de Chartres isto
 a doutrina panteísta de Davi de Dinant e de Amau de Bnne + 1 20)
Ainda segundo o Dicionário de eologia Católica o Panteísmo popµlar
dos Begados e Beguinos assim como o de cart tambm teria origem no
neoplatonismo de Scoto rígena e o próprio nominalismo não escaparia dessa
inuência
Por fm a nascena teria assistido a uma verdadeira explosão de ideias
panteístas que se perpetuam atravs da história: Giordano Bruno e Campanella
são exemplos isantes dessa corrente Spinoza Leibniz Shaesbur Diderot
Lessing ant ovalis Fichte egel Schopenhauer Feuerbach e a esquerda
hegeliana continuaram a corrente pteísta nos sculos XI III e X
xaminando-se esse elenco e comparando-o com o rol histórico dos
gnósticos nota-se que muitos nomes aparecem nas duas listas É que a distinão
entre Gnose e Panteísmo  muito tênue e como veremos adiante  muito cil
passar de um movimento para o outro  Panteísmo tem muitas vezes uma
doutrina oculta que  de to gnóstica
Gnose e Panteísmo dierenciar-se-iam pela rejeião ou pela aceitaão do
Cosmo e da matria sse critrio porm  bastante equívoco pois há Gnoses
que aceita o Cosmo no sentido de que admitem a tura transrmaão da
matria cósmica em substância puramente espiritual e divina á Gnoses que
ao mesmo tempo amam e odeiam o Cosmo
Alguns destes sistemas maniestam para com o mundo uma atitude
ambivalente amado e odiado ao mesmo tempo 
Por outro lado há panteístas que divinizam o Cosmo e ao mesmo tempo
armam que  preciso abandonar a matria por ela ser nte de alteridade e de
individuaão o que nos separa do odo divino Chegam mesmo a afrmar que
a matria  não ser  o nada É o cao de Plotino que se revolta contra os
gnósticos porque eles desprezam o mundo mas que chama a matria de nada
de não-ser que engana a ma 
ão há dvida pois quanto à existência do rio rsíco da eligião do
omem na história ual  sua verdadeira natureza? ue nome se lhe deve dar?
É o que se discute
Cremos que a soluão do problema poderia ser encontrada examinando
se mais a ndo a Gnose e depois se interrogando as tendências mais prondas
da alma humana
Vejamos pois inicialmente o que  a Gnose
4
NOSE: SENTIDO E TENSÂO DO TEO

s historiadores de eligião englobam um grande número de seitas e


de movimentos religiosos sob o nome de Gnose a verdade nada há de mais
impreciso e brumoso que esse termo E se o termo  impreciso o pensamento
que ele conceitua  tambm pouco defnido e evanescente Discute-se se há uma
só Gnose ou diversas sobre sua verdadeira natureza e sua origem
Gnos em grego signifca conhecimento Essa palavra i usada
inicialmente para designar algumas heresias cristãs surgidas nos primeiros
sculos de nossa era Entretanto quer o signifcado literal da palavra os quer
o conceito acima devem ser precisados para se evitar certas consões
 descobertas mais recentes de documentos gnósticos e os autores mais
acatados mostram que  um erro limitar a Gnose ao campo do cristianismo
pois houve uma Gnose pag como tambm uma Gnose judaica e uma Gnose
maometana á ainda quem classifque como gnósticos importantes sistemas
flosófcos artísticos políticos e sociais contemporâneos
  de to a Gnose e seu dualismo pessimista exprime uma das
duas tendências prondas do espírito humano uma das duas
ou três opões ndamentas entre as quais ele deve fnalmente
escolher Claude Tresmontant mostrou bem a permanência da
tentaão gnóstica que reaparece sem cessar sobre rmas diversas no
pensamento ocidental ao longo de sua história: entre os Bogomilas
e Cátaros da Idade dia tambm em Spinoza Leibniz Fichte
Schelling egel Poderíamos continuar essa história para alm do
romantismo alemão chegando at nossos dias: a vida de Simone
Weil  em particular bastante signifcativa; seu no-gnosticismo
o qual a ez fcar à margem da Igreja e sua herana se encontra na
obra histórica de sua amiga e discípula Simone de Ptrement
Alm disso  preciso notar que se a palavra os  grega sua origem
deve ser buscada no riente
um campo que excede o do cristianismo tanto no espao quanto
no tempo que há em outras palavras uma "Gnose pag'; de
outro lado que o signifcado da palavra tomado absolutamente
não vem do helenismo duard Norden mostrou bem que duas
expressões tcnicas tais como ho én ôse ontés literalmente:
"aqueles que estão na Gnose ou ho ôsin eskhêkôs "aquele
que possui (que tem} a Gnose são estranhas ao pensamento
grego Elas só podem ser explicadas como sendo transcriões de
expressões ou de ideias orientais 
Para Puech:
     a Gnose (do grego ôs "conhecimento)  um conhecimento
absoluto que salva por ele mesmo ou que o gnosticismo  a teoria
da obtenão da salvaão pelo conhecimento 3
Noutra passagem esse autor procura dar um conceito "nomenológico
de Gnose:
  a Gnose  uma experiência ou se reere a uma eventual
experiência interior chamada a tornar-se estado inamissível pela
qual por via de uma iluminaão que  regeneraão e divinizaão
o homem se retoma em sua verdade lembra-se e toma novamente
consciência de si mesmo isto  de uma só vez de sua natureza
e de sua origem autênticas; deste modo ele se conhece ou se
reconhece em Deus conhece Deus e se manista a ele mesmo
como emanado de Deus e estranho ao mundo adquirindo assim
42  ... ) en it, la Gnose et son dualisme pessimiste expriment 'une des deu tendances les plus
prodes de l'esprit humain, ' une des deux ou trois otions ndamentales entre lesquelles il doit
nalement choisi. Claude Tresmontt a bien montr la permaence de la tentation gnostique, sans
 réppae, sos d rmes diverses, d la penseé occidentale ax cours de son histoire, ch
les Bogomiles et l Cahares du moyen e, ch Sio, Leibniz, Fichte, Schelling, Hegel. On
pourrait continuer cette histoire au-dà du omatisme allemad et jsqu'à nos jours: la destinée
de Simone Weil est en paticuie trs signicative; c'est bien son néo-gnosticisme qui l'a nalement
arêtée au seuil de l'Église et son héritage se retrouve ds l' uve histoique de son amie et disciple
Simone de Pétrement.
Les recherches lexicologiques ellesmêmes ermettent de constater immédiatement deux
choses d' une pat, que le mot nôs a un champ qui excde celui du chistianisme dans 'espace
comme dans le temps, qu'il y a en d'autres termes, ue "Gnose penne; d'autre part, que la
signication du mot pris absolument ne vient pas de l'hellénisme. Éduard Norden a bien montré
que deux expressios techniques comme o én nôe ontés, à la lettre: "ceux qui sot dans la
Gnose, ou o nôsn eskkôs, "celui qui possde (qui a la Gnose, sont étrangres au génie grec.
Elles ne peuvent s'explique que comme des trascriptions d'expressions ou d'idées orientales.
PUECH, HenriCharles. n ute d l Gnose  Vol. I, La Gnose et le Temps, p. 168
com a posse do seu "eu e de sua condião verdadeiras a explicaão
de seu destino e a certeza defnitiva de sua salvaão descobrindo-se
como ser  de dreito e or toda eternidade  salvo
Simone de Ptrement completa essa ideia ao afrmar que:
A Gnose talvez não sse na origem a revelaão de um
conhecimento mas o que  bem dierente a religião do
conhecimento o culto do conhecimento como meio de salvaão
e de um conhecimento que  necessariamente porque nós estamos
na ignorância um conhecimento dado.5
Tambm Grant mostra que o conhecimento que constitui a Gnose tem
um sentido muito especial:
Está aí o primero ponto e o mais importante da defnião do
gnosticismo: uma religião que salva pelo conhecimento; conhecer
para eles  essencialmente se conhecer reconhecer o elemento
divino que constitui o verdadeiro Eu
E ainda:
 gnóstico  um gnóstico porque ele sabe por revelaão qual
 seu ser verdadeiro. utras religiões estão em graus diversos
centradas na divindade: o gnóstico  centrado sobre si mesmo. 7
A "atitude ou "mentalidade gnóstica existe subjacente a um grande e
variado enxame de seitas dando unidade a todas elas.
44  .. ] la Gnose est une expérence ou se rre à une éventuelle expérence ntéreure, appelée à
devenr état ssble, par laquelle, au cours d une llunaton qu est régénératon et dvnsaton,
lhoe se rsast d sa vérté, se ressouvent et rprend conscence de so, estàdr, du êe
coup, de sa nature et de son orgne authenques; par là, l se connat ou se connat en Deu,
connat Deu et sappaat à luêe coe éé de Deu et étranr au onde, acquéant
ns, avec la pon de son "o et de sa condton vértables, lexplcaton de sa destnée et la
certtude déntve de son salut,  découvrt coe être  en drot et de oute étenté  sauvé
Ide. Ibde, 190.
45 L Gnose netat peutêtre pas, à !orgne, la révélaton dune connassance, mas, ce qu
est ben dérent, la elgon de la connassance, le cule de la connassance coe oen de
sut, et dune connassance qu est nécessareent, parce que nus somes dans lgnoance,
une connassance donnée PTMENT, Smone de L uaism cz Plton s osus t
manicéns, p 88.
46 C est là le preer pon et le plus porta de la dénton du gnostcsme: une relgon
qu sauve par la connassance; connatre, pour eux, est essenelleent se connatre, econnatre
léléent dvn qu consttue le vértable So GT, Robert M. La Gnos t s ogns
cnns p 19.
Por mais diversas que possam ter sido essas rmas sobre as quais
se manistou historicamente o gnosticismo deve ser tido por
um enômeno especíco ma categoria ou um tipo distinto
do pensamento flosófco-religioso:  uma atitude que tem um
aspecto uma estrutura leis próprias e que a análise unida à
comparaão permite encontrar substancialmente idnticas e
com as mesmas articulaões na base de todos os diversos sistemas
que nós estamos no direito em razão deste ndamento ou deste
estilo comum de classicar sob uma mesma etiqueta e chamá
los de gnósticos  
Para mostrar a unidade subjacente no emaranhado das seitas gnósticas
Puech recorre a uma metára empregada por Santo rineu

Poderíamos para caracterizar a concepão que a nova teoria  do


gnosticismo tomar de rineu uma metára que para esse Padre
da Igreja traduz a multiplicaão rápida e abundante das seitas
gnósticas: aquela de um campo de ngos de um húmus anônimo
e que não se direncia de onde crescem e se reproduzem sistemas
ao mesmo tempo diversos e aparentados sistemas de grupos em
que com o correr do tempo aqui e ali algumas individualidades
imprimem uma marca mais ou menos original mas continuam
herdeiros do velho ndo primitivo
Foi essa unidade subjacente a um grande número de seit movimentos
e escolas que levou os autores modernos a alargar muito o conceito de Gnose
que a princípio era atribuído apenas a certas seitas cristãs dos primeiros sculos
de nossa era Isso se deveu inicialmente aos trabalhos da Reliogeschichtliche
hu W Anz  eitzenstein e W Bousset) Daí Puech e outros autores
distinguirem Gnose em sentido estrito (a das primeiras heresias cristãs) e Gnose
em sentido lato que engloba tambm movimentos não cristãos anteriores ou
posteriores a Cristo.
48 Quelques diverses qu'aient été ces rmes sous lesquelles il s'est historiqueme manisté, le
gnosticisme doit êtr tenu pour un phénomne spécique, une catégorie ou un type distinct de la
pensée philosophicoreligieuse  est une atitude qui a une allure, une structure, des !ois propres,
et que l'aalyse, ointe  la capraison, prmt de retrouver, substaiallement identique, et
avec les mêmes rticulations, à la base de tous les systmes divers que nous sommes en droit, en
raison de ce ndement ou de ce style commun, de ranger sous une même étiquette et d'appeler
gnostiques PECH, HenriCharles E quêt d l os, Vol   Gnose et le Temps, p. 235
49 On pourrait, pour cracteriser la conception que se it du gnosticisme la théorie nouvelle,
emprunter  rénée une métaphore qui, che ce Pre, traduit la pullulation des sectes gnostiques:
celle d'une "champignonnire, d'un humus anonyme et indierencié d'oú poussent et se
 sentido estrito que tinha no comeo a pavra "Gnose 
substituído por um sentido largo que amplica e engloba o
primeiro; de início reduzido  dimensões de uma heresia cujo
estudo, dessa rma, pertencia propriamente à istória da Igreja e
que só poderia ser rmado no interior do cristianismo e posterior
à sua aparião, o gnosticismo atinge agora proporões de um
enômeno geral da istória das religiões, ultrapassando e muito,
por sua extensão, os limites e o campo do cristianismo antigo, e
externo, seão anterior a ele com relaão  suas origens. Desse
enômeno, as Gnoses cristãs heterodoxas representam apenas mais
uma expressão entre muitas outras; propriamente alando, elas não
são heresias imanentes ao cristianismo, mas os resultados de um
encontro e de uma junão entre a nova religião e uma corrente
de ideias e sentimentos que existia antes dela ou que lhe era
primitivamente estranha e o continuará sendo em sua essência.5 
ambm ans onas distingue um conceito largo e moderno do conceito
antigo mais restrito de Gnose.
s pesquisadores modernos alargaram pouco a pouco o círculo
tradicional, raciocinando sobre a existência de um gnosticismo
judaico pr-cristão e de um gnosticismo pagão helenístico
e zendo conhecer as ntes mandeanas, o exemplo mais
impressionante de um gnosticismo oriental exterior à esra
helênica, e ainda outros materiais. 5 
Esse mesmo autor considera que todas as seitas ou sistemas que tenham
as mesmas características dominantes devem ser designados por um termo
genrico, embora muitas delas não utilizassem esse ermo para se denominarem
a si mesmas. Ele recorda que só algumas seitas herticas cristãs se armavam

50 A en retreint q'avait a dépa le mot "Gnoe e btite n en large qi aplie
et englobe le premier; d'abord rédit a dimenion d'ne héréie do, à ce titre, l'étde
appartenait en propre à l'Hitoire de l'Églie et qi ne povait 'être rmée q'à l'intérier d
chritianime et potérierement à on apparition, le gnoticime atteint déorma le proportion
d'n phénomne général de l'Hitoire de religion, dépaant de beacop, pa on extenion, le
limite et le champ d chritianime antiqe, et extérier, inon antérier, à li par e origine
De ce phénomne, le Gnoe chrétienne hétérodoxe ne repréentent pl q'ne expreion
entre beacop d'atre; à proprement paler, elle ne o pa de héréie immanente a
chritianime, mai le réltat d'ne rencontre et d'ne jonction entre la novelle religion et n
corrant d'idée et de entiment qi exitait avant ell o qi li était primitivement étranger et
le demeera dan on eence Idem Ibidem, pp 187188
51  chercher moderne ont élargi pe à pe ce cercle traditionnel en raionnant r
gnósticas. Hans Jonas levando em conta o critrio acima considera o próprio
maniqueísmo uma seita gnóstica.5
De qualquer rma entretanto  certo que Hans onas aceita a tese de
que há uma unidade pronda entre um sem número de seitas cristãs judaicas
ou pagãs. Essa unidade revela uma única religião subterrânea a que esse autor dá
o nome de Gnose.
Como já vimos Puech tambm afrma essa unidade na diversidade das
Gnoses.53
Hans Leisegang diz que Santo Hipólito ao tratar da seita dos Naassenos
que a si mesmos chaavam de gnósticos mostra que nela era possível distinguir
três camadas. A primeira seria constituída
 ... por um sistema puramente pagão caracterizado pela aplicação
de uma especulação de origem grega e no estilo dos mtodos da
teologia helenista à poesia à flosofa dos mistrios gregos aos
cultos míticos orientais que entraram em contato com o mundo
grego  .... Uma segunda camada consiste na introdução do
Antigo Testamento no sistema  ...  Por fm um terceiro elemento
o elemento cristão se apresenta ainda como uma espcie de
revestimento. 5
Santo Hipólito comenta várias vezes que as divisões da Gnose eram
aparentes e que na verdade havia uma só Gnose. Ao tratar dos Naassenos
diz ele:
Eles se dividiram em um grande número de seitas que rmam
no ndo uma só heresia pois sob órmulas diversas  sempre a
mesma doutrina que eles expem.55
E ao narrar a Gnose de Justino reitera o mesmo autor:
Sob rmas dierentes suas doutrinas e suas ábulas são no ndo
idênticas e todos eles reveindicam como seu nome próprio o de
52 C JONS Hans Idem Ibidem p 54
53 C Nota 48
54  ] par un sstme purment pen actris par !aplition dune spculation dorine grecque
et dans le got des mthodes de la thologie hlnistique à la poie à la philosophie aux mstr
g aux cultes mthiqu orienteux venus en conta avec le monde    ] Une deuxime couche
consiste dans lintroduction de lncien Ttament dans le sstme  ] Enn un troisime lment
llment chtien se prente encore à ltat de placa MER in SGG Hs 
ose  8
gnósticos (sábios) como sendo os únicos a possui o maavilhoso
conhecimento do peito e do bom.5 
Esses comentios de Santo Hipólito mostam ue ea tática nomal da
seita apaenta divisões pelo uso de teminologia vaiada a m de pogedi
melho e de modo mais disçdo mas ue a seita continuava una. ém disso
a cilidade de inclusão de elementos pagãos judaicos e cistãos mostava ue
o núcleo subteâneo da seita não ea popiamente nem cistão nem judaico
nem exclusivamente pagão. Em todo caso ea peciso da um nome genéico
paa todas as seitas ue têm um núcleo e uma estutua doutináia comuns
emboa com teminologia muito vaiada.
Matte em 1 , também denia Gnose como
A intodução no seio do cistianismo de todas as especulações
cosmológicas e teosócas ue tinham mado a pate mais
consideável das antigas eligiões do Oiente e ue os neoplatônicos
tinham adotado também no Ocidente. 57
Doesse acescenta
Assim nessa doutina se teiam eunido as losoas de Platão e de
Fílon a Avesta e a Cabala os mistéios de Samotácia de Eleusis
e do Osmo.5 
Jacues Lacaie ama ue
O temo gnóstico é vago e pode te signicados bem dientes.
 ... a Gnose é um pensamento pondamente oiginal um
pensamento mutante.5
Sege Hutin conma ue há gande vaiedade de gnosticismos mas ue
no ndo há uma só ealidade subjacente a essas vaiedades.

56 Sous des rmes direntes, leurs doctrines et leurs bles sont au nd identiques, et tous
ils revendiquent pour leur nom propre celui de gnostiques (savants comme possédant seuls la
merveilleuse connaissance du parfait et du bom Idem Ibidem, 196
57 Iintroduction dans le sein du christianisme de toutes les spéculations cosmologiques et
théosophiques qui avaient rmé la parie la plus considerable des anciennes religions de l Orient
et que les nouveaux platoniciens avaient adoptés également en Occident MATTER Hoir
Cque u Gnosiisme ( 1828) apud DORESSE, Jean Les ivrs ser ds osques  pe p
2
58 Ainsi, dans cette doctrine se seraient réunies les philosophies de Platon et de Philon , lAvesta
et la Kabbale, les mysthres de Samothrace, dEleusis et de lOrse Idem Ibidem, p 2
A extrema diversidade de especulações gnósticas é inegável. "Seria
mas exato alar em gnosticismos do ue em gnosticismo.  ...
Entretanto, é ácil descorir um "ar amiliar inegável entre os
diversos gnosticismos, a despeito das múltiplas divergências e
oposições ue neles se manistam. 
E diz mais
 ... não é, de rma alguma, aritrário chamar de gnósc
as ideias ou sistemas ue apresentam as mesmas tendências
características. ndo aém dos heresiólogos, os historiadores
modernos não hesitaram em generalizar o conceito de Gnose
ra do cristianismo.  . . .
Após três décadas, estamos mesmo inclinados a dar o nome
e "gnósticas a outras correntes dierentes das dos gnósticos
cristãos heterodoxos e suas posteriores ramicações dualistas
(maniueísmo, catarismo) gnósticos externos ao cristianismo
(como o mandeísmo e o hermetismo scto sensu a aluimia;
a Caala judaica; o smaelismo e as heresias muçulmanas dele
derivadas; certas doutrinas "esotéricas modernas. 
Como conclusão, diz Serge Hutin
Se os gnosticismos são bastante diversos, o gnostcsmo é uma
atitude existencial totalmente característica, um tipo especial de
religiosidade. Não é arbitrário colocar um conceito geral sore
a Gnose, "conhecimento salvador ue se traduz por reações
humanas determinadas  sempre as mesmas. 
60 Iextrême diversité des spéculations gnostiques est indéniable I serait plus exact de parler
des gnosticismes que du gnosticisme' [Eugne de FAY, Gnosques e osisme, 2e éd., Paris
Geuthner, 1 925  p. 439] . [ ...] Pourtant, il est aisé de découvrir un air de ile" indéniable entre
les divers gnosticismes, en dépit des multiples divergences et oppositions qui s'y maistent.
HUTIN, Serge. Les Gnosques, p. 6.
61 [ ..  ] il n'est nullement arbitraire d'appeler gnostiques des idées ou des systmes présentant les
mêmes tendances caractéristiques. lant plus loin que les hérésiologues, les historiens modernes
n'ont pas hésité a généraiser !e concept de Gnose en dehors du christianisme. [ ...]
Depuis une trentaine d'années, on tend même a donner !e nom de gnostiques" à d'autres
courans que les Gnoses chrétiennes hétérodoxes et leurs ifcations duaistes postérieures
(manichéisme, catharisme: des gnosticismes extérieurs au christianisme (comme le mandéisme
et l'hermétisme so sensu); l'alchimie; la Kabbae juive; l'Ismaélisme et les hérésies musulmanes
dérivées; certaines doctrines ésotériques" modernes. Idem. Ibidem, pp. 6 e 7.
62 Si les gnosticismes son trs divers, !e gnosticisme est attitude existencielle tout à it
Emboa Ene de Fae cja oba está hoje tapassada ame e "é
mais exato a em nosticismos do e em nosticismo ee mesmo acaba
admitindo a exstência de ceta nidade na Gnose poinda de ma só casa
psicoóica ponda
Em nossa opao é peciso poca ma expicação mais
ponda mais conme  eis da psicooia e da históia desse
notáel enômeno a e chamamos nosticismo Ee é ho
desse espito noo e começa a sopa sobe as amas a pati
da consttição do impéio Esse espito é peciso bscálo nos
sentmentos aos nas tendências secetas nas aspiações adentes
e nos sonhos ieaizados da época   no mais pondo das
mas e se mo ma ceta oientação do pensamento e
enconto sa expessão nas especações de m asides de m
Vaentino de m acion  ea e constiti o iame e az de
tantos sistemas diesos m só eixe Po ea se ama a unidade
das escoas e das seitas nóstcas  isso e nos pemite dize e
se hoe áios nosticismos hoe contdo m nosticismo
Depois de ama e é extemamente dici deni o e é o nosticismo
Robet  Gant cita os nomes e se daam o eam dados  seitas nósticas
dos pimeios séclos do cistianismo e diz:
Em todo caso a pópia aiedade dos nomes é testemunho da
diesidade e eina ente essas seitas E entetanto é necessáio
e todas tenham ao de comm paa e os atoes antios e
modenos possam associáos sob o nome de nósticos
Também Rncman ama e po baixo da mtipicidade de seitas
nósticas haeia uma só dotina:
Peo meo do séco , o pensamento nóstico innitamente
aiado em apaência mas sempe ndamentamente o mesmo

63 notre sens, il ut chercher une explication plus pronde, plus conrme aux lois de la
psychologie et de l'histoire, de ce remarquable phénomne que nous appelons le gnosticisme I est
fls de cet esprit nouveau qui commence à souer sur les âmes des l'avnement de l'empire. Cet
esprit, il ut le chercher dans les sentiments vagues, les tendances sécrtes, les aspirations adentes
et les rêves encore irréalisés de l'époque. C'est là, au plus prond des âmes, que s'est rmée une
certaine orientation de la pensée, qui a trouvée son expression dans les spéculations d'un Bilide,
d'un Valentin d'un Marcion. C'est elle qui constitue le lien qui t de tant de systmes divers
un seul sceau. Par elle s'arme l'unité des écoles et des sectes gnostiques. C'est  qui nous
permet de dire que, s'il  a eu des gnosticismes, il  eut cependant un gnoicisme. FAY, Eugne.
Gnosques e ose p. 445.
64 En tout  la variété même de ces noms témoigne de la diversité qui régnait parmi les sectes.
se espalhou largamente através do Impéio romano, sob o impulso
de mestres célebres, tais como Basílides, Valentino e Marcion 5
Vemos, assim, que muitos autores concordam em que há uma religião
oculta, subjacente a inúmeras seitas
Convém isar ainda que esses autores econhecem que essa religião
comum subjacente não se restringiu ao campo cristão, mas que ela já existia no
mundo pagão e mesmo judaico
Já Harnack, retando Bousset, afrmava que:
Muito antes do gnosticismo cristão houve um gnosticismo judaico
e um gnosticismo helênico, ninguém hoje duvida disso 
Para Simone de Pétrement, que é reconhecida ela mesma como gnóstica,
a Gnose não se restringe ao campo cristão, pois já existia antes do cristianismo
O que levou, em nossa época, a alargar o sentido da palavra Gnose
(entendida agora como signifcando a doutrina dos que aspiram ao
"conhecimento) i a necessidade de reconhecer que tais ideias,
tais mitos e um tal emprego da palavra "conhecimento não se
encontram apenas entre certos hereges cistãos, mas também enre
certos ortodoxos e mesmo ra do cristianismo, e alvez antes dele
O golpe decisivo, diz Jonas, i dado pela descoberta, ealizada no
campo da flologia clássica, de uma Gnose pagã (helenista) que é
independente do cristianismo e mais antiga que ele7
Vimos que outros autores, entre os quais Puech, aceitam essa tese de
que houve uma Gnose pagã anterior ao cristianismo e o mesmo afma o Padre
Festugire, ao esuda o Hermeismo, citando o testemunho de Norden:
Concluiremos disso que não há nada de gnóstico neses
tratados [herméticos? Ninguém pensaria nisso Norden admite,
6 Vers le milie e Iléme siée, l esée ostiqe, iimet riée e rece mis
tojours metlemet l même, sest réde lrmet à trers lEmire romi, sos
imlsio e mitres celebres tells qe silie, Vleti et rcio Iem Ibiem, 12
66 Lotems nt le osticisme crétie, il y  e    osticisme ji e t   osticisme
eléiqe, ersoe e ote ls jori    TENT, imoe e
Le uame he Plon s osques e manihéens  134
67 e q i  coit, à otre éoqe, à élrir le ses  mot Gose (ete cette i s comme
siit l octrie e cex qi sire à  coissce cest qo   recotre
qe e teles iées, e tels mes et  tel e loi u mot coissce e se troet s
seemet cez certis éretiqes créties, mis ssi cez certis ortooxes et même ors 
cristiisme, et etêtre t lui  co écisi, it Jos,  été orté r l écoerte, ite
juntamente com muitos outros (Reitzenstein, Bousset), que "os
escritos herméticos orecem especimente os materiais dos mais
ricos em testemunho de que existiu uma Gnose précristã 
O problema da existência de uma Gnose juaic précristã é bastante
complexo A esse respeito gostaríamos de citar alguns textos de Gershom G
Scholem, o maior especialista em mística judaica
De to, G Quispel chegou à mesma conclusão, ou seja, de que o
mais velho documento do gnosticismo cristão pressupõe a Gnose
judaica, em que a fgura do redentor ainda não adquiriu uma
posição central  semelhante conclusão, chegara anteriormente
Eric Peterson, que entiu, em vários de seus escritos, a
existência desse estrato précristão no judaismo Ele destacou
particularmente o to de que esse desenvolvimento não se deu
somente na Palestina, mas também na Babilônia E o gnosticismo
cristão na Babilônia, da mesma maneira, parece ter sido procedido
por uma rma de gnosticismo judaico, que nesse caso assimilou
elementos judaicos e persas e os entrelaçou Eu penso, realmente,
que por um estudo mais aprondado dos muito discutidos textos
mandeanos (nos quais os elementos judaicos são muito mais rtes
do que geralmente se supõe) seja possível mostrar que tal processo
possa muito bem ter ocorrido 
Noutra obra, esse mesmo autor afrma:
O historiador da religião está no direito de considerar a mística da
Merkaba como um dos ramos judaicos da Gnose7

68 En conueraon quil ny a rien de gnostique en ces traités? [Herméticos] . Nul ne le pensera
Norden admet aprs bien dautres (izenstein ousset} que les écrits hermétiques orent
ou spéciement les matériaux les plus riches en témoignage de ce quil a existé une Gnose
préchrétienne ESTUGI E  ndréJean La &velon Hes Tmée, Vol IV p 3
69 n ct G Quispell has come to the sae conusion namely that the oldes documen o
hristian Gnosticism presuppose a Jewish Gnosis in which the fgure o the redeemer has not
yet acquired a central place  similar conusion was reached earlier by Eric Peterson who has
stressed the existence o such a pre-hristian stratum in Judaism in several o his papers He has
particularly emphasized he poin ha such a development did not take place in Palestine aone
but in abylonia as well; and the hristin Gnosticism in abylonia too seems to have preceded
by a rm o Jewish Gnosticism one which in this case assimilaed Jewish and Persian elements
and interined the one with o the other ndeed I think i  be shown by a oser sudy
o the much discussed Mandaen texts (in which the Jewish elemens are much stronger than
generally supposed that such a process may well have taken place SHOLEM Gerson G. Jewh
E ainda mais ém:
 diícil d admitir qu no haja aí raço ntr a concpço
judaic  aquas da nos  do sincrtismo 
E ainda:
o pod har quaqur dúida, m minha opao, sor a
xistência d uma nos hrética, d crtr dualista  antinomista,
qu s dsnolu na priria do judaísmo
o h dúida, pois, d qu no é corrto limitar o qu s chama d
nos ao cmpo do cristianismo
Ess "rio crsico, qu é o ndo comum d tantas sitas no passado, qu
aorou  suprci m outros tmpos histricos, xistiria hoj?
Com rlaço  Kaala, até hoj inunt no Judaísmo, Scholm
considra qu:
Em concluso, ns podmos nto constatar qu, so o ângulo
histrico, a Caala pronç t por nço unir a lha tradiço
gnstica, qu tinha suas origns no Orint  assim prossguia com
uma xistência sutrrâna, com o noplatonismo mdial Essa
tradiço gnstica s mantém, la até s rarma m crtos mios,
mas s imprgnando d lmntos d um outro mundo spiritual,
do mundo noplatônico prcisamnt, lmntos qu s mostram
aí d uma particular cundidad a rma so a qual a Caala
aparc  luz do dia, la ncrra ssas duas tradiçõs, com ênas
por vzs m uma, por vzs m outra3
amém Lisgang diz qu o lmnto antigo ou pago s consou
junto com os lmntos cristos da nos, atrassou a Idad Média  chgou
até nossos dias:
El atrassou a Idad Média  soriu até s prticas rituais
simlicas  aos liros ocultos das pqunas socidads scrtas d
nosso tmpo

71 I est dicile d'admee qu'il n'y ait pas là de rapport entre la conception juive et celles de la
Gnose et du syncrétisme. Idem. Ibidem, p. 4 1 42.
72 Idem. A Msa ia, p. 48
73 En conion, no pouvons donc constater que, so l'gle storique, la Kabbale provne a
eu pour nction d'unir la vieile tradition osique, qui avt  orin en Orient et y pouuiit
une sten souterraine, au néoplatome mév. e ion ostique  mainent, elle 
rrmt même d cens miie,  en s'imprant d'élémen d'u aut monde spirituel, du
monde néoplatoncien pent, élémen qui  montrent là d' ue piculi conté. D la
e sous laquelle la Kabbale appat au and jour, ele ne  de trations, 'acnt éant
Eric Voegelin considera que, no século  os grandes moimentos
ideolgicos são rmas de Gnose:
uando dizemos moimentos gnsticos entendemos que se trata
de moimntos como o progessismo o positiismo, o marxismo,
a psicanálise, o comunismo o cismo, e o nacionalsocialismo75
Serge Hutin, na obra que dele citamos acima, apresenta um grande número
de maniestações "gnsticas atuais a nota quatro da página 1 , diz ele:
Os surrealistas atuais proam uma ia simpatia pelo gnosticismo
heterodoxo C Gérard LEGD in reue Médiun (número de
maio de 1 9) : os desertos da Síria e  margens do ilo, ieram,
há bem inte séculos homens cujos moimentos de pensamento
apresentam tão marcates anidades com os nossos que muitos
mesmo hoje em dia não deixaram de se interessar por eles'7
E Lacarrire chama Einstein, Planck e Heisenberg de "esses gnsticos de
nosso tempo  es osques  no temps  •
Simone de Pétrement, examinando a literatura a partir do Romantismo,
chega  conclusão de que:  julga por nossa literatura, ns entramos numa era
gnstica7 
sim é que autores mosos êm, de certa rma dar apoio  tese
dos prprios gnsticos e esotéricos sobre a unidade e a continuidade relatia
("cársic') de uma tradição oculta
Os tesos, por seu lado, ligam a Gnose a uma sabedoria primitia
secreta, que estaria na raiz de todas as religiões; ela teria sido
anunciada pelos grandes doutores da humanidade sob ariadas
rmas segundo os poos e as épocas, mas de tal maneira que o
iniciado capaz de r da expressão exterior  essência pôde sempre
descobrir a concordância pronda das doutrinas dierentes7
75 Dicendo movimenti gnostici intendiamo ririrci a movimenti come il progressismo, il
positivismo, il marxismo, la psicalise, il comunismo, il ascismo e il nionalsocialismo.
VOEGELIN, Eric. I mio d mon nuovo, p. 16
76 Les surréalistes actuels éprouvent une vive sympathie pour le gnosticisme hétérodoxe. C
Gérard LEGD  in revue Méiun, (numéro de mai 1 95 4 Dans les déserts de Syrie et sur
les bords du Nil, vécurent, voici quelque vingt sies, des hommes dont le mouvement de pensée
présente avec le nôtre de si appantes anités que plusieurs d' entre nous n'ont pas manqué [ ...]
de s'intéresser à eux." HUTIN, Serge. Les Gnosques, p. 124
77   E, Jacques. Les osiques p. 78.
78 en juger par notre littérature nous sommes entrés dans un âge gnostique. PÉTEMENT,
À
Serge Hutin, entretanto, distingue:
A undade da Gnose postulada pelos "enomenólogos
contemporâneos no é absoutamente a mesma que afrmam os
adeptos da teosofa e do esoterismo: nessa perspectiva especial, a
Gnose seria a nte de todas as religões e seu último ndamento.
Para René Guénon ( 1 -1 9  1 ) , o grande "tradicionalist' ancês
e seus discípulos, devese encontrar em todas as religiões a dea
de uma liberaço metaísica do homem pela Gnose, isto é, pelo
conhecmento ntegral: existria uma surpreendente unversalidade
em certos símbolos e certos mitos, de onde vem a afrmaço lógica
de uma origem comum dos dierentes esoterismos religiosos, os
quais se exprmem necessariamente pelo ntermédo das grandes
religiões "exotéricas das quais eles rmam a parte vital. Aos
olhos do historiador de religiões, a tese guenoniana no pode
evidentemente ser provada (nem tampouco desmentida}: as
doutrinas esotéricas se parecem, sim; mas no se é necessáro,
para explicar essas convergências, postular uma radiço
primordal intemporal conservada por um ou muitos "centros
de iniciaço. Fazse necessário que seja lembrada a lei trazida
pelos "enomenólogos: o espírito humano reage de uma mesma
rma posto sob condições semelhantes, no é de se estranhar se
encontrar em toda parte as mesmas asprações. No se deve negar
também as lgações hstórcas, s vezes, nesperadas. 
A tese guenoniana é alsa, pois supõe que todas as religiões esotéricas so
meros autoalantes da única religio esotérica. ratarseia de uma generalizaço
que leva  alsidade. Por outro lado, a explicaço enomenológica sobre a
rmes vriables suivnt les peuples et les époques, mais de tele manire que  initié capabe d er
de l'expression extérieure à l'essence pt toujours découvrir la concordance pronde des doctrines
diérentes. LEISEGG, Hs. L Gnose p. 9
80 unité de la Gnose posule par les phénoménologues" contemporns nest nulement celle
qui postuen les adeptes de la théosophie et de l' ésotérisme dans cette perspective spéciale, a
Gnose serait la source de outes les reigions, et leur ndement dernier. Pour né Guénon ( 1 886
19 5 1 , le grand raditionaliste" ançais, et ses disciples, on retrouve dans outes les religions l'idée
dun arnchissement métaphysique de l'homme par la Gnose, cest-à-dire par la connance
inégrale il existe une étonnante universalité de certains symboles et de certains mythes, d o la
postulation logique dune origine commune des diérens ésotérismes religieux, qui sexpriment
nérement pa l'intermédiare des grandes religions exotériques" don is rme le coeur
ux yeux de lhistorien des religions, la théorie guénonienne ne peut évidemment être prouvée
(ni d'ailleurs inrmée les doctrines ésotériques se ressemben, certes; mais point nest besoin,
pour expliquer  convergences, de postuler une Tradition primordiae inemporelle conseée
par un ou plusieurs centr" initiatiques. I sut de se rappeller cete loi retrouvée par es
unidade do enômeno, que até aqui se tem chamado de "gnóstico , tem seu lado
verdadeiro. Cremos que Serge Hutin é prudente ao ressalvar que não se podem
esquecer, porém, certas ligações históricas.
De qualquer rma, nós queremos deduzir, por enquanto, desses textos,
a tese da unidade do enômeno, sem ainda discutir sua explicação guenoniana,
nomenológica ou outras que possa haver. Quer essa unidade tenha continuidade
histórica, quer exista um "arquipélago gnóstico na história, o que registramos
apenas é a sua unidade doutrinária sem preocupação de provar laços históricos,
embora a metára de Mittner sobre o "rio cársico possa ajudar a resolver o
problema, porque evitaria que uma solução excluísse a outra.
A essa religião comum subjacente  mais variadas seitas e sistemas, a esse
"rio cársico da História das Religiões, uns dão o nome de maniqueísmo, outros
de Panteísmo, outros ainda, e mais numerosos, reconhecem a unidade da Gnose
ao longo da história Vimos que, para afrmar a unidade da Gnose, os autores
tiveram que alargar o seu conceito, distinguindo Gnose em sentido lato e em
sentido estrito Ou ainda distinguindo Gnose em sentido genérico  a doutrina
comum subjacente a múltiplas seitas  e as Gnoses específcas de cada seita.
Vimos ainda que se registra uma certa consão entre Panteísmo e
Gnose, ora apresentadas como sistemas opostos (pelo menos no que concerne
ao Cosmo e  matéria), ora apresentados como coincidentes, a ponto de o
Dicionário de eologia Católica citar muitos autores como panteístas e
gnósticos ao mesmo tempo

O ANTOPOTEÍSMO E SUA DIVISÁO

ara vtar ssas consõs, rooos caa d Antrootso ou


Rlgião do o ao "ro cársco da stra sto é, considraos qu o qu
un tantas stas, scolas  ovntos é o culto do o coo sndo us
Essa Rligião do o dividirsia  dois raos: a Gnos  o antso
Sndo o o u sr coosto d coro  ala, sto é, d ua pat
atrial  outra spiritual, é lgico qu a adoração do Hom s divida m
dos raos ndantas: u qu divnza o corpo, isto é, a atéria; outro qu
dvniza a ala, sto é, o srto
A corrnt antrootsta qu dvn o coro  a atéria ngloba todas
as sitas  sistas flosfcos pantstas
A corrnt antrootsta qu divn anas a ala, o lnto
sritual, é a Gnos proriant dta,  qu nclui todas as sitas qu  gral
são classifcadas coo gnsticas lo cou dos autors
O antso qu divini o corpo  toda matéria é a xprssão naturista
 csca do Antrootso
A Gnos, divinizando xclusivant o srito, é anticsica  odia a
atéria, consdrada á  si sa  arisionadora do srito
O antso é,  gral, onsta  raconalsta, os crê qu a razão é a
as alta anistação da atéria univrsal Por sr racionalista, l utiliza, via
d rgra, o dscurso flosfco coo o d counicação doutrnária, como
acontcu, or xmplo, co o Pantsmo flosfco da Grécia Antiga
A Gnos é costumirnt dualista, no sntido d qu afra uma
oosição radical  absoluta ntr atéra á  sprito dvino Por isso, la é
antrraional  s xprssa noralmnt por mo d mtos, coo nas sitas
orntais, or xlo,  vsa sr catada não la ntlgência do omm, as
or uma mistrosa intuição algica
bas corrnts são anstaçõs d rvolta tasica por part do
Ambas, pois, pretendem dar ao homem a elicidade absoluta O Panteísmo
pretende criar na terra o paraíso, por meio da razão, da ciência e da técnica Sua
fnidade social é a criação da Utopia A Gnose pretende alcançar a elicidade
divina pela eliminação da individualidade e da matéria, pea absorção ou são
de todo espírito contingente no Ser Absoluto Não seriam a ciência e a técnica
que trariam a elicidade, mas a experiência mística e a magia; e que permitiriam
pôr em contato Deus e o espírito humano (mística), ou o espírito humano e
os espíritos aprisionados em todas as coisas (magia) Seu objetivo social é o
Milênio Como prova de que essa distinção da Gnose e do Panteísmo como
sistemas opostos, mas relacionados, é real, citaremos o testemunho do Padre
Festugire sobre o Panteísmo e a Gnose no Hermetismo
No Hermetismo, Festugire assinala a existência de uma bircação
dialética comum com um rao flosóco e outro mítico, um ramo panteísta e
outro gnóstico
No ndo, o hermetismo "flosófco pode se resumir em duas
tendências não somente distintas, m opostas, segundo ele se
pareça mais com a sabedoria ou com a Gnose, com o helenismo
ou com o misticismo oriental 
Padre Festugire considera que a causa disso provém da dupla posição
que o homem pode tomar ce ao problema do mal, do soimento:
Todo movimento religioso é um movimento de alma, ele procede
de uma certa maneira de conceber ou, melhor, de "sentir a vida,
particularmente esse grande enigma da vida que é o soimento
Nós podemos zer gumas obsevações sobre esse ponto de vista
 um tipo de espírito que, denunciando como mal o próprio to
de existir, aspirou a não r senão o mínimo possível: no imite, seu
desejo supremo é de não ser [Seria essa a primeira posição ce ao
ser e que corresponde à Gnose
O grego clássico aparece em oposição a essa tendência: ser, viver,
desenvolverse o mximo possível e, no limite, ser e viver como os
deuses, o mesmo tempo e da mesma vida que os deuses, esse é o
melhor desejo do herói 

81 Quant au nd lhermétisme phiosophique" peu se résumer en deux tendances non


seulement distinctes mais opposées selon quil sapparente davantage à la sagesse ou à la Gnose
à lhellenisme ou au mysticisme oriental. ESTUGI  . dré-Jean. Heésme e Gnose
panne, p. 9 1
82 Tout mouvement religieux est un mouvement dâme il procde dune certane
manire de concevoir ou mieux de sentir" la vie singulirement cette grande énigme
Padre Festugire explica que os gregos reconheciam a impossibilidade de
atingir esse ideal. Os deuses distribuíam indierentemente alegrias e dores. O
grego clássico considerava que o último bem que podia restar ao homem era a
grandeza de se sobrepor ao destino adverso.
Na medida em que é rte, ele é sábio: o homem instruise pela
dor. Ele não chega ao ser, ele não se conhece em seu ser senão pela
resistência que ele opõe à rças de destruição. Assim, longe de o
aniquilar, ou de o induzir a se rgiar no nada, a dor o exalta, o cria. 
[Esta seria a segunda posição "flosófca cósmica, ou panteísta,
diante do soimento .
No próprio tempo em que resiste ao soimento e descobre assim
em si virtualidades de que não suspeitava, o sábio ultrapassase.
Esse conhecimento que ele toma de sua miséria, da miséria, lhe
az conhecer também o lugar do mal no mundo, da desordem
particular na ordem universal. Uma talidade inelutável impõese
a ele, como a todo homem: mas ele sabe que o destino é a lei das
coisas, uma ordem, uma razão. Necessidade, providência, razão,
não são senão aspectos diversos de uma mesma realidade.
O vulgo não vê senão um aspecto, ele se dobra ao constrangimento
sem se submeter moralmente. A necessidade o arrasta, pois ela é
bem mais rte: mas a vítima se debate e geme. Assim vai o rebanho
dos homens. Porque ele viu as relações de sua própria rtuna com
o conjunto, compreendeu a conexão das causas e eeitos, e que
o acontecimento que o toca não é senão uma malha ínfma na
cadeia, somente o sábio permanece em paz. Se o destino é razão,
ele é necessariamente bom, ele é justa providência: o sábio o adora:
novit et colit
Essa grande lei dirige todo o universo que reside nesse mesmo
mundo. Ela é esse mundo que, em grego, se diz ordem µ 
 Grec assique parat à ! opposé de cette tendance être vivre s épanouir le plus possible et
à la limite être et vivre comme les dieux aussi longtemps et de la même vie que les die tel est
le meilleur souhait du héros. Idem. Ibidem p. 91.
83 Das la mesre o il est rt le sage est lhomme sistruit par la doler. I ne parviet à
lêtre il ne se connat dans son être que par la résistance quil oppose aux rces de déstructions.
Ainsi loin de lanantir ou de linduire à se regier dans le nant la douleur !exate le crée.
Idem. Ibidem p. 92.
84 Dans le temps même quil resiste à la sorance et se décovre ainsi des virtualités
insoupçonnées le sage se dépasse. Cette connaissance quil prend de sa misre de la misre lui
it connatre aussi la place du ma dans le monde du désordre particulier dans !ordre uiversel.
Daí a adoração do Cosmo, dos astros, da razão. Quanto mais o sábio
viver da razão, mais ele se unirá  ordem dos astros e  ordem divina do Cosmo.
Ele não pretende qualquer graça individual, pois tudo já está ordenado,
previsto e justifcado.
Festugire apresenta o seguinte paralelo entre o sábio cósmico panteísta e
o gnóstico que detesta a existência.
O Panteísmo não crê num Deus de or porque isso implicaria a
existência de uma vida no além.
O gnóstico crê num Deus de Amor, porque a Gnose é, essencialmente,
escatológica.
O panteísta é talista e crê na harmonia universal que explica e absorve,
na unidade fnal, todos os males particulares.
O gnóstico não crê na harmonia, pelo contrário, tudo para ele é
radicalmente desordenado. O ma é cósmico e metasico.
O panteísta, como flóso, é racional, crê nas leis imutáveis do universo
e visa o conhecimento do universal. Ele despreza o indivíduo e o individual.
O gnóstico só se preocupa com o individual, com o eu. O universo e o
universal, ele os despreza. Ele é antirracional e anticientífco.
O panteísta, visando o todo harmônico, e não o mal individual, é otimista.
O gnóstico  o contrário e é pessimista.
O Deus do sábio panteísta identifcase com o universo bom.
O Deus gnóstico está contido e aprisionado no universo mau.
O "sábio panteísta vê Deus no mundo e a contemplação do universo é
sua rma de rezar.
O gnóstico crê que o universo oculta e não revela Deus. ão se conhece
a Deus pela ciência, mas pela intuiço do conhecimento magicamente revelado.
O panteísta crê na bondade divina do Cosmo, resultante da evolução
do Pan.

moralemet L écessité l etrae, car elle est bie la plus rt mais la ictime se débat et
gémit si va !e troupeau des hommes. Parce quil a  les relatios de sa propre rtue aec
lesemble, compris la coexité des causes et des eets, et que lééemet qui !e touche est
quue maille ifme das la chae, seu! !e sage demeure e paix Si e desti est raiso, il est
écessairemet bo, il est juste providece !e sage !adore novi e oi
O nósico, não podendo expica o ma eaio, concui ue o mundo
odo é mau e ue seu ciado é o deus do m. aí a disinção nósica ene
iindade ocula e eus ciado. 5
Sobe a exisência de duas posições anaônicas em elação ao Cosmo,
deno do Hemeismo, uma ue considea o mundo o "Pleoma do mal, e
oua ue o considea bom e mesmo diino, diz Puech ue:
 ... esamos aados a explic essa incoeência e esoe essa
apaene dicudade disinundose no hemeismo duas coenes
de pensameno: uma, monisa, oimisa, dominada pela noção de
um eus cósmico e ue em de uma inha diea da losoa e
da eiiosidade helênicas; a oua, dualisa, pessimisa, oienada
paa a busca de um eus absouamene anscenden, sem
eação diea com o mundo, e, esa, mais decididamene ou mais
auenicamene paecida com o nosicismo popiamene dio. 
Puech considea ue essas duas coenes coespondem, de o, a duas
escolas heméicas dienes, o ue se pode compoa pelo pópio Co 
Heem. Ee considea ue essa conadição não seia poeniene da
aiude pópia da Gnose, em eação ao Cosmo, mas ue seia pópia e ineio
ao Hemeismo: " [ ...  ene um hemeismo losóco e um hemeismo
especicene nósico. 7
Hans onas conma a opinião de Fesuie em elação ao Hemeismo:
A eiião do Hemes Tismeiso, iso é, "Tês ezes andíssimo
oiinouse no Eio heenísico, onde Hemes ea idenicado a
To. Nem odo o co pode se consideado como ne nósica:
muias paes desse eelam o espíio de Paneísmo cósmico muio
sepaado da iolena denúncia do unieso sico ão caaceísica
dos nósicos. 

5 C Idem. Iidem p. 64.


86 [ ... ] on s'est attaché à expliquer cette incohérence et à résoudre cette appaente diculté en
distingua dans l'hermétisme deux courants de pensée l'un, moniste, opimiste, dominé par la
notion d'un Dieu cosmique et issu en ligne directe de la philosophie et de la religiosité helléniques;
l'autre, dualiste, pessimiste, orienté vers la recherche d'un Dieu absolument transcend, sans
relation directe au monde, et, !ui, plus décidéme ou plus autheiquement apparenté au
gnosticisme propreme r PUECH, HenriCharles. En quê d l nose. V. 1 L Gnose et le
Temps, p. 202
7 [ ...  entr un hermétisme philosophique' et un hermétisme spécifqueme gnostique'. Idem.
Iidem, pp. 202203.
 L ligión de 'Herms Trismégiste c'estadire, Tris is trs grand" prit naissance dans
l' Égypte hellénistique o Hermes était identifé a o. On ne saurt tenir tout !e Corpus
Assim tendo em vist o qe dissemos cim propomos o seginte
esqem de divisão do Antropoteísmo:
Espiitualista
Anticósmica
ntimateial a
GNOSE Mística
Mítica
Mágic
Antropoteísmo
ou Hoem
igião do Homem
Materiista
Cósmico
Divinidor da matéria
PTEÍSMO Rcionaista Coo
Filosóco
Cientco

Em Esébio de Cesréi encontrse m metáor espndid p


istrr  didde do qe cmmos de Antropoteísmo:
sim pois de Menndro de qm já dissmos nteriormnte
qe i scessor de Simotá s como serpente bicé e com ds
bocs m rç qe estbece como tores de ds ersis
dierentes  Strnino de origem ntioqen e o exndrino
síides. Um n Síri e otro no Egito consitírm ss escos
de eresis inimigs de Des. 8
Leisegng cit ess pssgem de Esébio ms  em m só serpente d
"íng bíd  neurchue  embor no texto grego se e em serpnte
de ds cbeçs e d ds bocs
Qeremos proveitr  imprecisão de Leisegng e comprr  Rigião do
omem  m serpente de íng bíd. De to o Antropoteismo é m só
reigião qe  com ds és bidmente ensinndo  nose e o Pnteísmo
Serpente de íng bíd  Reigião do omem present  nose e o Pnteísmo
como se ssem reigiões oposts e inimigs.
Foi ess oposição qe evo ns Jons  rmr qe  nose é ms
opost o pensmento grego e pgão do qe o cristinismo e o jdísmo.1
89 Asi, pues, d e Menandro, de que ya aneriormene hemos dicho que e sucessor d Simoá,
sió como serpiene bicéla y con dos b una e que esableció como auor de dos
herei dierenes a Saurnino, de origen anioqueno, y a aleandrino Bailides E uno en Siria
y el oro en gipo consiuyeron su cuel de herei enemig de Dio US ÉBIO D
anto os estóicos quanto os neoplatônicos tinham uma posição panteísta ce ao
Cosmo, desprezado pela Gnose.
O monismo estóico chegou a identifcar plenamente o cósmico e
o divino, o universo e Deus. No segundo livro de Sobre a nare
s ses Cícero oerece uma eloquente expressão sobre esse
estado teológico do universo visível.
E Jonas az uma longa citação de Cícero que afrma ser o Cosmo um ser
vivo, inteligente e divino:
E isso quer dizer que o Cosmo é Deus e que todas suas rças
particulares estão contidas na natureza divina [ . . .. É preciso
considerar que, desde o começo, o mundo i sábio, i Deus.
E não existe outra coisa senão o Cosmo, que não tem lta de
nada e que, em todos seus detalhes e partes, é harmonioso,
pereito e completo.3
E Jonas conclui:
Entretanto, a ideia de uma ordem de natureza divina e de um
universo que era essa ordem permanecerá publicamente válida um
pouco em toda parte, e era como a religião dos intelectuais.
O Panteísmo era, pois, na tiguidade, a religião dos intelectuais.
A Gnose considerava o mundo como mau em si mesmo.
Daí Pltino atacar os gnósticos por desprezarem o sol e os astros.5
E, entretanto, "Os mesmos gnósticos, que ram expostos aos ataques de
Pltino sustentavam uma doutrina espantosamente similar  dele.
Gnose e Panteísmo têm, pois, doutrinas "étonnament rsembntes
 "espantosamente similares. Embora esses movimentos muitas vezes se

92  monisme stoicien aboutissait à identifer pleinement le cosmique et le divin, lunivers et


Dieu. Ciceron dans le deuxime livre de la Nature des dieux, prête une eloquente expression à ce
statut théologique de l'univers visible Idem Ibidem, p319
93 Et celà veut dire que le cosmos est Dieu et que outes ses puissances particulires sont
contenues dans la nature divine  ...]. I ut considerer que, ds le début, le monde a été sage, a
été Dieu. Et il n'existe autre chose, si ce n'est e cosmos, qui n'a déut de rien et qui, en tous ses
détails et parties, est hamonieux, pat et complet. CICEO, De naa doum, II, 1 14 apud
JONAS, ans. La rion sque, p. 322.
94 Pourtant, l'idée d'un ordre de nature divine et d'un unives qui était cet ordre demeurait
publiqement vide un pe partout, et c'etait comme la eligión d inetels. JONAS, ans.
 rin nsque p. 32.
degladiem, suas luas são brigas aternas de dois gêmeos dialéticos Gêmeos
estranhamente iguais e contrários
Entre um monismo que assimila o espírito  matéria (ou ao
universo), e um dualismo que condena toda a matéria em nome
do espírito, a história das seitas gnósticas e maniqueias mostra
bem que o abismo não é intransponível, sobretudo sobe o
plano da ética O idealismo e o materialismo têm importantes
pressupostos comuns 7

9 Entre un monisme qui simile lesprit à la matire (ou à lunivers) et un dualisme qui
condane la matir au nom de lsprit lhistoir des sectes gnostiqu et manichénn mont
6
USAS DA IIÃO DO HOMEM

A unidade desse eneno isico ue é a iio do Hoe 


unidade "cásic  evana u poea de dici esposa é ua unidade
poduzida consciene e vounaiaene  ao oanizado na isia ue
o eia oanizado
Ou eno á apenas coincidência esponânea na unidade desse neno
eiioso se iações conceas ene as seias ue a o auipéao
nsico na isia
Seia essa unidade podzida coo aa os "enoenoos a ue
aude See Huin po cicunsâncias isicas seeanes e ue povoca as
esas eações do oe
Se o nosiciso sse apenas ua séie de aeações douináias
ppias a ceos cisos eees dos ês pieios séculos seu
ineesse seia puaene aueoico; as ee é e ais ue
isso a aiude nsica enasce esponaneaene sem ave
ansisso diea; ese ipo especia de eiiosidade apesena
cocanes anidades co ceas aspiações "odenas O
"nosiciso dos eesioos consiui o exeplo caaceísico
de ua ideooia eiiosa ue e a incessane endência de
essui na Euopa e no undo edieâneo duane as andes
épocas de cise socia e poíic.
See Huin sulina a palava "spontanément. Evidenemene po ela
ee peende nea a ese dos esoéicos ue aa ave coninuidade isica

98 Si le gnosticisme n'etait qu'une série d'aberrations doctrinales propres à certains hérétiques


chrétiens des trois premiers sicles, son intérêt sert purent archéologique; mais il est bien plus
que cela: l'attitude gnostique reparatra spontanément, en dehors de tout trsmission directe;
ce type spécia de religiosité présente même de troublantes anités avec certaines pirations
voluntária no rio cársico da Rligião do Homem Segundo os "tradicionalistas
esotéricos, como René Guénon, haveria uma tradição adâmica que, transmitida
de geração em geração, secretaente, explicaria a unidade do enômeno
gnstico aa Serge Hutin, como vimos, o ponto de vista histrico, essa tese
não pode ser comprovada nem retada
Evidentemente, afrmar que a unidade do enômeno estudado é mera
coincidência e que a geação da atitude gnstica é solutamente espontânea é
uma atitude cômoda, mas não é científca Não é essa a posição de Serge Hutin
Sempre que um nômeno se repete é porque se repetiram as mesmas
causas e em condições de lierdade para atuar Hutin az menção de que é nas
épocas de crise socia e poítica que aparece o nômeno gnstico
Consideramos que os prolemas sociais, políticos, econômicos,
psicolgicos podem vorecer a eclosão da Gnose, mas que su causa é muito
mais pronda
Estria a causa na prpria natureza do homem? rmar que a causa da
Gnose está na natureza humana é afrmar que a causa da Gnose está situada
na esera ontolgica Ora, a Gnose não s é contrária  natureza humana,
como tamém é contrária  prpria ordem ontolgica Logo, não é na ordem
ontolgica, não é no se do homem, que está a causa da Gnose
Sendo a Religião do Homem, quer na rma gnstica, quer na rma
panteísta, uma revolta antimetaísica, sua causa deve estar situada no cmpo
moral Ela é uma recusa de aceita a ordem do ser e a situação do homem nessa
ordem Ela é uma recusa de aceitar as limitações da natureza humana e os maes
a que está sujeit A Reigião do Homem é uma revota contra o Ciador e a
ordem sapiencial que Ele estaeleceu na criação
A Religião do Homem é ainda uma manistação de uma supealorização
da excelência do ser humano que o leva, consequentemente, a um amor excessivo
de si mesmo
O conhecimento do prprio valor do homem, ser contingente, sem
reerências ao Ser soluto, leva o homem a ter um aor exagerado ao seu
prprio bem, e daí a uma recusa de aceitar qualquer limitação, quer quanto ao
conhecimento ou quanto  vontade, quer quanto à limitações sicas do tempo
e do espaço Maior ainda é, então, a rejeição quanto à desordens e lhas que
existem na natureza do homem Daí a revolta contra o livre arítrio humano,
visto como causa dos eros morais, e a tentativa de superálo ou anulálo pela
amação da predestinação espiritual ou do determinismo natuaista
Noutras palavras, tratar da origem mais pronda da Religião do Homem,
isto é, da Gnose e do anteísmo, é tratar da questão da origem do mal, de
Negar a limitação do conhecimento humano é negar o mistério e a
transcendência divina
Negar as limitações da vontade é recusar aceitar qualquer lei
Negar o livre-arbítrio é gir da responsabilidade e rejeitar ser submetido
a qualquer prova
Quando um homem se revolta dessa rma contra suas limitações de
conhecimento e de vontade, contra suas limitações materiais, contra a sujeição
a qualquer prova, ele pode chegar ao ponto de negar toda ordem ontológica e
procurar em si mesmo, ser contingente, a solução para todas as limitações Em
si mesmo, ele terá a nte de todo conhecimento Em si mesmo, ele encontrará
a rça que o coloca acima do bem e do mal, gozando, assim, de uma liberdade
absoluta, vencendo toda angústia moral
Em si mesmo, ele julga ter as energias capazes de ransrmá-lo de
ser contingente em Absoluto e de criatura em Deus É essa a Religião do
Homem, uto de um orgulho egolátrico e de um sensualismo antinomisa,
levados ao paroxismo
[   a angústia da sensualidade, e o orgulho "humanist' que a
compensa Angústia: o instinto sexual é ressentido como um
destino cruel, uma tirania; orgulho: essa tirania será concebida
como uma rça divinizante  isto é, erguendo o homem conra
Deus  logo que se tiver decidido abandoná-Lo

99 [  langoisse de la sensualité, et lorgueil humaniste" qui la compense ngoisse: linstinct



A LÍNUA BÍFIDA DA SEENTE

Vimos que a Religião do Homem se divide, como a língua da serpente


sugerida por Eusébio de Cesaréia, em dois ramos: o gnósco e o panteísta, conrme
se pretenda a divinio do espírito ou a divinição do corpo do homem
A Gnose é o ramo da Religião do Homem que pretende a divinização
do elemento espiritual do homem Sua causa estaria no orgulho, isto é, na
supervalorização da própria excelência
Ao orgulhoso que se julga divino, o corpo e a matéria são limitações
amargas que, com suas misérias, provam continuamente sua aqueza e a
sidade de seu sonho de ser Deus
A esse tipo de pessoa, a língua bífda da serpente sussurra que ela é realmente
um deus, mas que a divindade nela está oculta e enccerada na matéria
A matéria limitadora e separadora é o grande cárcere do espírito divino
espalhado em todo o universo É a matéria que quebra a unidade do Ser
divino Dentro de cada ser materi, um só e mesmo espírito divino estaria
encarcerado Seria preciso destruir a matéria e tudo o que signifca individuação
e personalização para que deus se libertasse e tudo sse um
A razão humana enganaria o homem ao permitir que ele defnisse e,
portanto, separasse os seres Seria preciso destruir a razão que cria a ilusão do
mundo material e, por meio da intuição, conceber e realizar a grande unidade
divina universal
A razão, defnidora e desintegradora da realidade, isto é, da divindade,
seria também a que nos iludiria por meio das relações de causa e eeito que
supõe a distinção dos seres Sendo um só o espírito que está no ndo de cada
coisa, é possível colocar em relação de simpatia o espírito que está no homem e
o espírito que está num objeto, e mover então esse objeto Não é a ciência que
permite dominar o mundo, mas a magia
qu tornara o sujto dêntco ao objto, o homm dêntco ao unvrso,  ss,
dêntco a Dus.
Outos afrmam qu não basta uma attud atrraconal qu sja,
la msma, spculatva, tndndo ntão para uma tal oposção  razão qu
supalorzam a vontad  o amor rraconas, sm nnhum ndamnto
spculatvo, porqu só a vontad lvr  o aor absoluto sram capazs d
ralzar a ntgração unvrsal.
Portanto, no gnostcsmo orgulhoso, "sprtualsta pnumtco, místco,
qu oda a matéra  o corpo, podmos dstngur:
 . Um gnostcsmo místco spculatvo, própro dos homns m qu
ppondra o papl da ntlgênca ou, como dzm os gnóstcos, da
ntução;
 Um gnostcsmo místco "nomnológco, própro dos homns m
qu prpondra o papl da vontad.  
Ambos procura ralzar a órmula "tudo é um;  um é tudo, salntando
o odo, o unvrsal, procurando dstrur o qu é pssoal  ndvdual. Mas é
smpr o própro ndvíduo qum dv ralzar ssa tar autoanquladora.
H outros homns, porém, passando agora ao Pantísmo, qu tndm
mas a pcar com o corpo  qu, quando s lhs orcm o uto probdo,
qurm comr plo mnos uma dúza dls. São aquls qu têm por Dus o
própro vntr, como dz a Sagrada Escrtura.
Evdntmnt, são homns d mnor valor natural qu os gnóstcos do
prmro tpo , por sso, o Pantísmo naturalsta é também uma rma d mas
baxo grau da Rlgão do Homm.
O snsual qu s julga dus acaba por dvnzar o própro corpo. A matéra
sra dvna. Não h Dus crador. Não h alma ou spírto. Só xst a matéria
 o unvrso matral é qu é dus, dzm ls.
uando, no homm snsual, prpondra o papl da vontad, l s
torna, ntão, um matralsta crasso, um hdonsta grossro, qu dsprza todo
pnsamnto  tudo o qu é sprtual.
uando o qu prpondra é a ntlgênca, ntão o naturalsta s az
"flosófco  l vê na rzão o qu h d mas alto no Unvrso, o ponto suprmo
da volução matral. Na razão, a matéra s tornara dvna  conscnt d sua
dvndad. Por mo da razão, da cênca  da técnca, o homm s lbrtara d
todo mal  crara a lcdad natural absoluta.
Ess Pantísmo naturalsta salnta mas o ndvídual, o múltplo  não o
impota é o bem csmico ou coetio, despedose os maes paticuaes,
como eatios, em nção do bem do Todo.
Pantesmo e nose são, potato, das as de eota do omem contra as
suas imitaçes. São duas rmas eiiosa ue nacem de uma s nte a eota
do se continente, po não aceita sua continênca, conta o se absouto.  a
eota conta a mote, a do, o tabao e mi outras miséria e em da ida
umaa um ae de imas.
Eempo tpico dessa eota, conducente ao mateiaismo pantesta com
tes taços nstcos, pode se encontado em euebac.
Conessa euebac ue a eona e a eota contra suas imitaçes é
ue o eaam a atibui tais imitaçes  ppia natue umana.
Pos uma mta, e eu não se ue é mente mina, me
, me enen e me nta. Por   me 
da na, dea intuidae, atibuo os imit de mna
indididae a ma  nente  mma ênca uma.   
Entetanto, apesa de atibui a csa de suas ppa a  nate
ou essênca umaa, não atam tetos de euerbac ue arm a diindade
da essênca mana.
eus é a essência mais ntma do omem, a mais suetia e a
mas ecusa [ .  .   eus é o se e oba em mm, como, or
mim e a mim, é o rinco de mna saaço, de mna os
ntenç e açes e, ortanto, me rro rnco e se om.  
A essênca diina não  outra cosa senão a essênca umana o
meo dito a essência do omem sem imtes indiduas, isto
é, sem os imtes do omem rea e mateia, sendo essa essênca
obetiada, ou sea, contempada e eneada como se sse outa
essência re e deente do omem. Tos as deermnaçes da
essência diina são paa ee detemnaçes da essênca umana.  

1  1 Pu una limitación, que yo no sé que  exclusivamente mia, me humilla, me averguenz


y me intranquiliz Por eso, para librarme de ta verguenz, de ta intranquilidad atribuyo los
limites de mi individualidad a una cosa inhente a la esencia humana misma FEE
udig  c d Co, p 2 1 
12 Dios  la esencia más intima d hombr, la más subetiva y más exclusiva [   ] Dios  
ser que obra en mi, conmigo, por mi y para mi, es el principio de mi salvación, de mis buen
intenciones y acciones y, por lo tanto, mi propio principio de ser bueno Idem Ibidem, p 4
13  encia divina no es otra cosa que la encia humana o, mejor dicho la esencia de
hombr sin limites individu,  cir,  los  d homb  y m sindo  c
Furbach afra tativant qu Dus é o próprio ho: "O sr
absoluto, o Dus do ho, é sua própria ssênci' 
 natural, pois, qu, para Furbach: "A é não é outra coisa snão a
crnça na divindad do ho  
Daí l so, qu coçaa por s nvrgonhar d suas liitaçõs, s
considrar Dus: "Coo podria, portanto, duvidar d u Dus qu é inha
própria ssência? Duvidar d mu Dus signifca duvidar d im smo  
Assi coo, para os gnósticos, a Gnos signifcava, ao so tpo,
conhcinto d Dus  conhcinto do próprio hom, assi tabém o
diz Furbach:
A conscência d Dus é a consciência qu t o ho d si so,
o conhcinto d D é o conhcinto qu t o ho
Concs o ho por su Dus,  vicvrsa, por su Dus conhcs
o ho: abas as coisas são idênticas O qu, para o ho,
é Dus é su spírito  sua ala;  o qu é o spírito do hom,
sua ala, su coração é prcisant su Dus  Dus é o intrior
rvlado, o u apriçoado do ho; a rligião é a rvlação soln
dos tsouros ocutos do ho, é a consão d sus pnsantos
íntios, a proclaação pública d sus sgrdos d or  
E ais:
A onscncia, no sntido rigoroso ou próprio da palavra, é
insparvl da consciência do infnito: a consciência liitada não é
nnhua consciência: a consciência é ssncialnt d u cartr
unvrsal  nfnito A consciência da própra infnitud E outras
palavras, na consciência do inifnito, o ho conscint t por
obto d sua consciência a infnitud d sua própria ssência 

1 04 E ser absoluto, el Dios de hombre, es su propia esencia. Idem. Ibidem, p. 1 9.


105  é no es otra cosa sino la creenca en la divinidad de hombre. Idem. Ibidem, p. 142.
1 06 Como podera, por lo tanto, dudar de m Dios qu e es mi propia esencia Dudar de mi Dios
signif dudar de mi mismo. Idem. Ibdem, p. 35.
10  conciencia d e Dos es l a concienca que tiene e  hombr de s msmo,  conocimento de
Dis   conmiento que tene  homre. Concs  hmr por su Dios, y vcversa, por su
Ds cns  homr: a co son dént.  que para  hombr es Dos,  su spíru
y u ma y  que  e píru de hmr, su ma u crn,  prcente u D y Ds
 e nteror reado,  yo percnad de hmr; la religón s la rvelacón slemne de los
tor ct de homr s la cnsón de sus pensents íntmos la proclaacón públ
de u sctos d or Idem. dm pp. 2
Furbach não diviniza apnas a ssência do homm, mas também todas
as ssências,  assim nga a criação, idntifcando o Univrso com Dus
A dirnça ntr o mundo  Dus como criador do mundo
é, portanto, somnt uma dirnça rmal, não ssncial A
ssência das coisas é a msma ssência divina, , por isso, Dus , ao
pnsar m si msmo, ao http:// wflsrvcom/fl/vKrPMJ
conhcrs, é, ao msmo tmpo, o mundo, pnsa  sab tudo
 a ssência d Dus não é outra coisa qu a ssência abstrata 
idalizada do mundo:  a ssência do mundo não é outra coisa
qu a ssência d Dus ral, concrta  concbida plos sntidos;
a criação não é, portanto, outra coisa qu um ato rmal  
Furbach é, pois, xplicitamnt um pantísta Aliás, o atísmo é uma
rma disrçada d Pantísmo
"O qu hoj passa por sr atísmo srá rligião amanh' 
Há, pois, uma rligião do matrialismo
No prprio Ma, há sinais da Rligião do Homm
Para Marx:
O "homm não é mais qu um sr surgido da naturza, com
vocação (ou intncionaidad) d univrsalizars, d rompr
sua particuaridad, d rompr tanto a sparação qu nnta a
natur como o mpardamnto qu o spara do outro homm;
o qu Marx xprssa dizndo qu no omm xst, dsd su
surgimnto, o "sr gnérico do homm   
Para Marx, o homm não xist sm a naturza  sm rlação com la
Ambos ncssitam um do outro A naturza humanis no omm Ess é um
sistma d ncssidads qu a natur pod satiszr
consciencia de infnito el hombre consciente tiene por obeto de su onsciencia la infnitud de su
propia esencia Idem Ibidem, p 1
109  direncia entre e mundo y Dio como creador de mundo es por o tanto solo una
direncia rma, no enci  eencia de l coa e la misma esencia divina, y por ello Dio,
a pensa en si mismo, a conore, es a a ve el mundo, piensa y sabe todo  a encia de Dio
no  otra cosa que la esencia atrata e idada de mundo: y la eencia de mundo no es otra coa
que a enia de Dio  conrta y coneida por lo entido la ración no e por lo tanto
otra coa que un acto rm Idem Iidem, pp 100101
1 1   que hoy pa por er ateímo erá maa rigión Idem Ibidem, p  
1 1 1 E hombr no  má qe n r gido de la naur, on voión o inenionid
de univeriare, de romper  piid, de romper anto la epaión que e ennta a
Homem e naeza mam, assm, m ssema em e camnam paa
ma dencação
Tamémcomelaçãoaoooomem, sevecaomesmo posconameno.
Cada omem é necessáo paa o oo, e é na sa nivesalzação e o omem
vedadeo se eazaá
Enano o omem não ena acaado sa denicação com a
naeza e o oo omem, enano conne sendo psoneo
de deeminações e sepaações, a únca ae, ao mesmo empo
é e páca, e ealmene se oeece a sa ledade é a de
concd avamene com se dev Em esmo, o mpeavo
caeóco é concdi com a evolção   
Esses exos são em esclaecedoes do noscsmo e esá,
paadoxamene, no ndo do masmo
ás, "A nenaconal, o ino dos comnsas, ala em "Ta o espío
da psão  rer lspt du cachot    expessão pcamene nósica.

Esemacamene, podemos apesena o e dssemos assm

I. Gno se ou
tropoteísmo
m1st1co
{. Especulativa - }
Inteligência (intuição) Orgulhosos 
ma
 da o -
 . . ' ,, 2 . M'1st1
ou espt 1sta de
tropoteísmo
ou ligião do
Homem Homem

II. Pteísmo ou
,
ntropote1smo
{.
Rcionalisa 
Ineligência 
Sensua1s
}

naturalista 2 Maerialista crso - rpo
Vonade

1 1  En tto que el hombre no haja acabado su identicación con la natural  el otro hombr
en tanto que continue siendo prisionero de determinaciones  separaciones la única tarea, a la ve

A ANTIMETAFÍSI DA IIÀO DO OMEM

Em ambos os ramos da Rlio do omm s nota a msma atitud


contra a mtasica ral  objtia O Antropotísmo é o dio a us sto é ao
Sr Absoluto Por isso h nl um dsjo d dstruir os princípios mtasicos
El odia o sr
Curiosa  paradoxalmnt o tropotísmo qu prtnd transrmar o
sr rlatio m sr absoluto dssprado d alcançar ss objtio az o homm
qurr o aniquilamnto d todo sr O Antropotísmo impanta a diaética isto
é a contradiço no mais prondo do spírito humano Contradiço do Eu qu
s prtnd Absoluto  qu sonha m s sair no ada
J imos qu o Antropotísmo é iualitrio  dialético  iualitrio porqu
na a distinço ntr Sr Absouto  sr por participaço Sr cssrio  sr
continnt ando ququr hirarquia ontoica na toda dsiuadad
msmo ntr os continnts
O Antropotísmo por causa do orulho  do dsspro iuala o Sr ao
osr o udo ao ada  daí nasc su cartr dialético
Iualitarismo  dialética por sua z la  naço d todos os
princípios mtaíscos  d todos os aors transcndntais

NGAÇO DO PNCÍPIO D IDNDAD


ando o Sr Absoluto  Aqul qu é  o Antropotísmo tm d
rpudiar o princípio da idntidad qu arma qu cada sr é o qu é Cada coisa
prd sua indiidualidad sua ssência sua prsonalidad para ndirs num
mama indnido ou coltio Eolucionismo  iuitarismo so caractrísticas
tanto da Gnos quanto do Pantísmo nos quas "um é tudo  tudo é um
NEGAÇO DO PNCÍPIO DE CONDIÇO
Com cada coisa, identifcandose, ndindose com todas as outras,
os contrários passa a coincidir. Tudo é nada. O belo é o eio. O bem é o
mal. Verifcase, assim, o triun do princípio dialético e do igualitarismo mais
radical, que igualaria os contrários. Na dialética, o sim e o não se identifcam e
coincidem, mantendo, porém, sua contrariedade.
A negação do princípio de identidade e de contradição acaba produzindo
a própria negação do ser. Tudo é um, e esse um é coincidência de opostos, porque
está num constante uir dialético, de tal modo que a única coisa existente é o
uxo, a mudança, o viraser. Nada é permanente, e o ser não existe. O ser é
Nada. Tudo passa a ser nada, e a realidade, uma ilusão.

NEGAÇO DO PNCÍPIO DE USALIDADE E NALIDADE


Nada i causado, pois que não há distinção entre causa e eeito, entre
Criador e criatura. Por isso, também, nada existe para certa fnalidade e, não
existindo ordem metaísica, não há também ordem das coisas com relação a u
fm. Não há causa e, portanto, nada tem fnalidade.

NEGAÃO DOS NSCENDENAIS


A negação de toda ordem metasica  do universo um vazio absoluto
que não pode ter, portanto, nenhuma ordem racional. O ser não existe e com
ele nauaga no abismo do Nada todos os demais transcendentais re, aliqui
unum, verum, bonum  uhrum

NEGAÇO DE ODO MPSMO


Não havendo distinção entre ser absoluto e relativo, não havendo ser,
tem de se repelir todo exemplarismo. O mundo deixa de ser visto como eito à
imagem e semelhança do Criador. Cada coisa deixa de ser espelho que reee
de modo mais ou menos claro as ideias arquetípicas de Deus e suas qualidades.
Toda ordem analógica, udal e hierárquica do universo é negada. O universo
deixa de ser Cosmo para voltar a ser algo inrme e vazio, para depois se ir mais
longe ao dizer que o universo é um abismo sobre o qual não paira o espírito de
Deus. Deus não existe e o universo é Nada.
CUSA D ACIAR O SPAO  O MPO
A Religião do Homem recusase a aceitar as limitações trazidas pelo
espaço e pelo tempo O espaço tem relação com a materiidade Somente os
seres materiais estão sujeitos às contingências da espacialidade Ora, a Gnose,
considerando que toda a matéria é um mal, julga que o espaço e o lugar são,
consequentemente, aspectos do cárcere em que o espírito divino está encerrado
Localizarse é estar aprisionado e a libertação gnóstica visa abar com todas as
limitações espaciais
É esse ódio à contingência do ser criado que o localiza no espaço que
leva os gnósticos a darem ao Criador do mundo, por irrisão, o nome de
lugar, de pos 114
Quanto ao tempo, duração do movimento, ele só existe para os seres
compostos de At e Potência
Ora, a Religião do Homem, querendo transrmar os seres contingentes
em Ser Absoluto, em Ato puro, ou em Nada Absoluto, recusa a submissão
ao tempo
Ela quer tornálo presente, isto é, eternizálo ou então azer a eternidade
imergir no agora
De qualquer rma, a Religião do Homem recusa a temporalidade e a
espacialidade Ela não aceita o "hic et nunc condicionantes do ser material
É o que confrma Puech em vários de seus trabalhos Esse utor mostra
que se devem distinguir três noções e tempo: a grega, a cristã e a gnóstica
O helenismo concebe, primeiramente, o tempo como sendo cíclico
ou circular, voltandose perpetuamente sobre si mesmo, preso
eternamente sobre si, sob o eeito dos movimentos astronômicos
que o comandam e regulam necessariamente seu curso Para o
cristianismo, ao contrário, o tempo, ligado à Criação e à ação
contínua de Deus, se desenvolve unilateralmente, em um só
sentido, a partir de um ponto de início único e em direção a um
objetivo igualmente único: é orientado, e um progresso se cumpre
nele, do passado para o turo; é único, orgânico e progressivo;
ele tem, consequentemente, uma realidade plena Sobrevém o
gnosticismo Pela necessidade de salvação imediata, ele romperá a
servidão e a repetição do tempo cíclico do helenismo, assim como a
continuidade orgânica do tempo unilinear do cristianismo; ele rá
voar em pedaços (a expressão não é exagerada) tanto um como o
outro Em termos mais breves e mais visuais, a disputa ocorre entre
três con empo pode ser respectivamen
representado, na prmera por um círculo, na segunda por uma
lnha reta, na tercera, enfm, por uma lnha quebrada   5
Assm como o Demurgo, ao crar o mundo, ez uma obra carcata do
mundo superor, assm também o tempo sera uma carcatura da eterndade:
   o tempo, obra do Deus crador, sera, no máxmo, uma
carcatura da eterndade, uma mtaço detuosa que um hato
consderável separa de seu modelo, o uto de uma degradação e,
em últma análse, uma mentra   
O gnstco se sente aqu em baxo esmagado pelo peso do Destno,
submsso aos lmtes e  servdão do tempo, do corpo, da matéra,
sujeto à suas tentações e  sua degradação    Do que decorre,
ncalmente, um movmento de revolta e de rejeção: o gnstco
recusase a acetar o mundo e a acetar a s mesmo em seu estado
atual Do que decorre  a título de smples consequênca partcular
 um nojo e uma condenação do tempo; no extremo, uma tentatva
apaxonada em vsta de negar o tempo   O tempo é também
uma ndoa: ns estamos mergulhados e partcpamos dele por
meo do corpo, o qual, como toda outra cosa materal, é obra
abjeta do Demurgo nror ou do Príncpe do mal; no tempo
e pelo tempo, nosso verdadero "eu, esprtual ou lumnoso por
essênca, está preso a uma substânca estranha,  carne e s suas
paxões ou à trevas da Matéra   7
1 1 5 hellénisme conçoit, avant tout, !e temps comme cyclique ou circulare, revenant
perpétuellenent sur lui-même, bouclé éternellement sur soi, so ' et des mouveme
tronomiqu qui en commdent et en rglent nment !e cou. Pour !e christiisme, au
contrai, !e temps, lié à la Crtion et à !' aion continue de Dieu, se dérule unilatérement, en
un  sens, à partir d'un point de dép unique et en rection d'un but égement unique: il t
orienté, et un progrs s'accomplit en !ui, du p é vers lavenir; il t un, ornique et progi il a,
en conséquence, une rlité plénir Survienne !e gnosticisme P boin de sut immat, il brira
la seitude et la on du temps clique de l'hellénisme aui bien que la continuté organique du
temps ulinéair du ristianisme;   voler en écla (!e mot  pas trop  l'un et latr En
term plus br enco et plus im, la partie  joue ent trois conceptions opposé, o le temps
peut êtr rpectivement fgur, d la prmir p un cercle, d la deuxime par ue ligne oit,
d la trisime, en, p une lie brisée. PUECH, Henri-Charl. En q d l nose Vol I, L
Gno et le Temps p. 2 17
1 16 [ .] le temps, oeuvre du Dieu créateur, sera tout au plus la caricature de léternité, une
imitation détueuse quun hiatus considérable sépare de son modle, le ui dune déchéce et,
au bout de compte, un mensonge. Idem. Ibidem, p. 242.
1 1 7  gnostique se sent ici-bas écrasé par le poids du Destin, soumis aux limites et à a servitude
du temps, du corps, de la matire, sujet à leurs tentations et à leur dégradation [ ..] Do, d abord,
un mouvement de révolte et de rejet: le gnostique se rese à accepter le monde et s' accepter li
[   o tempo ue é esutado da oba do Demiuo não é mais
a imaem mais peeita a imitao  a seu níve  mais e da
etenidade mas um pseudo uma "menti um embuste e uma
caicatua: no imite uma iusão 
Finamente ueemos cita ainda um texto de Puech ue mosta
claamente ue a Gnose pocua nea a continência do se ou "apisionando
a divindade no univeso ou inseindo o homem na divindade O ue em
matéia de duação e pemanência sinica insei o tempo na etenidade
ou "apisiona a etenidade no tempo O esutado disso é a mutabiidade da
divindade ou o sonho da imutabiidade da ciatua Em outas paavas a Gnose
ou az Deus muda ou az o homem imutáve
Nesse sentido a atitude nóstica paece juntase à do heenismo
exceto em ue onde o eo vê imaem necessáia e vedadeia
da etenidade o nóstico vê caicatua e mentia Entetanto o
nóstico não concebe nem o tempoa puo como o cistão nem o
intempoa puo como o heênico A históia é paa ees dupicada e
namente absovida em sua maio pate po mitos; o intempoa
po sua vez é tatado miticamente Ou se uisemos o mundo
intempoa e inteiíve o Peoma pede sua imutabiidade paa
tansmarse no teato das aventuas sucessivas e mutáveis dos
Éons enuanto os eventos concetos da duação históica são
tansmados em supotes ecos ou símbolos das peipécias desse
dama intempoa ue se poona nees ou se passa à maem
dees Paece então ue o tempoa (sob ma de mobiidade de
sucessão) peneta o intempoa e ue ao contáio o intempoa
(sob ma de tascendente) tende a absove o tempoa De to
ocoe ue em um e em outo domínio tatase de um intempoa
e de um tempoal ambos concebidos po um pensamento de
estutua ndamentamente mítica.   

chose matérielle, est l'oeuvre abjecte du Démiurge inérieur ou du Principe du m; dans le temps
et par le temps, notre vrai moi", spirituel ou lumineux par essence, est enchané à une substance
étrangre, à la chair et à ses passions ou aux ténbres de la Matire. Idem. Ibidem, pp. 245-246.
118   ..] le temps que résulte de l'oeuvre démiurgique n'est plus l'image la plus parite qui
soit, l'imitation  à son rang - la plus fdle de l'éternité, mais un pseudos, un mensonge", une
imposture et une caricature: à la limite, une illusion. Idem. Ibidem, p 2 56 .
1 1 9 En ce sens, l'attitude gnostique semble rejoindre celle de l'hellénisme, sau que, là o le
Grec voit image nécessaire et vraie de 'éternité, le gnostique voit caricature et mensonge.
Cependant, le gnostique ne conçoit ni le temporel pur comme le chrétien ni l'intemporel pur
comme l'hellne. Ihistoire est pour lui doublée et, fnalement, absorbée en majeure partie par le
th l'intemporel, de son côté, est traité mhiquement. Ou, si l'on veut, le monde intemporel
 essa revolta e negação do tempo que leva a Gnose a negar a história,
a ter horror dela O gnóstico, então, sonha com o paraíso terrestre inicial ou
com a realização do milênio E, para ele, o paraíso original e o milênio acabam
sendo coincidentes, no sentido de que ambos negam as vicissitudes da história
e do tempo
Mito e Apocalipse são constantes no pensamento do homem gnóstico
O pensamento gnóstico é, em seu âmago, um pensamento mítico
Ele é dominado pela nostalgia duma situação inicial que comanda
toda a atualidade por meio do mito da rit e da rsprung Ele é
incapaz de pensar racionalmente por conceitos ou concretamente
por apreensão, em sua singularidade, em pessoas e em eventos da
 '  [     120
hstoa
E, fnalmente, há a noção de que a salvação, que para o gnosto
signifa divinização, se obtém apenas quando se consegue escapar do tempo,
maniestação da contingência
[   para o gnóstico, a salvação individual consiste na recuperação
de um estado intemporal sobre o qual o tempo não teria
inuência, livre de todo condicionamento tanto no passado
quanto no turo [     121

prolongent en eux ou se jouent en mrge deux. I semble donc que le temporel (sous rme
de mobilité, de succession péntre lintemporel, et quà linverse, lintempore (sous rme de
trnscend tende à bsorber le tempore. En it, cest qe, dns ln et utre domine, nous
vons ire à un intemporel et à un tempore conçus tos deux pr une pensée de structure
ncirement mythique. Idem. Ibidem, p. 269
120 L pensée gnostique est, en son nd, une pensée mythique. Ele est dominée pr l nostgie
dune sittion initile qui commnde toute ctuité, pr un mythe de l  et du Upn.
Elle est incpble de penser rtionnellement pr concepts ou concrtement, pr ppréhension,
dns leur singulrité, des personnes et des événements de histoire [  Idem. Ibidem, p. 267.

DIAÉTI E ANTOPOTEÍSMO: AS DUAS PONTES
ENT GNOSE E PANTEÍSMO

Os dois ramos da Religião do Homem  Gnose e Panteísmo, gêmeos


idênticos e inversos  apresentamse como opostos e, s vezes, até como
inimigos Essa oposição, porém, não é pronda e essa luta é "aterna A
oposição entre a Gnose (mística, espiritualista, anticósmica, antirracionalista)
e o Panteísmo (naturalista, cósmico, racionalista e, por vezes, materialista) é
uma oposição dialética
bos são ramos da mesma língua bífda que diaeticamente diz coisas
contrárias, mas, no ndo, iguais Gnose e Panteísmo são pólos dialéticos que se
opõem mais  posição de equilíbrio e harmonia, quer na criteriologia, quer na
mora, do que se opõem entre si
Sendo dialética essa oposição, um pólo acaba revertendo no outro,
anulandose ou se invertendo suas posições mais antagônicas Gnose e Panteísmo
ncionam como vasos comunicantes entre os quais podem ser notados dois
canais ou pontes de comunicação mais importantes: a ponte metaísica ou
criteriológica e a ponte moral

A PON MAFÍSI OU CIIOLÓGICA

Chamamos a primeira ponte de metaísica ou criteriológica, embora o


antropoteísmo negue a metaísica tradicional, porque a Religião do Homem
tem de dar, necessariamente, uma explicação sobre a realidade dos seres, do
Universo ou de Deus
A metasica antropoteísta é sempre diaética
Pa Antropoteí a realidade é sempre rmada por dois contrários
de dois princípios contrários e iguais. Tomemos como exemplo a Gnose de
Mestre Eckart:
 certo que Mestre Eckart é o dialético por excelência e que é
muito ácil extrair d suas obras as verdades mas contraditórias.
Nele pôde-se afrmar: negação e afrmação ambas rmam
a verdade. Uma não é verdadeira sem a outra e não se pode
conceber uma senão em relação  outra. A afrmação e a negação
são inseparáveis sendo dois aspectos de uma mesma verdade. 1 22
Jacob Boeme assim defniu a dialética do ser: Todo ser é síntese do sim
e do não que se implicam mutuamente. 23
Consideremos por exemplo a oposição dialética ndamental entre
Gnose e Panteísmo que é suas posições diante da matéria.
A Gnose considera o mundo como o mal como o reino das trevas.
Por sua vez o materialismo crasso nega a existência de qualquer ser espiritual.
Entretanto nos livros Herméticos que são panteístas se lê que:
A parte mais sutil da matéria é o ar do ar a alma da alma a
inteligência Deus.
[ ...
uer se trate da matéria do corpo ou da essência sabe-se que são
energias de Deus energia material na matéria energia corporal
nos corpos energia essencial na essência. Todo esse conjunto é
Deus e no uiverso ão á ada que não seja Deus [ ... 2
O gnóstico Henri More o século II ndametando-se na
Cabala de Isaac Luria publicou dezesseis 1) xiomas cabalísticos dos quais
destacamos o °, °, 1° e 1°:
°) Num iur Materiam esse in rerum natura (Não á
nenuma Matéria na natureza das coisas.
1 22 Ce qui est certain c'est que Matre Eckhrt est !e dialecticien par excellence, et qu'il est
trop cile d'extraire de ses oeuvres les vérités les plus contradictoires. Chez !ui, aton pu dire
négation et armation rment à elles deux la vérité. Iune n'est pas raie sans l'autre, et ne se
peut concevoir que par rapport à l' autre. rmation et négation sont inséparables, n' étant que es
deux aspects d'une même vérité". OUGEMONT, Denis de. L 'mou e / idn, p. 132.
123 n ]a u n Nein besehen a  Dine. Tout être est synthse du oui e t du n on qu i s'impliquent
mutuellement BOEHME, Jacob. Quaesones 7eosophiae, q. III, 2, apu KO , exandre.
La Phisophie d Jaob Boehme p. 394.
124 L partie la plus subtile de la matire est l'air, de l'air l'âme, de l'âme l'intelligence, Dieu.
[ ] Que se soit matire, sache que ce sont là des énergies de Dieu, énergie
°) Quiuid vero est spitum esse. (Tudo o que é verdadeiro é
espírito.
12°)  conctos h parbus co Mundum, qui vocatur
Mateam, cum vera auc spitual sit, consns ceque
 div Spib, parculve iviniae sene in monas
Pencvae Psica contrac et conspa. (Da reunião dessas
partículas se rmou o mundo que se chama material embora
seja na reidade espiritu rmado seguramente por espíritos
em partículas divididas de essencia divina contraídas e reunidas
em mundos ou pontos sicos.
1°) Ac proin parcurem hunc Spirm et pulvcu puta
marmoris eri posse Pntam e pnta Brutum, e Bruto Hominem,
et Homine Angelum, e angelo nique novae ae Coeli que
Creatorem eum (E por consequência esse Espírito particular
pode - conrme o exemplo da fna poeira de mármore - tornar
se planta e da planta animal do animal homem do omem
anjo do anjo enfm Deus criador de uma nova Terra e de um
novo Céu. 1 2
Por outro lado há aqueles que identifcam Deus e a matéria.
[ ... Deus é um go devorador. Para Oetinger esse go é uma
matéria do mesmo modo que a luz. uando a Escritura afrma
que Deus é a luz é uma verdade que é nessário tomar em sentido
próprio que nós devemos entender segundo um modo ísico:
psice. [ .. .  A flosofa sagrada de Oetinger opõe-se resolutamente
a todas as rmas de docetismo [ . . .  ela pode ser considerada como
uma Gnose antignóstica. 1 26

125 (4°) Nulla igitur Materiam  in rerum natura. (I nexiste donc aucune matire dans
la nature des choses). (5°) Quidquid vero est, spiritum esse (tout ce qui est vriment est esprit).
(12°)  conracos his patius constare Mndum, qui vocatur Materiaem, um revera aduc
spirituais sit, constans cetique ex divisis Spiritius, particulisve Diviniae Essentiae in mnadas
Penctavae Physica contractis et constipatis (De !emlage de  picul es rmé le monde
qu on appele matériel ien quil soit en réaité spiriuel, rmé asurement d esprits en particules
visés de lessene divine, contractées et ramasées en mondes ou points physiques) ( 1 5°) Ac
proinde partiularem hunc Spiritum et pulviscula puta mmoris feri posse Plantam e plnta
Brutum, e Bruto Hominem, et Homine gelum, e angelo denique novae Terrae Coeli que
Creatorem Deum (Et, par conséquent, cet Sprit paticulier peut  à partir de !exemple de la
fne poussire de marre - devenir la plnte, à partir de la plante !animal, de !animl lhomme,
de lhomme lange enfn le Dieu createur dune nouvelle erre et dun nouveau Ciel) MO,
Henri apud HUTIN, Serge. Note sur la création he trois kaistes hrétiens" in hie 
éme pp. 152153.
E ainda:
A noção de fxação nos emete à Aquimia [    O voáti fxa-se
e o fxo se volatiliza Isso signifca que o espito se tona copo
e o copo espito  o que taduz a paava Geitiblichkeit que
esume toda a flosofa de Oetinge
Signifca ue em Jesus Cisto o espito se tona copo e o copo
espito E univesaizando essa vedade que Oetinge decaa po
um lado que tudo é espito e po outo ado que tudo o que é
espito é também copo 1 2
Ao explana o sistema gnóstico de Simão ago afma eisegang:
Nós assistimos a uma pepétua "invesão de um conceito em seu
contáio: o go invisve se tansma no go visve o go
visve se esove po sua vez em go invisve O espiitua
tansma -se em sensvel o sensve no fm do mundo consome
se e etona ao espiitu o espito se tona copo o copo po
sua vez tona-se espito o eteno dá o tempo o tempo de novo
o eteno Deus tona-se o Cosmo o Cosmo tona-se novamente
Deus o bem tona -se o mundo mau o mundo mau é jugado e se
esove po sua vez em bem O Um tona-se muitos a puaidade
etona ao Um  "o io que deságua em si mesmo dos msticos
aemães é o pensamento de Hege: "o infnito é o povi do fnito
e invesamente o fnito é o povi do infnito 1 28
 uma supesa paa alguns enconta Hege de baço dado com Simão
ago e a Gnose as é eisegang quem os apesenta assim 
Oetnger soose résouent à toutes es res e océtse   ] ee eut être conserée
come une Gnose antgnostque DEGHY, Perre La hosohe Sacrée" n Caie d
emétme 240241
1 27 La noton e fxaton nous renvoe à ! che  ]  Le voate se fxe et e fxe se voatse
ea sgnfe que esrt event cors et e cors esrt est ce que traut e o Getibiceit
que resue toute a hosohe sacrée Oetnger
  ] Sgnfe quen Jesus hrst, esrt event cors et que e cors event esrt? est en
unversalsant cette vérté quOetnger écare une art que tout est esrt, autre art que tout
ce qu est esrt, est auss cors Ie Ibe,  247
1 28 On assste à un erétue renverseent" une noton ans a noton contrare e u
nvsbe se transre ans e u vsbe; e u vsbe se résout à son tour ans e eu nvsbe Le
srtue se ue en sensbe, e sensbe, à a fn u one, se consue et t rétour au srtue,
 esrt event e cors, e cors à son tour event esrt;  éterne onne e tes, e tes à
nouveau  éterne Deu event e oso, e oso reevent Deu; e ben event e one
auvas, e one auvas est jugé et se résout à son tour ans e ben IUn event useurs, a
[   pois paa o gnóstico luz e espíito tudo é um São
consubstanciais Deus também é espíito e potanto luz luz
à qual ninguém pode te acesso uando o gnóstico ala em
espíito não se tata de ma alguma do espíito abstato de nossa
concepção modena paa ele o espíito é ainda matéia, mas uma
matéia extemamente tênue e leve um sopo um uido um
peme um aio de luz 
Também a ciência modena é aetada po essa questão Ela que duante
uito tempo manteve uma atitude mais semelante à de Deócito do que à de
atão em ce da matéia inveteu agoa sua posição  o que explica Heisenbeg:
Semelante caáte da teoia quântica já tona diícil segui
inteiamente o pogama da flosofa mateialista e desceve as
menoes patículas de matéia as patículas elementaes como
a eaidade vedadeia  luz da teoia quântica, tais patículas
elementaes não são mais eais  no mesmo sentido que os objetos
da vida quotidiana, ávoes ou pedas mas se apesentam como
abstações deivadas da matéia eal da obsevação no vedadeio
sentido as, se se z impossíve atibui às patículas elementaes
tal existência no sentido mais genuíno, mais diícil ainda se tona
considea a matéia como vedadeiamente eal 30
[   aa a ciência natual modena não á mais no início o objeto
mateial poém ma, simetia matemática 
Essa posição dos sicos teóicos modenos é confmada po E
Scdinge que afma
Existência eal é sem dúvida um temo quase expulso po muitos
sistemas flosófcos e o seu simples e ingênuo signifcado está em
gande pate pedido paa nós  
Assim paa o anteísmo, Deus se connde com a matéia que po sua
vez se espiituaiza aa a Gnose ao contáio Deus caiu na mateialidade mas
aqui também a matéia se espiitualizaá A ómula de Oetinge sintetiza bem
a dialética do antopoteísmo ce à matéia e ao espíito O espíito tonase
copo o copo tonase espíito
29 [     car pour le gnostique lumire et esprit  est tout un Ils sont consustantiels Dieu aussi
est esprit et donc lumire lumire à laquelle personne ne peut accder Lorsque !e gnostique
parle de lesprit il ne sagit nullement de lesprit astrait de notre conception moderne; pour !ui
esprit cest encore de la matire mais une matire extremement tnue et lgre un soue un
uide un parm un rayon de lumire Idem Iidem pp 25-26
De passagem recordemos que para o maismo materialista o ato de
pensar é um mero produto glandular mas o pensamento seria supramaterial
Contradição? Sim segundo a lógica aristotélica e segundo o bom senso
Mas contradição aceitável pois a contradição é a alma da dialética que por sua
vez está na essência do marxismo Pela segunda lei da dialéti maista os
contrários se complementariam
Segundo Lenin:
a dialética é a teoria que mostra como os contrários podem ser e
são abitualmente idênticos em que condições eles são idênticos
convertendo-se um no outro porque o espírito umano não deve
considerar esses contrários como mortos paralisados mas como
vivos condicionados móveis convertendo-se uns nos outros  33
Lenin e Stalin citam as palavras de Heráclito: O mundo é um
todo único que não i criado por nenum deus nem por nenum
omem mas i e será uma cama eternamente viva que se aviva e
se arouxa conrme leis determiadas Diz Lenin que aqui temos
uma excelente exposição do materialismo dialético 13
Ora o que diz Heráclito? Ele afrma exatamente que os contrários são
idênticos:
 coisas ias tornam-se quentes e as coisas quentes tornam-se
ias o que é úmido torna-se seco e o que é seco torna-se úmido
A doeça os capacita a apreciar a saúde  Vida e morte estar
desperto ou estar adormecido juventude e velice tudo isso é
idêntico pois um se transrma no outro e o último retora ao
primeiro  os divergentes concordam entre si é uma armonia
resultante das tensões opostas como no arco ou a lira  Os
opostos pertecem-se mutuamente a melor armoia resuta
da discórdia e tudo se desevolve pela luta  O caminno que
leva ao alto e o que leva para baixo são idênticos  O camio
reto e o coleante são um só e o mesmo  Para os deuses todas
as coisas são belas boas e justas os omens porém adotaram
algumas coisas como justas e outras como injustas  O em e o
m são idêticos  35
De Heráclito a M a dialética é uma constante nos movimetos e
sistemas panteístas ou gnósticos e é só por meio dela que se pode compreender
a aparente oposição entre Gose e Panteísmo as duas ces do mesmo sli da
Religião do Homem
Do ponto de vista criteriológico isto é da capacidade intelectual do
omem de compreender a realidade Gnose e Panteísmo opõem-se: aquela
negando a razão e este exaltando-a
A Gnose místico-especulativa embora  como vimos  negue a razão é
na verdade uma rma de racionalismo absoluto que pretende comprender e
explicar o mistério divino
A Gnose apresenta-se como anticósmica mas apesar disso é
ndamentalmente naturalista no sentido de que afrma a capacidade natur do
omem de cançar o êxtase e a divinização negando pois qualquer distinção
no ndo entre a ordem sobrenatural e a ordem natural
São esses naturalismos e racionalismos absolutos que permitem zer a
ponte entre a Gnose anticósmica e antirracional e o Panteísmo racionalista
e naturalista
Por outro lado o Panteísmo cientifcista em seu aã de explicar de modo
absoluto o universo material afrma que a própria matéria é no ndo espírito
e por fm cega a negar a própria realidade material
 essa ponte criteriológica entre Panteísmo e Gnose que permite
compreender como do materialismo comunista dos "enragés naceu o culto
religioso da deusa Razão durante a Revolução Francesa13 ou então como
do cientifcismo racionalista do século X i gerada a religião positivista de
Augusto Comte Do mesmo modo ainda se explica como do materialismo
cientifcista e ateu do século  surgiu a Gnose de Teilard de Cardin ou
ainda como magia e cientifcismo coexistem em nossos dias O irracionalismo
nasce do extremo do racionalismo
A ciência incumbida de provar a regularidade do universo na
medida em que avança na sua investigação põe em suspeita o
racional Surge sempre o irracional no seio do racional    A
ciência e o racionalismo longe de cercear o omem na estreiteza
de seus limites excitam-no em direção ao mundo que não se vê o
sobrenatural não é excluído mas confnado

A PNT DA ML
A Gnose condena a matéria ao afrmar que ela é uma ilusão e uma prisão
para o espírito divino Consequentemente ela prega uma moral ascética de
tipo budista repudiando tudo o que vem do corpo e pregando até mesmo o
suicídio Ela se opõe per diamem à moral do ramo panteísta naturalista e até
materiista que prega o goo livre de todos os preres
Entretanto os gnósticos afrmam que quando o omem alcança a "união
mística pelo êxtase ele atinge um tal nível de perição que seu ser se nde com
o próprio Deus Desse modo então o omem se situa acima de toda lei moral
e tudo passa a se permitido paa ele
Para alcançar o êxtase e a divinização os messalianos também camados
eucitas tinam
   um noviciado de três anos a mais igoosa abstiêcia
Mas uma vez que a união com o Espírito Santo fcava completa
nada impotava mais O pecado ão era mais possível O iniciado
podia reentrar no mundo e levar uma vida luxuiosa e devassa sem
nenum perigo para sua salvação pois era a parti de então ua
parte de Deus  38
Na Idade Média os Irmãos do Live Espíito tia atitude tão
semelante a essa que muitos istoriadores segundo Norman Co veem o
messalianismo a origem dessa seita medieval
A eresia do Livre Espírito se defne sobetudo pea atitude do
adepto para consigo mesmo Estava-se pesuadido de te atigido
uma pereição tão absoluta que não e ea mais possível peca
Apesar de gandes dieenças em suas consequências páticas
era ceto que essa atitude podia cega ete outas coisas ao
antinomismo O omem perito "podia sempe cocluir que
tina o direito ou mesmo o deve de utapassa além dos tabus
geamente admitidos  39
Este mesmo auto cita uma cata de Santa Idegada em que ea acusa
o also ascetismo e o antinomismo dos Irmãos do Livre Espírito la ala de
eéticos que
   não contetes de negar todo o valo da eucaistia e de codea
o estado matrimonial consideram-se igualmente abilitados
a igoa os madametos de Deus e a vive come seu 
1 38 [  ] u vici de tis s iplic l plus iueuse bstiece s ue s e
l'ui vec e Sit-Espit tit cplte ie 'iptit plus e pc 'tit plus pssble
Iiti puvit ete dns le de et ee ue vie de luxue et de dbuc ss ucu e
pu s sut c il tit dsis ue pte de Dieu RNCI Steve Le manicéme
méieva, p 27. Nt d ut c tes de su fçã Ruci ct St Ep
x  Css; e Tite de Csttipl
1 39 Iesie du ibe Espit se dfit sutut p l'tttude de l'depte eves lui êe I
tit pesud d'vi tteit ue peecti si slue qu'il e !ui tit plus pssile de pce
l des des dieces dns ses cseueces ptiues il tt ceti ue cette tttude
prazer. Esses, continua ela, começam por enaquecer seus corpos
por jejuns prolongados depois, sentem-se livres para saciar seus
desejos mais lascivos. 0
Nas antigas seitas gnósticas, encontra-se a mesma moral dialética que
passa do ascetismo ao antinomismo. Para o gnóstico Basílides, por exemplo:
[ ...] todo o pecado do omem está em seu desejo, na vigorosa
vontade de poder, que o leva a querer ultrapassar sua natureza.
Toda aspiração contra a natureza, tanto a ascese quanto o desejo
de ultrapassar os limites fxados ao omem pela natureza e 
vontade concordante de Deus, toda aspiração deste gênero é
pecado [ .. .]. Todo desejo deverá, portanto, ser abado pela ro,
e principalmente os desejos sexuais, porque o instinto de gerar
representa aqui a nção central do omem. 
Entretanto, o sistema de Basílides degenerava depois no culto mais abjeto
possvel. 2
Baslides proclama que é normal e necessao abjurar sua é
para escapar a isso [à perseguição romana]. Da mesma rma,
o desejo sexual não deve ser contido pelas instituições que por
todo lado tentam canalizá-lo em direção a rmas sociais, ele
deve se acalmar livremente, por si mesmo, ra de toda ligação
aetiva e matrimonial.  3
Para os Carpocráticos, o mundo e a matéria eram obra de anjos ineriores
e aprisionavam o espírito. O autor da Lei, o Deus dos judeus, seria o deus mau.
Era preciso destruir a lei para se salvar. Daí pregarem eles a comunidade de bens
e de uleres. Todas as ações seriam, pois, permitidas. Enquanto o espírito

140 [  ] non contents de ner toute valeur à l'eucharste et de condamner l'tat de marage, se
consdrent galement halts à gnorer les Commandements de eu et à vvre selon leur on
plasr Ces gens, porsut elle, commencent pour alr leur corps par des jees prolongs; aprs
quo, ls se sentent lres d'assouvr leurs dsrs les plus lasc Idem Idem, p 1 5 1 
1 4 1 [   ] tout le pch de l'homme t  son dr,  l'le volont de pce qu le
poe à voor dper sa natur Toute praton contr natur, a en   que le dsr de
chr les lmt fxs à l'homme p la naure et la volont concorte de Deu, toute praton de
ce gen t pch [ ]. Tout dr devra donc êt tou p la rason, et avt tout l drs suels,
 l'nstnct nque prente c la non nrale de l'homme LEISEGG, Hans L Gnose
pp 163-164
142 C Idem Idem, pp 1 7 1 , 1 73 e 177 
143 Baslde proclame qu'l est normal et ncessare d'ajurer sa  pour s'y soustrare [à
não permitisse ao corpo praticar toda violação da lei ele seria condenado a se
reencarnar Daí os Carpocráticos se entregarem a todas as piores aberrações  
[   para encontrar a origem pura do desejo e a verdadeira Lei os
Carpocráticos devem violar por toda parte e em toda ocasião as
leis enganadoras deste mundo  a imoralidade erigida em sistema
racional a não submissão total elevada ao nível de via libertadora
segue em resumo o que um autor do tempo traduziu nesta e:
O omem para ser salvo deve segundo eles perpetrar todas as
ignomínias possíveis  5
Hans Jonas afrma que [   a expressão mais pura e mais radical da
revolta metaísica é niilismo moral   
Cita então Santo rineu para comprovar sua afrmação De to
Santo rineu mostra a estrana duplicidade da ética gnóstica ao explicar o
comportamento dos pneumáticos psíquicos e ílicos:
Os omens psíquicos são educados com ensinamentos psíquicos
confrmados pelas obras e a é simples e dizem que esses omens
somos nós que pertencemos à Igreja e que por isso nos é indispensável
boa conduta de outro modo é impossível a salvação Eles porém se
salvam não pelas obras e sim por serem pneumáticos por natureza
Como o que deriva do lodo não pode receber a salvação por não
ter a capacidade receptiva dela assim o elemento pneumático
que pretendem ser eles está na impossibilidade absoluta de se
corromper sejam quais rem as obras que praticarem Como o
ouro lançado na lama perde o brilo e conserva a sua natureza
sem que a lama o prejudique em nada assim dizem ees podem
estar misturados com qualquer obra ílica que não soerão dano
nenum nem perderão sua substância pneumática
Por isso entre eles os pereitos praticam sem escrúpulos tod
aquelas obras proibidas das quais as Escrituras afrmam: quem
pratica essas obras não erdará o reino de Deus Come
indierentemente as carnes sacrifcadas aos ídolos porque pensam
não ser inqinados por elas e em toda esta pagã são os primeiros
a misturarse aos estejos dos ídolos nem se abstém de espetáculos

1 44 C LEISEGANG Has  Gnose pp 184 e seuintes


145 [    ] pour retrouver a source pure du désir et a Loi véritae es Capocratiens doivent vioer
prtout et en toute occion es !ois trompeuses de ce as monde C' est 'immoraisme érié en
systme rationne 'insoumission totae éevée au ran de voie iératrice re ce qu'un auteur
chrétien du temps traduit par cette phrase homme pour être sauvé doit seon eux perpétrer
sanguinários, odiosos a Deus e aos omens guns, ao submeter
se insaciaelmente aos prazeres da rne, dizem que aos crnais
são dadas coisas carnais e aos espirituais cois esprituais guns
deles corrompem secretente as muleres que aprendem deles
esta doutrina, como muitas, seduzidas por eles e que depois se
conerteram à Igreja de Deus, conssaram juntamente com outro
erro também este E outros, publicamente e sem se energonem,
casaram, tirando dos seus maridos qualquer muer por eles amada
Outros ainda, inicialmente muito corretos, fngindo abitar como
irmãos, ram desmascarados pelo passar do tempo, quando se ia
que a irmã tina engraidado por causa dos irmãos 7
A moral gnóstica acaba inertendo dialeticamente a moral e endo no
pecado o meio de salação e redenção: O pecado, ia da salação, é a inersão
teológica da ideia do próprio pecado Temos nsso um dos antecedentes do
satanismo medieal 8
Isso pode ser confrmado pelo seguinte texto de Faggin sobre Mestre
cart e as seitas gnósticas do fm da Idade Média:
A doutrina ecartiana da liberdade do esprito, desinculado da
necessidade de obras exteriores, mostra, à primeira ista, estreita
147 2 Erudiuntur autem psychi (id est animalia), psychici (id est imales) homines, qui
per operationem, et fdem nudam frmantur, et non perectam agnitionem haent Ee autem
hos nos, qui sumus a Ecclesia, dicunt Quapropter et nois quidem ne sia se onam
conversationem respondente; iter enim impossiile esse salvari Semetipsos autem non per
operationem, sed eo quod sint naturaliter spiritale, omnimodo salvari dicunt Quemadmodum
enim choicum impossiile est salutem percipere (non enim esse illum capacem sutis dicunt),
sic iterum quod spiritale (quod semetipsos esse volunt) impossiile esse corruptela percipere,
licet in quiuscunque erint ctis Quemadmodum enim aurum in coeno depositum non
amittit decorem suum, sed suam naturam custodit, cum coenum nihil nocere auro possit: sic
et semetipsos dicunt, licet in quiuscunque materialius operius sint, nihil semetipsos noceri,
neque amittere spiritalem sustantiam
3 Quapropter et intimorate omnia, quae vetantur, hi qui sunt ipsorum percti operantur,
de quius Scripturae confrmant, quonia qui ciunt ea, gnum Dei non hoereditaunt (Gal
5, 21)  Etenim idolothyta indeerenter manducant, nihil inquinari a iis putantes, et in omnem
diem estum ethnicorum pro voluptate in honoe idolorum ctum, primi conveniunt; uti in
nihilo quidem astineant, quod est apud Deum et apud homines odiorum muneis homicidale
spectaculum Quidam autem et carnis voluptatius insatiailiter inseientes, rnalia canaliu,
spiritalia spiritalius reddi dicunt Et quidam quidem  ipsis am ea mulier, quae discunt
a eis doctrinam hanc, corrumpunt; quemadmodum multae saepe a iis suaae, post convesae
mulieres ad Ecelesiam Dei, cum reliquo errore et hoc conessae sunt Alii vero et maniete, ne
quidem eruescentes, quascunque adamaverint mulieres, h a viris suis astrahentes, suas nupt
cerunt Alii vero valde modeste initio, quasi cum sororius fngentes haitae, procedente
tempore misti sunt, gravida sorore a atre cta SANTO INEU on Has, 2-3
afnidade com o pensamento dos Amalricianos dos Begardos e
dos Irmãos do Livre Esprito Todos esses ereges declaravam a
necessidade de se preparar com renúncias orações e exerccios
morais para realizar em si a liberdade do esprito as uma vez
alcançada a meta suprema tudo se torna permitido: ninguém deve
reprimir os desejos e os instintos a natureza odia maniestase
livremente com todas as suas ças imediatas e incontroladas pois
em todas as suas ações em todos os seus impulsos em todos os seus
atos mesmo aqueles externamente imorais e obscenos Deus se
revelava e operava Assim declara um dos Irmãos do Livre Esprio:
go sum  libertate natrae et omnia quae natura appetit, saticio
et conce suciente quia spiritur liber est et cum hoc homo naturais
et io oportet libere saticere operibus naturae
Aquele que sabe que Deus opera nele todas as coisas ainda que
rnicasse não pecaria Pois que não a si mas somente a Deus
deve atribuir tudo aquilo que az e quem atribusse a si mesmo
aquilo que az e não a Deus somente permanece na ignorância
isto é no inrno: partindo dessas premissas também os seguidores
de Amaury de Béne cometiam sob tais espécies de piedade toda
sorte de coisas nendas 149
Esse mesmo autor cita em nota de rodapé o original em latim dessas
teses eéticas:
uem conece a deus (pode zer todas as coisas ainda que
rnicasse não pecaria Não deve pois atribuir (nada a si mas
tudo o que ez a deus  "uem atribui algo que ez a si e não
somente a Deus é ignorância que é o inerno  "O inerno não é
outra coisa senão a ignorância nem outra coisa é o paaso senão
o conecimento da verdade que dizem ter  " Disseram també
49 L doin ecrtin de ibertà deo spirito, svincoto dl necessità d opere esteiori,
pesent,  pim vist, stette fnià co pensiero deli Amlcni, dei Bedi e dei Frtelli de
ibero Spirito Tutti questi eretici dichrvno  necessità di preprsi, con rinunce, prehiere
ed eserciz mori,  reizzre in se l libertà delo spirto , un vot riunt l mett
suprem, tutto divent permesso nessun dovere di reprimere i desideri e li stinti; l ntur
poev espcrsi ibermente con ue le sue rze immedie e ncontrolte, poich in ttte le
sue zioni, in tutti i suoi impusi, n tutte i suoi tti, nche queli esternmente immori e oscen,
s rvelv ed operv Iddio Cos dchir uno dei Frtelli de ibero Spirito
o sum d ibeae nauae e omnia uae naa appei sacio e conceo suciene uia
spiu ibe es e cum oc omo na/is e ido opoe ibee sacee opebus nauae
Coui che s che Dio oper in ui tutte e cose, nche se rnicsse, non pecherebbe Poi
ch non  s, m sotnto  Dio, deve ttribuire tutto ci che compre, e chi ttrbuisce  se stesso
que não imputavam nenum pecado aos constitudos na caridade
De onde sob tais espécies de piedade seus sequazes cometiam
toda espécie de torpeza i 
Também na Cabala que é a Gnose judaica se afrma que a origem do
mal está em Deus O mal seria algo de positivo e se identifcaia com uma das
quidades ou rças de Deus (midda
No livo Bai § 19) o pópio Satã é apontado como sendo um mi
de Deus 1  1
A ase: "O Santo bendito tem uma mi que se cama o mal
paece paticulamente ousada [  ] No Bai o mal é uma das
potências ou ças no meio das quais Deus age e se maniesta 1  2
A Gnose cabalista de Sbatai Tzvi e de Jacob Fanck retirou suas
doutinas antinomistas desses textos do Bai assim como de textos talmúdicos
mais antigos
Os ditos talmúdicos e seitúdicos como "Gande é o pecado
cometido em causa pópria ou  subvesão da Torá pode tona-se
sua vedadeia ealização - epaos cujo signifcado originalmente
não eram de modo algum antinomstico ou niilstico mas que se
pestavam a tal intepetação - ram invertidos A Toá como
os sabatianistas radicais gostavam de rmula é a semente da
Salvação e assim como a semente precisa apodrece na tea a fm
de vinga e dar utos a Torá deve ser subvertida paa apaece em
sua verdadeira glória messiânica 1 3
Os seguidoes e sucessoes de Sabatai Tzvi entregavm-se po isso a
páticas antinomsticas em consonânci com a teoia da "santidade do pecado
[    em certos conventculos radicais eram paticados atos
e itos que visavm deliberadamente a degradação moal da
personalidade umana: aquele que mergulou nas mais extremas
150 Qui cognoscit deu in se onia operari etia si rnicatione ceret non
eccat on eni sibi aibuere debet sed totu deo quod cit  "Qui aiquid sibi
attribuit quod cit et non solu deo ignorantia est quae est inrnus  "nrnus
nii aiud est qu ignorantia; nec aiud est paradisus qua cogntio eritatis qua
se dicunt abere  "ixerant etia quod in caritate constitutis nuu peccatu
iputabant Unde sub tali speciei pietatis eius sequaces one turpitudine
coitebant de bide p    
151 C SCHOLEM, Gerson. G. Les ones d l bba p 16
15 L phrae " Saint éni soit- a une mi qui s'appelle le mal", parat particulirement
prondezas tem maior possibilidade de ver a luz [  A bênção
blasma Louvado sejais ó Senor que permitísteis o proibido
veo a ser considerada por estes radicais a verdadeira expressão de
seus sentimentos 5
De outra parte a moral do Panteísmo quer em sua rma grosseira
quer em sua expressão flosófca produz normalmente uma visão epicurista ou
edonista e em suas rmas mais radicais leva à adoração do que á de mais
animal no omem como por exemplo nos cultos de Vênus ou no culto álico
Nesses cultos se pretende cegar ao êxtase e à divinização por meio da adoração
do sexo
Encontramos lá a ambivalência de toda atitude gnóstica esta
perpétua tentação que oscila entre a ascese rigorosa e a rigorosa
busca deseneada dos prazeres sensuas - visto que os dois têm
o mesmo vor soteriológico - e que se traduzem na evolução
istórica da Gnose pelas vias opostas do catarismo místico (para a
primeira) e do lucierismo mágico (para a segunda)155
Leisegang atesta que o bipolarismo ético dos gnósticos e panteístas tem
raiz no seu pensamento dialético que identifca os contrários e az reverter um
extremo no outro
ue o radicalismo ético tena conduzido no seio de seitas gnósticas
particulares  vezes à libertinagem  vezes à ascese isso está na
própria essência da dialética mística a qual não cessa de se mover
entre dois pólos contrários e que só cega a rçar a coincina
oppositom quando introduz o segundo polo naquele a que está
apegada A coexistência dos opostos e a reversão de um no outro
são aqui a regra A cortesã torna-se uma Madalena arrependida o
padre ascético de Gerard Hauptmann torna-se o erege de Soana
que desperta na embriaguez dos sentidos Na istória das religiões
Astarté desenvolve-se com base numa lina dupla: de um lado
ela se transrma em um protótipo da madona casta de outro
em deusa do amor sensual e da voluptuosidade Aqui também os
extremos se tocam desde que ascendamos até suas origens15

1 54 Idem. Idem pp. 320-32 1


1 55 On retrouve là l'amvalence de toute l'atttude gnostque cette perpétuelle tentaton qu
osclle entre l'ascse rgoureuse et la déauche rgoureuse - pusque toutes les deux ont la même
valeur sotérologque - et qu se tradust dans l'évoluton hstorque de la Gnose par les ves
opposées du catharsme mystque (pour la premre) et du lucérsme magque (pour la seconde).
LCER Jacques. Les osues. p. 107
Também Jonas nota a origem comum do ascetismo e da ibertinge
gnóstis:
A iberdade peo abuo e a liberdade peo não u, igus po sua
indistinção não são senão du traduções diferentes d meso
acosmismo. A liberinae era  expssã s islee a
revota etafísica, e [...] . O aetism ecnhec  e u
do mundo [ .] e é o medo que o ani ais que  esp. 1 57
Lacarrire também assinala ue um dos taçs essenciais do gsticis
é seu comportamento mora ambivaente
A atitude radicl adoada com respeio  ce peite,
indiferentemente praic ua acese igoos u ua vsiã
não menos rigorosa, porque t uma via quo  u 
liberadora.1 58
Dessa ambivalência moal dialéi ecorreá uma abivêci líic.
Se imagino hoje na Fa e 0 u hoe co Bílies,
Valentino ou Carpócrates [ ...] eu o vej ou tlente  e
toda eexão políica ou, pel cái, otalee ei
na luta evlucioáia  s ep (es  iu  
ee du a idêi de ua es asse), iii 
ruas pets asis Pleái d stel [ ...] . 1 59
Em outras palavras, há coâcia pod ete o ilitae
revoucionário engajad, que  itçã e contesta a estutu ecôi,
qu'en fst pser le second pôle dans celu aque ele s'attache.  tnce des oppos  e
renversement de l'un  l'autr sont c a rgle.  cousae dven ne Madeene rne 
prêtr asctque de Gerhard Hauptmann dvent 'htque de Soaa qu se rvee  '
des sens. Dans l'hstore des rlgos, t se dvop sr une doue ge d' , ee 
mu en protote de la chaste madone, de l'aut en desse de 'aour sensu et de a opt. 
encore l extrêm se tochent ds qu'on monte jqu'à eur orgne. ISG,  ú
Gnose p. 189
157  lrté par l'aus et la lert par le non usage, gales en leur ndstcton, ne sot
que de traductons derntes du même acosmsme.  lrtnage tat 'epresson a pus
nsolente de la revolte mtaphsque [ .] asctsme reconat le pouvor corrupter du mode
[   ] et c'est la pur qu !'anme putôt que le mprs. JONAS, Hans. ú rion ose p.358.
 58 Iatttue radce adopt à l'gard de la chr prmt, ndrmment, de pratqer une
ascse rgoureuse ou une dauche" non mons rgoureus  !'une ou 'autr de  oes est
chacune ltrce.LCER Jacqu. n noses p. 59.
1 59 S j'magne aujourd'hu, dans la France de 1 970, un homme come Blde, Valentn
au arpocrate [ ] je le vos ou totemet dgagé de toute réexon potque ou au contrare
políticas e sociais e o "hippie alienado que contesta as estruturas racionalistas
da sociedade de consumo: ambos contestam a ordem metaísica. Mas essa
ambivalência política nos conduz a outro terreno - o político-social - que será
discutido noutro capítulo. 60
Como conclusão se deve pois identifcar dieticamente os dois ramos
contrários do Antropoteísmo Gnose e Panteísmo são dois ramos contrários e
iguais da mesma língua bífda: a Religião do Homem.

OS TIPOS DE HOMEM SEUNDO O
ANTOPOTEÍSMO

A ee da diindade do omem é omum ao anemo e à Gnoe 


ea na erdade a ideia ndamena do Anropoemo Asim no iro
erméio ea ideia e repee árias eze: "Deta rma ouao dizer ue o
omem é um Deu mora e ue Deu eee é um omem imorta1 6
ara ero iema gnóio o nome da diindade uprema é Homem:
[   ee é o grande miério eondido ito é a otênia ue etá
aima de udo e udo abrange e e ama Homem e é por io ue
o Saador e aa Fio do Homem 62
No eado atua o omem eria ompoto de doi eemeno: um diino
e ouro maeria em proporõe diera
Ma a epéie de deue ue rma a umanidade é ompoa por
dua natureza uma diina ue é a primeira e de onge a ma
pura; e oura ue perene ao omem e é a matéria da ua ão
briados ese deue ue não têm omene abea mas orpo
inteiro om odo seu membros1 63
Em gera o istemas gnóios armaam ue o omem era um ser
omposto de três eementos: orpo ama e esprito divino

61 Ans, osons dr que l'homme est un Deu more et qu'un Deu célese t un homme
mmortel. TRISMEGISTO, Hermes, p. 69
162 4 [ ... ] e hoc  magnum et ascondum merum, quonam qua est super omna
vus, et contne omna, Anropos vour et deo hoc lum homns se dcr Salvaorm.
SANTO IRINEU. Co   XI, 4 n Mgne, Vol. VII . Traduço extrda de Idem ..
Co    12 4
16 Mas l'pc de De que rme l'humé st composé de deux naur, !'une dvne, que
[   se ovimos os Nasiansenos o niverso compreende trs tios
de seres: os seres angéicos os psíqicos os materiais aos qais
correspondem trs Igrejas: a angéica a psíqica a materia; ees
dão a essas rs Igrejas os nomes de camada de eeita e de cativa  64
E epicando a Gnose de Vaentino diz Santo rine:
Dizem ainda qe esta semente é a Igreja gra da Igreja sperna
 este o omem qe pretendem eistir nees: aqee qe recebe
a ama do Demirgo o corpo do odo a crne da matéria e o
omem pnemático da Mãe Amo
Há portanto - asseveram ees - rs eementos: o íico qe
tamém camam da esqerda qe á de perecer ineavemente
por não ser capaz de receber nenm sopro de incorrptibiidade;
o psíqico qe também camam da direita médio entre
pnemático e íico qe seria redzido naqee para o qa se
incinará; e o pnemático enviado para qe nido ao psíqico
por essa nião recebesse aqi em baio a sa rmação Este
eemento pnemático segndo ees é o sa e a z do mndo  65

Portanto na Gnose de Vaentino se distingiam rs tipos de omem


conrme a preponderância do eemento materia psíqico o divino

[   a maior parte das seitas dividia a manidade em rs


categorias egndo a medida de gas divinas qe eistiriam
em cada omem Essas categorias seri segndo Ventino: os
Espiritais os vµK pnematikoí I pnemáticos) qe
estariam repetos da divindade e para cja savação a Gnose e
as paavras de mistérios basariam Cristo não es teria trazido
senão a dotrina iminadora Em segida os psíqicos  ZK
 ycikoi qe tinam na ama ma peqena ga mas não
esavam segros da savaço Ees deveriam zer o bem para a

1 64  .. .] à entendre es Nasnes 'unvers comprend tros sortes d'êtrs:  êtres angéqu
es psychques es matéres auxquees correspondent tros gses: 'angéque a psychque
a matéree s donnent à  tros Egses es noms d' appeée d'éue de catve. SANTO
HPÓLTO DE OMA. Phisophumea, p. 126.
1 6 6.  .. .] Quod etam psum Eccesam esse dcunt exempum superors Eccesae:
et hunc esse n semetpss homnem vount ut haeant mam qudem a Demurgo
corpus autem a mo et rneum a matera sprtem vero homnem a mare Achamoth.
1 . Cum snt gtur ra terum materae (quod etam snstrum vocat) ex necesstate perre
dcunt quppe cum muam spratonem ncorrupteae recpere posst: anmae vero (quod etam
dextrum appet) cum st medum sprtas et materaes uc redg quocunque decnavert
merecer. Cristo era necessao tbém a ees pea obra de Sua
vida e por Sua morte aparente na Cruz. Enm avia os Materiais
ÀlKl  ikoi ou XolKl  Coikoi homens desprovidos da
gua e que reornaiam inevitavemene ao pó de onde vieram.  
Entre os maniqueus avia também essa divisão dos omens em três
categorias:
Em todo caso nós temos portato três categorias de omens:
Eeitos Sodados e pecadores. Eis o que é visivemente paaeo
à tríade dos gnósticos cristãos: pneumáticos psíquicos e carnais
sarkikoi). Paraeamente á três vias ou destinos das amas após
a morte: o Eeito vai ao Paraíso da Luz o Sodado guardião
da reigião e auxiiar do Eeito deve retornar ao mundo e seus
terrores tantas vezes e por quato tempo r necessário até
que sua uz e seu espírito sejam ibertados e depois de ter vagado
ongaente aqui e i ee cega à assembeia dos Eeios. Os
pecadores caem no poder do Demnio e termin no Inrno a
Nadim}.  7
Esta divisão maniqueia e gnóstica dos omens pode ser encontrada
também entre os cátaros do Languedoc que dividiam os omens em Perfeitos
Crentes e Materiais.
 natura que esta cassicação dos omens provocasse a rmação de
graus de niciação nas seitas gnósticas. Neas somente aquees que pertenciam a
grupos mais eevados tinam conecimento dos útimos segredos da seita.

166  .. . ] la plpart de setes divisaient lhmanité en trois tégories sivant la mesre
detineles divines qi xistait en haqe homme. C tégories éaent seon Vaentin: les
Spiritels (&µ /pnematikoi) qi étaient remplis de la divinité e axqels il ne lait
por être savés qe la nose e es mots de myre.  Chrit ne ler avai apporé qe la
dotrine illminatrie Ensite les Psyhiqes ( Z/ yikoi) qi avaent dans lâme ne
petite étinelle mais nétaent p asrés d sat. Il devaen ire !e ien por !e mérier. 
Christ ler était néessaire  ex assi par ' oevre de Sa vie et par Sa mort apparente sr la
Croix. Enfn il y avt es Maeriel ( /likoi o X/Coikoi)  homm dépos de
létinelle et qi retornaient inévitalement  la possire do ils étaient vêns. RUNCIMAN
Seve. Le Manichme mia� p. 13.
167 En tot as nos avons on troi atégorie dhommes: Els Soldats e péhers. Voil
qi est visilement parall!e  la triade des gnostqes hrétiens: pnematiqes pyhiqes
À
et haes (sarkikoi). lavenant il y a trois voies" o destinations des âme aprs la mort:
lEl va a Paradi de Lmire" !e Solda gardien de la religion et axiliaire de l E" doi
retorner dans !e monde et ses terrers" assi soven et assi ongtemps qi !e dra
Como em todo movimeto esotéico as ceças eam apesetadas com
mitos e omes dietes o que ajudava a potege o úcleo doutiáio mais
oculto como também camuava a uidade da seita pois que aos olos dos o
iiciados paecia ave uma multido de seitas distitas e o uma só
Po vezes o que se evelava os mais altos íveis ea o cotáio do que se
esiava os pimeios cícuos Po exemplo o gade segedo dos Assassios
seita islâmica que pegava um misticismo teivelmete ascético os pimeios
gaus ea que "Nada é vedadeio Tudo é pemitido 68
A idetidade diaética ete Gose e Pateísmo  duas mas de uma
úica eligio que diviiza o Homem  levaos a peguta se de to essas
duas doutias o seiam evelações iiciáticas paa dois íveis divesos 
sectáios
Paeceos clao que o Pateísmo em suas mas mais elaboadas ocuta
uma Gose ulgamos pois muito possível que a Gose seja a ma eligiosa
paa os iiciados mais elevados equato o Pateísmo o seja paa os meos
etosados
Se eacioamos a cocepço do omem segudo a Gose e a diviso e
categoias que coespodeiam a essa cocepço que so tês com as mas da
Religio do Homem que so quato cosideadose a subdiviso da Gose e
do Pateísmo podeemos mota o seguite quado esquemático
Ramos da Religião do Homem Tipos de homem segundo a Gnose

GNOSE
Intelecto
ou
Intuiço
-
Místicos
intuitivos
J < ·= < 

Ramo nticósmica
Espiritualista - ntimaterial
Ama - orgulho - antiracional
ou
Místico mística
Místicos
Vontade - do Amor
(Pentecostais)

\
- Atropotesmo O homem,
Homem ou � Psíquicos � Psiqué segundo a
Rligião do Gnose
Homem

Materialist
Inteligência -
PTEÍSMO ou Razão
flosófcos
Ro cósmico
Corpo - sensualidade -
Materialista - racionalista
flosófco
Vontade -
Materialist
crssos  < HU= � Coro
Epcando o uadro da pgna anteror temos o segunte
O omem é um ser composto de corpo matera e ama esprtua
Ta to produz uma dvisão entre omens sensuas e omens orguosos
conrme tendam mas aos prazeres corporas ou à autoeatação pecado do
espírito
Daí a gão do Homem apresentar o Homem como Deus de duas
rmas dstntas
ara os materastas  "ue tem por Deus o própro ventre  o
Antropoteísmo ensna ue o Homem todo é Deus sto é ue também o corpo
é dvno  o anteísmo
ara os místcos orguosos ue se jugam deuses mas ue se revotam
contra as mitações provenentes da matéra se dz ue no Homem  um
espírto dvno encarcerado na matéra m  a Gnose
Recordemonos no entanto de ue Gnose e anteísmo se opõem
daetcamente sto é como contrros guas A Gnose dvnza o espírto e
repuda a matéra  antcósm antrracona e mgca O anteísmo dvnza
a matéra e o Cosmo é raconasta e centcsta mas no ndo a matéra sera
gua ao espírto
Entre os sensuas/ materastas podemos dstngur:
. Auees em ue prepondera a vontade sobre a ntegnca: são omens
sensuas ue pouco ou nada se preocupam com uma ustcatva
teórca ou doutrnra de seu modo de vver Querem apenas gozar a
vda o ue os eva a um materasmo grossero
 Auees em ue prepondera a ntegnca sobre a vontade: so
omens ue buscam uma justcatva doutrnra para seu modo
de vver edonsta e naturasta Isso os eva a eaborar ou a acetar
osoas ue negam toda transcendnca  o caso oje de mutos
comunstas e na tigudade dos epcurstas Isso no sgnca ue
todos os comunstas seam do tpo sensuaosóco  mutos dees
podem tender mas para o orguo do ue para o sensuasmo  mas
ue normamente o processo crteroógcomora de sua attude
cosste em passar do sesuasmo à ustcatva osóca e ue à
vezes até aguns dees passam ao ramo gnóstco

Também no grupo materastaosóco devem ser ncuídos os atgos


estócos ue dvnzaram o Cosmo e o Homem e se opunam à Gose
antcósmca embora pregassem a apata dante do przer e da dor  essa attude
Entre os espiritalistas o msticos e em geral tendem mais para o
orgo e para o sensalismo podemos distingir também:
 Os indivdos mais volitivos e intelectivos: esses despr a
matéria e a raão e armam e o omem tem dentro de si ma
partcla divina aprisionada no corpo. Entretanto a preponderância
da vontade e o desprezo pela rao os leva a ver no or o grande
meio de libertação da matéria. Sa preocpação não vai tanto para a
eaboração de m sistema dotrinário porém mais para ma nião
mstica amorosa com a divindade. Podemos encontrar exemplo disso
entre certos grpos medievais como os acei.
 Msticos orglosos em qe predomina a inteligência sobre a
vontade: esse grup tem ais ojeri pela matéria e pela raã ue
aler otro. Eles armam não só que o corpo não presta mas
também a ma racional é ignóbil. Daí despreaem  praer e a dor
o erer e o compreeder. Para eles nem o or de Deus importa.
Em v da raã que dspr  l da ituição. A coprensão
da divindade não seria to de m processo racional mas de ma
mistriosa intiço ue pssibilitaria a uniã da centela divina e
á segundo les no nd da ma uana c a substâcia divina.
Desse modo o mem se toraria Deus. Nesse grpo se inclui
Mestre  por exemplo.
Podemos pois distingir dois grpos pantestas e dois grupos gnósticos:

Pantestas
{l. Materistas crasos

2 Materialistas losócos

Gnósticos
{. Espiritalistas volitivos

2 Espiritalistas intitivos

Notase por esse esema ma crescente espiritalição e vai desde
os materialistas crassos até os msticos/espiritalistas intitivos.
Se zermos a correspondência entre esses atro grpos antropotestas e
os três tipos omens segndo as seitas gnósticas temos o seginte:
 Materialistas crassos correspondendo aos licos aos uais poco o
da se reveava da dotrina antropotesta.
. Místicos intuitivos puramente espiritualistas correspondendo aos
Pneumáticos que eram os únicos a conecer os mais prondos
arcanos do Antropoteísmo.
A passagem do Panteísmo para a Gnose por meio desses quatro grupos de
nosso esquema é de natureza lógica e ética. Isso não quer dizer que essa passage
sse necessária para todos os iniciados.
istoricamente podese provar que ouve passagens paradoxais 
surpreendentes de grupos ou indivíduos materialistas para o misticismo e
viceversa. Porém é impossível provar (ou negar com documentos que o
Panteísmo é uma mera etapa iniciática para a Gnose. A prova permanecerá
preponderantemente no campo especulativo losóco e ético embora como
dissemos aja muitos casos istóricos que evidenciam que Gnose e Panteísmo
são vasos comunicantes.
Cremos que a distinção apresentada nesse quadro entre Gnose e Pantes
como dois ramos de uma única religião que camamos de Antropoteísmo ajuda
a deszer um grande número de equívocos e consões. m gera os autors
não azem essa distinção. Muitos usam Gnose e Panteísmo como sinônimos.
Também é comum que os autores cem com o nome genérico de Gnose a
religião única que se percebe existir por trás de tantas seitas e sistemas losócos
do Ocidente.
O Padre Festugire ao tratar do probema da ama em sua obra sobre a
Revelação do ermes Trismegisto mostra que gnósticos e lósos trataram da
questão da alma de rma diversa e que essa dirença rma i causada pr
uma diversa atitude de espírito.
O sábio grgo tem por objetivo conecer e compreender toda a
reaidade para admirar nla a bela ordnação. Seu ideal é de 
todo puro. le se satisz inteiramente quando atinge esse objetivo.
sse ideal permanecerá tradicional na sabedoria grega até o m [ ... ]
Mas existem no II e III séculos de nossa era muitos omens que
não se satisazem mais com o puro desapego do contemplativo
muitos omens inquietos atribulados que aspiram serem savos.
O que les importam as opiniões divergentes dos sábios U
único ensinamento les basta que seja o verdadeiro e que os salve.
 visto que a salvação se dá na união com Deus que essa doutrina
verdadeira seja portanto também um camino de vida um modo
de atender a Deus.
Ora podese ir a Deus pelo conecimento da ordem do mundo
e das leis do céu estrelado A ciência da Astronomia e todas as
outras ciências que a troomia supõe podem levar a uma
es e a ma ma reaão mais imediata e mais direta isso
decorre e na tradião atnica se abandona da em diante a
corrente cósmica a corrente de Time e  eis e se se er de
Einomis ara retornar ao atão daista ao atão do édon e
da Reúbica e faz da ama m &  ma esécie de orma
srasensve irmã da Ideia a de es     Qe o omem "se
cone' e ee "conecer a es
omo enm se est cansado do ar io etéreo da cincia ra
e se tem necessidade de caor e de vida é sob a rma do mito
e se revestirão essas dotrinas Ora não é isso também m
retorno a atão?  reciso rocrar otro modeo? Resmindo
esto ersadido de e este retorno às dotrinas daistas e à
rma do mito é m retorno ao atonismo do édon e e
esse retorno é comandado ea atmosfera esirita da éoca: o
desgosto do racionaismo o desejo de ma fé o desejo de ma
verdade simes e vivicante e roorciona a az da ama
nma nião com es  

169  sage grec a pour but de connatre et de comprendre tout le réel pour en admirer a bele
ordonnance Son idé est de &mp oute pure I est entiremet satisit quand il y atteint
Cet idéal restera traditionel dans la sagesse grecque jusquà a n [  ] Mais il y a, au II• et au III•
sicles de notre re, beaucoup dhommes que le pur détachement du contempatif ne satist
pus, beaucoup dhommes inquiets, troubes, qui pire à être sauvés Que eur importent les
opinions diverses des sages? Un seul enseignement su, qui soit e vrai et qui les sauve t
puisque le salut est dans union à Dieu, que cette doctrine véritable soit donc aussi une voie de
vie, un moyen d atteindre Dieu
Or, on peut aler à Dieu par a connaissance de ordre du monde et des lois du ciel étoilé L
science de astronome et outes les autres sciences que lastronomie suppose peuvent conduire à
une mystique Mais on est las de ces sciences, de a diaectique, et de la physique, et des preuves
rationnees de lexstence de Dieu On veut entre le et Dieu une reation pus immédiate et
plus directe De à vient que, das a tradition patonicienne, on abandonne désormas le courant
cosmique, le courant du Timée et des Lois et, si on veut, de pinomis, pour retourner au
Paton dualiste, au Paton du Phédon et de a pubique, qui fait de âme un &  une
sorte de Forme suprasensibe, soeur de  Idée, le de Dieu [  ] Que lhomme se connaisse, et il
"connatra Dieu
Comme enn on est as de lr oid, étherée, de a science pure, quon a besoin de chaleur
et de vie, cest sous a rme du mye quon revêtira  doctrines Or nestce pas, à encore, un
rtour  Paton? aut cercher autre o? Pour tout re un mot, e suis persua ue ce
retour au doctrn ust et  a rme u me t un retour au patonisme du Phédon, et
Se esuematirmos esse texto do adre Festugire, teremos o seguinte
uadro:
  Corrente cósmi: monista, otimista a matéria é boa),
racionista Deus é identicado com o Cosmo

radição
atnica 2 Corrente gnóstica: duaista, pessimista a matéria é má em
si mesma), antirracionaista, mística Deus seria hipercós
mico e o universo seria um cárcere para o espírito divino
nee aprisionado.

istoricamente, o Padre Festugire considera ue a causa dessa divisão


da tradição patnica numa corrente cósmica e noutra duaista e gnóstica i
uma mudança de atitude de espírito Essa nova atitude seria um desejo de união
natua e direta da ama com Deus
Essas considerações do autor sobre a Gnose e o Panteísmo gregos
conrmam, em inhas gerais, nosso uadro acima apresentado uanto à divisão
d duas corentes da igião do omem

A IIÀO DO HOMEM NA HISTÓA

O "rio cársico do Antropoteísmo tem uma onga e misteriosa istória


com surtos ora superciais ora subterrâneos. Assim como os egípcios antigos
não conecendo as nascentes do Nio não sabiam epicr aquee rio correndo
no deserto assim também aguns não conecendo as origens da Gnose
pretendem ue se deve renunciar a eucidar esse probema.
" preciso renunciar a escarecer a origem do gnosticismo. Ea deve ser
buscada em parte em uma tradião mágica vinda do ndo das eras .  0
Esse desânimo de Runciman não o impede entretanto de querer também
ee visumbrar aguma coisa das ntes da Gnose. Com eeito ee observa que
Escritos gnósticos como a isis Sopia parecem ter uma igaão
com o ocutismo ermético dos egípcios e a doutrina gnóstica dos
éons assemease aos contos da Cabaa com seus arcanjos.1 
E renunciando a sua renúncia de procurar escarecer as origens da Gnose
arma ue ea vem de uma tradião muito antiga
[ ...  avia u ensinamento espiritua constante uma reigião
denida que se desenvoveu e depois decinou como a maior
parte das reigiões mas que encarnava uma tradião persistente.
Que tradião era essa? Onde e quando teve ea seu comeo? Seu
nascimento remonta a um passado muito ongínquo aos dias
em que ao oar o mundo com conscincia e reeão o omem
viu ue o mundo era mau e se espantou ue um ta ma pudesse
eistir perguntandose por que Deus - se á um Deus - avia
podido permitir isso.  2
170 I ut renoncer à éclaircir l'origine du gnosticisme le doit être cherchée, en aie dans une
tradition magique venue du nd des âges RCI Steven Le Manicme mia p11
171 Des écrits gnostiques comme la Pisis Sophia parassent avoir un lien avec l'occultisme
hermétique des gyptiens, et la doctrine gnostique des éons ressembe aux contes de la Cabbae
Runciman, que insinua na ase seu cetcsmo pessoal, afrma que o
mundo é mau, e que, desde que o homem teve consciência e reexão, ele se
encaminhou para uma rma gnóstica de pensamento
Mas além dessa tese da origem, por assim dizer, psicológica do
Antropoteísmo, Runciman afrma que, para aguns adeptos do Antropoteísmo,
a tradição antiga a que alude, quer sob a rma gnóstica, que sob a rma
panteísta, viria de uma revelação eita a Adão
A tradição antiga a que alude Runciman viria, para alguns adeptos do
Antropoteísmo, quer sob a rma gnóstica, quer sob a rma panteísta, de uma
revelação eita a Adão
Pressentiu-se neles [nos mitos ocultos da Antiguidade] uma
sabedoria pronda, remontando a uma revelação primordial, que
se deveria revelar novamente à rão do iniciado se ele chegasse a
encontrar-lhe o caminho  73
Já vimos também que os teósos consideram que houve uma sabedoria
adâmica que estaria na origem de todas as religiões
Quando examinadas mais prondamente, as religiões da Antiguidade
revelam uma surpreendente unidade estrutural subjacente aos mitos, que são os
mais variados
Até há pouco, em geral, os autores que estudavam a Gnose mostravam
que nela podem ser encontrados elementos de origem muito variada, mas que se
agrupam em dois blocos principais o oriental e o grego
Em geral, digamos que até hoje se insistiu mais ou se insistiu
menos sobre a proveniência grega ou oriental, segundo se estimasse
determinante o aspecto flosófco ou o mitológico, racional ou
irracional do enômeno [gnóstico]   7
Leisegang é prova desse posicionamento ce à origem histórica da Gnose
A moderna ciência das religiões [ ] tem, ao mesmo tempo em que
identifca [suas] afnidades com os Mistérios e a flosofa da Grécia,
procurado a origem dos temas essenciais do gnosticismo nas religiões
cette tradition? O et quand t-elle ses débuts? Sa naissance remonte à un passé r loinain
aux jours o a regarder le monde avec conscience et reexion, l'homme vit que ce monde était
mauvais et s'étonna qu'un te! ma pt exister se demanda pourquoi Dieu  s' il y a un Dieu -
avait pu permettre cela Idem Ibidem, p 53.
73 On pressenit en eux [nos mitos ocultos da Antiguidade] une sagesse pronde, remonta
à une révélation primordiale, qui devait se révéler à nouveau à la raison de l'initié s'il arrivait à en
trouver le chemin LISGANG, Hans  Gnose p 8
orientais Certos estudiosos detiveram-se na Babilônia, outros
preeriram o Egito, outros o Irã; levou-se a busca de anidades até
a Índia
[  Os sistemas gnósticos que conhecemos não maniestam o
espírito de uma religião oriental determinada; conjugam, pelo
contrário, em proporção desigual, elementos judaicos, cristãos,
persas, babilônicos, egípcios e gregos de modo a rmar uma espécie
de mosaico  75
E conclui Leisegang que na Gnose
[   o modo do pensamento e da vsao, da combinação da
especulação, a rma pronda dos sistemas e sua estrutura
espiritual revelamse gregos, enquanto o materia reutilizado e
elaborado acusa parcialmente uma origem oriental  7
Jean Doresse rma que, sobre a origem da Gnose, se levantaram duas
hipóteses
 A Gnose seria simples heresia, desenvolvendo-se no interior do
cristianismo;
 A Gnose teria origem pré-cristã
[  outros historiadores, considerando que mitos cuja estrutura é
autenticamente gnóstica também se desenvolveram no judaísmo
ou no Islã, supuseram que essas doutrinas diversas tiveram por
nte um mesmo ndo de mitos e de imagens remontando a
alguma nte comum anterior ao início de nossa era; essa nte,
elas a buscaram no Egito, na Babilônia e no Irã, à vezes, até
mesmo na Índia  77
175 L science modene des eigions [   ] a out en idenian es aniés avec es Myses e
a phiosophie de a Gce cheché ' oigine des moi esseniels du gnosicisme dans es eigions
oienes Ceains savans se son aêtés à Babylone d'aues on péféé 'Égype d'aues
'Ian on a poussé a chasse aux aniés jusque dans 'Inde
[   ]  sm gnosiqu que no connssons ne ahien p 'pi d'une lion
oiene déteminée  composen au conai en ppoion inégae d élémens ju chétiens
 babyoniens piens e  de mani à me une soe de mosque LISGG
s  Gnose, pp 910
176 [   ] e mode de a pensée e de a vision de a combinaison de a spéculation a me
ponde des sysmes e eu sucue spiiuee s' aven gecs cependan que le maéiau
empoyé e élaboé accuse paielemen une oigine oienae Idem Ibidem p 10
177 [ ] d'aues hisoiens considéan que des myhes don la sucue es autheniquemen
gnosique se son aussi bien développés dans e judasme ou dans 'Islam on supposé que ces
docines diveses on eu pou souce un même nd de myhes et d'images emonan à queque
E, resumindo o posconamento dos principais estudiosos do
problema da origem da Gnose, Doresse diz que, para Anz, a Gnose proviria
das religiões orientais; para Ratzenstein, a origem seria egípcia; para Bousset,
a Gnose seria do Ir e da Babilônia, do Mandeísmo e do Maniqueísmo;
Matter julgava que na Gnose se reuniram Platão e Filon, o Avesta e a Cabala,
além dos Mistérios gregos  7
 mais recentes pesquisas têm dado realce a uma possível origem judaica
da Gnose, mas, para Hans Jon, embora isso corrija uma lha das pesquisas
anteriores, não solucionará totalmente o problema da gênese do movimento
gnóstico Embora admita que há relação entre Gnose e judaísmo ocultista
Dos textos coptas recentemente descobertos no alto Egito (ver
abaixo, "Paorama das ntes) dizse que eles maniestam a
inuência de um judaísmo ocultista heterodoxo; é melhor reservar
todo julgamento esperarando a tradução desse vasto conjunto de
material; é preciso, em todo caso, supor uma certa relação entre o
gnosticismo e os começos da kabba qualquer que seja a ordem de
causa e de eeito O violento preconceito antijudaico dos sistemas
gnósticos mais importantes não é incompatível com uma origem
judaica herética já aastada  7
A descoberta dos manuscritos gnósticos de Khenoboskion veio trazer
nova luz a esse problema Em 19 ou 196, camponeses do to Egito
encontraram numa caverna quarenta e quatro livros secretos dos gnósticos dos
primeiros séculos do cristianismo Até então, havia poucas ntes gnósticas
originais A descoberta dos mauscritos de Khenoboskion permitiu um grande
aprondamento no estudo da Gnose
Jean Doresse, que publicou já algumas obras e trabalhos sobre esses
documentos, considera que cresceu a probabilidade de que seja judaica a origem
das doutrinas gnósticas das seitas dos primeiros séculos do cristianismo
Segundo ele, o esqueleto da mitologia gnóstica não é grego e sim judaico
Cita, entre outros, como elementos judaicos nas Gnoses cristãs a visão mística
do trono e do carro divinos (merkabá); a dermação sistemática do texto do
Gênesis para afrmar a maldade do mundo; a concepção do tempo; os enviados
que vêm despertar Adão  º

1 78 C Idem Ibidem, pp 2-3


1 79 Des exes coptes récemmen découves en haute Égypte (voir cidessous, "Coup d oeil sur les
sources), on dit quils n valoir la par dun judsme occultiste hétérodoxe mieux vaut réserver
tout jugement en attendant la traduction de ce vte ensemble de matériaux I ut en tou 
supposer un cean rappo entre le gnosticisme e les commencements de la kabba, quel que soit
A tese comumente deendida pelos padres da Igreja e especialmente
por Santo Hipólito é a de que a nose cristã proviria da losoa grega "Esta
"heresia, enm  e esta é a tese namental os heresólogos -, naceu da
contamnação do crstasmo pea losoa grega   
Outras vees, porém, os mesmos heresólogos mostram que havia
inuência judaica na nose
Os heresiólogos relacionam  vees os gnósticos com aqueles que
pertencem ao que eles chaam de "heresias judaicas  da qual
derivariam,
 por meio do velho Hegésipe, em particular, a heresia
csta      
ambém Simone de Pétrement considera que "[  o problema d
origens da nose é um problema obscuro e talve insolucionável   3
Essa autora mostra que, se na nose há elementos gregos, os primeiros
gnósticos, porém, ram judeus
Por aí, o cristiaismo (e, sobretudo, o gnosticismo) é grego
odavia, ram os judeus que desenvolveram as ideias no começo
da era cristã, apesar de suas próprias Escrituras  preciso não
esquecer que os primeiros cristãos e, sem dúvida também (como
veremos), os primeiros gnósticos são judeus  
Puech distingue várias "camadas na nose
Uma primeira camada pagã
 ... tão longe quato possamos retroceder, estamos em presença
de uma nose pagã e em maor ou menor grau impregnada de
iranismo Seu berço é inicialmente a baia Babilnia e, em seguida,
a Ásia Menor e a Síria   5
1 8 1 Cette hérésie', nn  et est la thse ndaentale des hérésiologues , est née de la
containation du christianise p la philosophie grecque PUCH, HenriCharles En qê d
l Gnose Vol   L nose et le Teps p 147
182  hérésiologues ettent paris les gnostiqus en relation avec ce qu'ils appllnt les
"hérésies juives  dont dériverait, pour le vieil Hégésippe, en particulier, l'hérésie chrétienne [   ] 
Ide Ibide, p 148
183 [ ] le problee des origines de la nose est un proble obscur et peut être insoluble
PÉTMNT, Sione de Le m chz Plon s osqs  mnchs p 129
1 84 Par là le christianise (et surtout le gnosticise) es grec Toueis ce sont des ui qui ont
développé les idés au début de l're christinne, en dépit de leurs propres Écriures I ne ut
pas oublier que les preiers chrétins et sans doue aussi (coe nous le verrons) les prir
gnostiques sont des ui Ide Ibide, p 185
185 [ ] aui haut que l'on puie ronter, on t en prence d'une nose originelleent
Uma segunda camada judaica
[    distingue-se uma camada judaica que se sobrepõe à camada
pagã ou que entrou em composição com ela  
E uma terceira camada cristã
[    em certo sentido, a Gnose cristã origina-se do que podemos
chamar "Gnose judaica; talvez, daquela que os heresiólogos
designam pelo nome de "heresias judaicas Já em 19, Moriz
Friedlnder lançou a ideia de um gnosticismo judaico anterior à
Gnose judaicocristã e cristã e cujos começos coincidiriam, de to,
com a helenização do judaísmo na Diáspora Seus representantes
seriam os minim anatematizados pela literatura talmúdica  7
Simone de Pétrement considera que a tese de Cullman de que a Gnose é
essencialmente judaica é diícil de ser sustentada, mas ela não nega que há algo
de verdadeiro nisso "qu'il y a du vrai  
É muito verdadeiro que há uma Gnose judaica, ou mais
precisamente que é no judaísmo que se vê aparecer primeiro
alguma coisa semelhante à Gnose (como, aliás, semelhante ao
cristianismo); Filon é a prova disso Mas se trata de um judaísmo
novo, helenizado, prondamente transrmado, de um judaísmo
revolucionário em revolta contra si mesmo, quer tenha ou
não consciência disso Da mesma rma, os minim nos quais
Friedlnder acreditou ter descoberto gnósticos, eram judeus
heréticos, que atacavam o judaísmo ofcial, a religião nacional Da
mesma rma, os Essênios eram uma seita, eles recusavam seguir
certas prescrições da Lei A Gnose, não menos que o cristianismo,
aparece antes entre os judeus; mas são judeus que se opõem ao
judaísmo tradicional, ou que ao menos se esrçam por transrmá
lo O judaísmo i ultrapassado pelos próprios judeus  

1 86 [  ] nous distinguos une couche juive qui sest superposée à la couche paenne ou est entrée
en composition avec celleci Idem Ibidem, p 172
187 [  ] en un sens la Gnose chrétienne sort de ce que on peut appeler: la "Gnose juive
peut-être, de ce que es hérésiologues désignaient du nom dhérésies juives Déjà, en 1898,
Moriz Friedlnder avait lancé lidée dun gnosticisme juif antérieur à la Gnose judéochrétienne
et chrétienne et dont les débuts concideraient, en it, avec lhellénisation du judsme dans
la Diaspora Les représentants en seraient les minim quanathématise la littérature talmudique
Idem Ibidem, pp 172-173
1 88 I est trs vra quil y a une Gnose juive, ou plutôt que est dans le judsme quon voit dabord
apparatre quelque chose de semblable à la Gnose (comme d ailleurs au christianisme) Philon en est
Para confrmar sua posição, Pétrement cita longamente Edouard Zeller
a respeito das inuências possíveis no neoplatonismo e no neopitagorismo, que
ela considera tendo os traços ndamentais da Gnose Zeller mostra que essas
inuências poderiam ter provindo do Egito, da Caldeia, da Pérsia ou da Índia,
mas apenas de modo acidental e secundário e não essencial E diz depois
Muito mais provas poderiam ser traidas em vor da suposição
de que o judaísmo contribuiu, não somente com o nascimento
da flosofa judaico-alexandrina, mas também com o nascimento
do neopitagorismo Este, de início, como nós veremos, nasceu
segundo toda a verossimilhança em Alexandria, exatamente como
aquela, isto é, no mesmo lugar onde o contato entre o judaísmo
e a flosofa grega i o maior e o mais prondo; e crer que, nesse
comércio, os judeus se comportaram de uma maneira puramente
passiva é bem dicil Além disso, há no judaísmo, e levado ao
mais alto grau, essas características nas quais nós reconhecemos
os pontos de contato essenciais do pitagorismo e do patonismo
tardios com o modo de pensamento orient de um lado, a
elevação do divino acima do mundo, de outro lado, a crença nas
revelações imediatas, e a rma proética e estática dessas revelações
A religião judaica é também, por seu caráter ético e seu severo
monoteísmo, muito mais próxima dos sistemas dos quais saiu o
neopitagorismo que das religições orientais da natureza  sobre o
terreno do judaísmo, na seita dos Essênios, que nós encontramos,
como mostraremos mais adiante, alguns dos primeiros sinais da
existência do neopitagorismo Ademais, na especulação do judeu
de Filon, o gênero de pensamento que é comum às duas partes (o
alexandrismo judaico e grego) se desenvolveu mais rápido e mais
poderosamente que na cultura helenística antes de Plotino Não
será uma suposição por demais audaciosa dizer o alexandrismo
judaico e o grego estão unidos em sua raiz, e toda essa maneira de
pensar resulta do contato e mistura dessas duas culturas, a judaica
e a grega  
e judaisme ocie, a reigion nationae De même les sseniens étaient une secte, ils résaient de
suivre certaines prescriptions de la Loi L Gnose, non moins que le christiisme, apparait d' abor
ch es Jui mais ce sont des Jui qui s'epposent au judaisme traditionnel, ou qui tout au moins
s'eorcent de e transrmer  judaisme a été dépassé par les Jui eux-mêmes PÉTRMNT,
Simone de Le me ch Pon s oses e mnchéens p 239
1 89 Bien plus de preuves pourraient être apportées en veur de la supposition qui !e judaisme
a contribué, non seulement à a naissance de a philosophie judeo-aexandrine, mais aussi à la
naissance du neo-pythagorisme D'abord ceui-ci, comme nous le verrons, est né suivant toute
vraisemblence à exandrie, tout comme cele-là, c'est-a-dire, dans le lieu même o le contact
Por a ve, ran, remindo a opinião de divero hioriadore, jlga
qe h qaro povei origen para a noe:
egno a opinião de divero hioriaore, o gnoicimo e
originaria: 1° da looa helenica; 2° da religiõe orienai,
em paricar a do Ir  ; ° do criianimo; 4° do jdamo
heerodoxo  
Da rê povei origen que apreenamo, ran acaba preerindo a
úlima
im, porano, algn, ao meno enre o mai caracerico
do iema gnóico, mergham a rae no jdaímo
Ma o gnoicimo não deve er coniderado por io jdaico
Nenhm do mere gnóico conhecido em m nome jdeu
e o doore rabnico do éco II e III moram baane,
pela la conra o minin  o "herege , o horror qe he
inpirava a dorina dalia Devee perceber ambém que
o rabino não reeem em a oidade o divero apeco da
experiência religioa qe e enconra no eio do jdamo, ane
da omada o da derição de Jeralém H basane dimo
na lieraura apocalpica, ainda qe a premacia de De a eja
empre manida Ma o gnóico vão mio ém do penameno
apocapico e mere alve e enam coniderado como o
único jde verdadeiro, ma é cero qe o doore rabnico
mai aoriado não o conideravam como ai De o, o
gnóico deveram er ido o apóaas do jdamo, porque não
idenicavam mai o Criador com De, não e seniam mais
vinclado à Lei de Moié e não criam mai na reurreiç o 
lequels nous avons reconnu les points de contact essentiels du pythagorisme et du platonisme
tardifs avec le mode de pensée orienta: d'une part l'elevation du divin au dessus du monde,
d' autre part la croyance à les revelations immédiates, et la rme prophétique et extatique de
ces révéations La religion juve est aussi, par son caractre éthique et son sévére monothéisme,
beaucoup plus proche des systmes d'o est sorti le neopyhagorisme, que des religions
orintaes de la nature C'est sur le terrain du judaisme, dans la secte des sséniens, que nous,
trouvons, comme nous le montrerons pus loin, quelques uns des premiers signes de l'existence
du neopythagorisme. n outre dans la spéculation juive de Philon, le genre de pensée qui est
commun aux deux partis (l'alexandrisme juif et grec) s'est dévélopé plus vite et plus puissament
que dans la culture hellenistique avant Plotin Ce ne sera pas une supposition trop hardie de
dire: l'alexandrisme juif et le grec sont unis dans leur racine, et toute cette manire de penser
résulte du ottement et du mélange de ces deux cultures, la juive et la grecque. Idem. Ibidem,
pp. 289290, nota 1 14
190 Selon opinion de divers historiens, le gnosticisme serait sorti: 1° de la philosophie
helénstique 2° des religions orientes, en partcuier celle de l'Iran 3° de christanisme 4° du
Grant consdera que a queda de Jerusalém e o desmoronamento das
expectatvas apocaíptcas judacas concorreram para o desenvovmento da
Gnose judaca, peo menos até certo ponto Ee juga que, se se consderar a
Gnose como "um duasmo antcósmco e escatoógco, como o quer Jonas, o
duasmo escatoógco sera de orgem juda12 • Para Grant, a Gnose sera um
uto abortvo da concepção messânco-apocaípt judaca.
Em concusão, Grant consdera que:
[ . o mundo ceeste dos gnóstcos nasceu de dversas orgens: uma
mesca de deas prncpamente rananas e gregas, a heterodoxa
judaca. Os manuscrtos do Mar Morto nos mostram a que ponto
as setas judacas soeram nuênca dos concetos rananos
Quanto à nuênca da fosofa grega, do patonsmo em
partcuar sobre o judaísmo, não é necessáro para reveá-a buscar
ra da obra de Fon de Aexandra. Para compor sua magem
do mundo ceeste, o gnostcsmo tomou emprestado de todas as
partes, mas permanece o to de que suas orgens medatas ram
essencamente judacas, se não quanto à substanca, peo menos
quanto à rma  3
Fo dessa Gnose judaica prmtva que proveo a Cabaa medeva.
Gershom Schoem reconhece que entre Cabaa e Gnose há mas do que
semelhança de vsão: há gação hstórca, embora ee não dga qua seja ela.

autant considéré come jui Aucun des matres gnostiques connus ne pore un nom juif et les
docteurs rabbiniques du II• et du III• sicles montrent  par leur lutte contre les Minin - les
"hérétiques -, l'horreur que leur inspiraient les doctrines duistes. I ut se rendre compte aussi
que les rabbins ne retent, pas ds leur totalité les divers aspects de l'expérience religieuse que
se rencontrent au sein du judsme, avant la prise ou la destruction de érusem. I y a beaucoup
de dualisme dans la littérature apoyptique, quoique la suprématie de Dieu y soit toujours
maintenue. Mais les gnostiques vont bien au-delà de la pensée apocayptique. eurs matres se
sont peut-être considérés comme des ses juifs véritables, mais i est certn que les docteurs
rabbiniques les plus autorisés ne les considéraient pas comme tels. n fat les gnostiques ont d
être des renégats du judasme parce qu'ils n'identiaient plus le Créateur avec Dieu, ne se sentaent
plus tenus par la Loi de Mose et ne croyaient pas à la résurrection. Idem. Ibidem, p. 30
192 C Idem. Ibidem, p 37
193 [  ..] le monde céleste des gnostiques est né de diverses sources: un mélange d'idées
principement iraniennes et grecques, l'hétérodoxie juive Les manuscrits de la Mer Morte nous
montrent à que! point les sectes juives ont subi l'inuence des conceptions iraniennes. Quant à
celles de la philosophie grecque, du platonisme en pticulier sur le judsme, il n'est p nécare
pour la déceler de chercher lleurs que dans l'uvre abondante de Philon d'Alexandrie Pour
Para a escola teosófca do cabalsmo, que, além de uma ítda
semelhaça em perspectva, estava, através de certos caas,
hstorcamete lgada ao gostcsmo, tratavase de to de uma
questão dametal [saber qual era a te do mal].  94
Noutro lugar dz Scholem:
O cabalsmo, em outras palavras, ão é dualsta, embora
hstorcamete exsta uma estreta coexão etre sua rma de
pesar e a dos góstcos, para quem o Deus oculto e o Criador são
prcípos opostos.  95
Doresse, depos de ctar mutos temas comus à Gose e à místca judaca,
afrma que é dscutível que exste uma lgação etre elas e que é possível que a
Gose teha sprado o mstcsmo judaco.
Etretato, esses temas parecem tão cocordates com outros
traços de um pesameto autetcamete judaco, que a Gose
gora e que, por outro lado, goram quase absolutamete a
oção dualsta do uverso, que se seria tetado a crer que ram
as setas góstcas que receberam do judaísmo uma oa parte de
suas teoras.  96
Por fm, se se quser zer o eleco sumao dos grades surtos de
aparecmeto do ro cársco do Atropoteísmo a hstóra, deveram ser ctados:
 . A relgão egípca, a hd bramaismo e budsmo), o madeíso
persa, a relgão caldaica, prcpalmete;
. Os mtos e os stéros da Gréca;
 Os grades sstemas flosófcos gregos, especalmete os de eráclio
Parmêdes, Platão, o estoicsmo, o eoplatosmo;
  setas góstcas dos prmeros séculos do crstiasmo: simoiaos,
meadraos, barbeogóstcos, oftas, aasseos, etc.;
. utas grades eresias pós costatiaas do mpéro oretal,
como o Docetsmo, o oofssmo e a heresia cooclasta;
 No século V, há grade prolração de doutras gósticas etre os
paulicaos, o Orete, e as obras de Scoo Eríea de saac sraeli,
eoplatôco judeu do orte da rca, e etre os xiitas smaelitas.
1 94 SCHOLM, Gerson G A mticauica  237
195 Idem Ibidem,  14
196 Pourtant, ces thmes araissent si bien en accord avec dautres traits dune ensée
authentiquement juive que la Gnose ignore et que elle ignore à eu rs absolument la notion
 No sélo  Boomlas e Búlaros ram nóstos dos Bálãs;
 No sélo XI restramse os prmeros írlos abalstas do
Lanedo e da Catalnha;
 No sélo XII na Espanha  esrto o "Zohar prnpal
obra abalsta ove os movmentos nósto-panteístas dos
Amaranos de Dav de Dnant dos Fratell e dos Irmãos do
Lvre Espírto;
 No sélo I desenvolveram-se as setas nóstas dos Beardos e
Benos os Fedel d'Amore na Itála os Wyleans e espemente
as dotrnas místas de Mestre Ekhart;
   O m da Idade Méda restra rande número de setas e dotrnas
de ndo nóstopanteísta omo por exemplo os Lollardos na
Inlaterra os sstas os Tabortas o Nomnalsmo o Mstsmo
alemão nasdo de Ekhart o mansmo talano provenente dos
Fedel d'Amore;
 No slo I no Orente a maor expressão do nostsmo  a
esola abalsta do Saed de Isaa Lra No Odente a Rerma e o
Renasmento ram movmentos mprenados de espírto nósto
e panteísta Esses dos movmentos são na verdade das das maores
manestações do tropoteísmo na stóra;
 No sélo II a rande ra nóstoabalsta no Odente 
Jaob Boehme de qem dervam o movmento petsta e o Romantsmo
alemão No orente  Sabata Tzv o messas abalsta;
 Do Romantsmo alemão veram as Gnoses de eel o antropoteísmo
marxsta assm omo a Gnose nazsta
 Otros movmentos mas laramente nóstos de nossos das são o
Exstenalsmo as teoras edanas  9 e a Arte Moderna
Essa resenha à vol diseau é smara demas Para onrmá-la no entanto
basta onerr as obras tadas na bbloraa
Segun parte
TEIOLOG E TES DO ATROPOTEÍSO

TEINOOIA E INTOD UÇO AOS TES DO
ANTOPOTEÍSMO

Recordemos agora, antes de avançar, os prncpas concetos já estudados,


sem esquecer que todo resumo tem algo de smplcador e procura apenas
ressaltar as lnhas mestras de um sstema. Tanto mas que, sendo o sstema
gnóstco cheo de mtos obscuros e ntrncados, em que é ácl se perder, é
precso xar bem seus prncpas traços.
O exposto aproxmatvo condensado neste parágra não é
verdadero senão de uma verdade bastante geral: ele arrsca ser
also, comparado a cada um dos sstemas tomados em partcular.18
Antes de tudo, pos, relembremos o sentdo de alguns termos:
Antropoteísmo, ou Relgão do omem,  o nome que demos ao
sstema oculto no ndo de um grande número de relgões e sstemas losócos
na hstóra. Lteralmente, Antropoteísmo sgnca a crença na dvndade do
omem.
Vmos que o Antropoteísmo se apresenta sob duas rmas:
 . Uma rma materalsta, cósmca, raconalsta, centcsta, losóca,
que é o Panteísmo.
. Uma rma místca, antcósmca, antmateral e antrraconalsta, que
é a Gnose.
O termo Gnose sgnca, lteralmente, conhecmento, mas, como vmos,
essa pode englobar város sgncados ou matzes. Contudo, os concetos de
Gnose são mutos, e a palavra comporta város sgncados.
A Gnose pretende ser o conhecmento de Deus em sua essênca, sto é,
o conhecmento do ncognoscível. No própro termo "Gnose, ocultase, pos,
uma contradção dalétca:
Entre os gnóstcos, essa transfguração vvda no ce a ce [com
Deus no êxtase é a Gnose no sentdo mas eevado do termo,
e também o mas paradoxa, vsto que ea é conhecmento do
ncognoscíve. 1 
Gnose é o conhecmento ntutvo e não racona da verdadera natureza
do homem e do própro ser. O conhecmento de que o homem é deus e de que
Deus e o ser são o nada absouto.
Gnose é o conhecmento da natureza dvna e de sua atua stuação, sto
é, o conhecmento de que no mas prondo de todos os seres está aprsonada
uma centeha da dvndade.
Gnose é o sstema doutrnáro que reata a hstóra da evoução do ser
dvno em s, no unverso e no omem.
Gnose é anda um dos nomes do Fho de Deus. Pos como só o Fho
tem o conhecmento do Pa, a Ee cabe não só o nome de Logos como também
o de Gnose.  o que se ê nos Extratos de Teódoto, conrme São Cemente de
exandra. 200
Gnose é o conhecmento de uma doutrna que, peo smpes to de ser
conhecda, permte ao homem bertar-se da usão do mundo, que o aena, e
se dvnzar. A Gnose é, pos, nesse sentdo, o meo de salvação do omem, sto
é, de Deus.
"Ta é o bem fna daquees que possuem a Gnose: tornaremse Deus. 20
Gnose é um conhecmento rracona e mágco, que busca obter artfca,
natura e nvemente a unão com Deus, no êxtase.
Gnose é uma técnca que ensna as órmuas mágcas que permtram aos
homens vencerem os arcontes guardães do unverso, sto é, que permtram o
Rnascmento do omem como Deus.
ans Lesegang dá, ogo no níco de seu vro, os seguntes concetos de
Gnose:
A Gnose é o conhecmento da Readade suprasensíve
"nvsvemente vsíve num eterno mstéro'', o qua é prováve
consttur, no centro e ra do mundo sensíve, a energa motrz de
toda rma de exstênca. Um agmento gnóstco defne a Gnose:
1 99 Chez les gnostiques cette trasguration vécu dans le ce à ce [com Deus no êxtase] c'est
la gnosis au sens le plus élévé du terme et aussi le plus paradoxal puisqu' elle est connaissance de
linconnaisable JONAS Hans La rgon osqe p 371
"O conhecmento do que somos e do que nos tornamos; do ugar
de onde vemos e daquee no qua caímos; do objetvo para o qu
nós avançamos e daquee o qua nós somos chamados de vota; da
nature de nosso nascmento e da de nosso renascmento 202
Também nos vros hermétcos se ga a Gnose a um enascmento. Tot
pede a Herms: "Conduze-me
 to [ ... ] . 203 agora, segundo tua promessa, à útma ncação
do renascmen
E, então, Herms nca a Tot, dzendo-he, entre outras cosas, que ee
precsa vencer seus carrascos: "O conhecmento de Deus [Gnose] entrou em
nós, e desde este nstante a gnorca se dsspou. 204
Tot é ncado e se berta de sua tenda, sto é, de seu corpo e então ee
excama: "Meu pa, eu vejo o unverso e a mm mesmo na ntegênca. 20 5
Ao que Hermes contesta: "Es o renascmento, meu fho: desvar seu
pensamento do corpo de três dmensões.206
Hans Jonas resume tudo sso mostrando que, no mto da Gnose, há três
eementos ndamentas:
O memora da orgem ceeste e da hstóra transcendente do
homem; a promessa de redenção, à qua também pertence o reato
que redentor  de sua mssão e de sua descda a este mundo;
e, enfm, a nstrução prátca, o conseho dado sobre a manera
de vver doravte no mundo, conrme o conhecmento recém
adqurdo e como preparação à ascensão fna. Ora, esses três
eementos contém, em resumo, todo o mto gnóstco [ ...] . 20
202 L nose est la connaissance de la ité suprasensible "invisiblement visible dans un éternel
mystre, qui est censée constituer, au coeur et au-delà du monde sensibie, l'énergie morice de
oute rme d' exstence. Un fragmen gnostique deni la nose L connce de ce que nous
sommes et de ce que nous sommes devenus du lieu d' o nous venons et de celui dans lequel nous
sommes tombés du but vers lequel nous hâtons et de ce dont nous sommes rachetés de la nature
de notre naissance et de celle de notre re-naissance. LISA, H.  Gnose p. 6
203 Conduis-moi maintenant selon ta promesse à l'initiation dermire de la renassance [  
TSMISTO, Hermes, p. 94
204 L connaissance de Dieu (nose) est entrée en nous, et aussitôt l'ignorance a disparu. Idem.
Ibidem, p. 98.
205 Mon pre, je vois l'univers et moi-même dans l'ínelligence. Idem. Ibidem, p. 1 00
206 Voilà la renaissance, mon ls, détourner sa pensée du corps aux trois dimensions. Idem.
Ibidem, p. 100
207  rappel de l'origine céleste et de l'histoire transcendante de l'homme la promesse de
rédemption à laquelle appartient aussi le récit que le rédempteur it de sa mission et de sa desdente
en ce monde et enn l'instruction pratique, le conseil donné sur la manire de vivre désormais
A palavra Gnose tem também, para aguns sectáros, uma conotação sexual
A própra palavra osis contém já uma reerênca ao ato gerado, vsto
qe osis e yy@&IV conhecer, têm a mesma raz que ere gerar 208
Também, em hebraco, a palavra t conhecmento) tem dos sentdos:
  Pode sgnfcar conhecmento de Deus: "Um outro aspecto deste
mesmo derramamento se chama em rel  at conhecmento ou
Gnose de Deus 209
 Dat pode sgnfcar conhecmento da mulher, sto é, sua posse, a
relação sexual:
A dentdade da Gnose e da geração expressa pelo própro
parentesco das paavras gêness e gnôss encamnha a esta segunda
conclusão  paavras da Bíbla: "Adão conheceu Ev' Gn, I ;
no texto grego temos gualmente "conhecer: y@&IV têm
para o gnóstco, para o qu amor e conhecmento são redades
convergentes e comuncantes, uma sgnfcação muto as
rtemente evocadoa que para nós 2 0
A Gnose é sempre uma doutrna esotérca que se revela gradatvamente
utas vezes, de grau para grau, de ncação para ncação ou de seta para
seta  que, às vezes, nconam como graus ncátcos  há tantas contradções
e evoluções que Lacarrre dz ser a Gnose "um pensamento mutante  une
eée mutante   •
No sstema gnóstcopanteísta, podemos dstngur determados temas
essecas:
  A teogona ou narração teosófca da orgem e da evolução da dvndade;
 A cosmogona ou narração da orgem do Cosmo e da matéra Nessa
narração se conta como a dvndade se transrmou, por degeneração,
no unverso  aqu que a Gnose nclu seu mto da orgem do mal;
 O Demurgo ou o cado do unveso, nmgo do Deus pmodal;
208  mo gnôsis" lui-même contien déjà une réérence à lacte générateur, puisque nos et
Ku conatre, snt isss de la même racie que : engendrer. LEISEGNG, Hans
a Gnos, p. 29
209 Un autre aspect de ce même écoulement sappelle chez zriel daat, connassance ou Gose
de Dieu. SHOLE, Gerson. G. s ogns d l bba, p. 469
2 1 0 identité de la Gnose et de la génération exprimée par la parenté même des mos geesis
e gnôsis achemine mmédiatement à cete deuxime conclucion.  mos de la ible: dam
connut e" (Gen., I, 1  le ext grec a également connatre":  aaent pour le
. A antropoena ou narração do aparecmento do homem no unverso.
Deus Cosmo omem são para a Gnose três momentos ou rmas
da únca dvndade;
. A pscooa ou a descrção da natureza mas pronda do homem;
 A soterooa ou a exposção dos meos que o homem possu em s
mesmo para savar o omem sto é para savar o própro Deus. O
omem é seu autorredentor e ao mesmo tempo "Salvator Dei É
nesse tema que se encaxa a mora nóstco-panteísta.
 A Crstooa ou a doutrna sobre a nature de Crsto doutrna própra
das Gnoses crstãs. No judaísmo esse tema tem sua correspondênca
na doutrna messânca cabasta;
 A escatooa que trata do destno fna do homem dos anjos dos
demônos e do unverso matera;
 A místca e a doutrna do Amor que são decorrentes do posconamento
do sstema da Reão do omem ce à matéra.
  A ecesooa nóstco-panteísta e as esperanças no Reno de Deus.
   A sócopoítca-nóstco-panteísta decorrente da antmetasca do
Antropoteísmo.212
3
PMEIO TEMA: A TEOONIA
NÓSTICO-PANTEÍSTA

Na fosofa arstotéco-tomsta, Deus é concetuado como ato puro.


Isso sgnfca que em Deus não há nenhuma possbdade de mudança ou
movmento. Com eeto, é aberrante supor que o Ser absoutamente pereto
possa mudar, quer para mehor, quer para por, pos sso sgnfcara uma
aqusção ou uma perda de pereção. O Ser Asouto é, e não pode vr a ser
ou dexar de ser Daí Deus se defnr a Mosés dzendo: "go sum qui sum    A
fosofa, porém, mostra anda que, no Ser pereto, a essênca se dentfca com a
exstênca e que, portanto, Deus é ser necessáro. Ee é o Ser2 1  • Deus crou todas
as cosas, "vibilia omnia et invibilia do nada, "ex nihi ". O unverso não
, pos, crado da substânca dvna. Entre Deus e o unverso há uma derença
nfnta. Deus transcende absoutamente toda cração.
Entretanto, se há uma absouta transcendênca, o Gêness lembra que o
homem  crado  "et creavit Deus hominem  imanem suam  à magem e
semehança de Deus 2 15 , e que, se só Deus é bom  " nus est bonus, Deus    ,
é precso embrar que Ee eogou cada cosa que ez e que, quando contempou
tudo o que hava crado, vu que o conjunto do unverso era ótmo: "E vu Deus
todas as cosas que fzera, e eram muto boas  " ditque Deus cuncta quae
cerat, et erant va bona   •
Portanto, em resumo, temos que Deus é o Ser Absoluto, Pereto
Imutáve, Crador de todas as cosas a partr do nada, Ser transcendente, mas do
qual as craturas reveam otmamente ago, por magem e semelhança.
Para a Gnose e para o Panteísmo, Deus não é pereto, nem mutáve
nem transcendente. Deus sera o mundo Panteísmo) ou sera manente ao
213 x 3,14
2 14 ÁO TO D AQUINO. Sm ogc, , , 
mundo (Gnose). Deus evoura constantemente e o unverso sera a se atua
da evoução dvna.
Dos pontos, portanto, seram ndamentas para a Gnose e para o
Panteísmo:
 A guadade e a dentdade entre Deus e o Cosmo, entre o Crador e
cratura.
 A evouço do ser dvno e, portanto, a evoução de todas as cos.
O pensamento daétco, típco da gão do Homem, dentfca e
opõe, ao mesmo tempo, Deus e o mundo. Deus sera o própr Cosm, m,
ao mesmo tempo, sera Ee tão dstnto de tudo quanto exste que nada havera
de comparáve entre ees, nem meso quant ao ser e quato  exstênca. E
concuem daí que Deus não sera ser. ortanto, Deus sera, ao mesmo temp
Tudo (Pan) e Nada, o Vo.
Para o Panteísmo, Deus sera tuo, e, para a Gnose, sera o Nada. 
daetcamente, quer para a Gnose, quer para o Panteísmo, o udo sera o Naa.
Na Antgudade, Herácto afrmava essa noção daétca da nae a er:
"O Únco, o Sábo, não quer e quer ser chamao eus... 2  
Para Herácto:
Deus é da e note, nern e verão, guerra e p, abunnca
e me; ee se erenca co ( g} que quao msturao
aos aromas, toma o nome e acr cm  perme e a u
dees. 2  
E, dessa vsão de Deus, decorra uma vsão aét e tdas  cs:
São a mesma cosa o est vvo e o est mort, o estar acora
e o estar dormno; pos esses estas se reerts sã estes se
revertdos ao avesso, sã aquees. 22
Para o Panteísmo, Deus seno tudo, tos os nomes poderam he ser
atrbuídos antonmia Para a Gose, Deus seo naa, nehum e he
podera ser atrbuído anonmia "Deus tem tos os nom  Deus não tem
nome gum. 22 
218 LUn, e Sage, ne veut pas et veut être appeé seueent u no e . HCLI.
Ft 65, p. 243
219 Dieu est jour nuit, hiver été, guerre p, satieté fine i se iérencie coe e u,
quan i est êlé à ' aroates, est noé suivant e par e chacun eu. Ie. Ft
 p. 37
220 Sont  êe e vivant er le o, et  éveié et  enori, le jeun e  viu   é
Nos escrtos gnóstcos hndus, Deus é consderado como estando aém
da noção de ser e de não ser, ou, então, como sendo, ao mesmo tempo, o ser e
o não ser
"O nfnto, senhor dos deuses, em quem o mundo habta, tu mperecíve,
o ser e o não ser, e aquee que está aém 222
E anda: "Eu produzo o caor, eu retenho e derramo a chuva, e sou
também a mortadade e a morte, ó Arjuna, eu sou o ser e o não ser 22 3
Ao ado destes textos gnóstcos e antmetascos, a Bhagavad Gtâ
apresenta outros robustamente panteístas:
onra a t pea ente, honra também por detrás, de todas as partes,
tu és tudo, que tens o poder nfnto, a góra ncomensuráve,
penetras tudo, porque és tudo 22 4
Todos os seres, ó fho de unt, ao térmno do cco, passam
à natureza que é mnha de novo quando começa o cco, eu os
produzo 22 5
Os sábos veem com um mesmo ohar um Brahmane que tem o
adorno da sabedora e da humdade, uma vaca, um eente, um
cão e um pára 22 6
Isso porque, comenta J B Stea: "O eterno é o mesmo em todos os seres,
nos anmas e nos homens 22 
Por outro ado, os gnóstcos, não sabendo expcar o ma no mundo, e
não querendo atrbuí-o a Deus, dstnguam a Dvndade do crador do mundo
Um dos traços permanentes e ndamentas que caracterzam a
estrutura própra do pensamento gnóstco consste, com eeto,
na oposção que esta cooca entre o mundo, ou a cração, e Deus
O unverso sensíve é nteramente reprovado e jugado como
mau Deus não podera ser, portanto, tdo como responsáve nem
peo ma que exste no mundo, nem também peo mundo, que
é ma Ee é absoutamente transcendente em reação ao mundo:
ee não tem com o mundo nenhuma reação, pos toda reação
o rebaxara, o tornara escravo, o nerorzara e manchara sua
222 A Bhvá G, X, 37
223 Idem I 19.
224 Idem X, 40
pure nateráve ra com que ee não sse mas Deus no
sentdo supremo desse termo. Deus não produzu este mundo; ee
não o rege. Ee não é conhecdo peo mundo nem por ntermédo
do mundo ou no mundo que não é sua obra ou objeto de seu
governo. [ ... Ee é [ ... o "Deus Estrangero [ ...  "o Outro [ ...
o Deus desconhecdo Ineve Esconddo [  .. . Abaxo d'Ee ou
oposto a Ee segundo estejamos tratando de duastas mtgados
ou de duastas absoutos dstnto dee em todos os aspectos exste
outro deus nror ou essencamente mau crador e domnador
do mundo um Demurgo aco mtado senão gnorante ou
o própro Demôno príncpe não gerado ou Príncpe das Trevas
e encarnação do Ma em s sobre o qua pesa a ata orgna ou
para certas setas a madção de ter produzdo o unverso matera
e o homem carna Deus conhecdo - conhecdo demas!  em sua
mpereção ou sua madade por suas obras e pea trana das es
que ee mpõe à sucessão dos eventos e a suas craturas mseráves.
Dos deuses portanto cujas atvdades são antagôncas: um Deus
da Savação e da Graça um Deus da Cração e da Natureza ou
da Matéra; um berta da exstênca no tempo o outro a nnge
e a domna. O unverso encontrase dvddo em dos domínos
heterogêneos ou nmgos: um nvsíve ou esprtua; outro vsíve
ou matera. 

228 Un des traits permanents et ndamentaux qui caractérisent la structure propre à la pensée
gnostique consiste, en eet, dans l' opposition que met celleci entre le monde, ou la création, et
Dieu univers sensible est tout entier réprouvé et jugé comme mauvais Dieu ne saurait donc être
tenu pour responsable non seulement du mal qui est dans le monde, mais aussi de ce monde qui
est m I est absolument transcenda par rapport au monde: il n'a avec !ui aucune relation, 
oute relation l' abaisserait, l' asseirait, !e rendrait inférieur et souillerait son inaltérable pureté,
ferait qu'il ne serait plus Dieu, au sens suprême de ce terme Dieu n'a pas produit le monde il
ne le régi pas I n'est pas connu du monde, ni par l'intermédiaire du monde ou dans le monde,
qui n'est pas son uvre et l'objet de son gouvernement [ ] il est [ ] le "Dieu Éranger [    ] ,
"l'Autre, [  ] le Dieu nconnu, neble, Caché [   ]  Au dessous de lui o u opposé à !ui, selon
nous avons aire à des duaistes mitigés ou à des dualistes absolus, distinct de !ui dans tous les
 il y a un autre dieu, inférieur ou essentiellement mauvais, créateur et dominateur du monde,
un Démiurge ible, borné, sinon ignorant, ou !e Diable luimême, principe inengendré ou Prince
des Ténbres et incarnation du M en soi, sur qui pse la ute originelle  ou, pour certanes
sectes, la malédiction  d'avoir produit l'univers matériel et l'home chae, Dieu connu  trop
connu  dans son imperction ou sa méchanceté par de tell oeuvres et par la rnie des !os
qu'il impose à la marche des événeents et à  créaures misérables Deux dieux donc, et dont
les activits sont tonst un Dieu du Salut et de la râce, un Dieu de la Cration et de la
Nature ou de la Matire l'un délivre de l'exstence dans le temps, l'autre !'inge et la domine
Um sera o Deus de que Basídes dz "aquee que não é verdadero 
"eum qui ve non est , o outro sera o Demurgo crador que, por desprezo e
ódo, é chamado de Cosmocrator. 
A Gnose, pos, evara o método da teooga negatva a ta extremo, que
negara quaquer quadade à dvndade, não reconhecendo quaquer reação
anaógca entre o ser dvno e o ser crado.
Ora, como o Deus crador dos céus e da terra se apresenta como o Ser 
"go sum qui sum   e como Ser semehante  craturas (seres por anaoga),
emora Ee seja Ser Asouto, e as craturas sejam seres por partcpação, a Gnose
concu que é precso er uma dstnção entre Deus e a Dvndade, etre o
crador e o Deus abscondit superor.
O crador sera denomnado Deus Cosmocrator. E a dvndade sera o
prncípo de que tudo se orgnou. Essa dstnção entre "divinit e "Deus é
exposta cente no sstema gnóstco de Mestre Echart.
 ..   Deus, para ser verdadera causa do ser, deve estar aém do ser,
"qu nihil rmaliter in caua et cauato, si caua sit vera causa
ortanto, "eealiter non est in Deo  
ortanto, Deus não sera Ser. ara Echart:
Deus e Dndade são drentes como céu e terra, como er e não
er. A dvndade é o ndo escuro no qua tod  cos rmam
uma undade asouta, em que nenhuma dstnção é possíve; a
Dvndade não  nada, pos nea não há nada para ser eto e, de
to, nunca procurou nada: ea hata em uma uz à qua nnguém
chega, pos está ém de toda aterdade e de toa reação; Deus,
peo contráro, é atvdade que se exteror e opera, mansta-se
nas suas craturas e vve no ser e através do ser se rconhece e se ama.
or sso, enquanto todas as craturas o exprmem, tamém Deus
transrma-se e passa, pos a vda da cratura é a vda de Deus. 
229 C Idem Ibidem, p 240, nota 2
230  3,14.
231 [ ... ] Dio, per esser vera causa del essere, deve essere a di là di esso, "quia nihil est rmiter
in usa et causato, si usa sit vera usa Duncque "esse rmaiter non est in Deo MST
CT apud FAIN, iuseppe Mee Eckh e l mc edsc r sne, p.231.
232 Dio e Divinità sono direnti quanto cilo e terra, come f e non re. Da divinità é
!oscuro ndo in cui tutte le cose nnano una unitá assoluta, dove nessuna distinzione é possible
la Divinità non  nulla poicé in essa non v nula da f e di o non a mai ricercato nulla
essa abita in una luce a cui nessuno giunge, poich  a di là di ogni alteritá e di ogni relazione.
Para documentar seu texto, Faggn cta um sermão de Mestre Ecart em
que ee az uma dstnção entre a dvndade e Deus:
 ...] natureza naturada "ungenate na que sob "raone
esse et essene que  et tens abscondits in se ipso, nec
generans, nec genitus est. Como "essena m one ou como
"pnipium ee é "gena nat sto é, natureza naturada,
paterndade, ecunddade. Na natureza naturada, as três pessoas
da Trndade são um, na nature naturazada são dstntas. 
E mostra ogo a segur que essa dstnção de Mestre Ecart tavez tvesse
se orgnado da tese de Gbert de a Porrée, condenada no Concío de ems
em 1148:
Esta dstnção, se assm se pode chamá-a, não era nova Eugêno III
a tnha condenado na heresa de Gbert de a Porrée no Concío
de ms de 1148 confrmando soenemente que não se pode de
to negar " Quin divinit sit De et Deus divinit. 
Também nos vros hermétcos se afrma que Deus é tudo e, ao mesmo
tempo, que Ee está acma de toda essênca e se dscute que nome he cabe: "Se
ee é dvno, é essenca se ee é Deus, está acma da essênca.  
E anda:
Não creo que um nome, por mas compexo que seja, possa
desgnar o prncípo de toda majestade, o pa e mestre de todas
as cosas. Mas é necessáro dar-he um únco nome, ou anda
todos os nomes, vsto que ee é um e tudo é necessáro dzer ou
que todas as cosas são seu nome, ou nomeá-o com os nomes de
todas as cosas. 

233  ] natura innaturata, nen nâ che sub one esse e essene q ens
e lns bscons n se so nec enens nec en es Come essen m lone o come
ncm egli  genature nâre , cio natura naturata, paternità, condità Nella natura
innaturata le tre persone della Trinità sono uno, nella natura naturata sono distinte Idem bibem,
p 153
234 Questa distinzione, se cos pu chiamare, non era nuova ugenio III l'aveva condannata
nell'eresia di ilbert de la Porrée a concilio de ims de 1 148, conrmando soennemente che
non si pu aato negare Quin divinitas sit Deus et Deus divinitas' Idem Ibidem, p. 154
235 S'il est divin, il est essentiel s'il est Dieu, il est au-dessus de l'essence TSMISTO,
Hermes, p 19
236 Je ne crois pas qu'un nom, quelque complexe qu'il soit, puisse désigner le prncipe de toute
Mas o emetismo insiste mais em cama o imeio incíio de Tdo
salientando ois a ma anteísta da Reliião do omem
Tdo o qe existe ó Asclios está em Des odzido o ele e
deendente dele [    E e não dio aenas qe ele contém tdo
mas qe verdadeiamente ele é tdo Ele não tia nada de a ele
az tdo sai dele [  jamais em temo am eeceá m se
seqe em otas alavas ma ate de Des ois Des contém
todos os sees nada está a dele e ele não está a de nada 2
E não disse ainda qe tdo é m e qe a nidade é tdo oqe
todas as coisas existiam no ciado antes da ciação e odemos
camá-o de tdo visto qe todas as coisas são ses memos 28
O nóstico Basílides o sa vez cama este incíio de Tdo de Nada
o não-se asolto
Existi diz Basílides m temo em qe nada ea Esse nad não
ea ma das coisas existentes mas aa ala claamente sem
odeios sem aticios nada asoltamente existia E qando e
emreo o veo "existi' diz ee não é aa afma qe o nada)
existia mas simlesmente aa aze comeende o qe e qeo
dize E afmo diz ee qe não existia asotamente nada ois
diz ele o qe é nomeado não é amente ineximível visto qe
nós dizemos ao menos qe ele é ineximível; oa o nada de qe
alei) não é seqe ineximível O qe não é seqe ineximível
não é camado ineximível mas está iz ee acima de tod
nome qe se ossa nomea C E ,) [  Nada otanto
existia em matéia nem sstância nem sees simles nem sees
comostos nem sees inteliíveis nem sees não inteiíveis nem
sees sensíveis nem sees não sensíveis nem anjo nem omem
nem des nem asoltamente nenm dos sees qe se nomeiam
o qe se peceem elos sentidos o ela inteliência Tdo
asoltamente tdo sendo assim e ainda mais minciosamente
exclído e aatado o Des qe não é qe istótelis cama de
ensamento do ensamento e os asiianos de aqele qe não é 29
237 Tou ce qui exise ô scpios es e Dieu produi par ui e dépeda de ui  .. . E je e
dis pas seueme qu'i coie ou mais que vériabeme i es ou. I e ire rie du dehors i
 ou sorir de ui. [ ... jamais e aucu emps il e périra u êre quecoque c'es--dire ue
parie de Dieu car Dieu coie ous es êres rie ' es hors de ui e i ' es hors de rie. Idem.
Ibidem p. 55
238 e 'ai pas ecore di que ou es u e que l'uié es ou parce que oues choses éaie
das e créaeur ava la créaio e o peu ' appeler e ou puisque oues choses so ses
Pr Bsíides pois  divindde origin er o Nd quee que não
existi oo disseos o não-ser bsouto.
Tbé Sião Mgo distingui n divindde origin que ee hv
de go ou dinam dus nturezs u out outr prente. Ess divindde
ee  representv tbé sob  r de u árvore.
[ ...  Sião ensin que o go é o prinípio de Tudo [ ... Pr Sião
o prinípio de Tudo é u rç infnit [ ...]  Segundo Sião o
go não é sipes oo ree  ior prte dos hoens que
onsidera oo sipes os qutro eeentos ee te peo
ontrário dus nturezs u esondidde outr prente oo
diz Sião. A nturez out do go está esondid n nturez
prente e  nturez prente deve su existêni à ntureza
esondid [ ...  podese dizer que o go supreeste é o depósito
e o tesouro de tudo o que existe seres sensíveis e seres inteigíveis
ou oo os ha Sião seres esondidos e seres prentes. Ee
é opráve  u grnde áore à árvore que Nbuodonosor
viu e sonho e da qu tod rne se nutre. 240
Tbé  Cbl judi z ess distinção entre Divindde e Deus.
A Torá ri de u Deus que se reve e que é portnto ognosíve.
Or o Deus verddeiro seri inognosíve u Deus absconditus que os
bists hv de EinSo noe esse que signifri o Infnito s
tbé o Nd.

j'empoie e mo éai, dii, ce n'es pas pou ame que (e ien) éai, mas simpemen pou
e compende ce que je veu die. 'ame, dii, que ien absoumen néa. Ca, dii, ce qui
 nommé n' es pas puemen inepimabe, puisque nous disons au moins qu'i es inepimabe
o e (ien don j'a paé) n'es même pas inepimabe. Ce qui nes même pas inepiabe nes
pas appéé inepimabe, mais es, dii, au dessu de ou nom qui se puisse nomme (C Eph. ,
21).  ... ] Rien donc n'eisai, ni maie, ni subsance, ni êes sipes, ni ês composés, ni êes
ineigibes, ni ê non ineligib, ni ée sensibes, ni ê non sensibes, ni ag, ni homme, ni
dieu, ni absoumen aucun des ês qu'on nomme ou qu' on peoi pa es sens ou pa 'ineigence.
ou absoumen ou éan nsi e encoe pus minuieuemen ecu e éé, e Dieu qui s
pas, qu'isoe appee a pensée de a pensée e es Basiiens Ceui qui n'es pas [ .... SO
HPÓO DE ROM. Phsohme p. 106.
20 [  ] Simon enseigne que c'es e u qui es e pncipe du ou [  ] Pou Simon, e pncipe
du ou es une ce innie [  .. ]  D'aps Simon, e u n'es pas simpe, comme e coien a
pupa des hommes, que conside comme simpes es quae éémens i a au conaie deu
naues, 'une cachée, 'aue appaene, comme di Simon. L naue cachée du feu es cachée
dans a naue appaene, e a naue appaene doi son eisence à a naue cachée  ... ] on peu
die que e feu supacéese es e dépo e e éso de ou ce qui eise, des êes sensibes e des
"Saba que aquee En-So de que amos não é menconado nem
na Torá, nem nos Proetas, nem na Hagografa ou nas paavras dos
sábos tamudstas [ ... . 2
Nenhuma cratura pode vsar ao Deus desconhecdo, ocuto. Em
útma anáse, toda cognção de Deus é baseada numa rma
de reação entre Ee e sua cratura, sto é, numa manestao de
Deus em ago mas, e não em uma reação entre Ee e Ee própro.
Fo evantado o argumento de que a drença entre o deus
abscondtus, Deus em S Mesmo, e Deus em Suas manestações,
é desconhecda para o cabasmo. Esta me parece ser uma sa
nterpretação dos tos.
[ .. . a contradço mpícta entre os dos aspectos de Deus não é
sempre trazda à uz tão caramente como na mosa doutrna de
um escrtor anônmo, por vota de 100, de acordo com quem Deus
em S mesmo, enquanto Ser absouto, e, portanto, ncapaz por Sua
própra natureza de transrmar-se no sujeto de uma reveação
para outros, não é e não pode ser reerdo nos documentos da
veação, nos escrtos canôncos da Bíba, e na tradção rabínca.
Ee não é o tema desses escrtos e, portanto, tampouco possu um
nome documentado, pos todas as paavras das Escrturas Sagradas
rerem-se em útma anáse a agum aspecto de Sua Manestação
do ado da Cração. Segue-se que, enquanto o Deus vvo, o Deus de
quem estes escrtos são testemunhas, tem numeráves nomes - os
quas de acordo com os cabastas, pertencem-Lhe por Sua própra
natureza, e não como resutado de uma convenção humana - o deus
abscondtus, o Deus esconddo em S mesmo, pode ser nomeado
apenas num sentdo metaórco e com o auxo de paavras que,
mstcamente aando, não são em absouto nomes reas. 22
O Deus ocuto, o mas prondo Ser da Dvndade por assm dzer,
não possu quadades, nem atrbutos. O Zohar e os bst
gostam de chamar este mas prondo Ser de En-So sto é, o
Infnto. Contudo, na medda em que este Ser ocuto está atvo por
todo o unverso, também possu ceos atrbutos que, por sua vez,
representam ceos aspectos da nature dvna ees são outros tantos
estágos do Ser dvno e a mestação dvna de Sua vda ocuta. 23
Entre os cabstas podem ser encontradas rmações que tendem ao
Panteísmo  dentfcando Deus com o unverso  e afrmações caramente
gnóstcas, que negam quaquer redade ao Ser dvno e ao ser em gera.
Como exempo de tendênca panteísta, pode-se ctar, segundo Schoem,
Mosés Cordovero, que afrma:
"Deus é toda a readade, mas nem toda readade é Deus.
Segundo ee, pode-se também chamar o En-So de pensamento
(sto é, de pensamento do mundo) "na medda em que tudo o que
exste está contdo em sua Substânca. Ee abarca todo o exstente,
mas não segundo o modo em que exste soadamente embaxo,
mas antes na exstênca da substânca unfcada, pos Ee e as cosas
exstentes são (deste modo) um, nem separados nem mutáros,
nem externamente vsíves, mas Sua substânca está presente em
Suas Sefrot, e Ee Própro é tudo, e nada exste ra dEe. 
A tendênca gnóstca pode ser comprovada no sentdo cabasta de En-
So como por textos do cabsta Azre:
   tavez seja de nteresse nar umjeu  mo místco que chega
muto perto das deas do ohar e já era usado por Iosse Gata.
A paavra hebraca para nada, en, tem as mesmas consoantes que
a paavra para eu, an - e como vmos, o "Eu de Deus é concebdo
como a etapa fna da emanação d Sefrot, aquea etapa na qua
a personadade de Deus, em uma reunão smutânea de todos os
seus estágos anterores, revea-se  sua própra cração. Em outros
termos, a passagem de en par an smboza a transrmação pea
qua o Nada passa para o Eu - um processo daétco cuja tese e
antítese começam e termnam em Deus: sem dúvda, um exempo
notáve de pensamento daétco. 
Vejamos agora como Azre dentfca o Ser absouto ao nada:
Se aguém he pergunta: quem é Deus? responde: é aquee que
não é defcente sob nenhum aspecto. Se he perunta: exste
aguma cosa aém dEe? responde: nada exste aém dEe. Se
he pergunta: como ez ee para trar seu ser do nada, já que a
derença é tão grande entre ser e nada? responde: quee que ez
seu ser sar do nada, não he ta nada desse to, pos o ser está
no nada  manera do nada, e o nada é o ser  manera sto é,
segundo o modo do ser. E a esse respeto o autor do vro Yetsura
dsse: Ee ez sar de seu nada seu ser, e ee não dsse: ee ez o ser
do nada. Isso nos ensna que o nada é o ser e que o ser é o nada.
Ora, o nada é chamado sustentador, omen. Mas o ugar ao qua
o ser está gado á onde, do nada, ee começa a ter exstênca,
se denomna é, u. os a é se reacona não cm um ser
vsíve e apreensíve nem com um nada nvsíve e napreensve
mas precsamente ao ugar onde o nada está em conexão com o
ser. Pos o ser não provém do nada por ee mesmo; ser e nada
juntos representam aquo que se quer dzer quando se trata do
ser a partr do nad. O ser não é nada portanto senão um nada
e tudo é um na smpcdade do nsepaado absouto e é a sso
que z reerênca a advertênca [Qoheet  16: não exceda suas
rças a especuar pos nosso nteecto mtado não pode captar a
pereção desta cosa nsondáve que é um com o En-so 26
Schoem depos de mostrar que essas deas sobre o Ser e o nada ram
ctadas por Reuchn porque estavam próxmas de seu própro pensamento
assm resume a questão:
Ser e nada não são portanto senão derentes aspectos da readade
dvna que é no ndo sobre ser. á um nada de Deus que dá
nascmento ao ser e há um ser de Deus que representa o nada. A
manera segundo a qua as cosas exstem no nada de Deus é ua;
a manera segunda a qua eas exstem em seu ser é outra. Mas
uma e outra são modadades do própro En-So que consttue a
undade nseparada de aguma cosa e do nada. 2
Vemos aí como a Cabaa dentfca daetcamente o Ser e o Nada e que
por sso Deus o D abscondis passa a ser ao mesmo tempo tudo e nada.

246 Si quelqu'un e deande qu'es ieu? pnds celui que n'es dcien à auun gad.
S'il e deande eise--il quelque hse his ui? pnds ien n'eise hmis ui. S'il e
deande e a--il  pu si sn êe du na des là que la dience es si gande
ene êe e na? pnds à celui qui i si sn êe du nan il ne anque ien de ce fai
 l'êe es dans le nan à la ie du nan e e nan es l'êe à la n ['es à die sen
le de] de l'êe. E à e sue l'aueu du ive Yesia a di   de sn na sn êe e il n'a
pas di il  l'êe du nan. Cei nus append que le na es l'êe es que l'êe es le nan.
O le nan es appel susenaeu en. Mas le lieu auquel l'êe es eli là  du nn
il ence à avi ence se ne i enua. Ca la i se appe nn pas à un êe
visible e sisissable e nn plus à un na invisible e insasissable ais pcisen au lieu 
le n es en nein ave l' êe. Ca l' êe ne pvien pas du nan à ui seu êe e na
enseble epsenen ce que l'n veu die quand il es quesin de l'êe à pai du na. êe
n'es n ien qu'un nan e u es das la siplici de l'inspa abslu e 'es à cela que
se appe l'aveisseen [hele 7, 16] n'ee pas es ces à spule  ne inele
li ne peu pas sasi la pefeci de ce insdablelà qui es un ave En-S E apud
SCEM es. . Les ognes d l K p. 7.
247 �e e na e s n que d aspec e la i ivie qui es au nd suêe.
  a u na e ieu ui e nassace à l'êe e il  a un ê e ieu qui epsene le
na.  a d les hss eise as le na de ieu es une la nie dn elles
Aexandre aan confrma isso nos seuintes textos:
"O objetivo da criação ech me-a da criação  nihi é  seundo
Habad  zer com que o ech aquio que existe, assimiese àquio
que não existe, ao nada, ao a. Esse desínio não pode ser
cumprido senão peo homem, que existe, é verdade, no ech mas
que também é capaz de viver no a [ .. .] O a o kum o "nad',
é o kol o "tudo, enquanto que o ech o existente, é unicamente
uma rma particuar, eêmera, do a  
Desse modo, Deus o  absconditus a divindade de Eckhart, o in
Soda Caba) é tudo e nada ao mesmo tempo Daí a rande ei da Reiião do
omem ser que os contrários são iuais e que Deus é, conrme dizia o Cardea
de Cusa, oincina oppositorum ao que se reera Reuchin quando tratou do
Ensoph em seu De arte cabbalca
Chamase Ensoph, isto é, infnitude, aquee ser que é o mais
exceente [e] em si mesmo incompreensíve e ineáve, que se
retrai e se ocuta no mais aastado retrocesso de sua divindade e
no abismo inacessíve da nte de uz, de ta rma que nada seja
entendido como dea procedente, como divindade absoutíssima
que permanece por ócio de todas as rmas na causura de si em
si mesma nua, sem veste e sem quaquer invóucro ao seu redor,
não projetada aém) de si, nem diatada pea bondade de seu
espendor, indiscriminadamente ser e não ser, e [de ta rma que]
tudo que para nossa razão parece contráro e contraditório entre
si impique uma simpicissimamente individua e ivre unidade 24
Na Cabaa de Nathan de G, considerase que há no Eino uma
oposição duaista entre o Bem e o Ma e que ambos são eementos constitutivos
da divindade:
No contexto dessa doutrina, a desinação do Zohar para a esra do
mal como "o outro ado anha um sinifcado surpreendentemente
28 e bu de la céaion  me-a de la céaion  nho es - daps le Habad - de ie
de soe que l  ce qui eise s assimile à ce qui neise pas au néan à l a" e dessein
ne peu êe accompli qu pa lhomme qui eise il es vai dans le yech mais qui es aussi
capable de vive dans l a [     a le km le ien es le ko le ou andis que le 
 
leisan es uniquemen une me paiculie éphéme de l a  SF, leande La
ba pp 311313
29 ominau Eoh id es inniudo quae s summa quaeda es secundum se
inmphnsii  ibii in moim ua dviiais eosu e n n lumiis
inaccesbili abyo s ns  cn u c hl inlliau  a pd qu
aua i p ociu mni u  s ia cla i ua si v
au  cicumaum cu c ui pa  li  laa ia
novo. re-se ao "outro ado do própro En-So sto é,  metade
dee própro que resste ao processo de derencação e organção
e que, por sua própra resstênca ao processo dramátco da cração,
se torna eetvamente satânca. O tehru e a "nha ret' são, assm,
concebdos como dos prncípos opostos, comparáves  dudade
e a cração é um movmento daétco que ocorre entre estes dos
aspectos do En-So 2 50
Em vez de ser mutáve, o Ds abscondi estara em contínua evoução
daétca, de ta rma que a dvndade, como o Fogo de Herácto, não sera ser,
mas uxo, eterno vr a ser.
A vda íntma da dvndade consstra exatamente nesse eterno processo
de dvsão daétca nteror. A teogona gnóstco-panteísta consste na narração
de extensas e compcadas "geneaogas emanadas do ndo abssa da dvndade.
Cada seta ou pensador apresentava uma sta derente dos éons emanados
atrbundo-hes nomes abstrusos e msterosos, mutas vezes, substantvações ou
hpóstases de ações ou potêncas dvnas.
Nas Gnoses menos fosófcas, a eonoga se torna de uma extrema
compcação: veem-se mutpcar entdades do mundo superor,
quafcadas por nomes tomados não apenas do grego, mas das
ínguas hebraca, egípca, etc. Ctamos abao, ao acaso, aguns
destes nomes: Barbeô, Prounkos, Harmoze, Oroae, Davethe,
Eeeth, Monogenes, Autogenes, eema, Iadabaoth, Iao,
Sabaoth, Adoneus, Eoeus, Oreus, Astaphaeus, Mchae, Samae,
Daden, Saa, Aeramentho, Agrammakhaare, Harm, Athoth,
Sabbataos, Gaa, Anthropos, Adamas... Essas entdades  parte
abstratas, parte concretas  se movem num domíno ntermedáro
entre a readade e o mto; são agmentos temporas, períodos do
drama cosmogônco, demtadas e consderadas como readades
metascas absoutas (Éon também sgnf "sécuo. Essas
entdades se encarna em personagens concretos dotados de
ntegênca, de vontade, de desejos; eas agem, eas se opõem. 2 51
 n  conx o is docrin  oaric dsignaion o  spr o vil  h ohr
sid" aks on saringly novl maing  rrs o  or sid" o En-So isl ha is to
ha h o i hich rsiss th procss o dirntiaion and organiion and hich y it's
vry rsisanc o  dramaic procss o craion coms acly Saic  ir and 
srg lin"  s concivd  o opposing princips comparal to  duity o mar
and rm Bo driv om  s divin lig and craion is a dialcical movmn aking
plac n s o aspcs o En-So SCHOLEM rson  Sbb v pp 31-3.
Trado xraída d Idm b v vol I p 9
 Dans ls noss moins pilosopis léonologi dvin n compliion xrm: on
O número de emanações ou éons vara de seta para seta, ou mesmo,
tvez, de grau para grau, dentro de cada seta.  gusa de exempos, daremos
agumas ctações sobre os sstemas gnóstcos de Smão Mago, de Basídes e de
Vaentno, a fm de que se tenha dea da compcação vountára e rracona das
emanações gnóstcas.
Vmos que, pa Smão Mago, exstra um "Prncípo de tudo, uma
"Potênc que ee chama de Dynams ou Fogo e que tera uma dupa natur:
uma ocuta, outra aparente, sto é, as cosas ntegíves e as vsíves, respectvamente.
Essas duas natures do Fogo rmaram uma como que árvore que é devorada
peo Fogo Desse Fogo dvno, emanaram três szíg ou pares de éons:
O mundo engendrado vem, pos, do go não engendrado. Es,
dz ee, como o mundo engendrado começou a nascer. Ee recebeu
do prncípo desse go ses raízes; é por á que começou, antes
de tudo, sua geração. Essas raízes, dz Smão, nasceram do go
por casas; ee chaa essas raízes Integênca e Pensamento, Voz e
Nome, azão e eexão. A rça nfnta encontra-se, por sua vez,
nessas ses raízes, mas em potênca somente, não em ato. Essa rça
nfnta, dz ee, é aquea que se mantém de pé, se manteve de pé
e se manterá de pé. 2 52
E Hans Lesegang, comentando esses nomes dados s emanações
dvnas, dz:
Nous e Epnoa, Phone e Onoma, Logsmos e Enthymess; trata-se
sempre, para cada um desses pares, de uma nção da ntegênca
e do ato dessa nção: o espírto pensa, a voz exprme os nomes, a
razão reete. 253

Ialdabaôth, aô, Sabaôth, Adoneus, loeus, Oreus, Astaphaeus, Mchael, Sal, Dadén, Saca,
béramentho, Agrammaamarei, Harmas, Athôth, Sabbataos, alla, Anthrôpos, Aamas
Ces enttés  mabstrates, miconces  se meuvent dans un domaine ntermédare entre la
réalité et le mythe ce sont des fragments temporels, des pérodes du dre cosmognonque,
spatialsées et hypostiées (ons signe aussi sicles)  C enttés snrnent en des personnages
concrets dotés dntellgence, de volonté, de désr elles agssent, elles saontent HUTIN, Serge
Les Gnosqes p 0.
  monde engendré vient donc du feu inengendré Voici, ditil, comment le monde engendré
a commencé de natre I a reçu du prncpe de ce feu sx racines  t par là qua comencé tout
dabord sa génératon C racines, dit Simon, sont nées du u par couples il appelle  racines
ntellgence et Pensée, Vox et Nom, Raison et exon L rce nne se trouve à la is
dans ces six racines, mas en puissance seulement, non en acte Cette rce nne, ditl, est celui
que se tient debout, sest tenu debout, se tiendra debout SANTO HIPÓLITO D ROMA
Phsohmen p 19.
O nóstico Basíides dá otros nomes  emanações da divindade
primordial. A estrtra do pensamento, porém, é a mesma:
rine censra Basíides po ter desenvovido e mtipicado ao
innito sa teoria para le dar ma aparência de prondidade.
Do Pai não enendrado  sendo esse nóstico  teriam sido
enendrados cinco éons dessas ipóstases qe se podem conceber
como espaciais o temporais, como "moradas divinas e como
"sécos. A primeira era o Nos  o Espírito. Dea, procede o
Verbo; do Verbo, a Reexão; da Reexão, a Sabedoria e a Força; da
Sabedoria e da Força, as Virtdes, potências e anjos peos qais, de
emanação em emanação, ram criados os cés speriores; e assim
por diante até o qarto desses cés qe tem príncipes, anjos .. , e
trezentos e sessenta e cinco rmamentos  número sendo o qa
o ano i eito. 254
 sistema emanativo elaborado por Valentno  o mais complexo
de todos Ei-lo, segundo o apresenta Santo rineu:
Ees dizem qe existia, nas atras, invisíveis e inenarráveis,
m Eão pereito, anterior a tdo, qe camam Protoprincípio,
Protopai e Abismo. Incompreensíve e invisíve, eterno e inênito
qe se manteve em prondo reposo e tranqiidade drante
ma innidade de sécos. Jnto a ee estava Enóia, qe camam
também Graça e Siêncio. Ora, m dia, este Abismo teve o
pensamento de emitir, dele mesmo, m Princípio de todas as
coisas; essa emissão, de qe teve o pensamento, depositoa como
semente no seio de sa companeira, o Siêncio. Ao receber esta
semente, ea enravido e ero o Nos, semeante e ial ao
qe o tina emitido e é o único capaz de entender a randeza do
Pai. Este Nos é também camado Uniênito, Pai e Princípio de
todas as coisas. Jntamente com ee i erada a Verdade e esta
seria a primitiva e ndamenta Tétrada pitaórica qe camam
também Raiz de todas as coisas. Ea seria composta peo Abismo e
o Silêncio, o Nos e a Verdade. O Uniênito, tendo aprendido o
modo como i erado, procrio, por sa vez, o Loos e Zoé, Pai

254 iné poch à Basiid d'avoi dévoppé  muipié à 'inni sa héoi pou ui donn
un appanc d pondu. u P inngndé  son c Gnosiqu  auain éé ngndés
cinq éons, - d cs hyposass qu 'on pu concvoi comm spaials ou mpos, comm
ds dmus divins  comm d sics. L pémi éai  os  'Espi D cuici,
pocéda  b du b, a ion d a Réion, a Sagss  a Foc d a Sagss  d
a Foc, s us, puissancs  angs pa squs, d émanaion n émanaio  céés s
d todos os qu viria aós l Princíio  ração d todo o
Plroa. Por sua vz ra rados lo Loos  Zoé sundo
a sizíia o o  a Irja. Esta sria a Odôada ndantal
Raiz  substância d todas as coisas qu or ls é chaada co
quatro nos: Abiso Nous Loo  o. Cada u dls é
asculino  inino da suint ra: inicialnt o Protoai
s uniu sundo a sizíia à sua Enóia qu ls chaa tabé
Graça  Silêncio; dois o Uniênito tabé chaado Nous
unius à Vrdad; dois o Loos à Zoé; or f o o
à Irja.
Ests Eõs roduzidos ara a lória do Pai qurndo or sua vz
lorifcar o Pai co alo d si sos fzra issõs  sizíia.
O Loos  Zoé rara dois do o  da Irja outros dz
Eõs cujos nos diz sr sts: Abissal  Consão Auératos
 União Autoroduto  Satisção Ióvl  Mistura Uniênito
 Flicidad: sts são os dz Es qu diz drivar do Loos 
Zoé. Por sua vz tabé o o co a Irja roduziu doz
Es aos quais atribu sts nos: Consolador  Fé Patrno
 Esrança Matrno  Caridad Etrno  Cornsão
Eclsiástico  Bavnturança Dsjado  Sofa.
Esta é a toria rrada dls a rsito dos 0 Es ironunciávis
 não conhcívis. Sundo ls st é o Plroa invisívl 
siritual [ ]  2 55
255 1. Dicun esse quendam in invisibiibus, e inenaabiibus iudinibus pecum eonem,
qui ane i hunc auem e Poachen, e Popaoa, e Byhon von esse auem ium
invisibiem, e quem nua es capee possi. Cum auem a nuo capeeu, e esse invisibiis,
sempienus, e in genius, in sienio e quiee mua isse in immensis eonibus. Cum ipso
auem isse e Ennoeam, quam iam Chain e Sigen vocan e aiquando vouisse a semeipso
emiee hunc Byhum, iniium omnium, (e veu semen poaionem hac paemii voui) e
eam deposuisse quasi in vuva ejus, quae cum eo ea, Sige. Hanc auem suscepisse semen hoc, e
paegnanem cam geneasse. un, simiem e aequaem ei, qui emisea, e soum capienem
magniudinem Pais. un auem hunc, e nigenium voca, e Paem, e iniium omnium.
na auem cum eo emissam eiaem, e hanc esse pimam e pimogeni Pyhagoicam
quaenaionem, quam e adicem omnium dicun. Es enim Byhus e Sige, deinde us e
ehia. Senieem auem nigenium hunc in quae poaus es, emisse e ipsum ogon e Zoen,
paem omnium eoum, qui pos se ui essen, e iniium e maionem univesi Peomais.
De ogo auem e Zoe emissum secundum conjugaionem Hominem e Ecesiam, e esse
hanc pimogeniam Oconaionem, adicem e subsaniam omnium, quauo nominibus apud
eos nuncupaam, Byhon, e un, e ogon, e nhopon. Esse enim ioum unumquemque
mascuofeminam, sic niio Popaoem ium coisse secundum conjugaionem suae Ennoeae, id
es cogiaioni, quam Gaiam e Sienium vocan nigenium auem, hoc es un, ehiae, id
es eiai ogon auem Zoe, id es iae e nhopon cum Ecesia.
Assim Hans Jonas sintetiza a doutrina de Valentino sobre as emanações
divinas:
Nas alturas invisíveis e inumeráveis existe um éon pereito e
preexistente chamado PréPrincípio PréPai e Abismo Ninguém
ou nenhuma coisa pode compreendêlo (apreender conter) Ele
permanece tranquilo e em prondo repouso Com ele coexiste
Ennoia (Pensamento) também chamada Graça e Silêncio Um
dia esse Abismo teve o pensamento de projetar ra de si mesmo
o começo [princípio de todas as coisas e como uma semente ele
depositou esse projeto no seio de Silêncio [eminino coexistente
com ele e este concebeu e deu à luz o Intelecto (Nous: masculino) 
que é semelhante e igu àquele que o projetou e único a
compreender (conter) a grandeza do Pai Ele também é chamado
Filho Único (onogeno) e Pai e Começo (Princípio) de todos
os seres Foi coprojetada com ele a Verdade (etheia: eminino)
e essa é a primeira e orgin Tétrade: Abismo e Silêncio e depois
Intelecto e Verdade
O Filho Único tendo compreendido por que ra projetado
projetou por sua vez Verbo (Logos: maculino) e Vida (Zoé:
minino) respectivamente Pai de todas as coisas que iam ser
depois dele e princípio e rmação de todo o Pleroma De Verbo e
Vida ram coprojetados Homem e Igreja (Eesia: eminino) e
essa é a Ogdoada primitiva Esses éons produzidos para a glória do
Pai quiseram glorifcar o Pai por suas próprias criações e fzeram
novas projeções ou emanações Do Verbo e da Vida saíram mais
dez Éons; do Homem e da Igreja doze; de modo que desses Oito
desses Dez e desses Doze i constituída a Plenitude (Pleroma) de
trinta Éons em quinze casais [  Nessa cadeia de emanações o
último Éon eminino é Sofa  
Henosis uhophyes e Hedone cineos e Syncasis Monogenes e acaia. Hi decem
eones quos dicun e ogo e Zoe emissos. hopon auem e ipsum emisisse cum Eccesia
eonas duodecim quibus nomina haec donan Paaceus e Pisis Paicos e Epis Meicos e
gape eones e Synesis Eccesiasicos e Macaioes eeos e Sophia.
3 Hi sun igina eois eoum eo - nes qui acenu e non agnoscunu. Hoc invisibie
e spiiae secundum eos Peoma ipaie divisam in ocaionem e decada e duodecada
SO RE. Cont Heeses, ,  1- in Migne o. . aduo eaída de dem.
l,
Con  heess, , 1-.
6 Dans es haueus invisibes e innombabes i eise un Eon pai péeisan appeé
van-Commencemen Pé-Pe e bme. u ou nue chose ne e peu compende
(saisi coneni).  demeue anquie e en pond epos. vec ui coeise Enno (Pensée)
appeée aussi Gce e Sience. n jou ce bme eu a pensée de pojee hos de soi-même e
Também no manqueísmo há um sstema de emanações anáogo Embora
o manqueísmo seja reconhecdo por todos como duasta  e ele de to o é 
notese na ctação a segur como o prncípo de bem a Luz tem certa prmaza:
ntes da exstênca do céu e da terra e de tudo que há neles houve
duas naturezas uma boa e outra má mbas estão separadas uma
da outra O prncípo bom habta no lugar da Luz e é chamado a
da Grandeza Fora dele habtam seus cnco Shin ntelgênca
Conhecmento ensamento Delberação e Vontade O p rncípio
mau é chamado de ríncpe das Trevas e habta em sua terra de
escurdão rodeado por seus cnco éons (ou undos) os éons das
rumas do Fogo do Vento da  e das Trevas O mundo da
Luz az onteira com o das Trevas sem que exsta um lmte entre
eles dos (eodoro bar ona)  
É mpossível não sublnhar a utlzação do termo Shin que aparece
também na Gnose mandeana e que tem importnca única na Caba Num
glossáro dos termos mandeanos Hans onas explca que nessa seta Shina
sgnifcara "morad' meu dos seres de luz ou anda glóra "aur' de luz
que cercara as emanações lumnosa como uma habtação Esse autor dz anda
que Shina tanto no maniqueísmo quanto na místca judaca exprmra uma
personfcação  
No manqueísmo Luz e Obscurdade devem ser entenddos como
prncípos personfcações e até mesmo como regões mas prncipalmente
como rças:
aussi Fils niqu (Monogn} t P t Concnt (Pincip) d tous ls êts Fut
copojt avc lui it (Ahé finin) t tll st la pi t oiginll tad cst
b t Silnc puis ntllct t it.
 Fils niqu ayant copis pouquoi il tait pojt pojta à son tou b (Loos:
asculin) t i  finin) spctivnt P d touts choss qui allaint êt aps lui
t pincip t ation du Plo tout nti. D b t d i nt copojts o
t Êglis ( finin) t cst là lOgdoad piitiv. Cs Eons poduits à la gloi du
P voulunt gloi l P pa lus pops cations t nt ds nouvlls pojctions ou
anations. D b t d i soti di Eons d plus do t d glis douz n sot
qu ds uit ds Di t ds Douz st constitu la Plnitud (Plôa) d tnt Eons n quinz
coupls [ .] . Dans ctt chan danations l dni Eon finin st Sophia OS ans.
 rgon osqe p. 236238.
27 vant listnc du cil t d la t t d tout c qui sy touv il y avait du naus lun
bonn t laut auvais Chacun ds du st spa d laut  pincip bon sid dans l
liu d ui t on l no P d la Gandu En dhos d lui sidnt ss cinq Shin
ntllignc Pns ion ntntion ou olont Raisonnt  pincip auvas st
appl Roi ou Pinc ds nbs t il du das sa t n nbs ntou d ss cinq
Eons (ou Monds) ls Eons d la Fu du Fu du nt d lEau t ds nbs.  on d
as a oposição dos dois Princípios deve igualmente ser imaginada
de maneira dinmica. ais que substncias espaços personagens
e bem entendido mais que conceitos Luz e Trevas são rças cuja
expansão defniu o campo e a direção a nature. O em vai sempre
em direção ao to estendendose ao inifnito em direção ao Norte
Leste e Oeste. O al pelo contrário que tende em direção à aio
não tem expansão indefnida senão em direção ao Sul. 5
Quanto à Gnose judaica que é a Cabala a explicação que ela dá das dez
emanações divinas (sroth) é se possível ainda mais abstrusa e misteriosa que
a dos outros sistemas gnósticos.
No início quando a vontade do Rei começou a atuar Ele gravou
sinais na aura divina. Uma chama escura jorrou do recesso mais
íntimo do mistério do Infnito Ein So como uma névoa que
se rma a partir do inrme cingida no anel desta aura nem
branca nem preta nem vermelha nem verde e de nenhuma
cor seja ela qual r. as quando a chama começou a assumir
tamanho e extensão produziu cores radiantes. Pois no centro mais
prondo da chama jorrou uma nte da qual se verteram amas
sobre tudo abaixo oculto nos segredos misteriosos do Ein So. A
nte irrompeu mas não irrompeu inteiramente através da aura
etérea que a cercava. Era inteiramente irreconhecível até que sob o
impacto de sua irrupção um ponto oculto e superno lgiu. ém
desse ponto nada pode ser conhecido ou entendido e portanto é
chamado Rshit isto é "Início a primeira palavra da criação. 
Harnack ando da Pistis Sophia diz que é dicil achar leitura "mais
intrincada e mais astidios'  ls broié t pls tidis   e que se
tem impressão de que i escrita com "o desígnio de divulgar uma insanidade
sistemátic'   ssi  divlr  iaité sthéatiq Parece pois
que o Zohar ultrapassa a Pistis Sophia em ilogicidade e insanidade sistemática.
Do Ein So teriam emanado as dez Srot que rmariam uma espécie
de "árvore ou como que um Homem expressões que lembram o sistema de
Simão ago.

29 Mais ' opposiion des deu incipes doi égaemen êe imaginée de on dynamique. us
que des subsances, des espaces, des pesonnages, e bien enendu, pus que des conceps, Lumie
e énbes son des ces don 'epansion déni e champ e a diecion, a naue. Le Bien va
oujous ves e Hau, s'éendan à 'inni ves e od, 'Es e 'Oues. Le Ma, au conaie, qui
end ves e Bas, n'a d'epansion innie, que ves e Sud. ECH, H. C. Le Manicheisme" in
Histoir Généa ds éigo o. , p. 96.
Eis o esquema das dez emanações sefróticas saídas do Ein So tal qual
Scholem as apresenta3:

 Kete Elion a "supema coo' de Deus


 ochmá, a "sabedoia ou ideia imodial de Deus
. iná, a "inteligência de Deus
 essed, o "amor ou misericórdia de Deus
. Din ou Guevurá, o "pode de Deus, que se manista principalmente como
o poder de julgamento e unição severos
6. Tiret ou Rahamim, a "compaixão de Deus, à qual incumbe a tare de
mediar entre as duas Sefrot pecedentes o nome Tieret, "belez', só é usado
raramente
. Netzá, a "constância duradour' de Deus
 od, a "majestade de Deus
9. essod, a "base ou "ndação de todas as rças ativas em Deus
alkud, o "reino de Deus, comumente descrito no Zohar como a Knesset
"Todos os poderes divinos rmam uma sequência de camadas e
são como uma árvore  já lemos no livro ir pelo qual como
vimos os cabalistas do século III tornaramse herdeiros do
simbolismo gnóstico  dez Sefrot constituem a mística Árvore
de Deus ou árvore do poder divino representando cada uma um
ramo cuja raiz comum é desconhecida e desconhecível as o Ein
So é não só a oculta Raiz de todas as Raízes como também a
seiva da árvore; todo ramo que representa um atributo existe não
por si mesmo mas em virtude do EinSo o Deus oculto E esta
árvore de Deus também por assim dizer o esqueleto do universo;
ela cresce por toda a criação e espalha seus ramos por todas as
suas ramifcações Todas as coisas mundanas e criadas só existem
porque algo do poder das Seot vive e atua nelas
O símile do homem é usado com tanta equência quanto o da
Árvore A palavra bíblica de que o homem i criado à imagem de
Deus signifca duas coisas para o cabalista: primeiro que o poder
das Sefrot o paradigma da vida divina existe e é ativo também
no homem Em segundo lugar que o mundo das Sefrot isto é
o mundo de Deus o Criador é capaz de ser visualizado sob a
imagem do homem o criado Disto seguese que os membros
do corpo humano repetindo o exemplo que já dei não são nada
exceto imagens de um certo modo espiritual de existência que
se maniesta na fgura simbólica de Adam Kadmon o homem
primordial 
Em Valentino entre os oftas como em Filon e outros gnósticos
encontrase essa mesma ideia sobre o Homem primordial e divino modelo do
homem atual e do universo
  ] é "pelo nome do Homem que Adão i eito e ele causa o medo
do Homem preexistente o qual estava precisamente estabelecido
nele [diz Valentino]   ] Isso supõe que Deus à imagem do
qual o homem i rmado se chamava igualmente Homem
Valentino movese portanto no mesmo cenário especulativo que
nós encontramos nos Oftas e em Filon: o Cosmo espiritual é
um homem em grande escala; o Cosmo terrestre é sua imagem e
desse to é igualmente um "grande homem; quanto ao próprio
homem ele é um microcosmo ao mesmo tempo em que graças
à "semente vinda a ele do mundo espiritual é uma imagem do
protótipo "Homem; esse último aqui como nos Oftas recebe o
nome de "Homem preexistente mas não é oura coisa senão o
Cosmo espiritual imanente a Deus  5
De modo que Deus é o "Homem e as imanações divinas rmam o
Adão Primordi o Adão admon da Cabala o Cosmo espiritual modelo do
Cosmo inerior que é como um acro ntropos um "rande Homem
Para os mitos hindus:
[   o mestre das criaturas Prajapati ou o grande Homem Puruá
o Homem cósmico constitui por seu corpo o mundo interior;
que ele é o primeiro sacrifcador e a primeira vítima ao mesmo
tempo 
O homem atual por sua vez é um microcosmo eito à imagem do
universo do Adão admon e do Deus primordial
Temos então um signifcado múltiplo do que sejam os éons para os
gnósticos que podemos enumerar do seguinte modo:
Éons são emanações da divindade primeira do TudoNada primitivo
Essas emanações são também chamadas gerações ou genealogias;
Éons são potências ou habitações da divindade ou ainda rças mit
para a Cabala) divinas emanadas do Nada absoluto
Éon é o conjunto de
Cosmo espiritual o Ser em eterno repouso à imagem do qual
i rmado o mundo móvel O Éon é o mundo das ideias cuja
plenitude rma uma unidade; é ao mesmo tempo a eternidade em
oposição ao tempo Platão já havia unifcado Ideias e Números7
ais raramente éons é termo utilizado para designar os arcontes isto
é os guardiães das esras do universo material que procuram impedir que as
partículas de divindade presas na matéria universal retornem ao Pan primitivo
psa u a pcs ab  u z ao.  ... ] Ca supos u  u à
'ag duu 'ho a   s'appa g 'o.  s u doc d
 ê  spculaf u ous avos co ch s Oph  ju ch Pho 
Coso spu s u ho  gad ch  Coso   so a  d c  
ga u gad ho ua à 'ho u ê   u cocos  ê ps
u gc à a sc vu  u du od spu  s u ag du pooyp o
c d c co ch s Ophs o  o d'o pxs as  's au chos
qu  Coso spu a à Du. ESEGG as.  ose p. 0
66 [  .  ]  a ds caus Pajpa ou  gad o Puuà 'o cosu
cosu pa so cops  od  u' s  p saccau  a p vc
ou sb. ORSE  Masso.  gos d 'd  Hor Gé ds &gons
vo. p. 9
67 Coso spu '    pos à 'ag duu a    od ob.
"Se me chamas, as palavras do mal não me atrapalham e me verei livre
dos éons 
Éons signifcam ainda extensões de espaço e de tempo, isto é, as limitações
provenientes da materialidade, os mundos, as gerações, os séculos
De onde essa órmula de grande eeito mundos e gerações' que
reaparece sem cessar nos escritos mandeanos: "Vaguei através dos
mundos e das gerações, diz o redentor Para a alma não redimida
(que talvez seja a do próprio redentor) essa perspectiva do tempo
é uma nte de angústia Ao terror produzido pela vastidão dos
espaços cósicos responde o terror do tempo a suportar: "Quanto
tempo já tenho suportado a permanência no mundo 
Éons são seres dialéticos, pessoais e impessoais, reais e simbólicos,
espaciais e temporais
O termo "éon ou "século designa, para os gnósticos, entidades
hierarquizadas do universo Não se sabe explicar melhor esse
termo nebuloso senão citando essas linhas de . H. C Puech:
A Gnose é incapaz de pensar racionalmente por conceitos, ou
concretamente por apreensão, em sua singularidade, pessoas ou
eventos da história, os conceitos tornam-se para ela esquemas de
contorno mal defnido, Entidades meio abstratas, meio concretas,
meio pessoais, meio impessoais, éons agmentos de duração
ou de períodos de tempo espacializados e hipostasiados  os
elementos ou as personagens de um drama mitológico; e, por seu
lado, indivíduos e tos históricos são sublimados a meio caminho
entre o real e o simbólico 7

68 Si u m' appees, es mondes misanes ne me pendon pas au pige e je ne seai pas a
poie des Eons. GZ, G., 85 apud, OS, Hans. a igon nosu p.100.
69 D'o cee mue d'un gand ee es mondes e es généaions', qui evien sans cesse
dans es écis mandéens j'ai eé pa es mondes e es généaions' di e, édempeu. Pou
'me non édimée (qui peu êe cee du dempeu ui même), cee pespecive du emps es
À
souce d' angoisse. a eeu de 'imensié des espaces cosmiques épond a eeu des emps 
endue Combien de emps aije déj endué e séjou du monde. dem. bidem, p. 78.
70 Le eme déon' ou sice' désigne pou es gnosiques es eniés hiéachisées de 'unives.
On ne sauai mieu epique ce eme nébueu qu'en cian ces ignes de M. H. C. Puech La
Gnose es incapabe de pense aioneemen pa conceps, ou concemen pa appéhension,
dans eu singuaié, des pesonnes ou des événemens de 'hisoie, es conceps deviennen
pou ee des schmes au conou ma déni, des Eniés miabsaies, mi conces, mi
pesonees, miimpesonees, des éons' . . des agmens de duée ou des péiodes de emps
spaiaisées e hyposasiée es éemens ou es pesonnages d'un dame myhoogique e de
É interessante notar que essa ambiguidade do termo grego éon é muito
semelhante à ambiguidade de sentidos da expressão bíblica a que signifca
ordinariamente séculos e secundariamente mundos Segndo Hna Zakarias
que dá essas explicações sobre o signifcado de  em hebraico não há expressão
para designar mundo A palavra grega Cosmo só aparece nos livros dos acabeus 7 
Uma última observação a respeito dessas emanações gnósticas é sobre o
caráter claramente sexual de sua dialética que em certas seitas acabou levando
a cultos aberrantes e a práticas monstruosas como por exemplo entre os
carpocráticos
Também nas emanações sefróticas da Cabala se encontram traços de
uma religião sexu
[  a sigízia do masculino e do eminino cuja introdução no
mundo dos éons coloca a Cabala de uma maneira muito clara no
quadro da tradição gnóstica7
Os cabalistas afrmavam que a sefroth Yesod era o princípio masculino
divino e que a sefroth alkult ou Shehiná era o princípio minino da divindade
Pois a sefroth Yessod [simbolicamente o phall] do Soente
Duradouro nunca agiu na criação do mundo [pela união com sua
consorte mas exclusivamente por meio da união [do Soente
Duradouro consigo mesmo pois apenas no fnal dos tempos
ele se unirá com sua consorte as quando chegar o tempo de
o mundo ser renovado por uma simples vontade então a união
do Soente-Duradouro com sua consorte ocorrerá e se produzirá
o mistério da alma do messias da Casa de David que está no
mistério da iechidá [o mais alto grau da alma e então haverá
permanência construção e domínio 7
Também o signifcado do nome Faraó atribuído ao essias estava ligado
ao culto ico 7
27  C S, Hanna. De Moise à Mohmme-Islm ensejive, vol. pp. 2-26. 
272 [ ..  ] a syzygie du mascuin et du féminin, dont introction dns !e mone es éons place la
Kabbae, ne çon rt nette, dans le cre de a traition gnostique. SCHOLEM, Gerson G.
Les oignes d l bbe p. 6.
273 For the sera Yesod symboicaly, the phalus] of the Long Suering One never acted in
the creation of the word [by way of union with his consort, bt exsively by way of union]
with himsef, r only at the end of days wil he nite himself with his consort. But when the time
comes r the world to be renewed by his simple will, then the nion of the Long-Sering One
with his consort wil tae place, an it wil proce the mystery of the so! of the Daviic essia
who is the mystery of yehida [the bighest type of soul], a then tere shal be permanence
Se se procurar reduzir os mitos das emanações eônicas a um esquema mais
simples poderseia dizer que os éons eram para a Gnose partículas resultantes
da divisão dialética da divindade Tais partículas se opunham dialeticamente
umas  outras de modo que podia dizer que elas eram absolutamente iguais e
contrárias entre si
A igualdade absoluta entre os éons azia com que eles não tivessem
consciência de sua limitação O todo estaria em cada parte e cada partícula
conteria o todo Cada éon "viase nos outros éons de modo que ao contemplar
o conjunto do Pleroma cada partícula viase no todo e julgavase o todo e ao
mesmo tempo porque não tinha consciência do que era julgavase nada Em
cada éon portanto repetiase a diética (Tudo = Nada) que havia na divindade
primordial
Se se compara a situação das partículas no Pa-Bths com a situação atual
dos seres no universo verifcase que o que distingue os éons é sua impessoalidade
sua não individuação Cada éon não possui no Pa personalidade própria mas
az parte do ser coletivo e por isso cada éon é tudo
Uma gota d' água no oceano (supondose a igualdade absoluta das gotas}
verseia em todas as gotas e julgaria ser o próprio oceano (tudo} e não teria
consciência do que era Seria como se sse nada como se não existisse
Na Gnose bramnica dos Upanixades ensinavase que rman era a
palavra criadora e a essência do universo Cada ser material teria dentro de si um
tman (alma espírito} Porém cada ser existente seria parte e rmaria uma só
coisa com o rmantudo de onde a órmula upanixade:
"Isto tu és tu és intimamente o brman; o teu tman é o brman porque
o brman é um tma' 75
E ainda: "O tman cósmico o tman absoluto eis o que tu és 7
No comentário de A Bhagavad Gta já citado o proessor ertolaso
Stella diz que "Çamkara explica que o eu é um agmento do Supremo da
mesma maneira que o espaço num vaso ou numa casa é uma porção do espaço
universal 77
E já antes dissera o mesmo autor:
[  ] por grande Âtman se entende o inteleco cósmico e que é
emanação a bi ou inteligência individual um é puro sujeito
do conhecer a outra é propagação individual caduca 7 
275 C POVANI Umberto et CASTAGNOLA Lís. H  Fsof, pp. 16-17.
276 âtman cosmqe âtman abso voà ce qe t es. CURSEI  Masson. Les regons de
A situação de inconsciência dos éons no leroma e sua igualdade asoluta
sua identicação com o todo sua lta de individuação determinavam neles
ausência de qualquer limitação e portano de qualquer desejo Nem matéria
nem tempo nem ignorncia ou curiosidade de saer nem lei ou regra limitavam
os éons gualdade asoluta produzirá neles quietude e elicidade asolutas
Notese que para o udismo por eemplo ser é soer e a causa do
soimento é o desejo; para não soer é preciso liertarse do desejo e do ser
Nas interpretações seualóides da Gnose a ausência de desejo proviria do
to de que a divindade seria andrógina possuindo o mascuino e o eminino
eternamente unidos:
[  ] os caalistas que se astêm de empregar a imageria seual
ao descreverem a relação entre o homem e Deus não mostram
nenhuma hesitação semelhante quando passam a descrever a
relação de Deus com Si róprio no mundo das Serot O mistério
do seo como se agura ao caalista tem uma signicação
terrivelmente pronda Este mistério da eistência humana não é
para ele nada mas senão um smolo do amor entre o "Eu divino
e o "Tu divino o Santo endito seja Ele e Sua Schehiná O hierós
gamos a "união sagrad' do ei e da ainha o Noivo Celeste e
a Noiva Celeste para mencionar alguns dos smolos é o o
central na corrente inteira das maniestações divinas no mundo
oculto Em Deus há união do ativo e do passivo procriação e
concepção da qual toda vida e elicidade mundanas derivam
[   ] A nona Será essod da qual todas as Serot superiores 
soldadas na imagem do ei  uem para a Schehiná é interpretada
como a procriadora rça vital dinamicaente ativa no universo
Da prondeza oculta desta Será a vida divina transorda no
ato de procriação mstica [  ] Cumpre notar que Zohar z uso
proeminene de simolismos licos nas especuações concernentes
à Sérá essod 7
4
SEUNDO TEMA: A COSMOONIA
NÓSTICO-PANTEÍSTA

Tanto a Gnose quanto o Panteísmo rejeitam a criação  ihi


No Panteísmo, o Cosmo é apresentado como uma simples etapa
da evolução divina O universo seria um ser divino, eterno e infnito, um
organismo vivo
Para a Gnose, a passagem do Pleroma divino para a situação atual se de
por meio de uma queda, uma ruptura, um exílio, uma degradação da divindade,
que constituiu a criação Foi essa "qued', ou pecado original précósmico, que
produziu o universo e todos os males atuais, não só os males sicos e morais, mas
o que é, para os gnósticos, o verdadeiro mal, o to de ser, a existência, isto é, o
m metaísico A Gnose, como sistema irracional, não procura explicar a queda
causadora da criação: apenas a narra A história da queda divina é apresentada,
como era de se esperar, por meio de mitos descabelados e absurdos
Poderseia dizer esquematicamente que, para a Gnose, a situação de
elicidade absoluta reinante no Pleroma era uo da igudade e do coletivismo
lá reinantes e teria sido destruída por go que provocou a individuação e a
personizaço dos éons Isso teria se dado, ou porque numa das emanações teria
surgido um éon sem o contrário que o completasse dialeticamente, ou porque
um éon teria agido sem seu cônjuge, produzindo um éon dierente, monstroso
e abortivo: o Demiurgo
Esse éon dirente, por sua própria existência teria levado os outros éons
a compreenderem que não eram tudo Cada éon teria deixado de se ver naqele
éon dierente, e teria tomado conscincia de suas limitações e se individualizo
Terseia tornado algo, nem tudo, nem nada Daí teriam adivindo a desigudade,
a inlicidade, a distinção entre sujeitos, a materialização, a noção de meu e de
teu Deus teria deixado de ser tudo em todos, e a unidade do Pleroma teria
se rompido, surgindo o universo material O Demiurgo, ignorando o tendo
ciúmes do Pa-B-thos teria aprisiondo os éons na matéria
No universo criado haveria uma luta entre as partículas divinas e a
materialidade aquelas tentando se libertar desta
Vejamos alguns mitos gnósticos sobre a criação do universo

SIMÁ MAG

Esse gnoco dos tempos apostólicos ensinava que há vaos deuses


mas que acima de todos há um Deus inconcebível e desconhecido: o Propater
rmava ainda que ele próprio era a encarnação do Propater e que a mulher com
quem vivia uma meretriz que comprara para si na Fenícia era o pensamento
primordial de Deus: a Ennoia divina
Simão samaritano do qua se ogaram todas as heresias
apresenta para a seita esta teoria: tendo comprado em Tiro cidade
da Fenícia Helena uma prostituta levou-a consigo nas suas idas
e vindas e dizia que ela era o seu primeiro Pensamento a ãe de
todas as coisas e que no princípio teve a ideia de criar os Anjos e
Arcanjos por meio dele Essa Enóia saída dele com o conhecimento
da vontade do Pai desceu às regiões inriores e gerou os Anjos
e as Potências pelos quais afrma ele i eito este mundo as
depois de os ter gerado eles por inveja a mantiveram prisioneira
porque não queriam ser julgados flhos de alguém insignifcante
Eles porém ignoravam completamente quem era o Pai deles
Enóia portanto fcou retida pelos Anjos e pelas Potências que ela
tinha emitido e soeu toda espéce de aontas para que não subisse
de volta ao Pai dela até que i encerrada num corpo humano
Durante séculos transmigrou como um vaso se derrama noutro em
corpos de mulheres Entre outras i aquela Helena por cuja causa
aconteceu a guerra de Tróia e assim se entende porque Estesícoro
que alou ma dela nos seus versos fcou cego e em seguida recobrou
a vista por ter-se arrependido e escrito as assim chamadas palinódias
em que a exatava Na sua transmigração de corpo em corpo desde
o início sempre soeu arontas e ultimamente se estabeleceu num
prostíbulo; ela seria a ovelha desgarrada 
280 2. Hc Helenam qamdam pse a Tyro cvtate Phoences qaestaram cm redemsset,
secm crcmdcebat, dcens hanc esse prmam ments ejs conceptonem, marem omnm,
per qam nto mente concept angelos cere et archangelos Hanc enn Ennoa exslentem
ex eo, congnoscentem qae vt pater ejs, degred ad nrora, et generare Angeos et Potestates,
a qbs et mndm hnc ctm dxt Posteaqam atem generavt eos, haec detenta est ab
pss propter nvdam, qonam nollent progenes ters cjsda ptar esse Ipsm enm
Nesse mito gnóstico armase o aprisionamento da Sabedoria divina
na matéria Autores desse aprisionamento teriam sido os anjos criadores do
universo mas ignorantes da existência do Propater isto é da divindade suprema
e ignota O corpo humano como toda a matéria seria mau e um cárcere para o
elemento divino nele incarnado Além disso a vida seria um castigo para que o
elemento divino no homem por meio de sucessivas reencarnações se purgasse
e pudesse voltar afnal para a divindade primeira da qual viera Em outras seitas
gnósticas vai se repetir essa ideia de uma sabedoria divina decaída: Soh
ounikos. Sabedoria a prostituída encarnada numa meretriz o que lembra
rtemente a deusa razão da Revolução Francesa adorada em Notre Dame em
 9 na pessoa de uma atriz  •

VALNTIN

Segundo a Gnose de Valentino de todas as emanações só o Nous podia


contemplar o Propater Ele desejava que os demais éons também conhecessem
"a raiz sem começo e todos os éons também tinham esse desejo
Dizem também que o seu Protopai é conhecido somente pelo
que nasceu dele o Unigênito isto é o Nous que é invisível e
incompreensível para todos os outros Eões Segundo eles o Nous
era o único a deleitarse em ver o Pai e a exultar ao contemplar a
sua grandeza sem medida Ele pensava também em participar aos
outros Eões a grandeza do Pai quer enquanto grande e extenso quer
também enquanto era sem princípio incompreensível e invisível
as pela vontade do Pai o Silêncio o deteve nesta vontade de
levar todos os Eões à compreensão e ao desejo de indagar sobre o
seu Protopai E da mesma rma todos os outros Eões desejavam
secretamente ver o gerador de sua semente e contemplar aquela
que é a sua Raiz sem princípio 
transgrart n tra lbra corpora Fss at a t n la Hlna, proptr quam
Trojan contract st bll: [ .] Transgrantr at a  corpor n corps, x o et
spr contla sustnnt, n novsss ta n rnc prosttss: t hanc ss prta
ov SANTO IRINEU Con Haeses , II, 2 in Mign, Vol VII Traução xtraía de
I Cona  Hes , 23, 2
28 1 C GORCE, Prr  la  Ho R/gese d l vo/on Fnçae
282 1 . Ac Propator q s Monogn sol x s orto, hoc st, No cognt ss cnt, a
catrs onbs nc crn, nc coprhn poss Iaq Ns solus,  or sntnta, Patre
contmplans n agna volptat vrsabatr, aq nsa pss agntn consrs
xsltabat, ac rlqs ta Aonbs pltun Patrs xponr cogtabat, np qants,
Aqui é que o mto gnóstco de Valentino coloca a origem de todo o
mal: um dos éons, Sofa, quis imitar o Pai, emanando sem o auxlio de seu
éon compementar e daí tera gerado um aborto nrme, Achamoth, a matéra.
Quanto a isso, queremos notar duas coisas:
. O mito gnóstico não explicou por que a Sofa inrior teve esse
desejo mau;
 É curioso que, à matéria inrme, aorto de Sofa, considerada um
monstro, se dá também, e paradoxalmente, o nome de Sabedoria, pois
que Achaoth é nome proveniente da palavra hebraca Hochma, que
é a Sabedoria de Deus, primeira sefroth da rvore cabaística.
O último dos Êons, o mais jovem (e, portanto, o mais exterior}, isto é
Sofa (a Sabedoria}, que se lançou o mais longe e provou uma paixão
ra do abraço de seu consorte. Essa paxão tinha começado em
vizinhança do Nous e de Aletheia (Inelecto e Verdade}, propagou-se
e alcançou a Sofa por contágo; ela se declarou ogo em Sofa, de sorte
que ea perdeu a caeça, sob pretexto de amor, mas, na realidade, por
insensatez e temeridade, visto que ela não tinha com o Pa esta íntma
comunão de que gozava o Nous em sua qualidade de Filo Único. 
Fonte desse texto de Jonas é o segunte trecho do ona Haereses de
Santo rineu:
Mas o último e mais novo Eão da Duodécada, gerado pelo
Homem e a Igreja, iso é, Sofa, excitou-se grandemene e soeu a
paixão mesmo sem o abraço do cônjuge, o Desejado; essa paixão,
nascida ao redor do Nous e da Verdade, propagou-se neste Eão,
isto é, Sofa, que i alterada, com aparência de amor, mas, na
realidade, de temerariedade, porque não se comunicara ao Pai
pereito da mesma rma que ao Nous. A paixão consistia na
procura do Pai: queria  dizem  compreender a sua grandeza e
como não lhe sse ossível pelo to de prender-se ao impossível,
enrou em grande angústia por causa da grandeza do Absmo,
da imperscrutabilidade do Pai e do amor por ele. Lançando-se
Aeones omnes taie quodammodo desiderabant prolatorem seminis sui videre et eam quae sine
iniio est radiem ontemplari. SANTO INEU. Con Herses, 1 II 1 in Migne Vol VII
Traduo extraída de Idem. Con  He , 2  .
283 Cest le dernier des Éons le plus jeune (et don le plus extérieur) estàdire la Sohia (la
Sagesse) qui sélan le lus loin et éprouva une pasion hors de létreinte de son onjoint Cete
sion avat ommené au voisinage du Nos et êthéi (ntellet et Verité) séi roagée
et atteignit la Sohia par ontagion; elle se déaat bient en Sohia de sorte u elle rit la
sempre para a ente, seria fnalmente absorvida pela docura do
Pai e dissolvida na substância universal se não tivesse encontrado
o Poder que consolida e guarda os Eões ra da grandeza ineável
A esta grandeza dão o nome de Limite: segurado por ela e
consolidado, quando, com difculdade, voltou a si e já convencido
de que o Pai é incompreensível, abandonou a primitiva Entímese
juntamente com a paixão por que ra tomado por causa do
assombro e da admiração 284
Sofa, pois, não sabendo que só o Propater era cap de gerar sozino,
gerou, não um ser pereito, mas um aborto disrme Quando ela o viu, fcou
ceia de consão, de desgosto e de remorso
Para salvar Sofa, a Potência suprema ordenou que Nous e Aleiteia
emanassem um novo par de éons (o Cristo e o Espírito Santo masculino e
minino, respectivamente) Para rtalecer o Pleroma rompido por Sofa, o
Propater emanou um éon que era, ao mesmo tempo, Cruz e Limite, Stauros e
Horas, que tinam por fns respectivos restaurar o Pleroma e separálo da criação
abortiva de Sofa É o que se pode ler nos seguintes textos de Santo rineu:
Alguns deles transrmam esta paixão e retorno de Sofa em mito:
querendo er uma coisa impossível e incompreensível, gerou
uma substância amor, da rma que era possível a uma muler
Examinandoa, primeiramente entristeceuse por causa do uto
incompleto do parto, em seguida teve medo de que ele perecesse, e
por fm, como que ra de si e apavorada, isto é, consa, procurava
a causa disso e como poderia esconder o que tina nascido dela
Submersa por estas angústias, tomou o camino de volta e
procurou recorrer ao Pai Depois de curto espaço perdeu as rças
e elevou suas súplicas ao Pai e com ela rezaram tabém os outros
Eões, especialmente o Nous Dizem que é este o início primevo da
substância material: a ignorância, a tristeza, o medo e o assobro
284 2 Praesiliit aem valde ltims, et jnior, de dodecade ea, qae ab hropo et Ecesia
emissa erat, Aeon, hoc est Sophia; et passa est psionem sine complex conjgis eleti; qae
exorsa qidem ertat in iis, qi snt erga Nn et Aehiam; derivavit aem in hnc Aeonem,
id est Sophiam, demtatam sb occasione qidem dilectionis; temeritatis aem, qoniam non
commnicaverat Patri perfecto, qemadmodm et Ns. Psionem aem esse exqisitionem
Patris; volit enim, t dic, magnitdinem eis comprehendere. Dehinc cm non posset,
qoniam impossibilem rem aggrederer, in magna agonia constim propter magnitdinem
altidinis, et propter qod investigabile Patris est, et propter eam, qae erat erga em dilectionem,
cm extenderetr semper in priora, a dlcedine eis novissime re absortm isse, et
resoltm in niversam sbstaniam, nisi ei, qae conrma, et extra inenarrabilem magnitdem
cstodi omnia, occrrisset virti. Hanc aem virem et Horon vocant, a qa abstentm,
et conrmatm, vix reversm in semetipsm, et credentem jam qoniam incomprehensibilis
Alé desses Eões, o Pai gera por eio do Unigênio, se esposa e
sexo, à sua arge, o acia ciado Liie  vezes, poré, dize
que o Pai e o Silêncio coo cônjuge, ouras, que não há nele
disinção de sexo O Liie é chaado abé Cruz, Redenor,
Eancipador, Deliiador e Guia E é jusaene por eio do
Liie  dize eles  que Sofa i purifcada e reinegrada na
sizígia Porque, quando i separada de Eníese co a paixão
que a inha aingido, coninou a fcar denro do Pleroa as a
sua Eníese co paixão própria, separada, crucifcada, expulsa
dele pelo Liie, dize que seria ua subsância pneuáica,
co ipulso naural de Eão, poré se ra ne subsância,
porque não as recebeu Eis por que ese paro seria u uo aco
e einino  
Todo o draa de Sofa é apla e absrusaene explorado no oso livro
gnósico Pist Sophia Nele se cona coo Sofa caiu nas revas do Caos e lá i
assalada pelas poências das revas e especialene por ua "virude ou rça
co ce de leão Angusiada, ela aa pela luz divina que anes enrevira O
Jesus luinoso é enviado para salvála, resabelecendoa e sua posição anerior
no Pleroa divino Os resos de luz, aprisionados pelas revas nos hoens, serão
o cenro da salvação na hisória
Tudo isso eria sido explicado por Jesus aos apósolos e à sanas ulheres
nos onze anos que passara na Terra depois de que "ra ressusciado 
Disseos que o exo da Pist Sophia é absruso  guisa de exeplo,
vejase o seguine recho:

285 3. Quidam autem ipsorum hujusmodem passionem, et reversionem Sophiae, veut buam
narrant: impossibiem et incomprehensibiem rem eam aggressam, peperisse substantiam
inrmem, qualem naturam habebat mina parere: in quam cum intendisset, primo quidem
contristatam, propter inconsummationem generationis: post deinde timuisse, ne hoc ipsum nem
habeat: dehinc expavisse, et aporiatm, id est, consa, quaerentem causam, et quemadmodum
absconderet id, quod erat natum. n iis autem passionibus ctam, accepisse regressionem, et in
Patrem regredi conari: et aliquadiu ausam, tamen defecisse, et suppicem Patris ctam. Una
autem cum ea rogasse et reiquos Aeonas, mime autem Nun Hinc dicunt primum initium
habuisse substatiam materiae, de ignorantia, et taedio, et timore, et stupore.
4. Pater aautem praedictum Horon super haec per Monogenem praemittit i n imagine sua,
sine conjuge, mascuo-mina. Patrem enim aiquando quidem cum conjuge Sige, modo vero et
pro mascuo, et pro mina esse vount Horon vero hunc et Stauron, et Lroten, et Carpisten
et Horotheten, et Metagogea voct Per Horon autem hunc dicunt mundatam et conrmaam
Sophiam, et restitutam conjugi. Separata enin intentione ab ea, cum appendice passione, ipsa
quidem ina Peroma perseveras: concupiscentiam vero ejus, cum passione ab Horo separaam,
et crucixam, et extra eum cta, esse quidem spiritem substantiam, ut naturaem quemdam
Aconteceu, quando Jesus i ressuscitado dentre os mortos, que ele
passou onze anos a a alar a seus discípulos
disc ípulos e a instrui
in strui-los
-los (quem estava
estava
lá at os lugares das primeiras Ordens somente e at os lugares do
primeiro mistrio que está no interior do vu que está na primeira
O rdem, a qual  o vigsimo quatro quatro mistrio, e abaixo daqueles que
estão na segunda locaização do primeiro mistrio que está antes de
todo mistrio: o Pai à semelhança da Pomba E Jesus dizia a seus
discípulos: " Eu vim desse primeiro
prim eiro mistério que é o último mistéio
isto , o vigsimo quatro e como os discípulos não sabiam e não
compreendiam que há alguma coisa dentro desse mistrio mas
pensavam que esse mistrio era o chee do Pleroma e a cabeça de
tudo
tudo o que
que existe,
existe , pois
po is Jesus lhes
lhes havia
havia dito a respeito desse
desse mistrio:
mist rio:
"É aquele que circunda a primeira Ordem e os cinco Abismos e a
grande
grande luz
luz , e, entretan
en tretanto,
to, Jesus
Jesus não tinha
tinh a absolutamente
absolutamen te dito a seus
seus
discípulos toda a emanação de todos os lugares do Grande Invisível,
nem as três Potências Tr 9las, nem os vinte e quato Invisíveis com
todos os lugares, seus Eons e sua hierarquia do modo que eles
emanaram, pois são emanações do grande Invisível, assim como
seus Inatos, seus Autogênitos seus Engendrados, seus Astos, seus
Solitários, seus Arcntes, seus Poderes, seus Senhores, seus Arcanjos,
seus jos, seus Decanos, suas Liturgias e todos os habitantes de
suas eseras e todas as hierarquias de cada uma delas, etc. 286
As paixões de Sofa, atormentada pelos poderes das trevas enquanto estava
ra
ra do Pleroma
Plerom a divino,
divin o, sua tristeza,
tristez a, seu temor e sua
sua angústia ou estupor, i que
teriam sido o elemento original da substância do Cosmo.
É o que se pode le nos Extatos de Teódoto, conme São Clemente de
Alexandria:

286
28 6 I arva
arva lorsqe
lors qe Jéss t t resssté
resssté entre les orts
o rts ql
q l psa onze  à parler à ses
sples et à les nstrre (q se trovat) sqax lex es preers Orres seleent et
sqax lex  preer ystre q est à lntérer  vole q est ans le preer Orre
leqe! est le vngt-qatre ytre et en e n essos e ex
ex q sont as le seon Eplaeent
 preer ystre q est avant tot ystre: le Pre à la resseblane e Colobe Et Jéss
sat à ses sples: Je ss ven e e preer ystre q est le erner e rner mystre est-à-re
est-à-re le
vngt-qatre";
vngt-qatr e"; et oe les sples ne savaent pas et ne oprenaent pas ql y a qelque
hose en eans e e ystre as qls q ls pensaent qe e ystre état le hef  Pléroe et la
tête e tot e q exste  JéssJéss ler
le r avat t a set e e ystre: C C  est l q entore le
preer Orre et e t les nq
 nq Go
G o
res et la grae lre
l re  et epenant
epen ant Jéss navat pont t  t à
ses sples tote léanaton
l éanaton e tos les lex  Gran nvsble n les tros Trpes Pssanes
n les vngt-qatre nvsbles ave tos les lex lers Éons et ler hérarhe à la anre qls se se
sont éanés  e sont les éanatons  Gran nvsble nvs ble ans
ans qe lers Innés
Inné s lers Atog
Atognes
nes
lers Engenrés leurs Astres lers Soltares lers Ahons lers Povors lers Segners lers
Por sso, o Demurgo, tendo separado o "puro do "pesado,
enquanto que ele
ele penetrav
pene travaa a nature de cada um desses eementos
eeme ntos ,
"ez a uz (Gn ,, sto , ez aparecer esse eemento, o evou
à luz e à rma: pos, quanto à uz do so e do cu,  muto mas
tarde que ee a produzu (Gn 4
E, entre os eementos hícos, ee  um a partr da trsteza,
crando em sua esênca "os Espírtos do mal, contra os qus nó
temos de lutar (E 62 donde as paavras do óstoo: "Não
contrstes o Espírto Santo de Deus, no qua vó haves sdo
marcados com o seo (Eph, I } ee  o outro a partr do
medo, são os anmas selvagens o outro, enfm, a ptr do estupor
e da angústa, são os eementos do mundo (co. 28 220 No
nteror dos três eementos (matera}, o go osca, dsemna,
esconde-se, acende-se por ee, morre com ee po ee não tem
lugar reservado para s como os outros elementos que entram na
corpos.7
composção dos corpos.

 IQ
IQ SM

Vmos que para o manqueísmo


manqu eísmo havera duas rça antagncas
antagncas nca
n cas:s:
o Bem, ou a Luz, e o Ma, ou as revas. ada um deses prncíps possuía
cnco ons.
O prncípo do ma
ma  (rmã,
(rmã, Ib
Ib ss era
er a tambm
tambm chamado
chamado de
de Matra (H
(H,,
porm nã no sentdo uua. A Matra prmtv do manqueísmo era u ser
mtoógco, pessoa, atvo e esprtua, e não a smpe matra-prma a 
arstotelsmo. Essa Matra ou Ibls era, ao mesmo tempo, matera e matera.
Incamente, Luz e revas vvam ado a ado. Ma a revas, dvddas
e em contínua uta nteror, sem saberem que o Deus rte resda na Luz,
cobçar
cobçaramam a Luz, quseram possuí-a,
possuí- a, mas sem quererem ser uz.

287 Donc le Démiurge ayant sépé le pur• du «lourd• en tant qu il pénétrat la natur
de chacun de  éléments t la lumére• (en.   3) cest-à-dire t apparatre cs éléments
ls•amena à la lumire• et à la rme: r pour la lumre du solei! et d u ciel st eaucoup plus
tard quil
quil la produi
produitt (en  14 )
E t parmi
parmi les éléments hyliques il it lun
l un à ptir de la tristesse crant dans
dans leur ssence
ssence les
Esprits du Ma contre lsquels nous avons à lutter» (Eph , 2) do ls paroles de lôtre:
Ne contrist p lprit Saint de Dieu dans leque! vous av été marqués du scau (Eph I
30)  I t lautr à partr de la crnte c sont ls anmau sauvags lautr enn à partr de
la stupeur et de langoisse ce sont les éléments du monde (col 28 220) 
220) lntéreur ds trois
A Luz nada tinha para lutar e o Deus rte se recusou a enviar seus cinco
éons para lutar contra os cinco Bons das revas O Pai da grandeza ez, então, o
omem Primordial que representava o seu Eu
O omem Primordial, isto é, Ormuzd,
Or muzd, revestiu-se
revestiu-se dos cinco deuses - a
risa, o vento, a luz, a água e o go -, mas i vencido pelo Arquidemônio das
Trevas, e os cinco deuses da Luz se misturaram com as revas Daí ma do
omem Primordia ter fcado aprisionada no corpo Ora, essa ama do omem
Primordial é apenas uma hipóstase do Pai da Grandeza, mas a Luz, devorada
pelas Trevas, envenenou-as e adormeceu-as, emora fcasse retida nelas
" Por essa mescla, contudo
cont udo,, a alma se viu sumetida
sumeti da às aecçõe
aecçõess da Matéria
e, apesar de sua verdadeira natureza, degradada a participar do mal88
Para liertar o omem Primordia, o Pai ez outra emanação, o Espírito
Vivo, que, com seus cinco flhos, i salvar o omem Primordial que jazia nas
Trevas O Espírito chamou o omem Primordia e lhe deu a mão direita e o ez
sui
su irr até Deus,
De us, mas a alma permaneceu nas revasrevas
" Por essa raão,
raão, os maniqueus
maniqu eus,, quando se encontram,
encontram , se dão
dão a mão direita
em sinal de que aqueles mesmos são os que se salvam da escuridão89
Então, o Espírito Vivo venceu os arcontes e, de seus despojos materiais,
isto é,
é , de suas peles e carcaças, ez os céus e a terra Apesar disso, os arcontes não
perdem suas vidas demoníacas e continuam capazes de atuar
O Espírito Vivo, ou Demiurgo, lierta parte da luz, e, para liertar a
restante, é emanado um terceiro enviado, o Mensageiro ou Virgem de Luz
O Mensageiro organiza, então, uma "máquin' astral para salvar a Luz
ainda aprisionada Por meio das "rodas do Vento, da ua e do Fogo, a luz
liertada soe por meio da Coluna de Luz (o omem Pereito) até a Lua, que
va se enchendo de luz até fcar Lua cheia Então, a Lua derrama a luz no Sol e
para Deus, e depois recomeça seu ciclo

A CABALA

Para a Caaa,
Caaa , como é expressa
express a no Ser
Se r a
a Zohar, não havia, inici
in icialmen
almente,
te,
distinção entre Deus e a criação O universo criado seria apenas outra rma de
Deus e, como Ele, o mundo seria inteiramente espiritual
288 Par e mélange, touteis, l Âme devint sue au aetions
aetions de l a Matire et, à lenontre
de sa vrae trouva réduite à partipr
vrae natur, elle se trouva partipr au m Y Aeadre de et BOSTA,
Ttus apud A Hans  "li "lio gosq p. 289
Teogonia e Cosmogonia epesentam não dois atos dieentes da
Ciação, mas dois aspectos da mesma [ . . . ] . A Cia
Ciaçã
çãoo não
não é na
nada
da
salvo um desenvolvmento externo daquelas ças que são atvas e
viva
ivas em Deus
Deus Mesmo
Mesmo [ . . . ] .
Oiginalmente, tudo i concebido como um gande todo, e a vida vida
do Ciado pulsou sem impedimento ou disce na vida de suas
ciatuas. Tudo encontavase em elação mística dieta com tudo
o mais, e sua unidade podea se apeendida dietamente e sem a
ajuda de símbolos. Apen a Queda ez com que Deus se tonasse
"tanscendente. Seus esultados cósmicos levaa à perda da
união amoniosa oiginal e ao apaecimento de uma exstência
isolada das coisas. Toda ciação ea oiginriamente de natueza
espitu e, não sse a ntevenção do m, não teia assumdo
ma mateial. 290
A Queda, que poduziu a individuação, teia sido poduzida pela 1 ª
Sefot, Mkult ou Seiná, a Sofa ineio, ao se sepaa das outas sefot. A
Seiná é a Sofa ineio isolada no univeso matei.
A cosmogonia cabalística, que considea o Cosmo oigináio da Queda
do pópio Deus, i mais desenvolvida pela escola de Sad, no século X  A
fgua pincipal dessa escola cabalística i Isaac Luia:
[ ......]] a ma pela qual Luia apesentou suas ideias lemba
acentuadamente os mtos gnocos da Atiguidade. A
similaidade, clao está, não é intencional simplesmente o to é
que a estutua de seus pensamentos se assemela muito de peto
à dos gnósticos. 29 1
aa Luia, Deus, paa cia o univeso, teia se contaído paa deixa
u vazio em seu inteio, onde o univeso sse contido. Essa contação divina
é camada Tzimtzum po Luia. Deus contause, etaiuse, exilouse a si
mesmo. O Tzimtzum i um ato de negação e limitação de Deus eto po Ele
pópio, e, potanto, seia um ato de julgamento, pois todo julgamento defne,
delmita. Sendo assm, o Tzimtzum tea sido uma ação da sefoth chamada
Din ou Julgamento.
Oa, essa sefot é vista po alguns cabalistas como o lado mau de Deus.
otanto, a oigem da ciação estaia no mal dvino, em seu julgamento (Din).
Segundo os dscípulos de Luia:
[ .. . ] o pmeio ato, o ato do Tzmtzum, no qual Deus detemin
e, po conseguinte,
conseguinte, limta
limt a a S mesmo,
m esmo, é um ato de Dn que reve
revel
l
as raízes dessa quadade em tudo o que exste; essas "raízes do
 ugamento dvno
dvno subs
s ubsstem
stem em mstu
m stura
ra caótc
caótcaa com o resíduo
resíduo da
uz dvna que remanesceu, após
após a retrada ou
ou retramento orgna,
org na,
dentro do espaço prmáro
prmá ro da Cração de Deus Então um segundo
segundo
rao de uz emanado da essênca do EnSo traz ordem ao caos e
põe o processo cósmco em movmento, ao sepaar os eementos
e m uma nova rma 22
ocutos e modáos em
Dentro do En So se estabeeceu, então, um processo de agressão e
regressão, de o e de reuxo, de naação e de exação, ou, como dsse ms
tarde Boehme, de concentraço e de expansão
 uz dvna que restou no vazo determnado peo Tzmtzum do En
So, ura chama eschnu e o compara ao resíduo de óeo ou vnho num
recpente esvazado
ntes de r
 r adante, pode ser de nteresse saentar que esta conce
concepção
pção
do eschnu tem estreto paraeo no sstema do gnóstco Basídes
que oresceu por vota de 24 dC Também aqu encontramos
a dea de um "abençoado espaço prmorda, que não pode ser
concebdo, nem caracterd
caracterdoo por
po r nenhuma pavra, embora não não
tenha sdo totmente abonado pea "Fdade, termo com
que ee desgna a mas subme rezação das potencadades
unversas Da reação da Fdade com o Espírto Santo ou
Pneuma, Basíes afrma que, mesmo quando o Pneuma fcou
vazo e separado do Fho, anda assm reteve ao mesmo tempo
o perme deste, que mpregnava tudo em cma e embaxo, até
a matéra amor e a nossa própra rma de exstênca Também
Basídes
Basíde s emprega o síme do d o vaso
vaso em que a decada agrca de
um "unguento docemente aromátco persste, anda que o vaso
sea esvazado com o mámo cudado
Aém dsso, temos um protótpo precoce do Tzmtzum no
gnóstco "vro do Grande Logos, um desses espantosos
remanescentes da teratura gnóstca preservados peas tradções
coptas  aprendemos que todos os espaços prmordas e suas
"paterndades veram à exstênca devdo à "pequena dea, o
espaço que Deus deou para trás como o radante mundo de
uz quando Ee "recoheu a S mesmo dentro de S mesmo Esta
retrada que precede toda emanaço é repetdamente acentuada 23
Da uz dvna,  emanado o Adão admon, o homem prmord,
prmera manestação da dvndade depos do Tzmtzum Dos ohos de Adão
admon, de sua bo, de seus ouvdos e de seu narz orravam as uzes das
sroth. Estas luzes ram reunidas em "vasos. Os "vasos que receberam as
luzes das três primeiras sefroth ram sufcientemente rtes para contá-as,
porém os vasos que receberam a luzes da sete outras sefroth se romperam.
Essa "ruptura dos vaos i que desencadeou o drama cosmogônico. al ruptura
se deu, segundo Luria, porque no vazio provocado peo zimtzum, a uz divina
se misturara com as rças do mal, as  (klipot).
O mal, todavia, já existia misturado à essência divina da Sefrá do
Julgamento (Din).
Foi para se purifcar do mal que havia em si mesmo que o próprio Deus
iniciou o seu processo catárquico com o zimtzum.
Foi, portanto, a "ruptura dos vasos que permitiu a mistura da divindade
e do mal, que existe em todo o osmo.
oda a existência pasou a ser, depois disso, um processo de recuperao da
luz divina para zê-la retornar à divindade original: é o ikun dos cabistas. 

TERCEIRO TEMA: O DEMIRO

Por mais que variem os mitos gnósticos, o que eles procuram explicar é o
problema do mal, que era concebido como metasico, isto é, como ser.
Sendo Deus bom, não se poderia atribuir a Ele a causa do mal. A lsa
solução i inventar um "deus mau, responsável pela existncia de todo o ma
do universo.
No maniqueísmo, o principio do mal é posto, em certo sentido, como
igua e coeterno ao em, embora, como dissemos, se possa perceber certa
primazia do Pai da Grandeza, deus da Luz e do em.
Noutras seitas gnósticas, a oposição entre a divindade suprema e o
princí
pri ncípio
pio do mal se realiza
realiza ao afrmar-se
afrmar-s e que o deus
deus criador é o princípio
princíp io do mal
mal 
O deus criador é apresentado como inimigo da divindade abissal. Ele é
o "Demiurgo, éon dierente dos demais, personalizado, egoísta, porque não
"espos' a dialética; é ignorante, porque não conhece a divindade suprema e
coletiva do Pleroma, e se considera, por isso, o único Deus; é mau, porque
destruiu a elicidade divina, criando a desiguadade, a idividuação e a
personalização; é, por fm, o criador da matéria, isto é, do mal.
Quer na apresentação maniqueia, quer na órmua gnóstica, o problema
da origem do mal é apenas transerido
transerido e o solucionado: acaba-se por pergutar
como o Deus
Deus bom permit
per mitiu
iu um triun relativo
relativo do princípi
prin cípioo do ma.
ma . De
quaquer rma, ao se admitir que, metafsicamene ado, o ma existe, chega
se ao dualismo maniqueu gnóstico.
Na Gnose, o Demiurgo é sempre cosiderado mau e identifcado com
Saã e com Yahwé dos judeus, criador dos céus e da erra.
Esse é, com eeito, um dos pontos em que o rompimeto entre
mdad, aa o gnósco, ncaa como dvno um mundo o
d maéa, oano ssncalmn mau 29 5
Na Angudad agã, à vzs, sugam flósos qu junavam as ua
cons Fo o qu aconcu com Plaão, qu oa condnava
condnava a maéa, oa não,
, o sso, oa consdava
consdava o Dmu
D mug
goo como um s mau, oa como um s bom
bo m
Pac
Pac qu Plaão
Plaão não m m oda ar a msma lnguagm,
l nguagm, d
al mana qu s na oddo conc clmn o qu l
qu dz (Plon I 8, 1 2 ss) Pos, à vzs, l dsza odo o
snsv
snsvl
l  cnsua a unão da alma com o coo
coo (coo
( coo,, são,
s ão, c
 c ,
mundo, cavna, da d asas), às vzs ( 1 . 4 1  ss),
ss) , no Tm
Tmu, u,
lando dss unvso vsvl, lz, l dz qu a alma  dada
lo Dmugo, qu é bom ara qu ss unvso sja ovdo d
nlgênca, vso qu a cso qu l ss  qu l não oda
sêlo sm uma alma 296
Emboa com algumas vaaçõs, o Dmugo, cado da maéa, é
nomalmn asnado como o nmgo do Ds absodis sndo qu o
mo ma
m a cacauamn
cacauamn ou gnora o sgundo
O luga xao no qual a cso coloca o Dmugo vaava
sgundo as sas El oda s Yawé, o dus dos judus, qu,
sgundo o Gênss, z a a  udo o qu sá nla Em odos
os casos, a ou gnoan d Dus, o Pmo Pnco, ou su
advsáo 29
Na con gnósca, o Dmugo é sm consdado mau o s o
cado
cado da maéa Da os gnóscos
gnósc os asnam
asn am o Dus
Dus do Ango Tsamno
sam no
como mau  nmgo do Dus suo Todas a sas gnósca qu oõ o
Novo ao Ango Tsamno são nss caso Exmlo co dsso é Macon

295 Cest ici en eet


eet n
 n des points o a copre entre
entre philosophie grecq
grecqe
e et Gnose
Gnose est
es t e
e ps
appaente I y a basphme
basphme  por e sage nie r a divinité d monde Et est ne grossire impiété
sage à nier
por e gnostiqe qe de regard regarder
er comme divin n monde at de matire donc essentiellement
essentie llement
mavais FESTGI RE R André-Jean La &velon em Tmée  Vol III p 6 1 
296 I  appara
apparaitit qe Platon ne tient pas partot l e même même langag
langagee de tele mnire qon et p
l,
reconnatre ciement ce qil vet e (Plotin IV 8 27 ss) Car tantt il méprise tot le
sensibe et bâme nion de âme avec e corps (corps prison etc monde caverne perte des
aies) tantt l 41 ss) dans e Timée parlant de cet nivers visibe herex i dit qe l âme a
été donnée par e Démirge qui est bon por qe cet nivers soit porv dinteligence piqil
ait qi
qi e t et qi ne povait lêtre sanssans ne âme PLOTINO a FESTGI É  R 
André Jean La vélon  Hems Tmée  Vo III p 72
297 L pace exate à aqee i ait mettre le Démirge variit seon es sectes I povait être
Entre os caimitas, considerava-se que, sendo ahwé o deus do mal, todos
seus protegidos eram maus e que aquees que a Bíbia apresentava como maditos
por ahwé eram bons. Por isso, os caimitas tinham como patronos am, Esaú,
oré e Judas, e desprezavam el, Jacó e Moisés. E, porque a serpente se opõe
ao riador, muitas seitas gnósticas veneravam a serpente como imagem do
Primeiro Princípio, do D abscondis inimigo do Demiurgo.
Esta serpente universa, diz o Perate, é o sábio discurso de Eva.
É o mistério do Éden, é o rio que sai do Éden, é o sina com o
qual Deus marcou aim para o impedir de ser morto por aquees
que o encontrassem. Esse am é aquee de quem o Deus deste
mundo
mund o não recebe
recebeuu com
co m agrado
agrado o sacrífo, mas aceitou o sacricio
sacricio
sangrento de be, pos o mestre desse mundo ama o sangue. 28
 serpente, no paraíso terrestre, tera procurado revear a dão e Eva,
ignorantes
ignorante s , que o criador não era o Deus verdadeiro. Fora a serpente,
serpe nte, poi
p ois,s, quem
primeiro reveara a Gnose.
[ .. . ] o ato da serpente marca o início de toda Gnose na Terra. 
Gnose, por sua própria origem, leva a marca da hostilidade ao
mundo e a seu seu Deus
D eus e, por ass
assmm dizer
dizer,, um contrasseo de
de rebelião.
Os peratas, absoutamente ógicos,
ógic os, não ttubearam em considerar o
Jesus histórco como encarnação particular da Serpente unversa',
isto
is to é, da serpente
serpente do Paraí so onde se viu um princípio. 2
Paraíso
Tavez,
avez, em neuma
neum a Gnose tanto como na
n a de Marcon, se tenha sublinhado
tanto o ódio ao Deus do ntigo Testamento, identifcado com o Demiurgo.
E Marcion, cujo ódio ao Deus criador do ntigo Testamento o
lou  concusões mas radcais sob todos os pontos de vista,
ensnava que, se risto desceu aos Inernos, i só para redmir
aim, oram, Datan e biram, Esaú e todas as nações que não
aceitaram o Deus dos judeus, enquanto be, Enoc, braão, etc.

298  st vsl t l t st l s sos l  yst  l É
so s Ev  st l
st l v  so  l É  st l s ot D   o 'êh êt êt
t  x  l ott   st l ot l    o   l
s s l l  l s st Abl  l t   o  l s SANT
st Abl SANTO O
H I Ó LITO DE ROA Phsohm  76
299
29 9 [   ] lt  st 
 l ot
ot  tot Gos s s  t L Gos 
  son
o ê ot l su   hostlt  o t à son D t o s  u ot
ot
s
s  bllo
ram abandonados nesse mundo neror, pos tnha serdo ao
Crador e se comprazdo em sua le. 3
E o gnóstco Cernto ensnaa que:
[ ... ] o mundo não  eto pelo prmer Des, mas por uma
Potênca dstnta e bem atada da Potênca que está acma de
toas as as coss que não conheca o Des que está to.33 1
est á cm de to.
O mundo  eto não pelo prmero Deus, mas por m Potênca que
estaa muto longe e muto separada dele, a qua está acma do unerso, e que
gnoraa a Deus que está acma de todas as cosas.
ambém Cerdon, Cerdon , como
como Marcon
Marc on,, opun
o punha
ha o Des
Des do ntgo
ntgo estamento
ao Pa de eus Crsto:
Cr sto:
[ .  . ] ensnou que o Deus anuncdo pela e e os proetas não é
o Pa de nosso Senhor esus Crsto: o prmero é conhecdo, o
egn é ncgnscíe, m t,  tr m.3 
Para Vaentno e seus segudores, o Demurgo er um ser gnorte que
crra um unerso crcato por não conhecer o mundo do eroma:
segrm qe o Demrgo ga ter prz tdo o de
s mesmo, mas que ra por ora e cot qe ez o cé sem
conhecer
conhecer o é, que plmo
pl mo o hmem sem conhecer o Hmem,
Hmem ,
ez parecer  terr sem conhecer  err, e m cm t 
cosas, gnrno os moel os seres qe z. gnrn té 
própra Mãe, mgn er ee t  c.  
3 Et Marcion, que la han du u-cratur de 'Ancin Ttant conduisit  d conclsions
ais  tous points de vu, nseignait que si le Chist dscndit au nrs,  t uniqunt
pour sauvr Can, Coré, Dathan t Aia, aú, et touts s nations qui n rconnurnt p !e
Diu d Jui,
Jui , tandis Ara  t ls autrs re aadonnés  !e 
ta ndis quA, Enh, Noé, Ara
monde,  qui avaint sei !e createur et pris pasir  sa oi. Idem. Iide, p.  3  
3  . [ . . .  non a primo o fctum  mundum
mund um docuit,
docu it, sed a Virut quda
quda vad
vadee sepaata,
sepaata,
et distate a ea pincipitat, quae st supe universa, et ignorate eum, qui st super omnia,
Deum. SATO INEU. Con Hrs, , VI, l in Migne, Vol. VI. VI . Traduç
Traduçoo extrída
extrída de
Idem. Con  Hs, , 6 
3   [ ... ] ui a lg t pophtis nnuntiatus sit Deus, non  Patrem Domini nosti Jsu
3
Chisti. Hunc enim cognosci, illum autem ignorai: et ateu quidem justum, atrum autm
bonum  SATO INEU. Con Hrs, , I,  in Migne, Vol. VI. Taduço
d Idem. Con  Hss, , 7 .
extída d
33 3 Haec autem Demiurgum dicunt a semetipso uidem putasse in totum fbrise; eciss
autem ea Achamot. oelum enim cisse nscientem coelu, et hominem plasmasse ignorntem
ominem, te autem ostenise non scientem tea, et in omnius sic icunt ignorse eu
[   ]
É po isso que o Demiugo incapaz de conece as coisas
pneumáicas pensou se o único Deus e pelos poeas disse: Eu
sou Deus e não á nenum ouo a de mim Em segundo luga
ensinam que as coias espiiuais más am eias pela iseza;
daqui se oiginaem o diao que cama amém de eno do
mundo os demônios e oda
oda a susância pneumáica do mal
mal as
as 
afmam enquano o Demiugo é o flo psquico da ãe deles
o eno do mundo é ciaua do Demiugo e enende as coisas
que esão acima dele poque é espio do mal ao passo que o
Demiugo as desconece po se de naueza psquica4
ano Hipólio mosa que os peaas idenifcavam o ciado com o
demônio pois aplicavam a ele o que o Ciso afmava do demônio que ele ea
omicida desde o pincpio e inimigo do ai de Ciso que esava nos céus
Quando poano o alvado diz Vosso ai que esá nos céus
ele ala daquele do qual o Filo omou as caacesicas paa
as anspoa aqui emaixo; e quando ele diz Vosso pai que é
omicida desde o pincpio (C Jo ,), ele ala daquele
que é o ese e o aesão da aéia daquele que omando
as caacesicas ansmiidas pelo Filo geou aqui emaixo
Ele é omicida desde o pincpio pois é sua oa que poduz a
coupção
coupção e a moe
mo e 
aslides confma essa idenifcação gnósica do Demiugo com o Des
dos judeus:
Os jos que ocupam o céu ineio o que nós vemos fzeam
odas as coisas
coisas do mundo
mundo  dividind
divid indoo ene si a ea e os povo
povoss que
se enconam nela O cee de odos eles é aquele que passa po
Deus dos eeus Ese quis sumee aos seus omens iso é os
304 4. [ . .  ] Et propter hoc superiorem eum exsistentem praesci
praescire
re quae sunt spiritalia
spirital ia et se putasse
putasse
solum Deum et per prophetas ixisse: Ego Deus et praeter me nemo. De tristitia autem spiritalia
malitiae oent cta: une et iabolum genesin habuisse (quem est Cosmocratorem vocant),
et aemonia et omnem spiritaem malitiae substantiam. Se Demiurgum quiem psychicum
lium
li um matris
matris suae icunt
icu nt Cosmocra
Cosmocratore
torem
m vero
vero creaturam Demiurgi:
Demi urgi: et Cosmocrator
Cosmocratorem em quiem
intelligre
intelligre ea quae sunt supra
sup ra eum quoniam sit spiritlis
spi ritlis malitia;
ma litia; Demiurgum
Demiurgum verovero ignorare cum
sit aialis. SANTO IRINEU. Con Herses I  4 in Migne V. VII. Iem. Con 
Hers I 5 4
305
30 5 an
an n le Sauveur it: Votr Votree P
P q i e s t ans ls ciex il parle e celui o le Fils
a ris l tt or ls trnsportr ii- ; t q il it : Votre pre est hoici ans le
oncment (c. J VII 44) il par  celi qi est l Mtr et lartisan e la Matire
ereus, as outras nações. Então as outras Potestades insurgiram
se e comateram este povo, e por este motivo tamém os outros
povos combateram o dele.306
 mesmas doutrinas eram ensinadas por aqueles que Santo rineu cama
de Barelonits.
Depois, movida pela simplicidade e pela ondade, gerou um
complexo de Ignorância e Presunção que eles dizem ser o
Protoarconte, artífce deste universo. Ele tirou um grande poder
de sua Mãe e se aastou dela nas regiões ineriores e criou o
frmamento do céu, no qual dizem que mora. Sendo a Ignorância,
criou as Potências que estão aaixo dele, os jos, os frmamentos
e todas as coisas da terra. Em seguida uniu-se à Presunção e gerou
a Iniquidade, o Ciúme, o Homicídio, a Vingança e a Paixão.
Gerados estes, a Mãe Sfa giu e se regiou contristada nas
alturas, enquanto, a contar de aixo, se rmou Ogdôada. uando
ela se astou, julgando estar só, disse: "Eu sou um Deus ciumento
e aora mim não á nenu''. Estas são as mentiras deles.3 07
Os camados Oftas davam ao Demiurgo o nome de Jaldaaot e le
atriuí a mesma ignorância já comprovada pelos textos gnósticos citados.
Jdaaot, ceio de contentamento, vangloriava-se motivado por
todas estas coisas que le estavam sumetidas, dizendo: "Eu sou o
P e Deus, acima de mim não á ninguém. Ao ouvir isto a Mãe le
gritou: Não mints, Jaldaaot, porque acima de ti á o P de todas
s coisas, o Primeiro Homem, e o Homem, Filo do Homem.3 08

306 4 Eos ate q posters contnent coel Angelos qo eta a nobs vetr
consttsse ea qae snt n no ona et partes sb csse terrae et ea qae sper
ea snt gent Ee ate prncpe psor e q Jaeor ptatr esse Des
Et qona c ss onbs  est Jaes volt sbcere relq gentes relqos ones
prncpes contra stetsse e et contra egsse SANTO IRINEU Con Hrss, I  4 n
Mgne Vol VII Trao extraía e Ie. Con  Hrs I 24 4
307 4 [  ] oc ate ops es ee Proaconte cnt brctore contons 
vrtte ate agna abstlsse e a are narrant et absttsse ab ea n nrora et csse
raent coel n qo et abtae cnt e Et c st gnoranta ecsse e qae snt
sb eo potestates et agelos et raent et terrena on Dene cnt ant e
ate genere n elon et pton et ernnn et epta Generts ate s
ter Sop contrsta re et n ltora ect et t eors netb ctonto I
gtr seceent se sol opnt ee et propter oc xsse Eo sm D lo  m
n s Et  e t ttr SANTO IINU on Hss I  4 n Me
V VII Ie n  Hs I 29 4
Por isso, tanto os mandeanos anto os maies pnam na boca de
dão paavras de madição contra o criador do corpo.
Nm texto da Gnose mandeana, ê-se: adito seja o criador de me
corpo, o e pôs grilões em mina ama, e esses rebedes e me escravizaram.309
H. C Pec resme m texto manie de éodor Bar Kôna sobre
a criação de dão em e se mostra como o Svador ess  o Lminoso,
Ormzd, o Homem Primitivo o o Filo de Des} revelo a dão sa verdadeira
natrza dvina aprisionada agora nm corpo matera. Qando dão se de
conta de se trste estado...
Então dão oo e coro. Ee eevo rtemente a voz como m
eão rgno, arraco os cbeos, bate no peto e dsse: adito
seja o criador de me corpo, aee e pôs griões em mina
ama e esses rebedes e me escravizaram.3 1 0
arcion opna o artesão, o Demirgo, o soberano deste éo, o
des da criação o da geração, e era possíve conecer, ao des esconddo,
ao des desconecido, o estrangiro. O Demirgo seria jsto e ator da ei
do ntigo estamento, enanto e o des do Novo estamento seria bom e
msercoroso, m es-aor.
Por isso, dever-se-ia rejetar a e e as coisas deste mndo, e bastara a é
paa a savação, sem necessidade de obras.3 1 1
o ss  embrar mto a tese terana a é sem as obras, bem como
a decração de tero: oisés é m omem mito m, seo do Des do
a  oe cest un omme s mauva sedu ieu du a.
 penetração e ideas gnóstics no teranismo, aás, é nsinada peo
seginte texto e Lesegang:
m exempo permitrá mensrar a repercssão da cosmoogia
gnóstc  e sa correspondente Wcauung. rata-se e ma
gravra e madera da escoa de Dürer e tirada da primeira Bíbia
competa e Ltero, impressa em 14 em ittenberg por Hans
L. O conjnto nspira-se novamente na narrativa bíblica da

IRINEU on Hses I  6 n Mn Vol VII Trao xtraía  I on 
H  0 6
09 Mar alr a réar  on ors à l y a lé on â  ax rblls 
on assrv JONAS ans  rgon nosqe 20
 O Alors Aa rara  lra I élva rn la vox o n lon rssan s arraa
ls vx s raa la orn   Malr alr a réar  on ors à l 
criação.  fguras tenebrosas de prótomos desapareceram. Deus
Pai ançase sobre o mundo um ohar peno de bondade. Ee não
tem mais o mundo em sas mãos ee oa sobre sua obra numa
pura uz. Tudo é amáe e tranquio.  esera compenetram
se discretamente mas é possíe ainda distinguias. Contudo
o mundo continua a estar circuado por um círcuo de go
obscuro que isoa o mndo terrestre do reino da uz no qua
Deus goerna.3 1 2
Na Rerma Protestante maniestase de modo caro uma tendência a
diinizar o homem nas seitas anabatistas herdeiras do Panteísmo e da Gnose
dos Irmãos do Lire Espírito.
Também no uteranismo se pode notar o mesmo enômeno. Lutero dee
suas tendências gnósticas mais caras ao pensamento de estre Echart. ém
disso Lutero não desconhecia a Cabaa. iá o estre Gera de sua Ordem  os
Eremitas de Santo gostinho  quando da reota uterana era o cardea Guido
de Viterbo que i um dos mais amosos cabaistas cristãos da nascença. 313
Vejase por exempo o seguinte texto de Lutero citado por Feurbach:
O outro homem será renoado para ier uma ida espiritua; será
igua a Deus em sua ida em justiça em gória e em sabedoria.3 14
Ou este outro:
"Deus é onipotente; porém aquee que crê é um Deus (Lutero T.
I X p. 20. Em outro ugar Lutero chama à é "criadora da
diindade. Certamente agrega a restrição o que a partir de seu
ponto de ista é necessário: "isso não signifca que ta homem creia
em um ser diino e eterno a não ser que o ceia em nós (Lutero
T I p ).315
32 Un xpl pta  s l tntssnt  la cosolog gnostq t  sa
Wltanschang cosponant I sagt n gav  bos  lcol  Dü t t  la
p Bbl copt  Lth p n  534 à Wttnbg pa Has L. nsbl
snsp  nova  ct bblq  la caton  gs tnbss  potos ont
spa. D l P abass s l on n ga pln  bont. I n tnt pls l on
ans ls ans l plan s son ov ans n p l. Tot st aab t tanqll
Ls sphs s copntnt sctnt as on ls stng nco Nanons  on
contn êt nccl pa l ccl  f obsc q sol l on tst  oya  la
l ns lql D tn LEISEGANG Has  Gnose p 23
33 Cf SECRET Fanços. Les kbbes chens d l rnnce pp 06-  26
34 El oto hob sá novao paa vv na va sptal; sá gal a Dos n s va n
jstca n gloa y n saba (Lto T 1 p 329) LUTERO ap FEURBACH L. L esenc
Cuiosamene, o demiuo é camado ambém de ua (topos) alvez
poque, ciando a maéia, ciou ambém o espaço, o lua e o empo: Nos
amenos de Teodoo, esá dio ambém Lua; na adição judaica, aase
de uma maneia indiea de se nomea Deus3 6
No Apó Joo livo nósico descobeo em enoboson e do qual
Jean Doesse dá um esumo, naase um mio semelane ao dos valeninianos
Dizse aí que, do deus pimodial inconcebível, suiam muias
emanações A úlima das emanações, Sofa, eia queido cia sozina, como
o Pai, iso é, sem cônjue Ela eou enão um monso com apaência de
sepene e de leão  camado Jaldabao, Sada ou Samael  o deus ceo ou
deus dos ceos3   , que se onou o Demiuo do mundo ineio Ele eou com
a Inoância doze acones ou poências Compleada a ciação, e inoando
o mundo supeio, Jaldabao poclamouse o único deus: Eu sou um deus
ciumeno e não á ouos deuses além de mim3  8 Nesse mesmo livo nósico,
sempe que Ciso se eee a os bíblicos, ele diz a São João: Sobeudo, não
compeenda isso da maneia como Moisés a disse39
Uma obsevação a espeio do Demiuo é dada po um exo de eisean
Falando a espeio da Gnose de Simão Mao, esse auo afma que o Demiuo
ea paa aluns o lado espiiual desse mundo, dando uma apesenação dialéica
do Demiuomundo basane cuiosa:
Não se deve, em pimeio lua, jamais pede de visa que o
Demiuo mau e o mundo mau mam uma unidade indivisível
o Demiuo é simplesmene o lado espiiu do copo do mundo
É do Deus bom que pocede o mundo mau e esse, po um
pocesso inveso, vola novamene ao Deus bom No ciclo do vi
a se e sob a pessão de uma dialéica que deve se desenvolve do
bem ao mal e do mal ao bem, a aceiação de um deus cósmico
mau é uma necessidade lóica Que esse Deus mau descobeo à
ça de aciocínio ena sido em seuida idenifcado, seundo as
dieenes eapas da Gnose, com o Iavé judaico, com o diabo, e

es necesario, la resriccion: esto no signica qe tal hombre cree n ser divino y eterno sino qe
lo crea in nosotros" (T IX, p. 1 6 1 ) . Idem. Ibidem, p. 299, nota 1 02.
316 Dans les Extraits de éodote, il est dit assi Lie" tot co (topos); dans la tradition jive,
ct ne çon détornée de nommer Die JONAS, as.  rgon osqe p. 250 nota 1.
mesmo com Satã, isso é apenas secundário e prova simplesmente
as relaçes de um sistema concebido por si mesmo com elementos
postos à sua disposição peas religies e mitoogias anteriores.30

320 I ne ut tout abor jamais perre e vue que le Démiurge mauvais et le mone mauvais
me une inivisible unité; le Démiurge est simplement le cté spiriuel u corps u mone
C est u Dieu bon que proce le mone mauvais et celuici pa un processus inverse emonte
au bon Dieu. Dans le cycle u eveni et sous la pression  une ialectique qui oit se évelopper
u bien au mal et u m au bien lassomption un ieu cosmique mauvais est une nécessité
logique Que ce Dieu mauvais écouvet à la pointe e la pensée ait été ans la suite ientiée
suivant les iéenes étapes e la Gn c le vé juif avec le iable voie ec Satan cela
6
QUATO TEMA: A ANTOPOENIA

A Religião do Homem, quer na rma panteísta, quer na rma gnóstica,


tem de dar uma importância centr ao papel do Homem
Para o Panteísmo, são três as rmas assumidas pela divindade:
  O Deus primordial;
 O Cosmo;
. O Homem.
É o que se afrma no Hermes Trismegisto: "O mestre da eternidade é o
primeiro Deus, o mundo é o segundo, o homem é o terceiro. 2
A mesma doutrina já ra exposta no Poimandrs: "[ . ] o homem é o
segundo Deus, um animal imortal 22
E também já i dito que o homem é um animal divino: ssim,
ousemos dizer que o homem é um Deus mortal e que um Deus celeste é um
homem imortal. 2
O homem seria, pois, um microcosmo, enquanto o Cosmo seria um
megaantropos
Na Gnose, o Homem é um tema centra, já que ele é o ponto que une
o espiritu e o material, e é, portanto, o ponto inicial do retorno à divindade.
Também a Gnose repete a ideia da relação omem-Universo: "Pois s o
homem é uma redução do universo, isso signifca que o universo é um homm
ampliado, um Athroos igan 2

32  atre e léternité est le preier Die !e one est !e secon lhoe est !e troisie.
TSMEGISTO eres p  28
322 [ . ] l hoe est !e secon Die n aial iortel Ie. Ibie p. 48 .
323 nsi osons ire qe lhoe est n Die orte! et qn Die céleste est n hoe
O Antropos é assimiado, por certos sistemas, ao universo, ao
macrocosmo: para os naasenos, é peo conecimento do Homem,
isto é - nesse sentido - do universo, ue se cega ao conecimento
de Deus. O mundo espiritua é um Homem preexistente
imanente a Deus; mas o Cosmo, ue é sua imagem, é iguamente
um grande Homem, o macrocosmo, o omem terrestre seria,
ao mesmo tempo, um microcosmo ue resumiria o universo e -
pea semente espiritu ue possui - uma imagem do Aama
ceeste. Nas Homii menn encontramos uma teoogia
atropomorfsta, ue é como a concusão extrema da doutrina do
macrocosmo-microcosmo: O Deus verdadeiro é auee de cujo
corpo umano possui a rma.35
O maniueísmo identifca o Homem Primordia com o deus da uz,
Orzmud, e com a própria ama do Pai supremo.
A Mãe [primeira emanação do Pa de Grande]  agumas vezes
camada Ramratuk  projeta, por sua vez, o Homem Primitivo,
assimiado, nas traduções iranianas dessa mitoogia, ao deus
Ormizd. [ ...] Convém, antes de tudo, subinar ue o Homem
Primitivo não é senão uma ipóstase do Pai de grand, o próprio
Deus. Na cosmogonia maniueia, reproduzida por éodore bar
na o Pai diz exatamente: Eu não enviarei nenhum (de meus
éons} à guerra, mas eu mesmo irei, eu utarei por mim mesmo, por
mina am'. O Homem Primitivo é, portanto, idêntico a essa ama
ou, como o diz o maniueu Fatus em Santo Agostino, ee é eito
da substância de Deus, sendo a mesma coisa ue é Deus' �.36

325 Atropos st asslé par rtans systs à lnvrs a aroos por ls
Naassns st par la onnassan  lo st-à-r  n  sns   lnvrs qon
arrv à la onassa  D.  on sprtl st n o préxstant" annt à
D; as l osos q st son ag st égant n gran o" l aroos
ho trrstr sra à la s n roos résant lnvrs t  par la sén" sprtll
ql poss  n ag  lAaas élst Dans ls oéls Cléntns nos trovons
n téolog antropoorpst q st o labotssnt xtrê  la otrn 
aroos-roos " D vértabl st l ont l orps an port la r"
TIN Srg Les Gnosqes p 5 1 
326 L Mr [prra anao o Pa  Granza  qlqs applé rât  prott
à son tor o Prtf assé ans ls tratons rannns  tt yolog a
 Orz [  I onvnt tot abor  solgnr q lo Prtf nst qn
ypostas  Pr  granr D lê Dans la osogon anénn rprot par
éoor bar na l Pr t xatnt J nnvrra an ( s éons) à la grr as
ra oê  lttra par oê par on â o Prtf st on ntq
Na Índia, o deus supemo, aman, ea amém camado de omem
(Puuska):
Tu és o impeecível supemo que é peciso conece, u és o supemo
apoio de odo univeso, u és o eeno guadião da lei aniga, paa
mim, penso, u és o sempieno omem3 27
O supemo aman, a supema aiação, a supema puifcação,
o eeno omem, o pimeio deus, o Seno sem nascimeno 328
Tu coneces a i mesmo, po i mesmo, ó omem supemo, ne dos
sees, Seno das ciaus, Deus dos deuses, egedo do mundo 329
Tu és o deus pimodial, ó omem anigo, és dese mundo sempe
a ase, és o conecedo e que deve se conhecido, és a supema
sede, u pemeias o univeso, ó ma infnia33 0
Leisegang confma as ideias que elacionam o omem e o Cosmo com
um exo de Pilon:
"Alguns ousaam, disse ele, assimila o animal déil que é o omem
com o Cosmo ineio, pela azão que amos (Cosmo e anopos)
se compõe de um copo e de uma alma acional, de maneia que
eles nomeiam alenadamene o omem de pequeno Cosmo e o
Cosmo de gande omem (Quis e Div e § 1. Da mesma
maneia que o anopos é um mico Cosmo, o Cosmo é um
mega anopos O "gande omem em quesão não é oua coisa
senão o CosmoLogos, a ciaua pimeia oigináia dos pincípios
imodiais, o se andógino, unindo em si o spíio do Pai e da
Maéia maeial pimodial33 1
Fançois Sagnad, em uma de sus nos aos i  éo afma que:
Philon já disinguia uma pimeia mação, a do omem ideal, e
uma segunda, a do omem conceo, aseado em duas passagens

327 A aava G X 18.


328 Idem. X, 1 2.
329 Idem. X, 1 5.
330 Idem. X 38.
33  Certains ont osé, dit-i, assimier ! anima chétif quest homme au Cosmo entire, pour a
raison que tous deux (Cosmo et antrôpos) se composent d un corps et dune me raisonabe, de
sorte qu is appeent tour à tour  homme un petit Cosmo et e Cosmo um grand homme." (Quis
r Div Her. §  55). De même que  anth un microcosmos, e Cosmo
do Gêneses (12 e 2- alegoria que pode ter uma origem mais
antiga ainda. 2
O homem teria sido criado pelo Demiurgo sozinho ou com a ajuda
dos arcntes (potências ou anjos) planetários, tomando por modelo o Adão
Primordial. O Demiurgo, éon maligno, teria aprisionado, de propósito ou por
ignorância, algo da substância divina no corpo do homem.
Conrme outros mitos, a centelha divina, ao cair no Cosmo, teve de
atravessar as sete eseras planetárias. Em cada uma delas, o arcnte respectivo
eria dado algo da matéria de sua esera para constituir o corpo do homem.
Poranto, assim como o universo é envolvido pelas sete eseras dos planetas,
ssim também o homem é sica e espiritualmente envolvido por sete camadas
materiais planetárias e pelos sete pecados capitais.
 medida que as mas descem, arrastam consigo a torpeza de
Saturno, a cólera de arte, a concupiscência de Vênus, a avidez de
ganho de ercúrio, a sede de poder de Júpiter.
 coisas que se prendem à alma em sua viagem descendente têm
o carácter de entidades substanciais, aida que imateriais, descritas
com equência como invólucros' ou vestidos'. Desse modo, a
alma terrestre que resulta dessas adições é comparável a uma cebola
com suas camadas; segue, mas em ordem inversa, o modelo do
Cosmo: o que é exterior é interior aqui; e uma vez a operação
concluída na incarnação, o que há de mais interior no dispositivo
das eseras do Cosmo, quer dizer, a terra, é, para o homem, a sua
veste mais exterior, quer dizer o corpo. Que sse uma coisa sinistra
para a alma, os órfcos o tinham pregado desde há muito tempo,
e seus ensinamentos serão ressuscitados na era do gnosticismo.4

332 Phion distinguait déjà une prémire rmation, cee de Homme idéal, et une deuxime,
cee de homme concret, sur a base de deux recits de a Gense l, 27 e 2, 4-5) alégorie qui
peut avoir une origine pus ancienne encore. SÃO CLEMENTE DE ALEDRA  d
7éoe pp 55-57 nota 8
À
333 mesure que es âmes descendent, ees entraenent avec ees a torpeur de Saturne, e
courroux de Mars, a concupiscence de énus,  apreté au gain d e Mercure, a soif de pouvoir de
Jupiter. SERS. S  néd , p 714.
334 Les choses qui sattachent à âe dans son voyage descendant ont e caractre dentités
substantiees, quoique immatériees, et on es désigne souvent comme des enveoppes ou
vêtements De a sorte, âme terrestre qui resute de ces additions est comparabe à un oignon
avec ses tuniques, ee suit, mais à rebours, e mode du cosmos ce qui est extérieur est intérieur
ici; et une is opération parachevée dans incarnation, ce qui y a de pus intérieur ds e
dispositif des sphres du cosmos, c est-à-dire a terre, est à homme son vêtement e pus extérieur,
O dão crado peo Demurgo tera sdo um ser raco, eo, rastejante,
pos não tnha membros, e bssexuado. O nsuamento do espírto dvno nesse
ser abortvo é que o tera tornado ereto.
dão não sera o responsáve peo pecado e peos maes do mundo, peo
contráro, sera u desvítma do Demurgo cumento e gnorante que procurara
manter o homem "adormecdo, sto é, gnorando o que tem de dvno.
guns textos confrmam o exposto acma:

MNANR

"Este corpo eêmero e enermo que ees os dscípuos de Menandro


não temam chaar de mau sera guamente, a acredtáos,
obra dos anjos. (Tertuano, De restauratone carns, p.  Essa
opnão se encontra presente já em Phon. Querendo expcar o
pura de Gêness,   26: Façaos o homem à nossa magem e
semehaça, Phon escreve: "Mosés nsnua a ntervenção de
outros coaboradores, porque, nas decsões e nas ações nocentes
do homem reto, é Deus, o retor dos seres, do qua é o autor,
sendo as ações opostas provenentes de outros seres que a ee são
subordnados, porque o Pa não podera ser causa de ma paa seus
fhos ora as atas e as ações pecanosas são um ma.335

SATUIN

Saturnno, como Menandro, pega um únco Pa, não conhecdo po


nnguém, que ez os njos, os canjos, as Potêncas e as Potestades.
Sete destes njos fzeram o mundo e tudo o que há nee. Também
o homem é cratura dos njos: quando apareceu do ato, vnda da
Potênca supema, uma fgura lumnosa que ees não conseguram
reter, porque ea ogo votou  aturas, anmaramse uns aos outros
dzendo: Façamos o homem à magem e semelhça dea. Mas a

335 e corps éphére et nre qls [os scíplos e Menanro ne cragnent pas appeler
avas serat égaeent à les en crore l oevre es anges. (Tertllen De restaratone carns
p. 5.). ette opnon se rencontre éà ch Phlon. Volant explqer le plrel e Gense I, 26
Fasons lhoe à notre age et à notre resseblance Phlon écrt Mose nsne lnterventon
atres collaboraters parce qe ans les écsons et les actons nnocentes e lhoe rot
cest De le recter es êtres q est later les actons opposées provenant atres êtres q
criatura que i ita não se podia levantar por usa da aque
dos njos e se arrtava como verme. Então a Potência do alto teve
compaixão dele, porque tinha sido ito à sa imagem, e ançou uma
ulha de vida qe  o homem levntar, atica-se e viver.33
Lacarrire, comentando esse pré-homem miserável descrito pelos
discípulos de Saturnino, diz que esse ser lembra os primeiros anbios que teriam
deixado as águas para viver em terra frme. 337

FITAS

Os oftas, gnósticos cultuadores da serpente  daí seu nome  afrmavam


que do Demiurgo, Jaldabaoth, teriam emanado vários éons ineriores e,
exultando, ele teria proclamado ser seu único deus. Porém, ao er isso, ele teria
sido desmentido por sua mãe que afrmava haver acima dele o Pai supremo,
o Homem e o Filho do Homem. Jaldabaoth teria, então, convocado os anjos
dizendo: "Vinde, çamos o homem a nossa imagem.
Mas as seis Potências, ouvindo isso, juntaram-se e fzeram um
homem de largura e altura imensas, conrme a ideia de omem,
inspirada nelas pela Mãe, para esvaziálas com isso de seu poder
original. Como só sse capaz de se arrastar no solo, levaramno ao
Pai delas, enquanto Sofa encarregava-se da tare de eliminar dele
o orvalho da Luz, para que, desprovido do poder, não se pudesse
mais levantar contra os que lhe estão acima. Enquanto soprava no
homem o álito da vida, sem se aperceber, erale tirado o poder. O
homem, porém, possui desde então a inteligência e o pensamento
 dizem que é isso que o salará  e logo agradeceu ao Primeiro
Homem, sem se importar com seus Criadores.
Cheio de ciúmes, Jdabaoth quis então arruinar o homem por meio
da muler, por isso a tirou do pensamento dele; mas Prunico tomoua
e invisivelmente a esvaziou do poder. Os outros se aproximaram,
336   Satrnns qem, smlter t Menaner, nm Patrem ncogntm omnbs ostent
q ct Angelos, Acangelos, Vrttes, Potestates A septem atem qbsam Angels mnm
ctm, et omna qae n eo. Homnem atem Angelorm esse ctram, esrsm a smma
Potestate lca magne appaente, qam cm tenera nom potssent, nqt, eo qo statm
recrrert srsm, aortat snt semetpsos, centes Facams omnem a magnem et
smltnem q cm cts esset, et non potsset erg plma, propter mbeclltatem
Angelorm, se qa vermcls scarzaret, mserantem ejs e sper Vrttem, qonam n
smltnem ejs esse cts, emssse scntlla vtae, qae crext omnem, et artclavt, et
adm  a sua bee, deram-e o nome de Eva e apaxonados,
ge dea fos que, dzem, são os Anjos A Mãe dees então
procurou por meo da serpente nduzr Adão e Eva a esobeecer
à ordem de Jdabaot Eva acredtou cmente, como se tivesse
escutado a voz do Fo de Deus, e convenceu Aão a comer do uto
da árvore que Deus es probra comer Depos de o terem comdo,
dzem, coneceram a Potênca que está acma de todas as coisas e se
staram de seus Cradores Prunco, vendo que tina sdo vencido
por obra dea, fcou muto contente e grtou novamente que,
existindo já um Pai ncorruptível, Jadabaot mentira ao se atrbuir
o nome de Pa e que exstndo já um omem e uma Primeira
Muler, pecara ao zer uma cópia alsifcada deles33 8
O mesmo mto se encontra entre os mandeanos:
Os sete rmam o corpo do prmero omem, nsuam-e o ar
nos ossos, mas são ncapaes de azer Adão manter-se de pé sobre
suas própras pernas Ptai vai para junto de seu pai, que tra do
"Lugar Esconddo, sto é, da Morada da vda, um maná idêntico
a Adaas-Zwa, "o Adão luminoso ou "secreto, que ntroduzido
no corpo do Adão terrestre, o vvfcará e dará ao omem sua alma
ceeste, seu verdadero eu 339

338 6. Sx at Virtts aints a, atr ant illis xogitation oinis, ti pr 
vat os a prinipali Virtte, onvnints ravrnt oin ins latitine et
longitin sarizant at eo tant avxrnt  patri suo, t o Sopia oprant, ti et
ill vat ab tatione linis, ut non posset rigi averss eos qi srsu sunt, abens
virtte. Illo atm insat in oin spirit vitae, latntr evaat e a virtute
int oin aute ine abiss Nn et Entymesin et hae esse quae svantur iunt, et
statim gratia agr  prio oini, retis abiationibus.
7. Zelante at Iaabaot voliss xogitar evaar hoin pr inam, t  sa
Entysi  xiss ina, qa ila prnios ssipins invisibilitr vaavit a virtt.
Rliqos aut vnints t irants rositat js voass am Eva, t onupisntes
an gneras x ea lios, quos et angos ess iunt. Mater ate ipsorum argentaa est per
srpent ser Evam t Aa, sprgri praeptu Iabaoth Eva at quasi a lio
Dei ho auiens, ile reiit, et Aa suasit anuare. Manantes ate os ognovisse
a, quae st spr omnia, virte int, t absssisse ab is, qui rant os. Pronium
atm vint, quonia t per suum plasma vitisnt, ve gratatm, et rursm exlamasse,
qonia,  sst Patr inorrptibilis, oli i stips voans Patr, entits st t um
hoo oli sst t pria feina, t a altrans peavit. SANTO INEU. Con Herses
  6 t 7 in Mign, Vol. VII. Traço extraía e I. Con s Hers , 30 6 e 7.
339 Ls spt rnt l orps  premier hoe, lui insent e lair ans ls os, mais sont
inapabls  ire tnir Aa ébot sr ss jabs. Ptil se rn aprs  son pre, qi tire
u Li Caé", st-à-ire, e la Dmere  vi, un ânâ intiq à Aaas-Zwâ, !Aam
VALENTIN

A Gnose valeniniana apresenta um mito semelhante ao dos oftas com


relação à criação do homem. Os anjos, por ordem do Demiurgo, teriam eito
um homem à imagem do Homem Primordial (por eles entrevisto) e que seria o
próprio Cosmo espiritu. A esse Adão teria sido dada uma semente do mundo
esiritu de modo que nele haveria uma mistura de bem e de mal, de matéria e
de subsância divina.
Tendo o Demiurgo eito o mundo, do lodo ez tabém o homem;
não tomou essa terra seca, mas substância invisível, matéria
inconsisene e uida e, declaram eles, soprou nela o psquico. E este
homem é eito à imagem e semehança: qanto à imagem é híico,
próximo a Deus sem lhe ser consusbstancia; quanto à semelhança
é psíquico, motivo pelo qual a sua substância é chamada espírito
de vida, or derivar do espírito. Por fm, dizem, i revestido com
única de pele; a acrediar neles, este seria o elemento carna,
erceptvel aos sentidos.
Dizem que a geração da Mãe deles, Acamot, que se reiu ao
contemplar os Anjos que estão à volta do Salvador, consubstancial
à Mãe, portanto pneumática, fcou desconhecida ao Demiurgo, e
sem que ele o soubesse, i depositada secretamente nele a semente
para que por ele sse lançada na alma que dele procederia, assim
como no corpo hílico: desta rma, portado numa gestação nestes
elemenos, como num seio, fcasse apto a crescer e pronto para a
recepção do Logos pereito. Assim, portanto  como dizem eles
, o Demiurgo não se apercebeu do homem pneumáico semeado
or Sofa no inerior do seu róprio sopro por um poder e uma
providência inexprimíveis. Assim como ignorou a Mãe também
ignorou a semente dela. Dizem ainda que esta semente é a Igreja,
fgura da Igreja superna. É este o homem que pretendem existir
neles: aquele que recebeu a alma do Demiurgo, o corpo do lodo, a
carne da maéria e o homem pneumático da Mãe Acamo.34 0
340 5. Cum bricasset igitur mundum, fecit et hominem choicum, non autem ab hac arida
terra, sed ab invisibili substania, et ab esibili et uida materia accipientem: et in hunc
insuasse psychicum deniun. E hunc esse secundum imaginem et similitudinem ctum:
secundum imaginem quidem hylicum esse proximum quidem, sed non ejusdem substantiae 
Deo; secundum similiudinem vero psychicum; unde et spiritum vitae substania ejus dicans,
cum sit ex spiritali deutione. Pos deinde circundaam dicunt et dermatinam tunicam: hanc
autem sensibilem carnem esse volunt.
6 Partum vero matris ipsorum, quae est Achamoth, quem secundum inspectionem
Encontra-se uma descrição semehante na carta do gnóstico Ptoomeu
a Fora.34 1
os extratos e eooto, narra-se e o homem i rmado peo
Demiurgo com três eementos ndamentais: um híico, outro psíuico e outro
pneumático. Daí terem nacio de ão três raças hmanas distintas: a de Caim,
ue tinha nature híica e irraciona; a de be, de naturea psíuica, raciona e
justa; fnamente, a raça de Seth ue seria pneumática e divina
0 omando do imo da terra (Gn 2 não da terra seca mas
de uma porço da matéria mútipa e compexa, ee coneccionou
uma ama de terr, ama híic irraciona, consubstancia à dos
animais: é o homem à imagem' ( Gn 26
Mas o homem ue é à semehanç (Gn 26 do própio
Demiurgo é auee ue ee insuou' e semeou' (Gn 2 no
precedente, ou depositou por intemédio de jos aguma coisa
de consubstancia a ee mesmo.
E na medida em ue esse homem é invisíve e imateria ee chamou
sua substância de sopro de vid (Gn 2; mas enuanto ee i
rmado' tornou-se ama vivente' (Gn 2 Que seja assim o
próprio Demiurgo o conessa nos escritos poéticos
   Há, portanto, o homem no homem, o psíuico' no terreste'
não como uma parte ue se junta a outra parte mas como um
todo ajuntado a um todo, peo inexpimíve poder de Deus  
do Demiurgo) Daí vem ue o homem tena sido rmado no
paraso, no uarto céu. Pois a carne terreste' não sobe até á: mas
para a ama divin   psíuica), a ama híic era como uma
carne' É o ue signifca - Eis agora o osso de meus ossos' (Gn
22  ausão à ama divina' escondida no interior da cane
ama sóid difcimente passíve', sufcientemente rte  e a
carne de minha carne' (Gn 22 , a ama híica ue é o corpo'
da ama divin É a respeito dessas duas amas ue o Savado di:
É preciso temer auee ue tem o poder de peder na geena nossa
ama e nosso copo' - o corpo psuico (Mt 12; Lc 12

corps gestat qoqe vet n tero n s, et apcat, parat at a ssceptone
perctae ratons. Latt gtr, qeaou cnt Derg consenatus nsaton
es a Sopa sprts oo, nenarrab vrtte et proventa. eao enn atre
sa gnoravt, sc et seen es  eta ps Eccesa esse cnt, exep sperors
Eccesae: et nc esse n seetpss one vont, t abeant ana q a Dergo,
corps ate a o, et carne a atera, sprtae ate one a atre Acaot
 [ .  ] Ora, dão possuiu, sem saber, semeada nee pea Sabedoria,
em sua ama, a semente pneumática, estabecida, diz /Pauo/,
por intermdio dos njos, na mão de um nico termo mas Deus
 um (G 1420) sim, por intermdio dos njos mascuinos
são servidas as sementes, aueas ue a Sabedoria tinha ançado
na existência, tanto uanto hes era possíve existir. Pois, como
o Demiurgo, movido secretaente pea Sabedoia, cê moverse
por si mesmo, acontece a mesma coisa com os omens. Logo, em
primeiro uga, a Sabedoria emitiu a semente pneumática ue está
em dão, a fm de que o osso  a ama raciona e ceeste  não
esteja vazio, mas seja preenchido de medua pneumática.
4 ssim, a partir de dão, três natures ra engendradas:
a primeira, a rracon, à ua pertence Caim (Gn 41} a
segunda, a natureza raciona e just, de ue  parte be (Gn
42} a terceira, a pneumática', à qua pertence Set (Gn 42)
E o homem terrestre  à imagem (Gn 12 22} o psíuico,
à semehanç de Deus o pneumático é Deus propriamente. É
dessas três I raças/ que se diz, sem outra menção de fhos de dão:
Eis o vro da geração dos homens (Gn 1)
E porque Seth  pneumático, ee não  nem pastor (Gn 42)
mas ee utifc em um fho' como /tudo/ o ue  pneumático.
E esse /fho/ que teve a confança de invocar o Nome do Senor'
(Gn 42) ee cujo ohar se dirige para ato (Co 12) e do qu
a vida se passa no Céu (F 20) esse, o mundo não o contm.
 Sobre dão, por cima dos três eementos imateriais, o homem
terrestre revestiu um quarto: as túnicas de pee'.34
342 50. Prnant u mon  la trr (Gn 2 7) , non  la trr sh mas un porton 
la matr multpl t omplx l onftonna un â  trr âm hl rratonll
onsubstantll à ll s bêts st lhomm à lma (Gn l  26).
Mas lhomm u st à la rssmblan (Gn l  26)  Dmr lmêm st l
ul a nsu t sm (Gn 2 7) ans l prnt o l a pos par ntrmar  s
lu hos  onsubstantl à lumêm.
Et n tant u t homm st nvsbl t mmatrl l a appl sa substan sou  v
(Gn 2 7}; mas n tnt ul a t rm l st vnu âm vvant (Gn 2  7) . Qul n sot ans
l Dmur lumêm l onfss ans ls rts prophtus ( Co 15 45)
5 1 . I  a on lhomm ns lhomm l  pshu ans l trrstr non omm un par
u sajout à un par mas omm un tout s jonant à un tout par lnxprmabl pussan
(
 Du = u Dmur). D la vnt u lhomm st çonn ans l paras au uatrm
(
. Car la har trrstr n mont pas jusu là: mas pour lâ vn = pshu) lâm
hllu tat omm un har. st  u sn  Vo antnant !os  ms os (n. 2
23)  alluson à lâm vn ah à lntrur  la har âm sol lm psbl
IQUÍSM

Depois que, pela aparição do Mensageiro, os arcontes liertara parte


da luz e, da outra parte que restara, misturada  trevas, nascera as plantas, a
treva teria excogitado u últio eio de reter a luz aprisionada Inspirouse,
para isso, na própria ra do Mensageiro e ricou Adão e Eva, ondo neles
toda a luz que restava
O oe passou a ser, desde então, o capo de atala entre a luz e
as trevas
O corpo uano é do diao Ele o é por sua sustância e  traço
que o distingue acentuando o reaixaento geral do univeso  ele
o é taé por sua ra
[   ] Na criação de Eva, introduzse ua intenção ais particular
Eva é ais inteiraente sujeitada pelo deônio, e, por isso, ela se
 instruento deles contra Adão:
 ela, eles transitia sua concupiscência a f e seduzir
Adão
Sedução que levará Adão não apenas à concupscencia carnal,
as à reprodução, a ais ridável artiana da estatégia
satânica Não se trata soente aí de prolongar indefnidaente o
53 [ .. ] Or  posseda sémée en !i à son ins par Sagesse en son âme a sémence
pnematiqe étabie dit /Pa/ par intermédiaire des Ages dans a main dun seu! terme;
mais Die est n (Gal. 3, 1 4-20) . Ansi par intermédiaire des Ages mâes sont servies es
semences celes qe Sagesse avait émisses dans l existence atant qi leur était possibe d exister.
Car comme e Démirge m sécrtement par Sagesse croit se movoir de i-même ainsi est
il des hommes. Donc en premier ie Sagesse a émis la semence pnematiqe qi est en Adam
an qe !os  lâme raisonabe et céeste  ne soit pas vide mais qi soit rempi de moee
pnematiqe.
54. Ansi à partir dAdam trois natres sont engendrées: la prémire lirrationee à aqele
appartient Can (Gn. 4, 1) ; la dexime la natre raisonnabe et jste do it partie Abe (Gn.
4, 2); la troisime la pnematiqe à aqele appartient Seth (Gn. 4, 25). Et homme terrestre
est à image (Gn. , 26; 2, 27); e psychique à a ressembance de Die; le pneumatiqueest en
propre. C est de ces trois /races/ qil dit sans atre mention dennts d Adam: oici e ivre e
la génération des hommes (Gn 5, 1)
E t parce qe Seth est pnematiqe i l nest ni paster (Gn. 4 , 26) , mais i  ctie e n n
ennt comme /tot/ ce qi est pnematiqe. Et cet /ennt/ qi et a conce dinvoqer e
Nom d Seigner (Gn. 4, 26), !i dont le regard se porte en hat (Col 3, 1 -2) et dont a vie se
passe dans le Ci (Phil. 3, 20), cei-là e monde ne e contient pas.
cativeiro da Luz, mas de tornar infnitamente mais dicil a obra
da savação 343
[ ] o aparecimento do Terceiro Enviado az com que a matéria 
personifcada em , a concupiscência  temesse que sua cativa [a
luz] não lhe escapasse Para a reter por liames mais tenazes, a matéria
pleja concentrar sua maior parte em uma criação pessoal que será
a antípoda da criação divina Para isso, dois demônios  um macho,
shagloun, e uma êmea, Namraeil , depois que hagloun
devorou todos os flhos dos Abortos para assimilar em si toda a luz
que eles pudessem conter, copulam e dão à luz os dois primeiros
homens: Adão e Eva ou Gehmourd e Mourdiganagh Nossa espécie
nasce, portanto, de uma série de repugnantes atos de nibalismo
e sexualidade Ela guarda os estigmas disso: o corpo, que é a rma
animal dos Arcontes; a libido, que impulsiona também o homem
a copular e a se reproduzir, isto é, segundo o plano da Matéria, a
manter indefnidamente em seu cativeiro a alma luminosa344
Em todos esses mitos, é clara a ideia de que Adão é uma vítima do
Demiurgo, o Deus do Antigo Testaento, veladamente insinuado no nome
desprezível de Jaldabaoth Como já vimos, nos mitos maniqueus, se diz que após
a criação de Adão pelos demônios, Jesus, o luminoso, despertou Adão e ez com
que ele conhecesse seu estado miserável e sua essência íntima, divina e luminosa
Teria sido, nesse momento, que Adão recebera a Gnose pela boca do
Homem Primitivo, isto é, Crsmudzd Sobre essa primeira revelação da Gnose

343  corps human est du dable. I l est par sa substance et - tra qu e dstngue en outrant
abassement général de  unvers - l  est auss par sa rme.
[ .. .] Dans la créaton dEve, l rentre une ntenton plus partculre. Eve est plus entrement
assujete aus démons, et par là, ele se t leur nstrument contre Adam:
 elle, ls transmrent le leur concupscence, an de sédure Adam"
Séducton qu entranera Aam non seulement à la convotse charnell, mas, par elle, à
a reproducton, a pus rmdable ruse de la stratége satanque. Non seulement l sagt à de
prolonger ndénment la captvté de la umre, donc de rendre nnment plus dcle ! oeuvre
de svaton. JONAS, ans.  /ion osq pp. 299-300
344 [ ... ] apparton du rosme Envoyé t crandre à la matre  personée en  la
concupscence  que sa captve [a luz] ne lu échappe. Pour la retenr par des lens plus tenaces, la
matre projette den concentrer la majeur parte dans une créaton personelle qu sera le contre
À
ped de la créaton dvne. cet eet, deux démons  un mâle, Ashagloun, et une femmelle,
Namrael -, aprs quAshagloun a dévoré tous les ennts des Avortons pour sassmler toute la
lumre quls peuvent contenr, saccouplent et donnent le jour aux deux premers hommes: Adam
et Eve ou Gêhmourd et Mourdgânagh. Notre espce nat donc dune sére dactes dégotants
de cnbalsme et sexualté. Elle en garde les stgmates: le corps qu est la rme anmale des
o própro dão, Puec dá  segunte versão de um mnuscrto mniqueu de
ourn:
O Homem Prmtvo bru-e os oos e e mostrou crmente
tudo o que  e tudo o que será. Ee e reveou que não 
Ormuzd, o Senor, que crou esse corpo de crne e que não 
ee que e gou  m. 3 5
 cup orgn de todo o m terrestre dever ser buscd não n stór
de dão, ms n própr essênc dvn.
Já n Gnose pgã ms ntg, dscuti-se  cus do m, e guns 
coocvm n própr dvndde. Outros dzm que  qued não er eeto
de um cup nteror, ms e mesm,  qued,  que ser  responsáve
peo m.  dvndde r tríd pe mtr, e, por sso tmbm,  m 
tríd peo corpo.36
Nesse cpítuo de su obr, o Pe. Festugre mostr que tnto os mtos
que m do mor do Homem-Prmord pe Pyss, qunto os que dzem que
o Homem se enmorou de su própr mgem esped no mundo neror,
podem ser reduzdos  um únco to: o mor do Homem pel Mtr. E,
nsndo o Pomndrs, concu o Pe. Festugre:
[ .. . ] o Homem ( m} qus, por su vez, crr, mnestr-se
ee tmbm como pesso gente, como Crdor, e de um só vez
se  dstngur &&pÇ tnto do P como do Demurgo. Es o
pecdo orgin. 3
O pecdo orgna do dão terrestre repete-se, como um síme, do
pecdo do dão Prmord.
Pr o mnqueísmo, esse pecdo i  unão crn de Adão e Ev, que
perpetuou e multpcou pes novas gerções as prsões corporis d uz dvn.
De modo gera, porm, os sstems gnóstcos quse não m do pecdo
de dão ou o negam, prerndo quse sempre ar d cup d Sof nerior
ou do Demurgo.
Or,  precso notr que  Humndde não  responsáve por su
condção nem pe necessdde de um nteenção dvin. Não á

345 Ho Ptf ! ovt ls yx t ! onta ant tot c q a été t tot
c q sa I  ! vla q c nst pas Ohz ! Sgn q a cé c cops  cha t
q c nst pas ! q y a lé lâ PUECH H C L Manchés" n toir Généa e
&io, III p. 99.
346 C FESTUGI RE R. Ané-Jan La elon e Tmte ol. III p 63-96.
queda, não á pecado orgna de dão: se acontece que seja o prme
ro a receber a reveação (como é equentemente o so não é como
transgrssor, mas como vítma, dretmente a opressão arcnt e
em útma anáse,  queda prmorda, que  usa da estênca
do mundo e da sua própra Portanto, se á ta, ea não é de ão,
mas dos Éons que provo a ruptura da ordem superor; ea não
é umana, mas dvna, e  cometda ates e não na cração 
No sstema cabaístco, o omem é apresentado como o ponto de gação
entre a esera dvna supero e a esra dvna aprsonada no Cosmo matera
O homem [   é "a soma de todas as craturas, um grande seo no
qual o começo e o fm de todas as cratuas "estão engancados
um no outro349
Como todas as Gnoses, também a Cabaa vê na matéra o prncípo
do ma
 Cabaa dentfca o Deus manstado nas sefrot como sendo o
Homem Prmorda, o dão Kadmon Para provar sso, um dos argumentos
dados é, segundo os métodos da guemata, o segunte  etras que rm o
nome de Deus, Iavé (od-e-vav-e, têm o vaor numérco de  Ora, as etras
que rmam a paavra dam (ae-daet-mem dão um tota de  também
Logo, dão é gua a Deus, pos ambos vaem  350
O dão terestre era, antes do pecado, um ser puraente esprtua O
pecado é que ez com que dão passasse a ter corpo materal35 1
Para Isaac Lura, a ama umana tera 6 1  partes corespondentes aos 6 1 
mandamentos judacos e às 6 1  partes do corpo
O dão da Bíba corespondera ao dão dmom, o omem terreno
correspondia ao Homem Prmorda divno e místco, sendo que "um é a
vestmenta do outro, nas paavras de Ham Vta, ctado por Scoem

348 O il u note que lHumanité nest pas esponsable de sa condition ni de la nécéssité dune
ineention divine. I ny a pas de chute, pas de péché oigine dAam: sil aive quil soit le
pemie à ecevoi la évélation (comme cest souvent le ) ce nest point en ansgesseu, mais
en victime, diectemen de lopession achonique, et en denie esso, de la chute pimodiale,
qui a été cause de leistence du monde et de la sienne pope. Pou autant, quil y ait ue, elle
nest pas ute dAdam, mais des Éons qui ont povoqué la uptue de lode supéieu elle nes
pas humaine, mais divine, et elle a été comise avant et non dans la céation JONAS, Hns. La
ron notiqe p455
349 homme [ . ] est "la somme de outes les céatues, un gad sceau dans leque! le
commencement et la n de outes les céaues "son accochés lun à laue ISAAC O CEGO
Pelo pecado, Adão perdeu sua condição de ser puramente espiritual e, por
causa disso, a lu divina se misturou ao reino dos Klipot das "cascas do m,
isto é, da matéria.
Como Adão abrange tudo, sua queda aetou tudo. Assim como no Adão
Kadmon houve a ruptura dos vasos, e assim como a Schehiná se separou do
Deus Sefrótico e caiu no exlio, assim também o Adão terreno tinha de cair e
ser exilado do paraso.35 2
Da mesma rma, também Israel tinha de ser exilado da erra Prometida.
O retorno de Israel à terra dada a Abraão signifca o retorno de Adão ao Paraso,
o estabelecimento da utopia milenarista, signifca ainda a volta da Schehiná para
unir-se ao Yessod e ao deus sefrótico.
Comentando a semelhança entre esses mitos da lu da Schehiná exilada e
misturada com a matéria, di Scholem:
o estudioso da história religiosa, a estreita afnidade destes pensamentos
com as ideias religiosas dos maniquestas há de ser óbvia de imediato.353
Para o cabalista Ariel de Gerona, o pecado original é que teria produido
a individualiação.
Sem o pecado origin, não teria havido individualidade; essa não
se rma senão na separação e quando a multiplicidae se torna
autônoma [ ... ]  O estado paradisaco teria, portanto, permanecido
uma condição não individual e adialética.354
Uma outra ideia gnóstico-cabalstica sobre antropogênese é que o
homem seria produto de um processo evolutivo absoluto. Deus ter-se-ia
transrmado no Universo, isto é, os éons ou partculas divinas teriam cado e
teriam sido aprisionadas na matéria pelo Demiurgo.
Por um processo evolutivo dialético, as partculas divinas iriam se
libertando pouco a pouco, passando da matéri bruta para os vegetais; dos
vegetais para os animais; dos animais para o homem; e desse para Deus. ivemos
já ocasião de citar um texto do cabalista enri More a esse respeito.
Gershom Scholem mostra que, segundo Widmannstadt, Dattilo, um dos
mestres judeus de Pico della Mirandola, deendeu em Turim a tese da redenção
de todos os seres vivos:
Nas entranhas da terra e nos outros elementos que a cercam
estariam escondidas certas sementes vivas. Como consequência
352 Idem Ibidem p 282
353 Idem. Ibidem p. 283.
dos esrços inigáveis da naureza e de seu rabalo incessane
de criação e de perecimeno, essas semenes passaram por rmas
diversas (plantas, arbusos, árvores uíeras e seres anmados) para
penerar primeiro nos corpos umanos, depois na alma sensível
(stidi aia) e para serem fnalmene admiidas a participar
da licidade eerna ao mesmo empo que a alma (superor) vinda
do céu, com a condição de que essa alma superior manena em
esado de obediência essa (alma) inrior tirada da maéria essa
maneira, ceros cabalisas enendem mosrar que oda espécie de
seres vivos em o direio de alimenar a esperança da redenção355
Comenando essa dourina, diz Scolem:
Traase da dourina capial  só ligeiramene disrçada na
versão aribuída a ailo por Widmannsad  concernindo à
ransrmaço de odas as coisas desde o ser mais baixo aé o mais
alo grau das Sefro, dourina que i desenvolvida, pela primeira
vez, em odos os seus deales, por vola de 100-12 na Espana
por Josep ben Salom Askenozi, dio Rabbi Josep, o Longo
Ela rma o elemeno auenicamene novo em seu Comenário
ao livro Yesira (comenário impresso mais arde sob o nome de
Abrão ben avid de Posquires (Rabad) e em um cero número
de ouras obras suas conservadas sob a rma de manuscrios, em
que essa dourina é exposa sob o íulo din bene alop' ("a le da
ransrmação geral) O Comenário de Yesira, devido ao pseudo
Rabad, esava muio espalado na Iália por vola do ano 100,
e ailo podia er omado conecimeno dele por numerosos
manuscrios É preciso noar que a ideia segundo a qual odas 
coisas paricipam em defniivo da redenção, porque odas soem
o mesmo processo de meamorse de odas as rmas no inerior
da maéria, não era de nenum modo comparilado por odos os
cabisas, e ailo  al qual é ciado por Widmannsad  ina
pereiamene razão de a aribuir somene a alguns' denre eles 35 6

355 Dans les entailles de la tee et dans les autes éléments qui entouent celle-ci seaient cachées
cetaines semences vivantes. À la suite des eots intigables de la natue et de son incessant
tavai! de céation et de dééissement ces semences asseaient a des mes diveses (lantes
abustes abes uities et êtes animés) ou énéte dabod dns les cos humains uis dans
lâme sensible (eneni anima), et ou ête nalement admises à aticie à la félicité étenelle au
même tems que lâme (suéieue) venue du ciel à condition que cette âme suéieue tienne en
état dobéissance cette (âme) inieue tiée de la matie De cette manie cetains abbalistes
entende monte que toute lesce des êtes vivants est en doit denteteni lesoi de la
édemtion DMNSATDT aud SCHOLEM Geson G "Considéations su lHistoie
Se se crescentr  ess dotrn d mgrção ds prtícs dvns e ms
 ess e d trnsrmção ger  de d metempscose, comm nos sstems
gnstcos, podese chegr cmente  o psso é mto peeno   m e
pnteíst de evoção o trnsrmção nversl, em e tdo vr de Des à
mtér e, dess, retornr  Des
ão podemos der de pensr n dotrn de oseph ben Shom
h-shken, de Brceon, e ensnv serem tods s coiss,
desde  sefroth Keter té  útm pedr sobre  terr, sjets  m
processo contíno de mdç e trnsrmção (dn bene ho;
o e prece gm ve como nnmdo pode, no devdo
momento, ssmr  rm nmd o ngec, o té  rm
mnos ds sefrot357

pus haut dégré des Serot, doctrie que t déveoppée, pour a prir is, d tous ses details,
vers  300  32 e page par oseph b Shao hoi, dit abbi osph, e Log e re
'ééet authetiqueet ouvu ds so Coetair du ivre etsira coetaire iprié
pus tar sous e o d' be David de Posquir bad) et das u certai obre de
ses autr uvres coseées sous re de auscrits, o cette doctrie est exposée so !e titre
i be haoph "!oi de trasratio géérae)  Coetaire de etsira, d au pseudo
abad, était trs répadu e taie vers !'a 00, et Dattilo pouvt e avoir pris cossace
par de obre auscrits  ut oter que 'idée seo aquee toutes choses participe e
deitive à la rédeptio, parce que toutes subisset le mêe processus de éorphose de
toutes es res à 'itérieur de a atire, était ueet partae par tous es Kabbaistes, et
Dattio  te qu'i est cité par idstadt  avt pariteet raiso de !' atribuer seueet à
certs' d' et e de bide
37 Oe is reided here of oseph b Shao ha-Ashkeai of Barceoa, who taught that al
thi, o the serah Kether dow to the ast stoe o earth, were subject to a cotiuous
process of chage ad trasratio (di beey haof) what appears at oe tie  iaiate

QUINTO TE: A PSICOOIA
NÓSTICO-PATEÍSTA

Para o Panteísmo, o homem, er em sa carne, er em se espírto, 


dvno. O nverso provra de Des sera Des em rma matera.  matra,
porm, poco a poco, ra se sbmando e se transrmado em espírto. o
homem, a dvndade tera anda os ps metdos no snge e na ama da mata,
cmo dz os ts no vro scese savatos ei. o na da evoçã
cósmca, todo o nverso, nma apoteose, se trasra em Des.
Para a Gnose, o eemento dvno do mem  ma centeha do Des
prmtvo eada e aprsoada a ata, st , no crp e  Cosmo, e
seram casca evovendo e apsao a vade, e bsca ctete
se bertar.
Desse modo, a Gnose arma e o homem  m ser consttío dos
segntes eementos:
 Corpo matera
 ma sensíve e ama racona
 ma pnemtca, e sera o eemento dvno no homem.
Para todas as setas gnóstca, o corpo sera ma e o prmero ccere do
a a ama tem de se vrar.  tambm a ama sesíve e a racoa seram .
 ama sensíve sera m, pore  gada ao corpo e aos sentdos enganadores.
 ama raciona, sto , o elemento e torna o homem cpaz de compreender e
de erer, sera tambm m, pore a rão  enganadora, como  epcamos.
Embora a rão sea capa de entender, se entendmento depende
sempre da matra. Por sso, a raão sera ncap de apreender o dvno e at
dfcultaria azêlo. Só por meo da ntção pneumtca sso sera possíve. Daí
a antpata gnóstca contra os koi e contra a lóg.
O pneuma, espíito divino, centelha da divindade no homem, pacela da
alma univesal, constituiia popiamente o eu do homem
Dessa composição tipatite do homem, deduziam os nósticos, como
já dissemos, os tês tipos de homens Conme sse o elemento constitutivo
pepondeante, os homens seiam:
 . ílicos ou mateiais;
. Psíquicos ou acionais;
 Pneumáticos ou espiituais
uns textos compovam o que até aqui esumimos A composição
tipatite do homem estaia em elação com a composição tipatite do Cosmo,
devido à coespondência ente o mico e o macocosmo:
A hamonia multianalóica que une todos os elementos pemitiu
aos pensadoes esotéicos distinui no homem tês modos de existi
Ao mundo mateial coesponde seu copo, ao mundo psíquico,
sua alma, e ao mundo espiitual, seu espíito Esssa tipatição deu
lua a tês disciplinas: a ciência da natueza ou sica, a ciência da
alma ou psíquica e a ciência do espíito ou metaísica O espíito
não é uma culdade individual senão univesal que está unida aos
estados supeioes do se358
Seundo a Gnose de Ptolomeu, discípulo de Valentino, o Demiuo teia
eito o homem "à sua imaem e semelhanç' Ele o teia eito de sustância
invisível, de matéia uida e móvel e, nessa, ele teia insuado a alma psíquica
Depois, o Demiuo evestiu tudo isso de uma túnica de pele, isto é, do elemento
sensível e canal  escondidas, a Sofa inteio, Achamoth, havia depositado no
Demiuo, seu flho, um elemento divino, que, sem sae, o Demiuo sopou
no homem que ele fzea
O homem é composto, potanto, de tês pates: a matéia, ou o
lado esquedo, moe necessaiamente, poque não pode seque
ecee um sopo de imotalidade; o psíquico, ou o lado dieito,
que está ente o espiitual e o copoal, iá paa onde estive
inclinado; quanto ao espiitual, ele i enviado aqui em aixo
paa se, pelo seu casamento com o psíquico, mado, educado e
elevado  "o sal e a luz do mundo (t,  )359
358 L amonía multianalógica que une todos los elementos ha pemitido a los pensadoes
esotéicos distingui en el hombe tes modos de eisti  mundo mateial coesponde su
cuepo, al mundo psíquico, su alma, y al mundo espiitual, su espíitu Esta tipatición dio luga
a tes disciplinas la ciencia de la natualea o sica, la ciencia de alma o psíquica y la ciencia
de espíitu o metasica El espíritu no es una cultad individual sino univesal que está unida a
los estados supeioes de se BENOIS, Luc El omo apud  Eduado A "Accesos a la
O ódio ou despre da carne são comuns nas seitas gnósticas.
Não tenha piedade da carne nascida da corrupção, proclama uma
oração cátara, mas tenha piedade do espírito que está aprisionado.
[ ...] O gnóstico intransigente maniesta uma repugnância invencível
em relação  diversas maniestações da sexuaidade comum (desejo
sexual, união, concepção, nascimento) e mesmo para com os
principais acontecimentos da vida corporal (nascimento, doenças,
velhice, morte ...). Tal repugnância em relação ao corpo leva pouco
a pouco a considerar esse último como algo estranho, que é preciso
suportar: o corpo é comparado a um "cadáver, a um "túmulo, a
uma "prisão, a um "companheiro indesejável ou um "intruso,
a um "bandido, a um "adversário, a um "dragão devorador.
O corpo, instrumento de humilhação e de soimento, puxa o
espírito para baixo, merguha-o em abjeta torpeza, ao degradante
esquecimento de sua origem. O gnóstico puro chegará a execrar
o parto, responsável pelo "encarceramento das amas inelizes.3 60
ém dessa primeira prisão do corpo, uma segunda prisão seria constituída
ela ma inerior ou psíquica:
[ ...] cada homem abriga em si uma espécie de alma demoníaca,
que asfxia o bom princípio. O homem tem duas amas: uma ama
celeste, que é o seu verdadeiro "eu; uma alma inerior, posta nele
pelos demônios para obrigá-lo a pecar.361

le côté doit qui est ente le spiituel et le copoel ia là o il aua penché quant au spiituel
il a été envoyé ici-bas pou ête pa son maiage avec le psychique mé éduqué et élevé. Cest
"le se et la lumie du monde(Mt 5  1 3-14). PTOLOMEU.  a F apud LEISEGG
Hans.  Gnoe, pp. 224-225
360 Nayez pas pitié de la chai née de la couption poclame une pie cathae mais ayez
pitié de lespit qui est empisonné. [   ]  gnostique intansigeant maniste une épugnance
invincible à légad des diveses manifestations de la sexualité odinae (dési sexuel union
conception naissance) et même des pincipaux événements de la vie copoee (naissance
maladies vieilesse mot . . . ). Une telle épugnance à légad du cops aboutit peu à peu à
considée ce denie comme une chose étange qul ut subi le cops est compaé à un
"cadave à un "tombeau à une "pison à un "compagnon indésiable ou un "intus à un
"bigand à un "advesaie à un "dagon dévoant à une "me dont les tempêtes menacent
de nous englouti.  cops instument huilaton et e souance tie lt ves e
bas le onge dans la topeu abjecte dans le dégadant oubli de son oigine.  pu gnostque
en aivea à exéce lennteent esonsable e l"incation des mahe .
HUN Seg.  Gnss . 7.
Também o gnóstco Basíldes la da exstênca de duas almas no homem
e essa doutrna reaparece nos neoplatôncos
O homem tem duas almas: uma saía do Prmero Intelecto, e que
tem também parte no poder do Demurgo; outra alojada nele pelo
eeto da revolução dos céus e nela entra a alma que vê Deus Vsto
que é assm, a ·alma que desceu em nós das eseras (lteralmente:
"dos mundos) está sujeta à revolução das esras; mas a que
está presente em nós como espírto saído do Intelecto é superor
ao movmento que opera o devr, e é graças a ela que nós somos
lbertados da hemarmene e que se produz a ascensão em dreção
aos Deuses Intelgíves362
Toda ama sa, portanto, o Prme Deus, e é ao Segundo que cabe
dstrbur as almas nos corpos humanos (pos apenas os homens têm
patcpação em Deus), de plantá-ls neles no prmero nascmento,
de transplantá-as quando a ama, anda não purfda, tver de pssar
para um novo corpo
A orm dvna da  é poto, p Nménus, m doa bem
tabelecdo Contudo é precso dstngur Cmo Nuén, com
Putarco, amte du m do undo, ua b oa má (tt 0 p
4  .  , am  du almas no homem,  racon, outra
dpvda de ro (test  qe  de se combater (tt 
p 8 4 s) enas é dvna, vdentemente, a  raonal3
sm como o Cosmo, também a ama (psqué) sera má, a  ponto
que, por vezes, a expressão "homem demoníaco é usada como equvalente à
exprsão "homem psíquco ou "homem carnal3 6
362 hoe a e âes !'une est issue u Preier nteect, et ee a aussi par à a puissance
u Déiurge 'autre a été ogée en !ui pa 'eet e a révoution es cieux et en ceeci etre 'âe
qui voit Dieu Puisqu'i en est nsi, 'âe qui est escenue en nous es sphres (ittéraleent 
es ones) est assujetie à a rvoution es sphres ais cee qui est présente en nous coe
esprit issu e 'Ineec est supérieure au ouveent qui opre e evenir, et  est grâce à ele que
nous soes éivrés e a Hearénê et que se prouit 'ascension vers es Dieus neigibes
JAMBLICO De m I, 6 apu JONAS, Hans L ron oqe p212
363 Toute âe sort onc u Preier Dieu, et c'est au Secon qu'i appartient e istribuer es
âes ans es corps huains (car seule es hoes ont participation à Dieu) , e les y planer à
la preire naissance, e les y ranspaner quan 'âe, non encore puriée, oit passer ans
un nouveau corps
origine ivine e 'âe est onc, pour Nuénius, un oge bien assuré Encore ut-i
istinguer Coe Nuénius, avec Putarque, aet eu Aes u Mone, !'une bonne,
'autre auvaise (test 30, p 94 6 ss), ainsi reconnat-i eu âes ans 'home, !'une
raisonnabe, 'autre épourvue e raison (tes 36), qui ne cessent e se cobatre (test 35, p
Segundo o Hermes rmegsto, a consttução do homem sera a segunte:
Es como é consttuída a ama do homem: a ntegênca está na
raão, a raão na ama, a ama no espírto, o espírto no corpo.
[ ...  ntegênca totamente nua não podera se estabeecer em
um corpo de terra, e esse corpo passíve não podera conter uma
tal mrtaade, nem evar uma ta vrtue.  ntegênca toma
a ama or envelope; a ama, que é dvna, enveopa-se com o
espírto, e o espírto se derrama no anma.365
Essa doutrna dos envelopes é equente entre os gnóstcos.  ama, em
sua queda através das eseras ceestes, r-se-a carregando de túncas materas
panetáras que serm as ntes dos vícos humanos, como á vmos.3
 amas humanas, enquanto nvduaa, estarm num estado e
eregrnação pentenca. odas, na verdade, constturam orgnamente uma
grande ama coetva e dvna.
Tu não aprendeste, nas generais que da ma únc o unverso
saem todas as amas que se derramam e são dstrbuídas em todas
as partes do mundo? Essas amas atravessam numerosas muanças,
para mehor ou para por.  amas dos réptes passam para os
seres aquátcos, as dos anmas aquátcos passam paa os seres que
habtam a terra, as dos anmas terrestres, para as aves, as amas
aéreas, para os homens; as amas humanas atngem a mortadade
torndo-se demônos. Em seguda, elas entr no coro dos
Deuses móves. [ ... Mas quando a ama, depos de ter entrado
em um corpo humano, permanece má, ea não expermenta a
mortadade e não partca do bem. Ea rtorna para trás e desce
novamente aos réptes.  é a punção da ama má, e o m da
ama é a gnorânca. 367
365 Voici coent est constitué âe de hoe: inteigence est dans a raison a raison dans
â âe dans esprit esprit dans e corps
[    ] inteigence toute nue ne pourrait sétabir dans un corps de terre et ce corps passibe
ne pourrait contenir une tee iortaité ni porter une tee vertu intelligence prend âe
pour envoppe âe qui est divine eeêe senvoppe desprit et esprit se répand das
ania TMEGISTE Hers p 61 e 65
366 C Notas nº 330 e 33 1 
367 Ntu apris dans es éaité, que de âe unique de univers sortent toutes s âes
qui se répandent et sont distribuées dans toutes es parties du onde? Ces âes traversent de
nobreu changeents soit heureu soit contraires  âes rpantes passe das es êtres
aquatiques cees des aniau aquatiques dans ceu qui habite a erre cee des aniau
A ala diina seia, aa aluns nósicos, einina
Ene os Valeninianos, a cença no "dulo oa ua a
basane cuiosa: nossa ala - que é einina eso nos oens
- é ua sizíia oida, u anjo einino que que se euni
ao anjo asculino e assi juno co o qual ela a u se
coleo; o ouo lado, os anjos asculinos que esão e ono
do alado caa nossas alas3 68
Cone o Hrs isto o Nous diino seia andóino aí
abé oda a ciação e essa esa aca: oens e aniais, a incíio,
seia andóinos e só deois de ceo eo é que os seos eia sido
seaados 369
Talez se encona eeos dessa douina nas ideias de Zooaso:
que cada se uano eia u altr go no undo sueio, e que seia sua
consciência eliiosa sob a a de ua joe ie beíssia, ua coo
que eaiz de ane3 0
A ala sueio seia ou oda diina, ou eia, elo enos, ua ae
diina Esse eleeno diino no oe ea caado elos nósicos "eu,
"cenel', "neu', "ineeco e de uios ouos noes
[   ] eise no oe alo que escaa à aldição dese undo, u
o, ua aula, ua luz saída do edadeio eus, oníquo,
inacessíe, esano à ode eesa do unieso ea, e que a
ae do oe é ena, escaando dos soiléios e iuses o
eal, ola à sua áia edida, eencona a unidade ieia e o
eino dese eus desconecido, subesiado o odas as eiies
aneioes 3 

limmotalité et ne paticipe pas au bien Elle etoune en aie et edescend ves les eptilles
Telle est la punition de lâme mauvaise et le mal de lâme cest linoance TMEGISTE
Hems pp 6061 .
368 Chez les Valeniniens la coyance au "double pend une me assez cuieuse: note âme
 qui est féminine même chez lhomme  est une "syzyie ompue un ane féminin qui veut se
éuni à lane masculin avec leque! elle me un ête complet de leu côté les anes masculins
qui entouent le Sauveu appellent nos âmes (Cf ceta ex eooto, 3536) . HT See
Le Gnotiqe, pp 6970.
369 Cf TSMEGISTO Hemes pp 8 1 0.
370 JOAS Hans La rion Gnotiqe .16.
371 [  ] il eiste en lhomme quelque chose qui échappe à la médiction de ce monde un feu une
étincelle une lumi issue du vai Die lointain inaccessible étane à l od es de lunive
A esa eoia é dada o Leisea:
Paa o oe, essas duas alas [a veeaiva e a aial] são
coleadas ela ala ieleciva doada de liuae e de azão,
o loos Aeas a ae esae da ala, o esio, é ioal;
e aida ão ieiaee, oque ele se divide e ielecivo
assivo, eceo de as, e e ielecivo aee, "iae
e ciado Aeas esse úlio é divio, dado ao oe "de ;
só ele eoa, o oeo da oe, a seu icio 32
o aiqueso, essa acula divia da ala uaa é caada
de "eu
os aeos aiqueus de Tu, uiliza-se ua oua alava
esa, w que se ode aduzi o "eu ou o "eo Esse
eo z eeêcia à essoa easica, o sujeio ascedee
e vedadeio da salvação, dieee da ala eica o aado
aiqueu ciês, aduzido o Pellio, ele ecee o oe de
"aueza luios, "ossa aueza luiosa oiial, "aueza
ieio, o que lea o oe ieio de São Paulo; os ios
aiqueius, é o "eu vivee ou o "eu luioso
O alquiisa Zosio ala de "osso eua luioso, e do
oe euáico ieio, ec E ceos ósicos cisãos, é
aé a "ceela e a "seee da luz 33
E coclui as Joas:
ão é exaeado dize que a descoea desse ic
ascedee e ieio ao oe, e a alssia eocuação de
seu desio, são o óio coação da eliião ósica34

372 Chez lhomme ces deu âmes [a vegetativa e a animal] sont complétées pa lâe intellective
douée de langage et de aison le logos. Seule la paie pensate de lâme lespit est immotelle
et encoe pas oute entie ca elle se divise en intellect passi écepteu de mes et en intellect
agent "inmant et céateu. Seul ce denie est divin donné à lhomme "du dehos  seu! il it
etou au moment de a mot à son pincipe. LEISEGANG Hans. La Gnoe, p. 17
373 Dans es agments manichéens de Toufan il est it usage dun aue teme ianien
g que lon peut taduie pa moi ou pa ego. I désigne la pesonne métaphisique le sujet
tanscendant et véitable du salut qui nest identique à lâme empiique. Dans le taité il est
appelé la natue lumineuse noe natue lumineuse oiginelle ou natue intéieue ce qui
appelle lhomme intéieu de saint Paul (sic} dans les hymnes manichéens cest le moi vivant
ou le moi lumineu JONAS Hans. La rion oque p. 167.
374 chimiste Zosime pale de note pneuma lumineu et de lhomme pneumatique intéieu
Essa doutrina da partícula divina, que aita a alma umana, está
presente desde o paganismo mais antigo até os pensadores modernos Os
egípcios camavam essa partícula de  e os indus de Atman
Mestre Ecart, no fm da Idade Média, expressou essa doutrina gnstica
de modo em claro:
A alma é divina não porque seja ojeto pensado, mas porque é
sujetividade como Deus e porque nela se cumpre o nascimento
eterno Porém a alma, porque é inteligência, não se limita, como
o universo, a ser semelnte a Deus, mas quer e pode ser igual a
ele, que é Espírito, e instaura em si a prpria vida do Asoluto375
A psicologia ecartiana é semelante à dos gnsticos:
No omem, á três coisas: uma é irracional, nunca oedecendo a
razão A segunda tamém é algo irracional, nascida, todavia, para
oedecer à rão, isto é, o apetite concupiscível e o irascível A
terceira é o racional por essência37
Na alma, averia um ndo espiritual que permitiria a diviização do
omem:
Eckart cama com vários nomes esse ndo espiritual que  a
alma uma com Deus:  i, abdit aia ou abdit cord,
aia , rs, razão vüchit, scil vükli,
vük, castelo da alma büli r sê/, ndo da alma t
 sê, mente üt, gérmen zwic, rtaleza do espírito hot
s gts. Mas, na realidade, apesar dos muitos nomes, o "ndo
da alm' é inominável como a ivindade377
A teoria eckartiana tem seus genuínos precedentes istricos o
"centro da alm' de Plotino e na "or do intelecto de Proclo,
375 Ianima  divina non pech sia oggetto pensato ma pech  soggettività como Dio e pech
in lei si compie la nàscita etena. Soltao !anima pech  intelligenza non si limita come
!univeso ad essee simile a Dio ma vuole e pu essee eguale a !ui che  Spiito e instaua in se
la vita stessa dellAssoluto FAGGIN Giuseppe. Me cka e l mca tedsca pr ptesnte,
pp. 172173
376 n homine ia sunt : unum iitionale nec oboediens ationi Secundum est iitationale
quidem natum tamen oboedie ationi appetitus scilicet concupisciobilis et iascibilis . Tetium
est ationale pe essetiam MESTE ECT Ped I 270 46 apud FAGGIN Giuseppe
Mete cka e l mtica tedsca pr potestante, p 175
377  Echat chiama con vai nomi questo ndo spiituale che ende !anima una con Dio
mu di abim anima, o abim co anima nu drs, agione (veünfceit),
sntl (vünkeinvünke) stello del anima (büein  sê), ndo del anima unt d sê)
e me parece que interpreta o espírito autêntico da doutrina
neoplatônica. 37
Para Ecart, a individuaição a ama é uma situação má e de decadência
para ela. O conjunto de todas as ma é que rmaria o Pleroma vino.
[ . .  aquilo que a ama possui de determinate ou de individu
está condenado a morrer e permanece no sistema ecartiao
signifcando aquele ndo escuro da criaturidade, que não é e que
não deve ser, que não to a ama imortal, mas que a acompanha no
breve ciclo de uma vida eêera que não é a nica e verdadeira vida.
[ .. . s almas inteligentes não são criadas no tempo e não aumentam
a quatidade do ser, mas são eterna genitura de Deus e constituem
a penitude do espírito, o Peroma de Deus operant.37
Surpreendentemente, talve, para aguns, se encontram ideias anáogas
também em Date lighieri:
E aquela ama que compreende todas essas potências, [e é
peritíssima entre todas a outr, é  ama haa, a qua
com a nobrea da tima potência, isto é, a raã, participa d
nature ivia  guis d sepira ineigênia as a ma é
tão nobiitada naquea soberaa potência e snuaa da atéria,
que a ivina u, o o ao, irrai ea: , r,  homem é
chamad ania divino peos fósos.  ...
Onde s pode doravate ver o que é a ete: ue é aquea fna e
prciosíssia prte da a que é ivinae. E sse  o ugr e
que digo ue o mor discorre sobr inha sehor.3

378  teora eckhatana ha  suo genun prcedent storc ne centro del'ma" d Plotno e
nel 6ore del'ntellecto" d Proclo, e m semra che della dottrna noplaton nterpet lo spirto
autentco Idem Iidem, p 193
379 [  ] c che l' anima poede d determnato o d  ndvduae e condannato a morre e rmane
nel sstema eckhartano, a sgn6re que! ndo oscuro della creattà, che non e e non deve
eere e che non toca !'anma mmortae, ma che se la accompana nel reve cclo d uma vta
eemera che non e la vta únca e vera [   ]  anme ntellgent non sono create ne tempo e non
aumentano la quanttà del' eere, ma sono eterne genture d Do e consttusccono la pen
dello spirto, l Pleroma de Do opernte dem dem, p 186.
380 E quella anma che tutte queste potene comprende, e perettma d tutte l' altre, e l'anima
umana, la quale con la noltà de la potenz ultma, co ragone, pacpa de la dvna natura a
gusa d sempterna ntellgena; per che !'anma e tanto n quella sovrana potenz noltata e
dudata da matera, che la dvna luce, come n angelo, raa n quella: e per e l'uomo dvno
anmae da l 6loso6 chamato
O que se sucede à parculas ou centelas da divindade exisenes e
esado caivo nas alas uanas ocorreria seelaneene aos éons no pan
Vios que, no pan, cada éon era o odo e, ao eso epo, nada Assi
aé se dava co as alas; elas seria ooeôeras, iso é, coposas
de parculas seelanes uas à ouras e cada ua delas seria seelane ao
odo É o que explica o seguine exo de Jalico ciado por esugire
á pessoas que ê a susância a ala e sua oalidade Ala
do undo  alas pariculares) para a ooeôera, iênica
e una, de odo que, e qualquer ua das pares, á odo o
conjuno, que, é disso, insa aé na ala paricular
o undo ineligvel, os deuses, os deônios, o e e odos os
gêneros superiores, e declara que odas as coisas se enconra
igualene e odas as alas, salvo que elas a esão de ua
aneira apropriada a ser de cada ua denre elas3 8 
Vios aneriorene coo os aniqueus e gnósicos e ger
consideravam que exisiria rês ipos de oens
 . Os licos ou aeriais;
 Os psquicos, "koi ou racionais;
. Os pneuáicos ou espiriuais
Para os naassenos amé avia essa divisão e por isso averia rês igrejas
[  ] de acordo co o naassenos, o Universo copreende rês ipos
de seres o seres angélicos, os squicos e os aeriais aos quais
corresponde rês grejas a angélica, a psquica e a aerial; eles
dão a essas rês grejas os noes de caada, eleia e caiva C
M ,)382
Vejaos o que diz a Caala sore a psicologia uana
A ligação nia enre a cosogonia e a psicologia e odos os
siseas gnósicos é ão e conecia que seu aparecieno no
Zoar quase não causa surpresa E u ino sico, Moisés
en-Nacan descreveu o nascieno da ala na prondeza das
38  I y a des gens qui tiennent la substace de le en sa totalité (Âme du monde + âmes
paicies) pou homoehome ideique et une en sote que dans nimpoe laquelle de
ses paies il y a tout lensemble qui de plus installent jusque dans lâme piculie le monde
intelligible les dieu l démons le Bien et tous les genes supéieus et declae que outes 
se touve égement dans outes les âmes sauf quelles y so dune maie appopiée à lêt de
chacune dent elles FESTUGI,    elon   Tm, vol III, p 46
382 [ ] à eende les Naassenes lUnives compend tois sotes dêtes: les êtes angéliques
eseras divinas de onde sua vida jorra. Pois a alma, também, é uma
centelha da vida divina e carrea em si a vida dos estáios divinos
que percorreu.383
No Zohar, livro cabalístico do século III, acha-se uma mistura de
doutrinas psicoóicas platônico-aristotélicas e de doutrinas árabes. Seundo os
seuidores de Platão e de Aristóteles, era preciso distinuir a alma veetativa,
a alma anima e a alma racional. Para os aristotélicos, a alma teria essas três
culdades, enquanto os platônicos tendiam a considerar que haveria três mas.
Os árabes e Maimônides dendiam a teoria do "intelecto adquirido, isto
é, a latente culdade racional se atualizaria no processo conoscitivo.
Para o Zohar, haveria que distinuir:
 . Neesch ou vida;
. Ruach ou espírito;
. Neschamá ou alma propriamente dita.
Todas essas três entidades existiriam latentes na Nesch e dela
desabrochariam. 38 
Essa mesma explicação se acha em aite:
É ensinado de uma rma resumida que o homem é composto
de três coisas: Vida ou Nephesh; Espírito, que é Ruah ou aâ, e
ma, isto é, Neshamah. Por isso, ele se torna "um espírito vivo
- um termo que é, entretanto, aplicado mais especifcamente à
Neshamah. Eles são chamados também de três raus, ou espírito
vital, espírito inteectual e alma propriamente. Nephesh é a parte
aível, pois o pecado não é suerido nem pea Ruah nem pela
Neshamah. Diz-se em outro luar e mais claramente que o espírito
vital peca, mas não a alma. Esses três raus são sobrepostos uns aos
outros na ordem dada, e Neshamah é unida a Deus, mas a posse
de todos esses não é imprescindível à vida de toda pessoa: as partes
mais atas são obtidas seindo o Mestre.385

383 SCHOLEM, Gerson G. A míca jica p. 241 


384 C Idem. Ibidem, p. 242.
385 t is taught in a sumary way that man is composed of three things Li or Nephesh; Spirit,
which is Ruah or Hâ; and Sou, that is, Neshamah. By these he becomes "a iving spirit  a
term, however, which is appied more especiay to Neshamah. ey ae caed aso three degres,
or vita spirit, intelectua spirit ad soul proper. ephesh is the falibe part, r sin is suested
neither y Ruah nor Nesha. t is said esewere ad ore pany that the vta spirit sins,
ut not the sou. e three d  superposed one upon another n the order already given,
E continua esse mesmo autor:
O Nephesh é o únco ue é impresdível, ou necessário para a
existência do homem. Se ele se comporta dignamente com esse
dom outro espírito é posto dentro dele, ue é como uma coroa
para o Nephesh, e esse é Ruah. O homem é então iluminado
pela luz de uma região superor e está em condições de discernir
as leis do Rei Secreto. Se ele ainda continua digno ele recebe a
coroa de Ruah, cujo nome é Neshamah; mas é também chamada
ma de Deus.36
Noutro texto, aite mostra ue as duas almas ineriores parecem ter uma
mesma essênca, enuanto só a Neshamah sera ma propriamente dita, o ue
aproxima a doutrina cbístic da doutrina gnóstic das duas alms.
Noutra especulaço, Nephesh é designado como a alma em estado
de sono, e essa defnição parece excelente. Ruah é a alma em
estado de vigília, por isso eu entendo ser os estágios inciais de
nascer para as cosas do alto. Diz-se ue estas duas não dierem em
essênca. ima deles está Nesham, ue é a alma propramente.
Essas graduações do espírto do homem são a imagem do istério
da Sabedoria, e sondá-las é descobrir essa Sabedoria. Quando
Neshamah é proeminente no homem, ele é chamado de santo.3 7
 Neshamá, pos, só exste pelo devoto pereito, ue bem see te
ter sto é, segundo o Zoha, pelo cbaista ue, conhecendo os mistérios da
orá, obtém a Neshamá e se divinza.
Neschamá é o mais prondo poder ntuitivo ue leva aos segredos
de Deus e do universo. Portnto é natural ue a Neschamá seja
também concebda como uma centelha da Biná, o próprio
ntelecto dvno.

386 e Nphsh aon is imprscriptible or nary to the ma's existenc. f h comports


himslf worthily with this gi another spirit is poured into him which is like a cown ofNephh
d this is uah. e man is then illuminated by light om a superior egion d is in a position
to discrn the laws of the Sect King. f he still continues worthy h recivs the crown of ua
the name of which is Neshamah; but it is lled so Soul of God. dem bidem p. 242.
387 Another speculation designates Nphesh  th soul in a stat of slp and this dnition
sems excellent. uah is the soul in a wng state by which  undrstand th earlier stags of
becoming alive to things above. t is sid that thes o do not dir in essenc. Above them
is Neshamah which is the soul proper. es grades of the spirit of man are the image of the
Sobre as relações da Cabala com a Gnose, no que concerne ao problema
da alma, o mesmo Scholem diz o seguinte:
Mas voltando à questão da alma, sustentam, assaz
surpreendentemente, as tradições procedentes do segundo século,
que Gênesis 1 :24 "Produza a terra alma vivente, reere-se ao
espírito (ruach) do primeiro Adão, que, portanto, não é um
pneuma soprado nele, mas um espírito terrestre, uma potência vital
a habitar dentro da terra. Tenho certeza de que essa concepção se
relaciona com ideias gnósticas que, embora adotadas por heréticos,
eram originariamente judaicas  um to que, estranhamente,
muitas vezes tem sido negado ou negligenciado.3
Para o cabaista Isaac, o cego, que viveu no Languedoc no século XI:
O homem [ .. .] é "a soma de todas as criaturas, um grande selo no
qual o começo e o fm de todas as criaturas "estão enganchados
um no outro. 30
Para explicar Gn 2: "Ele soprou em seu nariz um háito de vida,
Isaac utiliza a seguine parábola: quele que sopra em um ouro
coloca nele seu próprio hálito. Nós devemos, portanto, admitir
que ele via o pneuma humano diretamente saído do mundo das
emanações; isso era para ele o divino no homem, e esse divino não
tinha senão necessidade de ser atuaizado. 3 1
Embora a Neshamah seja considerada uma partícula da terceira sefroth,
Binah, sua relação com a divindade se az por meio da Sofa inrior, Malkut ou
Sheknah, que, tendo se separado do corpo sefrótico, caiu no universo material.
Essa Sofa inerior está em relação com o pneuma, parte constitutiva
superior da alma humana [ ...].32
Tendo saído da Binah, todas  almas retornarão à Binah.
Trata-se, com eeito, de uma identidade escatológica com o éon
da Criação ao qual tudo retorna - ideia que volta igualmente, sob
389 Idm. A bal e seu simbosmo, p. 196.
390 homm [ ... ] s "la somm d ots ls réars n grand sa dans lq! !
ommnmn  la n d ots ls réars "so arohés ln à lar . ISC O CEGO
apd SCHOLEM Grson G. Les ognes  l Kbba p. 307.
391 Por xpliqr Gn 27: "I soa dans son nz n halin d vi Isaa ilis la prabol
q voii: "Cli qi so dns n ar y m sa propr hain. Nos dvons don admr
q'il voyai ! pnma hmain dirmn iss d mond ds émanaions; 'éai por !i l
divin dans l'homm   divin n'avai bsoin qu d'êr aualisé. SCHOLEM Grson G. Les
uma ma dieenciada na Caala onde udo sai do éon da iná
denominado amém "o éon uo e paa onde udo vola e se
une de novo a ele mas anes de udo as almas dos jusos393
Ouos exos apesenam as amas como paculas da Seina ou como
pacelas da alma de Adão que exisiiam não só no omem como amém em
odas as coisas
[   ] as ceneas da Seiná enconamse po oda pae espaladas
ene odas as eseas de exisência measica e sica Mas iso não
é udo A "ande alma de Adão na qual esava concenada oda
a susância da alma de oda umanidade amém se amenou
O pimeio omem com sua vasa esuua cósmica encolese
paa suas dimensões auais As cenelas da alma de Adão e as
cenelas da Seiná dispesamse caem e enam em exlio onde
seão dominadas pelas "cascas as klipo394
Quano ao copo diz a Caaa que ele i esulane do pecado e que
Adão anes da queda seia um se puamene espiiual
Adão ea um se espiiual cujo lua esava no mundo do Asiá
o qual como vimos ea amém um eino espiiual Quando
ele caiu em pecado enão e só enão é que amém ese mundo
caiu de seu lua aneio e desae mesclouse ao eino das
ipo que oiinalmene se localizava aaixo dele Assim suiu
o mundo maeial em que vivemos e a exisência do omem
como um se em pae espiiual e em pae maeia E sempe
que camos em pecado causamos uma epeião desse pocesso da
consão do saado com o impuo a "queda da Sceiná e seu
exlio "Cenelas da Scein' acamse espaladas po odos os
mundos e "não á esea de exisência seja de naueza oânica
seja inoânica que não eseja eplea de cenelas saadas que
esão misuadas à lipo e pecisam se sepaadas delas e elevadas
Ao esudioso da isóia eliiosa a eseia afnidade deses
pensamenos com as ideias eliiosas dos maniquesas á de se
óvia de imediao 395
[   ] cada alma ecea as poencaidades dessa apaião espiiual
ulajada e deadada pela queda de Adão cuja ma conina odas
393 [   I 'gi n i d'n idnié hologiq v l'éon d l Céion ql o
on  idé qi vin églmn o n m diénié dn l Kbbl o o o
d l'éon d l Bin nomé i "l'éon   o o on  'ni d nov à !i mi
as almas Desta alma de todas as almas espalharamse centelhas em
todas as direções e elas dindiramse na matéria 396
 medida que a alma verdadeira, Neshamá, desabrocha da Nesh de
Ruah, o corpo vai se espiritualizando Os "justos não teriam corpos materiais,
mas apenas aparentes
O Justo é um corpo sagrado, tecido pelos anjos [ ] O pecador
tem um corpo tecido pelos anjos da destruição, e a cada membro
é designado um arconte, de odo que ele cometa com ele [o
membro] um pecado O pecador tem um intelecto leve como
palha, mas o do Justo é pesado como ouro397
E ainda:
[  ] os corpos dos Proetas, que são rmas de corpos e, entretanto,
não são corpos 398
 centelhas da divindade estariam encadeadas no homem, quer por
tores decorrentes da materialidade, quer por tores de ordem psicológica
Elementos psicológicos encarcerantes da divindade seriam a
personalização, a lógica ou racionalidade e o desejo Fatores decorrentes da
materialidade seriam a individualização, o espaço e o tempo
A personalização provocaria a separação dos éons divinos e impediria a
são de todos no Todo Da a Gnose ser prondamente contrária a tudo o que
personaliza e, pelo contrário, vorecer todo igualitarismo e coletivismo Por
exemplo, em todos os sistemas gnósticos, a propriedade particular é vista como
um mal não só por ser material, mas especialmente por ser particular
Já mostramos como a Gnose é antilógica e antirracional Fazer juzos e
defnir estabelecendo limites são separar, e isso o az a razão, criando a ilusão da
multiplicidade de seres da alteridade Por sua vez, a lógica, ndaentada nos
princpios de identidade e de contradição, impede a compreensão do viraser
dialético próprio da Gnose
O querer é uto da personalização e da alteridade que afrmam o eu e
mantêm em prisão as partculas divinas
Para se libertar da existência e da matéria, algumas seitas gnósticas
praticavam uma apatia ou uma inatividade completa Os euchitas, por exemplo
396 Idem Ibidem, p 28 1 
397  Je e n op é, é p le ge [ ]   pée  n op é p le nge
de l deion, e à hqe membe e pépoé n hone, de oe qi omme ve !i
[le membe] n péhé  péhe  n inee ége omme de l pille, m e Je e lod
Unimente preocupados com er ao demônio este combate
sem misericórdia, os euchitas se preocupavam muito pouco com
as contingências. Ees recusavam todas as rmas de trabaho -
manual ou inteectual - (o que os ez serem chamados  vezes
de os Preguiçosos) e subsistia unicamente de mendicidade.
omens e muheres viviam em comum, vagando ociosamente
ao acaso das estradas, (principamente na provncia de Osroena,
nos arredores de Edessa) por bandos errantes que dormiam ao
reento e praticaam a ivre comunidade das muheres e dos bens.
Ees rejeitavam também toda obediência e toda submissão 
autoridades, quaisquer que ssem  ecesiásticas ou temporais ,
o que os transrmou não apenas em vagabundos e mendicantes,
mas também e, sobretudo, em rebedes.399
Mesmo que não se queira, é-se obrigado a notar a enorme semehança
dessa descrição dos euchitas com o estio de vida e a "losof' ippie.
Vimos como a matéria é, para a Gnose, o grande m. É ea que  roduz a
individuação e que submete o homem  imitações de tempo e espaço. E ea que
submete o homem à ei escravizante do destino cósmico (heimarmene), "[... ]
rnecida peos panetas ou peas estreas em gera, que são os intérpretes mticos
da hosti e inexoráve ei do universo. 00
É somente por ter perdido seu status de totaidade para se
particuarizar e, ao mesmo tempo, se demonizar, que a ideia de
"mundo se tornou suscetve de puraidade. Nós poderamos
dizer que "mundo exprime um objeto coetivo mais que uma
unidade, uma mia demonaca mais que um indivduo único
de sua espécie demonaca. A puraidade marca também o
aspecto abirntico do mundo: nos mundos, a ama perde seu
caminho, ea erra e por toda parte onde ea busca uma passagem
para escapar, ea não z mais que pasar de um mundo a outro
que não é menos mundo. 0
399 Uniquement péocupés de lie au démon ce combat sans meci, les Euchites se souciaient
t peu des contingences Ils esaient toutes les mes de taai!  manuel ou intelectuel 
(ce qui t qu'on les appelait pais les Paesseux} et subsistaient uniquement de mendicité
Hommes et mmes vivaient en commun, agabondant au hasad des outes (notament dans
la poince d'Oshone, autou d'Édesse) pa bandes eantes qui domaient en plein ai et
patiquaient la libe communauté des femmes et des biens I eetaient aussi toute obéissance
et toute soumission aux autoités quelles qu'elles soient  ecclésiastiques ou tempoelles  ce
qui en  non seulement des agabonds et des mendiants mais assi et sutot des insoumis
, Jacques Les nosques p 127
400 [ ] dispensée pa les plantes, ou pa les étoiles en généal, qui sont les inteptes mhiques
Espaço e tempo são rças que se opõem à lbertação da alma de sua
prsão cósmca O gnóstco, asprando a ser deus mutáel, não pode acetar
senão como um ma as mudanças do ser contngente
O tempo, que é em s nsufcente, nasceu de um desastre, de
uma defcênca, do desmoronamento e da dspersão no azo,
no kenoma de uma readade que exsta anterormente, una
e ntegra, no seo do Pleroma, da pentude, ou do Aon, da
Eterndade  Desse modo, o gnóstco aspra apenas a ser lbertado
do tempo, estabelecdo ou restabelecdo ra de todo der, num
estado que ele supõe ter sdo o seu na orgem: na estabdade e na
erdade do Pleroma, de on, do ser eterno, de seu ser pleno4 0
A cração do tempo pelo Demurgo tera sdo uma tentata ustrada de
mtar a eterndade:
Além dsso, dzem [os marcosanos] que o Demurgo, querendo
mtaranfntude,aeterndade, almtabldadeeantemporaldade
da Ogdôada e não tendo o poder de reproduzr a establdade e
perpetudade dela, por ser ee uto de uma degradação, reduzu
esta eterndade em períodos e tempos numerosíssmos, pensando
mtar a nfndade dea com a multplcdade dos tempos 403
Dispensamonos de ctar noos textos gnóstcos ou de autores que
rataram do tema para demonstrar que a matéra era consderada a prsão ou o
úmulo da dndade
Sobre o comunsmo e a gualdade entre os gnóstcos, trataremos adante
de modo especal, no capítulo sobre a utopa e o mlenarsmo404 Agora, lmtar
nosemos a ctar dos textos
qe monde exprime n obet coectif ptot qne nité ne mie démoniqe ptôt qn
invid se de son espce démoniqe L prité mrqe i pect byrinthiqe d monde
dans  mondes !me perd son chemin ee erre e pro o ee cherche n pge por s évder
ee ne it qe psser dn monde à n te qi nt ps moins monde Idem Ibidem p 76
402  temps qi est en soi inssnce est né dn désstre d ne "décience de eondrement
et de  dispersion dns e vide dns e énôm dne réité qi existt prvnt ne et
inégre  sein d Pérôm de  "pénide o de Aiôn de Eernité  Assi e gnostiqe
nspireti qà être déivré d temps étbi o rétbi hors de tot devenir dns étt qi
sppose voir été e sien à !origine dns  stbiité et  vérité d Pérôme de Aiôn de être
éterne de son être pénier PUECH H C Annuair Coe d Fance  année pp 173-174
pd HUTIN Serge Les Gnosques p 23.
403 Ad hec tem voentem int Demirgm sperioribs ogdodis interminbie et
eternm et innitm et inemporee imitri et cm non potisse persevribie es et
perpetm dermre ideo qod cts sit bis in temporm spti et tempor et nmers
mtorm nnorm e trnittem es deposisse existimntem in mtitdine temporm
Segundo São Clemente de Alexandria, os carpocráticos afrmavam que
"A justiça consiste numa comunidade de igualdade ("La jsc cost s
 coaté dgalit) porque assim como há um céu e um so para todos,
assim como o sol brilha igualmente para todos ("ninguém pode, portanto, têlo
em maior quantidade nem subtraílo a seu próximo a fm de dobrar sua parte de
luz  "po  pt c  possér vatag i  robr à so prochaí
a  br sa part  lir) assim como o alimento na terra é comum
para todos os animais, assim o Pai não az distinção entre os homens, nem ente
os homens e os animais, e nem mesmo entre quaisquer seres.
 leis humas que teriam criado a desigualdade contrariiam a lei divina:
Pois as leis particulares agmentam e destroem a comunhão com
a lei divina. Não compreendeis [perguntava Epiânio, flho de
Carpócrates]a palavra do Apóstolo: "Mas eu não teria conhecido
o pecado se não existisse a Lei (R ,)?. O Apóstolo quer dize
com essas palavras que o meu e o teu entraram no mundo pelas
leis e que isso i, portanto, o fm de toda comunidade. Porque o
que resta de comum àqueles que não desutam de propriedades,
de bens ou mesmo do casamento? E, entretanto, Deus criou
igualmente para todos as vinhas, que não expulsam nem o
passarinho nem o ladrão, e o mesmo zem os cereais e as outras
utas. Mas i a partir do dia em que a comunidade não i mais
entendida com o sentido de igualdade e i dermada pela Lei
que ela produziu o ladrão que rouba animais e utas. Deus, tendo
tudo criado para a uição comum dos homens, reuiu o mem
e a mulher para um comércio comum, e acasalou do mesm
modo todos os seres viventes para maniestar sua justiça como a
comuidade a igualdade. Mas aqueles que asceram graças a iss
renegaam sua origem da comuidade que aproxima os homens.
Eles dizem: "Que aquele que se casar a coserve para si, quand
todos podem ter parte com ela, como mostra o exemplo de todos
os utros eres vivs.4 05

405 C l !oi pili gm  déi l ommio  l !oi divi 
ompd- p [pgv Epii lho d Cpó] l pol d l'Apô: "J 'i o
! péhé q p l loi Rom 7 ? Apô ig p l q l mi  l i  o é
d l mod q p l !oi  q ç  éé o l  d to ommé C q --il d
omm   qi  oi i d popiéé i d bi p mêm d mig? E po
i  é ommém po o l vig qi  h i l p i l vol  d
mêm l éél  l  i Mi   d o o l ommé '  pl éé ompi 
 d'églité t  été démé p l Loi q'll  podi l vol qi vol bêt  it Di
y to é po l oi  d l'ho  il  éi l'homm  l 
Da onluram os arporáios que os mandamenos do deálogo que
poibiam obiçar a mulher e as oisas alheias eram ridulos e onrários à
verdadeira lei de Deus
Em suma, o mal onsisiria nas limiações do ser oningene e,
simplesmene mesmo, no o de ser. Exisir é soer, é esar na posse do demônio
er é o mal
 angúsia e a miséria, nos diz Baslides, aompanham a exisênia
omo a erugem obre o erro O mal é o próprio o de exisir
no mundo sensvel. O universo ineiro é mau.4 06
or meio do eu e da maéria, iso é, por meio do desino, os arones
aus govenam o homem nese mundo, de modo que a própria exisênia é má
[ .. ] a heimarmena é esse governo que os senhores do muno
exerem sobre nós, por meio de nosso eu []  Assim, a exisênia no
mundo é essenialmene o esado em que se é possudo pelo mundo,
no senido lieral, iso é, no senido demoniológio do ermo4 0
ans Jonas mosra ainda omo na lieraura mandeana a vida e a
exisênia são apresenadas omo dejeções:
[   ] a vida i dejeada no mundo; a luz na reva, a ama no orpo
Ela exprime a violênia original que me i eia quando me
fzeram esar onde esou e ser o que eu sou.4 08
Talvez não se enone em nenhum auor um ódio animeasio ão
grande quano em mile Cioran.  iações a seguir são odas de seu livro
  oposition e ilusram bem o que aé aqui afrmamos sobre a posição
gnósia em e do ser oningene e do ser enquano al.
O próprio ser é apenas um anúnio do Nada 409
[ ] passado, presene, uro são apenas aparênias vaaveis
de  mesmo mal, idênio em sua subsânia, inexorável em
alos que tous peuvent avoi pa à elle, comme le monte 'eemple de tous les autes êtes vivants
SÁO CLEMENTE DE LEXD Stom III, 2, 9 et 3, 9, apud LEISEGNG, Hans La
Gnose p 183
406 angoisse et la mise, nous dit Basilide, accompagnent leistence comme la ouille couve
le   mal,  est le it même d eiste dans le monde sensible  unives tout entie est mauvais
UTIN, Sege Les Gnostques p 2 1
407 [  ] la eimaménê est ce gouvenement que les mates du monde eece su nous au
moyen de note moi [ ] insi, leistence dans le monde est essentielement létat o lon est
possedé pa le monde, au sens litteal, cest à die, démonologique du teme JONS, Hans La
rigon nostique p 367
408 [   ] la vie a été déetée dans le monde; la lumie dans la ténbe, lâme dans le cops
Elle epime la violence oiginelle qui ma été ite quand on ma it ête o e suis et ce que
sua nsnuação e monótono em sua persstênca E esse mal é
coextenso ao ser, é o própro ser  1 0
Eu não uero mas colaborar com a luz, nem empregar o jargão
da da Eu não dira mas: eu sou sem enrubescer O mpudor
do sopro, o escândalo da respração estão ligados ao abuso de um
·       1 1
erbo aux· ar
Chegado ao mas íntmo de seu outono, ele o homem oscla
entre a parênca e o Nada, entre a rma enganadora do ser e sua
ausênca: bração entre duas rrealdades  ]  1 2
 salação, pos, estara na recusa ou na renúnca ao ser
Pelo ue é prondo em nós, estamos expostos a todos os males:
nenhuma salação enuanto nós consearmos uma conrmdade
com nosso ser   assm há apenas uma saída: abolr a alma, suas
asprações e seus absmos  1 3
Eu uerera semear a Dúda até as entranhas do globo, embeber
dela a matéra, zê-la renar onde o espírito jamas penetrou, e,
antes de atngr a medula dos seres, sacudir a quetude d pedras
e introduzr nelas a nsegurança e os sobressaltos do coração
quteto, eu tera construído um templo à Ruína; pregado,
reelado a arsa da oração; re, arorado o emblema da rebelião
Como os homens acalentam um desejo secreto de se repudar, eu
tera excitado em toda parte a infdelidade a si mesmo, megulhado
a nocênca no estupor, multplcado os tradores de si mesmos,
mpeddo a multdão de chardar no pântano das certezas  1 
41 0 [ ] passé préset tur e sot quappareces variabes du même ma idetique das
sa substace ieorabe das so isiuatio et mootoe das sa persistace Et ce ma est
coetesif à  être est  être ui-même Idem Ibidem pp 7980
4 1 1 Je e ve pus coaborer avec a umire i empoyer e argo de a vie Et e e dirai pus:
e suis  ss rougir impudeur du soue e scadae de a respiratio sot iés à abus du
verbe auxiiaire [ ]  Idem Ibidem p 1 33
4 1 2 Parveu au pus itime de so autome i [o homem] oscie etre Apparece et e Rie
etre a rme trompeuse de être et so absece: vibraio etre deu irréaités [ ] Idem
Ibidem p 134
4 1 3 Par ce qui est prod e ous ous sommes e bute à tous es maux: oi de sut at
que us coservos ue cormité à otre être [ ] aussi y a-t-i quue seue issue: aboir
e ses aspiratios et ses abmes Idem Ibidem p 176
414 Jaurais vouu semer e Doue usquaux etraies du gobe e imbiber a matire e ire
réger à o  esprit e péétra mais et avat d atteidre a moee des êtres secouer a quiétude
des pierres y itroduire isécurité et es déuts du coeur Architecte  eusse costrui u tempe
à a Ruie; prédicateur révéé a rce de a prire; ro arboré ' embme de a rébeio Comme
Como matar de outro modo o tempo que não passa mais? Nesses
domingos intermináveis, o mal de ser mansta-se plenamente.415
Uma outrna da salvação não tem sentido senão se partimos da
equação existência-soimento.4 1 6
Qual pecado você cometeu para nascer, qual crime para existir?
Sua dor como seu destino é sem motivo.41 7
O espírito está sem deesa contra os miasmas que o assaltam, pois
eles surgem do local mais corrompido que exste entre a terra e
o céu, o local onde jaz a loucura, na ternura, cloaca de utopias e
vermnáro de sonhos: nossa ma. 418
Para desejar ndamentalmente outra coisa, é preciso estar
desnvestdo o espaço e do tempo, e vver num mínimo de
parentesco com o lugar e o momento.419
Ser arrancado do solo, exilado na duração, cortado de suas raízes
imedatas é despedaçr ma reintegração nas ntes originais de
antes da separação e do despedaçmento.4º
A injustiça governa o universo. Tudo o que aqui se constrói, tudo
o que aqui se z leva a marca de uma agilidade imunda, como se
a matéria sse o uto de um escândalo no seo do nada. 41
Neste mundo, nada está em seu lugar, começando pelo próprio
mundo.4
Remorso de não ser Atlas, de não poder sacudir os ombros para
assistir ao desmoronamento desta risível matéria. 43
4 1  Comment tuer autrement ce temps qui ne coule plus? Dans ces dimanches interminables le
m d'être se manifeste à plein. Idem. Ibidem, p.38.
416 Une doctine du salut n'a de sens que si nous patons de équation xistence-sourance.
Idem. Ibidem, p. 44.
4 17 Quel péché as-tu commis pou natre, quel crime pour xister? Ta douleur comme to destin
est sans moti Idem. Ibidem, p.46.
418 Iesprit est sans défense contre les miasmes qui l'assaillent,  ils surgisse de l'endroit
le plus corrompu qui existe entre la terre et le cie, de l'endroit o a lie gt, dans la tendresse,
cloaque d'utopies et veminire des rêves: notre e. Idem. Ibidem, pp. 47-48.
419 Pour désirer ndamentaement autre chose, il ut être désinvesti de  espace et du temps, et
vivre dans un minimum de paenté avec le lieu et le mment. Idem. Ibidem, p. 0.
420 Ête arraché au sol, exilé dans la durée, coupé de ses racines immédiates, est déchire une
éintégation dans les sources oiginelles d' avant la séparation et la déchirue. Idem. Ibidem, p.  1 .
42 l Iinustice gouverne l'univers. Tout ce qui s'y constuit, tout ce qui s'y déit ·porte empinte
d'une agilité immonde, comme si la matire était le uit d'un sndale au sei du néant. Idem.
Ibidem, p. 60.
Cada ser está necessariamente sozinho pelo to de que ele é
indivíduo 424
A defnição é a mentira do espírito abstrato4 2 5
[  ] execrando a ação, mãe de todos os vícios [ ] 426
[  ] Verdade [ ] Não há vocábulo mais vazio [ ] essa superstição
[  ] resulta da sobreposição da esperança sore a lógica4 2
Como eu execro, Senhor, a torpeza de tua obra e essas larvas nojentas
que te incensam e se te assemelham! Odiando-te, eu escapei das
melosidades de teu reino, dos absurdos de teus ntoches4 28
Odiando o Criador, Cioran tem de cultuar o demônio:
Espírito de mentira, Príncipe das Trevas, o Maldito, o Inimigo,
como me é doce rememorar os nomes que perturbaram sua solidão!
E como eu o ao desde que ele é relegado dia após dia! Possa
eu restabelecê-lo em seu primeiro estado! Eu creio nEle com toda
minha incapacidade de crer Sua companhia me é necessária: o ser
sozinho vai em direção ao mais sozinho, em direção ao Sozinho 
Eu devo a mim mesmo o tender para ele: meu poder de admirar,
de medo de permanecer inutilizado, me obriga a isso Eis-me ce
a meu modelo: apegando-me a ele, eu puno minha solidão por não
ser total, encho dela um outro que a ultrapassa: é inha maneira
de ser humilde 
Substitui-se Deus como se pode; pois odo deus é bo, desde que
ele perpetue a eeridade nosso desejo de ua solidão capit4 29

424 Chaqu êtr st nécssairmnt sul du it quil st individu Idm Ibidm  83
425 L dénition cst l mnsong d lsrit abstrait Idm Ibidm  30
426 [  ] xécrant laction mr d tous ls vics [  ]  Idm Ibidm p 2 1 7
427 [ ] Vérité [ ] Point d vocabl lus cru [ ] ctt surstition [ ] réslt d lmiétmnt
d lsoir sur la logiqu Idm Ibidm  233
428 Combin cr Signur la turitud d ton ouvr t cs lavs siruuss qui tncnsnt
t t rssmblnt T haissant  ai échaé aux sucrris d ton royaum au balivrnés d ts
ntochs Idm Ibidm p 199
429 Esprit d mnsong Princ ds Ténbrs l Maudit lEnnmi combin il mst doux d m
rémémorr ls noms qui étirnt sa solitud t combin  l chéris duis quon l rlgu our
ars our Puiss l rétablir dans son rmir état J crois n Lui d tout mon incaacité d
croir Sa comagni mst nécssair: lêtr sul va vrs l lus sul vrs l Sul J m dois dy
tndr: ma uissanc d'admirr d ur d dmurr sans mloi  my oblig M voilà c à
mon modl: n my attachant  unis ma solitud d nêtr oint total  n gorg un utr qui
Faando do aido-modelo, Cioan afma que Judas aiu apenas um
eus, como ouos aam a páia, ou ouas pessoas aveia um modelo mais
complexo de aição: é a que não se eee a uma pessoa ou objeto
[   ] epudia  po um divócio measico  a subsância que o
moldou, que o ceca e que o caega [  ] Quando se aiu o se,
az-se consigo apenas um mal esa indefnido, nenhuma imagem
vindo apoia com sua pecisão o obeo que suscia a sensação
de inâmia Ninguém o apedeja; você coninua um cidadão
espeiável como anes; [  ] É que o aido da exisência só em
conas a pesa a si mesmo 
Você em o dieio de saboa o pópio se, mas nenhum se; você
pode liciamene demoli as bases de udo o que exise, mas a pisão
ou a moe o espeam ao meno aenado  ças individuais
Nada poege a Exisência; não á pocesso cona os aidoes
measicos, cona os Budas que ecusam a salvaço, esses não
sendo ulgados aidoes senão da sua pópia vida Eneano,
de odos os maleioes, esses são os mais pejudiciais: ees não
aacam os uos, eles aacam a seiva, a pópia seiva do univeso
Sua punição, somene eles a conhecem 
ode se que em odo aido haja uma sede de opóbio, e que a
escola que ele az de um mundo de aição depende do gau de
solidão a que ele aspia Que não seniu o desejo de pepea uma
çanha incompaável que o excluiia do númeo dos umanos?
Quem não cobiçou a ignomnia, paa coa paa sempe os liames
que o pendem aos ouos, paa soe uma condenação sem
apelação e chega assim à quieude do abismo? E quando se ompe
com o univeso não é pela paz de uma aa iemissvel? Um Judas
com a alma de Buda, que modelo paa uma humanidade ua e
moibunda430
3 [    ]     divc méhyiqu   ubc qui v  éi, qi vu
  qi v  [ ] Qud   hi 'ê  'm vc i qu'u mi
idéi, c img  v y d  écii 'b qui ci  i d'ifmi
  vu   i vu ê ciy cb cmm dv [ ] C' qu   à
ic  d cm à d q'à i [ ] 
V vz  di d  'ê mêm, mi cu ê vu uvz icim démi
 b d  c qi , mi  i   m vu d  mid  
c idivid Ri  gi 'Eic: i 'y   d cédu c  
méhyiq, c  Bddh qi   , c-ci 'é ugé  qu'à u
 vi Pu, d u  miu, c  u  pu uiib: i 'qu p 
i, i q  v,  v mêm d 'uiv L ii, u   ci 
Judas com ama de Buda que aspra a uma condenação sem apeo, para
ser ançado no absmo ...  é o ndo da pscooga gnóstca nas paavras de
um autor atua. A Gnose não  apenas um absurdo eaborado por nsanos
de sécuos remotos. Ea é o cuto do absurdo e do ma, resutante de um ódo
metaísco. Ea pode exstr hoje. Em todos os tempos podem exstr Judas com
ama de Buda.

couper à amais les liens qui l attachent au autres pour subir une condamnation sans appel et

STO TEMA: A SOTEOO/A DO
ANTOPOTEÍSMO

Soter, em grego, signifca salvador. Entendese por oterioogia a doutrina


da salvação do homem do atua estado em que se encontra devido ao seu pecado
original.
Quando se estuda a soterioogia gnóstico-panteísta se deve, iniciamente,
er agumas obseações e introduzir certos matizes para se evitar consões.
Enquanto na soterioogia ortodoxa apenas o homem é objeto da redenção,
esse objeto, na Gnose, é a própria divindade decaída.
"O verdadeiro objeto da savação é a própria divindade: seu tema é a
integridade divina.43 
Para a Gnose, não houve pecado origina humano, mas sim uma queda
do próprio Deus.
Jamais houve o pecado origina humano, uma cupabilidade
da alma humana: houve a culpabilidade de um Éon, antes da
existência do tempo, e i uma comoção divina [ ...].43 2
[  .  ] a humanidade não é responsáve por sua condição nem
pela necessidade de uma inteenção divina. Não há queda,
não há pecado original de Adão: se ee chega a ser o primeiro a
receber a revelação {como é equentemente o caso) não é como
um transgressor, mas como vítima  diretamente, da opressão
arcôntica e, em última anáise, da queda primordial, que i causa
da existência do mundo e da sua própria. Por isso, se há alta,
ela não i de Adão, mas dos Éons que provocaram a ruptura d
431  véitable obet de savation  est la divinité elle-même; son thme  est linegrité divine
JONAS Hans  rigon osque p 257.
ordem superior; ela não é umana, mas divina, e ela i cometida
antes e não na criação. Eis que diere da posição judaica e cristã,
e que nos introduz no coração do enômeno gnóstico. Eis o que,
entre outras raões, az com que o gnosticismo seja incapaz de
assimilar qualquer afrmação séria da encarnação e da cruz.433
Tendo sido a queda da própria divindade, não se deve pensála em
temos morais. A queda teria consistido na passagem do nada asoluto  a vazia
"essênci' da divindade  ao ser. A queda não teria sido moral, mas ontológica.
Ela é descrita mais como "engano ou "ignoânci' de um éon sueio que
como uma ação positiva.
Daí, para a Gnose, a primeira condição asolutamente necessáia paa a
salvação da divindade ser a própria Gnose, isto é, o conecimento de que em nós
existe um espírito divino encacerado, que clama or lieração, e de que esse
espírito é o que á de mais prondo em nós.
A salvação ermética não compota alvado é aenas necessáio
conecer. 434
Este é o em fnal daqueles que possuem a Gnose tonaemse
Deus.435
O seguinte texto de anto rineu é elucidativo
A redenção pereita é o conecimento da grande ineável; as
coisas que deivam da ignorância, da degadação e da paixão, todo o
conjuno da ignorância é dissolvido pela Gnose. Ela não é soática
poque o coo é couptível, nem psíquica oque a alma eiva da
degradação e é somente a moada do neumático e aa ele asta o
conecimento do univeso esta é a vedadeia edençã. 3
433 [ ] l'humanité n'st pas sponsabl d sa condition ni d la nécssité d'un ntvnton
divin I n'y a pas d chut pas d péché oigin d'dam: sl aiv qu'il soit  pmi 
cvoi la évélation (com c'st souvnt l ) c n'st point n tansgssu mais n vctm
 dictmnt d l'opssion achontiqu t n dni ssot d a chut pimodal qi a
été caus d l'istnc du mond t d la sinn pop Po atant qu'i y ait t l nst
pas ut d'dam mais ds Éons qui ont povoqué a uptu d l'od spéiu; l nst pas
humain mais divin t ll a été commis avant t non dans a céation Voi qi di d la
postion uiv t chétnn t qui nous intoduit au co du phénomn gnostqu Vo q
nt auts aisons fait qu l gnosticism st incapabl d' assimil acun amation séis
d l'incanation t d a coi Idm Ibidm p 455
434  saut hmétiqu n compot pas d Sauv: i n'st bson q d connat
FESTUGIRE R ndé-Jan La &velon em Tméte Vol III p 03
435 T! st l bin nal d cu qui possdnt la Gnos dvni Diu TRISEGISTO
Hans Jonas, comentando essa citação de Santo rineu, acentua os aspectos
antimetasics da Gnose:
Eis, portanto, a grande "equação pneumátic do pensamento
valeniano: o acontecimento humano individual, o conhecimento
pneumático, é o equivalente inverso do acontecimento universal
pré-cósmico, a ignorância divina; e, em seu eeito redentor,
o conhecimeno é, ele próprio, de ordem onológica. O
conhecimento, eito ato na pessoa, é, ao mesmo tempo, um ato
em todo o campo do ser.437
Outros autores dizem o mesmo:
[ ... ] a Ç é  uma vez atingida - um conhecimento total,
imediato, que o indivíduo possui inteiramente ou não possui; é o
"conhecimento em si, absoluto, que envolve o Homem, o Cosmo
e a Divindade. E é apenas por esse conhecimento - e não pela é ou
pelas obras - que o indivíduo pode ser salvo.438
Conhecer nossa condição real, saber sobre qu massa ástica de
obscuridade, de mares, de círculos sucessivos estos condenados
a viver, em quais anros submarinos nós vegetamos, arofados e
enermos [ ... ] saber isso é a primeira etapa do pensamento gnóstico. 439
A salvação não se ria, pois, pela obediência à lei moral, por meio de
sacricios penitenciais para pagar os próprios pecados ou por obras de caridade.
Vimos que a Gnose deendia duas "morais dialeticamene oposas:

statum ut st agnto redempto nerors homns. Et neque orporale esse eam; orruptble
enm est orpus neque anmalem quonam et anma de labe est sprtus velut habtaulum
sprtalem ergo oportere et redemptonem esse. Rdm enm per agntonem nterorem homnem
sprtualem et suere es Unversorum agntonem et han esse redemptonem veram. STO
IRINEU. Cona Haerses,    4 n Mgne Vo. I. Tradução extraída de Idem. Con as
Hersi,  214
437 Volà don la grande équaton pneumatque de la pensée Ventnenne lévénement
human-ndvduel la onnassane pneumatque est léquvent nversé de l événement unversel
préosmque lgnorane dvne; et dans son eet rédempteur la onnassane est de même ordre
ontologque. L onnassane te ae das la personne est en même temps un ae dans tout
le hamps de l être. JONAS Hans. La r/igon osque p. 232.
438 [ ...] la Çest - une s quelle est attente - une onnassane toae mmédate que
lndvdu possde tout entre ou na pas du tout; est la "onnassane en so absolue qu
embrasse lHomme le Cosmo et la Dvnté. Et e nest que par ette onnassane - et non par la
 ou par les oeuvres - que lndvdu peut être sauvé. HUTIN Serge. Les Gnosques pp. 14-15.
43 Connatre notre ondton réelle savor sous quelle masse ntastque dobsurté de mers
 . Uma moral ascétca, uto do ódo gnóstco à matéra e à exstênca.
 Uma moral antnomsta que pregava a prátca de ações as mas
degradantes e re pugnantes.
Para esses gnóstcos, a Le sra obra do Demurgo e, por sso, deva ser
desobedecda. Sobre os discípulos de Smão Mago, diz Santo rneu:
Pos, seundo eles, os omens podem salvarse pela graça, mas não
pelas obras justas. Com eeito, não á obras boas por natureza,
mas somente por convenção, como dspuseram os Anjos cradores,
para manter escravos os omens por meo destes precetos44 0
O gnóstco Marcon ensnava essa mesma doutrna a respeito da
intldade das boas obras.
Para o tempo que les alta vver na terra, a conduta dos crentes
les é dtada não tanto por um cudado postvo em santfcar suas
vdas como por um interesse negativo em reduzir o contato com o
domíno do Criador É pela é somente que se pode antecipar na
terra a elicdade tura 441
Não se pode negar a semelança dessas deas com as de Lutero
Segundo Santo rineu, também essa era a doutrina dos carpocrátcos:
[ .  ] eles acrescentam que Jesus ensnou a seus apóstolos uma
doutrina secreta e que os encarregou de transmitila àqueles que
a soubessem compreendêla São a é e o amor que salvam Todo
o resto é indierente e apenas a opinão umana coloca distinções
entre bem e mal44 2
A salvação é automática para quem tem a Gnose.
A salvação do pereito dáse de uma maneira quase automática:
Não é a obra que z entrar no Pleroma, mas a semente enviada
440 Seundum enim ipsi grati salvari homin, sed non seundum oper ustas  enim 
naturaliter operation ut,   aidentia quemadmodum posuerunt qui mundum feerunt
geli, pe huus mo praeepta in seitutem adue homin STO IIU Con
Hses I III 3 in Mie, Vol VII Traduo extrda de Idem Con  Hs I 233.
44 1 Pour le temps quil leu este à vivre du terrestre séou, la onduite des oyants le est
ditée moins par un soui positif de santier leur vie que par le soui négatif de éduire le oat
ave le domaine du éateur Cest pa la i seulement quon peut iibas antiipe la féliité
ture JONAS, Hans La eigon osque p 187.
442 [ ] ils aoutent que Jésus a enseigné à ses apôtres une dotrine serte et quil les a hargés
de lá como uma criancinha e que se torna pereita aqui em baixo.
(Texto valentiniano citado por Santo Irineu (Adv aer I, ,)).443
Por causa do ódio à Lei, muitos gnósticos "cristãos declaravam que havia
oposição entre o Antigo e o Novo Testaento, entre o Deus da Justiça e o Deus
do Amor. É o que dizia Marcion, por exemplo, para quem Jesus era o inimigo
do Deus do Antigo Testamento.
Ele esus não cumpriu a Lei, ele a aboliu; ele desvendou a
antinomia radicl entre a Lei e o Evangelho e ndou sua Salvação
uniente sobre a é. Ele exige do homem uma completa renuncia
ao mundo e  obras de seu criador.444
Certos gnósticos deduziam que o Deus do tigo Testamento era o
Demiurgo, o deus do Mal, que estabelecera a Lei para mter encarceradas as
partculas divinas na matéria. Por isso, dever-se-ia praticar o contrário do que
Ele dizia. Da a doutrina da santidade do pecado que já vimos existir também
na Cabala.
Hans Jonas mostra como do relativismo mor se chegou, entre os
gnósticos, ao antinomismo radical.
[ ... encontramos, por vezes, entre os gnósticos, o argumento
subjetivista do ceticismo moral tradicional: nada é naturalmente
bom ou mau, as coisas em si mesmas são indirentes e é somente
pela opinião humana que as ações são boas ou más. 445
Da se passa à condenação da lei.
Mas os gnósticos vão mais ndo: reetindo sobre a nte dessas
"opiniões humanas, eles azem de um argumento cético um
argumento metasico e transrmam a indierença em oposição.
Descobrese que a nte primeira não é humana, mas demiúrgica,
e que é, pois, a mesma que a da ordem da natureza. Em razão dessa
origem, a lei não é indierente: ela z parte da grande empresa
rmada contra nossa liberdade. Sendo lei, o código moral não é
senão o complemento psquico da lei sica e, a esse ttulo, ele é o
443  salut du "parit s'opre d'une manire quasi automatique "Ce n'est pas l'oeure qui
ait entre das le Pléôme mais ' est la semence envoyé de là-bas comme u petit ent et
qui devient parite icib. (Texte valentinien cité par SAINT INÉE (Av. haer. 1 6, 4)).
TIN Serge Les Gnosques, p 78
444 I esus] n'a pas accompli la Loi il l'a abolie il a dévoilé l'atinomie radicale entre la Loi et
l'Évangile et ndé uniquement son Salut sur la i. I exige de l'homme un complet renoncement
au monde et aux oeuvres de son créateur. LEISEGANG as.  Gnose, p 196.
445 [ ] nous rencontrons paris chez les egostiques l'argument subetiviste du scepticisme
aspeco ineio da dominação univesal Uma e oua lei emanam
do senho dese mundo; são os agenes de seu pode, unifcado no
Deus dos judeus único, mas duplo, ciado e legislado
Como a lei do mundo sico, aheimamena,  os copos individuais
enaem no oganismo de conjuno, do mesmo modo, a lei moal
insee as almas nele e as sumee ao plano demiúgico44 6
A lei mosaica, os dez mandamenos são, pois, um meio de mane
encaceadas as paculas divinas A lieação zse pelo epúdio e violação
da lei
É a lei oua coisa  que seja evelada po Moisés e os poas,
que opee nos háios e opiniões dos homens  senão o meio de
ona haiual e, assim, pemanene, o aolameno do homem
nos negócios, ineesses e peocupações do mundo; de consaga
seu exemo compomenimeno com o mal, legiimandoo com
o selo da seiedade e da ega, louvo ou censua, ecompensa ou
casigo; de aze de sua pópia vonade uma auxilia complacene
e sevil do apaelho de coação, o qual exece assim sua nção mais
unido e de modo mais inexincável? [ 
o a lei nomaiva, o quee do homem é aasado pelos mesos
podees que dominam seu copo uem oecede adica das
vonaes soe seu eu44
Passouse, assim, da simples indieença sjeivisa em ce da lei paa
ma oposição sisemáica a ela, com ndameno, no dize de Jonas, numa
446 Mais s gnostiqs vont ps prond réchissant sr a sorc d cs opinions hmains
s n dn argmnt scptiq n argmnt métaphysiq t changnt ndrnc 
opposition On décovr q a sorc prmir nst pas hmain mais dmirgiq t q
st donc a mêm q c d ! ordr d natr En raison d ctt origin a !oi nst as
indirnt  it pari d a grand ntrprs rmé contr notr ibrté Etant oi  cod
mora nst q  compmnt psychiq d a oi physiq t à c titr i st  aspct intérir d
a ominaton nivrs  n t ! atr oi man d signr  c mond c sont s agnts
d son povoir nié dans  Di ds i n mais dob créatr t égisatr
Tot com a oi d mond physiq a himarmnê it ntrr s corps individs dans
 organism  nsmb ains a o ora y nrô s ms t s assrvit a an  déirg
OS s La rigo osque 355
447 a oi st atr chos  q soit révéé par Mos t s prophts o q  opr
dans s habitds t s opinions ds homms  sinon  moyn d rndr habit t par à
prmannt nismnt d homm dans s aairs intérts t préocations d mond d
consacrr son trêm compromission n y mttant  sca d séri t d a rg oang
o bm récompns o chtimnt d ir d sa voonté mêm n aiiaircopaisant
t srvi d appari d contraint q! it doc sa nctio datant ps nimnt t
"eocuação metaíica oitiva ("soi épsiq posit ) "o de eudia
a ubmião a toda à noma objetiva ( " li  pdir  sosio à tots s
ors objvs) avendo, otanto, um motivo de a violar em ecúulo
(  o ls vior sa éag  )
Violae a lei aa e arma a liberdade oiginal aboluta do omem e
também aa e deaa o acnte
Paa o caocático, aa o caimita, aa o cabaita, o ecado e
tona o meio de alvação, invetendoe, aim, diaeticamente, a moal
O ecado, camino de avação, é a inveão teológica da óia
ideia de ecado: temo aí um do anecedente do atanimo
medieval e, ainda eta vez, um aquétio do mito de Fauto45
Não ó do atanimo medieval, como também da moa luteana Não
amava Luteo que a avação ó e obtém ela é e não ela oba Não dizia
ele que ea ecio aboli todo o mandamento, oi que eam mandamento
de Sataná Não amava ele que Moié ea um omem éimo, evo do
eu do mal451
O neuma divino, o e divino, não etá ujeito à lei e nem é caaz de
ecado Se ouvee ecado, ele conitiia na aceitação da lei ou na aceitação do
mundo mateial O neuma divino etá em ecado na medida em que ele aceia
emanece no inno da matéia cómica
Paa o dualita deivado de Platão, o ecado deende een
cialmente da matéia Poque o Antoo ado de eu e uniu
à Pyi mateial, o omen teete, nacido dea união, ão
dulo; bon qano à alma, mau quando ao coo (C  ).
A alma, o ela mema, uíima, vito que é divina, aena co
tai mácula o ua união ao coo e na medida em que vive aqi
embaixo egundo o coo Uma vez ecanada, e ó o caua
dio, ela etá de alguma maneia em etado de ecado Ao me
no, é o que ocoe quanto ao ono Po outo lado, o iniciado
na Gnoe etá alvo Etá alvo, o um lado, oque, gaça à
vida de eza que leva, aaae o máximo oível da mácla
cooal Etá alvo, o outo lado, o uma eécie de ilumi
nação intio que o alvou denitivamente, conecendo eu e
conecendoe como aído de eu, ele tem a ceteza de não mai
448 inrsse metasico posivo" Idm Ibidm p 35 5
449 Idm Ibidm p355
450  péhé vi d sl 's l nvsmn hélgiq d l'ié mêm d péhé s
pecar. O corpo pode em aparência cometer atos pecaminosos.
Isso é obra da matéria da qual o gnóstico ou espiritual se livrou de
uma vez por todas pela Gnose. Em uma palavra não é alma que
peca mas o corpo material. E na medida em que ele se libertou ou
crê ter-se libertado da matéria o homem não peca mais.45 2
Se o essencial da soteriologia gnóstica consiste no próprio conhecimento
na Gosis no conhecimento de que se é deus desse conhecimento decoe
não tanto uma moral mas uma técnica de libertação das cadeias que retêm
as partículas divinas no Cosmo. Tais cadeias cósmicas criadas pelo Demiurgo
podem ser esquematizadas do seguinte modo:
  A prpria psiqué
2 A personaizaão
 A autoridade
 Cadeias espirituais  A razão a gica o discurso e
ou psíquic também a técnica a ciência e a
sabedoria

Cadeias csmicas   A vontade


ou ontogicas . Cadeias voitivas 2 Aei
 A moridade

  A prpria matéria e as eis físicas


 Cdeias materiais ou nturais
2 A individuaidade
  espo
  tempo

452 Pour es dualistes dérivés de Paton, !e péhé tient essentieement à a matire C'est pare
que 'Anthrôpos issu de ieu s'est uni à a Physis matériee que es hommes terrestres, nés de
ee union, sont doubes, bons quat à 'âme, mauvais quant au orps (CH 1 15) âme,
pour eemême toute pure puisque divine, ne ontrate de souiure que par son union au orps
et dans a mesure o iibas ee vit seon e orps Une is inarnée, et de e seu! it, ee
est en queque sorte en état de péhé u moins en vati ainsi pour !e prone En revanhe,
'initié àa Gnose est sauvé I 'est d'une part en e que, grâe à a vie de pureté qu'i mêne, i
s'eoigne autant que possibe de a soiure orporee I 'est d'autre part en e que, par une sorte
d'iumination intérieure qui !'a dénitivement sauvé, onnaissant Dieu et se onnaissant omme
issu de Dieu, i a a ertitude de ne pus péher  orps peut bien, en apparene, ommettre
des ates peamineu, 'est à !e fait de a matire dont !e gnostique ou spiritue s'est une is
 técnicas de salvação gnóstica isto é seus rituais seus "sacramentos
suas práticas ascéticas ou tinomistas visari unicamente a destruir essas
cadeias ontológicas destruir o ser.
Entre as cadeias psíquicas ou espirituais deve-se citar em primeiro lugar
a própria psiqué ou alma racional. Isso se ria buscndo a comunhão com toos
os seres pela destruição do que há de espiritua e de raciona no ser humano.
A personalização uto de nossa racionlidade também deveria ser
destruída. O igualitarismo cultuao e buscao como um bem em si mesmo e
a destruição de toda noção de lteridade seriam meios para ndir tuo e todos
no too gnóstico. Daí a preerência gnóstica pelo que é comunitário e coletivo
em relação ao que é pesoa e particr.
A rão teria sido criada pelo Demiurgo para iludir o homem zeno-o
julgar o Cosmo como um bem visto que é cognoscível. A raão como vimos
é o meio que o Demiurgo criou para impeir uma visão unitária e coletiva o
universo já que a visão raciona é sempre agmentadora e agmentaa.
ssim a razão everia ser substituída por uma cosmoisão unitria ou
monoentísta.
A lógica seria o modo operatio próprio a razã e se nentari n
princípios e identidade e de contraição que criam uma isão estel e s
do unierso. zão e lgica cneriri reie  ser e  epresri
pelo discurso.
Da razão e a lógica aviriam a ciência e a técnica. Ciência que consiste
no conhecimento e aceitação as leis que o Demiurgo ps n nature. écni
que consiste na aplição prátic s cnhecient  lei natur i
uma vida melor neste muno.
A lógica deveria ser substituí pela iléti ou seja pela lógic  ir
a-ser e o iscurso lógico pelo mit.
A ciência eria ser substituía pelo conhecimento esotéric ist é pe
conecimento das leis ocultas e simpatia que interrelacionam a partíc
divinas presas nos eres materiis.
A técnica deve ser substituída pela magia ou seja a aplicação as eis e
causa e eito que supõem alteridade devem ser substituídas pela aplicação as
leis de simpatia que supõe a comunão unitária de todas as coisas entre si.
A sabedoria visão arquitetnic e teleológica do universo criado como
um reexo de Deus que permite ter dele um conecimento anaógico deve ser
sustituída pela Gnose.
 drogas tóxicas a embriaguês o "êxtase erótico o pensamento
Méodo cuioso de desuição da azão i iveado pelo caalisa
Aaão Auláfa o século XI Segudo ele é peciso "[] liea a alma
desaa os laços que a pedem453 A lieação ecoduziia udo ao uo divio
"O desaameo' é pois eoo da muliplicidade e epaação em dieção à
uidade oigial.454
O omem viveia megulado o dilúvio da coee divia mas dela
esaia sepaado pelos diques da fiude.
Po que a alma é como que selada? Simplesmee poque espode
Auláfa a vida diáia dos sees umaos suas pecepções do
mudo sesvel ivadem e impegam a mee com uma mulidão
de mas ou images sesveis [ ...]  A mee ao pecee odos os
ipos de ojeos auais e ao admii suas images à cosciêcia
cia paa si mesma po esa ção aual um ceo modo de
exisêcia que az o selo da fiude.455
Paa se liea dessa alsidade do múliplo e do fio o omem deveia
media em coisas ão só asaas mas amém ideemiadas. Paa isso
Auláfa acoselava comia leas eaicas de al modo que de peêcia
massem palavas sem sigifcado sem seido e eão a alma eaia em
coao om a dividade ifia.45
O quee mação do eu pessoal deveia amém se aiquilado pela
aulia e pea apaia de ipo udisa. A lei e a moal deveiam como vimos se
sisemaicamee violeadas poque ao a lei sica quao a lei moal seiam
oa do Demiugo.
Cadeias maeiais a desui seiam
  A pópia maéia apoada como a picipal e do mal. Da a
codeação gósica do sexo da geação e da mule equao al
pois são meios de se pepeua a vida sica de se pepeua a pisão
po excelêcia das paculas divis.
O despe pelo sexo se azia como dissemos ou pela aseção asolua
e codeação de seu uso ou pelo auso mais ope e degadae.
Assim como se despezava a maéia despezavamse as leis auais que
a egiam e que deviiam se violadas po meio da magia.
. A idividualidade eeio da maeiidade amém cosideada
como má em si mesma. Da a codeação de udo que ea idividua
como po exemplo a popiedade e o maimôio.

453 SCHOLEM, Geson G. A míca ica, p 133


Tamém se odiavam as limitações ontológicas do ser material, isto é, o
espaço e o tempo Desejava-se tornar o homem eterno, dar-lhe infnitude
Essas seriam, em resumo, a práticas gnósticas que permtiri realr a
divinzação do homem
Para o Pantesmo, a salvação seria o resultado de um longo processo
evolutivo em que o homem, pouco a pouco, graças à rao e à ciência, elimnaria
todos os males do mundo, e suplantaria todas suas limitações realizando no
universo a plenitude da vida dvina

SÉTIMO TEMA: A DOUTNA MESSII OU
CSTOÓI DO ANTOPOTEÍSMO

uer na Gnose uer no Panteísmo o homem é o "redentor ue se redme


[o savdor ue se sava  mpur qui se me sauur qui se sau.  
Não havera pos um dentor pessoa únco para toda a humandade.
ás a doutrna da redenção estava sofcto negada ao se rejetar a doutrna do
pecado orgna.
A Encanação no seo da rgem ara e a edenção pea cruz são os
dogmas crstãos a ue o tropoteísmo mas se opõe.
t �rbum cafcm t et abivit in nob 
ue o erbo tenha se eto carne sto é ue tenha se reazado a unão
hpostátca na dupa natureza dvna e humana de Crsto, ta não pode ser
aceto nem peo Panteísmo nem pea Gnose.
O Panteísmo nega a Encarnação porue nega toda transcendênca. A
Gnose repee o dogma da Encarnação porue odea toda a carne. O Panteísmo
não aceta ue Crsto seja verdadero Deus pessoa. A Gnose não aceta ue Ee
seja homem verdadero.
Panteísmo e Gnose têm de rejetar a Encarnação do erbo porue são
détcos e a Encarnação tudo harmonzou: o espírto e a matéra o céu e a
terra, o eterno e o tempora Deus e o homem.
[ .. . o to centra de toda a vida regosa de rma e conteúdo
crstão é a chegada da Encarnação. Desde ue nos aastamos anda
ue um pouco, desse co corre-se o duplo pergo do umansmo
e do desmo. 

457 ONAS Hans  igon osque p 30 


Duvidar ou negar a Encarnação, por mínimo que seja, leva ou ao
Panteísmo humanista ou à Gnose ideaista.
Com a Encarnação do Verbo no seio de Maa, sempre Virgem, 
esmagada a única cabeça da serpente e sua língua bífda. E é por isso que se diz
de Maria: "sozinha destruístes todas as heresias. 60
Pelas mesmas rões, a Gnose e o Panteísmo não podem acetar a
Redenção pela cruz. Os gnósticos cristãos, rejeitando a matéria como má, não
podiam aceitar que Cristo tivesse corpo material. Eles, em ger, afrmavam a
doutrina docetista, isto é, de que Cristo teria tido apenas um corpo aparente.
Sendo assim, Maria Santíssima não teria sido sua mãe, nem Ele teria soido ou
morrido na cruz, nem teria ressusctado.
 versões docetista sobre a paxão de Crsto varavam. Uns diziam que
Cristo ra substituído por outra pessoa na crucfcação; outros que seu corpo
era uma pura aparência ntasmagórca. Outros anda dza que o Cristo era
um éon divino que teria baixado sobre o homem Jesus no dia de seu batismo,
sob a rma de pomba, e que se retirara dele na hora da Paxão. Daí ele ter
reclamado: "Senhor, Senhor, por que me abandonaste? 6 1 Eles distinguiam,
portanto, Jesus, o homem que teria nascido de Maria e morrido na cruz, do
Cristo, éon divino que baixara sobre Ele.
Outra consequência desses princípios era a negação da Eucaristia, pois
que nela se recebe também o corpo e o sangue de Cristo, sob os aspectos de
pão e de vinho. Para certos gnósticos, a comunhão seria apena uma cerimôna
mágica que permitiria a são da partículas divnas presas nos homens num
único espírito, coletivo e divino, da assembléia dos féis.
Para Basílides, todo soimento era um castigo por culpa anterior. Os
mártires não eram vítimas inocentes, mas pagavam crimes anteriores. Então,
para explicar a Paixão de Cristo, Basílides recorria ao docetismo.
Nem Jesus i vítima inocente, se admitirmos que ele era um
homem. Não há para Basílides senão um meio de evitar essa
conclusão: o docetismo, ou seja, a teoria de uma humanidade
puramente aparente de Jesus. Jesus tomou apenas um corpo
aparente e suportou apenas soimentos aparentes.62
No Livro  Bah livro gnóstico ofta, dza-se que:

l'umaisme et de l'idéalisme ROUGEMONT Deis de L 'mou et  ccidnt, p 29


460 Cuctas aereses sola iteremisti Hio Ga Ma \o
46 Eli Eli lamma sabactai? Mt 2742
462 Jésus o plus 'a p été ue victime iocete si l'o admet qu'il était u omme I 'est
Fuiosa de não te odido evete Jesus, Naas a seente) z co
que Ele sse cucifcado. Mas Jesus abandonou sobe o adeio
o copo de Éden, e subiu e dieção ao Bo. Ele disse a Éden:
"Mulhe, devolvo-te teu flho (C. Jo 19,26), isto é, o oe
sico e o hoe ateial; deois ele entegou seu Pneua as
ãos do Pai e se elevou e dieção ao Bo. 463
é disso:
[ .  . ] salvo aas exceções, os gnósticos ecusa ce na Encanação
e na Paixão de Cisto; esses heeges são atidáios do caado
docetismo: "Jesus não ea eito de cane...  dizia ua cátaa,
Raiunda Bezeza, o volta de 120 - jaais Deus veio se evesti
de nossa cane motal no seio da be-aventuada Vige; Maia
não i a ãe de Deus.
O Cisto não teve senão a aaência de oe ou, se Ele teve u
coo, ea um coo não subisso a necessidades gosseias [ ] 
A Paixão escandaliza a maioia dos gnósticos cistãos: Baslides ão
admitia que Cisto houvesse sido suliciado; i Sião Ciineu
que oeu e seu luga na Cuz. 4 64
[ ] aa os aniqueus, i o óio Pncie das tevas que Jesus
ez se cucifcado e que se contoceu na cuz. Sobe o Batiso,
deois do qual Cisto teia toado o luga da essoa uana de
Jesus, Mani e Baslides concodava.465
Po considea que a atéia é á e que, o isso, Cisto ão e
tido coo, os gnósticos, consequenteente, não odia aditi senão 
463 Fr d avor p dévoyr Jéss Naas (a srp) l  crcr as Jéss abadoa sr
l bos l corps dÉd  moa vrs l Bo I d à Éd: Fmm   rds o ls (c Ja
 26) cs-à-dr lhomm psychq  homm marl; ps l rm so Pma r
s mas d Pr  l sélva vrs l Bo SNTO HIPÓLITO DE RO Pisopumena p
204-205
464 [   saf ras cpos ls gosqs rs d cror à carao  à la Passo 
Chrs; cs héréqs so psas d c q o appll l docésm "Jéss éa pas  d or
char  dsa  Cahar Raymod Béza vrs 1 270  amas D s v rvér or
char morll das l s d la bhrs Vrg; ar a pas éé mr d D
 Chrs a  d lhomm q lapparc o sl a   corps céa  corps o
soms à ds écssés grossrs [ 
L Pso scadas la maoré ds gosqs chrés Basld  v pas admr q
l Chrs a éé spplcé; cs Smo d Cyr q s mor à sa plac sr la Cro HUTIN
Srg Les Gnostiques pp 54-55
465 [  por ls anchés céa l Prc ds éêbrs l-mêm q Jéss y ava  or
ij u  luiv lo o "iiui 
ji  oo o lo uui  Ij oição iqui
li lo  P l  igj vi  oj  oo lo
"il vi  u ij o  o  iôi 
o io  i  o
Coo o io ivio i o io   o  u i
u vlção ol  ouii  u v  l  o io
iuiio ouiio  o oo oio Ruv
il o o   oiçõ vi oi qu uo vouio
oiu  oi  o
o lo  ij ui ão   o io
io o iio éulo o iiio  é   i
ivi atii ou iiui ião o Liv Eio)  o i
 ii o oo i  oo éulo   oição o
oi  o ui "uo oéio
 oioloi  ião Mo  lvção o uo i li o
  loi lo io ião Qu i u oui
i vo E ião  o lvo  o o u o oço oluo)
o uj ç   ão o  o ju  o o  vi4
A oiooi vii é  i lo Ai oo o
iuo i u uo llo  io o Plo ivio i
é o u iio  uo i io é o lo ou vulo
o lvo o Plo
Quo o úlio éo o o ovoou  o ivi o
ou ivio i o u ov ii  éo  l  o o
Po  éo i o Cio ulio)  o Eio o iio)
A ião  Cio i io u u   o iio o Plo
ivio  ui o "oo i ouio lo jo  o  v
io o Plo
O éo Cio i volvio  oi   i o i éo
o Plo il ol o oio  Go)  qu o Pi
uo  ioov 4
ão i  o o Plo oo o éo i
ouio  ojuo  u o o qu i  lo u ovo éo
 oi  o qul oo o Plo  iio  ovo éo
i u o lvo é o Logo  Tuo oqu ui oo

466 C SO EU Cona Haerses, ,  3 i ig V  O SO
Po esse benecio, nua única vonade e pensaeno de odo o
Pleoa dos Ees, co o consenieno do Ciso e do Espíio,
cada u deles ouxe e pôs e cou o que ina de ais
excelene e belo; e po ua aoniosa coposição e cuidadosa
união fea, e ona e lóia do Abiso, ua eissão de belea
peeia e aso do Pleoa, uo peeio, Jesus, que abé se
caa alvado e Ciso e Loos, noes que deiva do Pai, e o
udo, poque poduido po odos68
Que iniciou a oba de vação do se aboivo poduido po ofa,
caado Acao ou ofa inio pelos valeninianos, i o éon Ciso ao
dale ua a pieia Eneano, o éon Ciso não podeia ealia
plenaene a salvação de Acao, poque ele não pode deixa o Peoa
É, enão, enviado o éon Jesus que seá o cônjue da ofa exeio e seu
savado ua apaição liva iediaaene a ofa ineio de suas paixões, 
quais daão oie aos eleenos do undo, iso é, à aéia pia ainda
incopóea
Paa salva os eleenos divinos apisionados pelo Deiuo no undo
aeial, aveá u novo pocesso de salvação execuado peo Jesus isóico
sse seia na vedade u eo veículo do éon Ciso e do éon Jesus ou alvado
que eia descido sobe ele, na a de poba, no dia de seu baiso e o
eia abandonado duane a Paixão
Jesus seia o alvado, não pelos éios de sua Paixão, as apenas po
e aido ua ensae de salvação que evea ao oe o conecieno de
sua vedadeia nauea
No sisea valeniniano, poano, disinue-se ês salvadoes:
. O éon Ciso, que salvou ofa;
 O éon Jesus, uo eanado po odos os éons coeivaene, que
salvou Acao;
 O Jesus isóico (sobe o qual baixaa os éons Ciso e Jesus), que
salvou os oens
Esses salvadoes, poé, ealia sua issão apenas pela eveação que
e de ua Gnose àqueles que vê salva 69

468 E pope hoc benecium (Gnoseos) una vounae e senenia univesum Peoma
eonum conseniene Chiso u Spiiu unumuemue eonum uod habeba in se opimum
e oenissimum conenes coaionem cisse e haec ape compingenes e diigene in
au adapaes emisisse pobema e in honoem e goia yhi pecissimum ecoem
uemdam e sidus Peomais pecum ucum Jesum uem e Savaoem vocai e
Chisum e Logon paonymice ac omnia uoniam ab omnibus esse STO IEU
No maniqueísmo, encontramos um processo soteriológico de estrutura
semelhante  medida que o mundo divino da Luz se degrada por seu
aprisionamento nas Trevas, são enviados salvadores para cada nível de queda
Quando se dá o primeiro aprisionamento da Luz pelas Trevas, é emanado
e enviado um primeiro salvador: o Homem Primordi, com seus cinco flhos
(ar, vento, luz, água e go) Mas o Homem Primordial é também aprisionado
pelas Trevas e para salválo é emanado e enviado um segundo salvador: o Espírito
Vivo Este salva o Homem Pimordial com um apelo e le estendendo a mão,
mas não sva seus cinco flhos
Paa salvar a esses, é emanado um erceiro salvador: o Mensageiro, que
pincipia a salvação se revelando e organizando um sistema de purifcação
da luz material Os demônios, então, criam Adão e Eva para reterem a Luz e
multiplicaem as pisões de luz por meio das gerações
Um quarto salvador é enviado para salvar Adão: é o Jesusluminoso ou
Jesus transcendente, que sva Adão ao lhe dar o conhecimento de sua verdadeira
natureza
Pa salva os homens, am enviados, posteriormente, salvadores entre
os quais estão Jesus de Nazaé e Mai Ereanto, todos esses salvadoes não
seriam mais que transrmações de um único princípio, o intelecto divino, que
salva a si mesmo
Tatase, pois, sempre do mesmo tema: o elemento a se svo é
uma parte cosubsancial de Deus; o Svador de Adão salvse a
si mesmo, e nós não podemos encontrar aplicação mais evidee
do mito do "SvadorSalvo que a versão em que o Salvador é o
póprio Homem Primitivo Em segundo lugar, quer seja o Homem
Primitivo ou Jesus, o Salvador é aqui a encarnação do Nous Em
outas narativas do episódio, Jesus é camado o "Deus do Nous
e, por Alexandre de Licópolis, simplesmete o Nous4 0
Jesus i uma encanação do Nous, enviado para despertar a divindade
adormecida nas trevas da matéria por meio de sua mensagem reveladora Ele
i um dos que trouxe a Gnose, e sua Paixão só tem valo enquanto nte de
conhecimento Ele, de to, não teria soido e sua morte não teria tido nenhum
valor de sacricio redentor Mani teria tido um papel análogo, embora superior
o de Jesus

470 Nous avons donc toujours are au même thme 'éément à sauver est une pare
consubstatee de Deu; e Sauveur d'Adam se sauve umême, et on ne peut trouver d' appcaton
pus évdente du mythe du SauveurSauvé' que a verson o e Sauveur t 'Homme Prmtf u
même En second eu, qu' sot 'Homme Prmtf ou Jésus, e Sauveur est c 'nrnaton de
Jesus  o Jesus isórico, disino do Jesus ranscendene, que é
o Pai do Nous Luz ou o Deus do éon (ou do mundo) do Nous
 é a emanação do Nous que ele encarna Em numerosos inos
maniqueus, ele é invocado como o "Senor, o "Poderoso,
quele que revela o Eu Vivene odo crucifcado e misurado
Ele raz a Gnose Ele é o "Proeor, o mio, o "Mesre,
aquele que em o oder de remir os ecados e que, no fm dos
emos, será o juiz das almas Aseco mais sinifcaivo ainda
sua Paixão não em valor salvífco senão a íulo de exemlo
Aliás, ara o maniqueísmo, ea é Paixão aenas aarenemene
A realidade dos soimenos da cruz iraria à Paixão odo caráer
divino Como no nosicismo doceisa i, ao conrário, ao que
arece, orque Jesus ermaneceu imassíve que ee ensinou à
alma essa searação asolua que ela deve esaelecer enre o
coro e o nous Em seundo luar, a Paixão de Criso é somene
uma ilusração da crucifcação cósmica do esus Paiiis do
mio É um ao isórico que revela so rma imessionane a
dourina do "SavadorSalvo4 
Mani, "aósoo de Jesus Criso, manisase na iedade
maniqueia so raços análoos Mensaeiro da Luz, ele é amém
emanação do Nous Mais ainda sendo "selo dos roeas, o
Paráclio, ele é o Esírio Sano dos crisãos, que corresonde no
maniqueísmo ao "Grande Esírio, o seja, o Nous
Ele é amém equenemene invocado nos exos de Torn
como o "Deserador4 2

47  Jss - l Jéss istoiq istinct  Jéss tanscna qi i st l Pé  ôs
mi o l Di  léon (o  mon)  os - st lémanation  Nos qil incan
Dans  nombx ymns manicéns il st invoqé comm l Sign l Pissant Cli
qi vill l Moi Viva tot nti ccié t mélangé. I appot la Gnos I st l Potct.
li l Mat Cli qi a povoi  mtt ls pécés t qi à la n s tmps sa g
s âms. Tai pls signicatif nco: sa Passion n a pas  val salvatic qà tit  xmpl
Dabo po l manicéism ll nst Passion qn appanc. a éaité s soancs  la
Coix nlévait à la Psion tot act ivin Comm ans l gnosticism océtist cst a
contai smbl-t-il pac q Jéss st sté impassibl qi a nsigné à lâm ctt sépaation
absol q ll oit établi nt l cops t l noÍs. En scon li la Passion  Cist nst
q n illstation  ccimnt cosmiq  Jss Patibilis  myt. C st n act istoiq
qi évl sos m saisissant la octin  Sav-Savé. Im Ibim p 04.
472 Mai apôt  Jéss-Chist appaait à la piété manicénn sos s tats anaogs
Mssa  la mi il st lui aussi émanation  os Pls nco: étant l sca s
popts l Paat il st lEspit Sant s cétins qi cospon ans l manicéism a
Paa acion, como paa a maio pae dos gnósicos camados cisos,
Jesus eia ido um copo apaene e no eal. É a ese doceisa que ejeia ano
a Encanaço quano a Paixo.
Basílides dizia que Simo de Ciene é que a cucifcado no luga de
Ciso.

 MESSIANISM JUDAIC

O messianismo judaico, cosumeiamene, é julgado como idênico ao


ciso, consisindo a única dieença na ecusa de Jesus Ciso como essias.
Na ealidade, a queso é bem mas complexa.
Em pimeio luga, o judaísmo ecusa a ideia de edenço moal. A
edenço, paa o judaísmo, em caáe muio mais onológico do que éico.
Ela consisiia na libeaço das paículas divinas apisionadas na maéia e
no no pedo do pecado oiginal pelo saciício messiânico. O mal seia o
pópio exisi.
Em segundo uga, a lieaço pessoal seia mas o esulado de um
esço pessoal pela aplicaço de ceas écnicas do que uma gaça as ta. O
omem seia seu auoedeno.
Em eceo luga, a edenço eia como esulado a idenifcaço do
omem com Deus.
Quano ao essias, flo de Davi, ele eia de dvino ano quano ouo
omem qualque, emoa sua alma sse mais sana do que as almas comuns. Seu
papel seia muio mais políco e socia do que eligoso. Ele deveia reconduz
sael à Pesina, pondo fm ao exílio e inauguando um eino messiânico
mlenaista.
Nesse senido, o essias sea mais um lbetado que, em vez do pecado,
combaeia oda iania e oda desiguadade.
ais que o fo de Davi, é o própro povo de Isael que eria uma misso
messiânica mund. Caeia ao povo judeu a ecupeaço de od as cenelas
divinas esparamadas na prisão do unverso. Paa meo ealização dessa misso,
sael tea sdo exilado, dispersado por toda a erra.
Como comproao, veja-se esa conceituação atual do ess eia po
um categorido rabno, o bbi r R Besdin, que, depos de descever
o Messas cristão, afrma:
Sábios e codifcado po Maimônides. Em nossa tadição, o
Messias seá um se humano, nascido natualmente de pais e
sem petensões divins. Ele, potanto, não pode pedoa pcs
nem ealiza milages po sua pópia iniciativa. Seu campo de
opeações é somente taze elicidade aqui na tea paa Isael e
paa toda a humanidade, combate a inustiça social e dissemina
as vedades etenas. Ele não tem nenhuma missão ou papel em
elação ao destino das almas após a mote.
 . . . ] Pincipalmente, nós devemos eeita a ideia inteia do Cisto
Messias como alheia à toda tadição udaica e como moalmente
não ataente. A peocupação messiânica udaica é voltada paa este
mundo e ela esponde a nosso deseo ético adente po um mundo
mais usto, po uma vingança dos dieitos ultaados da aliança de
Isael e seu destino singula na históia humana. Ele busca taze "o
céu paa a te', inndi a comidade com eus [ Godliss
na condição humana social e cia uma vedadeia atenidade
humana "sob a sobeania de eus. 
Vemos, po esse texto, que o messianismo udaico apesenta um caáte
decladamente milenaista e evolucionáio e ão moal e pessoal.
A edenção, isto é, a edeção da ala, ea  assunto pivao,
individual, e po isso independia da esa e edenção nacional
com a qual o messianismo tadicional estava envolvido. 
É inteessante cita aqui um texto de auo ata e que pova coo a
conceituação da Nova Igea pogessista sobe o Messias te ais seelhança
com a conceituação udaicocabalista que co a concepção messiânica
tadicional.
473 is Messianic porrai bears sharp conras o he Jewish Messi as described by he
prophes eaboraed upon by our Sages and as codied by Maimonides n our radiion he
Messiah wi be a human being bo nauray om he parens and wihou divine preenions
He herere canno rgive si nor can he perrm miraces on his own iniiaive His ed of
operaions is soey here on earh o bring biss o Israe and o a mankind o comba socia
inusice and o disseminae eerna ruhs He has no mission or roe as regards he desiny of
sous aer deah
[ ] More principy we shoud reec he enire ChrisianMessiahdea  alien o al
Jewish radiion and as moray unaracive e Jewish Messianic concern is hiswordy and
i responds o our ehic craving r a more us word r a vindicaion of Israe's covenana
caims and is singuar desiny in human hisory  seeks o bring "heaven down o earh o
inse Godiness ino man's social condiion and o creae a rue human broherhood "under he
sovereigny of God ABBI ABRAHAM R BESDIN apud SCHOLEM Gerson Sabbai vi
474 Redempion ha is redempion of he sou! was a privae individua maer and herere
Sm nta m discussão com os poblmas bultmannianos,
basta diz qu o cistianismo d Bultmann é ssncialmt
individualista Sgundo Bultmann, a salvação é to individual
Oa, isso, com toda a ctza, não cospond à mnsagm
vangélica Nssa, a salvação s apsnta como to coltivo,
salvação d povos, salvação da humanidad A salvação do
indivíduo não intssa ao Novo Tstanto a não s como
alio da salvação global da humanidad Cisto não vio paa
colh cto númo d almas, mas paa salva a humanidad
como tal; não é "um homm, mas sim "o novo Adão, salvado d
toda a stip do pimio Adão, su pai 45
Paa a svação pssoal, não sia ncssáio o Mssias, flho d Davi, pois
qu, pla contmplação, cada homm sia sufcint paa s libta
Su idal [dos cabalistas] da vida conmpativa m comunhão
com Dus não ncssitava d um mundo mssiânico paa sua
ização [  ] 46
Com ito, sndo possvl a cada homm z dsabocha, d sua
Nsch  d su Ruah, sua pópia Nschaá divina, cada um sia su pópio
dnto Oa, os pocssos cabalistas visam xatamnt à dnção do homm
po sua idntifcação com Dus po mio do êxtas
O mísico qu, m sua ascnsão contmplativa, ating o ponto d
comunhão com a nt d todo s, chgou po ss ato ao fm do
caminho qu lva a sua dnção A contmplação cabística é uma
spéci d antcipação individual do mssianismo scatológico4
A dnção individual é d caát ontológico  não moal O homm
dv libta-s do xílio da xistência xisti é sta xilado do Paaso  da
Divindad: "[] o xílio é o modo d xistênca ndamntal  xclusivo  s
bm qu oculto 48
Po mio dos métodos cabalísticos paa s atingi o êxtas, o homm
libta-s-ia do su pópio u, isto é, spaaia o su u tno do u divino
475 COMBLIN Joseph Os sinais s tempos e a vaneião p 184
476 hei ide [dos abalistas] of the ontemplative life in ommunion ith God did not equie
a messiani old  its ealization [ ] SCHOLEM Geson G. Sabbatai Sevi, p. 15 Tadução
etaída de Idem Sabai vi vol , p 16
477 he mysti ho in his ontemplative asent attains the point ofommunion ith the soue
of  being has by that at eahed the end of the th to his individu edemption. Kabbalistic
oemplation is a kind of individua antiipation of eshatologi messianism. Idem. Sabbatai
 .. .] no êxtase proético, o homem encontra seu próprio eu que o
cononta e lhe la  ...] . "Sabei que o segredo completo da proecia
consiste, para o proeta, em que ele subitamente vê a rma do
seu eu em pé diante dee, e esquece o seu eu, e é libertado dele,
e vê o seu eu postado à sua ente, lando-lhe e predizendo o
turo, e deste segredo disseram nossos mestres Grande é a rça
dos proetas que comparam a rma (que lhes aparece) Àquele que
a rmou. Diz Rabi Abraão ibn Ezra "Na proecia, o que la é um
ser humano e o que ouve é um ser humano
 .. .] Ele [o proeta] é, por assim dizer, seu próprio Messias, peo
menos durante seu breve período de experiência extática.7
Essas doutrinas explicam por que, na Cabala, a fgura do Messias pessoal
tem pouco reevo.
O ponto mais spreendente desse sistema, marcado por uma
tensão escatológica característica, é a aqueza de sua imagem
do messias.  ...] nesse processo, o próprio messias desempenha
um papel apagado e insignifcante. Se o messias não tivesse sido
objeto de uma tradição frmemente estabelecida e altamente
eaborada, talvez os cabalistas a houvessem descartado totalmente.
[ .. .] Ao transerir a Israel, a nação histórica, grande parte da
tare redentrora anteriormente atribuída ao messias, muitos de
seus traços pessoas distintivos, ta como desenhados na iteratura
apocalíptica, estavam agora obiterados.
Pessoalmente, cada cabalista, sendo seu autorredentor, era iga o
superior ao próprio Messias.
Graças a suas práticas místicas, eles [os cabalistas]  ... ] não tinham
necessidade do messias. Eles morarão no paraíso "e seu Messias
será Moisés, e não o flho de Davi, a quem não se podem sujeitar,
pois são superiores a ee. 

7 Idem. A mca ica, pp. 115


80 e most surprising ature of this system, with its characteristic eschatoogica tension, is
the feebeness of its image of the messiah.  ...] in this process the messiah himsef pays a pae and
insignicant roe. Except r the highy deveoped and rmy estabished tradition of the messiah,
perhaps the kabbaists woud have dispensed with him atogether.  ...] By transferring to Israe, the
historica nation, much of the redemptive task rmery considered as the messiahs, many of the
distinctive persona traits,  drawn in apocyptic iterature, were now obiterated. Idem. Sabbatai
Svi, p. 52 Tradução extraída de Idem. Sabatai vi, pp. 5152
81 By their tica practice they os cabaistas]  ] did not need a messiah at a ey wi
A ua do ssias lo d Dai a considada coo sndo ua
ncanação d Adão  d Dai
[   ] a scola d Sad psaa ua adição onando aos
piios caalisas spanóis  concida dsd oisés d éon
sundo a qual o ssias é ua ncanação d Adão  do Ri
Daid As ês consoans aicas qu a a palaa a
pod s lidas coo u acósico coposo das inicias dos nos
Adão Daid  ssias 48 2
Scol osa qu as douinas caaisas a spio do ssias ê
sio lacionano co as douinas ssiânicas dos nósicos
 suino à Rupua dos Vasos quando auas cnlas
da uz diina iadiando do in So a  d cia as  olds
no spaço pio caa no aiso caiu aé a ala do
ssias qu saa incusada naqula luz diina oiinal Dsd
o coço da Ciação sa ala oou na pondza do and
aiso ida na pisão das ipo o ino da scuidão Co sa
ala sanssia aia no ndo do aiso as "spns qu
a aona  na duzila A sas "spns é nu a
"spn saada qu é o ssias  pois não  a paaa aica
paa spn Nahh o so alo nuéico qu a palaa
ssias Mhiah Só na dida  qu o pocsso do k d
odo o undo paz a slção do   do  na pondza
do spaço pio sá a ala do ssias lia da scaidão
Quando o pocsso d pição paa o qual sa ala aala 
sua "pisão  o qual lua co as "spns ou "daõs si
coplo  o qu nano não aconcá ans do  do Tikun
 a  a ala do ssias dixaá sua pisão  asá ao
undo nua ncanação na Assi pnsaa Naã d Gaza É
do ais pondo inss o o d nconaos nos scios d
u jo nósico do uo d Jusalé no sécuo II u
aniqussio io nósico so o dsino da a do Rdno
coposo d idias caalsicas as não osan co o inuio
óio d consiui ua apoloia do sado nal paolóico d
Saaai Tzi Não ss plo o d s aca a aéiapia dsa
douina caalisa aln no Zoa  nos scios luiânicos
saos nados a posula ua innsca oa paa nós
oscua conxão n o piio io saaiano  o da ania scola
82 [  ]  Safd cool vd a adiio goig bac o  al Sai abbali ad
o ic o d éo accodig o ic  mia i a icaaio of dam ad of
nósica, conecida coo Oas ou coo Naassenos, que coocava
o sioiso sico da seene no ceno de sua Gnose83
A esição eia o coe  o o de que essas douinas á exisia
no Zoa e nos eios uiânicos  ansee o oea da conexão de Naã
de Gaza e dos oas aa o Zoa e os escios luiânicos Mas o oea da
conexão esise
aa os caaisas de aed, a ceea da aa essiânica esaia
esene nas alas de uios oens oos ao ono da isóia E cada
eação, aveia u essias, as a ae sea da ala do Messias
oiaene dia não esaia sueia à eesicose e só seia dada ao Messias
aós a consação do Tikun, o sea, aós a ecueação das ceneas divinas
esas no Coso
A Neses, Rua e Nesaá do essias ou, ossiveene,
as ceneas ovenienes de sas azes, esava seias à
eesicose e deveia se savas ea qeiá [as casas
aeiais], assi coo as aas dos aiacas e de ouos sanos
A ae ais aa da aa do essias, conudo, a ieidá, aças a
qual ee adquie sua oa diensão essiânica, seeá soene
conida co a ealização coea do iqun8
e cada eação e seu essias, se cada caalisa , no ndo, seu
óio essias, a issão de Isae  ecuea as ceneas divinas esaadas
o odo o univeso Isae  o essias coeivo e, o isso, o ovo udeu i
esaado o odo o niveso
[  ] o óio conceio de Gau exio] adquie aqui novo
sinicado Aneioene a consideado  e aadia,
o exeo  que u casio eos ecados de Isae, que
a ovação aa a  de Isae Aoa ainda  udo isso, as
ininsecaene  ua issão: seu oósio  o de eeue as
ceneas cadas de odas as suas vaiadas ocaizações E ese  o
seedo o que Isae esá dado a se escavizado o odos os
enios do ndo: a  de que ossa eleva aquelas ceneas que
a caa ene eles  E o isso ea necessáio que Isae se
esasse eos quao venos a  de evana do85
83 Idm A míca juica  300301
8  mi n  nd nm o oibl  divin om i oo
 bj o mmoi nd d o b vd om  li  " mii]
m   ol o  i nd o in Y  i   mi o! 
id b vi o i  qi i ! mini n i ond on im onl  
Os próprios gentios, enquanto tais, seriam as próprias cascas aprisionantes
das cenelas divinas. Israel seria o libertador, o messias delas e de si mesmo:
A redenção não cega subitamente, mas aparece como o resultado
lógico e necessário da istória judaica. Os esrços de Israel em
relação ao tiqun têm, por defnição, caráter messiânico. A redenção
fnal não está, pois, dissociada do processo istórico que a precedeu:
"A redeção de Israel desenrolase por graus, uma purifcação após
outra, um refnamento após outro. O rei messias, longe de trer
o iqun, é trazido por este: ele aparece após a realização do tiqun.
A redenção cósmica da elevação das centelas conndese com a
redenção nacional de Israel e o smbolo da "reunião dos exilados
compreende a ambos. 
Conrme Scolem, devese distinguir duas tendências principais no
messianismo: a primeira seria a do messianismo popular mitológico, a segunda
seria a do messianismo flosófco racionalista tradicion.
O messiaismo popular tem um caráter caastrófco e utópico, ou melo,
milearista. Guerras, epidemias, me, apostasia geral, eresias precederiam o
sugimeo da ea messiâica. "A edeção signifcava a revolução na istória 
Remptio meat a revolutio i histo 
O messianismo flosófco de que Maimônides é o expoente máximo
exclua os aspectos apocalpticos e milenaristas. O Messias reconstruiria o
emplo de Jerusalém e poria fm ao exlio de Israel, conduzindo o mundo para
um estado ideal de coisas e para a pereição da vida contemplativa. 
Em todo caso, os judeus admitiam um messianismo que tivesse
cosequêcias na vida terrea, no copo e na isória. O messiaismo judaico
é, pois, revolucionário.
Não viam nenum progresso espiritual em uma concepção
messiânica que abdicara da esera istórica e negara que a redeção
sse um ao público, maiesto nessa tera, na alma e no corpo.
Orgulavamse da recusa em trair seus ideais e desconfavam de

486 Rdmi d  m ddl b    gi d  ii 
Jwi i l lb  iqq  b dii   mii  Fil dmi
i   lg diid m  iil   dd i: " dmi
 Il  l b dg  uiig   o ig  o 
mii kig  m bigig b  iqqu i iml bug bu b i:  
  iqqu s b ivd  mi dmi   iig   ks mg
wi h io dmi o l, d  mbl  h "igig  h il mi
uma siiuaidad cuja dnção não s alizaia nm na a
nm no céu 489
Paa o mssianismo judaico oula a a mssiânica "conina odas
as qualidads d uma idad áua incluindo manisaçõs miaculosas 
uma ansomação adical da odm naual  "cotaied a the qualities o
a golde age, icudig miracuus mastaos ad a radical trarmatio o
the atural rde 490
Na a mssiânica a Toá s manisaia anas so o asco d vo
da Vid  não so o asco d "Ávo do concimno do m  do mal o
qu sinifcaia a aoição da i  d odas as suas oiiçõs qu valiam aa
o mo do xlio49 
á na aada anica s acdiava q odas as coisas siam
conduzidas ao sado qu inam ans do cado d Adão quando o
ssias viss
moa odas as coisas ivss sido ciadas a lud do s
num sado d ição am coomidas lo cado d
Adão  somn são sauadas m sua ição co a vda
do mssias492
moa os caalisas dissssm ao conao do xo acma qu o
ssias s viia dos do aiçoamno do odo as o émino do iun
odos concodam co qu avia um ono ao sado adâmico49
aa os caaisas a oá as do cado d Adão ia sido ua
sial coo o io Adão  não ia andamos  oiiçõs maais
q iam suido com o cado q da a Adão um coo aial
odos os caalisas concoda m qu a Toá a xssão sua
d um od divno oculo a ssncialmn maal A Toá
é a i do Cosmo  s sa avia svado su caá siial
oiináio a Toá amém jamais s ia "maaizado do
489 ey saw no spiriua progress in a messianic concepion ha admiedy abdicaed om he
sphere of hisory and denied ha redempion was a pubic ac, manifes on his earh in sou and
body ey prided hemseves on heir resa o beray heir idea, and disrused a siriuaiy
whose redempion was no reaied on earh as in heaven dem bidem, p 94 radução erada
de dem Sabatai vi , vo , p 92.
490 dem bidem, p 10.
49 C dem Sabbatai Svi, p 11.
492 hough a hings were creaed in he ness of heir being in a sae of perfecion , by
dam's sin hey were corruped and hey sha no be resored o heir perfecion uni he messi
eso odo que o coo de Adão nunca se tonaia ateial
O istéio da Toá suena é o eso da voe da Vida;
seus andaentos constitue, essencial e ndaentalente,
luzes esiituais, iadiando-se e váias cobinações na ua
esiitualidade da Toá.494
, no eso conexto, Scole cita as seguintes alavas de lija de
Vidas, disculo de oses Codoveo:
"ada andaento é, no undo sueio, ua luz sueio unida
à Ávoe da Vida as coo esultado do ecado de Adão e, deois,
do ezeo de Ouo, a Toá e os andaentos ateializaa-se,
assando os oens a te de cui andaentos ateiais [isto
é, áticos], tais coo usa ouas quadianguladas co anjas,
ou teflin eitos de couo etc  e eu este tatou deste assunto
e váias ocasiões [Da conclui Scole] As ilicações desta
doutina são óbvias Na ea essiânica, co o cuiento
do tiqun e os eitos do ecado deseitos, todas as coisas seão
estauadas à sua esiitualidade istina e a alicação ática e
"ateial da obsevância tadicional dos andaentos cessaá
autoaticaente 495
 Abaa Azulay de ebon, e sua oba "esedle Abaa, diz:
Aós o sexto ilênio, atingião até gaus ainda ais elevados
[de esiitualidade] e coeendeão o istéio da Toá e
sua essência ais ecôndida [ ] se é o incio básico: a
Toá estava evestida e ua veste ateial, exataente coo
o oe Assi coo o oe se elevaá, no tuo, de sua

494  kabbaiss were agreed ha he orah, being he supreme epression of he hidden divine
power, was esseniay nonmaeria e ora is he aw of he cosmos, and if he aer had
preserved is origina spiriua characer, he ora, oo, woud never have been maeriaized",
even as dam's body woud no have become maeria e mysery of he superna ora is ha
of he ree of Li"; is commandmens are esseniay and basicay spiriua ighs, shining rh
in various combinaions in he pure spiriuaiy of he orá SCHOLEM, Gerson G, Sabbatai
Sevi, p 319. radução eraída de SCHOLEM, Gerson G, batai vi, p 308.
495 Every commandmen is, in he higher word, a superna igh unied o he ree of Life Bu
as a resu of dam's sin, and again of he sin of he goden ca he orah and he commandmens
maeriaized, and hence men mus noe perrm maeria ha is, pracica] commandmens, such
as wearing a ur-cornered garmen wih inges, or ein made of eaher and he ike - and my
maser has reaed his subjec on many occsions" Da concui Schoem e impicaions of
his docrine are obvious n he messianic age, wih he, iqqun accompished and he eecs
of sin undone, a hings wi be resored o heir prisine spiriuaiy, and he radiiona ype
veste mteril pr um espiritul,  Torá tmbém se erguerá
cim de seu trje mteril, pssndo  ser percebi em níveis
espirituis cd v mis ltos. Est vestiment durrá té o tempo
d ressurreião. Então eles [os homens] estrão [completmente]
puros, e compreenderão  Torá em su veste mis íntim.49 6
N er messiânic, portto, concluí Ntã de G, reinri  Torá
origin,  Torá espiriul, o que implicri "[...]  bolião ds norms do
permiido e do poibido, do puro e do impuro [  ..   " [...] the abolito o the
orms opermied adrbi, pu ad impu [ ...] .497
Por ser ontológic,  redenão implicri necessrimente um
nsrmão do universo, sendo ess trnsrmão resultnte d liberão
ds centelhs divins.
A íntim relão simbólic entre o mundo divino e o mundo mteri
obrigri esse  se trnsrmr, qundo se désse  grnde rernsrmão d
divindde com o fm do ku iso é, com o rtorno ds cenelhs divins o
Ein So
A Redenão não é mis ndmentmente um liberão do
jugo d servidão no eílio, ms um trnsrmão d essência
d Crião. El é concebid como um processo que corre atvés
de todos os mundos ocultos e visíveis, pois nd mis é senão o
Tiku  resturão d grnde hrmoni que i despedd
pel Ruptur dos Vsos e posteriormente pelo pecdo de Adão.
A Redenão implia mudan radic na suura do univrso.
Su signifcão é vist não tnto como o fm dquele eílio qu
comou co a dstruião do Templo, ms anes como o fm
dquele eílio inerior de tods s criatu que comeou qundo
o pai d humnidde i expulso do Praíso. Os cbliss dvm
ênse muito mior à ntuez espiritul d Redenão que  seus
spectos políticos e históricos. Estes de modo nenhum são negdos
ou diminuídos, ms tendem mis e mis  se tornrem meros
símbolos do processo ísico e spiiual do qual li. "Quando o
bem e o ml fnlmente se seprrem, virá o Mssis, como Vi

96 r h sih millnium h will aain o vn highr dgrs of spiriuali, and
h will undrsand h ms of h Tor in h mos hiddn ssnc  ... is is h basic
princip h Tora was clohd in a maril clohing, acl lik man.  man will ris, in
h ur, om his marial clohing o a spiriual on, so will h Torah ris abov hr marial
clohing and b prcivd on incrasingl spiriual lvs. is clohing will la unil h im of
h rssurcion. n h ha is, mn wil b comlly ur, an hy will undrsand
h Tor according o is innrmos clohing. UY apud SCHOEM Grson G. bbai
o diz A redeção itórica é como e ra um ubproduto atural
de ua duplicata cómica [ ] o cabalimo luriâico [  ] pua a
regeeração da vida iterior muito acima da ação como etidade
poltica Ao memo tempo etava covecido de que a primeira era
a précodição eecial da eguda O progreo moral deveria
produzir a libertação do povo do eu exlio 498
Na era meiâica a lei eria abolida ou ubverida udo paado a er
ermitido eria etão proibido proibir
e a etrutura do mudo i itriecamete alterada pela
cocuão do proceo do ku a Toá a verdadeira lei uiveral
de toda a coia, também deve aparecer da em diate ob um
aspecto dierete eu ovo igifcado é o que correpode ao
etado primordial do mudo, agora jubiloamete retaurado [ ] 
O Meia erguee a ecruzilada de ambo o camio Na ua
liberdade meiâica ele realiza uma ova lei, a qual, do poto de
vita da vela odem é puramete ubveriva Ele ubverte a vela
ordem, e toda  açõe que e relacioam a ela ecotrame
portato, em maieta cotradição com o valore tradicioai
Em outra palavra a redeção implica a detruição daquele
apecto da Torá que reetem meramete o Galut (o exio) A
Torá em i permaece uma e a mema o que mudou é ua relação
com a mete499
A doutria de um perodo meaco em que a ei eia abolida é
largamete expota o eera Temuá egudo R atia, em aedri
a: "O mudo exite por ei mil ao e em eguida ele fca em decao 
"S milaires  mo te et au suivat, il est e iche 
Da deduzirem o cabalita que já teriam exitido outro uivero
correpodete, cada um, a uma emittá do Ei o
O atual uivero correpoderia a emittá Di ao éo do juo Da
a proibiçõe da lei Ma a próxima emittá eria a da graça e ela tudo eria
permitido
A emittá eguite aparece em comparação com a oa como
um etoo em Utopia Em lugar da diereça de clae que
reiam oje averá a igualdade completa A Torá ão tratará
eão de coia ata e pura e o acricio ão erão acriio
de aimai ma oereda de gratidão e amor em migração de
almas, sem mácula, nem corpo, nem alma. O mundo inteiro é
como um paraíso. Não existe nem má tendência, nem pecado.5 
Chega-se mesmo a afrmar o antinomismo:
Se, como afrma o Livro mu, "o que é proibido aqui embaixo é
permitido lá em cim' (Seer ha-Temuná 6a), segue-se logicamente
que coisas proibidas no eão atual, por rça da maneira atual de
ler a Torá, podem muito bem ser permitidas ou mesmo ordenadas
em outro eão governado por um outo atributo de Deus, ou seja,
misericórdia e compaixão, em vez de julgamento severo.5
É impossível não ver a relação desse messianismo judaico com o
milenarismo gnóstico-crisão, condenado no Concílio de Éeso em   .
O milenarismo voltou a ser uma ameaça evolucionária na Idade Média,
especialmente a parti de Joaquim de Flora.
Scholem considera que as doutrinas cabalisas dos vários universos
govenados por dientes shemittás divinas êm muita semelhança estrutura
com as doutinas de Joaquim de Floa sobre a hisóia, que ele dividia em idade
do Pai, ou da Lei, idade do Filho, ou da Graça, e nalmente idade do Espírito
Santo, u do Amo, em que haveria uma pua igreja espiriual, mnacal e pobre,
govenada pelo "Evangelho Eterno .53
Scoem, entreano, não cê que haja ligação históica ente Jaquim de
Flora e os cabalistas.
Eu não creio que seja preciso supor relações hisóricas diretas
entre as duas ideias. Joaquim desenvolveu sua doutina enre   
e  na Calábria, e quando chegou à Fança e à Espanha, a
douina cabalísica das shemittás já tnha se nado o parimôni
comum dos cabalisas de Gerona, apesa do o de que a
composição do ivro Temuná deva ser colocada ceramente no
mesmo quaro de século em que ram redigidos o comenário
de Jeremias e os outros grandes escrios pseudoepigáfcos de
Joaquim [ ... ]  É precisamene o eemeno uópic e radical, do
qua as mas asológicas da duina esão ainda despovidas
501 La shemia suivane appara en comparaison de a nôre comme un reour en opie. u
ieu des dirences de casse qui rgnen aujourdhui ce sera égaié compe La ora ne raiera
que de choses saines e pures e es sacrices seron non pas des sacrices d animau mais des
orandes de graiude e damour. as de migraion dmes pas de souiure ni du corps ni de
 ame. Le monde enier es comme un paradis. I neise ni mauvais penchan ni péché. Idem.
Ibidem pp. 494495
que aproximam a versão cabalística da de Joaquim. Eu não creio
que a questão, recentemente surgida, da origem eventualmente
judaica de Joaquim tenha um papel a representar no caso.5
O mesmo Scholem mostra outros pontos de contato entre o messianismo
cabalístico sabataista e os milenaristas cristãos medievais:
[ ... ] as crenças da ala radical do movimento sabataista  a grande
erupção de messianismo espiritual  revelam paralelos marcantes
com o desenvolvimento que os ensinamentos de Joaquim de
Flora soeram em meados do século II entre os "espiitualistas
radicais da Ordem dos Franciscanos. O que os "Evangelhos
Eternos queriam dizer para Joaquim é essencialmente o mesmo
que a tor -atzilut para os cabalistas. Joaquim acreditava que
nesse Evagelium Aeterum o signifcado místico do Livro seria
revelado numa nova era espiritual e substituiria o sentido literal.
É exatamente isto, mutat mutad, que a tor -ailut queria
dizer para os cabalistas anteriores ao movimento sabataista. Mas
alguns dentre os seguidores aciscanos de Joaquim identifcaram
os escritos de seu mestre com o "Evangelho Eterno, considerando
os uma nova revelação do Espírito Santo. Isto é boa parte do que
aconteceu com a tor -ailut entre os sabataistas.55
Outra correspondência curiosa entre os seguidores de Joaquim de Flora e
os cabistas é que os primeiros acreditavam na tese joaquimita de que, no reino
milenarista do Amor, o Espírito Santo se encarnaria numa mulher.
"E Joaquim de Flora anuncia que o Espírito Santo, cuja era está iminente,
se encarnará em uma Mulher.5 º
Enre os gnósticos primitivos já havia essa ideia.
[ ...] alguns sabatianistas desenvolveram uma Trindade do Deus
desconhecido, o Deus de Israel e a Schehi e não levou muito
empo para emergir a ideia de que o completamento da Salvação
5 Je ne pense pas qu'i ile supposer des rappors hisoriques direcs enre es deu idées.
Joachi a dévoppé sa docrine enre 118  12 e Calabre, e orsqu'el a gagné la Frac
e 'Espagne, a docrine kabbaisique des shio éai déj dvenue e bien coun ds
kabbaises de Géron, en dépi du i que a coposiion du Livr euna doiv êr placé
craineen dans e êe quar de sicle o on éé rédigés le coenaire de Jéréie  ls
aures grands écris pseudépigraphiques de Joachi  ...]. C'es préciséen 'ééen uopique
e radica, don es res asrologiqu de la docrine son ncor dépourvus, qui rapproche la
version kabbalisique de cele de Joachi. e ne crois p que la quesion, récn surgie, de
'origine évenueleen juiv d Joachi ai un rôe  ouer dans l'aaire d. bid, p. 89
depende do aparecimento em separado de um Messias para cada
um desses três aspectos da Trindade, com um Messias eminino
para o último.5 7
Talvez seja sintomático notar que milenaristas cristãos e judeus
messiânicos simpatizavam uns com outros. O que é natural, dada a afnidade de
suas posições doutrinárias.
Sectários milenaristas ram os primeiros a dender publicamente
os direitos dos judeus e a proclamar a restauração do reino de Israel
como parte essencial da realização do milenarismo.5
Se houve inuência mútua, parece que o sentido dessa inuência enha
sido mais dos judeus sobre os cristãos que o contrário.
Não subsiste também prova alguma para confrmar as hipóeses de
Graetz e outros acerca de uma inuência de crenças milenarisas
dos negociantes ingleses e holandeses de Esmirna sobre os sonhos
de Sabatai Tzvi em sua juventude. O contrário parece ser a vrdade.
guns círculos quialistas aguardavam o segundo advento para
1666, baseando os cálculos sobre o "número da best' revelado no
Apocalipse, 1,1, como 666. Do mesmo modo que os cabalistas
centravam suas especulações no ano  (16) mencionado no
Zohar, os cristãos que cculavam o fna dos dias apegavam-s
a seu número messiânico, interpretando-o como designando o
ano 1666, quando a besta seria subjugada e o eino dos santos
estabelecido. 5
E Scholem, sendo insuspeio e tendo autoridade, pode afrmar com
radicalidade:
Não i sem razão que o quialismo i denunciado nos meios
ortodoxos como heresia "judaizante. Muitos quiliaistas,

507 SCHOLEM Gerson G. A Míca uica p. 325


508 Chilias secarious were among he rs o dend in pubic he righs of he Jews and o
proaim he resoraion of he ingdom of Israe an essenia par of mienarian men.
SCHOLEM Gerson G. Saai Sevi p. 1 0 1  radução erada de Idem. Saatai vi p. 99
509 or is here any evidence o conrm he hypohesis of Grae and ohers ha he messianic
dreams of he young Sabbaai Sevi were inspired by he chiias belie of Engish and uch
merchans in Smyrna. e opposie seems o be rue. Some chiias cires epec he Second
Coming in he year 1666 basing heir calcuaions on he number of he beas" given in
eveaion 1 3  1 8 as 666 Jus as abbaliss cused heir specuaions on he year 08 (168)
menioned in he Zohar so he Chrisian compuers of he end of days hed s o heir messianic
partculamente no século II, smpatzavam com os judeus e
alguns eram autêntcos losemtas.5  
O exíio de Israel entre os gentos e a consequente submssão dos judeus
a governos crstãos ou pagãos ram vstos, a prncípo, como um castgo pelos
pecados do povo. Com o cabalsmo, o exílo do povo  relaconado com o
exílo da Shehná, com a ruptura dos vasos e com a queda de Adão. Todos
esses tos, como já dssemos, passaram a ser vstos como necessáros desde que
representavam a separação da Shehná das demas sefroth.
A recuperação de todas as partículas dvnas por meo de atos de Tkun
também  posta, pelos cabalstas de Saed, em relação com o exílo de Israel.
O exílo do povo tera tdo por naldade mas ata a recuperação das partículas
dvinas que havam caído entre as cascas materas, as ipot, dentcadas
nesse caso com os própros gentos.
A materialidade e a maldade das lpot manestar-se-am hstorcamente
pela trana, pela opressão, sto é, pela opressão e trana a que os judeus estaram
submetdos e, analogcamente, por qualquer trana e por qualquer opressão.
Israel, tendo a mssão de lbertar as centelhas dvinas, teria também
a mssão de lutar contra toda trana e toda opressão, sto é, contra toda
herarquzação soc e contra toda le.
A nstauração do reno messânco dar-se-a quando todas as partículas
divnas tvessem retornado e ndasse o exílio da Shehná.  lpot, que se
alimentavam da santdade da áore da vda, não teriam mas o que comer e
pereceriam.
Então, juntamente com o exílo de Israel, fndara toda trana e, no
mundo, se estabelecera o reno messânico, no qual não haveria nem herarqua,
nem lei, nem desgualdades, nem probições.
O exílo, portanto, tnha sua razão de ser e essa raão nscreva
se na natureza da cração. Esta explcação cabalístca é de uma
orignalidade surpreendente, na medda em que não consderava o
exílo apenas uma prova para a nossa é ou uma punção para nossos
pecados, mas, antes de tudo, como uma mssão. O propósto desta
mssão era o de elevar as centelhas sagradas dspersas e lberar a luz
dvina e as almas santas do domíno da qelpá, representada no
plano terrestre e hstórico pela trana e opressão.5  
5 1 0 I w not wtot ron tt clm w noncd n ortodox qrtr   Jdzn"
r. Mn clt rtclrl n t ntnt cnt wr mttc to t J nd
om o tm wr nn lo-Smt Idm bbatai S,  333 Trdo xtd d
O messianismo judaico era revolucionário Essas ideias repercutiram
inicialmente, e de modo explosivo, entre os próprios judeus, dando origem,
no século II, ao movimento messiânico gnóstico e antinomista de Sabbatai
Sevi Nos séculos posteriores, os seguidores do sabatianismo rmaram seias
revolucionárias, como as dos ankistas, que participaram ativamene até mesmo
de movimentos revolucionários modernos
Quando a irrupção da Revolução Francesa voltou a dar um
aspecto político a suas ideias [sabatianisas] não precisaram
passar por grande mudança para se tornaem os apóstolos de um
apocalipse político sem onteiras O impulso para revolucionar
tudo o que existia não necessitava mais encontrar sua expressão
em teorias desesperadas, como a santidade do pecado, mas
assumiu um aspecto intensamene pático na tare de intoduzi
a nova época5 

a s o or ih o r a pnishmen r or sins b rs and rmos  a mission  prpose
o his mission was o rais he scard hoy sparks and o ibra h divin igh and h hoy

OITAVO TEMA: A METEMPSICOSE E A
ESCATOLOIA DO ANTOPOTEÍSMO

A escatologia panteísta é otimista: o Deus que se tansmou no mundo


alcançaá de novo o pimitivo estado de peeição. Po meio da evolução, tudo
caminha paa uma peeição cada vez maio. O homem, edento do univeso
e de si mesmo, pela sua azão, pela ciência e pela técnica, eliminaá todos os
males e todas as limitações que nos aigem e constuiá, na tea, o paaíso. O
Panteísmo é, pois, pogessista e utópico.
A Gnose considea que as patículas divinas que se despendeam
da divindade e que agoa jazem no túmulo da matéia pouco a pouco seão
ibetadas pela Gnose e etonaão à divindade. Enquanto, poém, não estiveem
auoconscientes de sua natueza divina, pemaneceão neste mundo-cácee e,
após a mote, seão condenadas a enasce ou a tansmigaem paa copos de
animais, de plantas, e até, segundo alguns, a caíem na matéia buta.
Nisso é que consistiia popiamente o ineno: em enasce, em
pemanece ligado a um copo mateial. O inno seia aqui e o paaíso
sea a eabsoção no todo divino pela destuição de toda a multiplicidade,
individuaidade e pesonalização.
No Egito e na Índia, a doutina da eencanação teve gande impotância.
Paa os hindu, o impotante é libeta-se da lei do Khama, não mais enasce,
o que se conseguia pea enúncia a toda matéia.
Também na tiguidade clássica se consideava que o vedadeio ineno
ea a existência teena:
É uma cença gea, admitida sob o Impéio, que o Ineno tem
seu luga sobe a pópia tea e que os caascos inenais não são
outos senão nossos pópios vícios [ ]  Sobe a tansmigação,
não há, aliás, doutina hemética coeente: a metensomatose em
copos de animais é admitida.53
Essa doutrina, aliás, teria vindo do Egito:
A crer na tradição grega, a doutrina da metempsicose ra trazida
do Egito por Pitágoras De to, as ntes nada dizem nesse sentido
O mais antigo testemunho constitui-se dos versos irônicos de
enónes: "conta-se que, passando um dia perto de um cão que
era maltratado, ra tomado de piedade e disse: cessem de bater; é
certamente a alma de um de meus amigos; eu reconhec sua voz
(Diels,   B, )  
Heródoto, a propósito da crença egípcia na transmigração (II,  ) ,
observa que essa crença concorda com a doutrina do órfcos, dos
báquicos e dos pitagóricos e que os gregos a devem aos egípcios 
Do orfsmo e dos flósos dos séculos  e V aC, a doutrina da
transmigração passou para Platão, que a dendeu expressamente no Tmeu
(Timeu  -D -) , e daí para seus seguidores
A doutrina antiga da transmigração está estretamente ligada,
para os ósos antigos, com sua negação por princípio de toda
geração e de toda corrupção; com isso, é a vida eterna que eles
prossam  almas apagam-se apenas para renascer sobre outa
rma O re-nascimento, a palingênese, é, como mostrou Rhode,
o nome antigo mais equente para exprimir a transmigração Aqui
ainda o místico naturista do Renascimento está de acodo co
os Antigos, quando Paracelso e Agripa ensnam que não existe
morte, que toda morte é re-nascimento e que as exposições sobre a
transmigração são o próprio bom senso (Karl ol, Der Ursprug
der Nau hilosophie aus m eiste der ysk Programm der
Univ Basel, 9, p 9 sq)   

ransmigraion, i n'y a d'aieurs pas de docrine herméique cohérene a méensomaose en


des corps des bêes es admise FESUGI  E,   La évéltion  Hms Timgst, V III,
pp 117 e 122
À
514 en croie a radiion grecque, a docrine de a méempsycose aurai éé ramenée d' Égype
par hagore En i, es sources ne disen rien en ce sens  pus ancien émoignage es
consiué par es vers ironiques de Xénophane on rappore que, passan un jour prs d'un chien
qu'on maraiai, i  pris de piié e di cessez de bae; c'es sremen 'âme d'un de mes amis;
je 'ai reconnue  sa voix" (Dies, 1 1 B, 7) LEISEGG, Hans La Gnos, p 186
5 1 5 Hérodoe,  propos de a croyance égypienne  a ransmigraion (I I, 123) observe que cee
croyace cocode avec a ocine es Ophiques, des Bacchiques e des hagoriciens e que es
Grecs a doiven aux Égypiens Idem Ibidem, p 187
Essa doutrina é comum entre os gnoscos, embora com pequenas
variações de seita para seita. Em geral, diziam eles, os pneumáticos que possuíam
a Gnose, ao morrer, eram reintegrados na divindae Psíquicos e hílicos eram
condenados a renascer, ou destruídos ou lançados no inrno.
Basíldes aceitava a metempsicose, quer por meio de corpos humanos,
quer por meio de corpos de animais.5  7
Os carpocráticos diziam o mesmo e que, para evitar a metempsicose,
era preciso esgotar todas as potencialidades carnais, praticando o máximo de
ações pecaminosas Cada um teria um certo número de pecados a cometer,
sem o que não se libertaria Era, pois, preciso cometê-los o quanto antes para
não mais renascer.
As almas são, portanto, salvas e libertadas, seja cumprindo na
primeira tentativa todas as ações, seja vagando de corpo em
corpo e mergulhando em todos os tipos de vidas para pagar sua
dívida Feito isso, elas não terão mais necessidade de permanecer
em um corpo.5 
No maniqueísmo, os Eleitos, após a morte, iam para o "paraíso de Luz;
os "soldados, que correspondem ao grupo dos psíquicos da Gnose, devem
retornar ao mundo, renascendo, até que se purifquem e salvem seu espírito Os
pecadores (os hílicos gnósticos) iriam para o inerno.5  
Para que os eleitos não mais se reencarnassem, era preciso que comessem
apenas legumes e só o que não sse sensível Deviam abster-se do casamento,
do sexo e não gerar flhos, pois que isso multiplicaria a matéria e aprisionaria as
centelhas de luz Entretanto, ao contrário dos cátaros, seus seguidores, parece
que os maniqueus não autorizavam o suicídio.
ém disso, [os eleitos deviam] reduzir ao mínimo o contato com
a substância tenebrosa e de não se sentir em casa num mundo
onde tudo conspira para a "separação, desta máxima surge o

r-naianc a paingénéi  comm a monré od l nom ancin  plu équn pour
primr la ranmigraion i ncor  myiqu nauri d la naiac  d'accord avc
 ncin quand arac  grippa nignn qu'i n'y a pa d mor qu ou mor  r
naiac  qu  réci ur la ramigraion on l on n mêm (Karl Jo Dr rprung
dr aurpiloopi au dm Gi dr Myik rogrmm dr niv Ba! 1903 p90 q)
Idm Iidm pp 188189
517 C Idm Iidm p 146
5 1 8  âm on donc auvé  liéré oi n accomplian du prmir coup ou l
mandamento da pobreza em fdeidade ao qa é proibido o
desaonsehado onstrir ma asa5 
O pampsiqismo do maniqeísmo proveniente da ideia de qe em tdo
há partías de z divina levava os eleitos a ma ompeta renúnia a qalqer
ontato om a matéria e até mesmo a onsiderar qe qalqer ato é em si
mesmo peado
Qem anda sobre o soo re a terra (qer dizer mais exatamente
a lz mistrada om ea); qem move a mão ere o ar porqe esse
é a alma dos homens e dos animais [   5  
Jonas ita ainda m mana de onfssão maniqe o Ch qe
onsidera peado o omer e o beber e o so dos sentidos:
[    vendo om nossos olhos estando om nossos ovidos
alando om nossa boa pegando om nossas mãos e aminhando
om nossos pés atormentamos a Lz dos Cino Deses a terra
sea e húmida as ino espéies de animais as ino espéies de
ervas e de árvores5 
Qanto aos eleitos diziam os gnosos qe após a morte sa alma
divina se ibertaria do Cosmo atravessando as eseras planetárias e se deszendo
nelas de sas túnias materiais
gmas seitas deendiam expressamente a apoatastasis isto é a dotrina
da savação niversal inlsive do demônio no fnal de toda evolção
A esatoogia abalístia tem os mesmos traços da gnóstia
A riação do niverso material represento ma deadênia da dividade
e o aprisionamento das entelhas da Shehiná
"odo homem qe age em onrmidade om a ei z retornar ma das
entehas perdidas da Shehiná e de sa própria ama53
Os disíplos de Isaa Lria afrmavam laramente a dotrina de qe
tdo qe saíra de Des a Ele deveria retornar
52 En oue, os eeios deviam] éduie au minimum e conac avec a subsance énébeuse,
e ne pas se seni chez soi dans un monde o ou conspie  a séparaion" de cee mime
découe e commandeme de pauveé, en i de uoi i es iedi ou déconseié de bi une
maison. JOS, Hans. La rigon nosque p.3.
52 Qui mache su e so besse a ere (c'es--die, pus eaceme a Lumie ui s' ouve
mée) ; qui i bouge sa main besse 'ai, ca c'es 'me des hommes e des bes  ..]. dem
bidem, p.35.
522  ...] en voa avec nos eux, en écoua avec nos oeies, en paa avec nore bouche, en
saisissan avec nos mains, e en macha avec nos pieds, nous ourmenons a Lumie des Cin
Tudo provém da Causa primeira e udo reorna à Causa primeira.5
Esse reorno se processa misicamene aravés da Kawwaa iso é,
uma oração eia com a inenção de reornar a esar unido com a
divindade. A esa união, ou melhor, comunhão com a divindade,
davam os lurianisas o nome de debequ. Scholem afrma, porém,
que a debequ não inha um senido paneísa.55
[ .   ereano,] a salvação nada mais signifca senão resiuição,
reinegração do conjuno original, ou Tikun, para usar o ermo
ebraico.5 
No processo de reoro das parículas divias à dividade (Tikun), o
homem em um papel especial.
[ ...] é o homem quem acrescea o oque fna ao semblane divio;
é ele quem complea a enronização de Deus, o Rei e o Criador
mísico de odas as coisas, em Seu próprio Reino do Céu; é ele
quem dá ao Criador de odas as coisas a Sua cofguração fal Em
ceras eseras do ser, a exisência humana e a divina se enrelaçam.
O processo inrínseco, exramundano do Tikun, simbolicamene
descrio como o nascimeno da personalidade de Deus, corresponde
ao processo da hisória mundana. O processo hisórico e sua alma
mais secrea, o ao religioso do judeu, preparam o caminho para a
resiuição fnal de odas as luzes e cenelhas esphadas e exiladas. 57
A consumação do Tikun rá surgir o Messias: O Tikun, caminho para
o fm de odas as coisas, é ambém o camiho para o começo.5 
A dourina da ransmigração das almas já i apresenada o Bair, o
século X como um segredo para os iniciados. O Bahir, conudo, não afrma a
meempsicose das almas em corpos de animais.
Segundo uma suposição de Scholem, a dourina da meempsicose do
Bahir em origem em:
[ ..] agmenos de uma radição judaico-gnósica mais aniga
[ ...], agmenos provenienes do Oriene, por vias que não são
discerníveis por nós, no círculo em que o livro Bahir nasceu.5
524 ou es issu de a Cause remire e ou reourne  a Cause remire dem Les ognes d
l bba, . 31 7.
525 dem. bidem, . 3 1 7320.
526 dem. A mítica uica . 27 l
527 dem. bidem, . 276277.
528 dem. bidem . 277.
Segundo o Zohar, a metempsicose seria aplicada apenas às almas que
tivessem pecados contra a procriação.53 
Contudo a concepção da metempsicose como uma rma geral
de retribuição divina não é desconhecida para a antiga tradição
cabalista. A contradição ndamental entre as ideias de castigo no
Inrno e de metempsicose  duas rmas de recompensa que no
sentido estrito são mutuamente exclusivas  apresentase enevoada
no Zohar devido à limitação da ideia de punição propriamente dita
ao processo de tormento no Inerno.53 
Os cabalistas de Gerona, em geral, admitiam que haveria apenas três
reencarnações em corpo humano53 e o cabalista Ben Belimá (o flho do Nada)
admitia a metem psicose até o mundo das sefrot. 533
Após a expulsão dos judeus da Espanha, a escola cabalista de Saed,
iderada por Isaac Luria, acentuou a doutrina da reencarnação assim como o
messianismo da Cabala.
Os horrores do Exílio reetiram-se na doutrina cabalística da
metempsicose, que agora ganhou imensa popularidade, ao acentuar
os vários estágios do exílio da alma. O destino mais terrível que
poderia caber ao pecador - muito mais horrível que os tormentos
do inerno - era o das almas "banidas e "nuas, um estado que
impedia tanto a reencarnação quanto a danação no inrno [ ...].53
A doutrina da metempsicose (Guilgu) da escola de Saed afrmava que:
Cada alma individual retém sua existência individu apenas até
o momento em que realizou sua própria restauração espiritua.
[ ... ] Enquanto a ma não tiver executado esta tare, permanecerá
submetida à lei da transmigração. A transmigração, destarte,
não é mais simples retribuição, mas é ao mesmo tempo uma
oportunidade de cumprir os mandamentos, que não i dada à
ama preencher antes, e desse modo continuar o trabaho de auto
emancipação. A pura recompensa está, na verdade, implícita na
ideia de transmigração para outras eseras da natureza, como a dos
animais, plantas e pedras. Este banimento na prisão de estranhas
rmas de existência, em animais sevagens, em plantas e pedras,
é considerado uma rma de exílio particularmente terrifcante. 535
530 C SCHOLEM, Gerson G A mscaica  245
531 dem bdem,  245
532 dem Les ones d l bba  482
A doutria do Guilgul torouse popular, deixando de ser esotérica o
século X  Ela i largamete aceita, rtalecedo a creça popular aimista
ou pampsiquista
O Guilgul torouse parte itegrate da doutria cabaista do
Tiku Ele se harmoizava também com o papel apocatastático
do Messias, salvador até das cetelhas divias que existiriam
em Samuel ou Lúcir, doutrina dedida desde os primeiros
cabalistas como, por exemplo, Isaac, o cego53 
A doutria cabaista do Guilgul impressioou rtemete os primeiros
cabalistas cristãos, como, por exemplo, Marsílio Ficino, pois ela estava de acordo
com seu próprio sistema góstico537
Fialmete, é preciso lembrar de uma ceta pouco cohecida do
messiaismo judaico: a catástroe universa como meio de redeção Cosiderando
que "a humanidade estava ameaçada ão apeas por sua própria corrupção, mas
pela corrupção do mudo, que se origiara a primeira ruptura da Criação,
quado sujeito e objeto pela primeira vez se separaram53  ; cosiderado aida
que a existêcia atual das coisas i uto da decadência ou "exílio da Schehiá,
e que, por isso, o existir as codições atuais é o ma, agus cabalistas via, o
aiquilameto da criação, o grade meio de redeção
[   ] torouse possível cosiderar o retoro ao poto de partida da
Criação como meio de precipitar a catástroe fal do mudo, que
ocorreria quado o retorno sse reaido por muitos indivíduos,
uidos o desejo pelo "Fim do mudo [  ]  Neste caso, aquio
que estivera escodido sob o suave aspecto do Tiku (utado
pela pereição do mudo) revelarseia como arma potete, capaz
de destruir todas as rças do mal; e ta destruição seria por si
equivalete à Redeção [  ] A cosciêcia de que a redeção
sigifcava tato ibertaço quato catástro impregou o ovo
movimento reigioso o cabismo uriico/ a ta poto que ea
só pode ser considerada o lado inverso da disposição apocíptica
predominante na vida judaica53

536 Idem Ls ognes d l Kbba, p 34



NONO TEMA: A LIGIÁO DO HOMEM E O OR

Por tudo o que i dito, fca patente que a Gnose e o Panteísmo são
sistemas em que as questões relativas ao sexo e à reprodução têm uma grande
importância. Continuamente, aqui e acolá, aparecem rmulações, alusões
veladas, símbolos de ordem sexual. Noutras passagens, ala-se explícita e
descaradamente de cultos depravados.
O Panteísmo, pela divinização da matéria, deveria indiscutivelmente
cultuar o sexo e a chamada civilização moderna que ele produziu está cheia de
expressões erótico-panteístas.
A Gnose, odiando a matéria e o ser, não poderia deixar de desprezar o
meio de perpetuar a existência e de muliplicar a matéria e a individualidade.
Denis de Rougemont, em Lmour et l'Occit tratou largamene das
repercussões gnóstico-maniqueias do catarismo na civilização ocidena desde a
Idade Média.
Cremos que o que i dito já comprovou largamente o ódio gnósico
à matéria, à carne e ao corpo humano. Vimos já como gnósticos, maniqueus,
cabalistas e cátaros desprezavam a mulher, a procriação e o matrimônio.
É traço essencial do simbolismo cabalístico o to de que, para ele
a mulher não cofgura, como se poderia esperar, a qualidade da
brandura, mas a do julgamento severo [ ... . O demoníaco, segundo
os cabalistas, é produto da esra minina. Esta concepção não
implica negação ou repúdio da eminilidade - afnal a concepção
cabalística da Schehiá pode conter a ideia, altamente paradoxal
para o pensamento judaco ortodoxo, de um elemeno eminino
no próprio Deus -, mas ela constitui um problema tanto para o
psicólogo como para o historiador da religião5 
Para que esse texto fque mais claro, recordemo-nos de que, na linguagem
cabalística, o "julgamento severo de que la Scholem é a seroth Din Ora,
para a Cabala, Din era a nte do mal, o lado mau da divindade de que a mulher
À ideia de a Schehiná o elemento minino da divindade ser considerada
como prova de que na Cabala não há repúdio da eminilidade haveria mais o
que dizer e o remos mais adiante5  Scholem em todo caso reconhece que
permanece o problema do repúdo ou não da minlidade pelo cabalsmo
Aliás em outra obra desse mesmo autor encontraos outros textos que
comprovam uma visão pessimista da mulher por parte dos cabistas
Existe em todo o Cosmo uma dicotomia entre os mundos
masculino e eminino e o processo de qu é o esrço para reuni
los O eminino está sob o domínio do outro lado' e esta situação
tem eeitos de longo alcance sobre a economia do cosmo pois
resulta no equivalente a uma lei cósmica a saber: "tudo o que
provém do lado puro' possui uma parte no lado mpuro' por
meio das mulheres  ; "  ] todas as mulheres pertencem ao
lado esquerdo' e o lado esquerdo' como conhecemos é a nte
de qelipá 5
A mesma atitude existe como já vimos entre os maniqueus:
O corpo humano é do diabo Ele o é por sua substância e  traço
que o distingue exagerando o rebaixamento geral do universo 
também por sua rma A hostilidade maniqueia ao corpo e ao
sexo cujas consequências ascética são imensas recebe aqui um
ndamento mitológico   ] mostrar os demônios procriando o
homem estenderse sobre os dethes genéricos mais repugnantes
não é mais que acrescentar um esrço de náusea a um ódo que
tem já seus icerces de "razão
 ] Na criação de Eva introduzse uma intenção mais particular
Eva é mais inteiramente sujeitada pelo demônio e por isso ela se
 instrumento deles contra Adão:
 ela eles transmitira sua concupiscência a m de seduzir
Adão
Sedução que levará Adão não apenas à concupiscência carnal
mas à reprodução a mais rmdável artimanha da estratéga
satnica Não se trata somnte  de prolongar inendamente o

541 Nota do editor: o ro Orando Fedei não chegou a redigir esse trecho de seu ivro.
54 roughout the cosmos there exists a dichotomy beeen mae and mae words, and
the process of the tiun is the eort to reunite thm. e minine is under the dominion of
the "other side (isto é, do demnio e do ma), ad this situation has rraching eects on the
conomy of the cosmos, since it resuts in what aounts a cosmic aw: ey, "that a o spring
catvero da Luz, mas de tornar nfntamente mas dcl a obra
da salvação5
Entre os nstcos do Eto, combatdos por Santo tanáso, corram
apcrs atrbuídos aos apstolos nos quas se afrmava que " ] depos que
Eva  enaada e que ela comeu do uto da árvore, é do dabo que ela
enendrou am 5
onrme o "Evanelho dos Eípcos, ctado por São lemente de
exandra
 Salomé, que peruntava quanto tempo durara o reno da morte,
o Senhor dsse Tanto quanto vs, mulheres, dares à luz flhos
as eu vm para destrur as obras da mulher E Salomé lhe dsse
Então eu fz bem em não ter flhos O Senhor respondendo lhe
dsse ome de todos os utos, mas daquele que é aaro não
comerás Salomé, tendo peruntado o que devera ser entenddo
por sso, o Senhor retomou Quando vs calcardes aos pés a veste
da veronha, o corpo, e quando os dos rem um  o macho e a
êmea  não haverá mas nem homem nem mulher55
Esse texto é muto elucdatvo do pensamento nstco  duração do
reno de morte, sto é, da atual stuação de decadênca de dvndade, estara
dretaente lada à procração
543  cops humn est du dabe. I  est p  substce, et - tt qui e distingue en out
abaissement énéa de unives - i t aussi p sa me Ihostiité manichéenne au cops et a
see, do es conséquences ascétiques so immenses, eçoit ici un nemen mhoogique   ]
mont es démons pocea homme, s appesai su des détais généiques es pus épos
ce nest gure quajoute un eo de nausée à une hne qui a dejà ses ents de "aison
Das a céation dEve, i ente une intention pus paticuiée Eve est pus entiemen
assujetie au démons, et pa à, ee se it eu instumen conte Ad
"A ee, is ansmien de eu concupiscence, an de seduie Adam
Séduction qui entainea Adam non seuement à a convoitise chanee, mais, pa ee, à
époduction, a pus midabe use de a statégie satanique
Non seuement i sagit à de poonge indénient a Lumie, mais pa a mutipication,
de dispese cette Lumie, donc de ende inniment pus dicie ouve de savation. JONAS,
Has. La rgon osque p.300
544 [ .. ] aps quEve t tompée et quee eut magé du uit de abe, cest du diabe quee
engenda Cain DOSSE, Jea Les v se s osqus  É p. 1 5 5 
545 À Saomé qui demadat combien de temps dueat e gne de a mort,  e Seigneu dit Tat
que vous autes, femmes, ous, ente des ennts. Mais je suis venu pou détuie es oeuvs
de a mme. Et Somé ui dit Jai donc bienit de ne p ente L Seigneu répondat ui
dit Mang de touts es uits, ms de ceui qui est ae tu ne mangeras pas. Somé ui avant
demandé ce qui ait entende pa à, e Seigneu epit uand vous ue au pieds e
O Cristo
Cristo gnó
gnóst
stico
ico condena,
condena, então,
então, a gera
geração
ção,, mas  note
notes
see  ele não
não
condena as relações sexuais. tes, pelo contrário, ele recomenda a Salomé que
experimente só o que é doce, mas não o que é amargo, isto é, que mantenha as
relações que quiser, contto que ela não gere e não dê à lu amargamente na dor.
Espezinhar a veste da vergonha poderia signifcar, ambiguamente,
desprezar tudo o que é do corpo nu; à maneira dos carpocráticos, desprer o
corpo pela prática das piores abjeções.
Reparese ainda a ambiguidade do texto, quando arma que não haverá
mais nem homem nem mulher, podendo signifcar, ao mesmo tempo, a união
heterossexual, ou a recomendaço de ser hermarodita ou homossexual.
eisegang, analisan
anal isando
do esse texto,
texto, aponta a relaç
relação
ão estreita entre a metasica
metasic a
e a moral gnósticoerótica.
Santo Epiânio deixou descrições nojentas e revoltantes das práticas
abomináveis dos barbelognósticos, grupo herético que tentou seduzilo:5 
IV. Nun ad pesti
pes tirae
rae illorum
ill orum doctrinae
doc trinae velut
velut sedem
sedem ac voraginem
me coneram. Varia enim apud illos neariae disciplina voluptatis
est. Primum quod communes inter se minas habent. Ac si quis
ejusdem sectae peregrinus advenerit, signum quoddam viri a
eminis, eminae a viris accipiunt. Haec autem ejusmodi est: Cum
sutendi ac complectendi cause manum porrigunt, eam ina
palmam contrectando ac deicando leniter titillant, eoque signo
ejusdem religionis hospitem esse demonstrant. nde posteaquam
mutuo se agnoverint ad convivium accinguntur. uod ipsum,
tametsi pauperes sint, ingenti epularum apparatu, vinoque et
carnibus instructissimum praebent. Finito convivio cum satietate
venas distenderint, ad libidinem proritantur. Tum vir ab uxore
discedens sic eam alloquitur: Surge, et atri charitatem exhibe.
ta ad concubitum venitur. Pudet me ona fde quae apud illos
turpissime perpetrantur, exponere; quemadmodum ait Apostolus Apostolus::
uae apud ipsos funt, turpe est et dicere (Ephes  1). Verum
quae illos cere nihil pudet, neque me pudebit eloqui, ut qui
edissima illorum agitia audierint, horrore quodam aciantur.
Etenim per acto stupro subinde contumeliosis coelum vocibus
appetentes, utrique maris prouvium cavis manibus excipiunt,
ac sublatis rursum occulis edum illud et abominabile manibus
praeerentes consistunt; ac preces concipiunt. Militares quidem et
Gnostici ad universorum,
universorum, ut aiunt, parentem, cui et quod maibus
maibus
gestant oerunt cum hoc solemni carmine: Hoc tibi munus
nimirum
nimir um Christi corpus,
corpus , oerimu
oerimus:s: atque ita tum eo vescuntur, et
Chisi; e hoc es Pascha. dcico cooa nosa ain, e
Chisi slicia confei cogn. Eodem modo qoies mie
mensos  s ai,
ai , edissimm
ediss imm illm sanginem
sangin em collecm
collecm
na omnes
omnes absoben. Aqe hic es, es, inqin,
inqin , sangis Chisi.
Chisi.
 Poeea in aocyhis legan: "Vidi aboem dodecim cs
qoannis eene
eenem,m, e dii
dii mihi:
mihi : Hoc es lignm viae.
viae . dism
de mensis mliem oviis ineean. Caeem m
ine sese eneem eecean, ibeos amen ssciee ohben.
Non enim olis
 olis sdio
sdio,, sed  libidini sae sevia,
sevia, ei coel
coelae
ae
vacan. a miseis hominibs diabols ildi, e os Dei
adibs sis imlicam e ldibim adci. Poinde si
libidini saiscin sae,  imissimm semen in seisos
eciian, neqe illd ad oagandam sobolem emian, sed sa
isi idine asan. Qod si e qisiam ecei semins
immissionem aneveei, e e eo, gavida ca si mlie, di
qid demm agiiosis aggedian. Nam nmem adhc
em e eo deacm, qocmqe iis emoe vism es,
inem, inqam, aboione ojecm in moaio isilo
ndn. Ci ad viandam naseam mel ac ie alis aomabs
e ngenis admiscen. Tm in nm colleco ocom ac
canm sodaliio, nsqisqe e commino innli coso
digio deliba. Sic hmanis canibs asi ad oandm Dm
sese conven. E cidiais, inqin, inces neqaqam
nobis illi; sed qod ecidea ai noso collegims. Aqe
id eecm esse Pascha demm eisiman. Paee haec ai
inse dia aqe esecanda commin. Cm enim ss n se
mo bacchai ac ee oeein, esesis scissmi hmos
osione manibs consgn, aqe ia edaas geenes oo
cooe ndi comecan,  ea e majoem sibi ad De
fdciam acqian. Coeem in cando cooe dies nocese
aie
ai e mlieclae
mli eclae e homnciones occan,
occ an, ac se e ngeno
ngeno
endn, e lavan, e convivia celeba, e ebiea a
venei indlgen, eosqe qi jejnan esecan. Negan enm
esse jejnandm, qod ad hjs saeci condioem inciem
jejnim einea; imo alimeno ois os esse dician,
qo obsioa sin cooa,  doneo emoe ossin c
eddendo
eddendo scee.7
scee. 7
Os segidoes de Basílides aicavam, ambém eles, esse co e
condenavam a ociação.
No judaísmo cabalísico, enconra-se o mesmo culo do sêmen.5 
Luriamic Kabbaliss believed ha sing during hese weeks was
paricularl ecacion in rerieving he "backsliding children,
ha is, he spiris dwelling in he drops o semen which a man
had los hrough masurbaion or in we dreams, and which
provided "bodies r demons and evil spiris. e Lurianic
idenifcaion o he backsliding children (he epression is aken
om ear
ear : 1  [Conv
[Co nverei-vos
erei-vos a mim, flhos rebeldes diz o
Sehor...
Sehor...]] and he
he somewha punning
punni ng applicaion o he
he Hebreu
He breu
word r "backsliding (Shobabim) clearl caused he choice o
his paricular
paricular period oo  he ear r he peniencial
pen iencial eercise. e
new Tiggun would resore
resore hese "llen spark
s parks
s o he sphere
s phere o
holness.5
Tal dourina
douri na repercuiu
repercuiu no sisema
sis ema peniencial
peni encial imaginado
i maginado por Nahan de
Gaza para preparar os judeus para a recepção do Messias Sabaai Tzvi. Nahan
eviou para muios cenros j udaicos uma cara em que relaava como se deviam
deviam
zer os jejuns, os aos penienciais e as orações para preparar o adveno do
Messias. ejam-se os seguines rechos irados da cara de Nahan, ciados por
Scholem em sua obra sobre Sabaai Tzvi
Redime odas as cenelhas de sanidade [provenienes] da raiz [de
minha alma] e da raiz de minha raiz e da primeira raiz das raízes
de minha raiz, que se enconram, agora, [no domínio das] qelipo.
Possa
Possam m elas ser concebidas
concebidas na mariz
mari z da sana
san a [sefroh] Malkhu,
e não se volar ao mal, pois o "ouro lado [iso é, os demônios e
qelipo] inciou-as a se separarem das asas da Tua Shekhiná. Por
Tu, ó Deus,
Deus , és Rei e redenor misericordioso [ . . . ]
[ .. . ] Soa a grande
grande rombe
rom beaa para anunci
anu nciar
ar a nossa
nossa liberdade
liber dade e eleva
eleva o
esandare para unir uni r os nossos
nossos eilados e j uná-los
un á-los rapidamene
rapidame ne dos
quaro canos da Terra. Possam odas as goas de sêmen que emii
(por polução acidenal ou deliberada), quer nesa ransmigração
quer
qu er na precedene, volunariamene ou não [ . . . ] reornar à sua
sana ne na sanidade do Teu nome. Bendio sejas, ó Senhor,
que hás hás de reuni srael. 5 5
reunirr os eilados de srael.5

58 oa do edior


edi or dadas as obscenidades descrias opamos
opamos por não radur o ecero.
SCH OLEM Gerson G. Sabbatai Sevi. p. 293
59 SCHOLEM
5 50 deem
deem a he spar
spark
k of hoiness (orignaing) om
o m my {sou) roo and om he h e roo
roo of
my roo and om he uimae
uimae roo
roo  of he roos
roos of my
my roo which
whi ch are now i he (ream
(ream of
o f he)
keppoh.
keppoh. May hey
hey bebe conceived
conceived n he womb of he hoy (negrah)
(negrah) Makuh and do no 
Esse texto mostra como a Cabala está ligada à Gnose e ao maniqueísmo
e como, já na Idade Média, os paulicianos do Irã e da Armênia rejeitavam o
casamento.
[ .. .  e o to de eles rej
rej eitarem o casamento
casam ento autorizava
autorizava as
as acusações
de escandalosa imoralidade que os ortodoxos levantavam contra
eles. 
Os bogomilas, herdeiros das heresias gnósticas dos paulicianos, também
não comiam carne e desaconselhavam o casamento e a posse de qualquer
propriedade.  
propriedade.
Entre os cátaros do Languedoc, dindiamse essas mesmas crenças,
embora não houvesse unidade dogmática entre eles, pois cada grupo cátaro
tinha doutrinas
doutrinas próprias
próprias . 3
[ ...
.. .  os cátaros privavamse [de comer carne por causa de sua
doutrina da metempsicose. A carne é suscetível de conter um
agmento da alma ligada à terra, que desde então aí estaria mais
ligada anda pelo metabolismo. Parecia, aliás, aos católicos que
os cátaros se preocupam pouco demais com a castidade como
disciplina corporal. Desde que elas não acarretassem a concepção
de flhos, eles pareciam encorajar positivamente as relações sexuais
ou, ao menos, não as contrariavam em nada, o que era o completo
oposto da ideia católica. Em consequência, suspeitavase de que eles
praticavam orgias contra a natureza, sob todas as rmas imagináveis.
Essas reprovações não eram totalmente injustifcadas, pois os
próprios cátaos reconheciam rancamente preerir a devassidão ao
casamento, visto que o casamento era um negócio bem mais sério,
regulament
regulamentando ando ofcialmente uma coisa má em si.
si . 
 ...]
... ] Sound t gt on  ou ou  dom
dom s t nn to gt ou ls nd gt us us
sdly
sdl y om t u cons con s o t t
t to ou lnd. smn tt  v mttd
ln d. My l dos o smn
(y ccdntl o dlt oluton)oluto n)  wt  n t snt o n m tnsmgtons wtwt
wllngly o unwlngly
unwlngly  . . .] tun to t oly souc n t onss o y m. Bssd
t ou O Lod Wo w gt t ls o y o sl. dm. dm . 294295.
td d  dm. Sabai vi, o  , . 285.
Tduo td
55  ...]
... ] t 
    t qu'l
qu'lss jtnt  mg utost s ccustons
ccustons d scandu
scanduss mmot
qu otnt cont u ls ls otodos. CM
C M Stv. Stv. Le Manicéisme
nicéi sme méiév
méiéva
a p . 5  .
5 5 2 C  d dm.
m. d
dmm .
. 7 0  7.
553 C dm. Idm Idm .  4.
5 54  .. . ] s Ct
Cts s s'n
s' n vnt d
d  com cn]
cn]  cus
cus d lu doctn d
d  l mtnss
mtnssycos
ycos. .
L vnd st susct d contn un gmnt d l'âm l  l t qu ds los y st 
dvntg nco  l mtosm.  smlt d'llus u ctolqus ctolqus qu lsls Cts s
no orst uma grande autoridade em catarismo conrma essa
conuência entre os ogomilas e os cátaros quanto à mulher ao matrimnio e
à reproduão
 relaões sexuais mesmo no casamento representavam para os
primeiro
primei ross ogomilas um háito
há ito demoníaco uando uma criana
nascia de tais relaões era um súdito de Satã que vnha à luz No
corpo de uma muher grávidagrávida alojavase o demnio em pessoa Não
era a piedade da ascese monástica mas um desprezo ndament
do mundo que ordenava o celiato555
Os tar
tarosos [    ] opõemse radicalmente a toda relaão sexu
Não em nesse assunto nenhuma distinão Todo ato sexual é
pecado; todo casamento luxúria "jur ju rata icao  de natureza
ata   nicao
ainda pior por ser essa puicamente reconhecida O casamento
o incesto
incesto  todas
tod as as rmas de perversão
perversão se encontram coocadas
coocadas no
mesmo nível A geraão não é um crime menor que a volúpia 
mulheres grávidas não são admitidas na seita mesmo em caso de
morte iminente
A própria mulher que os ogomilas relegava aaixo do homem
devia ser evitada com grande medo e alarme como se ela sse o
mal em pessoa
pessoa  Todo contato
contato  sse
sse ele a solene
sole ne impos
im posio
io das mãos
que ocorre
ocorre durante o ocio divino
div ino dos cátaros era um pecado e se
devia expiar pesadamente55 

athoiqu. En onsqun, on s souponnait d pratiqur ds orgis ntr natur, sous touts
s rms imaginabs. Cs rprobations nétaint p ntirmnt injustiés, ar s Cathars
u-mêms ronnaissaint anhmnt prférr   oasion a  a débauh
débauh au mariag attndu
att ndu
qu  mariag était un aar bin pus sériu, rgmntant oimnt un hos n soi
mauvas. Idm. Ibidm, p. 137
555 Ls rations sus, mêm dans  mariag, réprsntaint pour s prmirs bogomis
un habitud démoniaqu. Lorsquun nt nassat d ts rations, tat un sujt d Satan
qui vnat
vnat au
au jour. Dans  orps dun mm
 mm nint ogat  démon ui-mêm
u i-mêm.. C nst point
a piété d !as
!ass
s monastiqu, mais un mépris
mépr is ndanta
ndanta du mondmon d qui ommand
ommand   éibat.
BORS
BO RST,T, Arno.
Arno . s catars
catars p. 1 5 5 
556 Ls athars  ... ] sopposnt radiamnt  tout ration su. Is n nt    sujt sujt
auun distintion.
distin tion. Tout
Tout a su st un péhé; tout mariag st uur, "icao", d
natur pus mauvais
mauvais nor par ququ  st pubiq
pub iqum
umnt
nt ronnu
r onnu.. L mariag, !i
! inst,
nst, touts
s rms d pvrsion s trouvnt paés sur  mêm rang. L génération n st pas un rim
pus min qu a voupté. Ls fmms
fmms nints n sont pas admiss dans a st, mêm n as
d mort imminnt.
La fmm -mêm, qu s bogomis réguaint au-dssous d homm, dvat êtr
Curosamente, esse desprezo antnatural da mulher, esse tratamento
ndgno, no mpeda que as mulheres do Languedoc, especalmente as nobres,
acorressem em grande número para a seta e ssem seus apoos mas frmes.
Também é contradtóro que os cátaros mantvessem conventos mstos,
costume que tnham herdado dos bogomlas.557
E anda
 mlheres, sobretudo, auíram em grande número para eles,
em seu ardente desejo de servr pessoalmente sua causa. Assm,
eles, embora negassem a lberdade e tvessem as mulheres como
dabólcas, muto contrbuíram para zer da lberdade do
ndvíduo o ndamento da exstênca humana.55
Como explcar tas contradções?
Uma seta volentamente contra a mulher, mas que atraía as mulheres.
Uma seta que condenava qualquer contato com a mlher, mas que admta
convenos msos. Uma doutrna que negava a lberdade, mas que trabho, no
dzer de Borst, para zer runr a lberdade.
A nosso ver, só a détca gnóstca pode produzr e vver comodamente
nessas contradções ululanes.
A Gnose, sendo contra toda exstênca, sucda e autodestrudora, é o
substrato que explca o apoo das mulheres a uma seta desprezadora da mulher.
a hstóra, há muos ouros casos de "sucído gnóstco.
Mas revoltante anda era a attude cátara em ce das cranças, às quas se
negava o cosomem que, no sstema cátaro, era absolutamente necessáro
para a salvaço.
[ .. . ] todas as cranças esto condenadas sem esperança e sero
pundas na outra vda como assaltantes e assassnos, devdo a
sua mdade congênta. Apenas o cosomem pode salvar os
homens.55
Tal ódo à matéra e à geraço deva, naturalmente, conduzr os cátaros
ao sucdo, que eles pratcavam sob rma rtua com o nome de "endura. Mas
557 C Im Im, p 157 ota l
558  mm tot ot aé  x,   at é   pom
 c A ot, qoq at a té t tit  mm po oq,
cop oé po   a té  i  mt  itc hm Im
Im, p. 194
ainda: "Se sse possível, os cátaros teriam desejado o suicídio da raça humana,
seja diretamente, seja se abstendo de procriar flhos5
Vimos que também entre os gnósticos judeus se concebe uma catástroe
universal como meio de lcançar a divinização, pois serexistir é que é o mal Tal
concepção da redenção pela catástroe fnal se tornou aguda, após a expulsão dos
judeus da Espanha (1 492) , na escola cabalística luriânica
Alguém poderia argumentar que entre os cátaros do Languedoc havia
uma alta concepção da mulher Prova disso seria a poesia trovadoresca,
reconhecidamente ligada ao catarismo, mas que divinizava a mulher e tinha
uma alta concepção do amor
Ora, essa objeção é inconsistente Essa mulher mítica e idealizada pelos
trovadores não era, na verdade, senão um símbolo da doutrina cátara, a imagem
do alter-ego do pneuma divino de cada um e não a mulher enquanto tal
eja-se sobre isso o que afrma Luigi Valla em sua obra I ligao segreto
di Date e i Feli dmore como também Dennis de ougemont em sua obra
já citada
Dois textos de Dennis de ougemont são sufcientes para elucidar a
questão:
Se a Dama não é simplesmente a Igreja de Amor dos cátaros (como
o puderam crer Aroux e Peladino) , nem a Maria-Sofa das heresias
gnósticas (o Princípio eminino da divindade), não seria ela a
Aima ou, mais precisamente ainda, a parte espiritual do homem,
aquela que sua alma aprisionada no corpo chama com um amor
nostálgico que somente a morte poderá satiszer?
Nos Kephalaia ou Capítulos de Manes, podese ler no capítulo
 como o eleito que renunciou ao mundo recebe a imposição
das mãos (entre os ctaros, o consomem dao geramente na
iminncia da morte), como ele se v sim odeo no spírito
de Luz como, efm, no momento de sua morte, a rma de Luz,
que é seu spírito, che e o consola por um bo como seu
anjo lhe estende a mão dieta e o aúda iguament com um bijo
de amor como, m, o leto veera sua pópri rma de luz,
sua salvadora5 
560 Si la chose avait t possible, les Cathares eussent dsir le suicide de la race humaine, soit
directment soit en s'abstenant de procrer d ents RUNCIMAN, Steven L Maihém
méa/, p 137
561 Si la ame n'est pas simplement l'Eglise d'Amour des Cahares (comme on pu e croire
Aro et Pladin), ni la MaiaSophia des hrsies gnóstiques (le Principe fminin de la divinit)
O pneuma aparecia ao homem que recebia a imposição das mãos sob
rma eminina e o consolava. Era a sua rma de luz, sua salvadora. Dante
poderia dizer sua Beace.
Quanto à mulher em concreto, eis como os líricos e delicados trovadores
aconselhavam que se tratasse
Raimbaut de Orange escreve um poema sobre as mulheres. Se voc
quiser conquistá-las, diz ele, seja brutal, "dê-lhe socos no nariz (é
isso sufcientemente "cru}, rce-as, pois é disso que elas gostam.
[ .. . ] Nós temos desse mesmo Raimbaut dOrange admiráveis
poemas de louvor à Dama. 5 
Portanto, no trovadorismo cátaro dora-se a Dama. Depreza-se a mulher
 "O   Dame O me  emme  e, então, a exaltação do eminino
divino na Schehiná, que Scholem apresenta como prova de que a Cabaa não
despre a mulher, não se sustenta. Os cátaros apresentavam a mesma contradição
dialética. A mulher, em concreto, era desprezada como causa da multiplicação da
carne e da existência atual. Mas a partícula divina era apresentada sob o símbolo
da Dama à qual se dedicava um amor platônico idealido.
Esse amor platônico seria um meio de cultuar a morte e a autodestruição,
para assim se vencer a multiplicidade e se alcançr o uno.
[ .. . ] o amor é a via que sobe, à custa de êxtase, em direção à única
origem de tudo o que existe, longe do corpo e da matéria, longe
daquilo que divide e distingue, além da inelicidade de se a si
mesmo e ser dois no próprio amor.
Eros, o Desejo total, é a aspiração luminosa, o elã religioso original
levado a seu mais alto gozo, à extrema exigência de pureza que é a
extrema exigência de Unidade. Mas a unidade última é a negação
do ser atual, em sua soedora multiplicidade.5 3

D  Kéi o Ci d M o  i  ci X comm é qi
 océ  mod çoi imoiio d mi (c  c  C  consolmentum
géém doé  oc d  mo) comm i  voi d  o odoé" d
Ei d Lmi; comm   mom d  mo  m d Lmi qi  on
Ei i    coo   bi; comm o g i d  min doi  
 égm d bi dmo comm   vé  o m d mi 
vic OGEMON Di d L 'mou et / Odnt  75
562 imb dOg ci  om   fmm Si vo vo i  coqê dii
oy b do d co d oig   " ( c  c"?) c c c
c q imn
Tanto o amor "cortês trovadoresco, quanto o amor dissoluto de certas
seitas gnósticas antinomistas são, no ndo, coincidentes no desprezo da mulher
e do casamento.
O amor "cortês é resultante da recusa gnóstica de aceitar a matéria e o
corpo como oras de Deus. Da a condenaço o csamento e a procriação.
A pornografa sensual é uma rma ou de divinizar a matéria ou de
espezinhála como aziam os antigos gnósticos.
O amor cortês, como na paixão platônica, az da mulher uma da, mas
na verdade ele é a luxúria idealizada.
A pornografa, que az da mulher uma acante, é o sonho platônico
materializado e sexualizado.
"Os mesmos crculos que mostravam tanto impudor nas relações sexuais,
declaravam venrar o ideal do amor cortês.
E ougemont mostra que amos os amores  o trovadoresco e o licencioso
 eram contra o matrimônio.
" [... a licenciosidade demoliu o casamento por aixo, enquanto que a
cavalaria [o amor cortês ou cavalheiresco o ridicularizava de cim'. 
Ora, o matrimônio é grande não só por sua nore nção de manutenção
da espécie humana, mas tamém, conrme diz São Paulo, por seu signifcado.
De to, a união entre o homem e a mulher no matrimônio é fgura da união
entre Cristo e a Igreja, pois que, assim como Adão e Eva, unidos, geravam os
flhos segundo a carne, Cristo e a Igreja, unidos, geram os flhos de Deus.
Além disso, a união conjugal é tamém smolo mstico da união da alma
com Deus. O Cântico dos Cânticos, de Salomão, gira todo ele em torno dessa
simbologia que se tornou clássica entre os msticos.
No processo mstico, isto é, no processo do amor da alma para com Deus,
o grau supremo, a união com Deus, é denominada "casamento mstico.
O amor imenso no qual o verdadeiro mstico se arasa ao se unir a Deus
leva-o a ter todas as coisas como se ssem nada. Entretanto, ele não as despreza.
Pelo contrário, em toda criatura, por mais humilde que seja, o místico vê reexos
Aquele que é a causa de toda existência e e todo em.
eiste, oin de corps et de la matire, oin de ce qui divise et distingue, au deà du maleur d'être
soi et d' être deu dans ' amour même
Eros, c'est e Désir tota, c'est 'aspiration umineuse, 'eán reigieu origine porté à sa pus
aute juissance, à 'etreme eigence de pureté qui est 'etreme eigence d'Unité Mais 'unité
dernire est negation de 'être actua, dans sa souante multiplicité Idem Iidem, p 43.
Veja-se como prova disso a atitude dos grandes mstcos como São
Francisco Santa Tereza São João da Cruz que amaram a Deus acima de tudo
mas que amaram também o irmão sol a irmã água o irmão vento.
O verdadeiro místico não é um alienado. Ele não tem uma indierença
estóica ou budista diante das maravilhas da criação. A união com Deus não o
aasta da realidade concreta. Pelo contrário z com que ele se volte mais viva e
efcientemente para ela.
Cremos que não há exemplo mais claro disso que Santa Tereza a maior
mística da história e tão ativa Ela i vista em pleno êxtase no ar contemplando
a Deus e ao mesmo tempo zendo panquecas. Segurando a panela ao go e
jogando as panquecas ao ar para revirá-las sem as deixar cair mantinha-se em
êxtase unida ao criador dos Céus e da Terra.
O místico não despreza a carne e usa com toda inocência e santidade as
imagens epitâmicas para descrever a união mística.
Essa atitude equilibrada do místico diante da realidade espiritual e da
realidade material na aceitação humilde e agradecida da natureza espiritual
e material do ser humano levam-no a ter uma devoção especial para com o
mistério da Encarnação no qual " Verbum carofctum est
Oposta é a atitude do lso misticismo.
É o dogma da Encarnaço que distingue radicalmente a mística
ortodoxa da herética é ele que dá um sentido totalmente dierente
à palavra amor nos dois casos.5
O to central de toda vida religiosa de rma e de conteúdo cristãos
é o acontecimento da Encarnação. Desde de que se se asta ne
que seja um pouco disso corre-se no duplo perigo do humanismo
e do idealismo.57
A Religião do Homem como vimos não pode aceitar a encarnação do
Verbo. O tropoteísmo sob a rma panteísta não pode aceitar a divindade de
Cristo segunda pessoa da Santíssima Trindade Verbo de Deus transcendente.
Daí seu humanismo naturalista ver Cristo como o Homem.
O Antropoteísmo sob a rma gnóstica não pode aceitar que Cristo
tenha tido corpo. Daí seu "idealismo cair no docetismo.
Consequentemente a Religião do Homem não pode aceitar a Igreja
sociedade simultaneamente divina e humana como explicaremos adiante.
566 C'es !e dogme de 'ncanaion qui disingue adicaemen a mysique ohodoe de
'hééique,  es ui qui donne un sens ou dieen au mo amou dans es deu cas. dem
bidem, p. 1 57.
Também não pode aceitar o matrimônio. O Panteísmo, como vimos, vê
na mulher a bacante, enquanto a Gnose vê nela a da.
O Panteísmo nega todo o valor místico e analógico do matrimônio.
Quando o Panteísmo dá aspectos religiosos e místicos a essa questão, é para
elaborar o culto álico.
A Gnose, rejeitando a matéria, o corpo, o casamento e a procriação, tem
de ver no amor um meio de libertação do espírito divino. Daí a relação de amor
com a morte, própria a toda Gnose.
O amor sentimental e platônico dos gnósticos é apenas um meio
utilizado para romper os laços da individualidade e obter uma união "mística
de duas almas, de duas partículas divinas com a divindade. Essa união mística
gnóstica exige a destruição da individualidade e, portanto, exige a morte como
veículo de libertação.
O amor de Tristão e de Isolda era a angústia de ser dois; e sua
realização suprema era a queda no ilimitado, no seio da Noite em
que se apagam  rmas, as ces, os destinos singulares:
"Não mais Isolda, não mais Tristão, não mais nenhum nome que
nos separe. É preciso que o outro cesse de ser o outro, e que,
portanto, não exista mais, para que ele cesse de me zer soer, e
que não haja mais que eu no mundo.5 
A constante preocupação gnóstica de azer desaparecer a distinção entre
sujeito e objeto, aplicada ao amor, leva a querer se identifcar o eu e o tu. O
místico gnóstico procura contemplar o seu outro eu. Frequentemente, esse outro
eu i representado sob rma eminina e cantado sob a metára da Dama. É o
que se verifcou na mística iraniana, no sufsmo, na poética do Doe Stil Nuovo
e no Romantismo.5
Causa desse misticismo lso é o desejo de ser Deus, a recusa de nossa
própria limitação.
[ .. .] antes de tudo e depois de tudo, na origem e no fm da paixão,
não há um "erro sobre o homem ou Deus   rori não há um
erro moral - mas uma decisão ndamental do homem, que quer
568 amour de rsan e dseu cea angosse dêre deux; e son aboussemen suprême,
cea a chue dans mé, au sen de a u o seacen es rmes, es vsages, es desnes
snguers
on pus dsode, pus de rsan, pus aucun nom qu nus separe"  u que aure
cesse dêre aure, dn ne so pus, pour qu cesse de me re sourr, e qu ny a pus que
mo au monde" dem bdem, p 291
ser seu própro deus A paxão quema em nosso coração logo que
a serpente a sangue o  o cínco puro  nsnua sua promesssa
eternamente tradora: "er sicut i. 57 
Daí conclur o autor que:
O amor-paxão-glorfcadapelo-mto  realmente no século I,
data de sua aparção, uma Relgão em toda a rça desse termo, e
especalemente uma heresa crstã hstorcamente determnada57 
Essa heresa tera sdo a Gnose manquéa ressurgndo no catarsmo:
Não é o crstansmo que az nascer a paxão, mas uma heresa
de orgem orental Essa heresa se espalhou prmero nas regões
menos crstanzadas, precsamente onde as relgões pagãs levavam
anda uma vda secreta O amor-paxão não é o amor crstão,
nem mesmo um "subproduto do crstansmo ou a "mudança de
endereço de uma rça que o crstansmo despertou e orentou
para Deus (Leo Ferrero  Désespoirs). Ele é antes um subproduto
da relgão manquea57

70  ] avan ou e aprs ou,  'origine e  la n de la passion, il n'y a pas une erreur" sur
'homme ou Die - ao pas un erreur moale - mais ne décision ndamenale de 'homme,
qui veu êre ui-même son dieu L passion rle dans nore coeur siô qe le serpen au sang ois
- le cyniqe pur - insine sa prómesse éernelemen rahie  sicut di". ROUGEMO,
Denis de L 'mou et / Occidnt, p 22
 71 Lmoupassion fépa  myte  réelemen au douime siecle, dae de so n apparion,
une Reiqion dans oue la rce de ce erme, e specialemen ne héresie chréienne hisoriquemen
deerminée dem idem, p 1 1 8
7 2 Ce n'es e chrisianisme qui i nare la passion c'es un e hérésie d'origine orienale Cee
hérésie s'es répande d' aord dans les conrées es moins chrisianisées, precisemen,  o les
religions paiennes menaien encore une vie secre amour-passion n'es pas 'amour chréien,

DÉCIMO TE: A ECLESIOLOGIA DO
ANTOPOTEÍSMO

imos que, ao Antropoteísmo, repugna absolutamente o dogma da


Encarnação e que, consequentemente, sua eclesiologia é aetada por sua visão
antimetasica.
O Panteísmo não pode aceitar a ideia de um Deus transcendente que
tenha se encarnado. Sua concepção do universo é materiaista e a salvação se
az no próprio mundo pela ação de rças imanentes no homem. O Reino de
Deus dar-se-á neste mundo e na história. Cabe à Religião preparar a realização
da Utopia.
A "Igreja do Panteísmo é uma associação meramente natural, que deve
cooperar com outras rças para eliminar os maes do mundo, isto é, a pobreza, a
dor, a me, a doença, e tavez até a morte. Hoje em dia mesmo, temos exemplos
claros de Igreja naturaista nos textos da Teologia da chamada Nova Igreja:
Todo aquele que z o bem, seja quem r, pertence ao "Time
de Cristo, pertence diretamente ao Reino de Deus, mesmo que
externamente não pertença à Igreja visível de Cristo.573
Nota-se, no texto acima, que se az uma distinção entre a Igreja visível de
Cristo, que se presume que os autores julguem ser a Igreja Católica, e o Reino
de Deus, igreja superior e mais vasta, à qua pertencem todos "os que azem o
bem, mesmo não sendo católicos. Para essa igreja superior, o Homem é o Deus
que deve ser servido.
A mesma CNBB, no documento intitulado Ui e Pluralismo a
Ia diz que:
Esta Igreja, em todos os lugares, tem só uma autoridade: a de servir
uma humanidade abstrata, mas com os valores, as aspirações, os
soimentos dos homens em sua vida e em sua história 57
Numa Semana de Teologia, promovida pelo Congresso Ecumênico de
Teologia em Taboão da Serra, em março de 19, o padre Jon Sobrino, assessor
do Bispo de Salvador, Dom Oscar Romero, segundo o jornal "Movimento,
declarou que "é preciso que o homem viva concretamente a glória de Deus e
que a vida começa com "comer e beber, o ndamental575
Tais posicionamentos não são estranhos, pois são consequências das
doutrinas do Concílio Vaticano II e de Paulo 
É diícil encontrar órmulas mais antropoteístas que as de Paulo  em
seu discurso de encerramento do Concílio Vaticano II
Toda esta riqueza doutrin [do Concílio] se dirige numa direção
única servir o Homem O Homem, digamos, em toda a sua
amplitude, em toda a sua aqueza e indigência
A Igreja quase e declarou esrava do Homem [ ] 
Mas tudo isso, e tudo o mais que poderíamos dizer sobre o
valor humano do Concílio, não terá desviado a mente da Igreja,
reunida em Concílio, para uma direção antropocêntrica da cultura
moderna?
Desviado, não; dirigido, sim
[ ] a mentalidade moderna habituada a julgar odas as coisas sob
o aspecto do valor, isto é, de sua utilidade, há de admitir que o
valor do Concílio é grande, pelo menos por isto tudo i dirigido
à uilidade do Homem Nunca se diga, portanto, que é inútil uma
religão como a Católica, que na sua ma mais consciee e mas
efcaz, qual a conciliar, se declara totalmente em serviço do Homem
A religião católica é para a humanidade; em certo sentido, é a vida
da humanidade Vida, pela intepretação eaa e sublime que nossa
religião dá do homem (não é o homem por si só, mistério para
si mesmo?); essa interpretação dá-a precisamente em virtude de
Deus para conhecer o Homem verdadeiro, o Homem integral, é
necessáro cohecer a Deus; baste-nos agoa, como pova, rcoa
a inamada palavra de Cataria de Siena
"Na tua natureza, Deidade eterna, conhecerás a minha aqueza
(OR )
Vida, porque descreve a natureza, o destino da humanidade e
lhe dá o seu verdadeiro signifcado. Vida, porque constitui a lei
suprema dos homens e innde ao viver humano a misteriosa
energia que o torna, podemos bem dizer, divino.
Nosso humanismo tornase teocêntrico. Tanto que nós podemos
exprimir também assim: para conhecer a Deus, é necessário
conhecer o Homem. 57
Com esses textos, pretendemos apenas dar exemplo concreto das
peocupações de uma religiosidade naturalista e, por enquanto, nada mais
que isso.577
Para a Gnose, a Encarnação do Verbo não se deu, pois que ela signifcaria
a aceitação da matéria e do corpo. Os gnósticos, como já vimos, negavam que
Cristo tivesse corpo.
Daí, logicamente, não poderem admitir uma igreja estruturada. Para
a Gnose, a verdadeira igreja era puramente espiritual, pneumática. Ela seria
rmada somente por aqueles que, tendo recebido a doutrina gnóstica, já
estariam salvos. A união dos pneumas dos peritos rmaria a vedadeira igreja
invisível, porque espiritual.
Além disso, afrmavam os gnósticos que a divindade se evelava dentro de
cada um e na hisóia, e que, po isso, não se podia admitir qualquer dogmatismo.
A greja verdadeira deveria ser invisível, sem esruturas hierárquicas e sem
dogmas. Nela, odos seriam iguais, pois o Espírito habitaia em odos. Todos
eiam igualmente divinos e santos e, por isso, não deveria haver culto de santos.
A geja eia como elo de união não a Fé, mas o Ao.
ssa igeja nvisível e esotéica, sem dogmas e sem esruuras, teria
embros não só dentro da Igreja Católica, como também em todas as outras
religiões.
Desse modo, a igreja gnósticopneumática seria uma superigreja, que, ao
esmo empo, tanscenderia a todas as eligiões e seria imanente a elas.
Nela, todos os que possuíssem a Gnoe seram guais. Diziam que,
desde que um homem recebesse e aceiasse a Gnose, ele se elevaia ao nível
dos pereitos, odos igualmente divinos e santos. Por isso, entre eles, não se
cultuavam os anos canonizados pela greja.
Nenhuma seita gnóstica se estruturou em igreja organizada. Também
nenhuma delas elaborou um "símbolo da é. Pelo contrário, seu relativismo e
antidogmatismo as tornavam extremamente permeáveis a outras "revelações e
a outras afrmações doutrinárias que não as próprias. Daí a grande difculdade
dos historiadores em estabelecer os limites de cada seita. Cada grupo gnóstico
aparece com contornos uidos, nebulosos e consos. O elo entre os gnósticos
 muitos deles o diziam  não era o da Fé, mas sim o do or.
O único grupo gnóstico que se organiu claramente como igreja i o
maniqueísmo. Também i ele o único que não teve caráter esotérico.
Ele, entretanto, também preendeu se constituir como uma suprareligião.
Para isso, Mani declarou aceitar oroastro, Buda e Cristo como intermediários
entre a divindade e o homem, que receberam revelações parciais, provisórias e
preparatórias da sua revelação perita e defnitiva. Desse modo, o maniqueísmo
mostrava-se aberto e ecumênico, mas sincretista apenas no método e até o ponto
em que não se aetasse o cerne de sua Gnose.
Pode-se dizer que, único entre todos os onstrutores de sistemas
gnósticos, Mani pretendeu realmente ndar uma nova religião
universal e não um grupo de eleitos e de iniciados; e, assim, sua
doutrina, dirente nisso do ensinamento de todos os ouros
gnósticos, com exceção de Marcion, não tem nada de esotérico...
Mani [pretendeu] estabelecer os ndamenos de uma nova Igreja,
destinada a substituir qualquer outra e a se azer tão ecuênica
como nun�a a Igreja católica imaginou ser.7 
A igreja maniqueia i também a única igreja eréica dos primeiros
séculos de nossa era que reunia a concepção gnósica de assembleia de eeios
com uma organização hierárquica e com m chee.
A Igreja maniqueia, maniestação do Nous-Luz é, no mais alto
grau, comunidade de seres savos e organização ou insrumento
de Salvação.
Em sentido estrio, ela é e se chama "Eleição, "Igreja Eleita'', "a
reunião dos Eleitos, dos "Pereitos o dos "Verídicos, ou ainda,
a "Jusiç', o conjunto ou a Assembleia dos "j sos .7
578 On peu dire que Mani seu enre ous es bisseurs de sysmes gnosiques vouu nder
cee nouvele reigion universee e non pas un groupe délus e diniiés; aussi sa docrine
diérene en cei de enseignemen de ous aures gnosiques Marcion ecepé na rien
désoérique    ] Mani preendeu] jeer es bases d une nouvee Égise desinée à prendre a
pace de ou aure e à se ire ecuménique auan que  Égise cahoique simagina jamais êre
& seitas gnósticas e a Igrej
Igrejaa maniueia
maniu eia sempre
semp re se declaram contra a Igreja
Católica atual. &sim como o pensamento gnóstico recusa o aui e o agora e
sulima ou o passado remoto ou o turo longínuo assim tamém a Gnose se
diz el à "Igreja primitiv e ao mesmo tempo arma ue sua realização plena
se dará no turo escatológico.
escatológico. O maniueísmo
mani ueísmo dá exemplo claro disso.
diss o.
Por muitos aspectos o maniueísmo pode assim aparecer como
um tipo de retorno ao cristianismo em
e m sua pureza primitiva.
prim itiva.
Mas  e é um outro
outro aspecto
aspecto pelo ual
ual o maniueísmo se liga ao
cristini
cristinianismo
anismo  a relig
religiã
iãoo maniueia é tém
tém o cristinianismo
perito a Igreja do Espírito Santo.5 
E Mani se dizia a encarnação do Espírito Santo.
Ora tudo isso lemra enormemente movimentos heréticos medievais
modernos e contemporâneos como por exemplo as doutrinas joauimitas o
catarismo os rermadores do século X  os pietistas e mesmo os modernistas
e progressistas cujas teses triunram no Concílio Vaticano II. Comparese o ue
i dito com a doutrina do "Pacto das Catacumas por exemplo assinado por
muitos ispos
is pos entre os uas Dom Helder
Helde r Câmaa
Câmaa em Roma durante o Concílio.
A igreja gnóstica rejeitava toda riueza e todo poder na sociedade pois
ue isso a envolveria com o mundo material criao pelo Demiurgo. A Igreja
do mor deveria ser uma igreja pore despojada e perseguida sem cerimnias
ce rimnias
simples e sem poder algum.
algum.
A verdadeira Igreja deve ser pore e perseguida; ora os católicos
usam anéis de ouro e ornados de pedrarias
pedrarias  eles governam os povos
povos
e amaldiçoam a piedade. &sim é a sinagoga de Satanás a Igreja
dos meitores a maligna; e somente a Igreja cátara dos pores a
enigna pode savar a humanidade.5  
Já naldo de rescia "o mais signicativo de todos esses hereges  " 
sicat tous ces hérétiques    havia
plus sicat havia desej
desejado
ado uma
um a "gre
" greja
ja da porez
porezaa e
u sns sic
sic  
 s  s nomm
nomm   Ecion"   Éis Éu" a union s  Éus" s
Eci on" 
Pais" ou s iiqus" ou nco a jusic" nsm ou ssm  s juss".
PECH H. C. L Manchism" in Histoir Généa Généa ds RigoRigo  p 107
À
580 in s as  manichism pu ainsi appaa comm un so  ou au
chisianism n sa pu
pu pimiiv.
Mais -  cs
cs  un au aspc
aspc pa quoi  manichism s s aach
aach au chisianism - a iion
manichnn s aussi  chisianism paai  Éis  Espi Sain. Im Iim p. 92
581 L via Éis oi ê pauv  pscu; o s cahoiqus on s nnaux
 o ons  piis
pi is is ouvnan s pups
p ups  mauissn a pi
pi  T
T s a synaou 

da peniênci
peniênciaa [ . . . ] uma igreja pobre, aposólica e errane  Église de de  pauvreté
et   péitece [ ... ] ue égl églisisee pauv
pa uvrre, apostolique
ostolique et erra
erratete  
A liurgia da missa, o esplendor, os canos, o incenso são para os
cáaros objeos de desprezo. Seus argumenos são ainda os mesmos
do movimeno de rerma ocidenal que exige a piedade e não a
pompa. A própria Igreja com seus sinos, seus ícones, é considerada
como um monumeno de pedras moras. 
Para os cáaros, os sinos são "rombeas de Sa'  trompetes de Sata  e
as igrejas "conjunos de pedras  des ama amass  pie es  Eles eram conra o uso do
pi ees
laim,
lai m, conra os
os paramenos, conra as cruz.   
as esáuas e conra a cruz.
Para odos os hereges poseriores ao século I Consanino e o papa
São Silvesre eriam sido os granes responsáveis pela corrupção da Igreja. A
doação de Consanino, as grandes riquezas e o grande poder que o imperador
lhe concedeu a eriam ransrmado na gane mereriz do Apocalipse.
Em   6, 6 , em Colônia, os cáar cáaros
os não
não sabiam ainda ainda à qual papa
aribuir a culpa
culpa pelo apodrecimeno
apodrecimeno da Igreja (Ekb. (Ekb. Schn.   ) . Pouc
Poucoo
anes de , eles aribuíam a Consanino e ao papa Silvesre  
Enre
Enre os gibelino
gibel inos,s, era grande
grande o ódio conra Consani
Consan ino, no, que corrompera
a Igreja. E essa ideia esá regisrada na Divia Comia em que, no Inerno e
no Purgaório, Dane acusa Consanino, iso é, o Esado, de er ransrmado
a Igreja na mereriz previsa
previsa por São João João no Apocalip
Apocalipsese
Di v o i pastor scco
sccorrse il 
 geli
gelist
sta,
a,
qua
qu addo colei,
colei, ch
chee sie
sie sopr
sopraa lcque
l cque,,
p   coi regi a ui  vista
vista;;
ue che co le see teste acque,
e   diec
diecee cora
co ra ebbe ar me to,    ]
a rgo meto,
Ahi, Costati, di quato mal mal matre,
o  tua coversio, ma que dote
chee  te pres
ch presee il prim
pr imoo ricco patre
patre
83 dem bidem, p 8
8 La iurgie de a messe, e se, es chans,  ' encens son pour es cahares des objes de
mépris Leurs argumens son encore ce du mouvemen de rérme occidena qui eige a
piéé e non a pompe  Égise eemême avec ses coches, ses icônes, es considérée comme un
monumen de pierres mores dem bidem, p 86
8 C dem
dem bid
bidem,
em, p  86, oa
oa 1 
86 En 1 163, à Coogne, es cahares ne savaien pas encore à que pape impuer a ue du
pourrissemen de   Égise Ekb Schõn 1) eu avan 200, is impuaien à Consanin e au
pourrissemen
No Purgatório, ao ter a visão do carro da igreja, Dante vê bruscamente
a águia imperial cobrir com suas penas o carro da Igreja e, então, Beatriz se
transrma na meretriz. 5 
Petrarca, que como Dante pertencia ao grupo dos Fiéis de Amor e que
compartilhava suas ideias gibelinas contra a Igreja "constantiniana', escreveu o
seguinte soneto contra Roma:
Fotaa di dore, albeo d'ira,
o d'erro, e tempio d'eresia;
Gi
Gi Roma, or Babiia
Babi ia fa e a,
Per cui tato si piae e si s spira
O cia d'iga
d'igaii,, o prio di dira
ra,,
Ove
Ove be
be more, e mal
ma l siu
si utre
tre e cria;
Di vivi iro; u a miracola
miracola
Le Cristo teco ae
ae o s'adi
s'adira
ra
Fota i casta
casta ed umil
um il poverta
po vertate,
te,
cot
co tra tuoi
tuo itori ai ai  coa,
co a,
  cciat
cciataa e dov
dovaiai posto spee
spee??
eg
eg duter tu
t u, ee m te
Ricee tate? or Costati o toa;
a tolg
tolga il modo trist
trist che sostee
sostee 
Os aticelli isto é, os anciscanos "espirituais, seguidores das doutrinas
de Joaquim de Flora, ziam a apologia da absoluta pobreza e condenavam a
Igreja
Igreja por suas riquezas. Sua tese da pobrez
pob rezaa absoluta de Cristo e dos Apóst
Apóstolos
olos,,
pobreza essa que a fzera, mas que a igreja constantiniana repudiara, i
conden
condenada
ada por João II em  9 955 
Os movimentos heréticos do fm da Idade Média insistiam nessa ideia da
pobreza evangélica
evangélica e, como
c omo os aticelli chamavam
chamavam a Igreja de Roma de a grande
meretriz do Apoca
Apocalip
lipse.
se.
    ]  Consanno
Consanno como
com o dó a onsa/
ons a/ do eu
e u basmo no mas do presene/
presene/ que pôs de um
padre em mo runa mensa GHE Dane Divina Commeia, nr nrno X 1 06-06- 1 1 0 e
1  5 1 1 7 ra
radu
duç
çoo exr
exra
ada
da de GHE
G HE Dan e Divina Coméia  raduço nroduço e
Dane
noas
noas de Crsano Marns
Mar ns
588 dem Divina Commeia Purga Purgaór
óro
o   1 23 1 60
58 Fone de dor abrgo de ra/ Escoa e erro escoa de heresa;/ Ourora oma e agora
Babôna asa e crmnosa/ por cuja causa ano se chora e se suspra/ Ó ocna e enganos ó
rso de ra/ Onde o bem morre
morre e o ma se nure
nure e cresce/ Dos vvos
vvos n
n erno;
ern o; um
u m grande magre
sera/ Se Crso congo enm no se enrecesse/
enrecesse/ Funada em csa
csa e hume
hum e pobreza/ Conra
os eus ndadores evanas eus ches/ Mererz desarada
desarada onde
o nde pusese esperança?/ os eus
utos sectáros da Rerma do século X  especmente as setas
anabatstas e os purtanos, seguram repetndo a tese de que a greja deva ser
pobre
pob re e espr
esp rtual
tual Para
Para Lutero também,
também , a greja de Roma era a grande prosttuta
que se corrompera
corrompera por suas rquezas
Em uma de suas mosas noventa e cnco proposções axadas em
Wttemberg, Lutero arma: Um Papa realmente conscente de seu
dever dstrbura tudo quanto possu; chegara ao ponto de pôr à
venda a greja de São Pedro para o bem de mutos dos que seus
tracantes de ndulgêncas despojam de seu dinheiro5 
E Lutero drá: "a greja exteror é a greja do dabo 5 
Os petstas, da mesma rma que os poetas do Dolce Stil Nuovo
chamavam-na de a greja
greja de Roma,
Roma, a grej
grejaa de Pedra
Pedra (de Pierre) opondo a ela a
verdadera greja que seria a do espírto e a do coração
Outra pecularedade do petsmo é a contraposção entre
a verdadera, sto é, "pur é que jora do coração, e a "ma
exteror
exter or da greja que não poda não secar
se car e sucar a é
é dos crentes
particulares, ou seja, a contraposção entre a "greja do coração e
a "greja de pedr Dza-se equentemente que a greja de pedra
era necessára para proteger materalmente a greja do coração,
como a lâmpada é necessára para proteger a chama; em realdade,
a greja do coração julgava-se sucente a s mesma e tema-se
que sua pureza sse contamnada pelo malsmo dogmátco e
ltúrgco e especalmente pela organzação herárquica da igreja de
pedra; Gotted nold chega chega a condenar em sua dnddíssma
e admradadíssma obra Umparteiche Kirche ud Keerhtorie
(699) toda rma hstórica de greja consttuída como quer que
seja, esrçando-se por mostrar que a substância vva da é se
conserva
conserva uncamente
un camente em alguns espíritos
espí ritos ardentes
ardentes e nquetos que
as grejas ocas são levadas, pelas exgêncas nternas de suas leis
constituconais, a condenar como heréticos53
5 9 1 BTNO,
BTNO, Fra n Funck, Luo p50
Fran
5 9 2 C
CTT,,  e MGE
M GEO Lue ro" in Dictionnair d 7éooge Catoiue.
OT Luero"
593
59 3 ro conrassegno de pieis
pie ismo
mo  a conrapposii
conrappo siione
one dea vera,
vera, o pur'
pur' fede che sgorga
sgorga
de cuore, e dea rma eseriore" dea chiesa che non poeva non inaridire e soocare a de
dei singoi credeni a conrapposiione o dea chiesa de cuore" e dea chiesa di pier'
Si diceva spesso che a chiesa di piera era necessaria per proeggere maeriamene a chiesa de
cuore, come a ampada é necessaria per proeggere a amma; in rea si seniva a chiesa de
cuore suene in se e si emeva che a sua purea sse inquinaa da rmaismo dogmaico
e iurgico e speamene da' organiaione gerarchi cadea chiesa de piera; Goied nod
Entre os românticos hava a esperança do renascmento de uma nova
Igreja que reunsse ecumencamente todas as tendêncas relgosas e que por
meo de grandes rermas realzadas num grade cocílo devera ajudar
a estaelecer na terra o eno dos Cus uma nova Idade de Deus É o que
afrmava o protestante e pietista Novals que aprovando as rermas etas pelo
protestantsmo reprovava sua csão com oma Tera sdo precso rermar sem
rasgar
rasgar Tra
Traçav
çavaa ele
ele  assm
ass m um plano
pl ano para
pa ra estaelecer
estaele cer a Nova Igrea
Igre a tura
Depois de perguntar
perguntar "Onde
" Onde está essa velha e amável crença
crença que soznha
salva a crença no eino de Deus sore a terra? (  est cee cee vieil
vieil et aima
ai mab
b
crace qui seu/ sauve,  crace au Re  Dieu sur  tee?' Novals
explcava
explcava que o crstas
crst asmo
mo tem três rmas acetáveis e que q ue se  lvre para aderr
aderr
à qualquer uma delas ou a todas ao mesmo tempo
Escolhe a que vos agraagradr
drar
ar escolhe
esc olhe todas
toda s as
as três pouco importa
i mporta
vós vos tornares assm crstãos e memros de uma comundade
única eterna indzvelmente liz 5 
Para Novalis o catolicismo teve grandes valores
Ele i purifcado pela torrente dos sculos; intimamente e
indissoluvelmente unido  duas outras rmas do cristinanismo
ela rá eternamente a licidade desta terra
A rma contngente está quase destruída o velho papado jaz na
tuma e Roma está pela segunda vez vez em runas
ru nas O protestantismo
não deve enfm cessar de exstr e dar lugar a uma Igreja nova e
mais durável?5  5
Assim uma Nova Igreja deveria reunir nua síntese superior as igrejas
cristãs e preparar o eino dos cus na Terra Essa sera a esperança dos demas
continentes ver a Europa reconclada e ressurrecta para todos undos
realizarem o Reino de Deus na Terra por meio de uma igreja invisível que para
isso e então se tornaria visível
Todos os verdadeiros memros da míla religosa não deveram
aspirar ardentemente a ver o eino dos cus se estaelecer sore
a terra e aí entrar de om grado e entoar hinos sagrados? É
e ciese uciali sono poae dale esigenze inene della oo legge cosiuzionale a condannae
comme eeici. MIE Ladislao. Stoa d Leeatua dsca, pp 36-37
94 Coisissez cele
cel e qui ous
o us paia coisissez les oues
oues ois peu impoe
impo e ous deiendez
deiendez
ainsi ciens e memes d'une communau unique enelle indicilemen ieneueuse
OLIS. La Ctente ou upe pp 173-174
9
9  I a  pui pa e oen
oen des sies;
sies; inimemen e indissolulemen uni aux deux
deux au
aues
es
mes
mes du cisianisme i a eenelemen le oneu
oneu de cee ee
preciso que a cristandade volte a ser viva e ativa e que se rme de
novo uma greja visível, ignorando as onteiras territoriais, uma
greja ue acolha em seu seio todas as almas sedentas de céu e que
se oreça para tornar-se medianeira entre o mundo antigo e o
mundo novo.5
Seria essa Nova greja uto de um concílio europeu. Realizaria, então,
as grandes rermas que trariam o Reino dos Céus à tera: a liberdade e as
tolerâncias religiosa e política.
Do seio sagrado de um verdadeiro concílio europeu, a cristandade
renascerá, e a tare que consistirá no despertar da religão será
conduzida segundo um vasto plano divino em que nada será
negligenciado. Ninguém protestará mais, então, contra a coação
cistã ou secular, pois a essência da greja será a vedadeia liberdade,
e todas as rermas benazejas se cumrião sb sua dição, sb
rma de desenvolvimentos políticos pacífcos e legais.
Quando será isso ou quando não será?
É preciso pedi-lo. Paciência, ela vem, ela virá necessaiamente, a
idade sagrada da paz eterna em que a nova Jeusalém será a capit
d universo.
Até lá, permanecei calmos e corajosos nos perigos do século,
companheiros de minha é, anunciai pela palava e pela ação 
evangelho divino, e permanecei féis à é vrdadeia  infnita até
a morte.57
Por fm, para encerrar este capítulo, gostaríamos de dizer qe nã
cnhecemos xemplo mais ousado, sacrílego e blasemo d ma igreja b

596 ous les vériabes membres de a famile religieuse ne devraien ils as asirer ardemmen 
voir le oyaume des cieux s éablir sur erre, e y enrer de bon gré, e enonner des hymnes sacrés?
 u que la chréiené redevienne vivane e agissane e que se rme de nouveau une Égise
visible, sans égard ax onires errioriales, une Église qui accueille dans son sein oues es mes
alérées de ciel e qui s ore  devenir médiarice enre le monde ancien e e monde nouveau.
dem. bidem, . 5.
597 u sein sacré dun vénérable concie euroéen, l a chréiené renara, e la che qui consisera
dans le révei de la religion sera menée selon un vase lan divin o rien ne sera négigé. ersonne
ne roesera us alors conre a conraine chréienne ou sécuire car ' essence de  Égise, sera
a vraie liberé, e oues les rermes bienisanes saccomiron sous sa direcion, sous rme de
déveopemens oiiques paciques e égaux
Qud sera-ce ou quand ne sera-ce as?
 ne u le demander aience, il vien il viendra nécessairemen, ge sacré de la aix éernele
e despojada, igualitária e sem dogmas - como ueriam os gnósticos - do ue a
apresentada no livro U Seor como Dios a de autoria do Padre José Lus
Cortés:
La gsia que yo quiero ·: poesia por Pedro Barsimo o   Barca
La gsia que yo quiero o ee campaario [  
La gsia que yo quiero o ecessita temps [  }
La gsia que yo quiero o ecessita ' [  
Cro que e es gsia habrà tambié u Papa!
Pero u Papa ce, co patus  pao;
m Papuchi que Papa, m sato que assimo 
y se se ma Pepe que o  lme Pio
Los obpos, los pobs, sue ser gete buea
Si o era obispos yo creo que seia satos [  
E  gsia que digo que yo quiero que sea
ocupará los caos gete co eriecia
e lo que sica amar y ser amado
Si amo  que sirve  superortoxia? [  
Si he de decir to,  glesia que yo quiero
resulta hasta imprute orque sea  Dios}
Pues que teme  gsia; quee si que?
Perr su porio? ue sua mil herejes?
Hay otras heias que so mucho peores
Como ese teer mie a perr tat cosas!
No importa que  gsia tega  Fe muy ja
mieas busca y peta vapor el bue camio
Los stem teocos tiee el a pelio
 haceros creer que Dios es u libro de texto
La glesia que yo quiero pue ser que se equivoque
que o acierte a ver cro como es  a Dios,
pero que sea ua glesia  cabremos tos
y hta probabmete esteos ta a sto
La gsia que me sta,  gsia que yo quiero
es algo muy secio, cosa  gete pobre [  
i gsia [  }
tiee humo cueta chtes La mita   ma
La gsia que o quiero an  catacumb
Si viera dinero o inuenci o amigos
 seia distinto; pero mejor que no
Una vez do uno: l menos tener algo para r a lo pobres o hacer nuestr
campa  
Y los pobres deron: Quien socoe a s pobres
es porque no es tan pobre'' si es rica no es libre
Una avra  bao cao no original  gia dirán s entendidos
No sé  siempre pieo que si a quauier persona
/ quitamos  ropa, lo oros  los títulos
se que en mu poquito, pero bueno  autntico
Y uss me dcuen si digo  que siento:
que meretizes, em bao cao no orinal, marginas, borracho, pecares,
maric, drogadictos  gente  ese eslo
serán losnmentos  mi queri gia:
porque eos son el bao, son esos bajos n
donde  cae viva  hombre está m cerca { .  59

598  Igreja qe e qero não em camanáro. [ ...]/  Igreja qe e qero não necessa de
emos [ ...] /  Igreja qe e qero não necessa de dogmas [ . ]/ Caro qe nesa Igreja haverá
ambém m Paa/ Mas ma Paa casero com anas de ano;/ mas Paaznho qe Paa,
mas sano qe saníssmo/ E se ee se chama Pepe, qe não o chamem Po./ Os bisos, os obres
cosmam ser gene boa/ Se não ssem Bisos, creo qe seriam sanos [ ...] / a Igreja qe dgo
qe e qero qe seja/ Ocarão os cargos gene com eerênca/ o qe signca amar e ser
amado/ Sem amor, do qe serve a ser orodoa? [ ...]/ Se é recso dzer do, a Igreja qe e
qero/ resa aé mrdene orqe cono em Des)./ Pos o qe eme a Igreja; car sem
rqeza?/ Perder se odero? Qe srjam m hereges?/ Há oras heresia qe são mo iores/
Como se er medo de se erder anas cosas/ ão mora qe a Igreja enha a Fé mo oa:/
enqano bsca e ergna, va eo bom caminho./ Os ssemas eoógcos êm o grande erigo/
de azernos crer qe Des é m vro de eo/  Igreja qe e qero ode ser qe se eqvoqe,/
qe não acere em ver caro como é Des em amanho grande,/ Mas qe seja ma Igreja onde
cabamos odos/ e aé rovavemene esejamos odos  vonade/  Igreja qe me agrada,/ a Igreja
qe e qero é go mo smes, cosa de gene obre [ ... ]/ Mnha Igreja [ ...]/ em hmor,
cona adas, a meade da mssa/ assam dando rsadas, [ ... ]/ Isso sm: como o mndo ainda não é
cé,/  Igreja qe e qero anda na caacmbas/ Se vesse dnheiro, nênca o amgos/ do
sera derene, ma mehor qe não/ Uma vez agém dsse: Peo menos er go ara dar aos
obres o azer nossas camanhas .../ E os obres dsseram: Qem socorre aos obres/ é orqe
não é ão obre e Se é és rca, não és vre)/ Uma [no origina, aavra de bao caão] de Igreja
dirão os enenddos./ ão se. E semre enso qe se a qaqer essoa/ Lhe ramos a roa,
os oros e os íos/ ca com mo oqnho, mas bom e aênco/ E vocês me descem
se dgo o qe sno: qe [mererzes; em bao caão no orgna], margnas, bêbados, ecadores,
Conusão

O autor deste trabalho nunca chegou a escrever uma conclusão para ele e
isso por duas razões, "nt chaqu st suant su como ele gostava de dizer
em várias circunstncias, citano seu amado e belicoso Crano.
O primeiro motivo é que o trabaho nunca i eetivamente concluído,
porque progrediu seguidamente ao longo de três décadas.  leituras e
pesquisas do Pro. Fedeli continuaram sempre nessa linha o Atropoteísmo
e é incontestável que ele sabia e ensinava sobre isso muito mais, quando veio
a alecer em junho de 20 1 , do que quando sistematizou por escrito, na já
distante década de 1 980, o resultado de suas primeiras pesquisas.
O segundo motivo são as pessoas.  pessoas de perto e as pessoas de
longe. Os amigos e os inimigos.
O Proessor  como era chamado com carinho e respeito pela imensa
maioria de seus alunos  estava sempre cercado de gente. E, depois do início de
seu trabalho no site Montrt, no fnal da década de 1990, cercao de gente de
todo o Brasil e de todo o mundo.
E as pessoas tinham dúvidas, perguntavam, atacavam, questionavam,
apoiavam, pediam. Era preciso responder-lhes, era preciso atendê-las. Era
preciso, como diz São Pedro5, "estar sempre pronto a dar razão da vossa
esperança a todo aquele que vo-la pede. E o Proessor estava. Muitas vezes
deitava-se tarde, levanta-se ainda de noite, escrevia por horas seguidas para
responder a um ataque, para elucidar um amigo, para astar uma dúvida, para
consolar uma aição, para apoiar uma luta.
sso o consumia e consumia seu tempo. esar da insistência dos amigos
mais próximos em que era preciso escrever os grandes trabhos, em que era preciso
sistematir o mximo possível tantos anos de aulas, tatos aos de leituras, tantos
anos de estudo, tantos aos de reexão, ram as pessoas que o ocuparam até o
fm. Ele dizia que sim, que ia escrever, mas continuava respondendo as cartas,
atendendo os telenemas, viajando paa perto e paa longe. E os grades textos,
sempre adiados, iam fcando sem começa ou sem concluir.
Ao converter-se à prática do catolicismo, aos vinte e dois anos, ele,
 almas, a salvação das almas i sua preocupação dominante durante toda
a vida. E ele tinha razão, porque a salvação das almas, a adesão à greja de
Cristo, é, em última análise, o centro, o objetivo último de todas as grandes
utas históricas. Contra ou a vor. Por Cristo ou contra Cristo, são essas, em
verdade, as únicas duas posições possíveis em todos os probemas religiosos,
políticos, éticos, sociológicos. E Proessor Fedei, bom e prondo prossor de
História, sabia-o e ensinava-o melhor que ninguém. E assim, ram as almas, i
o contato com elas, o contato com as pessoas, aquilo que, em tima análise, o
impediu de concluir este livro e de escrever outros.
Sim, porque esta obra devia ter continuação.  pesquisas do Proessor
o evaram a concuir que os dois ramos do Antropoteismo, a Gnose e o
Panteísmo, embora auando equentemente como inimigos no decorrer dos
acontecimentos históricos  i, aliás, o ódio entre os adoradores da deusa
Razão e os adoradores do Ser Supremo na Revolução Francesa que lhe chamou
a atenção para o problema  embora inimigos, dizíamos, aliam-se às vezes e é
nessas ocasiões que as revoluções encontram seu ponto mximo de virulência e
de capacidade de ação.
A interconexão desses polos opostos, Gnose e Panteísmo, de uma mesma
doutrina - interconexão a que ele chamara de Curto Circuito, pois, como no
enômeno elétrico, também aí se produz uma grande explosão luminosa e depois
um aastamento violento dos dois fos doutrinários envolvidos no processo -
era, segundo o Pro. Fedeli, a responsável pela realização concreta das maiores
revoluções ocoridas na história.
E ele o provava citando, interminavelmente, tos e pessoas, flósos
e políticos, conbuações e batalhas, da Rema Protestante, da Revoução
Francesa, da Revolução Russa. E do Modernismo. E o aticano  E do
racão teológico e doutrináio que se seguiu ao Concíio.
Alguns dos últimos trabalhos do Proessor Fedeli, publicados no
site Montrt , inscrevem-se nessa linha de pensamento, tratando mais
especifcamente da penetração do Antopoteísmo dentro da greja, em que ele
atingiu o mximo de sua efciência, como o vírus que só atinge a penitude de
suas potenciaidades patogênicas quando se instala estavelmente no organismo.
O Antropoteísmo é essencialmente contra Deus e contra sa geja e ses
mentoes ram percebeno, caa vez mais claamente ao longo dos sécuos,
que é de dento dEa que ele pode atacá-la melhor, com mais efcácia.
Nessa perspectiva também, inserem-se os tabahos do Po Fedeli sobre
ate, pois as produções artísticas, tanto literáias, como pictóricas, escutóricas
e a até arquitetônicas, ram, sobretudo a partir do Renascimento  como tão
bem mostram as aulas sobre o verdadeiro Código Da Vinci º  , mas já desde
o fnal da Idade Média, meios privilegiados e muitíssimo pouco conhecidos de
disão do Antropoteísmo, inclusive  e talvez, sobretudo  dentro da Igreja
Gnose e Panteísmo têm, isoladamente, difculdades próprias de
propagação e de atuação A Gnose é por demais irracional e a rmulação mítica
de suas teorias é por demais alógica para que ela possa ser aceita, sem mais, pelo
bom senso do homem comum É essa uma das causas de sua propagação em
grupúsculos secretos, rmados por pessoas capazes de aceitar teorias abstrusas
e práticas estranhas É diícil para ela impor-se a um grupo grande Além
disso, sua desconexão com a realidade concreta, com a realidade mundana,
sua desconfança para com as organizações e instituições são tantos outros
empecilhos para sua ação em grande escala na esera política
O Panteísmo, por outro lado, é io Suas teorias de tendência racionalista
e materiista, suas análises realizadas a partir de pressupostos por demais
abstratos para serem compreendidos pela maioria, não costumam conduzir
à paixão, não costumam conquistar o coração das massas, não conseguindo,
assim, desencadear com efcácia um processo revolucionário de grande escala
Por isso, a união das duas correntes é essencial nos grandes processos
revolucionários E o modo como essa união ocorreu e se desez  sere
dramaticamente  em vários eventos do processo histórico rendeu ao Pro
Fedeli a matéria de muitas e muitas aulas prondas e encantadoras
Aulas que deveriam ter sido sistematizadas Que deveriam ter sido
escritas Mas que não ram Acima das razões que podemos sempre encontrar
para os eventos humanos, é preciso considerar a Providência Divina Foi Deus
Nosso Senhor que assim o permitiu Foi a Virgem Santíssima a quem o Proessor
consagrara, desde a juventude, tudo o que era e tudo o que tinha, que julgou
melhor que sse assim
O emblema do Projeto egado, dentro do qual se insere a publicação deste
trabalho, mostra uma mão que passa a espada a outra mão Uma herança de luta
que é transmitida Que a Virgem Santíssima nos permita a todos da Montrt, a
todos os amigos do veho Proessor, a todos aqueles, que sem serem seus amigos,
compreendam a importância do tema do Antropoteísmo, receber essa espada,
poder continuar o que altou a este trabalo, cada qual dentro do seu campo de
ação, ainda que seja simplesmente desejando e rogando que sempre em todos
os lugares, Nosso Senhor, esmague, como diz o salmo, por meio de sua Igreja, a
cabeça do leão e a cabeça da serpente, a rça política do Panteísmo e o veneno
místico da Gnose Et conculcabit leonem et draconem  
São necessárias mãos para receber essa espada É necessário haver quem
reze  o velho Proessor tinha sempre na mão o rosário e sempre na boca a
vocaão do oce Coraão de ara  mas tamm  ecessáro haver quem
pesquse quem sstematze quem estude quem escreva
ue Nossa Senhora úca doa de todo o traalho do Prossor úca
doa da otrt úca dona do Legado suscte a us e a outros.

Ivoe edel
São Paulo 2 1 de novemro de 201 0
Na esta da Apresetaão de Nossa Sehora o Templo
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