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Colégio Sonho de Ícaro

Aluno(a):

Profª: Aline Araújo Série: 5° ANO Turma: A Data: ___/___/_____ Nota: ____

AVALIAÇÃO DE REDAÇÃO IV UNIDADE


1. Leia e informe: (1,0) (____)
UM APÓLOGO
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:


- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir
que vale alguma coisa neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê? Por que lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que
sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o
meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
- Você? Está agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás,
obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador?
- Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o
caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em
casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou
do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam
andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como
os galgos de Diana - para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se
importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa
e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe
dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais
que o plic-plic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte;
continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha
espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e
puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar
da agulha, perguntou-lhe:
- Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da
elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da
costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência,
murmurou à pobre agulha:
- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai curtir a vida, enquanto aí
ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: - Também eu
tenho servido de agulha a muita linha!

Fonte: Contos Consagrados - Machado de Assis - Coleção Prestígio - Ediouro - s/d


a) Muitas vezes, um escritor reflete em sua obra aspectos da realidade da época em que vivia. Porém,
quando uma obra apresenta aspectos que podem ser aplicados a qualquer época e a todas as pessoas,
dizemos que o texto é atemporal, ou universal. Em sua opinião, os comportamentos mostrados no texto
"Um apólogo" são fo do tempo em que estamos? Por quê?
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2. Quando o alfinete aparece no apólogo, é dito que ele é "de cabeça grande e não menor experiência".
Com que sentido foi feita essa relação? Explique. (1,0) (____)
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3. Releia o trecho a seguir: (1,0) (____)

- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste
mundo?

a) A quem pertence essa fala no texto? Quais impressões transmite esse personagem para o leitor?
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4. O tempo e o espaço são elementos de uma narrativa, pois auxiliam no desenvolvimento da história
narrada. As ações que envolvem a linha e a agulha ocorreram em que lugar? Quanto tempo se passou
do início do diálogo entre a linha e a agulha e o dia do término da costura? (1,0) (____)
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5. Textos como esse têm como objetivo provocar uma mudança de comportamento nos leitores. Que
atitude o texto lido busca provocar no leitor? (1,0) (____)
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6. No início, a agulha compete com a linha argumentando que ela, a agulha, era superior, pois sempre ia à
frente, abrindo caminho para a linha. Isso demostra que a agulha era orgulhosa. No entanto, no decorrer do
texto, a linha demonstrou ser competitiva. Em sua opinião, na vida real, que problemas uma pessoa
muito competitiva pode ter? (1,0) (____)
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7. Leia o texto abaixo e informe: (0,5) (____)
A ROTINA DIGITAL

É impossível fugir de um mundo tão conectado neste século. Com frequência, dividimos nossa atenção
entre o celular, a televisão e o computador. Interagimos através de chamada vídeo com quem está a dezenas
de quilômetros de distância, fugimos das filas do supermercado, das lotéricas, ao fazermos compras no
conforto da nossa casa. E boa parte dessas ações são feitas diante de um simples dispositivo telefônico.
Ao viver nesse mundo interligado, seja em computadores, seja em celulares ou outros dispositivos
digitais, esquecemos que nem todos possuem a mesma oportunidade para acessar os meios tecnológicos.
Hoje, cerca de 70,5 milhões de brasileiros não possuem acesso à internet. Esse dado coloca o Brasil na
décima posição entre os países com mais pessoas sem conexão com o mundo digital.
A Internet é uma mídia aberta e descentralizada que permite oferecer oportunidades a pessoas
desenvolverem as mais múltiplas habilidades para progressão do conhecimento. O incentivo a políticas
públicas que visem ampliar o acesso deve ser prioridade dos governantes. Esse incentivo pode partir das
escolas, com a ampliação das mídias tecnológicas nos espaços educativos.
Portanto, é fundamental introduzir crianças e jovens no mundo digital, tanto em relação à internet quanto
a programas que incentivem o estudo. Com esses conhecimentos, os estudantes desenvolverão habilidades
para a criação de projetos e para o aprimoramento da aprendizagem. É por meio dessas e outras iniciativas
que será diminuída a disparidade entre o número de pessoas com acesso à internet e as possibilidades que as
tecnologias podem oferecer à sociedade brasileira aumentarão.
Texto de Maurício Araújo, 2021, Tudo Sala de Aula

a) O texto acima pertence ao campo de atuação da vida pública. Qual o seu gênero textual?
a) Notícia.
b) Reportagem.
c) Artigo de opinião.
d) Texto informativo.

b) Qual o tema do texto “A ROTINA DIGITAL”?


a) Os impactos da tecnologia na vida das pessoas.
b) O crescimento do acesso à internet no Brasil.
c) A implementação da internet nas escolas públicas.
d) Os prejuízos da internet na rotina das pessoas.

8. Segundo o texto, o que podemos esquecer ao possuirmos uma rotina constante com as ferramentas
tecnológicas? (1,0) (____)
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9. Uma opinião é um julgamento, ponto de vista ou declaração que não é conclusivo, em vez de fatos,
que são declarações verdadeiras. Há uma opinião em: (0,5) (____)
a) “A Internet é uma mídia aberta e descentralizada...”
b) “Hoje, cerca de 70,5 milhões de brasileiros não possuem acesso à internet.”
c) “... ampliar o acesso deve ser prioridade dos governantes.”
d) “... são feitas diante de um simples dispositivo telefônico.”

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