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n. USP: 5674888
Introdução
1
Utilizamos todos os editais de PNLD de Língua Estrangeira Moderna para os anos finais do ensino
fundamental presentes até a data do artigo: 2011, 2014 e 2017.
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Para discussão mais aprofundada sobre o discurso do livro didático de inglês, recomenda-se a leitura
da tese O discurso sobre o livro didático de inglês: a construção da verdade na sociedade de controle
(BRAGA, 2014) em que a autora discute o discurso de verdade do livro didático de inglês, articulando
três segmentos: o discurso oficial do edital de PNLD 2011 e de outros documentos referentes a ele, o
discurso midiático sobre o livro didático e o discurso de professores da rede pública antes e após a
utilização dos livros aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático.
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aprendizagem e formação (cidadã)3, a relação do conteúdo dos livros didáticos
com teorias de linguagem e aprendizagem discutidas na academia, as
representações e estereótipos apresentados e reforçados por esses livros e o
uso do livro didático como facilitador das aulas do professor, mas também
como autoridade na apresentação das novas abordagens de ensino.
3
O termo formação cidadã ou formação de cidadania é frequente no discurso dos editais de PNLD e
documentos oficiais relacionados a ele.
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Tradução nossa.
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Busca-se utilizar a perspectiva da Análise do Discurso (AD) tanto como ferramenta quanto como objeto
de análise.
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Para tanto, selecionamos dois artigos escritos na perspectiva da Análise
do Discurso de linha pecheutiana que analisam publicações e propostas de
prática de ensino da Linguística Aplicada e análise de livros didáticos (A
escamoteação da heterogeneidade e O olhar da ciência e a construção da
identidade do professor de língua6), dois artigos de Linguística Aplicada que
discutem o PNLD (O lugar de aprender língua estrangeira é a escola: o papel
do livro didático7 e Políticas de ensino e aprendizagem de línguas adicionais no
contexto brasileiro: o caminho trilhado pela ALAB 8) e, por fim, os editais do
PNLD de língua estrangeira moderna para os anos finais do ensino
fundamental de 2011, 2014 e 2017.
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Ambos os artigos foram escritos por Maria José Rodrigues Faria Coracini e fazem parte do livro O
desejo da teoria e a contingência da prática, em que a autora atua também como organizadora.
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Autoria de Miriam Lúcia dos Santos Jorge e Adriana Maria Tenuta e presente no livro Inglês em escolas
públicas não funciona? Uma questão, múltiplos olhares.
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Autoria de Christine Siqueira Nicolaides e Rogério Casanovas Tilio e presente no livro Política e políticas
linguísticas.
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indivíduo em sujeito e este submete-se à língua significando e significando-se
pelo simbólico da história” (ORLANDI, 2001:100).
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4. O Manual do professor (MP): o MP apresenta todas as etapas da
aula, como se o professor não tivesse capacidade de elaborar
suas aulas sozinho;
5. O Livro didático (LD): a principal crítica da autora é que o LD se
apresenta como verdade inquestionável e não dá margem à
dúvida. Sua hipótese é de que o discurso pedagógico é
atravessado por uma visão científica em que é preciso comprovar
o que se diz. Segundo ela, isso se dá pela estrutura visual e
escolha de imagens, pelas atividades que aceitam apenas uma
resposta correta, pelo uso de estruturas simples (no “nível do
aluno”), além da ausência de referências a obras de onde as
informações foram extraídas.
“O Programa Nacional do Livro Didá tico (PNLD) tem como principal objetivo subsidiar o
trabalho pedagó gico dos professores por meio da distribuiçã o de coleçõ es de livros didá ticos
aos alunos da educaçã o bá sica. Apó s a avaliaçã o das obras, o Ministério da Educaçã o (MEC)
publica o Guia de Livros Didá ticos com resenhas das coleçõ es consideradas aprovadas”.9
9
Disponível em < http://portal.mec.gov.br/index.php?
Itemid=668id=12391option=com_contentview=article>. Acesso em 16 de julho de 2015.
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Com o objetivo de compreender melhor o panorama em que se encontra
o livro didático de inglês produzido no Brasil, é relevante retomar brevemente
alguns fatos importantes sobre sua relação com as políticas públicas e com a
academia. Embora tenham existido diversas ações governamentais
relacionadas ao subsídio de livros didáticos desde 1937, o PNLD foi criado
posteriormente em 1985 com o intuito de centralizar no governo federal o
planejamento, a compra e a distribuição de material didático para todos os
alunos matriculados na rede pública de ensino.
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O artigo de SCAFF (2000), O Guia de livros didáticos e sua (in)utilização no Brasil e no Estado de Mato
Grosso do Sul, discute a relação entre políticas públicas e organismos internacionais na escolha de uma
política sobre o material didático. Disponível em <
http://www.ufmt.br/revista/arquivo/rev15/Scaff.html>. Acesso em 16 de julho de 2015.
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Braga (2014) questiona em sua tese a decisão de uma periodicidade trienal por segmento educativo,
já que tanto os alunos de ensino fundamental dos anos iniciais, quanto os alunos de ensino fundamental
dos anos finais jamais estudariam os cinco ou quatro anos de seu ciclo com uma única coleção e não
haveria continuidade no processo de aprendizagem.
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É assim que se inicia a relação entre as políticas educacionais do LD de
inglês e a academia. A participação de autores e editoras no programa
acontece através de um edital publicado, aproximadamente, quatro meses
antes da entrega das coleções para avaliação. A partir da leitura dos editais, é
possível perceber um diálogo entre alguns critérios e perspectivas teóricas
sobre aprendizagem, aprendizagem de língua estrangeira e conceito de língua,
embora não haja referência bibliográfica ou fonte. No caso específico dos livros
didáticos de língua estrangeira, a perspectiva teórica mais adequada para lidar
com questões relativas ao mundo “real” e problemas de ordem mais prática,
como o ensino de inglês na escola pública, seria a Linguística Aplicada. Dessa
forma, ressaltamos algumas relações entre essa perspectiva e(m) trechos do
edital.
1. A noção de sujeito:
“De outra parte, os progressos efetuados nas ú ltimas décadas nos campos das teorias da
aprendizagem e da psicologia cognitiva nã o podem ser esquecidos. Para formar cidadã os
participativos, conscientes, críticos e criativos, em uma sociedade cada vez mais complexa,
é preciso levar os estudantes a desenvolverem mú ltiplas habilidades cognitivas. A
apresentaçã o de conceitos e procedimentos sem motivaçã o prévia, seguida de exemplos
resolvidos como modelo para sua aplicaçã o em exercícios repetitivos é danosa, pois nã o
permite a construçã o, pelo estudante, de um conhecimento significativo e condena esse
estudante a ser um simples repetidor de procedimentos memorizados. Assim, o ensino que
ignore a necessidade da aquisiçã o das vá rias habilidades cognitivas e se dedique
primordialmente à memorizaçã o de definiçõ es, procedimentos e à resoluçã o de exercícios
rotineiros de fixaçã o nã o propicia uma formaçã o adequada para as demandas da sociedade
atual.” (BRASIL, 2015:39)
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e educativos, ambiente propício à busca pela formaçã o cidadã , favorecendo a que os
estudantes possam estabelecer julgamentos, tomar decisõ es e atuar criticamente frente à s
questõ es que a sociedade, a ciência, a tecnologia, a cultura e a economia.” (BRASIL,
2015:40)
O edital prescreve uma obra didática idealizada que, além de proporcionar aos
alunos desenvolver suas habilidades, tem função de formação crítica e cidadã
por si só, sem considerar o trabalho do professor e a participação dos alunos,
que aqui também aparecem idealizados. Nesse trecho do edital, não há lugar
para o conflito ou para o problema:
“Aprender uma língua estrangeira tem como um de seus princípios proporcionar o acesso a
sentidos relacionados a outros modos de compreender e expressar-se no e sobre o mundo. [...]
É fundamental, portanto, compreender seu papel nesse segmento a partir da concepçã o de
língua como construçã o histó rica, para além da concepçã o de meio de comunicaçã o ou da mera
veiculaçã o de informaçõ es. Trata-se, pois, de afastar-se de uma concepçã o que simplifica
problemas, conflitos, divergências, para privilegiar o espaço de construçã o compartilhada de
conhecimento, o entendimento de que as manifestaçõ es de linguagem constituem prá ticas
sociais atravessadas por sentimentos, valores e saberes profundamente atrelados a processos
histó ricos de sociedades muito diversificadas.” (BRASIL, 2015:50)
3. A representação do professor.
“O PNLD acaba assumindo um caráter de curso de formação continuada de professores,
uma vez que, por falta de acesso a esse tipo de formação, grande parte dos professores
acaba escolhendo o livro didático a ser adotado intuitivamente – muitas vezes levando em
consideração apenas aspectos superficiais e equivocados, como seus conteúdos
gramaticais e aparência.” (NICOLAIDES; TILIO, 2013:295)
8
“Encontram-se, no edital no PNLD 2011, exigências específicas referentes ao manual do
professor (MP) que integra as coleções didáticas. Espera-se que esse MP contribua para a
formação do professor tanto do ponto de vista teórico-metodológico, quanto linguístico-
comunicativo. [...] Certamente, não se espera que o MP, por si só, assegure a formação
continuada do professor de inglês. No entanto, ele, muitas vezes, é o único recurso
pedagógico ou fonte bibliográfica disponível ao professor.” (SANTOS JORGE; TENUTA,
2014:129)
4. O Manual do professor.
“As concepçõ es atuais de ensino e aprendizagem, assim como as orientaçõ es para formaçã o
docente consideram que é preciso superar a dicotomia entre os que produzem e os que
ensinam os conhecimentos e repensar o papel do professor, valorizando sua competência
também como produtor do saber. Portanto, o Manual do Professor nã o deve ser um mero
roteiro para utilizaçã o do livro do estudante, com acréscimo de textos desarticulados da
proposta central da coleçã o.” (BRASIL, 2015:43)
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5. O livro didático.
“Outro princípio orientador a ser considerado diz respeito ao papel atribuído ao professor
nesse contexto. O material didá tico para o ensino de língua estrangeira tem funçã o
complementar à açã o do professor, constituindo-se como mediador pedagó gico. É este que,
a partir de sua experiência no meio de trabalho escolar, compromete-se com o
encaminhamento mais adequado para sua turma.” (BRASIL, 2015:50)
Enquanto esse item do edital pode ser visto como um reforço ao olhar da
ciência de garantir fidedignidade aos textos originais e, portanto, ao LD, ele
também responde à crítica de Coracini ao pedir o registro da natureza da
adaptação dos textos utilizados, o que pressupõe a utilização de textos que
circulam no “mundo real”, e não frases isoladas e criadas para fins didáticos,
além da indicação de referências ou fontes:
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“manifestaçõ es em linguagem verbal, nã o verbal e verbo-visual que favoreçam o acesso à
diversidade cultural, social, étnica, etá ria e de gênero manifestada na língua estrangeira, de
modo a garantir a compreensã o de que essa diversidade é inerente à constituiçã o de uma
língua e das comunidades que nela se expressam;“ (BRASIL, 2015:51)
“O que se percebe é que, se, por um lado, a adoção de bons livros didáticos por si só
não garante o sucesso no ensino e aprendizagem (RANGEL, 2007 apud. SANTOS
JORGE, TENUTA, 2014:127), nem signifique a solução de todos os problemas
relacionados à aprendizagem de LE no contexto da escola pública, por outro, a inclusão
do componente curricular língua estrangeira moderna no PNLD significa o incentivo
para a consolidação de outras políticas vinculadas à existência desse livro, tais como a
de produção bibliográfica, de projetos de formação para professores e de
fortalecimento das bibliotecas escolares.” (SANTOS JORGE; TENUTA, 2014:127)
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Tradução nossa.
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O gráfico abaixo busca representar a relação que se procurou
estabelecer ao longo desse artigo entre teoria e prática no caso das
especificações do LDI nos editais de PNLD. Os círculos em azul representam
teorias de linguagem e aprendizagem que aparecem no mesmo patamar de
teoria, embora a Análise do Discurso tenha um olhar teórico sobre a teoria da
prática da Linguística Aplicada enquanto representação discursiva, já essa
teoriza sobre a prática a partir de entrevistas, aplicação de questionários e
coletas de dados. O quadrado em amarelo, Políticas Educacionais, de formato
e de cor diferentes para representar outro setor, aparece como intermediário
por atuar diretamente na materialização das teorias na prática, no sentido de
estabelecer as regras de como a teoria será materializada. Porém, é importante
ressaltar que as Políticas Educacionais não provêm das teorias, embora sejam
influenciadas por elas e também as influenciem. Os retângulos, Livro didático
de inglês, papel do professor de inglês e papel do aluno, representam possíveis
materialidades da teoria e aparecem em verde, cor secundária, como junção e
resultado da(s) teoria(s) e das decisões políticas, que são representadas por
cores primárias.
Análise do
Discurso
Livro didático de
inglês
Políticas Papel do
Linguística
Educacionais professor de
Aplicada
(PNLD) inglês
Papel do aluno
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sobre a prática, que começa de um olhar científico sobre o discurso acadêmico
da importância do livro didático, o qual é usado para embasar medidas políticas
teóricas sobre uma possível materialização do livro didático e dos papeis que o
professor e aluno deveriam ter em relação a esse material didático. E essas
teorizações caminham, geralmente, para duas direções opostas: de um lado,
reforçam o discurso acadêmico-político sobre a necessidade do livro didático, e
do outro, desconstroem o discurso sobre a necessidade do livro didático de
viés político.
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De forma semelhante, as publicações em LA que reforçam a coerência
do programa com as propostas pedagógicas agem sobre pesquisadores e
professores que têm acesso a esse material no sentido de adotarem ou não a
proposta do governo. Principalmente porque, ao utilizar critérios de avaliação
que dialogam com pressupostos teóricos estudados na academia, o edital
adquire status de verdade científica, como afirma Foucault (2008:73), “a
verdade é centrada na forma do discurso científico e nas instituições que a
produzem”, especialmente a instituição acadêmica e o Estado. O que,
consequentemente, tornaria mais difícil questionar uma medida política.
Kanavillil Rajagopalan (2005), ao falar especificamente sobre política e
planejamento linguístico, afirma ser um equívoco pensar que políticas
linguísticas sejam reguladas por descobertas e afirmações da linguística ou de
outras áreas da ciência formal. Segundo ele,
Por esse ângulo, pode-se aplicar o mesmo critério a uma política educacional
como o PNLD que, embora utilize fundamentos linguísticos, eles não deixam
de ser políticos e motivados por outros interesses além de educacionais.
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“o sistema de evidências sensíveis que revela, ao mesmo tempo,
a existência de um comum e dos recortes que nele definem lugares e
partes respectivas. Uma partilha do sensível fixa portanto, ao mesmo
tempo, um comum partilhado e partes exclusivas. Essa repartição das
partes e dos lugares se funda numa partilha de espaços, tempos e tipos
de atividade que determina apropriadamente a maneira como um
comum se presta a participação e como uns e outros tomam parte nessa
partilha.“
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Pennycook (2010:15) critica a forma como a Linguística Aplicada tem lidado com seu conceito de
prática, como o oposto à teoria. Para ele, a noção de prática não foi teorizada o suficiente. Não só o
ensino de língua, mas também a língua devem ser vistos como prática.
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Retomando Coracini, a ênfase nas teorias possivelmente se justifica pelo
desejo da completude do sujeito, que se decepciona ao olhar para a prática
que é falha e repleta de lacunas. Essas teorias se reconfiguram e se
reconstroem em novas propostas de prática(s) na tentativa suprir esses
espaços. Talvez, como afirma Pennycook (2010), seja preciso repensar a
prática como teoria no caso da Linguística Aplicada, mas do mesmo modo
repensar o trabalho com os discursos sobre a prática, que em algum momento
podem auxiliar a prática de sala de aula.
Considerações finais
Mesmo que o PNLD seja uma política linguística que ainda precise de
reformulações e pesquisas sobre seu funcionamento e que tenha implicações
políticas e históricas que já foram pontuadas por Cassiano (2007), Braga
(2014) e outros, um possível avanço seria no sentido de incentivar a produção
de livros que incluam a diversidade e a diferença, trabalhem com materiais
autênticos possivelmente mais relevantes para o aluno, incitem o
questionamento e a dúvida sobre seu conteúdo e permitam maior autonomia
ao professor no sentido de como o livro se direciona a ela/ele. Nesse sentido, o
artigo buscou problematizar como as relações entre a Análise de Discurso de
linha peuchetiana e a Linguística Aplicada poderiam ampliar nosso olhar sobre
o LDI diante desse programa. A AD contribui para uma visão não idealista do
programa, do livro e dos sujeitos participantes da relação de aprendizagem,
bem como das teorias de aprendizagem, problematizando a prática dessa
visão teórica. Em contrapartida, a LA tem um papel fundamental nas propostas
de ensino e aprendizagem que, no entanto, devem se manter sempre sob olhar
crítico e de reflexão, já que a prática é o lugar da não fixidez, da incompletude
e, evidentemente, do ser humano.
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BRAGA, M. D. W., O discurso sobre o livro didático de inglês: a construção da
verdade na sociedade de controle. Tese de doutorado em Estudos Linguísticos
e Literários em Inglês. USP, 2014.
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KANASHIRO, C. S. Livro didático de Geografia: PNLD, materialidade e uso na
sala de aula. Tese de mestrado em Ciências da Comunicação. USP, 2008.
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