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Bibliografia.
ISBN 978-85-7113-700-4
Copyright © 2016 - Do organizador representante dos colaboradores
Coordenação Editorial: Pontes Editores
Editoração e capa: Eckel Wayne
Revisão: Pontes Editores
Conselho Editorial:
Angela B. Kleiman
(Unicamp – Campinas)
Clarissa Menezes Jordão
(UFPR – Curitiba)
Edleise Mendes
(UFBA – Salvador)
Eliana Merlin Deganutti de Barros
(UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná)
Eni Puccinelli Orlandi
(Unicamp – Campinas)
José Carlos Paes de Almeida Filho
(UNB – Brasília)
Maria Luisa Ortiz Alvarez
(UNB – Brasília)
Suzete Silva
(UEL - Londrina)
Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva
(UFMG – Belo Horizonte)
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Sobre os Autores........................................................................................................205
Cultura digital e linguística aplicada:
travessias em linguagem, tecnologia e sociedade
Travessias e travessuras:
uma apresentação
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Referências
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Mediação “Mediação,
Intercompre- Dinâmicas
Débora Coser
ensão sociais
Plataformas de preensão: fazendo
Comunicação Agentes sociais
aprendizagem a diferença entre
Mediada por Política e Peda-
colaborativa colaborar e coo-
Computador gogia
online perar”
“ Curadoria
Cultura partici- Digital como
pativa Hibridização
Nayara de Barros
Algorítimo
Formação de entre Narrativa e
Capítulo 2:
Hibridismo curador
opinião Banco de Dados:
Narrativa Banco de dados
Mídia tradicio- apropriação pela
Textualidade Plataforma cura-
nal mídia tradicional
torial
Apropriação e participação de
tecnológica outras vozes”
Inter/transtex-
tualidade
Política ���”Mashups
Multimodali-
Rafael Sachs
Capítulo 3:
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Introdução
O uso da Internet para o ensino de línguas abriu possibilidades
sem precedentes de combinarem-se aprendizagem informal e forma-
ção de cidadãos ao permitir aos sujeitos lidarem com interlocutores
reais e conteúdos significativos na língua-alvo. Isso mediante sua
participação em coletivos que agem colaborativamente em torno de
objetivos específicos, quer se trate de grupos de afinidade ou comu-
nidades virtuais mais estáveis.
Nessas situações, cabe aos usuários/aprendizes não somente
compreender a língua-alvo ou desenvolver fluência nela, mas, mais
concretamente, traçar trajetórias individuais de aprendizagem por via
do acionamento consciente de sua capacidade agentiva1 (BUZATO,
2008; 2013), vinculando seus interesses individuais aos objetivos
coletivos.
Temos esperança de que as novas arquiteturas de participação
social que ganharam corpo com a Web 2.0 possam vir a trazer às
práticas educacionais em línguas, com maior frequência e amplitude,
modos menos encenados e estereotipados de agir do que em geral é
possível fazer em sala de aula, com o apoio de livros didáticos e ativi-
dades de simulação, como diálogos inventados a partir de esqueletos
na lousa. Não nos iludamos, contudo, supondo que a simples oferta
desses espaços de encontro e socialização online já garanta uma ex-
1 Buzato (2008, p. 326) define o conceito de agentividade como “maneiras pelas quais sujeitos
subalternos produzem, sob aparência de sujeição e conformidade e dentro de um sistema disci-
plinar que não podem ignorar, formas de inclusão que não se igualam à padronização e às formas
de diferenciação que não implicam o isolamento.”
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O conceito de mediação
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Mediação tecnológica
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Mediação político-pedagógica
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A plataforma Galanet
4 Plataforma acessível via http://www.galanet.eu. Página de entrada. Acesso em: 03 jul. 13.
5 O dossiê consiste em um trabalho que reúne textos em diversas línguas românicas sobre o assunto
escolhido como tema da sessão. O tema é desenvolvido pelos usuários durante as quatro etapas de
interação na plataforma e os materiais trocados nessas interações são compilados pelos redatores
das equipes, que são eleitos pela frequência com que se engajam nas interações da plataforma.
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6 Cada equipe é nomeada de acordo com a instituição de ensino superior que representa e composta
por alunos, professores da instituição, além de outras pessoas convidadas pelos responsáveis
do grupo. Dentro de uma mesma equipe pode haver falantes de diversas línguas, o que ocorre
principalmente nas equipes provenientes da Europa.
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A plataforma Busuu
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Comparando as mediações
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Excerto 1
Chat G.LT.V.1.Extra
Excerto 2
Chat G.DI.V.3.Inter
Excerto 3
Chat G.LT.V.2.INTER
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Excerto 4
Chat B.F.E/I.08/11/12
DeboraCoser: Gracias! estoy “confundindo” spañol com italiano! ajajaj
F#####.: Brasil is growing a lot, isnt it?
DeboraCoser: Si, mucho!
F#####.: you are welcome! english and italian is similar
DeboraCoser: are similar
F#####.: thanks! I speak italian too
DeboraCoser: So, let me change my language to English now! I just
discovered I don’t even know how to speak spanish, even if it’s so close
to portuguese!
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Excerto 5
Chat G.DI.V.3.Inter
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lados para os fóruns criados pelos usuários, quer seja no que tange
à proposta de gradação de aprendizagem (básico, intermediário,
avançado), ou no que tange à forma de organizar e nomear expli-
citamente o conhecimento sobre a língua do mesmo modo como o
fazem as escolas.
Note-se ainda, em casos como o do Excerto 6, a adoção de sequ-
ências de correção explícita em momentos de socialização informal.
Excerto 6
Grupo “Bienvenidos a Madrid” (Busuu)
Excerto 7
Chat G.LT.V.1.Extra
[21:56:26][FioreM] mais eu sou contadora publica
[...]
[21:56:49][AnaC] o que é contadora püblica
[21:57:43][FioreM] contadora do sector publico , que trabaha para el
estado
[21:58:04][AnaC] fazendo o quê? Contando histörias
[21:58:36][EdileneR] Acho que CONTADORA é uma atividade relacio-
nada ao setor administrativo, não é Fiore?
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Considerações finais
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Referências
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Introdução
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Os agentes e as vozes
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Excerto 1 - Cabeçalho
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Excerto2
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Excerto 3
Excerto 4
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Excerto 5
Excerto 6
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Excerto 7
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Excerto 8
Excerto 9
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Excerto 10
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Excerto 11
Considerações finais
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Referências
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Introdução
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1 Formas textuais como essa, em que fragmentos de duas ou mais fontes são reproduzidas num
novo texto, que as articula por meio de justaposições e sobreposições, foram caracterizadas
por Buzato e colegas (2013) como mashups a partir da na Teoria do Remix de Navas (2010). É
verdade que as teorias linguísticas e semióticas já abordaram o caráter processual da textualidade
em todas as suas manifestações, como nos estudos da transtextualidade de Genette (2006) e Koch
(2004), ou nos trabalhos do próprio Lemke (2009) na Semiótica Social. Com efeito, Buzato et al
(2013) endossam que todo texto é processo, dado que, a rigor, constitui-se numa assemblage de
enunciados capturados em circulações discursivas que ganham vida nova em cada ocorrência;
contudo, nem todo texto apresenta um efeito metassemiótico (de algo claramente montado para
ser ressignificado) tão pronunciado como o acima exposto. Assim, é possível tomar como mashup
toda forma textual, desde que se ressalte que, em alguns textos, as referências ao próprio processo
de sua composição são mais explicitamente declaradas que em outros.
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Translação e ressemiotização
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teóricas permite olhá-los não apenas como produtos, mas como rege-
nerações do próprio processo de sua composição, e, por conseguinte,
da controvérsia política em que tiveram origem (no caso, as Jornadas
de Junho). Para melhor descrever essa controvérsia, recorro agora à
noção de política enquanto regime de enunciação (LATOUR, 2003).
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Estratégias metodológicas
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3 À época, circularam pela internet alguns vídeos que supostamente mostram policiais preparando-
se para se misturar às manifestações à paisana. Um exemplo pode ser encontrado no vídeo Policiais
infiltrados em manifestação do Passe Livre” (2013), disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=9HNxpvYpyB0>.
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Opções
Forma de
Quantidade “curtir” da Endereço
coleta
página
Armazenamento
livre de posta-
gens considera-
Corpus Não se
31 das relevantes Variável
preliminar aplica
no período das
Jornadas de
Junho
https://www.
Página Entrada dos ter- facebook.com/
12 560 mos vemprarua
vempraruabrasil vemprarua-
e Facebook no brasil
Google, coleta
das montagens
com evidências https://www.
Página
25 2969 de retrabalho facebook.com/
VemPraRuaBr
postadas em VemPraRuaBR
junho de 2013
nos três primei- https://www.
Página ros resultados facebook.com/
AMaiorArqui- oferecidos pelo
20 35785 AMaiorArqui-
ban-cadaDo- buscador bancadaDo-
Brasil
Brasil
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LEGENDA
DATA PÁGINA DE PUBLICAÇÃO
ADOTADA
OcupaARedeGlobo
Mashup 2 Entre 29/06 e Versões variáveis disponíveis em: http://
(Figura 3) 03/07/2013 tinyurl.com/mnstrab e http://tinyurl.com/
ky8xe83
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5 Dois exemplos são os textos do Jornal do Brasil e do portal Meio e Mensagem a respeito, respec-
tivamente nos endereços <http://tinyurl.com/8428zbd> e <http://tinyurl.com/pv4u3qj>, ambos
com acesso em 12 set.2014 (LORENTE, 2011; PROPAGANDA da Johnnie Walker com Pão de
Açúcar que vira gigante faz sucesso, 2011).
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Referências
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da-johnnie-walker-com-pao-de-acucar-que-vira-gigante-faz-sucesso/>.
Acesso em: Acesso em: 16 fev.2015. [notícia de jornal]
SACHS, Rafael Sachs. O texto digital como processo e a política como regime de
enunciação: um estudo de mashups multimodais nas Jornadas de Junho. 2015.
150f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Instituto de
Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas,
2015. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/docum
ent/?code=000947297&opt=1>. Acesso em 16 ago.2015.
______. Travessias hipermodais em letramentos dos fãs de Glee: da produsagem
à reflexão metadiscursiva. 2012. 112f. Trabalho de conclusão de curso
(Graduação em Letras) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2012. Disponível em: <http://www.
bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=54570&opt=1>.
Acesso em 16 fev.2015.
SOARES, Luiz Eduardo. Zero Hour on the Popular Clock. Cultural
Anthropology Online, Fieldsights - Hot Spots, dez. 2013, s/p. Disponível
em: <http://www.culanth.org/fieldsights/436-zero-hour-on-the-popular-
clock>. Acesso em: 16 fev.2015.
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Segundo Aglomerado:
Espaço, Identidade, Conexão
Análise Crítica
do Discurso
Multimodali-
Bárbara Gallardo
”Construções
dade Identidades
Capítulo 4:
Identitárias no Fa-
Gramática Rede Social Translocalidade
cebook de Profes-
Sistêmico- Online Transnaciona-
soras Brasileiras
funcional lidade
em Formação”
Língua estran-
geira
“Espaço-tempora-
lidade e Constru-
Camila Scheifer
Poder
zação Rádio em uma Rede de
Aprendizagem
Transletra- Livro Didático Letramentos: uma
Análise espacial
mentos Blog análise de transpo-
sições semiótico-
materiais”
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Introdução
1 Ou seja, a construção discursiva em língua estrangeira, para interlocutores de outra cultura que
não conhecem a cultura brasileira.
2 Neste estudo, a referência à região ou a lugares periféricos indica cidades do interior do Brasil,
localizadas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do país, de acesso rodoviário precário e
que estão distantes das capitais em um raio igual ou superior a 200 km.
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3 Herring (2004) define as variáveis técnicas (perda de feedback instantâneo, limitação de espaço,
sobreposição de mensagens nas trocas, etc.) e variáveis situacionais (tópico tratado, objetivo e
status da mensagem, experiência do participante, etc.) do contexto virtual que moldam as con-
dições de produção e que diferem do contexto offline.
4 Partindo da abordagem proposta por Herring, COSER, neste volume, por exemplo, investiga os
efeitos e consequências da mediação digital na interação entre falantes de línguas românicas em
um espaço digital de aprendizagem colaborativa.
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5 “contexto” vem entre aspas porque são representações informadas por meio do discurso noFa-
cebook: representações do local do falante, do espaço digital e do local do interlocutor. É um
terceiro espaço, de acordo com os argumentos de SCHEIFER, neste volume.
6 Aqui, faço referência ao conceito de remediação que, conforme Bolter e Grusin (2000), com-
preende diferentes tipos de mídia. A remediação acontece no surgimento de um novo meio de
comunicação, já que este incorpora elementos de mídias anteriores, renovando-os e proporcionado
uma nova forma e um novo tipo de uso, por exemplo, a construção de identidades na CMC.
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7 http://www.skype.com/intl/en-us/home.
8 http://www.myspace.com.
9 http://www.dogster.com.
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11 Por exemplo, a declaração feita para um estrangeiro “No Brasil tem muita mulher bonita” pode
ser preenchida com muitas imagens de mulheres bonitas. Na comunicação presencial, este tipo
de estratégia é inviável.
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Método
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imagens postadas por ela que supervalorizaram o seu país por meio
de estereótipos da vida em um país tropical. Considero essas imagens
como estratégias que funcionaram como recursos multimodais para
ressemiotização12 (IEDEMA, 2003) desses estereótipos, marcantes
em seu discurso.
A representação dos sentidos por meio de figuras e palavras é
tratada nos estudos sobre multimodalidade como uma associação
de recursos semióticos além dos transmitidos pela língua escrita,
como é o caso das figuras, cores, design de páginas etc., conforme
os pressupostos da GDV apresentados previamente (KRESS; VAN
LEEUWEN, 1996). Em uma perspectiva discursiva, os significados
multimodais só fazem sentido dentro de contextos, sendo, por esse
motivo, analisados sob a perspectiva da teoria linguístico-semiótica
cuja atenção volta-se ao significado tridimensional da linguagem
(ideacional, interpessoal e textual). Neste caso, a análise multimodal
implica lidar com uma complexidade maior, por conta da multipli-
cação e diversificação dos sentidos. Devido à limitação de páginas
deste artigo, a análise que faço a seguir investiga de que maneiras
Amanda prolongou o uso daquelas estratégias para o visual, sem
abarcar todas as modalidades envolvidas13, como seria o caso numa
análise multimodal completa (BALDRY; THIBAULT, 2006).
As fotos do Brasil enviadas a duas norte-americanas sustenta-
ram a descrição positiva dada pela brasileira. São fotos de praias do
Nordeste e da cachoeira de Foz do Iguaçu. São fotos tratadas digi-
talmente, que tiveram elementos plásticos, tais como: intensidade de
cor, iluminação, contraste, brilho, entre outros recursos ajustados
visando à obtenção de um ponto ótimo de fruição estética por meio de
ferramentas do computador e que foram conseguidas via programas
de busca de imagens na internet.
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L 5 – Joyce: Hi Val! That’s great, you can call me Joy. Yes, I’m Christian
too, I was born on a Christian family, and that’s amazing. I’m 17 years old.
I have studied English for four years. I really love international Christian
music. Bethany, Brook Fraser, BarlowGirl, and a lot more… My favorite
songs from Bethany are From my love and When you love someone. Tell
me more about you too. How old are you? God bless you too!15
15 L1 – V: ok. :) Oi, pode me chamar de Val. :) Eu sou das Filipinas. Você tem apelido? Sim, eu
adoro as músicas dela e o seu talento na guitarra me inspira também. Você é cristã? hmmmm...
você também acredita em Jesus? É a inspiração de X, né? Quantos anos você tem? Fale mais
sobre você. Deus te abençoe! :)
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uma música eu tenho que ouvir todas! Ele é muito bom :D Eu o conheci assistindo ao show One
Tree Hill. Você já viu?
L 14 Fanny: Não, eu nunca vi o one tree hill, é bom? Eu nem sei sobre o que é. Mas, é bom saber,
eu não sabia que ele era ator.
L 16– J:Ai, eu adoro. As quatro primeiras temporadas são as melhores. Gavin fez uma pequena
participação na primeira temporada. A música oficial é dele (I don’t wanna be).
L 18– F:Fantástico, eu não faço ideia. Então, que outros tipos de música você gosta?
L 19– J:Eu gosto de John Mayer, Coldplay, Michael Bublé, Colbie Cailat, Ben Harper ... E eu
gosto de música gospel também, Francesca Battistleii, Brandon Heath, Hilsong, Brook Fraser,
tenth Avenue North, Swtichfoot, Life house, Kari Jobe e muito mais ... e você?
L 22– F:Eu gosto de milhares de músicas, Scott wiggs band, Thousand foot krutch, Eli Young
band, Johnny Cooper, bleu edmondson, e muito mais ... é difícil listar só algumas! :)
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Espaço-temporalidade e Construção de
Sentidos em uma Rede de Letramentos: uma
análise de transposições semiótico-materiais
Camila Lawson Scheifer
Introdução
1 Ou espaciotemporal.
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Excerto 1
P: Meninos, a foto que o A4 baixou da internet vem com um texto assim
(lê a nota).
As: (Falam entre si, indignados, sobre o fato de a rádio dizer que eles têm
entre 6 e 8 anos de idade).
P: Meninos, a professora vai mandar uma mensagem agradecendo e pedindo
correção, tá bom? Bom, que eu quero mostrar aqui é o seguinte: ontem,
falou-se lá em planejamento e o bacana, o A4 planejou. Ele baixou e plane-
jou que nós colocássemos os nossos comentários. Então, para aproveitar
bem o fato do A4, vamos colocá-lo aqui (aponta para a parede), eu vou
dar a parte dos comentários numa folha avulso, avulsa, e aí vocês podem
escrever, tirar a limpo.
A1: E as outras coisas que tá escrito atrás?
[...]
A2: Professora, que que é pra pôr no comentário?
P: Eu gostei, não gostei. Eu gostei porque isso. Eu não gostei porque aquilo.
A1: Professora, por que que, já que tu vai fazer umas tirinhas com a gente,
por que embaixo tu não bota, ãh, 5 estrelas em branco pra gente pintar e
dar a nota que a gente quer?
P: Boa idéia. Vocês podem desenhar as estrelas?
A1: Pode.
P: Tá, então desenhem.
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Considerações finais
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Referências
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“Transcodificação
Dáfnie Paulino
Gêneros
Dungeon Transcodifi- digitais de um
digitais
New media cação cultural MUD: encontrando
Inovação
Software o espaço de inova-
linguística
Modelagem ção do usuário via
língua(gem)”
Presença
metafísica
Sentido In- Cidadania “Cidadania pós-
Marcelo Buzato
Capítulo 7:
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Introdução
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1 NPC: Non player character, dentro do jogo são personagens artificiais (não humanos) com os
quais os jogadores podem lutar, conversar, comprar serviços, aprender lições e outras interações
limitadas.
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Figura 1 – Captura de tela do MUD Valinor, indicando como o jogador percebe salas,
objetos, NPCs e demais usuários.
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Sintagma nominal,
(artigo + substantivo
/ adjetivo),
Linguagem informal e
Título Um epíteto. Sintagma preposicio- Descritivo.
objetiva.
nal (prep. + nome)
Extensão até 50 ca-
racteres
Título (assunto).
M e n s ag e n s d e Informativo;
Destinatário (s).
usuários com: Linguagem informal, Argumenta-
Data.
Mural Avisos, anúncios, objetiva, em geral bus- tivo;
Sequência te xtual
debates, artigos cando concisão. Expositivo;
com um ou mais pa-
de opinião; Dissertativo.
rágrafos.
Remetente;
Uma mensagem
Destinatário; Informativo;
pessoal, privati-
Saudação; Argumenta-
va. Eventualmen-
Mudmail Linguagem informal. Sequência textual de tivo;
te mais formal,
até 4000 caracteres; Expositivo;
dependendo do
Despedida / assina- Narrativo.
interlocutor.
tura
Mensagem bre-
ve enviada pelo Uma breve sequência
Linguagem concisa,
servidor, customi- de dados estatísticos
objetiva.
zavél, reporta as- em formato textual,
PROMPT Diagramação e colo- Informativo.
pectos mecânicos em geral, alfanumé-
ração marcantes, cla-
da jogabilidade: rica, com média de 65
rificando a informação.
pontos de vida, caracteres.
“mana”, horário.
Linguagem informal, e
mais coloquial.
Pronomes de trata-
mento, como forma de
aproximação. Saudação / pedido
Alto índice de expres- de ajuda
sões emocionais, ou Palavras-chave que
ações de valor emo- desencadeiam uma
Diálogo com uma cional (visando a criar sequência textual.
personagem arti- uma ilusão de huma- Uma sequência tex- Argumenta-
Scripts de con- ficial, programa- nidade). tual curta entre 3 e tivo;
versação com da para interagir, Textos ambíguos, mais 200 caracteres que Injuntivo;
NPC responder e simu- abertos, genéricos, vi- fornece um gancho Narrativo;
lar comportamen- sando a menor chance para a próxima pa- Descritivo;
tos humanos. de incoerência. lavra-chave, dando Informativo.
Te x t o s n o s q u a i s prosseguimento ao
predominam função diálogo com novas
fática. Uso de meca- sequências textuais.
nismos de prosecução
do diálogo: perguntas,
ganchos informativos
para prosseguimento
da conversa, charadas.
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$n tomba aflit$O aos pés de $r Darin tomba aflito aos pés do feiticeiro Saruman.
Hanya tomba aflita aos pés da bruxa.
$n acerta $R com um tremendo Darin acerta a Derinthuck com um tremendo
pontapé. pontapé.
Os ferimentos $R são suavizados Os ferimentos de Derithuck são suavizados por
por $n. Darin.
7 O engine do MUD Valinor é o VSMAUG, um software para MUD em língua inglesa. Uma das
primeiras dificuldades da criação do jogo, em 2002, foi adaptar as sintaxes computacionais para
respeitar as regências da língua portuguesa, realizar contração preposicional, não ferir gênero,
número etc. O trabalho para produzir uma sintaxe computacional que produzisse um resultado
fluido na sintaxe da linguagem continuou a ser aperfeiçoado por anos.
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Figura 6 – Descrição extra, misturando texto verbal com ascii art e cores.
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$n Pegou $p DE $j
Darin Pegou uma espada uma sacola.
Darin Pegou uma espada DE o armário.
Darin Pegou uma espada DE a sacola
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Considerações finais
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Referências
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Introdução
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O pós-social e o pós-humano
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interação que constituem a vida social das pessoas hoje. Defendo que
tal pergunta é crucial para uma agenda de pesquisa em linguagem,
tecnologia e sociedade no século XXI.
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3 De alguma forma estou aqui tangenciando o conceito de interatividade tal qual problematizado
por LEVÝ (1999, p. 82-3), porém, enquanto o conceito de interatividade serve basicamente
para especificar propriedades de um meio, o que pretendo, ao falar em implicação do corpo do
falante, pela voz ou pela imagem, é especificar a qualidade sensível (pré-cognitiva) do encontro
propiciado.
4 Este capítulo precede em algumas semanas o início de um projeto de pós-doutorado voltado para
um aprofundamento teórico-metodológico da proposta (BUZATO, 2015).
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Um exercício especulativo
PRIMEIRO ATO
São 22h30 de uma segunda-feira. A vítima está na sala de sua casa, na zona
rural de uma cidade do interior paulista. Entretido pelos emails profissionais
que respondia naquele momento, demora-se a notar o toque metálico e frio
de um revólver em sua têmpora direita. Seu grito de pavor, impossível de
evitar, é contido pela mão cheirando a droga do ladrão que se comporta
como líder da dupla que invadira a casa. Entre insultos e ameaças, a vítima
é obrigada a deitar-se no chão, de bruços: “Se olhar pra mim de novo eu te
mato, seu arrombado!”, diz o líder. A precaução parece exagerada, pensa
a vítima, já que ambos os ladrões têm camisetas sobre o rosto, deixando à
mostra apenas seus olhos. “Pelo amor de Deus, moço, leva tudo, mas não
me mata que eu tenho uma filha pra criar”, suplica a vítima. “Pensa que só
você é que tem filho pra criar, playboy de merda?”, retruca ladrão, “Cadê o
cofre, cadê os dólares, hein? Não tem uma roupa de marca não, seu bosta?
Fala se não eu vou te matar, já falei!”.
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Alguns minutos após o ronco do motor se tornar inaudível, a vítima aposta que
não havia de fato um terceiro ladrão, consegue desatar as mãos com os dentes,
e sai correndo pela estrada vicinal, em total escuridão, em busca de ajuda.
SEGUNDO ATO
Tendo explicado a situação aos gritos, a vítima pede o celular emprestado
à vizinha e chama a polícia. O celular não tem créditos, mas, por obrigação
legal, a operadora completa a ligação para 190. Com a polícia a caminho,
a vítima se acalma e começa a pensar sobre que medidas precisa tomar:
cancelar a linha do próprio telefone celular, mudar a senha do cartão do
banco, sustar os cheques, conseguir um meio de locomoção para ir fazer o
boletim de ocorrência que, a vítima sabe, será exigido pela seguradora do
automóvel, pelo banco, pela operadora telefônica e até pelas vítimas do uso
indevido dos seus cheques assinados.
Como o celular sem créditos é inútil em todos esses casos, a vítima sai
correndo novamente pela estrada vicinal até a casa de outro vizinho, um
jovem estudante cujo celular, também pré-pago, tem créditos suficientes
para apenas mais uma ligação. A vítima então liga a cobrar para um irmão
que reside em outra cidade, dizendo “sou eu, mano, sou eu” em voz alta ao
ouvir o tanã-tananã-tananã que anuncia a ligação a cobrar. Por sorte, e por
ter reconhecido a voz da vítima, o irmão aceita a ligação interurbana e, após
explicações, deposita cinquenta reais em créditos para o telefone do vizinho,
usando o aplicativo de home banking do próprio celular.”Fica calmo”, diz
o irmão, “o importante é que você está bem, podiam ter te matado”. “Que
bom é ter um irmão nessas horas!”, diz a vítima ao vizinho, que a essa altura
havia conseguido o telefone do banco em que, por sorte, ele também tinha
conta. “Que bom que ele tem cinquenta reais pra te emprestar, né? ” retruca
o estudante, numa tentativa malsucedida de aliviar a tensão.
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De fato, pode-se fazer praticamente tudo que diz respeito a cartões nas
opções subordinadas à opção 1, exceto comunicar um roubo. “Deve ser nos
outros serviços, então”. “Oito”, diz a voz, confirmando a opção digitada, e
então “para consórcio, tecle um, crediário, tecle dois, beneficiário do INSS,
tecle três, consulta de ordem de pagamento do exterior, tecle quatro, para
comércio exterior, tecle cinco, consulta e restituição de imposto de renda,
tecle seis ...”.
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O policial agora pede que a vítima assine o formulário preenchido com todos
os detalhes do ocorrido, inclusive a lista dos pertences roubados. “Que bom!
Então esse já é o BO, né?”, diz o amigo da vítima, avisado da necessidade pelo
vizinho estudante, a partir do back up, na nuvem, dos contatos do celular
da vítima, que a essa altura já não se importava em dividir sua senha com
o vizinho. “Não senhor”, responde o policial, “esse é nosso. O seu o senhor
tem que fazer no distrito mais próximo. Mas pode esperar até 48 horas”.
São três horas da manhã, agora, e o amigo, que precisa acordar cedo no dia
seguinte, evita olhar para a vítima. Esta, mesmo assim, entende que o melhor
é ir dormir na casa do amigo. Na manhã seguinte, a vítima vai à delegacia
e registra a ocorrência. Alertado pela gerente do banco, leva consigo um
extrato para comprovar o uso do cartão e a sustação dos cheques.
TERCEIRO ATO
Um dos investigadores pede para olhar o extrato e, examinan-
do-o com atenção, sorri, pois o sistema do banco registra os
horários e números de terminais de caixa em que os cartões
de débito e crédito são utilizados. Solicitando os arquivos em
vídeo da vigilância do supermercado, a polícia chega a dois
5 À época em que preparava este capítulo, repeti passo a passo todos os procedimentos aqui rela-
tados e constatei, com alívio, que a ordem dos imperativos foi trocada. O fato de que o policial
sabia do problema, contudo, sugere que muitas outras vítimas de furto ou perda de cartão devam
ter passado pelo mesmo tipo de sofrimento físico e constrangimento moral.
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6 Em outros lugares, tanto eu pessoalmente quanto alguns dos demais colaboradores deste volu-
me utilizaram a Teoria Ator-Rede em conjunção com a semiótica social, seguindo o insight de
IEDEMA (2001; 2003).
7 Para uma análise aprofundada das implicações e limites dessa vinculação metodológica da TAR
com a semiótica de Greimas, ver (Høstaker, 2005).
8 Vale lembrar, contudo, que a Teoria Ator-Rede é igualmente tributária da cibernética e de outras
teorias que apontam para a noção de sistemas dinâmicos abertos, teorias essas que, por sua vez,
são úteis para a compreensão de como os agentes não-humanos, em especial os computadores,
participam do que experimentamos como "realidade social" . Nesse sentido, a ilustração que se
segue é também uma forma de sugerir a necessidade de incorporação dessas teorias à compreensão
mais geral do quadro de uma cidadania pós-social (BUZATO, 2015).
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9 Note-se que falo da assinatura enquanto forma visual que pode ser reconhecida pelo banco,
digitalizada, fotocopiada, combinada e comparada com outras formas visuais, não à porção de
tinta espalhada sobre a folha de cheque que os ladrões levaram. Do mesmo modo, uma senha
de cartão magnético pode ser anotada, memorizada, transmitida, criptografada etc., mas trata-se
apenas de uma sequência alfanumérica, sendo a sequência escolhida o que a torna uma senha, e
as representações alfanuméricas em si, quer sejam anotadas, memorizadas, desenhadas etc.
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Intersubjetividade e interobjetividade
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Referencias
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Sobre os Autores
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