Você está na página 1de 3

CRIME DE MAUS-TRATOS CONTRA MINHA MÃE E ASSÉDIO E

HOMOFOBIA CONTRA MIM NO MESMO HOSPITAL ONDE


MINHA SOBRINHA FOI ASSASSINADA

Em 2013, minha mãe faleceu no mesmo hospital em que minah sobrinha


Tamires, no Hospital Geral Roberto Santos, e durante seu internamento,
que ocorreu de 23/07 a 08/08/2013 fui assediado e maltratado por
diversas vezes. Um médico, logo na emergência, tratava-me com uma
repulsa que eu não entendia: ele não gostava de responder o que eu
perguntava, não me olhava e, quando se via obrigado a fazê-lo, era
ríspido na fala e na expressão. O nome dele é Thiago Alexandre Martins
Marques. Ao pesquisar em fontes abertas, descobri que ele responde,
atualmente, por um crime de homicídio culposo. No dia 24/07/2013,
minha mãe ia fazer uma tomografia e o exame foi adiado. Ela estava em
jejum e sentiu fome. Já eram 9 horas da manhã, a médica tinha saído
com o prontuário, justificando, depois, que estava em estudo de casos. A
nutrição me disse que só poderia liberar a dieta de minha mãe, depois
que o prontuário chegasse para saber qual alimento seria consumido. Eu
saí pelos corredores do hospital atrás da médica. Não a achei, mas fui
"achado" pela diretora do setor de emergência. Ela me levou para sua
sala e lá, literalmente, gritou comigo: "que eu estava tumultuando a
emergência! Que eu não podia sair pelo hospital sem autorização! Que a
médica que eu procurava não poderia falar comigo naquele momento!"
E falava tudo isso aos berros, ameaçando-me que, "se a conduta se
repetisse, eu seria posto para fora da emergência. E que outra pessoa
viesse acompanhar a minha paciente". Eu ouvi tudo isso calado, mas por
minha mãe. Eu não era acostumado a fazer isso. Um servidor que estava
no setor de diretoria, olhava-me com um ar de empatia. Ele percebeu, no
mínimo, o exagero da diretora, ou talvez soubesse da ordem vinda de
fora para me destratar daquele jeito. Era um rapaz alto, atlético, moreno
claro e aparentando ter uns 30 anos à época. Foi testemunha do
destempero e injustiça daquela mulher e que eu tive de engolir calado.
Dia 26, minha mãe subiu para o quarto, efetivamente internada, após a
confirmação do diagnóstico de câncer terminal. Novas situações
ocorreram, sendo que a pior e mais grave não foi feita contra mim e sim
contra a minha mãe. Ela sofreu tortura no seu leito final, eu assim
classifico. Teve o equipamento de ventilação (uma máscara de oxigênio
que se prendia ao rosto, por isso mais eficiente do que a máscara mais
simples) deixado pela equipe médica que a reanimou, após uma parada
cardiáca, na tarde de 05/08/2013, trocado no dia seguinte por uma
máscara de oxigênio mais simples e que soltava do rosto a todo
momento. Os médicos que fizeram a reanimação, em 05/08, garantiram-
me que minha mãe, mesmo em cuidados paliativos e sob uso de morfina,
teria o conforto respiratório necessário com aquele equipamento. A
enfermeira ou técnica de enfermagem que fez a troca (desautorizada) me
procurou, no dia seguinte, e tentou se justificar. Eu achei o olhar e a
atitude dela estranhos, já naquela ocasião, mas pensei simplesmente na
insalubridade da rede pública que faz o profissional ter de escolher a
qual paciente oferecer o melhor ar. Mas hoje, diante dos fatos, penso que
ela deve ter trocado o equipamento de propósito e a mando de alguém.
Ela tinha no olhar um tanto de culpa e chegou a me dizer o que nenhum
profissional de saúde deve dizer a um familiar de paciente
desenganado:"você está ciente de que ela vai morrer logo, né?". Cheguei
a buscar meios de transferir minha mãe de hospital e achei uma
oportunidade no Aristides Maltez. Fui procurar a deputada Luíza Maia,
que eu já conhecia e sabia ser uma pessoa generosa, e ela fez um pedido
à regulação de saúde. Na manhã do dia 07/08/2013, uma ambulância e
uma enfermeira chegaram ao quarto no HGRS para fazer a transferência,
mas eu acabei desistindo. A própria enfermeira concordou comigo ao
ver o estado de minha mãe. No dia seguinte, ela faleceu.
Acima, quando eu narrava o que aconteceu na emergência e antes de
contar o desfecho com minha mãe, eu disse que outras situações
ocorreram. Eu suprimi essa parte do texto público que enviei a centenas
de pessoas, mas enviei à promotoria do MPBA. Trata-se de um assédio
provocado por um médico jovem no corredor do hospital. Ele saía do
elevador e, ao avistar-me, ficava pegando seu pênis dentro da roupa.
Caminhava e entrava no conforto médico virando a cabeça e olhando
para mim. Como que sugerindo que eu o seguisse. Eu ficava sentado
naquele lugar (um grande corredor) sempre que a outra paciente, que
estava internada no mesmo quarto que minha mãe, precisava de mais
privacidade. No momento, imaginei que a oferta do médico partia de
uma pessoa de comportamento sexual afoito e completamente
dessituado das delicadezas da vida, mas, hoje, sei que tratava-se de uma
cilada para me desmoralizar naquele mesmo hospital.

Você também pode gostar