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Rio de janeiro, 05 de julho de 1843

Estimada Capitu,

Escrevo-lhe essa carta devido a nossa trágica história de amor. Meu destino
estava traçado quando nos aproximamos, fato esse que me fez direcionar toda a
minha vida a vossa companhia, porém, como tu sabes guardo mágoas e rancor de
vossa pessoa.
Você que sempre foi a mulher de minha vida, é a responsável pela
necessidade que tenho de tirar minha vida. A ti sempre fui fiel, desde criança tenho
a necessidade de tê-la perto de mim. Porém não sei se teu sentimento é tão
recíproco quanto o meu. O que me deixa ainda mais triste é saber que você me
trocou por outro tão próximo de nossa família. Escobar que era a pessoa mais
próxima a mim não pode responder meus questionamentos antes de falecer, porém
tu podes, mas não o fez.
Ezequiel, o filho que tanto esperei como fruto de nossa união, não
apresentava nenhum traço parecido com os meus, e você presenciado tal coisa
não pode me dizer o motivo, a ele peço desculpas por atentar contra a sua vida, a ti
não perdoo, porém confesso que sinto uma nostalgia de nossos tempos de moleque
e de nosso "namorico" as escondidas.
Portanto quero que saibas que toda minha vida dediquei a ti e por ti minha
vida será tirada, não posso mais viver com a incerteza de que você me traiu com
Escobar bem debaixo do meu nariz, a traição dos dois comigo é como flecha que
arde em meu coração fazendo-o parar levemente. Espero que tu e Ezequiel possam
ter dias felizes assim como eu tive com você antes de Escobar.

De seu fiel companheiro,

Bentinho.

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