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de Lutero
Valdecélia Martins
SU MÁ R IO
Capa
Créditos
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
2 — A TEOLOGIA DA FEMINILIDADE
A questão da igualdade
A missão da mulher
3 — A ESPOSA DE LUTERO
Seu nascimento
Acesso à fé reformada
A fuga do convento
Seu casamento
Vida familiar
Cuidados de esposa
Vida de devoção
Catarina e a maternidade
A morte de Lutero
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
SITES PESQUISADOS
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Mídias
A Feminilidade Bíblica e a Esposa de Lutero
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios sem
permissão por escrito dos editores, salvo em breves citações, com indicação de fonte.
Para além disso, o Feminismo faz parte de uma agenda muito mais
perigosa que é o Marxismo Cultural8, que é um desdobramento do
marxismo, cujo objetivo fundamental é destruir a família, a religião, o
gênero e a raça.
(….) O feminismo é uma estratégia comunista criada com o propósito de minar a família e
todas as outras instituições tradicionais de modo a que a relação primária que os indivíduos
passem a ter seja com o Estado. (….) Ao destruir o casamento, criando um fosso entre os
homens e as mulheres, alienando os pais para longe dos seus filhos, dissolvendo a
autoridade paterna, chegando mesmo a dissolver a própria família, as barreiras para o
controle estatal de todas as pessoas são removidas. Paul Elam.9
O Marxismo10 sempre compreendeu o mundo como um grande palco
de lutas de classes, no entanto, foi abandonando a retórica de “luta de
classes” que envolvia as classes capitalistas e proletárias, e a substituíram
pelas classes opressoras e oprimidas11. As classes oprimidas incluem as
mulheres, as minorias, os grupos LGBT12, aí nasce o marxismo cultural,
que nada tem a ver com a liberdade, com o progresso social e nem mesmo
com esclarecimento cultural. Ao contrário disso, tem a ver com a criação
de indivíduos idênticos que não se confrontem entre si e que não troquem
ideias, operando como máquinas automáticas e sem emoção. O marxismo
fundamenta-se no princípio de que o ser humano nasce puro, não trazendo
em si a herança do pecado de Adão, portanto, não necessita de ser
redimido, ao contrário do que diz as Escrituras (Rm 3.10, 23; 5.12).
Justifica-se, então, o surgimento do Feminismo com objetivo de redenção
para o machismo.
“Deste modo, a teoria social marxista permite ao movimento feminista e aos estudos de
gênero instrumentalizarem-se para desnaturalizar as diversas opressões a que estão
submetidas as mulheres.” Mirla Cisne.13
Porém, não são apenas questões como estas que tornam o Feminismo
ilegítimo, mas também, e principalmente, por ser ele fundamentado no
conceito de que a mulher não precisa do homem. Na década de 1970, a
famosa feminista Glória Steinem14 disse: “Uma mulher precisa de um
homem, assim como um peixe precisa de uma bicicleta”. Esse conceito de
emancipação feminina nasceu com o pecado e foi desenvolvido no Éden,
quando a mulher passou à frente de seu marido e este não assumiu a
função de liderança que lhe fora dada por Deus (Gn 3.6-7). Quando o
Feminismo em sua ideologia, e através de suas militantes, menosprezam
os homens, o casamento e a família, estão negando uma verdade
fundamental da criação e rejeitam o princípio da feminilidade revelado na
função de complementariedade. O pecado não só trouxe uma inversão de
papéis, como também deteriorou na mulher esta função que o Senhor lhe
concedeu na criação. A compreensão dessas verdades leva-nos a um
posicionamento alinhado com o padrão bíblico.
A Reforma Protestante fundamentou-se, essencialmente, na volta a
este padrão bíblico, não apenas no que se refere à visão sobre as mulheres,
mas, sobretudo, um retorno às Escrituras como fundamento do viver
cristão e um melhor entendimento da relação do pecador com seu
Salvador, não como uma “nova doutrina”, mas como um redescobrimento
dos ensinos apostólicos. A Reforma Protestante, por assim dizer, foi um
retorno à doutrina bíblica.
A DOUTRINA BÍBLICA DA REFORMA
O advento da Reforma provocou uma revolução no contexto da Europa,
onde ocorreu, e seu ensino elucidou ao povo comum coisas simples, que
sempre estiveram presentes no conteúdo das Escrituras, mas que fora
ocultada a eles, como por exemplo: esclareceu sobre o meio de
aproximação do homem com o seu Salvador; reestabeleceu o ensino das
Escrituras para o centro do culto a Deus; viabilizou que o povo simples
pudesse ter acesso direto ao conhecimento bíblico; contribuiu para a
construção de escolas onde as crianças pudessem ter acesso à educação;
favoreceu para que a figura feminina fosse vista com dignidade na
sociedade e na família.
A Reforma já havia sido pleiteada muitos anos antes por homens
como John Wycliffe, John Huss e Sovonarola, porém, graças às façanhas
de um monge agostiniano chamado Martinho Lutero nasceu a Reforma
protestante e revolucionou a face da Europa.
As 95 teses fixadas por Lutero registram o início da teologia que
produziu a reforma na Igreja e representam um marco para a recuperação
da sã doutrina. Na verdade, Lutero não elaborou “novas doutrinas”, mas
estabeleceu a volta às Escrituras, considerando-as como fonte de
conhecimento teológico e espiritual e promoveu o resgate de verdades
apostólicas que foram sendo perdidas ao longo dos anos e que se
encontravam soterradas sob os escombros da tradição medieval. O ensino
de Lutero contrapunha-se a tudo que a igreja ensinava nesse período e deu
início às Doutrinas Reformadas que foram ampliadas e aprofundadas por
outros Reformadores como Zuínglio e Calvino.
Os ensinos de Lutero, inicialmente, faziam referência direta às falsas
doutrinas romanistas como: o purgatório, o papado, os santos e Maria
como mãe de Deus; em princípio, sem contestá-las, mas seus ensinos já
representavam o que seria as doutrinas que caracterizariam a identidade
protestante.
A teologia ensinada por Lutero estrutura-se em torno de três
doutrinas fundamentais: sola scriptura (somente a Escritura), sola gratia
(somente a graça) e sola fide (somente a fé):
sola scriptura (somente a Escritura): durante o período medieval, as tradições tornaram-se o
fator fundamental para determinar os conteúdos da fé e da moral. O ensino das falsas
doutrinas asfixiou a mensagem bíblica. A Reforma resgatou e restabeleceu a Escritura como
fonte suprema e final quanto ao conhecimento de Deus e da Sua vontade. Para o indivíduo
e para a igreja é a única autoridade sobre todos os assuntos de fé e prática. As Escrituras, e
somente as Escrituras, são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas da igreja
devem ser medidos (II Tm 3.16).
sola gratia (somente a graça): esta doutrina diz que a justificação pela graça de Deus,
mediante a fé, é que nós somos resgatados de Sua ira. Contestando a compreensão
romanista de salvação por mérito e obras, que tinha como símbolo distintivo a venda de
indulgências na época. Os ensinos bíblicos de Lutero diziam que a salvação (perdão,
aceitação diante de Deus e santificação) é concedida gratuitamente por Deus àqueles que
confiam em Jesus como seu Salvador (Rm 1.17; 5.1).
sola fide (somente a fé): afirma a doutrina bíblica de que a justificação é pela graça
somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua
justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus (Ef
2.8).
a submissão, estabelecida no papel de auxiliadora, agora seria com um conflito “seu desejo
será para o seu marido e ele te governará” (Gn 3.16).
Parte do juízo de Deus direcionado a Eva dizia que o seu desejo seria
o de “passar à frente do seu marido”, conforme o v.16, contudo, Adão
dominaria sobre ela. A autoridade do homem sobre a mulher continuaria
assim como foi desde o começo, mas agora haveria uma luta pecaminosa
entre o homem e a mulher (esposo e esposa). A batalha dos sexos existe
por causa do pecado. O que antes havia sido um alegre cumprimento de
papéis, tornou-se um jogo de poder para obter o controle. Ver I Co 11.3,7-
9,11-12 “Cristo é o cabeça de todo homem e o homem cabeça da
mulher…”.
Na ordem da criação não há sobreposição de valores enquanto seres
criados, fomos igualmente criados por Deus, somos iguais e pessoalmente
culpados diante de Deus, mas nossos papéis são diferentes. Não se trata de
capacidade ou de habilidade. Comprovadamente podemos afirmar que, há
mulheres que são capazes de exercer atividades que são próprias aos
homens, inclusive aquelas que não exigem força física, mas que se deve
ser considerado não é a questão de capacidade, mas de especialidade, e o
que não se pode deixar de observar é o princípio estabelecido por Deus
desde a criação.
As influências do feminismo geralmente são muito sutis, mas essa
guerra nascida no Éden insiste e persiste em todo o tempo até os nossos
dias. Nem sempre nos damos conta, mas o feminismo sutilmente
influencia nosso dia a dia, nossa maneira de administrar nosso lar, criar
nossos filhos, a nossa maneira de vestir, nossas relações conjugais e até
mesmo nossa teologia.
Sem muito esforço, olhamos para a história e percebemos o quanto as
mulheres avançaram em suas conquistas ao longo do tempo. São notórias e
merecidas as conquistas sociais que lhes foram sendo outorgadas. A
própria Reforma contribuiu para que muitas mulheres dessem som às suas
vozes e, como sugerem alguns historiadores, saíssem do papel de apenas
procriadoras para se tornarem autoras de uma história que ainda não
tinham escrito. Assim, cada vez mais, a figura feminina tem ocupado
espaços significativos na sociedade, em diversos níveis, quer seja na
função de liderança ou não, nos mais diversos setores e organizações. Não
é o objetivo aqui ratificar esse comportamento, mas, faz-se necessário
considerar o expressivo aumento de mulheres com depressão e outras
doenças de origem emocional, nos fazendo perceber que é possível que
haja algo errado, pois, apesar de todas as conquistas registradas, a
realização, contentamento e liberdade que, desde o Éden foi almejada e até
mesmo pleiteada, ainda não foi alcançada. Se tais conquistas pessoais
fossem realmente determinantes para a realização e alegria feminina, o
curso da história seria diferente. Tudo nos indica que alguma coisa ainda
não está funcionando bem, parecendo haver um desalinhamento do que se
tem experimentado com o plano original do Criador. Na criação o Senhor
Deus deu um papel, uma função à mulher. Não cabe ao ser criado
determinar o que quer ser, o sentido da nossa existência não é uma decisão
nossa, mas de Deus, que conferiu à mulher um papel específico para a Sua
glória, e somente com a compreensão desta função é que vamos saber
atuar com excelência e contentamento na família, na igreja e na sociedade.
A compreensão dessa verdade foi evidencia na vida de Catarina von
Bora. É possível olhar para sua história e perceber que ela compreendeu
sua identidade em Cristo e o seu papel igreja, na sociedade, na família e
sobretudo na vida do reformador Lutero. Conhecer um pouco da sua vida
pode nos fazer perceber como a vida de uma mulher comum pode
contribuir grandemente para que os planos e a glória de Deus se
manifestem na história.
18 Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego koiné,
entre o século III a.C. e o século I a.C., em Alexandria. A tradução ficou conhecida como a
Versão dos Setenta, pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e, segundo a tradição, teriam
completado a tradução em setenta e dois dias.
19 “A Lei de Deus e a Mulher”, George Knight, Ed. Os Puritanos: https://www.os-
puritanos.com/downloads
CAPÍTULO 3
A ESPOSA DE LUTERO
20 Justus Jonas, o Velho (1493-1555) foi jurista, humanista, historiador, teólogo e reformador
alemão. Foi tradutor da Bíblia e compositor de hinos. Teve papel significativo na tradução do
Velho Testamento, que fez parte da Bíblia de Lutero.
21 Natural da Prússia. O nome Prússia deriva dos prussianos. No século XIII, os cruzados
alemães, os Cavaleiros Teutônicos, conquistaram os “prussianos”.
22 Emmanuel Levinas (905/ 1995), foi um filósofo francês nascido numa família judaica na
Lituânia.
23 Jacques Derrida (1930/2004), filósofo francês.
24 Hausfrau significa “dona de casa” em alemão. Mas hausfrau cuidava não apenas da casa, mas
de todos os bens da família.
25 Liga de Esmalcalda ou de Schmalkalden (Schmalkaldischer Bund, em alemão) era uma
aliança defensiva de príncipes protestantes do Sacro Império Romano criada em 27 de fevereiro
de 1531. Recebeu o nome da cidade de Schmalkalden, na Turíngia (atual Alemanha), onde foi
proclamada. A liga foi fundada por Filipe I de Hesse e João Frederico, Eleitor da Saxônia, que se
comprometeram a defender-se mutuamente caso seus territórios fossem atacados pelo imperador
Carlos V. para poder desafiarem a autoridade de Carlos com força militar.
26 Citando James I. Good em As grandes Mulheres da Reforma p.134
CONCLUSÃO
——BEEKE, Joel R e JONES, Mark. Teologia puritana: doutrina para a vida. Tradução de
Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 2016. 1504 p.
——DALFERTH, Heloisa Gralow. Katharina von Bora uma biografia. São Leopoldo, 2000.
——GOOD, James I. Grandes Mulheres da Reforma. Ananindeua: Knox Publicações, 2009.
144p.
——KNIGTH, George, A Lei de Deus e a Mulher, Ed. Os Puritanos. Disponível em:
https://www.os-puritanos.com/downloads
——LOPES, Augustus Nicodemos. A Bíblia e sua família. São Paulo: Cultura Cristã, 2007.
192p.
——MARXISMO: uma teoria indispensável à luta feminista. Disponível em:
http://www.unicamp.br/cemarx/ANAIS%20IV%20COLOQUIO/comunica%E7%F5es/GT4/gt4m3
c6.PDF. Acesso em: 29 de maio de 2017.
——RODRIGUES, Carla e ESTRADA, Paulo Cesar Duque. Duas palavras para o feminino:
hospitalidade e responsabilidade (capítulo 4). In: Rastros do feminino: sobre ética e política em
Jacques Derrida. São Paulo: USP, 2011. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/17394/17394_6.PDF.
——SUSIN, Luiz Carlos; FABRI, Marcelo; PIVATTO, Perentino Stefano; SOUZA, Ricardo
Timm de. (Orgs.) Éticas em diálogo — Levinas e o pensamento contemporâneo: questões e
interfaces. Porto Alegre, EDIPUCRS, 2003 (Coleção Filosofia, 159), 382 p., ISBN: 85-7430-367-
4.
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