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Os subgrupos que formam as tribos urbanas não existem no sentido de criar uma maior
aliança dentro das sociedades mas sim para se distinguirem dentro delas. A
globalização da sociedade originou um fenómeno contrário que é o da particularização
de determinados grupos socioculturais.
Os Clubbers
Os clubbers são uma das novas tribos urbanas do séc. XXI. Surgiram em consequência
do panorama da música de dança e do chamado clubbing, que mais não é do que a
frequência assídua de determinadas casas nocturnas (clubs, ou discotecas) onde a
música dominante é o house, o techno, o trance, o drum n´ bass e por aí em diante.
Não estão associados a ideologias nem a políticas e a única coisa que os move e os une
é a paixão pela música de dança e pelo ambiente da noite. Correm o país e, por vezes,
o mundo, só para ouvirem os seus DJs favoritos.
Aliás, na club culture, o DJ deixa de ser um mero veículo de selecção musical para
passar a ser, ele mesmo, a maior estrela da noite. Os clubbers reconhecem no DJ um
ídolo, um artista a quem devem veneração e quase idolatria.
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TRIBOS URBANAS
Os Dreads
Os dreads são uma das tribos urbanas mais em voga actualmente. A sua atitude está
directamente relacionada com a música que ouvem e com a roupa que vestem, o que
faz com que muitos jovens se tornem dreads por uma questão de moda...
Os dreads são por vezes associados à prática de desportos radicais, o que, na maioria
das vezes, é uma associação correcta. É muito comum encontrarem-se skaters
(praticantes de skateboarding ou de patins em linha), bikers (praticantes de BMX) ou
até mesmo surfistas com este tipo de indumentária.
Geralmente, andam em grupos muito grandes, dando à palavra tribo uma conotação
muito real. Por esse facto, são muitas vezes vistos com desconfiança por quem se
atravessa no seu caminho. Mas os dreads não são, por definição, violentos...
Em termos musicais, são bastante eclécticos. Embora prefiram o rap e o hip-hop, o rock
também lhes agrada.
O que é preciso é que o som seja possante!
Os Góticos
Os góticos distinguem-se das outras tribos urbanas pela predominância do preto nas
suas roupas e adereços. É toda a simbologia do preto que os acompanha e que pauta
todos os seus gostos.
Como quase todas as tribos urbanas, identificam-se com a música que ouvem – o
gótico – também pautada por imagens sombrias e sons que reflectem situações de
angústia.
De entre as inúmeras bandas/intérpretes que fazem parte das preferências desta tribo
referem-se: Bauhaus, Gene Loves Jezabel, HIM, Nick Cave and the Bad Seeds, Paradise
Lost, Siouxsie and the Banshees, The Cult, The Cranes, The Sisters of Mercy.
Os Hippies
O lema peace and love (paz e amor) englobava uma nova ética que defendia o
pacifismo (nos EUA, a guerra do Vietname estava no seu auge e muitos jovens
americanos partiam para uma guerra que não era sua para encontrarem a morte) e a
abolição das desigualdades de todo o tipo (sexuais, raciais, étnicas ou religiosas).
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TRIBOS URBANAS
No plano político, os hippies opunham-se de forma veemente ao sistema político e
económico vigente na altura, apoiavam todas as causas rebeldes em que acreditavam e
defendiam uma ideologia de esquerda que era apologista do regresso à natureza e à
vida em comunidade.
Facilmente identificáveis pelo seu sentido estético, que privilegiava a cor, os hippies
usavam cabelos muito compridos, roupa informal e colorida, calças à boca de sino e
sapatos com solas muito altas. Muitas vezes, enfeitavam-se também com flores,
lembrando sempre a designação do seu movimento.
Em termos musicais, Janis Joplin, Pink Floyd, Jimi Hendrix, The Grateful Dead ou
Jefferson Airplane, entre tantos outros, eram as suas referências.
Apesar de o movimento hippie ser muito característico dos anos 60 e 70, a verdade é
que o espírito do flower power e até mesmo a sua estética conseguiram atravessar
gerações.
Os Motards
Ao contrário das restantes tribos urbanas, o que realmente une os motards não é o
estilo de música que ouvem nem o tipo de indumentária que vestem mas sim o amor
pelas duas rodas!
Vivem para a adrenalina e o seu lema é: “Live to Ride, Ride to Live” (Viver para andar
de mota, andar de mota para viver).
Percorrem centenas ou milhares de quilómetros em verdadeiras procissões motorizadas
para celebrar o ritual que são as concentrações motard.
A sua mota é a coisa mais importante do mundo e nada nem ninguém pode modificar
esse facto.
Em termos visuais, não se regem por regras estanques, pois o verdadeiro motard é
aquele que tem verdadeiro amor pelas motas e isso não é evidenciado pela maneira de
vestir.
No entanto, tendem a uniformizar as roupas, pelo menos em alturas de concentração,
vestindo roupa de cabedal (não porque seja moda mas porque é um material muito
resistente) e usando lenços ao pescoço (muito úteis para proteger a cara do frio quando
usam capacetes abertos).
Muitos exibem cabelos compridos “despreocupadamente” cuidados.
Seja como for, o que os distingue das outras tribos é mesmo o amor que têm às motas,
que tratam como se fossem o seu maior tesouro. Além disso, são imbuídos de um
espírito de solidariedade – o espírito motard – que faz com que nunca abandonem à
sua sorte um desconhecido com problemas na estrada...
O filme Easy Rider, protagonizado por Dennis Hopper, Peter Fonda e Jack Nicholson,
espelha bem o espírito da cultura motard e, para muitos, constitui um marco que
assinala um ponto de viragem na cultura americana nos anos 60 do século XX.
Os Punks
O movimento punk teve origem em meados da década de 1970 e era caracterizado por
uma atitude assumidamente de ruptura face à sociedade, que se repercutiu na música
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a que deu origem.
A música era agressiva, consistia num formato de três acordes e temas de três minutos
e tinha como expoentes máximos os Clash e os Sex Pistols.
A aparência de um punk era pautada por roupas rasgadas, t-shirts das bandas
preferidas, cabelo espetado em crista com a ajuda de sabão (!) ou cola (!!) e acessórios
como pulseiras ou colares de picos, cadeados, alfinetes de ama e correntes metálicas.
Os Skinheads
Embora sempre associados a políticas de extrema-direita e a sentimentos nacionalistas,
xenófobos e racistas, a verdade é que, na sua origem, os skinheads em nada
coincidiam com as características que hoje os definem.
No início, a cena skinhead misturava a música ska, punk e reggae com a violência,
alguns mods e os hooligans.
Apesar de actualmente a designação de skinhead estar directamente associada a
grupos fascistas e neo-nazis, os skinheads originais têm estado, na maior parte das
vezes, à margem destas atitudes racistas ou xenófobas.
Na sua origem, eram apenas grupos urbanos provenientes de bairros operários, onde
existia a convivência pacífica de raças, que partilhavam o gosto pelo ritmo ska, um som
“negro” e de ideologia contrária à hippie. A cabeça rapada e as botas de biqueira de aço
compunham o seu ideal estético.
Uma das características desde sempre inerentes aos skinheads era o uso frequente da
violência e do vandalismo. Talvez por isso se tenha feito a associação do movimento
skinhead ao racismo, devido a confrontos que os “cabeças-rapadas” tiveram com
algumas minorias étnicas.
Muitos skinheads não aceitam esta viragem fascista e nazi dos seus antigos
companheiros e formam os redskins, que, em vez da cruz suástica, adoptam a foice e o
martelo.
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dobra (para mostrar as botas), suspensórios (a maioria das vezes descaídos sobre as
calças) e botas de biqueira de aço.
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