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A tecnologia fotovoltaica
Índice
1. Introdução ................................................................................................................................................... 3
1.1 Objetivos de aprendizajem ............................................................................................................................ 3
1.2 Introducão ao curso....................................................................................................................................... 3
1.3 Introdução aos sistemas fotovoltaicos .......................................................................................................... 4
2. Células e módulos fotovoltaicos ................................................................................................................... 6
2.1 O efeito fotovoltaico ..................................................................................................................................... 6
2.2 Células fotovoltaicas ...................................................................................................................................... 7
2.3 Módulos fotovoltaicos padrão ...................................................................................................................... 9
2.4 Módulos fotovoltaicos com rendimento otimizado .................................................................................... 10
2.5 Ficha técnica do modulo fotovoltaico ......................................................................................................... 12
2.6 O impacto do sobreamento......................................................................................................................... 15
2.7 O impacto da temperatura .......................................................................................................................... 16
3. Inversores fotovoltaicos ............................................................................................................................. 17
3.1 Funções do inversor .................................................................................................................................... 17
3.2 Tipos de inversores ...................................................................................................................................... 18
3.3 Dimensionamento de strings....................................................................................................................... 19
4. Amazenamento em bateria ........................................................................................................................ 21
4.1 Funções........................................................................................................................................................ 22
4.2 Technologias e aplicações de armazenamento de baterias ........................................................................ 23
4.3 Componentes do sistema de armazenamento............................................................................................ 25
5. Outros components do sistema fotovoltaico .............................................................................................. 26
5.1 Estruturas de montagem ............................................................................................................................. 26
5.2 Componentes eléctricos .............................................................................................................................. 28
5.3 Sistemas de monitoramento ....................................................................................................................... 29
6. Como implementar um bom montagem fotovoltaico ................................................................................ 30
5.1 Fase de planejamento ................................................................................................................................. 30
6.2 Fase de aquisição ......................................................................................................................................... 33
6.3 Construção e operação ................................................................................................................................ 34
7. Resumo ...................................................................................................................................................... 36
7.1 Resumo ........................................................................................................................................................ 36
7.2 Leitura adicional .......................................................................................................................................... 37
• diferenciar entre a geração fotovoltaica on-grid (ligada à rede) e off-grid (fora da rede).
• identificar os componentes mais importantes de um sistema fotovoltaico.
Existem vários tipos de sistemas de geração de energia fotovoltaica, desde sistemas com um só módulo
em áreas rurais, até centrais elétricas de vários megawatts (MW). A diferença mais importante encontra-
se entre os sistemas ligados à rede (on-grid) e fora da rede (off-grid). Os sistemas on-grid estão
conectados à rede elétrica pública, à qual fornecem o total ou uma parte da eletricidade gerada. O termo
"off-grid PV" é utilizado para os sistemas que não estão conectados à rede pública e são otimizados para
atender à demanda de eletricidade dos chamados "sistemas insulares", que geralmente incluem
sistemas de armazenamento para que a geração e o consumo estejam alinhados. Se a instalação
fotovoltaica estiver ligada a outra fonte de energia como, por exemplo, uma turbina eólica ou um
gerador a diesel, ela é chamada de instalação híbrida.
• Módulos fotovoltaicos
• um inversor que converte a corrente contínua (CC) dos módulos fotovoltaicos em corrente
alternada (CA), porque a maioria das redes elétricas públicas e aparelhos elétricos utilizam
CA
• um sistema de bateria opcional que permite o armazenamento de energia elétrica e otimiza
o auto-abastecimento
• medidor elétrico que mede a alimentação da rede (e, se aplicável, o consumo de energia da
rede)
• Módulos fotovoltaicos
• um regulador de carga que gerencia o carregamento e o descarregamento da bateria
• um sistema de bateria
• um inversor que retira a potência de CC do sistema da bateria e a converte em CA, utilizada
pela maioria dos aparelhos elétricos
• componentes de BOS
Princípios básicos de instalações fotovoltaicas (fora da rede e ligadas à rede) (Fonte: RENAC)
A maioria das células fotovoltaicas são feitas de silício. Quando expostos à luz solar, fótons
portadores de energia atingem o material. Uma porcentagem de fótons é absorvida pelos elétrons
na estrutura atômica do silício e quebra as ligações entre elétrons. Os elétrons energizados são
"liberados" e se movimentam pela estrutura atômica do material. Quando um elétron se separa do
seu átomo original, ele deixa para trás um chamado "buraco". Em condições normais, em uma
estrutura de silício puro, os buracos criados por fótons e elétrons simplesmente voltariam a se
combinar, produzindo calor, ao invés de uma corrente elétrica.
Para criar uma corrente elétrica, impurezas chamadas dopantes, são integradas intencionalmente na
estrutura cristalina de silício puro. Por meio da introdução de dopantes (fósforo e boro) na parte
superior e inferior da célula solar, forma-se uma junção p-n. Neste limite, cria-se um campo elétrico
interno que provoca a separação das cargas; os elétrons (negativos) e os buracos (positivos)
"liberados" pela luz solar já podem se deslocar para lados opostos da célula. Isto gera tensão elétrica
dentro da célula, criando uma tensão de circuito aberto (Voc) que normalmente é de cerca de 0,5
volts (V), e pode ser alcançada com uma baixa intensidade de irradiação. Estas conexões estão
representadas no diagrama de células fotovoltaicas.
Diagrama funcional de uma célula fotovoltaica (Fonte: Ingenieurbüro Junge. Redesenhado pela
RENAC)
A célula fotovoltaica é o motor do módulo. A estrutura de uma célula solar de silício cristalino inclui,
de cima para baixo:
Os diodos de bypass normalmente estão na caixa de junção do módulo. Os fixadores laminados para
conexões p-n são conectados aos outros módulos da instalação fotovoltaica.
Há outros componentes (ver a imagem "Outros componentes do módulo") essenciais para a
durabilidade do módulo a longo prazo. A maioria dos módulos PV de silicone tem uma superfície
Os módulos half-cell, representados na figura "módulo de 120 meias células", são formados por duas
metades conectadas em paralelo, que dividem a corrente em dois caminhos. Cada metade tem três
strings com 20 metades de células. Uma string de células de ambas as metades superior e inferior é
conectada a um diodo de bypass. As células menores são submetidas a tensões mecânicas menores,
o que reduz o rachamento das células solares.
Fotos de um módulo de 120 meias células (esquema, parte frontal, parte traseira) (Fonte:
Photovoltaikbüro (esquerda), Q-Cells (centro, direita). Redesenhada pela RENAC)
A maximização da captura da luz solar é levada ao extremo nos módulos bifaciais, mostrados na foto
"Módulo bifacial". Aqui, as células são encapsuladas entre duas camadas transparentes (vidro e/ou
backsheet de polímero transparente). Devido a este design, a luz entra pelos dois lados do módulo, o
que possibilita a absorção da luz solar difusa e da luz solar refletida no solo (albedo). Os módulos
A ficha técnica do módulo contém as principais especificações do painel fotovoltaico (veja a imagem
"Ficha técnica do módulo: especificações mecânicas"), incluindo todas as propriedades mecânicas
importantes (dimensões, peso, procedimentos de montagem) e características estruturais (número de
células, estrutura, vidro, caixa de junção, cabos, etc.).
A ficha técnica também inclui as principais características elétricas, mostradas na ilustração "Ficha
técnica do módulo: especificações elétricas", além dos detalhes de garantia de desempenho. Para
garantir que os dados elétricos dos diferentes módulos possam ser comparados, eles são padronizados
com as Condições Padrão de Teste (STC) de acordo com os seguintes parâmetros-chave: irradiação de
1000 W/m2 e temperatura da célula de 25°C. Sob estas condições, o ponto de máxima potência (MPP)
define a tensão e a corrente na qual o módulo produz sua potência máxima. O MPP equivale à potência
nominal ou "pico" na placa de identificação do módulo, indicada em Watt-pico (Wp). A curva de
corrente-tensão (IV) correspondente tem uma forma semelhante à de uma célula solar (veja a imagem
"Curvas de corrente-tensão e de potência-tensão do módulo PV"), exceto quando a tensão é mais alta
devido à conexão das células em série.
Certificados:
Os certificados (veja exemplos na figura "Certificados de módulos PV") garantem a fiabilidade das
declarações do fabricante. Normalmente, eles são entregues por laboratórios independentes que
realizam testes dos módulos seguindo os procedimentos da Comissão Eletrotécnica Internacional
(IEC). Para módulos solares cristalinos, os certificados mais importantes estão relacionados à
qualidade (norma IEC 61215) e à segurança (norma IEC 61730). Outro certificado essencial, referente
à norma IEC 62804, diz respeito à resistência contra a "degradação induzida pelo potencial" (PID em
inglês), um fenômeno comum em módulos expostos a altas tensões.
A sujeira uniforme, como a acumulação homogênea de poeira, por exemplo, tem um impacto menos
severo na produção, pois reduz a irradiação solar por igual em todas as células, levando a uma
redução homogênea da corrente dentro do módulo. Em áreas com pouca chuva, o pó deve ser
removido com frequência com a limpeza. Além da limpeza manual, existem outras soluções como
veículos de limpeza específicos para grandes centrais de energia solar.
Impacto da temperatura da célula na curva de corrente-tensão (Fonte: Longi Solar. Redesenhado pela
RENAC)
3. Inversores fotovoltaicos
3.1 Funções do inversor
Objetivos de aprendizajem: Após a conclusão deste curso, você será capaz de:
Os módulos PV geram corrente contínua (CC), mas o tipo de eletricidade mais comum no mundo
inteiro é a corrente alternada (CA). Somente aplicações em sistemas pequenos operam com corrente
contínua; por exemplo, sistemas solares domésticos de 12 V, veículos de camping, veleiros, etc.
Portanto, quase todos os sistemas fotovoltaicos precisam de um inversor para conversão de corrente
CC-CA.
Esta conversão é realizada na "ponte do inversor", composta de transistores de potência de
comutação rápida que cortam a corrente contínua em muitos pulsos curtos de diferentes durações
("Pulse Width Modulation"), o que resulta no sinal de saída sinusoidal desejado. Antes da conversão,
os inversores realizam o seguimento do MPP (chamado de MPPT) para garantir que os módulos
solares estejam operando constantemente no seu MPP (veja o "Esquema do inversor solar"). Os
inversores modernos atingem eficiências de conversão de 97% e superiores.
Os inversores conectados à rede devem obedecer a uma série de normas, padrões e requisitos de
conexão à rede estabelecidos pelo operador do sistema elétrico. Estes critérios geralmente são
definidos em códigos de rede. Um requisito importante é a proteção contra o "islanding": o inversor
deve monitorar constantemente o estado da rede elétrica e interromper o abastecimento de
eletricidade em caso de queda de energia, a fim de garantir a segurança dos funcionários durante as
operações de manutenção da rede. Além disso, se outros parâmetros monitorados da rede, como a
frequência, estiverem fora dos limites permissíveis, os inversores devem ser capazes de interromper
ou reduzir sua produção de eletricidade. A porcentagem de energias renováveis na rede está
aumentando mundialmente e os inversores fotovoltaicos podem contribuir efetivamente para a
estabilidade da rede, fornecendo energia reativa à rede, controlando a produção elétrica de acordo
com a frequência da rede, etc.
A maior parte dos inversores no mercado são desenvolvidos exclusivamente para abastecimento da
rede (inversores conectados à rede, ou on-grid). No entanto, também existem inversores para
aplicações fora da rede (inversores off-grid ou autônomos), que não convertem a eletricidade
diretamente dos módulos PV, mas utilizam a energia CC de uma bateria (carregada pelos módulos). Na
saída de CA do inversor, configura-se uma rede elétrica independente (mini-rede), que fornece
eletricidade a uma ou mais residências sem conexão à rede pública. Os inversores híbridos são uma
solução intermediária com um carregador de bateria integrado. Eles são capazes de fornecer e extrair
eletricidade da rede pública, e de produzir energia elétrica CA doméstica sem depender de uma fonte
de bateria fotovoltaica no caso de uma queda de energia na rede, por exemplo. Há inversores solares
Micro inversores:
Estes inversores são utilizados em sistemas fotovoltaicos pequenos, por exemplo, com apenas um
módulo.
Inversores string:
Com potências de alguns kW até cerca de 100 kW, os inversores string foram criados para se
conectar a uma ou somente algumas strings dos módulos. Os inversores string reduzem as perdas
causadas pela falta de correspondência entre as strings paralelas e são muito populares em
instalações fotovoltaicas de médio porte.
Inversores centrais:
Estes inversores têm potências muito mais altas que os inversores strings e são capazes de lidar com
a corrente de um número maior de strings conectadas em paralelo. Por razões econômicas e
práticas, os inversores centrais são a opção preferida em usinas fotovoltaicas de grande escala.
Geração fotovoltaica e demanda de eletricidade (Fonte: TU Berlin / Prof. Erdmann. Redesenhado pela
RENAC)
Há muitos outros casos de uso de armazenamento com baterias no setor energético: em aplicações
comerciais, o gerenciamento de pico de carga poderia reduzir as taxas fixas que a empresa paga pela
eletricidade. Além disso, o funcionamento do sistema elétrico poderia ser aprimorado com sistemas
de armazenamento de energia em baterias (BESS, em inglês), uma vez que eles são usados
frequentemente como capacidade de reserva e para controlar a frequência. Porém, a aplicabilidade
dos diversos modelos de negócios com BESS depende muito da regulamentação. Mesmo assim, a
função do armazenamento de energia como quarto pilar, juntamente com a geração,
transporte/distribuição e consumo, muitas vezes não é reconhecida o suficiente pelos reguladores do
setor elétrico. Ainda há dúvidas sobre os incentivos para a operação com baterias, bem como sobre a
remuneração dos serviços auxiliares que os sistemas com baterias podem fornecer ao sistema
elétrico.
As duas tecnologias de baterias mais importantes no setor elétrico são as baterias de chumbo-ácido e
as baterias de iões de lítio (LIBs). Esta última geralmente abrange uma ampla gama de combinações
de materiais químicos com um ânodo de lítio e eletrólitos com sais de lítio dissolvidos. As baterias de
chumbo-ácido têm uma densidade menor de energia e uma maior taxa de degradação, o que resulta
Principais características das tecnologias de bateria (Fontes: IRENA 2017, Batterieforum Deutschland)
Nenhum tipo de bateria é tão diverso quanto as baterias de iões de lítio. Há dezenas de materiais de
eletrodos com propriedades diferentes. Uma configuração comum combina um ânodo de grafite
(negativo) e um cátodo de lítio-NMC (positivo). A composição exata afeta as propriedades da LIB e
varia de acordo com o fabricante e a classe.
Em qualquer caso, os iões de lítio são os portadores da carga. Eles são depositados entre as camadas
moleculares do ânodo quando a célula é carregada. Quando descarregam, os íons de lítio migram de
volta para o cátodo. Os dois eletrodos são separados por um separador permeável para evitar um
curto-circuito entre os eletrodos. Um solvente sem água, porém inflamável, é usado como eletrólito,
pois o lítio reage violentamente com a água. Várias células de lítio são conectadas em série e, por
exemplo, um pacote de lítio com seis células com uma tensão nominal de 3,6 V se torna um módulo
de 21,6 V. Os componentes da LIB são mostrados na imagem "Esquema de LIB".
Para não danificar as células, cada conjunto de baterias tem seus próprios circuitos de carga e
proteção. O sistema de gerenciamento de baterias garante a conformidade com os valores limiares
durante o carregamento e descarregamento, e está adaptado às células de lítio. Além de monitorar
os ciclos de carregamento e descarregamento, o sistema de gerenciamento de bateria otimiza a
capacidade utilizável do sistema e seu uso em uma mini rede ou em aplicações dentro da rede.
Conector solar MC4 e cabo solar com proteção Caixa combinada de CC (Fonte: PI Berlin) contra
roedores. (Fonte: Stäubli and Helukabel)
• Transformadores: para elevar a tensão de saída do inversor para o nível de tensão da rede.
• Cabos CA, enterrados
• Disjuntores, interruptores e dispositivos de proteção, e até mesmo subestações para grandes
instalações fotovoltaicas (conexão MT/AT)
• Medidores de energia elétrica
Os sistemas fotovoltaicos devem ser desenvolvidos para garantir qualidade, segurança e desempenho
durante um longo período de tempo, inclusive várias décadas. Este capítulo se concentra nos princípios
fundamentais de planejamento das centrais fotovoltaicas conectadas à rede, a maioria dos quais
também se aplica a sistemas fotovoltaicos menores dentro e annual da rede. A diferença é que os
sistemas annual da rede também têm que considerar o lado da demanda (consumidores) e o
dimensionamento da bateria.
Um bom indicador de que um sistema fotovoltaico foi bem desenvolvido é a existência de documentos
de planejamento detalhados e consistentes. Neste caso, o conceito elétrico é muito importante. A
documentação deve conter diagramas de linha única, notas de cálculo, estudos da rede e, o mais
importante, o dimensionamento do gerador fotovoltaico. Para o dimensionamento, uma prática
comum é a utilização de software profissional (como PVSyst, PVSol) para calcular configurações
otimizadas de string-inverter e realizar simulações baseadas em dados meteorológicos e
sombreamento específico do local (veja a imagem “Software de dimensionamento de sistemas”).
anos
Enquanto alguns defeitos podem ser detectados visualmente, outros só podem ser identificados através
de testes elétricos: medição de circuitos de CA e CC, medição de tensão e corrente de um string, testes
O terceiro capítulo apresentou uma visão geral sobre a necessidade de inversores, suas funções e tipos.
Foi descrita a metodologia de conexão do número correto de módulos solares a um inversor
("dimensionamento de string"). Da mesma forma, o capítulo 4 abordou a possibilidade de integrar uma
bateria ao sistema fotovoltaico. Foi explicada a alteração no fluxo de energia quando menos energia é
Após uma análise geral dos outros componentes utilizados no sistema fotovoltaico (capítulo 5), o curso
foi concluído com recomendações básicas sobre o que é preciso considerar durante a instalação de um
sistema fotovoltaico para garantir um bom desempenho em todas as fases do projeto, desde o
planejamento até a operação.