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Discente: Lucas Gabriel Procópio de Brito

RESENHA

O artigo científico intitulado “ARTES MARCIAIS E LUTAS: uma análise da


produção de saberes no campo discursivo da Educação Física Brasileira” tem como
autores Arisson Vinícius Landgraf Gonçalves e Méri Rosane Santos da Silva e foi publicado
na Revista Brasileira de Ciências do Esporte no ano de 2013.
A análise discursiva a partir de trabalhos analisados transcorre sobre as diferentes
significações destacadas por autores desses estudos sobre as práticas de Artes Marciais e Luta,
para tanto, Arrison e Méri usaram as ideias de Michel Foucault como referencial teórico para
desenvolver seu trabalho, seguindo alguns parâmetros como forma de problematizar os
conceitos já produzidas nos estudos científicos acerca dessas duas práticas. No entanto, os
dois autores buscaram uma forma de associar essas duas atividades (Artes Marciais e Luta)
com a Educação física brasileira e a influência das diferentes concepções acerca da temática
na produção de novos saberes.
É importante ressaltar que por meio dos trabalhos analisados, os autores notaram uma
certa tensão ao se falar de artes marciais e lutas devido as diversas concepções sobre elas,
todavia, essas distintas formas de pensamento, passam a constituir um importante viés para
sua abordagem na Educação física. As artes marciais, a partir da análise dos textos se
constituem mais como uma prática orientalista transmitindo uma ideia de que deve ser
preservada sua essência, sendo esta transformada a partir do momento que foi associada a
outras práticas corporais.
Do outro da lado da discussão está a Luta, sendo está vista de uma forma mais ampla,
rompendo com a ideia propriamente orientalista e abrangendo também os diversos contextos
sociais e também educacional. A partir dessas duas vertentes, Arrison e Méri consideram a
importância de dar outras significações e visibilidade para essas práticas, inserindo-as em
outros contextos, como o acadêmico, por exemplo. Dessa forma, os autores buscam não só
apresentar as diversas concepções acerca das duas práticas, mas, fazer uma consideração de
como estas podem produzir conhecimentos importantes para a sociedade atual.
É importante ressaltar que a intencionalidade de Arrison e Méri em nenhum momento
foi de mostrar qual conceito sobre as práticas de Lutas e das Artes Marciais é o correto, mas,
como o conhecimento e a constituição dessas práticas corporais e a sua finalidade são
importantes pra a compreensão sobre o assunto e sua futura aplicabilidade em diferentes
contextos, perspectivas e objetivos.
Segundo Santos (2017), a Arte Marcial possui todo um conceito histórico-filosófico
referente à sua prática e objetivos, destacando-se um dos seus mais abordados conceitos, que
é pregar a disciplina e o respeito para os praticantes. A produção de conhecimentos oriundos
das diversas concepções sobre Artes marciais e luta como prática esportiva, abre um leque de
possibilidade para o campo educacional, principalmente para a Educação Física porque todas
as manifestações corporais humanas são geradas na dinâmica cultural, desde os primórdios da
evolução até hoje.
Apesar da origem das Lutas e das Artes Marciais seguirem diferentes caminhos e
ainda continuarem sendo uma incógnita para alguns estudiosos (MAZZONI e OLIVEIRA
JUNIOR, 2011), os conceitos produzidos ao longo do tempo, podem se constituir como
saberes importantes para serem inseridos em diferentes perspectivas e contextos nos estudos
científicos e acadêmicos, haja vista que essas práticas corporais ganharam mais visibilidade
na atualidade.

REFERÊNCIAS

SANTOS, André Lima. AS ARTES MARCIAIS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: A


PEDAGOGIA DO ESPORTE NO CONTEXTO DA AGRESSIVIDADE ESCOLAR.
Curso de Licenciatura em Educação física. Universidade Aberta do Brasil – Piritiba-BA.
2017.Disponível em:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/22828/1/2017_AndreLimaSantos_tcc.pdf. Acesso em: 15
de maio de 2023.

MAZZONI, Alexandre V. OLIVEIRA JUNIOR, Jorge Luiz. Lutas: da pré-história à pós-


modernidade. USP. 2011. Disponível em:
https://www.gpef.fe.usp.br/teses/agenda_2011_04.pdf. Acesso em: 15 de maio de 2023.

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