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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

CURSO DE JORNALISMO

DISCIPLINA: FILOSOFIA E LINGUAGEM

Professor: Leonardo Ferreira Almada

Aluna: Carolina Lemos - 12211JOR023

RELATÓRIO DE AULA

AULA 1 - 03/08/2023

Na data de 3 de agosto de 2023, enquanto ocorria a semana de integração entre a


turma veterana e a caloura, o professor Leonardo Almada, docente de Filosofia e Linguagem,
optou por fazer uma aula on-line para que os alunos tivessem oportunidade de assistí-la em
outro momento. Ao dar início à matéria que seria ministrada durante o semestre, ele
apresentou o que seria a Filosofia da Linguagem, aprofundando nos problemas filosóficos e
nas abordagens lógicas e psicológicas acerca disso.

Ele fala sobre o que é a unidade de sentido da comunicação – nessa parte, ele esclarece
que as palavras por si só não possuem o poder de comunicar, pois não gera sentido e,
consequentemente, um conteúdo. Um exemplo citado durante a aula é da palavra carro: ela
sozinha possui um significado, entretanto, não há conteúdo. Diferentemente da frase “meu
carro está quebrado” que possui um conteúdo capaz de gerar entendimento global. Com isso,
Leonardo explica que: as palavras são ferramentas e o sentido é uma unidade complexa de
significado.

Do meio ao final da aula, o professor aprofunda nas abordagens lógicas e psicológicas


da linguagem. Essas dizem respeito à articulação de sons ou sinais gráficos dotando-os de
significação e que os tornam capazes de comunicar conteúdo. A abordagem psicossociológica
trata dos sons como instrumentos de interação subjetiva. Já a abordagem lógico-veritativa visa
averiguar a capacidade que tem a linguagem de enunciar verdades sobre o mundo.

TESE: Os problemas filosóficos aplicados nas mensagens de texto on-line

Foi esclarecido durante a aula que a Filosofia possui uma visão da linguagem de que
as palavras não têm poder de comunicar: elas podem criar sentidos distintos dependendo de
um posicionamento diferente em uma frase. O significado delas não é suficiente para criar
uma comunicação eficiente em que todos entendam o mesmo sentido. Isso é visto claramente
nas comunicações via mensagens on-line, como as de WhatsApp.

Várias palavras com variados significados são utilizadas para escrever uma
mensagem, esta que não possui tom de voz, por exemplo. Dessa forma, são feitas diversas
interpretações do que pretende ser dito. Isso intensifica-se cada vez mais com a presença do
corretor de teclado, que troca algumas palavras pelas quais ele acredita que aquela pessoa tem
intenção de escrever.

Além disso, a informalidade que existe nesse tipo de comunicação é uma grande
aliada à problemática filosófica da linguagem: por exemplo, quando alguém deseja fazer um
questionamento mas não insere a pontuação – as palavras dessa frase, consequentemente,
terão um sentido diferente do pretendido para quem as lê. Da mesma forma que se houver
uma vírgula em falta, as palavras perdem o seu sentido e mantêm apenas o significado – este
que não possui capacidade de construir um conteúdo.

Existe uma teoria da comunicação, a Teoria da Matemática, desenvolvida por Claude


Shannon, que aborda justamente esta questão: ela trata sobre como uma fonte de informação
cria determinada mensagem (conteúdo) a partir de uma infinidade de conjuntos possíveis (as
palavras como ferramentas) – o destinatário codifica esta mensagem conforme seu repertório
de entendimentos, podendo haver os ruídos que atrapalham a unidade complexa de
significado.
RELATÓRIO DE AULA

AULA 2 - 10/08/2023

No dia 10 de agosto de 2023, o professor de Filosofia e Linguagem, do curso de


Jornalismo, Leonardo Almada apresentou as seguintes indagações: pensamento é anterior à
linguagem ou a linguagem é anterior ao pensamento? Ele mostra que não há evidências
empíricas que respondam a este questionamento e, também, que existe uma relação
indissociável entre linguagem e pensamento, mas trouxe duas vertentes que defendem
posicionamentos opostos.

A primeira que ele expõe é a Visão Comunicativa da Linguagem, a VCAL. Nela, o


pensamento seria anterior à linguagem. A principal tese que rege este pensamento é “a função
da linguagem é a de servir como meio físico de comunicação entre duas mentes que estavam
isoladas”. Com isso, os argumentos seriam de que o pensamento é mais denso do que a
linguagem, enquanto que a linguagem é apenas uma aparência do pensamento e que há
diferentes capacidades para descrever o pensamento. Também neste momento da aula,
Leonardo apresentou o conceito de lexicação ideal, em que, diferentemente do que foi visto
na aula passada, as palavras seriam suficientes para criar um conteúdo e não precisariam de
um contexto para que houvesse sentido.

No segundo momento da aula, Leonardo contrariou a tese acima ao explicar a Visão


Supracomunicativa da Linguagem, a VSAL, em que a linguagem é anterior ao pensamento.
Essa tese defende que “o homem só é sapiens porque é loquens”, que a função da língua não é
de comunicar e que ela auxilia a expandir as possibilidades daquilo que pode ser pensado.
Nessa argumentação, o pensamento seria estruturado pela linguagem e resultaria da influência
dela.

TESE: Sentimentos são pensamentos que a linguagem não consegue expor

Tenho claramente para mim que o pensamento é anterior a linguagem - VSAL. Para
argumentar, preciso destacar sobre como os sentimentos são pensamentos complexos que a
linguagem jamais seria capaz de expressá-los exatamente como são sentidos. A sensação de
ter um misto de sentimentos opostos e não conseguir colocar em palavras – pois a língua não
possui palavras que expressem isso.

A linguagem pode até tentar expressar o que se sente, por exemplo: me sinto com
raiva, mas também triste – apenas eu saberei o que estou pensando e qual sensação está
passando pelo meu corpo, uma vez que o pensamento acaba sendo único de cada indivíduo,
enquanto que a linguagem, por mais que usada de diferentes formas, é sempre regida pelas
mesmas palavras. Como explicar a alguém, por exemplo “que sinto falta de um momento mas
não quero tê-lo novamente”? – são sentimentos muito particulares que a linguagem jamais
seria capaz de fazer com que outros indivíduos os sintam da mesma forma e sequer entendam
o que a pessoa está a sentir.

Ou seja, há diferentes capacidades para expressar e descrever o pensamento. Sujeitos a


e b podem sentir a mesma sensação, mas explicá-los em formatos diferentes, pois o
pensamento é muito mais denso e, logo, mais difícil de ser expressado da mesma forma.
Aliás, duas pessoas podem ter mais ou menos dificuldades para colocar em palavras aquilo
que é sentido. O pensamento, desta forma, acaba sendo mais profundo do que a linguagem
pode alcançar.

RELATÓRIO DE AULA

AULA 3 - 17/08/2023

Na aula do dia 17 de agosto, o professor Leonardo, que não pôde estar presente
fisicamente, proporcionou aos alunos uma gravação de aula que explorou o tema já abordado,
a Visão Supracomunicativa da Linguagem (VSAL). Retomando o conceito introduzido na
aula anterior, ele concluiu a definição da VSAL, destacando como a linguagem pode moldar a
percepção do tempo. Um exemplo apresentado foi sobre um estudo comparativo revelando
que falantes de inglês percebem o tempo de maneira distinta daqueles que falam mandarim.

Aprofundando-se no domínio da linguagem natural, o professor discutiu o conceito de


nativismo. Ele destacou que o nativismo envolve um conhecimento linguístico inato e
fundamental, emergindo da faculdade da linguagem exclusiva dos seres humanos. Ressaltou a
inadequação da ideia de que adquirimos a gramática linguística simplesmente através do
contato com uma língua, enfatizando a complexidade intrínseca ao nativismo.

O conceito de recursividade foi então explorado, revelando-se como um elemento


distintivo do pensamento humano em relação a outras formas de cognição. O teórico Noam
Chomsky, que aborda esse conceito, defende a superioridade da cognição humana como uma
lei universal.

Ao se aproximar do encerramento da aula, o professor trouxe o conceito de primazia.


Este envolve a ideia de que um indivíduo nasce com uma estrutura mental anterior ao uso da
linguagem (nativismo) ou adquire tal estrutura por meio do uso da linguagem (teoria
behaviorista). A primazia é considerada um recurso linguístico, não um atributo intrínseco ao
pensamento, e é essencial para compreender a complexidade da fala social, que se diferencia
significativamente da fala egocêntrica na infância.

RELATÓRIO DE AULA

AULA 4 - 24/08/2023

Nesta aula, o professor Leonardo continua a falar sobre a relação entre pensamento e
linguagem, ao apresentar uma obra que trata deste mesmo assunto – esclarecendo que ainda
não havia sido analisada experimentalmente esta relação, mas neste livro, o autor realiza a
primeira abordagem. Ele explica que por mais estranho que seja, a psicologia nunca chegou a
estudar profundamente esta relação. Nesta obra, o autor defende que pensamento e linguagem
são processos unidos e indissociáveis – ou seja, o melhor seria estudá-los juntamente.

Ele continua o raciocínio esclarecendo que o estudo entre pensamento e linguagem


não muda e permanece o mesmo ainda que seja analisado em diferentes épocas. Mas, para
operar um estudo produtivo, é necessário modificar esta perspectiva que é utilizada desde a
antiguidade, em que pensamento e linguagem são segregados e separados em discursos
extremos – se são uma única coisa, não pode haver relação. Ele afirma que resta aos
pesquisadores reconstruir de forma especuladora as propriedades equivocadas sobre
pensamento e linguagem.
O professor, em seguida, conceitua o significado como a unidade do pensamento,
destacando a linguagem como a ferramenta responsável por comunicar e compartilhar esses
elementos subjetivos, promovendo assim o intercâmbio social. À medida que a conclusão da
aula se aproxima, ele aborda como a comunicação entre animais, expressa por meio de
movimentos expressivos, não deve ser considerada tanto um processo comunicativo, mas sim
uma demonstração de afeto.

Conduzindo o raciocínio para o final da aula, sugere-se que, no máximo, podemos


refletir de maneira ampla e generalizada o contato com o outro, uma vez que nunca teremos
uma compreensão exata dos sentimentos e pensamentos de uma pessoa. Isso possibilita uma
compreensão da relação direta entre linguagem e pensamento, e como essa dinâmica
influencia na comunicação social.

TESE: Linguagem é pensamento, pensamento é signo, linguagem é signo

Uma tese que pode defender o ponto do autor citado ao longo da aula seria o método
dedutivo relacionando a linguagem, com signo e pensamento: linguagem é signo, signo é
pensamento, linguagem é pensamento. Nesse caso, qualquer coisa que esteja na mente, como
possíveis frases, quase-imagens, sentimentos etc, são formas de pensamento e linguagem,
simultaneamente.

Todo pensamento se materializa, da mesma forma que toda linguagem – encarnam-se


e se materializam em algo físico. É como se fosse impossível – e é – separar, por exemplo,
uma ação de um pensamento de fazê-la, por exemplo. Percebe-se, portanto, que não há
ligação entre linguagem e pensamento, uma vez que são um só, um não existe sem o outro e
ambos se completam, tornando-se apenas um conceito, como cita Leonardo ao longo da aula.

Esse pensamento é citado na obra, lida na aula de Tecnologias da Comunicação,


Mediações Tecnológicas e suas metáforas, escrito por Lúcia Santaella, em que ela inicia seu
artigo falando como a linguagem e o pensamento são dependentes um do outro, sendo,
inclusive, o mesmo conceito. Um exemplo citado por ela em que a linguagem e o pensamento
agem em conjunto é no cinema. O cinema é uma arte que mistura linguagem, imagens, sons
etc, para criar-se uma única história com sentido que se complementa através desses aspectos
– mostra como a linguagem e pensamento são unidos e únicos.

RELATÓRIO DE AULA

AULA 5 - 14/09/2023

Na aula do dia 15/09, o professor Leonardo continuou falando sobre Pensamentos e


Linguagem, após duas semanas sem aula, por causa do feriado. Ele iniciou mostrando uma
poesia que se refere ao fato de que quando esquecemos uma palavra é como se perdessemos
todo nosso raciocínio. Ele continua falando do livro e discute a relação entre pensamento e
linguagem nos estágios iniciais do desenvolvimento filogenético e ontogenético. O primeiro
seria relativo à espécie, enquanto que o segundo é relativo ao indivíduo.

Leonardo explica que ao falar de fala e intelecto, não existe uma interrelação entre
pensamento e linguagem – eles são dimensões distintas. No caso do ser humano, existiria um
período pré-linguístico do pensamento e um pré-intelectual da fala, ou seja, pensamento e
linguagem não nascem juntos. Mas, o professor mostra que, a partir de um momento, gera-se
uma conexão entre o pensamento e a linguagem que gera modificações um ao outro.

Leonardo fala sobre o pensamento verbal – que não é nem pensamento nem
linguagem; é um terceiro elemento que resulta dessa influência mútua e dinâmica;
comportamento, como você se comporta por meio da linguagem, como você expressa o seu
pensamento de uma maneira que eu consiga acessar empiricamente. O professor dá um
exemplo de que é possível descobrir, por exemplo, quando alguém está com raiva apenas pelo
pensamento verbal. O pensamento verbal é um todo que não se explica pelas partes, ou seja,
não é possível separá-lo em linguagem e pensamento.

Vygotsky, autor do texto, analisa o pensamento verbal pelo modo semântico, que
analisa-o como um todo, observando suas unidades. Ele ainda defende que ao analisar o
significado de uma palavra é um fenômeno de pensamento ou de linguagem – o significado
mostra a relação que existe entre o pensamento e a linguagem, que é a de entrecruzamento
dinâmico, em que uma apropria da outra. Conceitualmente, pensamento é um e linguagem é
outro, mas eles se misturam e formam o pensamento verbal. Quando ele conclui que uma se
modifica com a outra, ele percebe que a relação entre o pensamento e a palavra é um processo
de vaivém contínuo.

Perto do final da aula, o professor Leonardo destaca a definição de discurso interior,


que se diferencia do discurso exterior por ter leis próprias. O discurso interior, caracterizado
pela ausência de vocalização, é o oposto do discurso exterior. Ele não é uma consequência
específica do discurso exterior, não o precede, e também não é uma reprodução na memória
subjetiva. As palavras no discurso interior são, na verdade, definidoras do momento preciso e
da maneira como os pensamentos são acessados.

RELATÓRIO DE AULA

AULA 6 - 21/09/2023

Na aula do dia 21, após a prova, o professor Leonardo iniciou com a questão do que é
discurso egocêntrico/linguagem egocêntrica. Ele fala sobre Piaget com sua tese de que as
crianças com menos de 6 anos possuem este tipo de linguagem, que as ajuda a crescer – uma
expressão da função simbólica. Vygotsky discorda de Piaget ao dizer que a linguagem nasce
com uma função social e comunicativa.

Leonardo fala sobre a teoria da mente, de Piaget, que implica na capacidade de ler
estados mentais alheios a partir da observação do comportamento ou detecção sensorial.
Depois dos 6 anos, a criança adquire o pensamento lógico. Vygotsky contraria Piaget e
defende que a linguagem egocêntrica depende de fatores socioculturais que nos influenciam
desde crianças. O professor apresenta, também, o conceito de discurso interior, proposto por
Vygotsky, que é basicamente tudo o que se passa pela mente quando o indivíduo vai realizar
uma ação ou fala – é particular, autônomo em relação à linguagem, fica entre a palavra e o
pensamento.

Encaminhando para o final da aula, que foi mais curta do que as demais, o professor
Leonardo fala sobre o plano do pensamento, que defende que todos os pensamentos criam
uma conexão, preenchem uma função e resolvem um problema. Ele encontra-se presente na
sua globalidade num só momento, não tem correspondência imediata, e é caracterizado pela
impossivel comunicação direta entre os espíritos, fisicamente e psicologicamente, pelo
significado que é o que transforma pensamento em palavra e o pensamento dito “verbal”, que
é gerado pela motivação

RELATÓRIO DE AULA

AULA 7 - 28/09/2023

Na sétima aula de Filosofia e Linguagem, o professor Leonardo inicia o conceito de


linguagem interna, que defende que as linguagens são propriedades do cérebro individuais.
Ele fala do conceito de superveniência – que refere-se à relação entre dois conjuntos de
propriedades. Por esse motivo, quem deve estudar as linguagens são pesquisadores e
cientistas. O professor explica que para Chomsky, o cérebro possui vários
departamentos/módulos – uma visão modularista.

Partindo desse pressuposto, o cérebro teria uma parte específica para a linguagem,
dotada de uma especificação inata. Ele chama esta linguagem de I-language, que contrasta
com a E-language, a linguagem externa – apenas a primeira constitui objetos próprios para
estudos científicos. Chomsky desenvolve o conceito de gramática universal, o sistema S0, em
que adquirir uma linguagem é uma consequência do desenvolvimento e maturação do sistema
neural da linguagem.

Concluindo o que seria a linguagem: o estado maduro do sistema neural da linguagem.


Para Chomsky, a nossa linguagem depende dos nossos processos mentais. O professor explica
que, pensando nisso, para fazer uma ciência da linguagem, é preciso desenterrar os estados
mentais e/ou cerebrais que explicam sua origem – que depende da herança biológica inata. A
perspectiva internalista é a única capaz de explicar como sabemos uma língua sem que
ninguém nos ensine, propriamente.

Com isso, Chomsky supera a tese mais antiga que diz que aprendemos com base na
observação e imitação. São 3 evidências as quais ele usou para justificar sua tese: (i) em todos
os lugares do mundo as crianças se equiparam quanto aos tipos de erros linguísticos que
cometem quando estão aprendendo a falar; (ii) as crianças desenvolvem uma competência
linguística mínima aproximadamente na mesma época de suas vidas e (iii) a linguagem
natural é um fenômeno dotado de enorme complexidade, e os estudos linguísticos que
recebemos são demasiadamente pobres para explicar a magnitude linguística que passamos a
exibir com poucos anos, o que só se explica na tese da linguagem inata. Chomsky atribui a
designação da “faculdade da linguagem”, que gerencia tarefas múltiplas como articulação e
interpretação de expressões.

No final da aula, o professor destaca que a linguagem serve para expressar o que se
passa na mente, não necessariamente a realidade objetiva do mundo. Isso se conecta
diretamente com as discussões anteriores, enquadrando a linguagem como uma espécie de
memória às mentes humanas. Esse desenvolvimento ocorre ao longo do crescimento
individual, uma vez que o sistema linguístico é comum a todos os seres humanos.

RELATÓRIO DE AULA

AULA 8 - 05/10/2023

Na aula do dia 5, o professor inicia falando sobre o conceito de internalismo


semântico, de Chomsky e como ele se atrita com o externalismo. Ele fala primeiramente sobre
o que seriam os fatos semânticos, que regem essas teorias: servem para o entendimento das
expressões linguísticas, representação das coisas, conceitos e estados e como isso é
compartilhado e compreendido pelo mundo.

O professor continua a falar dos atritos entre o externalismo, posição dos filósofos do
primeiro grupo e do internalismo, do segundo. O externalista é retratado como alguém que
sustenta que a determinação do significado e da referência das palavras depende pelo menos
em parte de fatores externos, porém, Chomsky discorda e defende que (i) os aspectos
essenciais da linguagem são todos determinados por estados mentais e (ii) alguém que queira
explicar o fenômeno da linguagem precisa explicar primeiramente esses estados. ​

Chomsky, enquanto filósofo da perspectiva internalista, acredita que os seres humanos


aprendem sua primeira língua sem instrução direta. O professor Leonardo exemplifica com o
comportamento dos recém-nascidos, que aprendem a teoria inerente a eles por meio de testes
práticos.
Leonardo explica que o aparato cognitivo possui uma estrutura linguística básica,
assemelhando-se a uma gramática incorporada em nossas mentes. Enquanto a maioria dos
filósofos da linguagem considera a linguagem como algo público e objetivo, existindo
independentemente dos sujeitos, ele explica as interpretações internalista e externalista da
linguagem, sendo inerentes aos seres humanos e predominantemente públicas,
respectivamente. Em última análise, a discussão destaca que, se as pessoas não
compartilhassem uma linguagem comum, simplesmente não a entenderiam.

RELATÓRIO DE AULA

AULA 9 - 10/10/2023

Na nona aula de Filosofia e Linguagem, o professor Leonardo dá início falando da


corporificação e compreensão da linguagem. O primeiro tópico da matéria é o problema da
fundamentação do símbolo, que diz respeito à conexão de símbolos a entidades e a processos
que eles representam. A capacidade de criar e transmitir significados está no cerne da
capacidade humana de usar a linguagem.

Ele continua o raciocínio falando de que, de acordo com essa perspectiva, a


compreensão da linguagem ativaria simulações modais internas que permitiriam ao leitor
compreender propriedades perceptuais e motoras dos eventos relatados na linguagem oral ou
textual. Isso envolve a construção de simulações sensório-motoras internas do conteúdo da
frase – o exemplo que ele dá é o de “Meghan deu uma caneta a Michael”, que, neste caso,
simula-se internamente ação do braço, por exemplo, e da transferência da caneta da mulher
para o homem. Dessa forma, o professor inicia uma discussão das críticas e das evidências
para essa afirmação.

Abordagem corporificada seria, então, a compreensão da linguagem como uma


referência a afirmação de que o significado linguístico surge de simulações sensório-motoras
das ações, eventos e estados que são descritos na linguagem. Assim, compreender um verbo
de ação envolve o recrutamento do sistema motor para simular o movimento visual/o objeto
em movimento – ele dá o exemplo de “A Líris foi ao banheiro”, logo, pensamos no
movimento dela indo ao banheiro para entender a situação.
O professor fala ainda de como os símbolos, que são abstratos, não podem ser
compreendidos apenas por meio de sua conexão com outros símbolos abstratos, então eles só
podem ser compreendidos por serem fundamentados em outro formato representacional que
seja compreendido por si mesmo – ele utiliza, novamente, o exemplo de Líris.

Dessa forma, não entendemos as palavras, mas sim imagens que podem levar ao
conhecimento delas. Ele continua seu raciocínio falando sobre a simulação motora,
relacionada aos julgamentos de sensibilidade, em que os participantes precisam produzir uma
ação em direção ao corpo ou produzir uma ação longe de seu corpo.

RELATÓRIO DE AULA

AULA 10 - 26/10/2023

Caminhando para o final do semestre, antecedendo a última avaliação, o professor


Leonardo inicia sua aula falando sobre os Estudos Empíricos, as dinâmicas espaço-temporais
e a relação com as construções culturais. Inicialmente, o professor revisitou alguns elementos
discutidos anteriormente, abordando os dispositivos de entrada (inputs) e os efeitos motores
causados por palavras que alteram a ação e o sentido dos verbos, como os advérbios.

Em seguida, ele explica que, no contexto das Simulações Motoras, as descobertas da


neurociência fortalecem a evidência do comportamento para Simulações Perceptuais – partes
do cérebro relacionadas ao processamento de informações sensoriais à distância são ativadas
ao verificar características perceptivas associadas à linguagem.

Além de incorporar conhecimentos de discussões anteriores, Leonardo retoma a


diferenciação entre conceitos concretos e abstratos. No caso dos sentimentos, como a saudade,
eles não são tangíveis ou visíveis e são desenvolvidos subjetivamente, variando de acordo
com as vivências pessoais de cada indivíduo.

Assim, configuram-se como uma concepção abstrata. Já ao se referir à figura divina,


Deus é considerado um conceito concreto, pois é caracterizado por inúmeras características
marcantes que são transmitidas ao longo do tempo, formando uma imagem comum. Os traços
atribuídos ao perfil de Deus, desde contribuições católicas até a associação com grande
luminosidade, vão além de avaliações subjetivas.

Próximo à conclusão da aula, são apresentadas as representações do espaço e do


tempo em algumas culturas asiáticas. Por exemplo, o entendimento de passado e futuro é
baseado no eixo esquerdo-direito, onde a ideia de passado está à esquerda e o futuro à direita.
Isso contrasta com a abordagem em aspectos culturais nacionais, onde esses mesmos
elementos temporais são relacionados aos eixos "frente e atrás", com o futuro à frente e o
passado atrás. Dessa forma, o conteúdo proposto na aula explora as concepções
espaço-temporais de acordo com as culturas, assim como as definições de conceitos concretos
ou abstratos, influenciadas pelas construções pessoais.

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