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Somos Todos Chaplin

Escrito por: Juliana Facina (2020)

NARRADOR: EncenAção apresenta: SOMOS TODOS CHAPLIN


Participação dos alunos do curso de teatro EncenAção e de todas as pessoas
aqui presentes que se sentirem um pouco Chaplin.
Afinal de contas quem não quer ser um pouco Chaplin: um artista brilhante,
inconfundível, criativo, inovador, corajoso, democrático, sensível,
apaixonante, inspirador e inesquecível. Era ator, dançarino, diretor,
roteirista, editor e produtor dos seus próprios filmes e fiquem sabendo:
foram mais de 80. Foi um dos atores mais notáveis da era do cinema mudo,
pelo uso de mímica e da comédia pastelão. Nossa há tanto o que dizer sobre
esse artista que até me perco! Bom! Vamos começar do início para não
esquecer nenhum detalhe.

(Fotos dele na infância) Charles Spencer Chaplin, nasceu em 16 de abril de


1889, em Londres.

(Foto do Pai) Seu pai também chamado Chales Spencer Chaplin era
vocalista e ator, infelizmente tinha problemas com álcool e após se separar
da mãe de Charles teve pouco contato com os filhos, morreu de cirrose
hepática em 1901.

(Foto da mãe) Sua mãe se chamava Hannah Chaplin, também conhecida


artisticamente como Lily Harley, era cantora e atriz. De forma triste veio a
manifestar problemas psicológicos que a impossibilitaram de continuar a
sua carreira. Em uma certa ocasião, impossibilitada pela saúde de subir ao
palco, foi substituída por Charles que tinha apenas 5 anos, e fez sua
primeira apresentação cantando a música “Jack Jones”. Eu separei um
pedacinho dela para vocês.

Hannah foi internada por conta desses problemas psicológicos em um


sanatório, quando Chaplin ainda era criança, Ele e seu irmão mais velho
foram enviados para um orfanato, anos depois retornaram a viver com a
mãe, que teve altos e baixos, saiu e voltou para a clínica várias vezes,
ocasionando uma infância bem conturbada para os filhos. Mas felizmente
na sua velhice Charles Chaplin a levou para a Califórnia onde foi cuidada
em casa, até a sua morte em 1928.
Charles tinha dois meio irmãos: Sidney John Chaplin era ator e meio-irmão
mais velho de Charles, o ajudou por um tempo em sua carreira sendo seu
gerente de negócios por um tempo.

E o meio-irmão mais novo era Wheeler Dryden que cresceu separado com
o seu pai na Inglaterra e só veio conhecer os Chaplins em 1915, se juntando
a eles em Hollywood, foi ator, diretor e as vezes auxiliava Chaplin.

A carreira de Chales Chaplin no cinema teve início em 1910 em uma visita


à América, ele chamou a atenção do produtor de cinema Mack Sennett, que
acabou o contratando para atuar em seus filmes. Nesta Época Charles
recebia 175 dólares por semana para fazer três filmes cômicos. Mas sua
carreira deslanchou de verdade em 1914 com o filme:

CARLITOS O REPORTÉR – (Estrelando Bábara Barreto como Carlitos e


Amanda Fernandes como Repórter)– 0:00/ 1:40 - 7:34 / 8:55

NARRADOR: Foi neste ano que Chaplin gravou mais 34 filmes para a
Companhia Keystone, quase todos interpretados por Carlitos, esse
maravilhoso personagem que todos conhecemos até hoje, que usa terno
composto por uma calça enorme, casaco curto e apertado, sapato muito
maior que o seu pé, chapéu côco e uma bengala inseparável, sem esquecer
do inconfundível bigode, seu jeito marcante de andar e se expressar. Vamos
conferir mais um dos filmes do início da carreira.

CARLITOS E O RELÓGIO – (Estrelando Lorena Alves como Carlitos,


Caroline Alves como Namorada e Vinícius Sesti como Namorado) –
00:00 / 02:05

NARRADOR: No ano seguinte 1915 Chaplin gravou mais 13 filmes, entre


eles, duas pérolas.

O CAMPEÃO (Estrelando Maria Eduarda Piffer como Carlitos, Tayla


Alanes com Atleta 1 e Lavínia Magda como Atleta 210:30 / 12:35)

NARRADOR:

O VAGABUNDO (Estrelando Maria Clara Machado como Carlitos,


Rafaela como Filha do fazendeiro e Antônio Machado como Ladrão ) –
0:50 / 2:40
NARRADOR: O próximo passo importante da carreira de Chaplin foi na
companhia Mutua em 1916, e o seu primeiro filme com eles foi ...

CARLITOS NO ARMAZÉM (Estrelando Ana Júlia Facina como Carlitos


e Manuela Azevedo como Ladrão) – 11:10 / 13:45

NARRADOR: Foi na Companhia Mutua, no ano de 1917 que Chaplin


realizou duas de suas obras-primas.

RUA DA PAZ ( Estrelando Vitor Toledo como Carlitos, Maria Clara


Machado como Capitã e Lorena Alves como Policial) – 5:50 / 7:10

O IMIGRANTE (Estrelando Mariáh Giovanelli como Carlitos, Arthur


Takahama como Garçom e Ana Júlia Facina como Cliente) - 9:00 / 11:22

NARRADOR: Em 1918, Chaplin casou-se aos 28 anos de idade


com Mildred Harris, que tinha então 16 anos. Tiveram um filho que faleceu
três dias após o nascimento. Se separaram em 1920 por conta de tudo que
sofreram pelo filho. Foi também em 1918 que Chaplin assinou contrato
com a First National, para quem fez filmes importantes e de longa duração,
vamos conferir um trecho de dois deles:

CARLITOS NAS TRINCHEIRAS (Estrelando Rafaela Laporta como


Carlitos e Alessandra Paixão como Soldado ) – 0:00 / 2:00

O GAROTO – 1921 – (Estrelando Augusto Campos como Carlitos, Lucca


Vieira como Garoto, Ana Júlia Tediola como Vizinho, Pedro Zuza como
Garoto encrenqueiro e Mariana Campos como irmão do encrenqueiro) –
26:00 / 28:40

NARRADOR: Nesta mesma época Chaplin se associou aos colegas atores


Douglas Fairbanks, Mary Pickford, D. W. Griffith, famosas personalidades
de hollywood e fundou a Produtora United Artists, em 1919, no intuito de
fazer frente as grandes corporações cinematográficas da época. Um dos
filmes de Chaplin produzidos por eles foi de 1925:

EM BUSCA DO OURO (Estrelando Arthur Takahama como Carlitos) –


47:50 / 51:25

NARRADOR: Neste filme aos 35 e sozinho, Chaplin se apaixonou por


Lita Grey, que tinha apenas 16 anos. Mesmo ela sendo muito jovem,
casaram-se em 1924, no México, quando ela ficou grávida. Tiveram dois
filhos, Charles Chaplin Júnior e Sydney. Se divorciaram em 1926, por
causa de brigas.
E foi nesta época que Chaplin diminui o ritmo de produção e passou a
realizar os filmes mais brilhantes, de sua carreira, entre eles, em 1928 o
inesquecível...

O CIRCO – 1928 – (Estrelando Manuela Azevedo como Carlitos, Ana


Júlia Facina como Palhaço Tristonho e Mariáh Giovanelli como Palhaço
Carequinha na cena dos palhaços) - 24:25 / 26:30

NARRADOR: - (Estrelando Tayla Alanes com Carlitos e Laura Parra


como Bailarinha na cena do equilibrista) - 50:00 / 52:17.

(Estrelando Amanda Fernandes como Carlitos na cena da corda bamba )


1:01:20/ 1:03:20

NARRADOR: Este Filme deu a Chaplin em 1929 o Prêmio honorário no


Oscar pela versatilidade técnica, como diretor, ator e roteirista.

Em 1931, mesmo depois do surgimento do cinema sonoro Chaplin ousou


lançar o Filme LUZES DA CIDADE sem diálogos, pois considerava os
filmes uma arte essencialmente pictórica.

LUZES DA CIDADE (Estrelando Luca Vieira como Carlitos, Bárbara


Barreto como Juíz e Vitor Toledo como Lutador ) – 1:03:40 / 1:05:40

NARRADOR: Em 1936, Chaplin casou-se secretamente aos 47 anos


com Paulette Goddard, de 25 anos, a menina de Tempos Modernos. Depois
de alguns anos felizes, este casamento também terminou em divórcio, em
1942. Foi também em 1936 que Chaplin gravou seu último filme mudo, o
polêmico:

TEMPOS MODERNOS (Estrelando Vinícius Sesti como Carlitos, Giovani


Rodrigues como Operários, Laura Moraes como Senhorita dos botões e
Sheila Sesti como Senhora dos Botões na cena da máquina) – 13:48 / 16:15

Chaplin não via Tempos modernos como uma sátira política, mas ele foi
proibido de ser exibido nos EUA, Alemanha e Itália, que se sentiram
incomodados com o roteiro.

– (Estrelando Alessandra Paixão como Carlitos e Melissa Bez como


presidiário na cena do presídio) – 24:35 / 27:00
Ainda em Tempos Modernos é possível perceber um detalhe muito
interessante, sendo o último filme mudo do nosso artista, ele teve a
brilhante ideia de manter em silêncio todos os personagens, deixando falar
apenas o dono da fábrica, segundo ele, não querendo passar nenhuma
mensagem com isso. Mas não é apenas a voz do dono da fábrica que
podemos ouvir neste filme. Ainda neste filme, na cena do restaurante é
possível ouvir a voz de Chaplin pela primeira vez nas telonas cantando uma
música que ele mesmo compôs para a despedida de Carlitos que aparece
pela última vez em um roteiro. Confira!

(Estrelando Melissa Bez como Carlitos na cena do restaurante) – 19:15 /


21:25

NARRADOR: O governo americano considera que Chaplin é simpatizante


aos ideais comunistas e começam a perseguir os seus trabalhos e essa
implicância só aumentou em 1940 na estreia do filme

O GRANDE DITADOR – 1940 – (Estrelando Isadora Chinaglia como


Ditador na cena do discurso ) – 15:05 / 18:30

(Estrelando Lavínia Megda como Ditador na cena da bola – 53:30 / 55:30)

NARRADOR: No meio de toda essa confusão Chaplin encontra tempo


para conhecer Oona O'Neill, se apaixonaram rapidamente e casaram-se
em 1943. Ele tinha 54 anos enquanto ela somente 18, mas a enorme
diferença de idade não influenciou em nada o bom relacionamento. Este
casamento foi longo e feliz. Oona, mesmo sendo ainda muito jovem, deu
oito filhos a Charlie, o que o deixou em completa felicidade. Essa união
durou até o fim de sua vida.

Voltando a carreira, em 1952 perseguido pelo governo Americano Chaplin


foi impedido de retornar aos EUA, passando a morar na Suíça, retornando
aos EUA apenas em 1972, 44 anos depois para receber o segundo Oscar
Honorário de sua carreira, pelo "efeito incalculável que ele teve em tornar
os filmes a forma de arte deste século". Ele saiu de seu exílio para receber
esse prêmio, e recebeu a mais longa ovação em pé da história do Oscar,
com uma duração total de doze minutos. Depois disso Chaplin interpretou
seu último protagonista o Rei Shahdov no filme: Um Rei em Nova York
em 1957 e gravou sua última aparição nas telonas com 77 anos, no filme A
condessa de Hong Kong em 1967. Encerrando a sua majestosa carreira com
seu primeiro e único filme colorido.
Chaplin se foi fisicamente dia 25 de dezembro de 1977 (sim na noite de
natal dormindo, afinal ele não ia fechar as cortinas em qualquer data). Mas
ele permanece vivo 130 anos após o seu nascimento, através da sua
imagem, das suas mensagens, do seu imensurável talento que nos inspira
até hoje. Exemplo: o discurso do filme O grande ditador que falou com
milhares de pessoas em 1940 e 80 anos depois continua falando conosco.

(Estrelando Laura Parra como Ditador, Tayla Alanes como Schultz e


Isadora Chinaglia como Militar na cena do discurso final) - 1:57:25 / 1:59

DISCUROS FINAL

LAURA PARRA: “Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não
entendo disso. Não pretendo governar ou conquistar ninguém. Gostaria de
ajudar – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos.
Nós todos queremos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim.
Queremos viver para a felicidade – não para a infelicidade de todos. Não
queremos odiar e desprezar uns aos outros! Neste mundo há lugar para
todos. E a terra é rica e pode muito bem alimentar a todos.

RAFAELA - Os caminhos da vida podem ser livres e lindos, mas nós


perdemos esses caminhos. A ambição envenenou a alma dos homens…
levantou um muro de ódio ao redor do mundo… nos atirou dentro da
miséria e também do ódio

BÁRBARA – Nós desenvolvemos a velocidade, mas nos fechamos em nós


mesmos. As máquinas que nos trouxeram abundância, nos deixaram
desamparados

MELISSA - Nossos conhecimentos nos deixaram cínicos, nossa


inteligência, duros e impiedosos. Pensamos demais e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de
inteligência, precisamos de bondade e compreensão.

MARIA CLARA - Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será
perdido. A aviação e o rádio nos aproximaram uns dos outros. A própria
natureza desses inventos demonstra a divindade do homem... exigi uma
fraternidade universal, para a união de todos nós.
ISADORA – Mesmo agora minha voz está chegando a milhares de pessoas
por todo o mundo… milhões de desesperados, homens, mulheres,
crianças… vítimas de um sistema que obriga o homem a torturar e
aprisionar gente inocente.

ARTHUR – Para aqueles que podem me ouvir eu digo: “Não se desespere!


A infelicidade que caiu sobre nós e não é consequência apenas da
ambição… da amargura do homem que teme os caminhos do progresso
humano.

TAYLA – O ódio dos homens irá passar, os ditadores morreram e o poder


que eles tiraram do povo, retornará então para ao povo. E embora o homem
morra, a liberdade jamais perecerá.
Soldados! Não se entreguem a esses brutos…

ALESSANDRA – homens que desprezam vocês… escravizam vocês…


governam suas vidas… dizem o que devem fazer, o que pensar, o que
sentir! Que conduzem vocês, ditam o que devem comer, tratam vocês como
gado e como bucha de seus canhões!

AMANDA – Vocês não são máquina! Homens é que são! Tenham amor
pela humanidade em seus corações! Não odeiem! Só quem não é amado
tem a capacidade de odiar!

ANA JÚLIA - Soldados! Não lutem pela escravidão! Lute pela liberdade!
No capítulo 17 de Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do
homem.

MANUELA A- Não em um homem ou grupo de homens, mas em todos os


homens! Em você! Vocês, o povo, tem o poder – o poder de criar
máquinas. O poder de criar felicidade!

LORENA - Vocês, o povo, tem o poder de fazer essa vida linda e livre… e
também de transformar essa vida em uma maravilhosa aventura

PEDRO– Portanto – em nome da democracia vamos usar esse poder,


vamos todos nos unir. Vamos lutar por um mundo novo…

LAVÍNIA- Um mundo decente que dará ao homem chance para trabalhar,


que dará a juventude um futuro e uma velhice tranquila.
VITOR – Prometendo essas coisas, brutos tem subido ao poder. Mas eles
mentem, eles não cumprirão essas promessas!

MARIÁH – Jamais cumprirão! Os ditadores querem liberdade, mas eles


escravizam o povo.

MARIA EDUARDA – Agora vamos lutar para que se cumpra essa


promessa, vamos lutar para libertar o mundo, para derrubar barreiras
nacionais, derrubar a ambição, sem ódio e a intolerância.

LUCA – Vamos lutar por um mundo sensato, um mundo onde a ciência e o


progresso nos levarão a felicidade de todos.

JULIANA FACINA – Soldados, em nome de um bem maior, vamos nos


unir! Vamos construir juntos um mundo novo – um mundo melhor, em que
os homens estarão acima das diferenças, da cobiça, do ódio e da ganância.
Um mundo com mais bondade, mais paciência, compreensão, tolerância,
um mundo com mais amor.

CRÉDITOS...

FIM

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