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SUMÁRIO
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA; LINGUAGEM, LÍNGUA,VÍCIOS DE LINGUAGEM;
NÍVEIS DE LINGUAGEM ...................................................................................................................................... 3
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 3
DAS ORIGENS E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA ........................................................................... 3
DA IMPLANTAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL ........................................................................ 3
FASES DO PORTUGUÊS .............................................................................................................................. 4
O PORTUGUÊS NO MUNDO ....................................................................................................................... 4
LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA ............................................................................................................................ 5
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 5
LINGUAGEM .................................................................................................................................................. 5
TIPOS DE LINGUAGEM ............................................................................................................................... 5
LINGUAGEM MISTA ................................................................................................................................... 6
LINGUAGEM FORMAL X INFORMAL .............................................................................................................. 6
LINGUAGEM FORMAL................................................................................................................................ 6
LINGUAGEM INFORMAL ............................................................................................................................ 6
LÍNGUA .......................................................................................................................................................... 7
FALA ............................................................................................................................................................... 7
VÍCIOS DE LINGUAGEM ..................................................................................................................................... 7
PLEONASMO VICIOSO OU REDUNDÂNCIA .................................................................................................... 7
BARBARISMO ................................................................................................................................................. 8
PRONÚNCIA ............................................................................................................................................... 8
MORFOLOGIA ............................................................................................................................................ 8
SEMÂNTICA................................................................................................................................................ 8
ESTRANGEIRISMOS .................................................................................................................................... 8
ORTOÉPICO: ............................................................................................................................................... 8
SOLECISMO .................................................................................................................................................... 8
CONCORDÂNCIA ........................................................................................................................................ 8
REGÊNCIA .................................................................................................................................................. 8
COLOCAÇÃO .............................................................................................................................................. 9
AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA ................................................................................................................. 9
CACOFONIA ................................................................................................................................................... 9
ECO ................................................................................................................................................................ 9
HIATO ............................................................................................................................................................. 9
COLISÃO ......................................................................................................................................................... 9

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NÍVEIS DE LINGUAGEM ...................................................................................................................................... 9


CONCEITO ...................................................................................................................................................... 9
EXISTEM DOIS NÍVEIS DA LINGUAGEM PRINCIPAIS: O CULTO E O COLOQUIAL ..................................... 10
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM COLOQUIAL ..................................................................................... 10
CARACTERÍSTICAS DA NORMA CULTA ..................................................................................................... 10
OUTROS NÍVEIS DE LINGUAGEM ............................................................................................................. 10

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HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA; LINGUAGEM,


LÍNGUA,VÍCIOS DE LINGUAGEM; NÍVEIS DE LINGUAGEM
CONCEITO
A língua constitui um sistema vivo de comunicação que privilegia a mútua compreensão
e entendimento de um determinado povo. Ao adentrar-se no estudo de uma língua, estudam-
se os fatos do contexto histórico, bem como os acontecimentos que promoveram, direta ou
indiretamente, sua origem. No que diz respeito à história da língua portuguesa, faz-se
necessária uma busca histórico-geográfica, desde sua origem até sua implantação no Brasil.
DAS ORIGENS E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
A origem da língua portuguesa está ligada ao latim – língua falada pelo povo romano,
que se situava no pequeno estado da Península Itálica, o Lácio. A transformação do latim em
língua portuguesa se deu por consequência de conflitos e transformações político-histórico-
geográficas desse povo. Isso aconteceu por volta do século III a.C., quando os romanos
ocuparam a Península Ibérica através de conquistas militares e impuseram aos vencidos seus
hábitos, suas instituições, seus padrões de vida e, principalmente, sua língua, que reflete a
cultura.
Existiam duas modalidades do latim: o latim vulgar e o latim clássico. O vulgar, de
vocabulário reduzido, falado por aqueles que encaravam a vida fazendo uso de uma
linguagem sem preocupações estilísticas na fala e na escrita, dotado de variação linguística
notável, uma vez que era uma modalidade somente falada, sendo, pois, suscetível a frequentes
alterações. Já o latim clássico caracterizava-se pela erudição da oralidade e das produções
textuais de pessoas ilustres da sociedade e de escritores, sendo uma linguagem complexa e
elitizada. Das duas modalidades existentes, a que era imposta aos povos vencidos era a vulgar,
pois essa fora a língua predominante dos povos navegantes que exploravam novas terras para
novas conquistas.
Decorridos alguns séculos, o latim predominou sobre as línguas e dialetos falados em
várias regiões. Dessa maneira, formaram-se diversas línguas dentro da região de domínio de
Roma, ou seja, do Império Romano, onde se originaram as línguas românicas, também
chamadas de neolatinas, (diz-se românicas todas as línguas que têm sua origem no latim e que
ocupam parte do território conquistado pelos romanos), das quais nossa língua portuguesa é
oriunda.
O português que se fala hoje no Brasil é resultado de muitas transformações de
acréscimos e/ou supressões de ordens morfológica, sintática e fonológica.
Essas transformações passaram por três fases distintas: desde o galego-português
(língua que predominou nos séculos VIII ao XIII), dissociando-se posteriormente do galego e
dando, assim, surgimento ao português arcaico (séculos XIV ao XVI), que, por conseguinte,
tornou-se português clássico (língua de Camões), perpassando ainda por outros dialetos até
chegar ao português contemporâneo brasileiro.
DA IMPLANTAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
Portugal ficou conhecido pelas grandes navegações que realizara. No século XV e XVI,
através dos movimentos colonialistas e de propagação do catolicismo, Portugal espalhou pelo
mundo a língua portuguesa. Como, então, chegou a este solo essa língua navegante?
Ao Brasil, a Língua Portuguesa foi trazida no século XVI através do “descobrimento”. O
português era imposto às línguas nativas que havia aqui como língua oficial ou modificava-se

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dando origem a outros dialetos. Mas houve um longo processo para que o português se
tornasse idioma reconhecido por Portugal e se fixasse no território brasileiro.
Quando os portugueses desembarcaram na costa brasileira, estima-se que havia aqui
1.200 povos indígenas, falantes de aproximadamente mil línguas diferentes. Além dessa
diversidade étnica e linguística, foram trazidos ainda cerca de 4 milhões de africanos de
diversas culturas para trabalhar como escravos. Essa pluralidade linguístico-cultural
fortaleceu as bases da construção da identidade do português brasileiro. Isso se deu em
detrimento dos interesses políticos e comerciais de Portugal, que tomara algumas medidas
radicais, entre elas a proibição do uso das línguas gerais (diz-se da língua falada no Brasil
colonial como língua de contato entre índios, portugueses e seus descendentes), e a imposição
do português como língua oficial.
O contato entre indígenas, africanos e imigrantes vários que vieram de algumas regiões
da Europa favoreceu o chamado multilinguíssimo. Além da fase bilíngue pela qual passara o
português, o multilinguíssimo contribuiu (e ainda contribui) para a formação do português
brasileiro.
Sabe-se, pois, que o léxico, por exemplo, de uma língua não é estático, está aberto a
novas incorporações: aceita o apagamento de algumas palavras ou a substituição de outras.
Esse fenômeno ocorreu, e ainda ocorre, com muita frequência no nosso idioma português. As
línguas indígenas, por exemplo, contribuíram para o enriquecimento vocabular da botânica
(nomes de plantas), da fauna (nomes de animais), da toponímia (nomes de lugares) e da
onomástica (nomes de pessoas) do português do Brasil.
Justifica-se ainda o multilinguíssimo com a forte influência das línguas e dialetos
africanos que chegaram ao Brasil, tal influência incrementou, por exemplo, a linguagem
religiosa do candomblé, uma manifestação da cultura africana.
A implantação do português no Brasil é marcada por quatro momentos distintos,
períodos significativos para esse processo de implantação: O primeiro momento vai da
colonização até a saída dos holandeses do Brasil em 1954; o segundo começa com a saída dos
holandeses e vai até a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808; já o terceiro,
finda com a independência do Brasil em 1822. Por fim, o quarto momento se inicia 1826, com
a transformação da língua do colonizador em língua da nação brasileira.
O português brasileiro sofreu profundas mudanças para chegar ao português que se fala
hoje. Entretanto, ainda está num processo de construção de sua própria identidade.
FASES DO PORTUGUÊS
Português arcaico: do século XIII ao final do século XIV. Neste período está incluída a
realidade galego-portuguesa.
Português arcaico médio: da 1.ª metade do século XV à 1.ª metade do século XVI.
Português moderno: da 2.ª metade do século XVI ao final do século XVII.
Português contemporâneo: do início do século XVIII aos dias atuais.
O PORTUGUÊS NO MUNDO
O português é, atualmente, a língua oficial de nove países:
Brasil;
Portugal;
Angola;
Moçambique;
Cabo Verde;
Timor-Leste;
Guiné-Bissau;
Guiné Equatorial;
São Tomé e Príncipe.

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Estes países formam a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que visa à
promoção e difusão da língua, bem como à cooperação entre os países falantes de português.
Tendo como objetivo unificar a escrita da língua e, consequentemente, preservar a
língua portuguesa, foi assinado em 1990 o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Em vigor
no Brasil desde 2009, o seu uso passou a ser obrigatório em janeiro de 2016.

LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA


CONCEITO
A comunicação se dá das mais variadas formas, seja por sinais, códigos linguísticos,
escrita e oralidade. Utilizamos da nossa língua, linguagem ou fala para passarmos informação,
contudo, às vezes nos confundimos ao tentar entender a diferença e os conceitos, por isso, é
importante estudá-los para que possamos compreender o funcionamento de cada um e sua
contribuição para a nossa comunicação diária.

LINGUAGEM
Podemos conceituar como linguagem uma capacidade restrita aos seres humanos de
expressar sentimentos, sensações, transmitir informações, opiniões ou mesmo expressar
desejos, proporcionando a troca de dados entre pessoas de diferentes tradições e localidades.
A linguagem em si define-se em dois tipos: a linguagem verbal, que se caracteriza de
forma oral ou escrita, com a utilização de códigos que servem para facilitar a comunicação
entre os homens; e a linguagem não verbal, que se define por símbolos ou sinais em forma de
desenhos e figuras que servem como ponte para a comunicação sem o uso de palavras.
Neste caso, temos os usos da linguagem escrita e linguagem de símbolos, ambas comuns
ao nosso convívio e cotidiano, por isso é possível que reconheçamos informações através de
placas de trânsito, por exemplo.
TIPOS DE LINGUAGEM
A linguagem pode ser:
Verbal: a linguagem verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras
para transmitir a informação).
Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras.
Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma
figura, a expressão facial, um gesto, etc.

Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

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LINGUAGEM MISTA
A linguagem mista nada mais é do que o uso em simultâneo dos dois tipos de linguagem
acima referidos, ou seja, do uso conjunto de palavras, gestos, imagens, cores para estabelecer
a comunicação.
A linguagem mista ocorre quando chamamos uma pessoa e ao mesmo tempo acenamos,
quando dizemos que sim e ao mesmo tempo balançamos a cabeça, quando dizemos não sei e
ao mesmo tempo levantamos os ombros
Está, também, presente em histórias em quadrinhos, em cartazes publicitários, em
charges, em vídeos

LINGUAGEM FORMAL X INFORMAL


LINGUAGEM FORMAL
A linguagem formal também é chamada de linguagem culta. Essa linguagem é aplicada
quando não existe familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em momentos que
requerem mais respeitabilidade.
Características da linguagem formal:
➢ Segue rigorosamente as regras da gramática;
➢ Pronúncia clara e correta das palavras;
➢ Vocabulário rico e vasto.
Momentos onde a linguagem formal é aplicada
➢ Em discursos públicos ou políticos;
➢ Em salas de aula, conferências, palestras, seminários;
➢ Em provas e concursos públicos;
➢ Em reuniões de trabalho e entrevista de emprego;
➢ Em documentos oficiais, cartas, requerimentos.
Pessoas com quem devemos usar a linguagem formal
➢ Superiores hierárquicos;
➢ Autoridades religiosas, oficiais, políticas;
➢ Grande público;
➢ Público desconhecido.
LINGUAGEM INFORMAL
A linguagem informal também é classificada de linguagem coloquial. Essa linguagem é
aplicada quando os interlocutores são amigos ou familiares e em momentos de
descontração.
Características da linguagem formal:
➢ Não se preocupa com o uso correto das normas gramaticais;
➢ Utiliza vocabulário simples, expressões populares e coloquialismos;
➢ Ocorre o uso de gíria, palavrões, palavras inventadas, onomatopeia, gestos;
➢ Aplicação de palavras abreviadas ou contraídas: cê, pra, tá, tbm, dps, tlg;
➢ Está sujeita a mudanças regionais, culturais e sociais.

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A linguagem informal ocorre em:


➢ Conversas do dia a dia;
➢ Mensagens de celular;
➢ Redes sociais;
A linguagem informal é usada com:
➢ Familiares;
➢ Amigos.

LÍNGUA
A língua, por sua vez, consiste num conjunto específico de códigos e palavras diversas,
usados sob regras e leis de combinação que, na verdade, é o que permite que a mensagem seja
passada de maneira compreensível. É muito provável que a mensagem não seja compreendida
totalmente caso seja passada de forma incomum às regras previamente estabelecidas. É como
escrever uma frase onde as palavras estão fora de ordem e esperar que a outra pessoa
entenda exatamente o que se quis dizer. Podemos citar como exemplo básico de língua os
diversos tipos de línguas faladas ao redor do mundo, como a língua portuguesa, língua inglesa,
russa, chinesa e assim por diante

FALA
Já a fala é individual, sendo a forma como um indivíduo se comunica de maneira oral,
fazendo uso da linguagem verbal. É bastante comum que ela seja afetada por costumes locais,
vícios de linguagem relacionados ao ambiente que a pessoa frequenta e as pessoas ao seu
redor, ao tipo de linguagem que estas usam para se comunicar. Nossa fala passa por um
processo de construção ao longo da nossa vida e nela colocamos aspectos do nosso pessoal e
de nossas experiências, por isso, a fala pode distinguir-se bruscamente de um indivíduo a
outro.

VÍCIOS DE LINGUAGEM
Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens
emitidas, os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas
gramaticais.
Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento
das regras por parte do emissor. Observe a seguir.

PLEONASMO VICIOSO OU REDUNDÂNCIA


Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há
repetição desnecessária de uma informação na frase.
Exemplos:
Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer.
Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada.
Encontraremos outra alternativa para esse problema.
Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado
desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem,
constitui uma figura de linguagem

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BARBARISMO
É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis:
PRONÚNCIA
a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico. Por exemplo:
Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)
b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas. Por exemplo:
Estou com poblemas a resolver. (problemas)
c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra. Exemplos:
Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)
O segurança deteu aquele homem. (deteve)
MORFOLOGIA
Exemplos:
Se eu ir aí, vou me atrasar. (for)
Sou a aluna mais maior da turma. (maior)
SEMÂNTICA
Por exemplo:
José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)
ESTRANGEIRISMOS
Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja,
quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua.
Exemplos:
O show é hoje! (espetáculo)
Vamos tomar um drink? (drinque)
ORTOÉPICO:
Eles tinham um grande interese em ganhar aquela promoção. (interesse)
Aquela cidade tinha um carramanchão lindo e muito grande. (caramanchão)

SOLECISMO
É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis:
CONCORDÂNCIA
Por exemplo:
Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)
Fazem quatro meses que ele não vem me visitar. (faz)
REGÊNCIA
Por exemplo:
Eu assisti o filme em casa. (ao)
Cheguei no Rio de Janeiro semana passada. (ao)

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COLOCAÇÃO
Por exemplo:
Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé)
Trabalhei tanto andando que não aguento-me em pé. (me aguento)

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.
Exemplos:
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da
amiga?)
O pai falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)

CACOFONIA
Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou
palavra inconveniente.
Exemplos:
Uma mão lava outra. (mamão)
Vi ela na esquina. (viela)
Dei um beijo na boca dela. (cadela)

ECO
Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes,
provocando dissonância.
Por exemplo:
A divulgação da promoção não causou comoção na população.

HIATO
Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância.
Exemplos:
Eu a amo.
Ou eu ou a outra ganhará o concurso.

COLISÃO
Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando
dissonância.
Por exemplo:
Sua saia sujou.

NÍVEIS DE LINGUAGEM
CONCEITO
Os níveis de linguagem, também chamados de “níveis de fala” ou “registros”, são as
variações no uso da língua, ocorridas em função das diferentes situações sociais em que os
falantes se encontram. Há o “nível de fala formal”, no qual predomina o uso da norma culta; e
o “nível de fala coloquial”, caracterizado pelo uso mais popular da linguagem. É
imprescindível ressaltar que é a situação de interlocução que determina o nível da fala a ser
empregado.

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EXISTEM DOIS NÍVEIS DA LINGUAGEM PRINCIPAIS: O CULTO E O


COLOQUIAL
O registro culto, chamado de norma culta, linguagem formal e registro formal, é usado
na linguagem escrita, na escola e no trabalho, na comunicação social, em situações que
requerem uma maior seriedade, quando não há familiaridade entre os interlocutores da
comunicação.
O registro coloquial, também chamado de linguagem coloquial, linguagem informal e
linguagem popular, é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação e em
conversas descontraídas entre familiares, amigos, conhecidos, vizinhos,
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM COLOQUIAL
➢ Usada em situações informais ou familiares;
➢ É uma linguagem falada, espontânea e despreocupada;
➢ Responde a necessidades de comunicação imediata do dia a dia;
➢ Aceita a existência de algumas incorreções linguísticas;
➢ Há um maior relaxamento em relação às regras gramaticais;
➢ Apresenta um vocabulário simples e expressões populares;
➢ Ocorre o uso de gírias e de palavras não dicionarizadas;
➢ Utiliza estruturas sintáticas simples;
➢ Permite a liberdade de expressão do falante;
➢ Está sujeita a variações regionais, culturais e sociais.
CARACTERÍSTICAS DA NORMA CULTA
➢ Usada em situações formais, principalmente na escrita;
➢ É uma linguagem planejada, cuidada e elaborada;
➢ Privilegia a correção gramatical;
➢ Apresenta um vocabulário rico e diversificado;
➢ Utiliza estruturas sintáticas complexas;
➢ Ensinada na escola e usada na comunicação social.
OUTROS NÍVEIS DE LINGUAGEM
Além dessa divisão principal entre linguagem culta e linguagem coloquial, existem
outras classificações de níveis de linguagem, conforme diferentes autores, como:
➢ nível regional;
➢ nível vulgar;
➢ nível técnico ou profissional;
➢ nível literário ou artístico.

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SUMÁRIO
FIGURAS DE LINGUAGEM: FIGURAS DE PALAVRAS E PENSAMENTO. ............................................................... 2
FIGURAS DE PALAVRAS OU SEMÂNTICAS ..................................................................................................... 2
CONCEITO .................................................................................................................................................. 2
METÁFORA................................................................................................................................................. 2
SÍMILE OU COMPARAÇÃO ......................................................................................................................... 2
ANALOGIA .................................................................................................................................................. 3
METONÍMIA ............................................................................................................................................... 3
PERÍFRASE .................................................................................................................................................. 4
SINESTESIA ................................................................................................................................................. 4
HIPÉRBOLE ................................................................................................................................................. 4
CATACRESE ................................................................................................................................................ 4
EUFEMISMO .............................................................................................................................................. 5
PLEONASMO .............................................................................................................................................. 5
ANÁFORA ................................................................................................................................................... 5
AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA ............................................................................................................. 5
ANTONOMÁSIA.......................................................................................................................................... 5
ALEGORIA .................................................................................................................................................. 5
SIMBOLOGIA .............................................................................................................................................. 5
FIGURAS DE PENSAMENTO ........................................................................................................................... 6
CONCEITO .................................................................................................................................................. 6
ANTÍTESE.................................................................................................................................................... 6
PARADOXO ................................................................................................................................................ 6
GRADAÇÃO OU CLÍMAX............................................................................................................................. 6
PERSONIFICAÇÃO OU PROSOPOPEIA ........................................................................................................ 6
IRONIA ....................................................................................................................................................... 7
APÓSTROFE ................................................................................................................................................ 7
ALUSÃO ...................................................................................................................................................... 7
QUIASMO................................................................................................................................................... 7

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FIGURAS DE LINGUAGEM: FIGURAS DE PALAVRAS E


PENSAMENTO.
FIGURAS DE PALAVRAS OU SEMÂNTICAS
CONCEITO
Consistem no emprego de uma palavra num sentido não convencional, ou seja, num
sentido conotativo. São as seguintes: comparação, metáfora, catacrese, metonímia,
antonomásia, sinestesia, antítese, eufemismo, gradação, hipérbole, prosopopeia, paradoxo,
perífrase, apóstrofe e ironia.
METÁFORA
“Deixe a meta do poeta, não discuta / Deixe a sua meta fora da disputa / Meta dentro e
fora, lata absoluta / Deixe-a simplesmente metáfora” (Metáfora — Gilberto Gil)
A metáfora é, provavelmente, a figura de linguagem que mais utilizamos no nosso dia a
dia. Ela se baseia em uma comparação implícita, sem o elemento comparativo (“como” ou “tal
qual”, por exemplo), em que uma característica de determinada coisa é atribuída ao elemento
metaforizado.
Consiste em usar a palavra referente a essa coisa no lugar da característica propriamente
dita, depreendendo uma relação de semelhança que, por termos uma linguagem flexível e
complexa, conseguimos entender.
Por exemplo, se dizemos que “Maria Rita é uma flor”, nosso cérebro já tem mecanismos
para compreender que o que queremos dizer é que ela é delicada, perfumada, bonita etc., e não
que ela seja literalmente uma flor.
Para textos na web, é interessante utilizar algumas metáforas para validar seus
argumentos e enriquecer linguisticamente o seu texto.
Se você está escrevendo sobre novas tecnologias, por que não contar com metáforas
referentes a objetivos tecnológicos? Dessa forma, seu leitor ficará mais preso ao tema proposto
e sua produção lhe parecerá mais atraente e bem escrita.
Mas tenha cuidado, pois há mais de uma possibilidade de interpretação da metáfora, já
que a identificação entre os dois elementos em comum pode ficar por conta do leitor. Portanto,
procure esclarecer ao máximo o que você quer dizer quando usar esse recurso.
SÍMILE OU COMPARAÇÃO
“Te ver e não te querer (…) / É como mergulhar no rio / E não se molhar / É como não morrer de
frio / No gelo polar” (Te Ver — Samuel Rosa, Lelo Zaneti e Chico Amaral)
A símile é, assim como a metáfora, uma figura de comparação — mas, dessa vez, explícita. Como
assim?
A metáfora é mais subjetiva, pois sugere implicitamente uma ligação entre dois seres ou entidades
diferentes a partir de uma característica em comum, enquanto a símile apenas aponta que existe uma
semelhança específica e objetiva entre os dois elementos comparados.
Retomando o exemplo que trouxemos quando explicamos a metáfora, uma símile seria “Maria Rita
é bela como uma flor” ou “Maria Rita é cheirosa, assim como uma flor” — dessa forma, ressaltamos o
determinado atributo que queremos comparar e trazemos um elemento comparativo (“como”, “que
nem”, “assim como”, “tal qual”).
Quando se escreve para a web, fazer comparações explícitas pode ajudar você a ressaltar um
argumento ou contrastar opções com mais propriedade e clareza.
Como a símile é mais objetiva que a metáfora, ela é uma opção mais segura para ser utilizada em
textos com uma linguagem mais séria. Além disso, a relação de similaridade (daí o nome “símile”!) entre
os vocábulos pode ser uma carta na manga na hora de convencer o leitor do seu ponto de vista.

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ANALOGIA
A analogia também é uma espécie de comparação, mas, nesse caso, feita por meio de uma
correspondência entre duas entidades distintas. O termo também é utilizado no Direito e na
Biologia.
Na escrita, a analogia pode ocorrer quando o autor quer estabelecer uma aproximação
equivalente entre elementos por meio do sentido figurado e dos conectivos de comparação.
Por exemplo, em um trecho do romance “A Redoma de Vidro”, a autora Sylvia Plath faz
uma analogia entre a abundância de opções que temos para escolher o que faremos da vida e
uma árvore cheia de figos:
“Da ponta de cada galho, como um enorme figo púrpura, um futuro maravilhoso acenava
e cintilava. Um desses figos era um lar feliz com marido e filhos, outro era uma poeta famosa,
outro, uma professora brilhante, outro era Ê Gê, a fantástica editora, outro era feito de viagens
à Europa, África e América do Sul, outro era Constantin e Sócrates e Átila e um monte de
amantes com nomes estranhos e profissões excêntricas, outro era uma campeã olímpica de
remo, e acima desses figos havia muitos outros que eu não conseguia enxergar. Me vi sentada
embaixo da árvore, morrendo de fome, simplesmente porque não conseguia decidir com qual
figo eu ficaria. Eu queria todos eles, mas escolher um significava perder todo o resto, e enquanto
eu ficava ali sentada, incapaz de tomar uma decisão, os figos começaram a encolher e ficar
pretos e, um por um, desabaram no chão aos meus pés.”
Para a web, usar analogias pode ser eficiente quando você quer simplificar o assunto
abordado. Caso ele seja muito complexo, é só fazer uma analogia com algo mais simples que o
leitor entenderá mais facilmente e seu texto se enriquecerá.

METONÍMIA
“E no Nordeste tudo em paz / Só mesmo morto eu descanso / Mas o sangue anda solto /
(…) / Terceiro mundo, se for / Piada no exterior / Mas o Brasil vai ficar rico” (Que País é Esse?
— Renato Russo)
A metonímia é mais uma figura de linguagem que tem a ver com semelhanças. Ela ocorre
quando um único nome é citado para representar um todo referente a ele. Por exemplo, é
comum dizermos frases como “Adoro ler Clarice Lispector” ou, ainda mais comum, “bebi um
copo de leite”.
No primeiro caso, o que eu adoro ler são os livros escritos pela autora Clarice Lispector, e
não a pessoa dela em si. No segundo caso, ocorre o mesmo: o que eu bebi foi o conteúdo (leite)
que estava dentro do copo, e não o objeto copo propriamente dito.
Ao escrever para a web, a metonímia é muito útil e, muitas vezes, usada sem nem
percebermos.
Acontece quando substituímos uma marca por um tipo específico de produto — por
exemplo, Durex substituindo fita adesiva, Toddy substituindo achocolatado em pó e Maizena
substituindo amido de milho. Ela traz maior fluidez à escrita, além de levar o leitor a se
identificar com o texto.

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PERÍFRASE
“Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu
Brasil” (Cidade Maravilhosa — André Filho)
A perífrase acontece quando um nome ou termo é substituído por alguma característica
marcante sua ou por algum fato que o tenha tornado célebre.
Por exemplo, quando falamos no “rei da selva”, estamos falando do leão. Da mesma forma,
podemos nos referir à capital francesa como “Cidade Luz” e ao Rio São Francisco como “Velho
Chico”. Já no caso de pessoas, essa substituição tem o nome de antonomásia (para saber mais,
veja o item 13).
Essa figura de linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para
substituição refere-se unicamente ao termo original, de modo que ele é facilmente identificado.
Na web, a perífrase pode ser utilizada para evitar a repetição de um nome, dando maior
riqueza ao texto. Atenção apenas para não usar codinomes que não sejam populares, pois isso
pode dificultar o entendimento do leitor.

SINESTESIA
“Palavras não são más / palavras não são quentes / palavras são iguais / sendo diferentes”
(Palavras — Sérgio Britto e Marcelo Fromer)
É uma figura de linguagem bastante utilizada na arte, principalmente em músicas e
poesias, uma vez que ela trabalha com a mistura de dois ou mais sentidos humanos (olfato,
paladar, audição, visão e tato).
Na frase “Um silêncio amargo invadiu a sala”, há um tipo de gosto (paladar) servindo de
adjetivo para o silêncio (audição), por exemplo.
Na web, é possível utilizar essa figura quando a pauta permitir: moda, culinária e
fotografia, por exemplo, são categorias em que, dependendo do foco desejado, a metonímia cai
muito bem, intensificando as sensações que o texto eventualmente pode querer passar ao leitor.

HIPÉRBOLE
“Por você eu largo tudo / Vou mendigar, roubar, matar / Até nas coisas mais banais / Pra
mim é tudo ou nunca mais” (Exagerado — Cazuza)
Ao contrário do eufemismo, a hipérbole serve para exaltar uma ideia, com o objetivo de
causar maior impacto e entusiasmo. Ela é muito usada em nosso cotidiano, como na expressão
“Estou morta de fome”, em que a intenção é enfatizar propositalmente o quanto estamos
precisando comer.
Para a web, esse recurso é maravilhoso, pois, se a intenção é convencer o leitor do que
estamos dizendo, nada melhor que chamar a atenção dele para o que queremos, apenas usando
termos exagerados.
CATACRESE
“Me ame devagarinho / Sem fazer nenhum esforço / Tô doido por seu carinho / Pra sentir
aquele gosto / Que você tem na maçã do rosto / Que você tem na maçã do seu rosto” (Maçã do
Rosto — Djavan)
A catacrese é o nome que utilizamos para algo que não tem um nome próprio. Em outras
palavras, pegamos um termo que já existe e o “emprestamos” para alguma outra coisa. Assim,
o substantivo representa dois significados diferentes, que não têm associação.
Maçã do rosto, pé da mesa e asa da xícara são alguns dos exemplos de catacrese muito
utilizados no dia a dia.

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EUFEMISMO
“Dar à luz a uma criança / é iluminar os seus dias / dividir suas tristezas / somar suas
alegrias / é ser o próprio calor / naquelas noites mais frias” (Dar à Luz — Bráulio Bessa)
O recurso do eufemismo é utilizado quando se deseja dar um tom mais leve para uma
expressão — ou seja, é diretamente oposto à hipérbole. O significado permanece, mas a frase
se torna menos direta, pesada, negativa ou depreciativa. “Fulano descansou em paz” é um ótimo
exemplo de eufemismo muito utilizado.
PLEONASMO
“Vamos fugir / Pra outro lugar, baby!” (Vamos Fugir — Skank)
O pleonasmo ocorre quando se repete uma palavra ou expressão na mesma frase com o
mesmo significado. Do ponto de vista da gramática, ele é considerado um vício de linguagem
(deixando a frase redundante). Entretanto, na literatura, costuma ser usado para dar ênfase.
ANÁFORA
“É preciso amor / Pra poder pulsar / É preciso paz pra poder sorrir / É preciso a chuva
para florir” (Tocando em Frente — Almir Sater)
É um recurso utilizado para dar mais ênfase à mensagem, por meio da repetição de
palavras. Ela acontece de forma sucessiva no começo das frases, versos ou períodos.
AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
“Um primo contou ao outro que sua mãe estava doente.”
Ambiguidade é uma figura de linguagem muito utilizada no meio artístico, de forma
poética e literária. Porém, em textos técnicos e redações ela é considerada um vício (e deve ser
evitada). Ela ocorre quando uma frase fica com duplo sentido, confundindo a interpretação.
ANTONOMÁSIA
“A ‘Dama de Ferro’ despertou admiração e ódio.” (Época Negócios)
Trata-se de um tipo de metonímia. Nesse caso, ocorre a substituição de um nome de
pessoa por um conjunto de palavras que a caracteriza. Quando a substituição é de um nome
comum ou lugar, o recurso utilizado é a perífrase.
Por exemplo, quando falamos “rei do futebol”, no Brasil, nos referimos ao jogador Pelé.
Essa figura de linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para substituição
refere-se unicamente ao termo original, de modo que ele é facilmente identificado.
A antonomásia também pode ser utilizada para eliminar repetições e tornar o texto mais
rico — e, assim como a perífrase, deve trazer termos que sejam conhecidos pelo público, de
modo a não prejudicar a compreensão.
ALEGORIA
“A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em
presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo
tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos
bailados, e a orquestra é excelente…” (Dom Casmurro — Machado de Assis)
É usada de forma retórica, a fim de ampliar o significado de uma palavra (ou oração). Ela
ajuda a transmitir um (ou mais) sentidos do texto, além do literal.
SIMBOLOGIA
“A pomba branca simboliza a paz.”
O conceito é bem simples: trata-se do uso de simbologias para indicar alguma coisa.

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FIGURAS DE PENSAMENTO
CONCEITO
Quando alteramos o campo semântico e os sentidos das palavras e expressões, criamos as
Figuras de Pensamento, uma das quatro classificações das Figuras de Linguagem. As figuras de
pensamento são: Ironia, Antítese, Paradoxo, Eufemismo, Hipérbole, Prosopopeia ou
Personificação, Apóstrofe e Gradação.
ANTÍTESE
“Não existiria som se não / Houvesse o silêncio / Não haveria luz se não / Fosse a
escuridão / A vida é mesmo assim / Dia e noite, não e sim” (Certas Coisas — Lulu Santos)
O uso de palavras com sentidos opostos é outro possível recurso para fortalecer o
discurso e deixar um ponto de vista ainda mais claro. A antítese é, justamente, o contraste que
ocorre quando os termos estão bem próximos e acentuam a expressividade do período.
Curiosamente, a antítese é marco da escrita barroca, tida como a arte do contraste, mas
ainda tem espaço na escrita atual, principalmente no contexto digital. O contraste, além de
enfatizar o sentido das palavras, esclarece que a divergência entre elas é o que garante, de certa
forma, o argumento colocado.
PARADOXO
“Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar” (Tiranizar — Caetano Veloso)
O termo, formado pelo prefixo “para”, que indica “contrário a”, e o sufixo “doxa”, que quer
dizer “opinião”, é consagrado pelos filósofos e seus sentidos vão além do uso na escrita.
Apesar de ser parecido com a antítese, o paradoxo é uma figura de linguagem usada para
transmitir sentidos opostos em uma mesma construção sintática. As duas ideias devem estar
na mesma frase para expressar essa contradição lógica e, geralmente, estão lado a lado.
No exemplo acima, o paradoxo é produzido pela oposição lógica das palavras “prender” e
“soltar”. Outros bons exemplos são: “O riso é uma coisa séria”, “O melhor improviso é aquele
que é mais bem preparado” e “(O amor) é ferida que dói e não se sente”, de Luís de Camões.
GRADAÇÃO OU CLÍMAX
“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros
ensanguentados.” (Ocidentais — Machado de Assis)
Ao pensarmos na apresentação de ideias, a gradação é uma figura de linguagem que
propõe a organização das palavras de acordo com a progressão — ascendente ou descendente
— dos conceitos. O clímax é obtido com a gradação ascendente, enquanto o anticlímax é a
organização de forma contrária.
PERSONIFICAÇÃO OU PROSOPOPEIA
“As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres” (Poema de Sete Faces —
Carlos Drummond de Andrade)
Personificar é atribuir características humanas e qualidades a objetos inanimados e
irracionais. Também parece pouco usual, mas acontece mais do que imaginamos. É comum
conceder sentimentos, ações, sensações e gestos físicos e de fala a objetos.
No trecho do poema, a prosopopeia é percebida no ato de dar ação à casa, que teria a
qualidade de espiar os homens.

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IRONIA
“Moça linda bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: um amor!”
(Moça Linda Bem Tratada — Mário de Andrade)
Na ironia, o interlocutor diz uma coisa, mas o significado é outro. Ela é muito conhecida e
utilizada no dia a dia, mas ainda pode gerar certa confusão — principalmente na língua escrita.
É utilizada para se expressar de forma sarcástica ou bem-humorada, além de servir como
disfarce ou dissimulação.
APÓSTROFE
“Oh! Deus, perdoe este pobre coitado / Que de joelhos rezou um bocado / Pedindo pra
chuva cair sem parar” (Súplica Cearense — Luiz Gonzaga)
Trata-se da figura utilizada para invocação ou chamamento. Também é usada para indicar
surpresa, indignação ou outro sentimento. Um exemplo muito comum é a expressão “minha
Nossa Senhora!”, usada quando alguém se espanta com algo.
ALUSÃO
“Eles estavam apaixonados como Romeu e Julieta.”
A alusão é um recurso utilizado para fazer referência ou citação, relacionando uma ideia
a outra — o que pode ocorrer de forma explícita ou não. Ao fazer referência a um
acontecimento, pessoas, personagens ou outros trabalhos, a alusão ajuda no entendimento da
ideia que se deseja passar.
No caso do exemplo acima, o objetivo é explicar tamanha paixão que uma pessoa sente
pela outra.
QUIASMO
“Cheguei. Chegaste / Tu vinhas fatigada e triste / e triste e fatigado eu vinha.” (No Meio do
Caminho — Olavo Bilac)
O quiasmo ocorre quando existe um cruzamento de palavras (ou expressões), fazendo
com que elas se repitam. Geralmente é usado para enfatizar algum feito. Um bom exemplo de
como ele é usado no dia a dia: “Ele quase não sai. Vai de casa para o trabalho, do trabalho para
casa.”.

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SUMÁRIO
FIGURAS DE LINGUAGEM SINTÁTICA ................................................................................................................ 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
ELIPSE......................................................................................................................................................... 2
ZEUGMA .................................................................................................................................................... 2
HIPÉRBATO ................................................................................................................................................ 2
ANÁSTROFE ............................................................................................................................................... 2
POLÍSSINDETO ........................................................................................................................................... 2
PLEONASMO .............................................................................................................................................. 2
ANÁFORA ................................................................................................................................................... 3
ANACOLUTO .............................................................................................................................................. 3
ASSÍNDETO ................................................................................................................................................ 3
SILEPSE ....................................................................................................................................................... 3
FIGURAS FÔNICAS.............................................................................................................................................. 4
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 4
ALITERAÇÃO............................................................................................................................................... 4
ASSONÂNCIA ............................................................................................................................................. 5
ONOMATOPEIA.......................................................................................................................................... 5
PARONOMÁSIA .......................................................................................................................................... 5

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FIGURAS DE LINGUAGEM SINTÁTICA


CONCEITO
Essas figuras são usadas para aumentar a expressividade do significado das palavras
ELIPSE
Quando se oculta um termo e que é facilmente descoberto.
Exemplo :
“Na minha frente um ladrão, atrás de mim mais um. Socorro!” – Forma verbal
“estava” está ocultada no texto mas é de fácil identificação
“Está decidido! Amanhã vou pedir comida!” - O pronome EU está oculto no texto.
ZEUGMA
Como se fosse uma elipse. Porém é a ocultação de um termo que já apareceu na frase.
Exemplo :
“Eu falava mal dela. E ela de mim” – Termo “falava mal” foi ocultado na segunda frase.
“Minha filha cursou letras; meu filho, economia.”- Termo cursou foi ocultado na segunda
frase.
HIPÉRBATO
Inversão da ordem direta dos termos na oração
Exemplo: :
Da lua os raios claros vinham – Não seria “Os raios claros vinham da lua”
Estudavam matemática meus filhos no quarto – Seria “os meus filhos estudavam
matemática no quarto.
ANÁSTROFE
A anástrofe, também chamada de inversão, provoca uma inversão leve da ordem normal
das palavras numa frase, ocorrendo maioritariamente a antecipação de um termo.
Exemplo:
Para todos meus sobrinhos comprei presentes.- certo seria “comprei presente para
todos os meus sobrinhos.”
POLÍSSINDETO
Repetição de um conectivo
Exemplo :
“Fui com ela, com ele, com o Samuel, com Duda, com Tiago, com Maria
e com Fernando.” – Repetição da conjunção com
Eu queria conhecer o mundo e viajar por todos os países: Grécia e Itália e Canadá e
Moçambique e Austrália e expandir os meus horizontes- Repetição da conjunção e,
PLEONASMO
O pleonasmo, também chamado de redundância, se caracteriza pelo uso excessivo de
palavras na transmissão de uma mensagem, ocorrendo repetição de ideias.
Exemplo:
Morrer de morte morrida.- Reforço da ideia de morrer.
Subiu para cima- Reforço da ideia de subir.

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ANÁFORA
Frequentemente utilizada na poesia, a anáfora se caracteriza pela repetição de uma ou
mais palavras no início de versos, orações ou períodos.
Exemplo
Você sabe ler.
Você sabe escrever.
Você sabe calcular.
Você sabe pensar?
Repetição dos termos “ você sabe”.
ANACOLUTO
Frequentemente utilizado na linguagem falada, o anacoluto provoca uma interrupção na
frase, antecipando e enfatizando um termo que se desliga da restante oração.
Exemplo:
Dietas, como ter força de vontade para as fazer?
Nora, lembro dela sempre que chego aqui.
Obs: conhecido como interrupção, pois há uma quebra no que seria dito.
ASSÍNDETO
O assíndeto se caracteriza pela marcada ausência de conectores e conjunções que ligam
palavras e orações, sendo a omissão mais notória a da conjunção coordenativa e.
Exemplo:
Eu queria conhecer o mundo, viajar por todos os países, Grécia, Itália, Canadá,
Moçambique, Austrália, expandir os meus horizontes.- Ausência do uso da conjunção E
Vim, vi, venci. - ausência da conjunção e
SILEPSE
Na silepse ocorre uma concordância ideológica e não uma concordância gramatical, ou
seja, a concordância é estabelecida com a ideia que se pretende transmitir ou com termos
subentendidos e não com as palavras que compõem a frase.
➢ Silepse de gênero

Ocorre silepse de gênero quando há uma discordância gramatical entre os gêneros dos
artigos, substantivos, adjetivos, pronomes,… O gênero indica o masculino e o feminino.

Exemplos:
➢ Angra dos Reis é encantadora! (a concordância é feita com a palavra cidade,
feminina, que está subentendida)
➢ A Rio-Santos está engarrafada. (a concordância é feita com a palavra rodovia,
feminina, que está subentendida)
➢ A gente está cansado, precisando de férias. (a concordância é feita com o sexo do
emissor e não com a locução pronominal)
➢ Vossa Santidade está alerto para os problemas atuais da igreja católica. (a
concordância é feita com o sexo da pessoa em questão e não com o pronome de
tratamento)
➢ Silepse de número

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Ocorre silepse de número quando o sujeito é uma palavra no singular que transmite uma
ideia de coletividade, havendo uma discordância gramatical entre o sujeito e o verbo das
orações que estão mais distantes do sujeito. O número indica o plural e o singular.
Exemplos:
➢ O casal viajou pela Europa e tiraram muitas fotos. (a concordância é feita com a
ideia de plural transmitida pelo substantivo casal)
➢ A multidão encheu as ruas e protestaram por um ensino melhor. (a concordância é
feita com a ideia de plural transmitida pelo substantivo multidão)
➢ A maioria das crianças gostam de chocolate. (a concordância é feita com a palavra
no plural crianças e não com o núcleo do sujeito: maioria, no singular)
➢ Silepse de pessoa
Ocorre silepse de pessoa quando há discordância entre o sujeito e a pessoa verbal.
Normalmente, o emissor se inclui num sujeito da terceira pessoa do plural (eles), fazendo a
flexão verbal na primeira pessoa do plural (nós). Existem três pessoas gramaticais: primeira
(quem fala: eu e nós), segunda (com quem se fala: tu e vós), terceira (de quem se fala: ele e
eles).
Exemplos:
➢ Todos preferimos viajar de avião. (a concordância é feita com nós e não com eles:
preferem)
➢ A situação é complicada porque os alunos queremos a anulação da prova. (a
concordância é feita com nós e não com eles: querem)
➢ Os três íamos conversando sobre assuntos cotidianos. (a concordância é feita com
nós e não com eles: iam)

FIGURAS FÔNICAS
CONCEITO
As figuras de som enfatizam o aspecto fonológico da linguagem, através da reprodução,
repetição ou imitação dos sons da língua.
Também chamadas de figuras de harmonia, as figuras de som são:
➢ Aliteração;
➢ Assonância;
➢ Onomatopeia;
➢ Paronomásia.
ALITERAÇÃO
A aliteração se caracteriza pela repetição dos sons consonantais das palavras. Essa
repetição cria ritmo e harmonia, ocorrendo, predominantemente, nos fonemas iniciais das
palavras.
Exemplo
O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

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ASSONÂNCIA
A assonância se caracteriza pela repetição dos sons vocálicos das palavras. Essa
repetição cria regularidade vocálica e musicalidade, ocorrendo, predominantemente, na sílaba
tônica das palavras.
Exemplo:
Minha cela tem terra, tem pedra, não tem janela.
Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

ONOMATOPEIA
Uma onomatopeia é uma palavra que reproduz, de forma escrita, os sons existentes,
quer sejam produzidos pelo ser humano, por animais, pela natureza ou por máquinas e
objetos.
Exemplo:
De tanto ouvir o tique-taque do antigo relógio, já estou com dor de cabeça.
Não aguentava mais aquele tique-taque insistente
PARONOMÁSIA
A paranomásia se caracteriza pela utilização de palavras parônimas, ou seja, de palavras
que têm significados diferentes mas que apresentam grafia e pronúncia muito parecidas,
sendo facilmente confundidas.
Exemplo:
Assaltante de perfumarias, o ladrão foi apanhado em flagrante e fragrante delito.
O passarinho pousou e posou, sentindo-se uma águia

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SUMÁRIO
ELEMENTOS DA LINGUAGEM ............................................................................................................................ 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO ................................................................................................................... 2
MEIOS DE COMUNICAÇÃO ............................................................................................................................ 2
MEIOS DE COMUNICAÇÃO ............................................................................................................................ 2
FATORES PRAGMÁTICOS ............................................................................................................................... 2
FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................................................ 3
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 3
FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA .................................................................................................. 3
FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA .............................................................................................................. 3
FUNÇÃO POÉTICA .......................................................................................................................................... 4
FUNÇÃO FÁTICA............................................................................................................................................. 4
FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA .............................................................................................................. 4
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA .......................................................................................................................... 4
MAPA MENTAL .............................................................................................................................................. 5

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ELEMENTOS DA LINGUAGEM
CONCEITO
A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que representa a
transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor.
Derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa “partilhar, participar
de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento essencial da interação social humana.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a
mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos,
uma empresa, dentre outros.
Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a
mensagem emitida pelo emissor.
Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o
conjunto de informações transmitidas pelo locutor.
Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem.
Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será
transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
Contexto: também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que
estão inseridos o emissor e receptor.
Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma
correta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor, desconhecido pelo
interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros.
OBS: A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a
mensagem transmitida pelo emissor.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Os meios de comunicação representam um conjunto de veículos destinados à
comunicação, e, portanto, se aproximam do chamado “Canal de Comunicação”.
Eles são classificados em dois tipos: individual ou de massa (comunicação social). Ambos
são muito importantes para difusão de conhecimento entre os seres humanos na atualidade,
por exemplo: a televisão, o rádio, a internet, o cinema, o telefone, dentre outros.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Os meios de comunicação representam um conjunto de veículos destinados à
comunicação, e, portanto, se aproximam do chamado “Canal de Comunicação”.
Eles são classificados em dois tipos: individual ou de massa (comunicação social). Ambos
são muito importantes para difusão de conhecimento entre os seres humanos na atualidade,
por exemplo: a televisão, o rádio, a internet, o cinema, o telefone, dentre outros.

FATORES PRAGMÁTICOS
Os Fatores Pragmáticos envolvem a produção de sentidos dos processos
comunicativos, os quais abrangem os diversos tipos de textos, sendo classificados em:

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➢ Situacionalidade: envolve a situação comunicativa, ou seja, o contexto em que


empregado a interação.
➢ Intencionalidade: envolve as intenções comunicativas de quem o produz a
mensagem, ou seja, o emissor (locutor).
➢ Aceitabilidade: envolve o esforço do interlocutor (receptor) em compreender a
mensagem produzida pelo locutor (emissor).
➢ Informatividade: envolve aas informações da mensagem emitidas pelo locutor.
➢ Intertextualidade: envolve a relação com outros textos.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM
CONCEITO
O linguista russo chamado Roman Jakobson caracterizou seis funções de linguagem,
ligadas ao ato da comunicação: função referencial, função emotiva, função poética, função
fática, função conativa e função metalinguística.
Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na
comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam
o objetivo dos atos comunicativos.
Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar
presentes num mesmo texto.
FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA
Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo
principal informar, referenciar algo.
Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na terceira pessoa
(singular ou plural) enfatizando seu caráter impessoal.
Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos
jornalísticos e científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a
respeito de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
➢ Exemplo de uma notícia
Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização
da sua história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-
se que o Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.

FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA


Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo
principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.
Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que
possui um caráter pessoal.
Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles
são marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de exclamação,
etc.
➢ Exemplo de e-mail da mãe para os filhos
Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a
mamãe chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a
viagem em uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando
chegar, quero encontrar essa casa em ordem, combinado?!?

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FUNÇÃO POÉTICA
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização
do sentido conotativo das palavras.
Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por
meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o
principal elemento comunicativo é a mensagem.
Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também
encontramos a função poética na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso
frequente de metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
➢ Exemplo de uma história sobre a avó
Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava
de tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.

FUNÇÃO FÁTICA
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo
que o mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco
reside no canal de comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de
cumprimento, saudações, discursos ao telefone, etc.
➢ Exemplo de uma conversa telefônica
— Consultório do Dr. João, bom dia!
— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua
preferência?
— Dia 8 está ótimo.

FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA


Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem
persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da
mensagem.
Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, a fim
de influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a
presença de verbos no imperativo e o uso do vocativo.
➢ Exemplos
• Vote em mim!
• Entre. Não vai se arrepender!
• É só até amanhã. Não perca!

FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a
linguagem que refere-se à ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o
próprio código.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico
que fala sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos.

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Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e


os dicionários.
➢ Exemplo
Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como
exemplifica a função metalinguística.

MAPA MENTAL

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SUMÁRIO
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO......................................................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
ALTERAÇÃO NO ALFABETO ............................................................................................................................ 2
ALTERAÇÃO NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA .................................................................................. 2
TONICIDADE............................................................................................................................................... 2
MONOSSÍLABOS TÔNICOS ............................................................................................................................. 3
OXÍTONAS ...................................................................................................................................................... 3
PAROXÍTONA ................................................................................................................................................. 4
PROPAROXÍTONA ...................................................................................................................................... 5
ENCONTROS VOCÁLICOS ........................................................................................................................... 5
ALTERAÇÃO NO USO DO TREMA ................................................................................................................... 6
HÍFEN ............................................................................................................................................................. 6

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NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


CONCEITO
Tendo como base o próprio Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, optou-se por
selecionar os principais aspectos que afetam o alfabeto, a acentuação gráfica e os diacríticos
trema e hífen.

ALTERAÇÃO NO ALFABETO
Anteriormente o alfabeto português era constituído de 23 letras, sendo cada uma delas
escrita em maiúscula e em minúscula.
Aa(á) Bb(bê) Cc(cê) Dd(dê) Ee(é) Ff(efe) Gg(ge/guê) Hh(agá) Ii(i) Jj(jota) Ll(ele)
Mm(eme) Nn(ene) Oo(o) Pp(pê) Qq(quê) Rr(erre) Ss(esse) Tt(tê) Uu(u) Vv(vê) Xx(xis) Zz(zê)
Atualmente, com a inclusão das letras K, W, Y, passa a conter 26 letras.
Aa(á) Bb(bê) Cc(cê) Dd(dê) Ee(é) Ff(efe) Gg(ge/guê) Hh(agá) Ii(i) Jj(jota) Kk(capa/cá)
Ll(ele) Mm(eme) Nn(ene) Oo(o) Pp(pê) Qq(quê) Rr(erre) Ss(esse) Tt(tê) Uu(u) Vv(vê)
Ww(dáblio) Xx(xis) Yy(ípsilon) Zz(zê)
Registre-se que, antes mesmo da Nova Ortografia, as três “novas” letras já eram usadas,
principalmente nas seguintes situações:

ALTERAÇÃO NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA


TONICIDADE
O uso correto dos sinais de acentuação requer a identificação da tonicidade das palavras.
A tonicidade destaca a sílaba das outras, pela força articulatória com que a produzimos. Em
palavras de mais de uma sílaba, o acento pode recair sobre a última, a penúltima ou a
antepenúltima sílaba. Observe, nos exemplos a seguir, que as sílabas em negrito são mais fortes
que as demais de cada palavra:

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Em palavras de apenas uma sílaba, chamadas monossilábicas, algumas podem ser tônicas;
outras, átonas.

Como já se disse, a tônica pode estar na última, ou na penúltima, ou ainda na


antepenúltima sílaba

No primeiro caso (tônica na última sílaba), diz-se que a palavra é oxítona; no segundo, que
a palavra é paroxítona; no terceiro, que ela é proparoxítona.

MONOSSÍLABOS TÔNICOS
Dos monossílabos tônicos, acentuam-se apenas os terminados em a, e, o (seguidos ou não
de s).

OXÍTONAS
Das oxítonas, são acentuadas apenas aquelas que terminam em a, e, o, em (seguidas ou
não de s).

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ATENÇÃO: continua mantido o acento agudo nas derivações dos verbos ter e
vir (na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo).
Ex.: ele/ela detém/convém/obtém/sustém/sobrevém. Também está mantido o
uso do circunflexo na terceira pessoa do plural dos verbos ter e vir e em seus
derivados (no presente do indicativo). Ex.: eles/elas
detêm/convêm/obtêm/sustêm/sobrevêm.
ATENÇÃO: continua mantido o acento circunflexo no verbo monossilábico pôr
para diferenciá-lo da preposição monossilábica por.
Ex.: afinal, ela tem de pôr o avental por causa da intensa poeira
ATENÇÃO: continua mantido o acento agudo nas oxítonas terminadas em
ditongos abertos éi(s), éu(s), ói(s).
Ex.: anéis, tonéis, fiéis, Ilhéus, chapéu(s), céu(s) herói(s), anzóis, faróis.

PAROXÍTONA
Das paroxítonas, acentuam-se apenas as que não sejam terminadas em a(s), e(s), o(s) e
em. Note-se que essas terminações são específicas para a acentuação das oxítonas. Com isso,
recebem acento gráfico as paroxítonas terminadas em l, r, n, x, i (seguidos ou não de s), u
(seguido de s ou de m ou n), ps, ditongo oral crescente, ditongo oral decrescente e ditongo nasal,
seguidos ou não de s.

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ATENÇÃO (1): não se acentuam as paroxítonas terminadas em ens. Ex.: hifens,


edens, germens

ATENÇÃO (2): não mais se acentuam as palavras homógrafas para (verbo) e


para (preposição), pela (verbo e substantivo) e pela/o (combinação da preposição
por + artigo definido), polo (substantivo) e polo (aglutinação antiga e popular de
por+lo).

ATENÇÃO (3): não se acentuam as paroxítonas homógrafas-heterófonas


(paroxítonas semelhantes na escrita, mas diferentes na pronúncia), como: governo
(subst.) e governo (verbo), acordo (subst.) e acordo (verbo). Exceção: pôde
(pretérito perfeito do indicativo) e pode (presente do indicativo).

ATENÇÃO (4): não mais se acentuam as paroxítonas com os ditongos abertos


ei e oi quando seguidos de vogal. Ex.: estreia/estreio (verbos), assembleia, plateia,
alcateia, colmeia, ideia, Coreia, epopeia, geleia, odisseia, boia, joia, jiboia, paranoico,
alcaloide, claraboia, apoio/apoia (verbos), apoie, apoies.

ATENÇÃO (5): não mais se acentuam as paroxítonas terminadas em hiato oo,


na primeira pessoa do singular. Ex.: voo (verbo e substantivo), enjoo, coroo, assoo.

ATENÇÃO (6): não mais se acentuam as paroxítonas terminadas em hiato ee,


na terceira pessoa do plural. Ex.: eles/elas deem/veem/creem/leem (e seus
derivados).

PROPAROXÍTONA
Das proparoxítonas, todas devem ser acentuadas

ATENÇÃO: o Acordo manteve a duplicidade de acentuação (acento circunflexo


ou acento agudo) em palavras como econômico/económico, acadêmico/académico,
fêmur/fémur, bebê/bebé, para atender aos dois modos de pronunciar essas palavras.

ENCONTROS VOCÁLICOS

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Dos encontros vocálicos:


a) ainda é usado acento agudo no i e u tônicos das palavras oxítonas ou paroxítonas,
somente se eles forem hiatos e estiverem sozinhos na sílaba, ou acompanhados de s, e
se não estiverem antes de nh, nem depois de ditongo decrescente.

Nas palavras paul, ruim, contribuinte, trair, juiz, não foi usado o acento agudo, pois o i/u
tônicos não estão sozinhos na sílaba.
Nos exemplos campainha, rainha, moinho, não se usou o acento agudo, pois o i está
antecedendo nh.
Nos exemplos feiura, baiuca, boiuno, o acento agudo não pode ser usado, pois antes do u
tônico há ditongo decrescente.

b) foi mantido o acento agudo no i e u tônicos das oxítonas, quando precedidos de


ditongo.

c) não se usa mais acento agudo no u tônico das sequências verbais gue, gui, que, qui.

ALTERAÇÃO NO USO DO TREMA


Na nova ortografia, o trema ( ¨ ) foi totalmente abolido das palavras portuguesas.

Apenas em palavras estrangeiras (e, consequentemente, em suas derivadas) é que se usa

HÍFEN

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a) Em palavras compostas por justaposição (radical + radical), usa-se hífen nas tabelas
abaixo.

Havendo perda da noção de composição, a palavra deve ser grafada sem hífen.
Ex.: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, passatempo, etc.

Os demais topônimos compostos devem ser grafados sem hífen.


Ex.: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Santa Rita do Oeste, etc.
(Exceção: Guiné-Bissau.)

O advérbio bem, ao contrário do advérbio mal, pode ou não se aglutinar com o segundo
elemento, ainda que esse seja iniciado por consoante.
Ex.: bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-nascido (cf. malnascido),
bem-visto (cf. malvisto), etc.

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b) Em palavras derivadas de prefixos/falsos prefixos, tais como: aero, agro, anti, ante,
aquém, arqui, auto, bio, circum, co, contra, des, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper,
infra, in, inter, intra, macro, maxi, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré,
pró, pseudo, retro, semi, sobre, sota, soto, sub, super, supra, tele, ultra, vice, vizo, etc.

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SUMÁRIO
LEITURA E INTERPRETAÇÃO............................................................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
QUAL A DIFERENÇA ENTRE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO? ................................................ 2
O QUE É COMPREENSÃO DE TEXTO? ........................................................................................................ 2
O QUE É INTERPRETAÇÃO DE TEXTO? ....................................................................................................... 3
NÍVEIS DE LEITURA......................................................................................................................................... 3
PRIMEIRO NÍVEL. ....................................................................................................................................... 3
SEGUNDO NÍVEL ........................................................................................................................................ 3
TERCEIRO NÍVEL ......................................................................................................................................... 4
QUARTO NÍVEL .......................................................................................................................................... 4
QUINTO NÍVEL ........................................................................................................................................... 5
REGRAS GERAIS DE LEITURA.......................................................................................................................... 5
DICAS PARA UMA BOA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO...................................................................................... 5
COMO LER E ENTENDER BEM UM TEXTO ..................................................................................................... 6
TÉCNICAS PARA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO COM EXERCÍCIO ...................................................................... 6

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO
CONCEITO
Ler é uma atividade muito mais complexa do que a simples interpretação de símbolos
gráficos e códigos. Isso significa que o indivíduo seja capaz de interpretar o material lido,
comparando-o e incorporando-o à sua bagagem pessoal. Assim, ele mantém um
comportamento ativo diante da leitura.
De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até termos condições de
aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão sendo
adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO


DE TEXTO?
A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está realmente escrito, seja
das frases ou das ideias presentes.
Já a interpretação de texto, está ligada às conclusões que podemos chegar ao conectar as
ideias do texto com a realidade. É o entendimento subjetivo que o leitor teve sobre o texto.
É possível compreender um texto sem interpretá-lo, porém não é possível interpretá-lo
sem compreendê-lo.

O QUE É COMPREENSÃO DE TEXTO?


A compreensão de texto significa decodificá-lo para entender o que foi dito. É a análise
objetiva e a assimilação das palavras e ideias presentes no texto.
As expressões que geralmente se relacionam com a compreensão são:

Segundo o texto…
De acordo com o autor…
No texto…
O texto informa que...
O autor sugere…

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O QUE É INTERPRETAÇÃO DE TEXTO?


A interpretação do texto é o que podemos concluir sobre ele, após estabelecer conexões
entre o que está escrito e a realidade. São as conclusões que podemos tirar com base nas ideias
do autor. Essa análise ocorre de modo subjetivo e está relacionada com a dedução do leitor.
Existe uma ciência que estuda a teoria da interpretação, chamada de hermenêutica. Trata-se de
um ramo da filosofia que explora a interpretação de textos em diversas áreas, como literatura,
religião e direito.
Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são:
Diante do que foi exposto, podemos concluir…
Infere-se do texto que…
O texto nos permite deduzir que…
Conclui-se do texto que...
O texto possibilita o entendimento de...

NÍVEIS DE LEITURA
PRIMEIRO NÍVEL.
O primeiro nível é chamado de leitura elementar. Nela, há pouco envolvimento intelectual
e emocional. Por isso, geralmente são leituras rápidas e de fácil entendimento, como
propagandas e banners. Nessa fase, o leitor é capaz de responder qual é o conteúdo do texto,
mas sem se aprofundar mais.
Em outras palavras, é um nível elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler
é uma capacidade cerebral muito sofisticada e requer experiência. Não basta conhecermos os
códigos, a gramática, a semântica: é preciso que tenhamos um bom domínio da língua.
SEGUNDO NÍVEL
É a pré-leitura, leitura de inspeção ou leitura inspecional. Nesse patamar, o leitor age
como um detetive: lê mais de uma vez, analisa as frases, entende o contexto, etc. A pessoa ainda
não está totalmente envolvida com a leitura, mas já de aproxima mais do conteúdo do texto.Tem
duas funções específicas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e,
segundo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos, efetivamente.
Trata-se da primeira impressão sobre o livro. É a leitura que comumente desenvolvemos
“nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de partes, respondem basicamente às seguintes
perguntas:
 Por que ler este livro?
 Será uma leitura útil?
 Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de
imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você
se propuser a ler um livro sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo,
provavelmente o aproveitamento será muito baixo.
Ler é considerar os seguintes pontos:
 armazenar informações;
 desenvolver;
 ampliar horizontes;
 compreender o mundo;
 comunicar-se melhor;
 escrever melhor;

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 relacionar-se melhor com o outro.


 pré-leitura
 nome do livro
 autor
 dados bibliográficos
 prefácio (é escrito por terceiros ou pelo próprio autor, referindo-se ao tema
abordado no livro e muitas vezes também tecendo comentários sobre o autor) e
índice
 prólogo (comentário feito pelo autor a respeito do tema e de sua experiência
pessoal) e introdução (escrita também pelo autor, referindo-se ao livro e não ao
tema)
Os passos da pré-leitura:
• O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edição do livro, fazer um
folheio sistemático (ler o prefácio e o índice ou sumário), analisar um pouco da
história que deu origem ao livro, ver o número da edição e o ano de publicação. É
muito importante verificar estes dados para enquadrarmos o livro na cronologia
dos fatos e atualidade das informações que contém.
Verifique detalhes que possam contribuir para a coleta do maior número de
informações possível.
• O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Pode-se, nesse caso, aplicar as
técnicas da leitura dinâmica.
TERCEIRO NÍVEL
É conhecido como analítico. Neste nível, o leitor já está completamente envolvido com a
leitura. Além de conhecer a história, ele entende o que o escritor quer dizer, compreende a
estrutura do texto e consegue conectar esse conhecimento com outras informações já
conhecidas por ele. Dessa forma, já é possível ter uma opinião formada sobre a leitura.
Depois de vasculhar o livro na pré-leitura, o analisamos. Para isso, é imprescindível que
saibamos em qual gênero o livro se enquadra - trata-se de um romance, um tratado, um livro
de pesquisa e, neste caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos.
No caso de ser um livro teórico, que requeira memorização, procure criar imagens
mentais sobre o assunto. A leitura efetiva vai acontecer nesta fase e a primeira coisa a fazer é
ser capaz de resumir o assunto do livro em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso, pois
o encadeamento das idéias já é de nosso conhecimento.
QUARTO NÍVEL
É o denominado de controle ou leitura sintópica. Nela, o leitor consegue, além de ler o
livro, comparar a obra com outras que ele já leu e, com isso, visualizar o assunto por diversos
ângulos. Dessa forma, o leitor pode chegar a novas conclusões que, muitas vezes, não se
encontram nem nos próprios livros. Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente
acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos de um
texto são explicitados, à medida em que vamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico
fará com que fiquemos com a dúvida incomodando-nos até que tenhamos a resposta.
Caso não haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do
dicionário. A esta altura, já conhecemos bem o livro e o ato de interromper a leitura não vai
fragmentar a compreensão do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que
sublinharemos os tópicos importantes, se necessário.

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QUINTO NÍVEL
É a etapa da repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do texto, mas
aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, experiência do que foi lido na vida.
Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Na leitura, quando não
passamos pela etapa da repetição aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos
quando queremos evocar o assunto.
Para evitar isso, faça resumos. Observe os trechos sublinhados do livro e os resumos de
cada capítulo, trace um diagrama, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras.
Procure associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou tente exemplificá-lo com
algo concreto.

REGRAS GERAIS DE LEITURA


Para melhorar a interpretação de texto uma dica é ler mais. E não precisa ser apenas livro.
Leia textos na internet que você se interessa, revistas, gibis, manuais, livros do seu interessa. O
importante é que o hábito da leitura faça parte da sua rotina. Fique atento as seguintes dicas na
hora de ler:
• Não tenha preguiça: se você quer melhorar o seu desempenho na interpretação
de texto, é importante ler algumas vezes. Pode ser necessário retornar alguns
parágrafos a fim de retomar certa ideia ou rever o comportamento, a fala de uma
personagem.
• Estabeleça um duplo diálogo: com o autor e com você mesmo. Isso quer dizer que
você pode ter a sua ideia em relação ao assunto, mas que respeita o
posicionamento do autor, ou seja, quando for realizar a interpretação tem-se um
duplo diálogo.
• Concordando e, também, discordando das ideias expostas: não é porque o
assunto seja contrário a sua ideia que você vai concordar. Coloque-se no papel de
defensor e de opositor. Depois, forme seu próprio julgamento.
• O bom leitor nunca é ingênuo: por mais que o texto seja incrível, o leitor precisa
se posicionar, compreender bem as entrelinhas. Ás vezes o texto pode ter um
posicionamento mais persuasivo.
• Sobre a leitura de forma resumida: leia o texto com calma, duas ou três vezes. Ler
mais vezes o texto não é perda de tempo. E quando tiver dúvida em alguma
questão, não deixe de retornar o texto. E muita atenção ao enunciado da questão,
pois, muitas vezes, ele exigirá que você leia não só o trecho citado, mas um ou
mais

DICAS PARA UMA BOA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO


Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores. E não é uma dica
que vai melhorar a sua interpretação. Algumas dicas sempre são bem-vindas para quem fará
uma prova que envolva este assunto e quer um resultado positivo como a aprovação.
As pessoas têm pouca disposição de mergulhar no texto. Isso é fato. Elas acham que ler
uma vez é o suficiente e que uma segunda leitura é perda de tempo. Ai é que estão enganadas.
Com apenas uma leitura, não consegue se aprofundar bem a leitura a leitura, e
consequentemente não é possível extrair do texto aquelas informações que uma leitura
superficial, apressada, não permite.

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Confira algumas dicas:

01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes;
04) Inferir;
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las.

COMO LER E ENTENDER BEM UM TEXTO


• Sempre releia o texto pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos
surpreendentes. E lembre-se: jamais será perda de tempo;
• Retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo,
• Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor;
• Quem lê com cuidado certamente corre menos no risco de tornar-se um
analfabeto funcional;
• São fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada,
respectivamente etc;
• Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda
de tempo.
• Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo
autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura;
• Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de
reconhecimento e a interpretativa.

TÉCNICAS PARA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO COM EXERCÍCIO


Certifique-se de que sempre que for ler, ou fazer exercícios de interpretação de texto,
procure um lugar calmo. Isso porque a falta de concentração prejudica muito, porque pode ser
o principal motivo da dificuldade na interpretação e compreensão de texto.
Sempre que for lei esteja atento e se concentre em cada frase. Quando se faz uma leitura
sem estar totalmente envolvido e concentrado, as ideias começam a dispersar. Mantenha o foco
no que está lendo – caso se perca, retorne e recomece.

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SUMÁRIO
INTERTEXTUALIDADE: IMPLÍCITO, EXPLÍCITO E SUBENTENDIDO ...................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA E EXPLÍCITA ............................................................................................... 2
PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS: CONCEITOS E EXEMPLOS .................................................................... 2
PRESSUPOSTOS.............................................................................................................................................. 3
MARCAS LINGUÍSTICAS DOS PRESSUPOSTOS............................................................................................ 3
SUBENTENDIDO ............................................................................................................................................. 3

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INTERTEXTUALIDADE: IMPLÍCITO, EXPLÍCITO E


SUBENTENDIDO
CONCEITO
Intertextualidade é a influência ou relação entre dois ou mais textos, analisando as
referências existentes entre eles. Tais referências podem ser notadas de formas explícitas ou
implícitas e representadas sob diferentes formas, sejam elas auditivas, visuais ou escritas.
Em outras palavras, a intertextualidade é uma espécie de diálogo entre as construções
visíveis no conteúdo, forma ou ambos. A intertextualidade é verificada em músicas,
propagandas publicitárias, artes plásticas, dança, entre outras manifestações.
A vantagem da intertextualidade, desde que utilizada da forma correta, é o
enriquecimento textual por explorar o tema tratado de forma mais aprofundada. Ademais,
serve para comemorar algum acontecimento, relatar um fato histórico, descrever a cultura de
um povo ou de uma personalidade.
Pressupostos e subentendidos são informações expressas implicitamente em um texto e
não expressas de forma direta. Elas são, geralmente, sugeridas pelo texto, através do contexto
inserido ou por marcas lingüísticas.

INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA E EXPLÍCITA


A intertextualidade pode ser classificada conforme sua relação com o texto fonte, isto é,
se aparece de forma direta (explícita) ou indireta (implícita). Veja mais detalhes:
Explícita: os leitores identificam a intertextualidade de forma rápida por elementos e
relação direta estabelecida com o texto fonte. Não exige que haja dedução ou algum
conhecimento prévio para compreensão.
Implícita: não é facilmente identificada pelos leitores, exigindo recorrer a conhecimentos
prévios para compreender o conteúdo. Por isso, não estabelece relação direta com o texto fonte
nem elementos que o identifiquem.
É o leitor que deverá realizar uma leitura eficiente e ordenada para ir além da informação
explícita. Por meio do que é apresentado no texto, ele será capaz pressupor e subentender
ideias implícitas nas entrelinhas.
A diferença entre pressupostos e subentendidos se dá na identificação. Enquanto
pressupostos são sugeridos pelo texto, sob mais fácil identificação, os subentendidos são uma
dedução do próprio leitor a partir do texto.

PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS: CONCEITOS E EXEMPLOS


Para entender pressupostos e subentendidos, um exemplo inicial pode muito bem auxiliar
nas identificações respectivas. Veja:
Andreia estava cansada de ser professora.
Pressuposto: Andrei ainda é professora;
Subentendido: Cansada talvez pelo salário baixo ou más condições de trabalho;

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PRESSUPOSTOS
Pressupostos são informações que, como o próprio nome diz, se pressupõe de outras
informações adicionais. Elas são facilmente identificadas e compreendidas a partir de
expressões ou até mesmo palavras presentes nas orações.
Assim, o pressuposto se destaca por permitir que o leitor consiga identificá-la por meio
do implícito. O pressuposto, dessa maneira, se torna verdadeiro e irrefutável por estar presente
na oração.
EXEMPLOS DE PRESSUPOSTOS
Decidi parar de comer carne.
• Pressuposto: A pessoa comia carne antes.
Finalmente acabei meu livro.
• Pressuposto: Demorou um longo tempo para finalizar o livro.
Alunos que estudam pela manhã têm melhor rendimento.
• Pressuposto: Alguns alunos não estudam pela manhã.
MARCAS LINGUÍSTICAS DOS PRESSUPOSTOS
 Identificar verbos que indicam sentido de fim, mudança, continuidade: começar,
deixar, acabar, continuar e etc…;
 Advérbios dos mais variados tipos: finalmente, já, depois, felizmente e demais…;
 Pronome de introdução: que;
 Locuções indicadoras de circunstância: depois que, visto que, desde que…;

SUBENTENDIDO
Subentendidos, tal como o próprio nome sugere, é aquilo que se subentende; insinuações
que dependem da interpretação do leitor. Não possuem marcas linguísticas ou avaliação de
contexto.
Eles podem ser verdadeiros ou não, além de serem facilmente refutáveis. Isso se deve ao
fato de depender única e exclusivamente de quem interpreta o texto.
EXEMPLOS DE SUBENTENDIDOS
Diana virou vegetariana mês passado.
• Subentendido: Ela comia carne antes de virar vegetariana.
Quando sair de casa, pegue o casaco.
• Subentendido: Está frio na rua.
Você vai voltar a pé a esta hora da madrugada?
• Subentendido: Oferecer uma carona ou alertando sobre o perigo de andar
sozinho no horário.

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SUMÁRIO
TEORIA DO TEXTO.............................................................................................................................................. 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
ORIGEM ......................................................................................................................................................... 2
CARACTERÍSTICAS .......................................................................................................................................... 2
TEXTO VERBAL E NÃO VERBAL .................................................................................................................. 2
TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO .......................................................................................................... 3
TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS ...................................................................................................................... 3
TEXTUALIDADE .............................................................................................................................................. 4
1 – SITUACIONALIDADE ............................................................................................................................. 4
2 – INFORMATIVIDADE .............................................................................................................................. 5
3 – INTENCIONALIDADE ............................................................................................................................. 5
4 – ACEITABILIDADE................................................................................................................................... 5
5 – INTERTEXTUALIDADE ........................................................................................................................... 5
6 – COMUNICABILIDADE ........................................................................................................................... 5
7- COERÊNCIA. ........................................................................................................................................... 6
8 – COESÃO ................................................................................................................................................ 6
9- ACESSIBILIDADE ..................................................................................................................................... 6
10- AUDIBILIDADE...................................................................................................................................... 6
11- LEGIBILIDADE ....................................................................................................................................... 6

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TEORIA DO TEXTO
CONCEITO
Um texto é, maioritariamente, um conjunto organizado de palavras, que formam frases,
que formam parágrafos, que formam o próprio texto. Essa unidade estruturada apresenta um
sentido completo e tem um objetivo comunicativo.
O conceito de texto, contudo, tem vindo a ser alargado ao longo do tempo, abrangendo
não só textos escritos e verbais, como também textos orais e visuais. O mais importante é que
haja uma intenção comunicativa definida e que apresente um sentido completo.
Texto é uma unidade de sentido produzida por um autor e interpretada por um leitor.

AUTOR → TEXTO → LEITOR

Partindo dessa definição, é possível dizer que texto é tudo aquilo a que atribuímos um
sentido ao ler e escrever.

ORIGEM
A origem do texto confunde-se com a origem do próprio homem, uma vez que a
comunicação entre os seres humanos ocorre por meio de textos. O texto, portanto, nasce no
momento em que um homem se comunica com o mundo ou com o outro. Vale a pena
ressaltar, não obstante, a origem etimológica de texto: o termo do latim textus, de textum
(tecido, entrelaçamento). O texto, portanto, seria o entrelaçamento de signos linguísticos, que,
juntos, produzem sentido.

CARACTERÍSTICAS
Cada área da Linguística categoriza os textos de acordo com seu interesse de observação
científica. Não obstante, para fins escolares de leitura e escrita, é possível organizar a infinita
quantidade de textos existentes em alguns grupos, tais como literários ou não literários,
verbais ou não verbais, ou ainda pertencentes a determinados tipos de gêneros ou a outros.

TEXTO VERBAL E NÃO VERBAL


Uma das possíveis divisões dadas aos textos é:

 Texto verbal: tais textos são aqueles escritos com palavras. Todos os textos
compostos por esse tipo de signo linguístico – feitos, portanto, em língua
portuguesa, espanhol, francês etc., são considerados verbais.
 Texto não verbal: por oposição, esses textos são aqueles produzidos sem palavras,
usando significantes visuais (pinturas e fotografias, por exemplo) ou sonoros (tais
como músicas instrumentais);

 Texto misto: é importante lembrar que nem sempre os textos são apenas verbais
ou não verbais. Na verdade, existem inúmeros textos que trazem elementos visuais
e sonoros. Uma propaganda na televisão, por exemplo, costuma apresentar
imagens e sons significativos, além de um conjunto de palavras que tentam
convencer o espectador a comprar o que está se vendendo.

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TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO


Outra forma de dividir os textos seria por meio do critério artístico. De um lado, há
textos tradicionalmente literários, como romances, contos e poemas. De outro, um conjunto
de produções eminentemente não literárias, como editoriais de jornais, anúncios de compra e
venda ou tratados científicos.
Entretanto, nem sempre é tão simples dizer se um texto é literário ou não. O gênero
textual crônica, por exemplo, não seria tradicionalmente literário. Mas há cronistas que usam
de linguagem poética para produzir seus textos e, em muitos casos, há mesmo autores de
literatura que também produziam crônicas. Carlos Drummond de Andrade, para citar um
caso, passou a vida publicando crônicas e, atualmente, esses seus textos estão reunidos em
livros que são, em grande medida, considerados literários.
TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
É possível classificar os textos por meio dos tipos e dos gêneros a que pertentem. Tipo
ou tipologia textual são as diferentes formas que um texto pode apresentar-se. As principais
tipologias são:

Narrativa;
Descritiva;
Expositiva;
Dissertativa;
Argumentativa.

Os gêneros textuais, por outro lado, são categorias que reúnem textos com
características semelhantes. Por exemplo, há diversos textos publicados por jornais para
afirmar seus respectivos pontos de vista: a esse tipo de texto chamamos editorial. Em outro
exemplo, existem inúmeros textos usados para vender ou comprar itens ou serviços: são os
chamados anúncios. Seria impossível listar todos os gêneros que existem, mas vale a pena
conhecer as características dos seguintes:
 Gêneros literários
Romances;
Novelas;
Contos;
Crônicas;
Fábulas;
Diários;
Poemas;
Tragédias;
Comédias;
Dramas.

 Gêneros não literários


Artigos de opinião;
Crônicas jornalísticas;
Editoriais;
Resumos;
Resenhas;
Notícias;

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Reportagens;
Propagandas.

TEXTUALIDADE
Entende-se por textualidade um conjunto de características que nos possibilita conhecer
um texto. Os fatores de textualidade são os seguintes: coerência, coesão, intencionalidade,
aceitabilidade, informatividade e relevância e mais outros. Vejamos cada um deles:
1 – SITUACIONALIDADE
A situacionalidade que tem função de adequar um texto a uma situação, ao contexto.
Recebe-se que uma situação define e conduz o sentido do discurso, na produção quanto na sua
interpretação, por isso que as vezes mesmo um texto com baixa coesão, e pouco claro pode
funcionar melhor em uma situação do que outro que seja mas completo. Uma característica da
situacionalidade é que o texto vai ser diretamente interferido na situação, da mesma forma
este terá reflexo sobre toda situação, pois o texto não é um simples reflexo do mundo real. o
homem deve ser apenas um mediador, com suas próprias ideais e crenças recriando a
situação,dessa forma uma situação nunca será descrita da mesma forma por duas pessoas,
sempre terá diferença.
Considerado como outro fator responsável pela coerência textual a situacionalidade,
pode ser encontrado em duas situações:

A) da situação para o texto


No primeiro caso ao construir um texto é importante observar o que é adequado para
aquela situação, a exemplo: formalidade, variedade dialetal, ou seja, o dialeto ou linguagem
daquela localidade ou região, então trata-se de determinar em que medida a situação
comunicativa interfere na produção e recepção do texto. Deve ser então restrita a
comunicação para que haja o melhor entendimento do interlocutor.

B) do texto para a situação


Já no segundo caso o texto também apresenta reflexos importantes sobre a situação
comunicativa; sendo que dessa vez será do texto para a situação. Jamais o mundo real será
idêntico ao mundo textual, o produtor cria o mundo de acordo com seus pontos de vistas, seus
objetivos, propósitos, etc., portanto o texto não é um cópia fiel do mundo real, mas sim o
mundo tal como ele é visto pelo produtor. Por isso que quando pessoas descrevem o mesmo
fato nunca sai com depoimentos iguais.
• A situacionalidade pode ser considerada em duas direções:
 Da situação para o texto; refere-se ao conjunto de fatores que tornam um texto
relevante para uma situação comunicativa podendo ou não ser construída. Trata-
se, de determinar em que medida a situação comunicativa, tanto o contexto
imediato da interação, ou seja o entorno sócio-político-cultural em que a interação
está inserida na produção do texto, determinando assim os termos a serem
escolhidos na construção do texto como por exemplo, grau de formalidade, regras
de polidez, variedade, linguística e o tratamento a ser dado ao tema.
 Do texto para a situação: o mundo textual não é idêntico ao mundo real, por isso ao
construir um texto, o produtor reconstrói o mundo de acordo com suas
experiências, seus objetivos e propósitos, demonstrando sua maneira de ver o
mundo. O interlocutor interpreta o texto de acordo com seus propósitos e
perspectivas, por isso há sempre uma intermediação entre o mundo real e o
mundo intertextual.

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2 – INFORMATIVIDADE
Agora o foco é passar uma mensagem ou informação através do texto. A informação é
mais do que somente passar um conteúdo, é dar um sentido a este conteúdo.
É a expectativa da quantidade de novas informações que o leitor receberá. Quanto mais
conhecimento o leitor tem do assunto, menos informatividade ele terá.
O interesse do leitor se dará conforme a previsibilidade do texto, ou seja, se o texto for
óbvio ou se o leitor não tiver nenhum conhecimento sobre o assunto, não despertará seu
interesse em ler, mas se ele já tiver algum conhecimento e o texto mostrar para ele que
existem mais informações relevantes, o leitor terá um alto grau de motivação para ler.
3 – INTENCIONALIDADE
É a intenção de quem está produzindo o texto. Ele produz um texto coeso e coerente
para que a ideia principal seja transmitida para seu leitor, mesmo que este objetivo não se
realize em sua plenitude.
4 – ACEITABILIDADE
Segundo o autor Luiz Carlos Travaglia e Ingedore Grunfeld Kock a aceitabilidade
acontece quando duas pessoas estão conversando, ou seja, há um emissor e um receptor, eles
procuram compreender um ao outro por meio da ativação dos seus conhecimentos e
relacionando com o que lhe foi passado, para entender o sentindo do texto. Já segundo os
autores Dayane da Silva e Ednéia de Cássia Antônio dos Santos na aceitabilidade há uma
relação entre a pessoa que escreve e a que lê, acontecendo entre eles uma cooperação de
sentidos, pois o autor explora todos os elementos possíveis para dar coerência ao texto,
fazendo com o que o leitor, através deles, ative os seus conhecimentos de mundo e estabeleça
uma interpretação.
Dessa forma a aceitabilidade constitui a parte oposta da intencionalidade, pois enquanto
a primeira é a ação do emissor em passar para o receptor um texto de acordo com a sua
intenção e objetivos. A aceitabilidade é a ação do receptor em associar ao que está sendo
lindas alguma coerência e interpretá-lo da forma que achar adequada.
5 – INTERTEXTUALIDADE
É o princípio de que todos os textos partiram de um já existente. Olhando por este
ângulo, podemos dizer que não existe um texto totalmente original. Para se produzir um texto
é necessário o conhecimento de outros já produzidos. Na intertextualidade acontece uma
referência implícita ou explícita de outro texto. A intertextualidade pode ocorre em qualquer
tipo de comunicação como música, filmes e etc…
6 – COMUNICABILIDADE
Comunicabilidade acontece quando uma mensagem é transferida de forma integral,
correta, rápida e economicamente. Essa transmissão integral significa que não há ruídos
supressivos, deformantes ou concorrentes. Na transmissão correta há coerência entre a
mensagem mandada pelo emissor e pelo receptor. A rapidez supõe que a mensagem seja
transmitida de maneira curta sem prolongação e a economia quer dizer transmitir a
mensagem da forma mais objetiva possível sem retornos e sem esforços para compreender o
que foi dito. Pode-se falar numa comunicabilidade de código e de discurso.
A comunicabilidade é a qualidade da comunicação otimizada, na qual a mensagem devia
ser transmitida com clareza, integralidade, rapidez e economia, podendo ser oral ou escrita. A
rapidez supõe que se é transmitida pela via, mas curta, a economia presume que não são
necessários retornos, esforços para decifrar e compreender, clareza é a eficiência e pureza

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que a mensagem é transmitida, integralidade supõe que não há ruídos supressivos


deformantes ou concorrentes.
7- COERÊNCIA.
A coerência é um dos principais fatores da textualidade, pois é ela que dá sentido ao
texto. O texto tem que estar compatível com o que o leitor conhece. A coerência é organizar
bem as ideias do texto para que elas não se contradigam, e forme um todo com um mesmo
sentido fazendo com que o texto atinja seu objetivo corretamente.
8 – COESÃO
A coesão são os recursos que usamos para construir a unidade material do texto. São os
mecanismos gramaticais e lexicais para termos um texto claro e compreensível. Dentro de um
texto são usadas palavras que se relacionam para dar sentido a ele. É utilizar corretamente
estas palavras como as conjunções, tempos e modos verbais, classe de palavras e etc…
É estabelecer harmonia entre as partes, dando também coerência ao texto.
9- ACESSIBILIDADE
Comunicação escrita que visualiza a passagem e melhor acesso de informações, se
utilizando do auxílio de medidas como:
Segmentação textual: Na segmentação textual temos como objetivo dar ordem ao texto
para que dele possa ser naturalmente extraído as informações, passando melhor
acessibilidade. Algumas dessas ferramentas usadas para que haja a segmentação é a
pontuação, assim como a:
- pontuação sintagmática, que inclui o ponto, dois pontos, ponto e vírgula, vírgula,
buscando separar ou agrupar conteúdos de acordo com as informações contidas no texto.
Essas pontuações vão organizar o texto em unidades, podendo-se também acrescentar o
parágrafo como um sinal sintagmático.
- pontuação polifônica: inclui sinais como as aspas, os travessões e os parênteses. Podem
também assumir essa mesma função de construção de unidades textuais:
Se os parênteses e os travessões permitem fazer ouvir “outras vozes”, essas vozes são
muitas vezes comentários ou pontos de vista do produtor do texto, textualmente organizadas
como subunidades e dotadas de valores argumentativos geralmente específicos, como valores
de explicação ou justificação, de exemplificação ou de particularização. Em conclusão,
podemos assumir que a pontuação assume claramente uma função de organização textual.
-Unidade temática das partes:
Temática é o assunto central sobre qual é tratado o texto.
O propósito é manter o tema e torna-lo mais explícito sem que haja uma fuga da
ideia.
10- AUDIBILIDADE
Como também na pronunciabilidade que é realizada por meio da elocução a audibilidade
também depende da mesma orientada a audição. Este tipo de comunicabilidade é utilizada
pelo rádio.
11- LEGIBILIDADE

A legibilidade é a qualidade da comunicação escrita destinada a leitura, para que a


legibilidade faça sentido é necessário que a escrita esteja correta e no caso da escrita a mão
com letras legíveis, essa comunicação é comum nas editoras de jornais e revistas.

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SUMÁRIO
TEXTO VERBAL, NÃO VERBAL E MISTO. ............................................................................................................. 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
LINGUAGEM VERBAL ..................................................................................................................................... 2
EXEMPLO ................................................................................................................................................... 3
LINGUAGEM NÃO VERBAL ............................................................................................................................. 4
EXEMPLOS ................................................................................................................................................. 5
LINGUAGEM MISTA ....................................................................................................................................... 5
EXEMPLO ................................................................................................................................................... 6
A DIFERENÇA ENTRE CHARGE, CARTUM, TIRINHA E CARICATURA ............................................................... 7
CARICATURA .............................................................................................................................................. 7
CHARGE ..................................................................................................................................................... 8
O CARTUM ................................................................................................................................................. 8
TIRINHA...................................................................................................................................................... 9

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TEXTO VERBAL, NÃO VERBAL E MISTO.

CONCEITO

Falar sobre o tema Língua & Linguagem é entrar em um campo vasto, repleto de
conceitos e pontos de vista teóricos. Portanto, entendemos aqui que linguagem é uma forma
de expressão, certo? Vamos lá…

Temos, então, as linguagens:

➢ Verbal: oral ou escrita


➢ Não verbal: visual, sonora, corporal…
➢ Mista: verbal e não verbal (mais comum em provas: geralmente solicitam a relação
entre as duas)

INTERAÇÃO PELA LINGUAGEM

Apesar de muita gente entender a poesia e o poema como a mesma coisa, eles não são
sinônimos, mesmo estando interligados. De acordo com o dicionário Aurélio, poesia é a “Arte
de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons,
ritmos e significados”, enquanto poema é “Obra em verso ou não em que há poesia”.

LINGUAGEM VERBAL

A linguagem verbal apresenta-se como sendo a forma de comunicação feita através de


palavras, sejam palavras orais ou escritas. Uma conversa entre mãe e filho utiliza a linguagem
verbal; uma listinha com os produtos que devem ser adquiridos no mercado também se vale
da linguagem verbal; a redação do Enem também a utiliza, uma vez que você escreverá suas
ideias no papel; um evento religioso, com o discurso oral do sacerdote, também utiliza a
linguagem verbal.

Poderíamos continuar incluindo inúmeros exemplos na nossa lista, pois as


possibilidades são infinitas. Não esqueça que as palavras “verbo” e “verbalizar” dizem respeito
à “palavra”, independentemente de ela ser oral ou escrita. Do mesmo modo, a linguagem
verbal segue essa lógica: é uma linguagem de palavras faladas ou escritas.

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EXEMPLO

• TEXTO 01

POESIA PARA GALERA CONCURSEIRA


Por Rodrigo Motta

Olhando pela janela


Vejo um dia ensolarado
Muitos estão se divertindo
E eu, estudando no feriado
Papais sorridentes
Hoje não é dia de terno!
Churrasco rolando
E eu aqui com o meu caderno
Muitos já conseguiram seus cargos
E hoje estão de férias
Ainda estou aqui, na luta
Estudando essas matérias
Hoje é dia 20 de novembro
Dia da Consciência Negra, lembramos Zumbi
E minha mesa, cheias de livros
Há um outro guerreiro aqui
Um guerreiro dos livros e apostilas
Um grande concurseiro
Já tem muita gente com cargos públicos
E eu estou buscando o primeiro
Hoje leio as palavras do Mottinha
E sinto-me muito motivado
Pois esse branquelo administrativista
Também está estudando no feriado
Muita gente posta mensagem de tragédia
Fofocas e picuinhas
Mas uma coisa eu tenho certeza que vou gritar:
UMA VAGA É MINHA!!!!

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➢ TEXTO 02

LINGUAGEM NÃO VERBAL


O ser humano tem necessidade de comunicar-se. É por meio desse processo que nos
construímos socialmente, que produzimos conhecimentos, que convivemos. Nesse sentido,
recorremos a diferentes formas de estabelecermos esses contatos, que não se limitam ao uso
da linguagem verbal.

O nosso corpo, as nossas expressões faciais e o próprio silêncio, às vezes, constroem


mais sentido do que uma fala ou um texto escrito. Basta nos lembrarmos daquele olhar de
mãe, ao repreender uma criança sem sequer pronunciar uma palavra.

E é por isso que também nos valemos da chamada linguagem não verbal em nossos atos
comunicativos, um tipo de linguagem que não se estabelece por meio de palavras, mas, muitas
vezes, por meio de índices, ícones e símbolos, por exemplo.

Essa linguagem é tão importante que, mesmo que estejamos comunicando-nos com
alguém que não compartilha conosco do mesmo código, conseguimos, muitas vezes, efetivar a
comunicação por meio de mímicas, da forma como postamos o nosso corpo, ou até mesmo
utilizando-nos de um sorriso.

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EXEMPLOS
Mímicas, desenhos, pinturas, esculturas, coreografias, semáforos, placas de trânsito... São
incontáveis os modos de ocorrência da linguagem não verbal. Veja, a seguir, uma charge,
gênero que se constrói valendo-se desse tipo de linguagem.

As charges apresentam a denúncia social como uma de suas características mais


marcantes. [1]

As charges apresentam a denúncia social como uma de suas características mais marcantes.
[1]

LINGUAGEM MISTA
Dizemos que a linguagem é mista, quando há um uso simultâneo da linguagem verbal e
da não verbal para a construção da mensagem. Conseguimos observar bem essa ocorrência
quando lemos histórias em quadrinhos, por exemplo. A ideia ao utilizar esse tipo de
linguagem é a de ampliar as possibilidades comunicativas, uma vez que, em determinados
atos comunicativos, apenas a verbal ou apenas a não verbal não se fazem suficientes, sendo,
dessa forma, necessário unir as duas.

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EXEMPLO
No texto abaixo, podemos perceber que linguagem verbal e não verbal complementam-
se.

Charges, cartuns e tirinhas são gêneros que podem apresentar linguagem mista. [1]

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A DIFERENÇA ENTRE CHARGE, CARTUM, TIRINHA E CARICATURA

CARICATURA
é a representação exagerada de características ou hábitos de uma pessoa. Observe as
imagens abaixo:

Ronaldinho RonaldinhoGaucho

A primeira representa muito bem o que é a caricatura. Veja que ela ressalta os dentes
tortos, nariz largo e cabelos longos (apesar desses não serem visíveis na foto) do jogador
Ronaldinho Gaúcho.

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CHARGE
Já a charge faz uma sátira (crítica sarcástica) de acontecimentos atuais, geralmente na
esfera política, afim de demonstrar indignação e insatisfação com a situação vigente. Além
disso, a charge quase sempre utilizada a caricatura para delinear o(s) personagem(s)
envolvidos. Isso pode ser visto na ilustração do ministro Joaquim Barbosa (abaixo). Nela o
martelo e a capa foram realçados, o primeiro através de uma ampliação, indicando uma
punição dolorosa aos réus do “mensalão”, já a segunda foi diferenciada a fim de comparar o
personagem com um herói, um justiceiro.

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O CARTUM
O cartum também utiliza da caricatura, porém, diferente da charge, ele não retrata
personagens conhecidos e não tem como objetivo satirizar uma situação atual, simplesmente
faz graça com uma situação cotidiana. É algo próximo de uma piada.

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TIRINHA
Por fim, a tirinha é uma sequência de quadrinhos que geralmente faz uma crítica aos
valores sociais. É publicada com regularidade, e as mais famosas, ou ao menos mais usadas em
vestibulares, são as da personagem Mafalda.

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SUMÁRIO
VERSIFICAÇÃO OU METRIFICAÇÃO .................................................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
POEMA VS POESIA ......................................................................................................................................... 2
POESIA ....................................................................................................................................................... 2
POEMA ....................................................................................................................................................... 2
OUTROS ELEMENTOS QUE COMPOEM O POEMA ........................................................................................ 4
METRO ....................................................................................................................................................... 4
RITMO ........................................................................................................................................................ 5
MELODIA.................................................................................................................................................... 6
RIMA .......................................................................................................................................................... 6
TIPOS DE TEXTOS LÍRICOS .............................................................................................................................. 8

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VERSIFICAÇÃO OU METRIFICAÇÃO

CONCEITO

A versificação ou metrificação é um recurso estilístico utilizado por muitos poetas, cuja


existência não está necessariamente relacionada com a noção de poesia. Consiste na técnica
de fazer versos, dedicando-se ao estudo dos metros, pés, acento e ritmo, além de estabelecer
normas para a contagem das sílabas de um verso.

POEMA VS POESIA
Apesar de muita gente entender a poesia e o poema como a mesma coisa, eles não são
sinônimos, mesmo estando interligados. De acordo com o dicionário Aurélio, poesia é a “Arte
de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons,
ritmos e significados”, enquanto poema é “Obra em verso ou não em que há poesia”.

POESIA
Do grego poiesis, poesia, no sentido etimológico, significa “produção artística” ou ainda
“criar” e “fazer”. Essa, portanto, está presente não apenas em poemas, mas também em
objetos, paisagens e outras formas de expressão.

As poesias são caracterizadas pela utilização de recursos para expressar a linguagem de


forma especial e diferente do normal, e provoca diversos efeitos de sentido naqueles que
recebem a mensagem. É esta forma de escrita que é responsável por dar sentimento ao
conteúdo descrito pelas palavras em obras. Graças à ela, os textos possuem emoções e
transpassam aos leitores.

Dentre os recursos usados para causar efeitos e sensações em quem está lendo, estão os
recursos sonoros, como por exemplo o ritmo, a rima, a aliteração, entre outros, e o uso da
linguagem para sugerir imagens, como as metáforas e as personificações, por exemplo.

POEMA
Os poemas são também poesias, mas usam a palavra como matéria prima. Trata-se de
obras em verso, composições poéticas, ou ainda refere-se à arte de retratar no papel a poesia.

Estruturados em versos e estrofes, os poemas existem por si mesmos. Entenda o que são
estrofes e versos, parte da estruturação dos poemas.

➔ Estrofe
Uma estrofe é como chamamos cada uma das seções que constituem um poema. Esse é
formado por alguns versos, e as estrofes são separadas em um poema por uma linha em
branco.

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➔ Verso
Verso é como chamamos cada uma das linhas que compõe um poema,
independentemente de estarem agrupadas ou não. Também chamamos de verso a forma de
escrita que não é a prosa.

Exemplo de poema
Poema de sete faces – Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto


desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens


que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:


pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode


é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos , raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste


se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo


se eu me chamasse Raimundo,
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer


mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

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OUTROS ELEMENTOS QUE COMPOEM O POEMA

METRO
A Metrificação é a forma utilizada na Poética para medição de versos (metro),
sendo, portanto, o estudo dessa medida.

Ela é feita mediante a escansão - que consiste na contagem dos sons e dos
versos a partir da elevação de ritmo ou tonicidade das palavras - e, uma vez que a
poesia teria originalmente a função de ser cantada, esses fatores desempenhavam
particular importância, visto que os efeitos desejados eram obtidos através da
regularidade dos versos, bem como das rimas.

Metro = medida do verso.


Metrificação = estudo do metro.

• Recursos Utilizados
A medição de versos obedece às seguintes particularidades:

➢ Sinalefa: Junção de duas sílabas numa só, por elisão, crase ou sinérese.
➢ Elisão: Supressão da vogal final átona quando esta estiver diante da vogal que
inicia a palavra que se segue.
➢ Crase: Fusão de vogais iguais.
➢ Sinérese: Contração de duas vogais contíguas em um ditongo.
➢ Diésere: Separação de vogais numa mesma palavra, constituindo duas sílabas
distintas.
➢ Hiato: Encontro de duas vogais átonas, constituindo uma única sílaba.

• Classificação dos Versos


Mediante o número de sílabas poéticas, os versos são classificados da seguinte
forma:
➢ Monossílabos - 1 sílaba
➢ Dissílabos - 2 sílabas
➢ Trissílabos - 3 sílabas
➢ Tetrassílabos - 4 sílabas
➢ Pentassílabos (ou Redondilha Menor) - 5 sílabas
➢ Hexassílabos (ou Heróico Quebrado) - 6 sílabas
➢ Heptassílabos (Redondilha Maior) - 7 sílabas
➢ Octossílabos - 8 sílabas
➢ Eneassílabos - 9 sílabas
➢ Decassílabos - 10 sílabas
➢ Hendecassílabos - 11 sílabas
➢ Dodecassílabos - 12 sílabas
➢ Bárbaros - mais do que 12 sílabas

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Quando os versos têm o mesmo número de sílabas poéticas, ou seja, são regulares,
eles recebem o nome de isométricos.

Camões compôs todo “Os Lusíadas” em decassílabos, sendo assim, considerada o


melhor exemplo de versos isométricos.

Por outro lado, quando os versos não apresentam regularidade, são chamados de
heterométricos, bem como são chamados de versos livres aqueles que não
obedecem qualquer forma.

RITMO
É a sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam com intervalos regulares. No
verso, o ritmo é formado pela sucessão de unidades rítmicas resultantes da
alternância entre sílabas acentuadas (fortes) e não-acentuadas (fracas); ou entre
sílabas construídas por vogais longas e breves.

O ritmo poético, noção elementar do conceito de versificação, tem como principal


característica a repetição e é assegurado pela utilização dos seguintes elementos:

1) Número fixo de sílabas: difere em muito da contagem de sílabas proposta pela norma
gramatical. Na recitação, o que é relevante é a realidade auditiva, e não a representação
escrita da palavra;

2) distribuição das sílabas fortes (ou tônicas) e fracas (ou átonas);

3) cesura: pausa interna que pode ocorrer em virtude da necessidade de uma


interrupção sintática ou pela necessidade de destacar algum vocábulo;

4) rima: igualdade ou semelhança de sons na terminação das palavras a partir da última


vogal tônica. Pode ser classificada como perfeita, quando a identidade dos fonemas finais é
completa, ou imperfeita, quando essa mesma identidade fonética não é completa;

5) aliteração: está relacionada com o desejo de harmonia imitativa, repetindo fonemas


em palavras simetricamente dispostas. Observe a repetição do fonema /v/ no fragmento do
poema “Violões que choram”, do poeta simbolista Cruz e Sousa:

“Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões, vozes veladas,

Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

6) encadeamento: repetição de fonemas, palavras, expressões ou um verso inteiro


simetricamente disposta;

7) paralelismo: consiste na repetição simétrica das palavras dentro de seu conteúdo


semântico, cuja principal intenção é tornar o texto mais elaborado e requintado. Observe a
ocorrência do paralelismo no fragmento do poema “Baladas Românticas”, de Olavo Bilac:

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Como era verde este caminho!


Que calmo o céu! que verde o mar!
E, entre festões, de ninho em ninho,
A Primavera a gorjear!...
Inda me exalta, como um vinho,
Esta fatal recordação!
Secou a flor, ficou o espinho...
Como me pesa a solidão!

MELODIA
É a sequência de notas (no caso da poesia, de sons) que, apresentando organização
rítmica com sentido musical, se relacionam reciprocamente, de modo a formar um
todo harmônico, uma linha melódica.

RIMA
É a igualdade ou semelhança de sons na terminação das palavras: asa, casa; asa,
cada. Na rima asa, casa há paridade completa de sons a partir da vogal tônica; na
rima asa, cada a paridade é só das vogais. As rimas do primeiro tipo se chamam
consoantes; as do segundo, toantes.

De maneira geral, a rima é feita entre um verso e outro, designando a repetição de


fonemas (sons) idênticos ou semelhantes, geralmente, na sílaba final das palavras.
Assim, quando pensamos no que é rima, logo pensamos na associação entre os
fonemas das palavras que podem ser consideradas como pares nos textos.

Embora as rimas sejam um recurso estilístico de linguagem mais utilizado em textos


estruturados em versos, há poemas e músicas que não apresentam rimas,
caracterizando aquilo que chamamos de versos brancos ou versos soltos.

• CLASSIFICAÇÃO DAS RIMAS:

➢ RIMAS POBRES
As rimas pobres ocorrem entre palavras de mesma classe gramatical:
substantivo com substantivo, verbo com verbo etc.

coração, razão;
beleza, tristeza;
amando, cantando;
bondoso, carinhoso;
amar, pular, cantar.

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Também são consideradas pobres as rimas das palavras finalizadas em sons


corriqueiros, triviais:

Evidentemente, certamente, simplesmente.


amar, pular, cantar.

As rimas pobres não devem ser desdenhadas ou desmerecidas pela adjetivação


pejorativa que carregam no nome. Isso porque há muitas obras literárias construídas
a partir desse recurso estilístico.

➢ RIMAS RICAS
São consideradas ricas as rimas entre palavras pertencentes a classes
gramaticais diferentes. De maneira geral, essa diferença de classes causa
experiências de leitura distintas da leitura dos textos com rimas pobres,
surpreendendo pela novidade.

maravilhosa – babosa (adjetivo - substantivo)


idade – nade (substantivo - verbo)
dela – bela (pronome - adjetivo)
suba – Cuba (verbo - substantivo)
fostes – postes (verbo - substantivo)

➢ RIMAS RARAS
A rima rara ocorre entre palavras que permitem poucas possibilidades de
aproximação fonética (sonora).

Cisne - tisne
estirpe – extirpe

➢ RIMAS PRECIOSAS
As rimas preciosas são rimas artificiais que foram construídas a partir da
combinação de palavras distintas no que se refere à classe e à aproximação fonética:

calúnia - resume-a
tome-a - sonha
pântanos - quebranta-nos
Ásia – alague-a
luxúria - ature-a

O verso apresenta quatro elementos principais: metro, ritmo, melodia e rima.

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TIPOS DE TEXTOS LÍRICOS


➢ Soneto: o termo ‘sonetto’, do italiano, significa ‘pequeno som’. Ele é formado por 14
versos (4 estrofes), donde 2 são quartetos (estrofe formada por 4 versos) e 2 são
tercetos (estrofe formada por três versos).

➢ Haicai: originários no Japão, os haicais são poemas breves compostos de três


versos (17 sílabas) e geralmente apresentam temática referente à natureza.

➢ Ode: poema de exaltação sobre algo, geralmente de personagens. Do grego, o


termo “ode” significa “canto”.

➢ Hino: semelhante a ode, o hino é um poema de exaltação e glorificação, no entanto,


a temática envolve divindades e a pátria.

➢ Sátira: poesia que ridiculariza diversos temas seja no âmbito, social, político,
econômico, etc.

➢ Elegia: são poemas tristes que tem como temática a morte, o amor não
correspondido, dentre outros. Do grego, a palavra “elegia” significa “canto triste”.

➢ Écloga: poesia pastoril que retrata a vida bucólica (do campo), sendo composta,
muitas vezes, por diálogos.

➢ Idílio: Semelhante a écloga, o idílio é uma poesia pastoril, no entanto, destituído de


diálogos.

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SUMÁRIO
RELAÇÕES ENTRE PARTES DE UM TEXTO E INFERÊNCIA. .................................................................................. 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
COESÃO TEXTUAL .......................................................................................................................................... 2
TIPOS DE COESÃO TEXTUAL .......................................................................................................................... 2
COESÃO REFERENCIAL ............................................................................................................................... 2
COESÃO SEQUENCIAL ................................................................................................................................ 3
COESÃO POR CONJUNÇÃO ........................................................................................................................ 3
COESÃO LEXICAL ........................................................................................................................................ 3
COERÊNCIA .................................................................................................................................................... 3
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA COERÊNCIA TEXTUAL.................................................................................... 4
TIPOS DE COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................................................. 4
INFERÊNCIA E COERÊNCIA ............................................................................................................................. 5

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RELAÇÕES ENTRE PARTES DE UM TEXTO E INFERÊNCIA.


CONCEITO
As habilidades que podem ser avaliadas por este descritor relacionam-se ao
reconhecimento da função dos elementos que dão coesão e coerência ao texto. Dessa forma,
eles poderão identificar quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a
continuidade do texto e a compreensão do sentido. Essa habilidade é avaliada por meio de um
texto no qual é necessário que o leitor identifique relações entre as partes e as informações do
texto como um todo.

COESÃO TEXTUAL
A coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias dentro de
um texto. Bem utilizada, a coesão permite a eficiência na transmissão da mensagem ao
interlocutor e, por consequência, o entendimento. Dentro do texto, a coesão pode ser
compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios, pronomes, o emprego de
conectivos, sinônimos, dentre outros.
Para ser melhor empregada, a coesão necessita de recursos, como palavras e expressões
que têm como objetivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto. Esses recursos
são chamados de elementos de coesão. Quando o texto é incoerente, prejudica o processo de
comunicação.

TIPOS DE COESÃO TEXTUAL


COESÃO REFERENCIAL
É o vínculo que existe entre palavras, orações e as diferentes partículas do texto por
meio de um referente.
Nesse tipo de coesão, os termos conetivos ou coesivos anunciam ou retomam as frases,
sequências e palavras que indicam conceitos e fatos.
Isso pode ocorrer através da anáfora ou catáfora.
 A anáfora faz referência a uma informação que já fora mencionada no texto. Ou
seja, ela retoma um componente textual, e também pode ser chamada de elemento
anafórico.
 A catáfora, por sua vez, antecipa um componente textual, sendo chamada de
elemento catafórico.
Os principais mecanismos da coesão referencial ocorrem por meio da elipse e
reiteração.
• Exemplo de coesão referencial por elipse:
EX: Vamos à praia no domingo. Você nos acompanha?
Entenda: neste tipo de coesão, um elemento do texto é retirado e evita a
repetição.
Vamos à praia no domingo. Você nos acompanha (à praia)?

• Exemplo de coesão por reiteração:


EX: Aprendizado é dedicação. Aprendizado é plantar o conhecimento todos os dias.

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Entenda: neste tipo de coesão é possível repetir o elemento lexical ou mesmo


usar sinônimos.

COESÃO SEQUENCIAL
É a maneira como os fatos se organizam no tempo do texto. Para isto, são utilizadas
relações semânticas que ligam as orações e os parágrafos à medida em que o texto é descrito.
A coesão sequencial pode ocorrer por justaposição ou conexão.
• Exemplo de coesão sequencial por justaposição:
Ricardo é, com certeza, a melhor escolha. Além disso, conhece os meandros da empresa.
Entenda: a coesão sequencial por justaposição ocorre para dar sequência ao
texto no ordenamento temporal, espacial e de assunto.

COESÃO POR CONJUNÇÃO


Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto através do emprego
adequado de conjunções:

Como não consegui ingressos, não fui ao show, contudo, assisti ao espetáculo pela
televisão.
COESÃO LEXICAL
Ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou heterônimos.
Observe o exemplo:
Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O carioca nasceu no dia 21
de junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Gênio maior de
nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

COERÊNCIA
O conceito de coerência textual refere-se à relação lógica entre ideias, situações ou
acontecimentos. Em sua obra “Coerência textual”, os estudiosos Koch e Travaglia definem a
coerência como “um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa
situação de comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido deste
texto”. Assim sendo, a coerência é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários da
língua.
A coerência de um texto está diretamente relacionada com a sua significação e não com
os elementos estruturais que podemos encontrar nele. Este conceito diz respeito à
propriedade do texto que permite a construção do sentido a partir dele mesmo.
Os fatores da coerência textual incluem o conhecimento de mundo e partilhado dos
usuários da língua, as inferências, focalização, consistência, relevância, situacionalidade,
informatividade, intencionalidade, intertextualidade e outros.
Observe o seguinte exemplo:
• Fui ao médico e ele me recomendou repouso e uma alimentação mais
saudável, porque eu não estou doente.
A frase acima faz sentido para você? Não, porque ela não é coerente. Agora veja:
• Fui ao médico e ele me recomendou repouso e uma alimentação mais
saudável, apesar de eu não estar doente.

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A última frase apresenta coerência, não é mesmo?


OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA COERÊNCIA TEXTUAL
 Princípio da não contradição
Um texto deve apresentar ideias lógicas que não se contradigam.
 Princípio da não tautologia
Tautologia é o emprego de palavras diferentes para expressar uma mesma ideia. Um
texto coerente precisa transmitir as informações de maneira clara e, quando há o vício de
linguagem que consiste na repetição excessiva de palavras ou termos, há o risco de o(a)
autor(a) não conseguir transmitir o desejado.
 Princípio da relevância
Um texto fragmentado, que aborda assuntos diferentes que não se relacionam entre si,
corre o risco de tornar o texto incoerente, ainda que os seus retalhos apresentem certa
coerência individual.
TIPOS DE COERÊNCIA TEXTUAL
 Coerência sintática:
Está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos elementos,
seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas ambíguas,
bem como o uso inadequado dos conectivos.
 Coerência semântica:
Para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso, antes de tudo,
que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com as
relações de sentido entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça
uma leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e inferência.
 Coerência temática:
Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o tema, com
exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados, impedindo
assim o comprometimento da coerência temática.
 Coerência pragmática:
Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos, orais ou escritos,
são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a sua
realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo,
um pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta
uma afirmação ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi
indagado. Quando essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência
pragmática.
 Coerência estilística:
Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve ser mantida
do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística não
provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros —
como o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada,
principalmente nos textos não literários.

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 Coerência genérica:
Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo com o conteúdo do
enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha como objetivo
ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem seja
concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma ruptura com
esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um
determinado gênero assumindo a forma de outro.

INFERÊNCIA E COERÊNCIA
Normalmente fazem-se inferências da situação para o texto e do texto para a situação.
Mas o que significa inferência? Basicamente, entende-se por inferência todos os artifícios que
o leitor usa com o objetivo de estabelecer uma relação que não está clara no texto. Com
freqUência, as inferências ocorrem entre dois elementos que estão em um texto.
De acordo com Beaugrande e Dressler (BEAUGRANDE, DRESSLER apud KOCK,
Ingedore Grunfeld Vilaça, 1993) “as inferências são meios que construímos para alcançar
conceitos e relações que preencham lacunas (vazios) em um texto. Assim, fazendo inferências,
procuramos resolver um problema de continuidade de sentido.”

Quando fazemos inferências de um texto para uma situação ou vice-versa, criamos conexões
que tentam alcançar uma interpretação sobre o que acabamos de ler ou ouvir, ou seja, é um
processo pelo qual o leitor consegue captar a partir do significado literal do que é escrito ou
dito, o que o escritor pretendia veicular. A inferência é sempre vista como uma “assunção
ligadora”, isto é, que estabelece uma relação entre duas idéias do discurso.

As inferências surgem de uma necessidade e do conhecimento de mundo do leitor.


Charolles (CHAROLLES apud KOCK, Ingedore Grunfeld Vilaça, 1993) diz que o processo de
interpretação e reinterpretação são comandados pelo princípio da coerência, que leva aquele
que interpreta o texto a construir relações que não são expressas nos dados do texto; essas
relações são as inferências.

Pode-se ter como exemplo o enunciado abaixo, retirado da revista TIMES:

“Se não agirmos logo, o frágil meio ambiente da Terra se expandirá além de nosso
alcance. Então nós vamos morrer. A Terra continuará sem nós.”

Analisando o enunciado e conforme o conhecimento de mundo do leitor, podem-se fazer


algumas inferências como:

a) Podemos entender que as pessoas estão aniquilando nossas florestas tropicais,


poluindo nosso ar, devastando os oceanos e destruindo a camada de ozônio.

b) É um aviso sobre a destruição que estamos causando ao nosso planeta. Embora todos
sabem que a situação vem se agravando, a maioria das pessoas ainda ignora esse fato.

c) Dinheiro e poder parecem ser mais importante do que nosso planeta.


Como se pode perceber, sempre é possível fazer várias inferências de elementos que se
tem em um texto ou sentença, no entanto, algumas vezes é bom restringi-las apenas ao
necessário e / ou relevante à interpretação autorizada pelo texto e desejada pelo seu
produtor; porém é muito difícil restringi-las em um texto, porque desta forma, o texto iria
requerer muito espaço para expressar pouca informação. Por outro lado, o texto não exigiria

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um trabalho de interpretação muito grande por parte do leitor, todavia o texto real é assim:
mostram uma quantidade mínima de coesão formal, assumem quantidades massivas de
conhecimento “backgrounded” existente e normalmente requer que o leitor faça.

Finalmente é necessário lembrar que freqüentemente o produtor deseja que inferências


sejam feitas, que o texto abra muitas linhas possíveis de inferências. É o caso do texto dúbio
expresso em propagandas, textos literários e manchetes de jornais ou revistas.

Outro aspecto relevante para a compreensão de um texto é a textura que é feita através
de uma sequência lingüística que forma um texto e não um amontoado aleatório de palavras e
frases. Essa seqüência só é percebida quando o leitor ou ouvinte é capaz de compreendê-lo
como uma unidade significativa. Então, a propriedade da textura é relacionada com a
percepção do leitor ou ouvinte de coerência. Mas o que significa coerência? Pode-se definir
por coerência, uma boa organização de um texto, porém não levando em conta a gramática.

Coerência é algo associado a uma situação comunicativa entre falantes, sempre


favorecendo a compreensão do texto2 . Também é relacionada com a aptidão que o ouvinte ou
leitor tem em construir seu significado. Como resultado disso, coerência pode ser ao mesmo
tempo semântica, que é o estudo do significado; como palavras e sentenças são relacionadas
com os objetos que se referem e situações que descrevem e pragmática que é o estudo de
como o significado veiculado pela palavra ou sentença depende de aspectos do contexto em
que é usado, como por exemplo, aspectos sociais, temporais, de relacionamento entre falante
e ouvinte, bem como as suposições do falante a respeito das crenças do ouvinte. Então se pode
dizer que é a coerência que dá origem à textura.

Abaixo, tem-se como exemplo uma mensagem retirada de um cartão dedicado ao


Dia das Mães: Ser. Dançar. Beijar. Beber. Falar. Aprender. Tocar. Cantar. Abraçar. Sorrir.
Ajudar.

Compreender. Sonhar. Correr. Ouvir. Caminhar. Ver. Comer. Fazer.Escrever. Desenhar.


Conhecer. Sentir. Ir. Brilhar. Amar.
Parabéns a você que me ensinou a viver todos esses verbos.

Desse exemplo pode-se concluir que é a coerência que faz o conjunto de orações tornar-
se um texto, porque texto é uma seqüência de palavras, orações e sentenças, conectadas
através de significado. Então, o que nos permite estabelecer relação entre essas orações é o
significado dos verbos transportados pelo contexto em que são utilizados.

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SUMÁRIO
OPERADORES ARGUMENTATIVOS..................................................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
FUNÇÃO ......................................................................................................................................................... 2
FUNDAMENTAÇÃO ........................................................................................................................................ 2
EXEMPLOS ................................................................................................................................................. 5
TEXTOS SEM COESÃO .................................................................................................................................... 5

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OPERADORES ARGUMENTATIVOS

CONCEITO

Os operadores argumentativos são palavras e expressões responsáveis por fazer


a ligação entre orações e parágrafos de uma redação. Essa conexão, de forma bem feita,
garante uma boa articulação das ideias, dando sentido ao texto e permitindo que o autor
consiga se expressar de forma coesa.

FUNÇÃO
A função dos operadores argumentativos é estabelecer uma ligação entre as orações,
períodos ou até mesmo parágrafos de um texto. Eles são fundamentais para a unidade textual,
haja vista que é por meio de tais operadores que as partes do texto relacionam-se.

FUNDAMENTAÇÃO
A língua é fundamentalmente argumentativa, ou seja, as interações comunicativas estão
permeadas por nossas intenções de tal forma que esses elementos linguísticos já estão
contidos na estrutura da língua.

Isso acontece porque, de acordo com a intenção do falante, ele seleciona determinadas
estruturas da língua para que o objetivo (intenção) dele seja alcançado. Dessa forma, ao fazer
certas escolhas, a opinião do falante é evidenciada. É assim que podemos confirmar que a
argumentação está, obrigatoriamente, presente na língua.

Entre essas “determinadas estruturas da língua”, encontramos os operadores


argumentativos. Esses elementos são responsáveis por evidenciar a intensidade
argumentativa do discurso e qual o caminho que o falante está trilhando.

A fim de que você domine esse recurso da linguagem, apresentaremos os tipos de


operadores argumentativos e alguns exemplos do uso desses elementos. Vamos lá?

Ingedore Koch, linguista brasileira, por ser uma referência nacional em linguística
textual, além de dialogar com a teoria da argumentação iniciada por Ducrot, foi a estudiosa
que escolhemos para guiar a classificação dos operadores argumentativos da língua
portuguesa:

1) Operadores que evidenciam o argumento mais forte de uma escala orientada no


sentido de determinada conclusão: até / mesmo / até mesmo/ inclusive.

Exemplo: Ela me disse, inclusive, que você não era tão confiável.

2) Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão: e / também /


ainda / nem / não só... mas também/ tanto... como / além de... / além disso... / a par de...

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Exemplo: Além de ser um ótimo emprego, eu posso escolher o meu horário de trabalho.

3) Operadores que introduzem uma conclusão relativa a argumentos apresentados em


enunciados anteriores: portanto / logo / por conseguinte / pois / em decorrência /
consequentemente.

Exemplo: A mobilidade urbana tem seus problemas enraizados em questões que


envolvem a cidadania. É um dever de todos, portanto, integrar uma movimentação para sanar
essa situação.

4) Operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a conclusões


diferentes ou opostas: ou / ou então / quer... quer / seja... seja.

Exemplo: Vamos dividir a conta hoje. Ou você prefere que eu pague hoje e você paga a
próxima saída?

5) Operadores que estabelecem relações de comparação entre elementos com vistas a


uma dada conclusão: mais...que / menos...que / tão...quanto.

Exemplo: Ele foi tão culpado quanto o pai.

6) Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado


anterior: porque / já que / pois

Exemplo: Isso não está certo porque é contra a lei.

7) Operadores que introduzem pressupostos no enunciado: já / ainda / agora

Exemplo: Você ainda mora com a sua mãe?

8) Operadores distribuídos em escalas opostas: afirmação parcial ou total ou negação


parcial ou total: quase / apenas

Exemplos:
- Quase 80% das mulheres, no Brasil, já sofreram algum tipo de assédio na rua.
- O Governo gasta, em média, apenas R$3,00 por dia com a saúde pública no Brasil.

9) Operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias: mas


/ porém / contudo / todavia / no entanto / embora / ainda que / apesar de (que)

Exemplo: Vivemos em um país democrático, no entanto, as minorias, no Brasil, não têm


seus direitos garantidos.

➢ Já de acordo com Moura (2008, p. 125-126), esses operadores podem ser


classificados da seguinte forma:

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EXEMPLOS
Para compreender bem o que são os operadores argumentativos, é interessante
observar como essas ferramentas linguísticas são observadas na prática.
Acompanhe a análise do caso abaixo.

A expressão “MAS”, na frase “Maria quer sair, MAS vai chover” é considerado um
operador argumentativo de oposição, pois liga a oração “Maria quer sair” àquela
que diz “vai chover”. No caso, por conta do uso do MAS, fica parecendo que Maria
não poderá sair devido ao fato de chover.

É interessante notar que, se trocássemos o operador MAS pelo operador POIS,


teríamos: “Maria quer sair, POIS vai chover”. Repare, o sentido da frase mudou
completamente: agora parece que Maria quer sair justamente porque irá chover.

TEXTOS SEM COESÃO

A coesão textual é o fator que vai garantir a um texto maior legibilidade, ou seja, vai
permitir que exista ligação entre os enunciados, evitando que o texto se transforme em um
amontoado de frases sem lógica. As frases precisam estar conectadas, assim como os
parágrafos. A coesão é feita através de elementos como as preposições, conjunções, pronomes,
advérbios, locuções adverbiais e palavras denotativas. Chamamos esses elementos de
conectivos e sua presença no texto confere uma melhor articulação de ideias.

Entretanto, a coesão nem sempre aparece em alguns textos. Como isso pode acontecer?
Bom, isso acontece porque só a coesão não é suficiente para que um texto seja
considerado um texto. É claro que os elementos coesivos são desejáveis, mas a coesão,
diferentemente do que acontece com a coerência textual, não é um fator indispensável. Vamos
observar alguns exemplos para que você entenda exatamente sobre textos sem coesão:

Circuito Fechado

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme
de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha.
Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó.
Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de
fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros.
Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo
com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com
plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis,
telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.

Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo,
bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro,
giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa,
guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e
poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo,

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papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta,
telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e
caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista.
Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo.
Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa,
sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

(Ricardo Ramos)

À primeira vista, o texto parece até uma série de palavras soltas, que o deixam com uma
aparência que julgamos bem diferente daquilo que compreendemos como texto. Mas apesar
de haver palavras aparentemente sem relação, especialmente quando fazemos uma primeira
leitura, podemos chamá-lo sim de texto. Em uma leitura mais atenta, será possível observar
que há uma articulação entre as palavras, com predominância de substantivos que são
compreendidos à medida que o texto avança, demonstrando que há um significado implícito
que explica a ausência dos conectivos.

Portanto, nem sempre um texto precisa ser coeso ou apresentar vários conectivos,
contudo, para que seja classificado como um texto, é imprescindível que ele seja coerente,
fornecendo elementos que facilitem a compreensão do leitor.

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SUMÁRIO
INTERTEXTUALIDADE ......................................................................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
DIFERENÇAS ENTRE INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA E EXPLÍCITA ............................................................... 2
A INTERTEXTUALIDADE EXPLÍCITA............................................................................................................. 2
A INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA... ......................................................................................................... 3
MODELOS DE INTERTEXTUALIDADE .............................................................................................................. 3
QUAIS OS TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE?................................................................................................... 4
ALUSÃO ...................................................................................................................................................... 4
CITAÇÃO..................................................................................................................................................... 4
EPÍGRAFE ................................................................................................................................................... 5
PARÁFRASE ................................................................................................................................................ 5
PARÓDIA .................................................................................................................................................... 5
BRICOLAGEM ............................................................................................................................................. 5
TRADUÇÃO ................................................................................................................................................ 6
SAMPLE ...................................................................................................................................................... 6
PASTICHE ................................................................................................................................................... 6
CROSSOVER ............................................................................................................................................... 6
TRANSLITERAÇÃO ...................................................................................................................................... 6

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INTERTEXTUALIDADE

CONCEITO

A intertextualidade é a influência e relação que entre dois ou mais textos, realizando a


análise das referências que existem em cada um deles. Essas referências podem ser notadas
de maneiras explícitas ou implícitas, e podem ser representadas em diferentes maneiras,
sejam elas auditivas, visuais ou escritas.

Pode-se dizer que a intertextualidade determina o fenômeno relacionado ao processo de


produção de textos, onde um faz diálogo entre as construções visíveis do texto, seja no
conteúdo, na forma ou em ambos. A intertextualidade pode ser verificada em músicas,
propagandas publicitárias, artes plásticas, dança, entre outras manifestações.

Existem vários tipos de intertextualidade presentes na literatura, em obras de arte,


músicas, charges, mídias sociais etc. Por meio deles, é possível fazer menção de um
acontecimento cultural, criticar ou enaltecer uma personalidade e até contribuir para o
enriquecimento de um determinado tema.
Esse é um artifício bastante eficiente para melhorar sua qualidade de produção textual.
No entanto, apesar de parecer algo simples, é preciso dominá-lo para garantir a criatividade. .

DIFERENÇAS ENTRE INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA E EXPLÍCITA


A intertextualidade pode ser caracterizada de duas formas: explícita (direta) e implícita
(indireta). No primeiro caso, temos a citação do texto usado como referência no material
produzido — ou seja, são fornecidos elementos que vão ajudar a identificar a presença desse
“texto base”. Esse tipo de intertextualidade pode ser usado em resenhas, anúncios
publicitários, citações etc.
Já a intertextualidade implícita não estabelece uma relação direta com o texto fonte, por
isso, exige do leitor mais atenção e análise para entender a referência do conteúdo. Sendo
assim, ela é bastante comum em paródias, poesias, músicas, paráfrases e textos publicitários.

A INTERTEXTUALIDADE EXPLÍCITA...

➢ é facilmente identificada pelos leitores;


➢ estabelece uma relação direta com o texto fonte;
➢ apresenta elementos que identificam o texto fonte;
➢ não exige que haja dedução por parte do leitor;
➢ apenas apela à compreensão do conteúdos.

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A INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA...

➢ não é facilmente identificada pelos leitores;


➢ não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
➢ não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
➢ exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por parte dos leitores;
➢ exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para a compreensão do
conteúdo.

MODELOS DE INTERTEXTUALIDADE
Música “Monte Castelo”, do grupo Legião Urbana, que cita Camões (Sonetos) e a Bíblia
(Coríntios, capítulo XIII).

Trecho bíblico: 1. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor,
serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. 4. O amor é paciente, o amor é
bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Letra da canção:

Ainda que eu falasse


A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver

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É ferida que dói e não se sente


É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

QUAIS OS TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE?

A intertextualidade pode ser expressa sob diferentes formas, como vimos


anteriormente. Os tipos mais comuns são:

ALUSÃO
Recurso que faz referência a elementos presentes em outros textos de forma indireta, ou
seja, por meio de características simbólicas. Exemplo: O mais bonito de todos era sem dúvida
Narciso – meu filho e não o outro. (Alusão a Narciso, herói grego famoso por sua beleza e
orgulho)

CITAÇÃO
Quando um autor acrescenta partes de outras obras na sua produção textual
ocasionando uma intertextualidade direta. Por vezes, ocorre a transcrição das palavras do
texto fonte e, por isso, dá credibilidade à nova construção. Normalmente, a citação é inserida
em itálico e entre aspas, além de citar o nome do autor original a fim de evitar plágio.

Exemplo: Analisando a rotação do osso sobre a base, pode-se, segundo “Kapan (2001),
descobrir até que ponto haverá o desenvolvimento do paciente”.

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EPÍGRAFE
Acréscimo de parágrafo ou frase que se relacione com o texto que está sendo escrito. O
recurso é bastante utilizado em trabalhos científicos e obras, sendo colocada em seu início.
Exemplo: “O mais corajoso dos atos ainda é pensar com a própria cabeça.” (Coco Chanel)

PARÁFRASE
Do grego paraphrasis, que significa “repetição de uma sentença”, a paráfrase é a
recriação de um texto que já existe mantendo a mesma ideia, porém utilizando outras
palavras. O objetivo é reafirmar as ideias do texto fonte, porém com estrutura e estilo
próprios. Exemplo:

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(…)
(Gonçalves Dias, Primeiros cantos, 1846.)

Europa, França e Bahia


(…)
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, 1930.)

PARÓDIA
Muito presente em programas humorísticos, a paródia consiste na subversão de um
texto original, porém sob forma crítica ou satírica. O objetivo é a ironia, crítica e reflexão.
Exemplo:
Quem tem boca vai a Roma. (ditado popular)
Quem tem carro vai a Roma. (paródia)

BRICOLAGEM
Processo encontrado na música e artes plásticas que consiste na montagem de um texto
a partir de fragmentos de outros. Exemplo: o filme Shrek ao abordar diferentes contos de
fadas, mesmo que de forma irônica.

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TRADUÇÃO
Como o próprio nome já diz, a tradução é o ato de passar um texto de língua estrangeira
para a nativa. A intertextualidade está nas diferentes interpretações possíveis e possibilidade
de expressões que sejam adequadas à nova língua. Exemplo:
“Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.”
Português: “É preciso ser duro mas nunca sem perder a ternura.”

SAMPLE
Trechos de outras músicas ou textos adicionados como base para outras produções.
Exemplo: na música, da canção Stan, do cantor Eminem, possui sample de Thank you, da
cantora britânica Dido

PASTICHE
Mescla diversos estilos em uma só obra, conferindo a imitação direta do estilo
demonstrado por outros autores. Muito usado em imagens e músicas, o pastiche se diferencia
da paródia por não ter o objetivo de satirizar ou ironizar.
Exemplo:
“Pois é. Tenho dito. Tudo aleivosia que abunda nesses cercados. Maisquenada. Foi assim
mesmo, eu juro, Cumpadre Quemnheném não me deixa mentir e mesmo que deixasse, eu
mentia. Lorotas! Porralouca no juízo dos povos além das Gerais! Menina Mágua Loura deu?
Não deu.(…)”
(Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”)

“Compadre Quemnheném é que sabia, sabença geral e nunca conferida, por quem?
Desculpe o arroto, mas tou de arofagia, que o doutor não cuidou no devido. Mágua Loura era a
virge mais pulcra das Gerais. Como a Santa Mãe de Deus, Senhora dos Rosários, rogai por nós!
(…)”
(Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 11/09/1998)

CROSSOVER
Aparição de personagens ou encontro daqueles que pertencem a universos fictícios
diferentes em volumes, edições ou capítulos. Exemplo: filmes da Marvel que misturam heróis
de outras produções em uma só obra, como o Homem de Ferro, Thor e Viúva Negra.

TRANSLITERAÇÃO
Técnica linguística que usa o mesmo fundamento da tradução na qual termos,
expressões e normas são adequados de uma língua para outra, adaptando-os para algum
alfabeto que possui letras diferentes de seu original. Exemplo: house – casa (tradução) – ráuse
(transliteração)

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SUMÁRIO
VÍCIOS DE LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ........................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
TIPOS DE VÍCIOS DE LINGUAGEM .................................................................................................................. 2
BARBARISMO ............................................................................................................................................. 2
SOLECISMO ................................................................................................................................................ 3
PLEONASMO VICIOSO OU REDUNDÂNCIA ................................................................................................ 3
AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA ............................................................................................................. 4
CACOFONIA OU CACÓFATO....................................................................................................................... 4
ECO ............................................................................................................................................................ 4
HIATO ......................................................................................................................................................... 4
COLISÃO ..................................................................................................................................................... 4
VULGARISMO ............................................................................................................................................. 5
PLEBEÍSMO ................................................................................................................................................ 5
ESTRANGEIRISMO ...................................................................................................................................... 5
NEOLOGISMO ............................................................................................................................................ 6
ARCAÍSMO ................................................................................................................................................. 6
PRECIOSISMO E PROLIXIDADE ................................................................................................................... 6
GERUNDISMO ............................................................................................................................................ 6
OBSCURIDADE ........................................................................................................................................... 6
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ................................................................................................................................ 7

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VÍCIOS DE LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

CONCEITO

Ao discutirmos acerca dos desvios linguísticos, devemos analisar alguns pontos que
sobressaem nessa questão. Como seres eminentemente sociais, estamos inseridos a todo o
momento nas diversas circunstâncias comunicativas, as quais nos conduzem a agir de formas
diferentes, sobretudo no que tange ao nosso linguajar, por exemplo, quando participamos de
uma conversa informal entre os amigos, de uma entrevista de emprego, de concursos e
exames avaliativos...

Tal fato nos remete tão somente à ideia de adequação. Pensando no nosso vestuário,
cujo traje se adequa aos diferentes momentos do nosso cotidiano, o mesmo ocorre com nosso
posicionamento enquanto interlocutores. Essa realidade se ajusta ao avanço dos estudos
linguísticos, sobretudo da Sociolinguística, que prefere trabalhar não mais com a noção de
erro, mas com a ideia referente a desvios em relação a uma variante – a chamada norma
padrão. Esses desvios, quando desprovidos de certa intencionalidade, configuram a falta de
domínio por parte do emissor ou muitas vezes em razão de um simples descuido.

TIPOS DE VÍCIOS DE LINGUAGEM

BARBARISMO
Erros de pronúncia, acentuação, ortografia, flexão e significação são considerados
barbarismo.

• Erros de pronúncia:
pograma (correto = programa)
reintero (correto = reitero)
beneficiente (correto = beneficente)

• Erros de acentuação:
rúbrica (correto = rubrica)
gratuíto (correto = gratuito)
púdico (correto = pudico)

• Erros de ortografia:
mecher (correto = mexer)
quizeram (correto = quiseram)
geito (correto = jeito)

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• Erros de flexão:
deteu (correto = deteve)
proporam (correto = propuseram)
cidadões (correto = cidadãos)

• Erros de significação:
meus comprimentos (correto = meus cumprimentos)
o conserto da Rita Lee (correto = o concerto da Rita Lee)
o acento da bicicleta (correto = o assento da bicicleta)

SOLECISMO
Erros de sintaxe (concordância, regência e colocação pronominal) são considerados
solecismo.

• Erros de concordância:
a gente vamos (correto = a gente vai)
fazem dois dias (correto = faz dois dias)
haviam muitas vagas (correto = havia muitas vagas)

• Erros de regência:
chegamos no colégio (correto = chegamos ao colégio)
sempre obedeci meu pai (correto = sempre obedeci ao meu pai)
vamos na praia (correto = vamos à praia)

• Erro de colocação pronominal:


não enganei-me (correto = não me enganei)
foi ela que chamou-me (correto = foi ela que me chamou)
compraremos-te um carro (correto = comprar-te-emos um carro)

PLEONASMO VICIOSO OU REDUNDÂNCIA


Ocorre pleonasmo vicioso ou redundância quando há uma repetição de ideias
desnecessária para a transmissão do conteúdo da frase.

Exemplos:
Vamos entrar para dentro.
Vamos adiar para depois.
Vamos encarar de frente.

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AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Nas frases sem clareza ou com duplo sentido ocorre ambiguidade ou anfibologia.

Exemplos:
A professora levou o aluno para sua sala. (de quem é a sala?)
Paula conversou com Helena sobre seu trabalho. (de quem é o trabalho?)
A cachorra da sua prima é mal-humorada. (a prima é uma cachorra ou tem uma
cachorra?)

CACOFONIA OU CACÓFATO
Ocorre cacofonia ou cacófato quando a pronúncia de palavras seguidas produz um som
desagradável ou sugere outra palavra menos apropriada.

Exemplos:

Eu beijei a boca dela.


Eu não vi ela.
Me dá uma mão.

ECO
Dissonâncias causadas por terminações iguais nas palavras são consideradas eco.

Exemplos:

Tem gente que, por mais que tente, não consegue ser diferente.
Nesta cidade não há honestidade, apenas vaidade.

HIATO
Dissonâncias causadas por sequências de vogais idênticas ou semelhantes são
consideradas hiato.

Exemplos:

Ana a ama muito.


Ou eu ou ele estaremos lá.

COLISÃO
Dissonâncias causadas por sequências de consoantes idênticas ou semelhantes são
consideradas colisão.

Exemplo:

Essa saia suja é da Sara.


Fazendo fiado fico freguês.

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VULGARISMO
O uso de expressões que não se enquadram no padrão culto é considerado vulgarismo.

• Vulgarismo fonético:
Vamo brincá? (correto = Vamos brincar?)
Brincadera boba! (correto = Brincadeira boba!)
Põe mais sau, por favor. (correto = Põe mais sal, por favor.)

• Vulgarismo morfológico e sintático:


Custa cinco real! (correto = Custa cinco reais!)
Os menino vem aí. (correto = Os meninos vêm aí.)
Eu vi ele na rua. (correto = Eu vi-o na rua.)

PLEBEÍSMO
Refere-se a gírias, calão e expressões populares que indicam falta de instrução e
erudição.

Exemplos:

Fala mané!
Fiquei bolado com essa parada.

Nota: Também a utilização de chavões é considerada por muitos autores


como vício de linguagem, por empobrecer o discurso e limitar a autonomia do
pensamento humano.

Exemplos:

A união faz a força.


Cada macaco no seu galho.

ESTRANGEIRISMO
Considerado por alguns autores como barbarismo, o estrangeirismo consiste no uso
exagerado e desnecessário de palavras de outros idiomas em vez das formas equivalentes em
português.

Exemplos:

show (em português = espetáculo)


drink (em português = bebida ou drinque)
delivery (em português = entrega em domicílio)

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NEOLOGISMO
Consiste na criação exagerada de novas palavras, muitas vezes desnecessárias, por já haver
palavras análogas no português.

Exemplos:

Já chega de tuitar.
Deleta essa informação, por favor.
Manjo bem esse assunto.

ARCAÍSMO
Refere-se à utilização de palavras ou expressões em desuso.

Exemplos:

Venha, menina, asinha!


Vosmecê precisa de ajuda?

PRECIOSISMO E PROLIXIDADE
Referem-se a uma linguagem exacerbada para referir ideias normais, bem como ao
excesso de palavras para transmitir ideias simples, prejudicando a clareza e naturalidade do
discurso.

Exemplos:

Minha progenitora, transtornada com meu insubmisso agir, procrastinou nossa viagem
intercontinental.
Estivesse eu rejubilante e álacre em vez de apreensiva e inconformada com as
vicissitudes de meu viver.

GERUNDISMO
Uso inadequado do gerúndio, tornando-o um excesso, algo desnecessário. Isso acontece
ao se tentar reforçar a ideia de continuidade.

Exemplo:

Eu vou estar entrando em contato com o senhor em breve. (Correto: Entrarei em contato
com o senhor em breve.)
Em que eu poderia estar te ajudando? (Correto: Em que eu poderia te ajudar?)

OBSCURIDADE

Falta de clareza no texto. Não faça um texto confuso de jeito nenhum. Use o rascunho
para escrever sua ideias e pensar a melhor forma de ser claro, assim evita-se mais um
perigoso vício de linguagem na redação Enem.

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Por exemplo:

“Quando as normas, mesmo tendo sido apresentadas e impressas para dar aos alunos,
para que não venham dizer depois que desconheciam as regras da escola, são desobedecidas é
muito ruim.”

Deu pra entender? Se o seu texto estiver assim, o que você acha que vai acontecer? O
avaliador vai passar pra frente e tirar seus pontos, ou vai ficar tentando interpretar com boa
vontade?

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

A variação linguística é o modo pelo qual a língua se diferencia dentro de seu próprio
sistema. Essa variação, ou seja, essa diferenciação pode ser histórica, social, geográfica,
cultural.

A variação linguística também leva em consideração a idade do falante, a região do país


em que mora, a sua cultura e a qual grupo ele pertence. Ela acontece nos mais variados níveis
da língua, seja o fonético, o sintático, o semântico e vários outros.

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SUMÁRIO
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA .................................................................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
TIPOS DE VARIANTES ..................................................................................................................................... 2
VARIEDADES REGIONAIS, GEOGRÁFICAS OU DIATÓPICAS ........................................................................ 2
VARIEDADES SOCIAIS OU DIASTRÁTICAS .................................................................................................. 3
VARIEDADES HISTÓRICAS OU DIACRÔNICAS............................................................................................. 4
VARIEDADES ESTILÍSTICAS OU DIAFÁSICAS ............................................................................................... 4
FATORES SOCIOCULTURAIS ........................................................................................................................... 4
FATORES SOCIOCOGNITIVOS ..................................................................................................................... 5
O QUE A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA TEM A VER COM O PRECONCEITO LINGUÍSTICO? ............................... 6

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

CONCEITO

As variações (variantes ou variedades) linguísticas são as ramificações naturais de uma


língua, as quais se diferenciam da norma-padrão em razão de fatores como convenções
sociais, momento histórico, contexto ou região em que um falante ou grupo social insere-se.
Trata-se, pois, de objeto de estudo da Sociolinguística, ramo que estuda como a divisão da
sociedade em grupos – com diferentes culturas e costumes – dá origem a diferentes formas de
expressão da língua, as quais, embora se baseiem nas normas impostas pela gramática
prescritiva, adquirem regras e características próprias. As variações linguísticas diferenciam-
se em quatros grupos: sociais (diastráticas), regionais (diatópicas), históricas (diacrônicas) e
estilísticas (diafásicas).

TIPOS DE VARIANTES

VARIEDADES REGIONAIS, GEOGRÁFICAS OU DIATÓPICAS

São as variedades linguísticas que sofrem forte influência do espaço geográfico ocupado
pelo falante. Em um país com dimensões continentais como o Brasil, elas são extremamente
ricas (tanto em número quanto em peculiaridades linguísticas).

Essas variantes são percebidas por dois fatores:

➢ Sotaque: fenômeno fonético (fonológico) em que pessoas de uma determinada


região pronunciam certas palavras ou fonemas de forma particular. São exemplos a
forma como os goianos pronunciam o R ou os cariocas pronunciam o S.

➢ Regionalismo: fenômeno ligado ao léxico (vocabulário) que consiste na existência


de palavras ou expressões típicas de determinada região.

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EXEMPLO:

VARIEDADES SOCIAIS OU DIASTRÁTICAS

São as variedades linguísticas que não dependem da região em que o falante vive, mas
sim dos grupos sociais em que ele se insere, ou seja, das pessoas com quem ele convive. São as
variedades típicas de grandes centros urbanos, já que as pessoas dividem-se em grupos em
razão de interesses comuns, como profissão, classe social, nível de escolaridade, esporte,
tribos urbanas, idade, gênero, sexualidade, religião etc.

Para gerarem sentimento de pertencimento e de identidade, os grupos desenvolvem


características próprias, que vão desde a vestimenta até a linguagem. Os surfistas, por
exemplo, falam diferentemente de skatistas; médicos comunicam-se diferentemente de
advogados; crianças, adolescentes e adultos possuem vocabulário bastante diferente entre si.
Os grupos mais escolarizados tendem a ser mais formais, enquanto os grupos de menor
formação normalmente são mais informais, ou seja, há diferentes registros de linguagem.

Há dois fatores que contribuem para a identificação das variedades sociais:

➢ Gírias: palavras ou expressões informais, efêmeras e normalmente ligadas ao


público jovem.

➢ Jargão (termo técnico): palavras ou expressões típicas de determinados ambientes


profissionais.

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VARIEDADES HISTÓRICAS OU DIACRÔNICAS

São as variedades linguísticas comumente usadas no passado, mas que caíram em


desuso. São percebidas por meio dos arcaísmos – palavras ou expressões que caíram em
desuso no decorrer do tempo. Essas variedades são normalmente encontradas em textos
literários, músicas ou documentos antigos.

VARIEDADES ESTILÍSTICAS OU DIAFÁSICAS

São as variedades linguísticas que surgem da adequação que o falante faz de seu nível de
linguagem ao estilo exigido pelo texto ou pela situação comunicativa. A crônica, por exemplo,
é um texto cujo estilo exige uso de linguagem coloquial; a dissertação, por sua vez, exige do
redator um estilo de escrita mais formal. Portanto, caberá ao falante ou redator dominar as
diferentes variantes a fim de adequá-las à situação comunicativa (mais ou menos formal) e ao
estilo exigido pelo texto.

FATORES SOCIOCULTURAIS
Os fatores socioculturais são responsáveis tanto pelas mudanças linguísticas quanto pela
tentativa de mantê-las estáticas. Nesse sentido, temos as instituições sociais, como as escolas;
a tradição literária, os gramáticos e dicionaristas, e as academias de Letras; os meios de
comunicação; o Estado com seus órgãos e entidades; e as diversas religiões, que se revestem
da condição de defensores de uma língua intimamente conectada à cultura. O problema reside
na questão de essa cultura ser um produto das classes socioeconômicas privilegiadas, fato que
reduz o círculo de pessoas legitimadas a estabelecer mudanças.

Em contrapartida a esse movimento, a diversidade de origens geográficas, de etnias, de


posições hierárquicas entre homens e mulheres e de graus de escolarização desencadeia
variações linguísticas, pois a fala e a escrita, cada uma a sua maneira, são reflexos de uma
sociedade plural. Vale ressaltar que, conforme o indivíduo tem mais acesso à educação formal,
mais ele será capaz de trocar as expressões estigmatizadas por aquelas detentoras de status
aceitável.

Além dessa situação que ocorre nos contextos locais, é importante observar que a
mudança linguística também pode ser originada caso um número substancial de falantes de

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uma determinada língua veja-se coagido a utilizar uma escrita e fala diferentes das suas, seja
em razão de emigração, seja em virtude de relações de dominação, como as vivenciadas pelos
índios brasileiros em relação aos portugueses.

FATORES SOCIOCOGNITIVOS

No que toca aos fatores sociocognitivos, a economia linguística constitui um ponto


crucial para compreender-se o porquê das variações. Ela consiste em processos pautados em
duas premissas: poupar a memória, diminuir o esforço ocasionado pelo funcionamento
mental e tornar mais fácil o ato de exteriorização material da língua; e potencializar as
capacidades comunicativas com base no preenchimento das falhas presentes na fala e na
escrita.

Percebe-se, então, que tal fenômeno é responsável por um rearranjo, que retira alguns
excessos existentes no idioma bem como acrescenta outros elementos, o que desencadeia
uma diversidade de estruturas. Um exemplo que ilustra satisfatoriamente esses mecanismos
articulatórios, fisiológicos e psicológicos é a tendência de formar-se palavras em que há uma
alternância entre vogais e consoantes, por exemplo, “gato”. Essa propensão gera a colocação
de vogais em termos que contam com mais de uma consoante juntas, como “advogado”, cuja
proximidade entre a letra “d” e a “v” leva as pessoas a incluírem o som de “i” ou “e” entre elas,
originando as variações fonéticas “adivogado” e “adevogado”.

Embora a economia linguística seja o elemento mais reconhecido, há que se falar


também acerca da gramaticalização e da analogia como pilares sociocognitivos das variações.
A primeira consiste na construção de recursos gramaticais inéditos por meio da
reestruturação de formas já conhecidas pelos falantes. Tal ocorrência é observada, por
exemplo, nas metáforas.

A cobra chegou. Não sei o que Daiane faz aqui.

Verifique que o termo “cobra” faz referência à pessoa Daiane, já que ela provavelmente
possui um comportamento tão traiçoeiro quanto o do animal. Essa relação de proximidade
levou o indivíduo a construir a metáfora citada.

Por sua vez, a analogia constitui um mecanismo de comparação entre as palavras, e, com
base nisso, há o estabelecimento de semelhanças entre elas e a escolha de um padrão mais
comum. Esse raciocínio é facilmente identificado quando as crianças pré-escolares conjugam
alguns verbos irregulares, ou seja, palavras que podem ter seus radicais (parte que carrega o
sentido principal) e desinências (parte final da palavra que carrega informações, como
gênero, número) modificados de acordo com a conjugação.

Se eu “queresse”, faria o bolo.

Se eu quisesse, faria o bolo.

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A primeira forma verbal é recorrente na primeira pessoa do pretérito imperfeito do


subjuntivo, já que temos a manutenção do radical e a inserção da desinência “esse”, por
exemplo, amasse, partisse, comesse, mandasse, bebesse; enquanto a segunda, apesar de estar
gramaticalmente adequada, rompe com essa estrutura comum e apresenta-nos uma
constituição diferente, causando, a princípio, estranhamento e vontade de adequá-la ao
padrão.

O QUE A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA TEM A VER COM O PRECONCEITO


LINGUÍSTICO?

O preconceito linguístico tem uma relação bastante estreita com a variação diatópica,
que é aquela relacionada à região do falante.
O preconceito acontece por causa das diferenças e é muito comum ouvir pessoas que
ridicularizam ou brincam de maneira bastante ofensiva com o sotaque das pessoas que
residem no norte ou nordeste do país, enquanto enaltecem o sotaque de uma pessoa que
reside no sul, por exemplo.
Não há como dito anteriormente um “falar correto” ou um “falar errado”, há várias
culturas distintas. As variações não estão presas às regiões. Em muitos casos, cidades de um
mesmo estado apresentam palavras, gírias e sotaques distintos e é essencial entender que um
estado, definitivamente, não é melhor que outro.
Por isso, conhecer as diferentes variações é fundamental para combater esse tipo de
preconceito, que pode levar a atos de violência física, verbal ou psicológica. Como qualquer
outro tipo de preconceito, ele é excludente e não faz o menor sentido.
Além de combater o preconceito, saber sobre esse assunto vai ajudar você a selecionar
qual variação linguística utilizar em gêneros textuais diferentes. Na redação do Enem, por
exemplo, você deverá utilizar uma variação formal da língua. Se você quer saber mais sobre
outros gêneros e como utilizar diferentes linguagens em seu texto.

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SUMÁRIO
TIPOLOGIA TEXTUAL .......................................................................................................................................... 3
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 3
NARRAÇÃO .................................................................................................................................................... 3
REGRA GRAMATICAL PARA ESTE TIPO DE TEXTO (NARRAÇÃO) ................................................................ 3
DESCRIÇÃO .................................................................................................................................................... 4
A-) A ENUMERAÇÃO .................................................................................................................................. 4
B-) A COMPARAÇÃO .................................................................................................................................. 4
C-) OS CINCO SENTIDOS............................................................................................................................. 4
REGRA GRAMATICAL PARA ESTE TIPO DE TEXTO (DESCRIÇÃO) ................................................................ 4
CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DESCRITIVO ................................................................................................ 5
A ESTRUTURA DO TEXTO DESCRITIVO ....................................................................................................... 5
DISSERTAÇÃO ................................................................................................................................................ 5
REGRA GRAMATICAL PARA ESSE TIPO DE TEXTO (DISSERTAÇÃO) ............................................................ 6
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .................................................................................................................. 6
EXPOSIÇÃO .................................................................................................................................................... 6
REGRAS GRAMATICAS PARA ESTE TIPO TEXTUAL (EXPOSIÇÃO) ............................................................... 6
INJUNÇÃO ...................................................................................................................................................... 7
REGRAS GRAMATICAIS PARA ESTE TIPO DE TEXTO (INJUNÇÃO) .............................................................. 7
NÍVEIS DE LINGUAGEM ...................................................................................................................................... 8
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 8
NÍVEIS DE LINGUAGEM .................................................................................................................................. 8
FORMAL (CULTO) ....................................................................................................................................... 8
INFORMAL (COLOQUIAL/POPULAR) .......................................................................................................... 8
TÉCNICO (PROFISSIONAL) .......................................................................................................................... 9
LITERÁRIO (ARTÍSTICO) .............................................................................................................................. 9
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM COLOQUIAL ....................................................................................... 9
CARACTERÍSTICAS DA NORMA CULTA ....................................................................................................... 9
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE ............................................................................................ 10
CONCEITO .................................................................................................................................................... 10
DISCURSO DIRETO ....................................................................................................................................... 10
CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO DIRETO ............................................................................................... 10
CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO INDIRETO ............................................................................................ 11
TRANSPOSIÇÃO DO DISCURSO DIRETO PARA O INDIRETO ......................................................................... 11

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DISCURSO INDIRETO LIVRE .......................................................................................................................... 11


CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO INDIRETO LIVRE .................................................................................. 12

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TIPOLOGIA TEXTUAL

CONCEITO

São as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras gramaticais,


dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto: A
narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao
todo são 5 (cinco) tipos textuais.

NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu
com outros, pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar.
Seja na forma escrita ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos
das cavernas quando o homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

REGRA GRAMATICAL PARA ESTE TIPO DE TEXTO (NARRAÇÃO)

Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São


apresentadas ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Segue a seguinte estrutura:

NARRAÇÃO/NARRAR
(CONTAR)
Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou imaginários)
Enredo (o que/ como – fatos reais ou imaginários)
Espaço (onde? /quando? )

Exemplo:
Minha vida de menina
Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está,
coitadinha e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá
de sua avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei
dos braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.

Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de
mim e de meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo,
aqui nesta hora, que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me
quer tanto.

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Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições?
Então vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus".
Helena Morley

DESCRIÇÃO
A intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que está
sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

A-) A ENUMERAÇÃO
Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma
ideia de ausência de ações dentro do texto.

B-) A COMPARAÇÃO
Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que
percebemos, podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o
leitor associe a imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor.
Utilizamos comparações do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto
que lembra ..., o cheiro parece com ..., etc.

C-) OS CINCO SENTIDOS

Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos
utilizando também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para
criação desta imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o
local ou a pessoa descrita.

Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa
praia. O que você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza
das pessoas à sua volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons
produzidos pelas pessoas ao redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não
somente estes dois, você pode utilizar também os outros sentidos para caracterizar o objeto
que você quer descrever.

REGRA GRAMATICAL PARA ESTE TIPO DE TEXTO (DESCRIÇÃO)


Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.
Pode ser:

➢ Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo
de descrição não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de
se privilegiar o que é visto, em detrimento do sujeito que vê.

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➢ Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos


de quem descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve
com o que foi descrito.

CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DESCRITIVO

- É um retrato verbal
- Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
- As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
- Como na narração há a utilização da enumeração e comparação
- Presença de verbos de ligação
- Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)
- Emprego de orações coordenadas justapostas

A ESTRUTURA DO TEXTO DESCRITIVO


A descrição apresenta três passos básicos:
1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:

Alguns dados sobre Rudy Steiner


“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos
azuis esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre
com fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

DISSERTAÇÃO
Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é
debater. Este tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista,
predomina a apresentação detalhada de determinados temas e conhecimentos.

Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do


assunto/tema tratado.

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REGRA GRAMATICAL PARA ESSE TIPO DE TEXTO (DISSERTAÇÃO)

Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto


de vista sobre um tema, por meio de argumentos.

ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

EXPOSIÇÃO
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e
esclarece sem a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

REGRAS GRAMATICAS PARA ESTE TIPO TEXTUAL (EXPOSIÇÃO)

Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos;
expõe ideias; explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que
haja sua opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos
verbos está no presente do indicativo.

Exemplos: Notícias Jornalísticas

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INJUNÇÃO
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como
por exemplo quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de
instruções para o funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou
ainda quando lemos a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos
injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

REGRAS GRAMATICAIS PARA ESTE TIPO DE TEXTO (INJUNÇÃO)

Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica
principal a utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.

-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

Exemplo:

BOLO DE CENOURA

Ingredientes
Massa
3 unidades de cenoura picadas
3 unidades de ovo
1 xícaras (chá) de óleo de soja
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura
1/2 xícara (chá) de leite
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de Margarina
Como fazer
Massa
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha.
Leve para assar em uma forma untada.
Depois de assado cubra com a cobertura.
Cobertura
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM
CONCEITO

A linguagem é qualquer conjunto de sinais que nos permite realizar atos de


comunicação. Dependendo dos sinais escolhidos, teremos uma comunicação verbal visual,
auditiva, etc.

A linguagem que mais utilizamos para praticar atos de comunicação é a língua, que é um
conjunto de palavras e regras para a combinação dessas palavras, utilizado pelos membros de
uma comunidade.

Dá-se o nome de fala à utilização que cada membro da comunidade faz da língua, tanto
na forma oral quanto na escrita. A forma oral se caracteriza por maior espontaneidade do que
a forma escrita. Dessa forma, em decorrência do caráter individual da fala, pode-se observar
que ela possui vários níveis, segue abaixo os mais utilizados:

NÍVEIS DE LINGUAGEM

FORMAL (CULTO)
é o nível de fala utilizado pelas pessoas cultas, em situações formais. Caracteriza-se por
um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras estabelecidas. Observe o
exemplo abaixo:

“Depois da campanha mais disputada e volátil dos últimos tempos, os resultados


parciais de apuração e as projeções dão a vitória ao democrata Bill Clinton nas eleições à
presidência dos Estados Unidos, realizadas ontem.”

INFORMAL (COLOQUIAL/POPULAR)
é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia-dia, sobretudo nas situações mais
formais. Caracteriza-se pela espontaneidade, pois não existe uma preocupação com as normas
estabelecidas pela comunidade lingüística. Observe o exemplo abaixo:

“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que então ficar esquentando tanto? Me parece
que as coisas no fim sempre dão certo.”

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TÉCNICO (PROFISSIONAL)
é a fala que alguns profissionais (advogados, economistas, etc.) utilizam no exercício de
suas atividades profissionais. Observe o exemplo abaixo:

“Vamos direto ao assunto: interface gráfica ou não, muitas vezes, é preciso trabalhar
com o prompt do DOS, sendo aborrecedor esforçar-se na redigitação de subdiretórios longos
ou comandos mal digitados.”

Revista PC World, ago/1992. p. 98.

LITERÁRIO (ARTÍSTICO)
é a utilização da língua como finalidade expressiva, como a que é feita pelos artistas da
palavra poetas e romancista. Observe o exemplo abaixo:

“O céu jogava tinas de água sobre o noturno que me devolvia a São Paulo. O comboio
brecou, lento, para as ruas molhadas, furou a gare suntuosa e me jogou nos óculos menineiros
de um grupo negro.

“Sentaram-me num automóvel de pêsames.”

(Memórias Sentimentais de João Miramar. Oswald de Andrade)

CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM COLOQUIAL


• Usada em situações informais ou familiares;
• É uma linguagem falada, espontânea e despreocupada;
• Responde a necessidades de comunicação imediata do dia a dia;
• Aceita a existência de algumas incorreções linguísticas;
• Há um maior relaxamento em relação às regras gramaticais;
• Apresenta um vocabulário simples e expressões populares;
• Ocorre o uso de gírias e de palavras não dicionarizadas;
• Utiliza estruturas sintáticas simples;
• Permite a liberdade de expressão do falante;
• Está sujeita a variações regionais, culturais e sociais.
• Veja também: Exemplos de uso da linguagem coloquial.

CARACTERÍSTICAS DA NORMA CULTA


• Usada em situações formais, principalmente na escrita;
• É uma linguagem planejada, cuidada e elaborada;
• Privilegia a correção gramatical;
• Apresenta um vocabulário rico e diversificado;
• Utiliza estruturas sintáticas complexas;
• Ensinada na escola e usada na comunicação social.

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DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE

CONCEITO

Discurso Direto, Discurso Indireto e Discurso Indireto Livre são tipos de discursos
utilizados no gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens.
Seu uso varia de acordo com a intenção do narrador

DISCURSO DIRETO
No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a
fala do personagem.

O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o


narrador se distancia do discurso, não se responsabilizando pelo que é dito.

Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito
por um estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.

CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO DIRETO


➢ Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o
verbo "dizer". São chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder,
perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre outros.
➢ Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois
pontos, aspas.
➢ Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada.

• Exemplos de Discurso Direto


Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus semelhantes
com firmeza e honestidade.".
O réu afirmou: "Sou inocente!"
Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar:
— Alô, quem fala?
— Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.
Discurso Indireto
No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do personagem preferindo
suas palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem.

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CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO INDIRETO


O discurso é narrado em terceira pessoa.
Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder,
perguntar, indagar, declarar, exclamar. Contudo não há utilização do travessão, pois
geralmente as orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser
marcado através da conjunção “que” (verbo + que).
• Exemplos de Discurso Indireto
Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com
firmeza e honestidade.
O réu afirmou que era inocente.
Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou quem estava
falando. Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e perguntou com tom de simpatia
com quem a pessoa queria falar

TRANSPOSIÇÃO DO DISCURSO DIRETO PARA O INDIRETO


Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de moldar o discurso de
acordo com a intenção pretendida.

DISCURSO INDIRETO LIVRE


No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja,
há intervenções do narrador bem como da fala dos personagens.

Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos
personagens e do narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens -
podem ser confundidas.

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CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO INDIRETO LIVRE


• Liberdade sintática.
• Aderência do narrador ao personagem.
• Exemplos de Discurso Indireto Livre
• Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso.
Talvez não tenha sido suficientemente justo com as crianças…
• O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!
• Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão!
• Nas orações destacadas os discursos são diretos, embora não tenha sido
sinalizada a mudança da fala do narrador para a do personagem.

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SUMÁRIO
RELAÇÕES SEMÂNTICAS E O TEXTO .................................................................................................................. 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO ......................................................................................................................... 2
CONOTAÇÃO .............................................................................................................................................. 2
DENOTAÇÃO .............................................................................................................................................. 3
DIFERENÇA ENTRE CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO ...................................................................................... 3
SIGNIFICADO CONTEXTUAL ........................................................................................................................... 4
SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS ...................................................................................... 4
RELAÇÕES SEMÂNTICAS ................................................................................................................................ 5
SINONÍMIA ................................................................................................................................................. 5
ANTONÍMIA ............................................................................................................................................... 6
POLÍSSEMIA ............................................................................................................................................... 6
HOMONÍMIA.............................................................................................................................................. 7
PARONÍMIA................................................................................................................................................ 8
HIPERONÍMIA E HIPONÍMIA ...................................................................................................................... 9

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RELAÇÕES SEMÂNTICAS E O TEXTO

CONCEITO

A semântica é a parte da gramática que estuda o significado das palavras. A semântica


está relacionada com as palavras significado, significação e sentido.
Com isso, podemos inferir que o significado das palavras é estudado pela semântica, a
parte da gramática que estuda não só o sentido das palavras como as relações de sentido que
as palavras estabelecem entre si: relações de sinonímia, antonímia, paronímia, homonímia,...
Compreender essas relações nos proporciona o alargamento do nosso universo
semântico, contribuindo para uma maior diversidade vocabular e maior adequação aos
diversos contextos e intenções comunicativas.
No que diz respeito ao aspecto semântico da língua, pode-se destacar algumas
propriedades:

• Sinonímia
• Antonímia
• Polissemia
• Homonímia
• Paronímia.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Conotação e denotação estão relacionadas aos significados empregados a cada palavra


ou oração na língua portuguesa, sendo os meios principais para a interpretação de textos.
Os múltiplos significados de uma palavra podem ocasionar um caso de conotação e
denotação.

CONOTAÇÃO

A palavra conotação está relacionada ao sentido conotativo que, por sua vez, está
associado a palavras usadas no sentido figurado, isto é, que pode ter vários significados a
depender do contexto em que foi empregado. Sendo assim, os textos que utilizam conotações
demandam de maior capacidade na interpretação de texto já que a linguagem não é objetiva
como nos textos com denotação.

Exemplos:
• Everaldo tem um coração de pedra.
• Fernanda é um sol em nossas vidas.
• Minha vida é um mar de tranquilidade.

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Dessa forma, podemos perceber que a conotação exerce um sentido simbólico e


figurado, que tem como finalidade despertar sentimentos em quem está recebendo a
mensagem. A conotação é muito utilizada na literatura, na linguagem poética, em letras de
músicas, anúncios publicitários e em conversas do cotidiano.

DENOTAÇÃO

A denotação está relacionada ao sentido denotativo, que significa sentido próprio, literal
e real independente do contexto em que o termo, oração ou período foram empregados.
Sendo assim, podemos afirmar que a denotação é o sentido exato da palavra, não dando
margem a outras interpretações.

Exemplos:
• O leão é um mamífero.
• Já li esta notícia na revista.
• O jardineiro limpou a área.
• A funcionária estava cansada.

Dessa forma, podemos perceber que o uso da denotação é feito para passar a mensagem
ao receptor de forma objetiva e clara, não dando abertura para diferentes interpretações. Esse
tipo de linguagem é usado em textos informativos, como: regulamentos, jornais, manuais de
instrução, artigos científicos, bulas de medicamentos etc.

DIFERENÇA ENTRE CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

Para não confundir conotação e denotação basta analisar a estrutura da frase e o


contexto em que determinada palavra ou frase aparece.
Sendo assim, é possível afirmar com certeza quando a frase possui o sentido denotativo
ou conativo.
Observe a variação no significado da palavra fera:

• Os policiais ambientais conseguiram prender a fera depois de muito esforço. (sentido


denotativo)
• Cleane ficou uma fera quando soube que seu ônibus não ia passar. (sentido conotativo)
• Aquele Menino é fera nos cálculos. (sentido conotativo)

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SIGNIFICADO CONTEXTUAL
O significado da palavra "contextual", de acordo com o dicionário, é: adjetivo que se
refere ao contexto. Isso quer dizer que, a depender do contexto no qual está inserida, uma
palavra pode variar de sentido. Não é uma concepção difícil de ser compreendida, pois
utilizamos essas "estratégias da linguagem" todos os dias, tanto na fala quanto na escrita.

Para que possamos entender o sentido contextual de uma palavra ou frase, veja os
exemplos:

- Nilton saiu do armário.

Sabemos que Nilton não estava preso no móvel de sua casa, o qual, convencionalmente,
se chama de "armário". No Brasil, culturalmente se entende que a expressão "sair do armário"
possui um significado bem diferente do literal: indica que uma pessoa assumiu a sua
sexualidade. Ou seja, a palavra armário tem nesta frase um significado contextual.

- Daniel preparou uma armadilha para Bruno ser trolado

Nesta frase sabemos que Daniel não fez uma armadilha para capturar Bruno (como se
Bruno fosse um animal qualquer). Entendemos que Daniel agiu de má fé com o único
propósito de trolar Bruno. Então, "armadilha" possui um significado diferente do literal, nessa
frase, devido ao contexto em que ela foi enunciada.

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS


Uma palavra é composta por duas partes: a primeira é a forma escrita e sonora
(denominada significante) e a segunda está relacionada ao que a palavra expressa, ao conceito
trazido por ela (denominada significado). No que se refere ao significado das palavras, as
mesmas se subdividem da seguinte forma:

Sentido próprio: sentido literal da palavra, sendo o sentido comum que se costuma
atribuir a determinada palavra.

Sentido figurado: sentido simbólico, figurado, que pode ser atribuído a uma palavra.

Repare nos exemplos, onde a palavra porta é utilizada em diferentes contextos:

1. A menina é uma porta (sabemos que neste caso o narrador quer dizer que a menina
não possui características intelectuais marcantes, ou, popularmente seria chamada por outra
palavra também contextual: "burra");
2. Filho abra a porta para seu irmão, pois ele esqueceu a chave (neste caso, o narrador
fala do objeto porta, literalmente);
3. Quando uma porta se fecha, as janelas abrem sozinhas! (já aqui, observamos que o
narrador não quis dizer que objetos inanimados criaram vida [portas e janelas se abrindo ou
fechando literalmente], e sim que utilizou a filosofia para amenizar situações cotidianas. Ou
seja, é como alguém dizer: "quando uma oportunidade se encerra, outra oportunidade
aparece nas nossas vidas").
Assim, reforçando: no item 1 a palavra "porta" foi utilizada em seu sentido figurado; no
item 2 no sentido literal e comum; e no item 3 também em sentido figurado.

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Diante de tudo o que foi dito até aqui, pode concluir que o um mesmo significante (parte
concreta) pode vir a ter vários significados (conceitos).

RELAÇÕES SEMÂNTICAS

Valor semântico (relação semântica) é o sentido atribuído às palavras mediante o seu


contexto. Muitas vezes, as mesmas palavras têm significados distintos. Vejamos os exemplos:

Tinha uma vizinha que era uma cobra!


O caseiro encontrou uma cobra no sítio.

A palavra cobra usada nos dois exemplos diferem no seu significado. No primeiro deles,
a pessoa não está contente com a vizinha, que segundo ela é uma pessoa má, cuja convivência
é difícil. No segundo, a palavra tem o sentido literal, ou seja, de um réptil.

SINONÍMIA
Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que
possuem significado ou sentido semelhante. Vejamos:

1. A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse.


2. A menina recusou energeticamente ao pedido para que comesse.
3. A mocinha rejeitou impetuosamente ao pedido para que comesse.

Vemos que os substantivos “garota”, “menina” e “mocinha” têm um mesmo significado,


sentido, todos correspondem e nos remete à figura de uma jovem. Assim também são os
verbos “renunciou”, “recusou” e “rejeitou”, que nos transmite ideia de repulsa, de “não querer
algo” e também os advérbios que nos fala da maneira que a ação foi cometida
“veementemente”, “energeticamente” e “impetuosamente”, ou seja, de modo intenso.

Podemos concluir, a partir dessa análise, que sinonímia é a relação das palavras que
possuem sentido, significados comuns.

O objeto possuidor da maior quantidade de sinonímias ou sinônimos que existe é, com


certeza, o dicionário.

Um outro fato importantíssimo em relação à sinonímia na leitura de poemas é em


relação à dupla negativa. Toda dupla negativa corresponde a uma afirmação. O problema é
que, pelo uso cotidiano, transformamos a dupla negativa em uma negação simples, como em
“Eu não vejo nada”.

Meditemos:

“Eu não vejo um homem. Vejo uma mulher.” – Se eu não vejo uma coisa,
implica o fato de que eu esteja vendo uma coisa diferente ou contrária àquilo que
disse não estar vendo, a não ser que esteja com algum problema na visão.

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O mesmo temos em “Eu não vejo nada”. Implica o fato de eu estar vendo uma coisa
diferente ou contrária à “nada”, ou seja, “tudo”. Logo: Eu não vejo nada. = Eu vejo tudo.

ANTONÍMIA

Se por um lado sinonímia é o estudo das palavras dos significados semelhantes na


língua, antonímia é o contrário dessa definição. Vejamos:

1. A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse.


2. A senhora aceitou passivamente ao pedido para que comesse.

Percebemos que “garota” tem significado oposto à “senhora” assim como os verbos
“renunciou” e “aceitou” e os advérbios “veementemente” e “passivamente”. Assim, quando
opto por uma palavra opto também pelo seu significado que de alguma forma remete a outro
sentido, em oposição. Por exemplo, se alguém diz:

“Ela é bela”, quer dizer o mesmo que, “Ela não é feia”

POLÍSSEMIA

Uma mesma palavra na língua pode assumir diferentes significados, o que dependerá do
contexto em que está inserida. Observe:

1. A menina fez uma bola de sabão com o brinquedo.


2. A mãe comprou uma bola de basquete para o filho.
3. O rapaz disse que sua barriga tem formato de bola.
4. A professora falou para desenhar uma bola.

Constatamos que uma mesma palavra, “bola”, assumiu diferentes significados, a partir
de um contexto (situação de linguagem) diferente nas frases, respectivamente: o formato que
a bolha de sabão fez; o objeto usado em jogos; o aspecto arredondado da barriga e ainda o
sentido de círculo, circunferência na última oração.

Polissemia (poli=muitos e semos= significados) é o estudo, a averiguação das


significações que uma palavra assume em determinado contexto linguístico.

Exemplos de palavras polissêmicas:


Cabeça (parte do corpo humano e líder do grupo, com origem comum na palavra em
latim capitia);
Letra (símbolo de escrita e documento substituto de dinheiro, com origem comum na
palavra em latim littera).

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monossemia indica que determinadas palavras apresentam apenas um


significado.
Exemplos de palavras monossêmicas:

Estetoscópio (instrumento médico);


Eneágono (polígono com nove ângulos).

HOMONÍMIA
Chamamos de homonímia o fenômeno das palavras que apresentam a mesma estrutura
fonológica, os mesmos fonemas, a mesma acentuação e ainda assim apresentam significados
completamente divergentes!

A situação de uso, ou o contexto comunicacional, será responsável pela construção de


sentidos na ocorrência da homonímia, portanto, não haverá nenhum prejuízo ao
entendimento da mensagem. Observe os exemplos:

➢ São Francisco de Assis é o santo protetor dos animais (são = redução de santo)

➢ Marcos é um homem são, não se deixará enganar. (são = sensato)

As classes gramaticais são importantes no estudo da língua portuguesa. (são = flexão do


verbo “ser”)

• As palavras homônimas dividem-se em três tipos distintos:

➢ Homônimas homógrafas: são iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Veja


alguns exemplos:
colher (talher) e colher (apanhar);
acerto (correção) e acerto (verbo acertar);

➢ Homônimas homófonas: são iguais na pronúncia e diferentes na escrita e no


significado. Exemplos:
cem (100) e sem (indica falta)
senso (sentido) e censo (levantamento estatístico)

➢ Homônimos perfeitos: Eis um caso de homonímia perfeita: as palavras homógrafas


são iguais na escrita e na pronúncia, têm a mesma estrutura fonológica e os
mesmos fonemas. Observe os exemplos
rio (curso de água) e rio (verbo rir);
caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar).

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PARONÍMIA

Palavras parônimas são palavras que são escritas de forma parecida e são pronunciadas
de forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. As relações de paronímia são
estudadas pela semântica.

Exemplos de parônimos:
➢ Absorver/absolver
Tentaremos absorver toda esta água com esponjas. (sorver)
Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de seus pecados. (inocentar)

➢ Aferir/auferir
Realizaremos uma prova para aferir seus conhecimentos. (avaliar, cotejar)
O empresário consegue sempre auferir lucros em seus investimentos. (obter)

➢ Cavaleiro/cavalheiro
Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei participaram na batalha. (homem
que anda de cavalo)
Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar. (homem
educado e cortês)

➢ Cumprimento/comprimento
O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50 metros. (tamanho, grandeza)
Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)

➢ Delatar/dilatar
Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro.
(denunciar)
Comendo assim tanto, você vai acabar dilatando seu estômago. (alargar, estender)

➢ Dirigente/diligente
O dirigente da empresa não quis prestar declarações sobre o funcionamento da mesma.
(pessoa que dirige, gere)
Minha funcionária é diligente na realização de suas funções. (expedito, aplicado)

➢ Discriminar/descriminar
Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas.
(descriminalizar, inocentar)

➢ Estofar/estufar
Meu pai mandou estofar a velha poltrona da sala. (pôr estofo)
Vou estufar esta carne com ervilhas e cenouras. (refogar)

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➢ Fluvial/pluvial
É muito alto o índice de precipitação numa floresta pluvial. (relativo a chuva)
Muitos utilizam diariamente transportes fluviais. (relativo a rio)

➢ Imergir/emergir
Vamos tentar impedir este carro de imergir ainda mais para dentro do lago. (mergulhar)
Os mergulhadores irão emergir após uma hora de exploração do fundo do mar. (vir à
tona)

➢ Imigrar/emigrar
A família real portuguesa imigrou para o Brasil. (entrada num novo país)
A família real portuguesa emigrou de Portugal. (saída do seu país)

➢ Iminente/eminente
Temos que evacuar este prédio que está em risco de perigo iminente. (imediato)
O Cristo Redentor aparece eminente no céu do Rio de Janeiro. (alto, superior)

HIPERONÍMIA E HIPONÍMIA

A hiperonímia indica uma relação hierárquica de significado que uma palavra superior
estabelece com uma palavra inferior. O hiperônimo é uma palavra hierarquicamente superior
porque apresenta um sentido mais abrangente que engloba o sentido do hipônimo, uma
palavra hierarquicamente inferior, com sentido mais restrito.

A hiponímia indica, assim, essa mesma relação hierárquica de significado. Foca-se, no


entanto, na perspectiva da palavra hierarquicamente inferior - hipônimo, que, a nível
semântico, pode ser incluída numa classe superior que abrange o seu significado -
hiperônimo.

País é hiperônimo de Brasil.


Mamífero é hiperônimo de cavalo.
Jogo é hiperônimo de xadrez.

Brasil é hipônimo de país.


Cavalo é hipônimo de mamífero.
Xadrez é hipônimo de jogo.

• Os hiperônimos:
➢ Apresentam um sentido abrangente;
➢ Transmitem a ideia de um todo;
➢ Representam as características genéricas de uma classe;
➢ Permitem a formação de subclasses associadas a elas.

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• Os hipônimos:
➢ Apresentam um sentido restrito;
➢ Transmitem a ideia de um item ou uma parte de um todo;
➢ Representam as características específicas de uma subclasse;
➢ Permitem a associação a uma classe superior mais abrangente.

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