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Produção de um fichamento
Disciplina: Psicolinguística e Linguística
Cognitiva
Prof. Silva Júnior
Aluna: Ana Clara Jorge de Paula.
Fichamento:
Resumo:
A citação destaca que grande parte das teorias nos Estudos Críticos do Discurso (ECD) e
disciplinas relacionadas, como sociolinguística e antropologia linguística, presume uma
relação direta entre discurso e sociedade (ou cultura). Nessas disciplinas, é comum
supor que variáveis sociais, como classe social, poder, gênero, etnicidade ou idade,
causem ou controlem diretamente a variação linguística e as estruturas do discurso.No
entanto, a citação também aponta que o problema reside na falta de explicitação da
natureza dessas relações causais diretas, deixando-as apenas como suposições ou
reduzindo-as a correlações não explicadas. Isso significa que, embora se acredite que as
variáveis sociais influenciem o discurso, muitas vezes não há uma explicação clara de
como essas relações ocorrem.Essa crítica levanta a questão da necessidade de uma
compreensão mais aprofundada e explícita das relações entre discurso e sociedade.
Simplesmente presumir uma ligação direta entre as variáveis sociais e as estruturas do
discurso pode não ser suficiente para uma análise abrangente e esclarecedora. É
preciso explorar e explicar de maneira mais precisa como esses fatores sociais moldam
a produção, a interpretação e as estruturas do discurso.Essa crítica também aponta
para a importância de abordagens teóricas mais sofisticadas que considerem as
complexidades e interações múltiplas entre discurso e sociedade. Em vez de pressupor
relações causais diretas, é necessário um exame cuidadoso das dinâmicas sociais e
discursivas para entender como elas se entrelaçam e se influenciam
mutuamente.Portanto, a citação destaca a necessidade de uma abordagem mais
explícita e analítica na compreensão das relações entre discurso e sociedade, a fim de
evitar suposições simplistas e promover uma compreensão mais completa das
complexidades envolvidas.
“A interface cognitiva das relações entre discurso e sociedade é tão complexa quanto as
próprias estruturas do discurso, por um lado, e as estruturas da sociedade, por outro,
que aqui só podemos resumir algumas de suas noções mais relevantes. Em virtude de
tal fato, ignoramos muitos detalhes das propriedades da Memória de Trabalho e vários
aspectos das Memórias Episódica e de Longo Prazo, do processamento cognitivo, bem
como de seus fundamentos neuropsicológicos dentre os vários estudos
contemporâneos nessas áreas, ver; p. ex., BADDELEY, 2007; TULVING, CRAIK. “
A citação menciona que, nas últimas três décadas, vários estudos na área da psicologia
cognitiva do discurso têm ressaltado o papel dos modelos mentais na produção,
compreensão, interação e percepção do ambiente. Esses estudos destacam a
importância dos modelos mentais como representações internas que as pessoas
constroem para entender e processar informações discursivas. Ganham (1987),
Gentner e Stevens (1983), Johnson-Laird (1983), Oakhill e Ganham (1987), e Van Dijk e
Kintsch (1983) são citados como autores que contribuíram para esse campo de
pesquisa. Esses estudos têm demonstrado que os modelos mentais são construções
cognitivas que auxiliam na organização e na interpretação do discurso, permitindo que
os indivíduos criem uma representação mental dos eventos, das relações entre as
informações e das situações discursivas. Os modelos mentais podem abranger aspectos
espaciais, temporais, causais e relacionais, permitindo que as pessoas compreendam e
criem inferências sobre o discurso. Além disso, esses estudos também destacam a
relação entre os modelos mentais e a percepção do ambiente. Os modelos mentais
influenciam a forma como as pessoas percebem e interpretam as informações
provenientes do ambiente, moldando sua compreensão e interação com o discurso e o
contexto em que estão inseridos. No geral, essas pesquisas na área da psicologia
cognitiva do discurso destacam a importância dos modelos mentais como uma
ferramenta fundamental no processamento do discurso e na compreensão do
ambiente. Essa abordagem enfatiza a capacidade dos indivíduos de construir
representações mentais para dar sentido ao discurso e interagir efetivamente em
diversos contextos comunicativos.