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OS LATAIF

O sufismo é conhecido como o caminho ou via da purificação do


coração. No sufismo, didaticamente, é possível dizer que há uma parte
devocional, uma parte pautada no autoconhecimento, sua teoria, bem
como suas práticas. Nas práticas são trabalhadas as nossas partes
energéticas profundas, as quais se relacionam com camadas espirituais do
ser. Esta divisão é artificial e, como dito, feita para fins didáticos. A
artificialidade se deve ao sufismo compreender diversos outros
desdobramentos e, seguramente, outras pessoas poderiam fazer esta
divisão de outro modo. Didática porque, na realidade, qualquer divisão que
se faça é apenas teórica, pois na realidade tudo se mescla.
O sufismo, como um caminho de purificação do coração, pode ser
vivido literalmente dentro de nossos corações, num contato íntimo com
nosso ser, com nós mesmos, com uma parte mais real, que habita nossos
corações. Nas práticas sufis se diz que o praticante pode ter uma “abertura
do coração”. Esta abertura relaciona-se com aberturas de alguns centros
que estão na região de nosso coração espiritual. Estes centros são
chamados de LATAIF.
Lataif é o plural de latif. São nove lataif no corpo humano, sendo
seis deles no coração. Estes lataif localizados no coração são o local de
manifestação da Revelação e Presença Divina em nós.
Na figura percebe-se três lataif na região da cabeça e outros seis no
coração. No centro do coração há um preto e um verde, que na figura estão
quase fundidos. Talvez você não tenha percebido, mas há um de cor
branca na parte inferior esquerda do coração (inferior direita na imagem,
pois as figuras são como um espelho). São, então, quatro pontos na
periferia do coração e dois no centro.

Nesta outra figura percebe-se estes pontos mais claramente. Ela


representa somente os lataif na região do coração. Só que nesta figura, no
centro, há dois pontos sobrepostos, um na cor preta e outro, bem no
centro, de cor branca. Mas, apesar da diferença de representação, ambas
as ilustrações referem-se aos seis lataif do coração. Pode-se ver também a
Estrela de David ou Selo de Salomão nesta figura. Esta estrela de seis
pontas representa que aquilo que há acima (o Absoluto – Deus) é o que
está abaixo, em nós, em nosso coração (os seis lataif). Dentro da imagem
há um triângulo apontando para cima (Deus) e outro apontando para
baixo (nós, nosso coração).
Um estudioso do sufismo e de místicas comparadas, A. H. Almaas,
descreve, em seus livros “O Coração de Diamante” e “Essência”, o nível
dos chakras (centro energético citado por muitos caminhos e comumente
descrito em referências disponíveis na internet) como um nível energético
mais superficial. O nível dos centros, de Gurdjieff1 é um nível energético
intermediário, isto é, de uma camada energética mais interior à camada
dos chakras. Já o nível dos lataif, assim como descrito no sufismo, é um
nível energético interno aos centros de Gurdjieff e está numa camada
ainda mais profunda de nosso ser. Estes três níveis energéticos têm uma
relação. Vamos ver agora alguns detalhes dos lataif e fazer algumas destas
relações.
Como dissemos são nove lataif, estando seis deles no coração. Eles
dão acesso a um estado espiritual que está latente dentro de cada ser
humano. Como praticamente não existe literatura sobre este assunto em
português, há pouquíssima em espanhol, e há alguma em inglês dispersa
em diferentes livros, estas informações sobre os seis lataif do coração,

1 *Gurdjieff: George Ivanovich Gurdjieff, nascido na região do Cáucaso, na última metade do século
XIX, foi dramaturgo, místico, mestre espiritual... Alguns o consideram um filósofo. Vendia tapetes,
consertava qualquer coisa, enfim, fazia um pouco de tudo. Faleceu em 29 de outubro de 1949. Ele era
uma pessoa cercada de mistérios e muitos relatam que ele tinha uma presença espiritual extraordinária.
Alguns estudiosos o consideram como um dos maiores místicos do século XX. Gurdjieff recebeu a
missão de seu mestre Naqshbandi (39º mestre da Cadeia Dourada da Ordem Naqshbandi – Sheikh
Abdullah Daghestani) de difundir o sufismo no ocidente, extraindo do que difundiria a parte devocional do
sufismo. Desta maneira Gurdjieff, com extrema eficácia, adaptou o sufismo à mente de um ocidental
europeu do século XX, fazendo com que o sufismo, chegasse, indiretamente à milhares de corações.
Fenômeno que reverbera até os dias atuais. Para maiores detalhes sobre Gurdjieff, sua missão e
ensinamentos, solicitar o texto “Gurdjieff era Naqshbandi”.
como suas cores, localizações e funções divergem um pouco, dependendo
do autor que aborda este assunto.
A tradução da palavra latif é sutil. Um latif está espiritualmente
dentro de outro. O trabalho pautado no domínio de nosso próprio ego é
fundamental para abrirmos um latif em nossos corações! Quem vive só para
atender as demandas do ego está numa camada muito superficial de si
mesmo, mostrando que prioriza o mundo material em detrimento do
espiritual. Assim, com este interesse na matéria e não no mundo espiritual,
os lataif não se abrem com facilidade e frequência. Há que se ter um
interesse real em si mesmo, em seu desenvolvimento para que haja um
aprofundamento nestas camadas energéticas que temos dentro de nós.
Quem está demasiado focado em seus desejos acaba anestesiando estes
centros sutis.

1º Latif: Nafs ou Consciência Individual e o Sadra

O Latif da Consciência Individual, chamado também de Latif Nafs é


considerado como o primeiro latif. A palavra nafs geralmente é traduzida
como ego ou psique. Sua etimologia está enraizada no "suspiro"
(semelhante ao bíblico ou cabalístico nefesh) e é comum a praticamente
todas as psicologias arcaicas, nas quais o ato de respirar estava ligado à
vida, animando o objeto sem vida. Alguns sufis utilizam o termo "nafs" para
representar a totalidade dos processos psicológicos, abrangendo toda a
vida mental, emocional e volitiva. Um dos objetivos centrais do caminho
sufi é a transformação do nafs de seu estado deplorável de egocentrismo,
fazendo-o passar por vários estágios psico-espirituais, até alcançar a pureza
e submissão deste à vontade de Deus.
A maioria das ordens sufis adotaram sete maqāms para representar
esta transformação do nafs. Maqāms são estágios na viagem para a
transformação espiritual. São chamados também de Estações Espirituais.
As Estações Espirituais são condições mais estáveis e disponíveis para o
indivíduo do que as aberturas ocasionais de um dos latif. Quando a pessoa
experimenta temporariamente um estado mais elevado, ele está num
estado evolucionário. Quando este estado mais elevado passa a se tornar
constante ou muito frequente, a pessoa está numa Estação Espiritual, ou
maqām.
A terminologia da Ordem Naqshbandi relacionada aos nafs, pautada
em sete Estações Espirituais é: 1) Nafs al-Ammara bis-Su (o eu que conduz
ao mal) é nosso ser inferior, eu inferior ou ego animal, que busca o prazer
instintivo, a saciedade animal; 2) Nafs al-Lawama (o eu que acusa a si
mesmo). É o nosso eu que comumente acusa o exterior, pois só aponta para
fora de nós. Isto é, culpa a todos e a tudo por seus próprios erros. Ou só
percebe os defeitos dos outros. Nestes casos evidencia-se que o Nafs al-
Lawama está funcionando de uma maneira incorreta. Quando este nafs é
corretamente trabalho, por meio de um trabalho de observação de si
mesmo, ocorre o que se chama de “abertura do Sadra”. Voltaremos aos
sete nafs, maqāms ou Estações Espirituais gradativamente, relacionando-
os a cada latif abordado.

1.1 – Abertura do Sadra:

A maioria das escolas espirituais (que são na realidade pseudo-


escolas), dos caminhos místicos ou esotéricos e das pessoas que se
intitulam “mestres” e desenvolvem um trabalho espiritual com milhares ou
até milhões de discípulos, trabalham no nível do Sadra. Uma Escola
espiritual verdadeira é aquela que tem um mestre espiritual verdadeiro e
vivo, as demais escolas espirituais que não têm um mestre verdadeiro são,
na realidade, pseudo-escolas.
O mestre espiritual verdadeiro conjuga pelo menos duas
características fundamentais. Ele é uma pessoa que já ultrapassou o que
muitos caminhos chamam de “iluminação” e atingiu um grau mais
elevado, posterior à dita iluminação, que no sufismo é chamado de
santificação (há graus de santificação). Para uma pessoa poder ser
considerada um mestre verdadeiro, além de ter chegado a este patamar de
evolução, deve também ter recebido um poder espiritual, um mandato,
uma chave espiritual de um mestre verdadeiro em vida. Isto é, um mestre
verdadeiro, ainda vivo, deve ter transmitido para este outro mestre esta
chave espiritual.
Se a pessoa que se intitula mestre cumpre com estas duas
características fundamentais, então ela é um mestre verdadeiro e seus
discípulos estão em uma Escola verdadeira. A grande maioria das pessoas
que se intitulam mestres somente atingiram um grau equivalente ao da
“iluminação”. Logo, não são mestres verdadeiros e dirigem pseudo-escolas.
Também existem escolas que nem mestre têm. Se uma escola não tem um
verdadeiro mestre, que esteja vivo, também é uma pseudo-escola.
Estas pseudo-escolas costumam trabalhar somente no nível de
Abertura do Sadra. Neste nível, a pessoa que está submetida a este trabalho
espiritual, dá um primeiro passo (e normalmente o último), saindo do nível
inferior de ser e entrando num nível de consciência individual. Na Abertura
do Sadra, o sentido de nossa atenção se inverte e ao invés de só apontar
para fora (acusando o exterior, só apontando para fora de nós, culpando a
todos e a tudo por seus próprios erros, só vendo o defeito dos outros e
nunca os seus), passa a apontar para o interior da pessoa (sentido correto
de funcionamento deste nafs) e a partir daí começa a ver a si mesmo como
é! Isto é uma aproximação da Realidade. Temos que ver a nós mesmos,
para um dia encontrarmos Deus dentro de nós.
O primeiro passo é a Abertura do Sadra. Porém, estas pseudo-
escolas param por aí. Elas elevam seus participantes até este nível, os
quais, com muito esforço, tentam se manter nesta Estação Espiritual.
Raramente alguns deles têm a Abertura do Qalb, tema do próximo latif. E
quando algum deles tem esta abertura, não consegue viver nela, voltando
à Estação Espiritual abaixo ou até mesmo regredindo ao nível em que se
encontrava antes mesmo de começar qualquer desenvolvimento interno.
Isto acontece, pois elas não têm o direcionamento de um verdadeiro
mestre. Um verdadeiro mestre transmite a seus discípulo uma bênção de
Deus que pode elevá-los à níveis espirituais mais elevados do que a
Abertura do Sadra e mantê-los nestes níveis. Por isso, nas pseudo-escolas,
a maior parte de seus integrantes não passam deste nível.
"Segundo dizem, para o gnóstico, o centavo e a moeda
de ouro, o gato e o leão, são o mesmo. Se Deus dá Sua
bênção, um único centavo equivale a mil moedas de
ouro e até mais. Se Ele retira Sua bênção, não se pode
fazer com mil moedas de ouro o que se faz com um único
centavo." Livro: Fihi-Ma-Fihi: O Livro do Interior, de Rumi
(sufi do séc. XIII), p. 87.

1.2 – Níveis de aberturas

Nas figuras anteriores, o latif correspondente à Consciência


Individual é o verde, localizado na parte inferior direita do coração (na
figura, na parte inferior à esquerda). Esta cor verde representa a Abertura
do Sadra, que é uma abertura inicial do latif em questão. Os lataif podem
ter uma abertura inicial, uma abertura mais intensa do que a inicial e
podem ser acometidos de uma abertura plena.
Esta abertura representada pelo verde – Sadra – indica um certo
desenvolvimento da consciência moral, o que é comumente chamada de
“voz da consciência”. Ela está a serviço de preservar a nossa identidade real,
não a identidade baseada no atendimento das demandas do ego, como é
a identidade na qual vive a maioria dos seres humanos. Então, o Sadra é
um nível inicial, porém maior de consciência e percepção da Realidade.
Nossa identidade baseada no ego utiliza uma identificação com a imagem
que criamos de nós mesmo. A pessoa que abre o Sadra passa a viver na
busca de alimentar sua identidade real. Ela sente esta necessidade.
O trabalho espiritual neste nível trata-se da auto-observação,
controle corporal, controle dos desejos do ego, ou seja, uma purificação
da natureza apaixonada elementar. Uma técnica sufi Naqshbandi para a
pessoa observar a si mesma e estar mais no controle de suas manifestações
é um exercício chamado Adab. A palavra Adab significa cortesia, gentileza,
mas também, neste caso, é o nome de um exercício Naqshbandi. Então,
existe o exercício Adab (sequência proposta de recitações) e existe um
“modo de ser” pautado na gentileza, que leva o nome de Adab.
As pessoas que estão buscando esta abertura nas pseudo-escolas
estão no nível de Hikma. O nível de Hikma é o nível das pessoas que buscam
a verdade. Buscam, mas ainda não a encontraram. Por isso, estão nestas
falsas escolas. Quando a pessoa encontra uma Escola verdadeira, a busca
acaba. Ela está agora no nível de Sharía/Tariqa. E passa a receber a Verdade,
ainda que em “doses homeopáticas” no início, mas já obteve o contato com
ela.
Raríssimas são as pessoas que conseguem ter uma abertura plena
deste primeiro latif. Só as pessoas muito puras conseguem ter uma
abertura plena dele. Esta abertura plena mostra que ela tem uma
consciência moral muito elevada e ela é totalmente guiada pela sua “voz da
consciência”. Um santo abre por completo este latif, porém mais
comumente a partir de um outro nível.
Uma abertura parcial ou completa de um latif pode levar à abertura
de outro latif, pois os lataif se relacionam. Entretanto, para uma pessoa
poder experimentar a abertura do segundo latif, o Latif Qalb, não necessita
ter tido uma abertura total deste primeiro latif. Quase a totalidade da
humanidade se encontra numa ausência total de aberturas de lataif ou se
encontra no nível da abertura do Sadra. As pessoas que experimentam a
próxima abertura, a Abertura do Coração, ou Abertura do Qalb e
permanecem nesta Estação Espiritual, estão já num nível diferente da
grande maioria da humanidade. Não é tão comum encontrar na
humanidade este tipo de “homem” (ser humano).

2º Latif: Qalb

Neste nível, o nível do Latif Qalb, encontra-se o ser humano que


Gurdjieff chama de “Homem que Trabalha sobre Si”. Como dito, este nível
é atingido por uma parcela não representativa da humanidade. A palavra
qalb significa coração. A cor que representa este nível no coração
espiritual é o amarelo (que está localizado no lado superior esquerdo do
coração – nas figuras está no lado superior direito).
Voltando aos NAFS, explicou-se que o 1º nafs: Nafs al-Ammara bis-Su
(o eu que conduz ao mal) é o nosso ser inferior. O 2º nafs: Nafs al-Lawama
(o eu que acusa a si mesmo) é o nosso eu que comumente acusa o
exterior, pois está com o funcionamento errado. A atenção aponta para
fora e não para dentro, como deveria ser. Agora veremos o 3º nafs: Nafs
al-Mul’hama (o eu inspirado). Este nafs pode se abrir quando o eu
acusador passa a funcionar corretamente, havendo espaço para o eu
inspirado se manifestar. Uma pessoa que está na Estação Espiritual do
Nafs al-Mul’hama encontra-se na etapa de ser que tem relação com o
Centro Emocional Superior da teoria de Gurdjieff.
Neste nível, o trabalho espiritual passa também (também porque não
se abandona trabalhos anteriores) pela limpeza do coração espiritual,
tornando-o um receptáculo para Amor Divino. No sufismo Naqshbandi, a
meditação sufi (Ziker), nesta etapa, é bastante eficaz nesta limpeza do
coração para que a pessoa obtenha a Abertura do Qalb. Um outro fator
essencial é a ligação com um mestre vivo. Um indivíduo que frequenta uma
pseudo escola (mas, não se dá conta disso) pode eventualmente
experimentar uma Abertura do Qalb, mas será muito pontual. Ele não
sentirá e viverá numa constante desta abertura. Estes lampejos de
Abertura do Qalb mostram que ele teve contato com este estado, mas não
vive nesta Estação Espiritual.
Para que uma pessoa tenha chance de viver nesta Estação, a ligação
com o mestre vivo é fundamental. Através do poder espiritual do mestre a
pessoa pode vir a permanecer neste estado, de maneira mais constante,
tornando-o uma Estação. Quando uma pessoa abre o Latif Qalb, uma vez,
duas vezes e passa a transitar por este latif, isto é, ter várias aberturas
dele, esta pessoa está na Estação Espiritual equivalente à abertura do Latif
Qalb, do Nafs al-Mul’hama ou do Centro Emocional Superior, de Gurdjieff.
A Abertura do Sadra - que faz parte do 1º latif - é pouco perceptível
por quem o abre. Esta mudança vetorial da atenção de fora para dentro
pode dar algumas indicações, mas é muito sutil. Já a Abertura do Qalb – do
2º latif em questão - é bastante perceptível. Ela não passa desapercebida.
Porém, pode variar de pessoa para pessoa. Comumente é relatado um calor
no coração. Também uma pressão e um aumento de vibração no coração.
Estas sensações físicas podem ser intensas e podem ser expandidas para o
resto do corpo. Costumam acompanhar estas sensações físicas, as
sensações emocionais de alegria, paz e amor muito intensas também! Há
quem relate uma dor no coração, mas uma “dor gostosa”. Outro fenômeno
comum é o choro. Têm pessoas que não conseguem parar de chorar
quando atingem a Abertura do Qalb. Uma Abertura do Qalb muito intensa
pode até curar as pessoas de suas doenças!
Alguns sufis descrevem este nível como a sede da visão
beatífica. Outros consideram-no como o portão de Ishq ou do Amor Divino.
A Lembrança de Deus, por meio da recitação de palavras de poder, pode
fazer o coração vibrar ao som destas palavras. Na Abertura do Qalb,
um dos objetivos é apagar tudo o que está entre a pessoa e o caminho da
purificação no amor de Deus.
Outra característica do nível de Abertura do Qalb é a pessoa que está
nesta Estação Espiritual ir aproximando-se de uma excelência nas relações
humanas. Ela começa a viver o amor ao próximo. Ela é uma pessoa que age
com Adab. Adab, neste contexto, é a pessoa gentil, cortês e com empatia
pelas demais pessoas. De acordo com as ideias de Gurdjieff, isto seria
equivalente à Consideração Exterior.
Nesta etapa do desenvolvimento espiritual é comum um estado de
presença bastante intenso. A consciência de si, do que está a sua volta e da
Realidade é maior do que no nível de Abertura do Sadra. Dentro do
sufismo, como este é um caminho baseado em uma ligação com um
mestre vivo, organizando-se em ordens sufis e compondo-se em Escolas
verdadeiras, é comum aos murids (discípulos) atingirem esta Estação
Espiritual. Há um Profeta que é responsável por cada latif que segue. O
Profeta Adão (as) é o responsável pelo Latif Qalb.
3º Latif: Sir

A partir desta Estação Espiritual entra-se em níveis superiores do ser.


São níveis aos quais é muito raro os seres humanos chegarem. Dentro da
Ordem Naqshbandi encontra-se comumente pessoas que chegaram a este
nível. Mas, elas não costumam fazer propaganda de si!
A tradução da palavra Sir é Senhor e é também usada para Segredo.
Alguns chamam este latif de Ruh, cujo significado é faísca da alma, entidade
imortal ou "verdadeiro Eu", aquele que transcendeu o ego. A cor deste
latif é o vermelho, está situado na parte superior direita de nosso coração.
Na figura do início deste texto, está na parte superior esquerda.
A abertura deste latif, quando ocorre com bastante frequência,
mostra que a pessoa está na Estação Espiritual do 4º nafs: Nafs al-Mutma’i
(o Eu tranquilo). A abertura deste latif pode acontecer esporadicamente na
vida de qualquer pessoa, mas é algo raro e acidental. Para a pessoa que tem
constantes aberturas deste latif, sendo elas baseadas em um sólido
Trabalho sobre Si, começam a aparecer os primeiros sinais de santidade.
Esta etapa do desenvolvimento, em outros caminhos diferentes do
sufismo, recebe o nome de “iluminação”. Na teoria de Gurdjieff, esta
etapa se relaciona com o Centro Intelectual Superior.
Para a Ordem Naqshbandi, uma pessoa que está nesta Estação, ainda
não está apta a ser um mestre. Isto é, um mestre vivo não passaria seu
mandato, sua chave espiritual, para uma pessoa que estivesse neste grau
de evolução. Isto significa que todos os mestres da Cadeia Dourada de
transmissão da Ordem Naqshbandi estavam acima deste nível. A Cadeia
Dourada de transmissão ou Silsila é a linha de transmissão desta chave
espiritual do ensinamento Naqshbandi, que foi passada de mestre vivo à
mestre vivo até os dias atuais.
É comum encontrar em muitos caminhos pessoas que se dizem
“mestres” que estão neste nível de desenvolvimento interior. Elas
seguramente têm um mérito por terem chegado tão longe, mas não são
verdadeiramente mestres. As pessoas que não chegaram nestes níveis
elevados do ser, não conseguem distinguir um mestre verdadeiro destes
pseudo-mestres. Assim, a busca espiritual de muitas pessoas acaba sendo
atrasada por este tipo de “mestre”.
Com a abertura deste latif, ao se chegar na Estação Espiritual do Nafs
al-Mutma’i, a pessoa passa a ter a capacidade da visão espiritual. Aí
estabelece-se um canal de comunicação que caminha para a excelência na
relação entre o ser humano que chegou neste patamar e o Altíssimo. Isto
é, a abertura deste latif proporciona um contato mais estreito com Deus.
Enquanto na abertura do Latif Qalb a pessoa adquire a capacidade de
estabelecer um canal de comunicação do coração dela ao coração das
outras pessoas, na abertura do Latif Sir a pessoa adquire a capacidade de
ligar uma parte de sua mente, como que sua “super-mente”, à Deus.
Algumas características deste estado são a pessoa ter vários sonhos
com mestres sufis que lhe ensina por meio dos sonhos. Ou ter sonhos
premonitórios, não necessariamente com um mestre, mas com situações
que virão a acontecer, preparando melhor quem atingiu este estágio para
aquelas situações. Estes fenômenos não se limitam ao mundo onírico, a
pessoa pode ter visões acordada mesmo, no estado de vigília. É muito
comum ocorrer visões assim quando as pessoas estão em êxtase ou
próximas ao estado de êxtase criado pelo Ziker (meditação sufi).
Porém, ter visões pontuais não significa que a pessoa abriu este
latif. Mostra apenas uma atividade deste latif. Mostra que ele não está
mais adormecido e passou a ter alguma atividade. A pessoa que chega
nesta Estação Espiritual tem um acesso mais voluntário a estes estados.
Ela transita com facilidade por aí, pois já teve muitíssimas experiências
assim.
É por isso que o nosso Criador nos deu a capacidade imaginativa. Este
latif utiliza esta capacidade imaginativa como ela deveria ser aplicada.
Tratamos aqui sobre imaginação, mas não a de visualizar que estamos na
praia, criar histórias fictícias, filmes hollywoodianos... Este é o mau uso
desta capacidade imaginativa. O uso correto deste canal é a pessoa usá-lo
para acessar outra Realidade. É possível ver um outro plano de existência,
sem o uso de nenhuma substância psicoativa (as quais os sufis são
orientados a não utilizar), estando acordado, em estado de vigília e
fazendo uma atividade corriqueira ou cotidiana.
Outra capacidade deste canal de imagens, chamado de imaginação,
que é mal compreendido e utilizado por nós, é a de ser a linguagem de
comunicação do nosso coração, de nossas emoções superiores ou
sentimentos, com nosso estado de vigília. Isto é, este canal de imagens
também serve para o fim de compreendermos muitas das coisas que se
passam no Centro Emocional Superior, de maneira que estas capacidades
e fenômenos sejam assimilados pela nossa atual consciência, na qual
vivemos. Por isso, a abertura deste latif proporciona uma expansão da
compreensão do Absoluto e também de sua criação.
A prática utilizada pelo sufi, para a iluminação do espírito desta
maneira descrita, é uma excelência, uma disciplina perfeita em suas
práticas espirituais. O Profeta Noé (as) e o Profeta Abraão (as) dão suporte
a quem atingiu este nafs. Este grau se relaciona também com a edificação
da verdadeira Fé. Práticas que podem ajudar nesta edificação são o Salat e
a observância dos Pilares da Fé. Outra prática que auxilia o sufi Naqshbandi
a chegar neste patamar é a Khalwa, que é uma reclusão dirigida pelo mestre
vivo da Ordem. Há também Muhasabas (meditações) específicas para tal.
Quando um ser humano se familiariza com este latif, ele pode
testemunhar o registro e esquema de "tudo o que existe". Este é o nível da
Marifa ou gnose. Quando uma pessoa acha uma Escola verdadeira ela passa
por alguns patamares: Sharía (lei); Tariqa (caminho); Marifa (gnose) e
Haqqiqa (Verdade). Após a ativação mais ampla deste latif, o ser humano
se familiariza com o lugar onde o homem reside após a morte.

4º Latif: Sir Sir

Este latif é chamado de Segredo do Segredo. Sua cor é branca.


Localiza-se na parte inferior esquerda do coração. Na figura, do começo do
texto, está na parte inferior direita, devido ao “efeito espelho”.
Este latif é o latif da Perfeição Espiritual. Quando se abre este latif a
pessoa chega à santificação. Para o sufismo a santificação tem vários níveis.
O ser humano que abre este latif está no nível mais elementar da
santificação. Mas, isso não é pouca coisa!!! Se Deus quiser, possamos um
dia chegar neste nível!!!
Esta Estação é tão importante que, se diz que só quando o ser
humano atinge ela é que todos os níveis espirituais que ele atingiu até então
são, agora, realmente dele. Isto é, ele não irá mais regredir espiritualmente.
Antes da pessoa atingir este nível, pode suceder algo que a faça regredir,
podendo levá-la até aos níveis mais elementares novamente. Mas, a partir
desta Estação Espiritual, a pessoa está sedimentada neste patamar e não
desce mais.
Sheikh Nazim, mestre anterior da Ordem Naqshbandi dizia que,
quando o ser humano chega neste grau é como um foguete que parte,
decola da superfície terrestre e ruma à estratosfera. Não há como alguém
falar: “detenham o foguete, façam-no descer”. É impossível. A partir daí a
pessoa irá se desenvolver até as mais altas Estações Espirituais, seja em vida
neste planeta, seja após esta vida. Para se ter uma noção do quão elevado
é este nível, acredita-se que Gurdjieff tenha morrido nele.
Neste nível a pessoa detém a chave do poder espiritual equivalente
ao nível na qual está. A pessoa não detém o poder de transmissão de chaves
espirituais. Ela tem sedimentada sua evolução, mas ainda não tem o poder
de transmitir seu conhecimento de maneira direta ao coração de um
outro ser humano. Este é um atributo de um mestre vivo que está em
níveis de santificação mais elevados do que este. Por isso Gurdjieff não
pôde dar continuidade a seu trabalho, como uma cadeia de sucessão
originária de seus ensinamentos.
Quando o Latif Sir Sir é aberto, a pessoa se encontra no 5º nafs: Nafs
ar-Radiyya (o Eu contente). A pessoa está constantemente contente com
Deus. E, obviamente, com sua vida. Deve ser uma felicidade muito intensa
e belíssima. Neste nafs a pessoa tem uma aceitação irrestrita de tudo que
lhe acomete em vida. Pois, ela sabe qual é a Causa Primária de tudo o que
lhe acontece.
Neste nível o ser humano já pode ser um mestre vivo. Mas, não se
torna um mestre vivo porque quer ser um. Isto só pode acontecer porque
Deus o designou como tal, se for Sua Vontade. Esta designação ocorre com
a Inspiração Divina de um outro santo, que está em patamares mais
elevados do que este (pois, já detém o poder de transmissão direta do seu
poder espiritual), com esta Inspiração lhe é revelado que ele deve passar
seu poder espiritual diretamente para o coração de outro santo, e lhe é
revelado quem é. Assim, este mestre vivo passa este poder a outro santo,
que se torna assim, e só assim, um mestre vivo.
Como já é raro seres humanos chegarem ao Nafs al-Mutma’i (nafs
anterior), é mais raro ainda se chegar neste nafs, o Nafs ar-Radiyya. Para se
chegar neste nafs é necessário o esvaziamento, obliteração de propensões
humanas centradas no ego. A pessoa que chegou no que chamam de
“iluminação” corre o risco de não chegar na santificação, pois ainda lhe
resta algumas pretensões humanas, como por exemplo, ser um mestre.
Muitos se perdem aí. Um mestre vivo não quer ser um mestre vivo. Ele o é
porque Deus quer que ele seja um.
O Profeta Moisés (as) e O Profeta Abraão (as) são ps responsáveis
por esse nível e pelo ensino sobre o Segredo do Segredo. É difícil escrever
sobre, falar ou, até mesmo, imaginar este nível de ser, pois é algo que
está muito distante de nós. Eles vivem outra realidade, pois estão em
contato com a Realidade.
Um santo pratica constantemente a lembrança dos atributos
divinos, muitas vezes diariamente, por meio da repetição dos nomes de
Deus. Esta repetição é uma forma de Ziker. É por este processo o sufi ou
dervixe atinge um certo tipo de "conclusão" na abertura das duas últimas
faculdades, khafi e akhfa.

5º Latif: Khafi

O Latif Khafi é o Latif Oculto. Ele tem cor verde e se localiza no


centro de nosso coração (ver figura do início). O santo que abre este latif
está no 6º nafs: Nafs al-Mardiyya (o Eu com quem Deus está contente). Ele
é um santo com potencialidades superiores ao grau de santificação
anterior. Ele tem algumas capacidades ainda não exibidas por aqueles que
recém atingiram a santificação, como por exemplo, a transmissão direta,
ou seja, poder tornar outro santo um mestre vivo, se ele próprio for um
mestre vivo.
Vivos, entre nós, os santos do Nafs al-Mardiyya são mais raros
ainda. Este latif está sob a autoridade do Isa Sayyidina [Jesus Cristo (as)].
Um santo deste patamar tem relação direta com o Conhecimento Oculto.
Ele representa, personifica, o entendimento espiritual. Ele atingiu a
perfeição da alma. Este santo tem acesso à Tábua Preservada, que é como
um “livro escrito por Deus”.
Assim como anteriormente, é difícil descrever este nível de ser, pois
é uma realidade muito diferente da nossa. Não temos artifícios, bagagem
ou experiência para buscar a compreensão de como é a vida de quem vive
nesta Estação Espiritual.
De acordo com algumas fontes, o Latif Khafi está também localizado
no meio da testa (entre os olhos ou a posição do “terceiro olho”). Estes
lataif se relacionam. Na figura do início do texto está representado com a
cor azul escura. O Latif Khafi é um dos dois lados da Grande Alma. O termo
Khafi se relaciona também com mistério. É o lado da Sutiliza Latente da
Grande alma. Este Latif se encontra em todos os seres humanos,
independentemente de quem a pessoa seja e qual seja a sua atual Estação
Espiritual.

6º Latif: Akhfa

O Latif Akhfa ou o Mais Oculto tem a cor preta e se localiza no centro


do peito. Na segunda figura deste texto está representado como uma
pequena circunferência branca dentro do Latif Khafi, de cor preta.
A abertura deste latif se relaciona com 7º nafs: Nafs as-Safia (o Eu
purificado ou o Eu perfeito). O santo que atinge este nível de
desenvolvimento espiritual realiza todo o seu potencial, estando unificado
com Deus. É o “Homem Perfeito”.
Este santo tem a consciência contínua de Deus. A excelência moral é
uma forma de progredir em cada um dos nafs descritos anteriormente. O
santo que chega nesta Estação Espiritual atinge o grau máximo de
santificação possível a um ser humano. No sufismo esta pessoa recebe a
denominação de Qutub. Há apenas 40 Qutubs vivos simultaneamente em
toda a humanidade. Porém, há sempre 40 Qutubs vivos na humanidade,
em qualquer época de nossa história. Quando um deles falece, outro ser
humano que estava na Estação Nafs al-Mardiyya ascende à Qutub.
Não é só um sufi (místico do Islã) que pode ser um Qutub. Podemos
ter Qutubs na mística cristã, judaica... Porém, há um mestre vivo de todos
os Qutubs vivos na humanidade. Um mestre dos Qutubs que se tem relato
era o Sheikh Nazim, 40º mestre da Cadeia Dourada da Ordem Naqshbandi.
Para algumas fontes o Latif Akhfa se relaciona com o Latif Qalibi,
que se localiza bem no centro do cérebro. Latifi Qalibi tem a grafia
semelhante ao Latif Qalb (2º Latif), mas não são o mesmo! (Ver na figura
do início do texto).
O santo que chega ao 7º nafs atinge a Fana (aniquilação do ego em
Deus). Por isso este latif tem a cor preta, pois é nele que ocorre a morte do
ego. Para este santo, Deus é revelado diretamente. O último centro ou
latif é acessível apenas para aqueles que desenvolveram os outros e
pertence ao verdadeiro sábio. Este latif está relacionado à percepção
profunda do Absoluto.
Assim como o Latif Khafi é um dos dois lados da Grande Alma
(Sutileza Latente), o Latif Akhfa é o outro lado, a Sutileza Oculta. Este latif
está sob a autoridade do Profeta Muhammad (saws). Este latif também se
encontra em todos os seres humanos, independentemente de quem a
pessoa seja e qual seja a sua atual Estação Espiritual.

Abdul Qadr - Curitiba

OBSERVAÇÕES:

1. Sobre as fontes:
Este texto é uma aproximação dos estudos relacionados aos LATAIF.
Pode conter erros. As informações aqui expostas foram extraídas de
diversas fontes. Porém, em nenhuma delas havia mais que alguns
fragmentos sobre o assunto. Sobre o 1º latif, parte das informações foi
extraída do livro: “El Eneagrama Sufi”, de Abdul Karim Baudino. Sobre
os outros lataif foram extraídas informações da internet, de exposições
de palestras e seminários sufis, de transmissão oral, de experiência
própria... Por isso, não são citadas outras referências além das já
nominadas no texto. Porém, é importantíssimo ressaltar que pela
internet, em sites em inglês, foram encontradas informações
contraditórias sobre localizações e cores de alguns lataif. De um último
latif, localizado acima da cabeça (na figura do início do texto), não foi
encontrada referência alguma.

2. Sobre o trabalho nos Grupos de Contos Sufis:


O trabalho realizado nestes grupos do WhatsApp é eficaz para a
Abertura do Sadra e pontuais Aberturas do Coração (mais precisamente
a Abertura do Qalb). Porém, é natural que a pessoa tenha estas
aberturas de acordo com a dedicação em observar a si mesma e
aprofundar as recitações propostas. Ressalta-se que este trabalho, por
meio do WhatsApp, está no nível de Hikma, isto é, no nível de busca de
um verdadeiro caminho espiritual. Este trabalho não supre aquele
realizado em uma Escola verdadeira. Porém, está no mesmo nível da
maioria das escolas que podem ser encontradas pelos buscadores nas
suas buscas. Estes grupos têm por objetivo proporcionar ao praticante
a experiência de Abertura do Coração, que é algo magnífico. Este
trabalhado é realizado nestes moldes deste setembro de 2016. Já
ocorreram diversos relatos de pessoas que obtiveram uma Abertura do
Qalb. Mas, estas pessoas, como outras que venham a ter esta abertura,
terão elas apenas pontualmente, esporadicamente. Não conseguirão
viver nesta Estação Espiritual. Para que uma pessoa consiga viver na
Estação Espiritual equivalente à Abertura do Qalb e galgar elevar-se à
Estações Espirituais mais avançadas, faz-se necessário buscar uma
Escola verdadeira. Não estou sugerindo que a pessoa entre para a
Ordem Naqshbandi (que é uma Escola verdadeira), nem sequer para
outra ordem Sufi. O que se recomenda é que a pessoa busque uma
Escola verdadeira. Elas são raras, mas é possível encontrá-las. Uma
possível Escola verdadeira da mística cristã pode estar em Montes Atos.
Relata-se que há Escolas verdadeiras na mística cabalística-judaica. Na
yoga, desconheço alguma Escola verdadeira, pois desconheço um
mestre vivo de yoga. Há um estudioso, A. H. Almaas, que faz um
trabalho de místicas comparadas, que diz que um mestre vivo da yoga
era, no seu tempo, o Sri Aurobindo. Porém, ele já faleceu. Sei que no
siquismo (da Kundaline Yoga) não há mais um mestre vivo. Começou-se
esta cadeia de transmissão com Guru Nanak. Tiveram 10 gerações de
mestres e atualmente se tem um livro que é considerado o mestre
desta linhagem. Enfim, as pessoas que estão no nível da busca, devem
encontrar um mestre vivo verdadeiro. Espero que este texto seja útil
para a distinção entre um mestre verdadeiro e um pseudo-mestre, pois
o que mais se encontra são pseudo-mestres que se dizem mestres
verdadeiros. Eles não perderão nada se você se associar a eles. Mas,
você terá seu caminho evolutivo não tão realizado quanto poderia ter.
Há muitas escolas falsas por aí também. Não estão mal intencionadas e
talvez não façam nenhum grande mal para os participantes, mas
tampouco te elevarão às mais altas Estações Espirituais. Uma das
evidências disso é que você pode se dar conta de que você não tem um
trabalho espiritual que seja uma ascensão. Deve perceber que seu
trabalho é uma sucessão de altos e baixos e a linha mediana destes
altos e baixos, depois uma inicial rápida ascensão, se mantém numa
horizontal por muitos e muitos anos. E ficará assim até o contato com
uma Escola verdadeira.

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