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CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012, p. 15-42.

Resenhado por João Pedro Maciel Almeida

Todos os dias a humanidade compactua com esses elementos do nosso cotidi-


ano: respirar, beber, comer, andar, falar, sentir, ler, responder... E todos esses ele-
mentos são tão básicos que nem ligamos, ou tampouco questionamos sobre seus
fundamentos na nossa sobrevivência como sociedade. O ser humano, um ser provi-
do do desejo de dar sentido para tudo ao seu redor, utiliza-se do seu pertencente po-
der para o fazê-lo. O que é este poder? Ele é o texto.

No livro, Os sentidos do texto (p.15-42), A autora Mônica Magalhaes tem como


objetivo abordar as concepções de texto afim de mergulhar nas entrelinhas contem-
porâneas do que vem a ser um texto. Por isso, ela rebate sobre assuntos bastante
interessantes que causam muitos questionamentos, tratando-se sobre conceitos tex-
tuais, tipos de conhecimentos, contextos, coerência textual e fatores de textualida-
des. Todos esses pontos do livro fala sobre do que é essencial para um texto e seu
sentido. Se há alguma diferença entre uma imagem e um texto escrito. E também, o
agente causador da compreensão dos receptores desses textos verbais e não ver-
bais.

Em princípio, o livro quando discute sobre concepções de texto, explica de for-


ma objetiva e reta que esse elemento é regido por uma interação do locutor e recep-
tor, em que ambos estão fazendo uma interação entre si, através do que Koch e
Costa Val chamam de evento textual. É neste evento a onde ocorre todos os conhe-
cimentos que o receptor possui na sua bagagem para usufruir como ferramenta para
a compreensão do texto em si. Resumindo, o receptor usa em seu favor três elemen-
tos principais para captar o sentido de um texto: linguístico, enciclopédico e interacio-
nal.
No tópico sobre contexto, a autora fala que para compreender do que se trata o
texto, nós usamos todas essas 3 etápas citadas por ela para que possamos enten-
der além do cotexto, pois o sentido não está apenas nas palavras, mas, sim, no meio
em que ela é inserida. Ela utiliza-se do exemplo do iceberg, sendo o cotexto a super-
fície e o contexto a profundidade do bloco de gelo.
Quase no fim das páginas do livro, Cavalcante discute sobre um modo de
análise para saber se um texto está com coerência ou não na sua estrutura. Ela pon-
tua 4 pontos princípais: Continuidade, progressão, contradição e articulação. A conti-
nuidade diz respeito a necessária retomada de elementos passados do próprio texto.
Progressão é bem parecido com continuidade, só, que, além de remotar ideias pas-
sadas, o locutor acrescenta mais informações para que haja um ritmo no elemento.
Contradição é quando o emissor quebra a coerência do texto quando defende tal as-
sunto em determinado ponto do mesmo e contraria depois no decorrer do processo.
Articulação permite que as ideias do texto estejam organizadas de forma coesa e en-
cadeadas.

Portanto, Cavalcante deixa muito claro para que o leitor possa compreender
cada elemento do assunto nessas páginas do livro, além de utilizar de argumentos,
exemplos, citações e imagens para um melhor discernimento. Muitos dos pontos so-
bre fundamentos textuais estão bastante claros, mesmo abordando assuntos que re-
querem mais atenção. O livro é uma grande porta para quem procura ter um melhor
desempenho e entendimento sobre produção textual e seus fundamentos, valendo
tanto para estudantes do ensino médio, como também para alunos do ensino superi-
or, pois, é um matérial leve que aborda um assunto muito grande e importante para
cada indivíduo na nossa sociedade.

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