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Relatório Anual e Contas

2018
Relatório Anual e Contas • 2018

Publicação do Banco Nacional de Angola (BNA)

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Relatório Anual e Contas do BNA de 2018.
Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.
Não são citadas as fontes das tabelas e dos gráficos de autoria exclusiva do Banco Nacional de Angola.

Banco Nacional de Angola


Av. 4 de Fevereiro nº 151 - Luanda - Angola
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Tel.: (+244) 222 679200
www.bna.ao

Índice Geral

Índice 2
Mensagem do Governador 8
Sumário Executivo 10
PARTE I – CONTEXTO MACROECONÓMICO 12
1. Economia Internacional 13
1.1. Estimativas para 2018 e 2019 13
1.2. Conjuntura de 2018 14
1.3. Mercado das Commodities 15
1.3.1. Commodities Energéticas 15
1.3.2. Commodities alimentares 16
2. Economia Nacional 17
2.1. Sector Real 17
2.1.1. Actividade Económica 17
2.1.2. Inflação cheia 18
2.1.1. Núcleo de Inflação 22
2.2. Sector Fiscal 23
2.2.1. Política e Situação Orçamental 23
2.2.2. Receitas Públicas 23
2.2.3. Despesas Públicas 24
2.2.4. Saldos Fiscais e Financiamento 25
2.2.5. Dívida Pública 25
2.2.6. Mercado Primário de Títulos Públicos 26
PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO 29
3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano 30
3.1. Actividade do Sistema Bancário 30
3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário 33
4. Desempenho do Sistema Financeiro Não Bancário Angolano 34
4.1. Composição do Sistema Financeiro Não Bancário 34
4.2. Actividade do Sistema Financeiro Não Bancário 34
4.2.1 Volume de negócios 34
4.3. Performance das IFNB 36
4.3.1. Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamento (Remessas) 37
4.3.2. Sociedades de Microcrédito 38
5. Sistema de Pagamentos 39
5.1. Funcionamento do SPTR 40
5.2. Superintendência do SPA 41
5.3. Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola 41
5.4. Perspectivas do SPA 42
PARTE III – POLÍTICAS DO BANCO CENTRAL 43
6. Política Monetária e Gestão de Liquidez 44
6.1. O Quadro Operacional da Política Monetária – Instrumentos de Política 44
6.1. Objectivos e Medidas de Política Monetária 44
6.1.1. Medidas de Política Monetária 44
6.2. Mercado Monetário 45
6.2.1. Operações de Mercado Aberto (OMA) 45
6.2.2. Facilidades Permanentes de Liquidez 46
6.3. Mercado Monetário Interbancário 47
6.4. Instrumentos de Política Cambial 47
6.5. Mercado Cambial Primário 48
6.6. Mercado Cambial Secundário 48
7. Gestão de Reservas Internacionais 49
8. Impactos das Operações de Mercado sobre a Base Monetária e agregados monetários 50
9. Agregados Monetários e a Balança de Pagamentos 51
9.1. Evolução dos Agregados Monetários 51
9.2. Desempenho da Balança de Pagamentos 54
9.2.1. Conta Corrente 54
9.2.2. Conta de Capital e Financeira 56
9.3. Evolução das Reservas Internacionais 57
10. Política de Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo 57
11. Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno 58
PARTE IV – actividades relevantes do BNA 59
12. Actividades do Banco Nacional de Angola 60
12.1. Comité de Política Monetária 60
12.2. Comité de Estabilidade Financeira 61
12.3. Comité de Investimento 62
13. Situação Patrimonial e Desempenho Financeiro e orçamental 63
13.1. Desempenho orçamental 63
13.2. Principais variações na composição do balanço 64
13.3. Evolução dos resultados 65
14. Organização 66
15. Regulação e Organização do Sistema Financeiro 68
16. Gestão de Risco e Compliance 70
17. Gestão de Reclamações 71
17.1. Por Matéria Reclamada 72
17.2. Por Resultado 72
18. Inspecções 73
18.1.1. Inspecções Off Site 73
18.1.2. Inspecções On Site 73
18.2. Actividades Sancionatórias 73
18.2.1. Análise Global 74
18.2.2. Números de Processos de Produtos e Serviços 74
18.2.3. Números de Campanhas Publicitárias 75
19. Relações Internacionais 75
20. Educação Financeira 76
20.1. Museu da Moeda 77
20.2. Formação Financeira 78
20.3. Acesso ao Sistema Financeiro 80
21. Capital Humano 81
PARTE V – Demonstrações Financeiras 84
Balanço em 31 de Dezembro de 2018 85
Demonstração dos resultados para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2018 87
Demonstração dos resultados e do outro rendimento integral para o exercício findo em 31 de
87
Dezembro de 2018
Demonstração das alterações nos capitais próprios para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2018 88
Demonstração dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira para o exercício findo em
89
31 de Dezembro de 2018
PARTE VI – Notas anexas às Demonstrações Financeiras 90
1. Bases de apresentação e resumo das principais políticas contabilísticas 92
1.1 Bases de apresentação 92
1.2 Derrogações de normas e interpretações 92
1.3 Alterações Voluntárias de Políticas Contabilísticas 94
Novas Normas e Interpretações Aplicáveis ao Exercício e Normas, Interpretações, Emendas e
1.4 94
Revisões que Irão Entrar em Vigor em Exercícios Futuros
1.5 Resumo das Principais Políticas Contabilísticas 94
1.5.1 Especialização de Exercícios 94
1.5.2 Transacções em Moeda Estrangeira 94
1.5.3. Instrumentos Financeiros 95
1.5.4. Ouro 100
1.5.5. Participações financeiras 100
1.5.6. Activos tangíveis 100
1.5.7. Activos intangíveis 101
1.5.8. Benefícios a colaboradores 102
1.5.9. Provisões e passivos contingentes 102
1.5.10. Outros riscos regulamentares garantias prestadas e compromissos irrevogáveis 103
1.5.11. Impostos 103
1.5.12. Capital social 103
1.5.13. Reservas e resultados transitados 103
1.5.14. Demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira 104
1.5.15. Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas 104
2. Ouro 106
3. Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 106
4. Aplicações em instituições de crédito 107
5. Outros activos financeiros 108
6. Fundo monetário internacional 111
7. Outros activos internos e externos a receber 111
8. Operações às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária 112
9. Activos financeiros concedidos ao Estado 114
10. Investimentos em associadas e outras entidades 114
11. Activos tangíveis e intangíveis 115
12. Outros valores activos 116
13. Notas e moedas em circulação 117
Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de
14. 118
política monetária
15 . Responsabilidades internas para com outras entidades 120
16. Recursos de instituições financeiras 120
17. Responsabilidades com pensões e outros benefícios 121
18. Provisões 123
19. Outros valores passivos 124
20. Capital 125
21. Diferenças de reavaliação 126
22. Outras reservas e resultados transitados 126
23. Contas extrapatrimoniais 126
24. Juros e rendimentos similares 128
25. Juros e encargos similares 128
26. Rendimentos de serviços e comissões 129
27. Encargos com serviços e comissões 129
28 . Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 129
29. Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 130
30. Resultados em investimentos detidos até à maturidade 130
31. Resultados de investimentos em associadas e outras entidades 130
32. Resultados cambiais 131
33. Custos relativos à emissão de notas e moedas 131
34. Resultados de alienação de outros activos 131
35. Outros resultados operacionais 132
36. Custos com pessoal 132
37. Fornecimentos e serviços de terceiros 133
38. Perdas por imparidade líquidas de reversões 134
39. Transacções com entidades relacionadas 134
39.1. Ministério das Finanças 134
39.2. Empresa Interbancária de Serviços de Angola (EMIS) 135
39.3 . Conselho de Administração do Banco 135
39.4. Fundo de Pensões 135
40. Impactos de alteração da política contabilística 135
41. Divulgações relativas a instrumentos financeiros 139
42. Responsabilidades contingentes 152
43. Eventos subsequentes à data de referência 152
44. Afectação do resultado de 2018 153
Novas normas e interpretações aplicáveis ao exercício ou que irão entrar em vigor em exercícios
45. 153
futuros
PARTE VII – ANEXOS 158
I. Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria 159
II Parecer do Auditor Independente 165
III. Normativos 173
IV Abreviaturas 181
8 • Relatório Anual e Contas • 2018

Mensagem do Governador

O comportamento da economia mundial em 2018 manteve-se em terreno positivo, embora com sinais de enfraquecimento,
evidenciados no último semestre do ano. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial
deverá ter crescido em torno dos 3,70% no ano de 2018 e projecta-se um crescimento de 3,50% para 2019.

Este comportamento é influenciado pelo declínio das expectativas de crescimento das economias desenvolvidas, que
terão registado uma taxa de crescimento real na ordem dos 2,30% em 2018 e cuja projecção é de 2,00% para 2019.

Apesar das boas perspectivas para o crescimento global, o FMI alerta para as tensões comerciais, particularmente
entre os Estados Unidos da América e a China, as condições financeiras mundiais mais restritivas e ainda o “Brexit”
que, conjuntamente, poderão implicar riscos acrescidos para o crescimento global. A região subsariana do continente
africano registou um crescimento económico real inferior ao da economia mundial (2,90%), causado principalmente
pela revisão em baixa da actividade económica na Nigéria e Angola. No entanto, espera-se uma significativa retoma,
já em 2019, com um crescimento esperado de 3,50% e com um terço dos países, desta região, a apresentarem taxas
crescimento superiores a 5,00%.

No contexto interno, realça-se a implementação do Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM), pelo Governo
de Angola, que originou a evolução positiva de alguns indicadores macroeconómicos. A redução da taxa de inflação
e o registo de um superavit fiscal global são demonstrativos de um ambiente macroeconómico que, paulatinamente,
começa a mostrar sinais de estabilidade. O Produto Interno Bruto ter-se-á mantido em território negativo, resultado da
queda da produção do petróleo e de menor dinâmica do sector não petrolífero. Embora a estimativa de contracção seja
de 1,1%, apresenta-se menor do que a observada nos dois anos anteriores.

Importa ainda referir, o acordo celebrado entre o Governo de Angola e o Fundo Monetário Internacional, ao abrigo
do Programa de Financiamento Ampliado (EFF Extended Fund facility, designação em inglês), com vista a apoiar a
reforma económica do país e potenciar os progressos significativos, já alcançados, na economia Angolana, com a
implementação do PEM.

Visando contribuir para o processo de estabilização macroeconómica, o BNA tomou medidas para reformar o mercado
cambial e consolidar a robustez do sistema financeiro bancário. Quanto ao mercado cambial, foram introduzidas
reformas estruturais, com particular destaque para o abandono da paridade fixa da moeda nacional com relação às
moedas fortes, introduzindo-se um regime flexível de formação da taxa de câmbio, apurada em sessões regulares de
leilão de venda de cambiais no mercado primário.

Além do impacto favorável sobre as Reservas Internacionais do país e eliminação do ganho artificial da moeda que
impactava negativamente sobre a potenciação da produção interna de bens e serviços e sobre a competitividade da
economia, reduziu-se, de forma substancial, o diferencial que se havia acumulado entre o mercado cambial primário
e informal.

Por outro lado, no que concerne ao sistema financeiro bancário, o BNA elevou o nível mínimo do capital social e
fundos próprios regulamentares que os bancos comerciais devem manter. O objectivo principal desta medida foi dotar
o sistema bancário de capital suficiente para suster quaisquer choques relacionados com os riscos de mercado. Em
2019, daremos continuidade a este processo por via de uma Avaliação da Qualidade dos Activos de 12 bancos que
concentram 90% dos activos do mercado.

Importa ainda salientar as importantes iniciativas, que promovem o acesso aos serviços financeiros e contribuem para
a inclusão financeira de toda a população e o reforço da rede de segurança do sistema financeiro. O estabelecimento do
Fundo de Garantia de Depósitos, para protecção dos depósitos de consumidores, constituídos em instituições financeiras
angolanas, bem como o estabelecimento de serviços mínimos bancários, vêm conferir uma maior credibilidade ao
sistema financeiro bancário angolano.

A conformidade com os padrões internacionais, emanados pelo GAFI-Grupo de Acção Financeira Internacional (FATF
“Financial Action Task Force, designação em inglês), requer que cada país proceda à implementação de um quadro
Mensagem do Governador do Banco Nacional de Angola • 9

para a Avaliação Nacional de Risco, para a prevenção do branqueamento de capitais e combate ao financiamento do
terrorismo (BC/FT). Como resultado deste quadro, os planos de acção e os recursos serão aplicados onde tiverem mais
impacto. A este respeito, e especificamente em relação ao sistema financeiro angolano, participámos na Avaliação
Nacional de Risco, coordenando os grupos dos sectores financeiro bancário, não bancário e de inclusão financeira.

Deste trabalho, resultarão planos de acção que serão enviados à atenção do Banco Mundial, nosso parceiro na
execução desta tarefa. Finalmente, no âmbito do alinhamento do quadro regulamentar às recomendações do Grupo de
Acção Financeira Internacional (GAFI), deu-se início ao processo da revisão da Lei N.º 34/11 de 12 de Dezembro – Lei
do Combate ao Branqueamento de Capitais e do Financiamento do Terrorismo, em conjunto com o Fundo Monetário
Internacional.

No que concerne aos assuntos internos do Banco Nacional de Angola, consolidámos o nosso compromisso com as
melhores práticas em termos de governação corporativa, transparência e controlo interno. Com efeito, o BNA procedeu
à elaboração e implementação da Política de Gestão do Risco e Critérios de Gestão do Risco. Esta tem como objectivo
fornecer as directrizes para uma gestão sistemática, compreensiva e coordenada dos riscos do BNA, proporcionando
ao Conselho de Administração uma visão holística dos riscos a que o banco está exposto.

Simultaneamente, o banco elaborou e está a implementar a Política de Compliance e a Política de Prevenção BC/
FT, visando adequar a conformidade da instituição com procedimentos e sistemas automatizados de controlo, com o
objectivo de prevenir, detectar e combater os riscos de Compliance, Branqueamento de Capitais e Financiamento do
Terrorismo.

No final do ano de 2018, o BNA contava com 2.058 funcionários. A capacitação institucional constituiu prioridade
máxima do Conselho de Administração. Assim, no âmbito da formação e capacitação, foi definido um novo modelo,
direccionado ao desenvolvimento contínuo das competências dos trabalhadores. Este modelo define como principais
objectivos o alinhamento ao plano estratégico do BNA, eficiência dos processos, foco no investimento contínuo e
crescimento na carreira.

O ano de 2019 inicia com a implementação de um programa de ajustamento macroeconómico, acordado entre as
autoridades angolanas e o Fundo Monetário Internacional. Espera-se, com a implementação deste programa, que
durará até 2021, alcançar o equilíbrio das contas fiscais e externas e, consequentemente, a necessária estabilidade
macroeconómica para se promover o crescimento económico. No âmbito deste programa e das suas atribuições, o
Banco Nacional de Angola concentrar-se-á em prosseguir a estabilidade dos preços e contínua solidez do sistema
financeiro.

José de Lima Massano

Governador
10 • Relatório Anual e Contas • 2018

Sumário Executivo

O início de 2018 aparentava ser um ano promissor em termos económicos, tendo, no entanto, os mercados financeiros,
ao longo do ano, apresentado uma considerável instabilidade, contrariamente ao que as projecções apontavam no
final de 2017. Esta agitação deveu-se a eventos específicos que levaram à incertezas quanto ao comércio mundial, e
consequentemente, ao crescimento económico, entre eles, destacam-se as guerras comerciais, a incerteza quanto à
economia italiana, o “Brexit” e a volatilidade do preço do petróleo.

Segundo as mais recentes estimativas do Fundo Monetário Internacional, as economias avançadas expandiram-se a
um ritmo constante de 2,30% enquanto as economias emergentes e em desenvolvimento permaneceram numa trajec-
tória de crescimento relativamente forte, expandindo 4,60% em 2018. Muitos países exportadores de commodities,
principalmente exportadores de petróleo, continuam a sua recuperação gradual, embora permaneçam expostos aos
preços voláteis desta commodity. Assim, estimou uma taxa de crescimento económica mundial de 3,70% em 2018,
ligeiramente inferior à taxa registada em 2017 de 3,80%.

No contexto desta desaceleração, o FMI revisou em baixa a sua previsão de crescimento mundial para 2019 na sua
actualização de Janeiro de 2019 para o World Economic Outlook, considerando, essencialmente, as perspectivas de
curto prazo para a Zona Euro menos favoráveis do que em Outubro. Devido aos preços do petróleo consideravelmente
mais baixos, também reduziu ligeiramente as suas previsões de crescimento para os países exportadores de petróleo
bruto. No geral, portanto, o FMI prevê uma expansão económica um pouco mais lenta do que em 2018 para o ano de
2019 e o ano seguinte de 3,50% e 3,60%, respectivamente.

No mercado das commodities energéticas, o preço do petróleo, em 2018, atingiu patamares elevados como observado
em 2014, a rondar os 86,26 USD/barril em Outubro de 2018. No entanto, dada a volatilidade registada, o preço médio
do Brent fixou-se, em 71,69 USD/barril, um aumento de 30,96% face ao ano anterior.

As Reservas Internacionais Brutas diminuíram 11,29% em 2018 atingindo USD 16 170,24 milhões, porém também
estas apresentaram uma ligeira volatilidade com a regularização dos pendentes cambiais levados a cabo pelo BNA e a
emissão de Eurobonds por parte do Governo angolano que arrecadou USD 3 500 milhões e do desembolso de parte do
financiamento negociado com o FMI. O rácio de cobertura das importações situou-se em 6,62 meses de importações de
bens e serviços, inferior ao do ano anterior, no entanto, continuando acima da meta de convergência da SADC, fixada
em 6 meses de importações.

No âmbito das políticas macroeconómicas, no que toca à política cambial, o início de 2018 foi marcado pela adopção
de um regime cambial flexível com bandas administradas no início do ano. O principal objectivo desta alteração pren-
deu-se com a necessidade de eliminar o desequilíbrio existente entre a quantidade procurada e oferecida de divisas,
que culminou num aumento significativo da pressão cambial sobre os diversos mercados. Perante este novo regime,
em 2018, o Kwanza depreciou-se em cerca de 46,23% e 47,48% face ao Dólar norte-americano e ao Euro, respectiva-
mente, no mercado primário. De igual modo, o regime cambial adoptado contribuiu para uma redução significativa do
diferencial entre os mercados primário e informal, sendo que este era um dos principais objectivos do novo paradigma
cambial, tendo assim o spread em relação ao Dólar norte-americano e ao Euro diminuído de 150,62% para 28,26% e
de 146,31% para 27,17%, respectivamente, no final de Dezembro.

Relativamente à política monetária, o BNA actuou no mercado monetário de modo a manter a trajectória decrescente
da inflação que passou de 23,67% em 2017 para 18,60%, focando-se em grande medida no controlo da Base Monetária
em moeda nacional que apresentou uma contracção de 10,71%. Adicionalmente, o BNA procedeu à redução da taxa de
juro de referência, no final de Junho, de 18,00% para 16,50%. As políticas para constituição das Reservas Obrigatórias
sofreram duas alterações significativas durante o ano de 2018. O primeiro momento procedeu-se à redução do coefi-
ciente de reservas obrigatórias para os depósitos do sector privado de 21,00% para 19,00% em Maio, e posteriormente
em Julho, reduziu-se o coeficiente de reservas obrigatórias para os depósitos do sector privado, do Governo Central e
dos Governos Locais, em moeda nacional, para 17,00%.

No que diz respeito à sua atribuição relacionada com a estabilidade do sistema bancário, foram realizadas várias
acções de supervisão com o objectivo de mitigar o risco de crédito em linha com o Basileia II bem como o acompanha-
Sumário Executivo • 11

mento da efectivação do aumento de capital social, pelos bancos para o mínimo de Kz 7,50 mil milhões, nos termos do
Aviso N.º 02/2018 de 02 de Março. Com este aumento, os fundos próprios regulamentares aumentaram em 53,43% e,
por conseguinte, o rácio de solvabilidade regulamentar apresentou um incremento, partindo de 18,79% em Dezembro
de 2017 para 24,16% em Dezembro de 2018, mantendo-se acima do limite mínimo regulamentar estabelecido de 10%,
o que garante ao sistema bancário uma maior resiliência para fazer face aos riscos inerentes à sua actividade.

O desempenho do sistema financeiro continua a ser afectado pelas condições macroeconómicas adversas, sendo que o
risco de crédito se manteve em níveis elevados. No entanto, face à depreciação do Kwanza associada ao novo regime
cambial adoptado desde o início do ano 2018 e à regularização dos pendentes cambiais, adicionado ao investimento
em títulos públicos, os bancos angolanos registaram um incremento dos seus resultados.

Com o objectivo de criar uma garantia para os pequenos depositantes (particulares e empresas) e completar assim a
rede de segurança do sistema financeiro angolano, foi criado o Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) cujo objectivo é
garantir o reembolso dos depósitos constituídos junto de instituições financeiras bancárias domiciliadas em território
nacional até a um limite de Kz 12,50 milhões.

Com base na necessidade de adequação aos padrões internacionais, no quadro regulamentar e do processo de super-
visão de Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo (BC/FT), quanto à robustez e adequação dos siste-
mas de prevenção ao BC/FT às recomendações do GAFI (Grupo de Acção Financeira Internacional) mais actualizadas,
em 2018 deu-se início ao processo da revisão da Lei N.º 34/11 de 12 de Dezembro – Lei do Combate ao Branqueamento
de Capitais e do Financiamento ao Terrorismo.

Com o objectivo maior desenvolvimento dos sistemas de pagamentos de Angola, será implementado o subsistema de
Débitos Directos que permitirá agilizar a cobrança de serviços de carácter recorrente, como por exemplo consumos de
energia, água ou seguros, com benefícios para credores e devedores (maior segurança, menores custos). Em relação
aos pagamentos instantâneos, perspectiva-se a implementação do quadro legal que permitirá a implementação de um
sistema de pagamentos móveis que irá proporcionar serviços de pagamento acessíveis à população não bancarizada
em qualquer ponto do território nacional o que constitui o primeiro passo no processo integral de bancarização e de
inclusão financeira.

Com o objectivo de uma maior adequação do Banco Nacional de Angola (BNA) às melhores práticas em termos de
governação corporativa, transparência e controlo interno, a instituição procedeu à elaboração e implementação da
Política de Gestão do Risco e Critérios de Gestão do Risco. Simultaneamente, elaborou-se e está em implementação a
Política de Compliance e Política de Prevenção BC/FT.

No final do ano de 2018, o BNA contava com 2 058 funcionários. No âmbito da formação e capacitação, foi definido
um novo modelo, direccionado ao desenvolvimento contínuo das competências dos trabalhadores. Este modelo define
como principais objectivos o alinhamento à estratégia do BNA, melhoria dos processos, foco no investimento contínuo
e crescimento na carreira.

Em 31 de Dezembro de 2018, o Activo do Banco apresentou um saldo em cerca de Kz 7,06 biliões, traduzindo um acrés-
cimo em torno de Kz 2,37 biliões (50%) comparativamente a 31 de Dezembro de 2017. Do lado do Passivo, houve um
acréscimo em cerca de Kz 1,84 biliões (42%) para Kz 6,19 biliões

No exercício de 2018, apurou-se um resultado positivo no valor de Kz 18,59 mil milhões, correspondente a uma variação
de 131% face ao exercício anterior.

Relativamente aos Capitais próprios que ascende a Kz 885,38 mil milhões, verifica-se um aumento no montante de Kz
527,57 mil milhões (+147%) face ao exercício anterior.

O orçamento do exercício económico de 2018 apresentou um superavit de Kz 104,48 milhões, o que reflectiu um grau
de execução de 456% acima do estimado (Kz 22,90 mil milhões).
PARTE I
Contexto Macroeconómico
Parte I – Contexto Macroeconómico • 13

1. Economia Internacional
1.1. Estimativas para 2018 e 2019

O Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu relatório World Economic Outlook de Janeiro de 2019, manteve a
estimativa para a taxa de crescimento económica mundial de 3,70% em 2018, apesar da desaceleração de algumas
economias, nomeadamente da Zona Euro e da Ásia. No entanto, reviu em baixa, face às previsões de Outubro de 2018,
a taxa de crescimento de 2019 de 3,70% para 3,50%. Contudo, com o crescimento ainda acima do potencial na maioria
das economias avançadas, espera-se uma contínua retracção do mercado de trabalho combinado com um aumento
gradual das taxas de inflação e, em muitos casos, subidas das taxas de juro.

No que diz respeito ao crescimento da Zona Euro, o FMI reviu em baixa as taxas de crescimento em relação às pro-
jecções de Outubro, situando-se agora num crescimento de 1,80% em 2018 e de 1,60% em 2019, o que representa
uma redução de 0,20 p.p. e 0,30 p.p. face às previsões anteriores, respectivamente. As revisões em baixa reflectiram
sinais de fragilidade na Europa nomeadamente, na Alemanha, a maior potência exportadora do bloco, prejudicada
pelos novos padrões de emissões de CO2 de veículos automóveis e na Itália, sob pressão devido ao recente impasse
com a Comissão Europeia relativamente ao orçamento proposto pelo Governo daquele país. Realça-se ainda, o impacto
negativo sobre a economia francesa, devido aos protestos relativos a algumas reformas propostas pelo Governo.

No que se refere à Asia, em particular à China, o FMI reviu em baixa a sua taxa de crescimento económico de 2018 para
6,50% e manteve a projecção para 2019 de 6,20%. Destaca-se que a economia chinesa registou uma desaceleração
acentuada em 2018, o pior resultado desde 1990. Este comportamento deveu-se ao crescimento mais lento do crédito
e às incertezas inerentes à guerra comercial com os EUA.

No mesmo sentido, o FMI reviu em baixa o crescimento económico da África Subsariana, situando-se em 2,90% e
3,50% para 2018 e 2019 contra as previsões de Outubro que apontavam para uma taxa de crescimento de 3,10% e
3,80%, respectivamente. A contribuir para esta revisão estiveram, essencialmente, as novas avaliações quanto ao
crescimento de Angola e da Nigéria que foram impactadas negativamente pela queda do preço do petróleo a partir de
Outubro e ainda um decréscimo da produção petrolífera verificado em Angola.

Apesar das guerras comerciais entre os EUA e os seus parceiros comerciais que caracterizaram 2018, o PIB norte-a-
mericano, segundo as estimativas de Janeiro do FMI, acelerou em 2018, tendo o crescimento sido de 2,90%, contra
os 2,20% de 2017. O principal contributo da administração de Donald Trump passou pela diminuição da carga fiscal,
estimulando assim o crescimento económico, apesar do aumento do défice público. As estimativas apontam que, em
2019, o crescimento deverá diminuir para 2,50%, devido à redução do impacto do estímulo fiscal e da possibilidade da
Reserva Federal norte-americana continuar a aumentar as taxas de juro de referência.
14 • Relatório Anual e Contas • 2018

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial

2018 2019 2020

Crescimento do PIB (%) Estimativas Previsões

Economia mundial 3,70 3,50 3,60

Economias avançadas 2,30 2,00 1,70

EUA 2,90 2,50 1,80

Zona Euro 1,80 1,60 1,70

Japão 0,90 1,10 0,50

Reino Unido 1,40 1,50 1,60

Economias emergentes e 4,60 4,50 4,60


em desenvolvimento

Rússia 1,70 1,60 1,70

China 6,60 6,20 6,20

Índia 7,30 7,50 7,70

Brasil 1,30 2,50 2,20

África Subsaariana 2,90 3,50 3,60

SADC 0,30 0,80 1,60

Nigéria 1,90 1,40 2,20

África do Sul 0,80 2,00 1,70

Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro de 2019

1.2. Conjuntura de 2018


O início de 2018 aparentava ser um ano promissor em termos económicos, tendo, no entanto, ao longo do ano, os
mercados financeiros apresentado uma considerável instabilidade, contrariamente ao que as projecções apontavam
no final de 2017. Esta agitação deveu-se a eventos específicos que levaram à incertezas quanto ao comércio mundial,
e consequentemente, ao crescimento económico, entre eles, destacam-se as guerras comerciais, a incerteza quanto à
economia italiana, o “Brexit” e a volatilidade do preço do petróleo. Adicionalmente, registaram-se algumas alterações
na política monetária vigente nas principais economias.

A implementação de tarifas comerciais por parte dos EUA aos seus parceiros comerciais seguida de medidas de reta-
liação por parte destes levou à diminuição da produção industrial e do comércio a nível mundial. O presidente norte-a-
mericano Donald Trump e a sua administração desafiaram os principais líderes mundiais, nomeadamente os líderes da
República da China, com ameaças de criação de barreiras ao comércio entre os países, aumentando as tarifas sobre
as importações dos principais produtos. Em alguns casos, estas ameaças foram efectivadas, destacando-se a China
pela dimensão do comércio existente. Além disso, realça-se o anúncio da duplicação das tarifas de aço e alumínio da
Turquia pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que levou a uma crise cambial. A retórica cada vez mais
proteccionista sobre o comércio significou uma incerteza maior sobre a política comercial um pouco por todo o mundo,
o que criou instabilidade nas decisões de investimento. Nesta senda, o Governo norte-americano, de forma a impul-
sionar o crescimento económico e a contrariar a incerteza do investimento mundial gerada pelas tensões comerciais,
implementou consideráveis estímulos fiscais. Estes focaram-se na redução dos impostos do sector empresarial, dos
mais altos escalões de rendimento assim como em programas de investimento público.

Adicionalmente, o Dólar norte-americano apresentou uma tendência de apreciação com principal destaque no segundo
trimestre. No que toca à política monetária dos EUA, a Reserva Federal norte-americana aumentou quatro vezes, em
0,25 p.p., o intervalo das taxas de juro directoras, terminando o ano com o intervalo da taxa directora entre 2,25% e
2,50%. A meio do ano, registou-se, no entanto, uma alteração do modo de implementação do intervalo. A taxa de juro
paga pelas reservas bancárias, que constituía desde 2008 o valor superior do intervalo, foi apenas elevada em 0,20 p.p.
enquanto o limite máximo foi elevado em 0,25 p.p. Esta alteração reflecte em parte a subida das taxas de juro efectivas
de mercado causada pelo aumento da emissão de dívida pública pelo Governo, assim como pela contínua contracção
do balanço da Reserva Federal que teve começo em 2018, reflectido na queda das reservas livres das instituições
bancárias. As acções da Reserva Federal foram influenciadas pelas condições macroeconómicas em especial pelas
melhorias no mercado laboral. Dessa forma, espera-se ainda mais subidas em 2019.
Parte I – Contexto Macroeconómico • 15

Na Europa, 2018 foi marcado por um braço de ferro entre o Governo italiano e a Comissão Europeia, em especial no
último trimestre do ano, relativamente ao défice fiscal que o Governo italiano apresentava no seu orçamento de Estado
para 2019. A Itália conseguiu evitar as sanções da União Europeia após chegar a um compromisso com a Comissão
Europeia, tendo sido acordado uma redução da meta do déficit de 2,40% para 2,04% do PIB. Este impasse impactou
negativamente os mercados europeus, sendo que o spread entre as taxas de juro dos títulos italianos e alemães atingiu
um patamar tão elevado como na crise da dívida soberana da Europa levando assim a especulações de que a Itália
iria mergulhar numa nova crise. No que toca à política monetária da Zona Euro, 2018 fica marcado como o ano do fim
dos programas de Quantitative Easing que iniciaram a Setembro de 2014, embora se perspective que alguns estímulos
irão continuar em 2019, nomeadamente a manutenção das taxas de juro directoras nominais em valores negativos e o
rollover dos activos detidos pelo Banco Central Europeu.

Relativamente ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o “Brexit”, o ano de 2018 foi caracterizado por
incertezas quanto à sua efectivação. As negociações ocorridas em 2018 não originaram nenhum acordo, sendo que
a saída está prevista para 2019. A incerteza sobre o “Brexit” diminuiu o crescimento do Reino Unido para 1,30% em
2018 segundo o gabinete oficial (Office for National Statistics). No entanto, espera-se que a resolução permita que
o crescimento melhore para 2,00% em 2019. Note-se que a Libra britânica registou uma perda de valor de 13% face
ao Dólar norte-americano 15 quando comparado com o período antes do referendo. Tal depreciação impulsionou as
exportações, mas aumentou os preços das importações que consequentemente levaram ao aumento da inflação tendo
ultrapassado a meta de 2,00%.

Por fim, algumas economias emergentes vulneráveis ficaram sob pressão quando o Dólar norte-americano ganhou
valor e o nível de risco que os investidores financeiros globais estavam dispostos a aceitar diminuiu. Várias moedas de
mercados emergentes - incluindo a Lira turca, o Peso argentino, o Real brasileiro, o Rand sul-africano, a Rupia indiana
e a Rupia indonésia – registaram elevadas oscilações ao longo do ano.

1.3. Mercado das Commodities


1.3.1 Commodities Energéticas
Os preços do petróleo bruto registaram um comportamento volátil a partir de Agosto de 2018, reflectindo as variações
da oferta, incluindo a política dos EUA sobre as exportações de petróleo do Irão e, mais recentemente, a situação
económica e política da Venezuela. No entanto, em termos médios, o preço de Brent apresentou uma média de 71,69
USD/barril, um aumento de 30,96% face ao ano anterior (54,75 USD/barril). Em Dezembro de 2018, o preço do Brent
encerrou o ano em 53,80 USD/barril. Relativamente ao preço das ramas angolanas, que tem como referência o com-
portamento do Brent, o seu preço médio anual foi de 69,20 USD/barril. Quanto ao WTI, o seu preço, em termos médios
anuais, rondou em 64,90 USD/barril.

Diversos factores contribuíram para os movimentos registados no mercado petrolífero. A produção de petróleo a partir
do xisto betuminoso, nos EUA, contribuiu ainda mais do que se esperava para o desequilíbrio entre procura e oferta
neste sector. No mês de Janeiro, a OPEP e os países aliados decidiram fazer um corte da produção a fim de equilibrar
os preços. Segundo esta organização, a procura mundial de petróleo em 2018 rondou uma média trimestral de 98,78
milhões de barris/dia contra 97,29 milhões de barris/dia registados em 2017, um aumento em termos absolutos de 1,49
milhões de barris. A procura de petróleo dos países da OCDE, em 2018, foi revista em alta devido ao melhor desempe-
nho económico dos países do continente norte-americano, particularmente no terceiro trimestre, quando apresentaram
uma maior procura por destilados para o sector industrial dos petroquímicos. Em 2019, a OPEP prevê que a procura
mundial aumente 1,29 mb/d, atingindo uma média anual de 100,08 mb/d por trimestre.

Para 2019, a Agência Internacional de Energia prevê um preço médio do Brent a rondar os 60,52 USD/barril. No en-
tanto, os analistas da Bloomberg e Reuteurs revelam-se mais optimistas, ao preverem um preço médio de 62,56 USD/
barril e 69,13 USD/barril, respectivamente.

1
Esta variação foi calculada entre o período de 22 de Junho de 2016 e 31 de Dezembro de 2018.
16 • Relatório Anual e Contas • 2018

Gráfico 1: Preços das Commodities Energéticas


94
84
74

USD/barril
64
54
44
34
24

Jun/17

Jun/18
Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18
BRENT WTI

Fonte: Bloomberg

1.3.2. Commodities alimentares


Em 2018, o índice de preços dos alimentos da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO)
fechou o ano em 161,7 pontos. A média de todos os meses de 2018 foi 3,52% inferior à média no igual período de
2017. O preço do açúcar foi o que registou maior decréscimo em 2018, sendo que os preços de óleo vegetal, carne e
produtos lácteos também registaram diminuições. No entanto, os preços internacionais de todos os principais cereais
registaram uma subida.

Gráfico 2: Preços das Commodities Alimentares

300

250
Pontos

200

150

100
dez/16
fev/17
abr/17
jun/17
ago/17
out/17
dez/17
fev/18
abr/18
jun/18
ago/18
out/18
dez/18

Fonte: FAO

Assim, destaca-se a contracção de 21,90% do índice do açúcar,


Índice maioritariamente
de preços de alimentos causado pelo aumento da oferta pro-
da FAO
veniente da Índia e do Brasil. Note-se que a cana-de-açúcar é um input tanto para a produção de açúcar como de etanol
Índice de preços da carne
e uma vez que grande parte da produção de etanol tem fins petrolíferos, a queda dos preços do petróleo desincentivou
a produção deste, levando assim a um aumentoÍndice de preços
da produção dos Em
de açúcar. laticínios
sentido oposto, destaca-se o índice dos
cereais, cuja média dos doze meses foi 9,01% superior à média dos doze meses de 2017. A queda da produção mundial
Índice de preços dos cereais
de trigo e milho contribuiu para o aumento dos preços em 2018, embora a oferta global de todos os principais cereais
Índice
tenha permanecido mais do que suficiente, deixando de preços
os stocks ainda do
em óleo
níveis elevados.
Índice de preços do açúcar
Parte I – Contexto Macroeconómico • 17

2. Economia Nacional
2.1. Sector Real
2.1.1. Actividade Económica
De acordo com os dados preliminares do Ministério de Economia e Planeamento (MEP), aponta-se para uma taxa
de crescimento real da actividade económica em 2018, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), de -1,70% face aos
-0,15% registados em 2017, reflexo de uma maior contracção da actividade petrolífera em cerca de -9,20% e da menor
dinâmica da actividade não petrolífera (0,28%). Nesta perspectiva, a economia angolana encontra-se em recessão
pelo terceiro ano consecutivo, resultante da queda da produção petrolífera, apesar da melhoria da cotação do preço do
petróleo no mercado internacional.

O declínio da taxa de crescimento da actividade petrolífera na ordem de 3,87 p.p., foi justificado principalmente pela
quebra nos níveis de produção do petróleo e gás em 12,48%, reflexo do declínio de alguns poços petrolíferos conjugado
com os baixos níveis de investimento observados, particularmente, nos segmentos de prospecção, pesquisa e explora-
ção, e a ineficiência dos sistemas de recuperação secundária.

A desaceleração da actividade não petrolífera em 0,94 p.p. decorreu do menor dinamismo observado na actividade dos
sectores da indústria transformadora (passou de 1,18% para 0,10%), serviços mercantis (passou de 1,48% para 0,65%)
e da construção (passou de 2,51% para 1,85%).

Painel 1: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade

Taxas de crescimento do PIB real (%) Taxa de crescimento do PIB real por sectores de actividade (%)

2
Outros
1 Serviços mercantis
Energia
0 Construção
Indústria transformadora
-1
Petróleo
-2 Diamantes e outros
Pescas e derivados
-3 Agricultura

-4
Sector Sector -25,00 -15,00 -5,00 5,00 15,00 25,00 35,00 45,00
PIB total
petrolífero não petrolífero

2016 2017 (Estimativa) 2018 (Estimativa) 2016 2017 2018

Fonte: INE e MINEP

Em termos de peso na composição do PIB, no ano em referência, destaca-se que apenas o sector primário aumentou
a sua representatividade. Contudo, observa-se ainda que o sector terciário, composto em grande medida pelas im-
portações, continua a ser o sector que mais pesa na composição do PIB total. Este panorama espelha a necessidade
imperiosa de diversificar a economia com o intuito de alavancar o desenvolvimento dos sectores exportadores, nomea-
damente, o sector primário e sector secundário.
18 • Relatório Anual e Contas • 2018

Quadro 2: Estrutura Percentual do PIB (Preços de 2002)

2017 2018
Estrutura percentual 2014 2015 2016 Estimativas Estimativas

Sector primário 40,99 39,53 31,57 31,84 39,27

Agricultura 4,65 5,15 6,18 6,40 5,81

Pescas e derivados 2,63 3,09 3,71 3,72 3,28

Diamantes e outros 0,57 0,64 0,68 0,56 0,79

Petróleo 33,14 30,64 21,00 21,15 29,38

Sector secundário 16,38 17,91 21,19 20,90 18,76

Indústria transformadora 4,15 5,29 6,79 6,65 5,86

Construção 11,78 12,16 13,84 13,80 12,37

Energia 0,44 0,47 0,56 0,46 0,52

Sector terciário 42,63 42,56 47,24 47,26 41,97

Serviços mercantis 23,29 23,92 36,57 38,14 33,80

Outros 19,34 18,64 10,67 9,12 8,17

Fonte: INE e MEP

2.1.2. Inflação cheia


O ano de 2018 foi caracterizado pela desaceleração do índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), apresentando
uma variação homóloga de 18,60% contra 23,67% observados no ano anterior, devido, essencialmente, à redução do
contributo da classe 01 “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” em 2,14 p.p., fixando-se em 7,19 p.p., representando
38,65% da variação do índice geral de preços, seguida das classes 03 “Vestuário e Calçado” e 05 “Mobiliário, Equipa-
mento Doméstico e Manutenção”, em 0,83 p.p. e 0,78 p.p., situando-se em 1,80 p.p. e 1,45 p.p., com uma representa-
tividade na variação total de 9,68% e 7,82%, respectivamente.

Esta desaceleração observada durante o ano em análise, pode ser explicada pelos efeitos das medidas de política
monetária e cambial adoptadas pelo BNA, com maior realce para alocação eficiente das divisas e regularização dos
atrasados cambiais, adopção de um regime cambial mais flutuante, contracção dos agregados monetários em moeda
nacional e melhoria da comunicação do Banco Central com os agentes económicos.

Painel 2: Taxa de Inflação Nacional e as suas Classes

Taxa de inflação (%) Taxa de variação homóloga por classes (%)

45 5 500
40 5

35 4 400
4
30
3 300
25
3
20
2 200
15
2
10 1 100
5 1
0 0 0
dez/16

fev/17

abr/17

jun/17

ago/17

out/17

dez/17

fev/18

abr/18

jun/18

ago/18

out/18

dez/18

dez/16

fev/17

abr/17

jun/17

ago/17

out/17

dez/17

fev/18

abr/18

jun/18

ago/18

out/18

dez/18

Homóloga (12 meses) Mensal (Eixo à dir.) Alim. bebidas não alc. Bebidas alc. e tabaco

Vestuário e calçado Hab., água, elect., gás e combust.

Mobil., equip. doméstico e manutenção Saúde

Transportes Comunicação

Lazer, recreação e cultura Educação

Hóteis, cafés e restaurantes Bens e serviços diversos

Fonte: INE
Parte I – Contexto Macroeconómico • 19

No ano em análise, a classe que registou a maior variação foi a classe 04. “Habitação, Água, Electricidade, Gás e
Combustíveis” (28,29%), reflexo da medida administrativa que levou ao aumento do preço de fornecimento da água
potável no mercado oficial, seguida da classe de Bens e Serviços Diversos (26,40%), mais especificamente, o aumento
das despesas por serviço de baptismo e serviço matrimonial e ainda, a classe de Vestuário e Calçado (25,36%), com
as sandálias, sapatilhas e do pano superwax a registarem os maiores aumentos. Porém, no que toca à contribuição
das classes na inflação, a classe de “Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas” foi a que registou a maior com 7,19
p.p., seguida das classes de “Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis” com 2,39 p.p. e “Bens e Serviços
Diversos” com 1,85 p.p.

Painel 3: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação Nacional


Contribuição das classes na inflação homóloga (p.p.) Representatividade das classes que mais têm contribuído
para a inflação em termos de 12 meses (%)

100
60

40
50

20

0 0
dez/16

fev/17

abr/17

jun/17

ago/17

out/17

dez/17

fev/18

abr/18

jun/18

ago/18

out/18

dez/18

dez/16

fev/17

abr/17

jun/17

ago/17

out/17

dez/17

fev/18

abr/18

jun/18

ago/18

out/18

dez/18
Bens e serviços diversos Hóteis, cafés e restaurantes Alim. bebidas não alc.
Educação Lazer, recreação e cultura Vestuário e calçado
Comunicação Transportes Hab., água, elect., gás e combust.
Saúde Mobil., equip. doméstico e manutenção Mobil., equip. doméstico e manutenção
Hab., água, elect., gás e combust. Vestuário e calçado Bebidas alc. e tabaco
Bebidas
Fonte: alc. e tabaco
INE Alim. bebidas não alc. Saúde

Na província de Luanda, o índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação homóloga de 18,21%, em 2018,
uma desaceleração em cerca de 8,05 p.p. em relação ao ano anterior (26,26%), resultante da menor contribuição da
classe 01 “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” com 6,74 p.p., representando 37,02% da variação do índice geral de
preços, seguida das classes 12 “Bens e Serviços Diversos” e 03 “Vestuário e Calçado”, com 2,38 p.p. e 1,86 p.p., com
uma representatividade na variação total de 13,06% e 10,20%, respectivamente.

Gráfico 3: Taxa de Inflação De Luanda (%)

45 5
40 4
35 4
30 3
25 3
20 2
15 2
10 1
5 1
Fonte: INE
0 0
Jun/17

Jun/18
Dez/16

Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17

Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18
Fev/17

Fev/18

Homóloga (12 meses) Mensal (Eixo à dir.)


20 • Relatório Anual e Contas • 2018

Em termos de variação por classe, o comportamento foi semelhante ao panorama nacional sendo que a classe da Habi-
tação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis com 30,48% foi a que observou a maior variação, seguida da classe de
Bens e Serviços Diversos (24,48%) e a classe de Vestuário e Calçado (22,93%). Contudo, a classe que mais contribuiu
para a inflação acumulada em 2018 foi também a classe de “Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas” com 6,74 p.p., se-
guida das classes de “Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis” e “Bens e Serviços Diversos” com 2,53 p.p.
e 2,38 p.p., respectivamente. Assim, realça-se o aumento da representatividade da classe de Alimentação e Bebidas
Não Alcoólicas que passou de 35,57% em 2017 para 37,02% no ano em referência, ou seja, apesar da diminuição da
sua variação face ao período homólogo esta apresenta mais peso na inflação registada.

Painel 4: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação de Luanda

Contribuição das classes na inflação homóloga (p.p.) Representatividade das classes que mais têm contribuído
para a inflação em termos de 12 meses (%)
50
100

0 0
Jun/17

Jun/18

Jun/17

Jun/18
Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18

Dez/16

Fev/17

Abr/17

Ago/17

Out/17

Dez/17

Fev/18

Abr/18

Ago/18

Out/18

Dez/18
Bens e serviços diversos Hóteis, cafés e restaurantes Alim. bebidas não alc.
Educação Lazer, recreação e cultura Vestuário e calçado
Comunicação Transportes Hab., água, elect., gás e combust.
Saúde Mobil., equip. doméstico e manutenção Mobil., equip. doméstico e manutenção
Hab., água, elect., gás e combust. Vestuário e calçado Bebidas alc. e tabaco
Saúde

Fonte: INE

No que concerne às categorias, observa-se que a tendência decrescente da inflação durante o ano de 2018 decorreu
da redução da variação dos preços nas duas categorias, no caso dos Bens em 9,76 p.p. e dos Serviços em 3,17 p.p.,
fixando-se em 17,24% e 21,00%, respectivamente. O comportamento da categoria de Bens resultou da diminuição da
variação tanto da subcategoria Bens Alimentares em torno de 5,22 p.p., fixando-se em 15,28%, como da subcategoria
Bens Industriais em cerca de 16,91 p.p., situando-se em 19,84%. Em termos de contribuições, a categoria dos Bens
participou com 12,83 p.p. face aos 19,96 p.p. observados no ano anterior, e a categoria Serviços registou um contributo
de 5,38 p.p. contra os 6,30 p.p. verificados no ano transacto. Para as subcategorias, destaca-se a contribuição dos Bens
Alimentares de 8,70 p.p., inferior aos 12,30 p.p. observados em 2017, e dos Bens Industriais de 8,54 p.p. em relação
aos 14,69 p.p. registados no ano anterior.

Gráfico 4: Variação das componentes do ipc (%)


60 60

40 40

20 20

0 0
dez/16

fev/17

abr/17

jun/17

ago/17

out/17

dez/17

fev/18

abr/18

jun/18

ago/18

out/18

dez/18

Homóloga (12 meses) IPC bens alim. não processados


IPC bens alim. processados IPC bens industriais
IPC serviços IPC bens

Fonte: BNA
Parte I – Contexto Macroeconómico • 21

Em linha com a trajectória apresentada acima, observou-se uma menor variação dos preços dos produtos da Cesta
Básica quando comparados com o ano anterior, reflectindo-se na redução da variação acumulada do preço médio da
Cesta Básica em torno de 0,89 p.p., fixando-se em 10,26%. Este comportamento é justificado pela desaceleração dos
preços nos seguintes produtos: carne seca de vaca, fuba de bombó, leite em pó (Nido), massa esparguete, sabão azul
e sal comum.

Gráfico 5: Variação Acumulada Anual - Produtos da Cesta Básica

100

87 ,59
80

26 ,28

12 ,65

23 ,27
60

19 ,35

14 ,60
13 ,23

13 ,12

11 ,47
40

10 ,88

10 ,76

10 ,14

9,72

8,23

7,72

7,60
6,48
5,38

4,65
%o

20
-

-3 ,76
(20)
-8,82

-11 ,18

-10 ,00

-10 ,05
-13 ,72

-19 ,58
(40)
Açúcar a granel

Arroz corrente

Carne seca de vaca

Leite em pó (Nido)

Óleo alim. de soja

Óleo de palma

Farinha de trigo

Feijão

Sal comum

Sabão azul

Fuba de bombó

Fuba de milho

Massa esparguete
Fonte: BNA 2017 2018

Durante 2018, o Índice de Preços Grossista (IPG) apresentou um comportamento estável, fixando-se em 16,86%, um
ligeiro acréscimo de 1,39 p.p. Tal resultado decorre do aumento da variação dos preços dos produtos quer nacionais
quer importados de 2,34 p.p. e 1,14 p.p., passando de 15,51% e 15,46% em 2017 para 17,85% e 16,59% em 2018,
respectivamente. Ressalta-se a secção da Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura que foi a que apresentou
maior variação, tanto para os produtos nacionais como para os produtos importados, com 19,72% e 26,26%, respec-
tivamente.

Painel 5: Índice de Preços no Grossista

Variação mensal e homólogo do IPG (%) Variação do IPG - produtos nacionais


Vs. importados (%)
5 35 40
30
4
Variação Homóloga

25 30
3 20
20
2 15
10 10
1
5
0 0 0
Jun/17

Jun/18

Jun/17

Jun/18
Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18

Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18

IPG mensal IPG (produtos nacionais)

IPG homólogo (Eixo à dir.) IPG (produtos importados)

Fonte: INE
22 • Relatório Anual e Contas • 2018

2 .1.1. Núcleo de Inflação


A componente núcleo de inflação consiste em medir a evolução do índice de preços no consumidor excluindo os preços
dos produtos administrados e dos produtos mais voláteis (devido a efeitos sazonais e irregulares), como o preço dos
legumes, tubérculos, peixes e mariscos. Neste sentido, este indicador procura destrinçar as evoluções do índice de
preços resultante de evoluções monetárias excessivas (inflação do lado da procura agregada) e evoluções resultantes
da variação dos preços relativos (inflação do lado da oferta agregada).

Assim, o núcleo da inflação serve como indicador para medir a eficiência das decisões tomadas pelo BNA no que diz
respeito à política monetária. Em 2018, o núcleo de inflação registou uma variação de 18,16%, menor em cerca de
10,83 p.p. face a 2017 (28,98%) reflectindo as medidas de política monetária contraccionista tomadas pelo BNA como
já referido anteriormente e com maior detalhe mais à frente. Os legumes e tubérculos registaram uma variação de
15,33% inferior em 11,19 p.p. aos 26,52% observados em 2017 e os peixes e mariscos verificaram uma variação de
18,62%, abaixo em 4,41 p.p. face a 2017 (23,03%). Em sentido contrário, os produtos administrados evidenciaram um
aumento de 20,60%, acima dos 12,34% registados no ano anterior.

Relativamente à contribuição, no período em análise, o núcleo da inflação registou uma participação de 13,36 p.p.,
representando 73,37% da inflação cheia, seguido dos produtos administrados com 2,35 p.p., legumes e tubérculos com
1,38 p.p. e Peixes e Mariscos com 1,11 p.p., com uma representatividade de 12,93%, 7,59% e 6,11%, respectivamente.

Painel 6: Componentes da Inflação Cheia

Variação mensal das componentes da Variação homóloga das componentes da


inflação cheia (%) inflação cheia (%)

20 100

0 0
Jun/17

Jun/18

Jun/17

Jun/18
Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18

Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18
Núcleo de inflação Núcleo de inflação

Contribuição mensal das componentes da Contribuição homóloga das componentes da inflação


inflação cheia (p.p.) cheia (p.p.)
5
50

0 0
Jun/17

Jun/18

Jun/17

Jun/18
Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18

Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev/18
Abr/18

Ago/18
Out/18
Dez/18

Produtos adminstrados Peixes e mariscos Produtos adminstrados Peixes e mariscos


Legumes e tubérculos Núcleo de inflação Legumes e tubérculos Núcleo de inflação

Inflação cheia vs núcleo de inflação (Homóloga, %)


46

26
6
Dez/16

Jun/17

Dez/17

Jun/18

Dez/18
Abr/17

Ago/17
Out/17

Abr/18

Ago/18
Out/18
Fev/17

Fev/18

Inflação cheia Núcleo de inflação

Fonte: INE e BNA


Parte I – Contexto Macroeconómico • 23

2.2. Sector Fiscal


2.2.1. Política e Situação Orçamental
Dada a melhoria do preço médio do petróleo no mercado internacional, o OGE para 2018 foi programado numa pers-
pectiva mais optimista face a 2017, considerando uma recuperação da actividade económica, maior arrecadação de
receitas e execução de despesas, o que resultaria num défice global de Kz 804,7 mil milhões (3,4% do PIB), menor em
relação ao ano anterior (5,77% do PIB).

O OGE teve como pressupostos macroeconómicos um preço médio de petróleo de 50,00 USD/barril, exportações anuais
de petróleo de 620,00 milhões de barris, uma taxa de câmbio média de USD/Kz 218,70 e uma taxa de crescimento real
do produto de 4,90%, suportado pelo crescimento de 3,11% do sector petrolífero e 4,35% do sector não petrolífero.

2.2.2. Receitas Públicas


Dados preliminares do Ministério das Finanças referentes a 2018 apontam para um aumento significativo das re-
ceitas totais em 46,98%, tendo alcançado o nível mais alto dos últimos quatro anos, situando-se em Kz 5,21 biliões
(18,06% do PIB). O comportamento das receitas continua a ser fortemente suportado pelo aumento da receita petro-
lífera (75,92%), equivalentes a 67,88% do total das receitas e 12,26% do PIB. Por sua vez, o aumento das receitas
petrolíferas é explicado pela melhoria do preço médio do petróleo que atingiu os 69,20 USD/barril, isto é, 19,20 USD/
barril acima do preço previsto.

Quadro 3: Estrutura das Receitas Públicas


2018 2018
2017 OGE 2018 Variação (%) 2017 OGE 2018
Preliminar Preliminar

Kz mil milhões % do PIB

Receitas totais 3 542,99 4 404,24 5 207,40 46,98 17,02 18,45 18,06

Receitas correntes 3 542,30 4 404,24 5 206,39 46,98 17,02 18,45 18,06

Impostos 3 202,68 4 139,29 4 906,14 53,19 15,39 17,34 17,02

Petrolíferos 2 009,18 2 399,13 3 534,61 75,92 9,65 10,05 12,26

Não petrolíferos 1 193,50 1 740,16 1 371,53 14,92 5,73 7,29 4,76

Impostos s/ rend., lucros 632,53 833,91 698,68 10,46 3,04 3,49 2,42

Impostos s/ propriedades 37,64 54,24 39,85 5,89 0,18 0,23 0,14

Impostos s/ bens e serviços 245,96 437,36 297,15 20,81 1,18 1,83 1,03

Impostos s/ o comércio inter. 120,49 200,19 155,94 29,42 0,58 0,84 0,54

Outros impostos 156,89 214,46 179,91 14,67 0,75 0,90 0,62

Contribuições sociais 165,82 172,86 132,06 -20,36 0,80 0,72 0,46

Doações 4,59 - 0,76 -83,54 0,02 - 0,00

Outras receitas 169,22 92,09 167,43 -1,05 0,81 0,39 0,58

Receitas de capital 0,69 - 1,02 47,84 0,00 - 0,00

Fonte: MINFIN

As receitas totais apresentaram um grau de execução de 118,24% em relação ao previsto no OGE, onde os Impostos
Petrolíferos e Não Petrolíferos tiveram níveis de execução de 147,33% e 78,82%, respectivamente. Apesar da pequena
representatividade sobre o total das receitas, a componente Outras Receitas destacou-se, apresentando um grau de
execução de 181,82%. Realça-se ainda que a receita fiscal em percentagem do PIB fixou-se em 17,02% em linha com
o projectado (17,34%) e acima do apurado no ano passado (15,39%), denotando assim um aumento do imposto pago
em relação à riqueza produzida no país.

No que se refere às Receitas Não Petrolíferas, estas observaram um crescimento de 14,92%, resultado do aumento
de todas as suas categorias, destacando-se a arrecadação de impostos sobre o comércio internacional (29,42%) e
sobre bens e serviços (20,81%). Entretanto, foi um aumento abaixo do esperado, o que poderá estar associado à lenta
recuperação do sector não petrolífero (0,28%).
24 • Relatório Anual e Contas • 2018

Gráfico 6: Impostos não petrolíferos (% do PIB)


8

0
2016 2017 OGE 2018 2018 Preliminar

Outros impostos
Impostos s/ propriedades
Impostos s/ o comércio internacional
Impostos s/ rend., lucros e ganhos de capital
Impostos s/ bens e serviços Não petrolíferos

Fonte: MINFIN

2 .2.3. Despesas Públicas


As estimativas para 2018 revelam um aumento das despesas totais em 4,87% impulsionadas pelo incremento das
despesas correntes em 14,31%, reflexo do aumento de todas as suas categorias com excepção das despesas de bens
e serviços.

Nas despesas correntes, destacam-se as despesas com juros e transferências, tendo apresentado um aumento de
41,67% e 27,50%, respectivamente. Esta evolução das despesas com juros representa, em termos nominais, um incre-
mento de Kz 282,22 mil milhões que poderá ser explicado em parte pela depreciação cambial.

Apesar de se ter verificado um incremento do preço médio do petróleo ao longo do ano, e consequentemente maior
arrecadação de receitas em relação a 2017, o grau de execução das despesas totais em 2018 foi mais baixo, tendo
atingido 97,08%. A contribuir para tal desempenho estiveram as despesas com os bens e serviços, 23,22% abaixo do
programado.

Quadro 4: Estrutura da Despesas Públicas


2018 2018
2017 OGE 2018 Variação (%) 2017 OGE 2018
Preliminar Preliminar

Kz mil milhões % do PIB

Despesas totais 4 822,07 5 208,98 5 056,82 4,87 23,17 21,82 17,54

Despesas correntes 3 499,24 4 230,17 4 000,15 14,31 16,81 17,72 13,87

Remuneração dos empregados 1 507,07 1 689,71 1 689,72 12,12 7,24 7,08 5,86

Vencimentos 1 421,06 1 586,82 1 586,82 11,66 6,83 6,65 5,50

Contribuições sociais 86,01 102,89 102,90 19,63 0,41 0,43 0,36

Bens e serviços 840,66 971,98 746,31 -11,22 4,04 4,07 2,59

Juros 677,29 968,40 959,51 41,67 3,25 4,06 3,33

Externos 294,65 517,07 365,10 23,91 1,42 2,17 1,27

Internos 382,63 451,33 594,41 55,35 1,84 1,89 2,06

Transferências correntes 474,22 600,08 604,61 27,50 2,28 2,51 2,10

Subsídios 93,67 224,95 224,95 140,16 0,45 0,94 0,78

Doações 6,26 - 4,18 -33,24 0,03 0,86 0,01

Prestações sociais 281,88 205,64 205,65 -27,04 1,35 0,71 0,71

Outras despesas 92,41 169,48 169,83 83,78 0,44 4,10 0,59

Despesas de capital 1 322,83 978,81 1 056,67 -20,12 6,36 4,10 3,66

PIP 1 312,52 978,81 1 056,67 -19,49 6,31 4,10 3,66

Outros 10,31 - - -100,00 0,05 - -

Fonte: MINFIN
Parte I – Contexto Macroeconómico • 25

A despesa em percentagem do PIB fixou-se em 17,54%, representando uma redução de 5,63 p.p. em relação a 2017.
A redução deste rácio reflectiu-se na diminuição das despesas correntes de 2,94 p.p. que representou 13,87% do PIB.
Esta redução do peso das despesas correntes foi consequência da maior alocação de recursos para cobertura do servi-
ço da dívida do período, que se situou em torno de 100% da receita total.

Gráfico 7: Despesas Correntes (% do PIB)


18

16

14

12

10

-
2016 2017 2018 OGE 2018 Preliminar

Despesas com pessoal Bens e serviços

Juros Transferências correntes

Despesas correntes

Fonte: MINFIN

2.2.4. Saldos Fiscais e Financiamento


Face aos dados apresentados, ainda preliminares, estes apontam para um superavit global (compromisso) de Kz 150,6
mil milhões em 2018 (correspondente a 0,52% do PIB) enquanto se projectava um défice de Kz 804,7 mil milhões (3,4%
do PIB), o que representa uma melhor performance em relação ao ano anterior. Por outro lado, o saldo primário não
petrolífero melhorou a sua posição, porém, contínua deficitário, passando de 14,70% do PIB em 2017 para 12,70% do
PIB em 2018. Apesar do saldo superavitário, a necessidade de financiamento aumentou em 47,85%, situando-se em
4,75 biliões, sendo 56,58% em financiamento interno e 43,02% em financiamento externo.

Gráfico 8: Saldos Fiscais (% do PIB)


10,00
4,18
5,00
0,21 0,52
-
- 0,23
- 5,00
- 10,00 - 5,90 - 6,14

- 15,00 - 12,70
- 15,84 - 14,70
- 20,00
2016 OGE Revisto 2017 Estimativas 2018 Preliminar

Saldo global (compromisso) Saldo corrente Saldo primário não petrolífero

Fonte: MINFIN

2.2.5. Dívida Pública 6


Dada a relativa melhoria nas contas fiscais, fruto do aumento das receitas que elevou a capacidade do Governo de
honrar com os seus compromissos de curto prazo, todavia, o stock da dívida do Governo ainda continua elevado. O
stock da dívida pública situa-se em USD 85 207,32 milhões (aumento de 14,45%), representando 79,66% do PIB, apre-
sentando-se acima da meta de referência da SADC e do limite de referência definidos no Programa de Estabilidade
Macroeconómica (60% do PIB).

2
Não incluí dívida das empresas públicas.
26 • Relatório Anual e Contas • 2018

No período, registou-se uma redução do stock da dívida interna7, avaliado em Dólar norte-americano, constituído maio-
ritariamente por títulos públicos, que passou de USD 35 913,49 milhões (29,41% do PIB) em 2017 para USD 33 781,42
milhões (31,58% do PIB)8. Por sua vez, o stock da dívida externa aumentou 33,44% tendo se fixado em USD 51 425,90
milhões contra os USD 38 538,39 milhões, passando a representar 48,08% do PIB. Conforme ilustra o gráfico abaixo, a
trajectória do peso da dívida pública sobre o PIB tem revelado um aumento considerável sendo que em menos de cinco
anos este indicador triplicou, saindo de 28% em 2014 para 79,66% em 2018.

Gráfico 9: Dívida do Governo (% do PIB)


90,00 79,66
80,00

70,00 60,96
57,63
60,00

50,00

40,00

30,00
48,08
20,00
26,99 30,64 31,56 29,41 31,58
10,00

-
2016 2017 2018 Preliminar

Dívida externa Dívida interna Stock da dívida pública

Fonte: MINFIN

O aumento do rácio da dívida externa é reflexo da emissão de Eurobonds no mês de Maio de 2018 no montante de USD
3 000 milhões e do financiamento no âmbito do Programa de Financiamento Ampliado (do inglês, Extended Fund Facility
-EFF) do FMI em que foi disponibilizado de imediato, em Dezembro, USD 990,7 milhões (de um total de USD 3,7 mil
milhões). Destaca-se que a procura por Eurobonds angolanas excederam a quantidade oferecida reflexo das taxas de
juro de cupão elevadas, 8,25% para a emissão de USD 1,75 mil milhões na maturidade de 10 anos e 9,375% para a de
USD 1,25 mil milhões na maturidade de 30 anos. Contudo, ao longo do ano, registaram-se decréscimo das taxas destes
títulos no mercado secundário reflectindo uma melhoria na confiança dos mercados internacionais. Esta melhoria de-
veu-se, essencialmente, à performance do preço do petróleo face a 2017, ao acordo assinado com o FMI e à melhoria
nas notas de dívida das principais agências de rating, tendo a classificação do crédito para Angola passado de negativa
em 2017 para estável em 2018. No entanto, o ano terminou com um aumento das taxas nas diversas maturidades,
devido à inversão da trajectória do preço do petróleo e às incertezas inerentes às crescentes tensões comerciais.

No que toca às taxas de juro da dívida interna, estas registaram um decréscimo como se pode observar com mais
detalhe na secção seguinte.

2.2.6. Mercado Primário de Títulos Públicos


A emissão de títulos do Tesouro em moeda nacional, em 2018, situou-se em Kz 1,34 biliões (54,08% do volume
programado pelo Tesouro), dos quais Kz 645,58 mil milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 691,82 mil milhões em
Obrigações do Tesouro (OT). Comparativamente a 2017, o volume das emissões de títulos públicos em moeda nacional,
em 2018, foi significativamente inferior em cerca de 83,69%. De referir que as emissões visaram apenas o pagamento
de 48,36% do serviço da dívida interna titulada.

7
Incluem contractos de mútuo acordo.
4
Esta redução é fruta da desvalorização do Kwanza face ao Dólar norte-americano. Assim, o stock da dívida interna fixou-se em Kz 8,58 mil milhões
(30,40% do PIB), acima dos Kz 5,96 biliões (29,41% do PIB) em 2017.
Parte I – Contexto Macroeconómico • 27

Painel 7: Emissão e Resgate de Títulos

Emissões Resgates
250.000 250.000
200.000 200.000

Kz milhões
Kz milhões

150.000 150.000
100.000 100.000

50.000 50.000
0 0

Jan/18

Jun/18
Jul/18
Jan/18

Jun/18
Jul/18

Nov/18
Nov/18

Fev/18
Mar/18
Abr/18
Mai/18

Ago/18
Set/18
Out/18

Dez/18
Fev/18
Mar/18
Abr/18
Mai/18

Ago/18
Set/18
Out/18

Dez/18
BT OT BT OT

Fonte: BNA

Paralelamente, os pagamentos do Tesouro Nacional decorrentes dos resgates de títulos públicos efectuados em 2018
totalizaram Kz 2,48 biliões, dos quais Kz 1,30 biliões para resgates de Bilhetes do Tesouro e Kz 1,18 biliões para
resgates de Obrigações do Tesouro. Comparativamente a 2017, o volume do serviço da dívida pública interna titulada
foi ligeiramente superior em 3,29%, devido, fundamentalmente, à redução do volume das emissões de curto prazo
ocorridas em 2017.

O stock de títulos públicos em moeda nacional, a 31 de Dezembro de 2018, situou-se em Kz 7,49 biliões, dos quais
cerca de Kz 581,55 mil milhões (8,42%) em Bilhetes do Tesouro e Kz 6,91 biliões (91,58%) em Obrigações do Tesouro.
Comparativamente ao ano de 2017, observou-se em 2018 um aumento do stock em cerca de 31,22%.

O efeito líquido das emissões com Títulos do Tesouro (BT e OT) sobre a liquidez foi de expansão de cerca de Kz 1,43
biliões, em resultado do volume de pagamentos de resgates e juros ocorridos no ano ter sido superior ao volume das
emissões.

Gráfico 10: Stock de Títulos


8.000
7.000
6.000
5.000
Kz milhões

4.000
3.000
2.000
1.000
0
jan/18

fev/18

mar/18

abr/18

mai/18

jun/18

jul/18

ago/18

set/18

out/18

nov/18

dez/18

BT OT

Fonte: BNA

Relativamente às taxas de juro no mercado primário, estas foram, em termos gerais, constantes com uma ligeira
flutuação para as maturidades de 91, 182 e 364 dias que apresentaram um comportamento decrescente durante o
primeiro semestre do ano em análise e posteriormente ascendente. No final do ano de 2018, as taxas médias de juro
nominais dos Bilhetes do Tesouro situavam-se em 13,60%, 17,05% e 19,05%, para as maturidades de 91, 182 e 364
dias, respectivamente. Face ao ano anterior, as taxas nominais dos títulos de curto prazo apresentaram uma diminuição
de 2,55 p.p., 3,19 p.p. e 4,85 p.p., respectivamente.
28 • Relatório Anual e Contas • 2018

Painel 8: Taxas de Juro no Mercado Primário


28 10
24
8
20
16 6

%
%

12 4
8
2
4
- 0
Jun/17

Jun/17
Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17

Dez/16
Fev/17
Abr/17

Ago/17
Out/17
Dez/17
Fev-18
Abr-18
Jun-18
Ago-18
Out-18
Dez-18

Fev-18
Abr-18
Jun-18
Ago-18
Out-18
Dez-18
BT 91 dias BT 182 dias OT-TXC 6 anos OT-TXC 7 anos
BT 364 dias OT-TXC 2 anos OT-TXC 5 anos

15
13
11
%

9
7
5
Jun/17
Fev/17
Dez/16

Dez/17
Abr/17

Ago/17
Out/17

Jun-18

Dez-18
Abr-18

Ago-18
Out-18
Fev-18

OT-NR OT 2 anos OT-NR OT 3 anos


OT-NR OT 4 anos OT-NR OT 5 anos

Fonte: BNA

Relativamente aos títulos do Tesouro Nacional de médio e longo prazo, nomeadamente as Obrigações do Tesouro em
moeda nacional indexadas ao câmbio, foram reduzidas em 2,50 p.p. em todas as maturidades tendo sido praticadas
as taxas de 5,00%, 5,25%, 5,50% para as maturidades a 5, 6 e 7 anos, respectivamente, ao passo que as taxas das
Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional não reajustáveis aumentaram em 5,00 p.p. em todas as maturidades, tendo
sido praticadas as taxas de 12,00%, 12,25%, 12,50% e 12,75% para as maturidades de 2, 3, 4 e 5 anos, respectiva-
mente. De realçar que foram igualmente emitidas OT-NR na maturidade de 1,5 anos a 11,75%.
PARTE II
Sistema Bancário Angolano
30 • Relatório Anual e Contas • 2018

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano

O sistema bancário angolano enfrenta vários desafios, destacando-se a contribuição para o reforço da credibilidade
do sistema financeiro, a melhoria das relações de correspondência bancária, a implementação efectiva da supervisão
baseada no risco e a adopção plena das normas internacionais de contabilidade e relato financeiro.

Neste contexto, em 2018, foram realizadas várias acções de supervisão com o objectivo de mitigar o risco de crédito,
como o acompanhamento da implementação efectiva dos normativos prudenciais publicados em linha com o Basileia
II, um aumento das acções de carácter sancionatório e correctivo, bem como o acompanhamento da efectivação do
aumento de capital social, nos termos do Aviso N.º 2/2018 de 02 de Março.

Com base na necessidade de adequação aos padrões internacionais, no quadro regulamentar e do processo de super-
visão de Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo (BC/FT), quanto à robustez e adequação dos siste-
mas de prevenção ao BC/FT às recomendações do GAFI (Grupo de Acção Financeira Internacional) mais actualizadas,
em 2018 deu-se início ao processo da revisão da Lei N.º 34/11 de 12 de Dezembro – Lei do Combate ao Branqueamento
de Capitais e do Financiamento ao Terrorismo.

O desempenho do sistema financeiro continua a ser afectado pelas condições macroeconómicas adversas, sendo
que o risco de crédito se manteve em níveis elevados. No entanto, face à depreciação do Kwanza associada ao novo
regime cambial adoptado desde o início do ano 2018 e à regularização dos pendentes cambiais, os bancos angolanos
registaram um incremento dos seus resultados.

Ressalta-se que, no período em análise, foi criado o Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) através do Decreto Presi-
dencial N.º 195 /18 de 22 de Agosto, que entrou em vigor na mesma data. O objectivo do FGD é garantir o reembolso
dos depósitos constituídos junto de instituições financeiras bancárias domiciliadas em território nacional até um limite
de Kz 12,50 milhões.  O FGD surge como garantia para os pequenos depositantes (particulares e empresas) e completa
assim a rede de segurança do sistema financeiro angolano.

3.1. Actividade do Sistema Bancário


Em Dezembro de 2018, o activo do sistema bancário atingiu uma cifra de Kz 13,10 biliões, um aumento de Kz 2,88
biliões (28,14%) face ao período homólogo, motivado, principalmente, pelo aumento de títulos e valores mobiliários,
assim como das aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito em 27,84% e 79,92%, respectiva-
mente.

Com a depreciação do Kwanza face ao Dólar norte-americano no mercado de referência, ocorrida no início do ano de
2018 como resultado da implementação do novo regime cambial, os activos denominados em moeda estrangeira valo-
rizaram, tendo aumentado em 62,43% face ao período homólogo, representando 48,00% do activo total. Os activos em
moeda nacional aumentaram em 7,24% e apresentaram um peso de 52,00% sobre o total.

Prevalece o menor apetite ao risco por parte das instituições financeiras bancárias, mantendo-se a tendência crescente
do financiamento ao Estado, por via dos títulos e valores mobiliários, apresentando, no período em análise, uma re-
presentatividade no total do activo de 33,93% em detrimento das aplicações em créditos, que representavam 31,74%.
Parte II – Sistema Bancário Angolano • 31

Gráfico 11: Estrutura do Activo Total

Outros activos fixos


14
Inventários comerciais e industriais e
12 adiantamentos a fornecedores
Outros activos
10
Crédito a clientes
8
Kz bilhões

Operações cambiais
6
Créditos no sistema de pagamentos
4
Derivados de cobertura com justo valor positivo
2
Títulos e valores mobiliários
-
2016 2017 2018 Aplicações em bancos centrais e em outras
instituições de crédito
Caixa e disponibilidades

Fonte: BNA

No período em análise, a carteira de crédito bruto totalizou Kz 4,16 biliões, um acréscimo de 14,97% comparativamente
ao período homólogo. Em termos de moeda, o crédito em moeda nacional aumentou em Kz 128,59 mil milhões (4,49%)
face ao período homólogo, correspondendo a um peso de 71,89% do total da carteira, enquanto o crédito em moeda
estrangeira aumentou em cerca de Kz 412,76 mil milhões (54,58%), representando 28,11% do total da carteira.

O crédito por sector de actividade económica do sistema bancário esteve maioritariamente concentrado no sector de
“Comércio por Grosso e a Retalho, Reparação de Veículos Automóveis, Motociclos e de Bens Uso Pessoal e Domés-
tico” representando 22,29% da carteira, seguido pelos sectores de “Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços
Prestados às Empresas” e de “Particulares” com 16,21% e 14,26%, respectivamente.

O crédito vencido malparado aumentou significativamente em 12,61%, passando de Kz 1,04 biliões em Dezembro de
2017 para Kz 1,18 biliões em Dezembro de 2018, tendo o rácio de incumprimento se situado em 28,26%.

Gráfico 12: Crédito Vencido Malparado sobre Crédito Total


5 35

30
4
25
3
Kz bilhões

20
%

15
2
10
1
5

- 0
2016 2017 2018

Crédito bruto Crédito malparado Rácio de incumprimento (Eixo à dir.)

Fonte: BNA

No período em análise, o passivo total do sector bancário somou cerca de Kz 11,0 biliões contra Kz 8,93 biliões do
período homólogo, um aumento de Kz 2,16 biliões (24,14%), influenciado sobretudo pelo aumento dos recursos de
clientes e outros empréstimos em cerca de Kz 2,08 biliões (28,42%). Os recursos de clientes e outros empréstimos
mantêm-se como a principal fonte de captação de recursos das instituições financeiras bancárias, com um peso de
cerca de 85,00% do passivo total, correspondente a Kz 9,42 biliões, dos quais 49,18% representavam os depósitos à
ordem, 49,07% os depósitos a prazo, 1,61% os outros depósitos e 0,14% os outros empréstimos.

Quanto ao sector de actividade económica, destacaram-se com maior volume de depósitos os sectores de “Particula-
res”, Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empesas”, “Comércio por Grosso e a Retalho; Repa-
ração de Veículos Automóveis, Motociclos e de Bens de Uso Pessoal e Doméstico” e “Outras Actividades de Serviços
Colectivos, Sociais e pessoas” com 27,15%, 16,70%, 11,73% e 11,43% do total dos depósitos do sector bancário,
respectivamente.
32 • Relatório Anual e Contas • 2018

À semelhança do activo, o passivo apresentou predominância em moeda nacional, representando cerca de 53,88% do
volume total de captações do sector bancário.

Gráfico 13: Estrutura do Passivo Total


Provisões técnicas
12
Provisões
10
Fornecedores comerciais e industriais

8 Outros passivos
Kz bilhões

Adiantamentos de clientes
6
Passivos subordinados

4 Operações cambiais (P)

2 Obrigações no sistema de pagamentos

Derivados de cobertura com justo valor


- negativo
2016 2017 2018 Passivos financeiros ao justo valor através de
resultados

Fonte: BNA

Apesar do abrandamento da economia angolana, o sistema bancário registou um aumento expressivo dos resultados
líquidos em Kz 371,99 mil milhões (177,89%), passando de Kz 209,11 mil milhões em Dezembro de 2017 para Kz 581,11
mil milhões em Dezembro de 2018, justificado, essencialmente, pelo aumento dos resultados de operações cambiais
em Kz 556,66 mil milhões (551,22%) e dos proveitos de títulos e valores mobiliários em Kz 146,59 mil milhões (44,05%).

Gráfico 14: Resultados


1.600 80
1.400 70
1.200 60
Kz mil milhões

1.000 50
800 40

%
600 30
400 20
200 10
0 -
2016 2017 2018

Resultado liquido do exercício Margem financeira


Produto bancário Margem financeira/produto bancário (Eixo à dir.)

Fonte: BNA
Parte II – Sistema Bancário Angolano • 33

3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário


Apesar do crédito vencido malparado ter aumentado, o rácio de incumprimento reduziu ligeiramente de 28,85% para
28,26% devido à restruturação da carteira de crédito vencido. O rácio de conversão, face ao risco de crédito elevado,
apresentou uma tendência decrescente, tendo diminuído de 49,32% em 2017 para 44,15% em 2018.

De igual modo, os indicadores de liquidez imediata em moeda nacional do sistema bancário evidenciaram uma tendên-
cia decrescente, atingindo um rácio de 16,86%, o que representa uma diminuição de 3,30 p.p. Por sua vez, a liquidez
imediata em moeda estrangeira aumentou em 4,27 p.p. em relação ao ano anterior, situando-se em 24,90% no período
em análise, o que espelha uma maior capacidade de cobertura do passivo de curto prazo em moeda estrangeira.

Face ao aumento considerável dos resultados da banca, os indicadores de rendibilidade, retorno sobre património
líquido (ROE) e retorno sobre activos (ROA), aumentaram em 12,40 p.p. e 2,36 p.p. fixando-se em 26,57% e 4,43%,
respectivamente.

Painel 9: Rácios de Liquidez Imediata e Rácio de Transformação

Rácios de liquidez imediata (%) Rácio de transformação (Kz bilhões)

30 10 54
9 52
25 8
7 50
20
6 48
15 5

%
4 46
10 3 44
5 2
1 42
0 0 40
2016 2017 2018 2016 2017 2018

Liquidez imediata ME (Nível 1) Credito total bruto


Liquidez imediata MN (Nível 1) Depósitos totais
Liquidez imediata MN e ME (Nível 1) Crédito total bruto/depósitos totais (Eixo à dir.)

Fonte: BNA

Com o reforço do capital social realizado pelos bancos para o mínimo de Kz 7,50 mil milhões, no âmbito do Aviso N.º
02/2018 de 2 de Março, os fundos próprios regulamentares aumentaram em 53,43% e, por conseguinte, o rácio de
solvabilidade regulamentar apresentou um incremento, partindo de 18,79% em Dezembro de 2017 para 24,16% em
Dezembro de 2018, mantendo-se acima do limite mínimo regulamentar estabelecido de 10%, o que garante ao siste-
ma bancário uma maior resiliência para fazer face aos riscos inerentes à sua actividade. Porém, o risco existente na
carteira de crédito poderá implicar o aumento das imparidades, com impacto negativo na solvabilidade regulamentar
das instituições financeiras bancárias.

Gráfico 15: Rácio de Solvabilidade Regulamentar


3 30

25

2 20
Kz bilhões

15
%

1 10

- -
2016 2017 2018

Fundos próprios regulamentares Rácio de solvabilidade regulamentar (Eixo à dir.)

Fonte: BNA
34 • Relatório Anual e Contas • 2018

4. Desempenho do Sistema Financeiro Não Bancário An-


golano
A potenciação das instituições financeiras não bancárias (IFNB) representa um desafio para o sistema financeiro an-
golano, destacando-se entre outros aspectos, a promoção do segmento microempresarial, o combate à pobreza, a
potenciação das microfinanças, a estabilidade da política cambial, a adequada adopção das normas internacionais de
contabilidade, a implementação da supervisão baseada no risco, agregando informações quantitativas e qualitativas
sobre os riscos a que as instituições estão expostas, contribuindo assim para o reforço da credibilidade e robustez do
sistema financeiro angolano.

O Banco Nacional de Angola tem vindo a realizar iniciativas relevantes – internas e externas – que visam promover a
estabilidade do sector não bancário. Nesta senda, a 27 de Junho de 2018 foi criada pelo Conselho de Administração,
uma nova unidade de estrutura orgânica denominada Departamento de Supervisão Não Bancária (DSN), focada na
supervisão prudencial de instituições financeiras não bancárias, como reconhecimento da especificidade da supervisão
deste tipo de instituições, quer ao nível de regulação quer dos próprios processos de supervisão.

O desempenho do sistema financeiro não bancário foi afectado pela conjuntura macroeconómica actual, impactando
deste modo no volume de operações cambiais, de remessas, de microcréditos concedidos, bem como, na capacidade
de reembolso dos empréstimos por parte dos microempreendedores, particulares e empresas, factores que contribuí-
ram para o crescimento desacelerado dos empréstimos concedidos e no aumento do microcrédito malparado.

4.1 Composição do Sistema Financeiro Não Bancário


As principais áreas de actividade das instituições sob supervisão do DSN são a actividade de câmbio (compra e venda
de moeda estrangeira), remessas de valores (envio e recepção de valores para e do exterior) e a actividade de micro-
crédito.

Nos últimos anos, o sector financeiro não bancário, tem vindo a registar um crescimento significativo, sendo que até
Dezembro de 2018 estavam em actividade 102 IFNB, sendo 68 casas de câmbio com 121 agências, 20 sociedades de
microcrédito com 70 agências, 14 sociedades prestadoras de serviços de pagamentos 27 agências e duas cooperativas
de crédito com duas agências. Quanto à distribuição geográfica, grande maioria das IFNB está sediada em Luanda com
uma representação de 85%, seguida da província de Cabinda com 9%, Benguela e Uíge com 6% cada uma.

4.2 Actividade do Sistema Financeiro Não Bancário


4.2.1 Volume de negócios

No período em análise, o volume de compras de moeda estrangeira, pelas casas de câmbio, atingiu o montante de
EUR 16,47 milhões e USD 6,91 milhões, sendo que as vendas de moeda estrangeira totalizaram USD 29,60 milhões.
Relativamente ao volume de remessas internacionais enviadas realizadas pelas sociedades prestadoras de serviços de
pagamento, atingiu Kz 5,21 mil milhões, equivalentes a USD 20,88 milhões, com destaque de envios para Portugal, com
representação de 89,98%, Brasil com 3,1%, África do Sul com 2,89% e demais países com 4,06%.

De igual modo, Portugal é o país que mais se destacou, com maior volume de remessas recebidas do exterior, com a
representação de 23,65%, seguido dos Estados Unidos da América com 12,12%, Reino Unido com 10,63%, França com
10,19%, Brasil com 8,18% e os demais países com 35,19.
Parte II – Sistema Bancário Angolano • 35

Quadro 5: Operações de Câmbio


Operações de
Montante Contravalor Montante Equivalente Montante Equivalente
remessas (re-
Operações de Câmbio Moeda em ME em Kz em Kz em USD em Kz em USD
cebimentos
(milhões) (milhões) (milhões) (milhões) (milhões) (milhões)
do exterior)

EUR 16, 47 6 281, 37 4 430,54 17,76 Portugal 93,82 0,37


Compras
USD 6, 91 2 280, 52 161,78 0,58 Estados Unidos 48,09 0,18
da América

USD 29,6 - 151,16 0,66 Reino Unido 42,18 0,15


Vendas
469,71 1,86 83 Países 212,45 0,79

Fonte: BNA

Apesar do abrandamento da economia o sistema não bancário, no período em análise, registou um aumento do volume
de microcréditos concedidos, no montante de Kz 2,07 mil milhões, comparativamente ao período homólogo, tendo sido
beneficiados 30 467 micro empreendedores.

As taxas médias de juro praticadas tiveram uma ligeira diminuição de 5,19 p.p., comparativamente ao período homó-
logo.

Painel 10: Volume de microcrédito e Taxas de Juro do Microcrédito

Volume de microcrédito anual (Kz milhões) Taxa de juro média anual (%)

5.799,17 63,43

3 920,17 3.733,55
58,24
56,61

2016 2017 2018 2016 2017 2018

Fonte: BNA

Relativamente à distribuição geográfica do microcrédito, a província de Luanda destacou-se com maior volume do
crédito concedido, com uma representação de 60,87%, seguida de Benguela com 9,82% e de Cabinda com 7,44%.

Gráfico 16: Volume de Microcrédito por Províncias em 2018


3.530,49
Kz milhões

741,24
569,84
432,01 318,643 206,95

2016

Luanda Cabinda Benguela Huíla Namibe Restantes 12 Províncias

Fonte: BNA

Quanto à carteira de crédito bruto das sociedades cooperativas de crédito, teve um volume na ordem de Kz 57,45
milhões a uma taxa de juro média de 25,00%, que beneficiou 78 microempreendedores, sendo concedido somente na
província de Luanda.
36 • Relatório Anual e Contas • 2018

4.3. Performance das IFNB


Em Dezembro de 2018, o activo das casas de câmbio em actividade, registou uma redução de Kz 2,19 mil milhões,
correspondendo a 28% face ao período homólogo, atingindo, assim o montante de Kz 5,71 mil milhões. Esta redução
foi motivada, principalmente, pela diminuição das disponibilidades em 44%.

No período em análise, as casas de câmbio obtiveram resultados negativos, devido à menor disponibilidade de recur-
sos em moeda estrangeira para o exercício da actividade de câmbio.

Painel 11: Estrutura do Activo Total das Casas de câmbio

Estrutura do activo Dez-17 Estrutura do activo Dez-18

2% 1% 3% 1%

9%
16%
9%

18%
78% 61%

Disponibilidades Outros valores Disponibilidades Outros valores


Imobilizações Títulos e valores mobiliários Imobilizações Aplicações de liquidez
Créditos no sistema Operações cambiais
de pagamentos

Fonte: BNA

Painel 12: Estrutura do Passivo Total das Casas de câmbio


Estrutura do passivo Dez-17 Estrutura do passivo Dez-18

2% 4%

8% 7%
8%

90% 81%

Outras obrigações Outras obrigações


Obrigações no sistema de pagamentos
Provisões para responsabilidades prováveis
Provisões para responsabilidades prováveis
Obrigações no sistema de pagamentos
Outras capitações

Fonte: BNA
Parte II – Sistema Bancário Angolano • 37

4.3.1 Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamento


(Remessas)
No período em análise, o activo das sociedades prestadoras de serviços de pagamento (remessas de valores), registou
uma redução de Kz 898,18 milhões, correspondendo a 50% face ao período homólogo, atingindo, assim, o montante
de Kz 890,18 milhões. Esta redução foi motivada, principalmente, pela diminuição das aplicações em títulos e valores
mobiliários e as imobilizações, em 99% e 77%, respectivamente.

Painel 13: Estrutura do Activo Total das Sociedades de Pagamento

Estrutura do activo Dez-17 Estrutura do activo Dez-18


2% 1%
2%

4% 10%

19%

52%
37% 52%
21%

Disponibilidades Títulos e valores mobiliários Disponibilidades Outros valores


Imobilizações Outros valores Imobilizações Aplicações de liquidez
Créditos no sistema Aplicações de liquidez
de pagamentos

Fonte: BNA

Painel 14: Estrutura do Passivo Total das Sociedades de Pagamento


Estrutura do passivo Dez-17 Estrutura do passivo Dez-18

1%

11%

49%
50% 32% 56%

Provisões para responsabilidades prováveis Outras obrigações


Outras obrigações Provisões para responsabilidades prováveis
Obrigações no sistema de pagamentos Obrigações no sistema de pagamentos

Fonte: BNA
38 • Relatório Anual e Contas • 2018

4.3.2. Sociedades de Microcrédito


Em Dezembro de 2018, o activo das sociedades de Crédito e Outras registou um aumento na ordem de Kz 3,48 mil
milhões, correspondendo a 81,39% face ao período homólogo, atingindo, assim, uma cifra de Kz 7,75 mil milhões.
Este aumento foi motivado, essencialmente, pelo aumento das disponibilidades e créditos concedidos, em 43,17% e
40,02%, respectivamente.

Em 2018, as sociedades de microcrédito alteraram a composição do seu activo, aumentando a diversificação dos
activos. Com efeito, em 2018, 78% dos activos eram compostos por três rubricas nomeadamente (Créditos, Títulos de
Valores Mobiliários e Aplicações de Liquidez), com 30%, 28% e 20% do activo total, respectivamente. Por outro lado,
no período homólogo 68% dos activos eram compostos por duas rubricas nomeadamente (Créditos, e Aplicações de
Liquidez) com 39% e 29% do activo total, respectivamente.

Painel 15: Estrutura do Activo Total das IFNB de Crédito e Outras

Estrututa do activo Dez-17 Estrutura do activo Dez-18

6% 5%
8%
11%
9% 30%
39%
14%

20%
29% 28%

Créditos Aplicações de liquidez Créditos Títulos e valores mobiliários

Imobilizações Outros valores Aplicações de liquidez Imobilizações

Disponibilidades Outros valores Disponibilidades

Fonte: BNA

Relativamente ao passivo total das IFNB de Crédito e Outras, este somou Kz 6,16 mil milhões, tendo aumentado em Kz
2,44 mil milhões, o equivalente a 66% face ao período homólogo. Este crescimento deveu-se, sobretudo, ao aumento
da rubrica de Outras Captações em cerca de Kz 2,07 mil milhões, representando 78% do passivo total.

Painel 16: Estrutura do Passivo Total das IFNB de Crédito e Outras


Estrutura do Passivo em Dez-17 Estrutura do Passivo em Dez-18

1% 1%
2% 2%

10%
23%

73%
78%

Outras captações Outras captações


Outras obrigações Outras obrigações
Provisões para responsabilidades prováveis Provisões para responsabilidades prováveis
Provisões técnicas Provisões técnicas

Fonte: BNA
Parte II – Sistema Bancário Angolano • 39

5. Sistema de Pagamentos
O Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) é regulado pelo Banco Nacional de Angola, em conformidade com o disposto
na Lei N.º 05/05 de 29 de Julho, Lei do SPA, tendo em vista o cumprimento dos objectivos de interesse público definidos na
referida Lei ⎯ Segurança, Fiabilidade Operacional, Eficiência e Transparência. Neste âmbito, constituem intervenientes
do SPA, dentre outros, o Banco Nacional de Angola e o Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola.

Relativamente à arquitectura do SPA, a composição manteve-se inalterada em 2018 face ao ano anterior, continuando a
existir três subsistemas a retalho - Subsistema de Compensação de cheques (SCC), Subsistema Multicaixa (MCX) Sub-
sistema de Transferências a Crédito (STC) – e um subsistema a grosso - Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR).

No que diz respeito ao processamento das operações no SPA, foram processadas, no período em análise, cerca de 473 mi-
lhões de operações no montante de, aproximadamente, Kz 17 mil milhões. No entanto, destaca-se o número de operações e
a composição, pois reflectem a evolução da utilização dos instrumentos de pagamento. Quanto às operações do MCX, que
representaram cerca de 98% do total de operações processadas no SPA, estes registaram um aumento homólogo de 19,41%
como consequência da maior utilização dos cartões comparativamente aos outros instrumentos de pagamentos do SPA.

Quadro 6: Número e Montante de Operações Processadas nos Subsistemas do SPA


Var. anual
2016 2017 2018 (%)

Número 312 245 359 397 348 571 472 989 714 19,04

SPTR 198 845 176 393 193 225 9,54

SCC 427 603 307 081 220 398 -28,23

STC 6 681 641 9 979 572 10 612 200 6,34

MCX 304 937 270 386 885 525 461 963 891 19,41

Montante (milhões Kz) 14 916 762 14 482 928 16 921 760 16,84

SPTR 8 956 397 5 979 155 6 732 968 12,61

SCC 1 131 784 876 899 760 498 -13,27

STC 1 671 636 3 246 298 3 996 765 23,12

MCX 3 156 945 4 380 576 5 431 529 23,99

Fonte: BNA

No período em análise, os cartões e as transferências foram os instrumentos mais utilizados. Contudo, por se tratar
de instrumentos associados a subsistemas de retalho, é expectável que apresentem maior número de operações em
relação aos sistemas de elevado montante.

Entretanto, os cheques mantêm uma trajectória decrescente, tendo registado uma diminuição de cerca de 38% em
2018 face a 2017, considerando um factor positivo tendo em conta os riscos inerentes à sua utilização e a desmateria-
lização, sendo este um dos objectivos pretendidos com os instrumentos de pagamentos.

Gráfico 17: Evolução da Utilização dos Instrumentos de Pagamento


500 2.500

400 2.000

300 1.500
Número

Número

200 1.000

100 500

0 0
2016 2017 2018

MT 102 103 Cheques Transf a Cred.(Eixo à dir.)

Cartão MCX (Eixo à dir.)

Fonte: BNA
40 • Relatório Anual e Contas • 2018

5.1 Funcionamento do SPTR


O SPTR é um sistema operado pelo Banco Nacional de Angola, direccionado para o processamento de operações de
valor elevado (maior ou igual a Kz 10,00 milhões), onde são liquidadas todas as operações em moeda nacional, inclu-
sive as operações dos subsistemas de retalho e do mercado de valores mobiliários.

Em 2018 participaram 34 instituições no sistema, das quais 32 instituições financeiras bancárias, uma instituição
do Estado (Ministério das Finanças) e uma infra-estrutura de mercado financeiro (IMF)5, nomeadamente a Central de
Valores Mobiliários (CEVAMA).

Relativamente ao funcionamento do SPTR, este apresentou uma disponibilidade de 99,90% o que traduz uma indispo-
nibilidade de 0,10%, níveis aceitáveis, tendo como referência as boas práticas internacionais e a disponibilidade de
sistemas de países como Brasil, Portugal e África de Sul.

Painel 17: Evolução das operações liquidadas no SPTR

Número Montante ( Kz bilhões)


250.000 50
45
200.000 40
Outros 35
150.000 FX 30
Clientes 25
100.000 Lev/Dep 20
SIGMA 15
50.000 Interb. 10
5
0 0
2016 2017 2018 2016 2017 2018

Fonte: BNA

Em termos de operações processadas, em 2018, o SPTR liquidou um total de 234 mil operações no montante de Kz
48,63 biliões, o que representou um aumento de 7,44% em termos de número de transacções em relação ao ano ante-
rior, influenciado, principalmente, pelo aumento das operações de pagamentos de clientes. Por sua vez, os montantes
transaccionados registaram um ligeiro aumento de 0,14% face ao ano anterior, devido, essencialmente, ao crescimen-
to das operações no Mercado Monetário Interbancário (MMI).

5
Em conformidade com os Princípios de Infra-estrutura de Mercado Financeiro (PIMF) elaborados pelo Comité de Pagamentos e Infra-estruturas de
Mercado (CPMI) e a Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO), publicados pelo Banco de Pagamentos Internacional
(BIS) em Abril de 2012, uma Infraestrutura de mercado financeiro (IMF) é por definição um sistema multilateral entre as instituições participantes,
incluindo o operador do sistema, usada para fins de compensação, liquidação ou registo de pagamentos, títulos, derivados ou outras transacções
financeiras.
Parte II – Sistema Bancário Angolano • 41

5 .2. Superintendência do SPA


A Superintendência ou ainda Oversight de um sistema consiste em assegurar que as componentes infra-estruturais e
os mercados de prestação de serviços de pagamento, funcionem de forma estável, eficiente e justa para todos os par-
ticipantes e utilizadores, controlando e minimizando o risco de transmissão de choques na economia pela repercussão
através dos sistemas de pagamentos, das falhas de participantes, na liquidação das suas obrigações de pagamentos,
aspirando atingir o nível de desenvolvimento institucional e tecnológico necessário para satisfazer as necessidades de
pagamentos de uma economia aberta e em crescimento.

Neste contexto, a Superintendência é uma função do BNA e como tal foi exercida em conformidade com os Princípios
de Infra-estrutura de Mercado Financeiro da CPMI-IOSCO e o Documento de Política e Manual de Procedimentos
Internos de Superintendência.

Assim, foi efectuada uma análise contínua do funcionamento dos subsistemas e instrumentos do SPA com base nas
sessões de compensação e operações liquidadas, face aos dados históricos e da informação sobre incidentes que
afectaram o normal funcionamento das infra-estruturas de mercado financeiro nomeadamente, CEVAMA, SIGMA,
SPTR, SCC, MCX e STC.

Deste modo, foram efectuadas acções de indução de mudança, em termos da persuasão moral, tendo sido recomenda-
do aos intervenientes o compliance das normas em vigor e padrões internacionalmente recomendados. Relativamente
à regulamentação foi publicado o Aviso N.º 04/18 de 22 de Março, sobre Alteração da redacção do art.º 12 do Avisos
N.º 09/17 de 12 de Setembro, relacionado com penalização a ser aplicada em caso de infracções relativas ao incumpri-
mento de prazos de execução de transferência e disponibilização de fundos ao beneficiário final.

Adicionalmente, foram penalizados os participantes na Câmara de Compensação Automatizada de Angola (CCAA), re-
lativamente ao incumprimento da garantia mínima para liquidação de saldos de compensação e pela não confirmação
do ficheiro de retorno das transferências compensadas no STC.

5.3. Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola


O Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola (CTSPA) é o órgão consultivo do BNA em matéria de Sistema
de Pagamentos. Em 2018, em consequência da reestruturação do CTSPA, realizou-se apenas uma reunião ordinária,
onde foram abordadas questões relacionadas com os subsistemas MCX, STC e SDD (Subsistema Débitos Directos),
designadamente: (i) a necessidade de melhorar o down- time por falta de notas no MCX; (ii) a migração dos cartões
de débito domésticos de banda magnética para a tecnologia EMV (Europay Mastercard e Visa); (iii) a taxa de dispo-
nibilidade do real-time no subsistema Multicaixa; (iv) a necessidade da redução da percentagem de devoluções no
STC. Relativamente à implementação do Subsistema Débitos Directos foram propostos cenários de garantias para a
liquidação dos saldos multilaterais.
42 • Relatório Anual e Contas • 2018

5.4. Perspectivas do SPA


Apesar dos constrangimentos económicos recentes vivenciados pela economia angolana, o sistema de pagamentos,
registou uma evolução crescente na utilização dos instrumentos e canais de pagamentos, com especial incidência
sobre os instrumentos electrónicos.

Assim, o SPA perspectiva desenvolvimentos adicionais a curto e médio prazo no âmbito da estratégia de desenvolvi-
mento dos sistemas de pagamentos de Angola. Portanto, será implementado o subsistema de Débitos Directos que
permitirá agilizar a cobrança de serviços de carácter recorrente, como por exemplo consumos de energia, água ou
seguros, com benefícios para credores e devedores (maior segurança, menores custos).

Ainda acerca dos pagamentos a retalho, realça-se que está prevista a implementação do plano de massificação dos
pagamentos electrónicos com o objectivo de desmaterializar os pagamentos em numerário, ou seja, contribuir para a
redução gradual da moeda física em circulação e evoluir para pagamentos electrónicos, com a disponibilização diversi-
ficada de canais de pagamentos automático, (Caixas automáticos, Terminais de pagamento automático e soluções de
home banking) e instrumentos de pagamentos electrónicos como cartão.

Em relação aos pagamentos instantâneos, perspectiva-se a implementação de um sistema de pagamentos móveis


que irá proporcionar serviços de pagamento acessíveis à população não bancarizada em qualquer ponto do território
nacional o que constitui o primeiro passo no processo integral de bancarização e de inclusão financeira.

A nível da regulamentação, perspectiva-se a publicação da proposta de Lei do SPA e consequentemente, a revisão dos
normativos relacionados com a prestação de serviços de pagamentos electrónicos, dando abertura para entrada de no-
vos intervenientes e provedores de serviços de tecnologias financeiras (Fintech) e registos distribuídos (DLT). Prevê-se,
igualmente, a implementação do laboratório do SPA que visa estimular a inovação tecnológica para que o sistema de
pagamentos possa tornar-se cada vez mais eficiente.
PARTE III
Políticas do Banco Central
44 • Relatório Anual e Contas • 2018

6. Política Monetária e Gestão de Liquidez


6.1. O Quadro Operacional da Política Monetária – Ins-
trumentos de Política
O BNA, em finais de 2017, definiu a base monetária como variável operacional de política monetária em resultado da
fragilidade do mecanismo de transmissão da política monetária, cuja operacionalização estava assente na taxa de
juro directora, taxa BNA, estabelecida como variável operacional aquando da criação do Comité de Política Monetária
(CPM) em 2011. Apesar da mudança da variável operacional, os instrumentos de política monetária mantiveram-se.

Facilidades Permanentes de Cedência e Absorção de Liquidez:

As Facilidades Permanentes de Gestão de Liquidez são realizadas por iniciativa das instituições financeiras bancárias
e têm como objectivo ceder e absorver liquidez bem como controlar as taxas de juro do mercado interbancário, uma vez
que definem um corredor (máximo e mínimo) para a definição da taxa de juro na maturidade overnight do MMI. Sendo
assim, em 2018, estas operações foram transaccionadas com prazos overnight e 7 dias.

As Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez (FCL) são operações reversíveis suportadas por Títulos Públicos
em moeda nacional (BT, OT e TBC) de qualquer maturidade, destinadas a ceder liquidez às Instituições Financeiras
Bancárias pelo prazo overnight ou 7 dias. A taxa de juro desta facilidade é predefinida pelo BNA, em reunião de Comité
de Política Monetária (CPM). Em 2018, estas operações foram transaccionadas com prazos overnight e 7 dias.

Contrariamente ao efeito das FCL, as Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez (FAL) correspondem a depósi-
tos constituídos pelas instituições financeiras bancárias junto do BNA, destinados a absorver liquidez, sem limites para
os montantes depositados. O BNA tem disponível operações com maturidades overnight (FAO) e a sete dias (FAL7),
ambas registando uma taxa nula no final do ano. Realça-se que em 2018 não foram efectuadas operações de Facilidade
Permanente de Absorção de Liquidez.

Operações de Mercado Aberto (OMA):

Apesar do quadro operacional prever a utilização de Operações de Mercado Aberto com várias especificações e di-
ferentes modos de operacionalização, o BNA tem recorrido apenas às Operações Ocasionais de Regularização, quer
de cedência quer de absorção de liquidez. Estas operações são executadas por iniciativa do BNA, através de leilões,
podendo também ser utilizados procedimentos bilaterais.

Reservas Obrigatórias:

O regime de Reservas Obrigatórias tem como objectivo a estabilização das taxas de juro do mercado monetário, per-
mitindo uma maior regulação dos níveis de liquidez no sistema bancário e maior eficiência dos instrumentos de trans-
missão de política monetária.

6.1. Objectivos e Medidas de Política Monetária


O objectivo final da política monetária é a estabilidade de preços. Para o efeito, o BNA recorreu aos seus instrumen-
tos de política monetária, nomeadamente às Operações de Mercado Aberto (OMA) e às Facilidades Permanentes de
Cedência de Liquidez.

6.1.1 Medidas de Política Monetária


Em 2018, o BNA manteve a taxa de juro de referência em 18,00% até ao final do mês de Junho altura em que se
registou uma diminuição de 1,50 p.p. para 16,50%. Adicionalmente, a taxa de juro de Facilidade de Cedência de Liqui-
dez Overnight reduziu 2,00 p.p., saindo de 20,00% para 18,00%, ao passo que as taxas da Facilidade de Absorção de
liquidez com maturidades Overnight e de 7 dias mantiveram-se em 0,00%.
Parte III – Políticas do Banco Central • 45

As políticas para constituição das Reservas Obrigatórias sofreram duas alterações significativas durante o ano de 2018.
O primeiro momento procedeu-se à redução do coeficiente de reservas obrigatórias para os depósitos do sector privado
de 21,00% para 19,00% em Maio, e posteriormente em Julho, reduziu-se o coeficiente de reservas obrigatórias quer
para os depósitos do sector privado como do Governo Central e dos Governos Locais, em moeda nacional, para 17,00%.

6.2. Mercado Monetário


6.2.1. Operações de Mercado Aberto (OMA)
No âmbito da regularização de liquidez através das operações monetárias, o volume global das Operações de Mercado
Aberto (OMA), para absorção de liquidez em 2018, foi de Kz 1,62 biliões e o seu impacto na liquidez foi contraccionista
em Kz 21,32 mil milhões, enquanto as Operações de Mercado Aberto para cedência de liquidez totalizaram cerca de
Kz 78,08 mil milhões e contribuíram para uma contracção da liquidez em Kz 98,06 mil milhões. Comparativamente ao
ano de 2017, o volume de Operações de Mercado Aberto para absorção e cedência em 2018 foi inferior em cerca de
11,52% e 50,60%, respectivamente.

As taxas de juro médias das OMA de absorção nas maturidades de 7 e 28 dias foram as que registaram um maior
decréscimo ao passarem de 7,50% e 14,00% em Janeiro, para 1,25% e 2,00% em Setembro, respectivamente. Em
Dezembro, as taxas nas maturidades de 1, 7, 14, 28 e 63 dias praticadas neste segmento de mercado situaram-se em
1,25%, 4,00%, 8,80% e 13,00%, respectivamente. Por outro lado, a taxa de juro média para a cedência de liquidez foi
de 20,00% para as maturidades de 7 e 28 dias, 1 p.p. a menos face à taxa praticada em 2017.

Gráfico 18: Evolução das Operações e Taxas de Juro das OMA

450.000 20
400.000 18
350.000 16
300.000 14
Kz milhões

12
250.000
10

%
200.000 8
150.000 6
100.000 4
50.000 2
- 0
Jun/17

Jun/18
Dez/16

Fev/17

Abr/17

Ago/17

Out/17

Dez/17

Fev/18

Abr/18

Ago/18

Out/18

Dez/18

OMA (Absorção) (Eixo à esq.) OMA 7d OMA 14d

OMA 28d OMA 63d

Fonte: BNA
46 • Relatório Anual e Contas • 2018

6.2.2. Facilidades Permanentes de Liquidez


Em 2018, o recurso às operações de Facilidade de Cedência de Liquidez (FCO/FCL) permitiu que as instituições bancá-
rias acedessem ao financiamento overnight e 7 dias do BNA nos termos regulamentares. O volume dessas operações
no ano ascendeu a um valor médio mensal de Kz 36,92 mil milhões, com maior incidência no primeiro e segundo
trimestre do período em análise, tendo o impacto líquido sido contraccionista em Kz 231,15 mil milhões. As operações
em referência foram transaccionadas nas maturidades de 1 e 7 dias.

Gráfico 19: Evolução das Operações e Taxas de Juro das FCO


700.000 25
600.000
20
500.000 16,50
Kz milhões

400.000 15

%
300.000 10
200.000
5
100.000
- -
dez/16

dez/17

dez/18
abr/17

ago/17

out/17

abr/18

ago/18

out/18
fev/17

jun/17

fev/18

jun/18
FCO Taxa FCO (Eixo à dir.)

Fonte: BNA

O Banco Nacional de Angola concedeu igualmente liquidez a título especial no montante de Kz 354,23 mil milhões a
uma taxa de juro anual de 7,50%.

24 Gráfico 20: Taxas de Juro de Política Monetária


20
16,50
16

12
%

4
-
-
dez/16

dez/17

dez/18
abr/17

ago/17

out/17

abr/18

ago/18

out/18
fev/17

jun/17

fev/18

jun/18

Tx BNA FAO FCO

Fonte: BNA
Parte III – Políticas do Banco Central • 47

6.3. Mercado Monetário Interbancário


No que respeita ao mercado monetário interbancário, as operações de cedência de liquidez entre as instituições bancá-
rias aumentaram de um volume médio mensal de Kz 196,22 mil milhões em 2017 para Kz 755,68 mil milhões em 2018,
tendo-se observado um aumento significativo de cerca de 285,12%.

Painel 18: Evolução das Taxas do MMI vs. Volume transaccionado


2017 2018 2017 2018
35
1.400.000 25
30
1.200.000
25 20
1.000.000
20

Kz milhões
800.000 15
%

%
15 600.000 10
10 400.000
5 5
200.000
0 0 0
dez/16
fev/17
abr/17
jun/17
ago/17
out/17
dez/17
fev/18
abr/18
jun/18
ago/18
out/18
dez/18

dez/16
fev/17
abr/17
jun/17
ago/17
out/17
dez/17
fev/18
abr/18
jun/18
ago/18
out/18
dez/18
LUIBOR overnight 1 mês VOL - MMI
3 meses 6 meses LUIBOR overnight (Eixo àdir.)
9 meses 12 meses

Fonte: BNA

A taxa da LUIBOR overnight, apurada com base nas operações de cedência de liquidez entre as instituições bancárias,
observou uma tendência crescente de Janeiro a Junho de 2018 tendo atingido 21,94%, seguido duma forte queda
em Julho (cerca de 5,56 p.p. face ao mês anterior). Em Dezembro de 2018, a taxa da LUIBOR overnight situou-se em
16,75%, registando uma redução de 1,02 p.p. face ao ano de 2017, em que a taxa se situou em 17,77%.

As taxas LUIBOR nas restantes maturidades 1, 3, 6, 9 e 12 meses, apresentaram igual tendência ao longo do período
em análise, tendo-se situado em Dezembro em 16,81%, 17,09%, 17,35%, 17,82% e 17,99%, respectivamente, para
cada uma das maturidades, representando uma redução de 1,46 p.p., 1,83 p.p., 2,81 p.p., 4,08 p.p. e 5,09 p.p., compa-
rativamente ao período homólogo.

6.4. Instrumentos de Política Cambial


Em 2018, além de mudança de regime cambial, o BNA implementou algumas medidas de política cambial tais como,
o fim de vendas directas de divisas, uma maior comunicação e programação de vendas de divisas e, por outro lado, o
que ajudou a estabelecer uma maior previsibilidade neste mercado de forma a ancorar a expectativa dos diferentes
agentes económicos.

O primeiro grande passo no sentido de garantir uma maior transparência e previsibilidade ao mercado cambial foi a
publicação no site institucional do BNA, a partir de Agosto de 2018, dos montantes indicativos que o BNA tencionava
vender e do calendário mensal das intervenções no mercado cambial. Esta comunicação permitiu aos agentes ter uma
ideia clara de como se processaria a intervenção do BNA no mercado.

Uma segunda decisão importante foi o fim das vendas directas por parte do BNA para vendas exclusivamente em
leilão, em Outubro de 2018, passando assim a recair a alocação de divisas aos agentes económicos totalmente sobre
a responsabilidade dos bancos comerciais. Dessa forma, a intervenção do BNA passa agora por apenas dois tipos de
leilões: leilões de quantidade (venda para cartas de crédito) e leilões de preço (venda de divisas). Também no final do
ano, a partir de Novembro, a periodicidade dos leilões passou a ser diária.

Em Dezembro, foram publicados novos instrutivos (N.º 19 e N.º 20 de 03 de Dezembro de 2018) com o objectivo de
flexibilizar ainda mais o regime cambial, tendo as bandas administradas sido retiradas. No entanto, a entrada em vigor
destes instrutivos só aconteceu em Janeiro de 2019.
48 • Relatório Anual e Contas • 2018

6.5. Mercado Cambial Primário


Em consequência da necessidade de divisas para a importação de bens e serviços, bem como a realização de diversos
compromissos externos, foram colocados no mercado cambial durante o ano de 2018 recursos cambiais equivalentes a
USD 13 472,44 milhões contra USD 12 219,66 milhões, o que representou um aumento de 10,25%.

Gráfico 21: Vendas de Divisas


2.000
1.800 24,76
351,20
1.600 174,13
1.400 1.350,91
252,73
USD milhões

1.200 1.107,70
1.000 300,25
554,23 253,31 1.779,36 834,19
800 245,49 325,83
600 1.267,48 1.250,20
400 904,55
697,97 653,50
200 488,26 377,36
279,04
0
jan/18

fev/18

mar/18

abr/18

mai/18

jun/18

jul/18

ago/18

set/18

out/18

nov/18

dez/18
Vendas directas Leilões

Fonte: BNA

Em 2018, no mercado primário, a taxa de câmbio de referência do Kwanza face ao Dólar norte-americano fechou com
uma cotação de USD/Kz 308,607 contra os USD/Kz 165,924 de Dezembro de 2017, o que representou uma depreciação
de aproximadamente 46,23% do Kwanza face ao Dólar norte-americano.

6.6. Mercado Cambial Secundário


O Kwanza, no mercado secundário de divisas, depreciou-se no final do ano de 2018 em relação ao período homólogo,
cerca de 45,15%, ao passar de USD/Kz 170,541 em Dezembro de 2017 para os USD/Kz 310,942 em Dezembro de 2018.

Em consequência da conjuntura do mercado cambial, em todos os segmentos de mercado observou-se a depreciação


da moeda nacional com excepção do mercado informal, onde se observou uma ligeira apreciação fruto de uma menor
pressão sentida neste mercado, em consequência do esforço do BNA de satisfazer as necessidades dos agentes via
mercado primário.

Quadro 7: Taxas de câmbio nos diversos mercados


Dec/16 Dec/17 Dec/18

Mercado primário (USD/Kz) 165,90 165,92 308,61

Variação média (%) -18,44 -0,01 -46,23

Mercado secundário - divisas (USD/Kz) 169,01 202,61 310,55

Variação média (%) -18,51 -16,59 -34,76

Mercado informal (USD/Kz) 474,17 415,83 395,83

Variação média (%) -44,20 14,03 5,05

Casas de câmbio (USD/Kz) 378,40 248,00 330,98

Variação média (%) -41,58 52,58 -25,07

Fonte: BNA
Parte III – Políticas do Banco Central • 49

7. Gestão de Reservas Internacionais


A gestão das Reservas Internacionais tem como princípios basilares a preservação do capital, segurança e liquidez
dos activos financeiros que compõem a estrutura da carteira de investimento, tendo em consideração o perfil de risco
conservador do Banco Nacional de Angola, na qualidade de Banco central, à luz da Política de Investimento vigente,
aprovada pelo Conselho de Administração, por via do Despacho N.º 238/2011 de 30 de Novembro de 2011, em conso-
nância com as Linhas Mestres aprovadas por via do Despacho N.º 35/2011 de 15 Fevereiro de 2011.

Assim sendo, os objectivos da política de investimento para a gestão das Reservas Internacionais visam o seguinte:
i). Diversificar a carteira de investimento tendo em conta as novas oportunidades;
ii). Definir os limites por tipo de instrumentos financeiros e por exposição aos riscos da carteira;
iii). Definir o benchmark de rentabilidade para a carteira de activos sobre gestão e os limites de flutuação face à
carteira de referência definida (stop-loss);
iv). Reestruturar e reduzir a exposição aos Gestores Externos e ao número de Sociedades Gestoras;
v). Ajustar o número de correspondentes de depósitos de acordo com o definido nas Linhas Mestres e pelo
Modelo de Avaliação de Contrapartes;
vi). Definir as competências de aprovação.

Relativamente às tranches das Reservas Internacionais, constatou-se uma certa estabilidade em termos de peso ao longo
do período de 2018, sendo que, a tranche de liquidez corresponde a USD 1 712,09 milhões, tranche intermédia equivalente
a USD 6 848,37 milhões e a tranche de investimento apresentou um montante de USD 8 560,46 milhões, comparativamen-
te aos USD 1 853,64 milhões, USD 7 414,59 milhões e USD 9 268,24 milhões do ano de 2017, respectivamente.

Quanto às classes de activos, destaca-se os instrumentos de Rendimento Fixo (soberanos, supranacionais, agências
governamentais e corporativa com elevada qualidade) e os instrumentos do Mercado Monetário, com montantes de
USD 8 358,28 milhões e USD 6 922,43 milhões, inferiores em 3,91% e 14,05%, respectivamente, comparado a 2017,
respectivamente (USD 8 698,47 milhões e USD 8 053,95 milhões)

Os investimentos referidos são efectuados adoptando uma estratégia activa, com perfil conservador, de acordo com
as boas práticas da gestão das reservas emanadas dos organismos multilaterais, designadamente o Fundo Monetário
Internacional e o Banco Mundial, respectivamente.

Quadro 8: Alocação por Classe de Activo


Classes de Activo (%) 2017 2018

Instrumentos do mercado monetário (depósitos dancários e equivalentes) 36 40

Títulos de Dívida (soberanas, supranacionais e agências governamentais) 48 49

Ouro 4 4

Outros investimentos 12 6

Fonte: BNA

O nível de exposição das Reservas Internacionais por moeda manteve-se maioritariamente em Dólares norte-america-
nos com um peso de 87%, o Euro com um peso de 4%, a Libra esterlina com 3% e 6% em outras moedas.

A classificação de crédito da carteira sob gestão do Banco Nacional de Angola ascende a 63% em entidades com
notação de rating considerado como um bom grau de investimento (superior a BB). A duração média da carteira de
investimento sob gestão situou-se nos 1,66 anos, contra 1,96 anos em 2017, sendo que o nível de liquidez dos activos
se situou em 92%. O Valor em Risco total da carteira fixou-se em 1,59%, comparativamente aos 2,79% no final de
2017, representando a perda máxima esperada dos investimentos efectuados no período em causa, justificado em
certa medida pela venda de activos com alto risco que estavam na carteira sob gestão externa.

A rendibilidade média anualizada dos investimentos com as Reservas Internacionais situou-se em torno de 5,49%
(5,92% em 2017), sendo que a rendibilidade dos Depósitos a Prazo foi de 13,05%, devido aos quatro incrementos da
taxa de juro por parte da Reserva Federal dos Estados Unido da América que actualmente encontra-se no intervalo
entre 2,25% a 2,50%. Destaca-se ainda que a queda da rentabilidade se deveu, em certa medida, ao desinvestimento
verificado no período em causa da carteira de activos sob gestão externa.
50 • Relatório Anual e Contas • 2018

8. Impactos das Operações de Mercado sobre a Base Mo-


netária e agregados monetários
Analisando o Balanço do BNA, do ponto de vista analítico, verifica-se que, em 2018, a Base Monetária expandiu em
5,45% relativamente ao ano anterior, situando-se em Kz 1,71 biliões. Esta expansão deveu-se ao efeito cambial que
provocou um aumento dos Activos Externos Líquidos em 61,70%, que por sua vez, foi influenciado, essencialmente,
pela expansão dos Activos de Reserva do BNA em 45,94% (um decréscimo de 21,53% retirando o efeito cambial). Por
seu turno, a Base Monetária em moeda nacional (variável operacional de política monetária) contraiu em 10,71%.

Quadro 9: Base Monetária


2017 2018 2017 2018

Kz mil milhões T.V.H. (%)

Base monetária 1 620,22 1 708,60 6,95 5,45

Notas e moedas em circulação 527,72 498,39 4,29 -5,56

Reserva bancária 1 092,50 1 210,21 8,28 10,77

Depósitos obrigatórios 891,50 841,04 53,96 -5,66

Depósitos obrigatórios -MN 769,94 584,14 57,02 -24,13

Depósitos obrigatórios -ME 121,57 256,89 37,03 111,32

Depósitos livres 201,00 369,17 -53,25 83,67

Depósitos livres - MN 155,71 215,13 -54,95 38,16

Depósitos livres - ME 45,30 154,04 -46,27 240,08

Outras obrigações face a outras instit. monetárias 66,38 87,91 -4,07 32,43

Memorando:

Base monetária em moeda nacional 1 453,36 1 297,67 8,30 -10,71

Fonte: BNA

A expansão da Base Monetária em 2018 reflectiu-se no aumento da Reserva Bancária em 10,77%, enquanto as Notas
e Moedas em Circulação contraíram 5,56%. A evolução positiva da Reserva Bancária está associada à expansão
significativa dos Depósitos Livres em 83,67%, sendo que os Depósitos Obrigatórios contraíram 5,66%. Por sua vez, o
aumento dos Depósitos Livres foi influenciado, fundamentalmente, pelas medidas de políticas tomadas pelo BNA ao
longo do ano de 2018, com destaque para as duas reduções do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional.

Em termos de moeda, os Depósitos Livres registaram aumentos tanto em moeda nacional como em moeda estrangeira
em 38,16% e 240,08% (um acréscimo de 82,84% retirando o efeito cambial), respectivamente. Consequentemente,
este aumento levou a uma redução dos Depósitos Obrigatórios.

Painel 19: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres


800 350
700 300
600
250
KZ MILHÕES

KZ MILHÕES

500
200
400
300 150
200 100
100 50
0 0
2017 2018 2017 2018

Depósitos obrigatórios - MN Depósitos livres - MN


Depósitos livres Depósitos livres - ME
Depósitos obrigatórios - ME Outras obrigações face a outras instit. monetárias

Fonte: BNA
Parte III – Políticas do Banco Central • 51

Durante o período em análise, o Banco Nacional de Angola emitiu menos 46,85% de notas (em quantidade) do que no
período anterior, com a emissão de 165,50 milhões de notas, contra a injecção de 311,40 milhões de notas em 2017.
Em termos monetários, registou-se uma diminuição no valor emitido em 33,33%, ou seja, menos Kz 102,00 mil milhões
do que em 2017.

No final de 2018, a circulação monetária repartiu-se em 367,59 milhões de notas e 408,36 milhões de moedas, equivalentes
em valor financeiro a Kz 498,42 mil milhões (98,42% em notas e 1,58% em moedas). Comparativamente a 2017, verificou-se
em termos quantitativos, uma redução na ordem de 10,98% das notas em circulação, mas um aumento das moedas metálicas
de 8,39%, ou seja, mais 31,60 milhões de moedas em circulação do que no período anterior. Em termos financeiros, verificou-
-se uma contracção da circulação monetária de 5,55%, ou seja, menos Kz 29,30 mil milhões em circulação.

Gráfico 22: Emissão vs. Circulação Monetária


600.000

500.000

400.000
KZ milhões

300.000

200.000

100.000

0
Emissão Circulação monetária

dez/17 dez/18

Fonte: BNA

9. Agregados Monetários e a Balança de Pagamentos


9.1. Evolução dos Agregados Monetários
A oferta de moeda em sentido mais lato, representada pelo agregado monetário M3 expandiu 24,37% face ao ano ante-
rior, reflectindo-se na expansão do agregado monetário M2 em 24,30%. Este aumento reflecte, principalmente, a depre-
ciação cambial, sendo que retirando o efeito cambial os depósitos totais em moeda estrangeira reportados em Kwanzas
contraíram em 2,94% e os referidos agregados registaram uma contracção de 1,22% e 1,27%, respectivamente.

Quadro 10: Síntese Monetária


2017 2018 2017 2018

Kz mil milhões T.V.H. (%)

Activos externos líquidos 2 686,64 4 344,26 -30,25 61,70

BNA 2 416,43 3 526,56 -31,48 45,94

Reservas internacionais líquidas 2 254,47 3 285,45 -34,69 45,73

Bancos comerciais 270,21 817,70 -16,94 202,62

Activo interno líquido 3 835,09 3 766,66 43,26 -1,78

Crédito interno líquido 5 988,71 6 578,89 33,45 9,85

Crédito líquido ao governo central 2 587,96 2 735,96 134,72 5,72

Crédito ao governo central 4 567,82 5 485,62 21,65 20,09

Depósitos do governo central 1 979,87 2 749,65 -25,35 38,88

Crédito à economia 3 400,75 3 842,93 0,46 13,00

Outros activos líquidos -2 153,62 -2 812,23 18,94 30,58

Fonte: BNA
52 • Relatório Anual e Contas • 2018

Em contrapartida da aceleração monetária, realça-se o aumento do Crédito Interno líquido em 9,85%, que por sua vez,
foi influenciado pela expansão do Crédito Líquido ao Governo Central em 5,72% e do Crédito à Economia em 13,00%
face ao ano anterior. Por outo lado, os Activos Externos Líquidos registaram uma expansão de 61,70% em relação ao
ano transacto. Expurgando o efeito cambial, estes contraíram 13,06% influenciados, fundamentalmente, pela contrac-
ção das Reservas Internacionais Líquidas em 21,65%.

Quadro 11: Agregados Monetários

2017 2018 2017 2018

Kz mil milhões T.V.H. (%)

M3 6 521,73 8 110,92 -0,11 24,37

M3 MN 4 521,07 4 497,11 -0,46 -0,53

M2 6 517,70 8 101,54 -0,11 24,30

M2 MN 4 521,07 4 497,11 -0,46 -0,53

M1 3 732,16 4 098,12 -3,16 9,81

M1 MN 2 825,13 2 792,67 -4,91 -1,15

Notas e moedas em poder do público 418,74 371,10 5,81 -11,38

Depósitos à ordem 3 313,43 3 727,02 -4,19 12,48

Depósitos à ordem- MN 2 406,40 2 421,57 -6,56 0,63

Depósitos à ordem - ME 907,03 1 305,44 2,72 43,93

Quase-moeda 2 785,54 4 003,43 4,29 43,72

Depósitos a prazo - MN 1 695,93 1 704,44 7,95 0,50

Depósitos a prazo - ME 1 089,60 2 298,98 -0,94 110,99

Outros instrumentos equiparáveis a depósitos* 4,03 9,38 5,92 132,89

Nota: * Inclui títulos e acordos de recompra em moeda nacional e estrangeira


Fonte: BNA

O agregado monetário M2 totalizou Kz 8,10 biliões (contra Kz 6,52 biliões em 2017), representando uma expansão de
24,30%, reflectindo-se no aumento dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo em 12,48% e 43,72%, respectiva-
mente, enquanto as Notas e Moedas em Poder do Público diminuíram em 11,38%. A expansão dos Depósitos à Ordem
deveu-se ao aumento dos Depósitos à Ordem em moeda estrangeira em 43,93% (um decréscimo de 22,62% retirando
o efeito cambial) e dos Depósitos à Ordem em moeda nacional em 0,63%. Quanto ao aumento dos Depósitos a Prazo, o
mesmo é justificado, fundamentalmente, pelo aumento dos Depósitos a Prazo em moeda estrangeira em 110,99% (um
acréscimo de 13,44% retirando o efeito cambial). O M2 em moeda nacional, por sua vez, diminuiu 0,53% face ao ano
de 2017, situando-se em Kz 4,50 biliões.

Em termos agregados, em 2018, os Depósitos no sistema bancário situaram-se em Kz 7,73 biliões, registando uma
expansão de 26,75%, relativamente ao ano anterior. A evolução positiva dos depósitos foi influenciada pela expansão
dos Depósitos em moeda estrangeira em 80,53% e dos Depósitos em moeda nacional em 0,58%. Expurgando o efeito
cambial, os Depósitos em moeda estrangeira contraíram em 2,94%, o que se reflectiu na contracção dos Depósitos
Totais em 0,57%.

O stock do crédito à economia aumentou em 13,00%, influenciado pelo aumento do stock do Crédito em moeda estran-
geira e do Crédito em moeda nacional em 65,42% e de 2,12%, respectivamente. Retirando o efeito cambial o stock do
Crédito em moeda estrangeira diminuiu em 11,06%, o que se reflectiu na diminuição do stock do crédito à economia
em 0,15%.

Em termos de peso no total do stock do crédito, realça-se que, em 2018, observou-se o seguinte cenário, não muito
diferente do ano anterior, o Comércio por Grosso e a Retalho representou 22,29% do total (23,83% em 2017), seguido
do Sector de Actividade Imobiliária, Alugueres e Serviços Prestados as Empresas com 16,21% (14,84% em 2017), Par-
ticulares com 14,26% (13,55% em 2017), Construção com 12,11% (11,97% em 2017) e Outras Actividades de Serviço
Colectivo, Sociais e Pessoais com 11,50% (10,77% em 2017).

No entanto, em 2018, observou-se um aumento do peso do stock do crédito do sector de Actividades Imobiliárias,
Alugueres e Serviços e Prestação às Empresas (1,37 p.p.), Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pes-
soais (0,73 p.p.), às Indústrias Transformadoras (0,71 p.p.), a Particulares (0,71 p.p.) e Transportes, Armazenagem e
Parte III – Políticas do Banco Central • 53

Comunicações (0,65 p.p.). Constata-se que os sectores tidos como chave para o processo de diversificação económica
têm ainda um peso pouco significativo sobre o total do crédito, nomeadamente a Indústria Transformadora (7,81%), a
Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura (4,97%), a Indústria Extractiva (1,82%) e as Pescas (0,39%).

Relativamente às condições de financiamento no sector bancário, realça-se que, em 2018, as taxas de juro praticadas
nas operações activas ao sector empresarial em moeda nacional registaram aumentos em todas as maturidades. As-
sim, as taxas de juro nas maturidades até 180 dias, de 181 dias a 1 ano e de mais de 1 ano, apresentaram aumentos
de 1,20 p.p., 0,24 p.p. e de 6,23 p.p. face a 2017, respectivamente, tendo oscilado, em termos médios anuais, entre
20,20% e 21,60%.

No que toca às taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em moeda nacional, as mesmas apresen-
taram aumentos de 3,06 p.p. e 7,69 p.p. nas maturidades de até 180 dias e mais de 1 ano, respectivamente, enquanto
na maturidade de 181 dias a 1 ano registou-se uma diminuiu de 0,86 p.p. Em termos médios anuais de 2018, as taxas
neste segmento de crédito oscilaram entre 17,90% e 25,71%.

Painel 20: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário


25 28

22 25
22
19
%
%

19
16
16
13
13
10 10
Jun/17

Jun/18
Ago/17

Ago/18
Abr/17

Abr/18
Fev/17

Fev/18
Out/17

Out/18
Dez/16

Dez/17

Dez/18

Jun/17

Jun/18
Fev/17

Fev/18
Out/17

Out/18
Ago/17

Ago/18
Dez/16

Dez/17

Dez/18
Abr/17

Abr/18
Até 180 dias MN Até 180 dias MN
De 181 dias a 1 ano MN De 181 dias a 1 ano MN

12 6

10
4
8
%
%

6
2
4

2 0
Jun/17

Jun/18
Fev/17

Fev/18
Out/17

Out/18
Ago/17

Ago/18
Dez/16

Dez/17

Dez/18
Abr/17

Abr/18

Jun/17

Jun/18
Fev/17

Fev/18
Out/17

Out/18
Ago/17

Ago/18
Dez/16

Dez/17

Dez/18
Abr/17

Abr/18

Dp Até 90 Dias Mn Dp Até 90 Dias Me


Dp 91 A 180 Dias Mn Dp 91 A 180 Dias Me
Dp De 181 Dias - 1 Ano Mn

Fonte: BNA

As taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda nacional tiveram um comportamento misto. Nas ma-
turidades de até 90 dias e de mais de 1 ano foram registadas diminuições de 0,46 p.p. e 5,24 p.p., respectivamente,
enquanto nas maturidades de 91 a 180 dias e de 181 dias a 1 ano verificaram-se aumentos de 3,31 p.p. e 3,95 p.p.,
respectivamente. As referidas taxas oscilaram, em termos médios anuais, entre 6,25% e 9,29%.

Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda estrangeira, apresentaram diminuições de
0,11 p.p., 0,25 p.p. e 3,98 p.p. nas maturidades de 91 a 180 dias, 181 dias a 1 ano e mais de 1 ano, respectivamente,
enquanto na maturidade de 90 dias registou-se um aumento de 0,09 p.p. As taxas em análise, em termos médios
anuais, oscilaram entre os 1,73% e os 2,28%.
54 • Relatório Anual e Contas • 2018

9.2. Desempenho da Balança de Pagamentos


A informação da Balança de Pagamentos reflecte o acumulado até ao terceiro trimestre do ano de 2018, do conjunto
de transacções reais e financeiras realizadas pelo País com o resto do mundo. Note-se que os dados analisados neste
documento são preliminares.

A recuperação do preço do petróleo nos mercados internacionais no ano de 2018 influenciou positivamente as receitas
de exportações de Angola levando a uma melhoria do desempenho das contas externas da economia angolana e con-
solidando assim a posição superavitária da Conta Corrente.

Os dados preliminares até ao terceiro trimestre de 2018 apontaram para um saldo superavitário da Balança de Paga-
mentos em USD 236,58 milhões, contra o défice de USD 3 127,63 milhões em termos acumulados do período homólogo,
o que representou uma melhoria de cerca de 107,56%.

92.1. Conta Corrente


A Conta Corrente da Balança de Pagamentos registou uma melhoria significativa do seu saldo em USD 10 488,72 mi-
lhões, ao passar de um défice de USD 2 316,82 milhões até ao terceiro trimestre de 2017 para um superavit de USD 8
171,90 milhões no período em referência. Deste modo, o superavit da conta corrente até o terceiro trimestre de 2018
correspondeu a 9,06% do PIB, contra os 2,60% negativos observados do período homólogo.

A melhoria significativa da Conta Corrente resulta do desempenho positivo da Conta de Bens cujo saldo superavitário
atingiu o montante de USD 19 765,01 milhões, contra USD 13 633,97 milhões registados no período homólogo, um
aumento de cerca de 44,97%. O desempenho desta conta foi alavancado pelo aumento das receitas das exportações
do petróleo bruto, impulsionado, essencialmente, pela subida do preço das ramas angolanas visto que, em termos de
volume registou-se uma redução de 41,18 milhões de barris (9,55%). Quanto às contas de serviços e de rendimentos
secundários (que inclui doações, remessas e outras transferências) registaram uma melhoria dos seus saldos deficitá-
rios na ordem de 40,72% e 73,16%, respectivamente, enquanto a conta de rendimentos primários agravou o seu saldo
deficitário em 0,75%.

Gráfico 23: Conta Corrente e Suas Componentes


25.000
20.000
15.000
10.000
USD milhões

5.000
0
-5.000
-10.000
-15.000
2016 2017* 2018*

Bens Serviços R. primários

R. secundários Conta corrente

Fonte: BNA
* Dados até III trimestre
Parte III – Políticas do Banco Central • 55

Por sua vez, o montante das importações de mercadorias aumentou em 4,97%, em termos acumulados até o terceiro
trimestre de 2018, cerca de USD 541,03 milhões, ao passar de USD 10 885,05 milhões em 2017 para USD 11 426,07
milhões em 2018, com realce para o aumento das importações de veículos (USD 456,12 milhões) e combustíveis (USD
412,56 milhões). Destaca-se que no período em análise comparativamente a 2017, observou-se uma redução de impor-
tação de têxteis e vestuários (USD 83,72 milhões) e de obras diversas (USD 38,80 milhões).

Quadro 12: Principais Produtos Importados


USD milhões
Categoria de produtos
Variação
2017* 2018* Relativa

Bens alimentares 2 448,82 2 457,16 0,34

Máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos 2 454,72 2 416,26 -1,57

Combustível 1 313,96 1 726,52 31,40

Veículos 646,33 1 102,45 70,57

Produtos químicos 804,44 896,67 11,46

Material de construção 721,84 801,51 11,04

Plásticos, borrachas, pele e couros 414,41 461,32 11,32

Obras diversas 450,07 411,27 -8,62

Têxteis e vestuário 377,29 293,57 -22,19

Papel ou cartão e suas obras 140,07 176,51 26,02

Outros produtos 1 113,09 682,84 -38,65

Total 10 885,05 11 426,07 4,97

Nota: (*)Dados até III trimestre


Fonte: BNA

A China foi o principal país de origem dos bens importados em 2018, com um custo avaliado em USD 1 903,56 milhões
(16,66% do valor total), contra USD 1 372,48 milhões registados em 2017. Das categorias de bens importadas da China
as máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos, material de construção e os produtos químicos lideraram com um
peso de 37,86%, 20,09% e 8,47%, respectivamente.

Gráfico 24: Principais Países de Proveniência das Importações

4.500
4.000
3.500
1.903,56

3.000
1.720,69
USD MILHÕES

1.626,22

2.500
1.372,48

2.000
821,56

806,75

801,60

733,16
619,63
610,73

1.500
462,04

463,44

470,70
441,21

378,25
339,71

337,05

336,42
285,40
177,13

1.000
500
0
China

Portugal

Brasil

Togo

Bélgica

EUA

EAU

Índia

coreia

África do sul
República da

2017* 2018*

Fonte: BNA
Nota: (*)Dados até III trimestre
56 • Relatório Anual e Contas • 2018

Portugal seguiu a China com USD 1 626,22 milhões (14,23% do valor total), destaca-se a importação de máquinas, apa-
relhos mecânicos e eléctricos, os bens alimentares e produtos químicos com um peso de 23,63%, 22,88% e 11,76%,
respectivamente.

As importações provenientes do Brasil, o país que procede Portugal, com USD 821,56 milhões, representam 7,19% das
despesas totais das importações. Dentre os diversos bens importados deste país, destaca-se a importação de bens
alimentares, veículos e as máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos com um peso de 51,08%, 42,01% e 1,96%,
respectivamente.

9.2.2. Conta de Capital e Financeira


Os dados acumulados até ao terceiro trimestre do ano de 2018, apontaram para um aumento do défice da Conta Capital
e Financeira em USD 7 711,67 milhões, contra um défice de USD 2 777,83 milhões registado no período homólogo em
referência, um aumento de cerca de USD 4 933,85 milhões, explicado, pelo aumento dos Capitais de Médio e Longo
prazo em 671,41%, bem como, pelo desagravamento do saldo líquido do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) que se
situou em cerca de USD 3 841,89 milhões, contra um valor negativo de USD 5 412,83 milhões apurado até ao terceiro
trimestre de 2017, o que representa uma redução de 29,02%. Realça-se que o IDE mantém uma forte relação com o de-
sempenho do sector petrolífero, na medida em que o fluxo de entrada deste depende, fundamentalmente, da execução
de projectos ligados maioritariamente a este sector.

Gráfico 25: Conta Financeira e Suas Componentes

10.000
8.000
6.000
4.000
USD milhões

2.000
0
-2.000
-4.000
-6.000
-8.000
-10.000
2016 2017* 2018*

Investimento directo Capitais de m. e l. prazo Outros capitais


Conta financeira

Fonte: BNA
Nota: (*)Dados até III trimestre

A saída de capitais fixou-se em USD 9 259,65 milhões até ao terceiro trimestre de 2018, contra USD 10 185,96 milhões
do período homólogo, uma diminuição em 9,09%. No que concerne ao endividamento externo, registou-se um aumento
dos desembolsos em USD 251,78 milhões, ao passar de USD 6 329,34 milhões até o terceiro trimestre de 2017 para
USD 6 581,12 milhões até o terceiro trimestre de 2018, enquanto a amortização da dívida externa passou de USD 6
567,27 milhões em 2017 para USD 5 221,58 milhões no período em análise. Assim, o fluxo líquido relacionado com a
dívida externa apresentou um aumento na ordem de USD 1 359,55 milhões em 2018, contra o saldo negativo de USD
237,93 milhões em 2017.

A conta capital tem apresentado valores residuais ao longo dos anos, sendo o saldo da conta capital e financeira pra-
ticamente determinado pela conta financeira.
Parte III – Políticas do Banco Central • 57

9.3. Evolução das Reservas Internacionais


A posição das Reservas Internacionais Brutas (RIB), em 31 de Dezembro de 2018, evidenciou uma queda de 11,29%
(USD 2 257,51 milhões), ao passar de USD 18 227,75 milhões em 2017 para USD 16 170,24 milhões, quando (corres-
pondendo a uma cobertura de 7,74 meses de importação e 8,16 meses respectivamente.

Ainda no mesmo período, as Reservas Internacionais Líquidas situaram-se em USD 10 646,08 milhões, em relação aos
USD 13 587,42 milhões de 2017, equivalente a uma queda 21,65%.

Gráfico 26: Reservas Internacionais Brutas e Rácio de Cobertura das Importações

26.000 12
24.000 11
22.000 10
20.000
USD milhões

Meses
24 352,54

18.000
8
16.000

17 989,66
6,81
7

16 604,94
14.000
12.000 6

10.000 5
dez/16 dez/17 Dez- 2018 preliminar

Reservas brutas Rácio de cobertura das importações (Eixo à dir.)

Fonte: BNA

Do ponto de vista geral, as Reservas Internacionais Brutas no final de 2018 permaneceram em níveis confortáveis,
com uma cobertura acima da meta dos seis meses de importação de bens e serviços (meta de convergência da SADC).

10. Política de Prevenção do Branqueamento de Capi-


tais e Financiamento do Terrorismo
No ano de 2018, com objectivo de medir o nível de vulnerabilidade do risco de BC/FT a que o país está exposto e reco-
mendar as respectivas medidas de resolução das deficiências identificadas, o BNA participou no exercício de Avaliação
Nacional do Risco (ANR) coordenando os grupos dos sectores bancário, não bancário e de inclusão financeira. Neste
contexto, foram realizadas reuniões entre os grupos no âmbito dos comentários apresentados pelo Banco Mundial,
o que resultou na elaboração de um plano de acção para colmatar as vulnerabilidades identificadas. Ressalta-se os
planos de acção que deverão ser posteriormente objecto de análise pelo Banco Mundial.

No âmbito do alinhamento do quadro regulamentar às recomendações do Grupo de Acção Financeira Internacional


(GAFI), deu-se início ao processo da revisão da Lei N.º 34/11 de 12 de Dezembro – Lei do Combate ao Branqueamento
de Capitais e do Financiamento ao Terrorismo. O BNA participou nos encontros com o FMI, para análise da proposta da
Lei. Por conseguinte, o BNA e outras entidades ligadas à Prevenção do BC/FT têm estado a trabalhar em conjunto na
elaboração do formato da proposta de lei tendo em conta as observações prestadas pelo FMI.

Com o objectivo de avaliar a relação dos bancos nacionais com os bancos correspondentes foi efectuado um novo in-
quérito junto dos bancos comerciais para analisar a extensão, evolução, causas e impactos do de-risking nas Relações
de Correspondência Bancária (RCB) em Angola e os resultados evidenciaram melhoria face aos anos anteriores. Não
obstante, três bancos do sector bancário informaram terem sido alvo de restrição de RCB.
58 • Relatório Anual e Contas • 2018

No que diz respeito às acções de supervisão on e off-site, o BNA realizou no âmbito da prevenção do BC/FT um total
de 127 inspecções, sendo 60 Inspecções para IF Bancárias, 54 inspecções e 13 vistorias às IF não bancárias, respecti-
vamente. Ressalva-se que as acções nas IF Bancárias incidiram, fundamentalmente, sobre:
i). Comunicação de transacções em numerário igual ou superior, em moeda nacional, ao equivalente a USD 15
mil à Unidade de Informação Financeira (UIF);
ii). Transferências electrónicas transfronteiriças acima de USD 100 mil (OP’s);
iii). Questionário de Auto-Avaliação;
iv). Avaliação do KYC e CDD.

Quanto às IF não Bancárias, as acções incidiram sobre os seguintes temas:


i). Inspecções de follow-up;
ii). Inspecções pontuais com objectivo de verificar as funcionalidades dos aplicativos informáticos no âmbito de
Prevenção ao BC/FT;
iii). Vistorias de início e extensão de actividades.

11. Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno


Ao nível da governação corporativa reitera-se os desafios para a sua implementação efectiva no sector bancário, uma
vez que persistem algumas fragilidades nos modelos de governação dos bancos, relacionadas com a insuficiências na
implementação de requisitos relevantes, como formalização das políticas de formação, de conflitos de interesses e de
partes relacionadas.

No entanto, em 2018, observou-se que os bancos apresentaram melhorias ao nível do cumprimento dos requisitos pre-
vistos no Aviso N.º 01/13 de 19 de Abril – Governação Corporativa, comparativamente ao período homólogo, sobretudo
no que concerne à definição e formalização das políticas e processos inerentes à matéria, designadamente, código de
conduta, atribuições dos órgãos sociais, definição da estratégia e transparência na divulgação da informação.

Todavia, identificou-se ainda um nível de implementação reduzido nos requisitos relativos à distribuição de pelouros,
nomeação do administrador independente, formalização da política de conflitos de interesses, bem como a formaliza-
ção e funcionamento dos comités de gestão de risco e de controlo interno.

No que concerne ao sistema de controlo interno previsto no Aviso N.º 02/13 de 19 de Abril, no ano de 2018, obser-
vou-se um maior incremento do nível de cumprimento dos requisitos em relação ao período homólogo, ou seja, maior
operacionalização e adequação das funções chave do sistema de controlo interno, nomeadamente gestão de risco,
compliance e auditoria interna, continuam a registar cumprimentos satisfatórios.
PARTE IV
Actividades Relevantes do BNA
60 • Relatório Anual e Contas • 2018

12. Actividades do Banco Nacional de Angola


O Banco Nacional de Angola, segundo a Lei N.º 16/10 de 15 de Julho, tem como principais funções assegurar a preser-
vação do valor da moeda nacional e participar na definição das políticas monetária, financeira e cambial.

Neste âmbito, compete ao Banco Nacional de Angola a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetá-
rias, cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e administração do meio circulante no âmbito da política
económica do País.

Por forma a estabelecer directrizes para a implementação das suas principais atribuições, o Banco Nacional de Angola
tem constituído três comités colegiais, nomeadamente o Comité de Política Monetária, Comité de Estabilidade Finan-
ceira e o Comité de Investimento.

12.1. Comité de Política Monetária


O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA), abreviadamente designado por CPM, é uma enti-
dade de coordenação em matéria de Política Monetária, a quem compete estabelecer directrizes de política monetária,
analisar e decidir sobre matérias com ela relacionadas, decidir sobre as taxas de juro directoras, onde se inclui a Taxa
BNA e os coeficientes de reservas obrigatórias, visando permitir ao Conselho de Administração do Banco o cumpri-
mento das suas atribuições.

O CPM tem como objectivo, concorrer para garantir a preservação do valor da moeda nacional e o alcance de um nível
de inflação baixo e estável, conforme consagrado na Lei do Banco Nacional de Angola. O mesmo é presidido pelo
Governador do BNA e composto pelos seguintes membros:

i). Membros de Pleno Direito:

- Governador;

- Vice-Governador;

- Administradores que tenham sob sua responsabilidade os pelouros referentes às áreas de


política monetária e cambial.

ii). Membros Convidados Permanentes:

- Departamento de Estudos Económicos (DEE), que exerce a função de secretariado;

- Departamento de Mercados de Activos (DMA);

- Departamento de Estatísticas (DES);

- Departamento de Sistemas de Pagamentos (DSP);

- Departamento de Gestão de Reservas (DGR);

- Departamento de Controlo Cambial (DCC).

No que concerne à periodicidade das reuniões, a partir de Julho de 2018, as sessões ordinárias passaram a ser realiza-
das bimestralmente, sendo que podem ser realizadas reuniões extraordinárias por iniciativa do seu Presidente.

Assim, ao longo do ano de 2018, o CPM acompanhou a evolução da conjuntura económica quer a nível nacional quer a
nível internacional, na base da qual tomou as seguintes decisões:

i). Na sua septuagésima nona sessão ordinária, a 24 de Maio, o BNA tendo em conta a trajectória descendente
da inflação homóloga decidiu reduzir as suas taxas de juro. A taxa de facilidade permanente de cedência de
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 61

liquidez passou de 20% para 18%. Igualmente, decidiu unificar a taxa de juro da facilidade permanente de ce-
dência de liquidez e a taxa básica de juro, passando a designar-se apenas por Taxa BNA. Sendo assim, a Taxa
BNA passa a reflectir o custo efectivo da cedência de liquidez aos bancos comerciais pelo BNA. O coeficiente
das reservas obrigatórias em moeda nacional passou de 21% para 19% e manteve-se inalterada a taxa de juro
da facilidade permanente de absorção de liquidez;

ii). Na sua octogésima sessão ordinária, a 17 de Julho, o BNA tomou um conjunto de medidas de forma a prover
liquidez no sistema com vista a estimular a concessão de crédito por parte dos bancos, bem como acomodar
o crescimento económico tendo em conta a trajectória decrescente da inflação homóloga. Desta feita, a insti-
tuição decidiu reduzir a taxa BNA de 18% para 16,5%, de forma a direccionar uma descida na taxa de juro do
mercado monetário interbancário (LUIBOR) e dessa forma permitir um repasse para as taxas de juro do crédito
à economia, alavancando assim a possibilidade de aumento do investimento no sector produtivo. Por outro
lado, de forma a garantir aos bancos comerciais a liquidez necessária para permitir a queda das taxas de juro,
o BNA reduziu ainda o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional para 17%. Assim, as medidas
tomadas permitiram manter um nível de reservas bancárias estável, a redução dos coeficientes reflectiu-se no
aumento das reservas livres dos bancos, o que contribuiu para a redução da taxa LUIBOR.

12.2. Comité de Estabilidade Financeira


O Comité de Estabilidade Financeira (COMEF) é um órgão de consulta do Conselho de Administração no domínio da
estabilidade financeira, apoiando na definição de directrizes e estratégias para a mitigação do risco sistémico, assim
como na adopção de políticas macroprudenciais em articulação com as demais entidades de supervisão do Sistema
Financeiro Nacional.

Compete ao COMEF, por um lado, definir os mecanismos de prevenção e os planos de contingência para a solução de
crises financeiras e, por outro, avaliar a execução macroeconómica e o comportamento das principais variáveis que
possam afectar a estabilidade financeira, incluindo a situação do sistema financeiro mundial na perspectiva do risco
sistémico e probabilidade de contágio a nível nacional. Para o efeito, é analisado e avaliado o comportamento dos
principais indicadores de crescimento, rendibilidade, liquidez e solvência do sistema financeiro angolano, propondo
políticas que promovam a sua solidez e eficiência.

Este Comité é presidido pelo Governador do BNA e integra os demais membros do Conselho de Administração, mem-
bros do corpo directivo do BNA cujas matérias têm relação com a estabilidade financeira, podendo ainda participar
outras entidades Reguladoras do Sistema Financeiro e individualidades convidadas. O COMEF reúne-se ordinariamente
uma vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente.

No ano de 2018, foram realizadas quatro reuniões trimestrais, nas quais constatou-se que a estabilidade do sistema
melhorou comparativamente ao período homólogo, motivado principalmente pelo aumento da rendibilidade da banca
e dos níveis de capitalização do sistema. Todavia, persistem algumas vulnerabilidades associadas, fundamentalmente,
à economia internacional, à balança de pagamentos e ao aumento dos níveis de crédito vencido malparado, bem como
ao baixo nível de inclusão financeira com concentração em Luanda.

Ao longo do ano, destacaram-se os seguintes temas:

iii). Revisão dos requisitos do normativo de governação corporativa e sistemas de controlo interno;

iv). Revisão das Lei de Base das Instituições Financeiras e de BC/FT;

v). Acompanhamento do projecto de adequação plena das Normas Internacionais de Contabilidade /Normas
Internacional de Relato Financeiro (IAS/IFRS) por parte das Instituições Financeiras Bancárias;

vi). Papel dos Conselhos Fiscais junto das Instituições Financeiras Bancárias;

vii). Revisão da norma sobre a posição cambial;

viii). Teste de Esforço;


62 • Relatório Anual e Contas • 2018

ix). Reforço da rede de segurança do Sistema Financeiro;

x). Ajustamento do capital social;

xi). Apresentação do termo de referência do programa de avaliação da qualidade dos activos – AQA, para 2019.

12.3. Comité de Investimento


O Comité de Investimento (CI) é um órgão interno do Banco Nacional de Angola, criado ao abrigo do Despacho N.º
181/2010 do Governador do Banco Nacional de Angola, tem como objectivo apoiar o Conselho de Administração na
definição, análise, aprovação e monitoramento das aplicações do Banco Nacional de Angola no Mercado Financeiro
Internacional. Para o efeito, é analisado e avaliado o comportamento da carteira de investimento global (carteira sob
gestão interna e carteira sob gestão externa), tendo em consideração a segurança, liquidez e rendibilidade dos activos
que a compõem.

Assim, face ao exposto no ponto anterior, compete ao Comité de Investimento o seguinte:


i). Propor ao Conselho de Administração as Linhas Mestras para a gestão das reservas sob responsabili-
dade do Banco Nacional de Angola;
ii). Definir, coordenar e monitorar as aplicações das reservas sob responsabilidade do Banco Nacional de
Angola;
iii). Definir os indicadores de risco de mercado para as aplicações das reservas;
iv). Definir e controlar o Benchmark táctico, tendo em conta o plano estratégico definido pelo Conselho de
Administração do Banco Nacional de Angola;
v). Supervisionar o cumprimento das Políticas de Investimento e Linhas Mestres na gestão das reservas
sob responsabilidade do Banco Nacional de Angola;
vi). Formular pareceres para melhoramento da gestão das reservas e submetê-los ao Conselho de Admi-
nistração do Banco Nacional de Angola;
vii). Propor o modelo de selecção, contratação, monitorização e substituição dos Gestores Externos, a partir
de propostas elaboradas pelo DGR, com base em indicadores de desempenho previamente definidos;
viii). Avaliar periodicamente os Gestores Internos e Externos e substituir os que tiverem mau desempenho,
a partir da proposta apresentada pelo DGR;
ix). Acompanhar e monitorar os resultados da Gestão Interna e propor com base nas “Linhas Mestras para
Gestão das Reservas” e a alocação de recursos entre a Gestão Interna e Externa;
x). Acompanhar a evolução dos mercados em relação a novos produtos, modalidades de investimento e
práticas de gestão, através de material disponibilizado pelo DGR e pela participação em cursos, pales-
tras, seminários e outros eventos relacionados com as matérias sobre a gestão de reservas;
xi). Acompanhar as variáveis macroeconómicas e de mercados susceptíveis de influenciar os mercados
financeiros internacionais e as aplicações do Banco Nacional de Angola;
xii). Prever os riscos susceptíveis de afectar as aplicações do Banco Nacional de Angola no mercado finan-
ceiro internacional e da gestão de reservas em geral e remeter ao Conselho de Administração todas
as sugestões relativas a tomada de medidas cautelares, preservando a Política Cambial do Estado.

Este Comité é presidido pelo Governador do BNA, integra um Vice-Governador e os membros do corpo Directivo do BNA
cujas matérias têm relação com a gestão das reservas, podendo ainda participar outras individualidades convidadas
pelo Presidente do CI. O Comité reúne-se ordinariamente uma vez por mês sempre que convocado pelo Presidente, e
extraordinariamente sob solicitação de um dos seus membros, com pelo menos 3 (três) dias úteis de antecedência.

No ano de 2018, foram realizadas duas reuniões do Comité de Investimentos, onde foram debatidos os vários temas
concernentes à gestão de reservas internacionais, das quais enfatizamos as seguintes deliberações:
i). Aprovação da Estratégia de Investimento de 2018;
ii). Aprovação do processo de desinvestimento das carteiras dos Gestores Externos;
iii). Necessidade de fortalecimento da relação comercial entre o Banco Nacional de Angola e o Federal Reserve
NY, para efeitos de Correspondência Bancária, por forma a mitigar o actual risco de concentração;
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 63

13. Situação Patrimonial e Desempenho Financeiro e or-


çamental
13.1 Desempenho orçamental
O orçamento do exercício económico de 2018 previa um superavit de Kz 22,90 mil milhões. Todavia, o orçamento
realizado até 31 de Dezembro de 2018 apresentou um superavit de Kz 104,48 mil milhões, o que reflectiu um grau de
execução de 456% acima do estimado. Assim, o resultado orçamental acumulado até ao final do exercício é explicado,
essencialmente, pelos ganhos cambiais e juros e rendimentos similares, os quais representam cerca de 65,39% e
23,44% das receitas do Banco nacional de Angola, respectivamente.

Quadro 13: Orçamento 2018


Previsto até Realizado até Realizado até
Grau de
(Valores em milhões de Kwanzas) Aprovado Dezembro Dezembro de Desvio Dezembro de Variação (%)
execução
2018 2018 2017

Receitas 219 681 219 681 858 066 391% -291% 524 295 63,66

Ganhos cambiais 57 765 57 765 561 082 971% -871% 270 116 107,72

Juros e rendimentos similares 125 053 125 053 201 145 161% -61% 122 224 64,57

Ganhos em operações financeiras 24 284 24 284 79 035 325% -225% 119 096 -33,64

Rendimentos de serviços e comissões 11 556 11 556 13 000 112% -12% 10 935 18,88

Outras receitas operacionais 1 024 1 024 3 804 372% -272% 1 923 97,85

Despesas (196 784) (196 784) (753 589) 383% -283% (410 705) 83,49

Despesas operacionais e financeiras (84 231) (84 231) (546 410) 649% -549% (291 815) 87,25

Despesas administrativas (98 161) (98 161) (198 567) 202% -102% (82 949) 139,39

Despesas de investimento (14 393) (14 393) (8 612) 60% 40% (35 942) -76,04

Superavit/(Deficit) 22 897 22 897 104 476 456% -356% 113 590 -8,02

Fonte: BNA

Relativamente ao estimado para o ano de 2018, foi possível verificar o seguinte:

- As receitas totais que apresentam um desvio de 290,60%, resultante do reconhecimento dos ganhos
em operações cambiais e os ganhos associados às diferenças cambiais, em virtude de alterações da
taxa de câmbio, pelos juros e rendimentos similares dos activos financeiros disponíveis para venda,
pelos juros de aplicações e de disponibilidades em instituições de crédito no exterior;

- As despesas totais que apresentam um desvio de 282,95%, explicado, essencialmente, pelas despe-
sas operacionais e financeiras decorrentes do reconhecimento inicial do justo valor das Obrigações do
Tesouro Nacional da carteira própria do Banco Nacional de Angola.
64 • Relatório Anual e Contas • 2018

13.2. Principais variações na composição do balanço


Quadro 14: Composição do Balanço

2017
(Valores em milhões de Kwanzas) 2018 2017 Variação
(reexpresso)

Montante %

ACTIVO 7 061 495 4 695 053 4 961 674 2 366 442 50,40

Ouro 234 495 128 165 128 165 106 330 82,96

Activos sobre o exterior 5 268 297 3 266 842 3 266 842 2 001 455 61,27

Activos internos 1 468 080 1 219 943 1 484 020 248 137 20,34

Activos tangíveis e intangíveis 50 642 51 067 51 067 (425) -0,83

Outros valores activos 39 981 29 036 31 580 10 945 37,69

PASSIVO 6 176 112 4 337 241 4 337 241 1 838 871 42,40

Notas e moedas em circulação 498 390 527 717 527 717 (29 327) -5,56

Reservas bancárias 1 749 197 1 332 969 1 332 969 416 228 31,23

Mercado monetário interbancário 87 881 66 297 66 297 21 584 32,56

Conta Única do Tesouro 1 513 820 1 026 409 1 026 409 487 411 47,49

Outras responsabilidades internas 530 196 313 334 313 334 216 862 69,21

Outras responsabilidades externas 1 727 300 1 000 885 1 000 885 726 415 72,58

Outros valores passivos 69 328 69 631 69 631 (303) -0,43

CAPITAIS PRÓPRIOS 885 383 357 812 624 433 527 571 147,44

Nota: (Reepresso) Decorrente desta adopção da IAS 39 e da IFRS 13 e de forma a cumprir com o disposto na IAS 8, o BNA reexpressou as
suas demonstrações financeiras a 31 de Dezembro de 2017, estando os respectivos impactos divulgados na Nota 40.
Fonte: BNA

O Activo do Banco Nacional de Angola, em 31 de Dezembro de 2018, apresentou um saldo de Kz 7,06 biliões, traduzin-
do um acréscimo de Kz 2,37 biliões comparativamente a 31 de Dezembro de 2017. Este aumento de 50,40% é explicado
pelos seguintes factores:

- A
umento da posição do “Ouro” em cerca de 82,96%, justificado, essencialmente, por dois efeitos contrários,
designadamente, (i) depreciação do Kwanza face ao Dólar norte-americano e (ii) diminuição da posição do
“Ouro” em moeda estrangeira em cerca de 1,6%, justificada pela queda na cotação de mercado do Ouro de
USD 1 302,80 em 31 de Dezembro de 2017 para USD 1 281,58 em 31 de Dezembro de 2018;

- A
umento dos “Activos sobre o exterior” em cerca de 61,27%, justificado, sobretudo, por dois efeitos contrá-
rios, designadamente, (i) pela depreciação do Kwanza face ao Dólar norte-americano e (ii) pela diminuição
da posição em moeda estrangeira dos activos sobre o exterior em cerca de 13%, nomeadamente, na rubrica
outros activos externos a receber em 100%, nos activos financeiros ao justo valor através de resultados em
cerca de 61% e nas aplicações em instituições de crédito em cerca de 17%, compensado com o aumento
em moeda estrangeira, na rubrica caixa e disponibilidades em instituições de crédito em cerca de 65% e nos
activos financeiros disponíveis para a venda em cerca de 28%;

- A
umento de Kz 248, 14 mil milhões (20,34%) dos “Activos internos” justificado, essencialmente, pela emis-
são de Obrigações do Tesouro Nacional pelo MinFin, para pagamento da conta corrente.

Por outro lado, o Passivo do Banco Nacional de Angola totalizou Kz 6,18 biliões, que se traduz num acréscimo de Kz
1,84 biliões (42,40%) face a 31 de Dezembro de 2017, sendo que as principais variações no Passivo são explicadas
pelos seguintes factos:

- D
iminuição de Kz 29,33 mil milhões (5,56%) das “Notas e moedas em circulação”, explicada pelos depósitos
de notas e moedas efectuados pelos bancos comerciais angolanos;

- A
umento de Kz 416,23 mil milhões (31,23%) das “Reservas bancárias”, justificado pelo aumento de Obriga-
ções do Tesouro Nacional em moeda estrangeira entregues para cumprimento de reserva obrigatória e pelo
efeito da depreciação cambial do Kwanza face ao Dólar norte-americano;
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 65

- A
umento de Kz 21,58 mil milhões (32,56%) das operações do “Mercado monetário interbancário”, explicado
pela maior aderência dos bancos comerciais às operações de mercado aberto;

- A
umento de Kz 487,41 mil milhões (47,49%) do saldo da “Conta Única do Tesouro” (CUT), explicada, substan-
cialmente, pelo financiamento concedido pelo BNA no montante de Kz 354,23 mil milhões e pela depreciação
do Kwanza face ao Dólar norte-americano;

- A
umento de Kz 216,86 mil milhões (69,21%) das “Outras responsabilidades internas”, explicado, essencial-
mente, pelo reforço de provisões e responsabilidades com pensões e outros benefícios;

- A
umento de Kz 726,42 mil milhões (72,58%) das “Outras responsabilidades externas”, explicado maiori-
tariamente (i) pela depreciação do Kwanza face ao Dólar norte-americano e (ii) pelo acréscimo de juros de
operações de venda com acordo de recompra (REPO);

- D
iminuição de Kz 302,55 milhões (0,43%) dos “Outros valores passivos”, justificado, sobretudo, pelos valores
pagos ao abrigo do “Acordo de Conversão Monetária” com o Banco da Namíbia.

Por sua Vez, aos Capitais próprios, registaram um aumento no montante de Kz 527,57 mil milhões (147,44%) justificado
pelo:

- Resultado positivo do exercício de Kz 18,59 mil milhões;

- A
umento das “Diferenças de reavaliação” em Kz 508, 98 mil milhões (132%), justificado por dois efeitos con-
trários, designadamente (i) pelo aumento das “Diferenças de reavaliação cambial” em Kz 626,22 mil milhões,
decorrente da depreciação do Kwanza face ao Dólar norte-americano, (ii) pela redução das “Diferenças de
reavaliação de justo valor”, decorrentes das variações de justo valor dos “Activos financeiros disponíveis para
venda” e do “Ouro” em Kz 117,24 mil milhões;

- A
gravamento do “Resultado transitado negativo” em 41%, justificado pelo resultado de 31 de Dezembro de
2017 no montante de Kz 59,75 mil milhões.

13.3. Evolução dos resultados


Quadro 15: principais indicadores da conta de resultados

2017
(Valores em milhões de Kwanzas) 2018 2017 Variação
(reexpresso)

Montante %

Margem financeira 131 778 95 458 84 458 36 320 38,05

Comissões líquidas 10 084 6 810 6 810 3 274 48,08

Resultados em operações financeiras (70 112) 11 539 11 539 (81 651) -707,61

Resultados operacionais 487 593 218 979 218 979 268 614 122,67

Resultados de exploração (540 751) (392 536) (392 536) (148 215) 37,76

RESULTADO DO EXERCÍCIO 18 592 (59 750) (70 750) 78 342 -131,12

Fonte: BNA

No exercício de 2018 apurou-se um resultado positivo no valor de Kz 18,59 mil milhões, sendo que a variação face ao
exercício anterior é explicada, essencialmente, por::

- Aumento de Kz 36,32 mil milhões (38,05%) da “Margem financeira” decorrente, essencialmente, do


aumento dos rendimentos de “activos financeiros disponíveis para a venda” e do investimento em títulos
de dívida soberana estrangeira;

- Aumento de Kz 3,27 mil milhões (48,08%) nas “Comissões Líquidas” decorrente do incremento de
comissões recebidas por operações realizadas com o Ministério das Finanças e redução de comissões
pagas por serviços bancários prestados por terceiros;
66 • Relatório Anual e Contas • 2018

- Diminuição de Kz 81,65 mil milhões (707,61%) nos “Resultados em Operações Financeiras” decorrente,
essencialmente, das perdas associadas à desmobilização e correcção de justo valor de parte das
aplicações geridas por entidades externas;

- Aumento de Kz 268,61 mil milhões (122,67%) nos “Resultados Operacionais” decorrente, essencialmente,
dos resultados cambiais;

- Diminuição de Kz 148,22 mil milhões (37,76%) nos “Resultados de exploração” decorrente essencialmente:

i). Diminuição de Kz 75,71 mil milhões (23%) nas perdas por imparidade líquidas de reversões
afecta às seguintes situações:

Quadro 16: Imparidades

2017
Descrição da operação Notas 2018 Variação
(reexpresso)

Operações não recorrentes com instituições de crédito (257 293) (322 696) 65 403

Obrigações do Tesouro Nacioanl emitidas para pagamento da conta corrente 5 e 38 (259 200) - (259 200)

Reversão de imparidade por liquidação em espécie com Obrigações do Tesouro 5 e 38 1 907 24 222 (22 315)

Obrigações do Tesouro recebidas em Dação 5 e 38 - (89 955) 89 955

Dação em pagamento de créditos de uma Instituição Financeira Nacional 8 e 38 - (256 963) 256 963

Operações de redesconto e cedência de liquidez (17 548) 31 228 (48 775)

Operações de redesconto – (reforço) / reversão de imparidade (54 875) 43 593 (98 468)
8 e 38
Cedência de liquidez – reversão de imparidade 37 328 (12 365) 49 693

Outras 17 160 (41 919) 59 078

Reversão de imparidade por aquisição de activos e serviços com indícios de 17 603 (35 460) 53 063
irregularidades
12 e 38
Outras (443) (6 458) 6 015

Total (257 681) (333 387) 75 706

Fonte: BNA

ii). Diminuição de Kz 110,15 mil milhões (445%) na rubrica “Provisões líquidas de reposições e anulações” em
resultado da reversão registada nas provisões para risco de mercado em 100% e reforço das provisões do
risco sistémico do sector bancário, riscos diversos, fundo habitacional e fundo social;

iii). Aumento de Kz 113,77 mil milhões (136%) nos gastos administrativos, justificada (i) pelo aumento nos
custos com pessoal, no montante de Kz 114,45 mil milhões, decorrente, essencialmente, do reforço de
responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios, em virtude da actualização dos pressupostos
actuariais e (ii) pelo aumento ao nível dos fornecimentos e serviços de terceiros e amortizações, nos montantes
de Kz 500 milhões e Kz 174 milhões, respectivamente.

14. Organização
No período em análise as actividades desempenhadas pelo universo de Unidades Organizacionais do Banco, tiveram
como referência o Plano Estratégico aprovado pelo Conselho de Administração para o quinquénio 2018-2022, deno-
minado NZIMBU que sinaliza o regresso da instituição às origens no sentido de projectarmos o futuro ao criarmos no
presente.

O NZIMBU 2018 – 2022 reformulou o referencial estratégico organizacional, sem ferir os princípios definidos pela Lei
do BNA, sendo que para tal, foram definidos quatro grandes desafios denominados Pilares Estratégicos e oito resulta-
dos qualitativos/quantitativos denominados Objectivos Estratégicos.
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 67

Figura 1: Síntese NZIMBU 2018 – 2022

Fonte: BNA

No primeiro ano do ciclo de Planeamento e Gestão Estratégica, o BNA desenvolveu um conjunto de acções de carácter
estratégico, das quais importa destacar a conclusão de 62 entregas, enquadradas por objectivos:

Gráfico 27: Conclusão de entregas por Objectivos Estratégicos 2018

2
10

18
6
1
4
2

19

OE 1 OE 2 OE 3 OE 4 OE 5 OE 6 OE 7 OE 8

Fonte: BNA

O balanço da execução do NZIMBU 2018 evidencia o grau de execução das acções enquadradas nas diferentes
perspectivas do mapa estratégico. Neste sentido, é de destacar a perspectiva da Sociedade com grau de execu-
ção de 56%, seguindo do Sistema Financeiro e Processos Internos, com grau de execução de 36% e 64% respec-
tivamente e, finalmente, a perspectiva de Aprendizagem e Crescimento com 9%. No geral, o grau de execução
do NZIMBU 2018 foi de 52%.

No que se refere às iniciativas com impacto a nível dos processos, sistemas de informação, recursos humanos
e infra-estruturas físicas e tecnológicas, para o período em análise, a carteira de projectos do BNA compreende
44 projectos, dos quais destacam-se os mais estruturantes, nomeadamente, a criação do Sistema Integrado de
Apoio à Gestão, a Solução Integrada de Supervisão e Gestão de Risco, a Gestão de Risco e Compliance, Licen-
ciamento e Registo de Instituições Financeiras, Gestão de Normas, Solução de Gestão de Operações Cambiais e
o Framework de gestão do risco financeiro.
68 • Relatório Anual e Contas • 2018

Painel 21: Investimentos estratégicos definidos e Status dos projectos em 2018


Carteira de Projectos VS Status da Carteira de Projectos
Objectivos Estratégicos
Concluidos
OE 6; 3

Em curso
OE 8; 13 11%
9%
Atrasados
/2019
OE 7; 30 80%

Atrasados/2019 Em curso Concluidos

Fonte: BNA

No âmbito da organização, destaca-se o desenvolvimento de algumas iniciativas no domínio do desenvolvimento orga-


nizacional em linha com os objectivos definidos:

i). Revisão e Adequação do Sistema Normativo, bem como actualização e implementação de normas e instru-
mentos de gestão interna, das quais se realçam o regulamento do Conselho de Administração e o do Consel-
ho de Auditoria, a revisão do regulamento de aquisições, a criação do comité de aquisição bens, serviços e
empreitadas, bem como a implementação de politicas de gestão de risco, compliance e branqueamento de
capitais;

ii). Adequação da Estrutura Orgânica e Funcional do BNA, com enfoque para a centralização do processo de
acção sancionatória, a centralização do Processo de Procurement e a separação da supervisão por Institu-
ições Financeiras Bancárias e não Bancárias.

No âmbito da actividade normativa e de normalização foram emitidos e normalizados um total de 178 documentos
de comunicação interna e externa, sendo 12 Avisos, 21 Instrutivos e 145 despachos, distribuídos conforme a tabela
abaixo.

Quadro 17: Documentos Normativos emitidos


Despachos Avisos Instrutivos

Ano Política Política


Fim de Circulação Sistemas de Sistemas de
Organização Nomeações Projectos monetária e monetária e
comissão monetária pagamentos agamentos
cambial cambial

2018 96 22 20 2 5 10 2 19 2

Total 145 12 21

Fonte: BNA

15. Regulação e Organização do Sistema Financeiro

No âmbito do alinhamento contínuo do quadro regulamentar e processos de supervisão às exigências de Basileia II e


III, no ano 2018, o BNA aprovou e procedeu à publicação de um leque de 41 normativos, nomeadamente 12 Avisos, 21
Instrutivos e 08 Directivas, conforme se pode observar nos Anexos (normativos publicados).

Considerando que o processo de adequação do Sistema Financeiro Angolano às normas prudenciais e boas práticas
internacionais é contínuo, mormente as recomendações do Comité de Supervisão Bancária de Basileia, existem ainda
algumas matérias por regulamentar. Sendo que para o efeito, o BNA elaborou um macroplan que está em execução
(Figura 2).
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 69

No que tange ao processo de acompanhamento da adopção plena das normas internacionais de contabilidade e relato
financeiro (IAS/IFRS) pelo sector bancário nacional, procedeu-se a diversas actividades:

i). Actualização do Contif Ajustado, decorrente da entrada em vigor da Norma Internacional de Relato Financeiro
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros;

ii). Apresentação de uma proposta relativa à uniformização dos modelos declarativos do sector financeiro, no
âmbito da publicação do Decreto Executivo N.º 456/17 de 02 de Outubro referentes aos modelos declarativos
de impostos;

iii). Acompanhamento do plano de implementação da IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, a nível das Instituições
Financeiras Bancárias

iv). Actualização de normativos decorrentes da entrada em vigor da IFRS 9;

v). Análise dos planos de acção reportados pelas instituições financeiras, no âmbito da implementação da IFRS 9;

vi). Conclusão da 3.ª fase do projecto de adopção plena das IAS/IFRS.

Relativamente ao licenciamento do sistema financeiro, no âmbito das suas atribuições o BNA efectuou o registo
especial de 42 processos de autorização de membros de órgãos sociais de instituições financeiras bancárias e não
bancárias, dois processos de registo especial de administradores por cooptação, oito processos de autorização de
registo especial de directores com funções de gestão relevante e 20 processos de autorização de registo especial de
alterações estatutárias.

O Banco Nacional de Angola deferiu 18 processos de autorização de aumento de capital social, quatro processos
de autorização de contratação do auditor externo, seis processos de autorização de alterações estatutárias, cinco
processos de autorização de transmissão de acções, um processo de cancelamento de transmissão de acções de uma
instituição financeira bancária, dois processos de estabelecimentos de escritório de representação, um processo de
estabelecimento de uma filial de uma instituição financeira bancária, um processo de indeferimento de execução de
uma garantia bancária emitida por uma instituição financeira, um processo de reconhecimento de caducidade de 16
instituições financeiras não bancárias, um processo de encerramento de escritório de representação, um processo de
prorrogação de início de actividade de um escritório de representação de uma instituição financeira bancária e um
processo de indeferimento de execução de uma garantia bancária emitida por uma instituição financeira.

Foi elaborado e aprovado em reunião do Conselho de Administração, um Manual de Procedimentos da Acção Sancio-
natória.

Assim, em matéria de acção sancionatória, foram instaurados 691 processos, dos quais foram concluídos 247, resul-
tando na aplicação de multas no montante global de Kz 634,78 milhões.

Finalmente, foram desenvolvidos dois aplicativos sobre processos de Licenciamento e Registo, bem como de Inquéritos
de Compliance das Normas do BNA.
70 • Relatório Anual e Contas • 2018

Figura 2 – Macro Plan em execução

Fonte: BNA

16. Gestão de Risco e Compliance


O Banco Nacional de Angola está exposto a riscos financeiros e não financeiros com origem em factores internos e
externos que podem colocar em causa o alcance dos seus objectivos estratégicos. A fim de mitigar os riscos, o BNA
está comprometido com a cultura de risco robusta e a implementação de um framework que promova a gestão inte-
grada dos mesmos. Para o efeito, o BNA utiliza o Modelo das Três Linhas de Defesa para a segregação das funções
relacionadas com a gestão de risco.

O Conselho de Administração do BNA por forma a reforçar o modelo de governação corporativa e sistema de controlo
interno, aprovou e implementou o seguinte:

• Política de Gestão do Risco e Critérios de Gestão do Risco. Esta tem como objectivo fornecer as directrizes
para uma gestão sistemática, compreensiva e coordenada dos riscos do BNA, proporcionando ao Conselho
de Administração uma visão holística dos riscos a que o banco está exposto, aumentar a probabilidade de
alcance dos objectivos e promover a cultura de risco em toda a Instituição;

• Política de Compliance e Política de Prevenção BC/FT. Estas políticas visam adequar a conformidade do banco
com procedimentos e sistemas automatizados de controlo, com o objectivo de prevenir, detectar e combater
os riscos de Compliance e BC/FT, atendendo os princípios e regras dispostos pela legislação nacional e inter-
nacional. Neste âmbito, implementou-se um conjunto de iniciativas, nomeadamente:

 Due Diligence a Fornecedores e Contrapartes, com o objectivo de avaliar os riscos nas relações de negó-
cios que o BNA pretende estabelecer ou estabeleceu;

 Ferramenta Swift Sanction Screening que visa a filtragem de transacções efectuadas e recebidas pelo
BNA;

 Ferramenta Swift Name Screening que visa a consulta de entidades (individuais ou colectivas) que per-
mite aferir se constam nas listas de sanções e/ou enquadram-se na categoria de Pessoas Politicamente
Expostas (PEP);

 O Canal de Denúncias que permite efectuar denúncias identificadas ou anónimas sobre qualquer trans-
gressão ou irregularidade com impacto negativo na reputação e imagem do BNA.
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 71

• Regulamentos do Comité de Gestão de Risco e do Subcomité da Continuidade de Negócio. Estes definem os


objectivos, composição, atribuições, competências, deveres e responsabilidades dos seus membros. Estes
órgãos visam assessorar o Conselho de Administração nas questões relacionadas, com a Gestão do Risco,
Compliance e de Gestão da Continuidade do Negócio;

• Ferramenta de Registo de Incidentes, respectivo Regulamento e Manual de Procedimentos. Esta visa proced-
er à normalização e criação de uma base de dados dos incidentes do banco e fornecer informação aos vários
níveis de gestão com elevado nível de detalhe sobre os incidentes ocorridos no BNA;

• Sistema de Gestão da Continuidade do Negócio: foram realizados exercícios de recuperação do negócio e de


IT Disaster Recovery, com vista a avaliar a adequabilidade das soluções de recuperação tecnológica e proce-
dimentos de prevenção do risco e de recuperação do negócio definidos pelo BNA.

No âmbito da acção de capacitação dos trabalhadores do BNA, incluindo as Delegações Regionais, o Departamento de
Gestão do Risco e Compliance realizou as seguintes actividades de disseminação e formação:

 Metodologias e Procedimentos de Gestão de Risco e Compliance, direccionadas aos parceiros de risco com
objectivo de garantir a efectiva implementação e manutenção das mesmas nas suas unidades;

 Uso da Ferramenta do Canal de Denúncias;

 Política de Compliance e de Prevenção BC/FT;

 Semana Internacional de Consciencialização da Continuidade do Negócio, sob lema “Trabalhar juntos para
melhorar a resiliência organizacional”. Foi realizado um ciclo de workshops sobre os temas Resiliência Orga-
nizacional, Riscos Cibernéticos e Plano de Emergência Interno, e outras iniciativas de sensibilização (concurso
premiado, colocação de banners e wallpapers na intranet e website do BNA).

17. Gestão de Reclamações


A análise das reclamações remetidas ao BNA engloba, igualmente, aquelas apresentadas directamente às instituições
financeiras bancárias e reportadas ao BNA. Assim sendo, durante o ano de 2018, foram recepcionadas, por reporte ao
Banco Nacional de Angola, um total de 27 509 reclamações, representando um aumento de 18,73% (4 340 reclama-
ções) face a 2017 (23 169 reclamações). Este aumento poderá estar associado a uma maior consciencialização por par-
te dos consumidores de produtos e serviços financeiros dos seus direitos e deveres, bem como dos constrangimentos
registados nas operações efectuadas no mercado cambial.

Por sua vez, do total das reclamações reportadas 18 768 são respeitantes aos bancos privados nacionais, 5 432 refe-
rente aos bancos privados de matriz estrangeira e 3 309 pertencentes aos bancos públicos nacionais.

Gráfico 28: Reclamações por tipo de banco

25.000
18.768
20.000
N.º de reclamações

13.643
15.000

10.000 8.270
5.432
5.000 3.309
1.256
0
Bancos privados nacionais Bancos privados estrangeiros Bancos públicos

2017 2018

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias


72 • Relatório Anual e Contas • 2018

17.1. Por Matéria Reclamada


Relativamente à quota das seis matérias mais reclamadas que representam um peso de 90,52% do total, destacam-
-se as relacionadas com cartões de pagamento (35,41%), caixa automática e terminal de pagamento automático
(14,93%), conta de depósito (12,42%), transferências (10,12%), internet e mobile banking (9,00%) e operações com
o estrangeiro (8,64%).

Quadro 18: Reclamações por matérias


Peso (%)
Variação
Matérias mais reclamadas 2017 2018 (%)
2017 2018

Cartões de pagamento 8 417 9 741 15,73 36 35

Conta de depósito 2 611 3 416 30,83 11 12

Transferências 3 411 2 785 -18,35 15 10

Internet e mobile banking 2 449 2 475 1,06 11 9

Operações com o estrangeiro 1 800 2 377 32,06 8 9

Crédito 655 955 45,80 3 3

Prestação de serviço 753 672 -10,76 3 2

Operações cambiais 225 354 57,33 1 1

Disponibilização de valores 118 113 -4,24 1 0

Cheques 125 110 -12,00 1 0

Cobranças 92 42 -54,35 0 0

Operações fraudulentas 5 32 540,00 0 0

Cessão, consolidação e reestruturação de crédito 8 30 275,00 0 0

Comissões e encargos 12 29 141,67 0 0

Devolução 7 19 171,43 0 0

Informações complementares 1 12 1 100,00 0 0

Aceitação cobrada 15 8 -46,67 0 0

Outras matérias* 80 231 188,75 0 1

Total 23 169 27 509 18,73 100 100

Nota: (*) Anulação; Juros remuneratórios; Mudança de balcão; Não resolúvel pelo BNA; Pedido/ Substituição e Garantias.
Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias

17.2. Por Resultado


No período em análise, do total das reclamações remetidas procedeu-se à conclusão de 21 414 reclamações, corres-
pondendo a 77,84% do total, sendo que o remanescente continua em análise.

Quadro 19: Estado das Reclamações (valores absolutos)


Número de reclamações recebidas pelas instituições
financeiras bancárias
Estado das reclamações Peso (%)
Variação
2017 2018 (%)
2017 2018

Concluído 17 485 21 414 22 75 78

Em análise 5 684 6 095 7 25 22

Total 23 169 27 509 19 100 100

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias


Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 73

18. Inspecções
18.1.1. Inspecções Off Site
As inspecções off site são efectuadas à distância, sem a deslocação dos inspectores do Banco Nacional de Angola
às instituições financeiras, verificando a informação disponível nas suas páginas de internet, bem como a informação
reportada ao BNA, sendo que o foco da inspecção efectuada sobre (i) as tabelas de comissões e despesas e de taxas
de juro, (ii) os tarifários de cartões de pagamento (iii) o número de clientes das instituições financeiras bancárias.

Em 2018, foram realizadas 232 acções de inspecção às 29 instituições financeiras bancárias, representando uma dimi-
nuição de 80,17% face ao período homólogo. Estas acções tiveram como objectivo avaliar o cumprimento das regras
de conduta, deveres gerais de disponibilização de informação e os normativos legais e regulamentares em vigor, tendo
sido identificadas algumas inconformidades.

18.1.2. Inspecções On Site


As inspecções on site são caracterizadas pela presença dos inspectores do BNA nas sedes e agências das
instituições financeiras e podem assumir duas tipologias, as inspecções on site credenciadas e “cliente mistério”.

Relativamente às inspecções on site credenciadas, no período em análise, realizaram-se 58 acções de inspecção,


resultando numa diminuição de 96,17% em relação ao período homólogo, cujo objectivo foi (i) aferir o grau de cum-
primento das margens de comercialização de divisas, (ii) comissões praticadas no carregamento de cartões pré-pagos
de bandeira internacional, (iii) reclamações apresentadas pelos consumidores, (iv) valores das comissões cobradas na
operações cambiais, (v) cumprimento de prazos na execução de transferências de valores em moeda nacional e (vi)
cumprimento das isenções de cobrança dos serviços mínimos bancários regulamentados.

Adicionalmente, foram realizadas 328 inspecções do tipo “cliente mistério”, onde o inspector faz-se passar por um
consumidor comum, de modo a avaliar a conduta dos profissionais das instituições financeiras, no cumprimento dos
normativos em vigor, resultando numa redução de 84,47% em relação ao período homólogo.

No período em análise, foi, igualmente, efectuado o acompanhamento da evolução das taxas de juro oferecidas nos
depósitos a prazo, comissões praticadas na devolução de cheques ao beneficiário, comissões de manutenção de conta,
emissão de cartão Multicaixa e de cartão de crédito, comissões nas transferências de valores em moeda nacional e em
moeda estrangeira e no carregamento de cartão pré-pago de bandeira internacional. Porém, verificou-se um aumento
nas comissões existentes e a implementação de outras comissões nos preçários das instituições financeiras bancárias
face a 2017.

18.2. Actividades Sancionatórias


Relativamente às acções sancionatórias, foram emitidas 109 cartas de recomendação para a sanação de irregularida-
des e 58 propostas para instauração dos competentes processos de transgressão. Neste subcapítulo são apresentados
os principais indicadores referentes à actividade de licenciamento de produtos e serviços financeiros.
74 • Relatório Anual e Contas • 2018

18.2.1. Análise Global


O volume de processos de licenciamento recebidos pelo BNA, que englobam processos de produtos e serviços e pro-
cessos de campanhas publicitárias, registou um decréscimo de 26,10% (77 processos) face a 2017.

Gráfico 29: Números de processos de licenciamento de produtos

206
Produtos/Serviços
153

89
Campanhas Publicitárias
65

2017 2018
Fonte: BNA

18.2.2. Números de Processos de Produtos e Serviços


Em 2018, registou-se 153 processos relativos a produtos e serviços financeiros submetidos para autorização, repre-
sentando uma diminuição de 53 processos (74,27%) face a 2017. Em termos de processos por categorias, as Fichas
Técnicas de Informação (FTI) representam grande parte do volume de processos submetidos para autorização com um
peso de 53,59%, totalizando 82 processos.

Gráfico 30: Números de Processos de Produtos e Serviços

Contratos 69
55

FTIs 122
82
Manuais 3

Formulários de Conta 12
13

Outros 3
2017 2018

Fonte: BNA

Relativamente aos processos submetidos, 118 foram analisados tendo sido considerados 36 como “não conformes”
(representando assim 30,51% dos processos analisados), o remanescente aguarda por tratamento.
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 75

18.2.2. Números de Campanhas Publicitárias


No período em análise, o BNA recepcionou 65 processos submetidos para autorização de campanhas publicitárias,
representando uma diminuição de 24 processos (26,97%) face a 2017. Na análise por suporte publicitário, o suporte
Cartaz/Folheto apresentou o maior volume de processos submetidos para autorização, totalizando 24 processos sub-
metidos.

Gráfico 31: Volume de processos de Campanhas Publicitárias

TV 18
7

Rádio 16
9
7
Imprensa 14

Cartazes/Folhetos 43
24
4
Internet/Mailings 9

SMS 1
2

2017 2018

Fonte: BNA

Analisando o volume de processos por tipologia de IF e por estado de tratamento concluiu-se que dos 65 processos
relativos ao licenciamento de campanhas publicitárias, 36 foram analisados dos quais 9 foram considerados “não
conformes”, os restantes aguardam por tratamento.

19. Relações Internacionais


No domínio das relações internacionais, em 2018, materializaram-se várias acções de acompanhamento e de melhoria
do intercâmbio institucional com parceiros internacionais, assim como acções de cooperação, por via da organização
e participação em eventos em Angola e no estrangeiro. Este exercício visou o reforço das relações institucionais, a
divulgação e o esclarecimento das medidas tomadas pelo BNA nos seus domínios de actuação, revelando uma maior
abertura às instituições congéneres e outros parceiros internacionais bem como o cumprimento das responsabilidades
do banco central nas organizações internacionais em que está inserido.

Neste contexto, durante o período em análise, no domínio da cooperação bilateral, destacam-se as seguintes acções
do BNA:

• Visita de trabalho do Governador do BNA ao Banco Central do Japão, no âmbito do reforço das relações de
cooperação institucional;

• Visita de trabalho de uma delegação do BNA chefiada pelo Governador ao Banco de Portugal com o intuito de
dinamizar os instrumentos de cooperação em vigor entre as duas instituições.

Quanto à representação, o BNA participou em vários eventos, quer ao nível das instituições regionais das quais
é membro, quer ao nível de instituições internacionais, destacando-se em particular os realizados no âmbito das
instituições de Bretton Woods, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Aliança para a Inclusão
Financeira (AFI) e do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS). Importa relaçar os seguintes eventos:
76 • Relatório Anual e Contas • 2018

a) À nível regional
i). 46ª e 47ª Reuniões dos Comité dos Governadores dos Bancos Centrais (CCBG) da Comunidade de Desenvolvi-
mento da África Austral (SADC);
ii). Reuniões do Subcomité Macroeconómico e do Painel de Avaliação pelos Pares da SADC;
iii). Reuniões de Subcomités Técnicos do CCBG (Macroeconómico, Supervisão Bancária, Tecnologias de Infor-
mação e Comunicação, Jurídico e Sistemas de Pagamentos);
iv). Reuniões do Grupo Consultivo do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) para a África Subsariana.

a) À nível internacional
i). Reuniões da Primavera e Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM);
ii). Reunião Anual do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS);
iii). Reunião Anual da Aliança para a Inclusão Financeira (AFI);
iv). Encontros Técnicos no âmbito dos Bancos Centrais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (BCPLP);

Relativamente ao FMI, além da participação nas reuniões de Primavera e Anuais organizadas em parceria com o Banco
Mundial, o BNA beneficiou de acções de assistência técnica bem como das Missões Técnicas do FMI a Angola, ao
abrigo do Artigo IV. º dos Estatutos do FMI.

20. Educação Financeira


A consolidação das actividades no âmbito do Programa de Educação Financeira para 2018, determinou o desenvolvi-
mento de novas perspectivas de actuação para o seu alargamento, bem como para a garantia da sua abrangência e
eficácia no sentido de promover a literacia financeira, expandir os serviços financeiros e elevar a taxa de bancarização.
Nesta senda, destaque-se em 2018, a celebração, pela primeira vez em Angola, da Semana Global do Dinheiro (Global
Money Week, em inglês), uma iniciativa da Child & Youth Finance International que visa inspirar as crianças e jovens a
aprender sobre questões de dinheiro, meios de subsistência e empreendedorismo. Adicionalmente, ocorreu a 1ª edição
da Oficina de Educação Financeira, em comemoração do dia mundial da poupança, campanhas de sensibilização para
abertura de contas bancárias bem como diversas actividades educativas no contexto do Museu da Moeda.
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 77

20.1. Museu da Moeda


O Museu da Moeda assegura a divulgação do acervo numismático nacional, promovendo acções educativas dirigidas
ao público em geral, com destaque para as escolas, centros infantis, igrejas, instituições públicas e privadas. Em 2018,
o Museu da Moeda registou 91. 762 visitantes, representando uma média mensal de 7 649,8 visitantes, dos quais
cerca de 98,35% foram cidadãos nacionais. Em termos de representatividade, os adultos do género masculino foram
os que mais visitaram o Museu, representando 40%. Em relação ao ano anterior, o Museu registou um aumento de 28
838 visitantes devido ao estreitamento das relações com as escolas públicas e privadas, a facilidade electrónica para
pedidos de visitas e as actividades de educação financeira desenvolvidas.

Painel 23: visitas ao museu da moeda por faixa etária, género e nacionalidade

37% 40%

23%

Adolescentes Crianças Adultos

2%

45%
55%

98%

Nacional Estrangeiro Masculino Feminino

Fonte: BNA
78 • Relatório Anual e Contas • 2018

20.2. Formação Financeira


A actuação do BNA neste âmbito visou transmitir à população conceitos financeiros com o objectivo de contribuir
para a melhoria das suas capacidades e confiança quanto à administração dos seus rendimentos, nas suas escolhas
financeiras, no que concerne à poupança e investimento, e ainda na prevenção de situações de fraude ou carência,
com impacto sobre a criação de condições de acesso generalizado aos benefícios associados ao sistema financeiro. A
criação destas condições visa o bem-estar da população, o desenvolvimento do sistema financeiro contribuindo assim
para a manutenção da sua estabilidade.

Neste âmbito foram realizadas, em 2018, 181 palestras, tendo-se registado 39 099 participantes nas províncias de
Luanda, Cabinda, Zaire, Moxico, Huambo, Benguela, Cuanza Sul, Cunene, Huíla e Namibe, conforme ilustrado no grá-
fico abaixo.

Gráfico 32: Total de palestras em 2018

100.000 35.741

10.000 3.358

1.000
154
100
27

10

1
Luanda Províncias

Nº de Palestras Nº de participantes

Fonte: BNA

Ainda no âmbito da formação financeira, o BNA desenvolveu iniciativas específicas de formação financeira dirigidas ao
público jovem, tal como a realização da 1ª edição da “Oficina de Educação Financeira”, sob o lema “Construindo Valo-
res”, na expectativa de exercer um impacto positivo no desenvolvimento das suas capacidades e habilidades relativas
à gestão das suas finanças incluindo o desenvolvimento de ideias empreendedoras. Durante a referida actividade, os
visitantes eram dirigidos ao edifício do BNA para serem informados sobre o seu papel e funções, assistiram a variadas
palestras sobre literacia financeira, em locais pré-definidos para o efeito e actividades lúdicas em quiosques onde as
crianças e os adolescentes actuaram como pequenos empreendedores no sentido de dotá-los de conhecimentos sobre
poupança, consumo e investimentos responsáveis. No gráfico abaixo se pode observar a participação do público-alvo
durante a semana do evento
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 79

Gráfico 33: Total de Instituições de Ensino

50 42
40 30 30
24 20 20
30 17 21 21
20 12 14 10 10
7
10 2
0
Segunda-feira
(12/03/2018)

Terça-feira
(13/03/2018)

Quarta-feira
(14/03/2018)

Quinta-feira
(15/03/2018)

Sexta-feira
(16/03/2018)
Fonte: BNA
Escolas do ens. Primário,1º e 2ºciclo
Participaram da Semana Global do Dinheiro 140 instituições de ensino, com uma audiência de 15 022 mil, cuja frequên-
Faculdades/institutos superiores/associações
cia se destacou no fim-de-semana.
Total
Gráfico 34: Número de participantes por Actividades

2 500
2 000
1 500
1 000
500
-
Sábado
27.10.2018

Domingo
28.10.2018

Segunda-feira
29.10.2018

Terça-feira
30.10.2018

Quarta-feira
31.10.2018

Quinta-feira
01.11.2018

Sexta-feira
02.11.2018

Sábado
03.11.2018

Domingo
04.11.2018
Palestras Actividades dos quiosques Total

Fonte: BNA

Durante a Oficina de Educação Financeira a audiência foi de 16 928 mil pessoas.

Gráfico 35: Número de participantes por Actividades


4.500 3913 3.913 3.580
4.000 3580
3.500
3.000 2.578
2.500 2.010 2193
2.000 1.577 1657
1.500 1099
779
1.000 497 585 511 478 353 385
88 268
500 0 0
0

Actividades dos quiosques Convidados para palestras Total


Fonte: BNA

As actividades nos diferentes quiosques representativos de actividades comerciais foram a atracção da audiência.

Faz igualmente parte do processo de formação financeira o Concurso Nacional Escolar de Educação Financeira, no
âmbito do Projecto de inserção de conteúdos de Literacia Financeira nas escolas do 1.º e 2.º ciclo em todo o País, ao
abrigo do Protocolo assinado entre o BNA e o Ministério da Educação. Deste modo, realizou-se no dia 31 de Outubro
de 2018 o acto de premiação dos três primeiros classificados, do referido concurso.
80 • Relatório Anual e Contas • 2018

20.3. Acesso ao Sistema Financeiro


O Banco Nacional de Angola promove a inclusão financeira com o objectivo de proporcionar o acesso adequado e com
custos reduzidos a um conjunto de produtos e serviços financeiros, pela população, sobretudo aos quais se enquadram
na classe de rendimento baixo, visando a estabilidade do sistema financeiro, maior investimento, crescimento econó-
mico e a melhoria do bem-estar social.

Este processo é suportado por campanhas de sensibilização realizadas pelo País que visam promover a abertura de
contas bancárias, incluindo a promoção das “Contas Bankita”, um produto financeiro com custos reduzidos e requisitos
mínimos em termos de documentação exigível. Nesta senda, em 2018 foram realizadas 189 campanhas ou acções de
sensibilização pelo país, mais concretamente nas províncias de Luanda, Bengo, Moxico, Malanje, Huambo, Huíla, Ben-
guela, Cabinda, Zaire, Bié, Cuando Cubango e Cuanza Sul, em colaboração com os bancos comerciais que aderiram ao
produto Bankita. Estas acções alcançaram um total de 33 055 participantes, como se pode observar no gráfico abaixo.

Gráfico 36: Total de campanhas de sensibilização em 2018

100.000 30.014

10.000 3.041

1.000
170
100
19
10

1
Luanda Províncias

Nº de campanhas Nº de participantes

Fonte: BNA

Relativamente às contas Bankita, em termos acumulados, estavam abertas e activas 643 737 contas, até De-
zembro de 2018, representando um aumento de 15,98%, face ao período homólogo. Realça-se que migra-
ram 109 293 contas Bankita para contas convencionais e foram constituídas 7 284 contas Bankita à Crescer
, representando uma redução de 3,14%, em relação ao período anterior.
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 81

21. Capital Humano


No final de 2018, o BNA contava com um total de 2 058 trabalhadores, representando uma variação de 3,17% em re-
lação ao efectivo de 2017, dos quais cerca de 84% está alocado aos Serviços Centrais, estando os demais distribuídos
pelas cinco Delegações Regionais, nomeadamente em Cabinda, Malange, Benguela, Huila e Huambo.

No período em análise, passaram para reforma 71 trabalhadores e 16 rescindiram os seus contractos com o BNA por
diversos motivos.

A distribuição do efectivo por Género, Formação Académica e Banda Funcional encontra-se descrito nos quadros abai-
xo.

Quadro 20: Apresentação por Banda Funcional/Género


Género
Grupo Função Qtd Peso (%)
Masculino Feminino

Governador 1 0 1 0

Administração Vice-Governador 2 0 2 0

Administrador 3 1 4 0

Subtotal 6 1 7 0

Director 23 11 34 2
Gestão
Sub-Director 12 15 27 1

Subtotal 35 26 61 3

Chefe de Divisão 54 42 96 5
Coordenação
Chefe de Sector 80 76 156 8

Subtotal 134 118 252 12

Especialista 18 13 31 2
Técnica
Técnico 453 471 924 45

Subtotal 471 484 955 46

Suporte 155 125 280 14


Apoio
Auxiliar 408 95 503 24

Subtotal 563 220 783 38

Total 1 209 849 2 058 100

Fonte: BNA
82 • Relatório Anual e Contas • 2018

Quadro 21: Apresentação por Formação Académica

Formação académica

Peso
Nível Qtd (%)

Até ao ensino médio (12ª Classe) 1 019 50

Frequência universitária 260 13

Licenciatura 641 31

Pós- graduação (*) 138 6

Total 2058

Nota: (*) Especializações, Mestrados e Doutoramentos


Fonte: BNA

No âmbito da Formação e Capacitação, no ano de 2018, foi definido um novo modelo, direccionado ao desenvolvimento
contínuo das competências dos trabalhadores. Este modelo define como principais objectivos o alinhamento à estraté-
gia do BNA, melhoria dos processos, foco no investimento contínuo e crescimento na carreira.

A formação foi estruturada em seis blocos temáticos, cujo enfoque vai para Formação Institucional, Formação Técnica
Geral, Formação Técnica Específica, Formação Técnica de Banca Central, Programa de Gestão e Liderança e para o
Programa de Certificações e Pós-Graduações.

Figura 3 – Acções de Formação Realizadas em 2018

Fonte: BNA
Parte IV – Actividades Relevantes do BNA • 83

Foram ainda concedidas 6 Bolsas de Estudo no exterior do país a trabalhadores, para Mestrado e Doutoramento em
matérias de interesse do Banco.

Num gesto de valorização dos quadros internos e partilha do conhecimento, foi implementado um Ciclo interno de
Workshops Técnicos, com o objectivo de nivelar o conhecimento dos trabalhadores, sobre matérias inerentes às
actividades de negócio e de controlo do BNA. Realizaram-se ainda workshops de matérias mais transversais, como a
Política de Segurança do IT, Risco e Compliance, Avaliação de Desempenho, entre outras. Neste ano, registou-se um
total de 14 Workshops, realizados a nível da sede e de todas as Delegações Regionais, contando com 3 490 participa-
ções, conforme ilustrado abaixo. Importa referir que estes workshops foram todos realizados com recursos internos, ou
seja, trabalhadores com conhecimento técnico profundo nas matérias abordadas.

Figura 4 – Workshops em 2018

Fonte: BNA

Em 2018, foram investidos no domínio da formação e capacitação dos trabalhadores um total Kz 769,61 milhões.

Enquadrado no âmbito da Política Social, o BNA oferece um leque de benefícios, dos quais destacamos o acesso à
habitação, Seguro de Saúde para o trabalhador e agregado familiar, transportes colectivos, Fundo de Pensões, entre
outros.

O BNA tem instituído o Fundo de Pensões de Contribuição Definida, de adesão voluntária, por forma a garantir esta-
bilidade financeira na condição de reforma. O trabalhador participa com no mínimo 4% do salário base e a Instituição
com 8%.
PARTE V
Demonstrações Financeiras
Parte V – Demonstrações Financeiras • 85

PARTE V – Demonstrações Financeiras

O Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), Banco Central de Angola, está mandatado
por lei a promover o bem-estar económico e financeiro do país. O BNA está comprometido em manter os Angolanos
informados sobre as suas políticas, operações e actividades.

De acordo com o previsto no artigo 86.º da Lei Nº. 16/10 de 15 de Julho, são apresentadas as Demonstrações Financei-
ras do Banco Nacional de Angola, relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2018, que compreendem o Balan-
ço, a Demonstração dos resultados, a Demonstração dos resultados e do outro rendimento integral, a Demonstração
das alterações nos capitais próprios, a Demonstração dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira e as
respectivas Notas anexas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração em 29 de Março de 2019.

A preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras, em conformidade com os procedimentos e Normas In-
ternacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro, foram definidas como um objectivo do BNA, reflectindo o sentido
da trajectória seguida pelo seu Conselho de Administração, tendo em vista a modernização do Modelo de Governação
e de Gestão. Este objectivo consubstanciou-se na adopção parcial das Normas Internacionais de Contabilidade e de
Relato Financeiro (IAS/IFRS) como referencial contabilístico para a preparação e apresentação das Demonstrações
Financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro de 2018.

As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhões de Kwanzas.

Em 31 de Dezembro de 2018, a depreciação do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos situou-se em cerca de
46,23% comparativamente a 31 de Dezembro de 2017.
86 •

Balanço em 31 de Dezembro de 2018


ACTIVO Notas 2018 “2017 (reexpresso)” “2017 PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS Notas 2018 “2017 (reexpresso)” 2017

Ouro 2 234 495 128 165 128 165 Notas e moedas em circulação 13 498 390 527 717 527 717

Responsabilidades para com instituições de crédito

Activos sobre o exterior nacionais relacionadas com operações de política monetária

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 586 671 190 811 190 811 Reservas bancárias 14 1 749 197 1 332 969 1 332 969

Aplicações em instituições de crédito 4 1 448 197 938 079 938 079 Mercado monetário interbancário 14 87 881 66 297 66 297

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 5 622 394 867 701 867 701 Responsabilidades internas para com outras entidades

Activos financeiros disponíveis para venda 5 2 297 487 966 933 966 933 Conta Única do Tesouro 15 1 513 820 1 026 409 1 026 409

Fundo Monetário Internacional 6 313 548 220 357 220 357 Outras responsabilidades 15 26 84 84

Outros activos externos a receber 7 - 82 962 82 962 Investimentos em associadas e outras entidades 10 - 853 853

5 268 297 3 266 842 3 266 842 Responsabilidades externas para com outras entidades

Activos internos Fundo Monetário Internacional 6 329 386 230 551 230 551


Relatório Anual e Contas • 2018

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 9 734 14 516 14 516 Recursos de instituições financeiras 16 1 397 914 770 334 770 334

Operações às instituições de crédito relacionadas Responsabilidades com pensões e outros benefícios 17 346 166 213 835 213 835

com operações de política monetária 8 752 961 619 247 619 247 Provisões 18 184 004 98 562 98 562

Investimentos detidos até à maturidade 5 - 207 359 106 996 Outros valores passivos 19 69 328 69 631 69 631

Activos financeiros disponíveis para venda 5 537 555 - - Total do Passivo 6 176 112 4 337 241 4 337 241

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 5 - - 174 440

Activos financeiros concedidos ao Estado 9 154 993 377 396 567 396 Capital 20 270 000 270 000 270 000

Investimentos em associadas e outras entidades 10 731 1 425 1 425 Capital subscrito não realizado 20 (2 544) (2 544) -

Outros activos internos a receber 7 12 106 - - Desconto de emissão de capital 20 (135 900) (135 900) -

1 468 080 1 219 943 1 484 020 Diferenças de reavaliação 21 895 420 386 441 386 441

Outras reservas 22 43 809 43 809 43 809

Resultado transitado 22 (203 994) (144 245) (5 068)

Activos tangíveis 11 49 917 49 716 49 716 Resultado do exercício 18 592 (59 750) (70 750)

Activos intangíveis 11 725 1 351 1 351 Total dos Capitais Próprios 885 383 357 812 624 433

Outros valores activos 12 39 981 29 036 31 580

Total do Activo 7 061 495 4 695 053 4 961 674 Total do Passivo e Capitais Próprios 7 061 495 4 695 053 4 961 674

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira.

_________________________________________

José de Lima Massano _________________________________________


Governador
Maria J. C. V. de Fontes Pereira
Directora do DCF
_________________________________________
Beatriz Ferreira de Andrade dos Santos
Administrador do Pelouro Financeiro
Parte V – Demonstrações Financeiras • 87

Demonstração dos resultados para o exercício findo em


31 de Dezembro de 2018
Notas 2018 “2017 (reexpresso)” 2017

Juros e rendimentos similares 24 170 009 125 800 114 800

Juros e encargos similares 25 (38 231) (30 343) (30 343)

Margem financeira 131 778 95 458 84 458

Rendimentos de serviços e comissões 26 13 000 10 935 10 935

Encargos com serviços e comissões 27 (2 916) (4 125) (4 125)

Comissões líquidas 10 084 6 810 6 810

Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 28 (70 306) 12 316 12 316

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 29 (782) (777) (777)

Resultados em investimentos detidos até à maturidade 30 964 - -

Resultados de investimentos em associadas e outras entidades 31 12 - -

Resultados em operações financeiras (70 112) 11 539 11 539

Resultados cambiais 32 498 647 221 390 221 390

Custos relativos à emissão de notas e moedas 33 (2 898) (3 165) (3 165)

Resultados de alienação de outros activos 34 (1 101) 6 6

Outros resultados operacionais 35 (7 055) 749 749

Resultados operacionais 487 593 218 979 218 979

Custos com pessoal 36 (179 381) (64 933) (64 933)

Fornecimentos e serviços de terceiros 37 (15 105) (15 605) (15 605)

Amortizações do exercício 11 (3 189) (3 363) (3 363)

Provisões líquidas de reposições e anulações 18 e 19 (85 395) 24 753 24 753

Perdas por imparidade líquidas de reversões 5/8/12/38 (257 681) (333 387) (333 387)

Resultados de exploração (540 751) (392 536) (392 536)

Resultado do exercício 18 592 (59 750) (70 750)

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira

Demonstração dos resultados e do outro rendimento in-


tegral para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2018
2018 “2017 (reexpresso)” 2017

Resultado líquido do exercício 18 592 (59 750) (70 750)

Itens que poderão ser reclassificados posteriormente para resultados

Variações da diferença de reavaliação de justo valor de:

Activos financeiros disponíveis para venda (80 104) (9 850) (9 850)

Ouro (37 138) 15 271 15 271

Variações da diferença de reavaliação cambial 626 221 (163 995) (163 995)

Rendimento / (gasto) reconhecido directamente nos Capitais Próprios 508 979 (158 574) (158 574)

Rendimento integral do exercício 527 571 (218 324) (229 324)

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira


88 •

Demonstração das alterações nos capitais próprios para o exercício findo em 31 de Dezem-
bro de 2018
Capital subscrito Desconto da Diferenças de reavaliação Outras reservas Resultados “Resultado
Capital Total
não realizado emissão de capital Justo valor Cambial Reserva legal Reserva livre transitados do exercício“

Saldos em 31-12-2016 270 000 - - (49 027) 594 042 21 056 20 945 (5 068) 4 521 856 470
Relatório Anual e Contas • 2018

Transferência de resultados de 2016 - - - - - 904 904 (1 809) -

Distribuição de resultados de 2016 - - - - - - - - (2 713) (2 713)

Rendimento integral do exercício - - - 5 421 (163 995) - - - (70 750) (229 324)

Saldos em 31-12-2017 270 000 - - (43 606) 430 047 21 960 21 849 (5 068) (70 750) 624 433

Movimentos decorrentes da alteração da política contabilística - (2 544) (135 900) - - - - (139 177) 11 000 (266 621)

Saldos em 31-12-2017 (reexpresso) 270 000 (2 544) (135 900) (43 606) 430 047 21 960 21 849 (144 245) (59 750) 357 812

Transferência de resultados de 2017 - - - - - - - (59 750) 59 750 -

Distribuição de resultados de 2017 - - - - - - - - - -

Rendimento integral do exercício - - - (117 242) 626 221 - - - 18 592 527 571

Saldos em 31-12-2018 270 000 (2 544) (135 900) (160 848) 1 056 268 21 960 21 849 (203 994) 18 592 885 383

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira


Parte V – Demonstrações Financeiras • 89

Demonstração dos fluxos de caixa das operações em


moeda estrangeira para o exercício findo em 31 de De-
zembro de 2018
Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda
estrangeira” apresenta a seguinte composição:
2018 “2017 (reexpresso)”

Actividades Operacionais

Proveitos de títulos e valores mobiliários 72 632 86 699

Proveitos de aplicações de liquidez 31 368 13 008

Instituições Financeiras Bancarias 3 286 (73 921)

Compra das dividas dos trabalhadores - (6 451)

Acordo de conversão monetária com banco da Namíbia (23 562) (34 280)

Pagamentos de custos administrativos (4 864) (10 616)

Despesas de produção de notas e moedas (3 615) (1 830)

Outros pagamentos e recebimentos 95 335 209 080

Fluxos de caixa de actividades operacionais 170 580 181 689

Actividades de Investimento

Investimentos em:

Aplicações geridas por entidades externas 745 731 490 816

Operações cambiais (3 255 793) (1 723 952)

Títulos de dívida soberana estrangeira (370 995) (181 709)

Aquisições e alienações de imobilizado (318) (793)

Fluxos de caixa de actividades de investimento (2 881 375) (1 415 638)

Actividades de Financiamento

Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:

Tesouro Nacional 958 920 55 276

Instituições Financeiras - Reservas bancárias 1 707 966 514 194

Operações com acordo de recompra - 7 910

Juros de Financiamentos (26 285) -

Fundo Monetário Internacional - (4 808)

Aumentos (diminuições) de notas e moedas estrangeiras (14 833) (1 733)

Fluxos de caixa de actividades de financiamento 2 625 768 570 839

Efeito da variação cambial em caixa e equivalentes de caixa 985 303 19 573

Variação de caixa e seus equivalentes 900 276 (643 537)

Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 1 140 165 1 783 703

Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 2 040 441 1 140 165

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda
estrangeira” apresenta a seguinte composição:
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira 2018 "2017 (reexpresso)” Variação

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito (Nota 3)

Notas e moedas em moeda estrangeira em caixa 7 579 12 622 (5 043)

Depósitos à ordem em moeda estrangeira: -

No exterior 586 671 190 811 395 860

No país 1 909 1 754 155

Aplicações em instituições de crédito (Nota 4) -

Depósitos a prazo -

No exterior 1 444 282 934 978 509 304

No país - - -

2 040 441 1 140 165 900 276


PARTE VI
Notas anexas às Demonstrações
Financeiras
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 91

PARTE VI – Notas anexas às Demonstrações Financeiras


A origem do Banco Nacional de Angola remonta a 14 de Agosto de 1926, data da criação do Banco de Angola, com sede
em Lisboa. Até 1957, o Banco de Angola deteve, em exclusivo, o comércio bancário, altura em que surgiu no mercado
o Banco Comercial de Angola, de direito estritamente Angolano, representando um novo marco na história do país.

No panorama das transformações político-económicas que se sucederam até à década de 80, e tendo em atenção a
importância do sistema monetário e financeiro do país, foi desenvolvido em Agosto de 1975 o chamado processo da
tomada da Banca, que levou ao confisco do activo e passivo do Banco de Angola e à criação do Banco Nacional de
Angola, um ano após a independência nacional, através da Lei n.º 69/76, publicada no Diário da República Nº 266 – 1ª
Série, de 10 de Novembro de 1976.

A partir de 1978 e através da Lei n.º 4/78, de 25 de Fevereiro, a actividade bancária passou a ser exclusivamente
exercida pelos bancos do Estado, na medida em que foram formalmente encerrados os bancos comerciais privados,
facilitando assim a extensão da rede de balcões do BNA por todo o território nacional.

Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91, de 20 de Abril - Lei das Instituições Financeiras, iniciou-se um novo passo na
implementação de um sistema bancário de dois níveis, pelo que o BNA passou a exercer a função de Banco Central
consagrado como autoridade monetária e agente da autoridade cambial, retirando-se assim das funções comerciais
que exercia até então. A Sede está localizada em Luanda, na avenida 4 de Fevereiro, nº 151.

Neste momento, o BNA está presente no país, através das suas delegações regionais localizadas nas províncias de (i)
Cabinda; (ii) Huíla; (iii) Benguela; (iv) Malange; (v) Huambo; (vi) Moxico; e (vii) Kuando Kubango.

De acordo com a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho – Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a sua Lei Orgânica,
as suas funções passaram a ter dois vectores principais: i) assegurar a preservação do valor da moeda nacional e, ii)
como Banco Central:

a) Actuar como banqueiro único do Estado;

b) Aconselhar o Estado nos domínios monetários, financeiro e cambial;

c) Colaborar na definição e executar a política cambial bem como o respectivo mercado;

d) Gerir as disponibilidades externas do país ou as que lhe sejam cometidas;

e) Agir como intermediário nas relações monetárias internacionais do Estado;

f) Zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de
financiador de última instância;

g) Garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das estatísticas monetárias,


financeira e cambiais e demais documentação, nos domínios da sua actividade de forma a servir como
instrumento eficiente de coordenação, gestão e controlo;

h) Elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do país, assim como efectuar a
sua gestão; e

i) Elaborar a balança de pagamentos externos do país.

O Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela definição das políticas de gestão e administração do
BNA, é responsável pela preparação e apresentação das demonstrações financeiras e das demais informações cons-
tantes do presente relatório, zelando pela sua integralidade e objectividade, de forma a garantir que as operações e
transacções decorrentes da sua missão sejam realizadas e processadas de acordo com o estabelecido nas normas e
procedimentos em vigor.

As demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2018 foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 29 de


Março de 2019 e preparadas para apreciação do titular do Poder Executivo. No entanto, o Conselho de Administração
admite que as mesmas venham a ser aprovadas sem alterações significativas.
92 • Relatório Anual e Contas • 2018

1. Bases de apresentação e resumo das principais políti-


cas contabilísticas
1.1 Bases de apresentação
As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2018 foram preparadas no pres-
suposto da continuidade das operações, com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de Administração no
exercício de 2013. Este novo plano de contas considera na sua globalidade, as orientações técnicas e os princípios
consagrados nas Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo International
Accounting Standards Board (IASB), com as derrogações descritas na alínea 1.2) abaixo.

O Banco adoptou as IAS/IFRS, pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, considerando para o
efeito os termos da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as quais foram
aplicadas retrospectivamente para todos os períodos apresentados.

A Lei Orgânica do Banco não determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco deve
adoptar. Desta forma, cabe ao Conselho de Administração do BNA decidir sobre a aplicabilidade das Normas Interna-
cionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) nas demonstrações financeiras, tendo em consideração a
sua Lei Orgânica e as suas funções enquanto entidade operadora das políticas financeira, cambial e monetária do país.

As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2018 e 2017 encontram-se expressas em milhões de


Kwanzas, tendo os activos e os passivos denominados em outras divisas sido convertidos para a moeda nacional, com
base nas taxas de câmbio médias do último dia útil do ano que se seguem:

Moedas 2018 2017 Variação


1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 308,607 165,924 86%
1 Euro (EUR) 353,015 185,400 90%
1 Dólar Canadiano (CAD) 226,683 131,737 72%
1 Rand da África do Sul (RND) 21,344 13,451 59%
1 Libra Esterlina (GBP) 390,079 223,084 75%
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 44,931 25,395 77%
1 Direito de Saque Especial (DSE) 324,6753247 227,790 43%

Durante o exercício de 2018, a taxa de câmbio do Kwanza face às restantes divisas foi fixada em regime de câmbio flexível
e monitorizada com variações significativas de Janeiro a Dezembro de 2018, tal como se apresenta no quadro acima.

Em 31 de Dezembro de 2018, a depreciação do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos situou-se em cerca de 46,23%
comparativamente a 31 de Dezembro de 2017.

O BNA, em consonância com a Associação Angolana de Bancos (“ABANC”), é da opinião que não se encontram cumpridos
os requisitos previstos na IAS 29 – Relato financeiro em economias hiperinflacionárias (“IAS 29”) para que a economia
Angolana seja considerada hiperinflacionária no exercício findo em 31 de Dezembro de 2018.

1.2 Derrogações de normas e interpretações


À data de transição, e considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema financeiro e responsável
pela execução das políticas monetária e cambial do país, bem como pela gestão das reservas internacionais, o Banco decidiu não
adoptar as seguintes normas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo
International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) e pelos respectivos órgãos antecessores:

- IFRS 9 – Instrumentos financeiros: O Banco manteve inalterado o tratamento contabilístico referente à clas-
sificação e mensuração de activos e passivos financeiros, à metodologia de cálculo de imparidade e à aplicação
das regras de contabilidade de cobertura, conforme a IAS 39. O Conselho de Administração considerou a adopção
da norma no exercício de 2019.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 93

- IAS 21 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio: O Banco manteve inalterado o tratamento contabilís-
tico dado às variações cambiais decorrentes da actualização dos activos e passivos expressos em moeda externa às
taxas de câmbio em vigor, sendo as valias cambiais potenciais, reconhecidas numa rubrica de capitais próprios deno-
minada “Reservas de reavaliação cambial” e apenas registadas como resultados quando realizadas. Face a grande
volatilidade dessas valias e a sua condição de potenciais, o Conselho de Administração considerou que a adopção
da norma poderia traduzir-se numa possível alteração dos princípios de capitalização do Banco e em interferência na
gestão da política monetária, considerando que a distribuição de dividendos ou a cobertura de prejuízos daí resul-
tantes, afectariam directamente a magnitude da base monetária com eventuais efeitos inflacionistas, para além de
gerar fluxos financeiros entre o Tesouro e o Banco Central com base em resultados não efectivos.

- IFRS 10, IAS 28, IAS 27, IFRS 12 – Demonstrações financeiras consolidadas: O Banco decidiu não apresen-
tar demonstrações financeiras consolidadas, mantendo as suas participações valorizadas ao custo de aquisição
com reconhecimento de eventuais perdas por imparidade, independentemente do controlo e/ou influência signifi-
cativa que possa ter sobre as entidades participadas.

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do
Banco no exercício findo em 31 de Dezembro de 2018.

Adicionalmente, o Banco decidiu adoptar parcialmente as seguintes normas e interpretações emitidas pelo
IASB e pelo IFRIC:

- IAS 39 – Instrumentos financeiros – Reconhecimento e mensuração e IFRS 13 – Mensuração ao Justo


Valor: Os “títulos afectos para cumprimento de reserva obrigatória” correspondem a

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva de
imparidade, considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na reserva
de reavaliação de justo valor é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período, sendo que
posteriores variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma alteração posi-
tiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.

- IAS 19 – Benefícios a empregados: O Banco encontra-se a aplicar a IAS 19 para todos os benefícios a emprega-
dos, excepto em relação ao reconhecimento das responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios pós
emprego. Para apurar estas responsabilidades, o Banco solicita anualmente um estudo actuarial a um perito indepen-
dente, o qual tem por base pressupostos actuariais e financeiros que melhor se adaptam à população e à realidade
do Banco. Todas as responsabilidades com pensões de reforma são registadas por contrapartida de resultados. Com
a constituição do plano de pensões para cobir responsabilidades de contribuição definida, o qual tem associado um
Fundo de Pensões autónomo, que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2016, conforme Despacho nº 335/15, de 27 de
Outubro de 2015, I Série – Nº 147 do Diário da República, é caracter voluntário para os trabalhadores do Banco no
activo, que terão o direito de receber os benefícios previstos no contracto divulgado. Assim, de acordo com o artigo
n.º 88 da Lei Orgânica do Banco as contribuições definidas para o fundo de pensões são registadas em resultado do
exercício. Face ao exposto, o Banco Nacional de Angola não apresenta todas as divulgações previstas nesta norma.

- IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes: destaca-se que o Conselho de Admi-
nistração define anualmente as dotações para a constituição ou reforço de provisões destinadas à cobertura de
crédito de cobranças duvidosas e de riscos de depreciação de outros valores activos, ou à ocorrência de outras
eventualidades a que se julgue necessário prover, conforme previsto no n.º 2 art.º5 e no art.º 88 da Lei 16/10 de
15 de Julho - Lei do Banco Nacional de Angola.

Ao longo das notas anexas são descritos os princípios contabilísticos e critérios utilizados pelo BNA no processo de
preparação das demonstrações financeiras.

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco
no exercício findo em 31 de Dezembro de 2018.
94 • Relatório Anual e Contas • 2018

1.3 Alterações Voluntárias de Políticas Contabilísticas


- IAS 39 – Instrumentos financeiros – Reconhecimento e mensuração e IFRS 13 – Mensuração ao Justo Valor

Durante o exercício de 2018 o BNA passou a adoptar a IAS 39 e a IFRS 13, com exepção das derrogações divulgadas na nota 1.2.

Decorrente desta adopção e de forma a cumprir com o disposto na IAS 8, o BNA reexpressou as suas demonstrações
financeiras a 31 de Dezembro de 2017, estando os respectivos impactos divulgados na Nota 40.

As demonstrações financeiras relativas à reexpressão de 31 de Dezembro de 2017 foram preparadas tendo em conis-
deração as alterações voluntárias de políticas contabilísticas abaixo apresentadas:

• Obrigações do Tesouro recebidas no âmbito da realização do aumento de capital social aprovado pela Lei do
BNA, bem como os activos financeiros recebidos do Estado foram registadas no reconhecimento inicial, pelo
seu valor nominal, mais uma vez tendo em consideração o impacto da adopção desta norma na capitalização
do Banco e da sua consequente interferência na gestão da política monetária do país.

1.4 Novas Normas e Interpretações Aplicáveis ao Exer-


cício e Normas, Interpretações, Emendas e Revisões que
Irão Entrar em Vigor em Exercícios Futuros
A descrição das novas normas e interpretações encontra-se apresentada na nota 45.

1.5 Resumo das Principais Políticas Contabilísticas


Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras, descritos especifica-
mente ao longo do presente anexo, de uma forma geral o BNA utiliza na preparação das suas demonstrações financei-
ras os seguintes princípios contabilísticos e critérios valorimétricos:

1.5.1 Especialização de Exercícios


O Banco Nacional de Angola adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação às rubricas das
demonstrações financeiras. Desse modo, os proveitos e custos são reconhecidos em função do período de vigência das
operações, sendo registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento.

1.5.2 Transacções em Moeda Estrangeira


As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo ex-
pressas em Kwanzas.

As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multicurrency”, isto é, regista-
das nas respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para Kwanzas com base nas taxas de câmbio em vigor
na data em que ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são convertidos para Kwanzas
mediante a utilização da taxa de câmbio média publicada pelo Banco na data de relato financeiro.

Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais potenciais são registados numa rubrica específica de capital
próprio denominada “Diferenças de reavaliação cambial”, sendo as diferenças cambiais efectivamente realizadas,
quer sejam negativas ou positivas, registadas na demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem, nas res-
pectivas rubricas de “Perdas e ganhos associados a diferenças cambiais” (Notas 21 e 32).
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 95

1.5.3. Instrumentos Financeiros


a) Reconhecimento inicial

Os activos e passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor excepto para os
títulos recebidos para o cumprimento de reservas obrigatórias, sendo os custos directamente imputados à transacção
acrescidos ao valor de aquisição em balanço, excepto para os instrumentos financeiros ao justo valor através de resul-
tados, cujos custos de transacção são imediatamente reconhecidos em resultados.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago
para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

b) Classificação e mensuração de instrumentos financeiros

B.1) Activos financeiros

Os activos financeiros são reconhecidos na data da negociação (trade date), ou seja, na data em que o Banco se com-
promete a adquirir o activo e são classificados considerando a intenção que lhes está subjacente, de acordo com as
categorias descritas seguidamente:

- Activos financeiros ao justo valor através de resultados;

- Activos financeiros disponíveis para venda;

- Investimentos detidos até à maturidade.

A classificação e mensuração destes activos financeiros reflecte a intenção do Banco relativamente a cada investimento.

B.1.1) Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem:

- Títulos de rendimento fixo e variável que o Banco tenha optado, no seu reconhecimento inicial, por registar e
avaliar ao justo valor através de resultados;

- Instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo (incluindo os embutidos em activos);

- Outros.

Os activos financeiros classificados nesta categoria são registados ao justo valor, sendo as valias potenciais resultan-
tes da valorização subsequente registadas em resultados, na rubrica de “Resultados de activos e passivos avaliados
ao justo valor através de resultados”.

O Banco classifica nesta categoria as aplicações geridas por entidades externas. As fontes de valorização destes
investimentos têm por base a seguinte informação:

- Reportes realizados pelos gestores externos;

- Informação Financeira auditada relativa aos fundos de investimento;

- Valor de mercado, para os títulos cotados;

- Outra informação disponível, nomeadamente para investimentos ilíquidos.

O Banco não tem modelos internos de valorização dos instrumentos financeiros não cotados utilizando como referência
a informação acima mencionada, quando disponível.

O montante dos compromissos de capital remanescente, assumidos junto dos gestores externos, está registado numa
rubrica extrapatrimonial, sendo actualizado simultaneamente sempre que é paga uma chamada de capital e aumenta-
da a posição de investimento junto da entidade em questão.
96 • Relatório Anual e Contas • 2018

B.1.2). Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem títulos de rendimento fixo que não se encontrem classificados
como activos financeiros ao justo valor através de resultados ou como investimentos detidos até à maturidade.

Os activos financeiros disponíveis para venda são mensurados ao justo valor, sendo as variações reconhecidas direc-
tamente em capitais próprios na rubrica “Reservas de reavaliação de justo valor”, até à maturidade ou venda do título,
momento em que o ganho ou perda anteriormente reconhecido em capitais próprios é reconhecido em resultados.

Os títulos cedidos com acordo de recompra permanecem registados na carteira de títulos do Banco, sendo registados
na rubrica “Operações de venda com acordo de recompra”, adicionalmente são relevados em contas extrapatrimoniais.

Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou
desconto) são registados em resultados, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva em que os
activos financeiros disponíveis para venda estão com imparidade, considerando a situação dos mercados e a informa-
ção disponível sobre os emitentes.

De acordo com a IAS 39, a evidência objectiva que um activo financeiro disponível para venda se encontra com impa-
ridade inclui dados observáveis acerca dos seguintes eventos de perda:

- Dificuldades financeiras significativas do emitente;

- Incumprimento contratual do emitente em termos de reembolso de capital ou pagamento de juros;

- Probabilidade de falência do emitente;

- Desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades financeiras do


emitente.

Para além dos eventos referidos, o Banco considera como evidência objectiva de imparidade uma diminuição significa-
tiva e prolongada do justo valor dos activos financeiros.

Quando existe evidência objectiva de que um activo financeiro disponível para venda está com imparidade, a eventual
perda é registada em resultados após o desreconhecimento das menos valias potenciais reconhecidas em reservas de
reavaliação de justo valor.

As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo são revertidas através de resultados, sempre que
houver uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da impari-
dade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas. No caso de títulos
de rendimento fixo ou variável para os quais tenha sido reconhecida imparidade, posteriores variações negativas de
justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

B.1.3) Investimentos detidos até à maturidade

Os investimentos detidos até à maturidade incluem os activos financeiros com pagamentos fixados ou determináveis e
maturidade fixada relativamente aos quais tenha a intenção e capacidade de deter até ao seu vencimento.

Estes activos são inicialmente reconhecidos pelo seu justo valor. Em geral, o justo valor no momento inicial corres-
ponde ao valor de transacção e inclui proveitos e custos directamente atribuíveis à transacção. Posteriormente, os
investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro
efectiva e sujeito a testes de imparidade.

Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou
desconto) são registados em resultados, na rubrica “Juros e rendimentos similares”, de acordo com o método da taxa
de juro efectiva.

As obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos estão
sujeitas a actualização do valor nominal do título de acordo com a variação dos respectivos indexantes. Deste modo, o
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 97

resultado da referida actualização do valor nominal do título é reflectido na demonstração dos resultados do exercício
em que ocorre.

Quando existe evidência objectiva de que um investimento detido até à maturidade está com imparidade, a eventual
perda por imparidade corresponde à diferença entre a quantia escriturada do activo financeiro e o valor de actualização
dos fluxos de caixa futuros estimados (excluindo o efeito de eventos futuros), descontados à taxa de juro efectiva origi-
nal calculada no reconhecimento inicial, devendo a mesma ser registada por contrapartida de resultados.

Se num período subsequente o montante da perda diminui e essa diminuição puder ser objectivamente relacionada
com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados.

B.1.4) Activos financeiros concedidos ao Estado

No âmbito de reforço à tesouraria do Estado os activos financeiros concedidos ao Ministério das Finanças prevista na Lei
do Banco são reconhecidas em balanço pelo seu justo valor no momento inicial e, posteriormente, ao custo amortizado.

B.1.5) Aplicações em Instituições de crédito

São classificadas nesta rúbrica Investimentos Financeiros de curto prazo e com elevada liquidez em Instituições Fi-
nanceiras Internacionais. Estes activos são registados ao custo amortizado, sendo periodificados os respectivos juros.

B.1.6) Activos financeiros recebidos em aumento de capital

As obrigações do Tesouro Nacional recebidas no âmbito da realização do aumento de capital social do Banco são
reconhecidas em balanço ao justo valor.

B.1.7) Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações e política


monetária

Conforme previsto na Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode conceder empréstimos às instituições financei-
ras, empréstimos por um prazo não inferior a três meses. Os mesmos podem ser concedidos com dispensa de garantia,
desde que, na opinião do Conselho de Administração, estejam em causa exigências de liquidez da instituição de crédito
devedora e do interesse público.

Estes financiamentos são registados inicialmente pelo seu justo valor no momento inicial e, posteriormente, ao custo
amortizado.

A cada data de balanço o Conselho de Administração analisa os indícios objectivos de imparidade. O montante de per-
da por imparidade apurado é reconhecido directamente em resultados do exercício na rubrica “Perdas por imparidade
líquidas de reversão”.

B.2) Passivos financeiros

Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições, títulos emitidos pelo
Banco Central, outros instrumentos no âmbito da política monetária e financiamentos obtidos junto do Fundo Monetá-
rio Internacional (FMI).

Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, deduzido de custos directa-
mente atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado.

Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade é
reconhecida na demonstração dos resultados durante a vida do passivo através do método da taxa efectiva.

B.2.1) Notas e moedas em circulação

As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na rubrica de “Emissões de
notas e moedas”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos linearmente como gastos ao longo do período
de vida útil das notas e moedas, na rubrica “Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”, actualmente
estimada em 5 anos.
98 • Relatório Anual e Contas • 2018

B.2.2) Operações passivas de mercado aberto

Os fundos captados das instituições financeiras, decorrentes das operações de absorção de liquidez são registados na
rubrica de passivo “Responsabilidades para com instituições de crédito – Mercado monetário interbancário”, sendo os
respectivos juros a pagar reconhecidos à taxa efectiva durante a vigência do prazo das operações.

B.2.3) Fundo Monetário Internacional

O reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta instituição, que consideram
as características específicas das relações financeiras dos países membros com o Fundo.

As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas para Kwanzas à taxa
de câmbio à data de referência, sendo os activos e passivos registados separadamente. Adicionalmente, todas as
variações cambiais potenciais das posições junto do FMI são reconhecidas na rubrica de Capitais Próprios “Reserva de
reavaliação cambial”, ao invés dos juros e comissões pagas, decorrentes da relação mantida com esta entidade, que
são reconhecidos na demonstração dos resultados.

B.2.4) Reservas Bancárias

Parte das reservas bancárias do Banco encontram-se constituídas por depósitos de Instituições Financeiras Nacionais.
O Instrutivo nº10/2018 e Directiva 04/DSP/DRO/2018 prevê que os bancos comerciais podem constituir parte das
reservas obrigatórias com títulos em moeda estrangeira. Estes são registados pelo valor nominal, na linha de balanço
das reservas bancárias com reflexo na linha do balanço outros valores activos.

B.2.5) Conta Única do Tesouro

Estes passivos financeiros são inicialmente reconhecidos ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado. Esta
conta não tem remuneração associada.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 99

c) Métodos de valorização

Activos Métodos de avaliação / Fonte de informação

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito Custo Amortizado


Aplicações em instituições de crédito Custo Amortizado
Activos financeiros ao justo valor através de resultados Justo valor
Activos financeiros disponíveis para venda Justo valor
Fundo Monetário Internacional Custo Amortizado
Outros activos externos a receber Custo Amortizado
Investimentos detidos até à maturidade Custo amortizado
Activos financeiros recebidos no aumento de capital Justo valor
Investimentos em associadas e outras entidades Custo de aquisição
Operações de financiamento às instituições de
crédito relacionadas com operações de política monetária Custo Amortizado
Activos financeiros concedidos ao Estado   Custo Amortizado
Outros activos internos a receber   Custo Amortizado

Passivo Método de avaliação / Fonte de informação

Notas e moedas em circulação Valor facial


Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária Custo Amortizado
Fundo Monetário Internacional Custo Amortizado
Recursos de instituições financeiras Custo Amortizado
Operações de venda com acordo de recompra Custo amortizado
Responsabilidades internas para com outras entidades Custo Amortizado

c.1) Justo valor

Os instrumentos financeiros registados nas categorias de activos ou passivos financeiros ao justo valor através de
resultados e activos financeiros disponíveis para venda são valorizados pelo justo valor.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago
para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

c.2) Custo amortizado

Os instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor acrescido ou
deduzido de custos ou proveitos directamente atribuíveis à transacção. O reconhecimento dos juros é efectuado pelo
método da taxa efectiva.

Sempre que a estimativa de pagamentos ou cobranças associadas a instrumentos financeiros valorizados pelo seu
custo amortizado seja revista, o respectivo valor de balanço é ajustado por forma a reflectir os seus fluxos de caixa
revistos. O novo custo amortizado é apurado calculando o valor presente dos fluxos de caixa futuros revistos à taxa de
juro efectiva ajustada do instrumento financeiro. Este ajustamento no custo amortizado é reconhecido directamente na
demonstração dos resultados.
100 • Relatório Anual e Contas • 2018

d) Reclassificação de activos financeiros

De acordo com a IAS 39, é possível reclassificar activos financeiros classificados como activos financeiros ao justo valor
através de resultados ou disponíveis para venda para outras categorias de activos financeiros, se forem cumpridos
alguns requisitos, não sendo, sendo permitidas reclassificações para a categoria de activos financeiros ao justo valor
através de resultados.

A reclassificação para as categorias de investimentos detidos até à maturidade apenas é possível se o Banco tiver
intenção e capacidade para manter os activos até à sua maturidade ou num futuro previsível.

Reclassificações de Activos Financeiros Detidos até à Maturidade para Activos Financeiros Disponíveis para Venda são
permitidas desde que posteriormente o Banco não reconheça, durante 2 anos, nenhum activo financeiro nessa classe.

1.5.4. Ouro
O ouro é valorizado em Dólares dos Estados Unidos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de Nova Iorque. As
valias potenciais provenientes da valorização ao justo valor e da reavaliação cambial são registadas em contas dis-
tintas de “Reservas de reavaliação”. As valias efectivas são registadas na demonstração dos resultados, no momento
da alienação das posições de ouro detidas. As valias efectivas resultantes do justo valor são registadas nas rubricas
“Ganhos em activos não financeiros” ou “Perdas em activos não financeiros”, consoante se tratem de mais ou menos
valias, respectivamente. As valias efectivas resultantes da reavaliação cambial são registadas nas rubricas “Ganhos
associados a diferenças cambiais” ou “Perdas associadas a diferenças cambiais”, consoante se tratem de mais ou
menos valias, respectivamente.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva de impari-
dade, considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na reserva de
reavaliação de justo valor é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período, sendo que poste-
riores variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma alteração positiva
no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.

1.5.5. Participações financeiras


As participações financeiras são registadas ao custo de aquisição, sendo os recebimentos decorrentes das distribui-
ções de lucros reconhecidos em resultados.

Adicionalmente, são efectuados testes de imparidade em cada data de relato financeiro, de forma a avaliar a recupe-
rabilidade do investimento de acordo com o previsto na IAS 36 – Imparidade de activos, sendo registada imparidade
quando existem perdas de carácter permanente.

1.5.6. Activos tangíveis


Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, reavaliado ao abrigo do disposto no Decreto-Lei nº
6/96, de 26 de Janeiro, de modo a reflectir o efeito da depreciação da moeda nacional, sendo deduzido das respectivas
depreciações e perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas posterio-
res ao reconhecimento inicial, associadas ao seu uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos incorridos
com benfeitorias que permitam um acréscimo dos benefícios económicos futuros estimados inicialmente, bem como
um aumento da vida útil do bem, deverão ser capitalizados no valor do activo.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 101

As depreciações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida útil estimada,
correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:

Anos de vida útil


Imóveis 50
Equipamento:
Mobiliário e material 10
Máquinas e ferramentas 10
Equipamento informático 3 a 10
Instalações interiores 10
Material de transporte 3
Equipamento de segurança 3 a 10
Outro equipamento 10
Obras em imóveis arrendados 3a5

Os terrenos e o património artístico, detidos pelo Banco não são objecto de depreciação.

As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da sua utilidade
esperada ou do contrato de arrendamento.

Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos tangíveis, o
BNA realizará testes de imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu valor
recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos
resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas facturadas ao Banco, sendo transferido
para imobilizado firme quando começa a ser efectivamente utilizado, iniciando-se então a sua amortização.

1.5.7. Activos intangíveis


Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados utilizados no
desenvolvimento da actividade do Banco.

Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de depreciações e perdas por imparidade.
As depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do período de vida útil estimada dos
activos, o qual corresponde a um período de três anos. Anualmente é efectuada uma análise para apuramento de
eventuais perdas por imparidade.

Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos intangíveis,
o BNA realizará testes de Imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu
valor recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo
nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.
102 • Relatório Anual e Contas • 2018

1.5.8. Benefícios a colaboradores


a. Benefícios de curto prazo

Os benefícios de curto prazo tais como os salários, os subsídios de natal, férias e do 14 de Agosto são reflectidos em
resultados na rubrica de “Gastos com pessoal” no período a que respeitam, de acordo com o princípio da especializa-
ção de exercícios.

b. Benefícios pós-emprego

O Banco estabeleceu, em 2010, um plano de benefícios definidos, assegurando aos seus empregados, ou familiares
destes em caso de morte, o pagamento de pensões de reforma complementar, pensões de sobrevivência e subsídio
por morte. A esta data, este plano contempla apenas reformados e pensionistas, pelo que não terá novas adesões.

Na sequência da entrada em vigor da nova lei Geral do Trabalho relativamente ao artigo 262 - Compensação de reforma
o Conselho de Administração deliberou a 27 de Dezembro de 2016, a continuação deste benefício para todos os traba-
lhadores admitidos antes de 13 de Setembro de 2015.

Durante o exercício de 2015, mediante a publicação do despacho nº 335/15 de 27 de Outubro, foi constituído o fundo
de pensões dos trabalhadores do BNA, para cobrir o plano de contribuição definida, constituído no exercício de 2015.

O valor total das responsabilidades com pensões, subsídio por morte e compensação de reforma, por serviços passados
relativos ao plano de benefício definido é determinado por actuários independentes, utilizando o método do crédito
unitário projectado e registado integralmente na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros bene-
fícios”.

O valor total das responsabilidades com assistência médica e medicamentosa e com compensação de Natal é estimado
pelo Conselho de Administração, sendo reconhecido na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros
benefícios”.

O Banco assegura aos reformados e respectivo cônjuge através de um seguro de saúde o pagamento das despesas
com assistência médica e medicamentosa. Adicionalmente, o Banco oferece anualmente aos seus reformados uma
compensação de Natal.

O Conselho de Administração deliberou um aporte financeiro inicial sob a forma de contribuição extraordinária a cada
trabalhador que aderiu ao fundo de pensões, de forma proporcional ao tempo de serviço que cada um dedicou ao BNA,
desde a sua admissão no Banco, com a finalidade de estimular a adesão ao fundo de pensões, bem como retribuir
a contribuição dada por cada trabalhador ao desenvolvimento e consolidação da instituição. O montante do aporte
financeiro inicial foi calculado com base num estudo actuarial. Para as responsabilidades até a data de 13 de Setembro
de 2015.

1.5.9. Provisões e passivos contingentes


Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos passa-
dos relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e este possa ser determinado com fiabilidade.
O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a responsabilidade na
data do balanço. De acordo com o n.º 2 do artigo 5.º da Lei Orgânica do Banco, o Conselho de Administração pode criar
outras reservas e provisões destinadas a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que determinadas naturezas de
activos ou operações estejam particularmente sujeitas.

A rubrica “Provisão para riscos diversos” inclui provisões para cobrir potenciais responsabilidades de natureza especí-
fica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou outros compromissos, abertura de contingências relativas a
questões cambiais e outras responsabilidades ou contingências legais e fiscais.

Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes
são apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.

No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve sempre avaliar o risco sistémico a que o
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 103

sistema financeiro nacional está sujeito. Adicionalmente, tendo em consideração o contexto macroeconómico actual, a
supervisão do Banco Nacional tem-se revelado cada vez mais necessária junto do sistema financeiro.

Assim, de forma a espelhar nas demonstrações financeiras do BNA esta preocupação, dever-se-á registar uma provisão
do risco sistémico do sector financeiro. Nesse sentido, o seu apuramento assenta num modelo scoring que visa essen-
cialmente avaliar a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo o total
dos passivos financeiros, deduzido das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias. De salientar
que o scoring é efectuado tendo em consideração os seguintes riscos:

- Risco de Liquidez;

- Rácio de solvabilidade regulamentar;

- Concentração da carteira de crédito;

- Rácio de transformação; e

- Risco cambial.

1.5.10. Outros riscos regulamentares garantias prestadas


e compromissos irrevogáveis
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimo-
niais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos reconhecidos em resultados ao longo
do período de vida das operações.

1.5.11. Impostos
Considerando as alterações regulamentares em sede de Imposto de Consumo que ocorreram durante o exercício de
2014, através da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro de 2014, bem como as
alterações que já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional
de Angola encontra-se a analisar o enquadramento da isenção prevista no artigo 92.º da Lei n.º 16/2010, de 15 de
Julho à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Ate à presente data ainda não foram concluídos os trabalhos
de enquadramento, porém apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas. Verificou-se durante
o exercício de 2018, tal como no passado, o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de
mercadorias e de outros impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

1.5.12. Capital social


Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em que são subscritos
pelo valor nominal. O montante não realizado é registado numa rubrica de “Capital subscrito não realizado” e a diferen-
ça entre o justo valor das Obrigações de Tesouro recebidas, à data da sua realização, e o Valor Nominal é considerado
na rubrica “Desconto de emissão de capital” (Nota 20).

1.5.13. Reservas e resultados transitados


As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 89º da Lei Orgânica do
Banco e dividem-se entre (i) a reserva legal e (ii) outras reservas que o Conselho de Administração delibere.

Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar aplicação por
parte do Conselho de Administração.
104 • Relatório Anual e Contas • 2018

De acordo com o n.º 1, alínea c) do art.º 89 da Lei do BNA, o resultado do exercício, se positivo, deverá ser distribuído
ao Ministério das Finanças por via de dividendos em, pelo menos, 60%.

1.5.14. Demonstrações dos fluxos de caixa das operações


em moeda estrangeira
Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira, o Banco
considera como caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e todos os depósitos a
prazo, partes integrantes das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” (Nota 3) e “Aplicações em
instituições de crédito” (Nota 4).

1.5.15. PRINCIPAIS estimativas e incertezas associadas à


aplicação das políticas contabilísticas
Na preparação das demonstrações financeiras do Banco são utilizadas estimativas e valores futuros esperados. Estas
estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos, proveitos e custos, assim
como de passivos contingentes divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras do Ban-
co incluem as abaixo apresentadas.

a. Pensões de reforma e sobrevivência e compensação por reforma

As responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência e por compensação de reforma são estimadas tendo
por base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos. Estas estimativas incorporam um conjunto de pres-
supostos financeiros e actuariais, nomeadamente a taxa de desconto, tábuas de mortalidade, invalidez, crescimento
das pensões e dos salários, entre outros. Não obstante a Lei Geral do Trabalho de 7/15, de 15 de Junho que revoga a
Lei nº 2/2000, de 11 de Fevereiro, extinguir as responsabilidades com a compensação de reforma aos trabalhadores,
relativamente ao artigo 262 - Compensação de reforma o Conselho de Administração deliberou a 27 de Dezembro de
2016, a continuidade deste benefício para todos os trabalhadores admitidos antes de 13 de Setembro de 2015 confor-
me informação nº20 Pref.ª DRH/DIR/2016.

Os pressupostos adoptados correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração quanto ao comporta-


mento futuro das referidas variáveis.

b. Responsabilidades com subsídio de natal e assistência médica e medicamentosa dos


activos e reformados

As responsabilidades com subsídio de natal e assistência médica e medicamentosa dos activos e reformados são es-
timadas pelo Banco, tendo por base pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente a taxa de desconto, a taxa
de inflação, taxa de crescimento salarial e as tábuas de mortalidade.

O Banco considera que as responsabilidades registadas nas demonstrações financeiras reflectem de forma adequada
a melhor estimativa na data de balanço dos montantes a desembolsar.

c. Determinação de perdas por imparidade em activos financeiros disponíveis para venda

De acordo com os requisitos de valorização destes activos, as menos-valias resultantes da desvalorização do res-
pectivo valor de mercado são reconhecidas por contrapartida de reservas de reavaliação de justo valor. Sempre que
exista evidência objectiva de imparidade, as menos-valias acumuladas que tenham sido reconhecidas na reserva de
reavaliação de justo valor devem ser transferidas para custos do exercício.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 105

No caso de instrumentos de dívida classificados nesta categoria, as menos-valias são transferidas da reserva de
reavaliação para resultados sempre que existam indícios de que possa vir a ocorrer incumprimento dos fluxos de caixa
contratuais, nomeadamente, por dificuldades financeiras do emitente, existência de incumprimento de outras respon-
sabilidades financeiras, ou uma degradação significativa do rating do emitente.

d. Determinação de perdas por imparidade em Operações de financiamento às instituições


de crédito relacionadas com operações de política monetária

As perdas por imparidade sobre as operações às instituições de crédito relacionadas com operações de política mo-
netária têm em consideração critérios de prudência, tendo em vista a cobertura de riscos e contingências futuras. Os
pressupostos adoptados para a determinação das perdas de imparidade correspondem à melhor estimativa do Conse-
lho de Administração.

e. Determinação de perdas por imparidade em outros activos internos a receber

As perdas por imparidade sobre os saldos de outros activos internos a receber têm em consideração critérios de pru-
dência, tendo em vista a cobertura de riscos e contingências futuras. Os pressupostos adoptados para a determinação
das perdas de imparidade correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração na data de aprovação das
demonstrações financeiras.

f. Provisões para riscos diversos

A Lei do Banco Nacional de Angola prevê a existência de uma provisão para riscos diversos, cujos reforços e reposições
são efectuados directamente por contrapartida da demonstração de resultados. A provisão para riscos diversos tem
em vista a cobertura de outros riscos e contingências futuras, sendo os montantes apurados com base em critérios de
prudência para os outros elementos patrimoniais e extrapatrimoniais.

g. Provisões para risco sistémico do sector bancário

No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve avaliar o risco sistémico a que o sistema finan-
ceiro nacional está sujeito. A provisão para risco sistémico assenta num modelo de scoring que visa essencialmente
avaliar a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco considerando o total dos seus passivos financeiros
deduzido das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias.

h. Responsabilidades para o fundo habitacional e fundo social

De acordo com a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho artigo n.º 81.º e 82.º – Lei Orgânica do Banco Nacional de Angola, o BNA
pode adquirir ou construir imóveis, destinados a habitação própria dos seus trabalhadores, nos termos e condições
a estabelecer pelo Conselho de Administração. O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a
desembolsar para financiar investimentos imobiliários de cariz social na data do balanço, cujos termos e pressupostos
foram devidamente comunicados aos colaboradores do BNA abrangidos.

Adicionalmente, de acordo com o Regulamento do Fundo Social, aprovado pelo Despacho N.º 008/2014, de 31 de
Janeiro, anualmente é definido pelo Conselho de Administração um montante de recursos financeiros a afectar ao
Fundo Social, por altura da aprovação das contas do exercício do Banco, este é apurado de acordo com pressupostos
assumidos anualmente, atendendo ao contexto social na data de balanço, assim o montante da provisão corresponde
à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar esta responsabilidade na data do balanço.

i. Provisão para dívida dos empréstimos aos trabalhadores

No âmbito do seu papel de actuação social, o Banco Nacional de Angola concede empréstimos aos seus trabalhadores,
com a finalidade de aquisição de habitação. No fim de cada exercício, o BNA avalia a existência de imparidade associa-
da a estes créditos, com particular incidência nos empréstimos a reformados e a colaboradores falecidos.
106 • Relatório Anual e Contas • 2018

2. Ouro
A 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2018 2017 (reexpresso)


Oz (*) Montante Oz (*) Montante
592 901 234 495 592 901 128 165

(*) 1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o Banco detém 592,90 onças de ouro (Oz) a um preço médio de USD 1,68 mil, sendo
o seu valor de mercado nestas datas de USD 1,28 mil e USD 1,30 mil, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Diferenças de reavaliação de justo valor” em capital próprio referente
à posição do ouro, regista uma menos-valia potencial que ascende a Kz 75,81 mil milhões e Kz 38,67 mil milhões,
respectivamente (Nota 21).

O Banco não reconheceu perdas por imparidade do ouro no exercício de 2018, dado que face às análises de impa-
ridade realizadas durante o exercício de 2018 a perda potencial de 24% está abaixo do limite definido pela política
contabilística de perda potencial de 30%, isto é, o valor de mercado encontra-se acima de limite definido pela política
contabilística.

3. Caixa e disponibilidades em instituições de crédito


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2017
2018
(reexpresso)
No exterior
Depósitos à ordem 586 671 190 811
No país
Depósitos à ordem
Em moeda estrangeira 1 909 1 754
Em moeda nacional 232 123
Notas e moedas em caixa
Em moeda estrangeira 7 579 12 622
Em moeda nacional 14 17
9 734 14 516
596 405 205 326

Durante o exercício de 2018, a rubrica de “Depósitos à ordem no exterior “, registou um aumento de Kz 395,86 mil
milhões face a 31 de Dezembro de 2017. Este aumento é essencialmente explicado pela desmobilização de aplicações
geridas por entidades externas, vencimento das aplicações em depósitos a prazo, recebimentos em nome do Tesouro,
gerando assim um aumento nas disponibilidades junto de instituições financeiras estrangeiras.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 107

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os saldos apresentados na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em
moeda estrangeira” encontram-se maioritariamente denominados em Dólares dos Estados Unidos.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, fazem parte da rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em moeda nacio-
nal”, os meios físicos existentes nas tesourarias nas unidades de estrutura de Luanda e de cada uma das delegações
regionais, sendo o seu controlo efectuado regularmente por meio de inventários físicos.

4. Aplicações em instituições de crédito

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2017
2018
(reexpresso)
No exterior
Depósitos a prazo
Valor aplicado 1 444 282 934 978
Juros a receber 3 915 3 101
1 448 197 938 079

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a composição da rubrica “Depósitos a prazo – Valor aplicado” em termos de prazos
residuais até ao vencimento é a seguinte:
2018
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 735 769 439 428 114 407 154 678 1 444 282
735 769 439 428 114 407 154 678 1 444 282
2017 (reexpresso)
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 254 905 127 671 124 308 428 094 934 978
254 905 127 671 124 308 428 094 934 978

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA em
bancos internacionais, com prazos máximos até um ano e remuneradas a uma taxa média anual de 2,6% e 1,29%,
respectivamente.
108 • Relatório Anual e Contas • 2018

5. Outros activos financeiros


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica de instrumentos financeiros apresenta a seguinte composição:
2017
2018
(reexpresso)
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Instrumentos de dívida:
Dívida pública e corporate 212.114 501.119
Dívida estruturada com capital garantido 37.873 61.013
Instrumentos de capital:
Fundos de capital de risco 166.885 115.081
Sociedade de investimento imobiliário 177.366 89.927
Fundos de investimento alternativo (hedge funds ) 1.669 21.069
Outros instrumentos de capital 62 23.063
Depósitos e outros activos monetários 26.425 56.429
622.394 867.701
Activos financeiros disponíveis para venda
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros
Valor nominal 798.043 162.069
Variações de justo valor (Nota 21) 8.520 3.317
Prémio ou desconto (1.808) 231
Rendimentos a receber 3.774 1.385
Operações de venda com acordo de recompra
Valor nominal 1.461.382 798.924
Variações de justo valor (Nota 21) (18.756) (8.319)
Prémio ou desconto (6.619) (3.991)
Rendimentos a receber 4.409 2.034
Organismos financeiros internacionais
Valor nominal 48.683 11.077
Variações de justo valor (Nota 21) 178 68
Prémio ou desconto (571) 87
Rendimentos a receber 252 51
2.297.487 966.933

2.919.881 1.834.634
Activos internos
Investimentos detidos até à maturidade
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional - 381.313
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - 11.591
Perdas por imparidades - (1.907)
Obrigações em moeda estrangeira - 830
Rendimentos a receber - 2.833
Prémio ou desconto (243.179)
Obrigações do Tesouro recebidas em aumento de capital
Valor nominal - 174.440
Prémio ou desconto - (118.562)
Rendimentos a receber - -
- 207.359
Activos financeiros disponíveis para a venda
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional 1.027.443 -
Obrigações em moeda estrangeira 1.543 -
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 2 -
Variações de justo valor (Nota 21) (23.490) -
Prémio ou desconto (489.557) -
Rendimentos a receber 12.802 -
528.743 -
Obrigações do Tesouro recebidas em aumento de capital
Valor nominal 174.440 -
Variações de justo valor (Nota 21) (51.439) -
Prémio ou desconto (114.189) -
Rendimentos a receber - -
8.812 -

537.555 -

537.555 207.359

3.457.436 2.041.993
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 109

Em 31 de Dezembro de 2018, a rubrica de Balanço “activos financeiros ao justo valor através de resultados” no mon-
tante de 622,39 mil milhões de Kwanzas (31 de Dezembro de 2017: 867,70 mil milhões de Kwanzas) é composta por
dois portfólios de activos financeiros, um gerido por gestores externos e o outro gerido internamente, tendo este último
passado para gestão do Banco em Novembro de 2018, após a rescisão do contrato de gestão junto de um dos gestores
externos.

As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em fundos
de investimento alternativo junto de gestores externos, registadas em contas extrapatrimoniais – compromissos peran-
te terceiros não residentes, ascendem em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a aproximadamente Kz 24,26 mil milhões
e Kz 17,97 mil milhões, respectivamente (Nota 23).

As mais ou menos valias realizadas e potenciais destas aplicações são reflectidas na rubrica da demonstração de
resultados “Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (Nota 28).

Devido a deliberação do Conselho de Administração do BNA e tendo em consideração a política de Investimento, o


Banco durante o exercício de 2018 reduziu a carteira gerida por entidades externas, procedendo a venda destas car-
teiras.

Em 31 de Dezembro de 2018, o Banco tinha um montante de Kz 20,87 mil milhões que foram geridos por uma Entidade
Gestora externa. Estes recursos foram congelados por entidades externas competentes para o efeito.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a composição da rubrica “Ativos financeiros disponíveis para venda - Títulos de
dívida soberana estrangeira – Valor nominal” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2018
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 232 250 267 967 263 391 34 435 798 043
Operações de venda com acordo de recompra 400 418 617 986 412 118 30 861 1 461 382
Organismos financeiros internacionais - 48 683 - - 48 683
632 667 934 636 675 509 65 296 2 308 108

2017 (reexpresso)
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 46 607 57 123 14 420 43 918 162 069
Operações de venda com acordo de recompra 63 051 348 440 238 101 149 332 798 924
Organismos financeiros internacionais 8 296 - 2 781 - 11 077
117 954 405 564 255 302 193 250 972 070

Os resultados potenciais da valorização da carteira de activos financeiros disponíveis para venda - títulos de dívida
soberana estrangeira ao seu justo valor são reconhecidos nos Capitais Próprios na rubrica “Diferenças de reavaliação
de justo valor” (Nota 21). Os resultados realizados desta carteira, são registados em resultados do exercício.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média
anual de 2,4% e 2,2%, respectivamente.

A redução verificada na rubrica “Activos internos - Investimentos detidos até a maturidade” em 31 de Dezembro de
2018, resulta da reclassificação dos títulos para a categoria de “Activos financeiros disponíveis para a venda”.

Investimentos detidos até a Transferência para activos financeiros


maturidade em 01-01-2018 disponíveis para venda em 13 de Março de 2018

Custo Variação de
Obrigações do Tesouro Custo amortizado Justo Valor
amortizado justo valor

Obrigações em moeda nacional


Não reajustáveis 194.744 196.794 120.152 (76.641)
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 11.790 1 1 -
Obrigações em moeda estrangeira 824 1.067 1.077 10
207.359 197.862 121.230 (76.631)
110 • Relatório Anual e Contas • 2018

Durante o exercício de 2018, o BNA recebeu em pagamento de créditos de curto prazo concedidos ao Ministério das
Finanças, Obrigações do Tesouro com maturidade de 10 anos, e taxa de remuneração abaixo das emissões de títulos
com as mesmas características em mercado. Neste contexto, conforme previsto na IAS 39 – Instrumentos Financeiros,
o BNA registou no momento da reclassificação perdas reconhecidas na rubrica “Perdas por imparidade líquidas de
reversão” associadas a estes instrumentos no montante de Kz 259,2 mil milhões, correspondente à diferença entre os
valores da emissão e o justo valor à data da transferência.

As perdas financeiras nas obrigações do tesouro recebidas foram apuradas, no momento da transferência, com base
nos fluxos de caixa futuros contratuais, sendo que a taxa de actualização utilizada corresponde à média da taxa no-
minal de juro das últimas emissões de títulos do Tesouro, com prazos residuais equivalentes aos das emissões das
referidas obrigações.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a desagregação por prazos residuais do valor nominal das Obrigações do Tesouro
classificadas nas rubricas de “Activos financeiros disponíveis para venda”, “Investimentos detidos até à maturidade”
e de “Activos financeiros recebidos em aumento de capital” é a seguinte:

2018
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Activos financeiros disponíveis para a venda
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional - - 73 509 953 934 1 027 443
Obrigações em moeda estrangeira - - 1 543 - 1 543
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - - 2 - 2
Obrigações do Tesouro recebidas em aumento de capital - - - 174 440 174 440

2017 (reexpresso)
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Investimentos detidos até à maturidade
Obrigações do Tesouro 3 845 4 025 61 307 324 557 393 734
Obrigações do Tesouro recebidas em aumento de capital - - - 174 440 174 440

O Diferimento do prémio/desconto das Obrigações do Tesouro nacional são reconhecidas na rubrica da demonstração
dos resultados “Juros e rendimentos similares” (Nota 24).

As “Obrigações do Tesouro recebidas em aumento do capital” dizem respeito à Obrigações do Tesouro emitidas pelo
Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no exercício de 2011, tal como definido
na Lei n.º 16/10 de 15 de Junho, Lei do BNA. Estes títulos, com maturidade de 20 anos, caracterizam-se por não apre-
sentarem remuneração associada (taxa zero), situação que é contrária ao disposto na Lei Orgânica do BNA. Em 2018,
o Conselho de Administração do BNA alterou a política contabilística associada à contabilização destes títulos (ver
nota 40) passando a adoptar a IAS 39. O Banco apurou o justo valor dessas Obrigações do Tesouro, tendo registado
na rubrica do capital próprio denominada “Desconto de emissão de capital”, a diferença entre o justo valor e o valor
nominal na data de emissão (Nota 20).

31-12-2018
Justo valor Desconto de
Data de Valor Custo Prémio ou Variação de
na data de emissão de Justo valor
emissão nominal amortizado desconto justo valor
emissão capital
Obrigações do Tesouro recebidas em aumento do capital social
AOTNR2021U12 21-06-2012 95 000 21 327 (73 673) 5 417 34 727 (60 273) (29 310)
AOTNR2013U13 13-06-2013 48 150 10 810 (37 340) 2 231 16 362 (31 788) (14 131)
AOTNR2025U14 25-06-2014 31 290 6 403 (24 887) 1 164 9 162 (22 128) (7 998)
174 440 38 540 (135 900) 8 812 60 251 (114 189) (51 439)
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 111

6. Fundo monetário internacional


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm
a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Activos sobre o exterior
Quota FMI 240 483 168 351
Direitos de saque especiais (DSE) 73 065 52 006
313 548 220 357
Responsabilidades externas
Contas nº1 / nº2 166 162 105 093
Atribuição de direitos de saque especiais (DSE) 88 869 62 176
Conta títulos 37 439 37 439
FMI Reserva de tranche 36 916 25 844
329 386 230 551

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Activos sobre o exterior – Quota FMI” da República de Angola, é equi-
valente a DSE 740,1 milhões (Kz 240,48 mil milhões e Kz 168,35 mil milhões), respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o saldo das rubricas “Responsabilidades externas – Contas n.º 1 / n.º 2 e conta
de títulos”, é equivalente a DSE 627,1 milhões (Kz 203,60 mil milhões) e DSE 625, 7 milhões (Kz 142,53 mil milhões),
respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a taxa de câmbio de 1 DSE para Kz corresponde a aproximadamente 324,93 e
227,47, respectivamente.

7. Outros activos internos e externos a receber


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
No exterior
Valor a receber - Mais Financial - 82 962
- 82 962
No interior

Valor a receber de instituições financeiras 256 963 256 963


Imparidade - Valor a receber (256 963) (256 963)
Valor a receber de entidades não financeiras 25 009 35 460
Imparidade - Devedores diversos (12 903) (35 460)
12 106 -

Em Março de 2018, a entidade “Mais Financial” devolveu o montante de USD 500 milhões, que representava em 31
de Dezembro de 2017, direitos do BNA junto daquela Instituição internacional, no montante de Kz 82,96 mil milhões.

Em 31 de Dezembro de 2018, o saldo apresentado na rubrica “Valor a receber de instituições financeiras /Grupo ENSA”
corresponde ao valor referente à transferência da posição contratual, mediante “Acordo de Pagamento” celebrado
entre o Grupo ENSA – Investimentos e Participações, S.A. e uma Instituição Financeira no valor total de Kz 256,96,
mil milhões, para liquidação dos valores em dívida referentes às operações de redesconto. Considerando que não se
verificaram até à presente data quaisquer pagamentos da parte do Grupo ENSA e por não existir até a data uma relação
directa entre o BNA e o Grupo ENSA na recuperabilidade destes activos, a Administração do BNA entendeu, de forma
prudente, manter a perda por imparidade registada em 2017 sobre a totalidade do valor.
112 • Relatório Anual e Contas • 2018

Adicionalmente, em 31 de Dezembro de 2018, os saldos registados na rúbrica “Valores a receber de entidades não
financeiras” incluem os valores pagos no âmbito de contratos que foram celebrados para a aquisição de activos fixos
tangíveis, bem como para a prestação de um conjunto de serviços que apresentaram indícios de irregularidades,
designadamente por não ter sido comprovada a aquisição de bens ou contrapartida de serviço. Os valores registados
decompõem-se como se segue:

2017
2018
(reexpresso)
Valor a receber de entidades não financeiras
Fornecedores de activos fixos tangíveis 19 716 21 702
Prestadores de serviços 5 293 13 759

Imparidade - Devedores diversos (12 903) (35 460)-


12 106 -

Em Junho de 2018, a entidade “Mais Financial”, devolveu o montante de EUR 25 milhões (Kz 4,61 mil milhões), que
representava em 31 de Dezembro de 2017, direitos do BNA junto daquela Instituição internacional registado na rubrica
“Prestadores de serviços”, pelo que foi revertida a imparidade no mesmo valor.

Adicionalmente, durante o exercício de 2018, o BNA recuperou o montante de Kz 1,60 mil milhões das empresas, “Fi-
gueres Trading Corp” e “Urbanova”, para o qual foi revertida a perda por imparidade registada em 31 de Dezembro de
2017, no mesmo montante. Adicionalmente, o BNA tem vindo a efectuar acções de negociação com os fornecedores,
no sentido de avaliar a possibilidade de recuperar os valores pagos, tendo sido possível reverter perdas por imparidade
no montante de Kz 16,35 mil milhões.

8. Operações às instituições de crédito relacionadas com


operações de política monetária

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Mercado monetário interbancário
Títulos afectos para cumprimento de RO-ME 538.989 240.467
Operações de redesconto
Valor cedido 257.178 201.602
Perdas por imparidade (93.168) (40.457)
Juros a receber 1.614 3.955
Operações ocasionais de cedência de liquidez
Valor aplicado - 98.070
Juros a receber - 973
Facilidades de cedência de liquidez - Overnight
Valor aplicado 42.554 74.213
Juros a receber 794 -
Cedência de liquidez
Valor cedido 11.575 84.327
Perdas por imparidade (6.575) (43.902)
752.961 619.247

A rubrica “Títulos afectos para cumprimento de RO-ME” corresponde a Obrigações do Tesouro entregues pelos bancos
comerciais com o valor nominal no montante de USD 1,75 mil milhões, para cumprimento de reservas obrigatórias em
moeda estrangeira, de acordo com o previsto no Instrutivo nº 10/2018 e na Directiva n.º 04/DSP/DRO/2018, estando de
igual modo contabilizadas na rubrica “Reservas bancárias” (Nota 14), que se encontram registadas pelo valor apurado
pelo Departamento de Sistemas de Pagamentos (DSP). Esta rubrica registou uma variação decorrente da inclusão de
mais uma instituição financeira e pelo efeito da depreciação do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos da América
em cerca de 46,23%.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 113

As operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, e são
concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante solicitação formal da instituição financeira, nos termos regulamen-
tares. Sendo realizadas com o compromisso de recompra dos activos dados em garantia.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Operações de redesconto” apresenta a seguinte distribuição por insti-
tuição financeira:

2018 2017 (reexpresso)


Valor Rendimentos Imparidade Valor líquido Rendimentos Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido
cedido a receber Acumulada de Balanço a receber Acumulada de Balanço

Banco de Poupança e Crédito 230 600 1 614 (66 590) 165 624 163 602 921 (15 365) 149 158
Banco Angolano de Negócios e Comércio 26 578 - (26 578) - 23 000 2 122 (25 092) 30
Banco Millennium Atlântico - - - - 15 000 912 - 15 912
257 178 1 614 (93 168) 165 624 201 602 3 955 (40 457) 165 100

Em 31 de Dezembro de 2018, as operações de redesconto contratadas pelo “Banco Angolano de Negócios e Comércio”,
apresentam prazos superiores à maturidade de três meses, situação que incumpre com o definido na Lei do BNA (Lei
n.º 16/10 de 15 de Julho).

O Conselho de Administração, com base em informações recolhidas e tendo também em consideração a estimativa de
justo valor dos colaterais obtidos, com valor nominal de Kz 253,78 mil milhões apresenta a 31 de Dezembro de 2018,
perdas por imparidade no valor de Kz 93,17 mil milhões de Kwanzas, representando cerca de 36% da exposição total.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta a seguinte
distribuição:

2018 2017 (reexpresso)


Rendimentos Valor líquido Rendimentos Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
a receber de Balanço a receber de Balanço

Banco de Fomento Angolano - - - 52 509 525 53 034


Banco Sol - - - 28 003 294 28 297
Banco BIC - - - 11 396 96 11 492
Banco Keve - - - 6 162 58 6 221
- - - 98 070 973 99 043

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Facilidade de Cedência de Liquidez – depósitos Overnight” apresenta
a seguinte distribuição:

2018 2017 (reexpresso)


Rendimentos Valor líquido Rendimentos Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
a receber de Balanço a receber de Balanço

Banco de Poupança e Crédito 42 554 794 43 348 67 000 - 67 000


Banco Sol - - - 7 213 - 7 213
42 554 794 43 348 74 213 - 74 213

Os depósitos overnight são disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola, sendo executados por iniciativa directa
das instituições financeiras bancárias e são remunerados a uma taxa de 16,5%.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Cedência de liquidez” corresponde a operações de cedência de liquidez
em moeda estrangeira a instituições financeiras nacionais para servir de colateral na abertura de cartas de crédito
para operações de importação de bens alimentares. Verificou-se no exercício de 2018, liquidações regulares, pelo que
em 31 de Dezembro de 2018, o saldo desta rubrica corresponde ao valor em dívida de uma instituição financeira, para
o qual existe um plano de amortização, que se encontra previsto o seu término para o primeiro semestre de 2019. A
reversão de imparidade no montante de Kz 37,33 mil milhões foi suportada pelas liquidações realizadas durante 2018
e no primeiro trimestre de 2019.

No final do exercício de 2018 mantém-se o financiamento a uma instituição de crédito relacionada com operações de
política monetária, que não se encontram totalmente cobertas através de colaterais. Por esta razão, e atendendo a que
estas operações têm prazos específicos que não foram totalmente cumpridos, o Banco optou por uma abordagem mais
conservadora, tendo em consideração a cobertura de riscos e contingências futuras.
114 • Relatório Anual e Contas • 2018

9. Activos financeiros concedidos ao Estado


Nos termos da Lei n.º 16/10 de 15 de Julho, o BNA pode conceder ao Estado um crédito em conta corrente até ao limite
equivalente 10% das receitas correntes cobradas no último ano, sendo que o valor da conta corrente deve ser liquidado
até 31 de Dezembro do ano a que respeite e os respectivos juros.

Em 31 de Dezembro de 2018, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Activos financeiros concedidos ao Estado 154 993 377 396
154 993 377 396

Em 31 de Dezembro de 2018, a rubrica “Activos financeiros concedidos ao Estado” inclui o financiamento obtido junto
da Gemcorp, pelo montante total de USD 500 milhões, repassado ao Ministério das Finanças (MINFIN). O acordo de
repasse de dívida previa uma taxa de juro anual de 2,6% e o reembolso de acordo com o contrato original entre o BNA e
a GemCorp, ou seja, pelo pagamento dos juros em 3 anos e o capital em dívida no final. Em 2017, o BNA renegociou as
condições de pagamento com a GemCorp, alterando deste modo a taxa de juro anual para 3% e o prazo de reembolso
para Maio de 2021. Esta alteração foi repassada ao Ministério das Finanças (ver nota 16).

Em Abril e Dezembro de 2018, o Ministério das Finanças liquidou a conta corrente com a emissão de duas Obrigações
do Tesouro Nacional no valor de kz 291,90 mil milhões e 354,23 mil milhões com taxa de juro de cupão de 12,5% e
12,0%, respectivamente e maturidade de 10 anos. Estes títulos encontram-se registados na carteira de activos finan-
ceiros disponíveis para venda.

10. Investimentos em associadas e outras entidades


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
No país
EMIS, SARL 731 1 425
731 1 425

Capital por realizar - (853)


- (853)

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o BNA detém uma participação de 18% e 35%, respectivamente, do capital Social
da EMIS – Empresa Interbancária de Serviços S.A., registada ao custo de aquisição, cujo objectivo social é a gestão da
rede Multicaixa e a consolidação do sistema de pagamentos de retalho de Angola. Conforme estabelecido no mandato
que autoriza esta participação social, o BNA tem vindo a reduzir a sua participação, tendo passado de uma participação
maioritária de 35% para os actuais 18%.

Adicionalmente, por forma a reduzir a participação, em Novembro de 2018, foi assinado o “Acordo Parassocial” entre
o BNA, EMIS e os bancos comerciais que detêm acções na EMIS, que prevê a transferência dos 35% de acções do
BNA na EMIS em duas fases, designadamente, i) 17% em 31 de Dezembro de 2018 e ii) os restantes 18% em 31 de
Dezembro de 2020. Em 31 de Dezembro de 2018, o BNA transferiu 17% do capital social do BNA na EMIS, sendo as
valias registadas na rubrica “Resultados de investimentos em associadas e outras entidades” (Nota 31).
11. Activos tangíveis e intangíveis
Os movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de 2018 e 2017 foram os seguintes:
Saldos em 31-12-2017 (reexpresso) Movimentos decorridos no exercício de 2018 Saldos em 31-12-2018
Abates
Reversão ou
Valor Amortizações Valor Amortizações do Valor Valor Amortizações Valor
Imparidade Aquisições (Amortizações) (reforço) de perdas Transferências Imparidade
bruto acumuladas líquido exercício Bruto bruto acumuladas líquido
por imparidade
Activos tangíveis
Imóveis 30.038 (6.030) (2.205) 21.804 525 259 (8.028) 228 2.130 - 22.535 (5.543) (75) 16.917
Equipamento 16.949 (5.688) - 11.261 2.825 (2.524) - - - - 19.774 (8.212) - 11.562
Património artístico 66 - - 66 - - - - - - 66 - - 66
Activos tangíveis em curso 16.585 - - 16.585 4.787 - - - - - 21.372 - - 21.372
63.639 (11.718) (2.205) 49.716 8.137 (2.265) (8.028) 228 2.130 - 63.747 (13.755) (75) 49.917
Activos intangíveis
Software 4.390 (3.039) 552 1.902 298 (924) - - - - 4.688 (3.963) - 725
68.029 (14.757) (1.653) 51.618 8.435 (3.189) (8.028) 228 2.130 - 68.435 (17.718) (75) 50.642

Saldos em 31-12-2016 Movimentos decorridos no exercício de 2017 Saldos em 31-12-2017 (reexpresso)


Abates
Valor Amortizações Valor Amortizações do Valor Perdas por Valor Amortizações Valor
Imparidade Aquisições (Amortizações) Transferências Imparidade
bruto acumuladas líquido exercício Bruto imparidade bruto acumuladas líquido
Activos tangíveis
Imóveis 28.677 (5.358) - 23.319 6.572 (760) (5.318) 89 (2.205) 107 30.038 (6.030) (2.205) 21.804
Equipamento 8.110 (4.101) - 4.009 11.974 (2.003) (3.135) 416 - - 16.949 (5.688) - 11.261
Património artístico 52 0 - 52 14 - - - - - 66 - - 66
Activos tangíveis em curso 7.966 - - 7.966 12.016 - (3.289) - - (107) 16.585 - - 16.585
44.805 (9.459) 35.345 35.345 30.576 (2.763) (11.742) 504 (2.205) - 63.639 (11.718) (2.205) 49.716

Activos intangíveis
Software 4.820 (2.991) - 1.829 4.940 (600) (5.370) 552 552 - 4.390 (3.039) - 1.351
49.625 (12.451) 35.345 37.175 35.516 (3.363) (17.112) 1.056 (1.653) - 68.029 (14.757) (2.205) 51.067
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 115
116 • Relatório Anual e Contas • 2018

Durante o exercício de 2018, foi possível reverter perdas por imparidade no montante de Kz 2,13 mil milhões, pelo
que em 31 de Dezembro de 2018 o total de perdas por imparidade sobre activos tangíveis (imóveis), corresponde ao
montante de Kz 75 milhões considerando que ainda se encontra em curso o processo de legalização de um conjunto
de activos imobiliários.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso, por
delegação:

2017
2018
(reexpresso)
Luanda 16 059 12 980
Moxico 2 646 1 532
Huambo 1 267 1 113
Kuando Kubango 645 580
Huila 397 224
Cabinda 276 156
Benguela 82 -
21 372 16 585

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o saldo da rubrica “Luanda” inclui, essencialmente as obras em curso do edifício
sede.

Em 31 de Dezembro de 2018, o aumento verificado nas rubricas “Moxico” e “Huambo” é explicado essencialmente pela
reabilitação do edifício destas delegações regionais.

12. Outros valores activos


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)

Devedores e outras aplicações


Pessoal 23 628 22 949
Adiantamentos a fornecedores 5 401 520
Devedores diversos 1 646 16
Despesas com encargo diferido
Emissões de notas e moedas 11 280 9 327
Fornecimentos e serviços de terceiros 21 84
Outros activos
Depósitos de transgressões cambiais 7 757 4 498
Economato 2 358 2 527
Contas de regularização 141 923
52 232 40 844
Imparidade - Pessoal (12 251) (11 808)
39 981 29 036

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado
da seguinte forma:

2017
2018
(reexpresso)
Empréstimos aos empregados 7 221 6 157
Projectos habitacionais 11 175 11 343
Compra da dívida dos trabalhadores 4 700 5 091
Fundo social 532 358
Imparidade (12 251) (11 808)

11 377 11 141
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 117

No âmbito da política social vigente no BNA e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho
de Administração decidiu adquirir lotes de habitações para atribuição aos seus colaboradores na modalidade de renda
resolúvel. Neste contexto, o saldo das rubricas “Empréstimos aos empregados” e “Projectos habitacionais” representa
o montante em dívida não subsidiado pelo BNA que se encontra a ser reembolsado pelos trabalhadores.

A rubrica “Compra da dívida dos trabalhadores” corresponde à compra da dívida dos trabalhadores junto das institui-
ções financeiras bancárias, que se encontra a ser amortizado periodicamente pelos trabalhadores a favor do Banco.
Adicionalmente o Banco, tendo em atenção alguns pressupostos relacionados com a recuperabilidade de alguns sal-
dos, tem vindo a registar perdas por imparidade, que em 31 de Dezembro de 2018 corresponde ao montante de Kz 3,94
mil milhões.

A rubrica “Fundo social” diz respeito ao montante a receber referente a ajudas extraordinárias concedidas pelo Banco
aos seus colaboradores para pagamento de despesas pontuais de cariz pessoal. Estes valores são posteriormente
cobrados aos respectivos beneficiários, no decorrer do processamento salarial.

A rubrica “Devedores e outras aplicações – Adiantamentos a fornecedores” corresponde integralmente aos montantes
adiantados à empresa produtora de notas e moedas nacionais.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta o
seguinte detalhe:

2017
2018
(reexpresso)
Outros valores a receber do MinFin 1 444 -
Por transmissão de acções a EMIS 183 -
Cauções a receber 17 17
Valores repatriados Banco Namíbia 2 -
1 646 17

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o saldo da rubrica “Despesas com encargo diferido - Emissões de notas e moe-
das” corresponde as despesas associadas à produção de notas e moedas de Kwanza. Os custos incorridos com a sua
produção são inicialmente registados nesta rubrica e reconhecidos linearmente em resultados, ao longo do período de
vida útil das mesmas, actualmente estimado em 5 anos.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, as despesas com produção de notas e moedas apresentam a seguinte distribuição:

2017
2018
(reexpresso)
Notas 10 453 8 396
Moedas 827 931
11 280 9 327

Nos exercícios de 2018 e 2017, foram reconhecidos custos relativos à emissão de notas e moedas nos montantes de
Kz 2,89 mil milhões e Kz 3,17 mil milhões (ver nota 33).

13 – Notas e moedas em circulação


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresentava a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Emissão monetária
Notas emitidas 699 348 719 288
Moedas emitidas 9 491 6 794
Notas e moedas para circulação
Notas (208 915) (197 312)
Moedas (1 534) (1 052)
498 390 527 717
118 • Relatório Anual e Contas • 2018

Esta rubrica representa a emissão de notas e moedas que o Banco Nacional de Angola colocou no mercado como
instrumento de facilitação das transacções comerciais do país, deduzido dos valores faciais que o BNA detém e que
aguardam a entrada em circulação no mercado.

Os custos associados à depreciação anual das notas estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos – Despesas
com encargo diferido” (Nota 12), os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após entrada em
circulação, ao longo da vida útil estimada das notas, estabelecido actualmente em 5 anos.

14 – Responsabilidades para com instituições de crédito


nacionais relacionadas com operações de política mo-
netária
Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Reservas bancárias
Em moeda nacional
Reserva líquida 799 276 925 641
Em moeda estrangeira
Títulos 538 989 240 466
Reserva líquida 410 932 166 861
1 749 197 1 332 969
Mercado monetário interbancário
Operações ocasionais de absorção de liquidez
Valor absorvido 87 516 66 240
Encargos a pagar 365 57
87 881 66 297
1 837 078 1 399 265

A rubrica “Reservas bancárias” líquidas representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira efectuados
pelas instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas aos níveis mínimos
de reservas obrigatórias definidos pelo Banco Central, as quais não são remunerados.

Em 31 de Dezembro de 2018, de acordo ao Instrutivo n.º 10/2018 conjugado com a Directiva n.º 04/DSP/DRO/2018, que
revoga o instrutivo n.º 6/2017, também são elegíveis para o cumprimento das reservas obrigatórias em ME, Obrigações
do Tesouro em ME pertencentes a carteira própria registada no SIGMA, emitidas a partir de 2015. Estes títulos (OT’s
em moeda estrangeira) estão de igual modo contabilizados ao valor nominal na rúbrica “Operações às instituições de
crédito relacionadas com operações de política monetária” (Nota 8).

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o coeficiente considerado para o apuramento das reservas bancárias em moeda
nacional ascende a 17% e 21%, respectivamente, sobre a base de incidência.

A rubrica “Mercado monetário interbancário” inclui todas as operações ocasionais de absorção de liquidez realizadas
em moeda nacional, destinadas a gerir a liquidez do sistema bancário nacional.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de absor-
ção de liquidez” em mercado aberto apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira:
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 119

2018 2017 (reexpresso)


Valor Encargos a Valor Encargos a
Instituição financeira Total Total
absorvido pagar absorvido pagar
Banco de Fomento de Angola 45 500 223 45 723 33 000 2 33 002
Banco Angolano de Investimentos 21 000 114 21 114 25 000 20 25 020
Banco Internacional de Crédito 10 000 5 10 005 - - -
Standard Chartered Bank de Angola 6 600 17 6 617 2 000 16 2 016
Banco Postal, S.A 1 793 3 1 796 1 450 4 1 454
Banco Regional do Keve 1 500 0 1 500 1 900 5 1 905
Banco Kwanza Invest 600 1 601 1 600 7 1 607
Banco de Negócios Internacional 523 3 526 - - -
Banco Comercial Angolano - - - 1 090 1 1 091
Banco Pungo Andongo - - - 200 1 201
87 516 365 87 881 66 240 57 66 297

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez – Valor
absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2018
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 mês a 3 meses Total
Banco Fomento de Angola 30.000 15.500 45.500
Banco Angolano de Investimentos 16.000 5.000 21.000
Banco Internacional de Crédito 10.000 - 10.000
Standard Chartered Bank de Angola 6.600 - 6.600
Banco Postal, S.A 1.611 182 1.793
Banco Regional Keve 1.500 - 1.500
Banco Kwanza Invest 600 - 600
Banco de Negócios Internacional 523 - 523
66.834 20.682 87.516

2017 (reexpresso)
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 mês a 3 meses Total
Banco Fomento de Angola 33.000 - 33.000
Banco Angolano de Investimentos 25.000 - 25.000
Standard Chartered Bank de Angola 1.000 1.000 2.000
Banco Regional Keve 1.900 - 1.900
Banco Kwanza Invest 1.600 - 1.600
Banco Postal, S.A 1.450 - 1.450
Banco Comercial Angolano 1.090 - 1.090
Banco Pungo Andongo 200 - 200
65.240 1.000 66.240
Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a taxa média de remuneração das “Operações ocasionais de absorção de liquidez”
é de 8,6% e 10%, respectivamente.
120 • Relatório Anual e Contas • 2018

15. Responsabilidades internas para com outras entidades


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 1 306 844 848 371
Em moeda nacional 202 803 173 865
Valores a devolver a CUT 4 173 4 173
1 513 820 1 026 409

Outras responsabilidades 26 84

A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das
Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro deposita, entre outras receitas, as resul-
tantes dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta conta apesar de
prevista no protocolo nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do Banco que a referida
remuneração referente ao exercício de 2018 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que o protocolo ainda se
encontra em revisão.

Em 31 de Dezembro de 2018, a variação do saldo da rubrica “Conta Única do Tesouro” é explicada por três efeitos,
designadamente, i) pela diminuição das disponibilidades em moeda estrangeira devido aos diversos pagamentos efec-
tuados por instrução do Tesouro, ii) pela depreciação do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos em cerca de 46,23%
e iii) pelo aumento das disponibilidades em moeda nacional.

Em 31 de Dezembro de 2018, o saldo da rubrica “Outras responsabilidades” corresponde ao valor em dívida referente
ao contracto de leasing financeiro celebrado com uma instituição financeira, em Agosto de 2015, para aquisição de
viaturas ligeiras, faltando assim 3 prestações, estando previsto o seu término para 20 de Agosto de 2019, de acordo
com o plano financeiro.

16 – Recursos de instituições financeiras


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2018 2017 (reexpresso)
Financiamento Encargos a Financiamento Encargos a
Operações Total Total
Obtido pagar Obtido pagar
Operações de venda com acordo de recompra 1 388 732 9 182 1 397 914 746 658 6 340 752 998
Descobertos bancários - - - 17 336 - 17 336
1 388 732 9 182 1 397 914 763 994 6 340 770 334

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Operações de venda com acordo de recompra” apresenta a seguinte
composição:
2018 2017 (reexpresso)
Instituição Financiamento Encargos a Financiamento Encargos a
Total Total
financeira Obtido pagar Obtido pagar

GemCorp 771 518 7 095 778 613 414 810 2 699 417 509
ICBC Standard Bank 617 214 2 087 619 301 331 848 3 641 335 489
1 388 732 9 182 1 397 914 746 658 6 340 752 998
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 121

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Operações de venda com acordo de recompra” diz respeito a financia-
mentos obtidos junto de duas entidades externas, a GemCorp e a ICBC Standard Bank, pelo montante total de USD
4,50 mil milhões (Kz 1,39 biliões), tendo sido cedidos como garantias títulos de dívida soberana estrangeira registados
em balanço na categoria de activos financeiros disponíveis para venda, que ascende a USD 4,82 mil milhões (Kz 1,44
biliões) em 31 de Dezembro de 2018 (Nota 5). Deste financiamento, foi repassado ao Ministério das Finanças (MINFIN)
o montante total de USD 500 milhões, registado na rubrica “Activos financeiros concedidos ao Estado” (ver nota 9).

2018

Data de Periodicidade
Data de inicio Taxa de Financiamento Acrescimo de Acrescimo de Valor a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade de pagamento
(Desembolso) juros MN juros ME juros MN MN
(reembolso) de juros
GEMCORP 500 USD 05-07-2017 05-07-2019 Anual 2,35% 154 304 6 1 803 156 106
GEMCORP 500 USD 05-09-2017 02-06-2020 Anual 2,54% 154 304 4 1 285 155 588
GEMCORP 500 USD 03-11-2017 04-05-2021 Anual 3,00% 154 304 2 720 155 024
GEMCORP 1 000 USD 01-12-2017 01-12-2022 Trimestral 3,25% 308 607 11 3 288 311 895
ICBC 1 000 USD 27-01-2017 27-10-2021 Trimestral 2,70% 308 607 5 1 504 310 111
ICBC 1 000 USD 09-12-2017 09-12-2021 Trimestral 3,09% 308 607 2 583 309 190
4 500 1 388 732 30 9 182 1 397 914

2017
(reexpresso)

Data de Periodicidade
Data de inicio Taxa de Financiamento Acrescimo de Acrescimo de Valor a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade de pagamento
(Desembolso) juros MN juros ME juros MN MN
(reembolso) de juros
GEMCORP 500 USD 05-07-2017 05-07-2019 Anual 2,35% 82 962 7 1 179 84 141
GEMCORP 500 USD 05-09-2017 02-06-2020 Anual 2,54% 82 962 4 677 83 639
GEMCORP 500 USD 03-11-2017 04-05-2021 Anual 2,60% 82 962 2 393 83 355
GEMCORP 1 000 USD 01-12-2017 01-12-2022 Trimestral 3,25% 165 924 3 449 166 373
ICBC 1 000 USD 27-01-2017 27-10-2021 Trimestral 2,70% 165 924 20 3 328 169 252
ICBC 1 000 USD 09-12-2017 09-12-2021 Trimestral 3,09% 165 924 2 313 166 237
4 500 746 658 38 6 340 752 998

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a taxa média de remuneração das “Operações de venda com acordo de recompra”
é de 2,89% e 2,76%, respectivamente.

17 – Responsabilidades com pensões e outros benefícios


Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos
reformados e à população activa do Banco elegível ascende a:

2017
Tipo de plano 2018
(reexpresso)
Reformados
Pensões de reforma e sobrevivência Benefício definido 197 770 124 314
Assistência médica e medicamentosa Benefício definido 66 548 16 299
Compensação de Natal Benefício definido 6 946 6 088
Subsídio por morte Benefício definido 5 369 2 622
Trabalhadores no activo
Pensões de reforma e sobrevivência Contribuição definida 59 321 55 081
Compensação de reforma Benefício definido 5 378 6 395
Compensação de Natal Benefício definido 4 834 3 037
346 166 213 835

O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, presta-
ções pecuniárias a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevi-
vência. Neste sentido, as responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões que o Conselho
de Administração decidiu constituir a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das responsabilidades
com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos seus colaboradores,
com base num plano de benefícios definidos.

Durante o exercício de 2015, foi constituído o fundo de pensões dos trabalhadores do BNA, mediante a publicação
do Despacho n.º 335/15 de 27 de Outubro. As contribuições para o fundo de pensões tiveram início a 1 de Janeiro de
2016, sendo que o Conselho de Administração deliberou um aporte financeiro inicial sob a forma de contribuição ex-
traordinária a cada trabalhador que aderiu ao plano de pensões, de forma proporcional ao tempo de serviço no Banco,
122 • Relatório Anual e Contas • 2018

desde a sua admissão, com a finalidade de estimular a adesão ao fundo de pensões, bem como retribuir a contribuição
dada por cada trabalhador ao desenvolvimento e consolidação da instituição. O valor do aporte inicial ascende a Kz
59,32 mil milhões.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definidos (plano
de pensões) é apresentado no quadro seguinte:

Número de participantes 2018 2017


Reformados e pré-reformados 1 718 1 997

As responsabilidades decorrentes do plano de pensões foram determinadas com base em estudos actuariais com
referência 31 de Dezembro de 2018 e 2017, tendo sido utilizado o método do crédito unitário projectado.

Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:

Pressupostos actuariais e financeiros 2018 2017


Taxa nominal de juro (taxa de desconto) 7,30% 2,50%
Taxa nominal de crescimento dos salários 8,5 % ao ano (equivalente a 77,7% da inflação) 2,00%
Taxa de crescimento das pensões 8,5 % ao ano (equivalente a 77,7% da inflação) 0,00%
Taxa de inflação 11,0 % ao ano Não disponível
Data de retroatividade do plano 01.01.1987 01.01.1987
Data de referência 31.12.2018 31.12.2017
Tábua de mortalidade/sobrevivência PF-60/64 PF-60/64
Momento de atribuição 60 anos de idade com mínimo 60 anos de idade com mínimo
da pensão de reforma de 5 anos de serviço de 5 anos de serviço
Moeda de referência do cálculo Kz (Kwanzas) Kz (Kwanzas)

As responsabilidades com compensação de reforma correspondem ao montante a pagar aos colaboradores que atin-
gem a reforma, conforme disposto nos artigo n. º218 e 262 da Lei n.º 2/2000 e os artigos n.º 218 e 262 da Lei Geral
do Trabalho (Nota 1.5.8) A lei geral do trabalho, foi alterada através da Lei n.º 7/15 de 15 de Junho, revogando a Lei
n.º2/2000 de 11 de Fevereiro. A compensação de reforma prevista no anterior art.º 262 deixa de ser exigida por lei,
porém, o Conselho de Administração do BNA deliberou a 27 de Dezembro de 2016, a continuidade deste benefício
para todos os trabalhadores admitidos antes de 13 de Setembro de 2015 conforme informação nº20 com a Ref.ª DRH/
DIR/2016.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o Banco reconheceu responsabilidades referentes à obrigação construtiva asso-
ciada à assistência médica e medicamentosa dos reformados e às despesas com compensação de natal dos reforma-
dos e dos trabalhadores activos. Em 31 de Dezembro de 2018, as responsabilidades referentes à obrigação construtiva
associada à assistência médica e medicamentosa dos reformados foram apuradas tendo por base o plano de seguros
contratado junto da SAHAM Angola Seguros. Adicionalmente, em 31 de Dezembro de 2018, o Banco reconheceu res-
ponsabilidades referentes à obrigação construtiva associada à assistência médica e medicamentosa dos trabalhadores
no activo.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 123

18 – Provisões
Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica de Provisões ascende a:

2017
2018
(reexpresso)
Para riscos de mercado - 59 144
Para risco sistémico do sector bancário 180 781 37 583
Para riscos diversos 3 223 1 834
184 004 98 562

Nos exercícios de 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os movimentos ocorridos na rubrica de provisões foram os seguin-
tes:
Saldo em
Saldo em Reforços Reforços Saldo em
Utilizações Regularizações 31-12-2017 Utilizações
31-12-2016 líquidos líquidos 31-12-2018
(reexpresso)
Provisão para riscos de mercado 94.775 (35.631) - - 59.144 (59.144) - -
Provisão para risco sistémico do sector bancário 28.191 9.393 - 37.583 143.198 - 180.781
Provisão para riscos diversos 1.834 - - 1.834 1.693 (305) 3.222
Provisão para cobrança duvidosa 1.151 - (1.151) - - - - -
125.951 (26.238) (1.151) - 98.562 85.747 (305) 184.004

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, o Banco com base nas perspectivas de crescimento do mercado e no grau de
liquidez dos seus activos, reverteu a provisão para riscos de mercado, uma vez que se registou correcções ao justo valor
das posições activas de rubricas de activos financeiros ao justo valor através dos resultados (Nota 5).

Em 31 de Dezembro de 2018, a rubrica “provisão para risco sistémico do sector bancário” corresponde à exposição
das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo o total dos passivos financeiros de-
duzidos das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias. Tendo por base o scoring atribuído a cada
instituição financeira, o Conselho de Administração definiu percentagens baseadas no risco, para acautelar possíveis
perdas relacionadas com dificuldades financeiras das Instituições de Crédito. Esta provisão enquadra-se nas funções
determinadas pela Lei Orgânica, nomeadamente zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando,
com essa finalidade, a função de financiador de última instância.

O Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola deliberou no dia 26 de Junho de 2018, proceder a uma
intervenção no Banco Angolano de Negócios e Comércio, S.A. (BANC), após ter verificado uma degradação signifi-
cativa dos indicadores financeiros e a incapacidade do BANC de fazer face às suas responsabilidades no sistema de
pagamentos nacional. Perante a incapacidade de mobilização de capital adicional pelos accionistas do BANC neces-
sário e indispensável para o cumprimento dos requisitos legais mínimos vigentes, o BNA, ao abrigo das disposições
combinadas dos artigos 21º da Lei do Banco Nacional de Angola e nº 1 do artigo 30º, da Lei de Bases das Instituições
Financeiras, em reunião extraordinária do Conselho de Administração, realizada no dia 29 de Janeiro de 2019, delibe-
rou revogar a autorização para o exercício de actividade bancária, que o referido banco estava licenciado, cessando
deste modo a sua actividade no dia 6 de Fevereiro de 2019.

Adicionalmente, em reunião do Conselho de Administração, realizada no dia 2 de Janeiro de 2019, o Banco Nacional
de Angola deliberou a revogação das licenças de duas instituições financeiras bancárias, nomeadamente, o BANCO
MAIS, S.A. e o BANCO POSTAL, S.A., por não reunirem o requisito legal para a continuidade da actividade bancária,
nos termos da alínea b), conjugada com a alínea c) do 15.º, e a alínea f), ambas do artigo 29.º da Lei n.º 12/15, de 17
de Junho, Lei de Bases das Instituições Financeiras, bem como em obediência com o estipulado no Aviso n.º 02/2018,
de 02 de Março.

Deste modo, foi reforçada a provisão para risco sistémico do sector bancário, com base na estimativa de depósitos de
clientes e compensações a colaboradores que eventualmente o BNA poderá vir a suportar.

O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para cobertura de potenciais res-
ponsabilidades de natureza específica, nomeadamente, responsabilidades ou contingências legais e/ou fiscais sendo
que em 31 de Dezembro de 2018 ascende a Kz 3,22 mil milhões.
124 • Relatório Anual e Contas • 2018

19 – Outros valores passivos

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2017
2018
(reexpresso)
Credores e outros recursos
Credores diversos 28.567 16.598
Fundo habitacional 25.137 22.682
Impostos a pagar 6.782 3.545
Fundo social 3.628 5.565
Adiantamentos de instituições financeiras 182 182
Banco Mundial 153 353
Valores a pagar ao abrigo do Acordo de Conversão
- 16.943
Monetária com o Banco da Namíbia

Encargos a pagar 3.450 2.957


Contas de regularização 1.429 806
69.328 69.631

A rubrica “Credores e outros recursos – Credores diversos” apresenta o seguinte detalhe:


2017
2018
(reexpresso)
Fornecedores 18 478 10 806
Depósitos de transgressões cambiais (Nota 12) 7 833 4 539
Cauções de empresas 2 256 1 253
28 567 16 598

Em 31 de Dezembro de 2018, parte do saldo registado na rubrica “Fornecedores” resulta de contratos cuja avaliação
da sua execução revelou em 2017, uma série de indícios de procedimentos irregulares, de modo que, a exigibilidade
desses montantes encontra-se condicionada ao processo de negociações que se encontra em curso encetado pelo
Gabinete Jurídico do BNA, tendo sido possível rescindir e/ou renovar os respectivos contractos.

Do mesmo modo, os valores já pagos no âmbito dos referidos contratos por terem ocorrido sem a respectiva contrapar-
tida de serviço ou aquisição de bens, passaram também pelo processo de negociação, tendo sido possível a recupera-
ção de parte dos valores adiantados.

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo habitacional” corresponde à estimativa do Conselho de Administração
para financiar investimentos imobiliários de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do Banco.
Em 31 de Dezembro de 2018, o Banco registou a provisão para fundo habitacional no montante de Kz 25,14 mil milhões,
uma vez que correspondeu à nossa melhor estimativa para financiar investimentos imobiliários de cariz social, tendo
sido os pressupostos e contribuição devidamente comunicada aos colaboradores com o benefício.

O saldo da rubrica “Credores e outros recursos - Impostos a pagar” corresponde essencialmente aos montantes retidos
de impostos sobre aplicações de capitais nas operações de mercado monetário interbancário, sobre prestação de
serviços e imposto predial referente aos meses de Novembro e Dezembro de 2018.

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo social” corresponde ao montante de recursos financeiros que o Banco
provisionou em 31 de Dezembro de 2018 a título de empréstimo aos trabalhadores.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, foi efectuada uma reversão líquida no valor de Kz 352 milhões e Kz 1,49 mil mi-
lhões, respectivamente referente a provisão para o Fundo habitacional e social.

A rubrica “Credores e outros recursos – Adiantamentos de instituições financeiras” corresponde aos depósitos adian-
tados de instituições financeiras bancárias e não bancárias para realização de parte do Capital Social.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 125

Em 31 de Dezembro de 2018, o saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Banco Mundial” corresponde integral-
mente ao valor recebido para aprovisionamento da conta BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvol-
vimento.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Encargos a pagar” corresponde essencialmente à especialização do


subsídio de férias, de natal e do prémio de desempenho a atribuir ao pessoal e aos órgãos de gestão. Considerando
que o montante de subsídio de férias atribuído em determinado exercício é um direito adquirido no ano imediatamente
anterior, o Banco releva contabilisticamente, no final de cada exercício, o valor deste subsídio e respectivos encargos
sociais entregáveis. Os prémios de desempenho a pagar ao pessoal e aos órgãos de gestão atribuídos são registados
como custo no exercício a que se referem, embora sejam pagos apenas no exercício seguinte.

Em 31 de Dezembro de 2018, a rubrica “Contas de Regularização” corresponde ao valor recebido da entidade “Mais
Financial” para entrega ao Estado, referente as despesas judiciais e aos valores de sobras de caixa.

20 – Capital
O capital do BNA pode ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo Conselho de Administração e
ratificadas pelo Titular do Poder Executivo (Lei n.º 16/10 de 15 de Junho). Em 31 de Dezembro de 2018, a rubrica “Ca-
pital” ascende a Kz 270 mil milhões.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2017
2018
(reexpresso)
Capital 270 000 270 000
Capital subscrito não realizado (2 544) (2 544)
Desconto de emissão de capital (135 900) (135 900)
131 556 131 556

O Banco apurou o justo valor das Obrigações do Tesouro recebidas em aumento de capital e registou na rubrica “Des-
conto de emissão de capital”, o montante de Kz 135,90 mil milhões que representam a diferença entre o justo valor e
o valor nominal na data de realização do capital (Nota 5).

Nos exercícios de 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a variação no saldo da rubrica “Capital subscrito não realizado”
decorre dos seguintes movimentos:

Saldo em 2016 (13 027)


Reduções do exercício de 2017
Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2015 7 770
Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2016 2 713
Saldo em 2017 (reexpresso) (2 544)
126 • Relatório Anual e Contas • 2018

21 – Diferenças de reavaliação
Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Diferenças de reavaliação de justo valor
Activos financeiros disponíveis para venda (85 037) (4 933)
Ouro (75 811) (38 673)
(160 848) (43 606)

Diferenças de reavaliação cambial 1 056 268 430 047


895 420 386 441

A variação verificada nas “Diferenças de Reavaliação” é justificada pelas valias potenciais da desvalorização da co-
tação do Ouro, do justo valor dos títulos de divida soberana estrangeira e dos títulos emitidos pelo Ministério das
Finanças, bem como da transferência para resultado das valias efectivas decorrentes da venda dos títulos de divida
soberana estrangeira e das valias cambias potenciais dos activos e passivos denominados em moeda estrangeira.

De acordo com o referido na nota “1.5.2. – Transacções em moeda estrangeira”, os valores referentes as diferenças
cambiais potenciais são registadas na rubrica “Diferenças de reavaliação cambial”. Estes valores são registados em
resultados na data em que as valias se tornam efectivas.

22 – Outras reservas e resultados transitados


Em 31 de Dezembro de 2017 e 2016, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Outras reservas
Reserva legal 21 960 21 960
Reserva livre 21 849 21 849
43 809 43 809

Resultados transitados (203 994) (144 245)

A variação em resultados transitados no montante de Kz 59,75 mil milhões é explicada pelo resultado negativo de 31
de Dezembro de 2017.

23 – Contas extrapatrimoniais
Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, as rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Responsabilidades por prestação de serviços 7 767 366 5 546 926
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 298 504 945 910
Notas e moedas fora de circulação 733 112 692 938
Compromissos perante terceiros
Não residentes 24 257 17 969
Residentes 13 956 27 994
Garantias recebidas 10 007 5 689
Serviços prestados por terceiros 665 665
9 847 867 7 238 090
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 127

Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se registadas as responsabilidades do BNA


actuando enquanto custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças. Esta rubrica apresenta a seguinte
decomposição:
2017
2018
(reexpresso)
Responsabilidades por prestação de serviços
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 6 721 167 4 001 801
Bilhetes do Tesouro 581 549 1 158 040
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 466 348 383 764
Outros valores depositados (1 699) 3 318
Valores administrados pela instituição 1 1
7 767 366 5 546 926

A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales prestados
e a promissórias assumidas pelo BNA, perante entidades estrangeiras.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, esta rubrica é decomposta em:

2017
2018
(reexpresso)
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas
Financiamento da China 1.227.305 804.687
1.227.305 804.687
Promissórias
Promissórias definitivas da linha Brasil 18.865 33.053
Promissórias a favor do FMI 330.057 86.357
Promissórias a favor de outros 19.689 12.813
368.611 132.223
Garantias prestadas ao abrigo de protocolos de
crédito com os bancos comerciais 9.000 9.000
9.000 9.000
Outras garantias institucionais prestadas
FMI - Programa de Financiamento Ampliado (PFA) (306.412) -
1.298.504 945.910

Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária cele-
brado com o Ministério das Finanças. Este protocolo identifica o Ministério como o responsável pelo seu pagamento,
sendo o BNA o garante da dívida em caso de incumprimento por parte do Ministério das Finanças. A actualização do
valor das garantias é efectuado consoante a informação recebida do Ministério das Finanças. Em 31 de Dezembro de
2018, a Rubrica “Outras garantias institucionais prestadas – FMI – Programa de Financiamento Ampliado (PFA)”, é
equivalente a DSE 715 milhões (Kz 233,33 mil milhões) e é referente a primeira tranche enviada pelo Fundo Monetário
Internacional ao MinFin, no âmbito do Programa de Financiamento Ampliado (PFA) que Angola tem beneficiado.

A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelos impressos de notas da nova família
de Kwanza (Série 2012) que se encontram prontas para emissão.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Compromissos perante terceiros – Não Residentes” corresponde aos
compromissos futuros assumidos pelo Banco para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em fundos de
investimento alternativo junto das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que ascen-
dem ao montante de Kz 24,26 mil milhões e Kz 17,97 mil milhões, respectivamente.
128 • Relatório Anual e Contas • 2018

24 – Juros e rendimentos similares

Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)

Activos financeiros disponíveis para venda 92.648 21.133


Aplicações em instituições de crédito
No exterior - Depósito a prazo 26.613 12.929
Operações às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária
Operações de redesconto 23.842 43.356
Operações overnight 13.678 15.232
Operaçoes ocasionais de cedência de liquidez 1.010 3.005
Juros de financiamentos concedidos ao Estado 4.772 2.534
Investimentos detidos até a maturidade 3.490 26.177
Disponibilidades em outras instituições de crédito 2.979 1.060
FMI - juros de DSE 977 373
170.009 125.800

As rubricas “Activos financeiros disponíveis para venda” e “Investimentos detidos até à maturidade” representam
os ganhos obtidos com os juros de cupão e os rendimentos resultantes da aplicação do método da taxa efectiva das
diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) das obrigações do Tesouro Nacional e dos
títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira, respectivamente.

Nos exercícios de 2018 e 2017, a rubrica “Aplicações em instituições de crédito” diz respeito essencialmente aos
ganhos obtidos com juros de depósitos a prazo no exterior e juros de Operações às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária, designadamente, operações de redesconto e operações de cedência de liquidez
realizadas pelo BNA.

25 – Juros e encargos similares


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Recursos de instituições de crédito 37.312 29.603
Juros de empréstimos 818 335
Outros juros e encargos similares 101 406
38.231 30.343

A rubrica “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com os juros das operações de ab-
sorção de liquidez realizadas pelo BNA e aos juros decorrentes das “Operações de venda com acordo de recompra”
realizadas com a GemCorp e ICBC. Os juros referentes a “Operações de venda com acordo de recompra realizadas com
a GemCorp e ICBC” ascendem a Kz 30,51 mil milhões.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 129

26 – Rendimentos de serviços e comissões


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Comissões recebidas por operações
realizadas por conta de terceiros
Ministério das Finanças 12 952 10 889
Comissões recebidas por serviços prestados
Sistema de Pagamentos em Tempo Real 48 46
13 000 10 935

A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se integralmente a comissões
arrecadadas em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos do
protocolo celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças.

27 – Encargos com serviços e comissões


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Comissões pagas por serviços bancários
prestados por terceiros
Instrumentos financeiros 2 910 4 125
Depósitos à ordem 6 -
2 916 4 125

Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica ascende a Kz 2,92 mil milhões e Kz 4,13 milhões, respectivamente, dizendo
respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão
discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira, comissões pagas decorrentes das
relações mantidas com o FMI e a comissões de manutenção de contas à ordem.

28 – Resultados de activos financeiros valorizados ao justo


valor através de resultados
Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2017
2018
(reexpresso)
Ganhos em activos financeiros ao justo valor através de resultados 77 236 119 096

Perdas em activos financeiros ao justo valor através de resultados (147 542) (106 780)
(70 306) 12 316

Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica totaliza perdas de Kz 70,31 milhões e ganhos de Kz 12,32 mil milhões,
respectivamente, representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor associadas às
posições das carteiras geridas por entidades externas.

No decorrer do mês de Novembro de 2018, o BNA procedeu à rescisão do contracto de gestão de activos junto de uma
entidade gestora externa. Decorrente da análise ao justo valor aos activos subjacentes, foi reflectida uma perda no
montante de KZ 29, 80 mil milhões.
130 • Relatório Anual e Contas • 2018

29 – Resultados de activos financeiros disponíveis para


venda
Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2017
2018
(reexpresso)
Ganhos em activos financeiros disponíveis para venda
Títulos de dívida pública nacional 434 -
Títulos de dívida soberana estrangeira - 519
434 519

Perdas em activos financeiros disponíveis para venda


Títulos de dívida soberana estrangeira (1 216) (1 296)
(1 216) (1 296)
(782) (777)

Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica totaliza perdas líquidas de Kz 782 milhões e Kz 777 milhões, respectiva-
mente, representando as menos-valias obtidas com a alienação de títulos de dívida soberana estrangeira, classificados
na categoria de activos financeiros disponíveis para venda.

30 – Resultados em investimentos detidos até à maturidade


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Ganhos em investimentos detidos até à maturidade
Títulos de dívida pública nacional 1 799 -
1 799 -

Perdas em investimentos detidos até à maturidade


Títulos de dívida pública nacional (835) -
(835) -
964 -

No exercício de 2018, esta rubrica totaliza ganhos líquidos de Kz 964 milhões, representando as mais-valias obtidas
com a alienação de títulos de dívida pública nacional, classificados na categoria de investimentos detidos até à ma-
turidade.

31 – Resultados de investimentos em associadas e outras


entidades
No exercício de 2018, esta rubrica totaliza ganhos líquidos de Kz 12 milhões, representando as mais-valias obtidas com
a alienação de investimentos em associadas, designadamente, pela transferência de 17% de acções do BNA na EMIS,
para os restantes bancos comerciais.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 131

32 – Resultados cambiais
Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Ganhos cambiais
Ganhos associados a diferenças cambiais 514.677 195.006
Ganhos em operações cambiais 46.406 75.110
561.083 270.116
Perdas cambiais
Perdas em operações cambiais (62.436) (48.606)
Perdas associadas a diferenças cambiais - (120)
(62.436) (48.726)
498.647 221.390

Tendo como base a deliberação constante da acta nº 08/A/2008 de 26 de Julho do Conselho de Administração, apenas
as variações cambiais realizadas são reflectidas nas rubricas “Ganhos associados a diferenças cambiais” e “Perdas
associadas a diferenças cambiais” da demonstração dos resultados dos exercícios em que ocorrem. As diferenças
cambiais potenciais são reconhecidas na rubrica “Diferenças de reavaliação cambial” nos Capitais Próprios (Nota 21).
Durante o exercício de 2018, as vendas de divisas foram predominantemente realizadas na forma de leilões e vendas
directas.

33 – Custos relativos à emissão de notas e moedas

Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica ascende a Kz 2,90 mil milhões e Kz 3,17 mil milhões, respectivamente,
sendo composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas e moedas.

34 – Resultados de alienação de outros activos


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Ganhos com alienação de outros activos
Ganhos em activos não financeiros 66 10
66 10

Perdas com alienação de outros activos


Perdas em activos não financeiros (1 167) (4)
(1 167) (4)
(1 101) 6

Nos exercícios de 2018 e 2017, o saldo das rubricas “Ganhos em activos não financeiros” e “Perdas com alienação de
outros activos” correspondem aos ganhos e perdas com os abates de activos tangíveis, respectivamente.
132 • Relatório Anual e Contas • 2018

35 – Outros resultados operacionais


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Outros rendimentos e receitas
Supervisão
Multas e penalidades 1 308 1 063
Outros 2 959 850
4 267 1 913

Outros encargos e gastos


Quotizações e donativos (571) (607)
Rendas de locação operacional (352) (387)
Outros encargos e gastos diversos (10 399) (167)
Impostos
Taxas - -
Impostos aduaneiros - (3)
(11 322) (1 164)
(7 055) 749

Nos exercícios de 2018 e 2017, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo
BNA às instituições financeiras pelo incumprimento das disposições legais em vigor.

A rubrica “Quotização e donativos” corresponde integralmente a doações concedidas pelo BNA às diversas instituições locais.

36 – Custos com pessoal

Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Remuneração de empregados 24 107 22 008
Encargos sociais facultativos 61 604 7 690
Encargos sociais obrigatórios 92 398 32 730
Remuneração dos órgãos de gestão 377 642
Outros 895 1 865
179 381 64 933

Nos exercícios de 2018 e 2017, a rubrica “Remuneração de empregados” inclui o reconhecimento das responsabilida-
des com empregados correntes.

Nos exercícios de 2018 e 2017, a rubrica “Encargos sociais facultativos” inclui o reconhecimento das responsabilida-
des por serviços passados referentes a assistência médica e medicamentosa dos reformados e às responsabilidades
com compensação de natal (Nota 17).

Nos exercícios de 2018 e 2017, a rubrica “Encargos sociais obrigatórios” é constituída essencialmente pelos reforços
efectuados nas estimativas das responsabilidades por serviços prestados referentes a pensões de reforma e sobrevi-
vência e Subsídio de funeral e luto, cujo saldo ascende a Kz 88,16 mil milhões e 32,73 mil milhões (Nota 17).

Em 31 de Dezembro de 2018, o número de trabalhadores activos é apresentado no quadro seguinte:


2018
Trabalhadores activos
Orgãos de Gestão 7
Direcção 59
Chefia intermédia 244
Técnicos 1.748
2.058
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 133

37 – Fornecimentos e serviços de terceiros


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2017
2018
(reexpresso)
Fornecimentos
Material de consumo corrente 315 550
Água, energia e combustíveis 283 334
Material para assistência e reparação 96 90
Material de higiene e limpeza 58 97
Publicações 40 43
Material de decoração e conforto 6 211
Outros fornecimentos de terceiros 345 1 336
Serviços
Serviços especializados 8 182 7 702
Conservação e reparação 3 028 1 808
Deslocações, estadas e representação 871 768
Rendas e alugueres 654 761
Comunicações 514 510
Publicidade e edição de publicações 312 1 019
Transportes 285 281
Seguros 116 97
Outros serviços não especializados - 0
15 105 15 605

Nos exercícios de 2018 e 2017, a rubrica “Serviços – Serviços especializados” apresenta o seguinte detalhe:

2017
2018
(reexpresso)
Consultoria e auditoria 4 363 4 349
Licença de utilização de usuários 1 179 736
Informática 920 285
Limpeza 543 521
Outros custos com trabalho independente 494 980
Avenças e honorários 355 156
Judiciais 60 160
Segurança e vigilância 184 180
Jardinagem 37 63
Outros serviços especializados 31 56
Desinfestação de instalações 16 8
Avaliadores externos - 85
Mão-de-obra eventual - 26
Recrutamento de Pessoal - 95
8 182 7 702

Nos exercícios de 2018 e 2017, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista essencialmente os custos relativos a servi-
ços prestados no âmbito de projectos de consultoria, bem como de serviços de auditoria externa das demonstrações
financeiras do Banco.
134 • Relatório Anual e Contas • 2018

38 – Perdas por imparidade líquidas de reversões


Nos exercícios de 2018 e 2017, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

(Reforço) Saldo em (Reforço)


Saldo em Saldo em
líquido de Utilizações Transferências 31-12-2017 líquido de Utilizações
31-12-2016 31-12-2018
reversão (reexpresso) reversão
Obrigações do Tesouro recebidas em Dação (Nota 5) - (89.955) 89.955 - - - - -
Crédito a Instituições não Financeiras - ENSA (Nota 7) - (181.702) - (75.261) 256.963 - - 256.963
Imparidade - Operações de redesconto (Nota 8) 84.050 (31.668) - 75.261 40.457 (55.405) 2.694 93.168
Aquisições de activos e serviços irregulares (Nota 7) - (35.460) - - 35.460 17.473 5.084 12.903
Imparidade - cedencia de liquidez (Nota 8) 31.537 (12.365) - - 43.902 37.327 - 6.575
Perdas por imparidades dos empréstinos colaboradores (Nota 12) - (2.347) - (1.151) 3.498 (443) - 3.941
Imparidade de Imóveis (Nota 11) - (2.205) - - 2.205 660 1.470 75
Liquidação em espécie com Obrigações do Tesouro (Nota 5) 24.222 22.315 - - 1.907 1.907 - -
Obrigações do Tesouro Nacional emitidas para pagamento da conta corrente (Nota 5) - - - - - (259.200) 259.200 -
139.809 (333.387) 89.955 (1.151) 384.392 (257.681) 268.448 373.625

Durante o exercício de 2018, o BNA procedeu ao registo das perdas por imparidade apresentadas no quadro acima,
cujo enquadramento se encontra apresentado nas notas em detalhe.

No decorrer do exercício de 2018, o Ministério das Finanças procedeu à liquidação dos financiamentos concedidos
no montante de Kz 646,13 mil milhões através de Obrigações do Tesouro Nacional com um valor nominal do mesmo
montante com taxas de juro de 12,0% e 12,5% e que foram classificadas na carteira de Activos Financeiros Disponí-
veis para Venda. A perda inicial decorrente da aplicação do justo valor inicial ascendeu a Kz 259,20 mil milhões pela
aplicação das taxas de juro do mercado.

Justo valor no Perda inicial da


Entidade Valor em divida Valor nominal
momento inicial aplicação do justo valor
Obrigações do Tesouro recebidas do Ministério das Finanças
AOTNR1019A18 291 900 291 900 176 057 (115 843)
AOUGDOND18A1 354 230 354 230 210 873 (143 357)
646 130 646 130 386 930 (259 200)

39. Transacções com entidades relacionadas


As entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de
Dezembro de 2018 e 2017 são as seguintes:

39.1 – Ministério das Finanças


O Ministério das Finanças (MINFIN) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a principal
entidade relacionada do Banco.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 135

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser apresentados
da seguinte forma:
2017
2018
(reexpresso)
Activo
Activos financeiros disponíveis para venda (Nota 5) 537 555 -
Investimentos detidos até à maturidade (Nota 5) - 207 359
Activos financeiros concedidos ao Estado (Nota 9) 154 993 377 396
Total do Activo 692 548 584 755

Passivo
Conta Única do Tesouro (Nota 15)
Em moeda estrangeira 1 306 844 848 371
Em moeda nacional 202 803 173 865
Valores a devolver à CUT 4 173 4 173
Total do Passivo 1 513 820 1 026 409

Capital próprio
Capital (Nota 20) 270 000 270 000
Capital subscrito não realizado (Nota 20) (2 544) (2 544)
Desconto de emissão de capital (Nota 20) (135 900) (135 900)
Total dos Capitais Próprios 131 556 131 556
Valor líquido de balanço (952 828) (573 209)

2017
2018
(reexpresso)
Resultados
Juros de investimentos detidos até a maturidade (Nota 24) 3 490 26 177
Juros de activos financeiros disponíveis para venda 58 565 -
Comissões recebidas (Nota 26) 12 952 10 889
Impostos (Nota 35) - 3
Total dos Resultados 75 007 37 069

2017
2018
(reexpresso)
Extrapatrimoniais (Nota 23)
Responsabilidades por prestação de serviços
Custódia de títulos emitidos pelo Tesouro
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 6 721 167 4 001 801
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 581 549 1 158 040
Bilhetes do Tesouro 466 348 383 764
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas 1 227 305 804 687
Promissórias 368 611 132 223
Total das Extrapatrimoniais 9 364 980 6 480 516

Em 31 de Dezembro de 2018, contrariamente ao definido no art. 33º da Lei do BNA, não foi aprovada pela Assembleia
Nacional, por ocasião da aprovação do Orçamento Geral do Estado, o limite dos créditos à título de adesão ou participa-
ção em Organismos internacionais (art. 30º da referida Lei) e dos Títulos emitidos e garantidos pelo Estado (art. 31º da
Lei) a conceder pelo BNA ao Estado. Face a esta situação, o Conselho de Administração do BNA tem aplicado o dispos-
to no artigo 29º que define um limite equivalente a 10% dos montantes das receitas correntes cobradas no último ano.
136 • Relatório Anual e Contas • 2018

39.2 – Empresa Interbancária de Serviços de Angola (EMIS)


Trata-se do processador e operador de referência do sistema de pagamentos a nível nacional.

O BNA constitui o maior accionista, sendo que a participação maioritária de 35% que o BNA detinha em 31 de De-
zembro de 2017, tem vindo a ser gradualmente reduzida, apresentando em 31 de Dezembro de 2018 uma participação
de 18% no capital social da entidade, na sequência do processo de transferência de acções, no âmbito do “Acordo
Parassocial” da EMIS. Esta participação que visou assegurar a promoção do desenvolvimento do sistema de pagamen-
tos de Angola, será extinta em 31 de Dezembro de 2020, com a transferência dos restantes 18%, tal como previsto no
“Acordo parassocial”.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os saldos activos do BNA para com a EMIS incluem a participação no capital social
que ascende a Kz 731 milhões e 1,42 mil milhões, respectivamente, que representa 730 749 acções e 1 421 acções,
respectivamente, com o valor nominal unitário de AOA 1 000.

39.3 – Conselho de Administração do Banco


Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por sete
membros.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, as remunerações atribuídas ao Conselho de Administração do Banco, bem como
outros benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento, ascenderam a Kz 377 milhões e Kz 642 milhões,
respectivamente (Nota 36).

39.4 – Fundo de Pensões


Em 2018, o BNA efectuou uma dotação para o Fundo de Pensões dos seus trabalhadores no montante de Kz 767 mi-
lhões.

40 – Impactos de alteração da política contabilística


Em 1 de Janeiro de 2018, o BNA deixou de adoptar um conjunto derrogações à IAS 39 e à IFRS 13, subsistindo apenas
as derrogações divulgadas na nota 1.2. No âmbito da IAS 8, foi necessário apurar os impactos nos comparativos das
demonstrações financeiras aprovadas e publicadas de 31 de Dezembro de 2017. São apresentados de seguida os
impactos de alteração da política contabilística no balanço e na demonstração dos resultados. A nota 1.3 divulga as
alterações voluntárias das políticas contabilísticas.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 137

2017 2017
ACTIVO 2017 Ajustamentos PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS 2017 Ajustamentos
(reexpresso) (reexpresso)
Ouro 128.165 - 128.165 Notas e moedas em circulação 527.717 - 527.717
Responsabilidades para com instituições de crédito
Activos sobre o exterior nacionais relacionadas com operações de política monetária
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 190.811 - 190.811 Reservas bancárias 1.332.969 - 1.332.969
Aplicações em instituições de crédito 938.079 - 938.079 Mercado monetário interbancário 66.297 - 66.297
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 867.701 - 867.701 Responsabilidades internas para com outras entidades
Activos financeiros disponíveis para venda 966.933 - 966.933 Conta Única do Tesouro 1.026.409 - 1.026.409
Fundo Monetário Internacional 220.357 - 220.357 Outras responsabilidades 84 - 84
Outros activos externos a receber 82.962 - 82.962 Investimentos em associadas e outras entidades 853 - 853
3.266.842 - 3.266.842 Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 230.551 - 230.551
Activos internos Recursos de instituições financeiras 770.334 - 770.334
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14.516 - 14.516 Responsabilidades com pensões e outros benefícios 213.835 - 213.835
Operações às instituições de crédito relacionadas Provisões 98.562 - 98.562
com operações de política monetária 619.247 - 619.247 Outros valores passivos 69.631 - 69.631
Investimentos detidos até à maturidade 106.996 100.363 C 207.359 Total do Passivo 4.337.241 - 4.337.241
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174.440 (174.440) B -
Activos financeiros concedidos ao Estado 567.396 (190.000) A 377.396 Capital 270.000 - 270.000
Investimentos em associadas e outras entidades 1.425 - 1.425 Capital subscrito não realizado - (2.544) G (2.544)
1.484.020 (264.077) 1.219.943 Desconto de emissão de capital - (135.900) D (135.900)
Diferenças de reavaliação 386.441 - 386.441
Outras reservas 43.809 - 43.809
Activos tangíveis 49.716 - 49.716 Resultado transitado (5.068) (139.177) E (144.245)
Activos intangíveis 1.351 - 1.351 Resultado do exercício (70.750) 11.000 F (59.750)
Outros valores activos 31.580 (2.544) G 29.036 Total dos Capitais Próprios 624.433 (266.621) 357.812
Total do Activo 4.961.674 (266.621) 4.695.053 Total do Passivo e Capitais Próprios 4.961.674 (266.621) 4.695.053
Balanço em 31 de Dezembro de 2017
138 • Relatório Anual e Contas • 2018

Demonstração dos resultados para o exercício findo em


31 de Dezembro de 2017
2017
2017 Ajustamentos
(reexpresso)
Juros e rendimentos similares 114.800 11.000 F 125.800
Juros e encargos similares (30.343) - (30.343)
Margem financeira 84.458 11.000 95.458
Rendimentos de serviços e comissões 10.935 - 10.935
Encargos com serviços e comissões (4.125) - (4.125)
Comissões líquidas 6.810 - 6.810

Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 12.316 - 12.316
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda (777) - (777)
Resultados em operações financeiras 11.539 - 11.539
Resultados cambiais 221.390 - 221.390
Custos relativos à emissão de notas e moedas (3.165) - (3.165)
Resultados de alienação de outros activos 6 - 6
Outros resultados operacionais 749 - 749
Resultados operacionais 218.979 - 218.979
Custos com pessoal (64.933) - (64.933)
Fornecimentos e serviços de terceiros (15.605) - (15.605)
Amortizações do exercício (3.363) - (3.363)
Provisões líquidas de reposições e anulações 24.753 - 24.753
Perdas por imparidade líquidas de reversões (333.387) - (333.387)
Resultados de exploração (392.536) - (392.536)
Resultado do exercício (70.750) 11.000 (59.750)

São apresentados abaixo, o detalhe dos impactos da alteração do capital próprio e do resultado do exercício findo em
31 de Dezembro de 2017.

Impacto em Capital próprio Impacto em resultado


Justo valor Custo Custo Desconto de
Valor Resultado
na data de amortizado em amortizado em emissão de Margem financeira
nominal transitado
emissão 31-12-2016 31-12-2017 capital

Obrigações do Tesouro recebidas em aumento do capital social


AOTNR2021U12 95.000 21.327 29.911 32.229 (73.673) 8.584 2.318
AOTNR2013U13 48.150 10.810 14.093 15.185 (37.340) 3.283 1.092
AOTNR2025U14 31.290 6.403 7.819 8.464 (24.887) 1.416 645
174.440 B 38.540 51.823 55.878 (135.900) 13.283 4.055

Obrigação do Tesouro emitida para pagamento da conta corrente


AOTNR1019L16 190.000 34.767 37.540 44.485 - (152.460) 6.945
190.000 A 34.767 37.540 44.485 - (152.460) 6.945
364.440 73.307 89.363 100.363 C (135.900) D (139.177) E 11.000 F

A – Reclassificação da Obrigação do Tesouro no montante de Kz 190 mil milhões para a carteira de Investi-
mentos detidos até à maturidade;

B – Reclassificação das Obrigações do Tesouro recebidas em aumento de capital no montante de Kz 174,4


mil milhões para a carteira de Investimentos detidos até à maturidade;

C – Reconhecimento das obrigações referidas em A e B ao Justo valor na categoria de Investimentos detidos


até à maturidade no momento inicial e respectivo impacto do custo amortizado até 31 de Dezembro de 2017;

D - Reconhecimento do diferencial para o justo valor no momento de emissão das Obrigações do Tesouro
recebidas em aumento de capital;

E – Impacto do reconhecimento do justo valor inicial das obrigações referidas em A e impacto do custo
amortizado das obrigações referidas em A e B até 31 de Dezembro de 2016;

F – Impacto do custo amortizado das obrigações referidas em A e B relativo ao exercício de 2017;

G - Reclassificação do montante de Capital subscrito não realizado.


Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 139

41 – Divulgações relativas a instrumentos financeiros

A gestão de riscos no Banco visa assegurar a sustentabilidade e rendibilidade da própria instituição, salvaguardando
a sua independência e assegurando a sua efectiva participação no Sistema Financeiro Nacional. Assim, o BNA segue
uma política de gestão de riscos rigorosa e prudente, traduzida no perfil e grau de tolerância ao risco definidos pelo
Conselho de Administração.

Gestão das reservas internacionais

O Banco Nacional de Angola está exposto a riscos financeiros na sua actividade. A gestão dos riscos financeiros
relacionados com as reservas internacionais é assegurada pelo Departamento de Gestão das Reservas, enquanto o De-
partamento de Gestão de Risco - Unidade Independente – é responsável pelo monitoramento e reporte destes riscos.

A avaliação e controlo do risco de crédito, liquidez, mercado e operacional são efectuados de acordo com as directrizes
de investimento e perfil de risco espelhadas na Política de Investimento e linhas mestres aprovados pelo Conselho de
Administração (actualmente em revisão), que têm como objectivo primordial a preservação do capital.

No âmbito da prossecução desse objectivo, a gestão de reservas deverá ter em consideração a liquidez necessária
para fazer face aos compromissos do Estado Angolano e do Banco Nacional de Angola, bem como a maximização da
rentabilidade, com base na tolerância ao risco definida.

Considerando a necessidade de optimizar o desempenho e concretizar os objectivos estratégicos do BNA, a Política de


Investimento e as Linhas Mestres têm promovido o desenvolvimento do sistema vigente, definindo limites/restrições
relativamente à exposição das reservas internacionais, dos quais se destacam:

- Definição de limites por tipo de instrumento financeiro;

- Definição de limites por contraparte, atendendo à sua qualidade creditícia;

- Definição de limites por moeda;

- Definição de prazos médios de investimento;

- Definição de benchmarks de rentabilidade e de limites de flutuação face à carteira de referência definida


(stop-loss);

- Definição de uma delegação de competências para os investimentos sob gestão.

Gestão da política monetária e cambial

Para a execução da política monetária durante o exercício de 31 de Dezembro de 2018, o Banco Nacional de Angola
manteve intervenções regulares de absorção de liquidez no mercado monetário, através da realização de operações
de mercado aberto (OMA), instrumento previsto no seu quadro operacional de política monetária. O BNA utilizou os
demais instrumentos regulamentares, com particularidade para as facilidades permanente de liquidez Overnight e
Intradia (FCO e FCL) e as reservas obrigatórias.

As operações de mercado aberto realizadas pelo Banco Nacional de Angola tiveram como suporte a sua carteira pró-
pria de títulos, tendo a magnitude das suas intervenções sido adequadas à sazonalidade dos factores condicionantes
da sua variação, tendo em vista a persecução dos objectivos de regulação de liquidez e variação da base monetária.

O exercício da função de autoridade monetária e estabilizador do sistema financeiro, pelo Banco Nacional de Angola,
visou igualmente a criação de referências remuneratórias para as aplicações de recursos financeiros. Assim, ao longo
do exercício de 2018 verificaram-se os seguintes factos:

i. Alteração da Taxa Básica do Banco Nacional de Angola (a Taxa BNA), que por decisão do Comité de Política
Monetária, foi reduzida em 1,5 pontos percentuais, passando de 18% para 16,5% ao ano;

ii. Manter inalterada a taxa de juros das Facilidade permanentes de absorção de liquidez, em 0%;
140 • Relatório Anual e Contas • 2018

iii. Alteração do coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional, passando de 21% para 17%, na
sequência do definido no Instrutivo n.º 10/2018, de 19 de Julho, combinado com a Directiva n.º 04 DSP DRO
2018.

Como reflexo de um exercício rigoroso de gestão da liquidez a LUIBOR teve tendência de crescimento de Janeiro a Ju-
nho de 2018, seguido duma forte queda em Julho, a taxa de juro das operações interbancárias de cedência de liquidez
descreveu uma tendência de redução, fundamentalmente observando-se, no mercado interbancário, oportunidades de
financiamento de curto prazo a custos reduzidos.

Do ponto de vista da estabilidade cambial, o Banco Nacional de Angola transitou de um regime cambial fixo para
flutuante a partir de janeiro, tendo sido uma das principais medidas tomadas em 2018, com o objectivo fundamental
de se reduzir significativamente o spread que se verificava entre as taxas de câmbio praticadas nos mercados formal
e informal.

No contexto descrito acima, apresentam-se de seguida as divulgações relacionadas com os principais riscos requeri-
das pelas normas IFRS 7 e IFRS 13 para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2018 e 2017.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 141

2017
2018 (reexpresso)
Valorizados ao Custo amortizado / Valorizados ao Custo amortizado /
Total Total
justo valor aquisição justo valor aquisição
Activo
Ouro 234.495 - 234.495 128.165 - 128.165
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 586.671 586.671 - 190.811 190.811
Aplicações em instituições de crédito - 1.448.197 1.448.197 - 938.079 938.079
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 622.394 - 622.394 867.701 - 867.701
Activos financeiros disponíveis para venda 2.297.487 - 2.297.487 966.933 - 966.933
Fundo Monetário Internacional - 313.548 313.548 - 220.357 220.357
Outros activos externo a receber - - - - 82.962 82.962
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 9.734 9.734 - 14.516 14.516
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária - 752.961 752.961 - 619.247 619.247
Investimentos detidos até à maturidade - - - - 207.359 207.359
Activos financeiros disponíveis para venda 537.555 - 537.555 - - -
Activos financeiros concedidos ao Estado - 154.993 154.993 - 377.396 377.396
Investimentos em associadas e outras entidades - 731 731 - 1.425 1.425
Outros valores activos internos a receber - 12.106 12.106 - -
Total 3.691.931 3.278.941 6.970.872 1.962.799 2.652.152 4.614.950
Passivo
Notas e moedas em circulação - 498.390 498.390 - 527.717 527.717
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - 1.749.197 1.749.197 - 1.332.969 1.332.969
Mercado monetário interbancário - 87.881 87.881 - 66.297 66.297
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - 1.513.820 1.513.820 - 1.026.409 1.026.409
Outras responsabilidades - 26 26 - 84 84
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - 853 853
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 329.386 329.386 - 230.551 230.551
Recursos em instituições de crédito 1.397.914 1.397.914 - 770.334 770.334
Total - 5.576.614 5.576.614 - 3.955.213 3.955.213
Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os instrumentos financeiros e o ouro apresentam o seguinte valor de balanço, por metodologia de valorização:
Justo valor de instrumentos financeiros
142 • Relatório Anual e Contas • 2018

Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos em balanço ao justo valor

2017
2018 (reexpresso)
Valor de Valor de
Justo valor Diferença Justo valor Diferença
balanço balanço
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 586.671 586.671 - 190.811 190.811 -
Aplicações em instituições de crédito 1.448.197 1.441.284 (6.913) 938.079 933.394 (4.685)
Fundo Monetário Internacional 313.548 313.548 - 220.357 220.357 -
Outros activos externos a receber - - - 82.962 82.962 -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 9.734 9.734 - 14.516 14.516 -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 752.961 748.690 (4.271) 619.247 587.667 (31.580)
Investimentos detidos até à maturidade - - - 207.359 88.095 (119.263)
Activos financeiros concedidos ao Estado 154.993 149.702 (5.291) 377.396 227.066 (150.331)
Investimentos em associadas e outras entidades 731 744 13 1.425 128 (1.297)
Outros activos internos a receber 12.106 12.106 - - - -
Total 3.278.941 3.262.479 (16.462) 2.652.151 2.344.995 (307.156)
Passivo
Notas e moedas em circulação 498.390 498.390 - 527.717 527.717 -
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1.749.197 1.749.197 - 1.332.969 1.332.969 -
Mercado monetário interbancário 87.881 87.779 (102) 66.297 66.287 (9)
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 1.513.820 1.513.820 - 1.026.409 1.026.409 -
Outras responsabilidades 26 26 - 84 91 7
Investimentos em associadas e outras entidades - - - 853 853 -
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 329.386 329.386 - 230.551 230.551 -
Recursos em instituições de crédito 1.397.914 1.377.357 (20.557) 770.334 698.173 (72.162)
Total 5.576.614 5.555.955 (20.659) 3.955.213 3.883.049 (72.164)

No apuramento do justo valor apresentado no quadro anterior, foram utilizados os seguintes pressupostos:

- Para efeitos do cálculo do justo valor das “Aplicações em instituições de crédito” foram descontados os fluxos
de caixa futuros a taxas de mercado tendo em consideração as moedas e os prazos residuais das aplicações,
acrescidas de um spread de risco representado pelas curvas CDS (Credit Default Swaps) das respectivas
contrapartes;

- Para os instrumentos classificados nas categorias de “Operações de financiamento às instituições de crédito


relacionadas com operações de política monetária” e “Mercado monetário interbancário, o justo valor foi
apurado com base nos fluxos de caixa contractuais futuros descontadas às taxas actuais para estas operações;

- Para os instrumentos classificados nas categorias de “Activos financeiros concedidos ao Estado” e “Recursos
em instituições de crédito”, o justo valor foi apurado com base nos fluxos de caixa contractuais futuros
descontadas a uma taxa de mercado;

- Para efeitos do cálculo do justo valor dos “Investimentos em associadas e outras entidades” foi considerado
o método da equivalência patrimonial, tendo por base a situação líquida da EMIS à data das últimas
demonstrações financeiras disponíveis e auditadas na percentagem de participação detida pelo Banco;

- Para as posições activas e passivas junto do “Fundo Monetário Internacional” foi considerada como
aproximação ao justo valor as posições divulgadas por esta entidade; e

- Para as restantes rubricas considera-se que o justo valor é similar ao seu valor de balanço, por representarem
investimentos e financiamentos de curto prazo (inferiores a 1 ano).
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 143

Justo valor para os activos financeiros reconhecidos em balanço ao justo valor

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a forma de apuramento do justo valor dos instrumentos financeiros e do ouro,
reconhecidos em balanço ao justo valor, apresenta o seguinte detalhe por hierarquia de valorização ao justo valor:
2018
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas
mercado de mercado de valorização Total
Activo
Ouro 234.495 - - 234.495
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 373.088 249.306 622.394
Activos financeiros disponíveis para venda 2.297.487 - - 2.297.487
Activos internos
Activos financeiros disponíveis para venda - 537.555 - 537.555
Total 2.531.982 910.643 249.306 3.691.931

2017
(reexpresso)
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas
mercado de mercado de valorização Total
Activo
Ouro 128.165 - - 128.165
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 616.556 251.145 867.701
Activos financeiros disponíveis para venda 966.933 - - 966.933
Total 1.095.098 616.556 251.145 1.962.799

Para efeitos de apresentação nesta nota, os instrumentos financeiros registados em balanço ao justo valor são classi-
ficados de acordo com a seguinte hierarquia, tendo por base as orientações na IFRS 13 – Mensuração ao justo valor:

- Nível 1 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor com base em cotações publicadas em mercados
activos a que o Banco tem acesso. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados com base em preços
executáveis (com liquidez imediata) publicados por fontes externas;

- Nível 2 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor mediante a utilização de dados observáveis
directa ou indirectamente em mercados activos. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados tendo
por base avaliações fornecidas por contrapartes externas e técnicas de valorização interna que utilizam
exclusivamente dados observáveis de mercado;

- Nível 3 - Os instrumentos financeiros que são valorizados através de modelos internos com alguns inputs que
não correspondem a dados observáveis de mercado.

Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pres-
supostos:

- Tratando-se de um activo líquido transaccionado em mercado activo, o justo valor do ouro corresponde ao
produto da quantidade de ouro detida pelo BNA pela cotação da Onça nos mercados internacionais a cada
data de relato financeiro. Adicionalmente, no apuramento do custo de aquisição considerou-se a taxa de
câmbio praticada em cada transacção, pelo que, as valias potenciais apuradas incluem uma componente de
valia cambial;

- O justo valor dos instrumentos classificados na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados” corresponde à valorização evidenciada nos reportes periódicos enviados pelas contrapartes,
informação financeira auditada relativa aos fundos de investimentos, valor de mercado para os títulos
cotados e outra informação disponível, nomedamente para investimentos ilíquidos. O Banco considera
todos os fundos de capital de risco e outros activos ilíquidos no nível 3, sendo que no nível 2, considera
todos os restantes instrumentos geridos pelos gestores externos, que incluem instrumentos financeiros
144 • Relatório Anual e Contas • 2018

cotados, fundos imobiliários e outros instrumentos financeiros. No nível 2, o BNA não fez distinção entre os
investimentos cotados e não cotados;

- O justo valor da rubrica “Activos financeiros disponíveis para venda” foi apurado com base nos preços de
mercado dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço
“bid” dado pelo contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de
câmbio em vigor na data de relato financeiro. Para o apuramento do custo de aquisição foram consideradas
as taxas de câmbio em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo que, as valias potenciais apuradas
incluem uma componente de valia cambial; e

- O justo valor da rubrica activos internos - activos financeiros disponíveis para venda foi apurado com base
nos fluxos de caixa contractuais futuros, sendo que a taxa de actualização utilizada corresponde à média das
taxas de juro das últimas emissões de Obrigações do Tesouro colocados pelo BNA no mercado com prazos
residuais equivalentes aos das emissões constantes em carteira.

Risco de crédito

A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo Departamento de
Gestão de Reservas (DGR) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as mesmas responsáveis pela seg-
mentação do risco em função das características dos produtos e dos seus emitentes.

O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros, correspondendo
à possibilidade de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e subsequente ocorrência de perdas
financeiras para o Banco. Os tipos de transacções abrangidas incluem disponibilidades e aplicações em instituições de
crédito, compra e venda de títulos e a contratação de operações de venda com acordo de recompra.

Na gestão e aplicação das reservas internacionais e dos activos internos, o DGR e o DMA assumem na sua actividade
um determinado nível de exposição ao risco de crédito. Estes departamentos de negócio regulam de forma criteriosa
e prudente a exposição ao risco de crédito, estabelecendo limites de concentração de risco, que são revistos periodi-
camente.

Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a exposição máxima ao risco de crédito pode detalhar-se da seguinte forma:
2017
2018 (reexpresso)
Exposição Colaterais Exposição Colaterais
máxima Recebidos máxima Recebidos
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 586.671 - 190.811 -
Aplicações em instituições de crédito 1.448.197 - 938.079 -
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 276.412 - 614.801 -
Activos financeiros disponíveis para venda 2.297.487 - 966.933 -
Outros activos externos a receber - - 82.962 -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 2.141 - 1.877 -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 752.961 253.780 619.247 105.283
Investimentos detidos até à maturidade - - 207.359 -
Activos financeiros disponíveis para venda 537.555 - -
Activos financeiros concedidos ao Estado 154.993 - 377.396 -
Outros activos Internos a receber 12.106 - - -
Outros valores activos 30.675 - 23.484 -
Sub-total 6.099.198 253.729 4.022.949 105.283

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1.298.504 - 945.910 -


Total 7.397.702 253.729 4.968.859 105.283
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 145

Qualidade de crédito dos activos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a exposição ao risco de crédito por rating de contraparte, pode detalhar-se da
seguinte forma:

2018
Rating externo
AAA a AA- AA+ a AA A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 338.415 - 21.089 - 13.257 - - 213.911 586.671
Aplicações em instituições de crédito 119.377 - 608.003 191.005 465.563 1.142 - 63.107 1.448.197
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 148.503 22.487 61.099 18.210 8.538 9.515 - 8.059 276.412
Activos financeiros disponíveis para venda 2.252.159 4.698 34.464 6.167 2.297.487
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 2.141 2.141
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - - - - - - 752.961 752.961
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 537.555 - - 537.555
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - 154.993 - - 154.993
Outros activos internos a receber - - - - - - - 12.106 12.106
Outros valores activos - - - - - - - 30.675 30.675
Sub-total 2.858.454 22.487 690.191 213.913 521.822 709.372 - 1.082.960 6.099.198

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - - - - 1.298.504 - - 1.298.504

Total 2.858.454 22.487 690.191 213.913 521.822 2.007.876 - 1.082.960 7.397.702

2017
(reexpresso)
Rating externo
AAA a AA- AA+ a AA A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 2.341 - 186.177 - 1.686 147 - 459 190.811
Aplicações em instituições de crédito 92.562 - 279.152 157.885 265.863 95.393 - 47.223 938.079
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 203.306 26.879 111.301 121.617 22.082 14.641 2.688 112.288 614.801
Activos financeiros disponíveis para venda 923.267 - 12.675 10.040 11.106 - - 9.846 966.933
Outros activos externos a receber 82.962 82.962
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 1.877 1.877
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - - - - - - 619.247 619.247
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 207.359 - - 207.359
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - 377.396 - - 377.396
Outros valores activos - - - - - - - 23.484 23.484
Sub-total 1.221.475 26.879 589.305 289.542 300.737 694.937 2.688 897.386 4.022.949

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - - - - 945.910 - - 945.910

Total 1.221.475 26.879 589.305 289.542 300.737 1.640.847 2.688 897.386 4.968.859

Na construção destes quadros foram considerados os seguintes pressupostos:

- O rating considerado para as contrapartes é extraído do terminal financeiro da Bloomberg, através das
notações atribuídas entre a Standard & Poors, Moody’s ou equivalente.

- Para as entidades Federal Reserve System (FED) e Bank for International Settlements (BIS) considerou-se
a atribuição de rating AAA por representarem uma instituição central e internacional, respectivamente,
que visam a estabilidade monetária e financeira.

- Para os instrumentos financeiros emitidos pelo Estado registados nas rubricas “Activos financeiros
disponíveis para venda” e “Activos financeiros recebidos no aumento de capital” considerou-se o
rating da República de Angola.

- Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos
detidos nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo
valor através de resultados”, não é possível divulgar a qualidade creditícia das mesmas.

- Para as restantes rubricas activas e passivas não existe informação de rating disponível.
146 • Relatório Anual e Contas • 2018

Concentração de risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a exposição a risco de crédito, por região geográfica detalha-se da seguinte forma:

2018
Área Geográfica
Europa América África Ásia Oceânia Supranacionais Total

Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 44.126 542.527 - 19 - - 586.671
Aplicações em instituições de crédito 1.026.403 169.772 70.845 181.401 - - 1.448.197
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 131.799 105.165 2.473 16.539 15.438 4.997 276.412
Activos financeiros disponíveis para venda 170.363 1.991.586 23.004 - 33.413 79.122 2.297.487
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 2.141 - - - 2.141
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - 752.961 - - - 752.961
Investimentos detidos até à maturidade - - 537.555 - - - 537.555
Activos financeiros concedidos ao Estado - - 154.993 - - - 154.993
Outros valores activos internos a receber 12.106 12.106
Outros valores activos 30.675 30.675
Sub-total 1.372.691 2.809.050 1.586.753 197.959 48.851 84.119 6.099.198

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - 1.298.504 - - - 1.298.504

Total 1.372.691 2.809.050 2.885.257 197.959 48.851 84.119 7.397.702

2017
(reexpresso)
Área Geográfica
Europa América África Ásia Oceânia Supranacionais Total

Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 147.631 1.691 - 41.489 - - 190.811
Aplicações em instituições de crédito 884.943 - 36.064 17.072 - - 938.079
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 204.258 295.752 3.390 71.227 18.418 21.756 614.801
Activos financeiros disponíveis para venda 104.072 784.741 13.593 19.130 20.458 24.939 966.933
Outros activos externos a receber 82.962 - - - - - 82.962
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 1.877 - - - 1.877
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - 619.247 - - - 619.247
Investimentos detidos até à maturidade - - 207.359 - - - 207.359
Activos financeiros concedidos ao Estado - - 377.396 - - - 377.396
Outros valores activos - - 23.484 - - - 23.484
Total 1.423.866 1.082.184 1.282.410 148.918 38.876 46.695 4.022.949

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - 945.910 - - - 945.910

Total 1.423.866 1.082.184 2.228.321 148.918 38.876 46.695 4.968.859

Risco de liquidez

O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a cada momento, às
suas obrigações de pagamento.

O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade, os quais são revistos
anualmente, sendo responsabilidade do Departamento de Mercados de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão
de Reservas (DGR) verificar, numa base diária, o cumprimento dos limites.

De seguida apresentam-se os mapas referentes ao risco de liquidez, considerando a totalidade dos fluxos de caixa
contratuais não descontados dos instrumentos financeiros, de acordo com a respectiva maturidade contratual.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os fluxos de caixa contratuais não descontados dos activos e passivos financeiros
apresentam a seguinte estrutura:
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 147

2018
Prazos residuais
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 586.671 - - - - - - - 586.671
Aplicações em instituições de crédito 698.143 482.187 115.394 159.837 - - - - 1.455.561
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 3.063 10.150 10.294 30.701 121.882 61.037 27.222 358.045 622.394
Activos financeiros disponíveis para venda 40.422 78.085 67.225 393.026 913.557 705.425 73.317 - 2.271.057
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 313.548 313.548
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 9.734 - - - - - - - 9.734
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 43.349 168.069 5.000 216.418
Activos financeiros disponíveis para venda 2.310 43.617 46.522 186.087 230.856 1.616.582 - 2.125.974
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - 163.677 - - - 163.677
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 731 731
Outros valores activos internos a receber - - - - - - 12.106 - 12.106
Total 1.381.382 740.801 241.531 630.086 1.385.203 997.318 1.729.226 672.324 7.777.871

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 498.390 498.390
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 367.464 - - - - - - 1.381.733 1.749.197
Mercado monetário interbancário 67.419 21.123 - - - - - - 88.543
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 1.513.820 - - - - - - - 1.513.820
Outras responsabilidades - 15 15 3 - - - - 33
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 329.386 329.386
Recursos de instituições de crédito 2.083 4.891 6.975 176.801 986.246 318.637 - - 1.495.633
Total 1.950.785 26.029 6.990 176.804 986.246 318.637 - 2.209.509 5.675.002

Liquidez ajustada (569.404) 714.772 234.541 453.282 398.957 678.681 1.729.226 (1.537.185)

Liquidez acumulada (569.404) 145.368 379.910 833.192 1.232.149 1.910.830 3.640.056 2.102.871

2017
(reexpresso)
Prazos residuais
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 190.811 - - - - - - - 190.811
Aplicações em instituições de crédito 366.730 162.430 223.084 188.993 - - - - 941.238
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 22.295 15.864 26.693 37.895 274.356 127.537 357.059 6.002 867.701
Activos financeiros disponíveis para venda - 30.584 28.015 77.192 410.128 234.397 213.604 - 993.921
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 220.357 220.357
Outros activos externo a receber 82.962 82.962
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14.516 - - - - - - - 14.516
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 364.315 - 16.496 - - - - - 380.810
Investimentos detidos até à maturidade 7 5.485 6.381 7.883 34.583 105.569 633.052 - 792.960
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 55.879 - 55.879
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - 377.396 - - - 377.396
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 1.425 1.425
Total 958.673 214.362 300.669 311.964 1.096.463 467.504 1.259.595 310.746 4.919.976

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 527.717 527.717
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 201.002 - - - - - - 1.131.967 1.332.969
Mercado monetário interbancário 65.288 1.009 - - - - - - 66.297
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 1.026.409 - - - - - - - 1.026.409
Outras responsabilidades 15 15 15 30 33 - - - 108
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 853 853
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 230.551 230.551
Recursos de instituições de crédito - 2.630 9.059 9.856 203.008 613.982 - - 838.535
Total 1.292.713 3.654 9.074 9.886 203.041 613.982 - 1.891.088 4.023.438

Liquidez ajustada (334.040) 210.708 291.595 302.078 893.422 (146.478) 1.259.595 (1.580.342)

Liquidez acumulada (334.040) (123.332) 168.263 470.341 1.363.763 1.217.286 2.476.880 896.538

Os principais pressupostos utilizados na construção dos quadros acima apresentados são os seguintes:

- Os juros dependentes de indexantes de mercado ou outros referenciais, apenas determináveis em data


futura (por exemplo os juros das Obrigações do Tesouro Nacional indexadas à taxa de câmbio ou
ao índice de preços do consumidor) foram apurados com base nos indexantes a cada data de relato
financeiro.

- Os depósitos à ordem (incluindo juros) são considerados activos à vista, pelo que se encontram
contemplados na coluna “Até 1 mês”.

- Para os restantes activos financeiros foi considerado que a sua maturidade era indeterminada, tendo
sido incluídos na coluna “Indeterminado”, assim como as notas e moedas em circulação, reservas
bancárias e Conta Única do Tesouro que embora sejam passivos financeiros exigíveis à vista não é
expectável que tenham esse prazo de liquidação.

- Não foram considerados eventuais incumprimentos ou reembolsos antecipados.


148 • Relatório Anual e Contas • 2018

Risco de mercado

O risco de mercado corresponde à probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou nos capitais
próprios, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos financeiros detidos pelo Banco,
como, por exemplo, o risco de oscilações nas taxas de juro e de câmbio.

O Banco assume exposição a riscos de mercado, ou seja, a riscos provenientes de posições em aberto em taxas de juro,
moeda estrangeira e outros produtos expostos a movimentos do mercado.

Risco cambial

Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da taxa de câmbio da
moeda estrangeira associada ao instrumento.

A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco, designadamente
o Departamento de Gestão de Reservas (DGR). As disponibilidades, aplicações e recursos em instituições de crédito,
os títulos detidos em carteiras geridas interna e externamente, bem como os financiamentos expõem o Banco a risco
cambial, ainda que o mesmo seja gerido com a definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das
Reservas Internacionais. Estes limites são definidos pelo DGR e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.

Decorrente da política contabilística descrita na alínea b) da Nota 2.1.4, o Banco regista todos os custos e proveitos
relativos a diferenças cambiais potenciais numa rubrica de capitais próprios, não tendo qualquer impacto na demons-
tração dos resultados do Banco.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os instrumentos financeiros, por moeda nacional e estrangeira, apresentam o
seguinte: detalhe:

2018
Dólares dos
Yuan Total em
Kwanzas Estados Libras Outros Total
Renminbi USD
Unidos Euros Esterlinas
Activo
Ouro - 234.495 - - - - 234.495 760
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 577.591 6.586 45 17 2.432 586.671 1.901
Aplicações em instituições de crédito - 1.365.845 - 82.575 - - 1.448.197 4.693
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 531.975 21.266 65.637 - 3.516 622.394 2.017
Activos financeiros disponíveis para venda - 2.097.849 135.280 19.438 - 44.920 2.297.487 7.445
Fundo Monetário Internacional - - - - - 313.548 313.548 1.016
Outros valores activos externo a receber - - - - - - - -
Total em KZ - 4.807.755 163.132 167.695 17 364.416 5.502.792 17.831
Total em USD - 15.579 529 543 0 1.181 17.831 17.831

Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 246 8.081 1.399 - - 8 9.734 32
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 752.961 - - - - - 752.961 2.440
Activos financeiros disponíveis para venda 536.004 1.551 - - - - 537.555 1.742
Activos financeiros concedidos ao Estado - 154.993 - - - - 154.993 502
Investimentos em associadas e outras entidades 731 - - - - - 731 2
Outros valores activos internos a receber 12.106 - - - - - 12.106 39
Total em Kz 1.302.048 164.625 1.399 - - 8 1.468.080 4.757
Total em USD 4.219 533 5 - - 0 4.757 4.757
Passivo
Notas e moedas em circulação 498.390 - - - - - 498.390 1.615
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 799.276 949.921 - - - - 1.749.197 5.668
Mercado monetário interbancário 87.881 - - - - - 87.881 285
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 206.976 1.191.994 114.850 - - - 1.513.820 4.905
Outras responsabilidades 26 - - - - - 26 0
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 329.386 329.386 1.067
Recursos em instituições de crédito - 1.397.914 - - - - 1.397.914 4.530
Total em Kz 1.592.549 3.539.830 114.850 - - 329.386 5.576.615 18.071
Sut-total em USD 5.160 11.470 372 - - 1.067 18.070 18.071

Posição líquida em Kz (290.501) 1.432.550 49.681 167.695 17 35.038 1.394.257 4.517


Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (941) 4.642 161 543 0 114 4.517 4.517
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 149

2017
(reexpresso)
Dólares dos
Yuan Total em
Kwanzas Estados Libras Outros Total
Renminbi USD
Unidos Euros Esterlinas
Activo
Ouro - 128.165 - - - - 128.165 772
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 189.085 469 1 211 1.045 190.811 1.150
Aplicações em instituições de crédito - 775.927 27.746 134.406 - - 938.079 5.654
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 638.588 163.495 55.429 - 10.190 867.701 5.230
Activos financeiros disponíveis para venda - 820.717 100.193 (792) 19.130 27.685 966.933 5.828
Fundo Monetário Internacional - - - - - 220.357 220.357 1.328
Outros valores activos externo a receber - 82.962 - - - - 82.962 500
Total em KZ - 2.635.443 291.903 189.044 19.341 259.276 3.395.007 20.461
Total em USD - 15.883 1.759 1.139 117 1.563 20.461 20.461
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 17 13.722 770 - - 6 14.516 87
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 294.459 323.345 1.442 - - - 619.247 3.732
Investimentos detidos até à maturidade 206.384 974 - - - - 207.359 1.250
Activos financeiros concedidos ao Estado 291.900 85.496 - - - - 377.396 2.275
Investimentos em associadas e outras entidades 1.425 - - - - - 1.425 9
Total em Kz 794.186 423.538 2.212 - - 6 1.219.943 7.352
Total em USD 4.786 2.553 13 - - 0 7.352 7.352

Passivo
Notas e moedas em circulação 527.717 - - - - - 527.717 3.180
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 925.641 407.328 - - - - 1.332.969 8.034
Mercado monetário interbancário 66.297 - - - - - 66.297 400
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 178.038 848.371 - - - - 1.026.409 6.186
Outras responsabilidades 84 - - - - - 84 1
Investimentos em associadas e outras entidades 853 - - - - - 853 5
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 230.551 230.551 1.389
Recursos em instituições de crédito - 770.334 - - - - 770.334 4.643
Total em KZ 1.698.629 2.026.034 - - - 230.551 3.955.213 23.838
Total em USD 10.237 12.211 - - - 1.389 23.838 23.838
Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (5.451) 6.225 1.773 1.139 117 173 3.976 3.976

Risco de taxa de juro

O risco de taxa de juro diz respeito ao impacto que movimentos nas taxas de juro têm nos resultados e no valor pa-
trimonial dos activos e passivos do Banco. Este risco decorre essencialmente da existência de diferentes prazos de
vencimento ou de reapreciação dos activos, passivos e posições fora de balanço da entidade, face a alterações na
inclinação da curva de taxas de juro. Desta forma, o risco de taxa de juro corresponde ao risco do valor actual dos fluxos
de caixa futuros de um instrumento financeiro sofrer flutuações em virtude de alterações nas taxas de juro de mercado.
150 • Relatório Anual e Contas • 2018

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os instrumentos financeiros, por tipo de taxa de juro, apresentam o seguinte
detalhe:

2018
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro Total
Activo
Ouro - - 234.495 234.495
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 336.971 249.700 586.671
Aplicações em instituições de crédito 1.448.197 - - 1.448.197
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 223.501 26.253 372.640 622.394
Activos financeiros disponíveis para venda 2.297.487 - - 2.297.487
Fundo Monetário Internacional - 73.065 240.483 313.548
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 9.734 9.734
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 752.961 - - 752.961
Activos financeiros disponíveis para venda 499.367 - 38.188 537.555
Activos financeiros concedidos ao Estado 154.993 - - 154.993
Investimentos em associadas e outras entidades - - 731 731
Outros valores activos internos a receber - - 12.106 12.106
Total 5.376.505 436.289 1.158.078 6.970.872

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 498.390 498.390
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 1.749.197 1.749.197
Mercado monetário interbancário 87.881 - - 87.881
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 1.513.820 1.513.820
Outras responsabilidades - - 26 26
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 329.386 - 329.386
Recursos em instituições de crédito 1.397.914 - - 1.397.914
Total 1.485.795 329.386 3.761.433 5.576.614

2017
(reexpresso)
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro Total
Activo
Ouro - - 128.165 128.165
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 190.811 190.811
Aplicações em instituições de crédito 938.079 - - 938.079
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 445.660 109.773 312.268 867.701
Activos financeiros disponíveis para venda 966.933 - - 966.933
Fundo Monetário Internacional - 52.006 168.351 220.357
Outros valores activos externo a receber 82.962 82.962
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 14.516 14.516
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 619.247 - - 619.247
Investimentos detidos até à maturidade 207.359 - - 207.359
Activos financeiros concedidos ao Estado 187.396 - 190.000 377.396
Investimentos em associadas e outras entidades - - 1.425 1.425
Total 3.364.673 161.778 1.088.498 4.614.949

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 527.717 527.717
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 1.332.969 1.332.969
Mercado monetário interbancário 66.297 - - 66.297
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 1.026.409 1.026.409
Outras responsabilidades - - 84 84
Investimentos em associadas e outras entidades - 853 853
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 230.551 - 230.551
Recursos em instituições de crédito 770.334 - - 770.334
Total 836.631 230.551 2.888.031 3.955.213

Para efeitos da elaboração dos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

- Na rubrica “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” foram distinguidos os montantes de depósitos


à ordem regulares em instituições de crédito, não sujeitos a taxa de juro, dos que se encontram sujeitos a
taxa de juro variável, nomeadamente os depósitos com aplicações overnight contratadas.
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 151

- Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos
nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados”, não é possível divulgar a exposição por tipo de taxa de juro destas aplicações.

- Apesar do cupão pago pelas obrigações do Tesouro Nacional, classificadas na categoria “Investimentos
detidos até à maturidade”, ser variável devido à flutuação do valor nominal em função da taxa de câmbio da
data de liquidação, a taxa de cupão associada a cada título é fixa.

É de realçar que existem investimentos realizados pela gestão externa (incluídos na rubrica “Activos financeiros ao
justo valor através de resultados”) que têm exposição ao risco de taxa de juro, porém, o Banco enquadra globalmente
este risco como sendo de mercado.

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, os instrumentos financeiros por data de maturidade ou prazo de refixação de taxa,
apresentam o seguinte detalhe:
2018
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses Entre 1 e 3 Entre 3 e 5
Até 1 mês Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses e 1 ano anos anos
Activo
Ouro - - - - - - - 234.495 234.495
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 336.971 - - - - - - 249.700 586.671
Aplicações em instituições de crédito 697.671 480.180 114.673 155.673 - - - - 1.448.197
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 3.063 10.150 10.294 30.701 121.882 61.037 27.222 358.045 622.394
Activos financeiros disponíveis para venda 40.335 77.894 128.039 383.701 926.518 672.952 68.047 - 2.297.487
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 313.548 313.548
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 9.734 9.734
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 43.349 165.623 5.000 - 538.989 - - - 752.961
Activos financeiros disponíveis para venda - - - - 2 59.463 478.090 - 537.555
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - 154.993 - - - 154.993
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 731 731
Outros valores activos internos a receber - - - - - - - 12.106 12.106
Total 1.121.389 733.848 258.006 570.075 1.742.384 793.452 573.358 1.178.359 6.970.872

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 498.390 498.390
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 1.749.197 1.749.197
Mercado monetário interbancário 67.172 20.709 - - - - - - 87.881
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 1.513.820 1.513.820
Outras responsabilidades - 11 11 4 - - - - 26
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 329.386 329.386
Recursos em instituições de crédito - - - 156.082 1.241.832 - - - 1.397.914
Total 67.172 20.720 11 156.086 1.241.832 - - 4.090.793 5.576.614

2017
(reexpresso)
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses Entre 1 e 3 Entre 3 e 5
Até 1 mês Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses e 1 ano anos anos
Activo
Ouro - - - - - - - 128.165 128.165
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 190.811 - - - - - - - 190.811
Aplicações em instituições de crédito 366.481 162.161 222.236 187.200 - - - - 938.079
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 22.295 15.864 26.693 37.895 274.356 127.537 357.059 6.002 867.701
Activos financeiros disponíveis para venda - 13.898 28.060 76.147 402.071 253.431 193.326 - 966.933
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 220.357 220.357
Outros valores activos externo a receber 82.962 82.962
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14.516 - - - - - - - 14.516
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 603.335 - 15.912 - - - - - 619.247
Investimentos detidos até à maturidade - 2.924 1.002 - 4.116 62.394 503.269 - 207.359
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - - - 377.396 377.396
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 1.425 1.425
Total 1.197.437 194.847 293.903 301.243 680.543 443.362 1.053.654 816.307 4.614.949

Passivo
Notas e moedas em circulação 527.717 - - - - - - - 527.717
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1.332.969 - - - - - - - 1.332.969
Mercado monetário interbancário 65.288 1.009 - - - - - 66.297
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 1.026.409 - - - - - - - 1.026.409
Outras responsabilidades 17 10 10 21 26 - - - 84
Investimentos em associadas e outras entidades 853 853
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 230.551 230.551
Recursos em instituições de crédito - 763 4.507 1.071 165.924 598.070 - - 770.334
Total 2.952.399 1.782 4.517 1.092 165.950 598.070 - 231.404 3.955.213
152 • Relatório Anual e Contas • 2018

42 - Responsabilidades contingentes
Devido às alterações regulamentares em sede de Imposto Consumo que ocorreram durante o exercício de 2014, atra-
vés da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro de 2014, bem como as alterações
que já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional de Angola
está analisar o enquadramento da isenção prevista no art.92º da Lei nº 16/2010 de 15 de Julho Lei do Banco Nacional
de Angola, à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Até à presente data ainda não foram concluídos os traba-
lhos de enquadramento, apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas.

43 – Eventos subsequentes à data de referência


Seguidamente apresentam-se os eventos relevantes subsequentes a 31 de Dezembro de 2018, sendo convicção do
Conselho de Administração do BNA, nos termos da IAS 10, que os mesmos não dão lugar a ajustamentos na posição
financeira do Banco com referência a 31 de Dezembro de 2018.

a) Operação de reestruturação de dívida de instituição de crédito

Encontra-se em curso a formalização de um acordo entre o BNA e uma Instituição Financeira com vista à definição de
um plano de reestruturação da sua dívida. No entanto, à data de aprovação destas demonstrações financeiras não são
estimados impactos significativos nas mesmas decorrentes do referido acordo (Nota 7).

b) Operação de cedência de liquidez

Em 31 de Dezembro de 2018 e 2017, a rubrica “Cedência de liquidez” corresponde a uma operação de cedência de
liquidez em moeda estrangeira a uma instituição financeira bancária nacional, com vista à abertura de cartas de crédito
para operações de importação de bens alimentares. Em 31 de Dezembro de 2018, o BNA procedeu ao registo adicional
de uma reversão de perda por imparidade no valor de Kz 5 000 milhões, tendo por base os recebimentos efectivos que
ocorreram até 15 de Março de 2019, decorrentes de um acordo de reestruturação por dificuldades financeiras. Face às
incertezas existentes sobre a capacidade desta instituição proceder à liquidação do remanescente da linha de finan-
ciamento, o valor da imparidade registada com referência a 31 de Dezembro de 2018 (Kz 6 575 milhões) corresponde
ao valor da Cedência de Liquidez não liquidado até 15 de Março de 2019 (Nota 8).

c) Alteração da taxa de juros da Obrigação de Tesouro emitida em 19 de Julho de 2016

O Decreto Presidencial aprovado no dia 18 de Março de 2019 pelo Presidente da República revogou o artigo n.º2 do
Decreto Presidencial n.º 130/16 de 13 de Junho e alterou a taxa de juros de cupão futuro das Obrigações do Tesouro
Nacional emitidas em Julho de 2016, de 0% para 12%.

d) Revogação de licenças do Banco Postal, Banco Mais e BANC

Em reunião do Conselho de Administração, realizada no dia 2 de Janeiro de 2019, o Banco Nacional de Angola deli-
berou a revogação das licenças de duas instituições financeiras bancárias, nomeadamente, o BANCO MAIS, S.A. e o
BANCO POSTAL, S.A., por não reunirem o requisito legal para a continuidade da actividade bancária, nos termos da
alínea b), conjugada com a alínea c) do 15.º, e a alínea f), ambas do artigo 29.º da Lei n.º 12/15, de 17 de Junho, Lei de
Bases das Instituições Financeiras, bem como em obediência com o estipulado no Aviso n.º 02/2018, de 02 de Março.

Perante a incapacidade de mobilização de capital adicional pelos accionistas do BANC necessário e indispensável
para o cumprimento dos requisitos legais mínimos vigentes, o BNA, ao abrigo das disposições combinadas dos artigos
21º da Lei do Banco Nacional de Angola e nº 1 do artigo 30º, da Lei de Bases das Instituições Financeiras, em reunião
extraordinária, realizada no dia 29 de Janeiro de 2019, deliberou revogar a autorização para o exercício de actividade
bancária do referido banco, cessando deste modo a sua actividade no dia 6 de Fevereiro de 2019.

Desse modo, foi reforçada a provisão para risco sistémico do sector bancário, por forma a suportar o valor dos depósi-
tos de clientes e compensações a colaboradores que eventualmente o BNA venha a arcar (Nota 8 e 18).
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 153

44 – Afectação do resultado de 2018


Tendo em consideração que o resultado apurado no exercício foi de Kz 18,59 mil milhões, o Conselho de Administração
deliberou no dia 29 de Março de 2019, no sentido de se proceder à seguinte distribuição daquele resultado, nos termos
do disposto no artigo 89.º da Lei do BNA:

– 20%, ou seja, Kz 3,72 mil milhões para Reserva legal;

– 20%, ou seja, Kz 3,72 mil milhões para Reserva livre; e

– 60%, ou seja, Kz 11,16 mil milhões para o Tesouro Nacional, a título de dividendos.

Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 29 de
Março de 2019, pelo que são assinadas pelos seus membros.

45 – Novas normas e interpretações aplicáveis ao exer-


cício ou que irão entrar em vigor em exercícios futuros
Adopção de normas (novas ou revistas) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e
interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC)

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões têm aplicação obrigatória pela primeira vez no exercício
findo em 31 de Dezembro de 2018:

Data de Aplicável os exercícios


Norma /interpretação
emissão iniciados em ou após
IFRS 15 - Rédito de Contratos com Clientes 28-05-2014 01-01-2018
IFRS 15 - Rédito de Contratos com Clientes (Emenda) 11-09-2015 01-01-2018
IAS 40 - Transferências de propriedades de investimento (Emenda) 11-12-2016 01-01-2018
IFRS 9 - Instrumentos Financeiros 27-07-2014 01-01-2018

Não foram produzidos efeitos significativos nas demonstrações financeiras no exercício findo em 31 de Dezembro de
2018, decorrente da adopção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas, com excepção da IFRS
9 que não foi adoptada.

Normas, interpretações, emendas e revisões que irão entrar em vigor em exercícios futuros

As normas e interpretações recentemente emitidas pelo IASB cuja aplicação é obrigatória apenas em períodos com
início após 1 de Janeiro de 2018 ou posteriores e que o Banco não adoptou antecipadamente são as seguintes:

Data de Aplicável os exercícios


Norma /interpretação
emissão iniciados em ou após
IFRS 9 - Instrumentos Financeiros (Emenda) 28-05-2014 01-01-2019
IFRS 16 - Locações 13-01-2016 01-01-2019
IFRIC 23 - Incertezas no tratamento de imposto sobre o rendimento 01-06-2017 01-01-2019
IAS 19 - Benefícios aos empregados (Emenda) 01-06-2018 01-01-2019
IAS 1 e IAS 8 – Apresentação das demonstrações financeiras e
12-09-2017 01-01-2020
(Emenda)
154 • Relatório Anual e Contas • 2018

IFRS 9 Instrumentos financeiros (Norma não adoptada pelo BNA em 1 de Janeiro de 2018):

Esta norma insere-se no projecto de revisão da IAS 39 e estabelece os novos requisitos relativamente à classificação
e mensuração de activos e passivos financeiros, à metodologia de cálculo de imparidade e à aplicação das regras de
contabilidade de cobertura.

O projecto de implementação da IFRS 9 estabelece novas regras de classificação e mensuração dos activos e passivos
financeiros, tendo sido estruturados em três etapas:

- Etapa 1: Classificação e mensuração de activos e passivos financeiros;

- Etapa 2: Imparidade de activos financeiros: redução no valor recuperável;

- Etapa 3: Contabilidade de cobertura.

No que respeita à classificação de activos e passivos financeiros, são identificados, de seguida, os principais aspectos
a reter da IFRS 9:

Classificação e mensuração de activos financeiros

- Todos os activos financeiros são mensurados ao justo valor na data do reconhecimento inicial, ajustado
pelos custos de transacção no caso de os instrumentos não serem contabilizadas pelo valor justo através de
resultado (Fair value through Profit loss). No entanto, as contas de clientes sem uma componente de financia-
mento significativa são inicialmente mensuradas pelo seu valor de transacção, conforme definido na IFRS - 15
rendimentos de contractos com os clientes.

- Os instrumentos de dívida são posteriormente mensurados com base nos seus fluxos de caixa contratuais
e no modelo de negócio no qual tais instrumentos são detidos. Se um instrumento de dívida tem fluxos de
caixa contratuais que são apenas os pagamentos do capital e dos juros sobre o capital em dívida e é detido
dentro de um modelo de negócio com o objectivo de deter os activos para recolher fluxos de caixa contra-
tuais, então o instrumento é contabilizado pelo custo amortizado. Se um instrumento de dívida tem fluxos de
caixa contratuais que são exclusivamente os pagamentos do capital e dos juros sobre o capital em dívida e
é detido num modelo de negócios cujo objectivo é recolher fluxos de caixa contratuais e de venda de activos
financeiros, então o instrumento é medido pelo justo valor através do resultado integral (Fair value through
other comprehensive income) com subsequente reclassificação para resultados.

- Todos os outros instrumentos de dívida são subsequentemente contabilizados pelo FVTPL. Além disso, existe
uma opção que permite que os activos financeiros no reconhecimento inicial possam ser designados como
FVTPL se isso eliminar ou reduzir significativamente descompensação contabilística significativa nos resul-
tados do exercício.

- Os instrumentos de capital são geralmente mensurados ao FVTPL. No entanto, as entidades têm uma op-
ção irrevogável, numa base de instrumento a instrumento, de apresentar as variações de justo valor dos
instrumentos na demonstração do rendimento integral (sem subsequente reclassificação da variação para
resultados do exercício).
Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 155

Classificação e mensuração dos passivos financeiros

- Para os passivos financeiros designados como justo valor através de resultados, usando a opção do justo va-
lor, a quantia da alteração no valor justo desses passivos financeiros que seja atribuível a alterações no risco
de crédito devem ser apresentadas na demonstração do resultado integral. O resto da alteração no justo valor
deve ser apresentado no resultado, a não ser que a apresentação da alteração de justo valor relativamente ao
risco de crédito do passivo na demonstração do resultado integral vá criar ou ampliar uma descompensação
contabilística nos resultados do exercício.

- Todas os restantes requisitos de classificação e mensuração de passivos financeiros da IAS 39 foram trans-
portados para IFRS 9, incluindo as regras de separação de derivados embutidos e os critérios para usar a
opção do justo valor.

Em síntese, no que diz respeito à classificação e mensuração dos activos e passivos financeiros, verificamos que a nova
norma veio reduzir a complexidade da contabilização dos instrumentos financeiros através da redução da complexidade
da contabilização dos instrumentos financeiros atendendo à redução do número de classes onde se podem contabilizar
os instrumentos financeiros que passam das 4 classes da IAS 39 para 2 classes (Justo valor ou Custo amortizado) e à
previsível redução do número de instrumentos contabilizados ao justo valor.

Contudo, no que diz respeito aos instrumentos de dívida, a eliminação de investimentos detidos até à maturidade,
possibilita que mais instrumentos de dívida sejam contabilizados ao custo amortizado sem ter que se demonstrar a
intenção e capacidade de os deter até à maturidade. Note-se que a única forma de contabilizar instrumentos de dívida
cotados ao custo amortizado na IAS 39 era através da classe de investimentos detidos até à maturidade. As reclassifi-
cações de activos financeiros são possíveis quando existam alterações aos modelos de negócio. Estas reclassificações
devem afectar todos os instrumentos financeiros incluídos na classe que foi reclassificada. Relativamente à contabili-
zação dos passivos financeiros, pouco se altera na IFRS 9 face ao que estava previsto na IAS 39, ou seja, mantém-se a
possibilidade de separar os derivados embutidos incluídos em passivos financeiros e manter o instrumento hospedeiro
contabilizado ao custo amortizado. Adicionalmente, mantém-se a possibilidade de aplicar uma opção pelo justo valor e
contabilizar de passivos financeiros ao justo valor, devendo ser efectuada uma separação das variações no justo valor
ocorridas. Quando estas variações se devem a alterações no risco de crédito do emitente, essas variações devem ser
reconhecidas no rendimento integral. Quando se devem a causas exógenas à entidade, devem ser reconhecidas na
demonstração dos resultados.

Na segunda etapa da implementação desta norma, introduziu-se uma alteração na forma como as instituições finan-
ceiras calculam as imparidades sobre os seus instrumentos financeiros. A IFRS 9 veio introduzir um modelo de perda
esperada em substituição do modelo de perda incorrida utilizado pela IAS 39. De acordo com este novo modelo, as
entidades devem reconhecer perdas esperadas antes da ocorrência dos eventos de perda. Existe também a necessi-
dade de inclusão de informação prospectiva (“forward looking”) nas estimativas de perda esperada, com inclusão de
tendências e cenários futuros, nomeadamente macroeconómicos.
156 • Relatório Anual e Contas • 2018

O conceito de perda esperada de crédito apresenta diferenças face ao conceito de perda esperada previsto no acordo
de Basileia III, nomeadamente na Capital Requirements Directive IV (CRD IV). De acordo com este novo modelo, os
activos sujeitos ao cálculo de imparidade, deverão ser categorizados numas das seguintes fases, em função de altera-
ções do risco de crédito desde o reconhecimento inicial do activo e não em função do risco de crédito à data de reporte:

- Fase 1 – A partir do reconhecimento inicial do activo e sempre que não exista uma degradação significativa
do risco de crédito desde essa data, os activos são classificados nesta 1ª fase. Para estes activos deverá ser
reconhecida uma imparidade correspondente à perda esperada para o horizonte temporal de um ano, a contar
desde a data de referência do reporte.

- Fase 2 – Caso exista uma degradação significativa de risco desde o reconhecimento inicial, os activos de-
verão ser classificados na 2ª fase. Nesta fase, a imparidade corresponderá à perda esperada para a restante
vida desse activo. O conceito de degradação significativa do risco de crédito, preconizado pela IFRS 9, intro-
duz um maior nível de subjectividade no cálculo da imparidade, obrigando também a uma maior ligação com
as políticas de gestão de risco de crédito da entidade. As perspetivas lifetime e forward-looking introduzem
desafios na modelação, por parte das instituições financeiras, dos parâmetros de risco de crédito.

- Fase 3 – Os activos em situação de imparidade deverão ser classificados nesta fase, com imparidade cor-
respondente à perda esperada para a restante vida desse activo. Em relação à fase anterior, a distinção
corresponde à forma de reconhecimento do juro efectivo, que deverá ter por base o valor líquido de balanço
(na 2ª fase tinha por base o valor bruto de balanço).

Imparidade: redução no valor recuperável

- Os requisitos de imparidade são baseados num modelo de perda esperada de crédito, que substitui o modelo
de perda incorrida da IAS 39.

- O modelo de perda esperada de crédito aplica-se: (i) aos instrumentos de dívida contabilizados ao custo
amortizado ou ao justo valor através de rendimento integral, (ii) à maioria dos compromissos de empréstimos,
(iii) aos contractos de garantia financeira, (iv) aos activos contratuais no âmbito da IFRS 15 e (v) às contas a
receber de locações no âmbito da IAS 17 - Locações.

- A mensuração das PEC deve reflectir a probabilidade ponderada do resultado, o efeito do valor temporal do
dinheiro, e ser baseada em informação razoável e suportável que esteja disponível sem custo ou esforço
excessivo.

Por último, a terceira etapa de implementação da IFRS 9, diz respeito à contabilidade de cobertura e os novos requi-
sitos que advêm da aplicação do novo normativo contabilístico. A IFRS 9 veio simplificar as necessidades actuais e o
alinhamento entre a contabilidade de cobertura e a gestão de risco das instituições.

Contabilidade de cobertura

- Os testes de eficácia de cobertura devem ser prospectivos e podem ser qualitativos, dependendo da comple-
xidade da cobertura, sem o teste dos 80,0% - 125,0%.

- Uma componente de risco de um instrumento financeiro ou não financeiro pode ser designada como o item
coberto se a componente de risco for identificável separadamente e mensurável de forma confiável.

- O valor temporal de uma opção, o elemento forward de um contrato forward e qualquer spread base de moe-
da estrangeira podem ser excluídos da designação como instrumentos de cobertura e serem contabilizado
como custos da cobertura.

- Conjuntos mais alargados de itens podem ser designados como itens cobertos, incluindo designações por
camadas e algumas posições líquidas.

Luanda, 29 de Março de 2019


Parte VI – Notas Anexas às Demonstrações Financeiras • 157

_____________________________________________

José de Lima Massano (Governador)

_____________________________________________

Rui Miguêns de Oliveira (Vice-Governador)

_____________________________________________

Manuel António Tiago Dias (Vice-Governador)

_____________________________________________

Beatriz Ferreira de Andrade dos Santos (Administrador)

_____________________________________________

Miguel Bartolomeu Miguel (Administrador)

_____________________________________________

Pedro Rodrigo Gonçalves de Castro e Silva (Administrador)

_____________________________________________

Tavares André Cristóvão (Administrador)


PARTE VII – ANEXOS
Anexos – I. Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria • 159
160 • Relatório Anual e Contas • 2018
Anexos – I. Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria • 161
162 • Relatório Anual e Contas • 2018
Anexos – I. Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria • 163
164 • Relatório Anual e Contas • 2018
II. Relatório do Auditor Externo
166 • Relatório Anual e Contas • 2018
Anexos – II. Relatório do Auditor Externo • 167
168 • Relatório Anual e Contas • 2018
Anexos – II. Relatório do Auditor Externo • 169
170 • Relatório Anual e Contas • 2018
Anexos – II. Relatório do Auditor Externo • 171
172 • Relatório Anual e Contas • 2018
Mensagem do Governador do Banco Nacional de Angola • 173

III. Normativos
174 • Relatório Anual e Contas • 2018

I. AVISOS

• Aviso n.º 01/2018, de 17 de Janeiro 18, DR- I Série, - Limite de posição Cambial- estabelece o limite da
posição cambial global dos bancos comerciais e a sua base de cálculo.

• Aviso n.º 02/2018, de 02 Março de 18, DR- I Série, n.º 30, - Estabelece o capital social mínimo e fundos
próprios regulamentares (FPR) das instituições financeiras bancárias. Revoga - Aviso n.º 14/2013, de 02 de
Dezembro e o 04/07, de 12 de Setembro.

• Aviso n.º 03/2018, de 02 de Março 18, DR- I Série, n.º 30, - Estabelece o conjunto de serviços mínimos
bancários isentos de cobrança de comissões. Revoga - Aviso n.º 03/2017, de 30 de Março.

• Aviso n.º 04/2018, de 7 de Março 18, DR- I Série, n.º 33, - Alterar a redacção do artigo 12.º do Aviso N.º
09/17, de 12 Setembro, sobre Infracções que possam ser cometidas pelas Instituições Financeiras Bancárias
no que se respeita as suas obrigações ao abrigo do Aviso n.º 09/17, de 12 de Setembro, nomeadamente o
incumprimento dos prazos neste estabelecidos.

• Aviso n.º 05/2018, de 17 de Julho 18, DR- I Série, - Regulamentação Cambial- Estabelece as regras e os
procedimentos a observar na realização de operações cambiais destinadas à liquidação de importações e ex-
portações de mercadoria na República de Angola. Revoga- Aviso n.º 19/12, 25 de Abril, o Aviso n.º 3/14 de
12 de Agosto, o Aviso n.º 4/17, de 28 de Junho e o Instrutivo não publicado em Diário da República
n.º 4/17, de 27 de Março.

• Aviso n.º 06/2018, de 15 de Agosto 18, DR- I Série, n.122, - Limite de posição cambial- Estabelece o limite
da posição cambial global dos bancos comerciais e a sua base de cálculo. Revoga- Aviso n.º 01/2018, de 22
de Janeiro.

• Aviso n.º 07/2018, de 29 de Novembro 18, DR- I Série, n.º 180, -Sistema Financeiro- Estabelece os requi-
sitos e procedimentos para a autorização de constituição de Instituições Financeiras não bancárias ligadas
à moeda e crédito, sujeitas à supervisão do Banco Nacional de Angola, estabelecidas no número 1 do artigo
7.º da Lei n.º 12/15, de 17 de Junho, Lei de Bases das Instituições Financeira. Revoga - Aviso n.º 15/2012, de
03 de Abril, Aviso n.º 18/2012, de 03 de Abril, Aviso n.º 08/2012, de 30 de Março, Aviso n.º 09/2012, de 02 de
Abril, Aviso n.º 07/2013, de 22 de Abril e o Aviso n.º 05/2014, de 01 de Outubro.

• Aviso n.º 08/2018, de 29 de Novembro 18, DR- I Série, n. º180, - Sistema Financeiro- Estabelece o capital
social e fundos próprios regulamentares mínimos aplicáveis às instituições financeiras não bancárias ligadas
à moeda e crédito, sujeitas à supervisão do banco nacional de angola, referidas no número 1 do artigo 7.º da
Lei n.º 12/15, de 17 de Junho - Lei de Bases das Instituições Financeiras, s. Revoga -Aviso n.º 15/2012, de
03 de Abril, Aviso n.º 18/2012, de 03 de Abril, Aviso n.º 08/2012, de 30 de Março, Aviso n.º 09/2012, de 02 de
Abril, Aviso n.º 07/2013, de 22 de Abril e o Aviso n.º 05/2014, de 01 de Outubro.

• Aviso n.º 09/2018, de 29 de Novembro, DR- I Série, n.º 180, - Sistema financeiro- Define os termos e
condições em que as casas de câmbio devem exercer a sua actividade, observando para tal os requisitos
gerais previstos no artigo 104.º da Lei n.º 12/15, de 17 de Junho - Lei de Bases das Instituições Financeiras.
Revoga - Aviso 21/12, de 25 de Abril, o Instrutivo nº 2/2012 de 20 de Abril e o Instrutivo n.º 21/2016, de 06
de Setembro.

• Aviso n.º 10/2018, de 29 de Novembro, DR- I Série, n.º 180, - Sistema Financeiro- Estabelece o tipo de
processo sancionatório aplicável às situações de atraso de envio de informação periódica ao Banco Nacional
de Angola. Revoga - Aviso n.º 16/2007, de 12 de Setembro.

• Aviso n.º 11/2018, de 29 de Novembro, DR- I Série, n.º 180, - Sistemas de Pagamentos - Estabelece as
regras operacionais de prestação de serviço de remessas de valores, efectuado por Instituições Financeiras,
designadas por prestadores de serviços de pagamento, sob a supervisão do Banco Nacional de Angola, no
âmbito do Sistema de Pagamentos de Angola. Revoga - Aviso n.º 06/2013, de 22 de Abril, sobre o serviço de
remessas de valores e o Instrutivo n.º 22/2016, de 6 de Setembro, sobre as regras operacionais do serviço de
remessas de valores.
Anexos – III. Normativos • 175

• Aviso n.º 12/2018, de 21 de Dezembro, DR- I Série, n.º 189, - Limite de posição cambial - Estabelece o
limite da posição cambial global dos bancos comerciais e a sua base de cálculo. Revoga - Aviso n.º 06/2018,
de 15 de Agosto.

II. INSTRUTIVOS

• Instrutivo n.º 01/2018, 19 de Janeiro – Politica Cambial- Estabelecer procedimentos de participação para
leilões de compra e venda de moeda estrangeira para melhor cumprir os objectivos de política cambial. Revo-
ga - Instrutivo n.º 10/2015, de 04 de Junho.

• Instrutivo n.º 02/2018, 19 de Janeiro – Politica Cambial - Estabelece procedimentos a observar na exe-
cução de operações cambiais pelos bancos comerciais, de forma justa e transparente nas negociações com
os seus Clientes e outros participantes do mercado.

• Instrutivo n.º 03/2018, 19 de Janeiro – Política Cambial - Define a metodologia de cálculo do processo de
formação da taxa de câmbio de referência do mercado primário, bem como as margens permitidas sobre as
operações cambiais no mercado secundário.

• Instrutivo n.º 04/2018, 19 de Março – Política Monetária – Estabelece os procedimentos que os bancos
de desenvolvimento, considerando o seu âmbito e funções fundamentais, devem observar na participação do
mercado monetário interbancário para cedência de liquidez, mediante entrega ou não de garantias por parte
das instituições bancárias tomadoras. Revoga - Instrutivo n.º 13/2015, de 01 de Julho.

• Instrutivo n.º 05/2018, 05 de Maio – Política Monetária – Actualiza as normas existentes de apuramento e
cumprimento das reservas obrigatórias por parte instituições financeiras bancárias estabelecidas no país face
ao actual quadro de estabilidade macroeconómica, tendo em vista uma maior eficiência dos instrumentos de
política monetária. Revoga - Instrutivo n.º 06/2017, de 01 de Dezembro.

• Instrutivo n.º 06/2018, 19 de Junho – Política Cambial – Estabelecer os limites de operações cambiais
de ajuda familiar- fixando o limite de venda mensal de EUR 1.000,00 (mil euros) por beneficiário, especifica-
mente para ajuda familiar, assim o limite mensal por ordenador não deverá exceder Eur 2.500,00 (dois mil e
quinhentos euros).

• Instrutivo n.º 07/2018, 19 de Junho – Política Cambial – Orienta as instituições financeiras bancárias a
manter uma função de controlo cambial independente, que reporta directamente a um Administrador.

• Instrutivo n.º 08/2018, 19 de Junho – Política Cambial – Estabelece o prazo de suspensão da necessidade
de o BNA licenciar operações de importação de mercadorias a aguardar liquidação, com despachos alfande-
gários de desembarque datados após 01 de Janeiro de 2015.

• Instrutivo n.º 08/2018, 19 de Junho – Política Cambial – Estabelece o prazo de suspensão da necessidade
de o BNA licenciar operações de importação de mercadorias a aguardar liquidação, com despachos alfande-
gários de desembarque datados após 01 de Janeiro de 2015.

• Instrutivo n.º 09/2018, 19 de 02 de Julho – Política Cambial – Estabelecer limites de operações cambiais
de mercadoria, referentes a pagamentos antecipados, remessas documentárias e cobranças documentárias.

• Instrutivo n.º 09/2018, 19 de Julho - Política Monetária – Actualiza as normas existentes de apuramento e
cumprimento das reservas obrigatórias ao actual quadro de estabilidade macroeconómica. Revoga - instrutivo
n.º 05/2018, de 25 de Maio.

• Instrutivo n.º 11/2018, 11 de Setembro – Política Monetária – Estabelece os procedimentos que os ban-
cos de desenvolvimento, considerando o seu âmbito e funções fundamentais, devem observar para participar
no mercado monetário interbancário para ceder liquidez, mediante entrega ou não de garantias por parte dos
Instituições Bancárias tomadoras. Revoga - Instrutivo n.º 04/18, de 19 de Janeiro.

• Instrutivo n.º 12/2018, 14 de Setembro – Política Cambial – Estabelece as regras de disponibilização


176 • Relatório Anual e Contas • 2018

de plafonds pontuais em cartões de pagamento internacional, para a cobertura de despesas hospitalares e


escolares (propinas e alojamento) próprias e ou dos seus familiares directos.

• Instrutivo n.º 13/2018, 19 de Setembro – Política Cambial – Estabelece os procedimentos que as institu-
ições financeiras bancárias devem observar na identificação do perfil de risco dos clientes nas transacções
de importação e exportação de mercadorias e as medidas de prevenção de branqueamento de capitais,
financiamento do terrorismo e infracções subjacentes, que devem ser aplicadas a clientes classificados de
risco elevado.

• Instrutivo n.º 14/2018, 19 de Setembro – Política Cambial – Estabelece a remuneração de depósitos


colaterais associados à cartas de crédito.

• Instrutivo n.º 15/2018, 19 de Setembro – Política Cambial – Estabelece os procedimentos de venda de


moeda estrangeira às Instituições financeiras não bancárias, nomeadamente, casas de câmbio e sociedades
prestadoras de serviços de pagamento que exerçam actividade de remessas de valores (sociedades de re-
messas de valores). Revoga-Instrutivo n.º 17/2015 de 20 de Agosto e a Directiva n.º 2/2011 de 31 de Março.

• Instrutivo n.º 16/2018, 21 de Novembro – Política Cambial – Estabelece os limites aplicável às operações
de remessas de valores e o limite aplicável às operações de venda de moeda estrangeira em notas, cheques
de viagem ou carregamentos de cartões pré-pagos. Revoga - Instrutivos n.ºs 21/2016 e 22/2016, ambos de
6 de Setembro.

• Instrutivo n.º 17/2018, 28 de Novembro – Sistema Financeiro – Regula e uniformizar o procedimento a


observar nos processos de repatriamento voluntário de recursos financeiros previstos na Lei n.º 9/18 de, 26
de Junho, Lei de repatriamento de Recursos Financeiros.

• Instrutivo n.º 18/2018, 28 de Novembro – Sistema Financeiro – Estabelece as regras que os bancos comer-
ciais devem observar nos processos de conversão de créditos concedidos em moeda estrangeira para moeda
nacional.

• Instrutivo n.º 19/2018, 03 de Dezembro – Politica Cambial – Estabelece as regras e procedimentos que
as instituições financeiras bancárias devem observar nas sessões de leilões de venda e compra de moeda
estrangeira pelo Banco Nacional de Angola. Revoga - Instrutivo n.º 01/2018, de 19 de Janeiro.

• Instrutivo n.º 20/2018, 03 de Dezembro – Politica Cambial – Estabelece a metodologia de cálculo da taxa
câmbio de referência do mercado primário e as taxas de câmbio que devem ser praticadas pelas instituições
financeiras bancárias. Revoga - Instrutivo 03/2018, de 10 de Janeiro.

• Instrutivo n.º 21/2018, 03 de Dezembro – Politica Cambial – Prorrogar o prazo da suspensão temporária
da obrigação de licenciamento pelo Banco Nacional de Angola das operações de importação de mercadoria
que continuam por liquidar passados 360 (trezentos e sessenta) dias da data do despacho alfandegário de
desembarque.

III. DIRECTIVAS

• Directiva N.º 01/DCC/2018 – estabelece os procedimentos de envio de informação relativa aos mapas de
necessidades por parte dos bancos comerciais.

• Directiva N.º 01/ DSI/DRO/DMA/2018 – Obriga os bancos comerciais a remeter, com periodicidade diária,
o mapa de “POSIÇÃO CAMBIAL DIÁRIA”, que deve conter as informações relativas ao último dia útil anterior.

• Directiva N.º 03/ DCC/2018 – Estabelecer procedimentos sobre o reporte do mapa de necessidades todas as
operações que aguardam cobertura cambial, incluindo pendentes anteriores ao ano de 2018 com documen-
tação ainda válida, sem prejuízo do cumprimento das disposições constantes da Directiva n.º 01/17, de 3 de
Fevereiro, a partir do dia 01.11.2018. Revoga - Directiva n.º 01/DCC/2018, de 03 de Abril.

• Directiva N.º 03/DRO/DSI/18 – Estabelecer as orientações e o programa de implementação de testes de


Anexos – III. Normativos • 177

esfoço relativos aos critérios adoptados pelas instituições financeiras.

• Directiva N.º 04/DSP/DRO/18 – Estabelecer os requisitos de apuramento e cumprimento das reservas obri-
gatórias relativos ao período de constituição da base de incidência para o cálculo das reservas obrigatórias
em moeda nacional (MN) e em moeda estrangeira (ME) mensalmente.

• Directiva N.º 05/DMA/DRO/18 –Visa estabelecer os requisitos de acesso à Facilidade Permanente de Ce-
dência de Liquidez Overnight – FCO. Revoga - Directiva n.º 03/DRO/DMA/16.

• Directiva N.º 05/DSB/DRO/18 – Estabelecer os procedimentos que os bancos devem observar no envio,
com periodicidade diária, o mapa de “POSIÇÃO CAMBIAL DIÁRIA” e respectivos balancetes de fecho, con-
tendo as informações relativas ao último dia útil anterior. Revoga - Directiva n.º 01/DSI/DRO/DMA/2018, de
29 de Janeiro.

• Directiva N.º 07/DSB/DRO/18 – Estabelecer os procedimentos que os bancos devem observar no envio,
com periodicidade diária, o mapa de “POSIÇÃO CAMBIAL DIÁRIA” e respectivos balancetes de fecho, con-
tendo as informações relativas ao último dia útil anterior. Revoga - Directiva n.º 05/DSB/DRO/DMA/2018, de
20 de Agosto.

IV. DESPACHOS

 ORGANIZAÇÃO

• Despacho Nº 01/2018 – Organização - X Encontro de Estatísticas dos Bancos Centrais dos Países de Lín-
gua Portuguesa-Reconstituição da Comissão Organizadora .

• Despacho Nº 06/2018 – Organização -IV-Encontro Nacional de Tesouraria -Constituição da Comissão Or-


ganização.

• Despacho Nº 08/2018- Política Monetária- Regulamento Política Monetária.

• Despacho Nº 09/2018 – Organização- Semana Global do Dinheiro- Constituição da Comissão Organi-


zação- Realização da Semana Global do Dinheiro (Global Money Week), uma campanha internacional de
conscientização sobre o dinheiro.

• Despacho N.º 18/2018 – Organização - Política e Estratégia da Continuidade do Negócio.

• Despacho Nº 19/2018 – Organização- Política de Compliance - Manuel de procedimentos do Swift Sanc-


tion Screening. Visa assegurar o fortalecimento da governação corporativa e do sistema de controlo interno
do Banco Nacional de Angola.

• Despacho N.º 20/2018 - Concurso Público - Contratação Serviços Auditoria Externa DCF.

• Despacho N.º 26/2018 – Organização - IV Encontro de Auditoria, Gestão e Risco e Compliance dos Bancos
Centrais dos Países de Língua Portugal (BCPLP)-Constituição da Comissão Organizadora.

• Despacho Nº 43/2018 – Organização – Reunião Anual do Grupo de IT dos Bancos da SADC.

• Despacho Nº. 45/2018 – Organização - Regulamento de Aquisições e pagamentos de Bens Serviços e


Empreitadas.

• Despacho N.º46/2018 - Organização- Comité de Aquisição de Bens, Serviços e Empreitadas

• Despacho N.º 47/2018- Organização - Implementação do Processo de Aquisições de Bens, Serviços e


Empreitadas Constituição do Grupo de Trabalho.

• Despacho Nº 48/2018 – Concurso Limitado por Convite – Contracção de Empresa Especializada para
178 • Relatório Anual e Contas • 2018

Prestação de Consultoria para Reestruturação do Departamento de Operações Bancárias (DOB) –Constitu-


ição da Comissão de Avaliação das propostas.

• Despacho Nº 51/2018 - Imobilizado Corpóreo - Constituição da Comissão para o Abate e Alienação de


Bens do Activo Imobilizado Corpóreo do Banco Nacional de Angola.

• Despacho Nº 53/2018- Concurso Limitado por Convite - Contratação de Empresa Especializada para
prestação de Serviços de Consultoria para a Consolidação dos Métodos de Acompanhamento do Processo de
Inclusão Financeira - Constituição da Comissão de Avaliação das Propostas.

• Despacho Nº 55/2018- Política Monetária- Regulamento do Comité de Política Monetária (CPM). Visa
assegurar a operacionalização e dinamização dos mercados monetário e cambial em harmonia com os ob-
jectivos da Política monetária.

• Despacho Nº 71/2018 – Pessoal – Nomeação de Administradores do Banco Angolano de Negócios.

• Despacho Nº 74/2018 – Concurso Limitada por Convite – Contratação de Empresa para Fornecimento de
Uniformes – Constituição da Comissão de avaliação das Propostas.

• Despacho Nº 77/2018 – Organização – Eleição de Representante dos Trabalhadores para o Conselho de


Auditoria.

• Despacho Nº 78/2018 – Organização – Gestão de Recursos Informáticos.

• Despacho Nº 81/2018 – Organização – Regulamento de Assinaturas Autorizadas.

• Despacho Nº 82/2018 – Organização – Regulamento Eleição do Representante dos trabalhadores para o


Conselho de Auditoria.

• Despacho Nº 84/2018 – Organização – Seminário sobre Compliance.

• Despacho Nº 85/2018 – Concurso Limitado por Convite - Contratação de empresa para fornecimento ,
instalação e configuração de solução de gestão de impressões e impressora- Constituição da Comissão de
Avaliação das Propostas.

• Despacho n.º 86/2018 – Concurso Limitado por Convite – Contratação de S. de Auditoria.

• Despacho Nº 96 – Organização – Regulamento de Aquisições e Pagamentos de Bens, Serviços e Empre-


itadas.

• Despacho Nº 98/2018 – Pessoal - Ausência do Governador.

• Despacho Nº 104/2018 – Organização- Comissão Instaladora do Fundo de Garantias de Depósitos.

• Despacho Nº 106/2018 – Organização – VIII Encontro dos Sistemas de Pagamentos dos Bancos Centrais
dos País de Língua Portuguesa (BCPLP) – Constituição da Comissão Organizadora.

• Despacho N.º 110/2018 - – Organização - Política de Prevenção ao Branqueamento de Capitais e Finan-


ciamento ao Terrorismo.

• Despacho N.º 111/2018 – Organização – Política de Gestão de Risco – Regulamento do Comité de


Gestão de Risco - Regulamento do Subcomité da Continuidade do Negócio.

• Despacho N.º 114/2018 – Organização – Constituição Comissão Organizadora das Actividades Alusivas
ao 5 de Novembro.

• Despacho N.º 116/2018 – Concurso Limitado por Prévia Qualificação –Contratação de Empresa
para Actualização dos Produtos Oracle e Migração de dados – Constituição da Comissão de Avaliação das
Propostas.

• Despacho Nº 117/2018 - Concurso Limitado por Prévia Qualificação –Contratação de Empresa


Anexos – III. Normativos • 179

para Actualização dos Produtos Oracle e Migração de dados – Constituição da Comissão de Avaliação das
Propostas.

• Despacho Nº 118/2018- Concurso Limitado Por Prévia Qualificação – Contracção de Empresa para
fornecimento, Instalação e Configuração de Equipamentos de processamento e Armazenamento de Dados –
Constituição da Comissão de Avaliação das Propostas.

• Despacho Nº 119/2018- Concurso Público – Contratação de Empresa para Fornecimento de Refeições


ao Corpo de Segurança e Piquete da área de Electricidade e Outras áreas – Constituição da Comissão de
Avaliação das Propostas.

• Despacho Nº 120/2018- Concurso Público – Contracção de Empresa Especializada para Prestação de


Serviços de Manutenção e Limpeza no Centro Infantil do BNA – Constituição da Comissão de Avaliação das
Propostas.

• Despacho Nº 121/2018 - Concurso Público- Contratação de Empresa Especializada para Fornecimento


de Mobiliário para Delegação Regional Sul – Constituição da Comissão de Avaliação das Propostas.

• Despacho Nº 122/2018 -Concurso Público-Contratação de Empresa Especializada para instalação de


CCTV.

• Despacho N.º 124/2018 – Organização –Regulamento do Conselho de Administração.

• Despacho N.º 125/2018 – Organização- Regulamento do Conselho de Auditoria.

• Despacho N.º 134/2018 - Organização –Acesso ás instalações da Sede.

• Despacho N.º 135/2018 - Organização – Reunião Anual do Subcomité de Mercados Finan-


ceiros.

• Despacho N.º 137/2018 - Organização – Regulamento de Gestão de Incidentes.

• Despacho N.º 138/2018 - Organização – Fórum de Tecnologias de Informação e Comunicação


para o Sistema Financeiro Angolano.

• Despacho N.º 139/2018 - Concurso Limitado Por Prévia Qualificação, Contratação de Em-
presa Especializada para Manutenção Geral do museu da Moeda.

• Despacho N.º 140/2018 - Concurso Limitado Por Convite, para fornecimento de equipamen-
tos de redes.

• Despacho N.º 141/2018 - Concurso Público, para fornecimento de Software e prestação de


serviços.

• Despacho N.º 142/2018 - Concurso Público, para fornecimento, instalação e configuração de


equipamentos e licenciamento de Software.

• Despacho N.º 143/2018 - Concurso Público para fornecimento, instalação e configuração de


Software ManageEngine.

• Despacho N.º 144/2018 - Organização – Regulamento de Gestão e Canal de Denúncia.

• Despacho N.º 142/2018 - Organização - Reorganização da Composição da Administração


Provisória do Banco Angolano de Negócios.
180 • Relatório Anual e Contas • 2018

 CIRCULAÇÃO MONETÁRIA

 Despacho Nº 03/2018 – Circulação Monetária– Constituição da Comissão para Destruição de No-


tas retiradas de Circulação.

 Despacho Nº 05/2018 – Circulação Monetária– Constituição da Comissão para Destruição de No-


tas retiradas de Circulação.

 Despacho Nº 75/2018 – Circulação Monetária– Constituição da Comissão para Destruição de No-


tas retiradas de Circulação.

 Despacho Nº 76/2018 – Circulação Monetária – Constituição da Comissão para Destruição de


Notas Retiradas de Circulação.

 Despacho Nº 80/2018 – Circulação Monetária – Constituição da Comissão para Destruição de


Notas Retiradas de Circulação.
IV. Abreviaturas
182 • Relatório Anual e Contas • 2018

Abreviaturas

ATM: Automatic Teller Machine CCAA: Câmara de Compensação Automatizada de


Angola
BAD: Banco Africano de Desenvolvimento
CCBG: Comité dos Governadores dos Bancos Cen-
BAI: Banco Angolano de Investimentos, S.A. trais da SADC
BANC: Banco Angolano de Negócios e Comércio, CCTV: Circuito de Fechado de Televisão
S.A.
CPD: Centro de Processamento de Dados
BCA: Banco Comercial Angolano, S.A.R.L.
CI: Comité de Investimentos
BCE: Banco Central Europeu
CMA: Zona Monetária Comum
BCGTA: Banco Caixa Geral Totta de Angola, S.A.R.L.
COMEF: Comité de Estabilidade Financeira
BCH: Banco Comercial do Huambo, S.A.
CPM: Comité de Política Monetária
BCI: Banco de Comércio e Indústria, S.A.R.L.
CTSPA: Conselho Técnico do Sistema de Pagamento
BDA: Banco de Desenvolvimento de Angola Angolano
BESA: Banco Espírito Santo Angola, S.A.R.L. CUA: Comissão da União Africana
BFA: Banco de Fomento Angola, S.A.R.L. DEE: Departamento de Estudos Económicos
BC/FT: Branqueamento de capitais e financiamento DES: Departamento de Estatística
de terrorismo
DJU: Departamento Jurídico
BI: Bilhete de Identidade
DMA: Departamento de Mercados de Activos
BIC: Banco BIC, S.A.
DPS: Departamento de Património e Serviços
BIS: Banco Internacional de Pagamentos
DRI: Departamento de Gestão de Risco
BKI: Banco Kwanza Investimento, S.A.
DSC: Departamento de Supervisão Comportamental
BM: Base Monetária
DSI: Departamento de Supervisão Prudencial das Ins-
BMA: Banco Millennium Angola, S.A. tituições Financeiras

BMF: Banco BAI Micro Finanças, S.A. DSP: Departamento de Sistemas de Pagamento

BMMOEDA NACIONAL: Base Monetária em Moeda EMIS: Empresa Interbancária de Serviços


Nacional
EUA: Estados Unidos da América
BNA: Banco Nacional de Angola
FAO: Facilidade de Absorção de Liquidez
BNI: Banco de Negócios Internacional, S.A.
FAO: Organização das Nações Unidas para Alimenta-
BPA: Banco Privado do Atlântico, S.A. ção e Agricultura

BPC: Banco de Poupança e Crédito, S.A.R.L. FCO: Facilidade de Cedência de Liquidez

BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul FMI: Fundo Monetário Internacional

BRM: Delegação Regional de Malange FNB: Finibanco Angola

BT: Bilhetes do Tesouro GCI: Gabinete de Comunicação Institucional

BVB: Banco Valor, S.A. ICE: Indicador de Clima Económico


Anexos – IV. Abreviaturas • 183

INE: Instituto Nacional de Estatística SCV: Serviço de Compensação de Valores


Inf: Inflação SFA: Sistema Financeiro Angolano
INF_IR: Componente Irregular Presente na Inflação SIGMA: Sistema de Gestão de Mercados e Activos
INF_SA: Inflação Ajustada da Componente Sazonal SIRESS: Sistema de Liquidação Electrónica Regional
da SADC
INF_SF: Componente Sazonal Presente na Inflação
SNM: Sistema de Notas e Moedas
INF_TC: Componente Tendencial e Cíclica
SOL: Banco Sol
IPC: Índice de Preços ao Consumidor
SPA: Sistema de Pagamento Angolano
IPI: Índice de Produção Industrial
SPTR: Sistema de Pagamento em Tempo Real
KEVE: Banco Keve, S.A.R.L.
SSIF: Sistema de Supervisão das Instituições Finan-
LUIBOR: Luanda Interbank Offered Rate
ceiras
Mb/d: milhões de barris por dia
STC: Subsistema de Transferência a Crédito
mb/d: milhares de barris por dia
TBC: Títulos do Banco Central
MCX: Multicaixa
TPA: Terminal de Pagamento Automático
MEFMI: Instituto de Gestão Macroeconómica e Fi-
VTB: Banco VTB África, S.A.
nanceira da África Austral e do Leste
ZEE: Zona Económica Especial
MT102 e MT103: São mensagens que transferem
os pagamentos realizados pelos bancos em nome de
clientes e os pagamentos a clientes de bancos reali-
zados pelo BNA em seu nome próprio ou do Tesouro
Nacional.

MT202: São mensagens que transferem os pagamen-


tos feitos pelos bancos em nome próprio a outro banco.

OGE: Orçamento Geral do Estado

OMA: Operações de Mercado Aberto

OT: Obrigações do Tesouro

PERT: Projecto Executivo para a Reforma Tributária

PIB: Produto Interno Bruto

PRP: Painel de Revisão de Estudos

ROA: Rendibilidade do Activo

ROE: Rendibilidade dos Capitais

SADC: Comunidade de Desenvolvimento dos Países


da África Austral

SADCBA: Associação Bancária da SADC

SBA: Standard Bank de Angola, S.A.

SCC: Subsistema de Compensação de Cheques


Av. 4 de Fevereiro nº 151 - Luanda - Angola Caixa Postal 1243
Tel: (+244) 222 679200 - Fax: (+244) 222 339 125
www.bna.ao

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