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WBA0860_v1.

Higiene do trabalho II
Generalidades sobre ventilação
e conforto térmico
Sistemas de ventilação e suas
especificidades

Bloco 1
Audennille Marinho de Almeida
Sistemas de ventilação
Utilizados tanto para fornecer como capturar o ar dos
ambientes, fazendo a renovação do mesmo e atuando no
controle da exposição a agentes químicos.

Figura 1 - A que se destina a ventilação

Conforto térmico.

Trabalhador.

Materiais e equipamentos.

Redução na concentração de
contaminantes.

Fonte: elaborada pelo autor.


Benefícios de um sistemas de ventilação

• Diminui a quantidade de trabalhadores acometidos por


doenças do trato respiratório.
• Aumento na produtividade, já que o ambiente possui
temperaturas agradáveis.
• Aumento na integralidade das equipes.
• Redução do absenteísmo por proporcionar uma
atmosfera saudável.
Sistema de ventilação geral diluidora
Ao implementar esse sistema, deve-se tomar algumas precações para
garantir sua eficiência.
Figura 2 - Cuidados na implementação da ventilação geral diluidora

Afastamento dos
trabalhadores do
fluxo de ar.

Toxicidade
baixa.

Geração
uniforme de
contaminantes.

Fonte: elaborada pelo autor.


Escolhendo um ventilador
• Ventilação geral diluidora: faz-se a diluição do contaminante através da
renovação do ar.

Figura 3 – Parâmetros para a escolha de um ventilador

12 trocas/h

L x C x A = V x 12 = vazão m³/h
Vazão
gerada pelo
Dist. Vent.; Comp. Tub.; Filtros ventilador.

Fonte: elaborada pelo autor.


Principais erros ao implementar um sistema de ventilação
• Criar novos riscos:
• Garantir que, com a adoção de medidas de proteção, não
ocorram novos riscos.
• Exemplo: a instalação de ventiladores em ambientes poderá
aumentar o nível de ruído do ambiente.

• Local de instalação:
• Instalação em locais, de forma que o ar contaminado se
direcione até as vias respiratórias do trabalhador.
• Exemplo: a instalação de coifas em cima da cabeça dos
trabalhadores (SVLE).
Principais erros ao implementar um sistema de ventilação

• Falta de manutenção:
• Não é priorizada.
• Manutenção de ventiladores, troca de filtros,
acúmulo de partículas nos dutos de ventilação,
torna o sistema inoperante.
• Fazer e cumprir plano de manutenção que deve
está integrado ao de toda a empresa.
Sistemas de ventilação e o PPRA
• Dentro do PPRA devem estar inseridas as informações sobre o
sistema de ventilação, já que são medidas de prevenção ambiental.
Figura 4 - Relação entre o sistema de ventilação e o PPRA

Coletivas

Ambientais

Critérios de Resultados
exames
avalição no médicos
PPRA. considerados.

Fonte: elaborada pelo autor.


Conclusão
Os sistemas de ventilação, de modo geral, visam:
• Proteção de pessoas e equipamentos.
• Segurança de pessoas e equipamentos.
• Conforto térmico.
• Manutenção do conforto térmico e da saúde das pessoas.
Generalidades sobre ventilação
e conforto térmico
As interações conforto térmico com o corpo
humano

Bloco 2
Audennille Marinho de Almeida
Conforto térmico
Permite analisar as condições térmicas adequadas aos ambientes, assim
como o bom desempenho das atividades no local.
Figura 5 – Características do conforto térmico

Subjetivas
Físicas ou
ou
ambientais.
pessoais.

Fonte: elaborada pelo autor.


Relações do conforto térmico com o nosso organismo
O organismo pode ganhar ou perder calor para o meio ambiente.
Figura 6 – Equilíbrio térmico

Condução/
convecção. Evaporação
(-).

Metabolismo
(+). M±C±R–E=Q

• Q = calor acumulado no
organismo (sobrecarga).

Q>0 = acúmulo de calor. Radiação (+/-


).
Q<0 = perda de calor.
Fonte: elaborada pelo autor.
Correlação entre as trocas térmicas e as variáveis do ambiente

Quadro 1 - Interferência na troca de mecanismos

Parâmetro Temperatura Velocidade Carga Umidade


troca do ar do ar radiante do relativa do
ambiente ar
Convecção. xxx xxx ---------- ----------
Radiação. ---------- ---------- xxx ----------
Evaporação. xxx xxx ---------- xxx
Metabolismo. ---------- ---------- ---------- ----------
(*)
xxx = interfere na troca.
---------- = não interfere na troca.
(*) o metabolismo se relaciona diretamente com a atividade física da tarefa.
Fonte: SESI (2007, p. 36).
Conforto térmico e a influência das variáveis ambientais
Uma das relações do conforto térmico é com a
temperatura, a aclimatação pode causar sérios
efeitos aos trabalhadores.
1. Aumento da sudorese.

2. Redução de sódio no suor (4,0 g/L para 1,0 g/L).


De 15 a 25 gramas para 3 a 5 gramas por dia.

3. Diminuição da frequência cardíaca. A aclimatação


começa após quatro a seis dias e tende a ser
satisfatória após uma a duas semanas.
Reações do organismo causadas pela ação do calor
Figura 7 - Efeitos da alta temperatura no corpo humano

Hipertermia Cãibras

Glândulas
Exaustão
sudoríparas

P.T. por
Edema
desidratação

Produtividade
P.T. por < teor sal /Acidentes
Fonte: elaborada pelo autor.
O que um ambiente termicamente desconfortável pode causar
Figura 8 - Produtividade/ acidentes de trabalho

Temperatura.

Acidentes.
Produtividade. Pausas para
descanso.
Mau
desempenho
(insônia).
Fonte: elaborada pelo autor.
Ações para tornar os ambientes e as tarefas confortáveis

• Blindando as fontes radiantes.


• Diminuindo a área exposta da fonte.
• Diminuindo temperaturas de trabalho.
• Eliminando toda perda ou geração desnecessária
de calor para o ambiente.
• Atuando no meio de propagação do calor.
• Tornando a tarefa menos crítica.
• Reduzindo a carga metabólica envolvida.
Generalidades sobre ventilação
e conforto térmico
Conhecendo a temperatura do ambiente de
trabalho, visando a adoção de medidas de
prevenção para o conforto térmico
Bloco 3
Audennille Marinho de Almeida
O conforto térmico e as condições de trabalho
Figura 9 – Parâmetros considerados pelo conforto térmico

Físicos Fisiológicos

Psicológicos

Fonte: elaborada pelo autor.


Como são caracterizadas as atividades de trabalho
Figura 10 – Graus de insalubridade

10 %
(mínimo)

Insalubridade
20 %
(médio)

40 %
(máximo)

Fonte: elaborada pelo autor.


Como verificar a temperatura/ calor do ambiente
• As medições de temperatura no ambiente de trabalho são realizadas
por meio de termômetros.
Figura 11 – Tipos de termômetros para medição de calor

Bulbo
Globo
úmido

Bulbo seco

Fonte: elaborada pelo autor.


Qual a importância de conhecer as temperaturas do ambiente
• Tomar medidas corretivas, caso o nível de ação
seja ultrapassado.
• Elaborar plano de prevenção e manutenção para
o conforto térmico das pessoas e dos
equipamentos.
• Evitar o adoecimento dos trabalhadores pelo
excesso de calor.
• Reduzir a temperatura de forma a tornar o
ambiente confortável termicamente e, assim,
aumentar a produtividade, dentre outros.
Critérios para medir a temperatura do ambiente
• Ambiente fechados ou ambientes com fonte artificial
de calor.
• Conhecendo-se o Quadro 1 - Limite de exposição
ocupacional ao calor e Quadro 2 - Taxa metabólica por
tipo de atividade, do anexo 3 da NR 15 - Atividades e
operações insalubres.
• Determinar o Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de
Globo, o chamado IBUTG.

Observação: a sobrecarga térmica que o trabalhador está


exposto pode ser avaliada pelo IBUTG, conforme disposto
na NR-15.
Como deve ser o cálculo do IBUTG
O IBUTG para ambientes internos (sem carga solar) é calculado a
partir da medição das temperaturas: Tbn e Tg.

IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg

Onde:

Tbn - Termômetro de bulbo úmido natural.


Tg - Termômetro de globo.
Como deve ser o cálculo do IBUTG
O IBUTG para ambientes externos (com carga solar) é
calculado a partir das medições: Tbn e Tg, que já
conhecemos, e a Tbs.

IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs

Onde:

Tbs - Termômetro de bulbo seco.

O IBUTG calculado considera o tipo de atividade


desenvolvida, sendo avaliada por classe ou por tarefa
(quantificando a tarefa em kcal/h).
Case
• Trabalho e descanso no próprio ambiente laboral.

Um padeiro trabalha com forno e leva doze minutos para


realizar o carregamento deste, e depois aguarda seis minutos
para seu completo aquecimento, no mesmo local da
atividade, e gasta mais doze minutos para sua descarga.
Fecha um ciclo, que é repetido durante toda sua jornada de
trabalho.
As temperaturas medidas foram: Tg = 31 °C e Tbn = 24 °C.
*O tipo de atividade é considerada moderada.
Case
• Cálculo:

IBUTG = 0,7 IBUTG = 0,7 x 24 IBUTG = IBUTG =


Tbn + 0,3 Tg + 0,3 x 31 16,8 + 9,3 26,1 °C

• A partir do IBUTG calculado, podemos verificar a taxa de


metabolismo para esta atividade, no Quadro 2 do anexo 3
da NR 15.

Insalubre
Trabalho moderado com o corpo 468
Quadro 1, IBUTG máximo 25,9 °C.
Medidas de proteção para o conforto térmico
• Reduzir a taxa de metabolismo do trabalhador (disponibilizar
esteiras, pontes rolantes etc.).
• Movimentar o ar no ambiente (instalação de sistema de
ventilação).
• Utilizar barreiras protetivas das fontes de calor radiante
(películas em portas e janelas de vidro).
• Isolamento e sinalização de áreas de risco.
• Limitação do tempo de exposição.
• Hidratação.
• Roupa térmica, cobrindo todo o corpo.
• Luvas térmicas.
Teoria em Prática
Bloco 4
Audennille Marinho de Almeida
Reflita sobre a seguinte situação
O bem-estar de um trabalhador no ambiente térmico a que
é exposto, é de grande relevância para a correta realização
de suas atividades laborais.
Considere que você, como Engenheiro (a) de segurança do
trabalho, foi contratado por um empresário, dono de um
restaurante em que são desempenhadas diversas atividades,
entre elas, a produção de alimentos.
Nesse aspecto, considerando o caso em que o cozinheiro
deste restaurante, desempenha suas atividades sob fatores
de risco, como incêndio, contato com superfícies quentes,
temperatura ambiente de 27 °C, ruído 75 dB, velocidade do
ar de 1 m/s, e umidade relativa do ar 30%.
Reflita sobre a seguinte situação
Sabendo que há necessidade de um ambiente de
trabalho termicamente confortável para este cozinheiro
e todos os trabalhadores que atuam neste recinto para
realizarem suas atividades em plenas condições
térmicas, com base nas legislações vigentes sobre o
conforto e o bem-estar do trabalhador e levando em
consideração suas condições de trabalho, você como
Engenheiro de segurança do trabalho contratado por
este empresário, proporia quais medidas de prevenção
para neutralizar/atenuar tais riscos a estes
trabalhadores?
Norte para a resolução...
De acordo com o que rege a CLT, em seu artigo 166, a NR-6
e 17, e NBR 10152, por exemplo, podem ser adotadas
medidas como:
• Fornecimento gratuito de equipamento de proteção
individual contra o agente calor (vestimentas contra o
calor).
• Treinar e instruir os colaboradores quanto ao risco e as
medidas de controle.
• Disponibilizar luvas contra o calor.
• Fazer uso de ventiladores do tipo exaustores para
manter a temperatura do ambiente abaixo de 25 °C.
Norte para a resolução...
• Manter a umidade relativa do ar acima de 40%, por
meio do isolamento das superfícies quentes, da
evacuação dos gases quentes e úmidos, como os da
combustão.
• Eliminar todos os vazamentos de água e vapor.
• Para controlar a velocidade do ar, deve-se ventilar com
ar exterior, a fim de obter a temperatura de conforto.
• Manter o ruído do ambiente a níveis entre 40 – 50 dB
estabelecidos para restaurants, pela NBR 10152, para
conforto acústico por meio de isolamento térmico; uso
de protetor auricular.
Dica do (a) Professor (a)
Bloco 5
Audennille Marinho de Almeida
Síndrome do edifício doente
Está relacionada com:
• Novo formato das edificações.
• Avanço da tecnologia nos sistemas mecânicos de
ventilação e climatização.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre esse tema:


• Acesse o canal da Escola da Prevenção, no Youtube,
e assista ao vídeo Risco biológico e ar
condicionado: síndrome do edifício doente,
publicado em 8 de outubro de 2020.
Referências
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-15: atividades e operações insalubres.
Brasília, DF: 2019d. Disponível em: <https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-
no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15>. Acesso em: 31 ago. 2021.
LEITE, E. S. C. M. Stress térmico por calor: estudo comparativo dos métodos e normas
de quantificação. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, pós-graduação em
Engenharia Civil. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
RUAS, A. C. Avaliação de conforto térmico, contribuição à aplicação prática das normas
internacionais. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, pós-graduação da
Faculdade de Engenharia Civil. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1999.
Referências
SABER SST. Difusão de conhecimento em saúde, segurança e higiene ocupacional.
Ventilação local exaustora: quando usar e como não errar. Disponível em:
https://www.sabersst.com.br/ventilacao_industrial/. Acesso em: 21 maio 2021.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI). Departamento Nacional. Técnicas de avaliação
de agentes ambientais: manual SESI. Brasília: SESI/DN, 2007. Disponível em:
http://www.cpn-nr18.com.br/uploads/documentos-
gerais/tcnicas_de_avaliao_de_agentes_ambientais_.pdf. Acesso em: 21 maio 2021.
VOLK DO BRASIL. Conforto térmico: proteção para altas temperaturas no trabalho.
Disponível em: https://blog.volkdobrasil.com.br/conforto-termico-protecao-para-altas-
temperaturas-no-trabalho/. Acesso em: 21 maio 2021.
Bons estudos!

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