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CADERNO DE EXERCÍCIOS

E CASOS PRÁTICOS

Curso: Contabilidade e Finanças – Informática de Gestão Financeira


Disciplina: Contabilidade Geral II
Ano Curricular: 2º
Unidade Curricular: Semestral
Professor: Joaquim Francisco Baltazar

Luanda - 2023
PROGRAMA DE ESTUDO
1. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO – IVA
1.1. Considerações Gerais.
1.2. Contabilização.
2. CLASSE 1 – MEIOS FIXOS E INVESTIMENTOS --------------------------- 2
2.1. Amortizações e Reintegrações Extraordinárias --------------------------------2
2.2. Mais-valia, Menos-valias em Imobilizações -----------------------------------3
2.3. Contabilização ---------------------------------------------------------------------3
3. CLASSE 2 – EXISTÊNCIAS ------------------------------------------------------5
3.1. Apuramento do Custo de Compras das Mercadorias -------------------------5
3.2. Contabilização ---------------------------------------------------------------------5
4. CLASSE 3 – TERCEIROS --------------------------------------------------------7
4.1. Retenções a Terceiros ------------------------------------------------------------7
4.2. Acréscimos e Diferimentos ------------------------------------------------------8
4.3. Contabilização ---------------------------------------------------------------------8
5. CLASSE 4 – DISPONIBILIDADES --------------------------------------------10
5.1. Caixa e Banco --------------------------------------------------------------------10
5.2. Conciliação Bancária ------------------------------------------------------------10
5.3. Contabilização --------------------------------------------------------------------11
6. CLASSE 5 – CAPITAL E RESERVAS ----------------------------------------12
6.1. Subscrição e Realização do Capital -------------------------------------------12
6.2. Reservas e Suas Aplicabilidades -----------------------------------------------13
6.3. Contabilização --------------------------------------------------------------------14
7. CLASSE 6 – PROVEITOS E GANHOS
7.1. Proveitos e Ganhos Operacionais
7.2. Proveitos e Ganhos Financeiros
7.3. Ganhos Extraordinários
8. CLASSE 7 – CUSTOS E PERDAS
8.1 Custos e Perdas Operacionais
8.2. Custos e Perdas Financeiros
8.3. Perdas Extraordinários
9. CLASSE 8 – RESULTADOS
10. FECHO DAS CONTAS

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Classe 1 – Meios Fixos e Investimentos

Tal como as imobilizações incorpóreas, também as imobilizações corpóreas fazem parte


do grande grupo de activos denominados imobilizados. Os quais são os recursos detidos
pelas empresas, com carácter de continuidade ou de permanência e que não se destinem a
ser vendidos ou transformados no decurso normal das suas actividades operacionais.

De acordo com a definição apresentada, os custos destes activos extinguem-se ao longo da


sua vida útil, horas de produção ou funcionamento.

2.1. Amortizações e Reintegrações Extraordinárias

A amortização extraordinária acontece quando a pessoa tomadora do empréstimo


antecipa o pagamento de algumas parcelas do seu financiamento. Desta forma, ao realizar
uma amortização extraordinária, ela diminui o número de parcelas a pagar, reduzindo,
assim, juros e encargos embutidos.

É sabido que as amortizações representam o desgaste e desvalorização do imobilizado. É


calculada uma vida útil para cada bem, que deverá corresponder à quantidade de anos que a
empresa utilizará esse activo.
Contudo, é importante não esquecer que há situações que poderão provocar um desgaste
maior ou uma desvalorização extraordinária do bem. Como a contabilidade deve reflectir
uma imagem “verdadeira” da situação da empresa, torna-se essencial reflectir esse facto na
contabilidade. Assim surge a figura da Amortização Extraordinária.

Esta, não passa de uma desvalorização excepcional do activo imobilizado, proveniente de


causas anormais (por desastres, fenómenos naturais e inovações técnicas excepcionalmente
rápidas).
Devidamente comprovadas, estas amortizações extraordinárias poderão ser aceites como
custo ou perda do exercício em que ocorrem. Para tal, deverá o contribuinte efectuar uma
exposição devidamente fundamentada, até ao fim do primeiro mês seguinte ao do termo do
período de tributação em que tiverem ocorrido as desvalorizações excepcionais, à Direcção-
Geral das Contribuições e Impostos.

As normas internacionais referem-se ao termo imparidade. Um bem encontra-se em


imparidade, quando o valor a obter pela empresa da sua utilização ou venda é inferior ao
valor escriturado, o que implica o ajustamento para baixo.

Amortizar consiste em registar a perda do valor de um activo imobilizado, ou de outra


maneira, em repartir o custo de uma imobilização pelos exercícios abrangidos pela sua vida
útil ou duração económica. Existem vários critérios para calcular as amortizações um são

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aceites fiscalmente e outros não são. Ex: Roubo/queima de um imobilizado na empresa
antes da sua vida útil.

2.2. Mais-valia, Menos-valias em Imobilizações

A mais-valia fundamenta-se na existência de activos cujo valor justo é superior ao valor


contábil. Dessa forma a baixa dessa mais-valia deve ser feita proporcionalmente à realização
dos activos que lhes deu origem, por exemplo: vendas.

Segundo a descrição do Diário da República, “consideram-se mais-valias ou menos-valias


realizadas os ganhos ou perdas sofridas mediante a transmissão onerosa qualquer que seja o
título porque se opere e, bem assim, os decorrentes de sinistros resultantes da afectação”.
Estes podem ser ativos tangíveis (ex: imóveis), activos intangíveis (ex: acções).

Trata-se da diferença entre o preço pelo qual vendeu determinado bem e o preço pelo qual
comprou o mesmo. Esta diferença pode ser positiva e representar uma mais-valia, ou
negativa, sendo uma menos-valia. As mais-valias podem dizer respeito a bens físicos,
como por exemplo imóveis, ou bens não físicos, como por exemplo produtos financeiros e
estão sujeitas a tratamento fiscal.

2.3. Contabilização

Compra de um computador em 2020 no valor de 500.000,00 com uma vida útil estimada de 5 anos,
2 anos depois foi vendido por 300.000.00 por estar ultrapassado tecnologicamente. Estamos perante
a una mais-valia ou menos-valia?

11.5 – Equipamentos Administrativos


SI 500.000,00 200.000,00 (1)
. 300.000,00 (1.1)

18.1 – Amortizações acumuladas


(1) 200.000,00 200.000,00 (1)
.

73 – Amortizações do exercício
(1) 200.000,00

43.1 – Depósitos à ordem


(1.1) 300.000,00

3
Roubo de um gerador que estava registrado na contabilidade por 1.850.000,00; o imobilizado não
tinha seguro.
11.3 – Equipamento básico
SI 1.850.000,00 1.850.000,00 (1)

79.4 – Perdas resultantes de sinistros


(1) 1.850.000,00

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CLASSE 2 – EXISTÊNCIAS

3.1. Apuramento do Custo de Compras das Mercadorias

Devem ser reconhecidos como existências, os bens que:

• Respeitem as condições gerais para o reconhecimento como activos,


• Satisfaçam uma ou mais das seguintes condições:
o Sejam detidos para a venda no decurso normal da actividade operacional da
empresa,
o Resultem do processo de produção da empresa e se destinem às vendas,
o Se destinem a ser consumidos no processo de produção ou na prestação de
serviços, e que se revistam a forma de matérias ou materiais de consumo.

Os custos das existências devem incluir os seguintes custos:


• Custos de aquisição, que engloba:
o O preço de compra,
o Direitos de importação e outros impostos (que não sejam recuperáveis
posteriormente),
o Custos de transporte,
o Custos de manuseamento.
o Outros custos directamente atribuíveis à compra dos bens
• Custo de conversão, que engloba:
o Os custos com o pessoal directamente envolvidos da produção,
o Imputação de gastos industriais fixos,
o Depreciação e manutenção de edifícios e de equipamentos de fábrica
o Imputação de gastos industriais variáveis,
o Mão-de-obra indirecta,
o Materiais indirectos.
• Custos ocorridos para colocar os inventários nos seus locais actuais e na sua
condição de utilização ou venda.

3.2. Contabilização

Compra de mercadorias no valor de 5.000.000,00 com frete de 250.000,00

21.2 – Compras de mercadorias


(1) 5.250.000,00

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43.1 – Depósitos à ordem
5.250.000,00 (1)

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Classe 3 – Terceiros

4.1. Retenções a Terceiros

O que é a retenção na fonte?

É um mecanismo do sistema fiscal através do qual o Estado arrecada diretamente o


vencimento de todos os trabalhadores ou prestadores de serviços por conta de outrem,
fazendo com que, em vez de serem estes a transferir a parte do seu rendimento que está
sujeita a impostos para o Estado, é a entidade que recebeu o serviço que faz.

A retenção na fonte aplica-se sob a forma de uma taxa (6,5%) que incide directamente e
mensalmente sobre os rendimentos, sendo definida anualmente através das chamadas
Tabelas de Retenção na Fonte, que se encontram disponíveis para consulta no Portal das
Finanças.

Os sujeitos passivos do Imposto Industrial com sede, direcção efectiva ou estabelecimento


estável em Angola, que exerçam actividades de prestação de serviços de qualquer natureza,
estão sujeitos à tributação por retenção na fonte.

Não constituem prestações de serviços sujeitas à retenção na fonte os seguintes serviços


prestados por entidades residentes:

• Actividade educativa, conforme definida na Lei de Bases do Sistema de Educação e


Ensino, serviços prestados por jardim-de-infância, berçários e estabelecimentos similares;

• Serviços de assistência médico-sanitária e operações conexas efectuadas por clínicas,


hospitais e similares;

• Quaisquer serviços cujo valor integral da prestação não ultrapasse o valor em AKz 20
000,00 (Vinte Mil Kwanzas);

• Transporte de passageiros;

• Locação de máquinas ou equipamentos que, pela sua natureza, deem lugar ao pagamento
de royalties, nos termos do Código do Imposto sobre a Aplicação de Capitais;

• Serviços de intermediação financeira e seguradora;

• Serviços de hotelaria e similares;

• Serviços de telecomunicações.

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4.2. Acréscimos e Diferimentos

De acordo com o PGC, o princípio contabilístico da especialização (ou do acréscimo)


estabelece que « os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos
independentemente do seu recebimento ou pagamento devendo incluir-se nas DF´s dos
períodos a que respeitam.

Exemplo: rendas pagas adiantadamente, conservação plurienal, campanhas publicitárias,


seguros, que ultrapassem um exercício contabilístico.

4.3. Contabilização

Arrendamento de um imóvel da empresa LovePower por 300.000,00 por mês durante 2 anos

300.000,00 x 24 = 7.200.000,00 renda equivalente a 2 anos


300.000,00 x 12 = 3.600.000,00 renda equivalente a 1 ano

3.600.000,00 x 0,15 = 540.000,00 valor do imposto predial anual da renda

43.1 – Depósitos à ordem


3.060.000,00 (1)
. 540.000,00 (1.1)
3.600.000,00 (1.2)

75.2.21 – Renda e alugueres


(1) 3.600.000,00 2021

34.9 – Outros impostos


(1.1) 540.000,00 540.000,00 (1)

Acréscimos e diferimentos
Diferimentos activos
(1.2) 3.600.000,00 2022

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Pagamento de seguro automóvel no valor de 755.800,00 anualmente, durante 2 anos.

43.1 – Depósitos à ordem

75.2.22 – Seguros

Acréscimos e diferimentos
Diferimentos activos

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Classe 4 – Meios Monetários – Disponibilidades

5.1. Caixa e Banco

Umas das características dos activos das empresas é a sua liquidez, ou seja, o período de
tempo necessário para que se convertam em dinheiro. Quanto maior for a susceptibilidade
de conversão, num pressuposto de continuidade, mais líquido é o activo. Isso significa que o
caixa e os depósitos à ordem constituem os activos mais líquidos existentes nas empresas.
Frequentemente, o conceito de caixa engloba não apenas os numerários, mas também os
próprios depósitos à ordem e outros imediatamente disponíveis. Outro conceito importante é
o de equivalente de caixa que compreendem outros depósitos bancários e os investimentos
de curto prazo cuja conversão em numerários possa efectuar-se sem grandes riscos de
alteração de valores no prazo máximo de três meses.

Na conta caixa incluem os meios de pagamentos, tais como notas de bancos e moedas
metálicas de curso legal, cheques e vales postais nacionais ou estrangeiros.

5.2. Conciliação Bancária

Conciliação bancária é a comparação do seu controle financeiro interno com tudo o que
entrou e saiu da sua conta e está lançado no extrato bancário da empresa do mesmo período.
Essencial para a saúde financeira da empresa, saber com certeza quanto de saldo dispõe
ajuda em várias tomadas de decisão.

Além disso, permite identificar fraudes, lançamentos errados, valores não compensados e
até compras canceladas.

Enpresa Belohorizonte, lda

Conciliação bancária em 00/10/2021

Banco BAI Conta nº: Gestor(a):

Descrição Data movimento Valor Obs

Saldo inicial

Operações apenas movimentadas pela


empresa

A débito

A crédito

10
Operações apenas movimentadas pelo
banco

A débito

A crédito

Conciliação bancária preparada por: Conciliação bancária revista por:

5.3. Contabilização

Reforço do caixa com 250.150,00


43.1 – Depósitos à ordem
250.150,00 (1)

45.1 – Caixa fundo fixo


(1) 250.150,00

Valores em caixa para depositar 7.850.100,60

45.2 – Valores para depositar


7.850.100,60 (1)

43.1 – Depósitos à ordem


(1) 7.850.100,60

Levantamento bancário de 2.500,000,00 ao longo do caminho foi roubado o dinheiro

43.1 – Depósitos à ordem


2.500.000,00 (1)

79.4 – Sinistro/roubo de dinheiro


(1) 2.500.000,00

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Classe 5 – Capital e Reservas

6.1. Subscrição e Realização do Capital

Empresa em sociedade ou contrato de sociedade é aquela em que duas ou mais entidades


se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício em comum de certa
actividade económica a fim de repartirem os lucros resultantes dessa actividade.

As sociedades devem obedecer aos seguintes requisitos:

• Pluralidade de sócios,
• Obrigação de contribuir com bens ou serviços,
• Exercício em comum de uma actividade económica,
• Fins lucrativos

O fim lucrativo afigura-se como o elemento principal de uma sociedade, sendo de


considerar como nulas quaisquer cláusulas que excluam um sócio da comunhão dos lucros
ou o isentem de assumir as perdas da sociedade.

Existem leis que permitem a existência de uma sociedade comercial do tipo unipessoal, tal
com em Angola.

Assim sendo, são consideradas como comerciais as sociedades que:

• Tenham por objecto a prática da actividade comercial,


• Adoptem um dos seguintes tipos:

o Sociedade Unipessoal por Quotas


o Sociedade por Quotas
o Sociedade Anónimas

De acordo com o direito das sociedades comerciais em Angola, o contrato de sociedade


deve ser reduzido a escrito e as assinaturas dos seus subscritores reconhecidas
presencialmente, salvo de forma mais solene o contrato reveste tal forma.

Seja qual for o tipo de sociedade comercial, deve ter os seguintes elementos:

• Nome da sociedade,
• Objecto social,
• O capital social,
• A sede da sociedade,
• Acções/quotas dos sócios,
• Descrição dos bens e especificação dos valores quando a entrada não consista em
dinheiro e data do encerramento das contas.

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A celebração de um contrato de sociedade comercial pressupõe, para os sócios em geral, as
seguintes obrigações e direitos:

Obrigações

a) Entrar para a sociedade com bens susceptíveis a penhora, excepto sociedades com
indústria,
b) A assumir as perdas, excepto se for sócio de indústria.

Direitos

a) Dividir os lucros,
b) A participar nas deliberações dos sócios sem prejuízos das restrições previstas na lei,
c) Obter informações da sociedade nos termos da lei e do contrato.

A constituição de uma sociedade comercial exige um processo relativamente longo, que


inicia com um projecto de investimento e uma conjugação de vontade e termina com a
legalização da sociedade.

De um ponto de vista contabilístico assumem especial importância as seguintes fases:

Subscrição

Corresponde ao compromisso assumido pelas partes contratantes (futuros sócios) de entrar


para a sociedade com os valores definidos para a formação do respectivo capital.
Nas sociedades anónimas a subscrição pode ser pública ou privada.
A subscrição é normalmente efectuado ao valor nominal (ao par) ou acima do valor nominal
(acima do par) conduzindo a existência de um prémio de emissão.

Realização

Corresponde à entrada na sociedade dos valores subscritos. A entrada pode ser em dinheiro
ou de bens diferentes de dinheiro, tornando obrigatório um relatório de um Revisor Oficial
de Contas – ROC.

6.2. Reservas e Suas Aplicabilidades

Reservas legais
Reservas estatutárias
Reservas com fins especiais
Reservas livres

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6.3. Contabilização

Admita-se a constituição em 2023 de uma sociedade por quotas Alfa,Lda com um capital de
100.000,00 correspondente a soma das seguintes quotas:

Sociedade Beta,Lda 45.000,00


Sociedade Gama, SA 40.000,00
Indivíduo X 15.000,00

Subscrição com realização integral do capital

37 Outros valores a receber e a pagar


Subscritores de capital
Entidades privadas
Beta,Lda 45.000,00
Gama,Sa 40.000,00
Indivíduo X 15.000,00
51 Capital
51.1 Capital ordinário 100.000,00

Realização

43 Depósitos à ordem
43.1 Moeda nacional
43.1.1 Banco Y 100.000,00

37 Outros valores a receber e a pagar


Subscritores de capital
Entidades privadas
Beta,Lda 45.000,00
Gama,Sa 40.000,00
Indivíduo X 15.000,00

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