Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Artemise/Nix/Isis/Hígia/Gisele/Mahadeva/Inari
Revisão Inicial: Artemise
Revisão Final: Hígia
Leitura Final: Mitra
Formatação: Kytzia/Hígia
Grupo Rhealeza Traduções
04/2022
Estávamos juntos desde os quinze anos, e deveríamos estar para
sempre. Mas às vezes o amor não é suficiente.
Tudo o que ela queria era uma família, tudo que eu sempre quis
foi ela.
Tão devotados.
— Isso não é sobre sexo, Christian! Não tem nada a ver com
isso!
Eu ainda a amava.
Mas vale a pena lutar por qualquer coisa que valha a pena ter, certo?
Ela foi a única mulher que já tocou meu coração, minha alma
e cada fibra do meu ser pertencia a ela.
Eu era dela.
Para me sentir.
Kinley
Ele balançou a cabeça. — Não quero isso para nós e sei que
você também não. Ainda estamos aqui, docinho. No fundo, ainda
somos nós.
— Você sempre será aquela garota para mim. Você pode ter
se esquecido dela, mas ela nunca saiu do meu lado. Você nunca me
deixou e nunca irá. Entendeu?
Eu menti.
Para ele.
De mim.
— Nós dois sabemos que você não está acabando com essa
garrafa porque é o início das férias de verão, Kinley.
— Você não a viu ou falou com ela desde que se mudou para
cá com sua tia, quando estávamos no sexto ano.
Eu era originalmente de Ohio antes de minha tia se mudar para
cá, querendo que recomeçássemos. Palavras dela, não minhas. Não
havia recomeço para mim, não com o que minha mãe me fez passar
desde que nasci. Em Ohio, eu não tinha ninguém até que minha tia
se envolveu. Aqui, eu só tinha ela e Jax.
Jax não iria ganhar esta discussão. Minha mãe poderia tentar
me encontrar até que ela ficasse exausta, mas eu não iria dar a ela uma
hora do dia. Aos meus olhos, ela estava tão morta quanto o doador
de esperma que era meu pai.
— Sério? Porque com certeza parece que você está. Você não
tem ideia do que ela me fez passar.
— Eu sei o suficiente.
Mais uma razão pela qual eu era grata por minha amizade com
Jax. Ele também vinha de um lar desfeito. Seus pais se divorciaram
quando ele era mais jovem, e nenhum deles estava muito por perto,
então encontramos uma família um no outro.
1
Nos EUA há várias credenciais para categorizar a enfermagem. Uma Enfermeira (RN) é a responsável por
concluir os tratamentos médicos conforme solicitado, além de estar envolvida no processo de diagnóstico.
meio do nada.
Ele sorriu. — Vou fazer você gritar direitinho, só que vai ser
meu nome.
Virei meu rosto quando ele se inclinou para me beijar enquanto
o som de outra voz ecoava pela floresta, gritando: — Frank! Deixe-a
em paz! Você está assustando-a, seu idiota!
Sem mencionar que ele não parecia ter a idade que tinha. Ele
parecia mais velho. Provavelmente era fácil para ele comprar bebida
ou entrar furtivamente em clubes, o que eu sabia que ele fazia com
Julian. Pelo menos era isso que todos em nossa escola fofocavam.
— Não.
— Certo. Experimente.
— Eu tenho experiência.
Ele sorriu. — Aposto que você nunca foi beijada.
— Eu realmente fui.
— Certo...
Que garota do sexto ano não tinha uma mochila rosa ou roxa? Então,
naturalmente, fui imediatamente atraído por ela, sendo que turquesa
era minha cor favorita. Eu ia pedir a ela para ser minha parceira nas
aulas, mas aquele filho da puta do Jax se antecipou a mim, e eles eram
inseparáveis desde então. Ele ficava tanto na cola dela que fiquei
surpreso que ele ainda conseguisse conquistar tantas garotas quanto
fazia mensalmente. Supostamente, eles não estavam interessados um
no outro.
Eu ri, não pude evitar. Ela era adorável pra caralho. — Quanto
tempo mais você planeja enrolar? Você poderia simplesmente dizer
que estou certo e que você é uma mentirosa, e então não teria que
fingir que não foi afetada pela minha personalidade incrível.
— Foi você quem disse que eu não sabia o que você estava
pensando, e acabei de provar que sei. Agora, por exemplo, você está
pensando o quanto quer que eu te beije, mas está preocupada que eu
perceba que é o seu primeiro beijo pela forma como seus lábios se
movem com os meus, então vou acalmar sua mente, já que sou um
cavalheiro, e digo que tudo o que você precisa fazer é seguir minha
liderança. Eu farei todo o trabalho. — Dei uma piscadela. — De
nada.
— Sim, eu sei que você vai ter um gosto tão doce quanto
parece.
— E você é linda.
— Qual é a diferença?
— Ótimo. Deixe que ele fale. Isso vai manter outros filhos da
puta longe de você também.
Consumidor.
E eu queria mais.
Dez anos depois, eles voltaram um para o outro e agora estavam casados.
Seu dia especial agora estava arruinado por nossa causa, fazendo com que eu me
sentisse horrível por isso ser o que eles lembrariam nos anos que viriam.
— Quando?
Autumn olhou para nós com hesitação antes de relutantemente ouvir seu
marido. Depois que eles foram embora, eu olhei de volta para Christian.
Eles tinham acabado de voltar de sua lua de mel em St. Bart's e essa era
a última coisa que precisávamos discutir.
— Oh, por favor! Você quer falar sobre egos? O seu é tão
grande que estou surpresa que você consiga passar pelas portas do
consultório da nossa terapeuta!
— Kinley, Christian...
— Uma merda! Você ama a vida que fiz para você. Eu te dei
tudo! Tudo, Kinley! E você não pode nem me dar a única coisa que
eu quero de você!
Christian
Droga! Isso era tão confuso. Eu não queria ser esse tipo garota.
Aquela que fica esperando o cara ligar, aquela que chora quando ele
não liga, aquela que cerca sua vida e pensamentos apenas sobre ele.
Eu odiava aquela garota. Ela era fraca, e eu não era frágil. Para
começar, foi por isso que nunca quis ter um relacionamento. Era mais
seguro assim.
— Sim.
— Sim, Sim, Sim. Guarde suas falas para a sua próxima garota.
— Vou enviar uma foto para você, Jax. Vá mostrar a ela seus
truques, Casanova.
— Mãe! — Gritei a esmo, esperando que ela ouvisse por cima da música
alta que tocava de um carro que eu não reconhecia. Assim que cheguei ao pé da
colina, vi todas as garrafas vazias de licor e cerveja. Balançando minha cabeça,
encarei profundamente seu olhar desfocado e bêbado. — Estou procurando por
você há horas! O que você está fazendo? — Eu finalmente a encontrei perto do
lago, próximo a nossa casa. Normalmente não era um de seus points para encher
a cara.
Peguei sua calça jeans e camisa do chão – ela estava apenas de sutiã e
calcinha. — Mãe, você vai ser presa de novo se não...
Foi só então que percebi que o cara com o qual ela estava passando a noite
não estava usando nada além de boxers. Empurrando suas roupas em seu peito,
exigi: — Mãe, vamos embora.
— Ótimo! Vá embora, porra! Você não tem nada com ela! Você sabia
que ela está em liberdade condicional...
— Vá se foder, Kinley! Saia daqui! Você é a única que não tem nada
que estar aqui!
Não fiquei surpresa com suas palavras duras. Aquela não foi a primeira
ou última vez que ela me fazia procurar por ela. Eu odiava quando ela ficava
assim. Já era difícil falar com ela quando não estava bebendo. O álcool se somava
ao interminável problema que era minha mãe.
Antes que eu pudesse terminar minha frase, ela me deu um tapa no rosto
com as costas da mão com tanta força que eu imediatamente vi estrelas. Eu
gostaria de poder dizer que esta era a primeira vez que ela colocava as mãos sobre
mim, mas não era. Na maioria das vezes, ela esquecia que tinha me batido.
Minha atração por ela era tão forte quanto na noite em que a
beijei pela primeira vez.
Ela era como uma criatura mítica me atraindo para ela. Desde
o momento em que a vi caminhar sozinha até aqui, não havia escolha
a ser feita. Eu a segui, gravitando em sua direção da mesma forma que
fiz naquela noite na floresta. Antes que eu soubesse o que estava
acontecendo, eu estava assistindo uma memória se desenrolar em sua
mente. Sabendo o que quer que ela estivesse se lembrando não era
agradável, eu poderia dizer por seu rosto.
O bom.
O ruim.
O desagradável.
Sua barreira era alta e espessa, e tudo que eu queria fazer era
romper seu comportamento gelado.
Eu concordei.
— O que é?
Kinley
Minhas memórias.
Meus traumas.
Nem antes.
Nem agora.
2
A Seção 8 da Lei de Habitação de 1937, frequentemente chamada de Seção 8, conforme emendada
repetidamente, autoriza o pagamento de assistência para aluguel de moradias a proprietários privados em
nome de famílias de baixa renda nos Estados Unidos.
Não conosco.
Eu poderia ter sido sua filha, mas ela não era minha mãe, não
das maneiras que importavam.
Era emocionante.
Aterrorizante.
Seu amor?
Ele não permitiu. Ele puxou minhas mãos e eu virei meu rosto,
não querendo que ele visse através de mim.
Ter uma conexão real com alguém, com um menino que nem
me conhecia, mas que queria saber de tudo, era uma emoção que eu
nunca tinha experimentado antes.
— Eu não quero ser como elas. Eu nunca vou ser como elas.
Eu me recuso. A única coisa que minha mãe fez por mim foi pedir ao
advogado indicado pelo tribunal para encontrar sua irmã. Ele a
encontrou, e ela veio em meu socorro antes que eu fosse entregue ao
Estado.
Entrei na casa que costumava ser nossa, com caixas nas mãos.
Hoje era o dia em que eu oficialmente me mudaria. Tudo foi resolvido
com nossos advogados. Eu daria a Kinley a casa e seu carro.
Dividiríamos nossas economias e venderíamos nossas duas casas de
férias, uma em St. Thomas e a outra no Colorado. Como não
tínhamos filhos, nosso acordo era simples.
Eu tinha perdido...
Nosso casamento.
Nosso amor.
Ela.
Eu estava errado.
Eu sorri, puxando-a para mim. — A única coisa pela qual sou cego é
por você, docinho.
Ela riu, jogando a cabeça para trás. Era um dos meus sons favoritos.
Assim que sentiu minha língua em seu clitóris, ela gemeu alto e eu me fartei do
que queria para o jantar.
As boas.
As ruins.
— Como posso, quando tudo o que você faz é gritar comigo? Pelo amor
de Deus! Acabei de chegar de um dia de trabalho de quatorze horas, e você me
cumprimenta com nada além de suas besteiras!
— É o único tempo que tenho antes de você voltar correndo para o hospital
para fazer o parto de outro bebê!
— Oh! Você não pode usar esse cobertor, Christian. É apenas para
decoração.
Eu a olhei de cima a baixo. Ela estava vestindo uma camisola rosa claro.
— Eu não quero olhar para o cobertor, docinho. Venha aqui.
Antes que ela pudesse se virar para sair, agarrei seu pulso e a sentei no
meu colo. — Não se preocupe, baby. — Deslizando meus dedos em sua calcinha,
eu disse asperamente. — Farei você incendiar muito em breve.
Kinley
4
Abreviação de Greatest Of All Time: usado para se referir a ou descrever a pessoa que teve um
desempenho melhor do que qualquer outra pessoa, especialmente em um esporte:
— Não estamos mais no colégio. Por que você se preocupa
com bobagens? — Eu questionei, balançando minha cabeça. — Você
vê a vida dele. Ele tem uma garota diferente em sua cama todas as
noites.
— Não! Você construiu esta casa para a família que não temos.
Aquela que eu não posso...
— Talvez você possa fazer Jax se mudar, já que ele está sempre
aqui para juntar os pedaços para você.
— Vá se foder!
Ele não hesitou, rasgando nossas fotos da cabine fotográfica
em suas mãos.
— Nãaaao...
Aos poucos.
Quando ele mais uma vez costurou meu coração de volta, sem
se importar que eu fosse a única que estava destroçada.
CAPÍTULO 07
Kinley
Passado
— É a minha também.
— Oh.
— Quer dizer, sempre que digo que estou com ele, seu tom
fica imediatamente áspero. — Dei de ombros. — Você não gosta
dele?
Eu engoli em seco.
Para mim.
— Então?
— Aqui está outra coisa que você precisa saber sobre mim,
Kinley. Eu não digo nada que não queira dizer. Desde que
começamos a sair, me vejo fazendo todo tipo de merda que nunca
tinha feito antes e não quero que acabe.
— Você quer?
— Você o ama?
CAPÍTULO 08
Christian
As conversas.
As emoções.
Os altos e baixos.
Era simples.
Cada vez que eu dizia a mim mesmo que hoje seria o momento
em que eu daria um passo à frente, e passaríamos por essa merda de
amizade inocente, eu não conseguia fazer isso. Ela não era apenas
mais uma garota que eu poderia pegar.
O maldito Jax.
— Eu ouvi você.
— Você não me deu uma razão para não acreditar. Não quero
mais falar sobre Jax.
Consumidora.
— Mmm-hmm.
Kinley
— Mãe, por favor, levante-se. Por favor, mãe. Eu preciso que você se
levante. Não faça isso comigo.
Eu fugi.
De minhas memórias.
Meus sentimentos.
Dele.
— Como assim?
— Eu não posso...
Ele agarrou minha mão e nos levou até uma área isolada onde
não havia ninguém por perto. Somente nós. Ainda segurando minha
mão, ele me puxou para o chão.
— Oh, baby...
Nada.
— Por favor, não se sinta mal por mim. Sua piedade é a última
coisa que quero. Você planejou este dia incrível, e agora estou
estragando com minhas tolices. Ugh! Sinto muito, estou muito
arrependida.
Abri minha boca para dizer algo, mas nada saiu. Não tive que
esperar muito até que ele beijasse meus lábios, tentando me acalmar.
Sua boca estava diferente desta vez. Era suave, terna, carinhosa. Eu
não sei por quanto tempo nós nos beijamos. Tudo que eu sabia era
que meus pensamentos impulsivos estavam se desvanecendo e eu
estava consumida pela maneira como ele era capaz de me trazer paz.
— Eu não posso acreditar que você voou até aqui por mim,
Jax.
Ele não estava exagerando. Fazia dois dias desde a última vez
que eu tinha visto Christian, e eu estava péssima. Incapaz de esquecer
que ele rasgou as fotos de uma noite que eu guardava com tanto
carinho em meu coração.
— O quê?
— Nada.
— E?
— Jax...
— Jesus, o quê?
— Ele quer uma família, Jax, e eu não posso dar uma a ele.
— Por falar nisso. O que você está fazendo aqui? Você ainda
está na temporada.
— Sim! Você pode jogar pelo seu estado. Você pode imaginar
a imprensa? Eles falariam maravilhas e as pessoas embarcariam nisso.
Sua base de fãs aumentaria aos milhões.
— Eu sei.
— Obviamente você.
— Sim.
Peguei a lata onde havia açúcar, mas estava vazia. Pegando o
banquinho da despensa, coloquei-o na frente do armário onde tinha
açúcar guardado e pisei nele. O chão ainda estava úmido de quando
eu o esfreguei naquela manhã, e ele escorregou sob mim.
Seu olhar furioso foi de mim para Jax, que ainda estava me
segurando perto de seu peito. De alguém de fora, parecia que ele havia
nos pego em um momento íntimo. No entanto, não poderia estar
mais longe da verdade.
Christian
— Não!
— Seu filho da puta. É isso que você quer, não é? É o que você
sempre quis: ela para você e eu fora de cena.
Eu mais uma vez me lancei contra ele, e ela agarrou meu braço,
me segurando firme.
— Ele não é uma criança, Kinley. Deixe-o vir para mim como
um homem. — Jax provocou, e se ela não estivesse entre nós, eu
limparia o chão com sua bunda.
— Que porra você acha que estou fazendo aqui? Estou aqui
por ela. — Ele acenou com a cabeça para Kinley. — Ela estava aos
prantos por sua causa na noite passada.
— Ela estava? — Fiquei surpreso.
Silêncio.
Autumn sorriu largamente. — Você foi? Como você sabia que eu amava
o Littlest Pet Shops?
— Eu adoraria.
Pelo resto da noite, nós agimos como uma família, e eu poderia dizer que
Kinley gostava de estar perto deles. Achei que era a primeira vez que ela vivia
uma dinâmica como a nossa.
Eu estava sentado no sofá e com a cabeça dela no meu colo, brincando com
seu cabelo enquanto assistíamos a um filme.
Ela virou o rosto para olhar para mim. — Eu me diverti muito esta
noite. Obrigada por me apresentar a eles.
— Sério?
— Claro. Todos eles queriam conhecer a garota que agora é dona das
minhas bolas.
Kinley
Merda.
Seu olhar foi para Jax. — Você sabia que ela nunca teve isso?
— Antes que seu olhar se fixasse em mim. — Porque se ele sabia,
então isso não foi apenas uma coincidência. Ele está tentando ser
melhor que eu.
— Não!
— Eu acabei de bater!
— Você quer saber o que não é justo, Kinley? Que ele está
fazendo isso de propósito para nos fazer brigar, e você não enxerga
isso!
Minha esposa.
Protegê-la.
Sem valor.
Sem moral.
Como faço para deixar de amá-la? Como faço para que a porra da dor
desapareça? Como faço para viver sem ela?
Ela estava certa. Eu queria uma família mais do que tudo neste
mundo, mas não a queria mais do que a queria. Ela não acreditava em
mim, e eu sabia que ela ainda carregava o trauma de sua mãe.
Queimar.
Ela riu. — Você não se lembra de mim, não é? Bem, acho que
faz sentido, considerando que você geralmente está olhando para
minha boceta.
— Eu adoraria.
— Eu não estava.
— Vá se foder, Christian.
Eu sorri coniventemente. — Eu prefiro muito mais foder
você, bebê. Eu não estava com outra mulher esta noite. Não
conseguia parar de pensar em seus seios perfeitos, sua bunda deliciosa
e essa boceta apertada que eu amo tanto.
— Nada aconteceu.
Kinley
— O quê, baby?
Foi intenso.
Forte.
Exigente.
A paixão.
As emoções.
Os altos e baixos.
Eternos.
Rompendo.
Acabando.
Prosperando.
Vivendo.
Frustrados.
Sobrecarregados.
Tocou-me.
Fez-me dele.
Em nosso passado.
Nosso futuro.
Nossas desculpas.
Nosso amor.
Estava bem ali, nos separando. Peça por peça, pouco a pouco,
estávamos sangrando um pelo outro. Ele lambeu o sangue de seus
lábios, e eu silenciosamente desejei estar fazendo isso por ele. Meus
olhos seguiram o movimento de sua língua, fazendo uma onda de
adrenalina percorrer minhas veias.
O prazer e a dor.
— Ah! — Eu assobiei.
Tão perto.
— Você acha que outro homem vai fazer você implorar pelo
que sempre foi meu?
Ele não era o único que me conhecia por dentro e por fora.
Eu o conhecia também, e Christian amava as coisas de forma
selvagem.
— Sim...
— É isso aí, baby... aperte meu pau com sua pequena boceta
apertada que eu nunca me farto. Bem desse jeito. Eu quero sentir você
gozar no meu pau.
Cada impulso.
Cada gemido.
— Você está apertada, essa pequena boceta foi feita para mim,
baby. Quantas vezes você já pensou nisso? Em meu pau bem dentro
de você? Eu te ensinei como gozar, Kinley. Eu te mostrei tudo que
você ama. — Ele bateu em mim, usando meus quadris como alavanca
e me fazendo acompanhar seu ritmo vigoroso.
Não acabou.
Ele fez amor comigo até não sobrar nenhum amor para
expressar.
Ele fez amor comigo até que não houvesse mais nada dentro
de mim, exceto seu gozo.
— Vá se foder, cara.
Eu ri, não pude evitar. A merda que saía de sua boca era hilária.
— Você não percebe? Olhe para o seu irmão, ele parece o meu
pior pesadelo.
— Nossos pais.
Kinley
— Como?
— E quanto ao Jax?
— Senti sua falta. — Foi tudo que pude dizer quando ele me
deitou na cama antes de pairar sobre meu pequeno corpo, prendendo-
me com os braços em volta do meu rosto.
Eu amava isso.
Seu gosto.
Seu amor.
Devoção.
Cada risada.
Sorriso.
Eu só o queria.
Alcançando a frente de sua camiseta, eu o ajudei a puxá-la pela
cabeça para jogá-la no chão ao lado do meu vestido. Meus dedos
pressionaram contra a pulsação em seu pescoço, querendo senti-lo
batendo apenas por mim. Deixei-os lá por alguns segundos,
lentamente deslizando-os até seu coração e, em seguida, percorrendo
seu abdômen definido até alcançar seu cinto.
Como o nosso.
CAPÍTULO 14
Kinley
— Nada.
Mente.
Corpo.
Alma.
— Sério?
— Você não vai. — Mais uma vez, repeti as palavras que ele
precisava ouvir de mim: — Eu confio em você.
Eu ouvi um farfalhar e abri meus olhos para ver que ele estava
abrindo um preservativo, mas eu o parei.
— Estou tomando pílula.
Eu estava perdida.
Eu era dele.
— Hmm...
— Você é apertada pra caralho, boa pra caralho. Você foi feita
para mim, baby.
Christian
Minha.
— Sim...
Reivindicando.
Seu pescoço.
Seus seios.
Sua tristeza.
Sua incerteza.
Em conflito.
Minha voz.
Meu amor...
— Por que, Kinley? Por que você está fazendo isso conosco?
Olhe para você. Você não quer isso. Você não pode nem mesmo
olhar para mim agora.
Precisava.
Kinley
Sua língua.
Seus lábios.
Havia tanta emoção por trás de seu olhar. Eu sabia que eles
refletiam os meus.
Nosso passado.
Nosso presente.
Nosso amor.
Foi lento.
Tortuoso.
Por ele...
Ele merecia muito.
Franzi a testa quando ele tocou meus lábios uma última vez.
Havia algo sobre saber que esta era a última vez que eu sentiria sua
boca, seu toque, sua respiração, sua pele, seu cheiro.
Ele.
Brilhante.
Audaciosa.
Altiva.
Sozinha.
Estilhaçada.
Mais uma vez, a garota perdida que ele não conseguiu salvar
de si mesma.
CAPÍTULO 16
Christian
Passado
A pior parte era que meus pais gostavam dele. Minha mãe o
achava simpático e solitário, e ela basicamente o convidava para todas
as nossas atividades familiares, e eu não podia fazer nada sobre isso.
Ele fazia Kinley feliz e, no final das contas, isso era tudo que
importava para mim.
Eu dei.
Obrigado, porra.
Olhei para Kinley, querendo sorrir para ela, mas seu olhar
estava cativado por alguém atrás de mim.
Normal.
Seu cabelo estava preso para trás e ela usava um lindo vestido
com uma bolsa pendurada no ombro. Ela parecia bem.
Sóbria.
Meu olhar voltou para a minha garota, que estava ali congelada
com olhos arregalados e uma expressão que eu nunca tinha visto
antes. Eu não sei o que deu em mim, mas entrei na frente de Kinley
e coloquei-a em segurança nas minhas costas.
— Oh, bem, estou feliz que ela tenha alguém para protegê-la.
Kinley
Claro e simples.
Era meu.
Depois que eles foram embora, olhei para minha mãe. — Você
sabe onde fica o Louie?
Seu calor.
Seu perfume.
Seu amor.
Ela se virou e saiu. Foi só então que percebi que Jax estava
agora ao lado de Christian.
— Eu não estou.
— O que você acha que tenho feito nos últimos seis anos?
Christian, você não precisava tratá-la assim.
— Não! Você não sabe! Você não tem ideia de como é não ter
uma mãe.
— Na verdade, eu tenho.
— Ela está doente! Não é culpa dela que o cérebro dela não
esteja ligado como o seu. Eu tenho que dar a ela uma chance de estar
na minha vida, e é completamente injusto que você espere que eu não
faça isso.
— Docinho, eu só não quero que você se machuque.
Eu fiz a única coisa que podia fazer, deixei bastante claro quais
eram as minhas intenções.
— Eu volto já.
— Acho que eu era tão jovem com Capri que foi fácil. Você
sabe?
— Às quatro horas.
Ela olhou para o relógio. — Isso significa que você tem seis
horas para mudar de ideia.
— Eu pensei.
— O quê?
— De jeito nenhum.
— Mesmo?
— Você é.
— Dez.
Eu recuei. — Dez?
— Uau.
— Agradeço a distração.
— O quê?
— Eu sei.
— O quê?
— Não brinca.
— E daí? Você acha que é isso que você deveria estar fazendo
agora?
— Sou o único que tem lutado por nós nos últimos anos. Ela
não me quer.
— Está?
— O que você está fazendo aqui, cara? Você não deveria estar
no trabalho?
— Você não sabe disso. Eu não sei disso. Tudo o que estou
dizendo é que preciso criar um homem, e não quero estragar tudo.
— Não deu?
Não falávamos mais sobre a mãe dela. Era uma daquelas coisas
que não discutíamos mais, era um acordo tácito entre nós. Depois que
pedi Kinley em casamento, ela ficou no passado. Junto com aquela
noite que mudou o curso de nossas vidas.
— Achei que isso acabaria passando, mas quando
descobrimos que estávamos esperando um menino, ressurgiu toda
essa merda de transtorno de estresse pós traumático que eu não sabia
que ainda tinha.
Eu estava perdido.
— Christian...
Esperançoso.
Rezando.
— Sim.
— De um bebê?
Eu estava alucinando?
— Espere, como?
— Se sentindo mal?
Silêncio.
— Casa?
— Christian...
Ele não teve que ouvir duas vezes, ele se levantou e chamou
nossos advogados.
Eles sorriram.
Preocupação.
Segundos.
Minutos.
Muitas.
Espessas.
Lágrimas abundantes.
Por cada mês que eu dizia a ele que não estávamos grávidos.
Por cada menstruação que eu tinha.
Por cada sonho que foi arruinado após cada teste negativo.
Por todo o amor que tínhamos para dar, sem filhos com quem
compartilhar.
As minhas desculpas.
Pela garotinha a quem foi dito que ela não valia nada.
Tremendo.
Depois de tudo que ele fez por mim, seu amor, sua família, ele
realmente me curou.
Lá estávamos nós.
Marido e mulher.
Christian.
A família dele.
Jax.
Minha mãe.
Jax não estava tão receoso com minha mãe quanto Christian.
Achei que ela o tinha conquistado com seus dotes culinários. Ela
costumava vir me preparar o jantar ou me ajudar a limpar meu
apartamento. Parte dela pensava que eu ainda era aquela garotinha
que precisava dela dessa forma, e eu agradeci com alegria, perdoando
todos os anos em que ela não esteve na minha vida.
Eu estava ocupada com minhas aulas. Tive a sorte de conseguir
bolsas de estudo para pagar minhas aulas, meu apartamento e todas
as coisas de que precisava, como mantimentos e dinheiro para gastar.
5
O curso de medicina nos EUA funciona da seguinte forma: O estudante faz uma graduação (bachelor’s
degree) de quatro anos, depois se candidata à escola de medicina para realizar mais quatro anos de estudos
em medicina e obter o grau de Medical Doctor (MD). Após obtenção do MD é possível a candidatura ao
internato e especialização médica em hospitais universitários com duração variável de 3 a 7 anos.
Dos ombros em ambos os braços, até as mãos, peito e costas.
Isso dava a ele um fascínio de bad boy que eu não conseguia me cansar.
Ele era um cara fodão tatuado em carne e osso que ia ser um médico.
Eu não conseguia imaginar os olhares que ele receberia durante seu
estágio no hospital, neste verão.
— Christian! Você não quer que ela encontre o amor e seja tão
feliz quanto nós?
— Não.
— Oh, vamos lá! Não me diga que você não viu o quanto ela
cresceu neste último ano. Ela é linda. Sempre que estamos juntos, os
rapazes não param de olhar para ela do outro lado da sala.
— Ela tem?
— O quê? Ela tem uma queda por ele desde que me lembro.
— Se você diz.
Christian
— Certeza?
— Eu não estou. Foi você que veio até mim para me chatear
por causa da sua irmã mais nova.
— Devidamente anotado.
Uma vez que eu estava deitada na mesa de exames, ele ordenou: — Abra
suas pernas para mim, baby.
— Espero que você não diga isso a todas as suas pacientes, Dr. Troy.
Não abri minhas pernas rápido o suficiente, então ele fez isso por mim,
piscando para mim. — Você recebe o tratamento VIP especial, Srta. Troy.
Vê-lo em modo médico estava causando coisas em mim, e é claro que ele
fez questão de observar isso.
Eu não sabia na época, mas ele estava gravando. Mais tarde naquela
noite, quando saí do chuveiro, lá em nossa cama estava um dos bichinhos de pelúcia
que ele ganhou para mim na feira todos aqueles anos atrás. Eu não tinha ideia
de como ele o encontrou, mas havia um adesivo em sua barriga que dizia — Toque
aqui.
Com minhas mãos nas dele, ele me guiou no que parecia ser
um cais para barcos.
6
Tradução: Novo começo
desde o cercadinho na sala de estar até o berço em nosso quarto.
Ele sorriu para mim. — Mal posso esperar para segurar o nosso, docinho.
— Tem certeza?
— Nada.
Ele sorriu novamente. — Você está com tesão pelo meu pau,
querida?
— Tudo isso.
— Entendo, mas não acho que seja isso que está incomodando
você.
— Qual é o resto?
— Umm... sou eu? Eu sei que meu corpo está mudando...
Christian
— Eu sei, mas...
— É um medo irracional.
— Eu te amo, Christian Troy. Estou tão feliz por você ser meu
de novo.
— Não, baby.
— Nada.
— Você está insinuando que o que você tem a dizer nos faria
brigar?
— Não! Agora você só está dizendo isso para salvar sua pele.
Você não está sendo sincero comigo.
— Eu não estou!
— Eu te encontro lá dentro.
Christian
Eu sabia.
— Srta. McKenzie...
Por Kinley.
— Vou levar o carro da sua mãe até a casa dela, então podemos
pegar um Uber de volta.
— Ok.
— Christian...
Kinley não disse uma palavra, mas percebi que ela estava
tentando não desmoronar. Sua decepção era evidente enquanto
chorava lágrimas silenciosas. A cada dois segundos, eu a ouvia fungar
e inspirar e expirar profundamente.
— Christian...
— Sim, baby?
Eu não queria mentir para ela. Tudo que eu podia fazer era
prometer que estaria lá para apoiá-la. Embora eu soubesse que aquela
noite era o começo do fim para sua mãe e sua sobriedade.
Só rezei para que ela não levasse Kinley para o fundo do poço
com ela.
CAPÍTULO 23
Christian
Presente
— Abra e descubra.
Ela olhou para mim com ceticismo antes de ambos desembrulharem seus
presentes. No segundo em que minha mãe viu seu colar com um pingente que dizia
“vovó” e meu pai viu seu relógio com a gravação “vovô” os dois começaram a
chorar.
Eu nunca tinha visto meu pai chorar antes, e foi uma visão e tanto. Ele
era um homem tão forte, então vê-lo desmoronar foi comovente,
A gravidez era boa para ela e, por sua vez, ela era boa para
mim. Seus hormônios fizeram minha já excitada esposa desejar
incessantemente meu pau.
Boca.
Língua.
Dedos.
Meu toque não era a única coisa que ela não conseguia se fartar,
tendo todos os tipos de desejos estranhos em todas as horas da noite.
Eu não sabia para onde diabos a comida estava indo além de sua
barriga redonda. Você não poderia dizer que ela estava grávida, a
menos que ela se virasse para o lado.
Eu não perdia mais tempo com ela. Os dias de voltar para casa
tarde tinham acabado. Eu voltava para casa cedo todas as noites para
estar com ela, querendo encerrar aquele capítulo de nossas vidas
quando ela não era minha primeira prioridade. Ela e o bebê eram as
únicas coisas que ocupavam o primeiro lugar no meu mundo agora,
do jeito que sempre deveria ter sido.
— Docinho...
— Por favor... Você sabe que quer saber tanto quanto eu.
— Você quer?
— O prazer é meu.
— O que uma garota pode fazer quando o cara por quem ela
está loucamente apaixonada presta atenção em todas as outras
garotas, menos nela.
A mãe de Kinley.
Kinley
Eu não a via ou falava com ela há mais de dez anos. Ela parecia
mais velha, usando um vestido com um cardigã, sua bolsa no ombro
enquanto seu cabelo estava preso em um coque baixo.
Meu coração estava em minha garganta e eu imediatamente
senti meu estômago revirar. Eu estaria mentindo se dissesse que não
pensava nela. Eu pensava com frequência. Não sabia como parar de
me preocupar com seu bem-estar. No final das contas, ela ainda era
minha mãe.
— Christian...
Ou talvez eu tenha...
A última coisa que eu queria era que ela morresse por causa de
decisões que tomasse enquanto estava embriagada.
A cada dia era uma história diferente sobre por que ela estava
bebendo.
Comigo.
Eu odiava brigar com ele por causa dela, mas o que eu deveria
fazer? Eu não podia simplesmente abandoná-la. Que tipo de filha eu
seria se um dia recebesse um telefonema dizendo que ela havia
morrido em um acidente de carro ou algo assim? Eu não seria capaz
de viver comigo mesma se acontecesse algo que eu poderia ter evitado
a ela.
Era por isso que eu quase não bebia, com medo de ficar
viciada. Já estava em meus genes, adicionando bipolaridade e a
depressão à mistura. Christian, em sua experiência médica, sempre
aliviou minha ansiedade sobre isso, dizendo que eu ficaria bem. Eu
só precisava ter certeza de ser sempre honesta com ele sobre como
me sentia diariamente.
7 Medicaid é um programa de saúde social dos Estados Unidos para famílias e indivíduos de baixa renda e
recursos limitados. A Associação Americana de Seguros de Saúde descreve o Medicaid como "um
programa do governo para pessoas de todas as idades com recursos insuficientes para ajudá-los a pagar
por um seguro de saúde".
finalmente recobrasse o juízo e parasse de beber para colocar sua vida
de volta nos trilhos.
— Mãe! Pare!
— Mãe, você não está bem. Como você pode dirigir nessa
condição? O que você estava pensando? Você poderia ter matado
alguém!
Mas eu era tudo que ela tinha. Eu não queria perder essa luta.
Eu queria minha mãe em minha vida.
— Isso não é justo! Ela está doente! Como posso fazer você
entender isso?
— Eu sei que ela está doente, mas ela não faz nada para se
recuperar, a não ser beber até cair. Quanto mais ela substitui o álcool
por medicamentos, mais difícil será fazer seu cérebro funcionar
corretamente novamente. Ela está se automedicando e se matando, e
a pior parte é que ela está levando você com ela e você não vê isso.
Era tudo que eu precisava ouvir, a escolha foi feita por mim.
Eu a ajudei a entrar no carro, colocando-a no banco do passageiro
antes de entrar no lado do motorista.
Nem eu te amo.
Eu sinto muito.
Nada.
Silêncio.
Ele pode ter sido meu salvador, mas eu definitivamente era sua
morte.
Eu queria odiá-la.
Dela.
De mim.
De Christian.
Escolhas...
Eu não escolhi.
Christian
Eu balancei a cabeça.
— Eu sei.
De nós.
Tudo o que tive tempo de fazer era pensar, com uma dor de
cabeça ofuscante por falta de sono. Fechei os olhos e quando dei por
mim estava abrindo-os lentamente com Kinley olhando para mim.
Saltei da minha cadeira e fui até ela em duas passadas,
agarrando sua mão e beijando-a enquanto apertava o botão de
emergência para avisar a equipe que ela estava acordada.
Muito.
Copiosamente.
Lágrimas horríveis.
— Eu posso imaginar.
— Não, você não pode. Quer saber por quê? Porque você
fugiu! Como uma maldita covarde!
Ele recuou, sem esperar que eu dissesse isso. — Por que você
não me contou?
— Você não tem ideia do que me fez passar nos últimos dez
anos, especialmente nos últimos cinco. Sua façanha naquela noite me
custou mais do que você jamais imaginaria.
— Sinto muito pelo que devo ter feito vocês passarem. Ser
mãe realmente salvou minha vida. Kinley, você é a única coisa que fiz
certo e sempre vou me arrepender dos anos que desperdicei, mas
aprendi a aceitá-los e a me perdoar. Estou aqui hoje, orando para que
vocês me deem uma chance e me deixe provar aos dois o quanto
mudei. Eu não sou mais aquela mulher. Não quero ser aquela mulher
nunca mais.
Christian
A única razão pela qual arranjei aquela reabilitação para ela foi
por minha esposa. Sinceramente, não tinha ideia de que ela realmente
tinha ido. Depois que saí de seu quarto de hospital, nunca mais olhei
para trás. Eu fiz o que tinha que fazer e ponto final. Não poderia viver
comigo mesmo se não tivesse feito algo, principalmente com os
contatos que tinha à minha disposição.
— Eu sei que você vai se proteger, Kinley, com tudo que você
tem, mas eu estou implorando que você me dê uma chance. Eu vou
provar que estou bem. Sei que já disse isso a você centenas, milhares,
provavelmente milhões de vezes, mas do fundo do meu coração e da
minha alma, sinto muito por todos os danos que causei. Eu precisava
me perdoar da culpa por tudo que fiz a vocês. Eu precisava me amar.
Precisava entender por que sou do jeito que sou. Foi preciso muita
autodescoberta e terapia, mas aqui estou eu, diante de vocês,
implorando por outra chance. Eu não vou te decepcionar. Não estou
pedindo para você esquecer, mas estou implorando para que perdoe.
Eu sabia o que era não ter Kinley ao meu lado. Tivemos nossa
segunda chance e talvez esta fosse a delas.
— Oh, uau.
Fiquei surpreso ao ouvi-la dizer isso.
A fazer.
— Você fez um lar tão bom para ele que ele não quer deixar
seu útero.
— Eu sei, mas não é a mesma coisa. Sim, sou sua esposa, mas
isso se chama fantasia.
— Tenho tudo o que sempre quis. Não preciso fingir ser algo
que não somos.
Nos últimos quatro meses, mais uma vez, muita coisa havia
mudado. Depois de descobrir o sexo do nosso bebê e ouvir sua mãe,
isso mudou algo em mim. Talvez fosse o fato de que eu seria pai
agora, mas Kinley precisava da mãe, tanto quanto a mãe dela precisava
da filha. Eu não podia continuar a interferir no relacionamento delas.
Era verdade.
Ela deu uma risadinha. — Mas você adora quando eu sou uma
garota má. Então, meu grande e forte papai do bebê, por favor, me
encha com seu pau enorme? Minha boceta está molhada para você,
Christian.
Eu queria ver seu rosto e ele sabia disso. Ele estava brincando
comigo.
— Você que sabe, mas você irá mais profundo assim, e seu
enorme pau pode atingir a cabeça de nosso filho.
— O q...
Felizmente, não tive que sofrer por muito tempo. Ele colocou
meu corpo onde ele me queria, na beira da cama enquanto ele ficava
de pé. Ele acariciou-se enquanto eu respirava erraticamente e o
observava através de um olhar de luxúria.
Sem fôlego.
Ofegante.
Gemendo.
— É tão bom sentir você em mim desse jeito, baby. Tão bom,
porra.
Precisando de ar.
Água.
Um do outro.
— Eu sei que não fazemos sexo há muito tempo, mas isso não
pode ser todo o seu gozo, certo?
— Eu entendi.
— Grrrr...
Eu ri com o pensamento.
— Você quer dizer como fazer uma mulher implorar por seu
pa...
— Christian!
Ele deu uma risadinha. — Sua mãe não precisa saber sobre
nossas conversas de homem. Isso pode ficar apenas entre nós.
Eu sorri.
— Oh meu Deus!
— Encantador.
— Uau!
— Verdade?
— Mmm hmm...
— Uen!
— Acho que ele está com fome agora. Traga-o para mim para
que eu possa alimentá-lo.
— E o que mais?
— Hmm... interessante.
— O quê?
— Foi um prazer.
— Eu gostaria disso.
— Eu te amo, Christian.
— Não é possível.
Ela riu, e ainda era o som mais doce que eu já tinha ouvido.
Isso era tudo que eu sempre quis.
Kinley
— Kinley, pensei que você estava do meu lado. Você tem uma
camisa que eu possa vestir? Esta está coberta de Deus sabe o quê?
Com o que diabos você está alimentando aquela criança? — Ele
olhou para a enorme mancha de vômito na frente de sua camisa.
— Como algo tão grande sai de algo tão pequeno?
— Eu sei. Asher está obcecado por ela. Ela é a única que pode
fazê-lo parar de chorar. Ela é como a encantadora de bebês.
— A maternidade combina com você. Você nunca pareceu
melhor.
— Eu sei. Não sei como dizer a não ser... — Ele hesitou antes
de confessar...
Fim
Para Christian e Kinley.
Jax Colton.
Até que chegou o dia em que a vida me deu uma rasteira. Tudo
o que pude dizer foi que o carma era um verdadeiro filho da puta.