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FINANCIAL SERVICES

Análise
ao Sector
Bancário
Angolano
Outubro 2014

kpmg.co.ao

KPMG ANGOLA
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 3

Índice

1. Breve Descrição da Metodologia do Estudo 5

2. Enquadramento Macroeconómico 7

3. Análise do Sector Bancário em Angola 12

4. Desafios do Sector Bancário em Angola 24

5. Principais Conclusões 59

6. Dados Financeiros 61
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 5

1. Breve Descrição
da Metodologia
do Estudo

Metodologia do Tendo por base o universo de possível incorporar os dados de


Bancos Comerciais autorizados a uma Instituição Financeira. Neste
Estudo e Fontes operar em Angola pelo BNA (24 contexto, este estudo pretende
de Informação Instituições Financeiras), a análise ser uma representação
e dados utilizados nesta edição abrangente do Sector Bancário
A caracterização desta Análise contam com uma representativi- Angolano, garantindo uma análise
ao Sector Bancário Angolano -dade de quase 100% daquele quantitativa e qualitativa das suas
encontra-se suportada em universo, não tendo apenas sido diferentes dimensões.
dados e análises resultantes de
Ano de início de actividade
informação pública (Relatórios e
Contas), disponibilizada pelas Banco Ano
Instituições Financeiras BPC BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 1976
incluídas no presente estudo, BCI BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 1991
BCGTA BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 1993
informação obtida no site do BFA BANCO DE FOMENTO ANGOLA 1993
Banco Nacional de Angola BAI BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 1997
BCA BANCO COMERCIAL ANGOLANO 1999
(‘BNA’) e dados obtidos através
BSOL BANCO SOL 2001
da Empresa Interbancária de BESA BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA (1) 2002
Serviços (EMIS), entre outras KEVE BANCO REGIONAL DO KEVE 2003
BMF BANCO BAI MICRO-FINANÇAS 2004
fontes. BIC BANCO BIC 2005
BPA BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2006
A análise efectuada baseia-se em BMA BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2006
valores agregados e salvo quando BNI BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2006
BDA BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2006
expressamente mencionado,
VTB BANCO VTB-ÁFRICA 2007
resultam do somatório dos BANC BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2007
valores associados às Instituições FNB FINIBANCO ANGOLA 2008
Financeiras consideradas no BKI BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2008
SBA STANDARD BANK 2009
presente estudo.
BCH BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2010
BVB BANCO VALOR 2010
SCBA STANDARD CHARTERED BANK DE ANGOLA 2013
BPPH BANCO DE POUPANÇA E PROMOÇÃO HABITACIONAL 2013

Fonte: BNA
(1) Banco intervencionado pelo BNA em Agosto de 2014 e que entretanto foi
redenominado para Banco Económico. À semelhança de outras Instituições
sujeitas a Relatórios de Auditoria com reservas, e em benefício da
comparibilidade da informação, não foi excluído do presente estudo.
6 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

A Instituição Financeira não Relativamente ao Banco de nomeadamente:


considerada para efeitos do Poupança e Promoção
u Dimensão do Sector (e.g.:
presente estudo foi o Banco BAI Habitacional, apesar de já ter
activos, crédito, depósitos,
Micro-Finanças. obtido a sua licença bancária em
produto bancário, número de
2013, confirma-se que esta
Consideramos por isso estar balcões, número de
Instituição Financeira ainda não
assegurada a representatividade empregados);
havia iniciado a sua actividade no
do Sector na globalidade dos
referido ano. u Rentabilidade (e.g.: resultados
indicadores analisados.
líquidos, ROE, ROAA);
Assim, o presente estudo visa dar
Adicionalmente, referência para a
uma perspectiva quantitativa e u Eficiência (e.g.: cost-to-
inclusão de alguns dados relativos
qualitativa sobre as diferentes Income);
ao Standard Chartered Bank
dimensões de análise do Sector Alavancagem (e.g.: rácio de
Angola (cuja actividade se iniciou u
Bancário Angolano, transformação); e
apenas em 2013).
u Solidez (e.g.: solvabilidade).
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 7

2. Enquadramento
Macroeconómico

Segundo o relatório World Evolução do PIB Real (%)


Economic Outlook do Fundo
Monetário Internacional (‘FMI’) Projecção
divulgado em Outubro de 2014,
a actividade económica global,
durante a segunda metade de
2013, apresentou ligeiras
melhorias face ao ano anterior
sendo esperado um
crescimento mais significativo
em 2014-2015. Estas melhorias
advém maioritariamente da
actividade nas economias mais
desenvolvidas que começam a
entrar em recuperação face ao Fonte: FMI, World Economic Outlook, Outubro 2014

biénio 2011-2012.
bem como no Médio Oriente. continuarão a ser afectadas pelo
Em termos globais, o FMI estima desempenho das economias mais
que a Economia global cresça Em resultado destes factores, as
desenvolvidas e por dificuldades
cerca de 3,3% e 3,8% em 2014 e economias em desenvolvimento
na execução de políticas de
2015 respectivamente. foram afectadas por um
crescimento sustentáveis,
decréscimo da procura externa e
Os principais factores para uma juntamente com alguma
por um menor crescimento do
revisão em baixa das perspectivas deterioração das condições de
investimento.
de crescimento relacionam-se em financiamento e de atractividade
grande medida com a Apesar desta revisão, os principais do investimento estrangeiro.
desacelaração do crescimento vectores de crescimento para
Para a região da África Subsariana,
económico nas economias mais 2014 e 2015 continuam em vigor,
o FMI estima uma evolução
desenvolvidas, a diminuição da nomeadamente, a moderação nas
positiva não só para os países
procura interna nessas mesmas medidas de consolidação
exportadores de petróleo mas
economias (e.g.: Japão) e em orçamental e políticas monetárias
também para os países de baixo
economias emergentes (e.g: expansionistas por parte das
rendimento, suportado pelo forte
Brasil, China), e o aumento do economias mais desenvolvidas.
investimento em infra-estruturas
risco geopolítico derivado da Relativamente às economias em e projectos de exploração de
situação entre a Rússia/Ucrânia, desenvolvimento, estas recursos naturais.
8 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Relativamente a Angola, o FMI O peso do sector petrolífero no Executivo ao nível do Programa


estima que o crescimento para PIB Angolano tem vindo a diminuir de Investimentos Publicos, do
2014 recue e se situe à volta dos nos últimos anos de perto de Programa de Desenvolvimento
3,9%. Estima-se também uma 48,6% em 2011 para cerca de das Micro e PME’s e a reforma
diminuição da inflação para 41,6% em 2013, sendo tributária (mais recentemente
valores abaixo dos 8% em 2014. expectável um forte crescimento com a aprovação na nova pauta
do sector agrícola e de serviços, aduaneira).
Crescimento Economico com especial enfoque para o
De acordo com FMI, estima-se Sector Financeiro.
que o PIB Angolano tenha Reforçamos que para esta
crescido cerca de 6,8% em 2013. redução do peso do sector
É nosso entendimento que este petrolífero continuam a
crescimento se deve destacar-se as iniciativas do
principalmente ao crescimento da
receita do sector não petrolífero
Evolução da estrutura do PIB Angolano
face ao sector petrolífero, que no
entanto foi abaixo do expectável
devido à menor execução
orçamental.
Por outro lado, o sector petrolífero
apresentou uma contracção face
ao ano de 2012. Esta contracção
deveu-se em parte às flutuações
nos preços do petróleo e a uma
quebra na produção relacionada
com alguns problemas
operacionais nas maiores
plataformas petrolíferas.
Fonte: Relatório e Contas, Banco Nacional de Angola - 2013
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 9

Política Monetária e Cambial Face à estabilização da taxa de continuarem a diminuir, ainda


A taxa de inflação em Angola câmbio e da concessão de crédito correspondem a cerca de 40% do
continua a decrescer para níveis à Economia, o BNA decidiu total de depósitos do Sector
mais próximos dos seus pares diminuir gradualmente a Taxa Bancário.
africanos, nomeadamente, Nigéria Básica (ou Taxa BNA) em 100
Por outro lado, o novo regime
e África do Sul. De acordo com o pontos base. No final de 2013, o
cambial, após amplamente
FMI, Angola apresentou uma taxa Comité de Política Monetária
discutido com vários stakeholders,
de inflação em torno dos 8,8% decidiu manter a taxa de juro de
foi totalmente implementado e
em 2013 o que representa um referência nos 9,25%.
contribuiu para uma contínua
decréscimo de 1,5% face ao final No entanto, a política monetária redução da dolarização do Sistema
de 2012, ou seja, abaixo do limite continua a estar limitada pelo peso Bancário, com a obrigatoriedade
de 9% proposto pelo Executivo. significativo do Dólar na Economia de pagamento dos operadores
Angolana. Apesar dos depósitos locais em moeda local. Esta
em moeda estrangeira medida irá igualmente promover a
existência de mais operações
cambiais e um aumento da
Evolução taxa de inflação (%) liquidez no mercado bancário que
será certamente uma alavanca
para tornar o Sistema Bancário
mais eficiente.
Projecção

Fonte: FMI, World Economic Outlook, Abril 2014


10 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Evolução da taxa de câmbio média No que respeita às importações,


Portugal é o principal fornecedor
Projecção com um peso de 16,4% no total
de importações, seguido de
Singapura e China com 13,4% e
10,1% respectivamente.
De referir que no final do primeiro
trimestre de 2014 entrou em vigor
a nova pauta aduaneira com o
objectivo de incentivar o consumo
de produtos produzidos
localmente.
De modo a mitigar o risco a
choques adversos externos e o
impacto que estes poderiam ter
Fonte: EIU
na Economia, o BNA mantém uma
política de acumulação de
A estabilização da taxa de câmbio Este decréscimo está
reservas internacionais que, de
continua a ser um dos principais directamente relacionado com a
acordo com dados do FMI,
vectores macroeconómicos do quebra das exportações do sector
atingiram cerca de 33.2 mil
BNA e do Executivo Angolano. petrolífero, que representam 98%
milhões de dólares norte-
Desde 2011 que o câmbio se do total de exportações.
-americanos no final de 2013 –
mantém estável e 2013 não foi
A balança comercial foi equivalente a 7,8 meses de
excepção.
igualmente afectada por um importações projectadas para
aumento das importações em 2014.
Relações Comerciais e contas
cerca de 11,08% face a 2012.
externas
O FMI estima que a balança de Em termos de parceiros de
pagamentos de Angola continuará referência, a China continua a ser
com uma tendência decrescente o principal parceiro comercial ao
tendo apontado para um absorver 48,3% das exportações
excedente de cerca de 5,5% do seguindo-se a Índia com 10,3% e
PIB para 2013 (comparado com os EUA com 7%. Portugal
11,7% e 12,6% em 2012 e 2011 representa apenas 4,7% das
respectivamente). exportações.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 11

No que concerne ao Investimento Perspectivas Futuras Esta aposta deverá continuar, de


Directo Estrangeiro (‘IDE’), a O crescimento da Economia forma a alavancar o
Agência Nacional para o Angolana continuará a depender desenvolvimento de novas
Investimento Privado (‘ANIP’) fortemente do desempenho do indústrias e assim evitar uma
divulgou que houve um aumento panorama global, principalmente maior deterioração do saldo da
de cerca de 147% face a 2012 no que diz respeito ao impacto balança comercial.
para um total de 4.7 mil milhões que eventuais eventos venham a
A execução orçamental será
de dólares norte-americanos. O ter no preço do petróleo. O preço
igualmente um ponto-chave para a
litoral continuou a ser a zona do do petróleo continuará a ser a
Economia do País, principalmente
País a mais beneficiar com estes principal variável a ter em conta,
no que diz respeito ao
investimentos com particular dado o impacto que as receitas
cumprimento da despesa
enfoque para a região de Luanda, petrolíferas têm no Orçamento
estimada enquanto financiador
Bengo e Benguela. Geral do Estado e na balança de
para o caminho de diversificação
pagamentos através das
Apesar de Angola estar a económica.
exportações. A expectativa por
conseguir atrair IDE, verifica-se
parte do FMI é de uma Os indicadores macroeconómicos
que este se destina em grande
recuperação deste sector, com um de Angola são cada vez mais
parte a sectores não prioritários
crescimento médio de 2,25% nos fortes, principalmente devido a
ao desenvolvimento da Economia
próximos cinco anos. uma política monetária activa
Angolana, como o sector de
levada a cabo pelo BNA e por um
actividades imobiliárias, prestação A diversificação da Economia
conjunto de medidas do Executivo
de serviços e comércio. Angolana deverá continuar a ser o
Angolano que fazem antecipar
principal objectivo do Executivo no
Ao nível dos sectores prioritários, boas expectativas de crescimento
médio prazo. A par dos novos
a indústria transformadora e de para o País. No entanto, o
investimentos públicos na
construção civil continuam a ser Executivo deverá aproveitar para
melhoria da capacidade de
os sectores que mais IDE continuar a incentivar reformas de
produção eléctrica,
conseguem captar. foro social e de desenvolvimento
nomeadamente, através de
humano, alinhadas com um
Referência adicional para salientar barragens e novas centrais
crescimento sustentável e que
que os projectos aprovados pela eléctricas, o desenvolvimento de
permitam a Angola destacar-se
ANIP em 2013 e que constituem infra-estruturas, como portos
dos restantes pares na região da
IDE prevêem criar cerca de marítimos e aeroportos têm tido
África Subsariana.
14.963 postos de trabalho para um papel essencial em tornar
cidadãos nacionais e 1.663 postos Angola um País mais atractivo para
de trabalho para força de trabalho o Investimento.
expatriada.
12 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

3. Análise do Sector
Bancário em Angola

O ano de 2013 caracteriza-se


pelo crescimento económico
em África, com particular
destaque para o Sector
Financeiro, à semelhança da
tendência verificada nos últimos
anos.

O impulso gerado em vários


sectores da Economia africana é
justificado pelo contínuo aumento
do investimento estrangeiro
neste continente, bem como pela
modernização das suas infra-
-estruturas.
Verificou-se também um do País, antecipa certamente o
Angola continua a destacar-se incremento de 15,8% ao nível dos contínuo crescimento da taxa de
como um dos países com maior resultados líquidos das bancarização da população
índice de crescimento no Instituições que compõe o Sector, Angolana e, consequentemente,
continente africano. Este após o decréscimo verificado em da dimensão destas Instituições
crescimento continua a ser muito 2012. Financeiras.
potenciado pelo papel que o
Sector Bancário desempenha no Não obstante, é visível o Evolução do Sector
mercado financeiro e na desenvolvimento deste Sector Apesar da tendência de
sociedade em geral. que já conta com 24 Bancos crescimento do número de
registados junto do BNA, existindo Instituições nos últimos anos, a
A análise realizada permitiu-nos ainda mais cinco Instituições elevada concentração do Sector
concluir que o Sector Bancário em Financeiras em processo de (cinco instituições detêm 72%
Angola continua a crescer, constituição e registo especial. dos activos totais) continua a ser
nomeadamente, ao nível da sua Aliado ao incremento do número uma realidade. No entanto, é
dimensão (aumento de 14,2% em de instituições de ano para ano, o possível constatar que se está a
número de balcões, 11,7% no aumento da presença de produtos iniciar uma diluição gradual dessa
número médio de colaboradores e serviços bancários, num cada preponderância (74% em 2012).
e 12,45% em activos). vez maior número de Províncias
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 13

Numa perspectiva regulamentar, cerca de 30% (2012: cerca de


o Sector Bancário em Angola 23%), valores que os resultados
continua a alinhar-se com as do Censos realizado já em 2014
principais directrizes e orientações irão confirmar com maior
regulamentares mundiais, exactidão.
garantindo não só o cumprimento
Em linha com esta prioridade,
e a execução de boas práticas
assistimos ao constante aumento
internacionais, como também
do número de balcões
uma maior e melhor reputação
(crescimento de 14,2% de 2012
perante a comunidade financeira
para 2013), registando uma
internacional.
abertura média por mês de 13
A emissão de vários avisos e balcões (totalizando 164 balcões
instrutivos relevantes pelo BNA durante o ano).
ao longo do ano de 2013,
É expectativa do BNA que a taxa
relacionados por exemplo com:
de bancarização venha a duplicar
constituição de Instituições
até 2016.
Financeiras, operações cambiais,
mercado monetário, casas de
câmbio, sistema de controlo Nº de Balcões
interno, governação corporativa,
auditoria externa, prevenção do
branqueamento de capitais,
preçário, etc., bem como o seu
papel mais interventivo no Sector
Bancário, demonstram claramente
o reforço da sua supervisão
prudencial e comportamental em
Angola.
“Bancarização”
A taxa de bancarização continua a
ser uma prioridade do Sector
Financeiro como um todo,
estimando-se que, em 2013, a
mesma se tenha situado em Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos
14 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Transacções em ATM
Meios de pagamento e novos
canais de distribuição
O ano de 2013, em análise neste
estudo, registou mais uma vez
uma evolução positiva ao nível da
utilização dos meios de
pagamento e dos novos canais
electrónicos, como forma de
acesso às principais operações
bancárias.
É visível o investimento que as
Instituições Financeiras continuam
a fazer em canais de distribuição
não presenciais, para os seus
produtos e serviços, procurando
Fonte: EMIS dar aos seus Clientes uma maior
comodidade e flexibilidade,
salvaguardando a segurança e a
Transacções em TPA confidencialidade das operações.
Apesar deste esforço e vontade,
que deverá continuar, o
atendimento presencial é ainda
um factor distintivo e muito
procurado pelos Clientes das
Instituições Financeiras.

Fonte: EMIS
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 15

No que respeita à Rede Evolução Caixas Automáticas (ATM)


Multicaixa, a mesma manteve a
sua tendência de crescimento em
2013, aumentando o volume
médio mensal de transacções em
Automatic Teller Machines
(ATM’s) para 11,2 milhões (mais
20% do que o verificado no ano
anterior).
Os Terminais de Pagamento
Automático (TPA’s) registaram
igualmente um incremento de
cerca de 62% no número de
transacções face ao ano de 2012.
Saliente-se ainda o contínuo
aumento do número de ATM’s e Fonte: EMIS
de TPA’s face ao ano de 2012
(16% e 35%, respectivamente).
Evolução Terminais Pagamento Automático (TPA)

Fonte: EMIS
16 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

A este crescimento recorrente,


Evolução do nº de Cartões (1000 Unidades)
verificado ao longo dos últimos
anos, não é alheio todo o esforço
desenvolvido pelo BNA ao nível
dos programas de literacia
financeira e de defesa dos direitos
do consumidor de produtos e
serviços bancários.
Créditos e Depósitos
Também no crédito concedido se
confirmou, em 2013, a tendência
de crescimento verificada em
anos anteriores, embora a um
ritmo inferior, registando-se um
aumento de cerca de 12,9%
Fonte: EMIS
relativamente a 2012.
Esta evolução verificada na
utilização dos meios de
pagamento tem também impacto
no número de cartões bancários Evolução do Crédito
utilizados – de acordo com os
dados da EMIS relativos ao ano
de 2013, o número de cartões
vivos registou um aumento de
20,6% face ao período anterior.
Esta tendência reforça não só o
incremento da taxa de
bancarização da população
Angolana, como também a maior
predisposição e confiança da
mesma para a utilização de meios
electrónicos de pagamento e
canais não presenciais para a
realização das suas operações
bancárias. Valores em milhões de AKZ Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 17

Em relação ao crédito vencido, no


Evolução do Crédito Vencido
ano de 2013 registou-se um
aumento significativo de cerca de
32%, que importa relevar quando
proporcionalmente comparado
com a evolução do crédito
concedido. Adicionalmente, o
peso do crédito vencido no total
de crédito concedido aumentou
para cerca de 8% em 2013.
Também ao nível das taxas de
juro activas e passivas se reflecte
o movimento de desdolarização
da Economia, considerando o
Valores em milhões de AKZ Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos
aumento das taxas de juro activas
em moeda estrangeira e a
Verifica-se igualmente uma maior No que respeita às taxas de juro
diminuição das taxas de juro
aproximação das taxas de juro passivas, realce para o maior
activas em moeda nacional para
activas praticadas para o sector incentivo à poupança em moeda
os períodos mais curtos.
empresarial e para particulares. nacional face à moeda
estrangeira, apesar de ser visível
Crédito Vencido/Crédito Total (%) um maior alinhamento ao nível
dos depósitos por períodos mais
longos.

Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos


18 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Ao nível do crédito concedido por Taxas de Juro Activas Moeda Nacional Moeda Estrangeira
sector de actividade, verificamos Crédito ao Sector Empresarial
um aumento do peso relativo, do Até 180 dias 15,1% 11,8%
De 181 dias a 1 ano 13,9% 12,1%
Comércio por Grosso e a Retalho,
Mais de 1 ano 13,1% 9,8%
dos Particulares e das Outras
Actividades de Serviços Crédito a Particulares
Colectivos, Sociais e Pessoais, o Até 180 dias 15,0% 10,8%
que reforça ainda mais a margem De 181 dias a 1 ano 13,6% 8,2%
de diversificação das Instituições Mais de 1 ano 13,3% 5,1%
Financeiras ao nível do crédito Fonte: Banco Nacional de Angola

concedido. Taxas de Juro Passivas Moeda Nacional Moeda Estrangeira


Dep. Ordem 0,0% 0,0%
É importante uma maior
Dep. Prazo
diversificação do risco de crédito até 90 dias 3,3% 2,1%
das Instituições Financeiras por de 91 a 180 dias 3,9% 2,3%
outros sectores da Economia, de 181 dias - 1 ano 5,1% 2,9%
potenciando o desenvolvimento mais de 1 ano 5,6% 5,0%
dos mesmos e um maior Fonte: Banco Nacional de Angola

contributo para a Economia


Angolana. Crédito por Sector de Actividade

Fonte: Banco Nacional de Angola


OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 19

Em relação aos depósitos, a Conforme referido anteriormente, face aos depósitos em moeda
tendência de crescimento a desdolarização da Economia estrangeira.
manteve-se em 2013, com um continua a ser um objectivo claro
No ano de 2013, assistiu-se a uma
incremento de 16,8% nos do Executivo Angolano e o ano de
diminuição na percentagem de
depósitos totais e um ligeiro 2013 não foi excepção, como
depósitos constituídos em moeda
aumento do valor relativo dos também se demonstra pelo
estrangeira de 47% para 40%.
depósitos à ordem face aos contínuo crescimento dos
depósitos a prazo (54% em 2013 depósitos em moeda nacional
face a 53% em 2012).

Evolução de Depósitos
Depósitos por Natureza

2013
2012
2011

46%47%43%
53%54%
57%

Depósitos à Ordem Depósitos a Prazo

Depósitos por Moeda

2013
2012
2011

40%

47%49%
51%53%

60%

Valores em milhões de AKZ Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos

Moeda Nacional Moeda Estrangeira

Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos


20 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

No que diz respeito ao rácio de Rácio de transformação


transformação, que se traduz na
percentagem de crédito
concedido por parte das
Instituições Financeiras face aos
depósitos captados, verificou-se
uma diminuição ligeira de 64,7%
em 2012 para 62,6% em 2013.
É importante salientar que ambas
as dimensões cresceram no ano
de 2013, existindo um maior
incremento ao nível dos
depósitos, o que originou um
decréscimo do rácio de
transformação. Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos

Este rácio permite perspectivar concederem crédito à Economia,


uma ainda maior capacidade das pois trata-se de um valor com
Instituições Financeiras em margem de evolução face aos
níveis verificados e recomendados
Activos Totais
pelas boas práticas internacionais.
O Activo Total do Sector Bancário
Angolano continua a demonstrar
uma tendência de crescimento,
apesar da desaceleração face ao
ano anterior (12,5% em 2013 face
a 18,9% em 2012).
Também é possível constatar que
a estrutura de activos registou
alterações pouco significativas de
2012 para 2013, tendo havido um
ligeiro decréscimo das
disponibilidades, bem como das
Valores em milhões de AKZ Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos
aplicações de liquidez.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 21

No contexto concorrencial actual


Estrutura de Activos 2013 Estrutura de Activos 2012
do Sector Bancário Angolano,
acreditamos que esta estrutura de
activos continua a demonstrar a
heterogeneidade das Instituições
Financeiras Angolanas.

Produto Bancário
No que diz respeito ao Produto
Bancário, registou-se um aumento
de 7,2% em 2013 quando
confrontado com o ano de 2012.
Este poderá ser justificado,
sobretudo, por um crescimento
relevante da margem financeira
das Instituições (12% em relação Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos

ao ano anterior), uma vez que os


Produto Bancário
valores da margem complementar
aumentaram apenas 0,24% face
aos registados no ano de 2012.

De facto, o Produto Bancário


agregado das Instituições
Angolanas cresceu devido,
nomeadamente, aos Proveitos de
aplicações de liquidez
(crescimento de cerca de 13,9%)
bem como dos Custos de
captações com títulos e valores
mobiliários (diminuição em
97,3%).

Valores em milhões de AKZ Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos


22 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Cost-to-Income
Cost-to-Income
O rácio Cost-to-Income aumentou
de 53,9% em 2012 para 55,2%
em 2013.
Apesar de verificarmos uma
preocupação crescente por parte
das Instituições Financeiras com
os níveis de eficiência e de
optimização de custos, não
podemos deixar de considerar o
facto de ainda haver bastantes
investimentos a fazer ao nível do
funcionamento das mesmas, da
sua expansão geográfica e da
capacitação dos seus recursos
Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos
humanos.

Rentabilidade
Relativamente à rentabilidade dos
capitais próprios, em 2013
continuou a verificar-se a
tendência decrescente dos
últimos anos, diminuindo de
13,2% em 2012 para 12,6%.
Em relação ao ROAA houve uma
manutenção do seu valor face ao
observado em 2012 (1,5%).

Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos


OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 23

Rácio de Solvabilidade Rácio de Solvabilidade


O rácio de solvabilidade médio do
Sector Bancário Angolano tem
vindo a aumentar desde 2011
(19,2%) até 2013 (21,7%).
Este incremento demonstra o
aumento da estabilidade das
Instituições Financeiras em
Angola, mantendo o rácio superior
ao mínimo exigido pelo BNA.

Fonte: Relatórios e Contas dos Bancos


24 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4. Desafios do Sector
Bancário em Angola

O Sector Bancário Angolano em Por outro lado, a evolução da arquitecturas dos sistemas de
2013/14 manteve a sua sinistralidade das carteiras e o informação e as necessidades de
dinâmica de crescimento, o que maior nível de concorrência no integração dos diversos sistemas
associado à constante mercado fazem com que seja e áreas das instituições.
modernização e inovação ao necessário concentrar esforços
Deve ser igualmente considerado
em áreas como a recuperação de
nível dos serviços, processos e que o mercado está a crescer,
crédito e a gestão de riscos de
regulamentação faz com que conforme ilustrado pela evolução
uma forma integrada.
continue a ser uma área de da taxa de bancarização, e que
enfoque para os players A dinâmica da regulação tem este facto implica a necessidade
nacionais e internacionais. igualmente criado novos desafios de desenvolver igualmente
tanto ao nível operacional, como iniciativas junto dos clientes e
Aliado a este crescimento, deve por exemplo em termos fiscais e stakeholders de forma a poder
ser tido em consideração que as compliance, com as matérias explorar o potencial de
metas traçadas para o associadas aos preços de crescimento do mercado.
desenvolvimento de Angola irão transferência e às adaptações ao
criar novos desafios e Nesta base, a KPMG tem como
novo regime FATCA,
oportunidades para as instituições objectivo abordar os seus pontos
respectivamente, no topo das
financeiras, no seu papel de de vista sobre a evolução da
prioridades.
dinamização da economia mas Banca Angolana continuando a
igualmente de principais Da mesma forma, a evolução do contribuir para o seu crescimento
impulsionadores do processo de sistema e a constante pro- e modernização, e contribuindo
literacia financeira e -actividade do BNA, fizeram com para a maturidade e evolução do
modernização. que tivesse sido lançado, em mercado. Estamos disponíveis
Agosto de 2014, um processo de para apoiar as Instituições nos
O Sector está igualmente a passar Avaliação da Qualidade dos diversos desafios e
por um conjunto de desafios ao Activos ('AQA') que visa obter continuaremos a desenvolver
nível da sua rentabilidade e pela uma melhor percepção da parcerias fortes e duradouras para
adaptação a um conjunto de robustez e resiliência das o desenvolvimento e crescimento
novos frameworks que visam instituições. sustentado do Sector. Desta
aproximá-lo das melhores práticas forma, os doze desafios que
a nível internacional, Adicionalmente, e neste contexto
destacamos nas páginas
nomeadamente, no que diz de alterações relevantes nas
seguintes foram apresentados e
respeito à implementação das diversas áreas das instituições, e
desenvolvidos pelos nossos
IFRS e às preocupações com os num momento em que os temas
Partners e Management Group
aspectos relacionados com o de Data & Analytics e Big Data
que desenvolvem na KPMG
Capital Económico e o Risco estão na ordem do dia, é
Angola os diferentes tópicos.
Operacional. relevante repensar as
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 25

4.1 Avaliação da Qualidade


dos Activos

O Banco Nacional de Angola u Identificar áreas A realização deste tipo de


(‘BNA’), na sua qualidade de potencialmente problemáticas avaliações pretende fomentar a
entidade de Supervisão e nas Instituições Financeiras; utilização de melhores práticas,
mantendo o seu percurso de identificar oportunidades de
u Garantir que os rácios de
convergência para as melhores melhoria ao nível dos
capital das Instituições
práticas internacionais, decidiu mecanismos de controlo interno
Financeiras reflectem
realizar um Programa de e dos sistemas de informação
adequadamente o risco de
Inspecções Transversais (‘PIT’) das Instituições Financeiras, para
crédito a que se encontram
faseado para Avaliação da além de permitir uma avaliação
expostas;
Qualidade dos Activos (‘AQA’) de uniformizada da qualidade da
todas as Instituições Financeiras u Definir um plano de carteira de crédito das
bancárias a operar em Angola. Na acompanhamento adequado e Instituições.
primeira fase deste Programa, aplicar medidas correctivas,
O âmbito deste primeiro
que decorrerá entre Setembro e nos casos em que tal se revele
exercício, de acordo com os
Dezembro de 2014, serão necessário.
termos de referência
abrangidas 14 das 24 Instituições
apresentados pelo BNA, é
Bancárias, actualmente a operar
conforme segue:
em Angola.
Os principais objectivos a atingir,
conforme determinado pelo BNA,
com a realização deste programa
de avaliação são os seguintes:
u Promover a transparência,
através do reforço da qualidade
da informação disponível sobre
a carteira de crédito das
Instituições Financeiras;
u Fomentar a confiança no
Sistema Financeiro nacional,
por via de uma maior
transparência e de testes à
solidez das Instituições
Financeiras;
26 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

De acordo com o BNA, o nível de Bancos com carteiras de crédito


detalhe das análises a realizar para com maior representatividade no
cada classe de activo será Sector Bancário Angolano.
variável, em função da dimensão
Com base na experiência da
e diversidade de cada Banco,
KPMG resultante do envolvimento
sendo que o enfoque do
noutros exercícios com objectivos
programa, nesta primeira fase,
similares, os principais passos
incidirá sobre a carteira de crédito
que as Instituições devem ter em
e os níveis de provisões
consideração no âmbito da
reconhecidos, pelo que será
realização do exercício são
expectável a existência de uma
conforme segue:
maior profundidade de análise em
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 27

É nosso entendimento que o AQA


irá servir para que os Bancos
comecem a encarar o Valor e o
Risco de uma outra forma,
aumentando o seu foco nestes
temas, o que irá requerer dos
mesmos uma adequada
governação, gestão pró-activa e
definição de acções focadas e
com valor acrescentado, de modo
a endereçar estes temas.

Uma resposta pró-activa trará benefícios significativos:


■ Supervisor: Evidência antecipada da existência de projectos pró-activos e bem estruturados dará aos Auditores Externos do
AQA e ao BNA conforto relativamente ao facto da gestão do risco estar a ser adequadamente endereçada.
■ Accionistas: Os accionistas esperarão do Banco uma boa capacidade de resposta a este desafio do BNA, bem como a
mitigação dos impactos nos seus resultados.
■ Stakeholders: O AQA permitirá obter informação actualizada sobre a qualidade dos activos do Banco, o que impactará na
percepção de valor dos stakeholders. Torna-se fundamental gerir as expectativas para evitar resultados inesperados e perda
de confiança.
■ Estratégia: O AQA tem o potencial de moldar significativamente as estratégias dos Bancos. Agindo antecipadamente o
Banco poderá colocar-se em posição de promover a sua própria estratégia, com a qual Clientes, colaboradores e accionistas
se poderão alinhar.
■ Valor: O AQA, embora implicando um nível elevado de esforço e dedicação das equipas internas e a monitorização
constante do Concelho de Administração, será mais uma oportunidade para o Banco continuar a melhoria dos seus
procedimentos e a qualidade da informação.
28 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Existe um conjunto de pilares A KPMG está a colaborar com o


que, de acordo com a nossa BNA no desenvolvimento deste
experiência, serão o garante do exercício para as Instituições
sucesso do exercício. Financeiras incluídas no exercício
para as quais é Auditor Externo. É
Estrutura de governação do projecto expectável que estes exercícios
sejam alargados às restantes
Instituições a operar em Angola
Qualidade e actualização da informação em 2015 ou que sejam exploradas
outras áreas nas Instituições
Rapidez de acesso à informação actualmente sujeitas ao exercício.
Nesta base, a KPMG está
Adicionalmente, devem ser disponível para apoiar outras
Como consequência deste
considerados os seguintes Instituições que não foram ainda
exercício, e considerando os
aspectos: abrangidas em 2014 para se
aspectos chave do mesmo,
preparem para este processo e
A nossa expectativa é que ao resultará um aumento do
u para dar o seu contributo para
longo do processo de análise awareness para os temas
apoiar o BNA no seu esforço de
da informação a prestar pelo relacionados com a qualidade dos
reforço da robustez e resiliência
Banco exista uma interacção dados e da informação dos
do Sector Bancário em Angola.
intensiva e regular entre a Clientes (incluindo informação
Administração do Banco e os financeira e informação qualitativa
Auditores externos; relacionada com o negócio e a
gestão), bem como uma maior
u O volume de informação a preocupação com o contexto
analisar será substancial; global dos Clientes no Sector
u É expectável uma carga de Financeiro Angolano (posição da
trabalho substancial para as CIRC, etc.).
Direcções de Contabilidade, Desta forma, todos estes
Crédito, Recuperação de aspectos permitirão igualmente
Crédito, Risco, Mercados uma maior convergência para os
Financeiros, Operações e objectivos definidos nos novos
Jurídica (entre outras). Avisos do BNA sobre as provisões
e para as IFRS a partir de 2016.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 29

4.2 Adopção plena


das IAS/IFRS

A 10 de Março de 2014, e comparativas com referência a 31 u Reconhecimento e mensuração


confirmando a expectativa de Dezembro de 2015. De acordo de títulos e valores mobiliários;
mencionada pela KPMG em com o plano apresentado, é
u Reconhecimento e divulgação
edições anteriores da Análise ao igualmente intenção do BNA que,
de benefícios dos empregados;
Sector Bancário Angolano, o em 2015, os Bancos apresentem
Banco Nacional de Angola (‘BNA’) nos seus relatórios e contas, u IFRS 1 – Adopção pela primeira
anunciou que está em curso o divulgações que permitam dar a vez das IFRS.
processo para adopção plena das conhecer o impacto da adopção Os GIP serão publicados em
Normas Internacionais de plena das IAS/IFRS. Desta forma, versão final em 31 de Outubro de
Contabilidade e Relato Financeiro é entendimento da KPMG que 2014. Na mesma data, será
(‘IAS/IFRS’) a partir do exercício este processo se deverá iniciar definido o modelo de relatório do
de 2016. com a maior brevidade possível. plano de acção global para a
Trata-se de um processo exigente De acordo com a análise do BNA, adopção plena das IAS/IFRS a
e complexo que necessitará do foi decidido publicar para consulta efectuar pelas Instituições
envolvimento de todos os players pública, durante o terceiro Financeiras. De acordo com a
do mercado e de uma cooperação trimestre de 2014, um conjunto avaliação da KPMG, estas serão
muito próxima entre as de Guias de Implementação as áreas de maior impacto da
Instituições e os seus Prática (‘GIP’) para apoiar os implementação das IAS/IFRS no
consultores, bem como com o Bancos nas matérias consideradas Sector Financeiro em Angola.
BNA, para garantir que as diversas de maior relevância/complexidade, Além desta iniciativa, o BNA
etapas são ultrapassadas para que nomeadamente: definiu um conjunto adicional de
se possam apresentar, em 31 de marcos relevantes que inclui: (i)
u Perdas por imparidade para a
Dezembro de 2016, as primeiras preparação de relatórios
carteira de crédito;
demonstrações financeiras de periódicos de implementação; (ii)
acordo com as IAS/IFRS. u Método da taxa de juro efectiva
a revisão do CONTIF atendendo à
no reconhecimento de
Tendo em conta o objectivo do implementação plena das
rendimentos e gastos de
BNA da publicação das primeiras IAS/IFRS; (iii) a preparação de
instrumentos financeiros;
demonstrações financeiras de relatórios de acompanhamento
acordo com as IAS/IFRS com u Locações; (entre 1 de Janeiro e 31 de
referência a 31 de Dezembro de Dezembro de 2016); (iv) a
u Divulgações relativas a
2016 deverão ser preparadas determinação dos impactos da
instrumentos financeiros
demonstrações financeiras transição, com referência a 1 de
requeridas pela IFRS 7;
Janeiro de 2015 até 31 de Agosto
30 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

de 2015 e das demonstrações Este processo face à sua Tanto no apoio aos projectos de
financeiras pró-forma de 31 de complexidade e exigência conversão, como nas matérias
Dezembro de 2015 até 30 de necessita de uma preparação relacionadas com a formação
Outubro de 2016; e (v) o reporte rigorosa de todos os seus temos capacidade de apoiar os
específico sobre as metodologias intervenientes. A KPMG, diferentes players do mercado,
de apuramento das perdas por considerando a sua experiência quer sejam as Instituições
imparidade, incluindo a sua nas IAS/IFRS e o seu background Financeiras, os reguladores, ou
quantificação, com referência a 1 na realização de projectos desta os restantes stakeholders no
de Janeiro de 2015, até 30 de natureza em diversos continentes, processo de conversão, mas
Junho de 2015. está numa posição relevante para igualmente no processo de
desempenhar um papel chave avaliação e interpretação dos
Adicionalmente, o BNA realça a
neste processo quer através do impactos da conversão.
relevância da formação dos
conhecimento que possui das
quadros bancários, a revisão de
IAS/IFRS mas igualmente da
procedimentos e actividades de
realidade das Instituições
controlo e dos sistemas de
Financeiras em Angola.
informação.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 31

Com base na nossa experiência, momento da conversão para IFRS; da conversão para as IFRS;
realizámos um exercício Balanço - impacto expectável em Dificuldade - avaliação estimada
preliminar que nos permitiu termos da composição e do nível de esforço necessário
determinar os impactos de alto mensuração do balanço fruto da para a recolha de informação e
nível nas principais áreas das conversão para IFRS; alteração dos processos para a
demonstrações financeiras, Divulgações - impacto expectável conversão.
conforme ilustramos em seguida: em termos da dimensão e
Demonstração de resultados - complexidade das divulgações
impacto expectável em termos de adicionais a incluir em resultado Elevado Reduzido
volatilidade dos resultados no

Instrumentos financeiros Magnitude Instrumentos financeiros Magnitude


Valorização da carteira de crédito (*) de impacto Taxa de juro efectiva de impacto

Demonstração de resultados Demonstração de resultados

Balanço Balanço

Divulgações Divulgações

Dificuldade Dificuldade

Comentário: O princípio estabelecido nas IFRS tem diferenças relevantes face ao Comentário: Necessidade de analisar cada uma das comissões cobradas,
disposto nas regras do CONTIF não só pela abordagem estruturada a toda a carteira nomeadamente associadas com operações de crédito de forma a avaliar a
em função do seu risco económico e necessidade de determinar uma taxa de perda necessidade do seu reconhecimento de acordo com a regra da taxa de juro efectiva,
para cada crédito individualmente analisado e para as populações homogéneas, tanto para comissões activas como passivas. Este processo deverá ser separado
como pela necessidade de criar um processo que permita estimar as taxas de para as operações de banca de investimento (análise casuística) e para as
perdas para as referidas populações. operações mais massificadas (análise sistemática).

Instrumentos financeiros Magnitude Instrumentos financeiros Magnitude


Títulos e derivados de impacto Contabilidade de cobertura de impacto

Demonstração de resultados Demonstração de resultados

Balanço Balanço

Divulgações Divulgações

Dificuldade Dificuldade

Comentário: Face à natureza dos produtos e às regras do CONTIF, o impacto em Comentário: Não existem actualmente relações de cobertura com impacto material
termos de procedimentos não será muito relevante, com excepção dos critérios e nas contas das IC’s em Angola. No caso de se optar no futuro por esta estratégia,
métodos para determinação do fair value bem como do volume de informação a será necessário definir as regras de negócio e controlos associados ainda que o
divulgar sobre cada instrumento. CONTIF já preveja um conjunto de aspectos alinhados com a versão actual das
IFRS.

(*) Tendo por base a actual redacção do Aviso n.º 3/2012


32 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Consolidação e business combinations Magnitude Divulgação e apresentação de demonstrações Magnitude


de impacto financeiras de impacto

Demonstração de resultados Demonstração de resultados

Balanço Balanço

Divulgações Divulgações

Dificuldade Dificuldade

Comentário: As regras do CONTIF sobre consolidação estão alinhadas com as IFRS, Comentário: O impacto ao nível das necessidades de divulgação estabelecido pelas
no entanto face à derrogação que actualmente existe da aplicação da consolidação IFRS, implicará uma reformulação profunda da actual estrutura das notas às
em algumas instituições aliada às alterações introduzidas com a IFRS 10 farão com Demonstrações Financeiras.
que seja necessária uma reanálise do processo nomeadamente no que diz respeito
ao conceito de controlo (p.e. em veículos utilizados para o desenvolvimento de
projectos imobiliários).

Imposto sobre o rendimento Magnitude Relato por segmentos Magnitude


de impacto de impacto

Demonstração de resultados Demonstração de resultados

Balanço Balanço

Divulgações Divulgações

Dificuldade Dificuldade

Comentário: O CONTIF já prevê o reconhecimento de impostos diferidos de acordo Comentário: As necessidades impostas pela IFRS 8 relativamente à apresentação
com princípios consistentes com as IFRS. No entanto, dependendo das regras de informação financeira por segmentos, implica que os sistemas de informação de
fiscais associadas à transição para as IFRS poderão surgir diferenças temporárias gestão e contabilística esteja preparado para fornecer para cada um dos segmentos
adicionais a considerar. Por outro lado do ponto de vista das divulgações, as IFRS seleccionados informação adicional.
apresentam um nível mais exigente que o determinado pelo CONTIF.

Pensões de reforma e benefícios a colaboradores Magnitude Locações Magnitude


de impacto de impacto

Demonstração de resultados Demonstração de resultados

Balanço Balanço

Divulgações Divulgações

Dificuldade Dificuldade

Comentário: O CONTIF não estabelece regras específicas para o tratamento das Comentário: As exigências estabelecidas pelas IFRS ao nível das divulgações são
pensões de reforma. No caso do Atlântico face a existência de planos de extensivas o que implica que o sistema operacional de gestão do negócio de
contribuição definida, o impacto ao nível das demonstrações financeiras é reduzido, locações deve ser adaptado no sentido de proporcionar a possibilidade de fornecer
no entanto do ponto de vista das divulgações, implicam um volume mais extensivo toda a informação necessária.
de informação face ao que é actualmente divulgado de acordo com o CONTIF.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 33

4.3 Dinamização das áreas de


recuperação de crédito

O reforço dos índices de dos processos de negócio e dos pelas áreas de recuperação após
bancarização no mercado sistemas de informação de determinado período, de forma a
Angolano e a procura crescente suporte: explorar outros cenários de
de crédito conduziram, durante os Modelo Operativo recuperação, potencialmente mais
últimos anos, a um crescimento Modelo de relação eficazes.
significativo das carteiras de Os procedimentos de
crédito das Instituições recuperação são ainda Quanto às áreas de contencioso,
Financeiras. No entanto, este maioritariamente desenvolvidos o modelo a implementar pode
crescimento conduziu também a pelas áreas comerciais ou, contemplar a integração de
um inevitável aumento das taxas esgotando-se as perspectivas competências jurídicas nas
de sinistralidade destas carteiras, para uma recuperação extra- próprias áreas de recuperação ou
que continuou em 2013, com o judicial, pelas áreas de o acompanhamento por estas
consequente impacto sobre os contencioso. Contudo, é áreas dos processos judiciais de
níveis de rentabilidade. importante reforçar a intervenção forma a manter em aberto a
de áreas vocacionadas para a possibilidade de uma negociação
Do ponto de vista regulamentar, a
recuperação de crédito, extra-judicial e evitar os custos
implementação do novo Aviso
promovendo, numa perspectiva associados a estes processos
sobre as provisões para a carteira
externa, a mudança de judiciais.
de crédito e o processo de
interlocutor face ao Cliente e
implementação das Normas
numa perspectiva interna, o Âmbito geográfico
Internacionais de Contabilidade
maior nível de especialização na Considerando a dispersão
(‘IFRS’) implicam a introdução de
prossecução das actividades de geográfica de cada Instituição no
modelos baseados numa
recuperação. território Angolano é importante
abordagem económica, com
definir o âmbito de actuação das
maior sensibilidade a alterações O desenvolvimento do papel das
áreas de recuperação,
no perfil das carteiras de crédito, áreas de recuperação de crédito
nomeadamente, quanto à
nomeadamente ao desempenho requer a formalização do modelo
delegação das actividades de
dos seus processos de de relação com as restantes
recuperação nas áreas regionais
recuperação. Assim, áreas que intervêm no processo,
ou quanto à existência de
consideramos que é urgente que delimitando de forma clara as
recursos especificamente
as Instituições Financeiras a responsabilidades de cada área
alocados a actividades de
operar no mercado Angolano na gestão dos Clientes, sem
recuperação nestas áreas.
concentrem esforços na prejudicar negociações das áreas
dinamização das suas áreas de comerciais mas garantindo uma
recuperação de crédito, através da gestão centralizada dos Clientes
redefinição do modelo operativo,
34 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Transaccional versus Funcional Estes critérios podem estar Negociação


(ou Organização por assentes em modelos qualitativos De forma a assegurar a
segmentos/produtos versus baseados na experiência dos consistência dos procedimentos
funcional) analistas, mais adequados para os de recuperação devem ser
É também importante definir se a segmentos de empresas de definidos planos de acção
estrutura organizativa das áreas grande dimensão ou em baseados em árvores de decisão
de recuperação deve ter uma algoritmos baseados em variáveis que permitam aos analistas das
especialização transaccional, com pré-definidas (ex: crédito vencido, áreas de recuperação desenvolver
equipas dedicadas a dias de incumprimento, etc), mais negociações alinhadas com os
determinados segmentos ou adequados a segmentos de objectivos da Instituição. No
produtos da carteira de crédito ou retalho. âmbito destes planos de acção
com um modelo de especialização
funcional, com uma estrutura
definida em função de cada uma
das fases do processo de
recuperação. Esta decisão deve
ser tomada em função do actual
nível de especialização existente
nos processos de crédito assim
como do nível de automação das
actividades desenvolvidas nestes
processos.

Processo e procedimentos
Prioritização
Atendendo ao aumento de
volume de operações sob gestão
das áreas de recuperação é
fundamental que se estabeleçam
critérios objectivos para definir as
suas prioridades de actuação, de
forma a orientar os esforços dos
analistas para a maximização do
montante de recuperações e a
minimização do tempo de
recuperação.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 35

deve ser claro para os analistas organização, a definição e


que cenários de recuperação são implementação das estratégias de
permitidos e quais os limites recuperação, a tomada de decisão
aceitáveis para a sua e o cálculo de métricas que
concretização, de forma a evitar permitam avaliar o desempenho
que sejam aprovadas operações das áreas de recuperação de
que resultem em perdas futuras. crédito.
A KPMG tem uma experiência
Contratação
significativa na definição de
A maior eficiência e objectividade
modelos operativos para as áreas
dos procedimentos de
de recuperação e no redesenho
recuperação deverá conduzir
dos processos e procedimentos
também, com o progressivo
associados, assim como na
reforço das áreas de recuperação,
implementação de sistemas de
à atribuição de poderes de
informação de suporte a estes
decisão de operações de
processos em diversas
recuperação, nomeadamente
Instituições Financeiras em
reestruturações de crédito, tendo
Angola. Consideramos que a
por base uma delegação de
dinamização das áreas de
competências da Administração.
recuperação de crédito representa
um factor crítico, atendendo ao
Sistemas de informação
crescimento da sinistralidade de
A exigência por uma maior pro-
crédito do mercado Angolano, na
actividade e eficiência dos
defesa da rentabilidade presente
esforços de recuperação, por uma
e futura das Instituições
maior rastreabilidade quanto às
Financeiras em Angola.
decisões tomadas, e por uma
maior visibilidade e controlo da
sua eficácia tornam imprescindível
a existência de sistemas de
informação robustos que
suportem a operacionalização das
políticas e processos de gestão
de risco de crédito da
36 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4.4 Preços de Transferência

No âmbito da reforma tributária abrangente, compreendendo quer recorrente as Instituições


em curso Angola, foi as relações de participação de Financeiras realizarem operações
recentemente introduzido no capital, quer as relações que integradas que visam repartir as
normativo interno um regime de resultem de operações comerciais actividades e os riscos de uma
preços de transferência, seguindo ou financeiras materialmente operação, facilmente se
a tendência verificada em vários relevantes. depreende as oportunidades e o
países africanos, tais como a impacto que este novo regime
Apesar deste novo normativo ser
África do Sul, Quénia, Nigéria ou possam ter na gestão das
aplicável à generalidade das
Marrocos. Instituições Financeiras.
actividades económicas, a
Apesar das regras de preços de experiência diz-nos que o regime O crescimento económico
transferência presentemente em de preços de transferência em depende, fundamentalmente, do
vigor em Angola não seguirem Angola constituirá, em particular, investimento proveniente da
integralmente as orientações da um enorme desafio para as poupança e do financiamento,
OCDE nesta matéria, o princípio Instituições Financeiras locais e representando o capital, o crédito
de plena concorrência passa a ser multinacionais. Por um lado, e o mercado de capitais, os pilares
aplicável às transacções implica a adopção de regras de de sustentação de qualquer
domésticas e transfronteiriças, de mercado nas operações da mais Economia. Para além da
natureza comercial e financeira, diversa natureza e de novas concessão de crédito e, em geral,
estabelecidas entre os obrigações documentais; por do papel da banca de retalho, a
contribuintes Angolanos e as suas outro lado, é expectável o actividade das Instituições
entidades relacionadas. escrutínio atento desta matéria Financeiras encontra-se, de algum
por parte da Direcção Nacional modo, dependente das regras
Em termos práticos, isto significa
dos Impostos. aplicáveis à moeda nacional e ao
que os termos e condições
crédito sujeitos à jurisdição do
acordados e praticados naquelas Ora, considerando que o
Banco Nacional de Angola1, à
operações, entre as ditas desenvolvimento de um Sector
actividade seguradora e de
“entidades relacionadas”, devem Financeiro robusto, moderno e
previdência social2,
ser substancialmente idênticos credível se materializa através (i)
aos que seriam contratados, da presença de Bancos sólidos e
aceites e adoptados em bem capitalizados, (ii) do acesso a
operações estabelecidas entre funding em condições favoráveis,
“entidades independentes”, em (iii) da definição de modelos de
circunstâncias similares. A este negócio sustentáveis, e (iv) da 1. Compreendendo as sociedades de cessão financeira
ou sociedades de locação financeira, entre outras.
respeito, note-se que o conceito gestão rigorosa do risco e do
2. Com impacto nas seguradoras e resseguradoras,
de “entidades relacionadas” é compliance, sendo prática fundos de pensões e suas sociedades gestoras.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 37

bem como às ligadas ao mercado definam/reajustem as políticas de possui uma forte experiência na
de capitais e ao investimento preços de transferência de modo prestação de serviços globais
sujeitas à jurisdição da Comissão a dar cumprimento aos requisitos nesta matéria, encontrando-se
de Mercado de Capitais3, sendo legais locais, as quais, ainda disponível e vocacionada para
estas algumas áreas em que a assim, deverão funcionar como colaborar com as Instituições
estruturação de operações de uma ferramenta estratégica de Financeiras Angolanas na
project finance ou a contratação suporte à gestão e ao concretização dos seus objectivos
de instrumentos híbridos, entre investimento e, simultaneamente, mais imediatos e de longo prazo,
outras, consagram instrumentos como um instrumento de em linha com as melhores
essenciais para a concretização de optimização operacional e fiscal. práticas em sede de preços de
projectos de investimento local. transferência, envolvendo, para o
A equipa de preços de
efeito, os recursos mais
Como é sabido, a concretização transferência da KPMG em Angola
adequados.
destas operações é
frequentemente realizada através
da rede de distribuição, pelo que a
operacionalização das transacções
intragrupo será já uma
preocupação constante na gestão
das Instituições Financeiras.
Neste contexto, o momento
actual revela-se como uma
excelente oportunidade para as
Instituições Financeiras
revisitarem o seu modelo de
negócio e a metodologia adoptada
na formação do preço das
operações intragrupo.
Efectivamente, tendo em
consideração as novas regras em
vigor, importa que as Instituições
Financeiras que operam no
mercado Angolano

3. Nas quais se incluem as sociedades de capital de


risco ou as sociedades gestoras de fundos de
investimento, por exemplo.
38 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4.5 FATCA – Reputação


e Compliance

O Foreign Account Tax apresentam-se cada vez mais


Compliance Act (‘FATCA') como críticas para o
continua a apresentar-se como desenvolvimento e crescimento
um desafio para as Instituições sustentado do Sector Financeiro
Financeiras em Angola, não só Angolano.
pelas relações com Bancos
Neste contexto, sendo um regime
correspondentes, onde lhes é
complexo, cuja entrada em vigor
exigido o registo respectivo e o
ocorreu no passado dia 1 de Julho
cumprimento para com o
de 2014, continua a ser premente
normativo, como também perante
que as Instituições Financeiras
os riscos reputacionais e de
Angolanas garantam o
compliance associados.
cumprimento das suas
Conforme referido em edições obrigações, dado que a maior
anteriores deste estudo, este parte já se encontra registada
regime apresenta-se como sendo junto do IRS (Internal Revenue
não apenas uma iniciativa fiscal, Service) americano e com um
mas também uma iniciativa de GIIN (Global Intermediary
compliance cujo não cumprimento Identification Number) atribuído.
poderá impactar nos negócios
Apesar de ainda se encontrar em
actualmente estabelecidos com
discussão a proposta final do
os Estados Unidos da América. A
acordo intergovernamental de
adesão ao FATCA não é
cooperação entre Angola e os
mandatória mas, na prática,
Estados Unidos da América (IGA),
quaisquer Instituições Financeiras
é premente que as Instituições
que tenham ou pretendam
Financeiras antecipem a
desenvolver operações com os
adequação do seu modelo de
EUA ou com Clientes que sejam
negócio ao FATCA, capitalizando
“US persons” deverão aderir ao
os seus processos actuais de
regime e cumprir para com as
abertura e manutenção de conta/
obrigações do mesmo, sob pena
Cliente, de prevenção do
de ficarem sujeitas a penalidades.
branqueamento de capitais e de
Mesmo considerando o processo diligência junto dos Clientes, com
de desdolarização gradual da especial destaque para:
Economia Angolana, as relações u A garantia e manutenção do
de negócio e de banca compliance e qualidade da
correspondente com os EUA
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 39

base de dados de Clientes, Por outro lado, existe todo um Em paralelo, é relevante
assegurando que a processo de certificação, pelo considerar toda a estratégia de
documentação física e menos interna, ou de garantia de comunicação e prestação de
electrónica se encontra válida e cumprimento que tem que ser informação atempada aos
disponível; salvaguardado. Assim, devem as Clientes e aos colaboradores da
Instituições Financeiras: Instituição, como forma de
u A monitorização da completude
u Avaliar os principais riscos de garantir uma vantagem
do processo de manutenção de
compliance e reputacionais competitiva no mercado e um
conta e da documentação
associados aos processos processo de transição e de
recolhida, salvaguardando a
operativos impactados; adaptação ao FATCA com a
necessária adaptação dos
menor disrupção possível na
sistemas e aplicativos u Assegurar, no curto prazo, uma
actividade.
relacionados; gestão e coordenação
centralizada da adaptação ao Sendo o regime FATCA uma
u O necessário desenho, criação
regime FATCA, minimizando o preocupação premente das
e implementação de
risco de incumprimento; Instituições Financeiras, a KPMG
ferramentas de pesquisa
tem vindo e continuará a apoiar
electrónica para Clientes com u Definir áreas responsáveis pela
os seus Clientes, através de uma
US indicia; execução e controlo desses
equipa multi-disciplinar (Advisory,
mesmos processos,
u A adaptação de políticas, Tax, TI), neste processo de
aproveitando sinergias com
normativos, formulários de adaptação, garantindo o seu
outros projectos e iniciativas;
abertura de conta e fichas cumprimento e mitigando o
técnicas de produtos, bem u Garantir um acompanhamento potencial risco reputacional.
como de contratos associados; contínuo da regulamentação
internacional e nacional ao nível
u O reporte e gestão de
das várias geografias e áreas
informação para o processo de
de negócio em que operam; e
tomada de decisão;
u Identificar owners específicos
u A revisão de eventuais relações
para efectuar a monitorização
contratuais com terceiras
contínua dos processos,
entidades prestadoras de
reportar desvios e garantir as
serviços;
necessárias medidas
u O arquivo e guarda de correctivas.
documentação, adaptando se
necessário o sistema de gestão
documental.
40 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4.6 Evolução na Oferta de


Produtos e Serviços

O Sector Financeiro tem Os segmentos de empresas e u Prestação de Garantias -


desempenhado uma função institucionais têm sido soluções destinadas a garantir
crucial no crescimento da considerados os mais prioritários o bom pagamento e a
Economia Angolana, em particular nas estratégias comerciais da execução dos compromissos
nos vectores do financiamento à maioria dos Bancos universais em assumidos perante terceiros
Economia, literacia financeira e Angola, não apenas pela (e.g. Garantias, Crédito por
bancarização. A dinâmica da importância do sector empresarial assinatura);
Economia Angolana e a e institucional, enquanto criador
u Suporte ao investimento -
concorrência do Sector, aliada a de riqueza e emprego para a
apoio na estruturação de
um quadro regulamentar cada vez economia real, mas igualmente
programas de investimento,
mais exigente, em termos de pelo seu peso na Economia e
nomeadamente no apoio à
controlo e gestão de risco, tem consequente elevada propensão à
exportação/importação e
continuamente moldado os contratação de serviços
internacionalização de
modelos de negócio das financeiros. A dinâmica de
empresas;
Instituições, tanto ao nível da crescimento verificada nestes
oferta de produtos e serviços segmentos, tem vindo a suscitar u Protocolos com
financeiros, mas igualmente na uma reflexão nas ofertas de Colaboradores: bundling de
forma como servem os seus produtos e serviços dos Bancos, soluções para colaboradores
Clientes ou o público em geral. em particular no desenvolvimento dos Clientes;
de soluções inovadoras e mais Bancassurance: seguros
Conscientes do forte ambiente u
sofisticadas ao nível do específicos para as diferentes
concorrencial e heterogeneidade
financiamento: fases do negócio.
do mercado, as Instituições têm
u Fundos de maneio e
vindo a adequar as suas
antecipação de receita -
“proposta de valor” tendo em
soluções de financiamento de
consideração as necessidades,
curto prazo destinadas a gerir o
preferências e comportamentos
fundo de maneio (e.g. Conta
dos diversos segmentos de
Corrente, Factoring e
Clientes do mercado Angolano,
Confirming);
em particular das empresas,
institucionais e particulares. u Aluguer de Equipamentos -
soluções de financiamento que
permitem a expansão
operacional do negócio (e.g.
leasing/aluguer operacional de
viaturas e equipamento);
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 41

Adicionalmente, a crescente decorrente do surgimento de uma


necessidade de simplificação na classe média emergente (Affluent)
gestão do dia-a-dia das empresas, e de uma classe de “alto
tem suscitado igualmente a rendimento” (Private). O emergir
reflexão por soluções que visam de novas necessidades,
responder às diversas comportamentos e preferências
necessidades dos Clientes, nestes segmentos, tem obrigado
nomeadamente: as Instituições a reflectirem sobre
u Gestão de Tesouraria: gestão a oferta de produtos e serviços,
corrente da tesouraria, através de acordo com um conjunto de
de soluções de curto prazo e princípios estratégicos:
de instrumentos de gestão de Gestão do dia-a-dia:
liquidez do dia-a-dia; u Facilidade e simplicidade na
subscrição de soluções;
u Pagamentos: apoio na
simplificação dos pagamentos u Fomento à domiciliação do
correntes e pagamentos a ordenado ou de rendimentos;
diferentes stakeholders (e.g. u Bundling de soluções
pagamento de salários, personalizadas, atendendo às
pagamentos a fornecedores, necessidades financeiras.
etc.);
Aplicações e Investimento:
u Cobranças: optimização do u Diversidade de produtos,
processo de gestão de prazos e rentabilidades;
cobranças, nomeadamente
débitos em conta, gestão de u Soluções com garantia da
cheques, terminais de totalidade do capital no
pagamento automático, etc.; vencimento e em caso de
mobilização antecipada;
u Aplicações financeiras:
soluções que permitem u Fomento à aplicação de capital
rentabilizar os excedentes de em produtos com maior
tesouraria. maturidade;
No que concerne o segmento de u Acesso a soluções em
particulares, verifica-se uma mercados internacionais.
gradual clusterização do mercado,
42 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Crédito e Financiamento: u Serviços de custódia de títulos criação de mecanismos de análise


u Soluções de crédito inovadoras nacionais e internacionais e de da rentabilidade das diversas
e especializadas; aconselhamento financeiro; dimensões do negócio (e.g.
Direcções, Produtos, Segmentos,
u Associação de produtos de u Integração de uma oferta não
Canais) e, complementarmente, o
crédito a produtos de seguros financeira;
desenvolvimento de propostas de
e colateralização da dívida e
u Parcerias com marcas de valor segmentadas, que permitam
subscrição de seguros,
referência, por forma a adequar o modelo de serviço com
enquanto mecanismos de
disponibilizar condições o valor gerado por cada Cliente.
minimização do risco de
vantajosas em serviços não
incumprimento;
financeiros.
u Aposta em soluções de crédito
A KPMG entende que com o
de curto prazo, que permitam
desenvolvimento de produtos e
diversificar a carteira de
serviços, os Bancos têm como
activos.
objectivo responder às
Meios de Pagamento: necessidades do mercado, bem
u Meios de pagamento como dar resposta à crescente
diferenciados e de redes com pressão na margem financeira. A
maior reconhecimento criação de produtos e serviços de
internacional; valor acrescentado no contexto
de propostas de valor especificas
u Melhoria dos níveis de serviço
para cada um dos segmentos do
na subscrição e gestão dos
mercado, permitirá aos Bancos
meios de pagamento;
inverter a tendência decrescente
u Meios de pagamento da rentabilidade do negócio
personalizados e adaptados através de um reforço do
aos perfis de Clientes envolvimento bancário dos
definidos, diferenciando a Clientes e de um aumento da
imagem e os benefícios margem complementar.
integrantes na solução.
De acordo com o nosso
Outros produtos e serviços: entendimento, esta dinâmica
u Oferta de produtos de seguros requer da parte dos Bancos uma
no ramo vida e não vida; actuação célere ao nível da
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 43

4.7 Capital regulamentar e


capital económico

O capital é tradicionalmente um u Incorporação de um conjunto segmentação das suas


recurso escasso e caro, pelo que adicional de tipos de risco na exposições em diferentes classes
a sua gestão deve representar quantificação dos requisitos de de risco, tendo por base o tipo de
uma preocupação constante para fundos próprios. contraparte e o tipo de garantias
as Instituições Financeiras. associadas às exposições, o que
Durante o ano de 2013, o BNA já
Apesar de, em Angola, os rácios vai requerer uma análise
havia reforçado as exigências de
de solvabilidade apresentarem detalhada das suas carteiras de
capital social e os fundos próprios
consistentemente níveis activos e a implementação de
regulamentares para as
superiores às exigências uma rotina regular que suporte
Instituições Financeiras. Neste
regulamentares, a evolução a este processo de segmentação.
momento, na regulamentação que
nível mundial nas metodologias Para cada classe de risco são
está a ser preparada pelo BNA foi
de cálculo dos requisitos de definidos ponderadores de risco
definido como requisito um rácio
capital, assim como a emergência que permitirão a determinação
de solvabilidade de 10,5% que
de um conjunto de riscos no dos activos ponderados pelo risco.
deverá ser cumprido após um
mercado Angolano, com potencial Para as contrapartes em relação
período transitório ainda em
de erosão sobre o nível de fundos às quais exista uma avaliação de
discussão. São também
próprios tem conduzido o BNA a risco estabelecida por uma
clarificados de forma detalhada os
promover um conjunto de Agência de notação externa, estes
requisitos dos instrumentos
alterações no enquadramento ponderadores são aplicados de
financeiros para serem elegíveis
regulamentar sobre estas acordo com o grau de qualidade
para fundos próprios de base e
matérias que coloca maior de crédito atribuído pela referida
complementares, assim como os
enfoque no processo de gestão agência.
restantes elementos positivos e
de capital das Instituições
negativos e as deduções a fundos É também estabelecido um
Financeiras.
próprios. ponderador mais reduzido para as
Estas alterações têm vindo a ser exposições que se encontrem
Relativamente aos requisitos de
promovidas a vários níveis, garantidas por um bem imóvel e é
fundos próprios as alterações
nomeadamente: reconhecida a possibilidade de
introduzidas acarretam um
redução das posições em risco
u Reforço das exigências de conjunto de desafios relevantes
tendo por base a utilização de
capital social e de fundos para as Instituições Financeiras,
garantias reais ou pessoais. No
próprios regulamentares; nomeadamente:
entanto, a utilização destes
u Clarificação quanto aos Risco de crédito instrumentos está dependente da
elementos integrantes dos Prevê-se a necessidade das implementação de procedimentos
fundos próprios Instituições procederem a uma adequados para a sua gestão,
regulamentares;
44 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

nomeadamente, no que respeita A utilização do método padrão


ao seu registo, alocação e está dependente de autorização
avaliação, o que vem salientar a pelo BNA, estando sujeita ao
necessidade de reforçar estes cumprimento de um conjunto de
processos. requisitos qualitativos que
incluem, nomeadamente, a
Risco de Mercado existência de uma função
Quanto ao risco de mercado, específica de gestão de risco
embora a abordagem de cálculo operacional, a existência de um
dos requisitos de fundos próprios processo de recolha de eventos
seja baseada na atribuição de um de risco operacional e de um
conjunto de ponderadores pré- sistema de medição do risco
-definidos, irá obrigar as operacional, devidamente
Instituições a desenvolver uma documentado e sujeito a uma
segmentação detalhada das suas validação interna.
exposições tendo por base
informação sobre o prazo, a Conclusão
moeda ou o tipo de entidade Este novo enquadramento
emitente de determinado regulamentar introduz, em geral,
instrumento. uma perspectiva de cálculo de
requisitos de fundos próprios que
Risco de Operacional requer um conhecimento mais
O cálculo dos requisitos para este aprofundado do risco das suas
tipo de risco pode ser efectuado operações e Clientes e está assim
de acordo com três métodos mais próximo de uma perspectiva
diferentes: o método do indicador económica, permitindo assim ter
básico, o método padrão ou o uma noção mais precisa dos
método padrão alternativo, sendo níveis de solvabilidade das
baseado na multiplicação de um Instituições face aos riscos que
indicador de exposição (baseado são mais relevantes na sua
no produto bancário e em actividade.
algumas contas adicionais de
Está baseado numa abordagem
resultados) por um factor pré-
assente em parâmetros de risco
-definido que, no caso do método
padrão é específico por segmento
de actividade.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 45

definidos pelo supervisor e não determinação do capital novos requisitos sobre os seus
em parâmetros determinados de económico de cada Instituição. níveis de solvabilidade e na
forma económica para cada Estes modelos de capital definição de planos de capital e
carteira de activos das económico permitem efectuar liquidez que permitam projectar
Instituições. A introdução das quantificações económicas dos os níveis de fundos próprios face
Normas Internacionais de Reporte riscos que sejam relevantes para à previsível evolução da sua
Financeiro e a implementação de a actividade das Instituições actividade, assim como no
modelos de imparidade para a Financeiras, tendo por base desenvolvimento e
carteira de crédito, assim como metodologias específicas que implementação de modelos de
de modelos de cálculo de justo consideram as características de capital económico que permitam
valor para outros activos permitirá cada tipo de risco e que podem obter uma estimativa mais precisa
aprofundar a sensibilidade ao risco ser agregadas de forma a obter da rentabilidade de cada
de cada categoria de activos. uma medida global do seu perfil Instituição ajustada ao seu perfil
Este será o primeiro passo num de risco. de risco e determinar métricas de
processo que deverá conduzir ao avaliação do seu desempenho
A KPMG tem apoiado diversas
desenvolvimento de modelos económico.
Instituições Financeiras na
mais sofisticados de
determinação do impacto destes
46 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4.8 Modernização da
arquitectura dos
Sistemas de Informação

Neste ambiente muito Esta é uma agenda muito Nesta matéria, a realidade é
competitivo que é o da Banca em estimulante, mas desafiante, mais diversa de Banco para Banco, mas
Angola, a maior parte dos Órgãos ainda quando todo o Sector está, muitos reconhecerão como suas
de Gestão dos Bancos têm na sua em paralelo, a mobilizar recursos algumas as seguintes
agenda múltiplas iniciativas significativos para melhor gerir o dificuldades:
direccionadas para um ou mais risco operacional inerente à
u Funcionalidade - cobertura
dos seguintes vectores: actividade e responder à
funcional limitada de processos
crescente pressão legal e
1. O crescimento, e.g. expansão de negócio/suporte críticos
regulamentar (e.g. Controlo
da rede de agências, (e.g. concessão de crédito);
Interno, IFRS, FATCA, AML, só
internacionalização,
para referir alguns), numa u Flexibilidade - dificuldade para
diversificação de produtos,
trajectória seguida pelo BNA de responder, no tempo adequado
serviços e canais, melhoria da
alinhamento com as boas práticas e com custos razoáveis, a
qualidade de serviço;
internacionais de regulação novos requisitos de negócio,
2. A melhoria da rentabilidade, bancária. operacionais, legais e
e.g. segmentação dos regulamentares.
Na resolução desta equação
Clientes e respectiva Frequentemente, esta
complexa, quase a quadratura do
diferenciação da oferta de dificuldade obriga à distribuição
círculo, uma das variáveis mais
produtos e serviços, assimétrica dos recursos
importantes é a capacidade dos
redefinição dos modelos de humanos e financeiros
sistemas de informação para
preço, controlo da perda de disponíveis, mais orientados
responder adequadamente à
receita (nomeadamente das para responder ao que é
rápida mutação dos requisitos de
comissões); e obrigatório (e.g. implementação
negócio (aqui entendidos numa
de requisitos regulamentares),
3. A redução dos custos perspectiva abrangente, i.e.
em prejuízo de iniciativas mais
operacionais e melhoria da quaisquer requisitos relativos a
relevantes na perspectiva da
eficiência operativa, e.g. processos de negócio, processos
criação de valor para o Banco
automatização de processos de suporte e obrigações legais e
(e.g. oferta de novos produtos
de negócio, capacitação de regulamentares).
e serviços);
recursos humanos, controlo
dos níveis de serviço, u Escalabilidade e Desempenho
melhoria dos processos de - dificuldade em garantir a
planeamento e orçamentação. estabilidade e o bom
desempenho das aplicações,
e/ou em acompanhar o
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 47

aumento da rede de balcões, A verdade é que a arquitectura


da estrutura interna, da base tradicional de sistemas de
de Clientes ou do volume de informação na banca, muito
operações, por limitações da suportada num sistema core,
infra-estrutura técnica e/ou da monolítico e pouco ágil, e por
capacidade de processamento algumas componentes
das aplicações; complementares parcialmente
integradas, não é a melhor para
u Qualidade da informação -
responder aos desafios acima
dificuldade em garantir a
enunciados.
qualidade da informação de
Clientes e operações (e.g. É precisamente por isso que
garantias e colaterais) registada alguns Bancos em Angola
nas aplicações e/ou controlar o iniciaram, ou estão a pensar
fluxo de informação entre as iniciar, um processo de
diferentes componentes dos modernização da sua arquitectura
sistemas de informação; de sistemas de informação: para
um problema que, na sua génese,
u Informação de gestão -
é muito de arquitectura exige-se
dificuldade em produzir
uma resposta de arquitectura.
informação de gestão
tempestiva e relevante para Adoptar uma arquitectura de
permitir a compreensão sistemas de informação mais
efectiva de todas as moderna passa especificamente
dimensões do negócio e apoiar por evoluir de um modelo
nos processos de decisão de operativo centrado no produto e
gestão. integrado verticalmente por áreas
funcionais de negócio para um
Estas dificuldades podem
modelo operativo centrado no
condicionar as estratégias de
Cliente e integrado
negócio dos Bancos, e têm um
horizontalmente por processos de
impacto negativo evidente na
negócio. Em termos técnicos, isto
capacidade de gestão, na
significa eliminar as dependências
qualidade de serviço aos Clientes
entre o core bancário, os
internos e externos, na eficiência
processos operacionais e o front-
operativa, e na dimensão do risco
-office, através da desconstrução
operacional.
de sistemas legados complexos
48 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

nos seus blocos fundamentais: operações de crédito, suporte que permite disponibilizar
conjuntos distintos de dados a produtos específicos (e.g. funcionalidades e serviços
mestres para Clientes, produtos e factoring, bancassurance), relevantes para os diversos
contractos, por um lado, e gestão de colaterais e Clientes internos e externos,
processos, lógica e regras de garantias, identificação de nos vários canais do Banco
negócio que governam a relação transacções suspeitas (AML), (e.g. balcões, Internet,
entre os dados mestre, por outro. gestão de activos e passivos telemóvel), em segurança e
(ALM), ou gestão da com uma boa experiência de
Tipicamente, desta abordagem
informação financeira dos utilização;
resulta o seguinte conjunto de
Clientes empresa;
componentes: u ERP - componentes focados no
u Worflows - sistemas de suporte das funções
u Core bancário - base de dados
suporte aos processos críticos contabilísticas e financeiras e
que relaciona a informação de
de negócio (e.g. abertura de outras funções corporativas.
Clientes, contas, produtos e
conta, gestão de operações Podem incluir, entre outros, os
operações, e processa as
cambiais, concessão de sistemas da contabilidade,
transacções bancárias
crédito, recuperação de gestão de imobilizado, gestão
elementares (e.g. movimentos
crédito), que permitam de compras e fornecedores, e
nas contas, cálculo de juros);
coordenar e controlar as gestão de recursos humanos;
u Serviços corporativos - actividades realizadas por
u Informação de gestão/EPM -
componentes que diferentes áreas funcionais,
componentes para responder
disponibilizam serviços mantendo uma perspectiva
às necessidades de informação
corporativos, que podem ser integrada dos processos, o
de gestão da organização,
partilhados e reutilizados pelas fluxo adequado da informação
reporte legal e regulamentar, e
restantes componentes da e a operacionalização dos
controlo da qualidade de
arquitectura. Incluem, entre níveis de autorização e decisão
informação. Numa versão mais
outros, serviços/motores de definidos pela organização.
sofisticada, esta camada pode
workflow, gestão documental, Podem ainda ser utilizados para
ainda incluir componentes de
regras de negócio e gestão de medir os níveis de serviço,
gestão do desempenho
acessos; identificar pontos de
corporativo (e.g. modelos de
Serviços de negócio - constrangimento e, assim,
u rentabilidade e custeio,
componentes funcionais contribuir para a optimização
planeamento, e orçamentação),
especializadas, que endereçam operativa e suportar iniciativas
e capacidades analíticas (e.g.
necessidades específicas de de melhoria contínua;
modelos de identificação de
negócio. Podem incluir, entre u Gestão multicanal - perda de receita);
outros, sistemas de rating/ componentes de apresentação
/scoring de Clientes e
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 49

u Integração - camada de limitações das arquitecturas a arquitectura de sistemas de


integração e orquestração das tradicionais e permitir a fácil informação a atingir e de uma
componentes da arquitectura, alteração de componentes já abordagem incremental que
garantindo o fluxo controlado existentes e/ou a adição de novas permita capturar
de informação e a partilha dos componentes, quando necessário, progressivamente os benefícios
serviços no ecossistema para responder à evolução do pretendidos, em função das
aplicacional. negócio. prioridades, gerindo a capacidade
existente ao nível dos recursos
Os elementos acima descritos A estratégia, a abordagem e o
humanos e distribuindo no tempo
representam uma instanciação calendário definido/a definir por
os investimentos necessários.
possível de uma arquitectura cada Banco para a modernização
orientada a serviços (SOA, service dos seus sistemas de informação Nesta matéria, a experiência diz
oriented architecture) para Banca, vai certamente depender de que quanto mais cedo a
constituída por componentes múltiplos factores, incluíndo a organização começar a trilhar este
especializadas e ágeis, que estratégia de negócio, a caminho, melhor direccionados
suportam funções específicas de maturidade actual dos sistemas e serão os investimentos realizados
negócio, e que coexistem e informação e os recursos ao nível dos sistemas de
comunicam através de uma humanos e financeiros informação e maior será a
camada de integração. As disponíveis. capacidade da organização para
arquitecturas SOA estão endereçar os seus desafios
O principal desafio está na
pensadas para ultrapassar as estratégicos.
definição de uma visão clara para
50 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4.9 Optimização da Receita


Bancária: Gestão de Pricing

O crescimento do contributo dos No que concerne ao fortalecer o envolvimento global


resultados de prestação de desenvolvimento de novas com os seus Clientes.
serviços financeiros para os ofertas, são evidentes os
Não menos importante, os
resultados globais de esforços desenvolvidos pelos
Bancos Angolanos têm vindo a
intermediação financeira, a Bancos Angolanos, no sentido de
avaliar a efectividade dos seus
redução dos resultados de melhor segmentarem e
processos de cobrança de
operações cambiais, fruto do estruturarem propostas de valor
comissões. Neste domínio, a
processo de desdolarização e a diferenciadoras, tendo em
actuação dos Bancos tem-se
redução da rentabilidade consideração as necessidades e
centrado fundamentalmente, na
estrutural do Sector Bancário têm preferências dos segmentos de
identificação e quantificação das
criado nas Instituições bancárias Clientes, cada vez mais
situações de leakage, mas
angolanas uma preocupação sofisticados e exigentes, assim
também na revisão do
crescente com a efectividade dos como, o ambiente concorrencial
enquadramento operativo -
seus modelos de pricing. com que se deparam.
Organização, Processos, Sistemas
Tendo como objectivo primordial De modo complementar, os de Informação, Governance -
a preservação dos níveis de Bancos Angolanos têm procurado Compliance e ambiente de
rentabilidade gerados pelo desenvolver, nos últimos anos, controlo interno que estão
negócio, as Instituições bancárias capacidades funcionais que lhes subjacentes aos processos de
angolanas têm vindo a permitam avaliar, de forma definição, parametrização,
desenvolver esforços no sentido periódica, o seu posicionamento negociação e cobrança de
de robustecer os seus processos no contexto do Sector em que se comissões, com vista à sua
e ferramentas de gestão de inserem. Mediante análises correcta mitigação.
preçário, seja ao nível do regulares da concorrência, dos
Fruto da experiência desenvolvida
aprofundamento dos seus produtos, serviços e condições de
em Angola e a nível Internacional,
modelos de oferta, na pricing que estas praticam, mas
a KPMG entende que os Bancos
identificação de novas fontes de igualmente, através do
têm actualmente uma
proveitos e no alinhamento do desenvolvimento de ferramentas
oportunidade para reforçar a
comissionamento cobrado face ao de customer analytics, os Bancos
rentabilidade do negócio bancário,
posicionamento de mercado e Angolanos ambicionam
através de uma actuação
níveis de serviço prestados aos compreender as dinâmicas
estrutural ao nível dos modelos de
Clientes, mas igualmente, na comportamentais dos segmentos
gestão do pricing. No nosso
identificação e mitigação de de Clientes e suportar a definição
entendimento esta medida de
eventos que configurem de acções tácticas e estratégicas
optimização da receita deverá ter
situações de perda de receita que visam reter, fidelizar e
(leakage).
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 51

em consideração duas dimensões Eficácia da Cobrança u Redesenho e implementação


específicas: Paralelamente, as Instituições do modelo operativo
Reforço da Receita deverão actuar na identificação de subjacente às actividades
As Instituições deverão actuar ao eventos de fuga de receita e futuras de gestão de preçário;
nível do alinhamento do preçário, actuar, estruturalmente, na
u Redesenho e implementação
tendo em consideração o identificação da origem das
do ambiente de controlo a
posicionamento de mercado causas e actuar transversalmente
observar no contexto do
pretendido e na identificação de ao nível do processo de gestão de
processo de gestão de
novas fontes de proveitos. O preçário, intervindo nas seguintes
preçário: definição,
âmbito de intervenção deverá dimensões:
parametrização, negociação e
compreender as seguintes u Identificação e quantificação de
cobrança e monitorização de
actividades: eventos que resultam na perda
comissões;
u Análise comparativa do modelo de receita;
de oferta, condições e políticas u Implementação de solução de
u Análise crítica ao
de pricing praticadas; gestão integrada de preçário.
enquadramento operativo e
u Identificação de oportunidades ambiente de Compliance e de
de repricing, face ao controlo interno associado aos
posicionamento definido; processos de pricing;
u Revisão das propostas de valor
para cada segmento e
respectivo modelo de oferta;
u Definição de fontes de
comissionamento alternativas;
u Adopção de ferramentas de
customer and pricing analytics.
52 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4.10 Gestão Integrada da


Performance Bancária

A tendência positiva que a consciência da necessidade de a adoptar uma gestão da


Economia Angolana tem vindo a possuírem uma visão e um performance baseada
registar nos últimos anos tem imperativo de valor que prioritize essencialmente na minimização
criado um contexto de forte as iniciativas efectivamente da variação do P/L (proveitos e
dinamismo no Sector Bancário críticas, que seja um catalisador custos) orçamentado e de
nacional. de alinhamento ao longo da resultados financeiros passados,
organização e suporte à tomada em detrimento de uma
Contudo, o aumento do ambiente
de decisão, aos vários níveis da perspectiva de cumprimento de
concorrencial, o emergir de novos
organização. objectivos estratégicos criadores
segmentos de Clientes, o
de valor. Não menos importante,
surgimento de maior A garantia da relação entre o
é a ainda reduzida massificação
complexidade e inovação na planeamento estratégico,
na adopção de repositórios
oferta de produtos e serviços, o orçamentação e controlo de
integrados com informação de
aumento dos requisitos negócio, exige que os objectivos
gestão (SIG - Sistemas de
regulamentares e uma estratégicos das Instituições
Informação de Gestão),
degradação gradual da estejam definidos explicitamente
agregadores de informação de
rentabilidade estrutural do aquando de definição do
diferentes naturezas (e.g.
negócio têm estado na origem de orçamento. Em algumas
financeira, operacional,
uma reformulação das Instituições Instituições no Sector financeiro
concorrência, mercado),
ao nível dos processos de Angolano ainda permanece um
proveniente de diferentes
planeamento e gestão da contexto em que, o planeamento
sistemas e com uma estrutura
performance do negócio bancário. estratégico (top-down) e o
multimensional que permita
exercício de planeamento
Tradicionalmente, os Bancos análises mais profundas e
operacional e orçamentação
Angolanos têm vindo a adoptar “ricas”, melhorando o resultado
(bottom-up) operam de forma
processos de planeamento do processo de tomada de
independente. Este facto, cria,
eminentemente “estáticos”, decisão.
frequentemente, processos top-
essencialmente baseados em
-down que definem direcções Ao invés verifica-se vulgarmente
actividades de controlo e com um
estratégicas, mas que não são a utilização de ficheiros em MS
enfoque na explicação da
traduzidas de uma forma efectiva Excel®, agregando um número
performance passada. O actual
e criadoras de valor em iniciativas elevado de indicadores, cuja
contexto está acelerar o processo
de negócio e têm impactos sub- informação é proveniente de
de transformação, obrigando as
-óptimos, em termos da múltiplos sistemas e alvo de
Instituições a adoptarem
performance financeira. tratamento manual, criando,
abordagens de planeamento com
inevitavelmente, desfoque na
uma perspectiva mais estratégica. Por outro lado, a maioria das
informação critica, elevados
As Instituições Angolanas estão Instituições Angolanas, têm vindo
riscos
gradualmente a ganhar
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 53

de inconsistência nos dados u Adoptar programas de u Integração do processo de


apresentados e, incentivos e compensações orçamentação com a
consequentemente, riscos na para o cumprimento de monitorização da performance
correcta tomada de decisão. objectivos de curto e longo – medir a performance da
Inevitavelmente, torna-se num prazo; organização face aos objectivos
processo de medição de definidos durante a fase de
u Complementar os indicadores
resultados que não gera os planeamento.
financeiros com indicadores
comportamentos organizacionais
operacionais e de negócio.
desejados. Gestão da Performance
u Implementar um processo de
A KPMG entende que as
Orçamentação e Forecast adaptação contínuo dos
Instituições devem reforçar o seu
u Adoptar um processo de indicadores de performance às
modelo de planeamento e gestão
orçamentação “contínuo”, com necessidades do negócio;
de performance, tendo em
um “rolling forecast” focado
consideração as “boas práticas” u Implementar um sistema
num universo limitado de
em três componentes essenciais integrado de Informação de
drivers de valor e substituindo
do framework de gestão integrada Gestão;
o processo típico de explicação
da performance.
da variação do mês anterior; u Implementar dashboards de
monitorização de performance
Planeamento Estratégico e u Utilizar uma estrutura de
das áreas criticas do negócio
Operacional orçamento “simplificada”,
bancário (e.g. Risco, Comercial,
u Alinhar o processo de contemplando rúbricas
Crédito) para os diferentes
planeamento estratégico com financeiras e operacionais;
níveis da organização (e.g. C-
medidas concretas de valor; Comunicar a toda a
u Level, Direcção, Comerciais);
u Comunicar o plano estratégico organização a cronologia e a
u Integrar os indicadores de
a toda a organização, criando função de cada uma das
performance com modelos de
um baseline com objectivos direcções no âmbito do
incentivos e compensação.
concretos e entendíveis e que processo;
suporte o processo de u Implementar uma solução
planeamento operacional; tecnológica integrada de
u Implementar capacidades de planeamento e orçamentação;
planeamento e análise de
cenários, permitindo a
modelização de resultados e
objectivos de negócio;
54 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

4.11 Transformação da
Função de Risco

O Aviso n.º 2/2013 emitido pelo patrocínio directo da Modelo operativo


Banco Nacional de Angola define Administração na implementação Deverá existir uma Área de Risco,
a obrigatoriedade de da framework de gestão de risco, que concentre as
implementação de um sistema de nomeadamente, pela responsabilidades pela
gestão de risco nas Instituições incorporação de medidas de risco identificação, mensuração e
Financeiras. No entanto, apesar na estratégia de negócio que é monitorização de todos os riscos
dos esforços desenvolvidos por transmitida a toda a Instituição e relevantes para a actividade da
algumas Instituições, há ainda um que essa framework seja Instituição. A sua intervenção
longo caminho a percorrer, quer operacionalizada através de uma deve ser exercida de forma
na definição, quer na efectiva estrutura de comités independente face às áreas de
implementação de uma especializados por tipo de risco negócio, assegurando uma
framework global que possa que permitam um adequada segregação de funções,
responder às expectativas do acompanhamento regular por embora mantendo um papel
supervisor nesta matéria. parte da gestão quanto ao nível fundamental na definição dos
A evolução do enquadramento de risco da Instituição. limites que estas áreas devem
regulamentar e de mercado em cumprir e sensibilizando estas
Angola, com a emissão de novos Cultura e competências de risco áreas para o seu papel como
Avisos relativos a provisões A existência de uma verdadeira primeira linha de defesa face aos
regulamentares, garantias cultura de risco representa um riscos incorridos. Estas
recebidas e fundos próprios, a elemento essencial para que seja responsabilidades devem ser
definição de um calendário de reforçada a sensibilização pela definidas e documentadas de
implementação das IFRS ou a gestão do risco, a todos os níveis forma clara na Instituição.
consagração do risco operacional da Instituição, principalmente nas
como área de intervenção, vêm áreas comercias que são as Informação e reporte
colocar uma nova urgência na principais tomadoras de risco. A implementação de uma
implementação de sistemas de Esta cultura está claramente framework de gestão de risco é
gestão de risco. dependente das competências muito exigente em termos da
A experiência de muitas existentes sobre matérias de quantidade e qualidade da
Instituições Financeiras sugere risco, que podem ser reforçadas informação necessária para criar,
que o sucesso na implementação com base em formação específica validar e utilizar os diversos
destas frameworks de gestão de e da atitude na sua gestão que modelos de risco e suportar a
risco requer um alinhamento deve ser promovida quer através produção dos indicadores de
efectivo de várias dimensões: da promoção de um ambiente de gestão de risco relevantes. A
controlo adequado, quer através dimensão da tarefa é
Governo de risco e estratégia de esquemas directos de suficientemente significativa para
É fundamental que exista um incentivos. justificar a implementação de uma
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 55

função de gestão da informação, Processos e metodologias de devem ser desenvolvidas


com responsabilidades claras ao gestão de risco metodologias de mensuração dos
nível da manutenção dos modelos Deve existir uma monitorização riscos, qualitativas ou
de dados, na regulação dos contínua do perfil de risco em quantitativas, que permitam a
padrões de produção e consumo toda a Instituição, com base numa definição de métricas objectivas
dos dados, na definição, avaliação dos riscos e controlos que possam suportar este
implementação e monitorização associados a cada processo. Esta processo de monitorização.
de regras de qualidade de avaliação permite providenciar às Apenas desta forma será possível
informação, e na proposta e áreas de negócio, como primeira à Instituição ter uma percepção
acompanhamento de iniciativas linha de defesa, informação geral sobre o seu perfil de risco e
de correcção de problemas relevante sobre os níveis de risco assegurar de forma adequada o
passados e implementação de das operações contratadas e às cumprimento dos requisitos do
controlos para minimizar a restantes linhas de defesa, a área referido Aviso, nomeadamente,
recorrência destes problemas no de risco e a auditoria interna, quanto à realização de testes de
futuro. Este é um factor essencial informação que permita definir esforço e à avaliação do seu
para garantir a robustez dos prioridades nas suas acções de impacto sobre a Instituição.
modelos de risco desenvolvidos e gestão do nível global de risco da
a consistência das métricas de Instituição. Para cada tipo de risco
risco reportadas em toda a (crédito, financeiros, operacional)
Instituição.
56 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Apetite ao risco intenção da Administração quanto dos requisitos regulamentares


A identificação do nível de risco ao nível de risco aceitável. Daqui definidos pelo BNA e uma
de cada Instituição deve estar devem derivar as políticas de risco eficiente incorporação de medidas
suportada na definição formal do da Instituição a implementar nos de gestão de risco nos processos
seu apetite ao risco, que por sua seus processos de negócio. de negócio.
vez deve resultar de uma reflexão
A KPMG tem trabalhado com as A implementação de um sistema
quanto ao perfil de risco
Áreas de Risco de diversas global de gestão de risco é um
pretendido, alinhado com os seus
Instituições Financeiras em Angola factor essencial para uma melhor
objectivos de negócio. A
no sentido de desenvolver e percepção e quantificação dos
declaração do apetite ao risco da
reforçar os seus processos e riscos das Instituições Financeiras
Instituição deve suportar-se num
metodologias de gestão de risco, e representa um elemento
conjunto de indicadores,
promovendo frameworks fundamental para uma efectiva
tendencialmente quantificáveis e
abrangentes que garantem monitorização mais sucesso das
nos respectivos limites e níveis de
simultaneamente o cumprimento suas estratégias de negócio.
aceitação, que traduzem a
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 57

4.12 Frameworks de
Risco Operacional

O risco operacional é definido alocação de capital entre unidades do modelo de gestão de risco
pelo Acordo de Basileia como o de negócio. O modelo de gestão operacional deve permitir uma
risco de perda resultante de falhas de risco operacional deve ser comunicação clara dos eventos e
ou inadequação de processos, suportado nas seguintes perdas registadas, fomentando
pessoas ou sistemas ou componentes principais: uma maior consciencialização em
resultante de eventos externos, toda a organização.
incluindo risco legal, mas não Estratégia de risco operacional
incluindo risco de reputação ou Deve ser definida uma estratégia Processo de auto-avaliação de
risco estratégico. Embora a para a gestão de risco operacional riscos
associação de uma perda a uma assente na definição dos níveis O processo de auto-avaliação dos
falha ou inadequação de aceitáveis de risco (apetite ao riscos deve ser conduzido, de
processos não possa ser risco) e na forma de monitorizar forma regular, para o conjunto de
entendida como um conceito esses níveis. Esta estratégia deve processos da Instituição, de
novo, o risco operacional requer o ser comunicada de forma a forma a mensurar a exposição a
estabelecimento de uma assegurar um alinhamento da riscos operacionais, actuais ou
metodologia consistente de visão em todos os níveis da potenciais, através da avaliação
análise, que permite agregar os Instituição e é particularmente da probabilidade da sua
esforços existentes de forma importante considerando a ocorrência e da sua severidade.
dispersa na avaliação deste tipo abrangência deste tipo de risco. Deve permitir caracterizar o risco
de risco e comunicar essa inerente, ou seja, o nível de risco
avaliação através de uma Estrutura organizativa implícito nas actividades do
linguagem única em toda a A estrutura organizativa da Banco, o risco residual, tendo por
Instituição. Instituição é a base sobre a qual base os controlos existentes e o
assentam todas as restantes risco-alvo, o nível de risco
Neste sentido, o desenvolvimento
componentes do modelo de risco pretendido com base em
de um modelo de gestão do risco
operacional, devendo ser controlos adicionais. De acordo
operacional contribui para obter
representada por todos os seus com a estratégia definida por
uma imagem global e coerente
processos de negócio e de cada Instituição poderá haver uma
dos riscos da actividade e
suporte, uma vez que é na de quatro respostas aos riscos
efectuar uma gestão dinâmica dos
fronteira de actuação das identificados: aceitar, reduzir,
mesmos, podendo também
diferentes áreas que é originado o evitar ou transferir, que devem ter
contribuir para o cumprimento dos
maior número de eventos de risco em conta o perfil de risco definido
objectivos das Instituições em
operacional. na estratégia de risco da
termos de redução de custos,
Instituição.
melhoria de eficiência operativa,
Reporte
redução da volatilidade dos
A estrutura de reporte interno que
resultados e racionalização da
deve ser implementada no âmbito
58 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Processo de recolha de perdas principais drivers dos eventos de incorporem e automatizem uma
O registo e caracterização dos risco operacional e como tal parte significativa dos controlos
eventos de risco operacional desenvolver as acções considerados necessários para
permite a identificação das causas necessárias para evitar que estes reduzir o risco a um nível aceitável
dessas perdas e o riscos se materializem. pela organização, contribuindo
desenvolvimento de acções A determinação dos KRI implica a para a eficácia e eficiência destes
específicas de mitigação, definição de uma abordagem controlos e para a exequibilidade
representando também uma estruturada e qualitativa tendo do modelo de risco operacional.
forma de validar a robustez do contudo em consideração a A KPMG desenvolveu e
processo de auto-avaliação na informação existente na implementou modelos de gestão
medida em que permite identificar organização e a de risco operacional, que foram
valores mínimos de frequência e capacidade/facilidade de recolher objecto de revisão e certificação
severidade. esta informação. O processo de por parte das autoridades de
recolha de informação para os KRI supervisão dos respectivos países
Deverá existir uma unidade
deve ser simples e não requerer e tem vindo a apoiar diversas
independente, tipicamente a área
um esforço significativo a cada Instituições Financeiras na
de risco, responsável por
unidade ou processo de negócio implementação destes modelos
assegurar que toda a informação
no mercado Angolano.
relevante foi recolhida e por
Sistemas de informação Considerando a abrangência e o
interagir com o responsável da
Ao nível dos sistemas de impacto do risco operacional na
respectiva unidade ou processo
informação, existem duas grandes actividade das Instituições, o
para esse efeito. Devem ser
áreas de intervenção. desenvolvimento ou reforço
desenvolvidos procedimentos
Por um lado, é necessário destes modelos de gestão
regulares de revisão da recolha de
implementar aplicações que representa um factor de
perdas, de forma a garantir a
permitam suportar as diversas promoção de uma maior eficácia
integridade da informação e
componentes do modelo de organizacional.
reportar as tendências de
gestão de risco operacional (e.g.
evolução das perdas operacionais
mapeamento de riscos e
recolhidas.
controlos relativos aos processos
da Instituição; cálculo dos níveis
Key Risk Indicators
de risco com base em informação
Os Key Risk Indicators (KRI)
histórica sobre eventos e perdas).
representam métricas com
Por outro lado, é importante que
carácter prospectivo que
os sistemas de informação
permitem caracterizar uma
tendência de evolução dos
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 59

5. Principais
Conclusões

A maior abertura de Angola ao concorrencial, existem estratégias absorvida e implementada pelos


investimento estrangeiro e à de negócio bem definidas, vários intervenientes no Sector, o
comunidade internacional, a sua sustentadas e com objectivos a que demonstra o seu
crescente relevância no médio longo prazo, e onde se compromisso para com as boas
continente africano e o contínuo começam a verificar acções e práticas internacionais e uma
movimentos de vontade expressa em melhorar
crescimento económico do
internacionalização para a Europa não só os níveis de cumprimento,
País, reflectiram-se, também no
e para outros países africanos. como os próprios níveis de
ano de 2013, no comparabilidade com outras
desenvolvimento continuado do Destaque também para a “vaga”
Instituições internacionais.
Sector Bancário Angolano. regulamentar que continua a ser

Os esforços desenvolvidos pelo


Executivo Angolano, seja no
desenvolvimento dos sectores
não petrolíferos e na criação de
infra-estruturas nas várias
Províncias, seja ao nível da política
monetária, continuam a contribuir
para a evolução do Sector
Bancário nas suas várias
dimensões e para o crescimento
da taxa de bancarização.
A evolução positiva não só do
número de colaboradores e do
número de agências, como
também dos activos e dos
resultados da maioria das
Instituições Financeiras, revelam
que apesar do ambiente
60 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

O papel fulcral que as Instituições A evolução do Sector será cada


Financeiras têm ao captar cada vez mais visível aos olhos da
vez mais depósitos e recursos de comunidade financeira
Clientes, contribuindo para a internacional, pelo que além dos
desdolarização da Economia desafios internos com que as
Angolana, bem como para a Instituições Financeiras se
literacia financeira e hábitos de deparam, também existirão
poupança da população Angolana, desafios externos que não podem
é igualmente um facto relevante a ser descurados. O impulso das
realçar. Instituições Financeiras passará
muito pela sua capacidade de se
Por outro lado, apesar do rácio de
diferenciar comercialmente,
crédito vencido ter vindo a
rentabilizando a sua oferta de
aumentar nos últimos anos, é
produtos e serviços, mas também
perceptível uma maior
pela sua capacidade de reacção
preocupação com a gestão do
atempada a requisitos
risco de crédito por parte das
regulamentares cada vez mais
Instituições, seja através de uma
exigentes e transversais a toda a
maior monitorização, seja através
actividade.
da implementação de sistemas e
workflows integrados para a sua Neste contexto, a KPMG pretende
gestão atempada. continuar a contribuir activamente
para a consecução destes
Nesta base, facilmente se
objectivos, apoiando e
percebe que o Sector Bancário
colaborando com as Instituições
Angolano ainda tem muita
Financeiras em Angola no
margem para crescer, nas suas
desenvolvimento das suas
várias dimensões, embora com
ambições e estratégias de
desafios para ultrapassar ao longo
negócio e na abordagem
dos próximos tempos.
estruturada e proactiva dos
diversos desafios que se colocam
ao Sector.
OUTUBRO 2014 l ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO 61

6. Dados
Financeiros

Activos Totais Milhões AKZ Resultados Líquidos Milhões AKZ


# Instituição Financeira 2013 2012 # Instituição Financeira 2013 2012
1 BESA Banco Espírito Santo Angola 1.107.139 1.007.218 1 BFA Banco de Fom ento Angola 23.899 20.976
2 BAI Banco Angolano de Investim entos 1.039.693 1.033.428 2 BIC Banco BIC 19.646 16.106
3 BPC Banco de Poupança e Crédito 988.181 919.369 3 BAI Banco Angolano de Investim entos 12.082 17.217
4 BFA Banco de Fom ento Angola 868.032 759.902 4 BPC Banco de Poupança e Crédito 7.219 7.816
5 BIC Banco BIC 751.324 664.191 5 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 6.677 5.608
6 BPA Banco Privado Atlântico 357.006 293.409 6 BPA Banco Privado Atlântico 6.154 5.603
7 BMA Banco Millennium Angola 223.483 175.527 7 BMA Banco Millennium Angola 4.872 4.824
8 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola 221.048 185.407 8 BESA Banco Espírito Santo Angola 3.620 5.442
9 BSOL Banco Sol 205.840 178.638 9 BSOL Banco Sol 3.465 2.876
10 BNI Banco de Negócios Internacional 184.176 162.145 10 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola 2.833 -6.530
11 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 183.016 151.648 11 BNI Banco de Negócios Internacional 2.759 3.379
12 SBA Standard Bank Angola 148.492 61.977 12 FNB Finibanco Angola 1.465 1.087
13 BCI Banco de Com ércio e Indústria 98.897 106.513 13 VTB Banco VTB África 1.333 1.417
14 KEVE Banco Regional do Keve 98.200 85.815 14 KEVE Banco Regional do Keve 1.304 1.388
15 FNB Finibanco Angola 54.603 28.698 15 BCA Banco Com ercial Angolano 670 677
16 BCA Banco Com ercial Angolano 30.854 36.651 16 BKI Banco Kwanza de Investim ento 283 -954
17 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 16.362 15.154 17 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 207 46
18 BVB Banco Valor 15.120 7.016 18 BCH Banco Com ercial do Huam bo 84 -1
19 VTB Banco VTB África 14.358 11.295 19 SCBA Standard Chartered Bank Angola -0,3 nd
20 BKI Banco Kwanza de Investim ento 9.121 3.519 20 SBA Standard Bank Angola -1.039 -983
21 SCBA Standard Chartered Bank Angola 4.827 nd 21 BVB Banco Valor -1.580 -1.163
22 BCH Banco Com ercial do Huam bo 4.058 3.156 22 BCI Banco de Com ércio e Indústria -2.999 -4.559
23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd 23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd
24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd 24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd

Situação Líquida Milhões AKZ Produto Bancário Milhões AKZ


# Instituição Financeira 2013 2012 # Instituição Financeira 2013 2012
1 BESA Banco Espírito Santo Angola 157.908 104.029 1 BPC Banco de Poupança e Crédito 69.689 77.227
2 BAI Banco Angolano de Investim entos 104.430 99.450 2 BAI Banco Angolano de Investim entos 56.113 54.857
3 BPC Banco de Poupança e Crédito 93.144 85.924 3 BFA Banco de Fom ento Angola 40.027 34.135
4 BIC Banco BIC 86.763 72.873 4 BIC Banco BIC 39.338 35.750
5 BFA Banco de Fom ento Angola 84.640 74.376 5 BESA Banco Espírito Santo Angola 35.340 38.460
6 BPA Banco Privado Atlântico 44.842 32.096 6 BPA Banco Privado Atlântico 23.052 21.610
7 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 33.291 29.359 7 BMA Banco Millennium Angola 16.897 15.542
8 BMA Banco Millennium Angola 32.994 27.711 8 BSOL Banco Sol 16.145 12.889
9 BNI Banco de Negócios Internacional 21.119 19.210 9 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 14.811 13.212
10 BSOL Banco Sol 14.536 12.049 10 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola 12.729 7.549
11 KEVE Banco Regional do Keve 9.955 8.998 11 BNI Banco de Negócios Internacional 11.053 10.155
12 FNB Finibanco Angola 8.340 7.186 12 KEVE Banco Regional do Keve 8.355 6.713
13 BCI Banco de Com ércio e Indústria 8.176 7.428 13 SBA Standard Bank Angola 7.501 4.202
14 SBA Standard Bank Angola 6.424 7.440 14 BCI Banco de Com ércio e Indústria 7.498 5.293
15 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola 5.291 5.652 15 FNB Finibanco Angola 4.790 3.214
16 BCA Banco Com ercial Angolano 5.286 4.607 16 VTB Banco VTB África 3.550 3.257
17 SCBA Standard Chartered Bank Angola 4.825 nd 17 BCA Banco Com ercial Angolano 3.207 2.866
18 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 4.656 3.234 18 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 2.138 1.710
19 BVB Banco Valor 3.852 749 19 BVB Banco Valor 870 265
20 VTB Banco VTB África 3.318 3.119 20 BKI Banco Kwanza de Investim ento 820 400
21 BCH Banco Com ercial do Huam bo 1.309 1.093 21 BCH Banco Com ercial do Huam bo 557 136
22 BKI Banco Kwanza de Investim ento 979 696 22 SCBA Standard Chartered Bank Angola 2 0
23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd 23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd
24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd 24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd

Fonte: BNA, KPMG, Relatórios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - não disponível
62 ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

Depósitos Totais Milhões AKZ Rentabilidade Capitais Próprios (ROE) (%)


# Instituição Financeira 2013 2012 # Instituição Financeira 2013 2012
1 BAI Banco Angolano de Investim entos 902.936 815.204 1 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola 53,55% -115,53%
2 BFA Banco de Fom ento Angola 763.025 668.106 2 VTB Banco VTB África 40,17% 45,42%
3 BPC Banco de Poupança e Crédito 731.953 629.491 3 BKI Banco Kwanza de Investim ento 28,94% -137,09%
4 BIC Banco BIC 615.478 525.785 4 BFA Banco de Fom ento Angola 28,24% 28,20%
5 BESA Banco Espírito Santo Angola 349.163 349.112 5 BSOL Banco Sol 23,84% 23,87%
6 BPA Banco Privado Atlântico 276.290 204.753 6 BIC Banco BIC 22,64% 22,10%
7 BSOL Banco Sol 182.475 154.469 7 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 20,06% 19,10%
8 BMA Banco Millennium Angola 162.727 112.915 8 FNB Finibanco Angola 17,56% 15,13%
9 SBA Standard Bank Angola 134.737 52.022 9 BMA Banco Millennium Angola 14,77% 17,41%
10 BNI Banco de Negócios Internacional 133.500 125.102 10 BPA Banco Privado Atlântico 13,72% 17,46%
11 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 132.395 112.668 11 KEVE Banco Regional do Keve 13,10% 15,42%
12 KEVE Banco Regional do Keve 83.049 70.630 12 BNI Banco de Negócios Internacional 13,07% 17,59%
13 BCI Banco de Com ércio e Indústria 67.119 69.387 13 BCA Banco Com ercial Angolano 12,67% 14,69%
14 FNB Finibanco Angola 42.497 19.345 14 BAI Banco Angolano de Investim entos 11,57% 17,31%
15 BCA Banco Com ercial Angolano 23.789 29.843 15 BPC Banco de Poupança e Crédito 7,75% 9,10%
16 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 10.739 9.474 16 BCH Banco Com ercial do Huam bo 6,43% -0,08%
17 BVB Banco Valor 9.992 6.210 17 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 4,44% 1,42%
18 VTB Banco VTB África 7.005 6.380 18 BESA Banco Espírito Santo Angola 2,29% 5,23%
19 BCH Banco Com ercial do Huam bo 2.507 1.772 19 SCBA Standard Chartered Bank Angola -0,01% nd
20 BKI Banco Kwanza de Investim ento 1.015 2.376 20 SBA Standard Bank Angola -16,18% -13,21%
21 SCBA Standard Chartered Bank Angola 0 nd 21 BCI Banco de Com ércio e Indústria -36,68% -61,37%
22 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola nd nd 22 BVB Banco Valor -41,01% -155,32%
23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd 23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd
24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd 24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd

Cost -to-Income (%) ROAA (%)


# Instituição Financeira 2013 2012 # Instituição Financeira 2013 2012
1 FNB Finibanco Angola 30,59% 35,59% 1 VTB Banco VTB África 10,39% 14,98%
2 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 36,80% 34,00% 2 BKI Banco Kwanza de Investim ento 4,48% -17,68%
3 BAI Banco Angolano de Investim entos 38,70% 37,70% 3 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 3,99% 4,11%
4 BFA Banco de Fom ento Angola 39,90% 41,90% 4 FNB Finibanco Angola 3,52% 4,35%
5 BESA Banco Espírito Santo Angola 42,00% 40,00% 5 BFA Banco de Fom ento Angola 2,94% 2,93%
6 BIC Banco BIC 47,00% 47,00% 6 BIC Banco BIC 2,78% 2,71%
7 BMA Banco Millennium Angola 52,40% 53,40% 7 BMA Banco Millennium Angola 2,44% 2,79%
8 KEVE Banco Regional do Keve 54,00% 60,00% 8 BCH Banco Com ercial do Huam bo 2,33% -0,04%
9 BPA Banco Privado Atlântico 55,19% 45,30% 9 BCA Banco Com ercial Angolano 1,98% 1,85%
10 BPC Banco de Poupança e Crédito 58,40% 45,00% 10 BPA Banco Privado Atlântico 1,89% 2,17%
11 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 65,00% 69,00% 11 BSOL Banco Sol 1,80% 1,85%
12 BSOL Banco Sol 67,00% 70,00% 12 BNI Banco de Negócios Internacional 1,59% 2,43%
13 BCA Banco Com ercial Angolano 69,00% 70,60% 13 KEVE Banco Regional do Keve 1,42% 1,88%
14 BNI Banco de Negócios Internacional 70,17% 58,32% 14 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola 1,39% nd
15 BCI Banco de Com ércio e Indústria 101,90% 122,20% 15 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 1,31% 0,32%
16 VTB Banco VTB África nd 32,79% 16 BAI Banco Angolano de Investim entos 1,17% 1,59%
17 BKI Banco Kwanza de Investim ento nd nd 17 BPC Banco de Poupança e Crédito 0,76% 0,94%
18 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd 18 BESA Banco Espírito Santo Angola 0,34% 0,59%
19 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola nd nd 19 SBA Standard Bank Angola -0,99% -2,05%
20 SBA Standard Bank Angola nd nd 20 BCI Banco de Com ércio e Indústria -2,92% -4,84%
21 BCH Banco Com ercial do Huam bo nd nd 21 BVB Banco Valor -14,27% -24,72%
22 SCBA Standard Chartered Bank Angola nd nd 22 SCBA Standard Chartered Bank Angola nd nd
23 BVB Banco Valor nd nd 23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd
24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd 24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd

Crédito Total Milhões AKZ


# Instituição Financeira 2013 2012
1 BESA Banco Espírito Santo Angola 794.089 671.781
2 BPC Banco de Poupança e Crédito 673.693 609.105
3 BAI Banco Angolano de Investim entos 284.668 284.897
4 BIC Banco BIC 223.214 247.698
5 BPA Banco Privado Atlântico 188.727 145.745
6 BFA Banco de Fom ento Angola 153.354 145.989
7 BDA Banco de Desenvolvim ento de Angola 105.189 94.963
8 BNI Banco de Negócios Internacional 87.674 77.933
9 BMA Banco Millennium Angola 86.653 65.780
10 BSOL Banco Sol 78.851 54.292
11 BCI Banco de Com ércio e Indústria 54.477 50.232
12 BCGTA Banco Caixa Geral Totta de Angola 45.573 52.509
13 KEVE Banco Regional do Keve 40.708 31.011
14 SBA Standard Bank Angola 34.677 9.882
15 FNB Finibanco Angola 23.104 10.874
16 VTB Banco VTB África 7.208 3.988
17 BCA Banco Com ercial Angolano 6.102 4.797
18 BANC Banco Angolano de Negócios e Com ércio 4.698 3.310
19 BVB Banco Valor 4.286 2.107
20 BCH Banco Com ercial do Huam bo 893 395
21 BKI Banco Kwanza de Investim ento 2 2
22 SCBA Standard Chartered Bank Angola 0 nd Fonte: BNA, KPMG, Relatórios e Contas dos Bancos
23 BMF Banco BAI Micro-Finanças nd nd Legenda: "nd" - não disponível
24 BPPH Banco de Poupança e Prom oção Habitacional nd nd
Indicadores de Dimensão

Títulos e Situação Imob ilizado Particip ações Resultados


Activos totais Crédito líquido Dep ósitos Nº Médio de Nº de Nº de
Instituição Financeira Exercício Ob rigações Líquida líquido Financeiras Líquidos
(Milhões AKZ) (Milhões AKZ) (Milhões AKZ) Emp regados Balcões ATM´s
(Milhões AKZ) (Milhões AKZ) (Milhões AKZ) (Milhões AKZ) (Milhões AKZ)

2 4 5 6 7 9 10 11 12 13 15
BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2013 988.181 619.473 46.472 731.953 93.144 61.717 1.285 4.951 213 462 7.219
BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2012 919.369 539.996 62.573 629.491 85.924 51.989 498 4.768 196 395 7.816
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2013 98.897 49.677 5.376 67.119 8.176 7.384 732 1.005 81 158 -2.999
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2012 106.513 45.488 5.733 69.387 7.428 6.771 698 860 75 131 -4.559
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2013 223.483 81.454 42.869 162.727 32.994 19.858 2.848 1.075 82 114 4.872
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2012 175.527 61.727 40.489 112.915 27.711 18.008 2.972 1.027 76 104 4.824
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2013 183.016 44.057 66.863 132.395 33.291 7.450 80 417 29 45 6.677
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2012 151.648 51.206 24.902 112.668 29.359 7.226 73 371 26 45 5.608
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2013 868.032 144.013 325.608 763.025 84.640 17.434 352 2.428 175 347 23.899
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2012 759.902 136.777 254.149 668.106 74.376 16.625 332 2.267 167 320 20.976
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2013 1.039.693 245.708 199.901 902.936 104.430 41.292 16.675 1.870 128 292 12.082
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2012 1.033.428 257.314 167.097 815.204 99.450 39.220 8.776 1.747 112 264 17.217
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2013 30.854 5.856 3.394 23.789 5.286 3.332 71 253 26 37 670
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2012 36.651 4.506 4.266 29.843 4.607 2.657 78 243 25 nd 677
BANCO SOL 2013 205.840 75.902 638 182.475 14.536 11.128 23 1.221 141 184 3.465
BANCO SOL 2012 178.638 51.597 2.777 154.469 12.049 8.165 21 1.032 121 149 2.876
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2013 1.107.139 770.631 118.606 349.163 157.908 65.703 584 969 71 nd 3.620
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2012 1.007.218 645.646 140.986 349.112 104.029 59.060 470 679 39 nd 5.442
BANCO REGIONAL DO KEVE 2013 98.200 39.129 10.392 83.049 9.955 5.704 109 386 37 75 1.304
BANCO REGIONAL DO KEVE 2012 85.815 29.226 8.443 70.630 8.998 4.947 481 333 35 77 1.388
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2013 4.827 nd nd nd 4.825 nd nd nd nd nd nd
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2012 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
BANCO BIC 2013 751.324 198.615 319.685 615.478 86.763 11.458 411 1.873 181 225 19.646
BANCO BIC 2012 664.191 225.812 206.948 525.785 72.873 10.542 209 1.705 164 207 16.106
BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2013 357.006 181.730 33.923 276.290 44.842 21.253 8.089 656 35 nd 6.154
OUTUBRO 2014

BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2012 293.409 140.037 25.343 204.753 32.096 15.781 9.239 518 32 nd 5.603
l

BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2013 184.176 85.964 10.247 133.500 21.119 12.382 3.227 743 49 121 2.759
BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2012 162.145 75.825 12.819 125.102 19.210 13.824 1.637 569 52 102 3.379
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2013 221.048 90.305 14.035 nd 5.291 10.050 26 nd nd nd 2.833
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2012 185.407 73.124 9.116 nd 5.652 4.985 29 nd nd nd -6.530
BANCO VTB ÁFRICA 2013 14.358 6.934 490 7.005 3.318 330 37 97 4 nd 1.333
BANCO VTB ÁFRICA 2012 11.295 3.903 482 6.380 3.119 441 35 89 4 nd 1.417
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2013 16.362 4.608 537 10.739 4.656 3.453 66 159 19 nd 207
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2012 15.154 3.212 1.034 9.474 3.234 2.109 55 130 nd nd 46
FINIBANCO ANGOLA 2013 54.603 21.708 2.334 42.497 8.340 5.088 24 168 15 25 1.465
FINIBANCO ANGOLA 2012 28.698 10.012 1.311 19.345 7.186 1.441 24 126 11 15 1.087
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2013 9.121 nd nd 1.015 979 159 2 nd nd nd 283
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2012 3.519 nd 149 2.376 696 220 nd nd nd nd -954
STANDARD BANK ANGOLA 2013 148.492 34.102 31.427 134.737 6.424 3.122 44 498 26 32 -1.039
STANDARD BANK ANGOLA 2012 61.977 9.528 14.124 52.022 7.440 2.438 44 352 15 23 -983
BANCO VALOR 2 2013 15.120 3.978 1.162 9.992 3.852 3.960 79 76 3 nd -1.580
BANCO VALOR 2012 7.016 2.079 nd 6.210 749 1.142 79 47 3 nd -1.163
BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2013 4.058 889 nd 2.507 1.309 331 42 26 3 5 84
BANCO COMERCIAL DO HUAMBO
ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO

2012 3.156 392 547 1.772 1.093 363 49 21 1 nd -1


AGREGADO 2013 6.623.831 2.704.732 1.233.959 4.632.390 736.079 312.590 34.803 18.871 1.318 2.122 92.954
63

AGREGADO 2012 5.890.676 2.367.409 983.289 3.965.046 607.279 267.955 25.801 16.884 1.154 1.832 80.272

Fonte: BNA, KPMG, Relatórios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - não disponível
64
Indicadores de Solidez Indicadores de Crédito
Total rácio de
Dep ósitos à Dep ósitos ME / Provisões Crédito Provisões
Situação Líquida Situação Líquida Crédito líquido / dívida: Total
Ordem / Dep ósitos esp ecíficas / vencido / esp ecíficas /
Instituição Financeira Exercício / Activo total / Passivo Dep ósitos Passivo / Total
Dep ósitos Totais Totais Crédito Crédito Crédito vencido
(%) (%) (%) Activo
(%) (%) (%) (%) (%)
(%)
2 3 4 5 6 7 9 11 12
BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2013 9,43 10,41 84,63 48,05 7,58 90,57 8,05 17,64 45,64
BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2012 9,35 10,31 85,78 52,74 9,47 90,65 11,35 16,07 70,59
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2013 8,27 9,01 74,01 63,90 16,82 91,73 8,81 36,10 24,41
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2012 6,97 7,50 65,56 61,67 19,75 93,03 9,44 25,16 37,54
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2013 14,76 17,32 50,06 56,29 32,57 85,24 6,00 3,44 174,42
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2012 15,79 18,75 54,67 56,73 42,68 84,21 6,16 4,02 153,40
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2013 18,19 22,23 33,28 57,09 49,75 81,81 3,33 1,02 326,20
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2012 19,36 24,01 45,45 58,86 61,95 80,64 2,48 0,69 359,72
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2013 9,75 10,80 18,87 53,60 51,90 90,25 6,09 4,55 133,79
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2012 9,79 10,85 20,47 53,18 60,04 90,21 6,31 4,78 131,96
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2013 10,04 11,17 27,21 57,29 51,85 89,96 13,69 6,89 198,65
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2012 9,62 10,65 31,56 53,33 64,58 90,38 9,68 7,24 133,67
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2013 17,13 20,68 24,62 66,08 26,68 82,87 4,03 2,80 143,62
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2012 12,57 14,38 15,10 56,76 23,08 87,43 6,06 4,31 140,67
BANCO SOL 2013 7,06 7,60 41,60 59,40 30,58 92,94 3,74 2,29 163,16
BANCO SOL 2012 6,74 7,23 33,40 66,94 36,29 93,26 4,96 4,23 117,40
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2013 14,26 16,64 220,71 40,73 61,50 85,74 2,95 1,09 271,00
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2012 10,33 11,52 184,94 52,39 74,02 89,67 3,89 1,72 226,15
ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

BANCO REGIONAL DO KEVE 2013 10,14 11,28 47,12 79,49 11,04 89,86 3,88 33,81 11,47
BANCO REGIONAL DO KEVE 2012 10,49 11,71 41,38 39,05 17,77 89,51 5,76 4,06 141,76
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2013 99,96 nd nd nd nd 0,04 nd nd nd
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2012 nd nd nd nd nd nd nd nd nd
BANCO BIC 2013 11,55 13,06 32,27 45,63 33,09 88,45 11,02 4,95 222,68
BANCO BIC 2012 10,97 12,32 42,95 47,50 40,76 89,03 8,84 1,56 566,14
BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2013 12,56 14,36 65,78 50,34 62,71 87,44 3,71 0,73 508,34
BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2012 10,94 12,28 68,39 40,26 57,73 89,06 3,92 1,64 238,62
BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2013 11,47 12,95 64,39 47,66 27,49 88,53 1,95 2,10 93,04
BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2012 11,85 13,44 60,61 40,40 32,40 88,15 2,70 2,64 102,55
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2013 2,39 2,45 nd nd nd 97,61 14,15 nd nd
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2012 3,05 3,14 nd nd nd 96,95 23,00 nd nd
BANCO VTB ÁFRICA 2013 23,11 30,06 99,00 62,62 52,30 76,89 3,80 2,48 152,97
BANCO VTB ÁFRICA 2012 27,61 38,15 61,18 88,49 30,52 72,39 2,12 0,20 1051,94
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2013 28,46 39,78 42,91 66,99 nd 71,54 1,90 3,71 51,37
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2012 21,34 27,13 33,91 77,39 nd 78,66 2,94 6,31 46,58
FINIBANCO ANGOLA 2013 15,27 18,03 51,08 59,58 36,78 84,73 6,04 3,79 159,39
FINIBANCO ANGOLA 2012 25,04 33,40 51,76 52,20 33,91 74,96 7,92 12,27 64,55
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2013 10,74 12,03 nd 86,17 16,22 89,26 nd nd nd
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2012 19,77 24,65 nd 91,90 52,89 80,23 nd nd nd
STANDARD BANK ANGOLA 2013 4,33 4,52 25,31 94,98 46,61 95,67 1,66 76,99 2,16
STANDARD BANK ANGOLA 2012 12,00 13,64 18,31 86,48 64,64 88,00 3,58 122,76 2,92
BANCO VALOR 2013 25,47 34,18 39,81 86,36 nd 74,53 nd 8,43 nd
BANCO VALOR 2012 10,67 11,95 33,48 74,94 0,00 89,33 nd nd nd
BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2013 32,26 47,62 35,46 70,82 34,35 67,74 0,37 nd nd
BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2012 34,64 53,00 22,12 51,21 45,13 65,36 0,72 nd nd
AGREGADO 2013 11,11 12,50 58,39 53,54 39,56 88,89 6,65 8,13 81,88
AGREGADO 2012 10,31 11,49 59,71 52,57 47,16 89,69 7,78 6,95 111,97

Fonte: BNA, KPMG, Relatórios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - não disponível
Indicadores Operacionais
Rentab ilidade dos Rentab ilidade dos Fundos Rentab ilidade dos Margem Margem
Rácio de
Fundos p róp rios de p róp rios de b ase antes imp . Activos médios Financeira / Comp lementar / Cost-to-income
Instituição Financeira Exercício Solvab ilidade
b ase (ROE) (ROEAI) (ROAA) Activos médios Produto Bancário (%)
(%)
(%) (%) (%) (%) (%)

2 3 4 5 6
BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2013 7,75 10,21 0,76 4,66 36,29 58,40 11,00
BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2012 9,10 12,21 0,94 6,54 29,30 45,00 13,60
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2013 -36,68 -36,68 -2,92 3,98 45,47 101,90 7,30
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2012 -61,37 -61,37 -4,84 4,23 24,72 122,20 6,90
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2013 14,77 19,09 2,44 4,30 49,28 52,40 13,30
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2012 17,41 22,23 2,79 4,84 46,02 53,40 14,40
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2013 20,06 27,74 3,99 3,55 59,90 36,80 28,20
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2012 19,10 26,11 4,11 3,26 66,36 34,00 21,70
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2013 28,24 29,64 2,94 3,01 38,80 39,90 25,80
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2012 28,20 28,20 2,93 3,03 36,41 41,90 24,20
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2013 11,57 10,06 1,17 3,30 39,09 38,70 17,43
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2012 17,31 17,83 1,59 2,85 43,77 37,70 16,07
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2013 12,67 19,06 1,98 3,61 62,03 69,00 35,20
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2012 14,69 18,04 1,85 3,18 59,43 70,60 32,20
BANCO SOL 2013 23,84 36,92 1,80 4,88 41,86 67,00 12,20
BANCO SOL 2012 23,87 33,17 1,85 4,30 48,02 70,00 13,00
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2013 2,29 5,56 0,34 2,85 14,85 42,00 22,70
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2012 5,23 5,42 0,59 1,87 54,93 40,00 10,00
BANCO REGIONAL DO KEVE 2013 13,10 16,95 1,42 5,06 44,24 54,00 13,60
BANCO REGIONAL DO KEVE 2012 15,42 20,94 1,88 4,65 49,01 60,00 20,00
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2013 -0,01 -0,01 nd nd nd nd nd
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2012 nd nd nd nd nd nd nd
BANCO BIC 2013 22,64 23,32 2,78 3,71 33,25 47,00 24,00
BANCO BIC 2012 22,10 25,15 2,71 3,98 33,79 47,00 18,60
BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2013 13,72 18,83 1,89 4,75 32,99 55,19 12,00
OUTUBRO 2014

BANCO PRIVADO ATLÂNTICO


l

2012 17,46 23,27 2,17 5,40 35,41 45,30 nd


BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2013 13,07 19,97 1,59 3,43 46,22 70,17 14,92
BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2012 17,59 21,49 2,43 4,09 44,02 58,32 14,73
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2013 53,55 53,55 1,39 4,19 33,17 nd nd
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2012 -115,53 -115,53 nd nd 30,08 nd nd
BANCO VTB ÁFRICA 2013 40,17 61,26 10,39 4,22 84,74 nd nd
BANCO VTB ÁFRICA 2012 45,42 69,51 14,98 4,36 87,34 32,79 25,00
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2013 4,44 6,75 1,31 2,37 82,56 65,00 25,31
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2012 1,42 1,42 0,32 3,42 70,94 69,00 20,52
FINIBANCO ANGOLA 2013 17,56 26,40 3,52 4,01 65,10 30,59 20,17
FINIBANCO ANGOLA 2012 15,13 22,86 4,35 4,58 64,38 35,59 43,49
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2013 28,94 22,99 4,48 9,31 28,30 nd nd
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2012 -137,09 -137,09 -17,68 0,26 96,46 nd nd
STANDARD BANK ANGOLA 2013 -16,18 -12,34 -0,99 2,70 62,19 nd 14,89
STANDARD BANK ANGOLA 2012 -13,21 -21,68 -2,05 3,55 59,57 nd 21,01
BANCO VALOR 2013 -41,01 -41,01 -14,27 4,33 44,93 nd 26,00
BANCO VALOR 2012 -155,32 -155,32 -24,72 1,32 76,62 nd 11,95
BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2013 6,43 10,09 2,33 1,86 87,97 nd 67,02
ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2012 -0,08 -14,49 -0,04 1,43 75,83 nd 57,04
AGREGADO 2013 12,63 15,32 1,49 3,67 38,65 55,20 21,72
65

AGREGADO 2012 13,22 15,51 1,51 3,85 41,32 53,93 21,36

Fonte: BNA, KPMG, Relatórios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - não disponível
66
Indicadores de Crescimento *
Variação de
Variação de Variação do Variação de Variação de Variação do
Resultado Antes de
Instituição Financeira Exercício Activos Crédito líquido Dep ósitos Resultados Líquidos Produto Bancário
imp osto
(%) (%) (%) (%) (%)
(%)

2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00


BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2013 7,48 14,72 16,28 -9,32 -7,63 -9,76
BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO 2012 22,70 34,35 8,97 -38,76 -41,22 -1,35
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2013 -7,15 9,21 -3,27 -34,21 -34,21 41,66
BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA 2012 30,09 35,80 17,95 -2.329,42 -2.329,42 -26,29
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2013 27,32 31,96 44,11 2,24 0,99 8,72
BANCO MILLENNIUM ANGOLA 2012 2,73 5,73 1,53 36,74 16,83 10,39
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2013 20,68 -13,96 17,51 20,46 19,08 12,10
BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA 2012 25,18 100,28 27,00 40,65 17,64 23,14
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2013 14,23 5,29 14,21 19,62 13,94 17,26
BANCO DE FOMENTO ANGOLA 2012 12,93 8,67 13,43 -11,67 -11,67 -5,00
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2013 0,61 -4,51 10,76 -40,75 -29,83 2,29
BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS 2012 -8,66 -10,05 -18,16 -6,84 -14,76 9,61
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2013 -15,82 29,96 -20,29 21,27 -1,07 11,88
BANCO COMERCIAL ANGOLANO 2012 0,38 17,04 0,92 -20,95 -25,06 -5,26
BANCO SOL 2013 15,23 47,11 18,13 34,29 20,47 25,27
BANCO SOL 2012 34,16 57,24 30,43 126,80 21,68 32,78
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2013 9,92 19,36 0,01 55,57 -33,49 -8,11
BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA 2012 19,39 34,82 26,44 -83,01 -82,90 -19,46
BANCO REGIONAL DO KEVE 2013 14,43 33,89 17,58 -10,46 -6,06 24,46
ANÁLISE AO SECTOR BANCÁRIO ANGOLANO l OUTUBRO 2014

BANCO REGIONAL DO KEVE 2012 39,48 19,24 38,78 149,55 120,81 51,61
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2013 nd nd nd nd nd nd
STANDARD CHARTERED BANK ANGOLA 2012 nd nd nd nd nd nd
BANCO BIC 2013 13,12 -12,04 17,06 10,39 21,98 10,04
BANCO BIC 2012 26,44 21,32 25,30 9,51 8,05 16,59
BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2013 21,68 29,77 34,94 13,03 9,83 6,67
BANCO PRIVADO ATLÂNTICO 2012 31,48 24,65 16,01 79,46 18,24 58,68
BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2013 13,59 13,37 6,71 2,15 -18,33 8,84
BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL 2012 40,12 22,27 45,09 0,95 4,90 5,22
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2013 19,22 23,49 0,00 -143,39 -143,39 68,61
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2012 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
BANCO VTB ÁFRICA 2013 27,13 77,65 9,79 -6,23 -5,92 9,01
BANCO VTB ÁFRICA 2012 48,13 84,63 140,26 54,71 51,43 61,58
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2013 7,97 43,46 13,35 582,43 348,33 25,02
BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO 2012 8,81 -3,21 3,31 -87,60 -84,20 -4,85
FINIBANCO ANGOLA 2013 90,26 116,81 119,68 34,05 34,71 49,03
FINIBANCO ANGOLA 2012 34,66 46,62 20,47 22,55 23,59 9,56
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2013 159,21 nd -57,30 -123,61 -129,71 104,97
BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO 2012 -51,62 nd -59,48 -612,79 -886,44 -64,35
STANDARD BANK ANGOLA 2013 139,59 257,92 159,00 -50,84 5,77 78,52
STANDARD BANK ANGOLA 2012 84,03 1.583,51 95,04 7,50 32,13 111,68
BANCO VALOR 2013 115,52 91,28 60,90 35,80 35,80 227,80
BANCO VALOR 2012 192,74 5.792,82 1.234,86 304,09 304,09 310,11
BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2013 28,58 126,81 41,48 -183,36 -9.436,43 308,48
BANCO COMERCIAL DO HUAMBO 2012 117,92 571,30 195,37 -26,14 -99,58 1.492,05
AGREGADO 2013 12,45 14,25 16,83 19,71 15,80 7,17
AGREGADO 2012 18,90 28,33 8,92 -29,25 -36,24 7,51

Fonte: BNA, KPMG, Relatórios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - não disponível

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