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A partir das diferentes experiências de Programa Saúde da Família que vinham sendo
implementadas desde 1994, o Ministério da Saúde (MS) vai gradativamente induzindo os
municípios à adoção desse modelo.
O NASF foi criado no ano de 2008 como Núcleo de Apoio à Saúde da Família, com o objetivo de
aumentar a capacidade resolutiva da ESF e ampliar o cuidado ofertado aos usuários dos
territórios acompanhados. Organiza-se como uma equipe multidisciplinar de retaguarda
especializada, que opera por meio da metodologia de apoio matricial e suas duas dimensões,
técnico-pedagógico e clínico-assistencial. A maneira com que as equipes apoiadas e o NASF vão
compondo suas intervenções vão engendrar diferentes arranjos e configurações da função
apoio, com efeitos na produção do cuidado em saúde. O apoio matricial propõe outros modos
de organização da gestão do processo de trabalho e da clínica, que procura superar
racionalidades que produzem um cuidado em saúde fragmentado e médico-centrado.
Intenciona-se aproximar os especialistas do NASF das equipes apoiadas e dos usuários, com
vistas ao aumento da capacidade de análise e intervenção sobre os problemas de saúde de
determinado território.
- Reivindicações municipais
- Pressões corporativas
- Criado para ampliar a abrangência, o escopo e a resolutividade da AB, por meio de ações de
educação continuada e atendimento a casos específicos - Atua de forma integrada à rede de
serviços de saúde, revisando a prática do encaminhamento
- Incentivo federal para implantação e custeio mensal - Carga horária de 40 horas para os
profissionais, com algumas exceções
- Manual instrutivo que define as ferramentas tecnológicas de atuação: apoio matricial, clínica
ampliada, Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde no Território
- Amplia a atuação para as seguintes equipes: Consultório na Rua, Saúde da Família Ribeirinhas
e Saúde da Família Fluvial
- Gestor passa a compor a equipe com os profissionais que preferir - Define carga horária
mínima para as equipes: NASF 1 – mínimo 200 horas; NASF 2 – mínimo 120 horas - Diminui o
número de equipes vinculadas: NASF 1 – 8 a 15 (municípios que possuem menos de 100.000
hab. dos estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul Matogrossense – 5 a 9); NASF 2 – 3 a 7;
carga horária mínima de 80 horas para as equipes
- Aumenta em 1/3 nos valores de incentivos para as equipes de NASF 2, manutenção dos
mesmos valores para o NASF 1
- Aumenta em 50% nos valores para o NASF 2, define o incentivo para o NASF 3 e mantem os
mesmos valores a serem transferidos para o NASF 1
Credencia municípios a receberem incentivos referentes aos NASF/síndrome congênita por zika
vírus
- Altera o nome para Núcleo Ampliado da Saúde de Família e Atenção Básica (NASF-AB)
- Muda a forma de financiamento da APS, que passa a ser um misto de captação ponderada,
incentivo para ações estratégicas e pagamento por desempenho
- Reafirma as modificações trazidas pelo Programa Previne Brasil, como o fim do financiamento
discricionário e a extinção dos parâmetros de conformação do NASF Portaria no 99, de 07 de
fevereiro de 2020 - Redefine o registro das equipes APS no SCNES
- Cria um novo código para a equipe, que inclui as 3 tipologias de NASF: equipe 72 – Equipe do
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária – eNASF-AP
O CAB 27 aponta a integralidade como a principal diretriz da equipe, pois é a partir da atenção
integral aos usuários e coletivos que é possível planejar o cuidado menos fragmentado,
ancorado nas necessidades peculiares de cada território. Além disso, apresenta e discute a
pactuação do apoio, do apoio matricial, da clínica ampliada, do projeto terapêutico singular e
do projeto de saúde no território, definidos como ferramentas tecnológicas necessárias para a
organização e o desenvolvimento das ações.
s alternativas a serem acionadas não são definidas no âmbito da técnica, reiterando-se a tese
de que o maior desafio do SUS é político. Desse modo, para além das ações que podem ser
realizadas no interior da sociedade civil, há que se reconhecer a necessidade de atuação na
sociedade política, ou seja, no Estado e nos seus aparelhos e instituições. Isso significa a
possibilidade de atuar junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como nos
aparelhos de hegemonia.
A Saúde Coletiva é um campo científico com forte compromisso com a prática. Apoia-se na
interdisciplinaridade e convencionou-se reconhecer que é composta por três áreas básicas:
Epidemiologia; Ciências Sociais e Humanas; e Política, Planejamento e Gestão
Vale a pena observar que essas três áreas estruturantes da Saúde Coletiva têm paradigmas e
referenciais epistemológicos diferentes e que integrá-los, quer seja para compor estratégias
metodológicas de investigação quer seja para orientar as práticas sanitárias, implica lidar com
aporias e impasses, podendo-se considerar que a Saúde Coletiva não tem uma única teoria
referente e que a busca pela interdisciplinaridade é uma obra em aberto
Analisando a história recente, pode-se inferir que a Saúde Coletiva priorizou dois grandes eixos
para sua constituição. Tanto a Abrasco quanto seus pesquisadores e docentes trabalharam para
que a Saúde Coletiva se consolidasse como campo científico, o que foi logrado em grande
medida3 . Em segundo lugar, a Saúde Coletiva manteve importante atividade no campo
político, particularmente exercendo influência na construção do projeto e na implementação
do Sistema Único de Saúde (SUS). Com essa finalidade, a Abrasco, em articulação com outras
entidades, trabalhadores de saúde e vários setores sociais, produziu um movimento social de
novo tipo denominado Reforma Sanitária.
Foram anos de tensão entre Epidemiologia e as duas outras áreas da Saúde Coletiva, cuja
unidade orgânica sempre dependeu da capacidade de se combinar respeito às especificidades
de cada área com elementos comuns capazes de justificar a existência da Saúde Coletiva. Isso
resultou da capacidade de se combinar certo grau de autonomia das áreas com possibilidade
de integração epistemológica e de políticas. Provavelmente, como fruto dessa dialética,
criaram-se congressos específicos para cada área. Primeiro, organizaram-se congressos de
Epidemiologia; depois, de Ciências Sociais; e, finalmente, os de Política.
A descoberta dos tais “temas transversais”, nos três diferentes congressos, confirma a
existência de algum grau de integração das áreas da Saúde Coletiva. Assim, saúde do
trabalhador, meio ambiente, segurança, segurança alimentar, violência, gênero e racismo são
abordados mediante distintas e variadas estratégias metodológicas, diferentes conforme a área
que os investiga e os discute. A transversalidade dos mesmos temas estudados em diferentes
perspectivas ratifica a existência de integração na Saúde Coletiva.
Pensando nas estratégias de intervenção, essa área se destacou em propostas sobre Educação
Popular em Saúde (EPS), com referência forte em Paulo Freire. Desenvolveu também pesquisa,
ação e experimentos em práticas complementares e alternativas em saúde.
Apesar dessa convivência, a área conserva forte tradição crítica em defesa de políticas públicas,
do SUS em particular, críticas ao capitalismo e sua expressão contemporânea, o neoliberalismo
A Saúde Coletiva como um todo, mas com particular força a área de Política, Planejamento de
Gestão, manteve relativa influência sobre a construção de políticas e programas para o SUS. A
Política Nacional de Atenção Básica, centrada na Estratégia de Saúde da Família e Comunidade,
resultou de aliança entre a Saúde Coletiva, a Medicina de Família, movimentos sociais e
gestores municipais que ousaram trazer para o Brasil diretrizes para organização da Atenção
Primária de outros países – Inglaterra, Canadá, Cuba –, cuidando em adaptá-las e ampliá-las
para as adequar ao contexto nacional. Da mesma forma, em articulação com ativistas da
Reforma Psiquiátrica e com o movimento antimanicomial, teve importante papel na construção
e na implementação da nova Política Nacional de Saúde Mental. A Saúde Coletiva, em parceria
com infectologistas e o movimento gay, produziu e realizou a construção de política
fundamental para controle da Aids.
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios,
referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços
de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou,
extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.