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A IMPORTÂNCIA DOS PRESBÍTEROS

A NATUREZA DESTE OFÍCIO

SUPÕE A IMPORTÂNCIA DOS PRESBÍTEROS


O presbiterato implica em liderança. A liderança deste ofício se
manifesta: a) por meio de administração ou governo; b) por meio de
instrução, ensino e pregação; c) por meio de exemplo. Vemos isto
claramente em Hebreus 13.17: “Obedecei [esta é uma norma para a
igreja] aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam
por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto
com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”.
Em seguida, considere o versículo 7 deste mesmo capítulo: “Lembrai-
vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e,
considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram”.
Nestes dois versículos, vemos aqueles três elementos da liderança.
Primeiro, existem aqueles que governam sobre os crentes (“os vossos
guias”); eles têm governado sobre os crentes e velado por estes.
Segundo, eles têm pregado a Palavra de Deus para os crentes.
Terceiro, considerando atentamente a maneira como eles vivem, os
crentes têm de imitar a fé exercida por seus líderes. Portanto, o
presbiterato bíblico é um ofício de autoridade que se expressa por
meio de governo, instrução e exemplo.
O verdadeiro cristianismo depende de presbíteros bíblicos que agem
de conformidade com as Escrituras, pregando todo o conselho de
Deus e cuidando do rebanho. Este foi o exemplo de Paulo diante dos
presbíteros de Éfeso. Várias vezes, ele disse: “Jamais deixei de vos
anunciar todo o desígnio de Deus” (Atos 20.27); ou seja, “não me
esquivei de ensinar-vos qualquer coisa proveitosa, fazendo-o
publicamente e de casa em casa; eu vos ensinei e preguei o
arrependimento para com Deus e a fé no Senhor Jesus Cristo”. O
apóstolo Paulo pregou…pregou…pregou!
A função bíblica do presbítero não é somente pregar todo o conselho
de Deus, mas também a indispensável supervisão do rebanho.
Observe: “Pois velam por vossa alma, como quem deve prestar
contas” (Hebreus 13.17); “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre
o qual o Espírito Santo vos constitui bispos [supervisores], para
pastoreardes a igreja de Deus” (Atos 20.28). Eles governam sobre
vocês para o próprio bem de vocês. Quando é necessário, eles têm de
se colocar no meio do caminho e dizer-lhes: “Parem! O que vocês
estão fazendo?”, porque eles velam pela alma de vocês, como
aqueles que prestarão contas delas no Dia do Juízo”.
A CONDIÇÃO DO HOMEM EXIGE O OFÍCIO DE PRESBÍTERO
Presbíteros, os líderes bíblicos da igreja, preservando a Palavra da
Vida através de um exemplo santo, são extremamente essenciais em
nossos dias, assim como sempre foram, por causa da condição dos
homens. Em Atos 20.29, o apóstolo Paulo advertiu os crentes de
Éfeso a respeito dos lobos que se introduziriam na igreja, não
poupando o rebanho. O Espírito Santo havia constituído aqueles
homens como presbíteros de um rebanho de ovelhas. O perigo: lobos
vorazes sobreviriam ao rebanho para devorar as ovelhas. As ovelhas,
por natureza, são errantes e vulneráveis aos lobos. Elas precisam de
vigilância e proteção; elas necessitam de uma boa e sábia liderança
de presbíteros fortes.
O apóstolo se mostrou urgente em sua última visita aos presbíteros de
Éfeso, a fim de incutir em suas consciências o dever que agora estava
sobre eles. Estes presbíteros não veriam mais o rosto do apóstolo.
Eles não teriam mais consigo o apóstolo, para vir e resolver os
problemas deles. Portanto, eles tinham de atentar por si mesmos,
primeiramente, e depois por todo o rebanho sobre o qual o Espírito
Santo os havia constituído presbíteros, por causa dos lobos perigosos
que se introduziriam na igreja e não poupariam o rebanho. A
existência de presbíteros é imprescindível. Eles têm de velar e
alimentar as ovelhas. A condição do homem exige isto.
A ORDENANÇA DE CRISTO REQUER O OFÍCIO DE PRESBÍTERO
Efésios 4 diz que estes oficiais foram estabelecidos por Cristo, para
que nós (os santos) não sejamos mais crianças levadas de um lado
para o outro por todo vento de doutrina. Cristo sabia que
necessitamos de presbíteros. Observe em Atos 20.28: “…o rebanho
sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos”. O presbítero
bíblico não é presbítero apenas porque ele escolheu esta função
como sua carreira; o presbítero bíblico é alguém colocado por Cristo
neste ofício. O Espírito Santo o constituiu um supervisor do rebanho
de Cristo. O presbítero tem de cuidar do rebanho e alimentá-lo
(literalmente, fornecer pasto). Esta não é uma posição que você
designa para si mesmo.
Somos mais sábios do que Deus? Ele, que designou tal ministério,
haverá de rejeitá-lo com leviandade, porque decidimos que temos
superado a necessidade de tal ministério? O ofício do presbítero que
proclama a Palavra da Vida com regularidade, a cada semana, noite e
dia, de casa em casa ou publicamente, é extremamente essencial. É
uma ordenança de Cristo.
A ESSÊNCIA DA OBRA NECESSITA DO OFÍCIO DE PRESBÍTERO
Em Romanos 10.14, Paulo nos apresenta a razão (o objetivo ou
propósito) fundamental por que Cristo estabeleceu os presbíteros –
“Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como
crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há
quem pregue?” Observe a pergunta de Paulo, a pergunta do Novo
Testamento: como é que Cristo falará à sua alma, para a sua
salvação, se não houver um pregador?
Quando Paulo esteve entre os efésios durante aqueles muitos meses,
a essência de sua mensagem foi o arrependimento e a fé para a
salvação. Em essência, o propósito de todo o trabalho de Paulo foi
pregar o arrependimento para com Deus e a fé em Jesus, para a
salvação dos pecadores e a edificação do corpo de Cristo.
Em I Timóteo 4.16, o apóstolo Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado
de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo
assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”. O coração
de Paulo vibrava com a salvação daqueles que ouviam a pregação do
evangelho. O alvo, o objetivo e a própria essência de nossa obra é a
salvação da alma daqueles que se encontram sob o nosso ministério.
Paulo não partiu de Creta sem deixar ali alguém para completar a
obra iniciada. O apóstolo disse a Tito: “Por esta causa te deixei em
Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como,
em cada cidade constituísses presbíteros” (Tito 1.5). Isto era vital! Os
apóstolos sabiam que era melhor não deixar a obra apenas em seu
estágio inicial. O objetivo do presbiterato não termina quando pessoas
se convertem ou você pensa que elas estão convertidas. É por isso
que temos de ir de casa em casa, com lágrimas e labores; é por isso
que temos de permanecer de joelhos e temos de perscrutar as
consciências. O objetivo do presbiterato é a salvação de pessoas e
nada menos do que isto.
A tarefa do presbítero consiste em edificar as muralhas de Sião, em
meio a inimigos violentos. Nas Escrituras somos chamados de
cooperadores de Deus – “Porque de Deus somos cooperadores;
lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (I Coríntios 3.9). Somos
cooperadores de Deus no edificar a igreja. Você lembra de Neemias
quando ele trabalhava na reconstrução das muralhas de Jerusalém?
As pessoas se mostraram dispostas para fazer a obra.
Em uma das mãos, elas tinham uma colher de pedreiro e na outra
mão, uma espada. Enquanto edificavam a muralha com os materiais
de construção, os judeus tinham necessidade de defender-se contra
os inimigos que desejavam destruir a muralha. Houve zombaria,
blasfêmias, resistência, táticas e artifícios políticos que visavam
arruinar a obra – tudo que os inimigos podiam fazer para destruir
aquela muralha, a cidade e a sua proteção. Quando Sambalate
desejou que Neemias descesse para conversar com ele sobre a obra,
Neemias, respondeu-lhe: “Não posso descer. Tenho de construir uma
muralha e não posso desperdiçar meu tempo conversando com você”.
Cristo estabeleceu o ofício de presbítero para a construção das
muralhas de Sião em meio aos inimigos. Pessoas que se passam por
ovelhas frequentemente deixam rastros de lobos. O pastor corre o
risco de ter todo o seu rebanho devorado, enquanto ele próprio se
assenta e dorme, na vã esperança de que seu rebanho está se
alimentando sozinho.
CONCLUSÕES
É dever da igreja fortalecer, e não enfraquecer, as mãos dos ministros
de Deus. Irmãos, vocês não sabem que, às vezes, também somos
sensíveis. Uma das coisas que nos qualifica para o presbiterato é que
nos preocupamos com as pessoas. Uma das razões por que somos
tardios em repreender é que desejamos ser gentis. Queremos ter
certeza de que pensamos de maneira completa no assunto, de que
procuramos conselho e de que não sobrecarregamos, não ferimos,
nem machucamos vocês, que são nossas ovelhas. Somos sensíveis.
Quando sentimos que vocês não nos amam, não nos apreciam nem
gostam de nós e que prefeririam que deixássemos a igreja, isto nos
magoa. Entendam que os presbíteros precisam da ajuda de vocês. O
diabo está cochichando, em todo o tempo, no ouvido dos presbíteros,
os pecados, os erros, as fraquezas deles mesmos. Suportem e
sustentem os presbíteros.
Honrem o ofício dos supervisores designados por Deus. Obedeçam-
nos, como aqueles que têm de prestar contas da alma de vocês, para
que cumpram seu ministério com alegria e sem tristeza. Ouçam-nos.
Orem por eles. Trabalhem para a edificação deles. Preparem os filhos
de vocês para este ofício, visto que Deus os auxiliará a fazê-lo.
Sustentem esse ofício. E que Deus conceda graça àqueles que,
dentre nós, exercem o ofício de presbítero, para que o façamos com
fidelidade, por amor à alma de vocês. Ajuda-nos, ó Pai. Ajuda-nos a
entender a crucial necessidade dos meios de graça escolhidos por Ti
e depositados nos dons que tens dado à igreja, em seus homens que
estão no ministério.
A ORIGEM DO OFÍCIO DE PRESBÍTERO

O sistema de governo presbiteriano significa que a igreja local é


regida pelos presbíteros. Não é congregacionais (onde todos
decidem pelo voto direto), nem episcopais (onde apenas um
superior decide), mas é uma igreja democrática que é
representada pelos presbíteros. Segue abaixo os princípios do
governo presbiteriano:

1. Cristo é a Cabeça da sua Igreja e a Fonte de toda a sua


autoridade. Esta autoridade encontra-se escrita na Escritura, de
modo que, todos têm acesso ao seu conhecimento.

2. Todos os crentes devem estar unidos entre si e ligados


diretamente a Cristo, assim como os diversos membros de um
corpo, que se subordinam à direção da cabeça.

3. Cristo exerce a sua autoridade em sua Igreja, por meio da


Palavra de Deus e do seu Espírito.

4. O próprio Cristo determinou a natureza do governo de sua


Igreja.

5. Cristo dotou tanto a membros comuns como aos oficiais de sua


Igreja com autoridade, sendo que os oficiais receberam adicional
autoridade, como é requisito para realização dos seus respectivos
deveres.

6. Cristo estabeleceu apóstolos como os seus substitutos,


entretanto, eram de caráter transitório. O ofício de apóstolo
cessou, mas a sua autoridade é preservada pelos seus escritos,
isto é, o Novo Testamento.

7. Cristo providenciou para o específico exercício da autoridade por


meio de representantes (os presbíteros), a quem separou para a
preservação da doutrina, adoração e disciplina na Igreja. Os
presbíteros têm a responsabilidade permanente de pastorear a
Igreja de Cristo.
8. A pluralidade de presbíteros numa igreja local é a liderança
permanente até a segunda vinda de Cristo.

A palavra "presbítero" é uma transliteração do grego presbyterós, que


significa literalmente "ancião". No sentido do Novo Testamento,
quando se refere à liderança da Igreja Cristã, indica uma pessoa
que possuí um ofício de autoridade, mas, em outros contextos do
grego coinê, [1]pode-se referir simplesmente a um homem idoso.
A palavra presbyterion encontrado em Lc 22:66; At 22:5 e 1 Tm
4:14 significa "concílio de anciãos". Herman Ridderbos observa
que o ofício de presbítero "certamente possuí antecedentes
patriarcais e se originou no judaísmo, onde é a designação de
uma classe social." [2] Então, não era necessariamente a
liderança realizada somente por homens idosos, mas idôneos. A
palavra indica no Novo Testamento não a maturidade biológica,
mas a espiritual, ou seja, não especificamente a sua idade, mas a
transformação que o discípulo de Cristo alcançou sobressaindo
aos demais, deixando de ser considerado neófito (1 Tm 3:6).

Desde o Antigo Testamento o sistema de governo é exercido através


de anciãos (presbíteros). Tanto Moisés, como os sacerdotes e
levitas, os juízes e os reis de Israel, eram auxiliados pelos
"anciãos de Israel" (Êx 3:16-18; 4:39; 17:5-6; 18:13-17; 19:7; 24:1,
9-11; Lv 4:15; 9:1-2; Nm 11:14-25; Dt 5:23; 22:15-17; 27:1; Js 7:6;
8:33; Jz 21:16; 1 Rs 8:1-3; 1 Cr 21:16; Sl 107:32; Ez 8:1). Este era
o exercício comum de governo do povo de Deus na antiga
Aliança.

A prática do povo de Israel de ser governado pelos anciãos


(presbíteros) continuou no Novo Testamento. O julgamento de
Jesus foi realizado no amanhecer, quando "reuniu-se a
assembléia dos anciãos do povo, tanto os principais sacerdotes
como os escribas, e o conduziram ao Sinédrio..." (Lc 22:66; veja
também At 22:5).
O sistema de governo pelos anciãos (presbíteros) foi mantido num
processo natural de continuidade da antiga para a nova Aliança na
Igreja Cristã. Paulo não inventou um novo sistema de governo
para as igrejas que implantou, apenas o adaptou para uma
perspectiva e necessidade cristã. A pluralidade de anciãos
(presbíteros) em cada igreja local era o padrão estipulado para
que aquela comunidade pudesse ser governada. Esta era a
prática de Paulo (At 14:23), e foi assim que ele instruiu os
pastores que lhe sucederam (2 Tm 2:2; Tt 1:5). Rudolf Bultmann
conclui que

um conselho dos "presbíteros" é por excelência uma instituição na


qual se unem a validade de autoridade ex officio; e justamente por
meio dele a autoridade de lideranças pôde ser fortalecida. A
formação de um colégio de presbíteros também não foi algo
extraordinário, porque a comunidade cristã procedeu também
neste ponto conforme o modelo das comunidades sinagogais
judaicas; quanto à sua forma, a comunidade primitiva
apresentava-se inicialmente como uma sinagoga dentro do
judaísmo. [3]

Os presbíteros sucederam aos apóstolos como liderança da Igreja.


Enquanto os apóstolos ainda eram vivos, os presbíteros
simultaneamente exerciam o governo ao seu lado (At 11:30; 15:2;
20:17-35; Tg 5:14; 1 Pe 5:1-4). Quando o apostolado cessou, os
presbíteros continuaram, e são estes que devem governar a
Igreja, como substitutos dos apóstolos e representantes da
autoridade de Cristo. Como já foi observado o apostolado foi um
ofício transitório. Não há apóstolos hoje. Eles formavam um grupo
único com as seguintes características: [4]

1. Eles foram pessoalmente escolhidos, chamados, instruídos e


designados por Cristo, e não por qualquer outra instituição
humana.
2. Eles foram testemunhas oculares do Jesus histórico (Mc 3:14; Jo
15:27; At 1:21,22; 1 Co 9:1; 15:8-9).

3. Foi-lhes prometido uma inspiração especial do Espírito Santo,


que iria tanto lembra-los de tudo o que Jesus lhes ensinou,
guiando-os à toda verdade (Jo 14:25-26; 16:12-15).

Os apóstolos participaram desta transição de autoridade. (1 Pe 5:1; 2


Jo vs.1; 3 Jo

vs.1). Houve uma transferência de autoridade dos apóstolos para os


presbíteros. Quando o ofício apostólico desapareceu
permaneceram apenas os presbíteros que foram instituídos,
ordenados e estabelecidos em todas as igrejas. Esta transição
pode ser verificada através de documentos nos primeiros séculos
da Igreja. Clemente de Roma, entre 95 a 98 d.C., afirma que os
apóstolos

pregavam pelos campos e cidades, e aí produziam suas primícias,


provando-as pelo Espírito, a fim de instituir com elas bispos e
diáconos dos futuros fiéis. Isso não era algo novo: desde há muito
tempo, a Escritura falava dos bispos e dos diáconos. Com efeito,
em algum lugar está escrito: "estabelecerei seus bispos na justiça
e seus diáconos na fé." [5]

Em outro lugar ele ainda menciona os termos episcopado, geralmente


traduzido por bispo ou supervisor, e presbíteros, como sendo
intercambiáveis. Ele afirma que os

nossos apóstolos conheciam, da parte do Senhor Jesus Cristo, que


haveria disputas por causa da função episcopal. Por esse motivo,
prevendo exatamente o futuro, instituíram aqueles de quem
falávamos antes, e ordenaram que, por ocasião da morte desses,
outros homens provados lhes sucedessem no ministério. Os que
foram estabelecidos por eles ou por outros homens eminentes,
com a aprovação de toda a igreja, e que serviram
irrepreensivelmente ao rebanho de Cristo, com humildade, calma
e dignidade, e que durante muito tempo receberam o testemunho
de todos, achamos que não é justo demiti-los de suas funções.
Para nós, não seria culpa leve se exonerássemos do episcopado
aqueles que apresentaram os dons de maneira irrepreensível e
santa. Felizes os presbíteros que percorreram seu caminho e cuja
vida terminou de modo fecundo e perfeito. Eles não precisam
temer que alguém os afaste do lugar que lhes foi designado. [6]

O mais antigo manual de catecúmenos, conhecido como


Didaquê, instrui que "escolham para vocês bispos e diáconos
dignos do Senhor. Eles devem ser homens mansos, desprendidos
do dinheiro, verazes e provados, porque eles também exercem
para vocês o ministério de profetas e mestres." [7] Novamente,
usa-se o título bispo em lugar de presbíteros para se referir ao
mesmo oficial. Não é ao sistema episcopal que os autores da
Didaquê fazem menção, pois estes bispos eram eleitos pela
igreja, e não por um colégio episcopal.
Qual a diferença entre pastor, bispo e
presbítero? (mp3) Duração: 4m57s Tamanho do arquivo: 1,13 Mb
No Novo Testamento, as palavras pastor, bispo e presbítero
descrevem os mesmos homens (Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-3;
Tito 1:5-7). Eles servem em congregações locais, cuidando do
rebanho de Deus.
As várias palavras identificam os mesmos servos, mas cada palavra
tem seu próprio significado. Essas variações de sentido ajudam
para mostrar aspectos diferentes do trabalho dos homens que
cuidam de uma congregação.
Pastor é uma palavra comum na Bíblia. Freqüentemente se refere
aos pastores de ovelhas, pessoas responsáveis pelos rebanhos.
Tais homens protegiam, guiavam e alimentavam as ovelhas. O
Espírito Santo usou esta palavra várias vezes no Antigo
Testamento num sentido figurativo, descrevendo guias espirituais.
Deus é chamado de Pastor desde a época dos patriarcas (veja
Gênesis 49:24-25). Salmo 23 descreve o Senhor como pastor do
seu servo fiel. O autor, um pastor de ovelhas na sua juventude,
descreve o carinho e a proteção de Deus para com seus
seguidores. Moisés descreveu o homem escolhido para guiar o
povo como pastor (Números 27:17). Infelizmente, nem todos os
pastores são bons. Deus condenou fortemente os pastores
egoístas que devoravam o rebanho de Israel (Ezequiel 34:1-10).
No Novo Testamento, homens qualificados devem pastorear o
rebanho, a congregação do Senhor (1 Timóteo 3:1-7; Atos 20:28-
35; 1 Pedro 5:1-3).
Bispo vem da palavra grega episkopos, que quer dizer supervisor ou
superintendente. Em 1 Pedro 2:25, se refere ao Senhor. Várias
outras passagens usam essa palavra para descrever a
responsabilidade de homens escolhidos para guiar os discípulos
de Cristo no seu trabalho na igreja (veja Atos 20:28; Filipenses
1:1; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:7).
Presbítero (ancião em algumas versões da Bíblia) descreve alguém
de idade mais avançada. A palavra é usada na Bíblia para
identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro de Atos e
nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as
igrejas locais foram freqüentemente chamados de presbíteros
(veja Atos 11:30; 14:23; 15:2,4,6,22,23; 16:4; 20:17; 21:18; 1
Timóteo 5:17,19; Tito 1:5; Tiago 5:14; 1 Pedro 5:1; 2 João 1; 3
João 1). São homens de idade suficiente que tenham filhos
crentes. Necessariamente são alguns dos mais maduros dos
cristãos na congregação. Usam seu conhecimento e experiência
para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.
Pastores, bispos e presbíteros não são três ofícios diferentes, e sim
três palavras que descrevem aspectos diferentes dos mesmos
homens. Igrejas que procuram manter distinções entre pastores,
bispos e presbíteros não somente fogem do padrão bíblico como
também perdem a riqueza das palavras que o Espírito Santo usou
para descrever os guias do povo de Deus.
Pastores Aprovados por Deus
Há pastores na maioria das igrejas. Muitas pessoas almejam o cargo
de pastor. Biblicamente, a função dos pastores é cuidar do
rebanho (igreja) de Deus (veja 1 Pedro 5:1-2; Atos 20:28). Como
servos de Deus, os verdadeiros pastores mostrarão a sua
preocupação com a vontade do Senhor, fazendo e ensinando o
que ele diz.
Nosso estudo de pastores, necessariamente, se baseia na Bíblia.
Antes de entrar no estudo, quero explicar meus motivos. Estou
escrevendo este artigo para ajudar pessoas honestas a servirem
ao Senhor. Conforme o padrão bíblico, eu faço parte de uma
congregação local, onde sirvo ao Senhor junto com outras
pessoas. Não mantemos nenhum tipo de laço com nenhuma
denominação. A nossa responsabilidade é de fazer a vontade de
Deus, e aceitamos a Bíblia como a única fonte de informações
sobre a vontade dele. Eu não tenho nenhum motivo para defender
nem atacar qualquer pessoa ou organização religiosa. Meu
propósito é bem simples: servir a Deus e ajudar outras pessoas a
fazerem o mesmo.
Sem dúvida, este artigo não agradará a todos. Da mesma maneira
que o ensinamento de Jesus desafiou os líderes religiosos de sua
época, a palavra dele exige mudanças radicais por parte dos
líderes de muitas igrejas hoje. Não podemos forçar ninguém a
mudar, mas podemos e devemos avisar sobre o perigo de seguir
a sabedoria humana (leia Provérbios 14:12; Isaías 55:6-9;
Jeremias 10:23; Ezequiel 3:18-21). Eu sei, de antemão, que este
estudo vai contrariar os ensinamentos e as práticas de muitos
pastores e de muitas igrejas. Mas, eu não posso servir a Deus e
agradar a todos os homens (Gálatas 1:10). Apresento este artigo
depois de anos de estudo e oração, com o único propósito de
divulgar e defender a palavra pura do Deus santo. Peço que você
aborde o assunto com mansidão e o desejo de aprender a aplicar
a palavra do Senhor. "Portanto, despojando_vos de toda impureza
e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós
implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma.
Tornai_vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes,
enganando_vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da
palavra e não praticante, assemelha_se ao homem que
contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se
contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua
aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei
perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte
negligente, mas operoso praticante, esse será bem_aventurado
no que realizar" (Tiago 1:21-25).
Pastores/anciãos no Velho Testamento
Sabemos que o Novo Testamento, o evangelho de Cristo, fornece o
padrão para a igreja de hoje (veja João 12:48-50; Hebreus 8:6-13;
2 João 9; Colossenses 3:17). Mas o Antigo Testamento contém
exemplos instrutivos que ajudam para entender a vontade de
Deus (1 Coríntios 10:1-13; Romanos 15:4). No Velho Testamento,
encontramos líderes entre o povo de Israel chamados, às vezes,
anciãos (o sentido da palavra presbítero no Novo Testamento). Os
anciãos das cidades israelitas resolveram problemas que surgiram
entre as pessoas (Deuteronômio 21:2,19; 22:15-17; Rute 4:1-11).
Quando não conduziram o povo no caminho de Deus, ele
cobrou: "O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu povo e
contra os seus príncipes. Vós sois os que consumistes esta vinha;
o que roubastes do pobre está em vossa casa. Que há convosco
que esmagais o meu povo e moeis a face dos pobres? —diz o
Senhor, o Senhor dos Exércitos" (Isaías 3:14-15). Deus condenou
os pastores gananciosos que não compreenderam a vontade dele
e conduziram o povo ao pecado (Isaías 56:9-12). Jeremias
transmitiu as palavras do Senhor sobre pastores maus: "Porque
os pastores se tornaram estúpidos e não buscaram ao Senhor;
por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham
dispersos" (Jeremias 10:21). "Ai dos pastores que destroem e
dispersam as ovelhas do meu pasto! —diz o Senhor. Portanto,
assim diz o Senhor, o Deus de Israel, contra os pastores que
apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e
as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos
castigar a maldade das vossas ações, diz o Senhor" (Jeremias
23:1-2).
Pastores nas igrejas do Novo Testamento
No Novo Testamento, encontramos muitas referências aos
pastores/presbíteros/ bispos. Descobrimos em Atos 20:17 e 28
que esses três termos se referem aos mesmos homens (veja,
também, 1 Pedro 5:1-2, onde os presbíteros pastoreiam). Não
temos nenhuma base bíblica para usar o termo "bispo" para
descrever um cargo, "pastor" para outro e "presbítero" para ainda
outro. Pastores, bispos e presbíteros são os mesmos servos.
Lendo o livro de Atos, achamos vários versículos que mencionam
presbíteros: na Judéia (11:30); em cada igreja na Ásia Menor
(14:23); em Jerusalém (15:2,4,6,22,23; 16:4); da igreja em Éfeso
(20:17,28) e, mais uma vez, em Jerusalém (21:18). As epístolas,
também, se referem aos homens que pastoreavam as igrejas:
"pastores e mestres" (Efésios 4:11); "bispos" em Filipos
(Filipenses 1:1); "o presbitério" (1 Timóteo 4:14); "presbíteros que
há entre vós" (1 Pedro 5:1; aqui aprendemos que Pedro era
presbítero, um dos dois apóstolos assim identificados—veja 2
João 1 e 3 João 1).
O trabalho dos presbíteros inclui várias funções importantes: pastorear
(Atos 20:28; 1 Pedro 5:2); ensinar (Efésios 4:11-16; Tito 1:9); ser
modelos (1 Pedro 5:3); presidir (1 Timóteo 5:17); vigiar (Atos
20:31); velar por almas (Hebreus 13:17); guiar (Hebreus 13:17);
cuidar/governar (1 Timóteo 3:5); ser despenseiro de Deus (Tito
1:7); exortar (Tito 1:9); calar os enganadores (Tito 1:9-11); etc.
Observamos em todos os exemplos bíblicos que as igrejas que tinham
presbíteros sempre tinham mais de um. Seja em Jerusalém,
Éfeso, Filipos ou outro lugar, sempre fala dos presbíteros no
plural. A prática comum nas igrejas de hoje, de ter um só pastor
numa congregação, não tem nenhum fundamento bíblico.
As qualificações bíblicas de pastores/presbíteros/bispos
Paulo cita as qualificações dos bispos/presbíteros em duas cartas (1
Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). A linguagem dele deixa bem claro que
ele não está dando meras sugestões, e sim requerimentos. Em 1
Timóteo 3:2 ele diz: "É necessário, portanto, que o bispo
seja...." Tito 1:7 diz: "Porque é indispensável que o bispo
seja...." Antes de examinar as qualificações em si, vamos
entender bem esse ponto. Os requerimentos que encontramos
nesses dois trechos são qualidades que o Espírito Santo revelou,
através de Paulo, como exigências. Para servir como presbítero,
um homem precisa de todas essas qualidades. Ninguém tem
direito de apagar nenhum "i" ou "til" do que Deus falou aqui.
Agora, vamos ler o que o Espírito falou nessas duas listas paralelas
(bem semelhantes, mas não exatamente iguais).
"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra
almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível,
esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto,
hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento,
porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que
governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com
todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria
casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para
não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do
diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho
dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1
Timóteo 3:1-7).
"Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as
coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses
presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja
irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes
que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados.
Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como
despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao
vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes,
hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha
domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina,
de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino
como para convencer os que o contradizem" (Tito 1:5-9).
Leia esses trechos com bastante atenção. Os pastores na sua igreja
têm todas essas qualificações? São homens? Casados? Pais de
famílias? Com filhos crentes? Conhecedores da palavra?
Hospitaleiros? Respeitados por todos? Irrepreensíveis?
Professores capazes? Amigos do bem? Têm todas as outras
qualidades citadas aqui? Homens com todas essas qualificações
são uma grande bênção ao povo de Deus, e serão extremamente
úteis nas igrejas locais onde servem como presbíteros. Mas,
pessoas que não têm essas qualificações não são autorizadas por
Deus a serem pastores. A igreja que escolhe pessoas não-
qualificadas como bispos está desrespeitando a palavra de Deus.
Pessoas não-qualificadas que aceitam o cargo de pastor estão
agindo contra o Supremo Pastor. Presbíteros não-qualificados que
continuam nesse papel estão violando a palavra de Deus.
É notável que essas passagens não falam nada sobre escolaridade,
cursos superiores, cursos de teologia, diplomas, certificados de
seminários, etc. Muitas igrejas têm colocado tais coisas como
seus próprios requerimentos, deixando de lado as exigências de
Deus.
Desafios atuais
Não é possível, num pequeno artigo como este, elaborar um estudo
completo sobre pastores. O propósito deste artigo é desafiar cada
leitor a estudar mais, procurando entender bem o que Deus
revelou sobre liderança na igreja. Mas, não é o bastante ouvir a
palavra. Tem que praticá-la (Tiago 1:22-25). Se você, ou a igreja
onde você congrega, esteja agindo de forma errada, há uma
solução só: arrepender-se e começar a obedecer ao Senhor.
Pastores não-qualificados devem renunciar ou serem removidos
do cargo, para não trazer a ira de Deus sobre a igreja. E se sua
igreja insiste em manter pastor(es) não aprovado(s) de Deus, você
terá que escolher entre Deus e os homens (Mateus 15:9; Josué
24:15). Tal igreja está desordenada (Tito 1:5) e não procede como
deve (1 Timóteo 3:15). Igrejas que ainda não têm presbíteros
devem encorajar todos os homens a se desenvolverem
espiritualmente para serem qualificados, se possível, no futuro.
É bem provável que alguns leitores, especialmente os que fazem
parte da liderança de algumas denominações, não gostarão deste
artigo. Não aceite nada que vem de mim ou de qualquer outro
homem; mas não rejeite nada que vem de Deus. "Porventura,
procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro
agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria
servo de Cristo" (Gálatas 1:10).
O Presbítero e sua comunidade
Por Pe. Silvio Sassi, ssp

Refletir sobre a comunicação na vida concreta de uma paróquia não significa limitar-
se a enumerar as tecnologias comunicativas (boletins, publicações periódicas,
rádio, televisão etc.). A missão do presbítero de “anunciar, celebrar os
sacramentos, animar e guiar a comunidade” (cf. Pastores Dabo Vobis, 26) se
realiza em um conjunto diversificado de atos de comunicação. Nas suas
atividades ministeriais, “o presbítero se torna pontífice, aquele que une o ser
humano a Deus, fazendo-se irmão das pessoas no ato mesmo com o qual quer
ser seu pastor, pai e mestre” (Direttorio per il ministero e la vita dei
presbiteri, 30). A grandiosa visão teológica da identidade e da missão
presbiteral se traduz depois, na vida cotidiana de uma paróquia, em uma
mentalidade e um estilo de comunicação que são o espelho da personalidade
humana do presbítero, de sua formação em comunicação e do projeto
comunicativo escolhido para realizar o seu ministério pastoral.
A dimensão trinitária, cristológica, pneumatológica, eclesiológica da identidade do
presbítero se enxerta, de fato, nos traços de uma personalidade humana
particular que, do ponto de vista da comunicação, pode ser descrita como
“fechada em si” ou “aberta aos outros”. A percepção psicológica de si, as
relações interpessoais, a animação dos grupos, a gestão de toda a paróquia
como “organização” são índices incontestáveis da particular fisionomia humana
do presbítero.
A segurança de possuir a verdade, a pouca consideração ou a refutação da opinião
dos outros, uma linguagem estereotipada com tom paternalista na
conversação, a impostação do processo de decisão de maneira pouco
participativa e dialógica são algumas manifestações de uma personalidade
fechada em si. A certeza de possuir a verdade como dom, com o consequente
espírito de tolerância, a segurança flexível que se abre ao diálogo, a
importância dada às opiniões dos outros, a preocupação de ser compreensível,
a vontade de coenvolver os outros na tomada de decisão são algumas
características de uma personalidade aberta aos outros.
Pode ser uma evidência afirmar que a identidade e a missão do presbítero são
concretamente vividas por uma personalidade específica; entretanto, não é
banal ressaltar que, às vezes, corre-se o risco de confundir o perfil teológico do
presbítero e a estrutura da personalidade do homem. Se é verdade que o
processo de decisão, também na vida paroquial, exige que alguém tenha a
última palavra, não quer dizer que se deva recorrer só a um estilo autoritário
de comunicação; existe também a possibilidade de promover a
corresponsabilidade dos outros membros. Na realidade, em nível
comunicativo, repropõe-se a mesma advertência que, em outro contexto, é
recordada pela primeira carta de Pedro (1Pd 5,2-3): servidores, não donos do
rebanho.

A perspectiva de formar o presbítero para a comunicação, durante a sua


permanência no seminário, parece bastante recente no que diz respeito à
comunicação midiática. De fato, tomando como ponto de referência o Concílio
Vaticano II, a formação para a comunicação midiática do presbítero é
recomendada pelo Decreto Inter Mirifica (n. 13), pela Instrução
Pastoral Communio et Progressio (n. 111), pela Ratio Fundamentalis
Institutionis Sacerdotalis (n. 68) e, sobretudo, pelas Orientações para a
formação dos futuros sacerdotes acerca dos instrumentos de
comunicação social.
Atribui-se à Congregação para a Educação Católica a determinação de formar os
presbíteros para a comunicação midiática. Todavia um exame, mesmo que
limitado, das situações concretas em nível internacional pode documentar o
pouco seguimento de tais disposições normativas. A lacuna formativa não é
tanto porque seja descuidado o fenômeno dos meios de comunicação, mas
porque não se percebe que esses meios remetem a um problema mais
complexo, a comunicação como “cultura e civilização”. Portanto, mesmo o
processo formativo que prescreva algumas horas diárias de estudo sobre os
meios de comunicação, mas se limite a isso, está bem longe de compreender a
importância da formação para a comunicação.
Se a finalidade do seminário é “formar pastores de alma, e toda a formação
sacerdotal deve ser caracterizada pelo espírito pastoral” (Ratio, 94), a
formação para a comunicação precisa ser entendida como imersão em um
fenômeno global, indispensável “sinal dos tempos”, para “anunciar
convenientemente a mensagem evangélica às pessoas de hoje e para inseri-la
na cultura delas” (Ratio, 59). Nesse sentido, a formação para a comunicação é
a versão atual do empenho de sempre do presbítero de inserir-se no hoje da
sociedade e da Igreja.
O projeto de comunicação adotado no ministério pastoral também compreende
uma reflexão sobre a comunicação na paróquia. As atividades de evangelização
do presbítero, de fato, recorrem a um método pedagógico que pode ser
observado em chave comunicativa. Concretamente, poder-se-ia observar a
quantidade e a qualidade do uso da comunicação feito pelo presbítero e pelos
fiéis. Para evidenciar, na comunicação, um aspecto da diferença entre
gerações, não é suficiente constatar que o presbítero emprega um número
limitado de meios, lhes dedica um tempo exíguo e se serve de um método de
leitura particular. A mentalidade e o uso diverso da comunicação se traduzem
em um estilo que se encontra na catequese, na homilia, na celebração litúrgica,
na abordagem geral da fé, na gestão da vida de grupo, na maneira de interagir
com os fiéis. O presbítero parece mais preocupado com os conteúdos e com a
identidade sacral; a comunicação atual centra-se nos receptores e na relação
comunicativa.
Presbítero
Presbítero (do grego πρεσβύτερος,: "ancião" usado no cristianismo) no Novo
Testamento refere-se a um líder nas congregações cristãs locais, com
referência ao "presbyteros" grego significando ancião/senhor e "episkopos"
significando supervisor, referindo-se exclusivamente ao ofício de bispo, mas
com presbíteros sendo entendidos por muitos como se referindo à mesma
pessoa que realiza a função de administrador.[1][2]
No uso moderno Católico e Ortodoxo, presbítero, diferente de bispo, é sinônimo
de sacerdote. Entretanto, no uso predominante (caráter majoritário)
do protestantismo, o termo não é visto como se referindo a um membro de
um sacerdócio, denominado sacerdotes, mas, em vez disso, termos
como ministro, pastor e ancião são usados.
No Presbiterianismo (especialmente a Igreja Presbiteriana do Brasil), cujo
nome deriva justamente de “presbítero”, por ser por eles governado, os
presbíteros são divididos em duas categorias: Presbíteros docentes (pastores,
dedicados à pregação e execução dos sacramentos Batismo e Santa Ceia,
majoritariamente) e Presbíteros regentes (voluntários que são eleitos pelos
membros da igreja para lhes representar no governo tanto na igreja local como
nos concílios, não estando, hierarquicamente, abaixo dos presbíteros
docentes).
Etimologia
A palavra presbítero etimologicamente deriva
do grego πρεσβύτερος (presbyteros), a forma comparativa
de πρέσβυς (presbys), "homem velho". Contudo, enquanto a palavra
[3]

sacerdote em inglês (priest) possui presbítero como a origem etimológica, [4] a


palavra grega distintiva para "sacerdote" nunca é usada para
presbyteros/episkopos no Novo Testamento, exceto como sendo parte do
sacerdócio geral para todos os crentes, [5] com os primeiros cristãos fazendo a
distinção entre judeu sacerdotal e sacerdotes pagãos e ministros do Novo
Testamento.[6] Daí derivam-se outros títulos como preste.
O termo ancião vem do latim antianus via francês arcaico ancien referindo-se a
pessoa de idade avançada, antigo, velho, venerável, respeitável.
A palavra hebraica equivalente é za·qen e identificava os líderes do Antigo Israel,
quer no âmbito de uma cidade, da tribo ou em nível nacional.
O termo Padre, oriundo do latim pai, é uma forma de tratamento que recebe o
presbítero na Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e algumas correntes
protestantes, como no anglocatolicismo ou nas antigas congregações de
língua portuguesa da Igreja Reformada Holandesa, como o notável Padre
João Ferreira de Almeida.
História
A organização mais antiga da igreja em Jerusalém era, de acordo com a maioria
dos estudiosos, similar àquela das sinagogas judaicas, entretanto possui um
conselho ou agremiação de presbíteros ordenados (da grego:
πρεσβύτεροι anciãos).[7] Em Atos 11:30 e Atos 15:22 vemos um sistema de
agremiação de governo em Jerusalém encabeçado por Tiago, de acordo com a
tradição o primeiro bispo da cidade. Em Atos 14:23, o apóstolo Paulo ordena
presbíteros nas igrejas que ele fundou.
O termo presbítero muitas vezes ainda não era claramente distinguido do termo
superintendente (ἐπίσκοποι episkopoi, mais tarde usado exclusivamente como
significando de bispo), como em Atos 20:17, Tito 1:5–7 e 1 Pedro 5:1.[8][9] Os
primeiros escritos dos Pais Apostólicos, do Didaquê e a Primeira Epístola
de Clemente, por exemplo, mostram que a igreja usou dois termos para os
ofícios da igreja local - presbíteros (vistos por muitos como um termo
intercambiável com episcopos ou superintendentes) e diáconos.
Organização religiosa
Algumas religiões prezam a figura venerável do ancião, como o za·qen na antiga
religião hebraica da Tanakh,[10] líderes do antigo Israel quer a uma cidade, tribo
ou a nível nacional. Outras religiões semíticas valorizam a autoridade venerável
dos anciãos, como o sheik muçulmano, o hakham no caraísmo,
o ˤUqqāl dos drusos.
No cristianismo primitivo havia a figura do presbítero (grego,
πρεσβυτερος, presbyteros), que era originalmente um dirigente de uma igreja
congregação local,[11] e o termo episcopos grego: ἐπίσκοπος, supervisor, de
onde veio o termo português bispo) era usado intercambiamente até os
meados do século II, quando surgiu a distinção entre bispo (supervisor sobre
várias congregações) e presbítero (líder de uma comunidade local) nas igrejas
de então.
Igreja Católica
Nota: Se procura santos teólogos da Antiguidade, veja Padres da Igreja.
Padres em Roma.
O substantivo padre foi dado aos bispos no século II pela atitude paternal com que
tratavam os subordinados.[carece de fontes]
No século V passou a designar os antigos escritores eclesiásticos, fossem bispos ou
não.
Na Igreja Católica, o presbítero (padre) é aquele que recebe o Sacramento da
Ordem em seu segundo grau, sendo o primeiro grau o de diácono e o terceiro
grau o de bispo. Portanto, é considerado um estágio intermediário na
hierarquia do clero católico. Usa o título religioso de padre, do latim pater, que
significa "pai [num sentido religioso]". Dependendo da sua função em
uma paróquia, caso esteja funcionando em uma, pode ser um pároco, se é a
autoridade religiosa máxima na paróquia, ou vigário, caso se encontre
subordinado a outro padre na mesma paróquia.

Modelo do brasão de armas de um Presbítero


Católico
Antes de ser ordenado padre, o candidato se torna diácono e faz promessa ao seu
bispo de castidade, obediência e pobreza.[nota 1] Nas Igrejas Católicas de
Rito Oriental homens já casados podem se tornar padres. Na Igreja Católica
de Rito Latino os padres têm de ser homens celibatários. Faz ainda a
promessa de rezar todos os dias a Liturgia das Horas pelo povo de Deus e de
celebrar a Eucaristia.
A veste litúrgica própria do padre é a estola caída de ambos os lados, passando por
trás do pescoço e a casula.
Por vezes, os presbíteros recebem o título honorário de Monsenhor, que não dá
quaisquer poderes sacramentais adicionais.

Igreja Ortodoxa
No Cristianismo ortodoxo os padres podem casar antes da ordenação, como nas
Igrejas Católicas Orientais em comunhão com Roma.
Protestantismo
Boa parte das igrejas protestantes chamam seus presbíteros ordenados de pastores.
Na Igreja Luterana os pastores são responsáveis pelo rebanho cristão, e os
presbíteros das igrejas locais fazem parte do governo eclesiástico, se reunindo
e deliberando no respectivo sínodo regional em representação das suas
comunidades.
Nas Igrejas Reformadas e Presbiterianas (ambas de matriz calvinista), o
presbítero é o líder espiritual de uma comunidade (ou paróquia) cristã.[12]
Faz-se, comumente, distinção entre presbíteros docentes e presbíteros regentes.
O presbítero docente é o pastor, aquele que é responsável pelo ensino
da Igreja. Nessas igrejas tendo cumprido o devido tempo no seminário.
O presbítero regente é o presbítero propriamente dito, responsável,
juntamente com o pastor, pelo governo e administração da Igreja.[13]
Via de regra, como é o caso da Igreja Presbiteriana do Brasil, o presbítero
regente é eleito pela comunidade para um mandato específico. Com o fim do
mandato, ele deixa de exercer suas funções de maneira ativa, mantendo,
porém, o estatuto de presbítero, pois a ordenação é indelével.
Já outras denominações cristãs empregam o termo presbítero (ou ancião) como
uma qualificação religiosa reconhecida a um cristão dirigente de uma igreja
local, e bispo, designa o cargo que exerce.
Em denominações de governo episcopal, como os anglicanos, morávios e
metodistas, possuem três ordens ministeriais: bispos, anciãos (presbíteros) e
diáconos. O presbítero com uma jurisdição regional é chamado de bispo.
Em muitos dos casos, cada igreja local é governada por um presbitério, isto é, por
uma comissão de presbíteros ou um corpo de anciãos e não por uma
hierarquia episcopal. Os chamados Irmãos de Plymouth são governados por
um colégio de anciãos laicos, sem hierarquia entre si.
Em alguns casos, o presidente do presbitério é chamado na igreja local de pastor. É
o caso da maior parte da Igreja Batista.
No caso dos Adventistas do Sétimo Dia o termo é usado para o dirigente da igreja
local sendo o ancião supervisionado pelo pastor.
Tem a mesma função do pastor, ou seja, o mesmo pode ser direcionado para
administrar as congregações da cidade sobre orientação pastoral.[carece de fontes]
Outras Religiões de matriz cristãs
O título de ancião é utilizado também pelas Testemunhas de Jeová. São
encarregados de guiar e ajudar a proteger a congregação em sentido espiritual;
Tomar a dianteira toda semana nas reuniões congregacionais. Participam
também ativamente na obra de pregação, acompanhando e treinando os fiéis;
Realizam visitas sociais e de encorajamento espiritual aos fiéis em suas casas.
Como um clero assalariado é totalmente proibido entre a organização dessas
duas (Mateus 10:8), todos, que tiverem condições, devem trabalhar e manter
sua própria família.[14]
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias chama uma de sua
ordem de ministro em inglês Élder, que significa presbítero ou ancião.
Assembleia de Deus
A passagem do cargo de diácono para o de presbítero é a que promove maiores
mudanças na atividade do obreiro. A partir do presbitério o obreiro tem um
lugar cativo no púlpito344 e passa a desenvolver atividades relacionadas à
administração dos sacramentos, além da pregação e direção de cultos. Em
tese, compreende-se o presbítero como um “auxiliar do pastor”, ou um pastor
em menor escala como destacam as publicações oficiais[15]:
O presbítero (anteriormente chamado “ancião”) é o auxiliar do pastor. Porém, em
algumas regiões, em campos de evangelização das Assembleias de Deus, de certo
modo, é lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele
desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses,
há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de pastor[16].
— (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.:PGs 715-
716).
O presbítero está autorizado a ungir os enfermos e também ministrar a benção
apostólica, quando solicitado. Nas ADs a função é diferente daquela cumprida
em outras igrejas protestantes. No caso das igrejas presbiterianas, por
exemplo, ao presbítero corresponde o papel de administrador dos recursos
materiais da igreja, atividade exercida por intermédio do conselho local, o
presbitério, órgão não existente nas ADs.[17]

Ancião
Bispo
Cônego
Diácono
Lista de posições na hierarquia católica
Presbitério (protestantismo)
Presbiterianismo
Igreja Presbiteriana do Brasil
Ministro (cristianismo)
Monsenhor
Padre
Pároco
Preste
Vigário.

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