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Teoria e Crítica do Design

Jéssica Oliveira

Resenha crítica do texto “O design emocional (ou simplesmente design?)”

Título: O design emocional (ou simplesmente design?)


Autor: Marcos Maiocchi e Margherita Pillan
Livro: Cadernos de Estudos Avançados em Design: Emoção
Página: 25
Ano de lançamento: 2013

O texto em questão possui estrutura de um artigo científico, possuindo uma


introdução, um desenvolvimento mostrando pontos teóricos e finalizando com uma
prospecção para o futuro.
Na introdução os autores exemplificam as diferenças do design fundamentado no
campo da arte e do design fundamentado no campo da ciência, falando como
podem existir escolas de design para os dois tipos. Em sequência é exposto que o
objetivo do texto que será mais afastado das artes e criatividade e terá um espaço
mais científico, porém não falam qual seria esse objetivo.
Em seguida, os autores discutem a relação entre design e comunicação. Eles
argumentam que o design é capaz de comunicar emoções aos usuários por meio da
combinação de função, forma e significado. No entanto, a explicação sobre esses
elementos é confusa e difícil de acompanhar. As definições de função, forma e
significado são superficiais e não são aprofundadas. Para exemplificar, os autores
utilizam exemplos sobre aspiradores de pó, porém não aprofundam de forma
adequada as maneiras como as emoções e o design emocional aparecem.
Dando continuidade, é apresentado um modelo para a utilização do design sem
explicações de como ele funcionaria apenas com uma imagem e explicações sobre
cada elemento separadamente, porém sem mencionar como esses elementos
conversam entre si e se relacionam. Esses elementos são: Sinais;
Significados/Emoções; Percepção simples; Percepção complexa; e Restrições
culturais. Em seguida é apresentado como o cérebro trabalha o sistema emocional
através dos estudos dos mecanismos fisiológicos das emoções desenvolvido por
Panksepp e Biven, onde eles apresentam sete sistemas emocionais básicos que
são eles: a busca; a ira; o medo; o pânico; a luxúria; o cuidado; e o jogo. Dando
sequência os autores falam sobre como as percepções simples podem trazer essas
emoções de forma visual, eles então apresentam os 10 princípios visuais capazes
de influenciar as emoções. Apesar de trazer vários pontos e princípios, os autores
pecam em não conseguirem linkar uma parte com a outra mostrando de forma mais
clara como esses vários pontos se interconectam e relacionam. Os autores ainda
trazem as relações percepção complexa como metáfora de uma forma muito
superficial e confusa, utilizando de alguns gráficos que não deixam clara a
informação que se está querendo passar. Utilizando de comparações para facilitar o
entendimento, mas que na verdade acabam deixando o texto mais complexo. No fim
não explica como todas essas relações e metáforas realmente trazem a percepção
do sistema emocional.
Após essas explicações, os autores trazem a questão de relações culturais, que não
havia sido mencionada em nenhum momento anteriormente. Eles trazem um gráfico
confuso sobre relações de distância por poder em diferentes países, que não tem
envolvimento algum com o que estamos lendo no momento anterior. Eles também
exemplificam que existem outros tipos de relações que podem interferir na criação
do design.
Para finalizar, eles trazem um exemplo prático da criação de um macarrão onde
vinculam todas as metáforas necessárias para a criação e desenvolvem as
associações que deveriam ter sido mencionadas anteriormente. Basicamente no
exemplo conseguimos entender o que estava sendo dito anteriormente, mas que
não foi bem explicado nem dava margem para tal compreensão. Ainda é
apresentado algumas experiências que os autores estão tendo testando o modelo
em centros de saúde e os resultados que eles vêm encontrando.
Como prospecção para o futuro, eles pretendem seguir o trabalho com base nos
sistemas emocionais de Panksepp e Biven.
Em geral, considerei o texto confuso e raso. Os autores acabaram trazendo muitas
questões teóricas e não exemplificam o que estavam tentando explicar. O leitor
acaba com uma quantidade exacerbada de informações desconexas e que não
possui uma linha de raciocínio clara. Portanto, o texto carece de clareza,
organização e aprofundamento nas ideias apresentadas. A falta de uma estrutura
coerente dificulta a compreensão do tema e compromete a qualidade do trabalho
como um todo.

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