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17/07/2017

CURSO DE EXTENSÃO EM

Módulo I
Eduardo Gus Brofman
2017

PSICROMETRIA

CARTAS BIOCLIMÁTICAS

ZONEAMENTO BIOCLIMÁTICO

CERTIFICAÇÃO LEED

EXEMPLO DE EDIFICAÇÕES CERTIFICADAS

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A Psicrometria estuda as propriedades termodinâmicas do ar úmido


e o uso destas propriedades na análise das condições e processos que
envolvem o ar úmido

Ar seco, ar úmido e ar atmosférico

Ar Seco é uma mistura de diversos componentes gasosos, com


composição relativamente constante. Pequenas variações nas
quantidades dos componentes podem ocorrer com o tempo,
localização geográfica e altitude. A composição percentual do ar seco
em volume é a seguinte:

A concentração de CO2 na tabela acima é de 1955. Em 2005 a


concentração era de 0,0379 e a previsão para 2036 é de 0,0438.

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Ar seco, ar úmido e ar atmosférico

Ar Úmido é uma mistura binária (dois componentes) de ar seco e


vapor d'água. A quantidade de vapor d'água no ar úmido varia de zero
(ar seco) até um máximo que depende da temperatura e pressão. Este
máximo é a saturação do vapor de água, um estado de equilíbrio
neutro entre o ar úmido e as fases condensadas d'água (líquida ou
sólida).

Ar Atmosférico é uma mistura de ar úmido mais contaminantes como


fumaça, pólen, poluentes gasosos e particulados.

Ar seco, ar úmido e ar atmosférico

A Atmosfera Padrão é considerada ao nível do mar, temperatura 15°C


e pressão 101,325 kPa. A temperatura e pressão decrescem com a
altitude, conforme a tabela abaixo.

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Umidade do ar

A massa total do ar úmido M pode ser calculada por:

M = Ma + M w

onde M é a massa total do ar úmido, kg, Ma a massa de ar seco na


mistura, kga, e Mw a massa de vapor d'água na mistura, kgw.
Como a massa de vapor d'água varia de zero até um máximo função
da temperatura, é importante uma propriedade que relacione as
quantidades das duas massas, ou:

W = M w / Ma

onde W é a relação de umidade ou umidade absoluta ou conteúdo de


umidade, kgw/kga.

Umidade do ar

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Umidade do ar

Como já visto, a quantidade de vapor d'água no ar varia desde zero (ar


seco) até um máximo (saturação) que depende da temperatura e
pressão da mistura. Como o ar úmido é uma mistura binária, a sua
pressão total p vale:

p = pa + pw

onde p é a pressão total da mistura, Pa (normalmente 1 atm, ou


101325 Pa), pa a pressão parcial do ar seco, Pa e pw a pressão
parcial do vapor d'água, Pa.

Umidade do ar

A pressão parcial do vapor d'água também varia desde zero (ar seco)
até um máximo (saturação) que depende da temperatura da mistura.
Esta pressão é aproximadamente a pressão de saturação do vapor
d'água puro na temperatura em que está a mistura. Esta pressão pode
ser retirada de tabelas de água saturada nas fases líquida e vapor.

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Umidade do ar

A pressão parcial de vapor na saturação, vista na tabela anterior, é


chamada de pws, Pa.

A saturação do ar úmido ocorre quando a pressão parcial do vapor


d'água na mistura atinge a pressão de saturação do vapor d'água na
temperatura em que está a mistura (pw = pws). Esta pressão aumenta
exponencialmente com a temperatura. A pressão parcial do vapor
d'água depende da quantidade de vapor d'água presente na mistura. O
aumento portanto da pressão parcial de vapor d'água é obtido pela
introdução de vapor d'água no ar.

Umidade do ar

A umidade relativa φ pode ser obtida por:

φ = pw / pws

φ é 0 para ar seco e 1 para ar saturado. A umidade relativa acima


calculada resulta em decimal, sendo comum o uso de percentual,
quando então, para diferenciar, utiliza-se a simbologia UR, em %.
Esta escala é a normalmente utilizada nas cartas psicrométricas

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Umidade do ar

Entalpia do ar

A entalpia de uma mistura de gases perfeitos é igual a soma das


entalpias parciais individuais dos componentes. Então, a entalpia
específica do ar úmido pode ser escrita:

h = ha + hw

onde h é a entalpia específica do ar úmido, kJ/kga, ha a entalpia


específica do ar seco, kJ/kga, e hw a entalpia específica do vapor
d'água, kJ/kga.

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Entalpia do ar

A entalpia é uma propriedade referencial, exigindo a definição do


ponto com valor zero. Este ponto é especialmente escolhido para tbs =
0°C e W = 0 kgw/kga. Como a entalpia representa a quantidade de
energia que o fluido contém, a entalpia em qualquer ponto é a
quantidade de energia necessária para levar o ar desde o ponto com
entalpia zero até o ponto em análise.

Entalpia do ar

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Temperatura de bulbo úmido

Existem dois métodos para explicar o que é a temperatura de bulbo


úmido. Esses métodos são:

• Através do processo pscicrométrico de saturação adiabática;


• Através da utilização de um pscicrômetro;

Temperatura de bulbo úmido

O termômetro úmido mede a temperatura com que a água evapora no


ar. O Δt indica a umidade relativa do ar. Se o ar tem alta umidade
relativa, o Δt é pequeno; na saturação é zero, porque não há
evaporação d'água. Se a umidade relativa é baixa, o Δt é grande. Se o
ar não está saturado, pode ocorrer evaporação, que retira calor do
bulbo diminuindo a temperatura do termômetro. Quando mais seco o
ar esta mais evaporação acontece e mais calor é removido do bulbo
baixando a temperatura que está medindo.

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Temperatura de bulbo úmido

Temperatura de orvalho

O ar pode ser levado de 1 para 2 por resfriamento sem diminuição do


conteúdo de umidade, com aumento da umidade relativa. Se o
resfriamento continuar abaixo do ponto 2, o conteúdo de umidade irá
diminuir até 3, e aparecerá condensação de umidade na região ou
superfície mais fria da amostra de ar úmido.

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Exemplos

P1:
Tbs = 24°C
UR = 50%
Achar
W=
Tbu =

P2:
Tbs = 35°C
Tbu = 24°C
Achar
UR =
h=

http://www.sugartech.co.za/psychro/

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Bioclima, o que é?

Conjunto das condições climáticas de uma região que exercem


alguma influência no desenvolvimento dos seres vivos.

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Carta bioclimática por Givoni

A carta bioclimática proposta por Givoni é traçada sobre uma carta


psicrométrica. Trata-se de uma orientação para as estratégias
adequadas de climatização conforme as temperaturas internas de
edificação.

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1-Zona de conforto

Zona onde não é necessário nenhum tipo de climatização.

2-Zonas de ventilação

Zona onde podemos utilizar a ventilação como climatização

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3-Zonas de resfriamento evaporativo

Zona onde podemos utilizar o resfriamento evaporativo como


climatização

4-Zonas de ar condicionado

Zona onde podemos utilizar o ar condicionado como sistema de


climatização

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5-Zonas de aquecimento solar passivo

Zona onde podemos utilizar o ar condicionado como sistema de


climatização

6-Zonas de aquecimento artificial

Zona onde podemos utilizar o ar condicionado como sistema de


climatização

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Zoneamento bioclimático brasileiro pela NBR 15220

A avaliação de desempenho térmico de uma edificação pode ser feita


tanto na fase de projeto, quanto após a construção.
Em relação à edificação construída, a avaliação pode ser feita através
de medições in-loco de variáveis representativas do desempenho,
enquanto que na fase de projeto esta avaliação pode ser feita por meio
de simulação computacional ou através da verificação do
cumprimento de diretrizes construtivas.

Zoneamento bioclimático brasileiro

Conceituação
O território brasileiro foi dividido em oito zonas relativamente
homogêneas quanto ao clima.

Para cada uma destas zonas, formulou-se um conjunto de


recomendações técnico-construtivas, objetivando otimizar o
desempenho térmico das edificações, através de sua melhor
adequação climática

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Porto Alegre – Zona 3

Gramado – Zona 1

Bagé – Zona 2

São Paulo – Zona 3

Brasília – Zona 4

Manaus – Zona 8

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Zoneamento bioclimático brasileiro

Base de dados climáticos


O território brasileiro foi dividido em 6500 células, cada
uma das quais foi caracterizada pela posição geográfica e
pelas seguintes variáveis climáticas:
a) Médias mensais das temperaturas máximas;
b) Médias mensais das temperaturas mínimas; e
c) Médias mensais das umidades relativas do ar.

Zoneamento bioclimático brasileiro

Base de dados climáticos


Para 330 células contou-se com:
a) dados das Normais Climatológicas medidos desde 1961
a 1990 em 206 cidades;
b) dados das Normais Climatológicas e outras fontes
medidos desde 1931 a 1960 em 124 cidades;
c) para as demais células o clima foi estimado, por
interpolação.

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Método para a classificação bioclimática

Adotou-se uma Carta Bioclimática adaptada a partir da sugerida por


Givoni (“Comfort, climate analysis and building design guidelines”.
Energy and Building, vol.18, july/92).

Método para a classificação bioclimática

Sobre esta carta, foram registrados e classificados os climas de cada


ponto do território brasileiro. Para cada mês do ano, os dados mensais
de temperatura e umidade do ar foram representados por uma reta,
obtida da seguinte maneira:
Dados de entrada:
a) Tmin igual à temperatura média das mínimas;
b) Tmax igual à temperatura média das máximas;
c) UR igual à média mensal da umidade relativa.
Cálculo da temperatura média mensal e seqüência
Tmed = (Tmin + Tmax) / 2

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Método para a classificação bioclimática

Método para a classificação bioclimática

A carta indicada na figura apresenta o clima de Brasília, com as


respectivas percentagens das horas/ano correspondentes a cada
estratégia. Valores menores que 1% são desprezados. Em seguida, são
selecionadas as cinco principais estratégias, exceto a da região “E”
(conforto térmico). No caso de Brasília, restariam as seguintes:

B – 1,5%
C – 12,7 %
D – 10,6 %
F – 16,2 %
I – 3,7%

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Exemplo Zona 1

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Exemplo Zona 3

Certificação para edificação que incorporam medidas de


sustentabilidade.

ENTORNO

INOVAÇÃO ÁGUA

QUALIDADE
DO AMBIENTE ENERGIA
INTERNO

MATERIAIS

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Sistema de pontuação.

6 Categorias

9 Pré-requisitos Créditos
-- obrigatórios -- -- total de 110 pontos --

PLATINA

OURO

PRATA

CERTIFICADO

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40-49 50-59 60-79 80+

Créditos e pré-requisitos de conforto ambiental.

Intenção:

Estabelecer uma qualidade do ar interno mínima contribuindo para o


conforto e bem estar dos ocupantes da edificação.

Itens de conforto observados:


• Filtragem do ar;
• Renovação de ar externo.

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Créditos e pré-requisitos de conforto ambiental.

Intenção:

Garantir que as salas de aulas estejam silenciosas para que os


professores possam falar sem que forçar a voz e os alunos possam se
efetivamente se comunicar uns com os outros e com o professor.

Itens de conforto observados:


• Ruído ambiental.

Créditos e pré-requisitos de conforto ambiental.

Intenção:

Garantir renovação de ar adicional para melhor a qualidade do ar


interno e promover conforto, bem estar e produtividade.

Itens de conforto observados:


• Renovação de ar externo.

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Créditos e pré-requisitos de conforto ambiental.

Intenção:

Garantir um alto nível de controlabilidade do sistema de iluminação


por ocupantes individualmente ou por grupos de indivíduos (Ex., salas
de aula ou salas de conferência).

Itens de conforto observados:


• Conforto lumínico.

Créditos e pré-requisitos de conforto ambiental.

Intenção:

Garantir um alto nível de controlabilidade do sistema de climatização


por ocupantes individualmente ou por grupos de indivíduos (Ex., salas
de aula ou salas de conferência).

Itens de conforto observados:


• Temperatura do ar, conforto térmico.

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Créditos e pré-requisitos de conforto ambiental.

Intenção:

Garantir um ambiente confortável que promova produtividade e bem


estar dos ocupantes da edificação.

Itens de conforto observados:


• Conforto térmico.

Créditos e pré-requisitos de conforto ambiental.

Intenção:

Proporcionar conexão com o exterior aos ocupantes da edificação


através da introdução de luz natural e possibilidade de visualização da
área externa.

Itens de conforto observados:


• Conforto lumínico e bem estar psicológico.

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Exemplos de edificações certificadas.

435 Obras certificadas no Brasil

14 Obras certificadas no RS

5 Obras certificadas em Porto Alegre

Beyer, P. O. Psicrometria. Polígrafo. DEMEC, UFRGS. Porto


Alegre, 2010

Lamberts, R. Desempenho Térmico de Edificações. Aula 4

USGBC “Leadership in Energy and Environmental Design


(LEED)” Reference Guide

ASHRAE, American Society of Heating, Refrigeration and Air-


Conditioning Engineers, Inc.,“ASHRAE Fundamentals
HandBook”, SI Edition, Atlanta, USA, 2008.

ABNT NBR NBR 15220 Desempenho Térmico de Edificações,


2005

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