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Brazilian Journal of Development


Dificuldades apontadas por professores do programa de mestrado
profissional em ensino de biologia para o uso de metodologias ativas em
escolas de rede pública na paraíba

Difficulties caught by professors from the professional master's program


in biology teaching for the use of active methodologies in public network
schools in paraíba

DOI:10.34117/bjdv6n4-386

Recebimento dos originais: 29/03/2020


Aceitação para publicação: 29/04/2020

Ana Laura Calazans dos Santos


Graduanda do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba – UFPB
Instituição: Universidade Federal da Paraíba – UFPB Campus I, Centro de Ciências Exatas e
da Natureza Jardim Universitário s/n,
Endereço: Castelo Branco, João Pessoa, PB , CEP: 58051-900 Brasil
E-mail: laura.cal33@gmail.com

Flávio Vieira Carvalho da Silva


Graduando do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba - UFPB,
Instituição: Universidade Federal da Paraíba – UFPB Campus I, Centro de Ciências Exatas e
da Natureza Jardim Universitário s/n,
Endereço: Castelo Branco, João Pessoa, PB, CEP: 58051-900 Brasil
E-mail: flaviovieira85@gmail.com

Luis Guilherme Teixeira dos Santos


Graduando do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba – UFPB
Instituição: Universidade Federal da Paraíba – UFPB Campus I, Centro de Ciências Exatas e
da Natureza Jardim Universitário s/n, Endereço: Castelo Branco, João Pessoa, PB CEP:
58051-900 Brasil
E-mail: guilhermesantosjp@gmail.com

Antônia Arisdélia Fonseca Matias Aguiar Feitosa


Professora da Universidade Federal da Paraíba – UFPB,
Instituição: Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Campus I, Centro de Ciências Exatas
e da Natureza Jardim Universitário s/n,
Endereço: Castelo Branco, João Pessoa, PB CEP: 58051-900 Brasil
E-mail: arisdelfeitosa@gmail.com

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21959-21973 apr. 2020. ISSN 2525-8761


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RESUMO
A formação continuada de professores se constitui como uma condição primordial para o
desempenho profissional docente. Alguns programas acadêmicos têm investido na
qualificação docente em diferentes áreas. O Curso de Pós-Graduação do Mestrado Profissional
em Ensino de Biologia em Rede – PROFBIO, sediado na UFPB, oferece capacitação
profissional voltada ao ensino inovador por meio de Metodologias Ativas (MA). Estas visam
atender uma lacuna na qual o ensino tradicional não consegue que é acompanhar as demandas
dos jovens e da sociedade atual. Por meio de MA o aluno passa a ser o protagonista de sua
formação. Entretanto, na realidade da educação básica, ainda são encontrados muitos desafios
para o alcance das inovações metodológicas. A pesquisa buscou identificar as dificuldades
enfrentadas por docentes da educação básica quanto à implementação de metodologias ativas
no ensino de biologia em escolas de rede pública da Paraíba. Foi um estudo quanti-qualitativo.
Envolveu professores de biologia do ensino básico, que são mestrandos do PROFBIO na
UFPB. Os dados foram coletados por meio de questionários online - ferramenta Google
formulários. A amostra se constituiu de 26 docentes. Os resultados revelam os desafios a serem
superados pelos professores para a implementação de metodologias ativas como: a superação
ao modelo tradicional de ensino, a precária infraestrutura escolar, a falta de formação
pedagógica de apoio às atividades curriculares. Tais fatores influenciam diretamente na
qualidade do ensino dificultando o processo de aprendizagem. Evidencia-se a necessidade de
que o espaço escolar seja alterado, com investimentos técnicos e pedagógicos para incorporar
os novos cenários educativos, se adequando às demandas emergentes na formação destes
jovens e aos desafios da sociedade contemporânea.

Palavras-chave: Metodologias Ativas; Ensino de Ciências; Educação Básica; Escolas


Públicas.

ABSTRACT
The continuing education of teachers is a fundamental factor for their professional
performance. Some academic programs have invested in teaching qualifications in different
areas. The Postgraduate Course of the Professional Master's in the Teaching of Biology in
Network - PROFBIO, based at UFPB, offers professional training focused upon innovative
education through Active Methodologies (AM). These AM aim to fill a gap that traditional
education is unable to do, which is to keep up with the demands of young people and today's
society. Through AM the student is the protagonist of their own learning process. However,
in the reality of basic education, many challenges are still encountered in achieving
methodological innovations. The research sought to identify the difficulties faced by basic
education teachers regarding the implementation of active methodologies in teaching biology
in public schools in the state of Paraíba. It was a quantitative and qualitative study. It involved
basic education biology teachers, who are Master’s students of PROFBIO at UFPB. The data
was collected through online questionnaires - Google forms tool. The sample consisted of 26
teachers. The results reveal the challenges to be overcome by school teachers for the
implementation of active methodologies such as: overcoming the traditional teaching model
and dealing with the critical school infrastructure and also the lack of pedagogical training to
support curricular activities. Such factors directly compromise the quality of teaching, making
the learning process more difficult. The need for the school space to be changed is evident,
with technical and pedagogical investments to develop the new educational scenarios,
adapting to the emerging demands in the education of school students and to the challenges of
contemporary society.
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Keywords: Active Methodologies; Science teaching; Basic education; Public schools.

1 INTRODUÇÃO
A sociedade vive em constante processo de mudança em todos os seus âmbitos, e com
o ambiente escolar não poderia ser diferente. As escolas seguem um padrão de organização
que há anos não é modificado, e o mesmo não se adequa mais para o modelo de sociedade
vigente. Os métodos tradicionais de ensino, centrados na figura autoritária do professor, na
transmissão de conteúdos e na passividade do alunado, não têm atendido as demandas dos
jovens estudantes. Diante disso, surge a necessidade de um aperfeiçoamento das práticas
docentes e que seja implantado um método de ensino em que o aluno seja o protagonista do
processo de ensino aprendizagem e que ele atue na construção do seu próprio conhecimento,
fazendo da sala de aula um ambiente mais interativo e atrativo.
O ensino de biologia à luz das atuais conjecturas da sociedade contemporânea e das
inovações técnicas e científicas passa a ter diferentes conotações na formação do cidadão,
tornando pouco significativa a simples memorização de conceitos sobre a vida e sobre os seres
vivos. Por outro lado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) (BRASIL,
1996); as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Básica
(BRASIL, 2010); e as propostas contidas nos PCN+ (BRASIL, 2002), e mais atualmente na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) são referências para a formulação
e implementação de novas práticas pedagógicas que conduzam o ensino de Biologia através
da investigação científica, despertando assim a curiosidade e o interesse dos alunos em seu
processo de aprendizagem.
Para que o ensino de biologia cumpra seu papel, ele precisa desenvolver no educando a
criticidade, a autonomia, a capacidade de entendimento do seu contexto social, a resolução de
problemas, etc. fazendo uso de conhecimentos que o aluno já possui para a construção de
novos conhecimentos. Nesse contexto é que se inserem as metodologias ativas, pois elas são
fundamentais para desenvolver competências e habilidades necessárias à formação do aluno.
É de responsabilidade do professor de Biologia que o ensino dos conceitos biológicos
possa compor a base de formação científica dos estudantes, para que estes compreendam o
mundo e possam atuar nele com competência e de forma crítica. Nesta perspectiva, cabe-lhe
envolver seus alunos na construção do conhecimento para que eles façam parte desse processo,

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preparando-os para enfrentar e resolver problemas e analisar as consequências da ciência e da
tecnologia na sociedade moderna (KRASILCHIK, 2011).
Neste aspecto, é importante a contribuição de Bacich e Moran (2018, p. 04) quanto às
metodologias adequadas:

Metodologias são grandes diretrizes que orientam os processos de ensino e


aprendizagem e que se concretizam em estratégias, abordagens e técnicas concretas,
específicas e diferenciadas. As metodologias ativas dão ênfase ao papel protagonista
do aluno, ao seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas
do processo, experimentando, desenhando, criando, com orientação do professor
[...] são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na
construção do processo de aprendizagem, de forma flexível.

Esta concepção é complementada por Bastos (2006, p.10) quando explica que as MA
são “processos interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais
ou coletivas, com a finalidade de encontrar soluções para um problema”.
Apesar das inúmeras contribuições teóricas e orientações pedagógicas, os professores
têm encontrado muitos desafios para a adoção dessas metodologias, uma vez que é requerido
que estes profissionais possuam estudo para que as devidas medidas possam ser tomadas para
sua própria superação, de modo a contribuir para a melhoria do ensino da educação básica.
O Curso de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede –
PROFBIO, sediado na UFPB, oferece capacitação profissional voltada ao ensino inovador por
meio de Metodologias Ativas (MA). Atua na formação continuada de professores que estão
em ativo exercício na Educação Básica, contribuindo de forma positiva para o
aperfeiçoamento da prática docente e consequentemente para a melhoria do ensino de biologia.
Com isso, ele proporciona uma constante atualização e aprofundamento dos conteúdos que
são pertinentes à docência no ensino básico, além do contato com metodologias ativas,
diferenciadas e inovadoras que atuam junto as estratégias de facilitação no processo de ensino-
aprendizagem.
Há uma necessidade evidente que os professores estejam em constante processo de
formação para que possam aprimorar seu desempenho em sala de aula e acompanhar as
mudanças constantes da dinâmica da mesma. A sociedade está em constante interatividade e
em meio a tantos estímulos como rede sociais, aplicativos diversos, conversas entre amigos,
etc., o interesse dos jovens pela aula tem ficado em segundo plano. Diante disso, o ensino

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tradicional centrado no professor e na transmissão de conhecimentos não tem sido bem aceito
pelos alunos, uma vez que não faz nenhuma relação com o seu cotidiano e muitos acabam
questionando a utilidade daquele conhecimento para sua vida.

O Ensino de Ciências exige uma abordagem pedagógica inovadora, capaz de atender


a complexidade do processo ensino-aprendizagem que vai além da memorização
excessiva do conteúdo. A abordagem tradicional utilizada no Ensino de Ciências não
desenvolve no estudante o pensamento crítico e nem tão pouco, as habilidades para
a resolução de problemas reais da sociedade. Portanto, existe a necessidade de se
conhecer metodologias e estratégias pedagógicas capazes de estabelecer a ligação
entre saberes escolares e saberes do cotidiano, para que exista o uso efetivo da
ciência em prol do desenvolvimento social (SEGURA e KALHIL, 2015, p. 87).

Nesse contexto situamos as metodologias ativas, nas quais os estudantes ocupam o papel
central do processo de ensino aprendizagem e a construção do conhecimento acontece de
forma colaborativa, sendo levado em consideração as suas experiências, opiniões e
conhecimentos. Por meio de MA o aluno passa a ter uma participação efetiva na sala de aula,
já que essa interação exige dele ações e construções diversificadas, como por exemplo:
pesquisa, comparação, observação, imaginação, obtenção e organização dos dados, elaboração
e confirmação de hipóteses, classificação, interpretação, crítica, busca de suposições,
construção de sínteses e aplicação de fatos e princípios a novas situações, etc (SOUZA, et al.,
2015, p. 289).

Na atividade de ensinar existe a necessidade de reconhecer que o estudante é na


verdade o sujeito da aprendizagem, ou seja, quem realiza a ação, uma vez que a
aprendizagem é um processo interno que ocorre como resultado da ação de um
sujeito. Mas, apenas o professor pode adquirir competência para mediar, criar
condições e facilitar a ação do estudante (DELIZOICOV, et al., 2009 apud
SEGURA e KALHIL, 2015, p.90).

As metodologias ativas no ensino de biologia devem ser utilizadas a fim de despertar o


interesse dos alunos pela ciência, além de dar condições para atuarem de forma crítica frente
à resolução de problemas por meio da investigação, desenvolver a autonomia, relacionar os
conhecimentos científicos com o cotidiano incluindo o entendimento do contexto social em
que o educando está inserido, etc. tendo em vista que se trata de uma ciência experimental e

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para obter sucesso no processo de ensino aprendizagem deve-se utilizar de abordagens
diferenciadas de ensino.
Entretanto, na realidade da prática docente nas escolas brasileiras, ainda são encontrados
muitos desafios para o alcance das inovações metodológicas na educação básica. O principal
obstáculo é a falta de tempo dos professores para planejar suas ações com uso de metodologias
diferenciadas, visto que, a maioria leciona em mais de uma escola e é reponsável por muitas
turmas, comprometendo o tempo para a organização de sua prática. Atrelado a isso, existe a
dificuldade em romper com a quebra dos paradigmas do ensino tradicional, que representa um
comodismo dos professores e/ou falta de preparação dos mesmos, uma vez que existe uma
demanda muito maior de energia para preparação de uma aula com uso de metodologias
diferenciadas, e, dessa forma o ensino tradicional ganha força e continua o grande protagonista
nas salas de aula. Em segundo plano, encontra-se uma diversidade de fatores como: falta de
apoio pedagógico da escola; infraestrutura física precária; carência de recursos e materiais
para auxiliar em algumas atividades; salas de aula com um grande número de alunos, que
consequentemente dificulta o fornecimento de uma boa assistência do professor aos alunos,
etc.
Tendo em vista o exposto, esta pesquisa buscou identificar as dificuldades enfrentadas
por docentes da educação básica, que integram o PROFBIO/UFPB (2019), quanto à
implementação de metodologias ativas no ensino biologia em escolas de rede pública da
Paraíba. O estudo foi orientado pela abordagem quali-quantitativa na qual os sujeitos foram
induzidos a expressarem suas percepções acerca dos desafios enfrentados para a
implementação de metodologias ativas na sua prática docente.
Os resultados revelam potencias educativos e os desafios a serem superados pelos
professores para a implementaçao de metodologias ativas como: a superação ao modelo
tradicional de ensino, a precária infraestrutura escolar e a falta de formação pedagógica de
apoio às atividades curriculares. Tais fatores influenciam diretamente na qualidade do ensino,
dificultando o processo de aprendizagem. Evidencia-se, portanto, a necessidade de que o
espaço escolar seja alterado, com investimentos técnicos e pedagógicos para se incorporar aos
novos cenários educativos, se adequando às demandas emergentes na formaçao destes jovens
e aos desafios da sociedade contemporânea.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa se fundamentou nos pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa quali-
quantitativa que pode resultar em modelos estatísticos focado na objetividade
(RICHARDSON, 1989; LAKATOS e MARCONI, 2005), como também envolve dados
subjetivos e, neste caso o foco é na interpretaçao e assim o pesquisador exerce influência sobre
a realidade estudada e também é influenciado (CASSEL e SYMON, 1994, p. 127-129).
O estudo foi realizado na cidade de João Pessoa (PB), durante os meses de Julho e
Agosto de 2019. Por meio deste buscou-se averiguar as principais dificuldades enfrentadas
por professores de biologia da educação básica para o uso de metodologias ativas em sala de
aula. Os sujeitos da pesquisa foram os professores de biologia do ensino básico, que são
mestrandos do PROFBIO na Universidade Federal da Paraíba, e foram escolhidos em virtude
de estarem participando de um programa de formação continuada, tendo em vista que estariam
em contato com a temática abordada no trabalho e apontariam com propriedade sobre suas
vivências em sala de aula em torno da problemática.
Os dados foram coletados durante o mês de julho de 2019, através de questionários
online por meio da ferramenta Google formulários. Ao todo 26 docentes contribuíram com o
estudo em questão. Os questionários foram semiabertos constituídos por 13 questões, sendo
quatro questões fechadas, oito abertas e uma semiaberta que possuía a opção de marcar uma
alternativa e justificar a escolha. O instrumento de coleta de dados escolhido teve a pretensão
de fornecer subsídios para que fosse possível traçar o perfil dos mestrandos do
PROFBIO/UFPB e suas expectativas na formação continuada, analisar as percepções dos
sujeitos da pesquisa acerca da importância das metodologias ativas no Ensino de Biologia e
entender os desafios enfrentados no desenvolvimento de metodologias ativas em escolas da
educação básica.
A análise dos dados foi realizada a partir da definição de categorias para cada
agrupamento de questões. As respostas que englobavam ideias semelhantes foram agrupadas
em categorias para que os dados pudessem ser padronizados e sistematizados, e posteriormente
discutidos. Foram tomadas como bases as ideias de Carlomagno e Rocha (2016, p. 175) que
afirmam que

A metodologia de análise de conteúdo se destina a classificar e categorizar qualquer


tipo de conteúdo, reduzindo suas características a elementos-chave, de modo com
que sejam comparáveis a uma série de outros elementos.

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A fim de auxiliar na interpretação dos dados, também foi realizada a frequência relativa
dos dados e fez-se uso do programa computacional Excel como ferramenta de apoio durante a
análise.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS DOCENTES INVESTIGADOS
O aprimoramento da prática docente implica num constante processo de ação e reflexão
sobre o ato e a mobilização de saberes em diversas dimensões (TARDIF, 2002). No entanto,
uma formação inicial deficitária, pouca valorização da carreira docente e duplas jornadas de
trabalho são fatores que influenciam na atitude do próprio professor frente ao seu processo de
atualização e desenvolvimento profisssional. Diante disso, identificar as motivações
provenientes do público da formação continuada torna-se um passo importante para esclerecer
às demandas advindas da reflexão sobre si e seu fazer docente. Nessa direção, 42,31% dos
professores ao ingressar no PROFBIO tinham a expectativa de aprofundar conhecimentos,
melhorar e aplicar novas metodologias de ensino, 34,62% almejaram melhorar sua prática
docente, 15,38% buscaram qualificação profissional e 3,85% ansiavam pela utilização do
programa como meio para troca de experiências.
Tais resultados revelam uma atenção por partes dos docentes investigados em aprimorar
as práticas a partir dos conhecimetos mobilizados através do PROFBIO, correspondendo com
os objetivos dos programas de formação continuada, pois visam oferecer suporte para o
desenvolvimento e atualização dos conhecimentos que são indispensáveis para esse perfil
profissional, propiciando, dessa maneira, uma formação mais alinhada às demandas que
emergem do atual cenário social (ANDRÉ, 2010).
A preocupação com a formação para além da graduação também pode ser elucidada
através de outros dados, pois 73,08% dos docentes possuem outra pós graduação, além do
mestrado profissional em ensino de Biologia, nos quais 68,42% destes é na área de educação.
Evidencia-se, desse modo, que o público alvo dessa pesquisa se matém atento à sua tajetória
profissional, mas mesmo assim, como visto anteriormente, ainda notam a necessidade de
adquirir novas habilidades e competências.
Por isso, é preciso garantir um processo de construção da identidade docente baseada na
perspectiva de constante redescoberta e questionamento sobre sua ação, calcada numa filosofia
que oriente uma atitude crítica e reflexiva sobre o contexto profissional ao qual está inserido,
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visando identificar as lacunas e demandas existentes no cenário em que vivenciam suas
práticas, bem como compreender suas percepções sobre a formação continuada. Nesse estudo,
34,62% dos mestrandos percebem a formação continuada como importante e necessária para
o desenvolvimento profissional e consequentemente melhoria da educação, 30,77% atribuem
a uma atualização de conteúdos e práticas pedagógicas e compartilhamento de experiências,
23,08% enxergam como uma oportunidade de aperfeiçoamento e revisão das práticas
pedagógicas e 7,69% depreendem como um meio para atualizar os conhecimentos e se adaptar
às mudanças que ocorrem na sociedade contemporânea no contexto educacional.
Nota-se, mais uma vez, nas concepções dos respondentes, que a formação continuada
passa a ser um de dialógo entre teória e prática, que contribui para a aquisição de novos
saberes, além de ofertar um espaço para as inter-relações com os demais participantes, fator
importante por garantir a troca de vivências e fortalecer o espírito de coletividade na carreira
docente (NÓVOA, 2002).
A formação inicial de professores “[...] justifica-se pela necessidade de uma qualificação
profissional para o exercício da função docente, devendo estar, no entanto, adequada às
exigências educativas e de ensino [...]” (MARÇAL, 2012, p. 6). Contudo, essas exigências se
alteram ao longo do tempo, e para que o professor consiga atender às novas demandas dos
jovens e da sociedade, carece de capacitação profissional. Tendo em vista que, quanto maior
o tempo de atuação de um professor em sala de aula, maior o período que este se encontra sem
contato com novas metodologias de ensino provenientes de sua formação. Nesse cenário,
26,92% dos mestrandos ensinam biologia entre 5 e 10 anos, 46,15% entre 10 e 15 anos,
15,38% entre 15 e 20 anos e 11,54% há mais de 20 anos. Estes resultados demonstram a
importância da formação continuada, uma vez que uma grande parcela destes professores têm
um tempo de sala de aula superior há 10 anos. Logo, faz-se necessário um aperfeiçoamento
dos saberes necessários à atuação docente.

3.2 IMPORTÂNCIA DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO PARA O


PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Um grande problema para o professor na sala de aula é atrair e manter a atenção e o
interesse dos alunos. Isso tem acontecido porque a comunicação entre os jovens das novas
gerações indica que eles processam mais informações em velocidades mais rápidas e são
cognitivamente mais hábeis para lidar com desafios mentais. Logo, os métodos tradicionais
de ensino não atendem mais suas necessidades. Por isso, as metodologias ativas de
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aprendizagem representam uma alternativa para atender às demandas e desafios da educação
atual (MOURA, 2014).
Nesse contexto, 80,77% dos professores participantes dessa pesquisa afirmaram que já
trabalharam com metodologias ativas durante o exercício de sua profissão. No que diz respeito
a importância das MA para o processo de ensino aprendizagem, 100% dos docentes
consideraram a aplicação relevante, em que 50% declararam que os alunos participam
ativamente na construção do seu conhecimento, sendo os protagonistas do processo de ensino
aprendizagem, 23,08% relataram que o uso de MA torna as aulas mais dinâmicas e interativas,
estimulando a participação do aluno.
A utilização de MA para o ensino de biologia permite desenvolver no estudante a
capacidade de enfrentar situações do cotidiano, trabalhos em grupo, a redescoberta, a
resolução de problemas individualmente e coletivamente com exercícios de competências de
vida em comunidade, etc. pois o ensino é realizado com base na interação, centrado no
estudante e auto direcionado (SEGURA e KALHIL, 2015).

3.3 POTENCIAIS E DESAFIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE METODOLOGIAS


ATIVAS NO ENSINO DE BIOLOGIA EM RELAÇÃO AO ESPAÇO ESCOLAR
Apesar dos estudos apontarem que o uso de MA é uma excelente alternativa para
envolver o aluno e possibilitar que o mesmo seja o protagonista no processo de construção do
conhecimento, os docentes enfrentam diariamente muitos desafios para desenvolver MA nas
escolas de educação básica. 62% dos participantes dessa pesquisa afirmaram que a(s) escola(s)
que trabalham não oferecem subsídios para a execução de MA, como é colocado pelo A6
(2019):

Ainda é um problema a ser enfrentado, as equipes gestoras na sua maioria veem


essas atividades como barulhentas, a euforia da participação dos alunos muitas vezes
é confundido como perturbação. Uma grande parte das escolas ainda não dispõem
de espaços e materiais adequados bosta o desenvolvimento dessas atividades.

Todavia, 38% dos participantes responderam que a escola oferece subsídios para a
realização de MA, mas é notável em suas colocações que há a necessidade de materiais ou
outros recursos, como é colocado pelo A14: “A gestão escolar deixar bem à vontade para
utilizar os espaços para realizar atividades diversas, porém sofre com grande carência de
recursos materiais e pedagógicos".
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Um ponto em comum as duas colocações, refere-se ao apoio da gestão escolar, pois no
primeiro caso, o trecho mostra que a gestão escolar não compreende as atividades realizadas
com metodologias ativas, enquanto no segundo trecho, a gestão escolar deixa o professor à
vontade para realização das suas atividades nos diferentes espaços da escola. Essa falta de
apoio da gestão escolar em algumas escolas é explicada por Moura (2014, p. 1):

Embora haja o reconhecimento do potencial das metodologias ativas, há também


uma resistência nos ambientes educacionais para a implementação de novos métodos
de ensino, especialmente métodos ativos. Essa resistência parece estar associada, em
parte, com o que chamamos de rigidez sistêmica [...].

3.4 COMPETÊNCIAS DOS DOCENTES PARA TRABALHAREM COM


METODOLOGIAS ATIVAS – A BUSCA DA SUPERAÇAO!
Pelo fato de o ensino tradicional estar fortemente enraizado no sistema educacional,
ainda é muito comum que os professores não tenham domínio da utilização de outros métodos
de ensino. 80,77% dos participantes desse estudo declararam que se sentiam preparados para
desenvolver metodologias ativas na escola, enquanto 19,23% disseram não se sentir
preparados. A justificativa mais citada para explicar tal fato foi a falta de base pedagógica para
desempenhar MA, de forma correta, como é colocado por A26 (2019):

[...] as vezes sinto que preciso dominar mais as práticas pedagógicas com
metodologias ativas, e quando utilizo, não sei se estou sendo coerente com o conceito
de metodologia ativa. Por vezes, a prática de ensino que é diferente da cópia e da
exposição é vista como enrolação, falta de domínio e preguiça do professor.

A colocação anterior evidencia uma falha decorrente do processo de formação do


professor, em que a primazia do saber acadêmico é considerada o mais importante, e o único
saber relevante é o disciplinar (científico e pedagógico), as formas de transmissão do mesmo
devem ser prioritariamente expositivas, para que seja transferido do professor para o aluno de
forma ordenada (DINIZ, et.al., 2005). Logo, quando a formação do professor acontece nessa
vertente, ele não possui formação adequada e necessária para trabalhar com metodologias
ativas o que se constitui como um desafio a ser enfrentado.
O planejamento das ações a serem desenvolvidas na sala de aula se configura como uma
etapa muito importante do processo de ensino para que o desempenho do professor seja

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satisfatório e a aprendizagem dos alunos aconteça de forma eficaz. A dificuldade mais
apontada por 35,90% dos docentes para o planejamento de aulas com metodologias ativas foi
o tempo. Levando em consideração que 84,62% dos mestrandos participantes dessa pesquisa
ministram aulas em mais de uma escola, o tempo que fica disponível para o planejamento das
aulas é comprometido, se caracterizando como um fator limitante para o desenvolvimento de
MA, conforme Pimentel e Costa (2018) o apoio pedagógico em torno das práticas docentes no
processo de elaboração dos planos de trabalho é de relevante importância no que concerne
uma educação ativa e inovadora.
Quando se trata da aplicação de MA em sala de aula, 30,77% dos professores apontam
que a principal dificuldade enfrentada é despertar o interesse dos alunos, pois estão habituados
com as dinâmicas das aulas conduzidas de forma tradicional, enquanto 7,69% dizem não
encontrar nenhuma dificuldade e relatam que os alunos atendem bem a utilização dessa
metodologia. Libâneo (2009) acredita ser necessário propor conteúdos e modelos compatíveis
com as experiências dos discentes, para que eles se mobilizem para uma participação ativa.
Por isso, mais que utilizar metodologias ativas, se faz importante que elas estejam inseridas
dentro do contexto social o qual o professor realiza sua atividade, colaborando para um ensino
que valoriza os conhecimentos prévios e as particularidades individuais e coletivas dos
educandos.
Contudo, mesmo com tantos desafios enfrentados para o desenvolvimento de
metodologias ativas em escolas de educação básica, é necessário buscar alternativas para o
aperfeiçoamento da prática docente. Diante disso, 38,46% dos professores alegaram que
buscam superar as dificuldades para adoção de MA nas aulas de biologia utilizando materiais
simples de baixo custo, 23,08% apontaram que elaborando planejamentos que visam a
otimização do tempo, 11,54% com a realização de atividades de interação entre os alunos e
11,54% adequando os conteúdos a realidade de cada aluno. O mais importante é que o
professor tenha sempre o estímulo de buscar alternativas para os desafios que forem surgindo,
pois só assim, com as mudanças e aperfeiçoamento da sua prática, que o processo de ensino
aprendizagem ocorrerá de forma significativa, democrática e inclusiva.

4 CONCLUSÃO
Apresentamos nessa pesquisa as principais dificuldades apontadas por professores do
PROFBIO para o uso de metodologias ativas em escolas de rede pública. Os resultados
alcançados foram de extrema relevância para o entendimento da realidade em que os
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professores estão inseridos, assim como os desafios enfrentados durante o processo, e as
possibilidades para superá-los.
De forma geral, os professores participantes demonstraram preocupação em aprimorar
as suas práticas docente através da formação continuada, a concebendo como um de dialógo
entre teória e prática que contribui para a aquisição de novos saberes. Apesar da unanimidade
quanto a importância das MA em sala de aula, a limitação de recursos para a realização das
atividades, assim como a falta de tempo e a inflexibilidade da comunidade escolar acabam por
dificultar e, muitas vezes, inviabilizar a realização de aulas com MA. Contudo, foi possível
constatar que grande parte dos alunos demonstram interesse em aulas em que os aspectos
tradicionais não são hegemônicos e uma grande parcela dos professores buscam alternativas
para viabilizar a realização aulas com MA.
O estudo realizado contribuiu para evidenciar a existência de muitos desafios a serem
superados para que ocorra a inserção de novas metodologias de ensino, pois os fatores que
influenciam nessa problemática estão associados a diversas variavéis. Entretanto, ficou
evidente que o ensino tradicional tornou-se obsoleto frente às mudanças sociais, tencológicas
e científicas dos ultimos séculos, dessa maneira, não atendendo as demandas dos alunos da
atualidade, sendo necessário traçar novas alternativas para superação desses desafios, para só
assim, poder utilizar as metodologias ativas como instrumento no processo de ensino e
aprendizagem, contribuindo para sanar as necessidades advindas dos novos perfis do alunado
das escolas brasileiras.
Programas como PROFBIO oferecem para os professores de Ciêncais e Biologia a
oportunidade de tecer novas relações com sua carreira e se adequar as novas demandas da
educação contemporânea, aproximando a escola da universidade em uma mediação feita pelos
docentes em formação continuada, que recebem formas de aperfeiçoar suas práticas por meio
da mobilização de conhecimentos estratégicos que viabilizam minimizar problemas
complexos que estão arraigados a sua atividade, construindo um espaço que fortaleça a
trasformação social por meio da educação.

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