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RESENHA “EXPLICANDO UMA EXPLICAÇÃO”

EDM0426 – Metodologia do Ensino de Física II - Noturno

André Espel nº USP:


Licenciatura em Física – IFUSP – andrefse@yahoo.com.br
29 de setembro de 2010

Nesta resenha apresento um resumo dos temas abordados no texto, visto que os autores informam que o mesmo
é um levantamento prévio sobre as linguagens envolvidas no processo de explicação, levantando algumas
caracterizações.
O texto procura por um parâmetro de estudo sobre os discursos existentes em sala de aula. Os discursos
explicativos propostos pelos professores em sala de aula propõem estabelecer conexões entre as diferentes visões de
mundo aproximando as concepções primárias das elaboradas, visando alargar os horizontes com novos conhecimentos
despertando uma nova forma de conceber o mundo.
Normalmente os professores se retêm às suas próprias experiências e a exemplos citados por seus colegas
quando em sala de aula, porém o trabalho desenvolvido no texto estudado procura uma caracterização dos diferentes
discursos proferidos pelos professores na tentativa de alcançar uma explicação que possibilite facilitar o despertar para
o “novo mundo”.
Dentre o exposto parece-me plausível a situação de que se por um lado existe o professor e suas estratégias de
ensino do outro lado encontra-se o aluno, com seus interesses pessoais, habilidades cognitivas, motivação ambos
inseridos num contexto escolar e numa relação interpessoal.
A perspectiva é que o discurso proporcione alcançar um conhecimento compartilhado entre o professor e o
aluno, e para tal existe uma pluralidade de meios de comunicação (escrita, falada, representações, gestos, imagens,
gráficos, diagramas, observações, manipulações de objetos) que podem ocorrer de forma presencial ou mediado por
tecnologias. Como proposta procura-se uma comunicação em sala ativa, transformativa e construtiva, de forma que o
aluno que compreenda e recrie significações, conforme os autores do texto discorrem.
Quanto aos estilos de discussão explicativas os autores dividem em: Vamos pensar juntos; O contador de
histórias; Repita comigo; Veja sob meu ponto de vista. Além destes posso pensar em outras possibilidades de estilos
como: Faça você mesmo, descubra; Siga o roteiro; Crie em grupo, estilos possíveis, mas nem todos destinados a todos
os alunos, pois cada aluno tem uma história de vida, uma constituição de raciocínio, talvez por este motivo o professor
na impossibilidade de desenvolver uma aula individual deva diversificar suas estratégias para alcançar um grupo mais
amplo de alunos. A dimensão dinâmica procura explicar ao grau de entendimento atual um fato que contraria sua
expectativa, ou que não pode ser explicado pelo grau atual sendo então necessário a assimilação de uma nova
explicação.
No texto é levantado a necessidade das entidades criadas para explicação e suas caracterizações quanto ao que
podem fazer, o que pode ser feito com elas e do que elas são feitas. O grau de familiaridade com as entidades gera
diferentes possibilidades de entendimento.
O texto segue discorrendo sobre o que as explicações promovem como a criação de diferenças para motivar
explicações, a construção de entidades que se propõe para explicar os fenômenos, estas objetos sob os quais devemos
pensar, a transformação do conhecimento, que sofre transformações entre o conhecimento científico e o escolar, muitas
vezes através de metáforas que se tornam necessárias para a linguagem que se utiliza de significações construídas
através de outras significações, sendo que significações atribuídas ao que é material. Como as explicações não
aparecem isoladas, complementam outras formas de explicação direcionadas pelo retorno dado pelos alunos ao
professor, permeados pelos estilos de explicação.
O interessante para o professor é perceber que “as teorias científicas pretendem descrever o mundo
“como ele realmente é”. Contudo, o mundo não se mostra nada parecido com o que essas teorias nos dizem.”.
Acredito que as investigações podem ajudar os professores a considerar novas alternativas para o exercício
profissional com a finalidade de melhorar seu desempenho auxiliando sempre um número maior de alunos, ou como
desenvolvimento acadêmico dentro de um área a ser pesquisada, e como tal o texto pode ser útil. O texto levanta
questões sobre possíveis usos da linguagem nas explicações, porém os autores não se posicionam, levantando apenas a
“suposição de que a linguagem verbal desempenha um papel principal” no processo de comunicação do conhecimento
científico em sala de aula, fato este que se nos posicionarmos um pouco como alunos perceberemos esta situação,
porém este é apenas mais um dos muitos fatores dentro de sala. Os autores não propõe uma conclusão, mas sim um
princípio de trabalho se propondo a extensão do mesmo, acredito necessário para que possa ser alcançada uma
conclusão sobre o tema tratado.

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