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Física – V e VI

Prof. Ms. Luiz Felipe Simões de Godoy

2023

UNIVAS
Capítulo 1

Eletricidade – Carga Elétrica, Força Elétrica e


Campo Elétrico.

1.1 CARGA ELÉTRICA

1.1.1 Introdução: Toda a matéria é formada por moléculas e, toda molécula é formada
de átomos que são formados por três partículas elementares, são elas: elétrons, prótons e
nêutrons. A estrutura atômica é formada por um núcleo, onde ficam os prótons e os
nêutrons, em torno do qual se movimentam os elétrons em uma órbita denominada
eletrosfera. Na figura abaixo está uma representação de um átomo:

Elétron - -
+ Eletrosfera
+ +

Próton - Nêutron

1.1.2 Definição: Carga elétrica, que pode ser tanto positiva quanto negativa, é uma
propriedade física fundamental que determina as interações eletromagnéticas
entre os corpos. A unidade de carga elétrica no SI é o Coulomb (C), uma homenagem
ao físico francês Charles Augustin de Coulomb (1736 – 1806) que entre as várias
contribuições à ciência destacam-se aquelas nos campos da eletrostática e do
eletromagnetismo.

1.1.3 Carga Elementar.


A menor carga elétrica encontrada na natureza é a carga de um elétron ou de um próton
que vale: e  1,6  10 19 C , negativa para os elétrons e positiva para os prótons.

1.1.4 Propriedades das Cargas Elétricas.


 Corpos carregados com cargas de mesmo sinal se repelem e corpos carregados
com cargas de sinais contrários se atraem.

 Um corpo que contém quantidades iguais dos dois tipos de cargas (positivas e
negativas) está eletricamente neutro, caso tenha um desequilíbrio com relação às
quantidades de cargas positivas e negativas este corpo estará eletricamente
carregado.

2
1.1.5 Princípio da Conservação das Cargas Elétricas.
Dentro de um sistema isolado, a soma algébrica tanto das cargas positivas como
negativas, irão permanecer constantes. Isto é, o somatório das cargas antes do contato
será igual ao somatório das cargas após o contato.

Q Antes   Q Após

1.1.6 Condutores e Isolantes


Condutores são materiais nos quais um número significativo de partículas carregadas
está livre para se mover. Isolantes ou não-condutores são materiais que não permitem o
movimento de cargas elétricas. Quando uma quantidade de carga elétrica se move
através de um material, dizemos que existe uma corrente elétrica no material.

Obs: Os semicondutores são definidos como uma classe de materiais entre os


condutores e isolantes, e as suas propriedades elétricas podem ser alteradas por várias
ordens de grandeza, pela adição de quantidades controladas de átomos diversos ao
material.

1.1.7 Processos de eletrização.

I. Atrito – Atritam-se dois corpos neutros, um deles perderá uma quantidade x de


elétrons enquanto o outro recebe esta mesma quantidade. Assim, ao final do
processo, teremos dois corpos eletrizados com cargas de mesmo módulo,
mas de sinais contrários. Esse processo ocorre por transferência de cargas,
não há criação de cargas.

II. Contato – Faz-se o contato direto ou indireto (através de um fio condutor) entre
um corpo eletrizado positivamente e um corpo neutro, elétrons fluem do
corpo neutro para o corpo eletrizado positivamente. Ao final do processo
teremos dois corpos eletrizados positivamente, pois o corpo neutro ficará
com excesso de cargas positivas.

Caso particular: Se na eletrização por contato os corpos forem geometricamente idênticos, por exemplo,
duas esferas de mesmo raio, ao final do processo além dos corpos possuírem cargas de mesmo sinal,
terão a mesma intensidade.

III. Indução Eletrostática – Aproxima-se um corpo eletrizado positivamente


(indutor) de um corpo neutro (induzido), neste momento ocorre dentro do
corpo neutro a separação das cargas negativas e positivas por indução. Faz-
se um terra no corpo neutro através de um fio condutor e elétrons subiram
para o hemisfério positivo neutralizando-o. Em seguida, desfaz-se o terra e
por último afasta-se o indutor do induzido.

+ + - +
+ + +
+ + +
- + Ocorre a indução
- +

3
2º Passo: Faz-se um terra no induzido
+ +
+ + +
- +- - - Elétrons fluem
- +-
+ + + - +-
-
para o induzido

3º Passo: Desfaz-se o terra


+ + - +-
+ + + - +-
+ + + - +-

4º Passo: Afasta-se o indutor do induzido


+ + -
+ + + -
+ + + -

Exercício Proposto (1): Pode-se utilizar um corpo eletrizado negativamente para eletrizar um
corpo neutro, no processo de contato? Como ocorre o processo?

Exercício Proposto (2): Refaça em seu caderno o processo de indução eletrostática


considerando o indutor negativo.

Exercício Proposto (3): Três esferas A, B e C, de mesmo raio, estão eletrizadas inicialmente
com cargas iguais a 5Q, -9Q e 4Q, respectivamente. Após encostar A e B e separá-las, a
esfera C é colocada em contato com a esfera B e, por fim são isoladas uma da outra. Ao
final de todo o processo qual a carga de cada uma das esferas?

Exercício Proposto (4): Quatro esferas idênticas são colocadas em contato simultaneamente, e,
em seguida, separadas uma das outras. Sabendo-se que a primeira e a segunda esfera
possuem cargas iguais a 3Q, a terceira esfera tem carga 7Q e que a quarta esfera está
neutra, qual a carga final de cada uma das esferas?

1.2 LEI DE COULOMB – FORÇA ELÉTRICA.

1.2.1 Introdução: A Lei de Coulomb foi estabelecida empiricamente por Charles


Augustin de Coulomb no ano de 1785. Coulomb verificou que a força elétrica de
interação entre duas partículas estacionárias e carregadas eletricamente segue as
seguintes propriedades:
 A força elétrica é diretamente proporcional ao produto dos módulos das cargas.

4
 A força elétrica é inversamente proporcional ao quadrado da distância (r), em
linha reta, que separa as duas partículas.
 A força elétrica depende de uma característica do meio em que as cargas estão
inseridas, esta característica Coulomb denominou de “constante de Coulomb”,
também conhecida como “constante eletrostática do meio” (k).

A constante eletrostática depende das unidades de medidas utilizadas, em unidades do


SI, o valor da constante é:

k  9,0  10 9 N  m 2 /C 2

A constante k também pode ser descrita em função da constante de permissividade


elétrica do meio (ε):
1
k
4 o

No vácuo, a permissividade vale:  o  8,854  1012 C 2 /N  m 2

Lembrando que força é uma grandeza vetorial a equação para determinar a força elétrica
que uma partícula exerce em outra é expressa por:

q q 
F  k  1 2 2 rˆ r
rˆ   , e r̂ o versor dirigido de q1 para q 2 .
r r

Exercício Proposto (5): O elétron e o próton de um átomo de hidrogênio são separados por
uma distância de 5,5  10 11 m . Encontre o valor da força que as partículas exercem uma
sobre a outra. Resposta: 7,61 10 8 N

Exercício Proposto (6): Duas cargas puntiformes eletrizadas estão fixadas a 3 mm uma da
outra. Suas cargas elétricas são idênticas e iguais a 2 nC, positivas. Determine a
intensidade da força elétrica de interação entre as cargas. Resposta: 0,004 N

Exercício Proposto (7): Duas cargas elétricas puntiformes positivas e de mesma intensidade,
estão separadas por uma distância de 30 cm. Sendo que a força de repulsão mútua tem
intensidade de 4,0  10 1 N . Determine o valor da carga Q. Resposta: 2μC

Exercício Proposto (8): Duas cargas elétricas positivas e iguais a 1µC, se repelem com uma
força de repulsão de 3,6  10 2 N. Determine a distância entre as cargas elétricas.

Exercício Proposto (9): As cargas elétricas Q1=8µC e Q2=2µC estão fixas a uma distância de
1,5m. Determine a posição de equilíbrio para uma carga Q3 = - 4µC sob ação exclusiva
das forças eletrostáticas, colocada entre as cargas Q1 e Q2.
Resposta: x = 0,5m de Q2.

5
Exercício Proposto (10): Considere três cargas puntiformes colocadas nos vértices de um
triângulo, tal como mostra a figura abaixo, com q1  q3  5μC e q 2  2μC. Sabendo-
se que a  0,1m, determine a força elétrica resultante sobre q 3 .
Resposta: FR = 8,02 N

q2 - a
+ q3
a

+
q1 x

Exercício Proposto (11): Duas pequenas esferas idênticas, carregadas, cada qual com massa de
3,0  10 2 kg, estão penduradas e em equilíbrio, conforme mostra a figura abaixo. Se o
comprimento de cada fio for 0,15 m e o ângulo entre eles for θ  10º , determine o
módulo da carga sobre cada esfera, admitindo que as esferas tenham cargas idênticas.
Resposta: 4,4  10 8 C

L L

q q

Exercício Proposto (12): Quatro cargas puntiformes, idênticas q  10 μC estão localizadas nos
vértices de um retângulo, como mostra a figura abaixo. As dimensões do retângulo são
L  60 cm e W  15 cm. Calcular o módulo e a direção da força eletrostática resultante
exercida pelas outras cargas sobre a carga que está no canto inferior esquerdo do
retângulo.
Resposta: 40,87 N q q

q q
L

Exercício Proposto (13): Duas cargas elétricas puntiformes Q1 e Q2, sendo Q 2  4 Q1 , estão
fixas em dois pontos A e B, distantes 30cm um do outro.
a) A que distância do ponto A deve ser colocada uma carga Q3 para ficar em equilíbrio
sob a ação exclusiva das forças elétricas?

b) Se a carga Q3 for colocada no ponto médio da distância entre A e B, qual será a


direção e o sentido da força resultante sobre ela? Considere Q3 = 2Q1

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Exercício Proposto (14): Duas pequenas esferas idênticas estão eletrizadas com cargas Q e -5Q
e se atraem com uma força elétrica de intensidade F, quando estão separadas de uma
distância d. Colocando-as em contato e posicionado-as, em seguidas, a uma distância 2d
uma da outra, qual será a intensidade da nova força de interação elétrica entre as
esferas? Resposta: F’ = F/5 (repulsão)

Exercício Proposto (15): Três partículas carregadas eletricamente são colocadas sobre os
vértices de um triângulo equilátero de lado d = 40cm conforme a figura abaixo.
Considerando que a carga Q1 esteja sobre a origem do sistema de coordenadas.
Determine o vetor força elétrica resultante que atua sobre a carga Q3?

Exercício Proposto (16): Dois corpos puntiformes e condutores estão eletrizados com cargas de
mesmo sinal e estão separados por uma distancia r, no vácuo. Nessas condições eles se
repelem com uma força elétrica de intensidade F. É correto afirmar

I. Dobrando-se a distância entre eles, a intensidade da força de interação


eletrostática fica 4 vezes menor;
II. Dobrando-se a quantidade de carga elétrica em cada corpo, a intensidade
da força elétrica fica 4 vezes menor.
III. Se os corpos forem colocados em contato e, em seguida, retornarem à
posição original, a força elétrica entre eles passa a ser de atração.
IV. Se os corpos forem colocados em contato e, em seguida, retornarem à
posição original, a força elétrica entre eles apresenta a mesma
intensidade.

1.3 CAMPO ELÉTRICO

1.3.1 Definição. Campo Elétrico é uma região do espaço na qual uma partícula
eletrizada, denominada carga de prova, fica sob a ação de uma força elétrica. A
grandeza física Campo Elétrico é vetorial e, como tal, deve ser definida pela
intensidade, direção e sentido. Podemos dizer que o vetor Campo Elétrico em um

determinado local do espaço é definido como o vetor força elétrica F que atua sobre
uma carga de prova positiva (qo) colocada neste local.

7

 F
E
qo

A unidade de Campo Elétrico, no SI, é o N/C.

Considerando uma carga puntiforme (q), geradora de campo elétrico localizada à uma
distância r de uma carga de prova (qo), podemos determinar o vetor campo elétrico pela
relação:

 qq F q  q
F  k   2 o  rˆ   k  2 rˆ  E  k  2  rˆ
r qo r r

Lembrando que r̂ é um vetor unitário dirigido de q para qo.

Exercício Proposto (17): Qual é a força atuante sobre um elétron colocado em um ponto onde o
 
campo elétrico é E  4,0 104 iˆ N/C/? Resposta F  6,4 1015 iˆ

Exercício Proposto (18): Uma carga Q1  8 μC está localizada na origem do sistema de


coordenadas cartesianas e, uma segunda carga Q 2  -5 μC está situada no eixo das
abscissas a 20 cm da origem. Determine o vetor campo elétrico e o seu módulo, no
ponto P cujas coordenadas são dadas por (0, 60) cm. Resposta:
 4ˆ 4 ˆ

E  3,6 10 i  9,3 10 j e E  9,9 10 [N/C]
4

Exercício Proposto (19): Uma carga puntiforme de  5,2C está localizada na origem do
sistema cartesiano de coordenadas. Determinar o vetor campo elétrico:
 
a) Sobre o eixo dos x, em x  3 m Resposta: E  5,2 103 i [N/C]
 
b) Sobre o eixo dos y, em y  -4 m Resposta: E  2,93  103 j [N/C]
  
c) No ponto com as coordenadas (2, 3) metros. Resp: E  1,98 103 i  2,99 103 j

Exercício Proposto (20): Achar o campo elétrico resultante sobre a reta que une as duas cargas
da figura abaixo, no ponto médio entre elas. Resposta: 5,48 10 4 [N/C]

- 4,7 μC 9,0 μC
- +
3m

8
1.3.2 Linhas de Força de um Campo Elétrico

São conjuntos de retas ou curvas que apontam sempre na mesma direção do vetor
campo elétrico com a intenção de facilitar a visualização do campo elétrico. Precisamos
conhecer algumas características das linhas de força de um campo elétrico, são elas:

a) O vetor campo elétrico E é tangente, em cada ponto, à linha do campo elétrico


que passa pelo ponto.
b) O número de linhas, por unidade de área, que atravessam uma superfície
perpendicular às linhas do campo, é proporcional ao valor do campo elétrico na
região. Isto é, quanto mais juntas as linhas (maior densidade de linhas) maior o
módulo do campo elétrico.

EA  EB
.A
.B

Se imaginarmos inúmeras partículas de prova ao redor da partícula geradora de carga


podemos verificar que as linhas de campo elétrico que vão de Q a qo têm forma radial,
dirigida para fora (figura 3-a) se a carga Q for positiva e, dirigida para dentro (chegando
em Q) se a carga Q for negativa (figura 3-b).
Divergente Convergente

E E -Q
Q
+ -

(figura 3-a) (figura 3-b)

1.3.3 Campo Elétrico Uniforme

Dizemos que um campo elétrico é uniforme em uma região quando suas linhas de força
são paralelas e igualmente espaçadas umas das outras, o que implica que seu vetor
campo elétrico nesta região tem, em todos os pontos, a mesma intensidade, mesma
direção e sentido. Podemos obter um campo elétrico uniforme utilizando duas placas
condutoras planas e iguais, colocadas em paralelo e tendo carga elétrica de mesma
intensidade e sinais opostos, o campo elétrico gerado entre elas será uniforme.

+ A . -
+
+
+
.
B
-
-
-
Neste caso, em qualquer posição
dentro do campo elétrico
teremos a mesma intensidade de
+
+ C . -
-
campo:
EA = EB = EC

+ -
+ -
+
+
9
+
1.3.4 Movimento de partículas carregadas num campo elétrico uniforme.

Quando uma partícula eletricamente carregada é colocada em um campo elétrico


 
uniforme, passa a atuar nesta partícula uma força elétrica dada por F  q  E .
Considerando que esta força seja a única a atuar sobre a partícula, pela segunda lei de
Newton (Princípio Fundamental da Dinâmica) podemos escrever:


  qE
FR  FE  ma  qE  a
m

Exercício Proposto (21): Um próton é acelerado, a partir do repouso, num campo elétrico
uniforme de 640 N/C. Em certo instante, depois, a sua velocidade é 1,2  10 6 m/s.

Massa do próton: 1,672  10 27 Kg

a) Achar a aceleração do próton. 6,13  1010 m/s2


b) Quanto tempo leva o próton para atingir essa velocidade? 19,6 μs
c) Qual a distância que percorreu nesse intervalo de tempo? 11,8 m
d) Qual a sua energia cinética nesse instante? 1,2 10 15 J

Exercício Proposto (22): Um elétron entra na região de um campo elétrico uniforme como
mostra a figura abaixo. Sua velocidade inicial é de 3,0  10 6 m/s e a intensidade do
campo elétrico é de 200N/C. Considerando que o elétron está sujeito apenas ao campo
elétrico e que o comprimento das placas é de 0,1 m, determine:

Dado: massa do elétron: 9,1  10 31 Kg

a) Desenhe na figura linhas de campo elétrico.


b) A aceleração do elétron enquanto estiver no campo elétrico. 3,5  1013 [m/s2]
c) O tempo que o elétron gasta para atravessar a região do campo elétrico. 3,3  10 8 [s]
d) O deslocamento vertical do elétron no interior do campo elétrico. 1,94  10 2 [m]
e) A velocidade do elétron ao sair do campo. 3,21  10 6 [m/s]

0,1 m
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
-

+ + + + + + + + + + + + + + + +

10
Exercício Proposto (23): Três cargas puntiformes idênticas q  2,7  C  estão colocadas nos
vértices de um triângulo equilátero cujos lados têm o comprimento de 35 cm. Qual o
módulo do campo elétrico resultante no centro do triângulo? Resposta: ER = 0 (Nulo)

Exercício Proposto (24): Uma pequena esfera de plástico, de 2 g, está pendurada por um fio de
20 cm num campo elétrico uniforme. A esfera está em equilíbrio quando o fio faz um
ângulo de 15º com a vertical, conforme a figura abaixo. Qual a carga elétrica da esfera?
Resposta: 52μC

E  10 3 N/C

15º 20cm

Exercício Proposto (25): Os elétrons, num feixe de partículas, têm cada qual, uma energia
cinética de 1,6  10 17 J . Qual o módulo do campo elétrico capaz de parar esses elétrons
em uma distância de 10cm?

Exercício Proposto (26): Uma gota de tinta de massa m  1,3  10 10 kg e carga (negativa) de
módulo q  1,5  10 13 C entra na região entre duas placas de comprimento x = 1,6 cm
com velocidade inicial vo  18 i (m/s). O campo elétrico entre as placas é uniforme,
 
E   1,4  10 6 j (N/C). Calcule (a) o deslocamento vertical, (b) o tempo de percurso,
(c) as componentes da velocidade quando a gota sai da região entre as placas.

Respostas: a) 0,64 mm b) 8,9  10 4 s c) v = (18 m/s) i + (1,44 m/s) j

Capítulo 2

Lei de Gauss – Fluxo Elétrico.

2.1.1 Fluxo Elétrico ( )

O Fluxo mede o quanto o campo elétrico atravessa uma superfície, mede densidade de
linhas de campo elétrico. Uma vez que o campo elétrico E é proporcional ao número de
linhas de campo por unidade de área, o fluxo também é proporcional ao número de
linhas de campo que atravessam a superfície.

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Fluxo elétrico é uma medida do número de linhas do campo elétrico que atravessam
certa superfície.

O Fluxo elétrico é dado pelo produto do módulo do campo elétrico, E, pela área da
superfície A perpendicular ao campo.

A unidade do Fluxo Elétrico no SI será: N.m2/C

  EA

Fluxo de E uniforme, perpendicularmente


através do plano A. (Serway)

Se a superfície considerada não for perpendicular ao campo, teremos:

  E  A  cos  

Fluxo de E uniforme, através


do plano A, formando um ângulo θ. (Serway)

Onde θ é o ângulo formado entre a reta normal (ou vetor normal) à superfície e o
Campo Elétrico.

Generalizando para um campo elétrico qualquer e uma superfície qualquer, o fluxo


elétrico ( ) ou (EA ) , através de A é definido como:
 
   E  dA
A


Onde dA é o vetor área perpendicular à superfície.
   
Lembrando que´9-8 E  dA  E  dA  cos , onde θ é o ângulo entre E  dA.

12
 Para θ < 90º,   0 , fluxo saindo da superfície.
 Para θ > 90º,   0, fluxo entrando da superfície.

 Para θ = 90º,   0 , não há fluxo.

Fluxo elétrico através da superfície A. O fluxo


é positivo, zero ou negativo, como mostrado,
respectivamente, nos pontos 1, 2 e 3 de acordo
com o ângulo θ. (Serway)

Exercício Proposto (01): Uma superfície plana, com área de 3,2 m2, gira num campo elétrico
uniforme de intensidade E  6,2  10 5 N/C. Calcular o fluxo elétrico através dessa área
quando o campo elétrico:

a) For perpendicular à superfície;


b) For paralelo à superfície;
c) For inclinado de 75º com o plano da superfície.

Exercício Proposto (02): Um campo elétrico, de intensidade E  3,5  10 3 N/C é paralelo ao eixo
dos x. Calcular o fluxo elétrico através de um retângulo, com 0,35 m de largura e 0,70
de comprimento, quando:

a) O retângulo for paralelo ao plano yz;


b) O retângulo for paralelo ao plano xy;
c) O retângulo contiver o eixo dos y e a sua normal fizer um ângulo de 40º com o
eixo dos x.

Exercício Proposto (03): Um anel circular, de 40 cm de diâmetro, gira num campo elétrico
uniforme até que se encontre a posição de fluxo elétrico máximo através dele. O fluxo,
nesta posição, vale 5,2  10 5 Nm2/C. Qual a intensidade do Campo Elétrico?

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Capítulo 3

Campo Magnético e Forças Magnéticas.


3.1 Magnetismo.

De acordo com a história da Ciências os fenômenos magnéticos foram observados há


mais de 2500 anos por pastores que perceberam a atração que certas pedras exerciam
sobre outras partículas que estavam ao seu redor. Tales de Mileto (640 – 550 a.C.)
relatou as propriedades de atração e repulsão entre pedaços de um óxido de ferro,
chamado de magnetita, cujo nome deriva da região da Ásia Menor denominada
Magnésia, onde esses fragmentos de pedra eram encontrados. Esses fragmentos, são
denominados de imãs permanentes. Suas características primárias estão relacionadas ao
que denominamos polo, o imã possui dois polos (polo sul e polo norte). Polos de mesmo
nome se repelem (N com N e S com S) e polos de nomes distintos se atraem (N com S).

Analogamente ao efeito elétrico, no qual uma carga elétrica gera um campo elétrico em
torno de si, um imã cria um campo magnético na região ao seu entorno.

A Terra se assemelha a um imenso imã, cujo Polo Norte Geográfico está próximo do
polo sul magnético e o Polo Sul Geográfico está próximo ao polo norte magnético. O
eixo de simetria do campo magnético da Terra não é coincidente ao eixo geográfico,
existe uma declinação entre esses eixos denominada declinação magnética.

Os polos de um imã sempre ocorrem aos pares, não existe um polo magnético isolado,
assim a propriedade da inseparabilidade dos polos enuncia que mesmo partindo um imã
em forma de barra sempre teremos polo norte e polo sul.

3.2 Campo Magnético.

A primeira evidência da relação entre magnetismo e o movimento de cargas foi


descoberto em 1819 pelo cientista dinamarquês Hans Christian Oersted. Ele verificou
que a agulha de uma bússola sofria uma deflexão quando na proximidade de um
condutor quando percorrido por uma corrente elétrica. Alguns anos mais tarde, Michael
Faraday, na Inglaterra, e Joseph Henry, nos Estados Unidos, descobriram que o
movimento de um imã nas vizinhanças de uma espira condutora pode produzir corrente
elétrica na espira.

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O campo magnético é uma grandeza vetorial associada a cada ponto do espaço na
proximidade de um imã ou de uma carga em movimento. O campo magnético será

representado pela letra B e sua unidade no sistema internacional é o tesla (T), em
homenagem a Nikola Tesla. Portanto, já sabemos que uma carga móvel ou uma corrente
elétrica cria um campo magnético em sua vizinhança. Veremos também que um campo
magnético exerce uma força sobre qualquer outra corrente ou carga que se mova no
interior.

Obs: Unidade do campo magnético no sistema cgs de unidades é o gauss.

1T = 1N/A . m e 1G = 10-4 T

O Campo magnético da Terra é da ordem de 1G ou 10-4 T.

3.3 Força Magnética.

3.3.1 Força Magnética em uma partícula carregada.

Características da força magnética que atua em uma carga elétrica em movimento:

 É diretamente proporcional ao módulo da carga elétrica.


 É diretamente proporcional à velocidade da carga elétrica.
 É diretamente proporcional à intensidade do campo magnético.
 
 Tem direção perpendicular à direção de B e perpendicular à direção de v.
 
Obs: Quando B e v forem paralelos, isto é, o movimento da carga tem a mesma
direção do campo magnético em que ela está inserida, no mesmo sentido ou sentido
contrário, a força magnética é nula.

F  q  v  B  sen

 
Onde, θ é o ângulo medido no sentido de rotação de v para B.
  
A força magnética pode ser dada pelo produto vetorial: F  q v  B

Vamos analisar o sentido da força magnética utilizando a regra da mão direita.

Força magnética (Serway). Regra da mão direita para uma carga negativa. (Halliday)

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Exercício Proposto (01): O campo magnético da Terra medido em um ponto sobre a superfície
tem módulo 0,6 G e está direcionado para baixo e, no hemisfério norte, no sentido norte,
como mostrado na figura abaixo. O campo magnético da Terra varia de local para local.
Esses dados estão aproximadamente corretos para o centro dos Estados Unidos. Um
próton está se movendo horizontalmente na direção norte com velocidade v =
10Mm/s. Determine o vetor força magnética sobre o próton.

z N
 y
v
+q
O L
70º x

S B

Exercício Proposto (02): Encontre o vetor força magnética sobre um próton se movendo com
 
uma velocidade v  4 106 iˆ [m / s] dentro de um campo magnético B  2,0 kˆ [T ].
Resposta:  1,28 1012 ˆj [ N ]

3.3.2 Força magnética atuando em um condutor.

Quando uma corrente passa por um condutor retilíneo imerso em um campo magnético
existe uma força magnética sobre o fio que é igual à soma das forças magnéticas sobre
as partículas carregadas que formam a corrente elétrica. Esta força pode ser calculada
pela equação:

  
F  i L B

Onde,

i = intensidade de corrente elétrica, em ampère.


L = vetor cujo o módulo é o comprimento do fio dentro do campo.
B = intensidade do campo magnético.
 
Caso o ângulo (θ) entre os vetores, L e B, seja dado podemos calcular o módulo da
força magnética sobre o fio pela equação:

F  B  i  l  sen ( )

Exercício Proposto (03): Em um segmento de fio com 3 mm de comprimento passa uma


corrente de 3 A no sentido +x. O fio se encontra em repouso em um campo magnético
de módulo 0,02 T, que está no plano xy e faz um ângulo de 30º com a direção +x. Qual
a força magnética exercida sobre o segmento do fio?

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Exercício Proposto (04): Uma barra de cobre retilínea conduz uma corrente de 50 A de oeste
para leste em uma região entre os polos de um grande eletroímã. Nessa região, existe
um campo magnético no plano horizontal orientado para o nordeste (ou seja,
considerando uma rotação de 45º do leste para o norte), com modulo igual a 1,20 T.
Determine:
a) O módulo, a direção e o sentido da força magnética que atua sobre um
comprimento de 1,0 m da barra.
b) Mantendo-se a barra no plano horizontal, como ela deve ser orientada para que o
módulo da força seja máximo? Qual é o módulo da força nesse caso?

3.4 Fluxo Magnético e Lei de Gauss para o Magnetismo.

O fluxo magnético  m através de uma superfície é análogo ao fluxo elétrico relacionado


com a lei de Gauss.
 
   B dA   B cos dA   B  dA

O fluxo magnético é uma grandeza escalar, no caso especial para o qual o campo


magnético B é uniforme sobre uma superfície plana, temos:

  B  A  cos

A unidade do fluxo magnético no sistema internacional de unidades é o Wb (weber) em


homenagem ao físico alemão Wilhelm Weber.

1 Wb  1 T  m 2

d
Podemos escrever: B  , isto é, o campo
dA
magnético é igual ao fluxo por unidade de área
ao longo de uma área ortogonal ao campo. Por essa
razão o campo magnético é também denominado de
densidade de fluxo magnético.

O fluxo magnético total através de qualquer superfície fechada é nulo.

17
Exercício Proposto (05): A figura mostra a vista de perfil de um plano com área de 3,0 cm2 em
um campo magnético uniforme. Sabendo que o fluxo magnético através da área é igual
a 0,90 mWb, calcule o módulo do campo magnético e determine a direção e o sentido
do vetor da área.

3.5 Movimento de partículas carregadas em um campo magnético.

Quando uma partícula carregada se move em uma região onde só existe campo
magnético, o módulo de sua velocidade permanece sempre constante.

3.5.1 Partícula movimentando-se em uma direção perpendicular ao campo


magnético.

Quando uma partícula é lançada em uma direção cujo vetor velocidade forme um
ângulo de 90º com o vetor campo magnético, a força magnética que surgirá na partícula
irá promover uma deflexão no movimento provocando uma trajetória circular, esta força
magnética será centrípeta.

Como o ângulo θ = 90º, temos:

Fm  q  v  B  sen 90º  q v B

v2
Fcp  m  acp acp 
r

v2
Fm  Fcp  qv B  m
r
Figura – MCU (Serway)

mv
Assim, podemos escrever o raio da trajetória como, r 
qB

Da Mecânica sabemos que a velocidade angular é:

v q B q B
w  w  v  w
r mv m

2 w
w  w  2 f  f  , a frequência de rotação da partícula não depende
T 2
do raio da órbita circular, esta frequência é denominada frequência ciclotrônica.

18
Em um acelerador de partículas chamado cíclotron, as partículas se movem em órbitas
quase circulares e recebem uma aceleração duas vezes em cada ciclo, fazendo aumentar
a energia e o raio da órbita, porém sem alterar a frequência nem a velocidade angular.

Obs: Um magnetron – tipo de fonte utilizada para gerar frequências de micro-ondas


para um forno de micro-ondas e para sistemas de radar – emite uma radiação com
frequência igual a de um movimento circular de elétrons em câmara a vácuo entre os
polos de um imã.

3.5.2 Partícula movendo-se em uma direção não-perpendicular ao campo


magnético.

Quando uma partícula carregada é lançada em um campo magnético com direção não
perpendicular ao campo, a componente da velocidade que é paralela ao campo
magnético permanece constante, pois nesta direção a força magnética é nula. Desta
forma, a componente paralela provocará um movimento retilíneo e uniforme na
partícula e a componente da velocidade que é perpendicular ao campo provocará um
movimento circular uniforme, como visto anteriormente. Neste caso, a composição
destes dois movimentos resultará em uma trajetória helicoidal da partícula dentro do
campo.

Movimento helicoidal de uma carga dentro


de um campo magnético uniforme – (Serway)

Exercício Proposto (06): Um magnétron de um forno de micro-ondas emite ondas


eletromagnéticas com frequência f = 2450 MHz. Qual é o módulo do campo magnético
necessário para que os elétrons se movam em órbitas circulares com essa frequência?

Exercício Proposto (07): Um próton de massa m  1,67 10 27 kg foi lançado dentro de um campo
magnético uniforme, formando um ângulo 0 < θ < 90º com o vetor campo magnético.
Este campo magnético uniforme tem direção paralela ao eixo Ox e possui módulo igual
a 0,500 T. Considere que apenas a força magnética esteja atuando no próton. No
instante t = 0, o próton possui componentes da velocidade dados por v x  1,5 10 5
 m/s,
v
v y  0 e v z  2,0 10 5 m/s. Determine:
θ
a) Para t = 0 a força que atua sobre o próton e sua aceleração. p 
B
b) O raio da trajetória helicoidal, a velocidade angular e o passo da hélice.

Exercício Proposto (08): Um próton de massa m  1,67 10 27 kg se move em círculo de raio r =
21 cm perpendicular a um campo magnético B = 4000 G. Determine:
a) O período do movimento circular do próton.
b) A velocidade linear do próton.

19
3.5.3 Força e torque sobre uma espira de corrente.

Uma espira é um condutor fechado por onde circula corrente. Vamos analisar uma
espira retangular em um campo magnético uniforme. Veremos que a força resultante
que atua na espira, considerando todas as quatro partes da espira, é nula. Assim, a espira
não terá um movimento de translação devido às características eletromagnéticas que
atuam nesta espira. Entretanto, poderemos ter um torque atuando nesta espira e
promovendo um movimento rotacional da mesma em relação à um eixo de referência. A
figura abaixo mostra uma espira retangular, onde são omitidos a entrada e saída da
corrente elétrica para simplificar o circuito. Podemos verificar que as forças F2 e F4 não
exercem torque na espira pois estão aplicadas na mesma linha. Mas, as forças F1 e F3,
que não estão na mesma linha, mas em linhas paralelas formam um binário com a linha a.
O torque gerado pelo binário de forças na espira será dado por:

  i  B  A  sen
Onde,

i = Intensidade da corrente elétrica que percorre a espira.


B = Campo magnético no qual a espira está imersa.
A = Área da região limitada pela espira.
 
θ = O ângulo formado entre B e n (vetor normal ao plano da espira).

O produto   i  A denomina-se momento de dipolo magnético ou momento


magnético da espira, para o qual usamos a letra μ. Assim, podemos escrever:

    B  sen

O torque tende a fazer a espira girar no sentido decrescente do ângulo θ, ou seja, no


sentido da posição de equilíbrio estável no qual a espira fica no plano perpendicular à
 
direção do vetor B . Onde θ é o ângulo entre o vetor momento magnético (  ) e o vetor

campo magnético (B) .

20
  
O torque magnético pode ser calculado vetorialmente por:     B

3.5.4 Energia potencial para um dipolo magnético.

Quando um dipolo magnético muda de orientação, isto é, sofre uma deflexão angular
em um campo magnético, o campo realiza um trabalho sobre o dipolo. Este trabalho
está relacionado à variação da energia potencial. Fazendo uma analogia com o que foi
estudado em dipolo elétrico, temos:

    
Torque elétrico:   p  E  Energia potencial  U   p  E   p  E  cos

    
Torque Magnético:     B  Energia potencial  U    B    B  cos

Exercício Proposto (09): Uma bobina circular com raio de 0,05 m possui 30 espiras e está
situada sobre um plano horizontal. Ela conduz uma corrente de 5,0 A no sentido anti-
horário, quando observada de cima para baixo. A bobina está em um campo magnético
uniforme orientado da esquerda para direita, com módulo igual a 1,2 T. Calcule o
módulo do momento magnético e o módulo do torque sobre a bobina.

Exercício Proposto (10): Energia potencial de uma bobina em um campo magnético. Se a


bobina do exemplo anterior girar a partir de sua posição inicial até uma posição na qual

seu momento magnético seja paralelo a B, qual a variação da sua energia potencial?

Exercício Proposto (11): Uma bobina retangular, de dimensões 5,4 cm x 8,5 cm, é constituída por
25 espiras de fio condutor. A bobina é percorrida por uma corrente de 15 mA.
a) Calcule o módulo do momento magnético da bobina.
b) Supondo que um campo magnético de módulo 0,350 T seja aplicado
paralelamente ao plano da espira. Qual o módulo do torque que atua sobre a
bobina?

21
Capítulo 4

Fontes de Campo Magnético.

4.1 Campo Magnético de uma carga em movimento.

Uma partícula de carga em movimento cria um campo magnético que pode ser
calculado pela equação:

 q  v  sen  0 q  v  rˆ
B 0  ou através do produto vetorial da forma: B  
4 r2 4 r2

A direção e o sentido do vetor campo magnético é tangente à circunferência formada


pela linha de campo no ponto em que se deseja determiná-lo. O sentido é dado pela
regra da mão direita.

4.2 Campo magnético de um elemento de corrente.

O campo magnético total produzido por diversas cargas que se movem é a soma vetorial
dos campos produzidos pelas cargas individuais.

  0 i  dl  rˆ
O campo magnético de um elemento de corrente é dado por: dB  
4 r2
Onde, dl é um vetor de comprimento que possui o mesmo sentido da corrente que flui
no condutor.

Pela Lei de Biot e Savart, podemos calcular o campo magnético produzido em qualquer
ponto do espaço por uma corrente que flui em um circuito completo, basta integrar a
equação acima.

 0 i  dl  rˆ
4  r 2
B 

22
Nas proximidades de um condutor retilíneo (fio) transportando corrente elétrica a
equação de Biot – Savart, nos permite calcular a intensidade do campo magnético:

0  i
B 0  4 107 [m.T/A]
2  r

Exercício Proposto (01): Um fio de cobre conduz uma corrente constante de 125 A. Determine o
campo magnético produzido por um segmento de fio de 1,0 cm de comprimento em um
ponto situado a uma distância de 1,2 m do fio, considerando que o ponto seja:
a) P1 situado sobre a perpendicular superior do fio
b) P2 situado sobre uma linha que forma um ângulo de 30º com o fio.

.
P1

.
P2
1,2 m
1,2 m

30º 125A

Exercício Proposto (02): Um condutor retilíneo longo conduz uma corrente de 1,0 A. Para qual
distância, a partir do eixo do condutor, o módulo do campo magnético produzido pela
corrente é igual ao módulo aproximado do campo magnético médio da superfície da
Terra, que é de 0,5  10 4 T?

Exercício Proposto (03): A figura abaixo mostra um plano xy que corta perpendicularmente dois
fios longos paralelos, cada um deles conduzindo uma corrente i, de mesma intensidade,
porém de sentidos contrários. Determine o módulo a direção e o sentido do campo

magnético B nos pontos: P1, P2 e P3.

P3

2d

23
4.3 Força entre condutores paralelos.

Quando temos dois fios paralelos sendo percorridos por correntes i e i’, devemos
considerar que cada um dos fios está imerso no campo magnético gerado pelo outro,
portanto sofre ação de uma força magnética. A força magnética que atua sobre um
comprimento L de um fio imerso em um campo magnético perpendicular ao fio, é dada
por:

 i
F  B  i'L como o campo magnético é B  , substituindo:
2  r

 i   i  i'L
F  i'L  F
2  r 2  r

F 0  i  i'
A força por unidade de comprimento, será: 
L 2  r

Verificamos na figura acima que, para correntes que tem o mesmo sentido a força
magnética que atua nos condutores é de atração.

Exercício Proposto (04): Dois fios supercondutores retilíneos e paralelos, separados por uma
distância 4,5 mm, conduzem correntes iguais, porém em sentidos contrários, com
módulo igual a 15000 A. Determine a força por unidade de comprimento, de interação
entre os fios e se a força é de atração ou repulsão.
i'

4,5 mm

24
Exercício Proposto (05): Dois fios condutores N e M, retos, paralelos e muito compridos,
conduzem correntes, de forma que o campo magnético produzido por elas resulta nulo
sobre uma linha entre os dois, conforme a figura abaixo.
a) Determine a corrente que circula pelo condutor N.
b) Ache a força por unidade de comprimento que atua sobre os fio e diga se esta
força é atrativa ou repulsiva.

4.4 Campo magnético de uma espira circular.

Para calcularmos o campo magnético em um ponto P sobre o eixo de simetria da espira


situado a uma distância x do seu centro, podemos utilizar a equação de Biot-Savart.
  
Como a figura abaixo mostra, dl e r são perpendiculares e a direção de dB produzida

pelo elemento dl , indicado na figura, está sobre o plano xy. Como r 2  x 2  a 2 , o

módulo do campo magnético produzido pelo elemento dl é:

0 i  dl 0  i  dl 
dB   2  fazendo a decomposição do vetor dB nos eixos x e y:
4 r 4  ( x 2  a 2 )

0  i  dl a 0  i  dl  a
dBx  dB  cos    
4  ( x  a ) ( x  a )
2 2 2
2 1/ 2
4  ( x 2  a 2 ) 3 / 2

25
0  i  dl x 0  i  dl  x
dB y  dB  sen    (não vai interessar)
4  ( x  a ) ( x  a )
2 2 2 1/ 22
4  ( x 2  a 2 ) 3 / 2

Como a componente em y irá se anular devido a simetria rotacional em torno do eixo


Ox, não teremos componente perpendicular ao eixo Ox.

Para obtermos a componente x do campo magnético total B, integramos a equação do
 
elemento dBx , para todos os elementos dl , em torno da espira.

0  i  dl  a
Bx   como todos os parâmetros, com exceção de dl, são constantes
4  ( x 2  a 2 )3 / 2
poderemos simplificar a integral.

0  i  a
Bx 
4  ( x 2  a 2 ) 3 / 2  dl a integral de dl é dada pelo comprimento da circunferência,

portanto teremos:

0  i  a μ0  i  a 2 Sobre o eixo de
Bx   2  a  Bx 
4  ( x  a )
2 2 3/ 2
 2  a 2 )3/2
2 (x uma espira circular

O sentido do campo magnético sobre o eixo da espira é dado pela regra da mão direita.

4.5 Campo magnético sobre o eixo de uma bobina.

Da mesma forma como foi analisado o campo magnético sobre o eixo de simetria de
uma espira, na bobina, levamos em consideração que temos N espiras sobrepostas.
Assim, o valor do campo magnético será N vezes o campo de uma espira.

N  0  i  a 2 N  0  i
Bx  Para o ponto no centro da bobina, x = 0, temos: Bx 
2  (x  a )
2 2 3/ 2
2a

Exercício Proposto (06): Uma bobina conduzindo uma corrente de 5,0 A é constituída por 100
espiras circulares com raio igual a 0,60 m.
a) Determine o campo magnético ao longo do eixo da bobina, situado a uma
distância de 0,80 m do seu centro.
b) Em que ponto ao longo do eixo da bobina o campo magnético se reduz a 1/8 do
valor do campo no centro da bobina?

26
4.2.3 Campo magnético de um solenoide.

O indutor, solenoide ou bobina, é um componente elétrico capaz de armazenar energia


em um campo magnético gerado pela corrente que o circula. Essa capacidade é chamada
de indutância e é medida em Henrys (H).
Um indutor é composto por um fio condutor enrolado em forma de espiral. Cada
volta da bobina é chamada de espira e a sua quantidade influencia diretamente na
intensidade do campo magnético gerado.
Indutores são utilizados em circuitos analógicos e em processamento de sinais.
Juntamente com capacitores e outros componentes, formam circuitos ressonantes, os
quais podem enfatizar ou atenuar frequências específicas.
As aplicações possíveis vão desde o uso de grandes indutores em fontes de
alimentação, como forma de remoção de ruídos residuais, além de bobinas de ferrite ou
toroidais para filtragem de rádio-frequência, até pequenos indutores utilizados em
transmissores e receptores de rádio e TV. Indutores também são empregados para
armazenamento de energia em algumas fontes de alimentação chaveadas.
Dois ou mais indutores acondicionados juntos em um mesmo circuito magnético
formam os chamados transformadores, os quais são elementos fundamentais em
inúmeros sistemas elétricos.

N
B  0 I  0 n I

N
Onde, n  , é o número de espiras por unidade de comprimento.

Exercício Proposto (07): Algumas ligas supercondutoras, em temperaturas muito baixas, podem
suportar correntes muito elevadas. Por exemplo, um fio de Nb3Sn, a 10K, pode
conduzir 103A e manter a supercondutividade. Determinar o campo, B, máximo que
pode ser atingido num solenoide, de 25 cm de comprimento, com 1.000 espiras de fio
de Nb3Sn enroladas regularmente.

Exercício Proposto (08): Um solenoide é projetado para produzir um campo magnético igual a
0,027T em seu centro. Ele possui raio de 1,4cm, comprimento 40cm e o fio conduz uma
corrente máxima de 12A.
a) Qual é o número mínimo de espiras que o solenoide deve possuir?
b) Qual é o comprimento total do fio necessário?

27
Exercício Proposto (09): Dois fios longos e paralelos estão separados por uma distância de 1,0
m, como está indicado na figura. O fio superior conduz uma corrente i1 = 6,0 A,
entrando no plano da página.
a) Qual é o módulo e o sentido da corrente i2 para que o campo magnético no ponto
P seja igual a zero?
b) Qual deve ser então o campo magnético resultante no ponto Q e no ponto S?
c) Qual é a força por unidade de comprimento que a corrente i2 exerce sobre a
corrente i1?

Exercício Proposto (10): Por um condutor cilíndrico maciço passa uma corrente i = 2,0 A. O raio do
condutor é R = 0,50 cm. Calcular o campo magnético gerado pela corrente a distância a
= 0,20 cm e b = 1,0 m do eixo do condutor, se a corrente está distribuída uniformemente
no condutor.

Exercício Proposto (11): Dois condutores retilíneos e muito longos conduzem cada um uma corrente
de 6,0 A no ar. Um dos condutores é colocado sobre o eixo dos x, com a corrente fluindo no

sentido de (  i ); e outro condutor está sobre o eixo dos y, com a corrente fluindo no sentido

( j ). Calcular o campo magnético devido a essas correntes no ponto P(1,1).

Exercício Proposto (12): Um fio retilíneo longo está situado sobre o eixo y e conduz uma

corrente i = 8,0 A no sentido  j . Além do campo magnético produzido pelo fio, existe um

campo magnético uniforme B0 com módulo 1,5  10 6 T apontando no sentido do semieixo
positivo de x. Calcule o módulo, direção e sentido do campo magnético total nos seguintes
pontos sobre o plano xz:

a) x = 0 , z = 1,0 m
b) x = 1,0m , z = 0
c) x = 0 , z = - 0,25 m

28
Exercício Proposto (13): Quatro fios longos, que transportam corrente no mesmo plano, se
cruzam para formar um quadrado com 40,0 cm de lado, como mostra a figura abaixo.
Determine o módulo e o sentido da corrente i, de modo que o campo magnético no
centro do quadrado seja igual a zero.

29

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