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Apostila - Anatomia Humana
Apostila - Anatomia Humana
DISTÂNCIA
ANATOMIA HUMANA
1
ANATOMIA HUMANA
ADAMAR NUNES COELHO JÚNIOR
1
FACULDADE PROMINAS EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Inclui referências.
ISBN: 978-65-89764-23-6
CDD: 611
CDU: 611
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
1
ANATOMIA HUMANA
1° edição
2
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
É com muita honra que dirijo-me a você, felicitando-o pela escolha do seu curso. Es-
tou muito feliz, como não poderia deixar de ser, porque sou um apaixonado pela anatomia
humana e tudo que a cerca.
Sou professor universitário há 26 anos e, nesse tempo todo, a disciplina que mais
ministrei foi anatomia humana, seguida pela fisiologia humana. Logo, já estudei um pou-
quinho sobre o conteúdo que você está prestes a ler.
O livro que você está recebendo é fruto de um compilado de vários autores clássicos
e modernos somados aos conhecimentos que adquiri em todos esses anos sem, contudo,
ter a pretensão de esgotar o assunto, ao contrário, este livro apresenta de forma resumida,
porém direta e objetiva os principais assuntos que são estudados na maioria dos cursos da
área da saúde.
Estudar anatomia humana é um desafio tremendo, mas ao mesmo tempo, é muito
gratificante pois seus conteúdos são base para o entendimento das outras disciplinas na
sequência do seu curso. Por isto, não desanime diante das dificuldades encontradas no
estudo da anatomia, antes, porém, tome essas dificuldades como um desafio que prazero-
samente será vencido em uma leitura atenciosa e metódica.
Quero cumprimentar cada estudante e dizer que cada um que conheço me faz lem-
brar do meu começo. Sei que muitos estão assustados com tanto conteúdo, mas se tive-
rem disciplina e não permitirem que matérias se acumulem, certamente alcançarão êxito
em sua empreitada.
Faço votos que os momentos de estudo e leitura sejam intensos e extremamente
prazerosos. Bom estudo.
O autor.
3
LEGENDA DE
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
4
SUMÁRIO UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA
UNIDADE 2
SISTEMA CIRCULATÓRIO
2.1 Introdução ....................................................................................................................................................................................50
2.2 Coração ...........................................................................................................................................................................................50
2.2.1 Posição do coração ..........................................................................................................................................................51
2.2.2 Septos e valvas cardíacas ...........................................................................................................................................52
2.2.3 Vasos sanguíneos que chegam e que saem do coração .....................................................................53
2.2.4 Vascularização do coração .......................................................................................................................................54
2.2.5 Inervação do coração ....................................................................................................................................................55
2.2.6 Vasos sanquíneos ............................................................................................................................................................57
2.2.7 Artéria ......................................................................................................................................................................................58
2.2.8 Capilar .....................................................................................................................................................................................59
2.2.9 Veias .........................................................................................................................................................................................60
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................63
5
SUMÁRIO UNIDADE 3
SISTEMA RESPIRATÓRIO
3.1. Introdução ....................................................................................................................................................................................66
3.2 Estruturas do sistema respiratório ...............................................................................................................................66
3.2.1 Fossas nasais.......................................................................................................................................................................66
3.2.2 Faringe....................................................................................................................................................................................67
3.2.3 Laringe ..................................................................................................................................................................................67
3.2.3.1 Esqueleto da laringe............................................................................................................................................68
3.2.4 Traquei ..................................................................................................................................................................................69
3.2.5 Brônquios ............................................................................................................................................................................69
3.2.6 Bronquíolos ........................................................................................................................................................................70
3.2.7 Alvéolos .................................................................................................................................................................................70
3.2.8 Pulmões ................................................................................................................................................................................71
3.2.8.1 Membrana pulmonar (pleura) .....................................................................................................................72
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................75
UNIDADE 4
SISTEMA DIGESTÓRIO
4.1. Introdução ....................................................................................................................................................................................78
4.2. Estruturas do tubo digestivo ..........................................................................................................................................78
4.2.1 Boca ..........................................................................................................................................................................................78
4.2.1.1 Língua .............................................................................................................................................................................79
4.2.1.2 Dentes ...........................................................................................................................................................................79
4.2.1.3 Glândulas salivares ...............................................................................................................................................80
4.2.2 Esôfago ...................................................................................................................................................................................81
4.2.3 Estômago ..............................................................................................................................................................................81
4.2.4 Intestino delgado ...........................................................................................................................................................82
4.2.4.1 Duodeno ......................................................................................................................................................................83
4.2.4.2. Jejuno ..........................................................................................................................................................................83
4.2.4.3 Íleo ..................................................................................................................................................................................84
4.2.5 Intestino grosso ...............................................................................................................................................................84
4.3 Estruturas anexas do tubo digestivo .........................................................................................................................85
4.3.1 Fígado ......................................................................................................................................................................................85
4.3.2 Vesícula .................................................................................................................................................................................86
4.3.3 Pâncreas ...............................................................................................................................................................................87
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................92
UNIDADE 5
APARELHO GENITOURINÁRIO
5.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................95
5.2 Sistema urinário.........................................................................................................................................................................95
5.2.1 Rim ............................................................................................................................................................................................95
5.2.2 Ureter.......................................................................................................................................................................................97
5.2.3 Bexiga ....................................................................................................................................................................................98
5.2.4 Uretra .....................................................................................................................................................................................99
5.3 Sistema reprodutor masculino ....................................................................................................................................100
5.3.1 Testículo ..............................................................................................................................................................................100
5.3.2 Epidídimo ...........................................................................................................................................................................101
5.3.3 Ducto deferente .............................................................................................................................................................101
5.3.4 Vesícula seminal ...........................................................................................................................................................102
5.3.5 Próstata ...............................................................................................................................................................................102
5.3.6 Glândulas bulbouretrais ..........................................................................................................................................103
5.3.7 Pênis ......................................................................................................................................................................................103
5.4 Sistema reprodutor feminino .......................................................................................................................................104
5.4.1 Ovários .................................................................................................................................................................................104
5.4.2 Tubas uterinas.................................................................................................................................................................105
5.4.3 Úteros ..................................................................................................................................................................................106
5.4.4 Vagina .................................................................................................................................................................................107
5.4.5 Vulva .....................................................................................................................................................................................108
6
SUMÁRIO
5.4.6 Mama .................................................................................................................................................................................109
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................115
UNIDADE 6
SISTEMAS DE CONTROLE ORGÂNICO
6.1.Introdução .....................................................................................................................................................................................118
6.2 Hipófise ..........................................................................................................................................................................................118
6.3 Tireoide ...........................................................................................................................................................................................119
6.4 Paratireoide ...............................................................................................................................................................................120
6.5 Adrenal ..........................................................................................................................................................................................120
6.6 Pâncreas ........................................................................................................................................................................................121
6.7 Gônadas ........................................................................................................................................................................................122
6.8 Sistema nervoso ......................................................................................................................................................................122
6.8.1 Sistema nervoso central ..........................................................................................................................................122
6.8.1.1 Telencéfalo ..............................................................................................................................................................123
6.8.1.2 Núcleos da base ................................................................................................................................................125
6.8.1.3 Diencéfalo ..............................................................................................................................................................125
6.8.1.4 Sistema límbico .................................................................................................................................................127
6.8.1.5 Mesencéfalo ........................................................................................................................................................127
6.8.1.6 Metencéfalo ..........................................................................................................................................................127
6.8.1.7 Ponte .........................................................................................................................................................................128
6.8.1.8 Cerebelo .................................................................................................................................................................128
6.8.1.9 Miencéfalo .............................................................................................................................................................128
6.8.1.10 Formação reticular ........................................................................................................................................129
6.8.1.11 Medula espinhal ...............................................................................................................................................129
6.8.1.12 Estruturas que protegem o sistema nervoso central ............................................................129
6.8.1.13 Meninges .............................................................................................................................................................133
6.8.1.14 Líquor.......................................................................................................................................................................134
6.8.1.15 Barreira hematoencefalica .......................................................................................................................135
6.8.2 Sistema nervoso periférico ...................................................................................................................................135
6.8.2.1 Nervos cranianos ..............................................................................................................................................136
6.8.2.2 Nervo olfatório ou I par de nervo craniano ....................................................................................136
6.8.2.3 Nervo óptico ou II par de nervo craniano .......................................................................................136
6.8.2.4 Nervo oculomotor ou III par de nervo craniano .........................................................................137
6.8.2.5Nervo troclear ou IV par de nervo craniano ....................................................................................137
6.8.2.6 Nervo trigêmeo ou V par de nervo craniano ..............................................................................137
6.8.2.7 Nervo abducente o VI par de nervo craniano .............................................................................137
6.8.2.8 Nervo facial ou VII par de nervo craniano .....................................................................................137
6.8.2.9 Nervo vestibulococlear ou VIII par de nervo craniano ...........................................................138
6.8.2.10 Nervo glossofaríngeo ou IX par de nervo craniano ...............................................................138
6.8.2.11 Nervo vago ou X par de nervo craniano ..........................................................................................138
6.8.2.12 Nervo acessório ou XI par de nervo craniano .............................................................................139
6.8.2.13 Nervo hipoglosso ou XII par de nervo craniano ........................................................................139
6.8.2.14 Nervos espinhais .............................................................................................................................................141
6.8.3 Sistema nervoso autônomo ................................................................................................................................143
6.8.4 Sistema nervoso simpático .................................................................................................................................144
6.8.5 Sistema nervoso parasimpatico .......................................................................................................................145
6.8.6 Funções do Sistema nervoso autônomo ...................................................................................................145
FIXANDO O CONTEÚDO ...........................................................................................................................................................147
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UNIDADE 1
Estudaremos generalidades da anatomia humana como terminologia anatômica e
divisão do corpo humano para, logo em seguir, estudarmos o Sistema Tegumentar
que é constituído pela pele e seus anexos. Ainda estudaremos, nesta Unidade, o
CONFIRA NO LIVRO
UNIDADE 2
Você encontrará uma abordagem sobre o Sistema Circulatório, também conhecido
como Sistema Cardiovascular, enfatizando o coração e os vasos sanguíneos com
destaque vascularização e inervação do coração.
UNIDADE 3
Estudaremos o Sistema Respiratório dividido em suas vias aéreas superior e inferior.
Estudaremos cada estrutura pertencente a este importante sistema e o que
acontece no interior do alvéolo (última estrutura da via aérea inferior). Além disto,
você vai perceber a inter-relação que existe entre o Sistema Respiratório e o Sistema
Circulatório (Unidade II) justificando o estudo destes dois sistemas em sequência.
UNIDADE 4
Abordagem direta sobre o Sistema Digestório. Você conseguirá fazer a distinção
entre Tubo Digestivo e Anexos do Tubo Digestivo e saberá que todas as estruturas
deste importante sistema que têm como objetivo, promover a digestão, “trabalham”
em sequência e em uma relação de interdependência. Cada estrutura tem sua
função própria que se complementa com a função da outra estrutura posicionada
logo à frente.
UNIDADE 5
O Aparelho Gênito Urinário que é constituído pelo Sistema Excretor (Urinário) e os
Sistemas Reprodutores Masculino e Feminino. Esses três sistemas, devido a sua
proximidade e por terem algumas estruturas comuns podem e devem estar juntos
em uma mesma unidade. Existem diferenças anatômicas e funcionais entre os
gêneros masculino e feminino até mesmo em alguns detalhes do Sistema Excretor.
UNIDADE 6
Você vai estudar as estruturas que fazem o sistema de controle e comando das
funções orgânicas. O Sistema Nervoso é a estrutura principal desta unidade, mas
o Sistema Endócrino é também abordado para demonstrar que as substâncias
produzidas por seus componentes (hormônios) são usadas também para incentivar,
aumentar ou inibir o funcionamento de outras estruturas. Você estudará a divisão do
Sistema Nervoso enfatizando a função de cada parte.
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01
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA UNIDADE
ANATOMIA HUMANA
9
1.1 INTRODUÇÃO
Dangelo e Fattini (2004) definiram a anatomia como a ciência que estuda, macro e
microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Spence
(1991) já havia definido a anatomia como o estudo da estrutura de um organismo e das
relações entre suas partes.
O termo “anatomia” vem do grego; ana (parte) + tômus (corte), ou seja, a anatomia
estuda o corpo humano em suas diversas partes separadas e no conjunto delas. Também
é objeto de estudo da anatomia a inter-relação existente entre as diversas estruturas do
corpo humano. A inter-relação entre as diversas estruturas pode ser explicada pela locali-
zação anatômica, uma sendo ponto de referência da outra, estudo comparativo entre cada
estrutura abrangendo forma, tamanho, textura, relevância para esta ou aquela região do
corpo.
Importante salientar que os seres humanos são formados por células que são as me-
nores unidades estruturais e funcionais básicas. O conjunto de células similares quanto à
estrutura, funcionamento e origem embrionária, e que são mantidas juntas por quantida-
de variável de material intercelular, forma o tecido orgânico.
Os tecidos orgânicos se agrupam para formar órgãos que interagem entre si, de-
sempenhando funções interdependentes e complementares para formarem o sistema e o
somatório de todos os sistemas orgânicos forma o organismo.
Resumidamente temos:
10
FIQUE ATENTO
Os três folhetos embrionários dão origem aos quatro tipos de tecidos – epitelial; conjuntivo;
muscular e nervoso. O tecido epitelial cobre a superfície do corpo e forma as diversas cavida-
des corporais, ductos e vasos; o tecido conjuntivo deriva da mesoderme e forma ossos e car-
tilagens, tendões, ligamentos e fáscias e o sangue; o tecido muscular é formado por células
especializadas com capacidade de contrair e relaxar; o tecido nervoso, por sua vez, é forma-
do por células com prolongamentos protoplasmáticos que transmitem mensagens nervosas
por todo o corpo.
11
dois pés.
A linha média “corta”, “separa” o corpo humano em dois lados parecidos, não total-
mente iguais. Cada lado (direito e esquerdo), têm características semelhantes, porém de-
talhes que vão diferenciá-los em um olhar mais atento. Por exemplo: as mãos e os pés de
uma mesma pessoa podem ser ligeiramente diferentes no tamanho e até no formato; a
mama direita é diferente da mama esquerda; fígado, apêndice vermiforme são estruturas
localizadas do lado direito; o baço está localizado do lado esquerdo; a hemicúpula diafrag-
mática é mais elevada do lado direito, etc.
Todas as estruturas que estão localizadas mais próximas da linha média dizemos
que são estruturas mediais e aquelas que estiverem localizadas mais distantes da linha
média são laterais.
FIQUE ATENTO
Para entendermos melhor, consideremos os dois ossos do antebraço: rádio e ulna. Qual deles
está localizado na região medial desse segmento? Resposta: ulna. Lembrem que devemos
observar sempre a posição anatômica, dessa forma, com a palma da mão voltada para fren-
te, temos a ulna mais próxima da linha média, por isso ela está na região medial do antebra-
ço.
Um detalhe para facilitar ainda mais a localização dos ossos do antebraço é um ditado po-
pular: “o polegar é a antena do rádio”, onde lê-se polegar – primeiro dedo da mão e rádio –
osso do antebraço. (Fig. 3)
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Além disto, para facilitar ainda mais a
localização das diversas estruturas do cor-
po humano em uma visão mais espacial,
pensemos em dividí-lo em planos. Conse-
guimos separá-lo em quatro planos distin-
tos: sagital (mediano); frontal; transverso;
oblíquo. (Fig. 4).
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Figura 5 – Divisão do corpo humano
Fontes: Borges, FAGUNDES. 2018
1.4 1 Introdução
O Sistema Tegumentar é o conjunto de estruturas que formam o revestimento
externo do corpo humano. É formado pela pele e suas estruturas acessórias (fâneros e
glândulas). Os fâneros são cabelos, pêlos e unhas. O Sistema Tegumentar proporciona ao
corpo um revestimento protetor.
1.4.2 Pele
A principal estrutura do Sistema Tegumentar é a pele. No adulto, a pele tem área
de aproximadamente 2 m² e espessura variável de 1 a 4 mm de acordo com a região.
Nas superfícies dorsais e extensoras a pele é mais espessa do que nas ventrais e flexoras.
Em áreas de pressão (palma das mãos e plantas dos pés) é também mais espessa e nas
pálpebras é bem fina.
A idade também influi na espessura da pele. Quanto mais nova, mais fina é a pele e
o contrário acontece quanto mais velho for a pessoa.
A pele possui elasticidade própria que também varia de acordo com a idade. Quanto
mais jovem maior é a distensibilidade da pele. A distensibilidade também varia de acordo
com a região do corpo, no dorso da mão é mais distensível do que na palma.
A pele forma o revestimento completo e externo do corpo. Ela é contínua com as
mucosas que revestem os sistemas respiratório, digestório e urogenital.
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Em muitas áreas gordura é depositada
no tecido conjuntivo frouxo, formando
o tecido adiposo. A hipoderme conecta
frouxamente a pele à fáscia dos músculos
subjacentes o que permite a eles contrair-se
sem “repuxar” a pele (Fig. 6).
15
1.4.2.2 Cor da pele
FIQUE ATENTO
A cor da pele é determinada principalmente pela presença e distribuição de um pigmento
escuro chamado melanina. A melanina é produzida por células chamadas melanócitos que
migram na epiderme e transferem o pigmento às células da camada germinativa.
1.4.2.3 Derme
A derme é uma camada de tecido conjuntivo fibroso irregular que se localiza abaixo
da camada germinativa da epiderme.
Em contraste com a epiderme, a derme desenvolve-se a partir da mesoderme
embrionária, assim como os músculos e o esqueleto. A derme é formada de fibras elásticas
e reticulares e colágenas. É bem suprida por vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. A
derme contém também glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. A espessura da
derme varia em diferentes locais, mas, em média é de cerca de 2 mm. É composta de duas
camadas: papilar e reticular.
“A camada mais externa da camada papilar está intimamente ade-
rida ao estrato basal da camada germinativa. Na palma das mãos
e planta dos pés, estas papilas estão dispostas em sulcos paralelos
e encurvados, o que obriga ao aparecimento na epiderme supraja-
cente das características impressões digitais, palmares e plantares.
Muitas papilas contêm alças capilares; outras contêm receptores
sensoriais especializados que reagem a estímulos externos, como
mudanças da temperatura e pressão”. (BORGES; FAGUNDES, 2018)
16
1.4.2.4 Hipoderme
A hipoderme não integra a pele, mas é importante porque fixa a pele nas estruturas
subjacentes. A hipoderme é tecido subcutâneo. É formada por tecido conjuntivo frouxo
com células adiposas depositadas entre as fibras. Em algumas regiões do corpo como
abdome e nas nádegas, acúmulo de gordura no tecido subcutâneo pode ser muito amplo.
A hipoderme é bem suprida de vasos sanguíneas e terminações nervosas.
FIQUE ATENTO
A pele possui dois tipos básicos de glândulas: sebáceas e sudoríparas (Fig. 6). Existem outros
tipos de glândulas especializadas como: glândulas cerumosas (formadoras de cera) do me-
ato acústico externo, glândulas ciliares e as tarsais das pálpebras e as gândulas mamárias.
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presença dos hormônios sexuais, são particularmente ativas
durante a adolescência”. (SPENCE, 1991)
18
FIQUE ATENTO
Os pêlos ficam gradualmente cinzentos à medida que envelhecemos. Esse processo é devido
à diminuição do pigmento, possivelmente como resultado de uma queda no nível de enzima
específica que é necessária para a produção da melanina. Quando os pigmentos acabam,
os pêlos tornam-se brancos.
FIQUE ATENTO
Os folículos pilosos de diferentes partes do corpo têm comportamentos distintos de ativida-
de cíclica. Por exemplo, no couro cabeludo os folículos podem permanecer ativos e causar
o alongamento contínuo dos pêlos por muitos anos antes de se tornarem inativos por um
período de meses. Em outras regiões do corpo, os folículos podem se manter ativos somente
por poucos meses e depois entrar em uma fase inativa. O corte dos pêlos ou o barbear, por
não afetarem a atividade cíclica dos folículos, não têm qualquer influência no crescimento
do pêlo.
Por causa da formação repetida de novos pêlos durante os períodos ativos, a queda
normal dos pêlos não indica a calvície. A calvície é uma característica genética que requer a
presença de hormônios masculinizantes, os andrógenos, para que a tendência hereditária
se torne efetiva. Por essa razão, a calvície é mais comum nos homens do que nas mulheres,
que podem ter herdado o caráter, mas não têm os andrógenos necessários para ativá-lo.
1.4.4 Unha
Nas superfícies dorsais das falanges distais dos dedos das mãos e dos pés, os
dois folhetos epidérmicos mais externos (camada córnea e camada transparente) são
intensamente corneificados, formando as unhas. O leito da unha é formado por células
germinativas. É onde a unha está posicionada. Esta camada é espessada abaixo da
extremidade proximal da unha, formando uma área esbranquiçada, com forma de meia
lua, chamada lúnula, que é visível através da unha.
A matriz da unha é a região espessada da camada germinativa. É nesta matriz
que ocorrem as mitoses, empurrando para frente as células previamente formadas que
19
já se corneificaram e, assim, causando o
crescimento da unha. Na extremidade
proximal da unha, forma-se o eponíquo
ou cutícula que é uma prega da epiderme
que se estende sobre a superfície livre.
O hiponíquo é a camada córnea que se
Figura 10- Anatomia da unha espessa e está localizado abaixo da ponta
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS, 2003 livre da unha. As unhas geralmente têm
uma coloração rosada por causa da rede de capilar que existe abaixo dela e que se torna
visível através das células corneificadas. (Fig. 9)
1.4.5.1 Proteção
A pele forma uma barreira física que protege o corpo contra a invasão de
microrganismos e a entrada de substâncias estranhas do meio externo, incluindo a água.
Também protege contra o excesso da radiação ultravioleta e reduz grandemente a perda
de água do corpo. A superfície da pele está protegia por uma fina película líquida que
tende para a acidez (pH 4 a 6,9). Por causa de sua acidez, essa película pode atuar como
camada anti séptica e retardar o crescimento de microrganismos na superfície da pele.
20
Figura 11– Regulação da temperatura corporal pelo sistema tegumentar
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS, 2003
1.4.5.3 Excreção
Além do seu efeito refrescante, o suor funciona como um meio de excreção. Porções
pequenas de resíduos nitrogenados e de cloreto de sódio saem do corpo pelo suor.
1.4.5.4 Sansação
Devido a presença de terminações nervosas e receptores especializados, a pele
guarnece o corpo com muitas informações do meio externo. Alterações da temperatura, u
m toque suave e rápido ou não, pressão, e um trauma doloroso estimulam os receptores
tegumentares. Estes receptores, alertam o sistema nervoso central sobre o ocorrido e,
assim, possibilita que seja deflagrada uma ação apropriada. Esta ação pode ser simples e
automática, como retirar a mão do fogo, ou pode requerer um ato mais complicado, como
decidir que tipo de agasalho dever ser usado.
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Por uma questão funcional, não concordamos em unir os nomes dos dois sistemas
pois, “musculoesquelético” pode dar a ideia de estarmos falando apenas de músculos que
envolvem o esqueleto. Na verdade, se pensarmos apenas na locomoção humana de per
si, poderíamos pensar apenas nos músculos esqueléticos realmente, porém, o conceito de
locomoção que trazemos nesta unidade vai muito além dos movimentos corporais como
o aluno poderia pensar inicialmente. Pensamos também no movimento do sangue dentro
dos vasos sanguíneos, nas contrações rítmicas do coração, nos movimentos durante a
respiração, no trânsito intestinal ou mesmo na ejeção das substâncias químicas produzidas
pelas glândulas. Tudo isto é movimento e, como tal, é determinado por tipos diferentes de
músculos que veremos a seguir. Antes, porém, estudamos o sistema esquelético.
clavícula e úmero esquerdos. A segunda cintura é a cintura pélvica que é formada por
uma linha imaginária que circunda os dois quadris. É formada pelos ossos fêmur e ilíaco
direitos juntamente com o fêmur e ilíaco esquerdos. O termo cintura vem de círculo ou
circunferência, por isso a linha imaginária “dá” a volta ao redor dos dois ombros e dos dois
quadris.
22
1.6.1 Funções do esqueleto
O esqueleto humano desempenha várias funções como suporte, movimento,
proteção, estoque ou reserva de minerais e participa da hematopoiese.
O esqueleto atua como arcabouço do corpo, dando suporte aos tecidos moles e
provendo pontos de fixação para a maioria dos músculos do corpo humano.
Pelo fato de muitos músculos estarem fixados ao esqueleto, e muitos ossos estarem
organizados, agrupados, articulados em articulações móveis, o esqueleto desempenha um
papel importante na determinação do tipo e extensão do movimento corporal.
FIQUE ATENTO
O esqueleto protege de lesões muitos dos órgãos vitais internos pois os envolve. É fácil en-
tender quando percebemos que o encéfalo está localizado no interior da cavidade craniana,
protegido por todos os ossos que formam o crânio, da mesma forma, ao analisarmos as es-
truturas da caixa torácica veremos que a proteção maior do coração, pulmões, vasos impor-
tantes se dá pelos ossos, o mesmo acontece com as estruturas nobres da cavidade pélvica.
23
e inervada, a camada interna do periósteo
está fixada ao osso por feixes colágenos,
fibras perfurantes do osso ou Fibras
de Sharpey. A outra camada do osso é
o endósteo que é formado por tecido
conjuntivo frouxo e reveste o interior da
cavidade medular do osso (Fig. 12).
24
osteócitos estejam alojados em lacunas
e estas se comuniquem através dos
canalículos, como no osso compacto, as
lamelas não estão arranjadas em camadas
concêntricas. As lamelas estão distribuídas
em várias direções que correspondem
às linhas de máxima pressão ou tensão.
Os capilares sanguíneos alcançam a
vizinhança dos osteócitos passando nos
espaços da medula óssea entre as placas
de osso formadas pelas lamelas.
25
seu interior existe uma cavidade denominada canal medular que abriga a medula óssea.
Por esta razão os ossos longos também são chamados tubulares.
Os ossos curtos são ossos pequenos que não possuem diferenças marcantes entre
suas dimensões. Os ossos do carpo e alguns ossos do tarso são exemplos de ossos curtos.
Os ossos laminares também chamados planos ou chatos ou ainda achatados, apresentam
comprimento e largura equivalentes predominando sobre a espessura. Esses ossos são
finos e um pouco curvos. Os exemplos clássicos desses ossos são ossos do crânio, escápula,
ilíaco, etc.
Os ossos alongados são curvos, achatados, longos, mas que não possuem canal
central, ou seja, não são tubulares como os ossos longos tradicionais. O exemplo deste tipo
de osso é a costela.
Osso pneumático é osso que possui, em seu interior, cavidades preenchidas por ar. A
palavra pneu significa “ar”, logo, osso pneumático é aquele osso que possui ar dentro dele.
Embora a definição deste tipo de osso possa dar idéia de osso “oco”, frágil, é justamente
o contrário. Esses ossos são muito resistentes, são fortes e suportam traumas que por sua
aparente fragilidade não suportariam. As cavidades destes ossos são preenchidas por ar,
em uma pressão absoluta, para conferir uma maior resistência àquela porção do osso.
Essas cavidades formam os “sinus” ou seios da face. Os ossos que são exemplos deste tipo
são: frontal, maxilar, etimóide, esfenoide, temporal.
Os ossos sesamóides são ossos que estão localizados entre tendões, membranas,
cápsulas. Os ossos sesamóides que estão localizados entre tendões são intratendíneos e os
localizados entre membranas, cápsulas são peri articulares. A patela é um exemplo de osso
sesamóide.
Os ossos irregulares são os mais fáceis de todos. São ossos que por sua aparência,
localização e formato, não se enquadram em nenhuma das outras classificações. São ossos
que não possuem forma geométrica definida. Temporal, zigomático, calcâneo, vértebras
são exemplos de ossos irregulares.
O Quadro 1, apresenta exemplos de todos os tipos de ossos do corpo humano,
separados em cada tipo e representados nas Figuras 15,16,17,18,19,20,21
FIQUE ATENTO
Todo osso possui acidentes anatômicos também conhecidos como relevos ósseos. Esses re-
levos estão presentes de forma mais marcante em muitos ossos. São imperfeiçoes, detalhes
encontrados na superfície dos ossos. Podem ser protuberância, pontas, depressões, eleva-
ções, buracos. Os mais comuns são: superfície articular – extremidade proximal e distal do
osso que se articula com outro; crista – linha óssea proeminente, aguda; côndilo – proemi-
nência arredondada que se articula com outro osso; epicôndilo – pequena projeção localiza-
da acima ou no côndilo; sulco – vale entre duas projeções ósseas; faceta – superfície articular
quase achatada, lisa; fissura – passagem estreita como uma fenda; forame – buraco; fossa
– depressão, frequentemente usada como superfície articular; fóvea – depressão pequena
geralmente usada como fixação, mais do que articulação; cabeça – geralmente a extremi-
dade maior de um osso longo, frequentemente separada do corpo do osso por um colo es-
treitado; linha – margem óssea suave; meato – canal; processo – proeminência ou projeção;
espinha – projeção afilada; trocânter – processo globoso grande; tubérculo – nódulo ou pe-
queno processo arredondado; tuberosidade – processo amplo, maior do que um tubérculo.
26
Figura 16– Osso longo Figura 17 – Osso curto Figura 18 – Osso laminar, plano
Fêmur Ossos do carpo ou chato
27
Os relevos ósseos também servem como ponto de passagem de vasos, nervos,
tendões. Por exemplo: no sulco bicipital “passa” o tendão longo do músculo bíceps braquial;
pelos forames transversos das vértebras cervicais passa a artéria vertebral.
1.6.3.1 Cabeça
Para melhor entendimento dividimos os ossos em ossos do crânio e ossos da face.
28
1.6.3.1.2 Ossos da face
Frontal: é comum tanto no crânio quanto na face devido seu tamanho e formato.
Maxilar ou maxila : osso par. Formam a porção central do esqueleto facial. Com exceção da
mandíbula, todos os ossos da face se articulam com o maxilar.
Zigomático: osso par. São também chamados malar. Articulam-se com o maxilar e o
temporal para formar a proeminência da face (maçã do rosto). Também se articulam com
o frontal e com o esfenoide para formar parte do assoalho e da parede lateral da órbita
ocular.
Nasal : osso par. São dois ossos pequenos que se encontram na linha mediana da
face para formar o dorso do nariz.
Lacrimal : osso par. São ossos delicados e pequenos que ajudam a formar a face
medial da órbita ocular.
Mandíbula: osso ímpar. Possui um corpo horizontal com formato de ferradura e dois
ramos perpendiculares a ele. Se articula como os ossos temporais para formar a articulação
temporomandibular. Com o movimento dessas articulações (direita e esquerda) falamos,
mastigamos, etc.
Vômer: osso ímpar. É um delgado osso quadrangular que forma a porção póstero
inferior do septo nasal
Concha nasal inferior: osso par. Conchas nasais inferiores são alongadas e se projetam
medialmente das paredes laterais da cavidade nasal. Estão localizadas logo abaixo das
conchas médias do osso etmoide.
Palatino: osso par. Tem um formato da letra “L”. Formam a porção posterior do palato
duro (céu da boca).
O Quadro 3 mostra os ossos da face por meio das Figuras 29 a 36.
Figura 29 – Maxila Figura 30 – Zigomático Figura 31 – Nasal
29
1.6.3.1.3 Ossos da audição
Três minúsculos ossos estão localizados na cavidade da orelha média, cavidade
timpânica. Os ossículos são pares. Se localizam entre a membrana timpânica e a janela do
vestíbulo (janela oval), que separa a orelha média da orelha interna. O martelo está fixado
na face interna do tímpano. A bigorna se articula em sua porção anterior com o martelo e
em sua porção posterior com o estribo. O estribo prende-se na janela oval.
Quando o som entra pelo conduto auditivo externo (orelha externa) faz vibrar o
tímpano. Como o martelo está aderido ao tímpano, movimenta-se chocando contra a
bigorna que por sua vez faz o estribo movimentar e estimular as estruturas da janela oval.
A energia mecânica proveniente do som, ao chegar na cóclea é transformada em energia
elétrica e daí segue até o centro responsável pela audição.
O Quadro 4 apresenta os ossículos por meio das Figuras 37 ,38 e 39.
Quadro 4 - Ossículos
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS
1.6.3.1.4 Hióide
O osso hióide (Fig. 40) merece
destaque por ser um osso que não se
articula com nenhum outro. É osso ímpar.
Tem formato da letra “U” e está suspenso
por ligamentos no processo estiloides dos
ossos temporais. Está localizado logo acima
da laringe. Serve como ponto de fixação
dos músculos da língua e da faringe.
30
o planeta Terra com as mãos e a
nuca. Assim, o Atlas é representado
pelo processo odontóide do Axis
(cabeça do deus Atlas), suas mãos
são as facetas articulares para o
osso occipital e o planeta Terra é a
cabeça.
31
Ao contrário do que muitos
possam pensar, a coluna vertebral não
é reta. Ao analisar a coluna vertebral de
frente ou de costas (visão anterior ou
posterior) podemos ter essa errônea
impressão, mas ao analisar a coluna
vertebral de lado constatamos como
são suas curvaturas.
Suas curvaturas normais,
fisiológicas estão localizadas nas
Figura 43 – Anatomia do disco intervertebral regiões da coluna vertebral de forma
Fonte: MOORE, 2014 intercalada. A coluna cervical possui
a curvatura lordose da mesma forma que a coluna lombar. A coluna torácica possui a
curvatura normal chamada cifose da mesma forma que o sacro e o cóccix.
Portanto, lordose e cifose são nomes de curvaturas normais da coluna vertebral. O
que é anormal é o aumento da curvatura (hiperlordose ou hipercifose) ou a diminuição da
curvatura (hipolordose ou hipocifose).
32
cartilagens costais da décima primeira e da décima segunda constelas são curtas e não se
articulam com o osso esterno ou com outra cartilagem costal, são as costelas flutuantes ou
costelas vertebrais.
Assim, os 12 pares de costelas são distribuídas: sete
pares de costelas verdadeiras ou vertebroesternais, cinco
pares de costelas falsas, das quais, três pares são costelas
vertebrocondrais e duas são costelas flutuantes ou costelas
vertebrais (Fig 46). As cartilagens costais são formadas de
cartilagem hialina. Dão resistência ao tórax, servindo de
fixação anterior para a maioria das costelas. Ao mesmo
tempo, pelo fato de serem cartilagens, conferem flexibilidade
à caixa torácica para se expandir durante a inspiração e
retrair durante a expiração.
As clavículas são ossos pares, tem a forma de um “S”.
Figura 45- Osso esterno Possui duas extremidades: uma esternal que se articula
Fonte: NETTER, 2000. com o manúbrio do esterno e uma acromial que se articula
com o acrômio da escápula (Fig. 47).
As escápulas são ossos pares, em formato triangular
(Fig. 48). São delgado e achatado. Encontram-se sobre a
face posterior das costelas, da segunda à sétima. A margem
superior forma a base do triângulo com uma margem
medial (vertebral) e uma lateral (axilar). Sua extremidade
distal é o vértice do triângulo. Chama-se ângulo inferior da
escápula. O ângulo lateral forma a cavidade glenóide que se
articula com o úmero.
33
anatômico da extremidade distal e posterior do úmero.
Entre o rádio e a ulna existe uma membrana fibrosa, muito resistente chamada membrana
interóssea.
Em sua extremidade distal, a ulna é fina com
uma pequena cabeça arredondada chamada processo
estiloide. O processo estiloide da ulna se articula com
a primeira fileira do carpo mas tem um espaço maior
entre eles que permite o movimento de desvio ulnar do
punho em uma amplitude bem maior do que o desvio
radial.
O rádio possui uma extremidade proximal
pequena e cilíndrica que é a cabeça do rádio. A cabeça
do rádio articula-se com o capítulo do úmero e com a
incisura radial da ulna. Devido ao formato da cabeça do
rádio, durante os movimentos de supinação e pronação,
ele “gira” sobre a ulna permitindo esses movimentos.
Na extremidade distal do rádio existe o processo
estiloide que se articula com a primeira fileira do carpo,
mas, diferente da ulna, seu processo estiloide é grande
e resistente e existe espaço bem menor entre ele e a
primeira fileira do carpo.
34
FIQUE ATENTO
Muitos alunos têm dificuldade de aprender os ossos do carpo. Você pode memorizar, inclu-
sive a posição de cada um, com uma dica simples. Os ossos da primeira fileira vamos gravar
apenas as duas primeiras letras de cada nome: ES, SE, PI, PI. Os ossos da segunda fileira va-
mos, memorizar as três primeiras letras: TRA, TRA, CA, HA. Fica mais fácil assim. Dá até para
cantar. A primeira fileira é ES, SE, PI, PI e a segunda é TRA, TRA, CA, HA
Existem cinco metacarpos que recebem o nome da posição que ocupam: primeiro,
segundo, terceiro, quarto e quinto metacarpos. O primeiro metacarpo é o que está do
mesmo lado do polegar que é o primeiro dedo da mão. Os metacarpos se articulam em
sua região proximal com a segunda fileira do carpo e em sua região distal com as falanges
proximais.
FIQUE ATENTO
O primeiro dedo, o polegar, é o dedo mais importante da mão. Este dedo é o único capaz
de fazer o movimento de oponência que consiste em fazê-lo tocar o quinto dedo. O polegar
possui duas falanges: uma proximal e outra distal. Os outros dedos da mão possuem três
falanges cada que são falange proximal, falange medial e falange distal. O termo “falange
medial” se refere à falange que está entre outras duas e, aqui, “medial” não se refere à linha
média (Fig. 51 ).
35
1.6.3.4 Membro inferior
Os membros inferiores são divididos em coxa, perna e pé (Figura 52). Sua região
proximal, a coxa, possui um único osso chamado fêmur. O fêmur é o maior osso existente
no corpo humano. Articula-se, em sua extremidade proximal, com o ilíaco para formar a
articulação do quadril e em sua região distal com a patela e a tíbia.
A cabeça do fêmur é a sua epífise proximal esférica que é voltada para a região
medial para se articular na fossa do acetábulo do ilíaco. No ponto mais alto da cabeça do
fêmur existe uma depressão chamada fóvea da cabeça do fêmur de onde o ligamento
teres major emerge para “prendê-la” no fundo do acetábulo.
Abaixo da cabeça do fêmur existe uma região estreitada chamada colo do fêmur. No
ponto onde o colo do fêmur “encontra” com o corpo do osso há dois processos: um grande
chamado trocânter maior e um pequeno, trocânter menor.
Na extremidade distal do fêmur existem relevos alargados que são os côndilos lateral
(mais distante da linha média) e o medial (mais próximo da linha média). Os côndilos do
fêmur se articulam com a tíbia. Na região ântero inferior entre os côndilos há um ponto
liso (face patelar) onde a patela se articula na extensão do joelho. Na região póstero inferior
há uma fossa profunda chamada fossa intercondiliana ou intercondilar (que está entre os
côndilos).
A perna possui três ossos: patela, tíbia e fíbula. A patela é um osso sesamóide e está
localizado, na verdade, entre a coxa e a perna. Tíbia e fíbula são os ossos próprios da perna.
A tíbia é um osso longo, robusto e está localizado na região ântero medial da perna e a
fíbula é osso longo, porém fino e está localizado na região lateral da perna.
A tíbia suporta o peso corporal
que é transmitido a ela pelo fêmur. Sua
extremidade proximal é alargada em
côndilos lateral e medial. As superfícies
superiores dos côndilos são achatadas e
irregulares em sua região central. Essa
região é conhecida como Plateau (ou platô)
tibial. Ela se articula com a extremidade
distal dos côndilos do fêmur. Sobre as
bordas do plateau tibial estão localizados os
meniscos que servem como uma espécie
de amortecedor para os impactos sofridos
pelo joelho. Na região anterior, um pouco
abaixo da extremidade proximal existe uma
tuberosidade chamada tuberosidade tibial
Figura 52 -Ossos do Membro Inferior (a) e do pé (b)
Fonte: Adaptado de Drake, Vogl e Mitchell (2015)
ou tuberosidade da tíbia onde o tendão
36
cabeça, se articula com o côndilo lateral da tíbia. Em sua extremidade distal, existe o maléolo
lateral ou maléolo da fíbula que se articula com a extremidade distal da tíbia e com o tálus.
Os maléolos medial (tíbia) e lateral (fíbula) e a face distal da tíbia se articulam com o tálus
e formam a articulação tíbio társica ou talocrural (tornozelo).
Embora seja muito fino, a fíbula tem papel fundamental. Serve como ponto de
ancoragem do ligamento colateral lateral do joelho, fixação de tendões de músculos e
forma a articulação do tornozelo juntamente com a tíbia e o tálus. Entre a tíbia e a fíbula
existe uma membrana fibrosa, densa, muito resistente, chamada membrana interóssea.
A extremidade distal do membro inferior é o pé. O pé é dividido em três partes: tarso,
metatarso e falanges. O tarso é uma região formado por sete ossos. O primeiro osso do
tarso chama-se tálus. Articula-se em sua região proximal com a tíbia e a fíbula e, em sua
região distal com o calcâneo (segundo osso do tarso).
O calcâneo forma o proeminente osso do calcanhar. Ele se articula com o navicular
e com o cubóideo. O osso navicular está localizado na região medial, enquanto o cubóideo
está localizado na região lateral. O navicular se articula com os três cuneiformes e o cubóideo
com o quinto metatarso.
Os três ossos cuneiformes (em forma de cone) são cuneiforme medial (mais próximo
da linha média), cuneiforme intermédio (entre os outros dois) e cuneiforme lateral (mais
distante da linha média). Assim, os ossos do tarso são sete: tálus, calcâneo, navicular,
cubóideo, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral.
Os metatarsos são em número de cinco. Recebem o nome da posição que se
encontram: primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto metatarsos. O primeiro metatarso
é o osso que está do mesmo lado que o hállux (primeiro dedo do pé).
1.6.3.4.1 Cingulos
O corpo humano possui dois cíngulos ou cinturas que são as cinturas escapular e
pélvica. A cintura escapular está localizada na região superior do tórax. É formada pelos
ossos clavícula, escápula e úmero. A cintura é uma linha imaginária que interliga as duas
articulações dos ombros.
A cintura pélvica é formada pelos ossos fémur, ilíaco e sacro. Assim como a cintura
escapular, a cintura pélvica é uma linha imaginária que interliga as articulações dos quadris.
Os humanos, devido sua condição bípede e postura ereta, adotam padrões de
marcha que são facilitados e melhorados pelas cinturas. Durante a marcha, exercemos
o que chamamos de dissociação das cinturas. A cintura escapular gira para um lado
enquanto que a cintura pélvica gira para o outro. Assim, quando o membro inferior
direito é posicionado a frente do corpo, o membro superior esquerdo o “acompanha” em
movimento coordenado e, quando o membro inferior esquerdo é posicionado a frente o
membro superior direito é quem faz o mesmo movimento. O ato de balançar os braços
de forma rítmica e coordenada com os membros inferiores permite ao ser humano uma
marcha mais eficiente com mais desenvoltura e independência.
37
Figura 53 - Cintura Escapular Figura 54- Cintura Pélvica
Fonte: Adaptado de Netter (2014) Disponível em: https://bit.ly/3y0ATlF . Acesso em: 12 maio 2020.
FIQUE ATENTO
O tecido muscular constitui cerca da metade do peso total do corpo humano e, por causa
de suas muitas funções, contribui para a manutenção da homeostase.
38
1.7.1 Músculo Estriado Esquelético
FIQUE ATENTO
A fixação do músculo ao osso é feita pelas suas extremidades por meio dos tendões de
origem e de inserção. O tendão de origem estará fixando o músculo ao osso em sua parte
inicial, ou seja, que não apresentará movimento, já o tendão de inserção estará fixando o
músculo ao osso, em sua parte final. A contração muscular é a aproximação do ponto de
inserção ao ponto de origem. Logo, o tendão de inserção fixa o músculo no osso que está
no segmento que será movimentado em função da contração daquele músculo. Assim,
quando um músculo estriado esquelético se contrai ele se encurta e “puxa” seu ponto de
inserção, promovendo o movimento.
39
1.7.1.1 Anatomia microscópica do músculo estriado esquelético
Quando observados ao microscópio, os músculos esqueléticos possuem bandas
transversas alternadamente claras e escuras dando-lhes um aspecto de estrias, daí serem
chamados de estriados.
Na análise do músculo esquelético ao microscópio observa-se que as fibras
musculares têm uma estrutura subcelular regular. As fibras musculares esqueléticas
são multinucleadas com aproximadamente 10 a 100 micra de diâmetro e com muitos
centímetros de comprimento. Cada fibra contém desde várias centenas até vários
milhares de estruturas regularmente dispostas, chamadas de miofibrilas que se estendem
ao longo do comprimento da célula. Quando as miofibrilas estão aumentadas, parecem
ser estriadas transversalmente, pela presença de faixas alternadamente claras e escuras.
As faixas escuras são chamadas anisotrópicas ou Banda A; as faixas claras são chamadas
isotrópicas ou Banda I. Atravessando o centro tem-se uma densa linha Z que dividem
as miofibrilas numa série de segmentos repetitivos chamados sarcômeros. No centro do
sarcômero encontra-se uma região pouco menos densa, referida como Banda H. Uma fina
e escura Banda M atravessa o centro da Banda H.
O sarcômero possui dois tipos distintos de miofilamentos posicionados
longitudinalmente; filamentos grossos e filamentos finos. Tantos os filamentos grossos
como os delgados são compostos de proteínas. Os filamentos grossos consistem de uma
proteína chamada miosina. Uma molécula de miosina é formada por duas subunidades
idênticas. As duas subunidades estão fortemente enroladas uma na outra de tal forma
que a molécula completa de miosina apresenta duas fileiras de cabeças bulbosas fazendo
saliência numa extremidade da haste reta. Um filamento grosso contém aproximadamente
200 moléculas de miosina arranjadas de tal maneira que as hastes das moléculas estão
enfeixadas juntas com as cabeças formando as pontes cruzadas voltadas para fora.
As moléculas de miosina se orientam em direções opostas, de cada lado do centro do
filamento grosso, com as hastes das moléculas diretamente dirigidas para o centro.
Os filamentos finos dos sarcômeros
são compostos pelas proteínas actina,
tropomiosina e troponina. A porção
actina do filamento delgado é composta
de subunidades esféricas ou globulares
de actina chamada actina-G (de actina
globular). Estas subunidades de actina-G
estão organizadas numa dupla cadeia de
actina-F (de actina fibrosa). A estrutura da
actina-F relembra duas cadeias de pérolas
enroladas uma na outra em espiral, com
cada pérola equivalendo a uma subunidade
de actina-G. Embora as subunidades de
Figura 56: Sarcômero actina-G sejam esféricas, elas têm uma
Fonte: MOORE (2014) polaridade definida e prendem-se uma
na outra da frente para trás. Associada com cada cadeia de subunidades de actina-G
encontram-se as moléculas filiformes de tropomiosina. As moléculas de tropomiosina
alinham-se ponta a ponta ao longa da superfície das cadeias de actina, e cada molécula
de tropomiosina cobre aproximadamente sete subunidades de actina-G.
40
1.7.1.2 Contratação do músculo estriado esquelético
Os músculos estriados esqueléticos são músculos de contração voluntária que
requerem estimulação do sistema nervoso para se contrair. Os neurônios (célula nervosa)
que suprem as fibras musculares esqueléticas são chamados neurônios motores. As
terminações desses neurônios motores aproximam-se das membranas das células
musculares esqueléticas em pontos especializados chamados junções neuromusculares
ou mioneurais.
FIQUE ATENTO
Quando um impulso nervoso alcança uma junção neuromuscular, um neurotransmissor
químico chamado acetilcolina é liberado nas ramificações terminais do neurônio. A ace-
tilcolina causa mudança na permeabilidade da membrana da célula muscular na junção
neuromuscular. Da membrana plasmática, o impulso passa ao longo dos túbulos T para o
interior da célula e transmite o impulso nas áreas centrais da célula muscular. Os túbulos T
ajudam a assegurar a resposta uniforme, coordenada da célula. Como o impulso se espalha
através da célula pelos túbulos T, ele pode afetar o retículo sarcoplasmático, já que, na área
da tríade, os túbulos T e o retículo sarcoplasmático estão intimamente aproxi-
mados um do outro. A chegada do impulso estimulador resulta na liberação
temporária de íons cálcio do retículo nas cisternas terminais. A liberação de
íons cálcio do retículo sarcoplasmático inicia a contração muscular
Disponível em: https://bit.ly/36TilYj . Acesso em: 22 maio 2020.
41
Quando a miosina energizada se combina com a subunidade de actina, sua energia
é descarregada. Esta descarga de energia produz uma força que faz com que a cabeça
da miosina (ponte cruzada) que está ligada à actina sofra uma rotação de tal forma que
o filamento que contém a actina é puxado para o centro do sarcômero. Após numerosas
repetições deste processo, o filamento delgado é puxado além do filamento grosso, as
linhas Z do sarcômero se aproximam uma da outra e a célula muscular encurta.
A liberação de cálcio devido ao estímulo temporário e os íons ficam, na verdade, livres
por período muito curto. Logo após sua liberação, os íons cálcio são rapidamente recolhidos
pelo retículo sarcoplasmático. Com o retorno dos íons cálcio ao retículo sarcoplasmático, a
troponina reforça sua conexão com a actina, empurrando a tropomiosina novamente para
sua posição de bloqueio de modo que não seja mais possível a interação entre a miosina
altamente energizada e a actina. Isto faz com que os miofilamentos retornem à sua posição
original e o músculo relaxa.
FIQUE ATENTO
Os eventos contráteis básicos que ocorrem nas células musculares cardíacas são semelhan-
tes àqueles que ocorrem nas células musculares estriadas esqueléticas. Entretanto, as célu-
las musculares cardíacas têm túbulos T mais largos e um retículo sarcoplasmático menos
desenvolvido que as células musculares esqueléticas.
As células do músculo estriado cardíaco são menores e estão unidas entre si por
detalhes da membrana plasmática chamadas de discos intercalares. Graças aos discos
intercalares, um estímulo recebido em uma região do coração é transmitido a todas as
células musculares estriadas cardíacas, levando todo o coração a se contrair.
A frequência cardíaca é a quantidade de vezes que o músculo contrai em um minuto.
A frequência pode variar de acordo com as condições do corpo, tipo de atividade física,
situações de estresse físico e emocional e em condições desfavoráveis de saúde.
42
1.7.3 Músculo Liso
FIQUE ATENTO
O músculo liso pode ser dividido em dois tipos: músculo liso multiunitário e músculo liso uni-
tário. O músculo liso multiunitário é composto por fibras musculares separadas e discretas,
que se contraem independentemente das outras, exemplo: músculo ciliar dos olhos, mús-
culos piloeretores. Os músculos lisos unitários são milhares de fibras musculares lisas que
se contraem juntas. São ligadas por muitas junções comunicantes dos quais os íons fluem
livremente de uma célula para outra, exemplo: músculos das paredes da maioria das vísce-
ras do corpo incluindo o intestino, músculos das paredes dos ductos biliares, músculos nas
paredes dos ureteres, do útero, etc.
43
GLOSSÁRIO
• Abdome – Região do tronco localizada entre o músculo diafragma e a pelve
• Anatomia – Ciência que estuda o corpo humano em suas diversas partes separadas e no
conjunto delas. Também é objeto de estudo da anatomia a inter-relação existente entre as
diversas estruturas do corpo humano.
• Antebraço – Segmento do membro superior localizado entre o cotovelo e o punho.
• Braço – Segmento do membro superior localizado entre o ombro e o cotovelo.
• Carpo – Região da mão formada por oito ossos
• Caudal – Parte inferior do corpo ou em direção para baixo.
• Célula – Menores unidades estruturais e funcionais básicas do corpo humano.
• Coxa – Segmento do membro inferior localizado entre o quadril e o joelho.
• Cranial – Parte superior do corpo ou em direção para cima.
• Distal – Diz-se da estrutura que está mais distante da cabeça.
• Ectoderme – Folheto embrionário. Forma o tegumento do corpo e o sistema nervoso.
• Endoderme – Folheto embrionário. Forma o revestimento interno do tubo digestório e das
estruturas associadas.
• Linha média – Linha imaginária que passa exatamente ao centro do corpo, no sentido
crânio caudal. Inicia-se no ponto mais alto da cabeça, segue pelo centro da face, tórax,
abdome, pelve e prolonga-se até o chão. Divide o corpo humano em dois lados (direito e
esquerdo) parecidos, não idênticos.
• Medial – Diz-se da estrutura que está mais próxima da linha média ou linha mediana.
• Mesoderme – Folheto embrionário. Forma o esqueleto e os músculos do corpo.
• Tarso – Região do pé formada por sete ossos.
• Tórax – Região superior do tronco até o músculo diafragma.
• Perna – Segmento do membro inferior localizado entre o joelho e o pé.
• Posição anatômica – É a posição do corpo humano para ser estudado. Consiste em: corpo
humano posicionado em decúbito dorsal (barriga para cima), membros superiores esten-
didos ao longo do corpo com as palmas das mãos voltadas para cima, membros inferiores
estendidos ao longo do corpo com tornozelos e pés em posição neutra.
• Proximal – Diz-se da estrutura que está mais próxima da cabeça
• Tecido – Estrutura formada por um conjunto de células similares quanto à estrutura, fun-
cionamento e origem embrionária, e que são mantidas juntas por quantidade variável de
material intercelular.
• Camada córnea – Camada mais externa da epiderme
• Camada germinativa – Camada mais interna da epiderme.
• Camada granulosa – Camada da epiderme localizada acima da camada germinativa.
• Camada papilar – Camada da derme.
• Camada reticular – Camada da derme.
• Camada transparente ou lúcida – Camada da epiderme localizada acima da camada
granulosa.
• Córtex do pêlo – Estrutura do pêlo envolve a medula do pêlo. É formado de células quera-
tinizadas fortemente comprimidas
• Derme – Camada da pele que se localiza abaixo da camada germinativa da epiderme.
• Desmossomo – Estrutura compartilhada entre as células que tem a função de fazer a jun-
ção entre elas. O desmossomo (desmos –ligação e soma – corpo) é formado por proteínas.
• Distensibilidade – Propriedade da pele. Capacidade da pele de se distender, inchar, au-
mentar, crescer para vários lados.
•
44
GLOSSÁRIO
• Epiderme – Camada superficial da pele.
• Eponíquo ou cutícula – Prega da epiderme que se estende sobre a superfície livre.
• Fâneros – Estrutura acessória da pele. São os cabelos, pêlos e unhas.
• Folículo piloso – Estrutura que dá origem ao pêlo.
• Glandula apócrina – Tipo de glândula exócrina que elimina sua secreção com porções do
citoplasma.
• Glândula holócrina – Tipo de glândula exócrina que elimina toda célula com sua secreção.
• Glândula merócrina – Tipo de glândula exócrina. Sua secreção é liberada sem perda do
citoplasma.
• Glândulas sebáceas – Glândulas responsáveis pela formação e excreção do sebo que é
uma secreção oleosa e rica em lipídeos com função de lubrificar pele e pêlos evitando o
ressecamento.
• Glândulas sudoríparas – Glândulas responsáveis pela formação e excreção do suor
• Haste do pêlo – Região do pêlo que se desenvolve a partir da matriz
• Hipoderme – Camada de tecido subcutâneo formado por tecido adiposo.
• Hiponíquo – Camada córnea que se espessa. Está localizado abaixo da ponta da unha.
• Leito da unha – Região formada por células germinativas. É onde a unha está posicionada.
• Lúnula – camada espessada abaixo da extremidade proximal da unha, esbranquiçada,
com forma de meia lua.
• Matriz da unha – É a região espessada da camada germinativa.
• Matriz do pêlo – É formada por células mitoticamente ativas que recobrem a papila e a
raiz do pêlo.
• Medula do pêlo – É o núcleo central da haste do pêlo que consiste de células corneificadas
dispostas em espaços aéreos entre elas
• Melanina – Proteína que tem ação como pigmento. Responsável pela cor dos olhos, cabe-
los e da pele. É secretada pelos melanócitos.
• Melanócito – Célula que secreta a melanina.
• Pele – Estrutura principal do sistema tegumentar, estrutura de revestimento do corpo hu-
mano.
• Sistema Tegumentar – Conjunto de estruturas que formam o revestimento externo do cor-
po humano.
• Unha – Junção das duas camadas mais externas da epiderme (córnea e transparente) e
intensamente corneificadas.
• Acidente anatômico – Todo detalhe localizado na superfície de todos os ossos. Pode ser
forames (buraco) saliências, protuberâncias, pontas, extremidades, etc.
• Aparelho locomotor – Conjunto de todas as estruturas envolvidas na locomoção humana.
• Apêndice xifoide – Mesmo que processo xifoide.
• Atlas – Primeira vértebra da coluna cervical.
• Axis – Segunda vértebra da coluna cervical.
• Caixa torácica – Estrutura formada por ossos e músculos. É o arcabouço da cavidade torá-
cica. Protege as estruturas anatômicas que estão localizadas em seu interior.
• Canal de Havers – Canal central do sistema haversiano.
• Canal de Volkmann – Canais por onde passam os vasos sanguíneos para alcançarem os
canais centrais dos osteônios.
• Cartilagem costal – Cartilagem que “une” costelas com o esterno.
• Cavidade medular – Espaço onde se localiza a medula óssea.
45
GLOSSÁRIO
• Cavidade torácica – Espaço formado pela caixa torácica.
• Canal perfurante – Mesmo que Canal de Volkmann.
• Cifose – Curvatura normal da coluna vertebral localizada na coluna torácica, no sacro e no
cóccix.
• Cíngulo – Mesmo que cintura.
• Cintura escapular – Linha imaginária que “une” os dois ombros.
• Cintura pélvica – Linha imaginária que “une” os dois quadris.
• Costelas vertebrais – São também chamadas de costelas flutuantes porque não se articu-
lam com o esterno. São a décima primeira e a décima segunda costelas.
• Costelas vértebrocondrais – São também chamadas de costelas falsas. Suas cartilagens
costais são fixadas na cartilagem costal acima. São as costelas oitava, nona e décima.
• Costelas vertebroesternais – São chamadas também de costelas verdadeiras. Costelas
que se articulam com as vértebras torácicas e diretamente com o esterno. São as sete pri-
meiras costelas.
• Desvio radial – Movimento de inclinação do punho em direção ao rádio.
• Desvio ulnar – Movimento de inclinação do punho em direção à ulna.
• Diáfise – Parte central do osso longo. É localizada entre as fises ósseas
• Disco intervertebral – Estrutura formada por tecido conjuntivo envolto por fibras de co-
lágeno. No seu interior existem anéis fibrosos e um núcleo pulposo, de consistência gela-
tionosa, localizado na região central. Tem função de amortecer os impactos sofridos na
coluna vertebral.
46
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Em qual posição o corpo humano deve estar para ser estudado?
a) Sentado.
b) Deitado de lado.
c) Inclinado.
d) Posição confortável.
e) Posição anatômica.
a) Melanina.
b) Melanócito.
c) Actina.
d) Miosina.
e) Glutamina.
a) Periósteo e endósteo.
b) Periósteo e trabécula.
c) Períósteo e esponjoso.
d) Trabécula e endósteo.
e) Endósteo e esponjoso.
47
a)Fise proximal, diáfise e fise distal.
b) Cabeça e corpo.
c) Fise e corpo.
d) Cabeça e fise.
e) Região proximal e região distal.
a) Septo interatrial.
b) Septo interventricular.
c) Septo atrioventricular.
d) Septo do nodo sinoatrial.
e) Septo de purkinge.
48
02
UNIDADE
SISTEMA CIRCULATÓRIO
49
2.1 INTRODUÇÃO
O Sistema circulatório é também conhecido como sistema cardiovascular. É formado
pelo coração, vasos sanguíneos e capilares. Tem a função de permitir que o sangue circule
por todo o corpo levando nutrientes às células e trazendo gás carbônico para ser eliminado
pela expiração.
Devido as condições anatômicas e funcionais, o sistema circulatório é interdependente
do sistema respiratório. A disfunção de um pode ser muito prejudicial ao outro. Por este
motivo, a Unidade 3 abordará sobre o sistema respiratório, mas, para ficar um texto mais
fluido, conexões entre os dois sistemas serão citadas nesse capitulo.
O coração é o órgão vital do sistema circulatório. Tudo se inicia e termina nele.
Graças ao coração o sangue segue seu curso nos vasos e cumpre sua função. Mas, de nada
adiantaria um coração para impulsionar o sangue se não existissem os vasos sanguíneos
para funcionar como uma “via expressa” para passagem do sangue, ou seja, mesmo
concordando que o coração, por ser o órgão impulsionador da circulação samguínea, possa
ser considerado como a principal estrutura, reconhecemos a grande relevância dos vasos
sanguíneos. Desse modo, um sem o outro provocaria uma anormalidade incompatível
com a vida.
2.2 CORAÇÃO
50
Figura 59: Cavidades cardíacas
Figura 58 : Pericárdio Fonte: Hansen e Lambert (2007)
Fonte: Netter (2000)
51
esterno. A margem esquerda apresenta-se constituída principalmente pelo ventrículo
esquerdo, com o átrio esquerdo formando a sua porção superior. Ela ocupa o espaço até
o ápice, situando-se ao nível da junção da segunda costela esquerda com a respectiva
cartilagem costal.
52
2.2.3 Vasos sanguíneos que chegam e que saem do coração
O sangue chega ao coração levado por veias e “sai” do coração pelas artérias. Ao átrio
direito chegam as veias cavas superior e inferior que levam sangue venoso do corpo todo
ao coração. Ao átrio esquerdo chegam quatro veias pulmonares (duas de cada pulmão)
que levam, ao coração, sangue arterial.
FIQUE ATENTO
Do ventrículo direito emerge o tronco pulmonar que se divide em dois ramos formando a
artéria pulmonar direita e artéria pulmonar esquerda. Essas artérias transportam sangue
venoso para os dois pulmões para sofrerem a hematose, um processo químico de troca
gasosa onde o CO2 do sangue venoso é eliminado por meio da expiração e o O2 que foi ins-
pirado, vai para o sangue tornando-o arterial. Portanto, hematose é a troca gasosa do CO2
(que é um gás que o corpo já não precisa mais) pelo O2, essencial para o funcionamento
das células.
Do ventrículo esquerdo “sai” a artéria aorta que leva sangue arterial para todo o
corpo por meio de suas ramificações. A exceção do tronco pulmonar que origina as artérias
pulmonares direita e esquerda, todas as outras artérias derivam diretamente da artéria
aorta ou indiretamente, são ramificações dos ramos primeiros da artéria aorta.
FIQUE ATENTO
Não podemos ser simplistas e repetir erros de pessoas que ainda não estudaram a fundo
a anatomia e fisiologia do sistema respiratório no tocante ao sangue que circula em veias
e artérias. Nem toda artéria transporte sangue arterial. As artérias pulmonares direita e
esquerda transportam sangue venoso porque emergiram do ventrículo direito onde existe,
em maior concentração, sangue venoso da mesma forma que nem toda veia transporta
sangue venoso. As quatro veias pulmonares (duas de cada pulmão) transportam sangue
arterial para o coração porque o sangue venoso sofreu a hematose e agora é arterial, desse
modo, só existe sangue arterial para ser transportado pelas veias pulmonares ao átrio es-
querdo.
53
2.2.4 Vascularização do coração
O coração é órgão repleto de sangue, porém, por mais paradoxo que possa parecer,
é um dos órgãos que mais necessitam de sangue. O sangue que circula em suas câmaras
é destinado a ser distribuído para o corpo todo.
O coração é dotado de um sistema de artérias e veias (coronárias) para suprir as
necessidades deste órgão (Fig. 64 e 65). Logo na emergência da artéria aorta, o primeiro
ramo surge em direção ao músculo cardíaco, são as artérias coronárias direita e esquerda. A
artéria coronária direita dá origem a duas outras artérias que são a artéria marginal direita
e a artéria interventricular posterior. Estas artérias vão irrigar a margem direita e a parte
posterior do coração. A artéria coronária esquerda passa superficialmente ao ápice do átrio
esquerdo, em seguida emite um ramo interventricular anterior e um ramo circunflexo
que dá origem à artéria marginal esquerda. Na face diafragmática as duas artérias se
anastomosam formando o ramo circunflexo.
Em resumo, a artéria coronária direita forma a artéria marginal direita, artéria
descendente posterior, artérias posteriores do ventrículo esquerdo e a artéria coronária
esquerda forma a artéria descendente anterior, ramo circunflexo, artéria marginal esquerda,
artérias atrioventriculares e artérias posteriores do ventrículo esquerdo.
As artérias coronárias levam sangue arterial para todo o tecido cardíaco.
O sangue venoso é coletado por diversas veias que desembocam na veia cardíaca
magna do coração que se inicia ao nível do ápice do coração, sob o sulco interventricular
anterior e segue o sulco coronário da esquerda para a direita, passando pela face
diafragmática, par ir desembocar na porção terminal da veia cava superior. A parte final
deste vaso (últimos 3 cm), forma uma dilatação que recebe o nome de seio coronário.
O seio coronário recebe ainda a veia média do coração que percorre de baixo para
cima o sulco interventricular posterior e a veia pequena do coração que margeia a borda
direita do coração.
Assim todo o tecido cardíaco é suprido de nutrientes e o CO2 produzido por ele pode
ser eliminado da mesma forma que o CO2 produzido por outras áreas do corpo também é
eliminado.
Figura 64: Artérias e veias coronárias. Visão anterior Figura 65: Artérias e veias coronárias. Visão posterior
Fonte: Netter (2011) Fonte: Netter (2011)
54
2.2.5 Inervação do coração
A inervação do coração se dá por meio intrínseco e extrínseco. Devido à relevância
funcional do coração, a interrupção de funcionamento cardíaco causa óbito e por isso a
inervação deste órgão é diferente. Ela é múltipla e, embora esteja sob o controle imediato
do sistema nervoso autônomo, ela também depende de células excitocondutoras do
próprio miocárdio conhecidas em conjunto como sistema nodal e de grupos especiais de
neurônios que se aglomeram em gânglios que constituem o plexo cardíaco. (GUYTON;
HALL, 2017)
Segundo Guyton; Hall (2017) O sistema nervoso autônomo (SNA) desempenha um
tipo de inervação cardíaca denominada extrínseca, pois provém de neurônios situados fora
do coração e que nele atuam de maneira involuntária. Este sistema é subdividido em porção
simpática (excitatória para a maioria dos órgãos) e parassimpática (inibitória para a maioria
dos órgãos), cujas funções, em condições fisiológicas, se complementam sinergicamente.
Entretanto, em situações específicas, é possível que haja predomínio da ação do simpático
ou do parassimpático a fim de adequar a atividade cardíaca ao funcionamento corpóreo,
em termos de perfusão tecidual.
A regulação do coração pelo SNA se origina no centro cardiovascular localizado no
bulbo. Esta região do tronco encefálico recebe influxos de vários receptores sensoriais e dos
centros encefálicos superiores, como o sistema límbico e o córtex cerebral. Desta forma, o
centro cardiovascular regula o fluxo sanguíneo aumentando ou diminuindo a frequência
de impulsos nervosos nos ramos simpáticos e parassimpáticos do sistema nervoso.
FIQUE ATENTO
Assim, a atuação do sistema nervoso simpático e parassimpático no coração é bem distin-
ta, uma vez que o simpático aumenta os batimentos cardíacos (sendo ativado, por exemplo,
em situações de estresse ou exercícios físicos) e o parassimpático os diminui (predispondo,
por exemplo, à bradicardia necessária para que o indivíduo adormeça). Portanto é possível
afirmar que no sistema circulatório o SNA regula a frequência e a força dos batimentos
cardíacos.
Os impulsos nervosos parassimpáticos chegam ao coração via nervo vago o qual age
inicialmente no nó sinoatrial (SA) ou sinusal, posteriormente no nó atrioventricular (AV) até
que sejam propagados para todo o miocárdio atrial. Sua ação ocorre de modo dependente
da liberação de acetilcolina nas terminações pós-ganglionares, por meio de receptores
muscarínicos M2.
O sistema nodal é também chamado de inervação cardíaca intrínseca. Esta última
nomenclatura considera o fato de que ele se localiza no interior do próprio tecido cardíaco
e é vital para a instauração e coordenação dos batimentos cardíacos. Esta inervação é
realizada por uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas cujas células são
auto rítmicas e auto excitáveis. Assim, as fibras musculares deste complexo permitem
a iniciação espontânea e a condução de impulsos elétricos os quais desencadeiam a
contração sincronizada do miocárdio e a manutenção do ritmo cardíaco adequado.
Esta rede de células condutoras inicia e coordena a contração cardíaca. Tais células
são agrupadas sob a denominação de nós, de forma que sua organização se dá por meio de
55
quatro componentes básicos: o nó sinoatrial, o nó atrioventricular, o fascículo atrioventricular
(com seus ramos de condução direito e esquerdo) e os ramos subendocárdicos.
É no nó sinoatrial (SA) que a excitação cardíaca tem início. Ele fica situado na parede
atrial direita, inferiormente à abertura da veia cava superior, e tem por função permitir a
propagação do impulso nervoso ao longo das fibras musculares atriais. Dele, o potencial
de ação é direcionado ao nó atrioventricular (AV), o qual se situa no septo interatrial,
anteriormente à abertura do seio coronário. Deste nó, o potencial de ação é propagado ao
longo do fascículo atrioventricular o qual se bifurca em ramos direito e esquerdo, que por
sua vez se estendem pelo septo interventricular. Desta forma, após o potencial de ação
ser conduzido ao longo do fascículo atrioventricular, atinge os ramos direito e esquerdo os
quais cruzam o septo interventricular e seguem em direção ao ápice do coração. Assim,
o feixe e seus ramos representam a única conexão elétrica entre átrios e ventrículos
sendo considerada a única via de comunicação elétrica entre a massa muscular atrial e a
ventricular.
Por fim, um conjunto de miofibrilas condutoras que formam o plexo subendocárdico
(fibras de Purkinje) conduz rapidamente o potencial de ação, primeiro ao ápice do ventrículo
e depois ao restante do miocárdio ventricular.
As células do nó SA geram o ritmo mais rápido e, por isso são consideradas de
“marca-passo” cardíaco. Delas, o impulso nervoso é transmitido através de vias condutoras
para os átrios e para o nó AV. Assim, o potencial
de ação gerado no nó SA se propaga ao longo do
complexo estimulante do coração e se dispersa
para excitar fibras musculares contráteis atriais e
ventriculares (Fig. 66).
Quando o impulso nervoso atinge o nó AV, ele
é retardado por cerca de 40 milissegundos a fim de
permitir que os átrios ejetem completamente seu
conteúdo antes que a contração dos ventrículos
se inicie. Portanto, o sistema condutor atrial é
organizado de tal modo que o impulso cardíaco
não se propaga dos átrios aos ventrículos muito
rapidamente, mas ao contrário, ocorre um retardo
fisiológico.
Células de transição mais delicadas e de
Figura 66: Inervação do coração
Fonte: Hansen e Lambert (2007) morfologia mais próxima às células cardíacas
normais se estendem do nó AV para o feixe
atrioventricular e seus ramos. As mesmas se tornam contínuas a células de aparência
distinta, chamadas fibras de Purkinje as quais se ramificam extensivamente na região
subendocárdica dos ventrículos. A estrutura destas células é altamente especializada e
adaptada ao funcionamento do sistema de condução do coração.
Ao atingir o ápice do coração, as fibras do plexo subendocárdico emitem uma
grande quantidade de ramificações e seguem uma volta de quase 180 graus em direção à
base do coração, por meio de um trajeto na parede lateral de cada ventrículo. Todas estas
ramificações têm por finalidade aperfeiçoar a chegada da maior quantidade de impulsos
nervosos em menor tempo possível a todo o sincício ventricular.
Os ramos se dispersam lateralmente em torno de cada camada ventricular e
56
retornam em direção à base do coração, e suas extremidades finais penetram o miocárdio
por cerca de um terço de sua espessura, ficando contínuas às fibras musculares do coração.
Consequentemente, uma vez que o estímulo atinja o sistema condutor de Purkinje ele se
dispara de modo quase imediato por toda a massa muscular dos ventrículos.
De modo geral, toda a inervação cardíaca possibilita ao coração ser diretamente capaz
de gerar respostas reflexas tanto a partir de comandos deflagrados pelo sistema nervoso
simpático quanto do parassimpático, permitindo ajustes do débito cardíaco e da resistência
vascular periférica. Desta forma, é possível que a homeostasia corpórea seja mantida e que
haja estabilização e manutenção da pressão arterial sistêmica durante diferentes situações
fisiológicas. Vale ressaltar que o nó SA se desenvolve na quinta semana de gestação e
que o nó atrioventricular e o fascículo atrioventricular são derivados de células na parede
esquerda do seio venoso e células do canal atrioventricular.
Historicamente, os efeitos cardiotrópicos autonômicos têm sido bem estudados e
atribuídos aos estímulos extrínsecos excitatórios simpáticos e inibitórios parassimpáticos.
No entanto, tem-se evidenciado que o controle neurocárdico é bem mais complexo,
devido à ação de uma rede de neurônios intrínsecos que formam numerosos gânglios
amplamente espalhados nas câmaras cardíacas, os quais constituem o plexo cardíaco.
FIQUE ATENTO
As artérias maiores, de grande calibre, se dividem em artérias menores, que, por meio de
sucessivas outras divisões, formam as arteríolas e, na continuidade das divisões das arterío-
las formam os capilares. A cada divisão da artéria, formando outras na sequência, o calibre
diminui.
57
corpo receba sua porção ideal de nutrientes.
FIQUE ATENTO
As veias, ao contrário das artérias, “trazem” sangue do corpo todo para o coração. Cada vê-
nula “envia” seu conteúdo de sangue para uma veia à sua frente que é continuação dela.
A partir daí veias de menores calibres enviam sangue para veias de maiores calibres e, ao
final, “chegam” nas veias cavas superior e inferior e, daí para o coração.
2.2.7 Artéria
A composição das paredes das artérias difere, de
acordo com o diâmetro do vaso. As grandes artérias como a
artéria aorta e seus principais ramos e o tronco pulmonar são
chamadas de artérias elásticas. As paredes dessas artérias
são compostas de três túnicas (túnica íntima, túnica média
e túnica externa ou adventícia)
A túnica média das artérias de grande calibre é
Figura 67: Anatomia da artéria
bastante espessa e contém, além de fibras musculares lisas,
Fonte: Moore (2014) uma quantidade muito grande de fibras elásticas.
Durante a sístole ventricular, as artérias são estiradas quando o sangue é ejetado
do coração. Durante a diástole ventricular, a retração das paredes dessas artérias ajuda a
manter a pressão no interior dos vasos.
As artérias musculares são aquelas de pequeno calibre onde suas túnicas médias
consistem quase que inteiramente de células musculares lisas, com poucas fibras elásticas.
58
Pelo fato dessas artérias conduzirem sangue através do corpo, são também chamadas de
artérias de distribuição.
Quando o diâmetro do vaso arterial é menor que 0,5mm, é chamado de arteríola. As
arteríolas possuem uma luz pequena e uma túnica média relativamente espessa, composta
quase que completamente por fibras musculares lisas, com muito pouco tecido elástico.
Nas arteríolas menores, próximas a capilares, a membrana elástica externa
desaparece e a túnica média é gradualmente reduzida até ficar composta apenas por
células musculares lisas dispersas.
As arteríolas desempenham um papel maior na regulação do fluxo sanguíneo
para os capilares. Quando a musculatura lisa da túnica média se contrai, os vasos sofrem
constrição, que limitam o fluxo sanguíneo para os capilares. Quando a musculatura relaxa,
a luz das arteríolas aumenta, os vasos sofrem vasodilatação que permite ao sangue entrar
livremente nos capilares.
2.2.8 Capilar
Na maioria dos tecidos, a rede capilar é formada por metarteríolas, que conectam
diretamente arteríolas e vênulas e capilares verdadeiros que se ramificam e confluem para
as metarteríolas.
Um esfíncter pré capilar circunda cada capilar verdadeiro no ponto onde ele se origina
de uma metarteríola. A contração e relaxamento destes esfíncteres ajudam na regulação
do fluxo sanguíneo através dos capilares.
Os capilares possuem paredes muito finas. Como consequência, eles são o local
onde ocorrem trocas de materiais entre o sangue e o líquido intersticial. A estrutura dos
capilares varia de um local para outro do corpo, mas em geral, um capilar consiste de uma
parede simples de células endoteliais envoltas por uma lâmina basal fina da túnica íntima.
Uma única célula endotelial pode formar a circunferência completa de um capilar
pois a túnica média e a túnica externa não estão presentes. As células endoteliais estão
unidas entre si por junções comunicantes. Fendas preenchidas por líquido ocorrem
entre as células epiteliais adjacentes. Em alguns capilares, as células endoteliais possuem
pequenas janelas ovais denominadas fenestrações que são normalmente cobertas por um
diafragma muito fino.
FIQUE ATENTO
Embora um simples capilar possua cerca de 0,5 a 1 mm de comprimento e 0,01mm de di-
âmetro, os capilares são tão numerosos que sua superfície total no corpo é estimada em
600 m2. Isso proporciona uma ampla superfície através da qual podem ocorrer trocas de
substâncias.
Essas substâncias podem entrar ou sair dos capilares por quatro caminhos: (1) através
das junções comunicantes que unem as células endoteliais entre si; (2) diretamente, através
da membrana celular; (3) no interior de pequenas vesículas com membranas; (4) no caso
dos capilares que apresentam fenestrações, através dos poros entre as células endoteliais.
As arteríolas em determinadas estruturas, mais do que conectam com capilares,
59
desembocam em canais vasculares relativamente grandes que possuem as paredes muito
finas. Esses canais são os sinusóides que possuem as paredes tão finas, que normalmente
assumem a conformação dos espaços nos quais se localizam, deixando de ter a aparência
cilíndrica.
Em alguns sinusóides, o endotélio que os reveste é descontínuo, com espaços
presentes entre as células; em outros o endotélio possui pequenos poros que são fechados
por finos diafragmas, como nos capilares fenestrados. Sinusóides são característicos do
fígado, baço, medula óssea e algumas glândulas endócrinas.
2.2.9 Veias
As veias, que recebem sangue das vênulas, possuem as mesmas camadas das artérias.
Porém, a túnica média das veias é bem mais delgada e possui poucas fibras musculares.
A túnica externa forma a maior parte da parede da veia, sendo bem mais espessa que a
túnica média, embora apresente poucas fibras elásticas.
As veias não apresentam membranas elástica externa ou interna. Possuem uma luz
maior e paredes mais finas do que as artérias. As paredes das veias, assim como as das
artérias, recebem irrigação através dos delgados vasa vasorum.
Algumas veias apresentam válvulas que
direcionam o fluxo sanguíneo no sentido do
coração. Essas válvulas possuem forma similar
à das válvulas semilunares da aorta e tronco
pulmonar. Quando o sangue contido nas
veias, tenta retornar, as cúspides das válvulas
se enchem de sangue, impedindo o retorno.
Válvulas são mais comuns nas veias dos
membros inferiores onde o sangue é conduzido
contra a força da gravidade e o seu movimento
depende, amplamente, da contração dos
músculos esqueléticos situados ao seu redor.
Nas vênulas próximas aos capilares,
Figura 68 : Anatomia de uma veia
Fonte: Moore (2014) as paredes são revestidas internamente por
endotélio da túnica íntima, circundado por uma túnica externa muito fina. As vênulas
maiores, situadas mais afastadas dos capilares são envolvidas por uma quantidade pequena
de fibras musculares lisas que formam uma túnica média fina.
GLOSSÁRIO
- Efeito cardiotrópico – Também chamado de efeito cardiotrófico é um conjunto de eventos
que acontecem no coração por ação dos estímulos extrínsecos excitatórios simpáticos e
inibitórios parassimpático.
- Endocárdio – Parede interna do coração.
- Epicárdio – Parede externa do coração.
- Esfíncter pré capilar – Estrutura formada por músculo liso que circunda cada capilar ver-
dadeiro no ponto onde ele se origina de uma metarteríola.
- Face esternocostal – Face anterior do coração, formada pelo ventrículo e átrio direitos
- Face diafragmática – Face do coração que se localiza entre a base e o ápice e está repou-
60
GLOSSÁRIO
sada sobre o músculo diafragma. É formada pelos ventrículos direito e esquerdo.
- Fascículo atrioventricular – Mesmo que Feixe de Hiss.
- Feixe de Hiss – Feixe de células especializadas que invadem os ventrículos penetrando o
septo interventricular dividindo em ramos direito e esquerdo conduzindo o impulso ner-
voso.
- Fibras de Purkinge – São pequenos grupos de células condutoras terminais, também cha-
madas de ramos subendocárdicos. Chegam até a parede externa dos ventrículos.
- Hematose – Troca gasosa que ocorre no alvéolo. O gás carbônico é eliminado e o oxigênio
é absorvido.
- Linha medioesternal – Linha média (imaginária) que passa ao centro do corpo dividindo-
-o em dois lados (direito e esquerdo) parecidos. A linha média passa exatamente ao centro
do osso esterno.
- Luz – Espaço interno de vasos.
- Margem inferior do coração – Localiza-se por trás da porção inferior do esterno e se esten-
de até o quinto espaço intercostal esquerdo.
- Margem superior do coração – É formada pelos átrios e é a região por onde os grandes
vasos entram no coração.
- Metarteríolas – Pequeníssimas artérias que formam a rede de capilar e conectam direta-
mente arteríolas e vênulas.
- Mediastino – Região central do tórax localizado entre os dois pulmões. O coração se en-
contra nesta região.
- Miocárdio – Parede muscular do coração.
- Nó ou nodo atrioventricular – Grupo de células especializadas localizadas no final do sep-
to interatrial, logo acima da transição dos átrios para os ventrículos.
- Nó ou nodo sinoatrial – Marca passo cardíaco. Onde a inervação do coração tem início.
Está localizado na junção entre a veia cava superior e o átrio direito.
- Pericárdio – Bolsa serosa de tecido conjuntivo fibroso que reveste toda estrutura do cora-
ção.
- Plexo cardíaco – Rede de neurônios intrínsecos que formam numerosos gânglios ampla-
mente espalhados nas câmaras cardíacas.
- Plexo subendocárdico – Conjunto de miofibrilas condutoras. Conjunto de fibras de Purkin-
ge.
- Ramos subendocárdicos – Mesmo que fibras de Purkinge.
- Sangue arterial – Sangue rico em oxigênio.
- Sangue venoso – Sangue rico em gás carbônico.
- Septo – Estrutura que separa o coração nos quatro compartimentos.
- Septo atrioventricular – Separa os átrios dos ventrículos
- Septo interatrial – Separa os dois átrios.
- Septo interventricular – Separa os dois ventrículos.
- Sistema Circulatório – Mesmo que sistema cardiovascular. É formado pelo coração, vasos
sanguíneos e capilares.
- Sistema coronário – Conjunto de artérias e veias que nutrem o coração.
- Sistema nodal – Conjunto de células excitocondutoras prontas para fazerem a inervação
intrínseca do coração.
- Sistema vascular – Conjunto de vasos sanguíneos.
- Sístole ventricular – Contração do ventrículo.
- Tronco pulmonar – Artéria que emerge do ventrículo esquerdo e se ramifica em duas ar-
térias pulmonares, direita e esquerda. Transporta sangue venoso aos pulmões para acon-
tecer a hematose.
- Túnica adventícia – Parede externa da artéria e da veia.
- Túnica íntima – Parede interna da artéria e da veia.
- Túnica média – Parede média da artéria e da veia.
61
GLOSSÁRIO
- Valva aórtica – Localizada na emergência da artéria aorta.
- Valvas atrioventriculares – São as valvas localizadas no septo atrioventricular: tricúspide
e bicúspide.
- Valva bicúspide ou mitral – Comunica o átrio esquerdo com o ventrículo esquerdo.
- Valva pulmonar – Localizada na emergência do tronco pulmonar.
- Valva tricúspide – Comunica o átrio direito com o ventrículo direito.
- Válvulas venosas – Válvulas existentes em algumas veias, especialmente nas dos mem-
bros inferiores que permitem o fluxo sanguíneo para uma única direção.
- Vasa vasorum – Vasos sanguíneos que irrigam as paredes das veias e das artérias.
- Veia – Vaso sanguíneo que transporta sangue venoso com exceção das quatro veias pul-
monares que transportam sangue arterial ao átrio esquerdo.
- Veias cavas superior e inferior – Veias que “chegam” ao átrio direito.
- Veias pulmonares – Veias que “chegam” ao átrio esquerdo.
- Vênula – Pequena veia.
62
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Septo interatrial.
b) Septo interventricular.
c) Septo atrioventricular.
d) Septo do nodo sinoatrial.
e) Septo de purkinge.
3. Quais válvas comunicam o átrio direito com o ventrículo e o átrio esquerdo com o
ventrículo esquerdo, respectivamente?
a) Tricúspide e Bicúspide.
b) Aórtica e pulmonar.
c) Tricúspide e pulmonar.
d) Bicúspide e aórtica.
e) Bicúspide e tricúspide.
a) Veias pulmonares.
b) Artéria aorta.
c) Tronco pulmonar.
d) Artéria pulmonar.
e) Veia cava superior e veia cava inferior.
6. O coração como todo órgão do nosso corpo necessita de sangue. Qual sistema vascular
irriga o coração?
63
a) Sistema Vaso vasorum.
b) Sistema mesentérico.
c) Sistema coronário.
d) Sistema arterial cardíaco..
e) Veias ázigos
a) Nodo sinoatrial.
b) Nodo sinoventricular.
c) Nodo atrioventricular.
d) Feixe de Hiss.
e) Sistema de purkinge.
8. No corpo humano existe um tipo de vaso sanguíneo que “une” uma artéria à uma veia.
Essa estrutura é formada por uma rede ou emaranhado de pequenos vasos. Qual é o nome
dessa estrutura?
a) Seio vascular.
b) Trama vascular.
c) Capilar sanguíneo.
d) Vênulas.
e) Arteríolas.
64
03
SISTEMA RESPIRATÓRIO UNIDADE
65
3.1 INTRODUÇÃO
FIQUE ATENTO
A troca de dióxido de carbono por oxigênio ocorre no interior dos pulmões. Essa troca recebe
o nome de hematose. O ar, para alcançar o local onde a troca será realizada deve primeiro
ser filtrado, aquecido e umedecido. A entrada de ar se dá pelo nariz ou pela boca e passa
por “caminhos” que o levarão à última ramificação de bronquíolos e daí para alvéolos onde
a troca acontece. Este caminho por onde o ar passa é denominado “via aérea” e pode ser
dividida em superior e inferior.
66
Durante a trajetória do ar por toda
a extensão das fossas nasais, é aquecido e
umedecido. É aquecido porque a mucosa nasal
é ricamente vascularizada, formada por uma
trama vascular com vasos de pequeníssimos
calibres por onde o sangue flui promovendo
atrito em suas paredes e, consequentemente,
aumentando a temperatura local. A umidade
natural das fossas nasais é transmitida ao
ar por meio do muco nasal produzido pelas
células da mucosa. O ar para penetrar em
toda a extensão do pulmão deve ser filtrado,
aquecido e umedecido para ter a capacidade
Figura 70: Fossa nasal de se “espalhar” por todo pulmão.
Fonte: Netter (2011)
3.2.2 Faringe
A faringe é um tubo que serve tanto ao sistema respiratório quanto ao sistema
digestório. Comunica-se com as fossas nasais pelas coanas; com a cavidade oral por meio
das fauces; com o ouvido médio através dos óstios das tubas auditivas; com a laringe através
da glote e com o esôfago.
A faringe se divide em três partes: naso, oro e laringofaringe. A nasofaringe está
localizada imediatamente atrás das fossas nasais. A mucosa da nasofaringe é semelhante
à das fossas nasais e é formada por epitélio colunar pseudo estratificado.
Nas paredes laterais da orofaringe
recebe as tubas auditivas que conectam
a orofaringe com a cavidade do ouvido
médio. Localizadas perto das aberturas
das tubas auditivas estão pequenas
massas de tecido linfoide chamadas
tonsilas tubárias. Em sua parte posterior,
está a tonsila faríngea.
A orofaringe e continuação da
nasofaringe estendendo desde o palato
mole até a laringofaringe.
A laringofaringe estende-se desde
a orofaringe até o esôfago. Comunica-
se anteriormente com a laringe. Como
a orofaringe, a laringofaringe serve de
Figura 71: Faringe passagem ao ar e alimento. É revestido
Fonte: Netter (2000) por um epitélio escamoso estratificado.
3.2.3 Laringe
A laringe está entre a laringofaringe e a traquéia, situada abaixo dela. Qualquer
substância sólida que entra na laringe, como alimento, é geralmente expelida por uma
tosse violenta como mecanismo de proteção.
A laringe forma a proeminência laríngea, comumente conhecida como “pomo
67
de Adão”, na face anterior do pescoço. Esta proeminência é particularmente visível nos
homens após a puberdade, quando a laringe torna-se maior do que nas mulheres.
A laringe é formada por nove cartilagens: três ímpares e três pares que são mantidas
juntas e unidas ao osso hióide acima e à traqueia abaixo por ligamentos e músculos (Fig. 71
e 72).
A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens ímpares. Ela é formada pela fusão
na linha mediana de duas placas achatadas anteriormente, produzindo a proeminência
laríngea. As placas permanecem separadas posteriormente, deixando uma ampla abertura
na laringofaríngea.
A cartilagem cricóidea situa-se abaixo da cartilagem tirioidea. Sua região posterior é
mais larga do que a anterior.
A epiglote é a terceira cartilagem ímpar. Em sua extremidade mais estreita é fixada
na face interna da região anterior da cartilagem tireóidea e sua porção superior livre se
estende como uma aba atrás da base da língua. Durante a deglutição, a laringe é puxada
para cima, encostando-se na epiglote que tende a desviar sólidos e fluidos para longe da
abertura da laringe, em direção ao esôfago.
As cartilagens aritenóideas são pares e muito importantes para a região. Cada
cartilagem aritenóide tem a forma de uma pequena pirâmide e se localiza na borda
superoposterior da cartilagem cricóidea. A extremidade posterior das cordas vocais fixa-se
nas cartilagens aritenóidea e o movimento das cartilagens é responsável pela variação de
tensão das cordas ou pregas cristais.
As outras cartilagens pares, cuneiformes e corniculadas, são pequenas e muito
relacionadas om as cartilagens aritenóideas.
Figura 71: Laringe. Visão anterior. Figura 72: Laringe. Visão posterior
Fonte: Netter (2010) Fonte: Netter (2010)
68
3.2.4 Traqueia
A traqueia é um tubo de aproximadamente 11 cm de comprimento e 2,5 cm de
diâmetro. Estende-se desde a laringe até o nível da sexta vértebra torácica, onde se divide
em dois ramos que são os brônquios principais direito e esquerdo ou fontes. A traqueia
possui uma série de anéis de cartilagens em forma da letra “C” que têm função de impedir
que as paredes desse tubo se colapsem.
As cartilagens são revestidas por uma membrana fibroelástica. As fibras elásticas
formam uma camada importante nas paredes de todas as partes seguintes da árvore
respiratória. Músculos lisos e densas fibras de tecido conjuntivo mantém os anéis unidos
posteriormente, fechando as aberturas dos anéis em “C” e formando a parede membranácea
ou membranosa da traqueia.
FIQUE ATENTO
A traqueia inicia-se logo abaixo da cartilagem Cricóide (laringe) e termina na Cartilagem
Carina.
3.2.5 Brônquios
A traquéia se divide em dois ramos curtos: brônquios principais direito e esquerdo . As
paredes dos brônquios principais, como na traquéia, são formadas por anéis incompletos
de cartilagem.
Cada brônquio principal ou primário ou fonte divide-se em ramos menores, os
brônquios lobares ou secundários, sendo um para cada lobo do pulmão. Os brônquios lobares
estão situados no interior dos pulmões. No interior dos pulmões, os anéis de cartilagem dos
brônquios são substituídos por pequenas placas de cartilagem que circundam o brônquio
69
completamente.
Os brônquios lobares se dividem em brônquios
segmentares ou terciários que continuam se dividindo
repetidamente até formar os finíssimos bronquíolos.
3.2.6 Brônquíolos
Cada bronquíolo divide-se em vários bronquíolos ainda menores que também se
dividem até formarem os bronquíolos terminais (Fig. 75). Ao final de cada bronquíolo
terminal existem, aderidos a eles, diminutos sacos de paredes finas, posicionados como
um cacho de uvas, chamado de alvéolos pulmonares.
As paredes dos bronquíolos não contêm cartilagens e são circundadas por músculos
lisos.
3.2.7 Alvéolos
Os alvéolos são sacos (bolsas) localizadas na extremidade dos bronquíolos terminas.
Nunca estão sozinhos. Sempre estão posicionados em grupos de alvéolos agrupados como
cacho de uva.
O epitélio que reveste os alvéolos, contém dois tipos de células. As primeiras são
células escamosas simples através das quais os gases se difundem rapidamente, são as
células alveolares tipo I. Distribuídas entre as células escamosas simples estão células
arredondadas ou cuboidais chamadas células alveolares tipo II que secretam uma
substância química chamada surfactante.
Cada alvéolo possui uma porção
de surfactante em seu interior que tem
o objetivo de impedir o colabamento das
paredes do alvéolo.
Também são encontradas nos alvéolos,
células fagocíticas que são algumas
vezes chamadas de células de poeira pois
frequentemente contém partículas de
carbono capturadas do ar inalado.
Circundando cada alvéolo existe o
capilar sanguíneo repleto de gás carbônico
(CO2) para ser trocado pelo oxigênio (O2) que
Figura 75 : Bronquíolos e alvéolos acabara de chegar. A troca gasosa ocorre na
Fonte: Netter (2011) membrana alvéolo capilar.
70
3.2.8 Pulmões
FIQUE ATENTO
Embora os dois pulmões estejam localizados no interior da cavidade torácica e desempe-
nhem a mesma função, possuem formatos e divisões um pouco diferente. O pulmão esquer-
do apresenta uma concavidade para “alojar” o coração que é chamada de incisura cardí-
aca. Isto dá ao pulmão esquerdo um aspecto ligeiramente mais delgado do que o pulmão
direito.
71
vasos e nervos “saindo” dos pulmões.
Os dois pulmões durante a
inspiração se enchem de ar, inflando.
A expansão dos pulmões é total em
situações normais devido à capacidade
de complascência pulmonar. Os pulmões
se expandem para frente e para trás,
para cima e para baixo e também para os
lados durante a inspiração. Na expiração,
o volume de ar que entrou no pulmão
durante a inspiração é eliminado e os dois
pulmões se retraem em sentido inverso.
GLOSSÁRIO
- Alvéolos – São sacos (bolsas) localizadas na extremidade dos bronquíolos terminas. Nunca
estão sozinhos. Sempre estão posicionados em grupos de alvéolos agrupados como cacho
de uva.
- Brônquios fontes ou principais – Ramos diretos da traquéia.
- Brônquios lobares – Brônquios fontes que penetraram os pulmões.
- Brônquios segmentares ou terciários – Ramos dos brônquios lobares.
- Bronquíolos – Ramificações dos brônquios.
- Bronquíolo terminal – Último ramo dos bronquíolos.
- Carina – Última cartilagem da traquéia. É o ponto onde a traquéia se divide em brônquios
direito e esquerdo.
72
GLOSSÁRIO
- Cartilagens aritenóideas – São tipos de cartilagens da laringe. Cada cartilagem aritenóide
tem a forma de uma pequena pirâmide e se localiza na borda superoposterior da cartila-
gem cricóidea.
- Cartilagem corniculada – Tipo de cartilagem par da laringe.
- Cartilagem cricóidea – Situa-se abaixo da cartilagem tirioidea. Sua região posterior é mais
larga do que a anterior.
- Cartilagem cuneiforme – Tipo de cartilagem par da laringe.
- Cartilagem tireóidea – É a maior das cartilagens ímpares da laringe. Ela é formada pela
fusão na linha mediana de duas placas achatadas anteriormente, produzindo a proemi-
nência laríngea.
- Células alveolares tipo I – Células escamosas simples através das quais os gases se difun-
dem rapidamente.
- Células arredondadas ou cuboidais – São células alveolares tipo II. Secretam uma subs-
tância química chamada surfactante.
- Coanas – Região de comunicação entre as fossas nasais e a faringe.
- Complascência pulmonar – Capacidade de expansão do pulmão.
- Cordas ou pregas vocais – Estrutura par localizada na laringe que é fixada em sua extre-
midade posterior por cartilagens aritenóideas. Ao vibrar produz som.
- Epiglote – É a terceira cartilagem ímpar. Sua extremidade mais estreita é fixada na face
interna da região anterior da cartilagem tireóidea e sua porção superior livre se estende
como uma aba atrás da base da língua. Durante a deglutição, a laringe é puxada para
cima, encostando-se na epiglote que tende a desviar sólidos e fluidos para longe da aber-
tura da laringe, em direção ao esôfago.
- Faringe – Tubo que serve tanto ao sistema respiratório quanto ao digestório. Comunica as
fossas nasais, com a laringe.
- Fauce – Região de comunicação entre a faringe e a cavidade oral.
- Faringe – Tubo que serve tanto ao sistema respiratório quanto ao digestório. Comunica as
fossas nasais, com a laringe.
- Fauce – Região de comunicação entre a faringe e a cavidade oral.
- Fissura horizontal – Fissura que separa o lobo médio do lobo inferior ou base no pulmão
direito.
- Fossas nasais – Estrutura da via aérea superior com função de filtrar, aquecer e umedecer
o ar.
- Glote – Abertura da laringe.
- Hematose – Troca gasosa do gás carbônico do sangue venoso pelo oxigênio do ar. Aconte-
ce no alvéolo.
- Hemicúpula diafragmática – Metade do diafragma que é formado por duas hemicúpulas,
uma direita, outra esquerda.
- Hilo pulmonar – Região localizada na face medial do pulmão por onde estruturas “en-
tram” e “saem”.
- Incisura cardíaca – Concavidade do pulmão esquerdo para “alojar” o coração.
- Laringe – Estrutura de transição entre a faringe e a traquéia.
- Laringofaringe – Parte da faringe que se comunica com a faringe.
- Lobo da língula – Lobo do pulmão esquerdo que é uma variação anatômica. Nem todas
as pessoas possuem.
- Lobo inferior ou base – Lobo inferior dos pulmões direito e esquerdo.
- Lobo médio – Lobo do pulmão direito localizado entre os lobos superior e inferior.
- Lobo superior ou ápice – Lobo superior dos pulmões direito e esquerdo.
73
GLOSSÁRIO
- Mediastino – Região central do tórax localizado entre os dois pulmões. O coração se en-
contra nesta região.
- Membrana alvéolo capilar – Membrana do alvéolo em íntimo contato com o capilar san-
guíneo. É o local onde ocorre a hematose.
- Nasofaringe – Parte da faringe que se comunica com as fossas nasais.
- Orofaringe – Parte da faringe que se comunica com a cavidade oral.
- Osso hióide – Osso que não se articula com nenhum outro osso. Está localizado na região
antero superior do pescoço que mantém as cartilagens da laringe juntas e unidas.
- Óstio da Tuba auditiva – Orifício de comunicação do sistema auditivo com a faringe e a
cavidade oral.
- Pleura – Membrana com dois folhetos que reveste os pulmões.
- Pleura parietal – Folheto da pleura que está em contato com a cavidade torácica.
- Pleura visceral ou pulmonar – Folheto da pleura que está em contato íntimo com os pul-
mões.
- Pomo de Adão – Saliência da cartilagem tireóide da laringe.
- Proeminência laríngea – Mesmo que Pomo de Adão.
- Sistema Respiratório – Conjunto de estruturas que permitem a entrada e saída do ar e
realizam a hematose.
- Sistema Respiratório – Conjunto de estruturas que permitem a entrada e saída do ar e
realizam a hematose.
- Surfactante – Substância química no interior do alvéolo que impede seu colabamento.
- Tonsila faríngea – Mesmo que adenoide. Massa de tecido linfoide.
- Tonsila tubária – Mesmo que amígdalas. Massa de tecido linfoide.
- Traquéia – É um tubo de aproximadamente 11 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro.
Estende-se desde a laringe até o nível da sexta vértebra torácica, onde se divide em dois
ramos que são os brônquios principais direito e esquerdo ou fontes.
- Traqueostomia – Orifício feito na traquéia cirurgicamente para desobstruir a passagem
do ar
- Vestíbulo do nariz – Região inicial das fossas nasais.
- Via aérea inferior – Estruturas intratorácicas do sistema respiratório. Traquéia, brônquios,
bronquíolos, alvéolos, pulmões.
- Via aérea superior – Estruturas extratorácicas do sistema respiratório. Fossas nasais, farin-
ge e laringe
74
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Quais estruturas do sistema respiratório são extratorácicas?
a) Difusão.
b) Perfusão.
c) Capilarização.
d) Troca gasosa.
e) Hematose.
a) Cricóide.
75
b) Tireóide.
c) Carina.
d) Farina.
e) Regina.
a) Lobo superior.
b) Lobo inferior.
c) Língula.
d) Lobo médio.
e) Base.
a) Forame pulmonar.
b) Fissura pulmonar.
c) Septo pulmonar.
d) Pleura.
e) Hilo pulmonar.
76
04
SISTEMA DIGESTÓRIO UNIDADE
77
4.1 NTRODUÇÃO
Cada célula do corpo humano necessita de um suprimento constante de energia
para realizar suas funções próprias. O alimento fornece os materiais básicos para a produção
dessa energia, desenvolvimento do metabolismo.
A maioria dos alimentos não consegue entrar na corrente sanguínea e serem
diretamente distribuídos às células. Para isso o sistema digestivo é necessário, pois modifica
o alimento ingerido por meio de processos mecânicos e químicos de modo que, no final,
possam atravessar a parede do trato gastrinstestinal e entrar na corrente sanguínea e
linfática.
O sistema digestório ou sistema digestivo é formado por estruturas que se conectam
em sequência, em uma espécie de tubo, daí o nome “tubo digestivo” e também por outras
que não fazem parte do tubo mas têm relação direta com ele. Algumas estruturas são
mais decisivas e marcantes do que outras. Essas estruturas são chamadas “anexo do tubo
digestivo”
O sistema digestório é, portanto, formado pelas estruturas que compõem o tubo
digestivo juntamente com os anexos.
FIQUE ATENTO
As atividades desempenhadas pelo sistema digestório podem ser divididas em seis pro-
cessos básicos: (1) ingestão do alimento pela boca; (2) movimento do alimento ao longo do
tubo digestivo; (3) preparação mecânica do alimento para a digestão; (4) digestão química
do alimento; (5) absorção do alimento digerido para os sistemas circulatório e linfático; (6)
eliminação das substâncias não digeridas e restos metabólicos do corpo.
4.2.1 Boca
A boca é a primeira parte do sistema digestivo. É por onde o alimento “entra” pelo
corpo, óbvio que em situações normais. A face interna dos lábios e o restante da boca são
revestidos por uma mucosa que tem uma camada superficial de células pavimentosas não
queratinizadas. Nenhum alimento é absorvido na boca, já que as células de revestimento
não são capazes de fazer absorção. A camada superficial estratificada protege contra
alimentos abrasivos.
A boca é formada pela cavidade oral que possui os seguintes elementos: dentes,
língua, teto, glândulas salivares.
78
O teto da boca é formado
anteriormente pelo palato duro e
posteriormente pelo palato mole. O palato
duro é formado pelos ossos palatinos e
maxilares. O palato mole que se estende
posteriormente ao palato duro, separa a
cavidade oral da nasofaringe. É composto
principalmente por músculos. O palato
mole é “empurrado” para cima durante
a deglutição, bloqueando a entrada da
cavidade do nariz via faringe e servindo
para prevenir que alimentos e bebidas
possam entrar na cavidade nasal.
Figura 79: Boca
Fonte: Netter (2011)
A úvula é uma pequena saliência muscular
que vem da margem posterior do palato mole. Serve como um coxim prevenido o palato
mole de ser “empurrado” para a cavidade nasal durante a deglutição.
4.2.1.1 Língua
A língua se encarrega em distribuir o alimento pela boca para ser mastigado e, ao
final da mastigação, ela “empurra” o alimento para trás para ser deglutido. A língua forma
o assoalho da cavidade oral. É composta por feixes de músculos estriados esqueléticos
cobertos por uma membrana mucosa. Os
músculos extrínsecos da língua se originam no
hióide, na mandíbula e no processo estiloide dos
ossos temporais.
A membrana mucosa que cobre o dorso da
língua é modificada pela presença de numerosas
pequenas projeções chamadas papilas que variam
de forma.
As papilas filiformes estão distribuídas em
fileiras com o formato da letra “V” invertido para
trás do fundo da língua. Nas papilas valadas e nas
fungiformes são encontrados botões gustatórios.
As papilas filiformes tornam a superfície da língua
rugosa. A face dorsal posterior da língua contém
Figura 80: Língua um agregado de pequenos nódulos linfáticos
Fonte: Netter (2011)
chamado de tonsila lingual. Graças às papilas
linguais sentimos o paladar dos alimentos (Fig. 80)
A língua está apoiada no assoalho da boca e fixada por uma prega da membrana
mucosa chamada frênulo da língua.
4.2.1.2 Dentes
Os dentes surgem na boca a partir dos alvéolos localizados ao longo dos processos
alveolares dos ossos maxilares e mandíbula. Cada dente é composto, na sua maior parte,
de uma substância dura, chamada dentina. A parte visível do dente é a coroa. A dentina da
79
coroa é coberta por esmalte que é mais duro.
O cemento, uma substância semelhante a
osso, cobre a dentina da raiz e ancora o dente
na membrana periodontal que reveste o
alvéolo.
A região central do dente contém uma
cavidade pulpar, na qual são encontrados
vasos sanguíneos, nervos e um tecido
conjuntivo chamado polpa. Essa cavidade
estende-se para baixo, em cada raiz, pelo
canal radicular.
Há quatro tipos de dentes, nomeados
de acordo com sua função ou formato. Cada
Figura 81: Dentes permanentes superiores e inferiores tipo de dente executa uma função específica:
Fonte: Netter (2011)
os dentes da frente chamados de incisivos,
cortam. De cada lado dos incisivos existem os dentes caninos que perfuram o alimento.
Os pré-molares e molares têm coroas largas com cúspides arredondadas que ajudam a
triturar e dilacerar os alimentos.
Nomalmente dois conjuntos de dentes desenvolvem-se durante a vida de uma
pessoa. Existem 20 dentes decíduos ou de leite que irrompem através da gengiva a
intervalos regulares. Todos os dentes decíduos estão presentes por volta dos dois anos e
meio de vida.
Existem 32 dentes permanentes que tomam o lugar dos decíduos a partir dos seis
anos de idade, aproximadamente. Os terceiros molares (dente do siso) são os últimos a
irromper, geralmente entre 17 e 25 anos de idade.
80
Além de conservar a mucosa da boca úmida e de limpar a boca e os dentes, a saliva
ajuda na preparação do alimento, tornando-o úmido, permitindo a formação do bolo
alimentar e tornando-o mais fácil de ser mastigado e deglutido. As secreções das glândulas
salivares contêm uma enzima chamada de ptialina que é uma amilase salivar que dá início
à digestão dos carboidratos.
Embora as glândulas salivares estarem na cavidade oral, elas não fazem parte do
tubo digestivo e sim, dos anexos do tubo digestivo.
4.2.2 Esôfago
O esôfago é um tubo muscular que une, comunica, a faringe ao estômago. Está
localizado atrás da traquéia, atravessa o mediastino e passa através do diafragma por meio
de uma abertura chamada hiato esofágico. Mede aproximadamente 25 cm.
O alimento é movido ao longo do esôfago por ondas de contração dos músculos da
parede do esôfago, peristaltismo. Na porção superior, próximo à faringe, o esôfago possui
músculos estriados esqueléticos e no restante do esôfago é revestido por músculos liso.
4.2.3 Estômago
O esôfago, após ter passado pelo diafragma, “abre-se” no estômago. O estômago
prepara os alimentos ingeridos, por meio mecânico e químicos para a digestão. O estômago
está posicionado à esquerda da linha média, logo abaixo do diafragma. A abertura do
esôfago no estômago é chamada óstio cárdico ou cárdia e a saída do estômago, na junção
com o intestino delgado é o esfíncter pilórico ou piloro. Tanto a cárdia como o piloro têm
funcionamento como de uma válvula
permitindo o movimento apenas em uma
direção.
O estômago possui duas curvaturas
côncavas voltadas para a direita, uma
grande e outra pequena. A pequena
curvatura está ligada à face inferior do
fígado por um mesentério constituído por
uma dupla camada de peritônio visceral
chamado omento menor. Essas duas
camadas separam-se na curvatura menor
Figura 83: Mucosa do Estômago
Fonte: Netter (2011)
e formam a serosa nas faces do estômago.
As membranas, na grande curvatura formam o omento maior que é um mesentério
pregueado que forma uma espécie de cortina que cobre a face anterior do colo transverso
do intestino grosso e as flexuras do intestino delgado.
A parte principal do estômago é chamada de corpo gástrico. O fundo do estômago,
ou fundo gástrico projeta-se acima da entrada do esôfago. O corpo do estômago afunila-se
inferiormente para formar o piloro.
A parede do estômago é formada por quatro camadas (túnicas) básicas que são
típicas do trato digestivo. No estômago, entretanto, as células epiteliais da mucosa são
mais cilíndricas simples do que estratificadas pavimentosas como no esôfago.
Quando o estômago está vazio, a mucosa e a submucosa formam pregas
denominadas pregas gástricas ou rugas. No estômago cheio, essas pregas são achatadas.
81
Na mucosa gástrica existem glândulas
gástricas que secretam o suco gástrico.
As glândulas gástricas se localizam no
corpo, glândulas gástricas próprias,
e no fundo do estômago, glândulas
gástricas fúndicas. As glândulas
gástricas possuem quatro tipos básicos
de células: (1) células mucosas do colo –
localizadas perto das fovéolas gástricas;
(2) células do zimogênio – secretam
pepsinogênio, um precursor da enzima
digestiva pepsina; (3) células parietais
– produzem o ácido clorídrico; (4)
Figura 84: Omento maior
células enteroendócrinas, argentafins
Fonte: Netter (2011) – produzem o hormônio gastrina.
As glândulas da cárdia (glândulas cardias) e as glândulas pilóricas secretam
principalmente muco. As células da mucosa do estômago produzem uma camada de
muco que adere na mucosa revestindo e protegendo-a.
O ácido clorídrico mata a maioria das bactérias que tentam entrar no trato digestivo
por meio do alimento. Além disso, ajuda na digestão de proteínas e converte o pepsinogênio,
que é inativo, em pepsina. A pepsina inicia a digestão das proteínas rompendo certas
ligações químicas que mantêm os aminoácidos unidos, formando pequenas cadeias de
aminoácidos chamados polipeptídeos. A gastrina estimula a secreção do ácido clorídrico
pelas células parietais.
O estômago tem uma camada muscular, túnica muscular. Além das camadas
circular e longitudinal, a parede do estômago tem uma camada oblíqua de músculo
entre a camada circular e a submucosa. Essa camada adicional de músculo na parede
torna possível contrações muito fortes no estômago e ajuda na sua principal função que é
amassar o alimento e misturá-lo com os sucos digestivos.
82
4.2.4.1 Duoeno
O duodeno representa os primeiros 25 cm do intestino delgado. Ele é encurvado ao
redor da cabeça do pâncreas. Possui duas curvaturas côncavas voltadas para a esquerda.
O canal do colédoco (vindo
do fígado) e o canal pancreático
(vindo do pâncreas) unem-se para
formar a ampola hepatopancreática,
antigamente chamada ampola de
Vater que se abre no duodeno na
papila maior. Esta papila é rodeada
por um esfíncter chamado esfíncter
hepatopancreático, antigamente
chamado esfíncter de Oddi.
Figura 86: Duodeno O canal colédoco transporta a bile e as
Fonte: Netter (2011) enzimas digestivas são transportadas
pelo canal pancrático. O duodeno é retroperitoneal, ou seja, está localizado atrás do
peritônio e está aderido à parede posterior do corpo.
4.2.4.2 Jejuno
83
4.2.4.3 Ílieo
O íleo forma os últimos 3,5 metros do intestino delgado. A “entrada” do íleo no ceco
do intestino grosso é favorecida pela válvula ileocecal. Ao invés de ser um esfíncter, esta
vávula é composta por duas pregas de tecido. O íleo como o jejuno, está aderido na parede
posterior do abdome pelo mesentério que permite ao intestino delgado mover-se durante
as contrações persitálticas, sendo também suporte para os vasos sanguíneos e linfáticos e
para os nervos que suprem os intestinos. O íleo é rico em folículos linfoides.
Histologicamente a mucosa do íleo é constituída por epitélio colunar cilíndrico
simples composto por enterócitos e células caliciformes. As placas de Peyer são importantes
achado histológico característico do íleo. O íleo possui a mesma estrutura básica do jejuno:
mucosa, submucosa, muscular e serosa.
A mucosa é revestida por epitélio colunar cilíndrico
simples contendo enterócitos e células caliciformes.
Subjacente encontra-se uma camada de tecido
conjuntivo e uma muscular. Comparado ao resto do
intestino delgado as pregas circulares são relativamente
planas e as vilosidades curtas. A submucosa contém vasos
sanguíneos, linfonodos e plexo de Meissner enquanto
a muscular consiste de uma camada circular interna e
uma camada longitudinal externa.
O íleo é inteiramente coberto por serosa
externamente. Ela é constituída por epitélio escamoso
pavimentoso simples e por uma camada de tecido
Figura 88: Íleo
Fonte: Gray (2000)
conjuntivo subjacente
84
curvatura para baixo (flexura esquerda do colo) para formar o colo descendente. O colo
descendente, assim como o ascendente é retroperitoneal. Quando o colo descendente
atinge o limite superior da pelve, curva-se para o plano sagital mediano formando o colo
sigmoide que tem a forma da letra “S”. A continuação do sigmoide encontra-se com o reto
e daí o ânus.
Diversas variações ocorrem nas quatro túnicas do colo. A túnica mucosa contém
glândulas intestinais e muitas glândulas mucosas, mas não possuem vilosidades. Além
disso, enquanto a camada muscular longitudinal da túnica muscular é contínua como
uma camada delgada ao longo de toda a superfície do colo, a maior parte dos músculos
desta camada apresenta-se na forma de três fitas ou tênias do colo, que percorrem o colo
no seu comprimento. A tênia é mais curta do que o colo, determinando o aparecimento
de pequenas bolsas chamadas haustros ou sáculos do colo. A mucosa entre os sáculos é
projetada na forma de pregas semilunares que se salientam na luz do intestino.
Logo em seguida ao sigmoide e
abaixo dele, o intestino grosso dirige-se
longitudinalmente à frente do sacro. Esta
porção é chamada reto. Tem a mesma
estrutura do colo, mas as tênias não se
encontram presentes, de modo que a
camada muscular longitudinal se espalha
uniformemente por toda sua volta.
Os três ou quatro centímetros terminais
recebem o nome de canal anal. Esta região
está abaixo do diafragma pélvico e, por isto,
está fora da pelve. No canal anal, o epitélio
muda de cilíndrico simples, característico do
Figura 90: Intestino Grosso
estômago e dos intestinos, para estratificado
Fonte: Netter (2011) pavimentoso que é típico da boca e do
esôfago.
O canal anal abre-se no exterior através do ânus. O canal anal é rodeado por músculos
esfíncteres interno e externo. O esfíncter interno é formado por músculo liso (involuntário)
enquanto que o esfíncter externo é formado por músculo estriado esquelético (voluntário).
As estruturas que são anexas do tubo digestivo são: glândulas salivares, fígado,
vesícula biliar, pâncreas. As glândulas salivares já foram mencionadas anteriormente.
4.3.1 Fígado
O fígado é órgão muito grande que se encontra posicionado no lado direito do
abdome, abaixo do diafragma. Possui duas regiões principais: lobos direito e esquerdo.
Os pequenos lobos caudado e quadrado se localizam na face inferior do lobo direito. Os
lobos direito e esquerdo estão separados por uma prega de peritônio parietal chamada
ligamento falciforme, que prende o fígado à parede abdominal anterior. Na margem livre
do ligamento falciforme encontra-se um cordão fibroso chamado ligamento redondo que
representa o resto da veia umbilical do feto que transportava sangue da placenta para o
85
fígado.
O fígado recebe sangue de duas fontes: artéria hepática que transporta sangue
oxigenado proveniente da artéria aorta e veia porta hepática, que transporta sangue
venoso proveniente do trato digestivo, do pâncreas e do baço.
A saturação de oxigênio no sangue da veia porta hepática é relativamente baixa,
mas o sangue contém uma elevada concentração de nutrientes dissolvidos, absorvidos no
intestino como resultado na digestão. Estes nutrientes são alterados de várias maneiras,
conforme o sangue vai atravessando o fígado. Aproximadamente cerca de 1.500 ml de
sangue atravessam o fígado a cada minuto, dos quais 1.100 ml chegam pela veia porta
hepática e 400 ml pela artéria hepática.
86
O ducto pancreático se junta ao
canal colédoco e os dois compartilham
uma entrada comum no duodeno.
Esta entrada é rodeada de esfíncter
hepatopancreático. Quando o esfíncter
relaxa e a musculatura lisa da parede
da vesícula biliar se contrai, a bile é
propelida em direção ao intestino.
4.3.3 Pâncreas
O pâncreas é estrutura retroperitoneal. Está localizado abaixo do estômago. A cabeça
do pâncreas está incrustada na curvatura do duodeno, com a incisura, o corpo e a cauda
estendendo-se para a esquerda. A cauda do pâncreas fica bem próxima do baço.
Microscopicamente, o pâncreas lembra as glândulas salivares, contendo muitas glândulas
tubuloalveolares compostas, com suas células secretoras arranjadas em curtos tubos ou
pequenos sacos chamados ácinos.
O ácino é um divertículo único formado
por células epiteliais piramidais, com seus ápices
convergindo para a luz. Nas células do ácino que
secretam ativamente, vesículas chamadas grãos
de zimógeno acumulam-se no ápice das células.
As células do ácino produzem suco pancreático,
que contém enzimas digestivas. Estas são
sintetizadas no citoplasma da base das células do
ácino, onde entram no retículo endoplasmático
e são transportadas ao aparelho de Golgi, na
região apical da célula. Este complexo concentra
Figura 94: Pâncreas e as estruturas anatômicas ao
seu redor as enzimas em grãos de zimógeno, que são
Fonte: Netter (2011) liberados no suco pancreático.
O suco pancreático é transportado ao
duodeno pelo ducto pancreático ou canal de
Wirsung. Este canal usualmente une-se ao
colédoco que transporta a bile e desembocam
juntos no duodeno. Um ducto pancreático
assessório, canal de Santorini, frenquentemente
ramifica-se do ducto pancreático e se abre no
duodeno independente.
O pâncreas não somente produz enzimas
Figura 94: Pâncreas
Fonte: Netter (2011)
digestivas, como também funciona como uma
glândula endócrina. Insinuados entre as células
87
dos ácinos, estão agrupamentos de células endócrinas chamadas ilhotas pancreáticas
ou ilhotas de Langerhans. As secreções destas ilhotas, entram na corrente sanguínea do
pâncreas e assim alcançam todo o corpo. No capítulo sobre sistema endócrino o pâncreas
será também abordado.
GLOSSÁRIO
- Ácido clorídrico – HCl. Substância ácida produzida pelas células especializadas da mucosa
gástrica. Converte o pepsinogênio em pepsina.
- Ácino – Divertículo formado por células epiteliais piramidais com seus ápices confergindo
para a luz do pâncreas.
- Alvéolo – Acidente ou relevo anatômico dos ossos maxilares e mandíbula, onde estão an-
corados os dentes.
- Ampôla hepatopancreática – Alargamento formado pela junção dos canais colédoco e
pancreático.
- Ampôla de Vater – Mesmo que ampôla hepatopancreática.
- Anexos do tubo digestivo – Conjunto de estruturas do sistema digestório não pertencentes
ao tubo digestivo, mas que desempenham papel fundamental no processo da digestão.
- Ânus – Orifício terminal do trato digestivo.
- Apêndice vermiforme – Tubo estreito, em fundo cego, que se projeta para baixo a partir do
ceco.
- Bile – Enzima digestiva do fígado.
- Canal anal – Três ou quatro centímetros terminais do reto.
- Canal de Sontorini – Ducto pancreático acessório que é ramo do ducto pancreático e se
abre no duodeno de forma independente.
- Canal de Wirsung – Mesmo que ducto pancreático.
- Cárdia – A abertura do esôfago no estômago.
- Cavidade pulpar – Região central do dente. Onde é encontrado a polpa do dente.
- Ceco – Região do colon ascendente do intestino grosso que recebe o conteúdo do intestino
delgado.
- Células caliciformes – São células colunares encontrada nos epitélios das mucosas dos
tratos respiratórios e digestivos.
- Células enteroendócrinas, argentafins – Tipo de célula localizada nas glândulas gástricas.
Produzem o hormônio gastrina.
- Células mucosas do colo – Tipo de célula localizada nas glândulas gástricas.
- Células parietais – Tipo de célula localizada nas glândulas gástricas. Produzem o ácido
clorídrico.
- Cemento – Substância semelhante a osso. Cobre a dentina da raiz e ancora o dente na
membrana periodontal que reveste o alvéolo.
- Colédoco – Canal ou ducto que transporta a bile do fígado ao duodeno.
- Cólon ascendente – Primeira porção do intestino grosso.
- Cólon descendente – Terceira porção do intestino grosso.
- Cólon transverso – Segunda porção do intestino grosso.
- Contrações peristálticas – Contrações dos músculos lisos que promovem os movimentos
peristálticos.
- Coroa – Parte visível do dente ou porção coronária.
- Corpo gástrico – Parte principal do estômago.
- Criptas de Lieberkühn – Glândulas tubulares simples encontradas entre as vilosidades das
paredes dos intestinos.
- Dentina – Parte dura do dente. É coberto pelo esmalte na sua porção coronária e pelo ce-
88
GLOSSÁRIO
89
GLOSSÁRIO
ta para o fígado.
- Lobos caudado e quadrado – Pequenos lobos que se localizam na face inferior do lobo
direito do fígado.
- Lobos direito e esquerdo – Principais lobos do fígado. Estão separados pelo ligamento
falciforme.
- Lóbulos hepáticos – Compartimentos hexagonais do fígado.
- Membrana periodontal – Membrana que une a raiz do dente no alvéolo. Tem função de
proteção.
- Músculo masseter – Principal músculo da mastigação.
- Omento maior – Mesentério pregueado com formato de cortina que cobre a face ante-
rior do colo transverso do intestino grosso e as flexuras do intestino delgado.
- Omento menor – Mesentério formado por dupla camada de peritônio visceral que une
a pequena curvatura do estômago à face inferior do fígado.
- Óstio cárdico – Orifício da válvula cárdia.
- Papila maior – Região do duodeno onde “chegam” o colédoco e o canal pancreático.
- Papilas filiformes – Pequenas projeções da membrana mucosa da língua. Se localizam
no dorso da língua e são distribuídas em fileiras com o formato da letra “V” invertido
para trás do fundo da língua. Tornam a língua áspera.
- Papilas fungiformes – São pequenas projeções da membrana mucosa da língua com
botões gustatórios ou gustativos
- Papilas valadas – São pequenas projeções da membrana mucosa da língua com bo-
tões gustatórios ou gustativos.
- Pepsina – Enzima digestiva ativada na presença do ácido clorídrico. Atua durante a di-
gestão química dos alimentos. Inicia a digestão das proteínas.
- Pepsinogênio – Precursor da enzima digestiva pepsina.
- Peristaltismo – Movimento do conteúdo do tubo digestório provocado por ondas de con-
tração dos músculos da parede do esôfago e dos intestinos.
- Peritônio – Membrana serosa que reveste as paredes do estômago
- Piloro – Válvula gást Placas de Peyer – Agregados de nódulos linfáticos.
- Plexo de Auerbach – Plexo formado por uma rede do sistema nervoso entérico. É for-
mado por uma rede de neurônios e células da glia interconectados que coordenam as
contrações no trato gastrintestinal.
- Plexo de Meissner – Plexo formado por uma rede do sistema nervoso entérico. É forma-
do por uma rede de neurônios interconectados que controlam principalmente a secre-
ção gastrintestinal e o fluxo sanguíneo local.
- Polipeptídeos – Pequenas cadeias de aminoácidos.
- Polpa – Estrutura formada por tecido conjuntivo que se estende da dentina até a raiz do
dente. É formado por nervos e vasos. Dá vitalidade ao dente.
- Pregas gástricas ou rugas – Pregas ou rugas na mucosa gástrica que são formadas
quando o estômago está vazio.
- Processos alveolares dos ossos maxilares e mandíbula – O mesmo que alvéolo.
- Processo estiloide do osso temporal – Acidente ou relevo anatômico do osso temporal.
- Ptialina – Amilase salivar que dá início à digestão dos carboidratos.
- Reto – Porção terminal do intestino grosso.
- Sáculos do colo – Mesmo que haustro do colo
- Sigmóide – Quarta porção do intestino grosso.
- Sistema digestivo – O mesmo que sistema digestório.
- Sistema digestório – Conjunto de estruturas responsáveis pela digestão.
90
GLOSSÁRIO
- Suco pancreático – Substância produzida nas células do ácino e que contém enzimas
digestivas
- Superfície luminar – Mucosa que está em íntimo contato com a luz do órgão, ou espaço
interno.
- Tênias do colo – Faixas longitudinais de um centímetro de largura e que percorrem toda
a extensão do intestino grosso. São mais evidentes no ceco e no cólon ascendente.
- Teto da boca – É a região superior da cavidade oral formada anteriormente pelo palato
duro e posteriormente pelo palato mole
- Tonsila lingual – Tecido linfoide localizado na face dorsal posterior da língua
- Tríade hepática – Estrutura formada por ramo da veia porta hepática, ramo da artéria
hepática e um ducto biliar. A tríade hepática está localizada em cada lóbulo hepático.
- Tubo digestivo – Conjunto de estruturas do sistema digestório posicionados em sequên-
cia, iniciando na boca e terminando no ânus.
- Valva ileocecal – Válvula onde o íleo se comunica com o intestino grosso.
- Vesícula biliar – Pequeno saco (bolsa) localizado na face póstero inferior do fígado. Arma-
zena a bile por meio do ducto cístico
- Vilosidade – Dobra na mucosa dos intestinos. Permitem o aumento da absorção dos nu-
trientes após a digestão.
91
FIXANDO O CONTEÚDO
1. O Aparelho digestório ou sistema digestivo é formado por um conjunto de estruturas
que formam o tubo digestivo e seus anexos. Quais são as estruturas do tubo digestivo?
a) Leptina.
b) Grelina.
c) Ptialina.
d) Pepsina.
e) Serotonina.
a) Jejuno.
b) Íleo.
c) Duodeno.
d) Cárdia.
e) Piloro.
4. Na junção esôfago com o estômago existe uma válvula. Qual é o nome dela?
a) Piloro.
b) Cárdia.
c) Duodeno.
d) Jejuno.
e) Íleo.
a) Cólon ascendente.
b) Cólon transverso.
c) Ceco.
d) Íleo.
e) Sigmóide.
92
a) Fissura oblíqua.
b) Fissura vertical.
c) Ligamento largo.
d) Ligamento falciforme.
e) Ligamento estriado.
a) Ceco.
b) Íleo.
c) Jejuno.
d) Cólon ascendente.
e) Sigmóide.
93
05
APARELHO GENITOURINÁRIO UNIDADE
94
5.1 INTRODUÇÃO
O Aparelho Genitourinário ou geniturinário é um conjunto de estruturas que, na
verdade, formam dois outros sistemas (urinário e reprodutor) que por suas características
anatômico funcionais são classificadas como pertencentes a uma estrutura maior, o
aparelho geniturinário.
5.2.1 Rim
Os rins são dois órgãos marrom avermelhados situados por trás do peritônio, na
parede posterior da cavidade abdominal, um de cada lado da coluna vertebral. Cada rim
possui um capuz formado por uma glândula endócrina denominada glândula adrenal,
antigamente supra-renal.
Os rins têm 11 cm de comprimento aproximadamente e se estendem desde o nível
da décima primeira ou décima segunda vértebra torácica até a terceira vértebra lombar.
Devido a presença do fígado, o rim direito é ligeiramente posicionado mais baixo em relação
ao rim esquerdo. Eles se localizam entre os músculos do dorso e a cavidade peritoneal.
Cada rim é envolto por três camadas de tecidos.
A mais interna é a cápsula fibrosa que cobre a
superfície do rim. Uma cápsula adiposa, formada por
uma massa de gordura peri-renal, envolve a cápsula
fibrosa. A última camada que reveste o rim é a fáscia
renal que é formada de paredes duplas. A fáscia renal
ancora o rim na parede posterior do abdome. Existe
ainda um acúmulo de gordura conhecido como corpo
adiposo para-renal externamente à fáscia renal.
O rim tem o formato de um grão de feijão. Sua
face lateral é convexa e a medial, côncava. A margem
Figura 95 : Rim
medial apresenta uma fenda, o hilo renal por onde
Fonte: Netter (2011)
entra a artéria renal e saem a veia renal e o ureter. O
95
hilo se abre em um espaço no interior do rim denominado seio renal, onde se localizam os
vasos renais e a pelve renal.
Três regiões são observadas em cada rim: córtex, medula e pelve renais. O córtex renal
é a camada externa do rim, situada logo abaixo da cápsula fibrosa. Expansões do córtex
renal, as colunas renais projetam-se para a medula renal. A medula renal está localizada
abaixo do córtex. É formada por até 18 estruturas triangulares que são as pirâmides renais.
As pirâmides estão orientadas de maneira que suas bases amplas se encontram revestidas
pelo córtex, e seus ápices, papilas renais, seguem em direção à pelve renal. As colunas
renais separam as pirâmides. Os vasos sanguíneos que vão nutrir o córtex prolongam-se
para o cálice renal menor, uma câmara em forma de funil. Os cálices menores se unem
para formar os cálices renais maiores. Existem normalmente dois ou três cálices renais
maiores e oito a 13 cálices menores em cada rim. Os cálices renais maiores, por sua vez, se
unem para formar a pelve renal, que é a extremidade superior, início do ureter.
96
Figura 97: Representação de um rim, em corte
longitudinal
Fonte: Cheida (2002)
FIQUE ATENTO
Resumindo, os rins têm as seguintes funções: (1) eliminar substâncias tóxicas oriundas do
metabolismo, como por exemplo, a uréia e a creatinina; (2) manter o equilíbrio de eletró-
litos no corpo humano, tais como: sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, bicarbonato,
hidrogênio, cloro e outras; (3) regular o equilíbrio ácido-básico, mantendo constante o pH
sanguíneo; (4) regular a osmolaridade e volume de líquido corporal eliminando o excesso de
água do organismo; (5) excreção de substâncias exógenas como por exemplo medicações;
(6) produção de hormônios: eritropoietina (estimula a produção de hemácias), renina (eleva
a pressão arterial), vitamina D (atua no metabolismo ósseo e regula a concentração de cál-
cio e fósforo no organismo), cininas e prostaglandinas; (7) produção de urina para exercer
suas funções excretórias!
5.2.2 Ureter
Os ureteres são dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. São órgãos
pouco calibrosos, têm menos de 6 mm de diâmetro e 25 a 30 cm de comprimento.
A urina goteja dos túbulos coletores no ápice das papilas e penetra nos cálices
menores que ”desaguam” nos cálices maiores, que por sua vez, ”desaguam” na pelve renal
de onde, a urina é transportada para a bexiga por meio dos ureteres, uma para cada rim.
Os ureteres, ao descerem entre o peritônio parietal e a parede da cavidade pélvica,
97
se dirigem medialmente e penetram nas faces posterolaterais da bexiga urinária. Antes
de alcançarem a bexiga, os ureteres transitam obliquamente por suas paredes. Por causa
disto, a contração da musculatura da bexiga comprime os ureteres e previne o refluxo de
urina da bexiga para o ureter. Isto ocorre durante o enchimento da bexiga. Em função
disto, os músculos das paredes da bexiga são considerados, esfíncteres dos ureteres, ou
pelo menos “agem” como se fossem.
Os ureteres têm paredes com três camadas: mucosa, muscular e fibrosa, a mais
externa. A camada mucosa apresenta uma camada superficial formado por epitélio de
transição, que também é típico da bexiga urinária e da uretra. A camada muscular é capaz
de realizar movimentos peristálticos, impelindo desta forma a urina em direção à bexiga.
5.2.3 Bexiga
A bexiga urinária ou simplesmente bexiga é um órgão muscular cavitário utilizado
no armazenamento da urina. Está localizada no assoalho da cavidade da pelve. A sínfise
púbica, por estar localizada à sua frente, protege sua face anterior. Nos homens a bexiga
situa-se anterior ao reto e, nas mulheres, está situada anteriormente ao útero e à porção
superior da vagina (Fig. 99). Quando está cheia, a bexiga apresenta uma forma esférica,
mas quando está vazia, seu formato se assemelha a uma pirâmide invertida.
98
A bexiga pode armazenar 600 a 800 ml de urina, mas ela geralmente se enche antes
que atinja a plenitude de sua capacidade. Impulsos nervosos sensitivos são enviados à
região sacral da medula espinhal quando a bexiga se enche de urina. Isto ocorre porque
à medida que as paredes da bexiga são distendidas (devido ao enchimento de urina),
seus receptores são estimulados a transmitirem tal impulso. Esses impulsos estimulam
neurônios parassimpáticos que inibem neurônios motores somáticos que se dirigem para
o músculo esfíncter externo da uretra. Com consequência, quando aproximadamente 300
ml de urina é acumulado na bexiga, os músculos de suas paredes se contraem, o esfíncter
externo da uretra se relaxa e a bexiga se esvazia (micção).
5.2.4 Uretra
A uretra é um tubo muscular, forrado por membrana mucosa, que sai da face inferior
da bexiga e transporta a urina para o meio externo. Na junção da uretra com a bexiga, a
musculatura lisa da bexiga circunda a uretra e atua como esfíncter denominado esfíncter
interno da uretra que tende a manter a uretra fechada. Durante o esvaziamento da bexiga, a
sua contração e as mudanças de sua forma, abrem o esfíncter. Assim, nenhum mecanismo
especial é necessário para que o esfíncter se relaxe. A uretra é circundada por musculatura
estriada esquelética que forma o seu esfíncter externo, após atravessar o assoalho pélvico
(diafragma urogenital). Quando contraído, o esfíncter, que se encontra sob o controle da
vontade humana (voluntário) é capaz de manter a uretra fechada em oposição a fortes
contrações da bexiga.
No sexo feminino, a uretra é curta, aproximadamente 4 cm e se situa anteriormente
à vagina abrindo-se no exterior através do óstio externo da uretra, que se localiza entre o
clitóris e o óstio da vagina.
A uretra masculina tem 20 cm de
comprimento, aproximadamente e se
abre no óstio externo da uretra, localizado
no ápice do pênis (glande). Ela é dividida
em três porções: parte prostática, parte
membranácea e parte esponjosa.
A uretra prostática atravessa a
próstata e recebe os ductos ejaculatórios,
que transportam o esperma. Após o local
da junção com os ductos ejaculatórios,
a uretra masculina é usada para a
reprodução, bem como para o transporte
da urina.
A uretra ainda tem uma curta
porção que atravessa o diafragma
Figura 100: Uretra masculina e uretra feminina
Fonte: Gray (2000) urogenital. Esta porção da uretra é
denominada parte membranácea da uretra.
A porção mais longa da uretra, sua parte esponjosa, se estende da parte inferior
do diafragma pélvico até o óstio externo, na glande. No interior da glande existe a fossa
navicular da uretra que é uma pequena câmara formada pela dilatação da uretra. No pênis,
a uretra atravessa o corpo esponjoso do pênis, uma das três colunas de tecido erétil que
formam o órgão.
99
5.3 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
FIQUE ATENTO
Os órgãos dos sistemas reprodutores masculino e feminino produzem gametas ou células
germinativas (espermatozoide e óvulo) para assegurar a continuidade da espécie.
Os órgãos sexuais que produzem os gametas (testículos nos homens e ovários nas mulheres)
são chamados de órgãos sexuais principais ou órgãos sexuais essenciais. Além da produção
dos gametas, os órgãos sexuais principais também produzem hormônios que influem no
desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas ou femininas e regu-
lam o ciclo reprodutivo.
5.3.1 Testículo
O testículo é órgão par (direito e esquerdo). É responsável pela produção dos
espermatozoides. Está localizado em uma bolsa que está localizada fora dos limites da
cavidade pélvica. Esta bolsa é chamada bolsa escrotal.
Os testículos têm formato oval. São revestidos por uma túnica albugínea que é formada
por tecido conjuntivo (Fig. 101). Prolongamentos interiores desta túnica formam septos
que dividem o testículo em compartimentos (lóbulos). Cada compartimento aloja diversos
túbulos bastante enovelados, os túbulos seminíferos, que contêm células germinativas em
vários estágios de desenvolvimento. Através do processo de espermatogênese, que ocorre
no interior dos túbulos seminíferos, as células germinativas
terminam por desenvolver-se em espermatozoides.
Os túbulos seminíferos de cada compartimento do
testículo juntam-se para formar um tubo curto e retilíneo
denominado túbulo reto ou túbulo seminífero reto. Os
túbulos retos de todos os compartimentos formam uma
rede de túbulos denominada rede do testículo. Os túbulos
desta rede, por sua vez, abrem-se em ductos eferentes que
deixam o testículo e entram no epidídimo.
Aglomerados de células chamadas células intersticiais
estão localizadas no tecido conjuntivo frouxo entre os
Figura 101: Testículo
túbulos seminíferos. Estas células secretam os hormônios
Fonte: Dangelo e Fatinni (2005)
masculinos, os andrógenos.
100
Os testículos se desenvolvem como estruturas retroperitoneais, logo abaixo dos rins.
À medida que o desenvolvimento prossegue, os testículos movem-se em direção às dobras
da parede abdominal chamadas dobras ou eminências labioescrotais que se localizam
abaixo do pênis, na porção anterior do triângulo urogenital do períneo.
Após os testículos terem alcançado a bolsa escrotal, o canal inguinal estreita-se por
constrição da porção superior do processo vaginal. A porção inferior de cada processo
vaginal forma um saco de paredes duplas que cobre o testículo. Esta porção é chamada de
túnica vaginal.
FIQUE ATENTO
A localização dos testículos na bolsa escrotal, fora da cavidade abdominopélvica, é necessá-
ria para o desenvolvimento natural dos espermatozoides, pois a espermatogênese normal
não pode ocorrer à temperatura central do corpo. Quando um ou os dois testículos perma-
necem na cavidade é uma condição denominada criptorquidismo.
5.3.2 Epidídimo
O epidídimo é a primeira porção do sistema de ductos que transporta os
espermatozoides dos testículos para o exterior do corpo (Figura 102). O epidídimo está
firmemente aderido na face póstero superior do testículo. Consiste de um tubo sinuoso que
recebe o espermatozoide do testículo por meio dos ductos eferentes. Esse tubo é revestido
com epitélio pseudo estratificado cilíndrico. As faces livres de algumas dessas células têm
microvilos longos e imóveis, chamados esterocílios, que servem para facilitar a passagem
dos nutrientes do epitélio para os espermatozoides.
Desenrolado, o epidídimo pode alcançar de quatro a seis metros de comprimento.
Serve, assim, como um local de reserva ou armazenamento de espermatozoides. Os ductos
eferentes abrem-se na região superior do epidídimo ou cabeça.
Na região inferior ou cauda do epidídimo continua-se com o ducto ou canal deferente.
Músculos lisos, localizados na parede do epidídimo, se contraem durante a ejaculação. Essas
contrações movimentam os espermatozoides em direção ao ducto ou canal deferente.
Durante sua lenta passagem pelo epidídimo, os espermatozoides sofrem um
processo de maturação, sem o qual eles ficariam imóveis e não férteis quando ejaculados
no sistema reprodutor feminino.
101
Em todo percurso do ducto deferente
(do epidídimo à cavidade abdomino
pélvica) está paralelo aos vasos e nervos
que suprem o testículo. Esse conjunto
é revestido por uma bainha de fáscia,
chamada cordão espermático ou funículo
espermático. No funículo espermático
estão presentes o ducto deferente, a
artéria testicular, a veia testicular, vasos
linfáticos e nervos.
Os ductos deferentes ao “chegarem” na
cavidade abdomino pélvica, cruzam acima
de cada ureter e descem ao longo da face
posterior da bexiga, onde se alargam para
Figura 102 : Canal ou Ducto Deferente formar uma ampola. Ao alcançar a face
Fonte: Gray (2000) inferior da bexiga, cada ducto está ligado
por um pequeno canal a uma vesícula seminal, formando um curto ducto ejaculatório que
passa através da próstata até alcançar a uretra.
5.3.5 Próstata
A glândula próstata é órgão ímpar que “abraça” a uretra logo abaixo da bexiga. Por
causa de sua localização diretamente à frente do reto, a próstata pode ser manualmente
examinada por meio de um toque retal, no qual um dedo é colocado no canal anal e a
glândula é palpada através da parede anterior do reto.
A próstata é envolta por uma capsula de tecido conjuntivo fibroso e fibras de
musculatura lisa que se estendem ao longo da glândula dividindo-se em dois lobos não
102
muito distintos. A próstata secreta um líquido leitoso, fluido, alcalino, que contribui para
a formação do sêmem. Esta glândula tem tendência para aumentar de tamanho nos
homems mais velhos e pode causar dificuldades para a micção pelo estreitamento da
porção prostática da uretra.
Figura 104 : Posicionamento anatômico da próstata Figura 105: Visão lateral da próstata, glândula bulbouretral e
logo abaixo da bexiga tendo ao centro a uretra que a todas estruturas subjacentes
divide em lobos direito e esquerdo Fonte: Netter (2011)
Fonte: Netter (2011)
5.3.7 Pênis
O pênis é o órgão copulador masculino. Por meio dele, os espermatozoides são
introduzidos no sistema reprodutor feminino. Consiste de um eixo coberto por pele
relativamente frouxa, com extremidade expandida, a glande. Ao redor da glande, a pele se
estende e até a ultrapassa para formar o prepúcio.
O pênis contem três corpos cilíndricos revestidos por uma cápsula fibrosa e mantidos
juntos por uma bainha de tecido conjuntivo que está coberta de pele. Cada um é tecido erétil
e formado de tecido conjuntivo ricamente vascularizado. No interior deles estão presentes
numerosos espaços esponjosos que se enchem de sangue durante a estimulação sexual,
causando o enrijecimento e o alongamento do pênis.
Dos três corpos cilíndricos, dois são dorsais e um ventral. Os dois corpos cilíndricos
dorsais são chamados corpos cavernosos do pênis e o corpo cilíndrico ventral é o corpo
esponjoso do pênis. O corpo esponjoso, em toda sua extensão, “abriga” a uretra (Fig. 106).
A extremidade distal do corpo esponjoso forma a glande do pênis e sua extremidade
proximal forma o bulbo do pênis (Fig. 107)
Os dois corpos cavernosos separam-se na sua extremidade proximal e forma os
ramos do pênis, que o ancoram nas partes púbicas e isquiática dos ilíacos.
103
Figura 106: Pênis em corte transversal evidenciando os Figura 107 : Estrutura anatômica do pênis mostrando o
corpos cavernosos (dorsais) e o corpo esponjoso (ven- corpo esponjoso do bulbo à glande
tral) com a uretra em seu interior
Fonte: Netter (2011)
Fonte: Netter (2011)
5.4.1 Ovários
As gônadas femininas, ou órgãos sexuais primários, são os ovários, nos quais são
produzidos os óvulos e secretados os hormônios estrógeno e progesterona.
Cada ovário é oval e ligeiramente menor do que os testículos e não migram tão
extensivamente durante o desenvolvimento embrionário como eles. Pelo contrário, os
ovários descem apenas um pouco até a pelve e ficam localizados junto à parede lateral de
cada lado do útero. Os ovários são mantidos nessa posição por vários ligamentos. O maior
deles é o ligamento largo que também dá suporte às tubas uterinas, ao útero e à vagina.
Os ovários são suspensos na face posterior do ligamento largo pelo mesovário que é uma
pequena dobra de peritônio. Uma faixa fibrosa chamada ligamento próprio do ovário, está
localizada junto ao ligamento largo e se estende da margem súpero lateral do útero até
o ovário. As margens laterais do ligamento largo
formam uma prega ou ligamento suspensor do
ovário que fixa o ovário à parede pélvica. Por este
ligamento os vasos alcançam o ovário.
O peritônio que cobre a superfície do
ovário é composto de células simples cuboidais,
relativamente pequenas, ao contrário das células
pavimentosas típicas do restante do peritônio.
Esta cobertura epitelial externa do ovário é
chamada epitélio germinativo. Esse epitélio,
mesmo tendo esse nome, não dá origem a
células germinativas. Abaixo desse epitélio
Figura 108: Ovários, tubas uterinas e útero.
encontra-se uma camada de tecido conjuntivo
Fonte: Netter (2011)
fibroso, a túnica albugínea. O ovário, em si, pode
104
ser dividido numa camada externa, o córtex, envolvendo a medula central.
No nascimento, o córtex de cada ovário contém centenas de milhares de óvulos
imaturos em pequenas esferas individuais compostas de uma única camada de células.
Cada uma delas é um folículo primário. Suas células envoltórias são as células foliculares.
A maioria desses folículos permanece como folículos primários até depois da puberdade,
que geralmente ocorre entre 12 e 15 anos.
105
5.4.3 Útero
O útero é órgão ímpar, oco, com a forma de uma pêra, que recebe as tubas uterinas
nos seus ângulos laterais superiores. Comunica-se inferiormente com a vagina. A porção
superior do útero é chamado corpo do útero. Abaixo do corpo o útero se estreita formando
o istmo e, quando se junta à vagina, chama-se óstio do útero. A região em forma de cúpula
do corpo uterino acima e entre os pontos de entrada das tubas uterinas é chamado fundo
do útero.
O útero está localizado na pelve, atrás da bexiga e à frente do sigmoide e do reto. As
camadas de peritônio que recobrem o útero anterior e posteriormente fundem-se ao longo
de suas margens laterais e se estendem para as paredes laterais e assoalho da cavidade
pélvica como o ligamento largo. A porção do ligamento largo que está abaixo do mesovário
e ancora o útero é chamada de mesométrio.
Os ligamentos redondos são auxiliares
do ligamento largo na manutenção do útero
na sua posição. Os ligamentos redondos são
faixas fibrosas justapostos ao ligamento
largo e se estendem desde as margens
laterais do útero próximo às junções com as
tubas uterinas, e através do canal inguinal,
até os grandes lábios.
Os ligamentos não prendem
firmemente o útero em seu lugar, ao
contrário, permitem que tenha movimentos
limitados. Normalmente, o útero está fletido
para a frente, com seu eixo longitudinal
Figura 110: Posição do útero na cavidade pélvica formando um ângulo de 90° com o eixo
Fonte: Netter (2000) maior da vagina. Esta angulação pode variar
em função do preenchimento da bexiga e do reto. Ângulos anormais de flexão, para frente
ou para trás, podem interferir na circulação sanguínea do útero, causando menstruação
dolorosa.
Os ligamentos não conferem maior suporte ao útero. Seu principal suporte está
situado abaixo: os músculos e membranas que formam o assoalho da cavidade pélvica,
o diafragma pélvico e o diafragma urogenital. Estes músculos estão aderidos no centro
tendíneo do períneo que é um tendão circular posteriormente à abertura vaginal. Se esta
área está enfraquecida, como ocorre algumas vezes durante o parto, o útero pode mover-
se para baixo através da vagina, formando o prolapso do útero.
As artérias uterinas são ramos das artérias ilíacas internas, passam pelo ligamento
largo para alcançar a porção cervical do útero. Daí seguem as margens laterais para cima
até o istmo das tubas uterinas, onde dão origem a ramos tubários e ovarícios.
A parede do útero consiste de três camadas. É recoberto por uma camada serosa
formada pelo peritônio que é dobrado para trás do útero a partir do ligamento largo e
que se chama perimétrio. Abaixo do perimétrio está uma espessa camada muscular
chamada de miométrio. O miométrio que forma quase toda a espessura da parede do
útero. É composto de feixes de musculatura lisa dispostas em várias direções e se contraem
fortemente durante o parto e durante a menstruação.
106
O endométrio reveste a cavidade
do útero e é formado por epitélio de
células cilíndricas ciliadas. Glândulas
uterinas tubulares são formadas a partir de
invaginações da superfície deste epitélio.
Estas glândulas se estendem para o interior
da parede numa espessa lâmina própria
referida como estroma endometrial. O
endométrio é formado por uma camada
funcional e outra basal. A camada funcional
é espessa e superficial e a camada basal é
delgada e profunda. A camada funcional sofre
Figura 111: Anatomia do útero acentuadas alterações no desenvolvimento
Fonte: Netter (2011) durante o ciclo menstrual. Em cada ciclo
menstrual, esta camada se espessa e torna-se repleta de sangue na tentativa de se preparar
para receber um óvulo fertilizado. A camada funcional do óvulo se desprende e é expelida
com o fluxo menstrual se o óvulo não for fecundado.
5.4.4 Vagina
A vagina é o canal que comunica o útero
ao meio externo (Fig. 112). A túnica muscular
lisa da parede da vagina é muito mais delgada
do que a túnica muscular do útero. A mucosa
que reveste a vagina tem uma camada
superficial protetora do epitélio estratificado
pavimentoso, como é típico de todos os
canais do corpo que se abrem para o meio
externo. A mucosa vaginal prolifera durante
o ciclo menstrual de maneira semelhante
às mudanças endometriais do útero, mas é
consideravelmente menos desenvolvida do
que a do útero. A mucosa da vagina contém
Figura 112: Canal da vagina comunica o útero ao meio ex-
terno
numerosas pregas transversais ou rugas
Fonte: Netter (2011) vaginais.
Perto da entrada da vagina existe
o hímem (Fig. 113) que é uma espécie de
membrana formada por uma prega vascular.
Geralmente, o hímem bloqueia parcialmente
a entrada da vagina, mas em alguns casos,
fecha completamente o orifício. O hímem, que
é distendido e dilacerado durante o intercurso
Figura 113: Tipos de Hímem|
sexual, pode também ser rompido por outros
Fonte: Netter (2011)
meios, porém, em casos especiais, o hímem não se rompe durante o ato sexual e, por este
motivo, sua presença ou ausência não podem ser tomadas como provas irrefutáveis ou
não da virgindade.
107
A luz da vagina é pequena, estreita, e as paredes que a rodeiam estão em contato
entre sí. O canal é capaz de considerável distensão, entretanto, seja quando a vagina recebe
o pênis durante o intercurso sexual, seja quando funciona como canal do parto.
A extremidade superior do canal vaginal forma um recesso que é o fórnice da vagina.
Neste ponto, a vagina envolve o colo do útero. A porção mais longa do recesso está colocada
dorsalmente ao colo e é chamada de fórnice posterior ou parte posterior do fórnice. A parte
anterior, fórnice anterior, e as duas partes laterais, fórnices laterais, não são tão profundas.
5.4.5 Vulva
A vulva é o conjunto dos órgãos sexuais externos femininos. Seus componentes são
os pequenos e grandes lábios, os óstios da vagina e da uretra, o clitóris e o monte do púbis.
O óstio da uretra, embora não tenha relação com a atividade sexual em si, é contado nesta
região devido a sua localização.
O espaço entre os óstios da vagina e da uretra é conhecido como vestíbulo. Nesta
região existem várias glândulas vestibulares que deixam suas paredes úmidas. Os ductos
das glândulas vestibulares maiores, que são homólogas às glândulas bulbouretrais no
homem, são abertas de cada lado do óstio da vagina. De cada lado do óstio da uretra
estão as glândulas vestibulares menores. Essas glândulas maiores e menores, lubrificam o
vestíbulo e facilitam o intercurso sexual.
Devido a ação de estrógenos, há acúmulo de tecido adiposo à frente da sínfise púbica
formando uma elevação conhecida como monte do púbis. A pele sobre o monte do púbis
é coberta por pêlos, a partir da puberdade.
Duas dobras arredondadas, os grandes lábios, “cobrem” quase toda a extensão da
vulva deixando de cobrir a região do monte do púbis e um pouco abaixo dele. A superfície
externa dos grandes lábios é coberta com pêlos já a superfície interna é lisa, sem pêlos, e
úmida por causa da presença de numerosas glândulas sebáceas.
Os pequenos lábios são duas dobras menores localizadas medialmente aos lábios
maiores. Anteriormente, rodeiam o clitóris. Os pequenos lábios são altamente vascularizados
e sem pêlos. Eles circundam o vestíbulo.
O clitóris é uma pequena estrutura
alongada localizada na junção anterior dos
pequenos lábios. A maior parte do corpo do
clitóris está envolta por um prepúcio formado
pelos pequenos lábios. O clitóris é homólogo à
porção dorsal do pênis e, como ele, é formado
por tecido erétil. Sua porção livre e exposta
recebe o nome de glande, tal qual no pênis.
O clitóris não contém corpo esponjoso.
É constituído apenas por dois corpos
cavernosos. No homem, o corpo esponjoso
do pênis envolve a uretra mas na mulher,
esta estrutura é desnecessária pois a uretra
Figura 114: Anatomia da vulva feminina não “passa” pelo clitóris. Ramos dos
Fonte: Netter (2011) corpos cavernosos do clitóris fixam-no nas
regiões púbica e isquiática dos dois ossos ilíacos. O clitóris, que é muito sensível ao toque,
torna-se repleto de sangue e rígido quando estimulado, contribuindo para o estímulo
108
sexual da mulher.
Logo profundamente aos lábios encontram-se duas massas alongadas de tecido
erétil chamadas de bulbo do vestíbulo. O bulbo é homólogo ao corpo esponjoso do pênis e
ao bulbo do pênis, estende-se de cada lado do orifício vaginal. Durante o estímulo sexual,
o bulbo se enche de sangue, estreita a abertura da vagina e comprime o pênis durante o
intercurso sexual aumentando a sensação de prazer aos parceiros.
5.4.6 Mama
As mamas envolvem um tecido glandular, mas por participarem ativamente como
órgãos de estímulo sexual e terem função importantíssima na sensualidade feminina,
optamos por falar delas aqui, neste capítulo embora saibamos que as mamas não têm
função reprodutiva.
As mamas são um conjunto de estruturas que têm como objetivo principal, proteger
as glândulas mamárias e servir de meio de extravasamento de seu produto final: leite
materno.
Ela é órgão duplo, direita e esquerda,
localizada à frente dos músculos peitorais
maiores e sustentada por eles. Ao centro
de cada mama, existe uma saliência de
coloração mais escura que são os mamilos.
Cada mamilo é cercado por um anel (aréola)
que possui pequenas elevações provocadas
por prolongamentos de glândulas sebáceas
que excretam uma secreção serosa para
prevenir ressecamentos e rachaduras durante
a amamentação. Nos mamilos desembocam
ductos lactíferos provenientes das glândulas
mamárias.
Estruturalmente, as mamas são
constituídas de glândulas mamárias
revestidas por tecido adiposo, sustentado por
Figura 115: Anatomia da mama estroma conjuntivo. As glândulas mamárias
Fonte: Netter (2011) são formadas por cerca de 20 lobos túbulo
alveolares que drenam através do ducto lactífero até o mamilo.
109
GLOSSÁRIO
- Adrenal – Glândula endócrina localizada acima de cada rim.
- Alça de Henle – Estrutura reta localizada após o túbulo contorcido proximal que se dirige
para a pirâmide localizada na medula renal.
- Alça dos Néfrons – Mesmo que Alça de Henle.
- Aldosterona – Hormônio produzido no córtex da glândula adrenal que atua sobre os tú-
bulos renais determinando maior absorção de sódio que, por sua vez, determina maior
absorção de água.
- Ampôla uterina – Parte mais larga da tuba uterina que se curva ao redor do ovário. É onde
ocorre a fecundação.
- Angiotensina – Proteína plasmática.
- Angiotensinogênio – Glicoproteína produzida principalmente pelo fígado.
- Ângulo lateral superior do útero – Região onde abrem as tubas uterinas no útero.
- Aparelho justaglomerular – Estrutura formada pela junção das células justaglomerulares
com a mácula densa.
- Assoalho pélvico – Diafragma urogenital.
- Aparelho genitourinário ou geniturinário – Conjunto de estruturas que, na verdade, for-
mam dois outros sistemas (urinário e reprodutor) que por suas características anatômico
funcionais são classificadas como pertencentes a uma estrutura maior, o aparelho geni-
turinário.
- Aréola – Anel que cerca cada mamilo. Possui pequenas elevações provocadas por prolon-
gamentos de glândulas sebáceas que excretam secreção serosa para prevenir resseca-
mentos e rachaduras durante a amamentação.
- Bacinete – Mesmo que pelve renal.
- Bolsa escrotal – Bolsa que protege os testículos.
- Bulbo do pênis – Extremidade proximal do corpo esponjoso do pênis.
- Bulbo do vestíbulo – Duas massas alongadas de tecido erétil localizadas profundamente
aos lábios. É homólogo ao corpo esponjoso do pênis e ao bulbo do pênis.
- Cálice renal maior – Câmara formada pela junção dos cálices renais menores. Existem
dois ou três cálices maiores em cada rim. Os cálices maiores se juntam para formar a pelve
renal.
- Cálice renal menor – Câmara em forma de funil que se juntam para formar os cálices re-
nais maiores. Existem oito a 13 cálices menores em cada rim.
- Camada mucosa – Camada mais interna do ureter.
- Camada muscular – Camada média do ureter formada por músculos lisos que ao contra-
írem empurram a urina em direção à bexiga.
- Canal ou ducto deferente – Canal que transporta os espermatozoides do epidídimo até a
vesícula seminal.
- Cápsula adiposa – Camada do rim que envolve a cápsula fibrosa.
- Cápsula de Bowman – Cápsula fibrosa que reveste o glomérulo.
- Cápsula fibrosa – Camada interna do rim.
- Capuz renal – Formado pela glândula adrenal.
- Células justaglomerulares – São células que têm função de formar a renina e, assim, au-
xiliar no aumento da pressão arterial pois ela é fundamental na conversão do angiotensi-
nogênio em angiotensina I.
- Cérvix – Mesmo que colo do útero.
- Cinina – Mediador químico da inflamação.
- Clitóris – Órgão análogo ao pênis. Quando estimulado provoca prazer à mulher. É formado
por tecidos eréteis.
- Colo do útero – Porção do útero que se abre no canal da vagina.
- Coluna renal – Expansões do córtex renal que se projetam para a medula renal.
- Complexo justaglomerular – Mesmo que aparelho justaglomerular.
110
GLOSSÁRIO
- Camada basal do endométrio – Camada mais interna do endométrio que não se es-
pessa. Esta camada ancora a camada funcional do endométrio.
- Camada fibrosa – Camada mais externa do ureter.
- Camada funcional do endométrio – Camada espessa e superficial do endométrio. So-
fre acentuadas alterações no desenvolvimento durante o ciclo menstrual. Em cada ciclo
esta camada se espessa e torna-se repleta de sangue na tentativa de se preparar para
receber o óvulo fecundado.
- Corpo adiposo para-renal – Acúmulo de gordura externamente à fáscia renal.
- Corpos cavernosos – Estruturas formadas de tecido erétil que contém a maior parte do
sangue do pênis humano durante a ereção. Também são presentes no clitóris.
- Corpo do útero – Parte superior do útero.
- Corpo esponjoso – Estrutura erétil do pênis localizado em sua região ventral. Por toda a
extensão do corpo esponjoso a uretra está contida nele. A extremidade distal do corpo
esponjoso forma a glande e a extremidade proximal forma o bulbo do pênis.
- Corpúsculo renal – Estrutura formada pela união da cápsula de Bowman e o glomérulo.
- Córtex renal – Camada externa do rim situada logo abaixo da cápsula fibrosa.
- Creatinina – Produto da degradação da fosfocreatina (creatina fosforilada) presente
nas proteínas dos músculos.
- Criptorquidismo – Quando um ou os dois testículos permanecem na cavidade pélvica.
- Diafragma urogenital – Mesmo que assoalho pélvico.
- Dobras ou eminências labioescrotais – Dobras da parede abdominal que se localizam
abaixo do pênis, na porção anterior do triângulo urogenital do períneo.
- Ducto eferente – Transporta os espermatozoides dos testículos até o epidídimo.
- Ducto ejaculatório – Canal que comunica a vesícula seminal com a próstata.
- Ducto excretor – Pequeno ducto ou canal que “sai” da vesícula seminal e se une ao ca-
nal deferente para formar o ducto ejaculatório.
- Ducto lactífero – Ductos ou canais provenientes das glândulas mamárias que desem-
bocam nos mamilos.
- Eletrólito – íon ou sal presentes no sangue, no líquido intersticial e no interior das células
transportando uma carga elétrica própria.
- Endométrio – Parede interna do útero.
- Epidídimo – Primeira porção do sistema de ductos que transporta os espermatozoides
dos testículos para o exterior do corpo. O epidídimo armazena os espermatozoides.
- Equilíbrio ácido-base – Processo complexo e essencial para manutenção do pH extrace-
lular estável que permita o normal funcionamento celular.
- Equilíbrio eletrolítico – Quantidade normal de eletrólitos após uma perda natural.
- Equilíbrio hídrico – Quantidade normal de líquido após uma perda natural, ou seja, a
quantidade de líquido perdida não pode ser maior do que a quantidade de líquido in-
gerido e nem muito menor.
- Eritropoetina – Hormônio secretado pelo rim que, em pessoas saudáveis, estimula a
medula óssea a elevar a produção de hemácias.
- Escroto – Mesmo que bolsa escrotal.
- Espermatogênese – Processo de formação dos espermatozoides.
- Espermatozóide – Gameta masculina. Célula sexual masculina.
- Estroma endometrial – Prolongamentos das glândulas uterinas tubulares para o inte-
rior da parede formando uma espessa lâmina própria.
- Fáscia renal – Camada mais externa do rim.
- Fímbrias – Pequenas projeções digitiformes presentes no óstio abdominal da tuba ute-
rina.
- Folículo primário – Óvulos imaturos localizados no córtex do ovário desde o nascimento.
- Fórnice anterior – Recesso localizado ventralmente ao colo do útero.
111
GLOSSÁRIO
- Fórnice da vagina – Recesso formado pela extremidade superior do canal vaginal.
- Fórnice lateral – Recesso localizado lateralmente ao colo do útero.
- Fórnice posterior ou parte posterior do fórnice – Porção mais longa do recesso. Está co-
locada dorsalmente ao colo do útero
- Fossa navicular da uretra – Dilatação da uretra localizada na parte final da glande.
- Fundo do útero – Região em forma de cúpula do corpo uterino acima e entre os pontos
de entrada das tubas uterinas.
- Gametogênese – Processo de formação dos gametas.
- Glande – Extremidade distal do corpo esponjoso do pênis. É coberta pelo prepúcio.
- Glândulas bulbouretrais – Par de pequenas glândulas localizadas abaixo da próstata de
cada lado da parte membranosa da uretra.
- Glândulas mamárias – Glândulas responsáveis pela secreção do leite materno. Estão
presentes nas mamas
- Glândulas uterinas tubulares – Invaginações da superfície do epitélio de células cilíndri-
cas que reveste o endométrio.
- Glândulas vestibulares – Glândulas localizadas no vestíbulo da vulva que a mantêm
sempre úmida.
- Glândulas vestibulares maiores – Glândulas localizadas no vestíbulo da vulva. São ho-
mólogas às glândulas bulbouretrais no homem. São abertas de cada lado do óstio da
vagina.
- Glândulas vestibulares menores – Glândulas localizadas no vestíbulo da vulva que estão
presentes de cada lado do óstio da uretra.
- Glomérulo – Componente do néfron. É uma rede de capilares paralelos que têm função
de filtrar os líquidos orgânicos. É protegido pela Cápsula de Bowman.
- Grandes lábios – Dobras arredondadas da pele com pêlos em sua face externa. Cobrem
quase toda a extensão da vulva. Protegem a abertura da uretra e da vagina.
- Hilo renal – Região por onde entram e saem estruturas no rim.
- Hímem – Membrana formada por uma prega vascular que bloqueia parcialmente a en-
trada da vagina.
- Homeostase – Equilíbrio das funções orgânicas.
- Infundíbulo – Extremidade distal da tuba uterina.
- Intercurso sexual – Ato sexual.
- Istmo da tuba uterina – Porção medial da tuba uterina.
- Istmo do útero – Região localizada abaixo do corpo do útero.
- Ligamento largo – Ligamento que sustentam os ovários, as tubas uterinas, o útero e a
vagina.
- Ligamento próprio do ovário – Faixa fibrosa localizada junto ao ligamento largo que se
estende da margem súpero lateral do útero até o ovário.
- Ligamentos redondos – Ligamentos auxiliares do ligamento largo na manutenção do
útero na sua posição.
- Ligamento suspensor do ovário – Prega formada pelas margens laterais do ligamento
largo que fixa o ovário à parede pélvica. Por este ligamento os vasos alcançam o ovário.
- Mácula densa – Local onde o túbulo contorcido distal toma contato com as células jus-
taglomerulares. Neste local existe uma concentração de núcleos e as células parecem
maiores do que em outras partes do túbulo contorcido distal.
- Mama – Conjunto de estruturas que têm como objetivo principal proteger as glândulas
mamárias e servir de meio de extravasamento de seu produto final: leite materno.
- Mamilo – Saliência localizada ao centro de cada mama por onde sai o leite materno. Tem
coloração mais escura do que a mama.
- Medula renal – Parte dos rins localizada abaixo do córtex renal.
- Menstruação – Descida sanguinolenta da camada interna do útero quando o óvulo não
foi fecundado.
112
GLOSSÁRIO
113
GLOSSÁRIO
114
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Quais estruturas formam o pênis?
a) Epidídimo.
b) Canal deferente.
c) Vesícula seminal.
d) Próstata.
e) Testículos.
a) Ovários.
b) Tuba uterina.
c) Útero.
d) Vagina.
e) Vulva.
a) Ovários.
b) Tuba uterina.
c) Útero.
d) Vagina.
e) Vulva.
a) MIométrio
b) Endométrio.
115
c) Perimétrio.
d) Tuba.
e) Folículo.
a) Tuba de Eustáquio.
b) Tuba ovariana.
c) Tuba ovular.
d) Cérvix.
e) Tuba uterina.
8. A vagina é:
116
06
SISTEMA DE CONTROLE UNIDADE
ORGÂNICO
117
6.1 INTRODUÇÃO
FIQUE ATENTO
Em contraste com as glândulas exócrinas (de secreção externa), cujas secreções são trans-
portadas até seu sítio de ação por ductos, as glândulas endócrinas não têm ductos, são
glândulas de secreção interna. As células das glândulas endócrinas, que são derivadas do
epitélio, liberam seus hormônios diretamente na corrente sanguínea que os distribui pelo
corpo, porém, cada hormônio só tem ação sobre seu órgão alvo.
6.2 HIPÓFISE
118
do crescimento (GH) e a prolactina, as
células basófilas produzem os hormônios
tirotrofina (TSH), folículo estimulante (FSH),
luteinizante (LH) e adrenocoricotrófico
(ACTH). Acredita-se que as células
cromófobas não produzem hormônios.
A neurohipófise produz os seguintes
hormônios: antidiurético (ADH) também
chamado de vasopressina e a oxitocina.
O ADH reduz a quantidade de urina
formada e faz com que haja reabsorção
da água nas estruturas renais formadoras
de urina, auxiliando na retenção de fluido
no corpo. O ADH, em altas concentrações,
promove constrição das arteríolas que
Figura 116: Adeno e Neurohipófise
Fonte: Netter (2011) pode levar a aumento da pressão arterial.
A oxitocina estimula os músculos lisos dos
órgãos reprodutores a se contraírem. Por exemplo: o útero contrai para entrar em trabalho
de parto por ação deste hormônio assim como as células mioepiteliais que envolvem as
formações alveolares das glândulas mamárias se contraem expulsando o leite durante a
lactação.
6.3 TIREÓIDE
A glândula tireóide está localizada na região anterior do pescoço. Ela deriva do epitélio
da base da faringe. Está sustentada desde a região lateral e inferior da cartilagem tireóide
da laringe até as duas primeiras cartilagens da traquéia . É dividida em dois lobos unidos
por uma região central um pouco mais estreita chamada istmo. Tem, portanto, o formato
da letra “H”. É nutrida pelas artérias tireóideas superior e inferior que são ramos da artéria
carótida externa e subclávia, respectivamente. As veias da tireóide enviam sangue venoso
para a veia jugular e braquicefálica.
A glândula tireóide é estimulada a “trabalhar” por ação direta do hormônio
tireotrofina (TSH) secretado pela hipófise. A tireóide produz três hormônios, dois têm ação
no metabolismo corporal e um controla o nível de cálcio e fosfato.
Os hormônios triiodotironina e tiroxina
contêm iodo e são dependentes dessa
substância para um perfeito funcionamento.
A fonte de iodo é a alimentação. A maior parte
dele é absorvido nos folículos da glândula. O
iodo se liga ao aminoácido tirosina para formar
os hormônios tireoidianos (triiodotironina e
tiroxina).
Se três moléculas de iodo se unirem à
tirosina formarão o hormônio triiodotironina,
porém, se quatro moléculas de iodo se
Figura 117: Glândula Tireóide
unirem à tirosina, formarão o hormônio
Fonte: Netter (2011) tetraiodotironina ou tiroxina. O hormônio
119
triiodotironina é também conhecido como T3 e a tiroxina é conhecida como T4.
As ações dos hormônios T3 e T4 estão relacionadas com o metabolismo corporal,
atuam no metabolismo dos carboidratos, das proteínas e dos lipídeos.
A glândula tireóide ainda produz outro hormônio chamado calcitonina e, como
o nome sugere, esse hormônio regula os níveis de cálcio no organismo diminuindo-o,
provavelmente, aumentando ou estimulando a absorção pelos ossos. O mesmo acontece
com o fosfato.
6.4 PARATIREÓIDE
A glândula paratireoide está localizada na face posterior dos lobos da glândula
tireóide. É em número de quatro, duas de cada lado que são nutridas pelas mesmas artérias
que nutrem a tireóide.
A glândula paratireoide produz o hormônio paratireoidiano ou paratormônio que
é um polipeptídeo. Este hormônio controla os níveis de cálcio e fósforo no sangue, assim
como o hormônio calcitonina produzido pela tireóide, porém com mecanismos diferentes.
Enquanto a calcitonina diminui os níveis de cálcio e fosfato estimulando a absorção dessas
substâncias pelo osso, o paratormônio aumenta os níveis de cálcio e diminui o fosfato
devido à excreção renal de fosfato na urina e pela diminuição da excreção de cálcio.
Logo, paratormônio e calcitonina tem mecanismos de ação contrários com relação ao
nível plasmático de cálcio e, por este motivo, mantém os níveis de cálcio nos padrões de
normalidade. O paratormônio ainda favorece a reabsorção óssea, liberando o cálcio dos
ossos pela ação dos osteoclastos. Além dessas ações, o paratormônio faz o metabolismo da
vitamina D nos rins.
O paratormônio é considerado uma das substâncias com ação direta na homeostase
do organismo uma vez que o cálcio é vital para a contração muscular e formação dos
impulsos nervosos.
6.5 ADRENAL
120
A noradrenalina aumenta a força de contração
do coração mas tem maior ação apenas nos vasos
sanguíneos fazendo sua constrição.
As células do córtex da glândula
adrenal produzem os seguintes hormônios:
mineralocorticoides, glicocorticoides, hormônios
sexuais.
Os hormônios mineralocorticoides têm ação
no metabolismo do sódio e do potássio. A aldosterona
é seu principal hormônio. Promove a reabsorção de
sódio e a excreção de postássio nos túbulos renais.
FIQUE ATENTO
Os hormônios glicocorticoides participam do metabolismo dos carboidratos. O cortisol e a
cortisona são os principais hormônios. Eles suplementam e mantem a energia da célula.
Além disto, o hormônio cortisol mantem o corpo em alerta, participa da regulação do sono
vigília, durante o sono, o nível deste hormônio está baixo; esse nível se eleva quando a pessoa
acorda. Quanto maior o nível de cortisol, mais acordado e mais agitado está o indivíduo ra-
zão pela qual esse hormônio é tido como hormônio do estresse.
Os hormônios glicocorticoides têm ação anti-inflamatória no organismo.
As glândulas adrenais ainda produzem compostos androgênicos, hormônios sexuais mascu-
linos e, em pequena proporção, compostos estrogênicos.
6.6 PÂNCREAS
Sobre o pâncreas já discutimos na Unidade V – Sistema Digestório, porém, aqui,
daremos ênfase à função endócrina desta glândula.
O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, tem ação endócrina e exócrina. Em sua ação
endócrina, produz hormônios que participam do metabolismo corporal, principalmente o
metabolismo dos carboidratos e, em sua ação exócrina, produz enzimas digestivas.
As ilhotas do pâncreas possuem três tipos de célu-
las: células alfa que produzem o hormônio glucagon,
células beta que produzem o hormônio insulina e
célula delta que produzem hormônio somatosta-
tina. O hormônio somatostatina é um neurotrans-
missor que inibe a ação do glucagon e da insulina
(TORTORA; DERRICKSON, 2013).
O glucagon é um polipeptídeo que tem ação oposta à insulina. O glucagon promove
a hiperglicemia por diminuição da oxidação da glicose. A ação principal do glucagon é a
estimulação do glicogênio no fígado.
A insulina é uma proteína que favorece a hipoglicemia pois diminui os níveis de
121
glicose no sangue favorecendo a absorção dela pelas células. Além disto a insulina previne
o excesso de formação do glicogênio no fígado e no músculo e influi no metabolismo dos
lipídeos e das proteínas.
A liberação dos hormônios glucagon e insulina está relacionada com níveis de
glicose no sangue, porém de forma contrária: se o nível de glicose sobe, o pâncreas libera
a insulina; se o nível de glicose desce, o pâncreas libera o glucagon.
6.7 GÔNADAS
122
bulbo) e cerebelo. O cérebro, por sua vez, é formado pelo telencéfalo e diencéfalo. (KANDEL;
SCHWARTZ; JESSELL, 2003).
6.8.1.1 Elencéfalo
O cérebro é formado pelo telencéfalo e o diencéfalo . O telencéfalo é a parte visível e
periférica do cérebro, compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo. Pelo
desenvolvimento do cérebro, o diencéfalo fica localizado em uma região central, envolvido
pelo próprio cérebro e fazendo parte integrante dele.
123
Figura 121: Lobos do Cérebro Figura 122: Lobo da ínsula
Fonte: Netter (2011) Fonte: Netter (2011)
Figura 124: Sulco central separando os giros Figura 125: Sulco parieto occipital separando o lobo pa-
pré e pós central rietal do lobo occipital
Fonte: Netter (2011) Fonte: Netter (2011)
124
motora, área frontal de associação e área motora para a fala (área de Brocá). No lobo parietal
existem a área sensitiva primária (giro pós central), área de associação somática, áreas que
controlam a fala e a leitura. No lobo temporal existem a área auditiva primária e área de
associação auditiva. Já no lobo occipital temos as áreas visual primária e de associação
visual.
FIQUE ATENTO
No cérebro ainda existem cavidades preenchidas por líquido cerebroespinhal ou cefalorra-
quidiano que são os ventrículos laterais. Os ventrículos encefálicos são projeções do tubo
neural primitivo. Todos os ventrículos encefálicos possuem uma rede de capilares chamada
de plexo coroide que, em conjunto com as células de epêndima ou células ependimárias,
produzem o líquido cefalorraquidiano, também conhecido como Líquor.
6.8.1.3 Diencéfalo
É a parte central e não visível. Suas principais porções são: tálamo, hipotálamo e o
epitálamo.
125
FIQUE ATENTO
O tálamo são duas massas em formato ovóide, de substância cinzenta, que forma as pare-
des laterais do terceiro ventrículo. Os dois tálamos (direito e esquerdo) estão interligados por
duas massas talâmicas chamadas aderência intertalâmica. O tálamo é um centro sensitivo.
A única informação sensitiva que não “passa” pelo tálamo é o olfato. Todas as outras sensa-
ções (visão, audição, paladar, tato) obrigatoriamente “passam” pelo tálamo e daí seguem
seu curso para o local do córtex cerebral onde será interpretado.
O epitálamo, por sua vez, é a região dorsal do diencéfalo, acima do tálamo. É repleto
de plexo coroide.
126
6.8.1.4 Sistema Límbico
6.8.1.5 Mesencéfalo
O mesencéfalo, que significa encéfalo médio, é uma região curta, de transição entre
o encéfalo anterior e o posterior. Em seu interior, existe um pequeno canal chamado de
aqueduto do mesencéfalo ou aqueduto cerebral ou ainda, aqueduto de Sylvius que conecta
(une) o terceiro ventrículo (localizado no diencéfalo) ao quarto ventrículo.
Na região anterior do mesencéfalo
existem duas estruturas cilíndricas conhecidas
como pedúnculos do cérebro. Os pendúculos
são formados por fibras nervosas motoras e
sensitivas. As fibras motoras do pedúnculo vão
da área motora primária do córtex cerebral para
a ponte e medula espinhal e as fibras sensitivas
partem da medula espinhal para o tálamo.
No interior do mesencéfalo, entre os
pedúnculos e o aqueduto de Sylvius existe uma
pequena área de substância cinzenta chamada
núcleo rubro que funciona como uma estrutura
Figura 129: Mesencéfalo, ponte, bulbo, cerebelo que coordena impulsos entre o cerebelo
Fonte: Netter (2011) e os hemisférios cerebrais, favorecendo a
coordenação motora e o equilíbrio.
6.8.1.6 Metencéfalo
As principais estruturas do metencéfalo são a ponte e o cerebelo . O metencéfalo é
a região superior do encéfalo posterior. O aqueduto de Sylvius se prolonga para o quarto
ventrículo do metencéfalo. A região inferior do quarto ventrículo vai até o mielencéfalo
(bulbo).
127
6.8.1.7 Ponte
A ponte é uma região localizada na superfície ventral do metencéfalo. É formada por
feixes de tratos nervosos e vários núcleos. A ponte funciona como um meio de união e faz
a conexão entre o cérebro, tronco encefálico e o cerebelo proporcionando conexões entre
níveis altos e baixos do Sistema Nervoso Central.
6.8.1.8 Cerebelo
O cerebelo é a região do metencéfalo localizado na região póstero inferior do encéfalo
. Está posicionado abaixo dos lobos occipital e temporal. Está separado dos hemisférios
cerebrais por uma membrana chamada tentório (tenda) do cerebelo.
O cerebelo é formado por dois
hemisférios unidos por uma estrutura
chamada verme cerebelar. A superfície
do cerebelo é de substância cinzenta
(córtex do cerebelo). O cerebelo também
possui fissuras e sulcos, assim como os
hemisférios cerebrais com uma diferença:
as fissuras cerebelares são paralelas o que
dá um aspecto de placas achatadas. Entre
as fissuras existem saliências chamadas
folhas cerebelares.
Figura 130: Pedúnculos cerebelares O cerebelo está unido ao mesencéfalo
Fonte: Adaptado de Nobeschi (2010) por dois tratos denominados pedúnculos
cerebelares rostrais ou superiores, está
unido à ponte por dois pedúnculos cerebelares médios e, ao bulbo, pelos pedúnculos
cerebelares caudais ou inferiores.
O cerebelo coordena funções de coordenação motora, equilíbrio corporal e,
juntamente com os núcleos da base realizam a planejamento motor.
6.8.1.9 Miencéfalo
O mielencéfalo é a divisão da extremidade inferior do encéfalo. É também conhecido
como medula oblonga ou bulbo . As três regiões inferiores do encéfalo (mesencéfalo,
ponte e bulbo) formam o tronco do encéfalo ou tronco encefálico . O bulbo prolonga-se
para baixo formando a medula espinhal. No interior do bulbo existe uma cavidade que
é a porção inferior do quarto ventrículo que continua pelo interior da medula espinhal
formando canal central da medula ou canal medular.
Meneses, 2011 ensinou que “acima da face ventral
do bulbo existem duas colunas formadas por tratos
de fibras nervosas chamadas pirâmides. As pirâmi-
des possuem os mesmos tratos motores dos pe-
dúnculos do cérebro. Esses tratos levam impulsos
nervosos motores voluntários do córtex do cérebro.
Alguns desses tratos “descem” do mesmo lado, pela
medula espinhal formando os tratos córticoespi-
128
nhais; outros cruzam a linha média, “descendo” pelo
outro lado, pela medula espinhal. Esse “cruzamen-
to” é chamado decussação das pirâmides e é visí-
vel na região ventral do bulbo. Como consequência
da decussação das pirâmides, áreas motoras de um
lado do córtex cerebral controlam os movimentos
do lado oposto do tronco”.
FIQUE ATENTO
A formação reticular é considerada como um sistema ativador ou de alerta pois exerce con-
trole sobre o córtex do cérebro. Esta ação como sistema ativador ou de alerta é essencial na
manutenção e controle do estado de alerta e vigília.
Na formação reticular do bulbo estão os centros bulbares que são grupos de neurônios
que controlam muitas funções vitais como frequência cardíaca, respiração, dilatação e
constrição dos vasos sanguíneos, tosse, deglutição e vômito.
129
substância branca e na região central, formando a letra “H” é a substância cinzenta .
A medula espinhal está protegida pelo canal vertebral
que é um canal formado pela justaposição dos forames
vertebrais dos ossos da coluna (Fig. 131). Ela prolonga-se do
forame magno (acidente anatômico do osso occipital) até
a primeira ou segunda vértebras lombares. Um filamento
terminal continua do cone da medula (região distal) até o
cóccix.
O prolongamento final da medula espinhal é formado
por um conjunto de raízes nervosas lombares e sacrais que
possuem aspecto de rabo de cavalo, daí o nome cauda equina.
Na medula espinhal existem duas regiões dilatadas,
uma superior e outra inferior. A superior é chamada de
intumescência cervical de onde saem nervos para os membros
superiores. Esses nervos formam o plexo braquial. A inferior
é chamada de intumescência lombar de onde saem nervos
Figura 132: Intumescências da me-
dula espinhal para os membros inferiores . Esses nervos formam o plexo
Fonte: Netter (2011) lombosacral ou lombosacro
Pela medula “sobem” até o encéfalo tratos ascendentes ou sensitivos e “descem”
tratos descendentes ou motores .
Os tratos ascendentes levam impulsos aferentes ou
sensitivos de receptores periféricos sensitivos para vários
centros do encéfalo. Esses tratos são formados, em sua maioria,
por três neurônios sucessivos que são neurônio de primeira,
de segunda e o de terceira ordem. Os neurônios de primeira
ordem possuem dendrito no nervo espinhal e o corpo celular
no gânglio da raiz dorsal. Os neurônios de segunda ordem
possuem o corpo localizado na medula espinhal ou no bulbo.
Os neurônios de segunda ordem fazem a ponte entre os
neurônios de primeira ordem com os de terceira ordem pois
enviam o impulso nervoso do neurônio de primeira ordem ao
de terceira ordem. Os neurônios de terceira ordem possuem
seus corpos localizados no tálamo. Os neurônios de terceira
ordem transmitem (enviam) impulsos sensitivos ao córtex
cerebral onde eles alcançam níveis consciente.
Os tratos espinhais ascendentes cruzam a linha média e
Figura 133: Trato descendente ou passam para o outro lado do encéfalo, seja ao nível de entrada
motor
na medula espinhal ou no interior do bulbo (decussação
Fonte: Netter (2011)
das pirâmides). Com isso, impulsos sensitivos iniciados em
receptores do lado direito do corpo são interpretados no córtex do lado esquerdo e impulsos
do lado esquerdo são interpretados no lado direito.
Os principais tratos ascendentes da medula são: fascículo grácil, fascículo cuneiforme,
tratos espinotalâmicos e espinocerebelares.
Os fascículos grácil e cuneiforme (Fig. 134) estão localizados na região posterior
da medula, são pertencentes ao funículo posterior, levam impulsos sensitivos referentes
a posição muscular, articular e tato fino de diversas partes do corpo. Esses fascículos
130
levam mensagens proprioceptivas, ou
seja, informações capazes de determinar
a posição de uma parte do corpo sem ser
necessário olhar para ela. Essas informações
também permitem localizar o local ou área
corporal que está sendo tocado sem que o
indivíduo necessite olhar para ele e auxilia na
identificação da qualidade do objeto que está
Figura 134: Fascículos Grácil e Cuneiforme tocando o corpo como forma, textura, peso.
Fonte: Martin (2013) O grácil e o cuneiforme recebem impulsos
gerados por proprioceptores localizados nos músculos e articulações bem como de
mecanoceptores localizados na pele.
O fascículo cuneiforme, localizado lateralmente ao grácil, transmite esses impulsos
vindos dos membros superiores, tronco e pescoço e o grácil transmite impulsos de
receptores dos membros inferiores e parte inferior do tronco.
As fibras do grácil e do cuneiforme fazem sinapse no bulbo, em uma região conhecida
como núcleo do grácil e núcleo do cuneiforme, respectivamente.
Os neurônios de segunda ordem que “saem” dos núcleos do grácil e do cuneiforme
passam para o outro lado do bulbo formando um trato chamado leminisco medial que
fazem sinapse no tálamo com neurônios de terceira ordem que “sobem” ao córtex do giro
pós central.
FIQUE ATENTO
A maioria dos neurônios de segunda ordem dos tratos espinotalâmicos (medula em direção
ao tálamo) cruzam para o lado oposto da medula depois de terem feito sinapse com neurô-
nios sensitivos dos nervos espinhais e “sobem” pela substância branca da medula. Esses tra-
tos espinotalâmicos são o lateral e o ventral. As fibras desses tratos fazem sinapse no tálamo
e “sobem” até o giro pós central. O trato espinotalâmico lateral leva impulsos de dor e tempe-
ratura e o espinotalâmico ventral leva impulsos de tato e pressão!
FIQUE ATENTO
Aferência ou aferente são informações sensitivas. Da periferia para o córtex cerebral, portan-
to, VIA ASCENDENTE
Eferência ou eferente são informações motoras (respostas). Do córtex para a periferia, por-
tanto, VIA DESCENDENTE
131
Enquanto os tratos ascendentes levam a aferência (impulsos aferentes ou sensitivos)
ao córtex cerebral para se tornarem conscientes, fibras dos tratos descendentes trazem
a eferência (impulsos eferentes ou motores), ou seja, neurônios dos tratos descendentes
levam impulsos do encéfalo para os neurônios motores que controlam a ação dos músculos
estriados esqueléticos. Todos esses tratos são piramidais, cruzam para o lado oposto e
apresentam dois ou três neurônios consecutivos.
Existem dois tipos de tratos descendentes: tratos piramidais e extrapiramidais. Os
tratos piramidais se originam do córtex do giro pré-central e os extrapiramidais se originam
de várias regiões do córtex cerebral e áreas subcorticais. Esses tratos não “passam” pelas
pirâmides e descem pelo mesmo lado de onde foram gerados.
Os tratos piramidais são os corticoespinhais (córtex à medula) e os tratos
extrapiramidais são o rubroespinhal (núcleo rubro à medula), vestibuloespinhal (sistema
vestibular à medula), tectoespinhal (tenda do cerebelo à medula) e olivoespinhal (núcleos
olivares à medula).
Em geral, os tratos piramidais controlam movimentos de precisão do corpo e os
extrapiramidais controlam a postura e o equilíbrio.
Os tratos corticoespinhais se originam do córtex cerebral e “descem” à medula
espinhal, antes, porém, passam (maioria) pela pirâmide no bulbo e cruzam para o lado
oposto, e formam o trato corticoespinhal lateral. Existem tratos que não cruzam para o lado
oposto, descem “retos” pelo bulbo formando o trato corticoespinhal ventral até a medula.
Somente na medula espinhal, as fibras do trato corticoespinhal ventral passam para o lado
oposto. Os dois tratos corticoespinhais enviam mensagens motoras aos músculos estriados
esqueléticos.
Os tratos corticoespinhais levam impulsos nervosos ao corno anterior da medula
espinhal. Existem terminologias que além de auxiliarem na percepção de certas estruturas,
ajudam também na localização delas, é o caso dos neurônios motores superiores ou primeiro
neurônio e neurônios motores inferiores ou segundo neurônio. Os neurônios motores
superiores ou primeiro neurônio estão localizados no córtex cerebral, mais precisamente
no giro pré-central e o segundo neurônio ou neurônio motor inferior está localizado ou
no tronco encefálico ou na porção anterior da medula espinhal. A atividade do neurônio
motor inferior é regulada pelo neurônio motor superior. O segundo neurônio motor,
localizado no tronco encefálico, leva impulsos nervosos aos músculos esqueléticos da face,
boca, garganta e língua e os localizados no corno anterior da medula levam impulsos aos
músculos esqueléticos dos membros superiores e inferiores.
132
as estruturas do SNC não “tocam” no osso.
A proteção biológica é dado pelas células de defesa, do sistema imunológico do
indivíduo, bem como da barreira hematoencefálica.
Em alguns casos, a mesma estrutura de proteção contra uma agressão em particular,
é capaz de proteger também contra outra, é o caso do líquor (proteção química e mecânica)
e da barreira hematoencefálica (proteção biológica e química).
6.8.1.13 Meninges
As meninges são membranas formadas de tecido conjuntivo, que envolvem o
Sistema Nervoso Central. São em número de três, dura máter, aracnoide e pia máter.
A dura máter é a mais externa e como o
próprio nome sugere, ela é mais resistente. No
encéfalo, a dura máter está quase aderida aos
ossos do crânio, mas na medula espinhal existe
um espaço maior entre ela e as vértebras. A
dura máter envolve toda a extensão do Sistema
Nervoso Central, inclusive a cauda equina e se
estende lateralmente para envolver cada nervo
espinhal em sua “saída” da medula, ou “chegada''.
A aracnoide é a meninge que se localiza entre as outras duas, dura máter e pia máter.
Está intimamente aderida à superfície da dura máter mas é separada por um espaço
diminuto chamado espaço subdural (abaixo da dura máter) . Entre a aracnoide e a pia
máter existe um espaço chamado de espaço subaracnoide (abaixo da aracnoide). Nesse
espaço contém o líquor, líquido cefalorraquidiano.
133
A pia máter é a meninge mais interna.
É uma fina camada de membrana vascular
formada por tecido conjuntivo frouxo. Essa
meninge “mergulha” profundamente nos
sulcos e fissuras do encéfalo. Nos ventrículos
cerebrais a pia máter se diferencia e juntamente
com as células ependimárias formam o plexo
coroide.
Figura 138: Aracnoide. Em destaque os grânulos da aracnoide
Fonte: Netter (2000)
6.8.1.14 Líquor
O líquor, conhecido também como liquido cefaloespinhal ou cefalorraquidiano,
é produzido no plexo coroide de acordo com a necessidade. É estéril e totalmente
transparente, cristalino. Tem a função de proteção química e hidráulica além de hidratação
de todo o Sistema Nervos Central.
O líquor e formado por uma solução salina com baixo número de proteína e células
e, como é um líquido totalmente cristalino, qualquer mudança nessa característica ou na
turvidez ou ainda se existirem partículas em suspensão indica algum dano no Sistema
Nervoso Central.
O líquido cefalorraquidiano circula
por todo o Sistema Nervoso Central
hidratando toda área por onde “passa”. É
produzido no plexo coroide, localizados nos
ventrículos cerebrais e “descem” passando
pelo aqueduto de Sylvius até alcançar o
canal medular. Quando atinge seu ponto
mais extremo, o líquor “sobe” pela periferia
da medula espinhal, de forma helicoidal
até o encéfalo. O líquor circula pelo espaço
subaracnóide e é absorvido em cada ciclo
nos grânulos da aracnoide. Em cada “volta
completa” do líquor, o conteúdo que foi
absorvido é “reposto” de forma que o volume
deste líquido é sempre constante
134
6.8.1.15 Barreiras hematoencefátlicas
A barreira hematoencefálica é uma barreira, de fato, formada por células endoteliais
do sistema vascular e da glia, especificamente os astrócitos . A barreira hematoencefálica
bloqueia a entrada de substâncias químicas e microorganismo. É claro que não é
uma proteção infalível pois ela tem permeabilidade seletiva. Alguns medicamentos
ultrapassam a barreira hematotencefálica para agirem no Sistema Nervoso Central é o
caso de tranquilizantes e alguns anti histamínicos, etc. Da mesma forma, microorganismos
causadores de doença conseguem atravessar esta barreira causando meningite ou
encefalite, por exemplo.
A permeabilidade seletiva da barreira hematoencefálica acrescenta dificuldades
às moléculas que tentam atravessá-la. Esta
permeabilidade é devido a existência de células do
endotélio vascular e de suas enzimas. Somente a água,
glicose, moléculas minúsculas lipossolúveis, oxigênio
e gás carbono conseguem facilmente ultrapassar a
barreira hematoencefálica, ou seja, têm trânsito livre
pela barreira.
Além disto, a barreira hematoencefálica
tem ação neuroimune pois secreta citocinas e
prostaglandina.
Figura 140: Barreira hematoencefálica
Fonte: Netter (2007)
135
6.8.2.1 Nervos cranianos
Doze pares de nervos cranianos “emergem” do encéfalo. A maioria deles tem função
mista. Embora sejam originados no encéfalo, os corpos dos neurônios se localizam nos
gânglios, fora do Sistema Nervoso Central. Em alguns nervos eferentes, seus neurônios
motores inervam músculos estriados esqueléticos. Esses neurônios fazem parte dos
neurônios motores somáticos porque as estruturas que eles inervam (músculo estriado
esquelético) têm controle voluntário.
136
ao córtex visual dos lobos occipitais.
137
meato acústico interno. Dirige-se anteriormente abaixo da glândula parótida e se divide
em numerosos ramos que inervam os músculos da face e do crânio. É um nervo misto.
Sua parte motora inerva os músculos da face e do crânio e sua parte sensitiva se origina de
receptores para o paladar localizados nos dois terços anteriores da língua.
O nervo facial ainda conduz neurônios motores viscerais (parassimpáticos) para a
glândula lacrimal, glândulas na mucosa nasal e as glândulas salivares submandibular e
sublingual.
É o único par de nervo craniano que tem ação além das estruturas da cabeça e do
pescoço. Origina-se no bulbo, passa pelo forame jugular, desce ao lado da faringe. Após
deixar o pescoço, dirige-se para o tórax e abdome.
O décimo par de nervo craniano leva impulsos motores para músculos de contração
voluntária da faringe e laringe e impulsos sensitivos de receptores para o paladar localizados
próximo da base da língua.
O nervo vago ainda tem ampla distribuição parassimpática inervando músculos
de contração involuntária das vísceras torácicas e abdominais. Também possui fibras
sensitivas, provenientes das vísceras que, normalmente não se tornam conscientes. Além
138
disto, regulam a frequência cardíaca, respiração, pressão sanguínea, processos digestivos,
etc. Em algumas condições esses estímulos podem tornar conscientes como são os casos
de distensão, náuseas e vômitos.
139
VI – Abducente Metencéfalo Fissura orbitária superior Motora: reto lateral
Proprioceptiva: músculo reto
lateral do olho.
Motora: músculos da mímica
facial
Proprioceptiva: músculos da
mímica facial
VII – Facial Metencéfalo (ponte) Forame estilomastóideo Sensitiva: gustação, 2/3 ante-
riores da língua
Parassimpática: gl. salivares
submandibular e sublingual,
glândula lacrimal e da cavida-
de nasal.
VIII – Vestíbuloco-
clear
Meato acústico interno Sensitiva: equilíbrio
1. Porção vestibu- Metencéfalo (ponte)
lar 2.Sensitiva: audição
2.Porção coclear
Motora: músculo estilofarín-
geo; outros músculos da fa-
ringe via X e XI nervos crania-
nos
Proprioceptiva: dos músculos
inervados
IX – Glossofaríngeo Mielencéfalo (bulbo) Forame jugular Parassimpática: glândula pa-
rótida
Sensitiva: paladar e sensibili-
dade geral do 1/3 posterior da
língua, faringe, orelha média,
seio carotídeo.
Motora: músculos da faringe
e da laringe
Proprioceptiva: dos músculos
inervados
Sensitiva: pele da orelha ex-
X – Vago Mielencéfalo (bulbo) Forame Jugular terna, paladar (parte mais
posterior da língua), sensibili-
dade visceral dos órgãos torá-
cicos e abdominais
Parassimpática: órgãos das
cavidades torácica e abdomi-
nal.
Motora: trapézio e esterno-
XI - Acessório Mielencéfalo (bulbo) Forame jugular cleidomastóideo
Proprioceptiva dos músculos
inervados.
Motora: músculos intrínsecos
XII – Hipoglosso Mielencéfalo (bulbo) Canal do hipoglosso e extrínsecos da língua
Proprioceptiva: dos músculos
inervados.
Quadro 5: Nervos cranianos, seus locais de saída do encéfalo e do crânio e suas funções
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
140
6.8.2.14 Nervos espinhais
FIQUE ATENTO
O estudante novato de anatomia, provavelmente vai estranhar quando ler “C8”. Ele sabe que
só existem sete vértebras cervicais, então por qual motivo falamos em C8 ao nos referir ao
oitavo nervo cervical? A resposta desta pergunta é até simples: ocorre que acima da primeira
vértebra cervical “sai” o primeiro par de nervo cervical e, do mesmo modo, abaixo da primei-
ra vértebra cervical “sai” o segundo par de nervo cervical. Desta forma, abaixo da segunda
vértebra cervical emerge o terceiro nervo cervical e, assim por diante até a sétima vértebra
cervical.
141
O plexo braquial que é formado pelos ramos ventrais dos quatro últimos nervos
cervicais (C5 a C8) e do primeiro nervo torácico (T1), prolonga-se para baixo, em direção ao
membro superior, passa por trás da clavícula e “invade” a axila.
As raízes do plexo braquial formam
o tronco superior (C5 e C6), um tronco
médio (C7) e um tronco inferior (C8 e T1).
Os troncos são separados em fascículos
posterior, lateral e medial (Fig. 151). O
fascículo posterior forma o nervo axilar e
o nervo radial, o fascículo lateral forma o
nervo musculocutâneo e o fascículo medial
forma o nervo ulnar.
O nervo mediano, por sua vez, é
formado por ramos dos fascículos medial e
lateral.
O nervo axilar inerva pele e os
músculos do ombro, o nervo radial inerva
Figura 145: Plexo braquial a região posterior do membro superior e os
Fonte: Netter (2011)
músculos extensores do braço e antebraço.
O nervo musculocutâneo inerva a região lateral do antebraço e vários músculos da região
anterior do braço. O nervo ulnar inerva a face medial da mão e alguns músculos flexores do
antebraço e vários músculos intrínsecos da mão. O nervo mediano inerva a porção mediana
da face palmar e os músculos flexores do antebraço.
Os nervos do plexo lombossacral inervam
a pele e os músculos da região glútea, porção
inferior do abdome, pelve e membros inferiores.
Este plexo divide-se em duas partes: plexo
lombar e plexo sacral que são unidos por um
tronco lombossacral.
Cada plexo lombar é formado por ramos
ventrais dos primeiros quatro nervos lombares
e algumas fibras do décimo segundo nervo
torácico. Os nervos formados a partir do plexo
lombar inervam a porção inferior do abdome
e as porções anterior e médial dos membros
inferiores. São eles: íleo hipogástrico; íleo
inguinal; genitofemoral; cutâneo lateral da coxa;
femoral e obturatório.
142
O plexo sacral é formado a partir dos
ramos ventrais dos dois últimos nervos
lombares (L4 e L5) e quatro primeiros
nervos sacrais (S1 até S4). Os nervos que são
formados a partir deste plexo prolongam-se
em direção à porção inferior do dorso, pelve,
face posterior da coxa, perna, bem como
para as faces dorsal e ventral do pé.
O nervo ciático, maior nervo do corpo humano, é o principal ramo do plexo sacral.
Percorre toda a região posterior do membro inferior inervando músculos e pele da região.
Logo abaixo do joelho, na face poplítea, o nervo ciático se divide em dois ramos: nervo
fibular comum (desce pela região lateroposterior da perna) e nervo tibial (desce pela região
anteromedial da perna).
143
vegetativas e de controle involuntário. Por isto, funcionamento do coração, trânsito
intestinal, expulsão do endométrio durante a menstruação, ejeção dos hormônios pelas
glândulas, etc. são funções controladas por ele.
Existem dois neurônios básicos no SNA que são os neurônios pré-ganglionar (pré
sináptico) e o pós-ganglionar (pós sináptico). O axônio do neurônio pré-ganglionar dirige-
se a um gânglio autônomo localizado fora do Sistema Nervoso Central, onde faz sinapse
com o neurônio pós-ganglionar. Os axônios deste segundo neurônio geralmente formam
redes nervosas conhecidas como plexos autônomos.
O Sistema Nervoso Autônomo pode ser separado em duas partes: simpático e
parassimpático.
144
6.8.5 Sistema Nervoso Parassimpático
Os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares do parassimpático estão
localizados no interior de núcleos do encéfalo ou no interior das porções laterais da
substância cinzenta da medula espinhal, nos segmentos sacrais (S2, S3 e S4). Devido a essa
origem, a parte parassimpática do SNA é denominada parte crânio-sacral. A distribuição
da parte parassimpática difere da simpática porque suas fibras não passam pelos ramos
dos nervos espinhais. Desta forma, as glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pêlos
e vasos sanguíneos cutâneos não têm inervação parassimpática.
Os axônios parassimpáticos após saírem das raízes ventrais se unem para formar
os nervos esplâncnicos pélvicos, que se interconectam no plexo hipogástrico e suprem as
vísceras da cavidade da pelve.
Os axônios pré-ganglionares dos neurônios parassimpáticos sacrais fazem sinapse
com neurônios pós-ganglionares no gânglio terminal localizado próximo aos órgãos
inervados por eles.
As partes simpáticas e parassimpáticas do SNA são diferentes no comprimento das
fibras e na localização dos corpos celulares de seus neurônios pré-ganglionares.
Na parte simpática, a maioria dos axônios pré-ganglionares são relativamente curtos
e fazem sinapse na cadeia de gânglios, situada próximo à coluna vertebral. Os axônios pós-
ganglionares são longos, prolongando-se desde a cadeia de gânglios até as estruturas que
eles inervam.
Na parte parassimpática, os axônios pré-ganglionares são longos, passando desde
a sua origem no SNC até os gânglios terminais localizados próximos ou no interior das
paredes dos órgãos que inervam. Os axônios pós-ganglionares são curtos prolongando-se
do gânglio terminal até os órgãos inervados.
145
o indivíduo para uma atividade física vigorosa,
tal como aquelas que podem ser necessárias em
uma emergência ou em situações que requerem
atitudes de defesa ou ataque. Na verdade,
estados emocionais como ira ou preocupação são
normalmente acompanhados por uma ativação
ampla da parte simpática do SNA. Esta atividade,
geralmente promove aumento da frequência
cardíaca e dilatação dos brônquios.
146
FIXANDO O CONTEÚDO
1. O Sistema Nervoso é um conjunto de complexas estruturas encarregadas de controlar,
comandar todas as ações dos outros sistemas orgânicos. Para isto, é necessária sua divisão.
Como se divide o Sistema Nervoso?
2. Pode-se dizer que o Sistema Nervoso Central comanda os outros. Ele recebe informações,
as decodifica (tornam-se conscientes) e envia a resposta. Com base nisso, quais são as
estruturas do Sistema Nervoso Central?
a) Hipotálamo e hipófise.
b) Hipófise e Tireóide.
c) Hipófise, tireóide, paratireoide, adrenais, pâncreas e as gônadas.
d) Hipófise, tireóide e pâncreas.
e) Hipófise, adrenais e pâncreas.
4. A hipófise é um tipo de glândula que realmente faz parte do sistema nervoso. Ela é
dividida em duas partes, uma anterior e outra posterior. Qual é o nome da parte da hipófise
que é parte integrante do sistema nervoso?
a) Adenohipófise.
b) Pituitária.
c) Adenopituitária.
d) Neurohipófise.
e) Encefalohipófise.
5. Pode-se dizer que o Sistema Nervoso Periférico é uma espécie de “office boy” do Sistema
Nervoso Central pois é por meio dele que o Sistema Nervoso Central é informado sobre os
acontecimentos no corpo humano e, também por meio dele, o Sistema Nervoso Central
147
envia os comandos para as diversas partes do corpo. Assim, quais estruturas formam o
Sistema Nervoso Periférico?
a) Simpático e o Parassimpático.
b) Glândulas endócrinas e exócrinas.
c) Nervos espinhais.
d) Algumas glândulas especiais.
e) Nervos Cranianos, Nervos espinhais e seus prolongamentos.
6. Sabemos que a coluna cervical é formada por sete ossos (vértebras). Por qual razão,
desse segmento saem oito nervos espinhais?
a) Porque o primeiro nervo espinhal “sai” por cima da primeira vértebra cervical e os demais
“saem” abaixo.
b) Porque do espaço C7-T1 saem dois nervos espinhais de cada lado.
c) Porque do espaço C1-C2 saem dois nervos espinhais de cada lado.
d) Porque o primeiro nervo espinhal se divide em dois outros.
e) Porque na verdade, existem oito vértebras cervicais.
a) Colinérgicas.
b) Adrenérgicas.
c) Colinérgicas ou adrenérgicas.
d) Colinérgicas e Gama.
e) Gama e adrenérgicas.
148
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 D
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C
149
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