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RELATÓRIO

ANUAL DE CONTAS 2021

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ANUAL E CONTAS

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ANUAL DE CONTAS 2021

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ANUAL E CONTAS 2021

ÍNDICE
ÍNDICE 2
MENSAGEM DO GOVERNADOR 3
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 5
MISSÃO, VISÃO E VALORES 8
SUMÁRIO EXECUTIVO 9

PARTE I - CONTEXTO MACROECONÓMICO 12


1. Economia Internacional 13
2. Mercado das Commodities 14
3. Economia Nacional 15

PARTE II - SISTEMA FINANCEIRO 23


4. Desempenho do Sistema Financeiro Bancário Angolano 24
5. Desempenho do Sistema Financeiro Não Bancário Angolano 28
6. Sistema de Pagamentos 34

PARTE III - POLÍTICAS DO BANCO CENTRAL 37


7. Política Monetária e Gestão de Liquidez 38
8. Política Cambial 46
9. Sector Externo 48
10. Política de Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo 53

PARTE IV - ACTIVIDADES RELEVANTES DO BNA 55


11. Comités 56
12. Organização 58
13. Gestão de Risco e Compliance 60
14. Conduta de Mercado 61
15. Relações Internacionais 63
16. Comunicação e Museu da Moeda 63
17. Inclusão Financeira 64
18. Acompanhamento do Crédito 65
19. Capital Humano 66
20. Situação Patrimonial e Desempenho Financeiro 68

PARTE V - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 71


PARTE VI - NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 76
PARTE VII - PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA 152
PARTE VIII - RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE 158
PARTE IX - ANEXOS 163

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MENSAGEM DO GOVERNADOR

“ No ano de 2021, o Banco Nacional de Angola conseguiu


completar uma agenda de trabalho extensa, intensa e
transformadora, centrada no funcionamento do sector financeiro
e na condução da política monetária ”

Depois de um ano inédito devido à ocorrência da pandemia de


COVID-19, que trouxe grandes desafios à sociedade e a todas
as suas instituições, entramos em 2021 com a expectativa
de que a vacina contra a COVID-19, que começou a ser
administrada no final de 2020, permitir-nos-ia, paulatinamente,
voltar à normalidade. De facto, ao longo do ano foram sendo
gradualmente retiradas as restrições de movimentação, tendo-se
verificado o regresso progressivo da livre circulação das pessoas.
E embora tenhamos vivido alguns momentos preocupantes com o
surgimento de novas variantes da COVID-19 em várias partes do
mundo, as economias dos maiores blocos económicos retomaram
o crescimento em 2021. Importante aspecto desta retoma para
Angola foi a recuperação do preço do petróleo, que após uma
queda vertiginosa nos primeiros meses de 2020, retomou uma
tendência ascendente que continuou durante 2021 e se acentuou
no início de 2022.
Nesta conjuntura, o Banco Nacional de Angola voltou a centrar a sua atenção na implementação do plano estratégico
2018-2022, com os ajustamentos necessários para acomodar as consequências da pandemia, em especial no domínio
da inflação, influenciada pelo aumento generalizado dos preços nos mercados internacionais.
O ano findo foi marcante para o Banco Nacional de Angola e para o sistema financeiro nacional. Destaco a
revisão e publicação de leis basilares do sistema financeiro nacional, nomeadamente a Lei do Banco Nacional de
Angola e a Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras, em substituição de leis publicadas em 2010 e 2015,
respectivamente. A revisão destas leis teve como objectivos (i) a convergência do enquadramento, organização,
processos e procedimentos do Banco Nacional de Angola às boas praticas adoptadas pelos bancos centrais com
os quais este mantém relações institucionais, (ii) a criação de um ambiente de regulação e supervisão robusto
e moderno alinhado ao modelo da União Europeia, (iii) a salvaguarda da solidez das instituições financeiras, dos
interesses dos depositantes e da estabilidade do sistema financeiro.
A nova Lei do Banco Nacional de Angola, aprovada pela Assembleia Nacional a 18 de Outubro, trouxe alterações
significativas ao modelo de governação do Banco e da sua actuação no âmbito da missão de controlo da inflação e
estabilidade do sistema financeiro.
A lei determinou a independência formal do Banco Nacional de Angola, agora consagrada na Constituição da
República de Angola, cabendo ao Banco desempenhar as suas funções sem interferências de quaisquer pessoas ou
entidades externas. A referida lei veio clarificar que a missão principal do Banco é a de garantir a estabilidade de
preços de forma a assegurar a preservação do valor da moeda nacional, estabelecendo como missão secundária a de
assegurar a estabilidade do sistema financeiro.
A lei trouxe também alterações significativas ao modelo organizacional do Banco Nacional de Angola, entre estas, a
modificação da composição do seu Conselho de Administração, que passou a contar com seis administradores não
executivos, para além dos cinco membros com funções executivas, nomeadamente o governador, dois vice-governadores
e dois administradores executivos, bem como a alteração da duração dos mandatos e limitações às suas renovações.

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Ainda, determinou o Banco Nacional de Angola como a autoridade macroprudencial nacional, sendo sua responsabilidade
definir a execução da política macroprudencial em conjunto com o Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro.
Esse órgão, constituído em 2021 nos termos da Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras é composto pelo
governador do Banco Nacional de Angola e pelos presidentes dos restantes organismos de supervisão do sistema
financeiro nacional, iniciou funções em 2021 e realizou a sua primeira e segunda reunião ordinária durante o ano.
A Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras, publicada em Maio de 2021, veio actualizar os requisitos prudenciais
dos modelos de governação e de gestão de risco das instituições financeiras, com o objectivo de assegurar a sua
sustentabilidade face aos desafios cada vez mais complexos que se colocam ao sector financeiro, bem como introduzir
um novo modelo de supervisão, mais interventivo, completo e robusto, melhor adequado ao actual enquadramento do
sistema financeiro.
Foram também introduzidas novas regras para a intervenção pública nas instituições financeiras, tendo em vista a
salvaguarda da sua solidez financeira, dos interesses dos depositantes e da estabilidade do sistema financeiro, dando
poderes ao Banco Nacional de Angola para adoptar medidas de intervenção correctiva, administração provisória, ou
resolução, nos termos dispostos na Lei.
No âmbito do sistema de pagamentos e na sequência da publicação da Lei n.º 40/20, de 16 de Dezembro – Lei do
Sistema de Pagamentos, realizou-se a primeira reunião da Comissão Técnica para o Desenvolvimento do Sistema de
Pagamentos de Angola (CTDSPA), órgão consultivo do Banco Nacional de Angola em matérias relacionadas com a
promoção da inovação do referido sistema.
Ainda neste âmbito, considerando que compete ao Banco Nacional de Angola assegurar o bom funcionamento do
sistema de pagamentos, foi actualizada a Política de Superintendência do Sistema de Pagamentos que visa definir e
detalhar as normas e procedimentos associados à função de superintendência exercida pelo Banco.
Estes desenvolvimentos permitiram-nos continuar a modernizar o nosso sistema de pagamentos com a introdução de
medidas que contribuíram para melhorar o acesso da população aos serviços financeiros, nomeadamente (i) a atribuição
de licenças para a prestação de serviços de pagamentos móveis por operadoras de telefonia móvel, (ii) a associação
entre operadoras de telefonia móvel e a Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) para permitir a utilização do canal
Multicaixa Express sem consumo de dados móveis de telecomunicações, e (iii) a introdução de operações de levantamento
de numerário através dos terminais de pagamento automático (TPA) instalados nas lojas de comerciantes, anteriormente
apenas possíveis através das caixas automáticas (ATM).
No âmbito da estratégia nacional de educação financeira, o Banco Nacional de Angola promoveu acções formativas
dirigidas a jornalistas, com o intuito de partilhar conhecimento sobre as áreas de actuação do Banco, e dessa forma
contribuir para um melhor entendimento dos temas pelos jornalistas e consequentemente uma melhor transmissão
dessa informação ao público.
No ano de 2021, o Banco Nacional de Angola conseguiu completar uma agenda de trabalho extensa, intensa e
transformadora, centrada no funcionamento do sector financeiro e na condução da política monetária.
Entretanto, o ano de 2022 trouxe-nos outros desafios em resultado do conflito no leste europeu, gerando-se novas
incertezas em torno da magnitude dos impactos que esta poderá vir a ter ao nível das economias. Ainda assim, o Banco
Nacional de Angola manterá um curso de política monetária com o objectivo de alcance da meta de inflação de um
dígito a médio prazo e prosseguirá com a agenda de regulação e promoção do avanço tecnológico do sistema financeiro
nacional, de modo a torná-lo cada vez mais eficiente, inclusivo e sustentável.

José de Lima Massano

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

CONSELHO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DE ADMINISTRAÇÃO

A -AGovernador,
- Governador, José de Lima Massano
José de Lima Massano
B - Vice-Governador, Rui Miguêns de Oliveira
B - Vice-Governador, Rui Miguêns de Oliveira
C - Vice-Governador, Manuel António Tiago Dias
C -DVice-Governador, Manuel António Tiago Dias
- Administradora Executiva, Beatriz Ferreira de Andrade dos Santos
D -EAdministradora MiguelBeatriz
Executiva,
- Administrador, FerreiraMiguel
Bartolomeu de Andrade dos Santos
E -FAdministrador, Miguel
- Administrador, Bartolomeu
Pedro Rodrigo Miguel
Gonçalves de Castro e Silva
F - GAdministrador,
- Administrador, Tavares
Pedro RodrigoAndré Cristóvão
Gonçalves de Castro e Silva
G - Administrador, Tavares André Cristóvão
H - Administrador não Executivo, Álvaro Teixeira Costa Fernão
I - Administradora não Executiva, Clarisse dos Anjos Mendes Figueira
H - Administrador não Executivo, Álvaro Teixeira Costa Fernão
J - Administrador não Executivo, Jaime Joaquim Pedro Fortunato
I - Administradora não Executiva, Clarisse dos Anjos Mendes Figueira
K - Administrador não Executivo, Luís Manuel Neves
J -LAdministrador não Executivo,
- Administradora JaimeDaniela
não Executiva, JoaquimNaulila
Pedro Fortunato
de Almeida Simão
K -MAdministrador não Executivo, Luís Manuel Neves
- Administrador não Executivo, Hermenegildo Oseias Fernando Cachimbombo
L - Administradora não Executiva, Daniela Naulila de Almeida Simão
M - Administrador não Executivo, Hermenegildo Oseias Fernando Cachimbombo

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BNA | 2021

LEI N.º 24/21


LEI DO BANCO NACIONAL
DE ANGOLA
• Missão - garantir a estabilidade de preços de forma a
assegurar a preservação do valor da moeda nacional, bem
POLÍTICA como assegurar a estabilidade do sistema financeiro, nos
termos da Constituição da República de Angola e da lei.
MONETÁRIA:
• Independência – o BNA é independente na
prossecução das suas atribuições e no exercício dos
Orientação da política monetária restritiva e prudente
poderes a si cometidos, ou seja, decide livremente sobre a
formulação e utilização dos instrumentos relacionados com
• Contracção da Base Monetária em moeda nacional (-3,53%); a política monetária, cambial, financeira, de crédito e
sistema de pagamentos.
• Aumento da taxa básica para 20%;
• Autoridade Macroprudencial – o BNA é responsável por
• Aumento do coeficiente de Reservas em moeda estrangeira identificar, acompanhar e avaliar os riscos sistémicos no
para 22%; Sector Financeiro, bem como propor a adopção de medidas
de prevenção, mitigação ou redução desses riscos, com
• Introdução de um intervalo de 0,10% A 0,20% para a taxa vista a assegurar a resiliência do referido Sector.
de custódia sobre o excesso de liquidez. • Autoridade de Resolução – compete ao BNA elaborar
planos e aplicar medidas de resolução, bem como
determinar a eliminação de potenciais obstáculos à
aplicação de tais medidas, nos termos da lei.

kz INFLAÇÃO:
kz CRESCIMENTO
ECONÓMICO:
• Persistência das pressões inflacionistas vindas do lado
da oferta;
• Início do novo ciclo económico após 5 anos de recessão
• Inflação anual: 27,03%. consecutiva, com o PIB a crescer 0,7%, animado pelo
sector não petrolífero.

ESTABILIDADE
FINANCEIRA: kz SISTEMA DE
PAGAMENTOS:
• Divulgação da Lei do Regime Geral das Instituições
Financeiras;
• Publicação da política de superintendência do SPA.
• Sistema financeiro cada vez mais estável, robusto e resiliente;

• Rácio de solvabilidade: 23,79% acima do mínimo


regulamentar (10,00%). kz INCLUSÃO
FINANCEIRA:

• Desenvolvimento do modelo conceptual de implementação


da Estratégia Nacional de inclusão Financeira.

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BNA | 2021

kz CRÉDITO AO SECTOR REAL DA ECONOMIA


BALANÇA DE
NO ÂMBITO DO AVISO N.º 10/2020 kz

kz PAGAMENTOS:

• 374 créditos concedidos;


• Aumento do superavit da Conta Corrente, correspondendo
• Aprovados 1,72 bilão de kwanzas; a 10,54% do PIB.

• 74% do crédito concedido destinou-se aos sectores da


indústria alimentar, indústria de bebidas e agricultura;

• Sector agrícola com maior número de projectos financiados. $ MERCADO
% CAMBIAL:

• Mercado cambial cada vez eficiente e estável;

• Redução em 84% das intervenções do BNA no mercado;


CAPITAL
HUMANO: • Apreciação do kwanza relação ao dólar norte-americano
em 17,05%.

• 1838 Trabalhadores:

40% Mulheres e 60% homens. RESERVAS


INTERNACIONAIS:

• Acumulação de reservas + 634 milhões de dólares


norte-americanos;
RESULTADO DO
EXERCÍCIO: • Nível de reservas internacionais em 15,51 mil milhões
de dólares norte-americanos, correspondo ao grau
de cobertura de importações de bens e serviços
• 26,55 mil milhões de kwanzas em 2021, comparativamente de 9,78 meses.
aos 25,27 mil milhões de kwanzas registado em 2022.

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MISSÃO
• O Banco Nacional de Angola (BNA),
como Banco Central e emissor da República
de Angola, tem como missão principal
garantir a estabilidade de preços de
forma a assegurar a preservação do
valor da moeda nacional, nos termos da
Constituição e da lei e, como missão
secundária, assegurar a estabilidade
do sistema financeiro.

VISÃO
• Ser um Banco
central credível
e competente
no cumprimento
estrito da sua missão
institucional.

VALORES
• Espírito de Equipa – Os colaboradores do BNA trabalham em conjunto/unidos para um objectivo comum, e partilham
conhecimento com lealdade e transparência;

• Transparência – Os colaboradores do BNA no respeito das suas obrigações, prestam contas ao Governo e à Sociedade
sem adulterar a verdade;
• Integridade – Os colaboradores do BNA demostram a capacidade de ser incorruptíveis no exercício da sua função;

• Competência – Os colaboradores do BNA, demonstram capacidade/habilidade de agregar valor na resolução de


determinados assuntos ou tarefa que recaiam dentro ou fora do seu âmbito de actuação;
• Atitude – Os colaboradores do BNA, demonstram capacidade de adaptar-se e reagir perante cenários de mudança.

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SUMÁRIO EXECUTIVO

O ano de 2021 foi marcado pela recuperação económica das principais economias a nível mundial, apesar de existir discrepâncias
entre vários sectores. Com a reabertura quase total das economias, os bancos centrais e governos iniciaram o processo de retirada
de estímulos e apoios que efectuaram ao longo dos dois anos de pandemia de forma a conter as elevadas taxas de inflação que se
fizerem sentir ao longo do ano.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que a economia mundial terá crescido em torno de 5,9% no ano de 2021, após
a contracção de 3,1% em 2020. O desempenho positivo da economia mundial, deveu-se à forte recuperação das economias
avançadas e emergentes com destaque para os Estados Unidos da América (EUA), a Zona Euro, a China e a Índia, cujas taxas de
crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) situaram-se em 5,6%, 5,2%, 8,1% e 9,0%, respectivamente.

Na África subsariana, a taxa de crescimento económico foi estimada em 4,0% pelo FMI, resultado, em particular, do desempenho
positivo dos países como a África do Sul e a Nigéria que voltaram a registar taxas de crescimento positivas, 4,6% e 3,0%,
respectivamente.

No mercado das commodities energéticas, em 2021, os preços do petróleo bruto aumentaram de forma considerável
comparativamente ao ano de 2020, impulsionados, essencialmente, por factores estruturais, com realçe para a limitada oferta face
ao aumento da procura justificado por uma retomada mais intensa da actividade económica a nível mundial, decorrente da maior
flexibilização das restrições impostas pelos governos.

Em termos médios, o preço do petróleo Brent e WTI (West Texas Intermediate) foram de 72,26 USD/barril e 68,08 USD/barril, um
aumento de 67,21% e 73,04% face ao ano anterior, respectivamente.

Por seu turno, no período em análise, o índice de preços de alimentos da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação fechou o ano com uma média de 125,8 pontos, o que representou um aumento de 28,16% face ao ano anterior, que
foi suportado pelos fortes aumentos dos índices de preços dos óleos vegetais e dos cereais.

A nível interno, em 2021, a variação do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) fixou-se em torno dos 27,03% face aos
25,10% observados no ano anterior, atingindo a maior alta desde 2016. A impulsionar a aceleração anual dos preços em 2021,
esteve, essencialmente, o acréscimo da contribuição da classe de alimentos e bebidas não alcoólicas em 4,23 pp, fixando-se em
18,78 pp face aos 14,55 pp de 2020.

Relativamente à posição das reservas internacionais a 31 de Dezembro de 2021, estas registaram um incremento de 4,27% (634,90
milhões de dólares norte-americanos), ao passar de 14,88 mil milhões de dólares norte-americanos em 2020 para 15,51 mil milhões
de dólares norte-americanos em 2021. Este montante corresponde a uma cobertura de 9,78 meses de importação de bens e
serviços, permanecendo em níveis confortáveis.
No que diz respeito à política monetária, o Banco Nacional de Angola, em 2021, manteve um curso restritivo. Neste sentido,
o Comité de Política Monetária (CPM) tomou várias medidas de política que visaram combater as pressões inflacionárias, não
obstante reconhecer que estas advêm de factores essencialmente estruturais do lado da oferta. Neste sentido, o CPM:

• Aumentou a taxa básica de Juro, Taxa BNA, em 4,5 pp para 20,0% em Julho de 2021, tendo a mantido inalterada até o
final do ano;

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• Procedeu à indexação da taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez com maturidade overnight à taxa
de mercado dos Bilhetes do Tesouro de 91 dias, acrescida de um spread de 0,25% em Março e 0,5%. Em Maio, aumentou
esta mesma taxa para 25% no terceiro trimestre, eliminando desta forma a indexação.
• Aumentou em duas ocasiões a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de 7 dias
em 8 pp para 15%, sendo o primeiro ocorrido em Janeiro (5 pp) e o segundo em Setembro (3 pp).

• Aumentou o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira de 17% para 22%;

• Introduziu um intervalo de 0,10% a 0,20% para a taxa de custódia em função da magnitude sobre o excesso de liquidez dos
bancos comerciais junto do BNA (no intervalo de 3 mil milhões de kwanzas a 6 mil milhões de kwanzas);

No que se refere à política cambial, com a liberalização do mercado de câmbios, em 2021, a intervenção do BNA no mercado
foi mais reduzida quando comparada ao ano de 2020. Assim, as colocações de divisas no mercado por parte do BNA reduziram
significativamente em 84,17%, passando de um montante de 4,29 mil milhões de dólares norte-americanos no ano de 2020 para
679,73 milhões de dólares norte-americanos. O montante total alocado ao mercado (9,38 mil milhões de dólares norte-americanos)
para importações de bens e serviços e outros compromissos externos, mais de metade foi negociado na plataforma electrónica
Bloomberg entre os diversos intervenientes do mercado.

Assim, em Dezembro de 2021, a taxa de câmbio do kwanza face ao dólar norte-americano no mercado formal situou-se em USD/
AOA 554,981 contra os USD/AOA 649,604 verificado em Dezembro de 2020, o que representou uma apreciação de 17,05% do
kwanza face ao dólar norte-americano.

No âmbito da adequação contínua do quadro regulamentar e dos processos de supervisão às boas práticas internacionais, no ano
2021, o BNA publicou 61 normativos, dos quais 12 Avisos, 24 Instrutivos, 20 Directivas e 5 Cartas-Circular, com especial destaque
para a política cambial e macro prudencial, conforme se pode observar nos Anexos (normativos publicados).

Outrossim, realça-se que o sistema financeiro angolano tem vindo a dar passos importantes com vista à aproximação às melhores
práticas internacionais. Assim, no âmbito do plano estratégico 2017-2022, visando garantir a robustez das Instituições Financeiras
Bancárias, aumentar a confiança no sector financeiro e a estabilidade financeira, deu-se continuidade às acções atinentes à
convergência da regulamentação e supervisão do BNA aos padrões de organismos internacionais de referência.

Neste contexto, o ano de 2021 ficou marcado pela publicação da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, - Lei do Banco Nacional de Angola,
e da Lei n.º 14/21, de 19 de Maio, Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras.

Note-se, que a revisão das referidas leis veio reforçar a independência e autonomia do BNA, os seus poderes de supervisão, a
definição como autoridade macro prudencial do sistema financeiro e de resolução bancária.

Em relação ao Sistema de Pagamentos de Angola (SPA), no âmbito da reforma da regulamentação do SPA, que culminou com a
publicação da Lei n.º 40/20, de 16 Dezembro, Lei do Sistema de Pagamentos de Angola, foi publicada a Política do BNA relativamente
à função de Superintendência do Sistema de Pagamento de Angola. Esta política apresenta as normas e procedimentos para
monitorar os sistemas e instrumentos existentes e planeados, bem como os Prestadores de Serviços de Pagamentos (PSP) e os
Operadores de Sistema de Pagamento (OSP), de modo a avaliá-los em relação aos objectivos de interesse público e outros de
natureza relevante e, quando necessário, induzir mudanças.
Tendo em conta as inconformidades averiguadas no funcionamento do SPA, foram efectuadas acções de indução de mudança, que
resultaram na publicação dos seguintes normativos:

• Instrutivo n.º 12/21, de 14 de Setembro, sobre Levantamento de Numerário em Terminais de Pagamento


Automático
• Instrutivo n.º 24/21, de 7 de Dezembro, sobre os Limites de Valor em Operações realizadas nos Sistemas de
Pagamentos;

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No que tange ao desenvolvimento do SPA, continuam em curso as acções de melhoria que visam fazer face às novas tendências do
sector financeiro internacional com impacto nos sistemas de pagamentos, nomeadamente, criação de condições necessárias para
a entrada em produção do Sistema de Transferências Instantâneas em Angola.

No concernente às acções que visam a promoção da educação e inclusão financeira desenvolvidas em 2021, destacam-se: i) o
desenvolvimento do modelo de concepção e implementação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF), com o apoio do
Banco Mundial, ii) a realização do Estudo de Diagnóstico de Fomento da Actividade de Microfinanças em Angola, bem como iii) a
realização das primeiras actividades ao abrigo do Projecto de Educação e Inclusão Social e Financeira ao abrigo dos Protocolos de
Cooperação firmados com os Ministérios da Acção Social, Família e Promoção da Mulher e da Juventude e Desportos.

No âmbito da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e proliferação de armas de


destruição em massa, no ano de 2021, o BNA i) deu seguimento ao processo de preparação de Angola para Avaliação Mútua pelo
GAFI/FATF (Grupo de Acção Financeira Internacional), sob coordenação do Grupo de Combate ao Branqueamento de Capitais para
a África Austral e Oriental (ESAAMLG ), com início no ano de 2019; ii) procedeu à realização do primeiro exercício da avaliação de
risco sectorial; iii) aprovou a estratégia de uma supervisão baseada no risco; iv) realizou diversas acções de supervisão; assim como
v) participou em sessões de capacitação para elevação do nível de conhecimento dos inspectores em técnicas de supervisão em
sede de BC/FT alinhada às práticas internacionais.

Por seu turno, de forma a dar continuidade ao monitoramento e mitigação de riscos, o BNA adoptou uma cultura de risco robusta,
implementando um quadro que promove a gestão integrada dos mesmos, assente no Modelo das Três Linhas de Defesa, normas
internacionais (ISO) e outras boas práticas internacionalmente aceites.

Em termos de capital humano, o BNA, no final de 2021, contava com um total de 1 838 trabalhadores representando uma diminuição
de 3,16% em relação ao ano de 2020.

Em 31 de Dezembro de 2021, o Activo do Banco apresenta um saldo de 11,84 biliões de kwanzas, traduzindo uma redução de 1,26
bilião de kwanzas comparativamente a 31 de Dezembro de 2020. Por sua vez, o Passivo do Banco totaliza 8,45 biliões de kwanzas,
que se traduz numa redução de 1,13 bilião de kwanzas face a 31 de Dezembro de 2020.

Relativamente aos Capitais Próprios, verifica-se uma diminuição no montante de 127,02 mil milhões de kwanzas, situando-se em
3,39 biliões de kwanzas.

No exercício de 2021, apurou-se um resultado positivo no valor de 26,55 mil milhões de kwanzas.

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CONTEXTO
MACROECONÓMICO

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1. Economia Internacional

No ano de 2021, realça-se a recuperação económica das principais economias a nível mundial, contudo continuou a observar-se
uma discrepância entre sectores de actividade, sendo que por exemplo, o sector industrial superou muito mais do que o sector de
serviços, em particular hotelaria e turismo. Com a reabertura quase total das economias, os bancos centrais e governos iniciaram
o processo de retirada de estímulos e apoios que efectuaram ao longo dos dois anos de pandemia de forma a conter as elevadas
taxas de inflação que se fizerem sentir ao longo do ano.

De acordo, com o relatório Outlook do mês de Janeiro de 2022, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que a economia
mundial terá crescido em torno de 5,9% no ano de 2021, após a contracção de 3,1% em 2020. O desempenho positivo da economia
mundial, deveu-se à forte recuperação das economias avançadas e emergentes com destaque para os Estados Unidos da América,
a Zona Euro, a China e a Índia, cujas taxas de crescimento real do Produto Interno Bruto situaram-se em 5,6%, 5,2%, 8,1% e 9,0%,
respectivamente.

Na África subsariana, o crescimento económico foi moderado com uma taxa de 3,7%, animado pelo desempenho positivo de países
como a África do Sul e a Nigéria que voltaram a registar taxas de crescimento positivas, 5% e 2,6%, respectivamente.

A retoma da actividade económica, acompanhada por um elevado nível de procura de bens e serviços que contrastou com uma
oferta contida, está penalizada pelos constrangimentos que se verificam nas cadeias de distribuição. Este desequilíbrio entre a
procura e a oferta gerou uma subida dos preços das commodities nos mercados, com destaque para o preço do petróleo.

Quadro 1: Taxas de crescimento do PIB e Inflação (%)

P IB (F M I Jan2 1 ) Inflação Homóloga (Dez Inflação Homóloga (Dez


P aís es /R egião
20) 21)
P aís es /R egião 2020 2021 2022 2023
E c o n o m ia M u n d ia l - 3 ,1 0 5 ,9 0 4 ,4 0 3 ,8 0 EUA 1,40 7,00
E c o n o m ia s A va n ç a d a s - 4 ,5 0 5 ,0 0 3 ,9 0 2 ,6 0 Reino Unido 0,60 5,40
EUA -3,40 5,60 4,00 2,60 Zona Euro -0,30 5,00
Reino Unido -9,40 7,20 4,70 2,30 Japão -1,20 0,80
Zona Euro -6,40 5,20 3,90 2,50 China 0,20 1,50
Japão -4,50 1,60 3,30 1,80 Índia 4,59 5,66
E c o n o m ia s E m e rg e n t e s e e m
- 2 ,0 0 6 ,5 0 3 ,3 0 1 ,8 0 4,52 10,06
D e se n vo lvim e n t o Brasil
China 2,30 8,10 4,80 5,20 Rússia 4,91 8,39
Índia -7,30 9,00 9,00 7,10 África do Sul 3,10 5,90
Brasil -3,90 4,70 0,30 1,60 Nigéria 15,75 15,63
Rússia -2,70 4,50 2,80 2,10
África Subsariana - 1 ,7 0 4 ,0 0 3 ,7 0 4 ,0 0
África do Sul -6,40 4,60 1,90 1,40
Nigéria -1,80 3,00 2,70 2,70

Fonte: World Economic Outlook Janeiro 2022 (WEO) e Trading Economics

Na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, apenas sete países apresentam


Contribuição uma taxa de inflação dentro
Anual (pp) Variaçãodo intervalo
Anual (%)
de convergência macroeconómica
Classe de Despesa (4%–6%) e quatro apresentam valores acima de um dígito. A taxa de inflação média da região,
Ponderadores
2020 2021 Diferença (pp) 2020 2021 Diferença (pp)
nos últimos doze meses, situou-se em 16,85%, pressionada, fundamentalmente, pelo Zimbabwe, Angola, Zâmbia, e Malawi que
continuam
01. Alimentação a apresentar
e Bebidas níveis de inflação elevados.
não Alcoólicas 55,66 14,55 18,78 4,23 31,40 33,74 2,33
02. Bebidas Alcoólicas e Tabaco 1,61 0,62 0,20 -0,41 26,66 23,77 -2,89
03. Vestuário e Calçado 3,55 1,12 0,88 -0,24 21,29 23,53 2,24
04. Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis 5,38 0,04 0,46 0,42 9,58 27,73 18,15
05. Mobiliário,Equipamento Doméstico e Manutenção 5,15 1,62 0,83 -0,78 21,56 23,70 2,14
06. Saúde 3,40 1,57 1,22 -0,35 22,92 26,02 3,10
07. Transportes 6,50 0,84 0,62 -0,21 16,42 15,05 -1,37
08. Comunicações 3,70 0,44 0,37 -0,07 2,15 12,40 10,25
09. Lazer, Recreação e Cultura 2,35
13 0,77 0,63 -0,14 19,16 15,72 -3,44
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

De forma a conter as pressões inflacionárias, vários bancos centrais sinalizaram o abrandamento dos seus programas de estímulos.
A Reserva Federal dos EUA destacou-se nesta acção, decidiu reduzir o ritmo de compras de títulos mensais já no último trimestre de
2021, sendo que a partir de Janeiro de 2022 reduziu para o valor mensal de 20 mil milhões de dólares norte-americanos em títulos
do Tesouro e 10 mil milhões em títulos hipotecários, com término das compras no mês de Março de 2022, altura em que espera o
primeiro aumento da taxa de juro em 25 pontos base (pb), dos sete aumentos que o mercado prognostica que venham a ocorrer.

O Banco Central Europeu (BCE), alterou o curso da política monetária no sentido restritivo, reduzindo o ritmo do Programa de
Compra de Activos e por outro, mantendo as taxas de juro de política ao nível actual no curto prazo, tendo em conta as fragilidades
apontadas no processo da recuperação da economia.

No mercado cambial, o dólar norte-americano apresentou uma tendência de apreciação ao longo de 2021 face às suas principais
congéneres, resultado das expectativas dos investidores sobre a alteração do curso da política monetária por parte da Reserva
Federal dos EUA face às pressões inflacionárias que se exercem sobre a economia americana.

2. Mercado das Commodities


2.1. Commodities Energéticas

Em 2021, os preços do petróleo bruto aumentaram de forma significativa comparativamente ao ano de 2020, impulsionados
essencialmente por factores estruturais, relacionados com o desequilíbrio entre a procura e oferta de bens e serviços, a nível
mundial.
Assim, em 2021, o petróleo Brent1 e WTI2 (West Texas Intermediate) foram transaccionados ao preço de médio de 72,26 USD/barril
e 68,08 USD/barril, um aumento de 67,21% e 73,04% face ao ano anterior, respectivamente.

Gráfico 1: Preços das Commodities Energéticas

90
Dólar americano/barril

80
70
60 10,0%
50
40 5,0%
30
20 0,0%
10
%

- -5,0%
jun/19

jun/20

jun/21
dez/18
fev/19

ago/19

dez/19
fev/20

ago/20

dez/20
fev/21

ago/21

dez/21
abr/19

out/19

abr/20

out/20

abr/21

out/21

-10,0%
BRENT WTI
-15,0%
Fonte: Bloomberg

140
130
120
110

1 Do Mar do Norte 100


Pontos

90
2 Dos Estados Unidos
80
70 14
60
1

1
0

0
8

1
9

0
8
7

1
0

1
9

0
8

9
8
30
20 0,0%
RELATÓRIO -0,1%
10 ANUAL DE CONTAS 2021

%
- -5,0%

jun/19

jun/20

jun/21
dez/18
fev/19

ago/19

dez/19
fev/20

ago/20

dez/20
fev/21

ago/21

dez/21
abr/19

out/19

abr/20

out/20

abr/21

out/21
2.1.1. Commodities alimentares -10,0%
BRENT WTI
-15,0%

Em 2021, o índice de preços de alimentos da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) fechou o ano com
uma média de 125,8 pontos, representando um aumento de 28,16% face ao ano anterior. A suportar este aumento, estiveram as
fortes subidas dos índices de preços dos óleos vegetais e dos cereais.

Gráfico 2: Preços Das Commodities Alimentares


140
130
120
110
100
Pontos

90
80
70
60

out/20

abr/21

out/21
abr/19

out/19

abr/20
abr/18

out/18

ago/21

dez/21
ago/20

dez/20
ago/19

dez/19
dez/17

ago/18

dez/18

fev/21
fev/20

jun/21
fev/19

jun/20
fev/18

jun/19
jun/18

Índice geral de preços de alimentos da FAO Índice de preços da carne Índice de preços dos laticínios
30,00
Índice de preços dos cereais Índice de preços do óleo Índice de preços do açúcar

Fonte: FAO
20,00
A variação positiva do índice do preço dos cereais decorreu da forte procura face a uma oferta inferior, especialmente de trigo de

pp
alta qualidade. O aumento dos preços internacionais do óleo de palma resultou da baixa produção na Malásia-principal exportadora
10,00
mundial, devido à contínua escassez de mão-de-obra.

0,00
3. Economia Nacional

dez/19
3.1. Sector Real
Alim. Bebid
3.1.1. Actividade Económica Hab., Água
Transportes
Educação

No panorama interno, o Instituto Nacional de Estatística estima para 2021, uma recuperação da actividade económica com
um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 0,70%, impulsionado pela forte expansão do sector não petrolífero (6,40%),
equivalente a uma contribuição de +1,71 pontos percentuais. Em contraste, a actividade petrolífera (-11,60%) ainda se mantém em
ciclo contraccionista pelo sexto ano consecutivo, com uma contribuição de -1,02 pp no PIB total.

Gráfico 3: Taxas De Crescimento Do Pib Real


10,0%
6,4%
5,0%
1,2% 1,9%
0,7%
-0,7%
0,0%
-0,1% -0,1%
%

-1,3%
-5,0%
-5,5% -5,3% -5,0%
-6,5%
-6,8%
-10,0%
-9,3%
-11,6%
-15,0%
PIB Total Sector Petrolífero Sector não Petrolífero

2017 2018 2019 2020 (E) 2021 (E)

15
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A contínua deterioração da actividade petrolífera resulta das causas já conhecidas nomeadamente, o desinvestimento nas áreas
de pesquisa, exploração, refinação e armazenamento nos últimos anos, tendo piorado com o surgimento da pandemia de COVID-19.
Desta feita, em 2021, o declínio da produção do petróleo bruto foi de -11,52% face aos -8,11% registados em 2020 e a do gás
natural liquefeito de -16,08% contra -12,77% do ano transacto.

Em relação ao sector não petrolífero, o seu desempenho positivo derivou das contribuições de todos os sectores de actividade, com
destaque para:

i) Serviços mercantis3, cuja contribuição foi de +0,92 pp, animada pelo aumento da procura dos serviços de transportação e
armazenamento, fruto da reabertura da economia;

ii) Construção que contribuiu em torno de +0,12 pp.

iii) Indústria transformadora com uma contribuição de +0,06 pp, justificada pelo bom desempenho das indústrias alimentares,
das bebidas e tabaco (19,60%)4;

iv) Diamantes e outros que apresentou o maior incremento, contribuindo com +0,05 pp decorrente do incremento acentuado
da produção diamantífera (+26,52%).

Painel 1: Taxa de Crescimento e Contribuição por Sectores de Actividade em Angola

Taxa de crescimento Contribuição


Contribuição
15,0% 0,80
0,80
0,60
0,60
10,0%
0,40
0,40
5,0% 0,20
0,20
0,00
0,00
pp

0,0%
pp

-0,20
-0,20
-5,0% -0,40
-0,40
-0,60
-0,60
-10,0% -0,80
-0,80
-1,00
-15,0% -1,00
2016 2017 2018 2019 2020 (e) 2021 (e)
2016 2017 2018 2019 2020 (e) 2021 (e) 2016 2017 2018 2019 2020 (e) 2021 (e)

Diamantes e outros Petroleo Indústria transformadora


Agricultura Petroleo Indústria transformadora Diamantes e outros Petroleo Indústria transformadora
Construção Serviços mercantis Outros Sectores Construção Serviços mercantis Outros Sectores
Construção Serviços mercantis Outros Sectores

Fonte: INE


IPG Mensal e Homólogo
2,50%
3.1.2. Preços 33,00% 40,00%
IPG - Produtos Nacionais Vs. Importados

31,00%
2,30%
29,00% 35,00%
Variação Homóloga
Variação Homóloga

2,10%
Variação Mensal

27,00%
Em 2021, a variação
1,90%
do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN)25,00%
fixou-se em torno dos 27,03% ante os 25,10% observados
30,00%

no ano anterior. 1,70% 23,00%


25,00%
21,00%
1,50%
19,00% 20,00%
1,30%
A impulsionar a aceleração anual dos preços em 2021, esteve essencialmente o acréscimo da contribuição da classe “Alimentação 17,00%
1,10% 15,00% 15,00%
e Bebidas não Alcoólicas” com 4,23 pp, fixando-se em 18,78 pp face aos 14,55 pp de 2020. Contrariamente, dez classes observaram
JUN/19

JUN/20

JUN/21
OUT/19

OUT/20
ABR/19

ABR/20

ABR/21
DEZ/20

DEZ/21
DEZ/18

DEZ/19

DEZ/18

DEZ/19

DEZ/20
FEV/21
FEV/19

FEV/20

AGO/21

FEV/19

FEV/20

FEV/21
AGO/19

AGO/20

JUN/21
JUN/19

JUN/20

AGO/19

AGO/20

AGO/21
OUT/21
OUT/19

OUT/20

ABR/21
ABR/19

ABR/20

redução das suas contribuições, sendo a classe “Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção” a que mais se releva ao
diminuir de 1,62 pp para 0,83 pp. IPG Mensal IPG Homólogo IPG (Produtos Nacionais) IPG (Produtos Importados)

Adicionalmente, realça-se a diminuição da contribuição anual da classe “Bebidas Alcoólicas e Tabaco” (passou de 0,62 pp para 0,20
pp). A evolução desta classe pode ser explicada pelo incremento da oferta de bebidas, reflexo do acréscimo anual das quantidades
produzidas (7,06%).

35,00% 16,00
Biliões de kwanzas

30,00% 14,00
3 Formado pelos seguintes subsectores: comércio, transportes e armazenagem,
25,00% correios e telecomunicações, intermediação financeira e de Seguros, e serviços
12,00
imobiliários e aluguer. 20,00% 10,00
4 Segundo os dados homólogos do Índice de Produção industrial (IPI) referentes
15,00% ao terceiro trimestre de 2021. De acordo com os dados do panorama real,8,00
obser-
vou-se um acréscimo da produção de bebidas em cerca de 7,06% 10,00%
6,00
4,00
5,00%
0,00%
16 2,00
0,00
2017 2018 2019 2020 2021
Rússia -2,70 4,50 2,80 2,10
África Subsariana - 1 ,7 0 4 ,0 0 3 ,7 0 4 ,0 0
África do Sul -6,40 4,60 1,90 1,40
RELATÓRIO
Nigéria -1,80 3,00 2,70 2,70 ANUAL DE CONTAS 2021

Quadro 2: Contribuição e variação das classes de despesa do IPCN

Contribuição Anual (pp) Variação Anual (%)


Classe de Despesa Ponderadores
2020 2021 Diferença (pp) 2020 2021 Diferença (pp)

01. Alimentação e Bebidas não Alcoólicas 55,66 14,55 18,78 4,23 31,40 33,74 2,33 I PG
1. Pro d u
02. Bebidas Alcoólicas e Tabaco 1,61 0,62 0,20 -0,41 26,66 23,77 -2,89
A) Ag
03. Vestuário e Calçado 3,55 1,12 0,88 -0,24 21,29 23,53 2,24 B) Pe
04. Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis 5,38 0,04 0,46 0,42 9,58 27,73 18,15 D) Ind
2. Pro d u
05. Mobiliário,Equipamento Doméstico e Manutenção 5,15 1,62 0,83 -0,78 21,56 23,70 2,14
A) Ag
06. Saúde 3,40 1,57 1,22 -0,35 22,92 26,02 3,10 D) Ind
07. Transportes 6,50 0,84 0,62 -0,21 16,42 15,05 -1,37
08. Comunicações 3,70 0,44 0,37 -0,07 2,15 12,40 10,25
09. Lazer, Recreação e Cultura 2,35 0,77 0,63 -0,14 19,16 15,72 -3,44
10. Educação 3,03 1,82 1,67 -0,15 36,98 6,67 -30,31
11. Hotéis,Cafés e Restaurantes 3,09 1,02 0,98 -0,05 25,09 20,20 -4,90
12. Bens e Serviços Diversos 6,59 0,69 0,38 -0,31 24,15 25,38 1,23
Inflação N acional 2 5 ,1 0 2 7 ,0 3 1 ,9 3

Fonte: INE

Contribuição Anual (pp) Variação Anual (%)

As pressões inflacionáriasPonderadores
Províncias registadas na economia
2020 resultaram
2021 fundamentalmente
Difer ença dosProvíncias
factores estruturais
2020 que criaram
2021 uma Ddistorção
ifer ença
(2 0 2 1 - 2 0 2 0 ) (2 0 2 1 - 2 0 2 0 )
na oferta, fundamentalmente, de bens alimentares, sem desprimor dos factores conjunturais relacionados com a Pandemia de
COVID-19,
01. Luanda com realce para o63,06aumento dos15,61custos de frete
12,96 e transporte
-2,65 que impactou
0 1 . L unda- S ulo comércio internacional.
2 0 ,5 1 2 9 ,1 3 8 ,6 2
02. Benguela 8,18 1,99 1,46 -0,53 0 2 . Zair e 2 2 ,5 4 2 8 ,0 5 5 ,5 1
03. Huíla 6,07 1,77 1,62 -0,15 0 3 . L uanda 2 5 ,1 9 3 0 ,4 3 5 ,2 4
04. Kwanza-Sul 3,07 0,78 0,53 -0,25 04. Namibe 22,67 26,41 3,74
A análise das classes de despesas do IPCN, em 2021, permite destacar os seguintes factos:
05. Huambo 2,67 0,76 0,92 0,16 05. Cunene 21,62 23,74 2,13
06. Malanje 2,28 0,58 0,93 0,35 06. Uíge 24,46 26,37 1,92 Inst
Títu
07. Cabinda
i) 2,20
Maior variação registada na classe “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas”, em torno dos
0,53 1,09 0,56 07. Benguela 24,74 25,51 0,77
0 8 . Uíge 2 ,1 6 0 ,5 2 1 ,2 2 0 ,7 0 08. Kwanza-Norte 25,47 26,20 0,73 Ouro
09. Moxico 1,55 33,74%,
0,38 correspondente
0,38 a um incremento
0,00 de 2,33 pp face a 2020; 09. Malanje 25,98 26,04 0,06 Outr
10. Cunene 1,37 0,29 0,42 0,13 10. Cabinda 24,52 24,09 -0,43
1 1 . L unda- N or te 1 ,3 7 0 ,4 1 1 ,7 5 1 ,3 4 11. Kwanza-Sul 25,82 24,87 -0,95
12. Namibe ii)1,14 Redução
0,25 da variação
0,46 dos preços0,21
em cinco classes, com destaque para a classe “Educação”;
12. Moxico 25,07 23,54 -1,53
13. Bié 1,02 0,26 0,56 0,30 13. Lunda-Norte 30,22 28,64 -1,58
14. Kuando-Kubango 0,99 0,29 0,54 0,25 14. Huíla 29,74 27,60 -2,15
15. Kwanza-Norte
iii) 0,87
Incremento da variação de preços de sete classes de despesas, com ênfase para a classe
0,22 0,45 0,23 15. Bié 25,78 23,39 -2,40
16. Lunda-Sul 0,81 0,16 0,51 0,35 16. Bengo 28,63 25,49 -3,14
1 7 . Zair e 0 ,6 9 “Comunicações” com um incremento de 10,25 pp, passando para 12,40%, suportado pela
0 ,1 5 0 ,8 5 0 ,7 0 17. Kuando-Kubango 29,60 26,02 -3,58
18. Bengo 0,51 0,14 0,37 0,23 18. Huambo 29,01 25,14 -3,86
Inflação Anual
aceleração
2 5 ,1 0
dos preços
2 7 ,0 3
dos equipamentos
1 ,9 3
de telecomunicação, nomeadamente os telemóveis;

iv) Aumento da variação dos preços da classe “Saúde” em 3,10 pp, ao fixar-se em 26,02%, devido
ao incremento dos preços dos medicamentos, reflexo do surto epidémico de malária com maior
incidência nas províncias de Luanda, Huambo e Benguela e da intensidade da pandemia de
2018 2019 COVID-19.
2020 2 02 1 Va r. A n u a l ( %)
Nú m e ro B a se m o n e t á ria
SPTR 241 496 250 786 237 336 276 676 16,58%
Notas e moedas em circula
SCC 229 092 131 443 73 211 45 013 -38,52%
Reserva bancária
STC 10 624 595 11 480 368 14 034 376 18 727 395 33,44% Depósitos obrigatórios
MCX 461 963 891 598 278 419 769 099 127 1 044 578 514 35,82% Depósitos obrigatório
Depósitos obrigatório
Total 473 0 5 9 07 4 6 10 1 4 1 01 6 7 83 4 4 4 05 0 1 0 63 6 2 7 59 8 3 5, 76 %
Depósitos livres
Depósitos livres - MN
Montante
Das quais Reservas
Depósitos livres - ME
SPTR 60 634 796 37 414 549 67 634 960 66 593 152 -1,54%
Outras obrigações face a
SCC 801 938 549 295 374 291 256 634 -31,43%
M e m o ra n d o :
STC 4 007 528 5 507 455 6 700 107 8 674 252 29,46% Base monetária em moeda
MCX 5 655 223 7 823 729 11 335 437 17 008 803 50,05%
Total 71 09 9 4 85 5 1 29 5 0 28 8 6 04 4 7 95 9 2 53 2 8 40 7 ,5 4%

17
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

P IB (F M I Jan2 1 ) Inflação Homóloga (Dez Inflação Homóloga (Dez


P aís es /R egião
20) 21)
P aís es /R egião 2020 2021 2022 2023
out/21
ago/21

dez/21

E c o n o m ia M u n d ia l G-ráfico
3 ,1 0
4: Contribuição
5 ,9 0
e Representatividade
4 ,4 0 3 ,8 0
das Classes de Despesas na I1,40
EUA nflação 7,00
E c o n o m ia s A va n ç a d a s - 4 ,5 0 5 ,0 0 3 ,9 0 2 ,6 0 Reino Unido 0,60 5,40
nios
EUA 30,00 -3,40 5,60 4,00 2,60 Zona Euro -0,30 5,00
r -9,40 7,20 4,70 2,30 -1,20 0,80
Reino Unido Japão
P
Zona Euro -6,40 5,20 3,90 2,50 China 0,20 1,50
Japão -4,50 1,60 3,30 1,80 Índia 4,59 5,66 2
E c o n o m ia s E m e rg e n t20,00
es e em 2
- 2 ,0 0 6 ,5 0 3 ,3 0 1 ,8 0 4,52 10,06
D e se n vo lvim e n t o Brasil
China 2,30 8,10 4,80 5,20 Rússia 4,91 8,39
pp

Índia -7,30 9,00 9,00 7,10 África do Sul 3,10 5,90


Brasil 10,00 -3,90 4,70 0,30 1,60 Nigéria 15,75 15,63
Rússia -2,70 4,50 2,80 2,10
África Subsariana - 1 ,7 0 4 ,0 0 3 ,7 0 4 ,0 0
África do Sul -6,40 4,60 1,90 1,40
Nigéria 0,00 -1,80 3,00 2,70 2,70
dez/19

fev/20

jun/20

ago/20

dez/20

fev/21

jun/21

ago/21

dez/21
abr/20

out/20

abr/21

out/21
Alim. Bebidas Não Alc. Bebidas Alc. E Tabaco Vestuário e Calçado
Hab., Água, Elect., Gás e Combust. Mobil., Equip. Doméstico e Manutenção Saúde
Contribuição Anual (pp) Variação Anual (%)
Transportes Comunicação Lazer, Recreação e Cultura
Classe de Despesa Ponderadores
Educação Hóteis, Cafés e Restaurantes
2020 2021 Bens e Serviços
Diferença (pp) Diversos2020 2021 Diferença (pp)

01. Alimentação e Bebidas não Alcoólicas 55,66 Fonte:14,55


INE 18,78 4,23 31,40 33,74 2,33 I PG
1. Pro d u t o
02. Bebidas Alcoólicas e Tabaco 1,61 0,62 0,20 -0,41 26,66 23,77 -2,89
A) Agri
03. Vestuário e Calçado 3,55 1,12 0,88 -0,24 21,29 23,53 2,24 B) Pes

À luz do exposto acima, percebe-se que o nível da inflação


04. Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis 5,38 em Angola
0,04 é ditado pelo
0,46 comportamento
0,42 dos 9,58
preços dos27,73
bens alimentares,
18,15 D) Indú
2. Pro d u t o
05. Mobiliário,Equipamento Doméstico e Manutenção 5,15 1,62 0,83 -0,78 21,56 23,70 2,14
cuja variação explicou aproximadamente 70% da inflação total em 2021. A) Agri
06. Saúde 3,40 1,57 1,22 -0,35 22,92 26,02 3,10 D) Indú
07. Transportes 6,50 0,84 0,62 -0,21 16,42 15,05 -1,37
08. Comunicações 3,70 0,44 0,37 -0,07 2,15 12,40 10,25
Quanto à inflação a nível das províncias, verificou-se2,35que cinco províncias
09. Lazer, Recreação e Cultura 0,77
tiveram
0,63
variações
-0,14
de preços
19,16
acima15,72
da nacional,
-3,44
com
realce
10. Educaçãopara Luanda; a província do Bié foi a que registou
3,03 menor variação
1,82 de
1,67 preços. Não
-0,15 obstante as
36,98 diferenças
6,67 no que tange
-30,31
aos
11. hábitose Restaurantes
Hotéis,Cafés alimentares, constatou-se um aumento generalizado
3,09 da variação0,98dos preços-0,05dos produtos
1,02 25,09 da classe
20,20“Alimentação
-4,90 e
Bebidas
12. NãoDiversos
Bens e Serviços Alcoólicas” em todas as províncias do País.
6,59 0,69 0,38 -0,31 24,15 25,38 1,23
Inflação N acional 2 5 ,1 0 2 7 ,0 3 1 ,9 3

Quadro 3: Contribuição e variação das províncias no IPCN

Contribuição Anual (pp) Variação Anual (%)

Províncias Ponderadores 2020 2021 Difer ença Províncias 2020 2021 Difer ença
(2 0 2 1 - 2 0 2 0 ) (2 0 2 1 - 2 0 2 0 )

01. Luanda 63,06 15,61 12,96 -2,65 0 1 . L unda- S ul 2 0 ,5 1 2 9 ,1 3 8 ,6 2


02. Benguela 8,18 1,99 1,46 -0,53 0 2 . Zair e 2 2 ,5 4 2 8 ,0 5 5 ,5 1
03. Huíla 6,07 1,77 1,62 -0,15 0 3 . L uanda 2 5 ,1 9 3 0 ,4 3 5 ,2 4
04. Kwanza-Sul 3,07 0,78 0,53 -0,25 04. Namibe 22,67 26,41 3,74
05. Huambo 2,67 0,76 0,92 0,16 05. Cunene 21,62 23,74 2,13
06. Malanje 2,28 0,58 0,93 0,35 06. Uíge 24,46 26,37 1,92 Instru

07. Cabinda 2,20 0,53 1,09 0,56 07. Benguela 24,74 25,51 0,77 Título
0 8 . Uíge 2 ,1 6 0 ,5 2 1 ,2 2 0 ,7 0 08. Kwanza-Norte 25,47 26,20 0,73 Ouro
09. Moxico 1,55 0,38 0,38 0,00 09. Malanje 25,98 26,04 0,06 Outro
10. Cunene 1,37 0,29 0,42 0,13 10. Cabinda 24,52 24,09 -0,43
1 1 . L unda- N or te 1 ,3 7 0 ,4 1 1 ,7 5 1 ,3 4 11. Kwanza-Sul 25,82 24,87 -0,95
12. Namibe 1,14 0,25 0,46 0,21 12. Moxico 25,07 23,54 -1,53
13. Bié 1,02 0,26 0,56 0,30 13. Lunda-Norte 30,22 28,64 -1,58
14. Kuando-Kubango 0,99 0,29 0,54 0,25 14. Huíla 29,74 27,60 -2,15
15. Kwanza-Norte 0,87 0,22 0,45 0,23 15. Bié 25,78 23,39 -2,40
16. Lunda-Sul 0,81 0,16 0,51 0,35 16. Bengo 28,63 25,49 -3,14
1 7 . Zair e 0 ,6 9 0 ,1 5 0 ,8 5 0 ,7 0 17. Kuando-Kubango 29,60 26,02 -3,58
18. Bengo 0,51 0,14 0,37 0,23 18. Huambo 29,01 25,14 -3,86
Inflação Anual 2 5 ,1 0 2 7 ,0 3 1 ,9 3

Fonte: INE

2018 2019 2020 2 02 1 Va r. A n u a l ( %)


Nú m e ro B a se m o n e t á ria
SPTR 241 496 250 786 237 336 276 676 16,58%
Notas e moedas em circulaç
SCC 229 092 131 443 73 211 45 013 -38,52%
STC 10 624 595 11 480 368 14 034 376 18 727 395
18 33,44%
Reserva bancária
Depósitos obrigatórios
Depósitos obrigatórios
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Relativamente ao indicador de núcleo de inflação do BNA, que excluí na estrutura do IPCN os produtos administrados e os
tradicionalmente mais voláteis5, este registou uma aceleração no seu ritmo de crescimento passando de 25,51% em 2020 para os
27,69%, sinalizando uma persistência das pressões inflacionárias na economia.
Inflação Homóloga (Dez
21)

7,00
Quadro 4: Contribuição e variação das componentes do IPCN
5,40
5,00
Va ria ç ã o A n u a l ( %) Co n t rib u iç ã o ( p p )
0,80
Pe río d o Nú c le o d e Nú c le o d e
1,50 I PCN O u t ro s
I n f la ç ã o A lim e n t o s
5,66 2 02 0 25,10 25,51 13,18 12,33
2 02 1 27,03 27,69 17,13 10,56
10,06

8,39
Fonte: BNA/INE
5,90
15,63
O desempenho do núcleo de inflação foi explicado essencialmente pelo acréscimo da contribuição da componente “Núcleo de
produtos alimentares” em torno de 3,95 pp, passando a sua representação sobre a variação geral de 52% para 62%, por conta,
essencialmente da contribuição do grupo “Pão e cereais”, influenciado pela redução da oferta de farinha de trigo, devido à redução
de 89,23% das quantidades importadas em 2021.

Em relação ao Índice de Preços ao Grossista (IPG), no período de 2021, apresentou uma variação de 31,14%, superior aos 26,85%
observados em 2020, mantendo a sua tendência crescente iniciada em 2018, suportada pelo incremento da contribuição dos
produtos
Variação Anual (%) importados (IPGI) em 2,76 pp, fixando-se em 22,75 pp (cerca de 73,06% da variação anual do IPG geral) e dos nacionais
(IPGN) em 1,53 pp, passando para 8,39 pp (26,94% da variação anual do IPG geral).
2021 Diferença (pp) Va ria ç ã o ( %) Co n t rib u iç ã o ( p p ) D if e r e n ç a
D e sc riç ã o D if e re n ç a ( PP)
2020 2021 2020 2021 ( PP)
Taxa de crescimento Contribuição
15,0% 33,74 2,33 I PG 2 6 ,8 5 3 1 ,1 4 4,29 2 6 ,8 5 3 1 ,1 4 4,29
De notar que os preços dos produtos produzidos em Angola0,80continuam a apresentar um ritmo de crescimento mais célere quando
1. Pro d u t o s Na c io n a is 0,60 3 1 ,5 1 3 7 ,1 6 5,65 6 ,8 6 8 ,3 9 1,53
10,0% 23,77comparado -2,89
com os dos produtos importados. No período em0,40análise, a variação dos preços destes produtos, fixou-se em 37,16%,
A) Agric., Prod. Animal, Caça e Silvic. 39,07 41,59 2,52 13,56 15,21 1,65
5,0% 23,53acima dos 31,51%
2,24 do períodoB)anterior.
Pesca Na mesma sequência, 0,20 a variação28,41
do IPG dos
35,72produtos importados
7,31 situou-se
1,32 em1,6229,39% 0,30
27,73contra os 25,55%
18,15 de 2020. D) Indústrias Transformadoras
0,00
26,71 34,03 7,31 16,63 20,33 3,70
pp

0,0%
-0,20
2. Pro d u t o s I m p o rt a d o s -0,40 2 5 ,5 5 2 9 ,3 9 3,83 1 9 ,9 9 2 2 ,7 5
2,76
-5,0% 23,70 2,14
A) Agric., Prod. Animal, Caça e Silvic.
-0,60 54,41 48,73 -5,68 1,92 2,12 0,19
26,02
A evolução3,10
10,0%
deveu-seD)ao
Indústrias Transformadoras 24,12 28,19realce para:4,07 23,63 27,27 3,64
-0,80
do IPGN incremento
-1,00
da contribuição
de trinta de produtos, com i) fabricação refrigerantes
15,0% 15,05e outras bebidas
-1,37 (+1,97 pp), ii) cerveja e malte (+1,74 pp) e iii) 2016 cultura da mandioca (+1,11 pp), e do IPGI foi alimentada pelo
2017 2018 2019 2020 (e) 2021 (e)
2016 2017 2018 2019 2020 (e) 2021 (e)
12,40acréscimo
Agricultura
da contribuição
10,25 Petroleo
de trinta produtos, ressaltando-se
Indústria transformadora
os seguintes
Diamantes e outros produtos: i) moagem de Indústria
Petroleo cereais (+1,50 pp), i) abate de
transformadora

15,72gado
Construção (produção de carne)
-3,44 Serviços mercantis (+1,46 pp) e iii) produção
Outros Sectores e refinação de óleos
Construção e gorduras (+0,55
Serviços pp).
mercantis Outros Sectores

6,67 -30,31
20,20 -4,90 Painel 2: Índice de Preços no Grossista
25,38 1,23 d e z / 18 d e z / 19 d e z / 20 d e z / 21
IPG Mensal e Homólogo Mercado primário (USD/AOA) 308,61 482,23 649,60 554,98
IPG - Produtos Nacionais Vs. Importados
2,50% 33,00% 40,00% - 4 6 ,2 3 - 3 6 ,0 0 - 2 5 ,2 7 1 7 ,0 5
Variação média (%)
31,00%
2,30%
Mercado secundário - divisas (USD/AOA)
35,00%
310,55 492,10 654,68 553,20
29,00%
Variação Homóloga

- 3 4 ,7 6 - 3 6 ,8 1 - 2 4 ,8 3 1 8 ,3 5
Variação Homóloga

2,10%
Variação média27,00%
(%)
Variação Mensal

30,00%
1,90%
Casas de 25,00%
câmbio (USD/AOA) 330,98 535,11 689,56 616,02
23,00%
Variação Anual1,70%
(%) Variação média (%) 25,00% - 2 5 ,0 7 - 3 8 ,1 5 - 2 2 ,4 0 1 1 ,9 4
21,00%
1,50%
19,00% 20,00%
2021 1,30%
Difer ença 17,00%
1,10% ( 2 0 2 1 - 2 0 2 0 ) 15,00% 15,00%
JUN/19

JUN/20

JUN/21
OUT/19

OUT/20

OUT/21
ABR/19

ABR/20

ABR/21
DEZ/21
DEZ/18

DEZ/19

DEZ/20

DEZ/18

DEZ/19

DEZ/20

DEZ/21
FEV/19

FEV/20

FEV/21

AGO/21

FEV/19

FEV/20

FEV/21
AGO/19

AGO/20

JUN/21
JUN/19

JUN/20

AGO/19

AGO/20

AGO/21
OUT/21
OUT/19

OUT/20
ABR/20

ABR/21
ABR/19

2 9 ,1 3 8 ,6 2 IPG Mensal IPG Homólogo IPG (Produtos Nacionais) IPG (Produtos Importados)
2 8 ,0 5 5 ,5 1
3 0 ,4 3 5 ,2 4 Fonte: INE
26,41 3,74
Cla sse s d e A c t ivo ( %) 2020 2021
23,74 2,13
26,37 1,92 Instrumentos do mercado monetário (depósitos bancários e equivalentes 39,98 47,22
5 Produtos hortícolas e tubérculos e Peixes, moluscos, 35,00%
crustáceos e alimentos derivados. 16,00
25,51 0,77 Títulos de Dívida (soberanas, supranacionais e agências governamentais 45,88 33,59
es de kwanzas

30,00% 14,00
26,20 0,73 Ouro 25,00% 19 7,55 12,00 6,99
26,04 0,06 20,00% 10,00
Outros activos de reserva 6,59 12,20
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
A nível das secções, de 2020 a 2021, a que registou a maior aceleração dos preços foi a secção “Indústrias Transformadoras”, quer
dos produtos nacionais (7,31 pp) quer dos importados (4,07 pp). A secção “Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura” dentro
do cabaz dos produtos adquiridos no mercado internacional, registou um recuo de 5,68 pp, suportado pela redução da contribuição
das culturas agrícolas (de 1,14 pp para 0,83 pp) e carne de ave (de 2,16 pp para 1,98 pp).Tendo em conta o seu peso na estrutura do
IPGN e IPGI, a secção “Indústrias Transformadoras” foi o principal condutor da variação anual com 20,33 pp (representando 54,72%
da variação geral) e com 27,27 pp (explicando cerca de 92,80% da variação anual).

%) Quadro 5: Variação e Contribuição por Secção do IPG

Diferença (pp) Va ria ç ã o ( %) Co n t rib u iç ã o ( p p ) D if e r e n ç a


D e sc riç ã o D if e re n ç a ( PP)
2020 2021 2020 2021 ( PP)
2,33 I PG 2 6 ,8 5 3 1 ,1 4 4,29 2 6 ,8 5 3 1 ,1 4 4,29
1. Pro d u t o s Na c io n a is 3 1 ,5 1 3 7 ,1 6 5,65 6 ,8 6 8 ,3 9 1,53
-2,89
A) Agric., Prod. Animal, Caça e Silvic. 39,07 41,59 2,52 13,56 15,21 1,65
2,24 B) Pesca 28,41 35,72 7,31 1,32 1,62 0,30
18,15 D) Indústrias Transformadoras 26,71 34,03 7,31 16,63 20,33 3,70
2. Pro d u t o s I m p o rt a d o s 2 5 ,5 5 2 9 ,3 9 3,83 1 9 ,9 9 2 2 ,7 5 2,76
2,14
A) Agric., Prod. Animal, Caça e Silvic. 54,41 48,73 -5,68 1,92 2,12 0,19
3,10 D) Indústrias Transformadoras 24,12 28,19 4,07 23,63 27,27 3,64
-1,37
Fonte: INE
10,25
-3,44
-30,31
-4,90
1,23 3.2. Dívida Pública6 d e z / 18 d e z / 19 d e z / 20 d e z / 21
Mercado primário (USD/AOA) 308,61 482,23 649,60 554,98
Variação média (%) - 4 6 ,2 3 - 3 6 ,0 0 - 2 5 ,2 7 1 7 ,0 5
O stock da dívida pública, em 2021, secundário
Mercado fixou-se em 39,81
- divisas biliões de kwanzas
(USD/AOA) 310,55 (93,53%
492,10 do PIB),
654,68 contra os553,20
41,34 biliões de kwanzas
registados em 2020 (129,61% do PIB),
Variação representando
média (%) uma redução de 28,78%, isto após três anos de sucessivos
- 3 4 , 7 6 - 3 6 , 8 1 - 2 4 , 8 3 1 8 ,3 5 aumentos. De
realçar que a componente emCasas
moeda externa
de câmbio apresentou a maior redução
(USD/AOA) 330,98 (-38,12%).
535,11 689,56 616,02
%) - 2 5 ,0 7 - 3 8 ,1 5 - 2 2 ,4 0 1 1 ,9 4
Quanto à sua decomposição Variação média (%)
por fonte, de referir que a dívida externa se situou em 28,56 biliões de kwanzas (68,01% do PIB) e a
dívida interna fixou-se em 11,00 biliões de kwanzas (26,20% do PIB).
Difer ença
(2 0 2 1 - 2 0Vários
20) factores contribuíram para esta performance anual do stock da dívida total, com destaque para (i) resgates superiores às
emissões, (ii) Apreciação do kwanza face ao dólar norte-americano que reduziu o valor nominal da dívida em moeda externa.
8 ,6 2
5 ,5 1
5 ,2 4 Gráfico 5: Dívida do Governo (% do PIB)
3,74
Cla sse s d e A c t ivo ( %) 2020
129,61 2021
2,13
1,92 Instrumentos do mercado monetário (depósitos bancários e equivalentes 39,98 47,22
104,82
0,77 Títulos de Dívida (soberanas, supranacionais
89,05 e agências governamentais 45,88 33,59
93,53
0,73 Ouro 7,55 6,99 29
0,06 64,05
Outros activos de reserva 6,59 68,01 12,20
-0,43 92,58

-0,95
69,81
-1,53 51,21 26,20
35,53
-1,58
-2,15 28,52 33,64 35,01 37,03

-2,40
2017 2018 2019 2020 Preliminar 2021 Preliminar
-3,14
-3,58 Dívida externa Dívida interna Stock da dívida pública 2017

-3,86
Fonte: MINFIN

5,00

4,50
28,79%
4,00
6 Não incluí dívida das empresas públicas. 3,50
ões de kwanzas

3,00
20
202 0 2021 2020 2021
2,50
100 000
20 000
Interb.
50 000
Garantias 10 000
RELATÓRIO
0
Outros 0
ANUAL DE CONTAS 2021
2018 2019 2020 2021
2018 2019 2020 2021

A emissão de títulos do Tesouro em moeda nacional, em 2021, situou-se em 1,6 mil milhões de kwanzas (13,27% inferior ao volume
programado pelo Tesouro), dos quais 692 mil milhões de kwanzas em Bilhetes do Tesouro (BT) e 939,3 mil milhões de kwanzas em
Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis (OTNR). Comparativamente a 2020, o volume das emissões de títulos públicos em moeda
nacional, em 2021, foi ligeiramente superior em cerca de 15,96%. De referir que as emissões visaram apenas o pagamento de
43,54% do serviço da dívida interna titulada.

Painel 3: Emissão e resgate de títulos em 2021

Emissões Resgates
200 000 500 000

Milhões de kwanzas
Milhões de kwanzas

150 000 400 000

300 000
100 000
200 000
50 000 100 000

0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
BT OT BT OT

Fonte: BNA

1 500
Por outro lado, os pagamentos do Tesouro Nacional decorrentes do resgate de títulos públicos ocorridos em 2021 totalizaram 4,62
Mil Milhões de kwanzas

1 300
biliões de kwanzas, dos quais 1,35 bilião de kwanzas para resgate de Bilhetes do Tesouro e 2,91 biliões de kwanzas para resgate

Mil Milhões de kwanzas


de Obrigações do Tesouro.1 Comparativamente
100 a 2020, o volume do serviço da dívida pública interna titulada foi significativamente
superior em cerca de 267,84%,
900
devido, fundamentalmente, ao aumento do volume das emissões de médio prazo ocorridas em anos
transactos.
700

500
O stock de títulos públicos em moeda nacional, a 31 de Dezembro de 2021, situou-se em 10,85 biliões de kwanzas, dos quais cerca
300
de 453,15 mil milhões de kwanzas (4,18%) em BT e 10,40 biliões de kwanzas (95,82%) em OT. Comparativamente ao ano de 2020,
100
observou-se em 2021 um aumento do stock em cerca de 4,02%.
-100
jan/21

fev/21

mar/21

jun/21

set/21

nov/21

dez/21
abr/21

mai/21

jul/21

ago/21

out/21

-300
O efeito líquido das emissões com títulos do Tesouro (BT e OT) sobre a liquidez foi de expansão de cerca de 2,06 biliões de kwanzas,
em resultado do volume de pagamentos de resgates e juros
Reserva ocorridos
Bancaria Total no ano ter Reservas
sido superior
Livres ao volume das emissões.

Gráfico 6: Stock de Títulos em 2021


27,00%
24,00%
12 000
Milhões de kwanzas

21,00%
10 000
18,00%
8 000 15,00% 15,50%

6 000 12,00%
9,00%
4 000
6,00%
2 000 3,00%

0 0,00%
dez/20 fev/21
iro

ro
iro

ço

o
aio
l

to

ro

ro
l ho
ri

nh

br

mb

mb
Ab

tub
os
ar
ne

re

Ju

tem
Ju

Tx BNA
Ag
M
ve
Ja

ve

ze
Ou
Fe

Se

De
No

BT OT OMA 28d Tom.


Fonte: BNA

0,26

0,24 21
RELATÓRIO
600,00 ANUAL DE CONTAS 2021

Mil Milhões de kwanzas


590,00
580,00
Relativamente às taxas de juro no mercado primário dos Bilhetes de Tesouro, estas foram em termos gerais crescentes no primeiro
570,00
trimestre, tendo posteriormente decrescido
560,00
ao longo do resto do ano. No final do ano de 2021, as taxas médias de juro nominais
dos BT situavam-se em 19,38%, 14,49%550,00
e 17,14%, para as maturidades de 91, 182 e 364 dias, respectivamente. De salientar que,
os BT na maturidade de 91 foram descontinuadas
540,00 a partir de Abril de 2021 e as de 182 no intervalo de Abril a Outubro de 2021.
530,00
520,00
Comparativamente ao ano anterior, apenas as taxas de juro nominais dos títulos de curto2021
2020 prazo na maturidade de 91 apresentaram
set/21

nov/21

dez/21
out/21

um ligeiro aumento de 0,34 pp; enquanto as de 182 e 364 dias reduziram


Emissão consideravelmente
Circulação Monetária em 5,50 pp e 3,67 pp, respectivamente.

s
Gráfico 7: Taxas de juro no mercado primário em 2021

27,00%
24,00%
21,00%
18,00%
15,00% 15,50%

12,00%
9,00%
6,00%
3,00%
0,00%
dez/20 fev/21 abr/21 jun/21 ago/21 out/21 dez/21
bro

ro
mb
em

Tx BNA FAL 7 DIAS FAL 63 DIAS F.C. OVERNIGHT FCO


ze
De

OMA Overnight Tom. OMA 04 dias OMA 7d Tom. OMA 14d Tom.
OMA 28d Tom. OMA 63d Tom. OMA 90d Tom. OMA Overnight Ced. OMA 07 d Ced.

Fonte: BNA

Relativamente aos títulos do Tesouro Nacional de médio e longo prazo, nomeadamente as OT em moeda nacional não reajustadas,
operações ocorreram nas maturidadesBTde 1,5, 2, 3, 4 e 5 anos, tendo as taxas de juro se situado em 23,74%, 24,50%, 24,72%,
BT 91 dias
24,75% e 25,00%, registando desta forma um aumento de 0,11pp, 0,40 pp, 0,39 pp e 1,00 pp, respectivamente, com excepção na da
BT BT 182 dias
maturidade de 4 anos que se manteve BTinalterada.
BT 364 dias Quanto às OT em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio, estas não foram
emitidas durante o ano em análise. OT-TXC 2 anos
OT-TXC 6 anos
OT-TXC 7 anos
OT-TXC 5 anos
OT-NR OT 2 anos
OT-NR OT 3 anos
OT-NR OT 4 anos
OT-NR OT 5 anos
OT-NR OT 1,5 anos
OT-NR OT 2 anos
1
21

1
1

21

21

1
1

1
1
r/2

t/2
r/2

/2
/2

t/2
i/2

z/2
o/

v/
jun

jul
ma
ab

ou
ma

se

de
ag

no

22
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

SISTEMA
FINANCEIRO

23
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

4. Desempenho do Sistema Financeiro Bancário Angolano

O sistema financeiro angolano tem vindo a dar passos importantes com vista à aproximação às melhores práticas internacionais.
Assim, no âmbito do plano estratégico 2017-2022, visando garantir a robustez das Instituições Financeiras Bancárias, aumentar a
confiança no sector financeiro e a estabilidade financeira, o Banco Nacional de Angola (BNA) deu continuidade às acções atinentes
à convergência da regulamentação e supervisão do BNA aos padrões de organismos internacionais de referência.

Neste contexto, o ano de 2021 ficou marcado pela publicação da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, - Lei do Banco Nacional de Angola,
e da Lei n.º 14/21, de 19 de Maio, Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras.

De notar que a revisão das referidas leis, veio reforçar a independência e autonomia do BNA, os seus poderes de supervisão, a
supervisão baseada no risco, o princípio da proporcionalidade na actuação dos reguladores, bem como a definição do BNA como
autoridade macro prudencial e de resolução bancária. Prevê ainda a instituição de um fundo de resolução para suporte da aplicação
de medidas de resolução de instituições bancárias problemáticas.

Estas reformas culminaram com a publicação de um conjunto de regulamentações complementares, alinhadas à Basileia II e III,
com destaque para os normativos relativos à adequação de capital, rácio de alavancagem, rácio de cobertura de liquidez, disciplina
de mercado, requisitos combinados de reservas, bem como relativas ao governo societário, controlos internos e gestão de risco.

Em 2021, efectuou-se a actualização da metodologia de supervisão e monitoramento dos bancos, com a introdução do Processo
de Análise e Avaliação pelo Supervisor (SREP7, sigla do inglês Supervisory Review and Evaluation Process), que permitirá ao BNA
exercer uma supervisão que garanta a monitorização efectiva do modelo de negócio, governo e gestão do risco e posições de
capital e liquidez das instituições supervisionadas, salvaguardando a respectiva solvabilidade e resiliência financeira a longo prazo.

Entretanto, à semelhança aos demais sectores económicos de forma geral, o sector bancário tem enfrentado diversos desafios
devido aos efeitos da pandemia de COVID-19, aos desafios associados ao crescimento da oferta de serviços bancários por via de
canais digitais, ao surgimento de novos intervenientes (fintechs), à sustentabilidade dos modelos de negócio, ao risco de crédito e
à governação de riscos.
Todavia, o sector bancário manteve-se sólido e resiliente com níveis de adequação de capital acima do limite mínimo regulamentar.

4.1. Composição do Sistema Bancário

Em finais de 2021, estavam autorizadas a funcionar no sistema financeiro angolano 25 instituições financeiras bancárias, sendo
2 (dois) bancos públicos, 17 (dezassete) bancos privados nacionais, 5 (cinco) filiais de bancos estrangeiros e 1 (uma) sucursal de
banco estrangeiro. De salientar que em 2021, verificou-se a retirada de licença de 1 (uma) instituição bancária por insuficiência
de capital para exercício da actividade bancária, elevando para 4 (quatro) o número de instituições com licenças revogadas nos
últimos 3 anos.

7 SREP: que consiste em procedimentos a serem conduzidos anualmente pelo BNA para assegurar que cada instituição financeira bancária dispõe de estratégias,
processos internos, bem como capital e liquidez adequados aos riscos a que estão expostas.

24
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Gráfico 8: Instituições Financeiras


129,61 Bancárias em Funcionamento

104,82
93,53 89,05 93,53
29
29
27
68,01 64,05 26 26 27
26
68,01 25
92,58

69,81
26,20 51,21 26,20
35,53

28,52 33,64 35,01 37,03

2021 Preliminar 2017 2018 2019 2020 Preliminar 2021 Preliminar

Dívida externa Dívida interna 2018 Stock da dívida pública 2017 2018 2019
vida pública 2017 2019 2020 2021

Fonte: BNA
5,00 32,46%
5,00 32,46% 35,00%
4,50
28,79%
4,50 26,96%
28,79% 4,00 30,00%
4.2. Actividade do Sistema Bancário
4,00
26,96%
3,50

Biliões de kwanzas
3,50 25,00%
Biliões de kwanzas

3,00
20,26%
3,00 18,41% 2,50 20,00%
No final do exercício
2,50
económico de 2021, o activo do Sistema Bancário continuou a apresentar tendência crescente, tendo registado
2,00
um aumento de 2,00
1,03 bilião de kwanzas (5,66%) face ao período homólogo, situando-se em cerca de 19,36 biliões
15,00% de kwanzas,
1,50
influenciado, fundamentalmente pelo aumento dos títulos e valores mobiliários, e disponibilidades, que permanecem com a maior
1,50 1,00 10,00%
representatividade nos activos da banca com um peso de 35,02% e 20,64%, respectivamente.
1,00 0,50
5,00%
0,50 0,00
2017 2018 2019
0,00 Gráfico 9: Estrutura do Activo Total 0,00%
2017 2018 2019 2020 2021 Crédito Vencido Mal Parado Crédito Bru

Crédito Vencido Mal Parado Crédito Bruto Rácio de incumprimento Derivados de cobertura com justo valor
25,00 30,00% positivo
Derivados de cobertura com justo valor Operações cambiais
30,00% positivo
Biliões de kwanzas

26,11%
Operações cambiais 25,00% Créditos no sistema de pagamentos
20,00

25,00% 21,32%
Créditos no sistema de pagamentos Outros activos fixos
19,70% 20,00%
15,00 Outros activos
Outros activos fixos 17,38%
20,00%
15,00%
Outros activos Aplicações em bancos centrais e em
outras instituições de crédito
10,00
15,00% Crédito a clientes
Aplicações em bancos centrais e em 10,00%
outras instituições de crédito
Caixa e disponibilidades
5,0010,00% Crédito a clientes
5,66%
5,00%
Títulos e valores mobiliários
Caixa e disponibilidades
5,66% Variação do activo
- 5,00% 0,00%
2017 Títulos e valores
2018 mobiliários 2019 2020 2021

0,00% Variação do activo


2021 Fonte: BNA

Relativamente ao crédito vencido malparado8 no final do ano 2021, este registou um aumento em 115,52 mil milhões de kwanzas
comparativamente ao período homólogo (13,64%), com efeito, o rácio de incumprimento do sector bancário passou de 18,41% em
Dezembro de 2020 para 20,26% em Dezembro de 2021.

8 Crédito com atraso superior a 90 (noventa) dias.

25
2021 Preliminar
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
blica 2017 2018 2019 2020 2021

Gráfico 10: Crédito Vencido Malparado sobre Crédito Total

5,00 32,46% 35,00%

4,50
28,79% 30,00%
26,96%
4,00

3,50 25,00%
Biliões de kwanzas

20,26%
3,00 18,41% 20,00%
2,50
15,00%
2,00

1,50 10,00%
1,00
5,00%
0,50

0,00 0,00%
2017 2018 2019 2020 2021

Crédito Vencido Mal Parado Crédito Bruto Rácio de incumprimento

Derivados de cobertura com justo valor


30,00% positivo
Fonte: BNA
Operações cambiais

25,00%
O passivo total do sector bancário
Créditos aumentou
no sistema em 641,94 mil milhões de kwanzas (3,82%), totalizando cerca de 17,46 biliões Kwanzas,
de pagamentos
influenciado, sobretudo, pela captação de depósitos. Importa referir que as captações de depósitos de clientes aumentaram em
506,11 mil milhões Outros
kwanzas (3,59%)
activos fixos e mantêm-se como a principal fonte de recursos das instituições financeiras bancárias, com
20,00%
um peso de 83,53% sobre o passivo total, correspondente a 14,58 biliões de kwanzas, dos quais 45,45% representavam depósitos
à ordem, 45,10% depósitos a prazo e o restante, outros depósitos.
Outros activos

15,00%
Aplicações em bancos centrais e em
Relativamente aos outras instituições de crédito
depósitos por segmento, o Sector de Particulares apresenta maior concentração de depósitos com 29,98%,
seguido Crédito a clientes
pelos Sectores de Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória com 12,80% e Actividades Financeiras e
10,00%
de Seguros com 11,13%.
Caixa e disponibilidades
5,66%
5,00%
Títulos e valores mobiliários Gráfico 11: Passivo Total

0,00% Variação do activo


2021 Responsabilidades representadas por títulos
20,00 30,00%
Derivados de cobertura com justo valor negativo
18,00 26,97%
25,00% Passivos financeiros ao justo valor através de resultados 140
16,00 24,32%
Operações cambiais 120
14,00
20,00%
Biliões de kwanzas

19,25% Obrigações no sistema de pagamentos


18,80% 100
Milhões de dólares

12,00
Provisões
10,00 15,00% 80
Passivos subordinados
8,00
60
10,00% Outros passivos
6,00
40
4,00 Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
5,00%
3,82% Recursos de clientes e outros empréstimos 20
2,00

0,00 0,00% Var. relativa do Passivo 0


2017 2018 2019 2020 2021

2 000,00 Fonte: BNA


C. Cubango
1 500,00
Bengo
Mil milhões de kwanzas

1 000,00
Zaire
500,00 C. Sul

- Bíe
2017 2018 201926 2020 2021 Nam ibe
- 500,00
Passivos subordinados

Biliõ
8,00
10,00% Outros passivos
6,00
RELATÓRIO
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
4,00 ANUAL DE CONTAS 2021
5,00%
2,00 3,82% Recursos de clientes e outros empréstimos

Var. relativa do Passivo


No final de 2021, 0,00
o sector2017
bancário registou
2018
resultados
2019
positivos
2020
num montante
2021
de 394,90 mil
0,00%
milhões de kwanzas, um aumento de
cerca de 179,39% face ao período homólogo, devido fundamentalmente ao aumento de proveitos com títulos e valores mobiliários.

Gráfico 12: Resultados

2 000,00
C. Cuba
1 500,00
B
Mil milhões de kwanzas

1 000,00
Z
500,00 C
Contribuição
0,80
-
0,60
2017 2018 2019 2020 2021 Nam
0,40
- 500,00
0,20
0,00-1 000,00
pp

-0,20 Beng
-0,40
Lua
-0,60 Margem financeira Produto da actividade bancária e seguradora Resultados líquido do exercicio
-0,80
-1,00
2016 2017 2018 2019 2020 (e) Fonte: BNA
2021 (e)
2020 (e) 2021 (e)

Diamantes e outros Petroleo Indústria transformadora


Indústria transformadora
Outros Sectores Construção Serviços mercantis Outros Sectores
4.3 Principais
2,50 Indicadores do Sistema Bancário 30,00%

25,00%
2,00
Biliões de kwanzas

O ano de 2021 foi marcado por um ligeiro aumento do crédito. Entretanto, o rácio de transformação mantém-se em nível20,00%
baixo face
e Homólogo aos seus referenciais
1,50históricos, tendo passado de 32,68% em 2020 para 32,57% em 2021.
IPG - Produtos Nacionais Vs. Importados
33,00% 40,00% 15,00% 10 000

Número
31,00%1,00
29,00% 35,00% 10,00%
Como efeito da27,00%
melhoria dos resultados agregados do sector bancário que passaram de um prejuízo no exercício de 2020 para
Variação Homóloga

100
Variação Homóloga

0,50
lucro em 2021, a25,00%
Rendibilidade dos
30,00%
Capitais Próprios (ROE) e a Rendibilidade dos Activos (ROA) aumentaram significativamente
5,00% de
-29,79% e -2,90% em- Dezembro25,00%
23,00% de 2020 para 26,73% e 2,21% em Dezembro de 2021, respectivamente. 0,00%
1
21,00%
19,00%
2018 2019 2020 2021
20,00%
17,00%
Requisitos FPR Total Solvabilidade Fundos Próprios Regulamentares
Por seu turno, a15,00%
capacidade de cobertura
15,00% das obrigações de curto prazo em moeda nacional e em moeda estrangeira aumentou,
JUN/19

JUN/20

JUN/21
OUT/19

OUT/20

OUT/21
ABR/19

ABR/20

ABR/21

tendo o rácio de liquidez imediata em moeda estrangeira (ME) e moeda nacional (MN) aumentado de 22,11% e 21,55% em
DEZ/20

DEZ/21

DEZ/18

DEZ/19

DEZ/20

DEZ/21
FEV/21
AGO/20

AGO/21

FEV/19

FEV/20

FEV/21
JUN/20

JUN/21

AGO/19

AGO/20

AGO/21
OUT/20

OUT/21
ABR/21

Dezembro de 2020 para 30,53% e 32,61% em Dezembro de 2021, respectivamente, devido ao aumento das disponibilidades.
IPG Homólogo IPG (Produtos Nacionais) IPG (Produtos Importados)

Painel 4: Rácios de Liquidez Imediata e Rácio de Transformação

35,00% 16,00 60,00%


Biliões de kwanzas

30,00% 14,00 50,00%


25,00% 12,00
10,00 40,00%
20,00%
15,00% 8,00 30,00%

10,00%
6,00 20,00% 140
4,00
5,00% 1
Milhões de dólares

2,00
10,00%
120
0,00%
0,00 0,00%
2017 2018 200,00
2019 2020 2021
2017 2018 2019 2020 2021 100
180,00
Liquidez Imediata ME (Nível 1) Liquidez Imediata MN (Nível 1) Crédito bruto Depósitos Totais Crédito total bruto/Depósitos totais
80
Milhões de dólares

160,00
140,00
120,00
60
Fonte: BNA
100,00
40
80,00
60,00 20
40,00
0
20,00
-
2017 2018 2019 2020 2021
27
Compra aos Bancos em USD Compra de ME em USD Venda de ME em USD
500,00 C. Sul

Mil milhões d
- Bíe
RELATÓRIO
2017 2018 2019 2020 2021 ANUAL DE CONTAS 2021 Nam ibe
Relativamente -ao rácio de solvabilidade, no final de 2021, observou-se um crescimento ligeiro de 4,32 pp., reflectindo o aumento
500,00
Uíge
dos fundos próprios
-1 000,00
e resultados do exercício bem como da diminuição dos requisitos de capital para risco de mercado. Assim, o
rácio de solvabilidade regulamentar se situou em 23,79%, evidenciando resiliência aos riscos inerentes à actividade do sector, com Benguela
um nível agregado deMargemadequação
financeirade capital muito
Produto acimabancária
da actividade do limite mínimo regulamentar.
e seguradora Resultados líquido do exercicio
Luanda
-

Gráfico 13: Rácio de Solvabilidade Regulamentar

2,50 30,00%

25,00%
2,00
Biliões de kwanzas

20,00%
1,50
15,00% 10 000 000 000

Número
1,00
10,00%
100 000 000
0,50
5,00%
1 000 000
- 0,00%
2018 2019 2020 2021
10 000
Fundos Próprios Regulamentares Requisitos FPR Total Solvabilidade

100

Fonte: BNA
1
d

4.4. Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno das Instituições


Financeiras

Relativamente à Governação Corporativa, o ano de 2021 apresentou-se como um período de desafios para o sector bancário,
em virtude dos novos requisitos derivados da actualização dos normativos sobre Governação Corporativa e Controlo Interno. Os
140
referidos baseados nas boas práticas internacionalmente aceites exigem revisões nos modelos de governação dos bancos, bem
115,25

Milhões de dólares
como das orientações e procedimentos de governo interno e gestão de riscos relevantes, decorrentes do SREP. 120
200,00
100
180,00
Contudo, de forma geral,160,00
o sector bancário continua a apresentar uma tendência crescente, em termos de formalização dos 80
Milhões de dólares

requisitos de Governação140,00
Corporativa, o que evidencia o incremento da cultura de boa governação nas instituições e a mitigação
dos riscos inerentes. Entretanto,
120,00 observam-se insuficiências relativas às políticas e processos de identificação e avaliação 60 de
transacções com partes relacionadas e de prevenção de conflito de interesses, fragilidade dos processos de protecção para inibição
100,00
40
de acessos indevidos aos80,00
sistemas de informação, bem como na implementação de processos de recuperação de desastres em
caso de incidente. 60,00 20
40,00
0
20,00
-
201
Relativamente ao sistema de controlo2017
interno, o sistema2018
bancário apresenta
2019
um crescimento
2020
assinalável
2021
do nível de cumprimento
dos requisitos previstos na regulamentação em vigor, comparativamente ao período homólogo, não obstante existirem bancos onde
Compra aos Bancos em USD Compra de ME em USD Venda de ME em USD
persistem insuficiências de recursos humanos capacitados, para fazer face às atribuições regulamentares das funções de controlo,
designadamente, gestão de risco, compliance e auditoria interna.

5. Desempenho do Sistema Financeiro Não Bancário Angolano


5.1. Casas de Câmbio
40%
35%
35%
Face à conjuntura que30%se tem verificado no decorrer dos últimos anos, as casas de câmbio têm vindo a registar decréscimos
sucessivos nas operações
25%
de compra e venda de moeda estrangeira, tendo, em 2021,
30% atingido o valor mais baixo nos últimos anos.
20% 25%

15% 20%
10% 28 15%
5%
1

RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

No período em análise, o volume de compras de moeda estrangeira efectuado pelas casas de câmbio atingiu o montante equivalente
a 5,77 milhões de dólares norte-americanos, sendo que as vendas de moeda estrangeira registaram o montante equivalente a 5,52
milhões de dólares norte-americanos.

140
Gráfico 14: Operações de Câmbio
115,25

Milhões de dólares
120
200,00
100
180,00
80
Milhões de dólares

160,00
140,00
120,00
60
100,00
40
80,00
60,00 20
40,00
0
20,00
-
20
2017 2018 2019 2020 2021

Compra aos Bancos em USD Compra de ME em USD Venda de ME em USD

Fonte: BNA

Em Dezembro de 2021, o Activo das casas de câmbio registou uma redução de 2,44 mil milhões de kwanzas, ou seja, uma
diminuição de 27,06% face ao período homólogo, fixando-se no montante de 6,57 mil milhões de kwanzas. Esta redução foi
motivada, essencialmente, pela diminuição do montante das Disponibilidades em 1,06 mil milhões de kwanzas (-26,71%), sendo
que representa um peso de 44,28% do total do Activo.
40%
35%
35%
30%
As restantes rubricas também
25% contribuíram para este comportamento, nomeadamente,
30% a rubrica Outros Valores, com um peso
no total do Activo de 17,56%,
20%
reduziu em 1,09 mil milhões de kwanzas (-48,71%)
25% e as Imobilizações, com um peso de 15,27%,
diminuíram em 178,26 15%
milhões de kwanzas.
20%
10%
15%
5%
De realçar que a rubrica Créditos no Sistema de Pagamentos registou, em 2021,10%um peso de 22,86%, cujo valor foi superior ao
abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

ago/18
out/18
dez/18

ago/19
out/19
dez/19

ago/20
out/20
dez/20

ago/21
out/21
dez/21
fev/18

jun/18

fev/19

jun/19

fev/20

jun/20

fev/21

jun/21

abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

out/18
dez/18

out/19
dez/19

out/20
dez/20

out/21
dez/21
fev/18

jun/18
ago/18

fev/19

jun/19
ago/19

fev/20

jun/20
ago/20

fev/21

jun/21
ago/21
verificado no período homólogo de 2020, registando um aumento de 123,54 milhões de kwanzas. No entanto, este aumento não foi
suficiente para inverter o comportamento de descida do Activo em 2021 em relação ao período homólogo.

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN

Do lado do Passivo, em Dezembro de 2021, registou-se um montante de 5,23 mil milhões de kwanzas, representando um decréscimo
de 3,99% em relação ao período homólogo. Esta redução deveu-se ao decréscimo das rubricas com maior peso, nomeadamente,
25%
Outras Obrigações e Outras
22%
Captações, com pesos de 57,33% e 14,53%, que reduziram
14% em 147,99 milhões de kwanzas e 108,05
12%
milhões de kwanzas, respectivamente.
20%
10%
17%
15% 8%
12% 6%
Quanto aos resultados,
10%em 2021, as casas de câmbio voltaram a obter resultados4%negativos, tendo atingido 584,95 milhões de
kwanzas, ligeiramente 7%
abaixo dos
5%
2%
obtidos no período homólogo em 28,03 milhões de kwanzas.
0%
2%
abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

ago/18
out/18
dez/18

ago/19
out/19
dez/19

ago/20
out/20
dez/20

ago/21
out/21
dez/21
fev/18

jun/18

fev/19

jun/19

fev/20

jun/20

fev/21

jun/21
abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

ago/18
out/18
dez/18

ago/19
out/19
dez/19

ago/20
out/20
dez/20

ago/21
out/21
dez/21
fev/18

jun/18

fev/19

jun/19

fev/20

jun/20

fev/21

jun/21

DP até 90 dias ME DP 91 a 180 dias ME


DP até 90 dias MN DP 91 a 180 dias MN
DP de 181 dias - 1 ano ME DP mais de 1 ano ME
DP de 181 dias - 1 ano MN DP mais de 1 ano MN

29
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Painel 5: Composição do Activo e Passivo Total das casas de Câmbio

Estrutura do activo Dez-20 Estrutura do activo Dez-21


Disponibilidades

13,12% Aplicações de liquidez 15,27%

Títulos e valores mobiliários


44,07% 44,28%
17,56%
24,97% Instrumentos financeiros derivados
16 00

Milhões de kwanzas
Créditos no sistema de pagamentos 14 00
12 00
15,30% Operações cambiais 22,86% 10 00
8 00
2,38% Outros valores
0,16% 6 00
Imobilizações 4 00
2 00

Captações para liquidez


Estrutura do passivo Dez-20 Estrutura do passivo Dez-21
Captações com títulos e valores mobiliários

Instrumentos financeiros derivados 28,14%


26,30%

Obrigações no sistema de pagamentos

57,33%
57,76% Operações cambiais
15,94% 14,53%

Outras captações

Adiantamentos de clientes

Outras obrigações

Provisões para responsabilidades prováveis

Fonte: BNA

5.2 Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamento

Nos últimos seis anos, tem se verificado uma tendência de queda dos valores das remessas enviadas, mas em contrapartida um
aumento um aumento dos valores recebidos. No ano de 2021, o volume de remessas enviadas para o exterior do País atingiu o
montante de 25,26 milhões de dólares norte-americanos, que tiveram como principais países destinatários, Portugal e o Brasil com
representatividade de 60,79% e 24,65%, respectivamente.

Por sua vez, o volume de remessas recebidas do exterior do País atingiu o montante de 13,61 milhões de dólares norte-americanos,
sendo os Estados Unidos da América o principal país de procedência com uma representatividade
Estrutura do activo Dez-21
de 16,99%, seguido de Portugal,
Reino Unido e FrançaEstrutura
com pesodo activo Dez-20
de 16,37%, 11,71% e 11,51%, respectivamente.
Disponibilidades
Importa realçar ainda, que o volume de operações de remessas de valores recebidas representa cerca de 53,87% do volume de
remessas enviadas para o exterior,
16,09%
8,81% sendo esta percentagem
Aplicaçõesademaior
liquidez dos últimos anos.
7,00% 8,00%

15,00%

Títulos e valores mobiliários 27,00%


29,51% 4,00%

Créditos
32,37%

Imobilizações 39,00%
13,21%

Outros valores

30
Cartão MCX

1
dez/18 dez/19 dez/20 dez/21
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Gráfico 15: Operações de Remessas de Valores

140
115,25

Milhões de dólares
120
100
80 70,63
60
35,74
40 25,26
20,89
20 13,61
3,54 7,68
1,33 1,51
0
2017 2018 2019 2020 2021
2019 2020 2021

de ME em USD Venda de ME em USD Enviadas Recebidas

Fonte: BNA

Em Dezembro de 2021, o Activo das sociedades prestadoras de serviços de pagamento registou uma redução de 720,59 milhões
kwanzas (-47,17%) face ao período homólogo, levando o seu montante para 806,96 milhões kwanzas. Esta redução foi motivada,
principalmente, pela diminuição de 857,59 milhões de kwanzas (-71,83%) das Disponibilidades que representam 41,68% no total
do Activo.

Salienta-se que a redução referida anteriormente foi contrabalançada pelo aumento significativo de 236,71 milhões de kwanzas na
rubrica de Créditos no Sistema de Pagamentos, passando de 1,69 milhão de kwanzas para 238,41 milhões de kwanzas que, pelo
seu peso no Activo (30%), impediu uma redução ainda mais acentuada.

As rubricas de Imobilizações e Outros Valores registaram face ao período homólogo, uma redução de 57,10 milhões de kwanzas e
64,11 milhões de kwanzas, respectivamente, representando um peso de 17,60% e 6,14%, respectivamente.

Em relação ao Passivo, as sociedades prestadoras de serviços de pagamento registaram, em Dezembro de 2021, o valor de 387,64
milhões de kwanzas que representou um decréscimo de 453,61 milhões de Kwanzas (-53,92%), em comparação com o período
homólogo.

Este comportamento deveu-se, essencialmente, à rubrica de Outras Obrigações que registou no período em análise, o valor de
309,12 milhões de kwanzas, representando uma redução de 451,67 milhões de kwanzas (-59,37%) em relação ao período homólogo.
Esta rubrica representa 79,74% do total do Passivo.

A rubrica de Obrigações no Sistema de Pagamentos, registou um valor de 78,52 milhões de kwanzas, reduzindo em 1,93 milhão de
kwanzas (2,40%) face ao período homólogo. Esta rubrica representa os restantes 20,26% do total do Passivo.

31
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Painel 6: Composição do Activo e Passivo das Sociedades de Pagamento

Estrutura do activo Dez-20 Estrutura do activo Dez-21


Disponibilidades

13,04% Aplicações de liquidez 17,60%


0,14%
0,07% 7,44%
Títulos e valores mobiliários 41,68%
6,14%
1,25%

Créditos no sistema de pagamentos

78,16% Outros valores


29,54%

Imobilizações
5,03%

Estrutura do passivo Dez-20 Estrutura do passivo Dez-21

9,56% Obrigações no sistema de pagamentos


20,26%

Outras obrigações

Provisões para responsabilidades


prováveis 79,74%
90,44%

Fonte: BNA

5.3. Sociedades de Microcrédito

Em 2021, o sistema não bancário, registou um aumento do volume de microcréditos concedidos pelas Sociedades de Microcrédito e
pela única Cooperativa de Crédito em funcionamento, no montante de 14,39 mil milhões de kwanzas, comparativamente ao período
homólogo, tendo sido beneficiados 24 822 micro empreendedores.

As taxas médias de juro anuais praticadas mantiveram-se inalteradas comparativamente ao período homólogo em 67,02%.

Painel 7: Volume e Taxas de Juro do Microcrédito

% Volume de Microcrédito Anual Taxa de Juro Média Anual


16 000,00 80,00%
Milhões de kwanzas

14 000,00 75,00%
12 000,00 70,00%
10 000,00 65,00%
8 000,00 60,00%
6 000,00 55,00%
4 000,00 50,00%
2 000,00 45,00%
40,00%
0,00
2017 2018 2019 2020 2021 2017 2018 2019 2020 2021

Fonte: BNA

32
%
Milhões de dól
80 70,63
ordinados
60
os RELATÓRIO
Estrutura do activo Dez-20 35,74 Estrutura do activo Dez-21 ANUAL DE CONTAS 2021
40 Disponibilidades 25,26
bancos centrais e de outras instituições de crédito 20,89
20 13,61
lientes e outros empréstimos 13,12% Aplicações de liquidez 3,54 7,68 15,27%
1,33 1,51
do Passivo
Relativamente à distribuição geográfica
0 do microcrédito, a província de Luanda continua a destacar-se com maior volume do crédito
concedido, com uma representatividade
44,07%
de 76,43%,
2017 seguida
Títulosde
2018 Cabinda
e valores 2019 com 5,93%
mobiliários e de Benguela
2020 2021 com 3,51%.
44,28%
17,56%
24,97% Instrumentos financeiros derivados
Enviadas Recebidas 16 0

Milhões de kwanzas
Créditos no sistema de pagamentos 14 0
Gráfico 16: Volume de Microcrédito por Províncias em 2021 12 0
15,30% Operações cambiais 22,86% 10 0
80
2,38% Outros valores
0,16% 60
C. Cubango 40
Imobilizações
Bengo 20
Zaire
C. Sul
Bíe Captações para liquidez
021 Estrutura do passivo Dez-20 Estrutura do passivo Dez-21
Nam ibe
Captações com títulos e valores mobiliários
Uíge
Instrumentos financeiros derivados 28,14%
Benguela 26,30%
Luanda Obrigações no sistema de pagamentos
exercicio
- 4 000,00 8 000,00 12 000,00
57,33%
57,76% Operações cambiais
15,94% Milhões de Kwanzas 14,53%

Outras captações
Fonte: BNA
Adiantamentos de clientes
30,00%
Outras obrigações
O Activo 25,00%
das sociedades de microcrédito, em Dezembro de 2021, registou um aumento na ordem de 5,10 mil milhões de kwanzas
face ao período
20,00% homólogo (23,14%), atingindo assim, uma cifra de 22,04 mil milhões de kwanzas, em resultado, essencialmente,
Provisões para responsabilidades prováveis

do aumento dos Créditos Concedidos e Imobilizações em 38,66% e 27,39%, respectivamente.


15,00% 10 000 000 000
Número

10,00%
100 000 000
Em 2021, as sociedades de microcrédito mantiveram a composição do seu Activo. Com efeito, 80,85% dos Activos foram compostos
5,00%
por três rubricas nomeadamente, Créditos, Imobilizações e Aplicações de Liquidez com um peso de 38,66%, 27,39% e 14,80% do
1 000 000
Activo total,
0,00%respectivamente, o que se traduz numa melhoria quando comparado com a estrutura observada em 2020 onde, 77,97%
2021
dos activos eram compostos por três rubricas nomeadamente, Créditos Concedidos, Aplicações de Liquidez e Outros Valores com
10 000
Solvabilidade uma quota de 32,37%, 29,51%, e 16,09% do activo MT102 etotal,
MT103 respectivamente.
Cheques
100 Transf Cred.
Cartão MCX
Painel 8: Estrutura do Activo Total das IFNB de Crédito e Outras
1
dez/18 dez/19 dez/20 dez/21

Estrutura do activo Dez-20 Estrutura do activo Dez-21

Disponibilidades

16,09% 7,00% 8,00%


8,81% Aplicações de liquidez
15,00%

Títulos e valores mobiliários 27,00%


29,51% 4,00%
140
Créditos
115,25
Milhões de dólares

32,37%
120
Imobilizações
100 13,21%
39,00%

80 70,63
Outros valores

60
Fonte: BNA 35,74
40 25,26
20,89
20 13,61
3,54 de Kwanzas, tendo aumentado em 4,81 mil milhões de 7,68
1,33
O passivo total das sociedades de microcrédito 1,51 19,51 mil milhões
somou
0
kwanzas, ou seja, 24,68% face ao período homólogo. Este crescimento deveu-se, particularmente, ao aumento da rubrica de Outras
Captações em cerca de 10,91 mil2017 2018 representando
milhões de kwanzas, 2019 55,93% do2020
passivo total. 2021
2021

m USD Enviadas Recebidas

33
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Painel 9: Estrutura do Passivo Total das IFNB de Crédito e Outras

Estrutura do passivo Dez-20 Captações para Liquidez Estrutura do passivo Dez-21


1%
1% 2% 1% 1%

1% Instrumentos Financeiros Derivados 3%

13%
Outras captações
32%

Adiantamentos de clientes

55%
Outras obrigações

82% 8%
Provisões para responsabilidades prováveis

Provisões técnicas

Fonte: BNA

6. Sistema de Pagamentos

Do ponto de vista conceptual,


300 000 entende-se por Sistema de Pagamentos de Angola (SPA),
Comp.
o conjunto de instrumentos, procedimentos
70 000

bancários e sistemas interbancários


250 000 de transferência de fundos, destinados a facilitar a circulação
Clientes 60 000 da moeda em Angola. O SPA

Mil Milhões de kwanzas


é regulado pelo BNA, em conformidade com o disposto na Lei n.º 40/20, de 16FX de Dezembro, 50 000Lei do SPA, tendo em vista o
200 000
Número

cumprimento dos objectivos de interesse público definidos na referida Lei, nomeadamente,


Lev/Dep Segurança,
40 000
Fiabilidade Operacional,
Eficiência e Transparência.
150 000 SIGMA
30 000
100 000 Intrad.

Interb. 20 000
50 000
Relativamente à sua arquitectura, o SPA possui os seguintes Sistemas: Garantias 10 000
0
· Sistema de Pagamentos em
2018Tempo Real
2019 - SPTR; 2020 2021
Outros 0
2018 2019 2020

· Sistema Multicaixa – MCX ; 9

· Sistema de Transferências a Crédito – STC;


· Sistema de Compensação de Cheques – SCC;
· Sistema de Débitos Directos -SDD10.

Adicionalmente, de referir que está em curso a dinamização de acções do Sistema de Transferências Instantâneas (STI).

Emissões Resgates
200 000 500 000
No que diz respeito ao processamento no SPA, foram efectuadas, no período em análise, cerca de 1 063 milhões de operações no
Milhões de kwanzas
Milhões de kwanzas

montante de 92,53 biliões de kwanzas. As operações do MCX, representaram cerca de 98,21% do total400de
150 000 000operações processadas
e aumentaram em 35,82% em relação ao ano de 2020. 300 000
100 000
200 000
50 000 100 000

0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ag
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
BT OT BT OT

9 Terminal de Pagamento Automático


10 O Sistema de Débitos Directos encontra-se implementado, porém ainda não possui informação estatística, estando em curso ajustes técnicos para utilização
e dinamização do mesmo.

34
Inflação Anual 2 5 ,1 0 2 7 ,0 3 1 ,9 3

Milhões de dóla
80 70,63
60 RELATÓRIO
35,74 ANUAL DE CONTAS 2021
40 25,26
ntrais e de outras instituições de crédito 20,89
20 13,61
outros empréstimos 7,68
Quadro 6: Número
1,33 e Montante
1,51de Operações Processadas nos
3,54 Sistemas do SPA11
0
2017 2018 2019 2020 2021
2018 2019 2 02 0 2 02 1 Va r. A n u a l ( %)
Enviadas Nú m e ro Recebidas
SPTR 241 496 250 786 237 336 276 676 16,58%
SCC 229 092 131 443 73 211 45 013 -38,52%
STC 10 624 595 11 480 368 14 034 376 18 727 395 33,44%
MCX 461 963 891 598 278 419 769 099 127 1 044 578 514 35,82%
Total 473 05 9 07 4 6 10 1 4 1 01 6 7 83 4 4 4 05 0 1 0 63 6 2 7 59 8 3 5, 76 %
C. Cubango
Bengo Montante

SPTR Zaire 60 634 796 37 414 549 67 634 960 66 593 152 -1,54%
SCC C. Sul 801 938 549 295 374 291 256 634 -31,43%
STC Bíe 4 007 528 5 507 455 6 700 107 8 674 252 29,46%
MCX
Nam ibe 5 655 223 7 823 729 11 335 437 17 008 803 50,05%
Total 71 09 9 4 85 5 1 29 5 0 28 8 6 04 4 7 95 9 2 53 2 8 40 7 ,5 4%
Uíge
Benguela
Luanda Fonte: BNA
cio
- 4 000,00 8 000,00 12 000,00

Milhões de Kwanzas
À semelhança dos anos anteriores, em 2021, os cartões e as transferências a crédito foram os instrumentos mais utilizados. Os
cheques mantiveram uma trajectória decrescente, tendo registado uma diminuição em número de 38,52% em 2021 comparativamente
a 2020.
30,00%

25,00%
Gráfico 17: Evolução da Utilização dos Instrumentos de Pagamentos
20,00%

15,00% 10 000 000 000


Número

10,00%
100 000 000
5,00%
1 000 000
0,00%
2021
10 000
idade MT102 e MT103
Cheques
100 Transf Cred.
Cartão MCX

1
dez/18 dez/19 dez/20 dez/21

Fonte: BNA

6.1. Funcionamento do SPTR


140
O SPTR é um sistema operado pelo BNA, direccionado para o processamento de operações de valor elevado (maior ou igual a 30,00
115,25
Milhões de dólares

120
milhões de kwanzas), onde são liquidadas todas as operações em moeda nacional, inclusive as operações dos sistemas de retalho
e do mercado de100
valores mobiliários.
80 70,63
60
35,74
40 25,26
20,89
20 13,61
3,54 7,68
1,33 1,51
0
2017 2018 2019 2020 2021
2021
11 Os dados do SCC e STC incluem operações devolvidas. Montantes em milhões de kwanzas
Enviadas .
Recebidas

35
13%
Outras captações
32% RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
Adiantamentos de clientes

55%
No final de 2021, participaram 29 instituições financeiras no SPTR, das quais 25 instituições financeiras bancárias, uma instituição do
Outras obrigações
Estado (Ministério das Finanças) e duas Infra-estruturas de Mercado Financeiro (IMF)12, nomeadamente a Câmara de Compensação
82% 8%
Automatizada de Angola e a Central de Valores Mobiliários
Provisões para (CEVAMA).
responsabilidades prováveis

Provisões técnicas

Relativamente ao funcionamento do SPTR, este apresentou uma disponibilidade de 99,75%, o que traduz uma indisponibilidade de
0,25%, níveis aceitáveis, tendo como referência as boas práticas internacionais e os critérios de disponibilidade estabelecidos por
alguns países como o Brasil, Portugal e a África de Sul.

Painel 10: Evolução das Operações Liquidadas no SPTR

300 000 Comp. 70 000


Clientes 60 000
250 000

Mil Milhões de kwanzas


FX
50 000
200 000
Número

Lev/Dep
40 000
150 000 SIGMA
30 000
100 000 Intrad.

Interb. 20 000
50 000
Garantias 10 000
0
Outros 0
2018 2019 2020 2021
2018 2019 2020 2021

Fonte: BNA

Em termos de operações processadas, em 2021, o SPTR liquidou mais de 276 mil operações no montante de 62,87 biliões de
kwanzas, representando uma redução de 6,90% em termos de número de transacções em relação ao ano anterior. Por sua vez,
os montantes transaccionados registaram um aumento de 16,58% face ao ano anterior, devido, essencialmente, ao aumento das
operações no Mercado Monetário Interbancário (MMI).

Emissões Resgates
6.2. Superintendência
200 000 do SPA 500 000
Milhões de kwanzas
Milhões de kwanzas

150 000 400 000

300 000
Para que o Sistema de Pagamentos de Angola funcione de maneira segura e eficiente,
100 000 é importante que o BNA, através da sua
função de Superintendência, garanta o cumprimento dos Princípios de Infraestruturas do Mercado Financeiro (PIMF) da CPMI-
200 000

IOSCO. Dentre outros


50 000 princípios, destaca-se a necessidade de observância do primeiro
100 000 princípio que refere que uma infraestrutura
de mercado financeiro 0
deverá ter um enquadramento jurídico bem fundamentado, claro,
0 transparente e vinculativo, para todas as
suas actividades importantes
Jan Fevem todas
Mar Abr as
Maijurisdições
Jun Jul Agorelevantes.
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

BT OT BT OT

Assim, no âmbito da reforma da regulamentação do SPA, que culminou com a publicação da Lei N.º 40/20, de 29 Dezembro,
Lei do Sistema de Pagamentos de Angola, foi publicada a Política do Banco Nacional de Angola relativamente à função de
Superintendência do Sistema de Pagamento de Angola, esta política apresenta as normas e procedimentos para monitorar os
sistemas e instrumentos existentes e planejados, bem como os Prestadores de Serviço de Pagamento (PSP) e os Operadores de
Sistema de Pagamento (OSP), de modo a avaliá-los em relação aos objectivos de interesse público e outros de natureza relevante
e, quando necessário, induzir mudanças.
No que tange ao desenvolvimento do SPA, continuam em curso as acções de melhoria que visam fazer face às novas tendências do
sector financeiro internacional com impacto nos sistemas de pagamentos, nomeadamente, criação de condições necessárias para
a entrada em produção do Sistema de Transferências Instantâneas em Angola.

12 Em conformidade com os Princípios de Infra-estrutura de Mercado Financeiro (PIMF) elaborados pelo Comité de Pagamentos e Infra-estruturas de Mercado
(CPMI) e a Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO), publicados pelo Banco de Pagamentos Internacional (BIS) em Abril de 2012,
uma Infra-estrutura de Mercado Financeiro (IMF) é por definição um sistema multilateral entre as instituições participantes, incluindo o operador do sistema,
usada para fins de compensação, liquidação ou registo de pagamentos, títulos, derivados ou outras transacções financeiras.

36
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

POLÍTICAS
DO BANCO CENTRAL

37
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

7. Política Monetária e Gestão de Liquidez


7.1. Quadro Operacional da Política Monetária – Instrumentos de Política

Em Junho de 2018, o BNA adoptou um novo Quadro Operacional da Política Monetária que é caracterizado por um regime de metas
monetárias, incorporando alguns princípios do regime de metas de inflação, tendo a Base Monetária como a variável operacional
e os Agregados Monetários como meta intermédia. A adopção deste regime baseia-se no princípio de que existe uma relação
de longo prazo entre a inflação e a quantidade de moeda, pelo que compete ao Banco Central controlar o crescimento da Base
Monetária de modo a garantir a estabilidade de preços a médio e longo prazo13.

Assim sendo, na implementação da Política Monetária, o BNA faz uso dos seguintes instrumentos:

· Facilidades Permanentes de Cedência e absorção de Liquidez;


· Operações de Mercado Aberto;
· Reservas Obrigatórias.

Facilidades Permanentes de Cedência e Absorção de Liquidez:


As Facilidades Permanentes de Gestão de Liquidez são realizadas por iniciativa das instituições financeiras bancárias com objectivo
de ceder e absorver liquidez, uma vez que definem um corredor (máximo e mínimo) para a definição da taxa de juro na maturidade
“overnight” do Mercado Monetário Interbancário (MMI). Em 2021, estas operações foram transaccionadas com prazos overnight
e 7 dias.

As Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez (FCL) são operações reversíveis efectuadas pelo banco central, suportadas
por Títulos Públicos em moeda nacional (BT, OT e TBC-descontinuado) de qualquer maturidade, destinadas a ceder liquidez às
Instituições Financeiras Bancárias pelo prazo “overnight” ou 7 dias. A taxa de juro desta facilidade é predefinida pelo BNA, em
reunião de Comité de Política Monetária (CPM).

Contrariamente ao efeito das FCL, as Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez (FAL) correspondem a depósitos constituídos
pelas instituições financeiras bancárias junto do BNA, destinados a absorver liquidez, sem limites para os montantes depositados.
O BNA tem disponível operações com maturidades overnight (FAO), sete dias (FAL7) e sessenta e três dias (FAL63). No primeiro
semestre de 2021, a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez foi indexada à taxa de mercado dos Bilhetes
do Tesouro para 91 dias, acrescida de 0,25%; e igualmente a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, com
maturidade overnignt, à taxa de custódia sobre as reservas livres mantidas junto do BNA.

Operações de Mercado Aberto (OMA):


Em 2021, o BNA recorreu a Operações Ocasionais de Regularização, quer de cedência (somente na maturidade de 7 dias) como de
absorção de liquidez convencional (nas maturidades de 7, 14, 28, 63, e 90 dias) para a gestão da liquidez no mercado.

Estas operações são executadas por iniciativa do BNA, por via de leilões, podendo também ser utilizados procedimentos bilaterais.

Nas operações de absorção de liquidez, o BNA toma a iniciativa de vender títulos aos bancos comerciais, debitando a conta dos
bancos comerciais junto do BNA, o que implica uma redução na quantidade de reservas detidas pelos bancos comerciais e logo,
uma contracção da base monetária.
13 Em Setembro de 2011, o BNA adoptou o seu primeiro Quadro Operacional da Política Monetária onde foi introduzida o conceito da Taxa Básica de Juro de
referência, denominada Taxa BNA, que serviria de taxa sinalizadora da orientação da política monetária.

38
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Desta forma, nas operações de cedência de liquidez, por sua vez, o BNA toma a iniciativa de comprar títulos aos bancos comerciais,
creditando a conta dos bancos comerciais junto do BNA, o que implica um aumento na quantidade de reservas detidas pelos
mesmos e logo, uma expansão da base monetária. As taxas de juro destas operações, no entanto, se mantiveram constantes ao
longo do ano.

Reservas Obrigatórias:
O regime de Reservas Obrigatórias ou Disponibilidades Mínimas de Caixa, tem como objectivo principal, a estabilização das taxas
de juro do mercado monetário, permitindo uma maior regulação dos níveis de liquidez no sistema bancário e maior eficiência dos
instrumentos de transmissão de política monetária.

7.2. Objectivos e Medidas de Política Monetária

O objectivo final da política monetária é garantir a estabilidade de preços, definida como uma meta de inflação a médio e longo
prazo inferior a um dígito.

Em 2021, o BNA manteve as intervenções regulares de cedência de liquidez no mercado monetário, com a realização de operações
de mercado aberto (OMA) e utilizou os demais instrumentos regulamentares, com particularidade para as facilidades permanente
de liquidez overnight e intradia, (FCO e FCL) e as reservas obrigatórias para o alcance dos seus objectivos.

Dentre as medidas implementas, destacam-se a introdução de um intervalo de 0,10% a 0,20% para a taxa de custódia cobrada
sobre o excesso de liquidez dos bancos comerciais, a manutenção da Taxa BNA em 15,50%, o alargamento do prazo de vigência do
Aviso n.º 10/2020, de 01 de Abril até ao final do ano, o aumento do coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira de
17% para 22%, terminando a obrigatoriedade de cumprimento parcial em moeda nacional.

Contudo, apesar do constante monitoramento dos factores determinantes da variação dos preços, incentivo à produção nacional e
utilização dos instrumentos de política monetária, até ao fim do primeiro semestre as constantes pressões inflacionárias persistiram
e revelaram-se maior que o esperado, tendo a taxa de inflação sido superior a 18%. Assim sendo, tomaram-se medidas adicionais
com vista a tornar mais eficaz a transmissão da Taxa BNA, inverter a trajectória da inflação, reduzir as distorções no corredor da
política monetária, e melhorar as condições monetárias para uma actividade de intermediação financeira mais eficiente:

A taxa básica de Juro (Taxa BNA) sofreu um aumento de 5 pp, tendo passado de 15,50% para 20%, a taxa de juro da Facilidade
Permanente de Cedência de Liquidez (FCL) passou de 19,88% para 25% e a taxa da FAL7 de 12% para 15%.

O coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional (RO em MN) manteve-se inalterado durante o ano de 2021, no entanto
a constituição das RO em MN passou a ser efectuado em conta especifica no SPTR. As reservas obrigatórias em moeda estrangeira
(RO em ME) registaram um acréscimo de 5 pp no terceiro trimestre, passando de 17% para 22%, com cumprimento total em moeda
estrangeira. A nova modalidade de cumprimento das RO em ME, equivale a uma redução das responsabilidades em moeda nacional
no período, com a eliminação do cumprimento parcial da RO em ME com numerário em moeda nacional.

No mesmo período, foi introduzido um intervalo de 0,10% a 0,20% para a taxa de custódia em função da magnitude sobre o excesso
de liquidez dos bancos comerciais junto do BNA, sendo 0,1% ao dia sempre que o saldo das reservas livres se situe entre 3 000 000
001,00 e 6 000 000 000,00 de kwanzas e 0,2% ao dia sempre que a reserva livre se situe acima de 6 000 000 000,00 de kwanzas.

39
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Gráfico 18: Evolução da liquidez


1 500
Mil Milhões de kwanzas
1 300

Mil Milhões de kwanzas


1 100

900

700

500

300

100

-100
jan/21

fev/21

mar/21

jun/21

set/21

nov/21

dez/21
abr/21

mai/21

jul/21

ago/21

out/21
-300

Reserva Bancaria Total Reservas Livres


Fonte: BNA

7.3. Mercado Monetário 27,00%


24,00%
12 0007.3.1. Operações de Mercado Aberto (OMA)
Milhões de kwanzas

21,00%
10 000
18,00%
No âmbito da regularização
8 000 de liquidez por via das operações monetárias, o BNA disponibilizou ao mercado Operações
15,00% de Mercado 15,50%
Aberto (OMA) nas duas ópticas de acordo com a necessidade de contrair e/ou expandir a liquidez, tendo o volume12,00% global para
6 000
absorção de liquidez em 2021 se situado em 5,14 biliões de kwanzas, tendo um impacto contraccionista sobre a liquidez
9,00%
em 356,93
mil milhões de kwanzas,
4 000 enquanto as operações de cedência totalizaram cerca de 942,05 mil milhões de kwanzas, com um impacto
6,00%
igualmente contraccionista de 16,34 mil milhões de kwanzas.
2 000 3,00%

0 0,00%
Em termos líquidos gerais, o impacto resultante das operações sobre a base monetária foi contraccionista em 597,73dez/20
mil milhões fev/2
iro

ro
iro

ço

o
aio
l

to

ro

ro
l ho
ri

nh

br

mb

mb
Ab

tub
os
ar
ne

re

de kwanzas.
M

Ju

tem
Ju

Tx BNA
Ag
M
ve
Ja

ve

ze
Ou
Fe

Se

De
No

BT OT OMA 28d Tom.


Comparativamente ao ano de 2020, o volume de OMA para absorção e cedência de liquidez em 2021 variaram em cerca de 22%
e 722,35%, respectivamente, demostrando que a implementação das modalidades de política monetária por via de OMA em 2021
teve impacto positivo, tendo em conta os objectivos pretendidos a alcançar.

0,26
As taxas de juro médias das OMA, na óptica da tomada, nas maturidades de 7, 14, 28, 63 e 90 dias tiveram no primeiro semestre
0,24
um comportamento crescente e no segundo, decrescente. As mesmas no início do período foram de 4,23%, 3,70%, 5,19%, 6,63%
e 9,55% respectivamente,
0,22 no final do período elas fixaram-se em 3,89%, 5,00%, 12,00%, 14,70% e 14,18%, respectivamente. No
entanto, não foram realizadas operações na maturidade overnight em 2021. Adicionalmente, foram realizadas no segundo semestre
0,20
apenas OMA nas maturidades de 7 e 90 dias, tendo as outras maturidades sido descontinuadas neste semestre.
0,18

0,16
Por outro lado, as taxas de juro médias para a cedência de liquidez praticadas para a maturidade de 7 dias foram de 25,00% com
início em Julho.
0,14

0,12

0,10 7.3.2. Facilidades Permanentes de Liquidez


0

1
0

1
0

20

20

21

21
9

1
0

1
0

1
r/2

t/2

r/2

t/2
r/2

r/2
/2

/2
/2

v/2

/2

t/2

/2

v/2

/2

t/2
i/2

i/2
z/1

z/2

z/2
o/

o/
v/

v/
jan

jun

jan

jun
jul

jul
ma

ma
ab

ou

ab

ou
ma

ma
se

se
de

de

de
fe

fe
ag

no

ag

no

Em 2021, o recurso às operações de Facilidade de Cedência de Liquidez (FCO/FCL) permitiu que as instituições bancárias acedessem
ao financiamento overnight do BNA nos termos regulamentares. O volume dessas operações no ano ascendeu a um valor médio
mensal de 32,18 mil milhões de kwanzas, para FCO/FCL, totalizando o montante anual de 289,83 mil milhões de kwanzas.

40
600,00

Mil Milhões de kwanzas


590,00 RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
580,00
570,00
Para as FAL, estas operações foram 560,00
efectuadas apenas nos meses de Fevereiro e Março atingindo um valor médio mensal de
790,21 mil milhões de kwanzas, totalizando o montante anual de 1,58 bilião de kwanzas. As operações em referência foram
550,00
transaccionadas nas maturidades de 7 e 63 dias.
540,00
530,00

Em termos líquidos, as operações de FCO e FCL resultaram em 2021 na expansão da Base Monetária em Moeda Nacional de 224,47
520,00
2020 2021
mil milhões de kwanzas.
nov/21

dez/21
out/21

Emissão Circulação Monetária

O BNA não concedeu no período em análise, liquidez por via de operações de Redesconto.

Gráfico 19: Taxas de juro de política monetária em 2021


27,00%
24,00%
21,00%
18,00%
15,00% 15,50%

12,00%
9,00%
6,00%
3,00%
0,00%
dez/20 fev/21 abr/21 jun/21 ago/21 out/21 dez/21
ro

Tx BNA FAL 7 DIAS FAL 63 DIAS F.C. OVERNIGHT FCO


OMA Overnight Tom. OMA 04 dias OMA 7d Tom. OMA 14d Tom.
OMA 28d Tom. OMA 63d Tom. OMA 90d Tom. OMA Overnight Ced. OMA 07 d Ced.

Fonte: BNA

7.4. Mercado Monetário Interbancário


BT BT 91 dias
BT BT 182 dias
No que respeita ao mercado monetário interbancário (MMI), verificou-se uma diminuição significativa do volume médio mensal
BT BT 364 dias
das operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições bancárias que passou de 822,09 mil milhões de kwanzas
OT-TXC 2 anos
em 2020 para 334,19 mil milhões de kwanzas em 2021, representando em termos percentuais uma redução de cerca de 59,35%,
OT-TXC 6 anos
justificada pelo aumento de liquidez noOT-TXC
mercado.
7 anos
OT-TXC 5 anos
OT-NR OT 2 anos
Painel 11: Evolução das taxas do mmi vs. Volume transaccionado
OT-NR OT 3 anos
OT-NR OT 4 anos
2020 2021
2020 OT-NR OT2021
5 anos
Milhões de kwanzas

1 800,00 25,00%
35,00% 1 600,00
30,00% OT-NR OT 1,5 anos 20,00%
1 400,00
OT-NR OT 2 anos
1

25,00%
1

21

21

1
1

1 200,00
1
1
/2

t/2
/2
/2

t/2
i/2

z/2

15,00%
o/

v/
jun

jul

1 000,00
ma

ou
se

de

20,00%
ag

no

15,00% 800,00 10,00%


10,00% 600,00
400,00 5,00%
5,00% 200,00
0,00% - 0,00%
jan/20

jun/20
jul/20
mar/20

nov/20

jan/21

jun/21
jul/21
mar/21

nov/21
fev/20

mai/20

ago/20
set/20

dez/20

fev/21

mai/21

ago/21
set/21

dez/21
abr/20

out/20

abr/21

out/21

jul/20

jul/21
mar/20

nov/20

mar/21

nov/21
jan/20
fev/20

mai/20
jun/20

ago/20
set/20

dez/20
jan/21
fev/21

mai/21
jun/21

ago/21
set/21

dez/21
abr/20

out/20

abr/21

out/21

LUIBOR Overnight 1 Mês 3 Meses Vulume - MMI LUIBOR Overnight


6 Meses 9 Meses 12 Meses

Fonte: BNA

Compra dos Bancos comerciais


300,00 Vendas do BNA ao mercado 900,00
41 800,00
250,00
700,00
lres

s
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A LUIBOR overnight, apurada com base nas operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições bancárias,
observou uma tendência crescente ao longo de todo o ano, tendo em Dezembro de 2021, se situado em 18,68%, registando um
aumento de 8,93 pp face a Dezembro de 2020, em que a taxa se situou em 9,75%.

A LUIBOR nas restantes maturidades 1, 3, 6, 9 e 12 meses, apresentou igual tendência de crescimento ao longo do período em
análise, tendo se situado em Dezembro nos 19,40%, 20,89%, 22,07%, 23,38% e 24,66%, respectivamente, para cada uma das
maturidades.

7.5. Impactos das Operações de Mercado sobre a Base Monetária

Analisando o Balanço do BNA, verifica-se que, em 2021, a Base Monetária expandiu em 9,49% relativamente ao ano precedente,
situando-se em 2,59 biliões de kwanzas. Esta expansão deveu-se ao aumento dos Activos Internos Líquidos em 71,51%, influenciado
pelo aumento do Crédito Líquido à Administração Central, o Crédito a Outros Sectores Residentes e Outros Activos Líquidos em
115,69%, 36,40% e 54,23%, respectivamente, sendo que as Outras Sociedades de Depósitos diminuíram em 65,10%. Realçar que, o
aumento do Crédito à Administração Central Líquido foi por sua vez, influenciado pela expansão do Crédito à Administração Central
em 13,07%, enquanto as Responsabilidades face à Administração Central registaram uma contracção em 13,77% (uma diminuição
de 45,78% expurgando o efeito cambial). Por sua vez, os Activos Externos Líquidos contraíram em 15,54% (um decréscimo de
0,13% expurgando o efeito cambial), influenciados pela diminuição das Reservas Internacionais Líquidas expressas em kwanzas em
3,72% (um acréscimo de 13,85% expurgando o efeito cambial) e dos Outros Activos Externos Líquidos em 786,60%. Por seu turno,
a Base Monetária em moeda nacional, variável operacional de política monetária, contraiu em 3,53%.

Quadro 7: Base Monetária

2020 2021 2020 2021


Mil milhões de kwanzas T.V.H. (%)

Base monetária 2 360,94 2 585,00 3,25 9,49

Notas e moedas em circulação 549,11 568,59 1,68 3,55

Reserva bancária 1 811,83 2 016,41 3,73 11,29


Depósitos obrigatórios 1 439,16 1 515,59 3,21 5,31
Depósitos obrigatórios -MN 1 060,22 968,28 14,85 -8,67
Depósitos obrigatórios -ME 378,94 547,30 -19,59 44,43
Depósitos livres 372,68 500,83 5,82 34,39
Depósitos livres - MN 51,78 65,55 -57,82 26,59
Das quais Reservas Livres 51,78 65,55 -57,82 26,59
Depósitos livres - ME 320,90 435,28 39,87 35,64
Outras obrigações face a outras instit. monetárias 365,01 1 428,12 52,02 291,26

Memorando:
Base monetária em moeda nacional 1 661,10 1 602,42 4,74 -3,53

Fonte: BNA

A expansão da Base Monetária em 2021 reflectiu-se no aumento da Reserva Bancária em 11,29% e das Notas e Moedas em
Circulação em 3,55%. A evolução positiva da Reserva Bancária está associada à expansão dos Depósitos Livres e dos Depósitos
Obrigatórios em 34,39% e 5,31%, respectivamente.

42
100,00
200,00
50,00 100,00
0,00 RELATÓRIO
0,00
ANUAL DE CONTAS 2021

jul/21
mar/21

nov/21
jan/21

fev/21

mai/21

jun/21

ago/21

set/21

dez/21
abr/21

out/21
jan/21

fev/21

jun/21

jul/21
mar/21

set/21

nov/21

dez/21
abr/21

mai/21

ago/21

out/21
Em termos de moeda, os Depósitos
Leilões Obrigatórios em moeda nacional contraíram em 8,67%,
Sector petrolífero sendo que
Outros sectores Sectoros Depósitos
diamantífero Obrigatórios
Tesouro
em moeda estrangeira expandiram em 44,43% (um acréscimo maior para 70,78% retirando o efeito cambial). Por outro lado, os
Depósitos Livres em moeda nacional e em moeda estrangeira registaram uma expansão de 26,59% e 35,64% (um acréscimo maior
para 60,39% retirando o efeito cambial), respectivamente.

Painel 12: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres

1 200,00 1 600,00

1 400,00
1 000,00
1 200,00

Milhões de kwanzas
Milhões de kwanzas

800,00
1 000,00

600,00 800,00

600,00
400,00
400,00
200,00
200,00

0,00 0,00
2020 2021 2020 2021

Depósitos obrigatórios - MN Depósitos obrigatórios - ME Depósitos livres - MN Depósitos livres - ME Outras obrigações face a outras instit. monetárias

Fonte: BNA

No contexto de emissão monetária, no exercício de 2021, assegurou-se a disponibilização de notas e moedas em qualidade e
quantidade desejadas pelo mercado.

Durante o período em análise, o BNA emitiu em termos quantitativos mais 10,14% de notas em relação ao período anterior, com a
emissão de 345,70 milhões de notas (das quais 14,00 milhões de notas ou seja 4,05% da Série 2012 e 331,70 milhões de notas ou
seja 95,95% da Série 2020) contra a emissão de 313,87 milhões de notas em 2020.

Assim sendo, em termos monetários, registou-se um ligeiro aumento no valor emitido em 6,71%, ou seja, mais 37,04 mil milhões
de kwanzas em relação ao montante emitido em 2020.

No final de 2021, a circulação monetária repartiu-se em 435,90 milhões de notas das quais (83,65 milhões de notas ou seja 19,19%
correspondem a notas da Série de 2012 e 352,25 milhões de notas ou seja 80,81% correspondem a Série de 2020) e em 479,58
milhões de moedas metálicas, equivalente em termos monetários a um total de 568,59 mil milhões de Kwanzas, constituída em
97,96% por notas (556,97 mil milhões de kwanzas das duas séries) e em 2,04% por moedas metálicas (11,62 milhões de kwanzas).

Relativamente à circulação monetária, comparativamente ao ano de 2020, verificou-se em termos quantitativos, um aumento na
ordem de 8,77% nas notas, equivalente a uma entrada em circulação de 35,16 milhões de notas das séries de 2012 e de 2020.
Quanto ao número de moedas metálicas, registou um aumento de 3,22%, ou seja, mais 14,98 milhões de moedas em circulação
que no período anterior. Financeiramente, verificou-se uma expansão de 3,54%, ou seja, mais 19,46 mil milhões de kwanzas em
circulação.

43
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Gráfico 20: Emissão Monetária

600,00

Mil Milhões de kwanzas


590,00
580,00
570,00
560,00
550,00
540,00
530,00
520,00
2020 2021
nov/21

dez/21

Emissão Circulação Monetária

Fonte: BNA

7.6. Evolução dos Agregados Monetários


27,00%
24,00%
A oferta de moeda em sentido lato, representada pelo agregado monetário M3, contraiu 9,32% face ao ano anterior, reflectindo-se
21,00%
na contracção
18,00% do agregado monetário M2 em 9,33%. Retirando o efeito cambial, os referidos agregados diminuíram em menor
magnitude,
15,00%
isto é, em 1,26% e 1,27%, respectivamente.
15,50%

12,00%
9,00% Quadro 8: Agregados Monetários
6,00%
2020 2021 2020 2021
3,00%
Mil milhões de kwanzas T.V.H. (%)
0,00%
M3 12 702,48 11 518,29 24,47 -9,32
dez/20 fev/21 abr/21 jun/21 ago/21 out/21 dez/21
M3 MN 5 845,27 5 906,39 20,66 1,05
Tx BNA FAL 7 DIAS FAL 63 DIAS F.C. OVERNIGHT FCO
M2 12 697,74 11 513,23 24,48 -9,33
OMA Overnight Tom. OMA 04 dias OMA 7d Tom. OMA 14d Tom.
OMAM2
28dMN
Tom. OMA 63d Tom. OMA 90d5 840,53
Tom. 5 901,32
OMA Overnight Ced. 20,68 OMA 07 d Ced. 1,04
M1 6 343,86 5 720,42 28,79 -9,83
M1 MN 3 674,43 3 631,74 15,09 -1,16
Notas e moedas em poder do público 404,60 401,79 -3,44 -0,69
Depósitos à ordem 5 939,27 5 318,63 31,79 -10,45
Depósitos à ordem- MN 3 269,84 3 229,95 17,89 -1,22
Depósitos à ordem – ME 2 669,43 2 088,67 54,04 -21,76
BT BT 91 dias
Quase-moeda 6 353,88 5 792,81 20,46 -8,83
BT BT 182 dias
Depósitos a prazo – MN 2 166,10 2 269,58 31,52 4,78
BT BT 364 dias
Depósitos a prazo – ME OT-TXC 2 anos 4 187,78 3 523,23 15,43 -15,87
Outros instrumentos equiparáveis aOT-TXC
depósitos 14
6 anos 4,75 5,07 0,00 6,74
OT-TXC 7 anos
OT-TXC 5 anos
Fonte: BNA
OT-NR OT 2 anos
OT-NR OT 3 anos
OT-NR OT 4 anos
O agregado monetário M2 totalizou 11,51 biliões de kwanzas (contra 12,70 biliões em 2020), representando uma diminuição de
OT-NR OT 5 anos
9,33%, reflectindo-se na contracção dos Depósitos à Ordem, dos Depósitos a Prazo e das Notas e Moedas em Poder do Público
OT-NR OT 1,5 anos
em 10,45%, 8,83%, 0,69%, respectivamente.
OT-NR OT 2 anos A diminuição dos Depósitos à Ordem deveu-se, tanto à diminuição dos Depósitos à
1

1
21

21

1
1
21

t/2
/2

t/2

z/2
o/
/

v/

Ordem em moeda nacional (MN) e estrangeira (ME) em 1,22% e 21,76%, respectivamente. Quanto à diminuição dos Depósitos a
jul

ou
se

de
ag

no

Prazo, justifica-se pela contracção dos Depósitos a Prazo em moeda estrangeira em 15,87%, enquanto os Depósitos a Prazo em
moeda nacional aumentaram em 4,78%.

14 Inclui títulos e acordos de recompra em moeda nacional e estrangeira.

44
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
Em termos agregados, em 2021, os Depósitos no sistema bancário situaram-se em 11,11 biliões de kwanzas, registando uma
contracção de 9,61% relativamente ao ano anterior. A evolução negativa dos depósitos foi influenciada pela diminuição dos
Depósitos em moeda estrangeira em 18,16%, enquanto os Depósitos em moeda nacional aumentaram em 1,17%. Expurgando o
efeito cambial, os Depósitos em moeda estrangeira e os Depósitos Totais contraíram numa menor magnitude, isto é, em 3,23% e
1,28%, respectivamente.

Por seu turno, o M2 em moeda nacional, aumentou em 1,04% face ao ano de 2020, situando-se em 5,90 biliões de kwanzas.

Quadro 9: Síntese Monetária

2020 2021 2020 2021

T.V.H. (%)
Activos externos líquidos 7 310,50 5 864,83 4,13 -19,78
BNA 5 782,66 4 884,02 1,22 -15,54
Reservas internacionais líquidas 5 695,33 5 483,60 0,84 -3,72

Bancos comerciais 1 527,84 980,80 16,82 -35,80

Activos internos líquidos 5 391,98 5 653,47 69,32 4,85


Crédito interno líquido 10 521,38 9 325,34 46,31 -11,37
Crédito líquido ao governo central 6 143,02 4 679,61 129,95 -23,82
Crédito ao governo central 8 614,92 7 468,20 37,61 -13,31
Depósitos do governo central 2 471,90 2 788,59 -31,12 12,81
Crédito à economia 4 378,37 4 645,73 -3,13 6,11
Outros activos líquidos -5 129,40 -3 671,87 28,02 -28,42

Fonte: BNA

Em relação às contrapartes, realça-se a diminuição dos Activos Externos Líquidos em 19,78% em relação ao ano transacto, no
entanto, expurgando o efeito cambial, estes contraíram 5,14%, sendo que os Activos Internos Líquidos expandiram em 4,85%. Por
outro lado, o Crédito Interno Líquido contraiu em 11,37%, que por sua vez, foi influenciado pela contracção do Crédito Líquido ao
Governo Central em 23,82%, enquanto o Crédito à Economia expandiu em 6,11%.

A expansão do stock do Crédito à Economia foi influenciada pelo aumento do stock do Crédito em moeda nacional em 13,31%, sendo
que o Crédito em moeda estrangeira diminuiu em 18,57%. Retirando o efeito cambial, o stock do Crédito em moeda estrangeira
diminuiu em 3,72%, e deste modo, o stock total do Crédito à Economia aumentou em 9,46%.

Olhando para a estrutura do crédito à economia, não se registou mudança significativa em relação ao ano de 2020, visto que
continua a prevalecer a forte concentração do crédito no sector não produtivo da economia com destaque para o comércio por
grosso e retalho com um peso de 25,47% (22,27% em 2020).

Relativamente às condições de financiamento no sector bancário, realça-se que, em 2021, as taxas de juro praticadas nas operações
activas ao sector empresarial em moeda nacional registaram aumentos nas maturidades de 181 dias a 1 ano e de mais de 1 ano,
em 5,20 pp e 3,25 pp, respectivamente, enquanto na maturidade de até 180 dias diminuiu em 0,85 pp, tendo oscilado, em termos
médios anuais, entre 17,00% a 19,40%.

No que toca às taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em moeda nacional, as mesmas apresentaram
aumentos nas maturidades de 181 dias a 1 ano e mais de 1 ano, em 7,31 pp e 6,16 pp, respectivamente, sendo que na maturidade
de até 180 dias registou-se uma diminuição de 5,55 pp. Em termos médios anuais, as taxas neste segmento de crédito oscilaram
entre 19,08% a 22,00%.

45
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Painel 13: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário 15

40%
35%
35%
30%
30%
25%
20% 25%

15% 20%
10%
15%
5%
10%
abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

ago/18
out/18
dez/18

ago/19
out/19
dez/19

ago/20
out/20
dez/20

ago/21
out/21
dez/21
fev/18

jun/18

fev/19

jun/19

fev/20

jun/20

fev/21

jun/21

abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

out/18
dez/18

out/19
dez/19

out/20
dez/20

out/21
dez/21
fev/18

jun/18
ago/18

fev/19

jun/19
ago/19

fev/20

jun/20
ago/20

fev/21

jun/21
ago/21
Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN

25% 14%
22% 12%
20%
10%
17%
15% 8%
12% 6%
10% 4%
7% 2%
5% 0%
2%
abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

ago/18
out/18
dez/18

ago/19
out/19
dez/19

ago/20
out/20
dez/20

ago/21
out/21
dez/21
fev/18

jun/18

fev/19

jun/19

fev/20

jun/20

fev/21

jun/21
abr/18

abr/19

abr/20

abr/21
dez/17

ago/18
out/18
dez/18

ago/19
out/19
dez/19

ago/20
out/20
dez/20

ago/21
out/21
dez/21
fev/18

jun/18

fev/19

jun/19

fev/20

jun/20

fev/21

jun/21

DP até 90 dias ME DP 91 a 180 dias ME


DP até 90 dias MN DP 91 a 180 dias MN
DP de 181 dias - 1 ano ME DP mais de 1 ano ME
DP de 181 dias - 1 ano MN DP mais de 1 ano MN

Fonte: BNA

As taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda nacional registaram aumentos em todas as maturidades, excepto
na maturidade de mais de 1 ano. Assim, para as maturidades de até 90 dias, de 91 a 180 dias e de 181 dias a 1 ano, os aumentos
foram de 2,85 pp, 0,73 pp e 0,45 pp, respectivamente, enquanto para a maturidade de mais de 1 ano, a diminuição foi de 5,16 pp.
As referidas taxas oscilaram, em termos médios anuais, entre 7,05% a 10,22%.

Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda estrangeira, apresentaram aumentos de 3,12 pp, 0,46
pp e 0,96 pp, nas maturidades, de 91 a 180 dias, de 181 dias a 1 ano e de mais de 1 ano, respectivamente, com excepção da
maturidade de até 90 dias onde se registou uma diminuição de 0,48 pp, tendo oscilado em termos médios anuais, entre os 0,99%
a 5,30%.

8. Política Cambial

Em 2021, com o objectivo de aumentar a eficiência no funcionamento do Mercado Cambial e garantir a estabilidade da taxa de
câmbio, a política cambial foi dedicada à consolidação do processo de reforma cambial iniciado em 2018, tendo sido implementadas
mais medidas ao longo do ano em análise.
Neste sentido, destacam-se as seguintes:

15 Taxas de Juros no final do período.

46
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

i. Alargamento da base de entidades que negoceiam a compra e venda de moeda estrangeira com os bancos comerciais
através da plataforma de negociação da Bloomberg FXGO, incluindo assim as Companhias dos Sectores de Aviação e
Seguros, à luz do Instrutivo n.º 23/2021, de 29 de Outubro;
ii. Definição dos termos e condições para a liquidação dos bens e serviços fornecidos por entidades residentes cambiais aos
operadores marítimos não residentes cambiais;
iii. Definição das regras cambiais específicas aplicáveis às entidades que realizam a Prospecção, Pesquisa, Avaliação,
Desenvolvimento, Produção e Venda de Gás Natural Não Associado e seus derivados, por forma a regular as operações
cambiais das entidades com actividade no sector petrolífero através de um regime cambial diferenciado;
iv. Estabelecimento dos procedimentos e regras a observar na realização de operações cambiais destinadas à liquidação de
importação e exportação de mercadoria.

Considerando ainda a necessidade de se ajustar os procedimentos de organização e funcionamento das sessões de leilões para
efeitos de compra e de venda de moeda estrangeira pelo BNA, estabeleceu-se, através do Instrutivo n.º 07/2021, de 10 de Maio, as
regras e procedimentos que as Instituições Financeiras Bancárias devem observar nos leilões de moeda estrangeira.

8.1. Mercado Cambial Primário 2020 2021


2020 2021
Milhões de kwanzas

1 800,00 25,00%
35,00% 1 600,00
30,00% 1 400,00 20,00%
25,00%
20,00%
Com a liberalização do mercado cambial, em 2021, a intervenção do BNA no mercado foi mais reduzida quando comparada
1 200,00
1 000,00 15,00% ao
15,00% período anterior. As colocações de divisas no mercado por parte do BNA reduziram em 84,17%, passando de um montante
800,00 10,00%de 4,29
600,00
10,00% mil milhões de dólares norte-americanos no ano de 2020 para 679,73
400,00 milhões de dólares norte-americanos. 5,00%
5,00% 200,00
0,00% - 0,00%
jan/20

jun/20
jul/20
mar/20

nov/20

jan/21

jun/21
jul/21
mar/21

nov/21
fev/20

mai/20

ago/20
set/20

dez/20

fev/21

mai/21

ago/21
set/21

dez/21
abr/20

out/20

abr/21

out/21

jul/20
mar/20

nov/20

jul/21
mar/21

nov/21
jan/20
fev/20

mai/20
jun/20

ago/20
set/20

dez/20
jan/21
fev/21

mai/21
jun/21

ago/21
set/21

dez/21
abr/20

out/20

abr/21

out/21
Assim, do total dos 9,38 mil milhões de dólares norte-americanos alocado ao mercado para importações de bens e serviços e outros
compromissos externos, mais de metade foi negociado na plataforma electrónica Bloomberg, isto é 8,70 mil milhões de dólares
LUIBOR Overnight 1 Mês 3 Meses
norte-americanos,
6 Meses
dos quais
9 Meses
3,06 mil milhões colocados pelo Tesouro Nacional,Vulume
12 Meses
3,29- MMI
mil milhões pelo LUIBOR
Sector Petrolífero, 1,54 mil
Overnight

milhões por Outros Sectores e 811,13 milhões pelo Sector Diamantífero.

Painel 14: Compra e Vendas de Divisas


Compra dos Bancos comerciais
300,00 Vendas do BNA ao mercado 900,00
800,00
250,00
700,00
Milhões de dólres

Milhões de dólres

200,00 600,00
500,00
150,00 400,00
100,00 300,00
200,00
50,00 100,00
0,00 0,00
jul/21
mar/21

nov/21
jan/21

fev/21

mai/21

jun/21

ago/21

set/21

dez/21
abr/21

out/21
jan/21

fev/21

jun/21

jul/21

dez/21
mar/21

set/21

nov/21
abr/21

mai/21

ago/21

out/21

Leilões Sector petrolífero Outros sectores Sector diamantífero Tesouro

Fonte: BNA

Por sua vez, a taxa de câmbio do kwanza face ao dólar norte-americano no mercado formal fechou com uma cotação de USD/AOA
554,981 contra os USD/AOA 649,604 verificado em Dezembro de 2020, o que representou uma apreciação de 17,05% do kwanza
face ao dólar norte-americano.
1 200,00 1 600,00

1 400,00
1 000,00
1 200,00
Milhões de kwanzas
Milhões de kwanzas

800,00
1 000,00

600,00 800,00

600,00
400,00
400,00
200,00
200,00

0,00 47 0,00
2020 2021 2020 2021
ão Anual (%) RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
2021 Diferença (pp) Va ria ç ã o ( %) Co n t rib u iç ã o ( p p ) D if e r e n ç a
D e sc riç ã o D if e re n ç a ( PP)
2020 2021 2020 2021 ( PP)
33,74 2,33
8.2 Mercado
I PG
Cambial Secundário2361,,8551
1. Pro d u t o s Na c io n a is
3 1 ,1 4
3 7 ,1 6
4,29
5,65
2 6 ,8 5
6 ,8 6
3 1 ,1 4
8 ,3 9
4,29
1,53
23,77 -2,89
A) Agric., Prod. Animal, Caça e Silvic. 39,07 41,59 2,52 13,56 15,21 1,65
23,53 2,24 B) Pesca 28,41 35,72 7,31 1,32 1,62 0,30
27,73 18,15 D) Indústrias Transformadoras 26,71 34,03 7,31 16,63 20,33 3,70
Nas casas de câmbio, o kwanza apreciou-se no final do25,ano
2. Pro d u t o s I m p o rt a d o s 55
de 22021
9 ,3 9
em relação
3,83
ao período
1 9 ,9 9
homólogo
2 2 ,7 5
em
2,76
11,94%, passando de
23,70 2,14
USD/AOA 689,56 A)emAgric.,Dezembro deCaça
2020 para os USD/AOA
Prod. Animal, e Silvic. 54,41 616,02
48,73em Dezembro
-5,68 de 2021.
1,92 2,12 0,19
26,02 3,10 D) Indústrias Transformadoras 24,12 28,19 4,07 23,63 27,27 3,64
15,05
De-1,37
igual modo, em relação aos restantes segmentos de mercado observou-se a apreciação da moeda nacional, como se pode
12,40
verificar
10,25
no quadro abaixo:
15,72 -3,44
6,67 -30,31
Quadro 10: Taxas de câmbio nos diversos mercados
20,20 -4,90
25,38 1,23 d e z / 18 d e z / 19 d e z / 20 d e z / 21
Mercado primário (USD/AOA) 308,61 482,23 649,60 554,98
Variação média (%) - 4 6 ,2 3 - 3 6 ,0 0 - 2 5 ,2 7 1 7 ,0 5
Mercado secundário - divisas (USD/AOA) 310,55 492,10 654,68 553,20
Variação média (%) - 3 4 ,7 6 - 3 6 ,8 1 - 2 4 ,8 3 1 8 ,3 5

Casas de câmbio (USD/AOA) 330,98 535,11 689,56 616,02


ção Anual (%) Variação média (%) - 2 5 ,0 7 - 3 8 ,1 5 - 2 2 ,4 0 1 1 ,9 4

021 Difer ença Fonte: BNA


(2 0 2 1 - 2 0 2 0 )

9 ,1 3 8 ,6 2
8 ,0 5 9.5,Sector
51 Externo
0 ,4 3 5 ,2 4
6,41 3,74 9.1. Desempenho da Balança de Pagamentos
Cla sse s d e A c t ivo ( %) 2020 2021
3,74 2,13
6,37 1,92 Instrumentos do mercado monetário (depósitos bancários e equivalentes 39,98 47,22

5,51 0,77 Títulos de Dívida (soberanas, supranacionais e agências governamentais 45,88 33,59
6,20
A Balança
0,73
de Pagamentos
Ouro
é um documento estatístico que resume o conjunto7,55 de transacções
6,99
reais e financeiras entre residentes e
6,04 não residentes
0,06 realizadas durante um
Outros activos de reserva
determinado período apresentando assim,
6,59
a posição do
12,20
País com o resto do mundo.
4,09 -0,43
4,87 A -0,95
tendência da economia mundial foi marcada com a retoma da actividade económica e das trocas internacionais, graças aos
3,54 avanços alcançados na produção e distribuição das vacinas contra a COVID-19. As perspectivas de crescimento económico têm
-1,53
8,64 sido
-1,58materializadas com uma crescente procura pelas commodities energéticas, para além dos factores geopolíticos, o que tem
7,60 -2,15
resultado, por exemplo, no aumento do preço médio de petróleo bruto, com um impacto positivo sobre as receitas de exportação
3,39 -2,40
5,49
do-3,14
País
6,02 -3,58
5,14 Os-3,86
dados preliminares de 2021 apontam para um saldo superavitário da Balança de Pagamentos de 509,91 milhões de dólares
norte-americanos, contra o défice de 3,37 mil milhões de dólares norte-americanos do período anterior, o que representou um
incremento de cerca de 3,88 mil milhões de dólares norte-americanos.

9.1.1. Conta Corrente


202 0 2021 2020 2021

A Conta Corrente da Balança de Pagamentos Mregistou


il m ilh õ e s d eum
kw aincremento
nzas ao passarT .V.Hde
. ( %um
) superavit de 871,92 milhões de dólares
B a se m o n e t á ria 2 3 60 ,9 4 2 5 8 5 ,0 0 3 ,2 5 9 ,4 9
norte-americanos em 2020 para um superavit de 7,97 mil milhões de dólares norte-americanos no período em referência. Deste
Notas e moedas em circulação 549,11 568,59 1 ,6 8 3 ,5 5
modo, o superavit da conta corrente em 2021, correspondeu a 10,54% do PIB, contra o 1,47% do PIB observado em 2020.
Reserva bancária 1 8 11 ,8 3 2 0 1 6 ,4 1 3 ,7 3 1 1 ,2 9
O aumento do superavit da Conta Corrente reflectiu,
Depósitos obrigatórios 1 439,16 fundamentalmente,
1 515,59 3,o21 desempenho 5,31positivo da Conta de Bens, cujo saldo
Depósitos obrigatórios -MN 1 060,22 968,28 1 4 ,8 5 - 8 ,6 7
superavitário atingiu o -ME
Depósitos obrigatórios montante de 20,71 mil 378,94
milhões de dólares
547,30 norte-americanos,
- 1 9 ,5 9 contra
44,43os 11,39 mil milhões de dólares norte-
americanos registados em 2020, um aumento de
Depósitos livres 372,6cerca
8 de 81,80%.
5 0 0 ,8 3 O desempenho
5 ,8 2 favorável
34,39desta conta deveu-se, essencialmente,
Depósitos livres - MN 51,78 65,55 - 5 7 ,8 2 2 6 ,5 9
ao aumento das receitas
Das quais Reservas Livres de exportações do petróleo
51,78 bruto,65,55impulsionado pela
- 5 7 ,8 2 recuperação
2 6 ,5 9 do preço das ramas angolanas em
72,12%, visto que em termos de volume, observou-se uma redução de 56,62 milhões de barris (-12,68%).
Depósitos livres - ME 320,90 435,28 3 9 , 8 7 3 5 , 6 4
Outras obrigações face a outras instit. monetárias 3 65 ,0 1 1 4 2 8 ,1 2 5 2 ,0 2 2 9 1 ,2 6
M e m o ra n d o :
Base monetária em moeda nacional 1 661,10 1 602,42 4 ,7 4 - 3 ,5 3
Quanto às contas de serviços e de rendimentos primários e rendimentos secundários (que inclui doações, remessas e outras
transferências), estas registaram uma degradação dos seus saldos deficitários na ordem de 15,99%, 19,12% e 624,64%,
respectivamente, este último fruto de uma melhoria das fontes de informação.

48
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Gráfico 21: Conta Corrente e Suas Componentes


30 000
25 000
6 000
20 000
4 000
15 000
2 000

Milhões de dólares
10 000
0
5 000
-2 000
0 -4 000
-5 000 -6 000
-10 000 -8 000
-15 000 -10 000
2018 2019 2020 2021* 2018 2019
Bens Serviços R. primários R. secundários Conta corrente Investimento directo Capitais de m. e l.

Nota: *Dados preliminares

Fonte: BNA
1 800
USD MILHÕES

1 600
1 400
1 200 18 000

Milhões de dólares
1 000 17 000
No que tange às importações, o montante das mesmas aumentou em 20,27% no período em análise, cerca de16 000
800
600
1,93 mil milhões
15 000
de dólares norte-americanos, ao passar de 9,54 mil milhões de dólares norte-americanos em 2020 para 11,48
400
200
14 000 mil milhões de

dólares norte-americanos em 2021, com realce para o aumento das importações de combustíveis (984,88 milhões
0
13 000
12 000
de dólares
Togo

Brasil
China

EUA
Portugal

Reino unido

Itália

Bélgica

França
norte-americanos), máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos (518,11 milhões de dólares norte-americanos) e têxteis e vestuário
Índia

11 000

(181,94 milhões de dólares norte-americanos). 10 000


dez/18 dez/19
2020 2021*
Reservas brutas Rácio de co

Quadro 11: Principais Produtos Importados

USD milhões
Categoria de Produtos
2020 2021* T.V.H. (%)
Máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos 2 216,74
24
2 734,85 23,37
Bens alimentares 19 19 19
17
19 2 125,3720 18 1 958,21 -7,87
15 14
Combustível 12 12 924,13 1 909,01 106,57
Produtos químicos 849,26 7 974,54 14,75
5 4 5

Material de construção 740,58 878,48 18,62


OE 1 OE 2 OE 3 OE 4 OE 5 OE 6 OE 7 OE 8
Veículos 712,57 783,26 9,92 3
Entregas Concluídas Entregas Previstas 1 1 1
Obras diversas 461,98 579,87 25,52
OE 1 OE 2 OE 3 OE 4
Plásticos, borrachas, pele e couros 505,16 536,32 6,17
Têxteis e vestuário 273,05 454,99 66,63
Papel ou cartão e suas obras 316,61 318,35 0,55
Aeronaves e embarcações 166,21 127,93 -23,03
Bebidas e vinagre 103,62 82,58 -20,30
Madeira, cortiça 34,50 48,17 39,62
Produtos minerais 13,61 14,85 9,17

Outros produtos 99,75 75,82 -24,00


Total 9 543,14 11 477,23 20,27

Nota: *Dados preliminares


Fonte: BNA

No que se refere aos principais países de procedência das importações em 2021, o destaque vai para a China, com um custo
avaliado em 1,67 mil milhões de dólares norte-americanos (14,52% do valor total), contra 1,45 mil milhões de dólares norte-
americanos registados em 2020. Nas categorias de bens importados da China, as máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos, os
produtos têxteis e os materiais de construção lideraram com um peso de 28,67%, 18,81% e 14,41%, respectivamente.

49
-10 000 -8 000
-15 000 -10 000
RELATÓRIO
2018 2019 2020 2021* 20
ANUAL DE CONTAS 2021
Bens Serviços R. primários R. secundários Conta corrente Investimento dir

Gráfico 22: Principais Países de Proveniência das Importações

1 800

USD MILHÕES
1 600
1 400
1 200 18 000

Milhões de dólares
1 000 17 000
800 16 000
600 15 000
400
14 000
200
13 000
0
12 000

Togo

Brasil
China

EUA
Portugal

Reino unido

Itália

Bélgica

França
Índia
11 000
10 000
dez/1
2020 2021*
Res

Nota: *Dados preliminares


Fonte: BNA

Portugal com 1,39 mil milhões de dólares norte-americanos (12,12% do valor total) ocupou a segunda posição, destacando-se a
importação de máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos, de bens alimentares e 24de produtos químicos com um peso de 32,68%,
14,47% e 12,50%, respectivamente.
19 19 19 19 20
18
17
15 14
12 12
7
A Índia, o país que sucede a Portugal, com 737,78 milhões
5 4 de dólares norte-americanos, representa 6,43% 5 do total importado em

2021. Dentre os diversos bens importados deste país, o destaque vai para a importação de combustíveis, produtos químicos e bens
alimentares, com um peso de 35,09%,OE 1 20,22%
OE 2e 17,75%,
OE 3 respectivamente.
OE 4 OE 5 OE 6 OE 7 OE 8
Entregas Concluídas Entregas Previstas 1 1

OE 1 OE 2

9.1.2. Conta de Capital e Financeira

A Conta de Capital e Financeira apresentou um incremento do défice, tendo o saldo negativo se situado em 6,08 mil milhões de
dólares norte-americanos, contra um défice de 3,36 mil milhões de dólares norte-americanos registado em 2020, representando um
agravamento de cerca de 2,72 mil milhões de dólares norte-americanos, explicado pelo agravamento do défice do saldo líquido do
Investimento Directo Estrangeiro (IDE) que se situou em cerca de 2,92 mil milhões de dólares norte-americanos, contra um valor de
1,96 mil milhões de dólares norte-americanos apurado em 2020, o que representa um aumento de 49,22%. Outro factor explicativo
do comportamento da Conta de Capital e Financeira, consiste na deterioração do saldo líquido dos Outros Capitais em 704,31%
devido, essencialmente, ao pagamento das Repos na ordem dos 2,5 mil milhões de dólares norte-americanos.

De realçar que o IDE mantém uma forte relação com o desempenho do sector petrolífero, na medida em que os fluxos de entrada
deste dependem, fundamentalmente, da execução de projectos ligados maioritariamente a este sector e os fluxos de saídas
intrinsecamente ligados à recuperação do investimento realizado no mesmo sector.

50
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Gráfico 23: Conta Financeira e Suas Componentes

6 000
4 000
2 000

Milhões de dólares
0
-2 000
-4 000
-6 000
-8 000
-10 000
0 2021* 2018 2019 2020 2021*
Conta corrente Investimento directo Capitais de m. e l. prazo Outros capitais Conta financeira

Nota: *Dados preliminares

Fonte: BNA

A recuperação de capitais pelo 18sector


000 petrolífero cifrou-se em 9,49 mil milhões de dólares norte-americanos
13 no ano de 2021, contra
Milhões de dólares

17 000 12
os 8,27 mil milhões de dólares 16norte-americanos
000
em 2020, um incremento em 14,74%. 11
15 000 10

Meses
14 000 9

No que concerne ao endividamento externo, registou-se um aumento dos desembolsos em 3,92 mil milhões de dólares norte-
13 000 8
12 000 7
americanos, ao passar de 5,17 mil milhões de dólares norte-americanos em 2020 para 9,09 mil milhões de dólares norte-americanos
Bélgica

França

11 000 6
em 2021, enquanto a amortização da dívida externa passou de 6,04 mil milhões de dólares norte-americanos em 2020 para 7,90
10 000 5
dez/18 dez/19 dez/20 dez/2021*
mil milhões de dólares norte-americanos no período em análise. Assim, o fluxo líquido relacionado com a dívida externa resultou
Reservas brutas Rácio de cobertura das importações (Eixo à direita)
num saldo positivo de 1,19 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021, contra o saldo negativo de 868,13 milhões de dólares
norte-americanos em 2020.

A Conta Capital tem apresentado 6valores


000
residuais ao longo dos anos, sendo o saldo da Conta Capital e Financeira determinado,
4 000
fundamentalmente, pela Conta Financeira.
2 000
24
Milhões de dólares

0
20 -2 000
18

14 9.1.3. Evolução
-4 000 das Reservas Internacionais
-6 000
7
5 -8 000

2020
De acordo2021*
com dados preliminares, a posição2018 das reservas internacionais
2019
a2020
31 de Dezembro
-10 000 de 2021, registou um incremento de
2021*
6
os
OE 7 4,27% OE(634,90
Conta corrente
8 milhões de dólares norte-americanos), ao3 passar de 14,88 mil3milhões de dólares norte-americanos em 2020 para
1 1 Investimento directo
1 Capitais de m. e l. prazo
1 Outros capitais Conta financeira
15,51 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021, correspondendo a uma cobertura de 9,780 meses de importação de bens
e serviços. OE 1 OE 2 OE 3 OE 4 OE 5 OE 6 OE 7 OE 8

Gráfico 24: Reservas Internacionais Brutas e Rácio de Cobertura das Importações

18 000 13
Milhões de dólares

17 000 12
16 000 11
15 000 10
Meses

14 000 9
13 000 8
12 000 7
Bélgica

França

11 000 6
10 000 5
dez/18 dez/19 dez/20 dez/2021*

Reservas brutas Rácio de cobertura das importações (Eixo à direita)

Nota: *Dados preliminares

Fonte: BNA

51
24
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

9.2.Gestão de Reservas Internacionais

O Banco definiu como princípios de gestão das Reservas Internacionais a preservação do capital, segurança e liquidez dos activos
financeiros. Neste âmbito, é assumido um perfil conservador na gestão da carteira de investimentos, demarcada pelos critérios
previstos nos documentos basilares para a gestão de reservas, nomeadamente, a Política de Investimento, as Linhas Mestres de
Investimento e o Manual de Selecção e Contratação das Contrapartes, Custodiantes e Gestores Externos.

Neste contexto, destacam-se os seguintes objectivos da Política de Investimento para a Gestão das Reservas Internacionais:

· Promover a diversificação da carteira de investimento, em observação dos princípios de gestão das Reservas Internacionais;
· Definir os limites por tipo de instrumentos financeiros e por exposição aos riscos da carteira;
· Definir o benchmark de rentabilidade para a carteira de activos sobre gestão e os limites de flutuação face à carteira de
referência definida (stop-loss);
· Reestruturar e reduzir a exposição aos gestores externos e o número de sociedades gestoras;
· Ajustar o número de correspondentes de depósitos de acordo com o definido nas Linhas Mestres e pelo Modelo de
Avaliação de Contrapartes;
· Definir as competências de aprovação.

As Reservas Internacionais são compostas essencialmente por instrumentos de Mercado Monetário, Títulos de Dívida, Ouro,
entre outros investimentos. No final de 2021, as operações de Mercado Monetário e dos Títulos de Dívida constituíram parte
relevante da carteira de investimentos, com um peso de 47,22% e 33,59%, respectivamente (vide Quadro 13). Importa referir que,
no ano de 2020, as operações financeiras de Mercado Monetário e dos Títulos de Dívida configuraram perto de 39,88% e 45,88%
respectivamente, do total da carteira de investimentos em alusão.

Outrossim, no decurso de 2021, verificou-se a subida do peso da categoria de Outros Activos de Reserva no total das Reservas
Internacionais para 12,20%, comparativamente aos 6,59% verificados em 2020, resultante da alocação suplementar de 709,35
milhões dos Direitos Especiais de Saque, equivalente a cerca de 1,007 mil milhões de dólares norte-americanos, pelo FMI à
República de Angola. A referida alocação está relacionada ao esforço do FMI para reforçar a liquidez da economia global e aumentar
a capacidade de resposta das políticas fiscais e monetárias de todos os estados-membros, impactadas negativamente pela crise
pandémica de COVID-19.

Quadro 12: Alocação por Classe de Activo

Classes de Activo (%) 2020 2021

Instrumentos do mercado monetário (depósitos bancários e equivalentes) 39,98 47,22

Títulos de Dívida (soberanas, supranacionais e agências governamentais) 45,88 33,59

Ouro 7,55 6,99

Outros activos de reserva 6,59 12,20

Fonte: BNA

Em 2021, o Banco continuou com a estratégia conservadora nos seus investimentos, com foco na manutenção de um elevado
nível de liquidez da carteira, em concordância com as recomendações dos organismos internacionais, particularmente o FMI e o
Banco Mundial. Nesse período, o Banco Nacional de Angola priorizou as acções de diversificação da carteira de investimentos,
tendo procedido a redução da alocação de recursos financeiros em operações financeiras de Títulos de Dívida, particularmente nas
emitidas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América, cujo peso percentual registou uma redução de 34,57%
para 21,03% do total das Reservas Internacionais.

52
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Relativamente à exposição por moedas, destaca-se a moeda dos Estados Unidos da América na carteira de investimentos, apesar
da redução verificada no período em análise. Em 31 de Dezembro de 2021, as operações supracitadas correspondiam a 73,30% das
Reservas Internacionais, comparativamente aos 87,64% apurados em 31 de Dezembro de 2020. Na base desta situação, está o nível
de retorno e de liquidez destes instrumentos comparativamente às suas principais congéneres mundiais, complementada pelas
delimitações determinadas nos documentos basilares de gestão de Reservas Internacionais. Em 2021, os investimentos realizados
na classe de instrumentos de mercado monetário e de renda fixa denominadas na moeda dólar norte-americano proporcionaram
taxas de retorno acima do registado pelas principais divisas internacionais.

Outrossim, em 31 de Dezembro de 2021 a proporção dos activos financeiros denominados nas moedas yuan e libra esterlina
representavam aproximadamente 6,34% e 3,83% das Reservas Internacionais, respectivamente. Esta situação revela uma ligeira
alteração face à configuração apurada em 31 de Dezembro de 2020, na qual as moedas libra esterlina e euro representavam cerca
de 4,04% e 1,46%, respectivamente, do total da carteira.

Complementarmente, as operações financeiras que compõem as Reservas Internacionais encontram-se distribuídos em Tranches,
nomeadamente, Tranche de Liquidez (TL) com uma maturidade de 0 a 6 meses, a Tranche de Transição (TT) com maturidade de 6 a
12 meses e a Tranche de Investimento (TI) com a maturidade superior a 12 meses. Em 31 de Dezembro de 2021, a TL configurava
cerca 50,63% da carteira de investimentos, enquanto a TT compunha perto de 10,51% do total. No mesmo sentido, o volume
das operações classificadas na TI correspondia a cerca de 38,86% do total. Em 2020, cerca de 47,01% dos activos da carteira de
investimentos enquadravam-se na TL, enquanto a TI correspondia a sensivelmente 38,49% da carteira.

A 31 de Dezembro de 2021, dos instrumentos financeiros da carteira de investimentos do Banco, 75,77% apresentava uma
classificação de investimento de alta qualidade e baixo risco, intervalo que varia desde AAA à A-, de acordo com a classificação
atribuída pelas principais agências de rating, nomeadamente a Standard & Poor’s, Moody’s e a Ficth. Esta situação configura uma
melhoria face ao período homólogo, no qual 81,57% da carteira apresentava o supracitado intervalo de classificação.

O prazo médio de maturidade da carteira de investimento situou-se em 1,13 anos no final do ano de 2021, o que representa uma
redução face aos 1,68 anos apurados em 31 de Dezembro de 2020. Adicionalmente, o peso dos activos com alta liquidez na carteira
de investimento manteve-se elevado, fixando-se em cerca de 83,43%, face aos cerca de 89,03% no período homólogo.

A rendibilidade média anualizada da carteira de investimentos situou-se em torno de 0,77% em 2021, configurando uma redução
face aos 1,12% registados em 2020. Na base desta redução esteve sobretudo a descida da rendibilidade anualizada das operações
de Depósitos à Prazo para 0,24% e dos Títulos de Dívida para 1,79%, registados no período em análise.

10. Política de Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo

No âmbito da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e proliferação de armas de


destruição em massa, no ano de 2021, o BNA deu seguimento ao processo de preparação para Avaliação Mútua pelo GAFI/FATF
(Grupo de Acção Financeira Internacional), sob coordenação do ESAAMLG16.
Ainda em 2021, o BNA procedeu à realização do primeiro exercício da avaliação de risco sectorial, aprovou a estratégia de uma
supervisão baseada no risco e realizou diversas acções de conhecimento dos inspectores em técnicas de supervisão em sede de
BC/FT alinhada às práticas internacionais.

Relativamente à preparação da Avaliação Mútua de Angola, importa destacar que o GAFI/FATF definiu e implementou uma nova
abordagem de avaliação dos países, que inclui duas vertentes, sendo a (i) conformidade técnica e (ii) eficácia, pelo que a avaliação
do ESAAMLG deverá seguir a presente abordagem.

16 Órgão intergovernamental regional para os países da África Austral e Oriental, cujo objetivo é promover a implementação efectiva de medidas legais, regulatórias e operacionais
para combater o branqueamento de capitais, o financiamento do terrorismo e outras ameaças à integridade do sistema financeiro internacional.

53
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Assim, no período em referência, o BNA deu início ao preenchimento do Questionário sobre Conformidade Técnica, que evidencia
a adequação da estrutura jurídica e institucional das Leis e regulamentação conexa, bem como dos processos e procedimentos
implementados em sede de BC/FT/P, face aos requisitos específicos das 40 Recomendações do GAFI/FATF.

Do primeiro Exercício da Avaliação do Sector Financeiro, particularmente, sector bancário e não bancário, foi possível concluir que o
sector Bancário e Não Bancário sob a supervisão do Banco Nacional de Angola, estão classificados com nível de risco Médio Alto.

Relativamente às acções de supervisão em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento ao terrorismo,


importa destacar que no ano de 2021, deu-se maior destaque para as acções de inspecção off-site às instituições financeiras
bancárias, consubstanciando-se no acompanhamento dos planos de acção, relatórios conclusivos e relatórios de progressos, para
sanar as insuficiências identificadas no plano de inspecção de 2020.

No que diz respeito ao sector das instituições financeiras não bancárias, em 2021, foram realizadas acções de inspecções off-site,
consubstanciando-se na análise dos manuais de políticas, processos e procedimentos em sede de BC/FT/P, actualizados face à
legislação e regulamentação em vigor.

No plano da capacitação em matéria de BC/FT/P, por forma a potencializar os quadros existentes, deu-se continuidade ao programa
de assistência técnica entre o Financial Services Volunteer Corps (FSVC) e o BNA, foram ministradas acções de formação entre
Março e Dezembro de 2021, subordinadas aos temas, i) Processo de identificação de pressupostos e requisitos determinantes para
a avaliação e classificação do perfil de risco institucional das IF’s, para que desta forma seja possível implementar a supervisão
baseada no risco’’ e ii) Programa de Abordagem Baseada em Risco (RBA) em bancos comerciais - Boas práticas e abordagem de
testes.

Adicionalmente, ainda no âmbito do programa de assistência técnica em matéria de BC/FT/P no período em referência, o BNA
beneficiou de treinamentos do Tesouro Americano, sobre Metodologia de Extrapolação por Amostragem, no âmbito da supervisão
baseada no risco.

Entre Julho e Setembro de 2021, os supervisores participaram no Curso de Pós-graduação, presencial, sobre Compliance em
Branqueamento de Capitais, ministrado pelo Centro de Estudos de Ciências Jurídico-Económicas e Sociais da Universidade
Agostinho Neto.

O objectivo das acções de formação visam assegurar o aperfeiçoamento do portfólio de competências técnicas dos inspectores,
melhorando o desempenho técnico, nível de conhecimentos de supervisão e aprimorar o domínio do quadro jurídico-legal, no
âmbito nacional e internacional, sobre PBC/FT/P.

No ano de 2021, foram realizados encontros trimestrais com os Compliance Officers dos bancos e a UIF, sobre os resultados
das inspecções realizadas e temas atinentes à actividade das instituições financeiras. Os principais temas abordados nestes
encontros foram(i) medidas de diligência e elementos de medidas de diligência, ii) resultados das inspecções on-site e off-site,
iii) processos de abertura de conta, classificação e atribuição do nível de risco dos clientes e transacções, iv) monitorização de
clientes e transacções, v) aplicativos informáticos em sede de PCBC/FT/P, vi) importância do cumprimento das diligências (CDD); e
vii) obrigação de comunicação de operações suspeitas no âmbito da prevenção e combate ao BC/FT/P; entre outros.

54
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

ACTIVIDADES
RELEVANTES DO BNA

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ANUAL DE CONTAS 2021

11. Comités

O BNA, segundo a Lei N.º 24/21, de 18 de Outubro, no artigo 3º, tem como missão principal garantir a estabilidade de preços de
forma a assegurar a preservação do valor da moeda nacional, nos termos da Constituição e da Lei e, como missão secundária,
assegurar a estabilidade do sistema financeiro.

Sem prejuízo de outras competências legalmente previstas e, para efeito da prossecução da missão referidas no artigo 3.º, compete
ainda ao BNA o exercício de várias outras funções das quais destacam-se: (i) Definir, conduzir e implementar a política monetária;
(ii) Ser o financiador de última instância e autoridade de supervisão macro prudencial; (i) Definir, conduzir e implementar a política
cambial de acordo com o regime cambial estabelecido no País; (iii) Actuar como banqueiro do Estado.

Por forma a estabelecer directrizes para a implementação das suas principais atribuições, o BNA tem constituído diversos comités
colegiais, dos quais realça três, nomeadamente o Comité de Política Monetária (CPM), Comité de Estabilidade Financeira (COMEF),
o Comité de Gestão de Reservas (CGR) e o Comité de Regulação e Normas (CRN).

11.1. Comité de Política Monetária

O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola, abreviadamente designado por CPM, é uma entidade de coordenação
em matéria de Política Monetária, a quem compete estabelecer directrizes de política monetária, analisar e decidir sobre matérias
com ela relacionadas, decidir sobre as taxas de juro directoras, onde se inclui a Taxa BNA e os coeficientes de reservas obrigatórias,
visando permitir ao Conselho de Administração do Banco o cumprimento das suas atribuições.

O CPM tem como objectivo, concorrer para garantir a preservação do valor da moeda nacional e o alcance de um nível de inflação
baixo e estável, conforme consagrado na Lei do Banco Nacional de Angola.

Ao longo do ano de 2021, o Comité de Política Monetária (CPM) reuniu-se seis vezes em sessões ordinárias, onde analisou o
comportamento e as perspectivas dos principais indicadores económicos, bem como o impacto das medidas de política
macroeconómica e estrutural sobre os diferentes sectores da economia. Em sede destas sessões, o CPM tomou várias medidas de
política que visaram combater as pressões inflacionárias que persistem na economia.

Neste sentido, o CPM:


• Aumentou a taxa básica de Juro, Taxa BNA, em 4,5 pp para 20,0% em Julho de 2021, tendo a mantido inalterada
até o final do ano;

• Procedeu à indexação da taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez com maturidade overnight
à taxa de mercado dos Bilhetes do Tesouro de 91 dias, acrescida de um spread de 0,25% em Março e 0,5% em
Maio e aumentou esta mesma taxa para 25% no terceiro trimestre, eliminando desta forma a indexação.

• Aumentou em duas ocasiões a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de
7 dias em 8 pp para 15%, sendo o primeiro ocorrido em Janeiro (5 pp) e o segundo em Setembro (3 pp).

• Aumentou o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira de 17% para 22%;

• Manteve inalterado o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional em 22%;

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• Afectou o saldo da conta de reserva dos bancos comerciais a duas subcontas junto do Banco Nacional de Angola
nomeadamente a conta de reservas obrigatórias e a conta de compensação, sendo obrigatório a manutenção
permanente na conta de reservas obrigatórias, em moeda nacional, 100% do valor apurado para a semana vigente;

• Introduziu um intervalo de 0,10% a 0,20% para a taxa de custódia em função da magnitude sobre o excesso
de liquidez dos bancos comerciais junto do BNA (no intervalo de 3 mil milhões de kwanzas a 6 mil milhões de
kwanzas).

Estas medidas, como mencionado anteriormente, serviram para melhorar as condições monetárias, visando, essencialmente,
combater as pressões inflacionárias vindas do lado da procura.

11.2. Comité de Estabilidade Financeira

Com a aprovação da Lei do BNA e da Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras (RGIF), o BNA tornou-se, para além da
autoridade monetária e cambial, a autoridade macroprudencial, visando definir as directrizes estratégicas de condução da política
macro prudencial e mecanismos de prevenção e resolução de crises financeiras.

Assim, houve necessidade de rever o regulamento do Comité de Estabilidade Financeira (COMEF), para reforço da actuação do
mesmo. De realçar que compete ao COMEF, avaliar a evolução macroeconómica e o comportamento das principais variáveis que
possam afectar a estabilidade financeira, incluindo a situação do sistema financeiro mundial na perspectiva do risco sistémico e
probabilidade de contágio a nível doméstico.

No ano de 2021, foram realizadas quatro reuniões trimestrais, nas quais foram analisadas as vulnerabilidades do sistema financeiro
angolano e adoptadas medidas para a mitigação dos diferentes riscos que promovem a instabilidade financeira, ao nível da
conjuntura macroeconómica, sector externo, mercado monetário, sistema de pagamentos e sistema financeiro.

11.3. Comité de Gestão de Reservas

O Comité de Gestão de Reservas do BNA, abreviadamente designado por CGR, é uma entidade de suporte técnico do Conselho de
Administração, responsável pela definição, análise, aprovação e monitoramento das aplicações do Banco no Mercado Financeiro
Internacional, em conformidade com os documentos basilares da gestão dos Activos Externos, nomeadamente, a Política de
Investimentos, as Linhas Mestras e o Manual de Selecção e Contratação de Contrapartes, Custodiantes e Gestores Externos,
aprovados aos 7 de Fevereiro de 2019, pelo Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola.
No ano de 2021, foram realizadas 4 sessões ordinárias do CGR, destacando-se a revisão dos documentos basilares da gestão de
Reservas Internacionais, nomeadamente, a Política de Investimento e as Linhas Mestras, assim como o programa de desinvestimento
dos activos ilíquidos.

11.4. Comité de Regulação e Normas

No âmbito da adequação contínua do quadro regulamentar e dos processos de supervisão às boas práticas internacionais, no
ano 2021, o Comité de Regulação e Normas apreciou 61 normativos, dos quais 12 Avisos, 24 Instrutivos, 20 Directivas e 5 Cartas-
Circular, com especial destaque para a política cambial e macro prudencial, conforme se pode observar nos Anexos (normativos
publicados).

Relativamente à organização do sistema financeiro bancário, procedeu-se à análise de um total de 201 pedidos de registos e
autorizações respeitantes a instituições financeiras. Nesse sentido, foram autorizados 65 registos especiais de membros dos órgãos
sociais, 40 registos especiais de directores com função de gestão relevante, 10 autorizações para emissão de parecer favorável
para obtenção de visto de trabalho, 7 autorizações para transmissão de participações, 6 autorizações referentes a alterações
estatutárias, 4 autorizações para os aumentos de capital social, 2 autorizações para a contratação de auditor externo.

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No que diz respeito às instituições financeiras não bancárias, foram autorizados 15 pedidos de aumentos de capital social, 10
registos especiais de membros dos órgãos sociais, 9 autorizações para alterações estatutárias, 7 registos especiais de directores
com função de gestão relevante, 6 autorizações para a constituição de instituição financeira não bancária, 5 registos especiais de
sociedades, 5 suspensões temporárias de actividade, 4 autorizações para emissão de parecer favorável para obtenção de visto de
trabalho, 4 autorizações para empréstimo subordinado, 1 autorização de transmissão de participações socias, 1 autorização para
contratação de auditor externo.

Entretanto, no período em referência, o BNA indeferiu 17 processos, nomeadamente 2 referentes à extensão do objecto social de
instituições financeiras não bancárias, 2 para emissão de visto de trabalho para o exercício de funções em instituições financeiras,
3 registos especiais de membros dos órgãos sociais, 2 transmissões de participações sociais, 4 registos de titulares de cargos de
gestão relevantes, 2 autorizações para a constituição de instituição financeira, 1 autorização para a contratação de auditor externo
e 1 autorização para o empréstimo subordinado.

Respeitante à matéria de acção sancionatória, no mesmo período, o BNA apreciou 575 processos sancionatórios, dos quais 387
foram instaurados contra instituições financeiras bancárias e 188 contra instituições financeiras não bancárias. No ano, foram
encerrados 229 processos, sendo 155 de instituições bancárias e 74 de instituições não bancárias, estando os demais em tramitação.

Ainda em 2021, 48 processos sancionatórios foram arquivados, em decorrência da revogação de 26 licenças de instituições não
bancárias decorrentes do incumprimento reiterado das leis e regulamentos que disciplinam a sua actividade, incumprimento dos
requisitos de capital social mínimo e fundos próprios regulamentares, bem como por inactividade por um período superior a 6
meses.
20%

Do total de processos sancionatórios encerrados, foram aplicadas 113 multas pecuniárias, num valor agregado de 1,24 mil milhões
de kwanzas, bem como 3 admoestações registadas.
80%

12. Organização
12.1. PlaneamentoOrçamento
Estratégico
Não Executado Orçamento Executado

No âmbito da monitorização do Plano Estratégico NZIMBU 2018-2022, definido com base nos pilares e objectivos estratégicos
ilustrados na figura abaixo, as Unidades Organizacionais (UO) do BNA tiveram como referência as Acções Estratégicas com marco
temporal de 2021 para a execução dos seus Planos Anuais de Actividades.

Figura 1: Síntese NZIMBU 2018 – 2022

Fonte: BNA

58
13 000
0
12 000

Togo

Brasil
China

EUA
Portugal

Reino unido

Itália

Bélgica

França
Índia
11 000
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10 000
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dez/18
2020 2021*
Reservas brutas
Para o 4º ano do ciclo quinquenal do NZIMBU 2018 – 2022, foram definidas 126 entregas de carácter estratégico enquadradas nos
objectivos ilustrados no gráfico 21 abaixo:

Gráfico 25: Conclusão de entregas por Objectivos Estratégicos 2021

24
19 19 19 19 20
17 18
15 14
12 12
7
5 4 5

OE 1 OE 2 OE 3 OE 4 OE 5 OE 6 OE 7 OE 8
Entregas Concluídas Entregas Previstas 1 1 1

OE 1 OE 2 OE 3
Fonte: BNA

O NZIMBU 2021 registou um grau de execução de 95%, destacando-se:

• Sociedade – 95%;
• Sistema Financeiro – 99%;
• Processos Internos – 95%;
• Aprendizagem e Crescimento – 89%.

Figura 2: Grau de execução do NZIMBU 2021

Fonte: BNA

Importa igualmente realçar 7 dos projectos concluídos, na carteira de projectos 2021, nomeadamente:

• SPTR 24/7;
• Base de Dados de Cadastro de Contas;
• Adequação do Centro de Processamento de Dados;
• Sistema de Licenciamento de Registro de Instituições Financeiras (SILIF);
• Solução de videoconferência implementada na sede e sites;
• Requalificação da Delegação Regional Sudeste (Cuando Cubango);
• Reestruturação da Página Institucional na internet.

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Gráfico 26: Ponto de Situação da Carteira de Projectos 2021

2
Em Curso

7 Postergado
Produtos/Serviços

Contratação

Em estudo
1 19 36

2 Concluído Campanhas Publicitárias

52
3 Cancelado

2020 2021

43
12.2. Organização Contratos
38 TV 3
4

Rádio 4
63 3
FTI´s
71
Imprensa 7
5
No âmbito da organização, destacam-se a adopção de 10normas e instrumentos de gestão interna, nomeadamente:
Formulário de Conta
4 Cartazes/Folhetos

• Regulamento de Concessão do Crédito 1


Habitação; Internet/Mailings 7
Outros
• Relatório de Governação Corporativa; 2
2
SMS
5
• Código de Ética; 2020 2021
2020 2021
• Metodologia de Priorização de Projectos;
• Manual do Sistema da Continuidade do Negócio;
• Regulamento - Organização do Xº Encontro de Gestores dos Bancos dos Países de Língua Portuguesa (BCPLP);
• Política de Prevenção à Fraude, Suborno e Corrupção;
700 250
• Política de Conflito de Interesses; 597 216
600
200
• Regulamento do Regime de Teletrabalho;
500
• Política de Segurança do Sistema
400
de Informação; 150

• Código de Indumentária; 300 100

• Política de Brindes, Presentes200e Outros Benefícios;


50
• Política de Gestão do Meio Circulante;
100
12 0
• Regulamento de Custódia do Ouro 0 e Outros Metais Preciosos; 2020
2020 2021
• Revisão do Regulamento de Aquisições e do Comité de Aquisição de Bens, Serviços e Empreitadas;
• Revisão de Manual de Organização Administrativa do DTI;
• Revisão do Regulamento do Subcomité de Capital Humano (SCH);
• Preparação da revisão das normas impactas pelas disposições da nova Lei do BNA, em particular aquelas com impacto
a nível da Governação Corporativa.

13. Gestão de Risco e Compliance

O BNA no âmbito das suas actividades, está susceptível a riscos financeiros e não financeiros, oriundos de factores internos e
externos e que podem colocar em causa o alcance dos seus objectivos estratégicos.

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A fim de os monitorizar e mitigar, o BNA adopta uma cultura de risco robusta, implementando um quadro que promove a gestão
integrada dos mesmos, assente no Modelo das Três Linhas de Defesa, normas internacionais (ISO) e outras boas práticas
internacionalmente aceites.

Entre as principais acções, dá-se destaque a actualização da Avaliação dos Riscos Disruptivos, que visa avaliar o nível de exposição
a eventos de risco que poderão ter impacto nos processos críticos identificados na Análise de Impacto no Negócio.

Neste contexto, a Avaliação do Risco identifica os eventos de risco que podem comprometer a continuidade dos processos
críticos; analisa as consequências e impacto na normal actividade do BNA e avalia as vulnerabilidades existentes e os controlos
implementados para proteger os processos críticos de acordo com os objectivos da Continuidade do Negócio e o apetite ao risco
do BNA.

Procedeu-se a revisão da Estratégia da Continuidade do Negócio, estabelecendo-se opções de prevenção do risco e de resposta e
recuperação perante incidentes que coloquem em causa o normal funcionamento do BNA.

Destaca-se ainda a aprovação do Código de Ética, da Política de Prevenção à Fraude, Suborno e Corrupção, da Política de Conflitos
de Interesses e da Política de Brindes, Presentes e Outros Benefícios, instrumentos que definem as directrizes em matéria de
conduta profissional no Banco Nacional de Angola.

14. Conduta de Mercado

No período em referência, a actuação do BNA sobre a conduta do mercado financeiro incidiu sobre a i) análise de minutas de
contractos de produtos e serviços financeiros e de campanhas publicitárias, ii) realização de acções de inspecção, iii) gestão e
tratamento de reclamações, pedidos de esclarecimentos e denúncias apresentadas pelos consumidores de produtos e serviços
financeiros e iv) monitorização do cumprimento das normas de prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento ao
terrorismo.

Com vista ao reforço das acções de monitorização do cumprimento da regulamentação de defesa do consumidor, no ano de 2021
foi realizado um leque de acções estratégicas, dentre as quais destacam-se i) a elaboração do primeiro Estudo Sobre o Nível de
Inserção de Serviços Financeiros Digitais no País (elaborado pelo BNA), ii) o apuramento e avaliação dos produtos de crédito
comercializados pelas instituições não bancárias (Cooperativas de Crédito e Sociedades de Microcrédito), iii) o diagnóstico dos
moldes de comercialização e cumprimento dos deveres de informação no âmbito dos produtos de depósitos indexados e, iv) a
elaboração do Relatório do Índice de Qualidade de Produtos e Serviços Financeiros.

Durante o período em análise, foi igualmente efectivado o alargamento do Portal do Consumidor para as instituições financeiras
não bancárias, visando permitir que os consumidores de serviços e produtos financeiros comercializadas por estas instituições
apresentem as suas reclamações directamente ao BNA, através da referida plataforma.

14.1. Números de Processos de Produtos e Serviços

Em 2021, o volume de processos analisados pelo BNA relativos aos produtos, serviços e campanhas publicitárias, registaram um
acréscimo de 9,15% em relação ao ano de 2020.

Relativamente aos produtos e serviços financeiros remetidos para apreciação/validação, registou-se um total 115 processos,
representando uma redução de 1,71% face a 2020. Quanto à categoria por suporte documental, as Fichas Técnicas Informativas
representaram grande parte do volume de processos submetidos pelas instituições financeiras, com um peso de 61,74%, totalizando
71 processos.

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14.2. Inspecções

As inspecções on site são caracterizadas pela presença dos inspectores do BNA nas sedes e agências das instituições financeiras
e podem assumir duas tipologias, as inspecções on site credenciadas e não credenciadas “cliente mistério”. Relativamente ao
período em análise, verificou-se uma variação positiva de 98% em relação ao período homólogo de 2020 devido à gradual liberação
das restrições inerentes ao combate e prevenção da propagação da COVID-19.

Assim, no ano 2021, foram efectuadas um total de 597 acções de inspecção on site, com o objectivo de aferir i) as margens cambiais
na comercialização de divisas, ii) as comissões praticadas no carregamento e utilização de cartões de bandeira internacional, iii)
as reclamações apresentadas pelos consumidores, iv) os valores das comissões cobradas nas operações bancárias, v) os prazos de
execução de transferências de valores em moedas nacional e estrangeira e vi) a isenção de cobranças de comissões no âmbito dos
serviços mínimos bancários.

As inspecções off site são efectuadas à distância, sem a deslocação dos inspectores do BNA às instituições financeiras
supervisionadas, verificando a informação disponível nas suas páginas de internet, e a informação reportada ao BNA, sendo que
o foco incide sobre: i) o preçário (tabelas de clientes particulares e outros clientes), ii) os tarifários de cartões de pagamento, iii) o
número de clientes activos das instituições financeiras bancárias, iv) as fichas técnicas Informativas dos depósitos e créditos, v) as
condições gerais de utilização dos cartões de pagamento e vi) o acompanhamento do pleno funcionamento das caixas automáticas
a nível nacional.

Em 2021, foram realizadas um total de 175 acções de inspecção off site às 25 instituições financeiras bancárias, representando uma
variação negativa de 18,98% face ao período homólogo do ano transacto, decorrente da revogação do normativo sobre o preçário
(Instrutivo n.º 04/2014, de 15 de Maio) que determinava uma periodicidade mensal de reporte pelas instituições financeiras. Assim,
com a entrada em vigor do Instrutivo n.º 12/2020, de 06 de Julho, que na sua alínea c) do subponto 3.3 do ponto 3, estabelece que
o preçário deve ser reportado trimestralmente ao Banco Nacional de Angola até ao 5.º dia útil do trimestre antecedente. Neste
sentido, as acções de inspecção off-site passaram a ser efectuadas com uma periodicidade trimestral, ao invés de mensal.

14.3. Gestão de Reclamações

A gestão das reclamações constitui um barómetro para aferir do cumprimento das normas em vigor por parte das instituições
supervisionadas, sendo de importância relevante para as actividades de supervisão da conduta do mercado financeiro, considerando
que estas englobam a análise das reclamações apresentadas pelos clientes junto das instituições financeiras e as que deram
entrada directamente no Banco Nacional de Angola.

Assim sendo, durante o ano de 2021, o sistema financeiro registou um total de 29 021 reclamações, representando um aumento
de 12,28%, o que corresponde a mais 3 174 reclamações, face ao ano de 2020, em que os consumidores de produtos e serviços
financeiros apresentaram um total de 25 847 reclamações.

No que concerne as matérias mais reclamadas, estas estão relacionadas, essencialmente, com contas de cartões de pagamento,
caixas automáticas e terminais de pagamento automático, contas de depósitos, internet e mobile banking, créditos e transferências
que congregam perto de 90% (26 181) de um total de 29 021 reclamações, apresentadas junto do Sistema Financeiro Angolano pelos
utentes do sector bancário.

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15. Relações Internacionais

O BNA participou nos tradicionais fóruns de cooperação a nível do Comité dos Governadores dos Bancos Centrais (CCBG), do Painel
de Avaliação pelos Pares e dos vários subcomités de trabalho ligados à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC),
da Associação dos Bancos Centrais Africanos (ABCA), do Instituto de Gestão Macroeconómica e Financeira da África Austral e do
Leste (MEFMI) e da União Africana (UA), destacando-se, neste particular, a participação na 2ª Sessão Extraordinária do Comité
Técnico Especializado (CTE) em matéria de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação Económica e Integração.

No âmbito da sua filiação às instituições multilaterais, o BNA participou em vários eventos, com destaque para as Reuniões da
Primavera e Anual das Instituições de Bretton Woods (FMI e GBM), a Reunião Anual do Banco Internacional de Pagamentos (BIS),
a Reunião Anual e o Fórum de Política Global da Aliança para Inclusão Financeira (AFI), e num conjunto de eventos realizados no
âmbito da cooperação institucional existente entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (BCPLP).

A actividade internacional do BNA ficou ainda marcada pelas acções de benchmark e assistência técnica desencadeadas no quadro
das suas relações bilaterais e multilaterais, que versaram sobre temas ligados à supervisão e regulação bancária, governação
corporativa, gestão de liquidez, contabilidade analítica, crédito, estatísticas, meio circulante, sistemas de pagamento e gestão de
recursos humanos.

Dentre as acções realizadas a nível nacional, destaca-se a celebração de vários protocolos de cooperação, designadamente com
estabelecimentos de ensino superior, Universidade Agostinho Neto (UAN) e Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências
(ISPTEC), o Centro de Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC) e duas instituições públicas, nomeadamente,
a Agência para o Investimento e Promoção das Exportações (AIPEX) e o Instituto Nacional de Estatística (INE). Pretende-se com
estes instrumentos de cooperação, reforçar o relacionamento institucional através da criação de mecanismos legais de consulta e
partilha de informações, necessárias para a melhoria da nossa actuação, enquanto órgão autoridade monetária, cambial e macro
prudencial do Sistema Financeiro Nacional.

16. Comunicação e Museu da Moeda

Em 2021, com o sentido de dar maior visibilidade ao conhecimento produzido nas suas áreas de missão e de abordar temas do
contexto actual, o BNA organizou vários encontros temáticos, seminários de capacitação e realizou mais um ciclo de conferências
com a participação de especialistas, para discussão de temas actuais relacionados com a actividade dos bancos centrais.

No ano, destaca-se ainda a realização de um concurso aberto ao público de Desenho de Moeda Comemorativa do 20º Aniversário
da Paz em Angola. Acção que resultou na apresentação de cerca de 200 propostas maioritariamente apresentada por jovens
estudantes.

No âmbito do reforço da comunicação institucional, primando pela contínua qualidade e disponibilização de informação, o BNA
lançou o seu novo website e a sua App nas versões Android e IOS, totalmente renovados e assentes em padrões tecnológicos mais
avançados, intuitivos e inovadores.

Mantendo o mesmo endereço – www.bna.ao –, o novo portal é mais apelativo e responsivo, com construção única para os vários
dispositivos tecnológicos como computadores (desktop e laptop), tablets e smartphones, possibilitando pesquisas céleres sobre
matérias a actividade do BNA, enquanto entidade responsável pela estabilidade de preços na economia e pela solidez e resiliência
do sistema financeiro nacional.

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ANUAL DE CONTAS 2021

Em 2021, a actividade do Museu da Moeda foi bastante afectada pelas medidades de confinanmento e isolamento social impostas
pela COVID-19. Ainda assim, foram realizadas duas exposições temporárias, sendo que a primeira foi denominada “Moedas
Metálicas Comemorativas” e a segunda respeitante à Ensarte, e acolhidos cerca de 9 mil visitantes.

17. Inclusão Financeira

No concernente às acções que visam a promoção da educação e inclusão financeira, destacam-se o desenvolvimento do modelo
de concepção e implementação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF), com o apoio do Banco Mundial no âmbito da
Fundação de Apoio Social.
A proposta do Modelo de Concepção da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira envolverá um amplo processo consultivo entre
o Sector Público e Privado, de modo a congregar as partes envolvidas numa mesma missão e visão e criação de grupos técnicos
com o objectivo de envolver os sectores críticos socioeconómicos no processo de implementação.
No período em análise procedeu-se a pré-formulação, que inclui a colecta de dados sobre o sistema financeiro, as políticas publicas
em desenvolvimento bem como as actividades socioeconómicas em destaque para a elaboração do diagnóstico sobre o estado
actual da Inclusão Financeira.
No ano de 2021 realizaram-se 116 campanhas de sensibilização e 412 acções de Educação Financeira, contra as 171 do período
homólogo com um registo de 14 866 participantes contra os 4 462 do período homólogo.
Foram formados 1 601 multiplicadores em Gestão de finanças pessoais e familiares, no âmbito dos Protocolos assinados com o
Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher com 872 e o Ministério da Juventude e Desportos com 729 acções
realizadas.
Adicionalmente, foi realizada a Semana Mundial do Dinheiro, celebrada em Março, nas várias escolas do País, com um registo de
666 participantes, bem como o Webinar em alusão ao “Dia Mundial da Poupança”, dia 31 de Outubro, com o Tema “Os Benefícios
Socioeconómicos da Poupança”.

17.1. Contas Bancárias Simplificadas


37 347 29 526
14 866
Registou-se uma evolução crescente das contas bancárias simplificadas,
4 462 de referir que estas contas incluem as contas Bankita, um
produto desenvolvido através de um projecto do BNA com o intuito de incentivar os bancos comerciais a desenvolverem produtos
412
adequados às necessidades da195população de baixa
372
renda em 171
2011.
6 484
4 126 Assim, foram abertas 1 216 906 contas simplificadas, das quais 1 204 277 contas Bankita sendo as demais contas simplificada
abertas 12 629, representando um aumento do acesso da população ao sistema financeiro, em linha com os desígnios plasmados
no objectivo estratégico de Aprofundamento da Inclusão Financeira em Angola.
Bancos Públicos

2018
Todavia, persistem as preocupações a nível da 2019 2020
dimensão e qualidade 2021
dos serviços financeiros, o que justifica as iniciativas de
desenvolvimento da ENIF e de Fomento da deActividade
Palestras de Microfinanças
Educação Financeira para o fomento da actividade económica e financeira em
Nº de participantes

Angola.

Gráfico 27: balanço das campanhas de sensibilização vs contas abertas

14 811 1 194 655 1 204 277


1 173 275
1 151 132
1 136 975
1 121 995
1 107 692
1 095 213
116 1 085 248
1 069 620
1 056 833
1 046 764

2021
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
s Abertas
Contas Bankita

Fonte: BNA

64
985 895
983 762
8 505
960
6
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ANUAL DE CONTAS 2021

17.2. Parcerias
Para garantir uma maior abrangência das acções acima referidas e envolver outros grupos sociais igualmente importantes para
o fomento da inclusão financeira, foram celebrados no período Protocolos de Cooperação com a Académia de Empreendedores
de Luanda (AEL) e a Média Rumo. O acordo com a AEL visa promover o empoderamento de jovens com perspectivas de
empreendedorismo.

18. Acompanhamento
25000
do Crédito
21 216 37 347
19 343 29 526
20000
18.1. Central
15000
de Informação e Risco de Crédito
372
10000 195 171
Considerando que a modernização do sistema de gestão de informação4 126sobre o risco de crédito é fundamental para contribuição 6 484
5000
do aumento da inclusão financeira, a concessão de2 crédito 378
1 321 responsável e sustentável, bem como a mitigação do risco sistémico

e a promoção da estabilidade
0
financeira, o
Bancos Privados Nacionais
Banco Nacional de Angola
Bancos Privados Estrangeiros
levou a cabo o processo de alargamento da Central de
Bancos Públicos
Informação e Risco de Crédito, tendo entrado em produção em
2020 2021
Janeiro de 2021, com o objectivo de aumentar o2018
número de entidades 2019 2020
que concedem crédito a reportar informação na CIRC (aumento da quantidade de informação), bem como o número de variáveis
Palestras de Educação Financeira N
(melhoria qualidade de informação), com destaque para o conjunto de variáveis de suporte ao desenvolvimento do modelo de
cálculo de perdas por imparidade.

Com a entrada em produção da nova plataforma é notável o progressivo aumento do número de registo de mutuários apresentados
na CIRC, aumentando concomitantemente o grau13 779
de cobertura do12 registo
896 das operações
14 811 de crédito a pessoas singulares e colectiva
5 440
(operações positivas e negativas).
1 107 692
189 1 095 213
118 116 1 085 248
1 069 620
24 1 046 764 1 056 833
De acordo com a metodologia do Banco Mundial, o grau de cobertura de registo de crédito refere-se ao número de indivíduos e
empresas listados num sistema de registo de crédito, com informações sobre o seu histórico de empréstimos dos últimos 5 anos,
bem como ao número de indivíduos
2017 e empresas 2018 que não tiveram
2019 histórico de2021empréstimos nos últimos cinco anos, mas para os
quais um credor solicitou um relatório de crédito (informação
Campanhas de Sensibilização sobre
Contas responsabilidade
Abertas no sistema deJanregistoFevde crédito).
Mar Abr Mai Jun

Contas

Gráfico 28: Grau de cobertura do registo de crédito


985 895
983 762
978 505
973 960
966 086
957 864
951 581
943 846
922 882
913 709
895 633

885 532

jan/21 fev/21 mar/21 abr/21 mai/21 jun/21 jul/21 ago/21 set/21 out/21 nov/21 dez/21

Fonte: BNA

18.2. Crédito ao sector real da economia

No âmbito do Aviso n.º 10/2020, de 03 de Abril, o sector bancário desembolsou um total de 374 créditos ao sector real da economia.
Em termos de valor financeiro, o crédito desembolsado pelos bancos comerciais totalizou 472,62 mil milhões de Kwanzas,
representando 265,98% do limite mínimo a conceder estabelecido, o que corresponde 27,51% do total de novos créditos concedidos
(1,72 bilião de Kwanzas), durante o período de vigência do normativo.

65
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Os sectores mais beneficiados, em termos de montante foram, “Indústria Alimentar” com 171,81 mil milhões de kwanzas (36,49%),
“Agricultura, Produção Animal, Caça e Actividades dos Serviços Relacionados” com 96,10 mil milhões de kwanzas (20,41%) e
“Indústria de Bebidas” com 78,67 mil milhões de kwanzas (16,71%) totalizando 73,61% do saldo desembolsado até o final do ano
de 2021. Entretanto, em termos de número de projectos financiados, destaca-se o sector de “Agricultura, Produção Animal, Caça e
Actividades dos Serviços Relacionados” com uma representatividade de 39,04%.

A nível das empresas, observou-se que as mais beneficiadas foram as de grande dimensão com 227,65 mil milhões de Kwanzas
desembolsados (48,35%), seguidas das médias empresas com 214,77 mil milhões de Kwanzas (45,61%) e das micro e pequenas
empresas com 14,47 mil milhões de Kwanzas (3,07%) e 13,96 mil milhões de Kwanzas (2,97%), respectivamente, desde a entrada
em vigor do Aviso n.º 10/2020, de 3 de Abril. Entretanto, em termos de número de projectos, realça-se as médias empresas com 149
projectos (39,95%), seguida das pequenas empresas com 115 projectos (30,83%) e das micro e grandes empresas com 66 projectos
(17,69%) e 43 projectos (11,53%), respectivamente.

Os projectos financiados ao abrigo do Aviso nº 10/2020, de 03 de Abril, encontravam-se concentrados sobretudo em Luanda,
26
com uma representatividade de 40,91% do total e possibilitaram a criação de um total de 29 539 novos postos de trabalho, com
destaque para os14sectores
866
de “Indústria de bebidas”, “Indústria alimentar” e “Agricultura”, responsáveis por cerca de 72% dos
4 462
novos postos de trabalho.
412
171

Assim, fruto dos resultados obtidos durante a vigência do Aviso n.º 10/2020, e enquanto perdurar o ambiente excepcionalmente
adverso exacerbado pela pandemia de COVID-19, o Banco Nacional de Angola continuará com acções ponderadas de estímulo o
crédito ao sector real da economia, de modo a promover o aumento da oferta de bens e, por essa via, a manutenção da estabilidade
de
2020 preços na economia.
2021

nceira Nº de participantes

19. Capital Humano

O efectivo do Banco Nacional de1 194 Angola no277final de 2021, era composto por 1 838 trabalhadores representando uma diminuição de
655 1 204
1 173 275
3,16% em1 136
relação
975
ao132ano de 2020. De referir, que 301 trabalhadores do quantitativo global não exercerem actividade efectiva, por
1 151

1 107 692se encontrar em condições especiais, constituindo cerca de 16% do total.


1 121 995
95 213

A componente de pensionistas, era constituída por 1 748 reformados e 1 219 pensionistas por sobrevivência no BNA.

Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Contas Bankita
Gráfico 29: Distribuição do Efectivo por banda funcional

55,98%
PESO

25,79%

8,16%
5,66%
1,90% 1,63%
0,05% 0,11% 0,22% 0,49%
GOVERNADOR VICE-GOVERNADOR ADMINISTRADOR DIRECTOR SUBDIRECTOR ASSESSOR CH. DIVISÃO CH. SECTOR TÉC. ESPECIALIZADO TÉC. OPERACIONAL

Fonte: BNA

66
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A distribuição do efectivo por formação académica, encontra-se descrita no painel abaixo.

Painel 15: Trabalhadores por Formação Académica

700
9%
607
600 562
31%
512
500
33%
400

300

200 28%
157

100

0 ATÉ ENSINO MÉDIO (12ª CLASSE) FREQUÊNCIA UNIVERSITÁRIA


ATÉ ENSINO MÉDIO (12ª FREQUÊNCIA LICENCIATURA PÓS-GRADUAÇÃO LICENCIATURA PÓS-GRADUAÇÃO
CLASSE) UNIVERSITÁRIA

Fonte: BNA

No âmbito do reforço do modelo de governação corporativa e do sistema de controlo interno, foi implementada uma nova Política de
Gestão e Desenvolvimento do Capital Humano, com vista a adequação aos actuais desafios da instituição, bem como a valorização
da carreira dos trabalhadores.

Nesse sentido, foram actualizados e requalificados os perfis funcionais do banco e realizado um diagnóstico, mediante aplicação
do assessment de competências para avaliação do perfil profissional dos trabalhadores, passando
Institucional a existir
6 diferentes níveis de
senioridade, nomeadamente: 24% Banca Central 8

• Júnior Técnicas Espacíficas 81

• Principal Técnicas Gerais 7


76%
• Sénior
Gestão e Liderança 7
• Especialista
Certificações e Pós-Graduações 9

Acções Realizadas Acções canceladas


0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Com vista a tornar o processo de Gestão de Desempenho mais objectivo, foram parametrizados os módulos Employee Center e
Performance & Goals no SAP Success Factors, permitindo a definição dos objectivos a alcançar pelos trabalhadores em conformidade
com o estabelecido nos Planos Anuais de Actividades das Unidades Organizacionais.
Na sequência da declaração do estado de calamidade, procedeu-se à implementação do regime de teletrabalho mediante aprovação
do Regulamento de Teletrabalho do BNA.

No âmbito da formação, no ano de 2021 promoveu-se, em função das limitações impostas pela pandemia, a capacitação em
regime remoto convertendo as acções de formação presenciais para o formato online, mas ainda assim continuou-se a primar
pelo desenvolvimento contínuo das competências dos trabalhadores, visando o alinhamento à estratégia do BNA, melhoria dos
processos e foco no crescimento dos trabalhadores.

Assim, no ano de 2021, foram realizadas 198 acções de formação, contemplando 1 519 participações nos diferentes blocos de
formação, desde matérias Institucionais a Certificações, com uma execução orçamental de 21%, conforme figuras abaixo.

67
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Painel 16: Balanço das Acções Realizadas 2021

Institucional 6

24% Banca Central 87

Técnicas Espacíficas 81

Técnicas Gerais 7
76%

Gestão e Liderança 7

Certificações e Pós-Graduações 9

Acções Realizadas Acções canceladas


0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Fonte: BNA

No âmbito da Política Social, o BNA continua a pautar pelo bem-estar e qualidade de vida dos seus trabalhadores, pelo que,
mantém o leque de benefícios, dos quais destacamos o acesso à habitação, seguro de saúde para o trabalhador e agregado
familiar, transporte colectivo, fundo de pensões.

20. Situação Patrimonial e Desempenho Financeiro


20.1. Principais variações na composição do balanço

Quadro 13: Composição do Balanço

Fonte: BNA

Em 31 de Dezembro de 2021, o Activo do Banco apresenta um saldo de 11,84 biliões de kwanzas, traduzindo uma redução de
1,26 bilião de kwanzas comparativamente a 31 de Dezembro de 2020. Esta variação negativa de 10% é explicada essencialmente
pelos seguintes factores:

» Diminuição na posição do “Ouro” em 18%, explicada por dois efeitos, designadamente, i) pela apreciação do kwanza
face ao dólar norte-americano e ii) pela desvalorização da sua cotação no mercado em cerca de 3,44%, passando de
1,89 mil milhões de dólares norte-americanos em 31 de Dezembro de 2020 para 1,83 mil milhões de dólares norte-
americanos em 31 de Dezembro de 2021.

» Variação negativa de 1,08 bilião de kwanzas, cerca de 11% dos “Activos sobre o exterior”, explicado essencialmente,
i) pela apreciação do kwanza face às outras moedas estrangeiras e ii) pelos pagamentos dos acordos REPO junto da
GemCorp e ICBC no montante total de 2,5 mil milhões de dólares norte-americanos.

68
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

» Diminuição de 162,35 mil milhões de Kwanzas (-7%) dos “Activos internos”, justificado essencialmente, i) apreciação do
kwanza face às outras moedas estrangeiras, ii) redução dos títulos para cumprimento de reserva obrigatória decorrente
da alteração da percentagem de cumprimento em títulos que passou de 80% para 50%, iii) liquidação da operação de
redesconto junto de uma instituição financeira bancária e iv) liquidação da dívida do estado de 500 milhões de dólares
norte-americanos através da emissão especial de obrigações do Tesouro em moeda estrageira no montante de 522
milhões de dólares norte-americanos.

» Aumento de 21,81 mil milhões de kwanzas (+24%) dos “Activos tangíveis e intangíveis”, justificado essencialmente i)
pelo incremento de obras em curso, ii) pela aquisição de equipamentos e de licenças de utilizadores dos sistemas de
tratamento automático de dados (Software).

» Aumento de 93,33 mil milhões de kwanzas (+96%) dos “Outros valores activos”, justificado essencialmente, i) pelas
operações pendentes de regularização, ii) pelos valores a receber junto do MINFIN, e iii) pelos empréstimos de escolha
livre concedidos aos trabalhadores do BNA em 2021.

Por outro lado, o Passivo do Banco totaliza 8,45 biliões de kwanzas, que se traduz numa redução de 1,13 bilião de kwanzas (-12%)
face a 31 de Dezembro de 2020. As principais variações no Passivo são explicadas pelos seguintes factores:

» Aumento de 294,32 mil milhões de kwanzas (+10%) das “Reservas bancárias”, explicado por dois efeitos contrários,
designamente, (i) pelo aumento do parâmetro do coeficiente da exigibilidade efectiva que passou de 17% para 22%
(Directiva n.º 07/DMA/2021, de 06 de Julho) e (ii) pelo efeito da apreciação do kwanza.

» Aumento de 521,67 mil milhões de kwanzas (+143%) das operações do “Mercado monetário interbancário”, explicado
pelo aumento de operações ocasionais de absorção de liquidez, decorrente das políticas monetárias adoptadas pelo
BNA.

» Aumento de 11,82 mil milhões de kwanzas (52%) do saldo do “Fundo de Garantia de Depósitos” (FGD), decorrente
das contribuições das instituições financeiras para o o referido fundo, bem como de rendimentos decorrentes da sua
actividade;

» Diminuição de 638,75 mil milhões de kwanzas (-35%) das “Outras responsabilidades internas”, explicado essencialmente
i) pela reversão de provisões para garantias prestadas e compromissos assumidos e provisões para o risco sistémico do
sector bancário e ii) pela transferência de 100,00 milhões de dólares norte-americanos do Fundo Soberano de Angola
(FSDEA) para a Conta Única do Tesouro (CUT) no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

» Diminuição de 1,32 bilião de kwanzas (-42%) das “Outras responsabilidades externas”, explicado essencialmente i)
pela alocação de Direitos de Saque Especiais (DSE) pelo FMI a Angola e ii) pelo reembolso de três operações de venda
com acordo de recompra (REPO) junto da GemCorp e ICBC no montante global de 2,5 mil milhões de dólares norte-
americanos.

Relativamente aos Capitais próprios, verifica-se uma diminuição destes no montante de 127,02 mil milhões de kwanzas (-4%),
justificada pelo seguinte:

» Diminuição do Capital Social do Banco decorrente da aprovação da nova Lei do BNA, Lei 24/21, de 18 de Outubro.

» Diminuição do “Desconto de emissão de capital” na sua totalidade, decorrente do efeito da redução do capital.

» Diminuição das “Diferenças de reavaliação” em 157,75 mil milhões kwanzas (-90%), justificado essencialmente,
pela diminuição das Diferenças de reavaliação de justo valor dos “Activos financeiros ao justo valor através do outro
rendimento integral” e do “Ouro”.

69
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

» Aumento do “Resultado transitado e remensuração dos planos de benefício definido” em 990,38 mil milhões de
kwanzas (46%), decorrente do registo dos impactos da adopção da IAS 21 e revisão do justo valor do investimento no
Fundo Gemcorp.

» Resultado do exercício 26,55 mil milhões de kwanzas.

20.2. Evolução dos resultados

No exercício de 2021, os principais indicadores da conta de resultados evoluíram como é apresentado no quadro abaixo.

Quadro 14: principais indicadores da conta de resultados

Fonte: BNA

No exercício de 2021, apurou-se um resultado positivo de 26,55 mil milhões de kwanzas, sendo a variação face ao exercício anterior
explicada, essencialmente, por:

» Aumento de 12,78 mil milhões de kwanzas (6%) da “Margem financeira” justificado essencialmente i) pelo incremento dos
rendimentos dos “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral”, em virtude do aumento do stock
de operações e ii) pelo incremento de juros de financiamentos concedidos ao Estado.

» Aumento de 10,53 mil milhões de kwanzas (63%) nas “Comissões Líquidas” decorrente do incremento de comissões
recebidas por operações realizadas com o Ministério das Finanças (MINFIN) e redução de comissões pagas por serviços
bancários prestados por terceiros.

» Redução de 25,10 mil milhões de kwanzas (-34%) dos “Resultados em Operações Financeiras”, justificado essencialmente
i) pelas menos valias dos resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados em 15,35 mil
milhões de kwanzas e ii) pelas perdas de justo valor dos resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral em 9,51 mil milhões de kwanzas.

» Diminuição de 2,17 biliões de kwanzas (-157%) nos “Resultados Operacionais” decorrente essencialmente da diminuição dos
resultados cambiais, decorrente da apreciação do kwanza face às outras moedas estrangeiras e pela redução de operações
cambiais.

» Aumento de 1,17 bilião de kwanzas (181%) nos “Resultados de exploração” decorrente essencialmente:

• Aumento de 1,04 bilião de kwanzas nas “Provisões líquidas de reposições e anulações” em resultado das reversões
efectuados nas provisões para o risco sistémico do sector bancário, garantias e compromissos assumidos e fundo
social; e
• Aumento de 137,62 mil milhões de kwanzas nas “Perdas por imparidade líquidas de reversões” decorrente
essencialmente das reversões efectuadas nos i) activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral, ii) títulos afectos para cumprimento de RO em ME e iii) activos financeiros concedidos ao Estado.

70
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

71
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

PARTE V – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

O Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), Banco Central de Angola, está mandatado por lei a promover o bem-estar económico e financeiro do País. O
BNA está comprometido em manter os angolanos informados sobre as suas políticas, operações e actividades.

Nos termos do artigo 91.º da Lei Nº. 24/21, de 18 de Outubro, são apresentadas as Demonstrações Financeiras do Banco Nacional de Angola, relativas ao exercício findo em 31 de
Dezembro de 2021, que compreendem o Balanço, a Demonstração dos resultados, a Demonstração do outro rendimento integral, a Demonstração das alterações nos capitais próprios,
a Demonstração dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira e as respectivas notas anexas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração em 25 de Março de
2022.

A preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras, em conformidade com os procedimentos e Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro, foram
definidas como um objectivo do BNA, reflectindo o sentido da trajectória seguida pelo seu Conselho de Administração, tendo em vista a modernização do Modelo de Governação e
de Gestão. Este objectivo consubstanciou-se na adopção parcial das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) como referencial contabilístico para a
preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro de 2021.

As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhões de kwanzas.


Balanço em 31 de Dezembro de 2021

2020 2020
ACTIVO Notas 2021 2020 PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS Notas 2021 2020
(reexpresso) (reexpresso)

Ouro 2 601 896 729 614 729 614 Notas e moedas em circulação 12 568 589 549 107 549 107
Responsabilidades para com instituições de crédito
Activos sobre o exterior nacionais relacionadas com operações de política monetária
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 784 057 290 774 290 774 Reservas bancárias 13 3 244 465 2 950 146 2 950 146
Aplicações em instituições de crédito 4 3 271 232 3 576 745 3 576 745 Mercado monetário interbancário 13 886 673 365 005 365 005
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 5 572 892 666 149 392 454 Responsabilidades internas para com outras entidades
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5 2 890 895 4 432 688 4 432 688 Conta Única do Tesouro 14 548 390 530 412 530 412
Fundo Monetário Internacional 6 1 235 578 867 581 867 581 Fundo de Garantia de Depósitos 14 34 490 22 666 22 666
8 754 654 9 833 937 9 560 242 Outras responsabilidades 14 330 845 482 365 482 365
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 6 1 249 818 841 717 841 717
Activos internos Recursos de instituições financeiras 15 556 484 2 281 337 2 281 337
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 50 556 15 879 15 879 Responsabilidades com pensões e outros benefícios 16 159 122 161 910 161 910
Operações às instituições de crédito relacionadas Provisões 17 689 383 1 173 820 1 173 820
com operações de política monetária 8 701 598 1 125 427 1 125 427 Outros valores passivos 18 179 435 216 407 216 407
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5 1 405 842 872 377 872 377 Total do Passivo 8 447 694 9 574 892 9 574 892
Activos financeiros concedidos ao Estado 9 - 312 785 312 785
Outros activos internos a receber 7 16 982 10 861 10 861
2 174 978 2 337 329 2 337 329 Capital 19 170 000 270 000 270 000
Desconto de emissão de capital 19 - (135 900) (135 900)
Diferenças de reavaliação 20 16 692 174 443 2 811 453
Outras reservas 21 14 171 4 062 4 062
Activos tangíveis 10 109 836 87 604 87 604 Resultado transitado e remensuração dos planos de benefício definido 21 3 160 133 2 169 757 265 984
Activos intangíveis 10 3 158 3 585 3 585 Resultado do exercício 26 551 1 032 205 25 273
Outros valores activos 11 190 719 97 390 97 390 Total dos Capitais Próprios 3 387 547 3 514 567 3 240 872
Total do Activo 11 835 241 13 089 459 12 815 764 Total do Passivo e Capitais Próprios 11 835 241 13 089 459 12 815 764

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira.

José de Lima Massano Maria J. C. V. de Fontes Pereira


Governador Directora do DCG

Beatriz Ferreira de Andrade dos Santos


Administrador do Pelouro Financeiro

72
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Demonstração dos resultados para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2021


2020
Notas 2021 2020
(reexpresso)
Juros e rendimentos similares 23 367 737 326 229 326 229
Juros e encargos similares 24 (150 473) (121 747) (121 747)
Margem financeira 217 264 204 482 204 482
Rendimentos de serviços e comissões 25 31 191 21 197 21 197
Encargos com serviços e comissões 26 (3 961) (4 494) (4 494)
Comissões líquidas 27 230 16 703 16 703

Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 27 54 405 69 756 (203 939)
Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 28 (4 797) 4 714 4 714
Resultados de investimentos em associadas e outras entidades 29 - 242 242
Resultados em operações financeiras 49 608 74 712 (198 983)
Resultados cambiais 30 (779 763) 1 382 920 649 683
Custos relativos à emissão de notas e moedas 31 (14 375) (5 348) (5 348)
Resultados de alienação de outros activos 32 12 6 6
Outros resultados operacionais 33 3 685 2 330 2 330
Resultados operacionais (790 441) 1 379 908 646 671

Custos com pessoal


Responsabilidade com pensões e outros beneficios 34 (998) (6 224) (6 224)
Remuneração e outros beneficios 34 (56 715) (42 976) (42 976)
Fornecimentos e serviços de terceiros 35 (22 422) (26 016) (26 016)
Amortizações do exercício 10 (8 506) (5 880) (5 880)
Provisões líquidas de reposições e anulações 17/18 469 607 (566 813) (566 813)
4/5/7/8/
Perdas por imparidade líquidas de reversões 9/10/11/ 141 924 4 309 4 309
36
Resultados de exploração 522 890 (643 600) (643 600)
Resultado do exercício 26 551 1 032 205 25 273

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira

Demonstração do outro rendimento integral para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2021


2020
2021 2020
(reexpresso)

Resultado líquido do exercício 26 551 1 032 205 25 273

Itens que poderão ser reclassificados posteriormente para resultados


Variações da diferença de reavaliação de justo valor de:
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (125 177) 107 040 107 040
Ouro (32 574) 125 925 125 925
Variações da diferença de reavaliação cambial - - 733 237
(157 751) 232 965 966 202
Itens que não poderão ser reclassificados posteriormente para resultados
Desvios actuariais 19 344 (11 883) (11 883)
19 344 (11 883) (11 883)

Rendimento / (gasto) reconhecido directamente nos Capitais Próprios (138 407) 221 082 954 319
Rendimento integral do exercício (111 856) 1 253 287 979 592

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira

73
Demonstração das alterações nos capitais próprios para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2021

Reservas
Desconto da Resultados
Resultado
Capital emissão de transitados + Total
Diferenças de reavaliação Outras reservas do exercício
capital RPBD
Justo valor Cambial Reserva legal Reserva livre

Saldos em 31-12-2019 270 000 (135 900) (70 915) 1 903 773 25 678 25 567 (283 567) 90 091 1 824 728

Ajustamento de transição IFRS9 - - 12 393 - - - (147 574) - (135 181)


Ajustamento de transição IAS 19 - - - - - - 627 292 - 627 292
Justo valor da dívida dos colaboradores - - - - - - (1 504) - (1 504)

Saldos em 01-01-2020 270 000 (135 900) (58 522) 1 903 773 25 678 25 567 194 647 90 091 2 315 335

Transferência de resultados de 2019 - - - - 18 018 18 018 54 055 (90 091) -


Distribuição de dividendos de 2019 - - - - - - (54 055) - (54 055)
Transferência de reserva para resultados transitados - - - - (41 610) (41 610) 83 220 - -
Rendimento integral do exercício - - 232 965 733 237 - - (11 883) 25 273 979 592
Saldos em 31-12-2020 270 000 (135 900) 174 443 2 637 010 2 086 1 975 265 984 25 273 3 240 872

Movimentos decorrentes da adopção da IAS 21 - - - (2 637 010) - - 1 903 773 733 237 -
Movimentos decorrentes da correcção dos activos
financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 273 695 273 695
Saldos em 31-12-2020 (reexpresso) 270 000 (135 900) 174 443 - 2 086 1 975 2 169 757 1 032 205 3 514 567

Transferência de resultados de 2020 - - - - - - 1 032 205 (1 032 205) -


Distribuição de resultados de 2020 - - - - 5 055 5 055 (25 273) - (15 164)
Diminuição do capital social (100 000) 135 900 - - - - (35 900) - -
Rendimento integral do exercício - - (157 751) - - - 19 344 26 551 (111 856)
Saldos em 31-12-2021 170 000 - 16 692 - 7 141 7 030 3 160 133 26 551 3 387 547

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira


RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Demonstração dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira para o exercício findo em 31 de Dezembro
de 2021

2021 2020
Actividades Operacionais
Proveitos de títulos e valores mobiliários 81 854 243 855
Proveitos de aplicações de liquidez 7 096 48 662
Pagamentos de custos administrativos (5 357) (9 744)
Despesas de produção de notas e moedas (9 397) -
Outros pagamentos e recebimentos (62 433) (28 277)
Fluxos de caixa de actividades operacionais 11 763 254 496
Actividades de Investimento
Investimentos em:
Aplicações geridas por entidades externas 46 040 49 338
Operações cambiais (1 220 563) (2 709 898)
Títulos de dívida soberana estrangeira 1 301 498 551 423
Aquisições e alienações de imobilizado (13 527) -
Fluxos de caixa de actividades de investimento 113 448 (2 109 137)
Actividades de Financiamento
Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:
Tesouro Nacional 428 004 586 010
Instituições Financeiras - Reservas bancárias 1 887 178 354 150
Operações com acordo de recompra (1 562 037) (30 034)
Aumentos (diminuições) de notas e moedas estrangeiras 23 366 (4 546)
Fluxos de caixa de actividades de financiamento 776 511 905 580
Efeito da variação cambial em caixa e equivalentes de caixa (681 034) 1 103 180
Variação de caixa e seus equivalentes 220 688 154 119
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 3 884 525 3 730 406
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 4 105 213 3 884 525

As notas anexas fazem parte integrante desta demonstração financeira

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira”
apresenta a seguinte composição:

Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira 2021 2020


Caixa e disponibilidades em instituições de crédito (Nota 3)
Notas e moedas em moeda estrangeira em caixa 43 663 11 209
Depósitos à ordem em moeda estrangeira:
No exterior 784 057 290 774
No país 3 770 4 432
Aplicações em instituições de crédito (Nota 4)
Depósitos a prazo
No exterior 3 273 723 3 578 110
4 105 213 3 884 525

75
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

NOTAS ANEXAS ÀS
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

76
PARTE VI – NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A origem do Banco Nacional de Angola remonta a 14 de Agosto de 1926, data da criação do Banco de Angola, com sede em Lisboa.
Até 1957, o Banco de Angola deteve, em exclusivo, o comércio bancário, altura em que surgiu no mercado o Banco Comercial de
Angola, de direito estritamente angolano, representando um novo marco na história do País.
No panorama das transformações político-económicas que se sucederam até à década de 80, e tendo em atenção a importância do
sistema monetário e financeiro do País, foi desenvolvido em Agosto de 1975 o chamado processo da tomada da Banca, que levou ao
confisco do activo e passivo do Banco de Angola e à criação do Banco Nacional de Angola, um ano após a independência nacional,
através da Lei n.º 69/76, publicada no Diário da República Nº 266 – 1ª Série, de 10 de Novembro de 1976.
A partir de 1978 e através da Lei n.º 4/78, de 25 de Fevereiro, a actividade bancária passou a ser exclusivamente exercida pelos
bancos do Estado, na medida em que foram formalmente encerrados os bancos comerciais privados, facilitando assim a extensão
da rede de balcões do BNA por todo o território nacional.
Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91, de 20 de Abril - Lei das Instituições Financeiras, deu-se um novo passo na implementação
de um sistema bancário de dois níveis, pelo que o BNA passou a exercer a função de Banco Central consagrado como autoridade
monetária e agente da autoridade cambial, retirando-se assim das funções comerciais que exercia até então. A Sede está localizada
em Luanda, na avenida 4 de Fevereiro, nº 151.
Neste momento, o BNA está presente no País, através das suas delegações regionais localizadas nas províncias de (i) Cabinda; (ii)
Huíla; (iii) Benguela; (iv) Malange; (v) Huambo; (vi) Moxico; e (vii) Kuando-Kubango.
De acordo com a Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a sua Lei Orgânica, o BNA
tem como missão principal garantir a estabilidade de preços de forma a assegurar a preservação do valor da moeda nacional nos
termos da Constituição e da lei e, como missão secundária, assegurar a estabilidade do sistema financeiro. Compete ainda ao BNA:

a) Definir, conduzir e implementar a política monetária;

b) Ser o financiador de última instância e autoridade de supervisão macroprudencial;

c) Definir, conduzir e implementar a política cambial de acordo com o regime cambial estabelecido no País;

d) Actuar como banqueiro do Estado;

e) Agir como intermediário, nas relações monetárias internacionais do Estado;

f) Deter e gerir os activos oficiais de reserva externa do País ou outros que lhe estejam acometidos;

g) Aconselhar o Executivo nos domínios económico e financeiro, no âmbito das suas atribuições, incluindo na definição da
política legislativa relativa ao Sector Financeiro e, em particular, ao Sector Bancário e Não Bancário sujeito à sua jurisdição;

h) Supervisionar, superintender e administrar o Sistema de Pagamentos de Angola;

i) Regular, licenciar, registar e supervisionar instituições financeiras, conforme especificado na presente Lei e legislação
aplicável; e

j) Resolver instituições financeiras, conforme especificado na presente Lei e legislação aplicável.

O Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela definição das políticas de gestão e administração do BNA, é
responsável pela preparação e apresentação das demonstrações financeiras e das demais informações constantes do presente
relatório, zelando pela sua integralidade e objectividade, de forma a garantir que as operações e transacções decorrentes da sua
missão sejam realizadas e processadas de acordo com o estabelecido nas normas e procedimentos em vigor.
As demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2021 foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 25 de Março de
2022 e preparadas para apreciação do Titular do Poder Executivo.

77
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

1. Bases de apresentação e resumo das principais políticas contabilísticas

- 1.1 BASES DE APRESENTAÇÃO

As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2021 foram preparadas no pressuposto da
continuidade das operações, com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de Administração no exercício de 2013. Este
plano de contas considera na sua globalidade, as orientações técnicas e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de
Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), com as derrogações
descritas no ponto 1.2) abaixo.

O Banco adoptou as IAS/IFRS, pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, considerando para o efeito
os termos da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as quais foram aplicadas
retrospectivamente para todos os períodos apresentados.

A Lei Orgânica do Banco determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco deve adoptar.
Desta forma, de acordo ao ponto n.º 2 do artigo 86.º da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola, “As
demonstrações financeiras do Banco Nacional de Angola devem ser preparadas em conformidade com as normas contabilísticas
internacionalmente reconhecidas e de acordo com as políticas e procedimentos contabilísticos adoptados pelo Conselho de
Administração”.
As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota são consistentes com as utilizadas nas demonstrações financeiras do período
anterior, com excepção das alterações decorrentes da adopção da IAS 21 - Efeitos das alterações nas taxas de câmbio, norma
adoptada com referência a 31 de Dezembro de 2021. Decorrente desta adopção e de forma a cumprir com o disposto na IAS 8, o
BNA reexpressou as suas demonstrações financeiras a 31 de Dezembro de 2020, estando os respectivos impactos divulgados na
nota 38.

As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 encontram-se expressas em milhões de kwanzas, tendo
os activos e os passivos denominados em outras divisas sido convertidos para a moeda nacional, com base nas taxas de câmbio
médias do último dia útil do ano que se seguem:

Moedas 2021 2020


1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 554,981 649,604
1 Euro (EUR) 629,015 798,429
1 Dólar Canadiano (CAD) 436,410 510,054
1 Rand da África do Sul (RND) 34,900 44,411
1 Libra Esterlina (GBP) 749,918 887,262
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 87,490 99,429
1 Direito de Saque Especial (DSE) 776,746 935,605

Durante o exercício de 2021, a taxa de câmbio do kwanza face às restantes moedas foi fixada em regime de câmbio flexível e
monitorizada. Esta apresentou variações significativas de Janeiro a Dezembro de 2021, tal como se apresenta no quadro acima.
Em 31 de Dezembro de 2021, a taxa de câmbio DSE/AOA foi calculada com base na interpolação das taxas DSE/USD e USD/AOA.

- 1.2 DERROGAÇÕES DE NORMAS E INTERPRETAÇÕES

À data de transição, e considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema financeiro e responsável
pela execução das políticas monetária e cambial do País, bem como pela gestão das reservas internacionais, o Banco decidiu não
adoptar as seguintes normas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo
International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) e pelos respectivos órgãos antecessores:

» IFRS 10, IAS 28, IAS 27, IFRS 12 – Demonstrações financeiras consolidadas: O Banco decidiu não apresentar demonstrações
financeiras consolidadas, mantendo as suas participações valorizadas ao custo de aquisição com reconhecimento de
eventuais perdas por imparidade, independentemente do controlo e/ou influência significativa que possa ter sobre as
entidades participadas

78
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco no
exercício findo em 31 de Dezembro de 2021.

Adicionalmente, o Banco decidiu adoptar parcialmente as seguintes normas e interpretações emitidas pelo IASB e pelo IFRIC:

» IFRS 9 – Instrumentos Financeiros e IFRS 13 – Mensuração ao Justo Valor: O Banco classifica na categoria activos
financeiros ao justo valor através de resultados as aplicações geridas por entidades externas, que incluem uma diversidade
de instrumentos financeiros, incluindo derivados, cuja posição destes instrumentos encontra-se compensada na mesma
rubrica de balanço (incluindo o justo valor negativo de alguns instrumentos financeiros).

A posição junto de cada um dos gestores é actualizada com base na valorização reportada no extracto enviado periodicamente
pelas respectivas entidades externas bem como outras informações disponíveis. O Banco não tem modelos internos de
valorização dos instrumentos financeiros não cotados utilizando como referência a valorização reportada pelos Gestores
externos e nos casos dos fundos obtém as demonstrações financeiras auditadas.

» No contexto da IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, destaca-se que o Conselho de
Administração define anualmente as dotações para a constituição ou reforço de provisões destinadas à cobertura de
diversos riscos, ou da ocorrência de outras eventualidades a que se julgue necessário prover, conforme previsto no n.º 2 do
art.º 86 da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola.

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco no exercício
findo em 31 de Dezembro de 2021.

Ao longo das notas anexas são descritos os princípios contabilísticos e critérios utilizados pelo BNA no processo de preparação
das demonstrações financeiras.

- 1.3 NOVAS NORMAS E INTERPRETAÇÕES APLICÁVEIS AO EXERCÍCIO E NORMAS, INTERPRETAÇÕES,


EMENDAS E REVISÕES QUE IRÃO ENTRAR EM VIGOR EM EXERCÍCIOS FUTUROS

A descrição das novas normas e interpretações encontra-se apresentada na nota 42.

- 1.4 RESUMO DAS PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras, descritos especificamente ao longo
do presente anexo, de uma forma geral, o BNA utiliza na preparação das suas demonstrações financeiras os seguintes princípios
contabilísticos e critérios valorimétricos.

- 1.4.1 ESPECIALIZAÇÃO DE EXERCÍCIOS

O Banco Nacional de Angola adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação às rubricas das
demonstrações financeiras. Desse modo, os proveitos e custos são reconhecidos em função do período de vigência das operações,
sendo registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento.

- 1.4.2 TRANSACÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA

As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo expressas em
kwanzas.

79
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multicurrency”, isto é, registadas nas
respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para kwanzas com base nas taxas de câmbio em vigor na data em que
ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são convertidos para kwanzas mediante a utilização da taxa
de câmbio média publicada pelo Banco na data de relato financeiro.

Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, quer sejam negativas ou positivas, são registados na demonstração dos
resultados do exercício em que ocorrem, nas respectivas rubricas de “Perdas e ganhos associados a diferenças cambiais” (nota 30).

- 1.4.3. INSTRUMENTOS FINANCEIROS

1.4.3.1 – Definições
Custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro - A quantia pela qual o activo financeiro ou o passivo
financeiro é mensurado no reconhecimento inicial deduzida dos reembolsos de capital, acrescida ou deduzida da amortização
acumulada usando o método do juro efectivo de qualquer diferença entre essa quantia inicial e a quantia à data do vencimento, e,
para os activos financeiros, ajustada por eventuais imparidades para perdas.
Desreconhecimento – A remoção de um activo financeiro ou de um passivo financeiro anteriormente reconhecido do balanço de
uma entidade.
Justo Valor – O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração. O BNA adopta
os guias definidos pela IFRS 13 para o cálculo do justo valor dos instrumentos financeiros consoante as suas propriedades.
Método do juro efectivo – O método que é utilizado para calcular o custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo
financeiro e na atribuição e reconhecimento do rédito de juros ou das despesas com juros nos resultados, durante o período
relevante.
Taxa de Juro Efectiva – A taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados ao longo
da duração esperada do activo financeiro ou do passivo financeiro à quantia escriturada bruta de um activo financeiro ou ao custo
amortizado de um passivo financeiro. Ao calcular a taxa de juro efectiva, o Banco estima os fluxos de caixa esperados considerando
todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo, pré-pagamento, extensão, opções call e semelhantes), mas
não considera as perdas de crédito esperadas. O cálculo inclui todas as comissões e pontos pagos ou recebidos entre as partes do
contrato que são parte integrante da taxa de juro efectiva, os custos de transacção, e todos os outros prémios ou descontos. Existe
um pressuposto de que os fluxos de caixa e a duração esperada de um grupo de instrumentos financeiros semelhantes possam
ser estimados fiavelmente. Contudo, quando tal não é possível, o Banco usa os fluxos de caixa contratuais durante todo o prazo
contratual do instrumento financeiro (ou grupo de instrumentos financeiros).
Teste SPPI – Avaliar se os fluxos de caixa contratuais decorrentes do activo são apenas pagamentos relativos a capital e a juros
calculados sobre a quantia de capital em dívida.

1.4.3.2 – Classificação e mensuração dos instrumentos financeiros


A) Activos financeiros – Instrumentos de dívida
Na data de reconhecimento inicial, os activos financeiros do Banco são classificados numas das seguintes categorias de mensuração:
- Activos financeiros ao custo amortizado;
- Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral; e
- Activos financeiros ao justo valor através de resultados.
A classificação e mensuração dos activos financeiros reflecte as características contratuais dos instrumentos em termos dos seus
fluxos de caixa, bem como o modelo de negócio do Banco para a sua gestão.
Aquando da aquisição de um activo financeiro, é efectuada uma análise às suas condições contratuais de forma a aferir se estas
dão lugar a fluxos de caixa em datas específicas, que são apenas pagamentos de capital e juros (teste SPPI – Solely Payments
of Principal and Interest). Nesta análise, o Banco avalia também, entre outras, as condições contratuais que, no momento do
reconhecimento inicial, tenham um efeito mínimo sobre os fluxos de caixa ou dependam da ocorrência de eventos excepcionais ou
altamente improváveis (como a liquidação por parte do emissor), o que por sua vez não impedem a sua classificação nas carteiras

80
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

ao custo amortizado ou ao justo valor através de outro rendimento integral.


Em relação à avaliação do modelo de negócio, esta não depende das intenções para um instrumento individual, mas sim para um
conjunto de instrumentos, agrupados em carteiras, tendo em consideração a natureza dos activos.
A.1.) Activos financeiros ao custo amortizado
Um activo financeiro deve ser mensurado ao custo amortizado se as seguintes condições forem verificadas em simultâneo:
- Se o activo apresentar características SPPI, ou seja, as condições contratuais do activo resultam em fluxos de caixa em
datas específicas e que são apenas pagamentos de capital e juros; e
- O activo for detido no âmbito de um modelo de negócio, cujo objectivo consiste em deter activos financeiros para
receber os fluxos de caixa contratuais.
Os activos financeiros classificados nesta categoria são inicialmente mensurados ao justo valor, acrescido dos custos directamente
atribuíveis à transacção, e subsequentemente mensurados ao custo amortizado através do método da taxa de juro efectiva, sendo
as variações no custo amortizado ao longo da vida útil do activo registadas no resultado do período.
Sempre que a estimativa de pagamentos e cobranças associadas a instrumentos financeiros valorizados pelo seu custo amortizado
for revista, o respectivo valor de balanço é ajustado por forma a reflectir os seus fluxos de caixa revistos. O novo custo amortizado é
apurado calculando o valor presente dos fluxos de caixa futuros revistos à taxa de juro efectiva ajustada do instrumento financeiro.
Este ajustamento no custo amortizado é reconhecido directamente na demonstração dos resultados.
Relativamente aos instrumentos indexados, a projecção dos fluxos de caixa futuros, no cálculo do seu custo amortizado, é efectuada
com base no valor nominal do instrumento considerando o valor do indexante na data de referência.
A.2). Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
Um activo financeiro deve ser mensurado ao justo valor através de outro rendimento integral se as seguintes condições forem
verificadas em simultâneo:
- Se o activo apresentar características SPPI; e
- Se o activo for detido no âmbito de um modelo de negócio, cujo objectivo seja alcançado através do recebimento dos
fluxos de caixa contratuais e da venda deste activo financeiro.
As variações de justo valor dos activos desta categoria são reconhecidas directamente em capitais próprios na rubrica “Diferenças
de reavaliação de justo valor”, até à maturidade ou venda do instrumento, momento em que o ganho ou perda anteriormente
reconhecido em capitais próprios é reclassificado para resultados. Exclui-se do referido a variação cambial, a qual é registada de
acordo com a política contabilística adoptada pelo BNA respeitante à reavaliação cambial.
Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto)
são registados em resultados, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.
A.3) Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Um activo deve ser mensurado ao justo valor através de resultados se não apresentar características SPPI, ou se o modelo de
negócio associado à sua detenção não se enquadrar como “para receber os fluxos de caixa contratuais” ou “para receber os fluxos
de caixa e vender” ou ainda se a sua mensuração ao justo valor através de resultados (de forma irrevogável) eliminar ou reduzir
significativamente alguma incoerência na mensuração ou no reconhecimento do activo financeiro (mismatch contabilístico).
O Banco classifica nesta categoria as aplicações geridas por entidades externas e fundos de investimento. As fontes de valorização
destes investimentos têm por base a seguinte informação:

- Reportes realizados pelos gestores externos;


- Informação Financeira auditada relativa aos fundos de investimento;
- Valor de mercado, para os títulos cotados;
- Outra informação disponível, nomeadamente para investimentos ilíquidos.

Para os instrumentos financeiros não cotados, o Banco desenvolveu um modelo interno de valorização tendo por base uma
análise exaustiva por posição de cada entidade considerando o (i) tipo de investimento, (ii) liquidez, (iii) condições contratuais, (iv)
composição da carteira e (v) transacções recentes de instrumentos similares.

81
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Após analise das características individuais e da respectiva composição das carteiras, para o BNA decidir a valorização é necessário
ter em consideração a (i) gestão discricionária, (ii) volatilidade das carteiras, (iii) acesso à informação qualitativa atempadamente,
(iv) cláusulas de rescisão contratual e (v) tipologia de instrumentos em carteira.
O montante dos compromissos de capital remanescente, assumidos junto dos gestores externos, está registado numa rubrica
extrapatrimonial, sendo actualizado simultaneamente sempre que é paga uma chamada de capital e aumentada a posição de
investimento junto da entidade em questão.

A.4) Activos financeiros concedidos ao Estado

No âmbito de reforço à tesouraria do Estado, os activos financeiros concedidos ao Ministério das Finanças previstos na Lei do Banco
Nacional de Angola são reconhecidos em balanço pelo seu justo valor no momento inicial e, posteriormente, ao custo amortizado.

A.5) Aplicações em Instituições de crédito


São classificadas nesta rúbrica Investimentos Financeiros de curto prazo e com elevada liquidez em Instituições Financeiras
Internacionais. Estes activos são registados ao custo amortizado, sendo periodificados os respectivos juros.

A.6) Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações e política monetária

Conforme previsto na Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode conceder empréstimos às instituições financeiras, por um
prazo não superior a 180 dias.

Estes financiamentos são registados pelo seu justo valor no momento inicial e, posteriormente, ao custo amortizado.

B) Activos financeiros – Instrumentos de capital


Os instrumentos de capital são obrigatoriamente mensurados ao justo valor, com as variações a serem reflectidas em resultados,
i.e., são classificados ao justo valor através de resultados.
Contudo, no reconhecimento inicial, a Norma permite que o Banco opte irrevogavelmente, e numa base de instrumento a instrumento,
por apresentar as variações do justo valor do instrumento de capital em outro rendimento integral (“OCI Option”). Esta opção é
aplicável somente a instrumentos que não são detidos para negociação, e em que não se verifique uma retribuição contingente
reconhecida por um adquirente numa concentração de actividades empresariais à qual se aplique a IFRS 3. Os instrumentos de
capital são considerados como mantidos para negociação quando o Banco tem a intenção de negociar as posições com vista a
realizar um lucro a curto prazo.
Como referido no parágrafo BC5.21 da Norma, o termo “instrumento de capital” é definido na IAS 32 – Instrumentos financeiros:
apresentação. Neste âmbito o IASB notou que, em circunstâncias particulares um instrumento puttable (ou um instrumento que
impõe a uma entidade uma obrigação de entregar a outra parte o pro rata dos activos líquidos da entidade apenas na liquidação) é
classificado como um instrumento de divida. Contudo, o IASB dá nota que tais instrumentos que não cumprem com a definição de
um instrumento de capital e, como tal, deverão ser analisados como instrumentos de dívida.
Quando o Banco opta pela “OCI Option”, os ganhos e perdas nos investimentos em instrumentos de capital mensurados ao justo
valor do instrumento de capital em outro rendimento integral são reconhecidos em outro rendimento integral e nunca poderão
ser reclassificados de capital para resultados (mesmo quando os mesmos são desreconhecidos). Relativamente aos dividendos,
deverá existir uma avaliação para determinar se estes representam uma recuperação de parte do custo de investimento ou não. Os
dividendos são usualmente reconhecidos em resultados, no entanto, se se concluir que os mesmos representam uma recuperação
de parte do custo de investimento os mesmos não serão reconhecidos em resultados. De acordo com a IFRS 9, mesmo quando o
Banco opta pela “OCI Option”, o instrumento de capital não tem que ser submetido à análise de imparidade.
O Banco reconhece os Fundos de Investimento na categoria de Activos Financeiros ao Justo Valor através de Resultados.
C) Passivos financeiros
Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições, títulos emitidos pelo Banco
Central, outros instrumentos no âmbito da política monetária, Recursos de Outras Instituições de Crédito e da Conta Única do
Tesouro, Financiamentos obtidos junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Outros Passivos.

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, deduzido de custos directamente
atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado.
Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade é reconhecida
na demonstração dos resultados durante a vida do passivo através do método da taxa de juro efectiva.
C.1) Notas e moedas em circulação
As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na rubrica de “Notas e moedas em
circulação”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos linearmente como gastos ao longo do período de vida útil das notas
e moedas, na rubrica “Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”, actualmente estimada em 5 anos.

C.2) Operações passivas de mercado aberto

Os fundos captados das instituições financeiras, decorrentes das operações de absorção de liquidez são registados na rubrica de
passivo “Responsabilidades para com instituições de crédito – Mercado monetário interbancário”, sendo os respectivos juros a
pagar reconhecidos à taxa efectiva durante a vigência do prazo das operações.

C.3) Fundo Monetário Internacional

O reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta instituição, que consideram as
características específicas das relações financeiras dos países membros com o Fundo.

As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas para kwanzas à taxa de câmbio à
data de referência, sendo os activos e passivos registados separadamente. Adicionalmente, todas as variações cambiais potenciais
das posições junto do FMI são reconhecidas na rubrica de Capitais Próprios “Diferenças de reavaliação cambial”, ao invés dos juros
e comissões pagas, decorrentes da relação mantida com esta entidade, que são reconhecidos na demonstração dos resultados.

C.4) Reservas Bancárias

Parte das reservas bancárias no Banco encontram-se constituídas por depósitos de Instituições Financeiras Nacionais. O Instrutivo
n.º 02/2021 conjugado com a Directiva n.º 07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e 06 de Julho, respectivamente, preveem que os
bancos comerciais possam constituir parte das reservas obrigatórias com títulos em moeda estrangeira. Estes são registados
pelo valor nominal, na linha de balanço das reservas bancárias com reflexo na linha do balanço” Operações de financiamento às
instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária”.

C.5) Outros depósitos


O BNA recebe depósitos de várias entidades públicas e do próprio Estado angolano, dado que de acordo com a alínea d) do n.º 1 do
art. 18.º da Lei N.º 24/21, de 18 de Outubro, o BNA é o banqueiro único do Estado.

Estes passivos financeiros são inicialmente reconhecidos ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado.

D) Método de valorização
ACTIVO Método de avaliação / Fonte de informação
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito Custo Amortizado
Aplicações em instituições de crédito Custo Amortizado
Activos financeiros ao justo valor através de resultados Justo valor com base nos extractos das entidades externas e outras fontes
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral Justo valor com base na bloomberg e com taxas do mercado
Fundo Monetário Internacional Justo valor através de resultados
Outros activos externos a receber Custo Amortizado
Activos financeiros recebidos no aumento de capital Justo valor com base nas taxas do mercado
Investimentos em associadas e outras entidades Custo de aquisição
Operações de financiamento às instituições de
crédito relacionadas com operações de política monetária Custo Amortizado
Activos financeiros concedidos ao Estado Custo Amortizado
Outros activos internos a receber Custo Amortizado

PASSIVO Método de avaliação / Fonte de informação


Notas e moedas em circulação Valor facial
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária Custo Amortizado
Fundo Monetário Internacional Justo valor através de resultados
Recursos de instituições financeiras Custo Amortizado
Operações de venda com acordo de recompra Custo Amortizado
Responsabilidades internas para com outras entidades Custo Amortizado

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

E) Reclassificação de instrumentos financeiros


As reclassificações dos activos financeiros são resultantes das alterações dos respectivos modelos de negócio, de acordo com
os requisitos da IFRS 9. As reclassificações são feitas de forma prospectiva a partir da data de reclassificação. De acordo com a
abordagem da IFRS 9, geralmente as mudanças no modelo de negócio ocorrem com pouca frequência.
Os passivos financeiros não podem ser reclassificados entre carteiras.

1.4.3.3 – Modelo de Negócio e Teste SPPI


A) Definição do Modelo de Negócio
O modelo de negócio refere-se à forma como o Banco gere os seus activos financeiros a fim de gerar fluxos de caixa. De acordo com
a IFRS 9, a geração dos fluxos de caixa pode resultar da:
a) Recolha dos fluxos de caixa contratuais;
b) Recolha dos fluxos de caixa contratuais e venda; ou
c) Outros (e.g. venda dos activos financeiros).
O modelo de negócio é determinado a um nível superior de agregação, isto é, não constitui uma abordagem de classificação
«instrumento a instrumento». A definição do modelo de negócio não é feita com base em cenários que o Banco não espera
razoavelmente que ocorram, tais como os denominados cenários «mais desfavoráveis» ou «de crise».
O Banco tem em consideração todos os dados pertinentes que estejam disponíveis à data da avaliação do modelo de negócio,
nomeadamente, entre outros:
a) A forma como o desempenho do modelo de negócio e os activos financeiros detidos no âmbito desse
modelo de negócio são avaliados e comunicados ao pessoal-chave da gestão do Banco;
b) Os riscos que afectam o desempenho do modelo de negócio (e os activos financeiros detidos no âmbito
desse modelo de negócio) e, em particular, a forma como esses riscos são geridos; e
c) O modo como os gestores do Banco são retribuídos (por exemplo, se a retribuição se baseia no justo valor
dos activos geridos ou nos fluxos de caixa contratuais recolhidos).
Os modelos de negócio definidos pelo Banco para a gestão dos seus activos financeiros são detalhados no manual “Estratificação
de instrumentos financeiros em carteiras homogéneos”.
A.1) Vendas no âmbito do modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais
Não obstante o modelo de negócio do Banco para a gestão de uma carteira de activos financeiros ser o de recolha dos fluxos
de caixa contratuais, o Banco não necessita de deter todos esses instrumentos até à sua data de vencimento. Assim, o modelo
de negócio do Banco para uma determinada carteira pode ser deter activos financeiros para recolher fluxos de caixa contratuais
mesmo quando ocorrem vendas de activos financeiros ou quando se espera que ocorram no futuro.
Vendas pouco frequentes ou pouco significativas, próximas do vencimento do activo bem como as vendas motivadas por aumentos
do risco de crédito dos activos financeiros incompatíveis com a política de investimento do Banco ou para gerir o risco de
concentração, entre outras, podem ser compatíveis com o modelo de deter os activos para receber fluxos de caixa contratuais.
Entendem-se, portanto, como “frequentes”:
i. Transacções que ocorrem pelo menos 2 vezes num período de 30 dias corridos; ou
ii. Transacções que ocorrem pelo menos 3 vezes num período de 12 meses corridos.
Da mesma forma, entendem-se como “significativas” as transacções que representem cumulativamente 5% do valor nominal da
carteira, na data da operação.
Consideram-se vendas perto da maturidade aquelas que têm lugar 3 meses antes da maturidade, para activos financeiros com
maturidades inferiores a 3 anos, ou 6 meses antes da maturidade, para activos financeiros com maturidades superiores a 3 anos.
Neste âmbito, consideram-se que as vendas perto da maturidade não colocam em causa o modelo de negócio se os proveitos
resultantes da venda se aproximarem daqueles que seriam recebidos tendo por base os fluxos de caixa contratuais remanescentes.
No âmbito da análise das vendas no modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais, o Banco utiliza o conceito
“aumento significativo do risco de crédito” tal como definido no âmbito do cálculo da imparidade.

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A.2) Avaliação periódica da adequabilidade dos modelos de negócio


Periodicamente (em base anual), o Banco procede a uma análise da adequabilidade dos modelos de negócio definidos no âmbito do
Comité de Gestão de Reservas e no Comité de Política Monetária, tendo por base o comportamento das várias carteiras de activos,
a qual inclui nomeadamente o seguinte:
1. Informação de contexto, explicando que se trata de um exercício de avaliação anual, que visa avaliar a estabilidade dos
modelos de negócio e a respectiva consistência face ao seu comportamento ao longo do período (ano anterior);

2. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente à carteira de activos classificados no âmbito do
modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais;

3. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente às carteiras de activos classificados no âmbito do
modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais e venda;

4. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente à carteira de activos classificado no âmbito de
outros modelos de negócio (e.g. venda/ negociação).

B) Teste SPPI
Caso um instrumento de dívida seja detido no âmbito de um modelo de negócio, cujo objectivo seja alcançado através do recebimento
dos fluxos de caixa contratuais ou alcançado através do recebimento dos fluxos de caixa contratuais e da venda deste activo
financeiro, o Banco deve avaliar se os fluxos de caixa contratuais decorrentes do activo são apenas pagamentos relativos a capital
e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida (teste SPPI). As áreas originadoras do negócio/risco são responsáveis pela
verificação do cumprimento do SPPI a cada operação de aquisição.
Quando o Banco efectua o teste SPPI considera que:
a) o capital é o justo valor do activo financeiro no reconhecimento inicial; e
b) os juros consistem numa retribuição pelo valor temporal do dinheiro, pelo risco de crédito associado ao
capital em dívida durante um determinado período e por outros riscos e custos básicos da concessão de
crédito, bem como numa margem de lucro.
Uma característica de fluxos de caixa contratuais não afecta a classificação do activo financeiro se apenas puder ter um efeito
de minimis nos fluxos de caixa contratuais do activo financeiro. Para fazer esta determinação, o Banco tem em conta o eventual
efeito da característica dos fluxos de caixa contratuais em cada período de relato e cumulativamente durante a vida do instrumento
financeiro. Além disso, se uma característica dos fluxos de caixa contratuais puder ter um efeito nos fluxos de caixa contratuais
superior a um efeito de minimis (num único período de relato ou cumulativamente), mas se essa característica não for genuína,
não afecta a classificação de um activo financeiro. Uma característica de fluxo de caixa não é genuína se afectar os fluxos de caixa
contratuais do instrumento apenas na ocorrência de um acontecimento que seja extremamente raro, altamente anormal e muito
pouco provável de ocorrer.
O teste SPPI é efectuado no reconhecimento inicial de um activo financeiro e, se aplicável, na data de qualquer alteração subsequente
nas características contratuais do instrumento (aplicável quando o instrumento financeiro se qualifica para desreconhecimento).
O Banco (por via das áreas originadoras do negócio/risco, por exemplo o Departamento de Gestão de Reserva e o Departamento de
Mercados e Activos) formaliza a análise SPPI dos novos activos financeiros adquiridos através da checklist desenhada para o efeito.
Sempre que o Banco conclui, no âmbito do teste SPPI, que o activo financeiro não dá origem a fluxos de caixa contratuais referentes
apenas a pagamentos relativos a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida, classifica mandatoriamente o
mesmo ao justo valor através de resultados.
C) Benchmark test
O valor temporal do dinheiro é o elemento dos juros que constitui uma retribuição pela mera passagem do tempo, isto é, o elemento
de valor temporal do dinheiro não constitui uma retribuição por outros riscos ou custos associados à detenção do activo financeiro.
Em alguns casos, o elemento de valor temporal do dinheiro pode ser modificado. Seria esse o caso, por exemplo, se a taxa de
juro de um activo financeiro fosse periodicamente redefinida, mas a frequência dessa redefinição não coincidisse com o prazo de
vencimento da taxa de juro (por exemplo, a taxa de juro é redefinida todos os meses como uma taxa a um ano) ou se a taxa de juro
de um activo financeiro fosse periodicamente redefinida para uma média de taxas de juro de curto e longo prazo específicas.

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em tais casos, o Banco avalia a alteração para determinar se os fluxos de caixa contratuais representam apenas pagamentos
relativos a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida. Aquando da avaliação de um elemento de valor temporal
do dinheiro modificado, o objectivo consiste em determinar o quão diferentes os fluxos de caixa contratuais (não descontados)
poderiam ser relativamente aos fluxos de caixa (não descontados) que surgiriam se o elemento de valor temporal do dinheiro não
tivesse sido modificado (os fluxos de caixa de referência). Se o elemento de valor temporal do dinheiro modificado for susceptível
de resultar em fluxos de caixa contratuais (não descontados) significativamente diferentes dos fluxos de caixa (não descontados) de
referência, o activo financeiro não cumpre com o critério SPPI e, por conseguinte, não pode ser mensurado pelo custo amortizado
ou pelo justo valor em outro rendimento integral.
No âmbito da avaliação referida anteriormente, o Banco considera a utilização do seguinte indicador:

O Banco assume que os fluxos de caixa contratuais são significativamente diferentes dos fluxos de caixa de referência se, no âmbito
da referida avaliação, resultar um threshold relativo superior a 5%. Se os fluxos de caixa contratuais forem significativamente
diferentes dos fluxos de caixa de referência o Banco conclui que o activo financeiro não cumpre com o critério SPPI.

1.4.3.4 – Desreconhecimento de activos financeiros


A) Princípios gerais
O Banco deve desreconhecer um activo financeiro quando, e apenas quando:
a) Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do activo financeiro expiram; ou
b) Transfere o activo financeiro tal como definido nos dois parágrafos seguintes e a transferência satisfaz
as condições para o desreconhecimento (ver parágrafo infra sobre avaliação da retenção dos riscos e
benefícios decorrentes da propriedade de um activo).
O Banco transfere um activo financeiro se, e apenas se, se verificar uma das situações seguintes:
a) Transferir os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa resultantes do activo financeiro; ou
b) Retiver os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa resultantes do activo financeiro, mas assumir
uma obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a um ou mais destinatários num acordo que
satisfaça as condições previstas no parágrafo seguinte.
Quando o Banco retém os direitos contratuais de receber os fluxos resultantes de caixa de um activo financeiro (o «activo original»),
mas assume uma obrigação contratual de pagar esses fluxos de caixa a uma ou mais entidades (os «destinatários finais»), o Banco
trata a transacção como uma transferência de um activo financeiro se, e apenas se, todas as três condições que se seguem forem
satisfeitas.
a) O Banco não tem qualquer obrigação de pagar quantias aos destinatários finais a menos que receba
quantias equivalentes resultantes do activo original. Os adiantamentos a curto prazo pelo Banco com o
direito de total recuperação da quantia emprestada acrescida dos juros vencidos às taxas de mercado
não violam esta condição.
b) O Banco está proibido pelos termos do contrato de transferência de vender ou penhorar o activo original
que não seja como garantia aos destinatários finais pela obrigação de lhes pagar fluxos de caixa.
c) O Banco tem uma obrigação de remeter qualquer fluxo de caixa que receba em nome dos destinatários
finais sem atrasos significativos. Além disso, o Banco não tem o direito de reinvestir esses fluxos de
caixa, excepto no caso de investimentos em dinheiro ou seus equivalentes (tal como definido na IAS 7
Demonstrações dos Fluxos de Caixa) durante o curto período de liquidação entre a data de recebimento
e a data da entrega exigida aos destinatários finais, e os juros recebidos como resultado desses
investimentos são passados aos destinatários finais.
Quando o Banco transfere um activo financeiro, deve avaliar até que ponto retém os riscos e benefícios decorrentes da propriedade
desse activo. Neste caso:
a) Se o Banco transferir substancialmente todos os riscos e benefícios decorrentes da propriedade do activo
financeiro, a entidade deve desreconhecer o activo financeiro e reconhecer separadamente como activos
ou passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência.

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

b) Se o Banco retiver substancialmente todos os riscos e benefícios decorrentes da propriedade do activo


financeiro, o Banco deve continuar a reconhecer o activo financeiro.
c) Se o Banco não transferir nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios decorrentes da
propriedade do activo financeiro, a entidade deve determinar se reteve o controlo do activo financeiro.
Neste caso:
i) Se o Banco não retiver o controlo, deve desreconhecer o activo financeiro e reconhecer separadamente como activos ou passivos
quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência;
ii) Se o Banco retiver o controlo, deve continuar a reconhecer o activo financeiro na medida do seu envolvimento continuado no
activo financeiro.
A transferência dos riscos e benefícios (referida no ponto anterior) é avaliada por comparação da exposição do Banco, antes e
depois da transferência, à variabilidade das quantias e momentos de ocorrência dos fluxos de caixa líquidos resultantes do activo
transferido.
d) Considera-se que o Banco reteve substancialmente todos os riscos e benefícios decorrentes da
propriedade de um activo financeiro se a sua exposição à variabilidade do valor actual dos fluxos de caixa
líquidos futuros resultantes do activo financeiro não se alterar significativamente como resultado da
transferência (por exemplo, porque o Banco vendeu um activo financeiro sujeito a um acordo de recompra
a um preço fixo ou ao preço de venda acrescido de uma remuneração do mutuante).
e) Considera-se que o Banco transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios resultantes da
propriedade de um activo financeiro se a sua exposição a essa variabilidade já não for significativa em
relação à variabilidade total do valor actual dos fluxos de caixa líquidos futuros associados ao activo.
Frequentemente, será óbvio se o Banco transferiu ou reteve substancialmente todos os riscos e benefícios resultantes da
propriedade e não haverá necessidade de efectuar quaisquer cálculos. Noutros casos, será necessário calcular e comparar a
exposição do Banco à variabilidade do valor actual dos fluxos de caixa líquidos futuros antes e depois da transferência. O cálculo
e a comparação são feitos usando como taxa de desconto uma taxa de juro adequada do mercado corrente. É tida em conta toda
a variabilidade razoavelmente possível dos fluxos de caixa líquidos, sendo atribuída maior ponderação aos resultados com maior
probabilidade de ocorrência.
A questão de saber se o Banco reteve ou não o controlo do activo transferido, depende da capacidade daquele que recebe a
transferência para vender o activo. Se aquele que recebe a transferência tiver capacidade prática para vender o activo na sua
totalidade a um terceiro não relacionado e for capaz de exercer essa capacidade unilateralmente e sem necessitar de impor
restrições adicionais à transferência, considera-se que o Banco não reteve o controlo. Em todos os outros casos, considera-se que
o Banco reteve o controlo.

B) Regras de desreconhecimento
No âmbito dos princípios gerais listados no ponto A) deste capítulo, e tendo em consideração que o processo de modificação
contratual pode levar em algumas circunstâncias ao desreconhecimento dos activos financeiros originais e ao reconhecimento
de novos, o propósito do ponto B) é definir os critérios e circunstâncias que levam ao desreconhecimento de um activo financeiro.
O Banco considera que uma modificação nos termos e condições de uma exposição irá levar ao desreconhecimento de uma
transacção e reconhecimento de uma nova quando as modificações resultam em pelo menos uma das seguintes condições:
i. Alteração da moeda, a menos que a taxa de câmbio entre a antiga e nova moeda seja fortemente
correlacionada;
ii. Eliminação ou adição de uma característica de conversão em capital a um instrumento de dívida, a
menos que não seja razoavelmente possível o seu exercício durante o seu prazo;
iii. Transferência do risco de crédito de um instrumento para outro credor ou uma alteração significativa
na estrutura de credores dentro do instrumento;
iv. Alteração do devedor ou alteração significativa nas condições do devedor.
A verificação da aplicação das regras de desreconhecimento é da responsabilidade do Departamento de Contabilidade e Gestão
Financeira.

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

1.4.3.5 – Determinação das perdas por imparidade em activos financeiros

1.4.3.5.1- Classificação em estágios


Em termos de perdas por imparidade, o Banco classifica todos os seus activos financeiros que sejam mensurados ao custo amortizado
bem como ao justo valor através de outro rendimento integral sob “estágios” de imparidade. Estes estágios são definidos de acordo
com as alterações no risco de crédito das entidades devedoras ou dos instrumentos em causa desde a sua aquisição, de acordo
com o seguinte:
Estágio 1 - Activos sem aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial
São classificados em Estágio 1 os activos que não registam um aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento
inicial, ou activos com baixo risco de crédito.
A maioria dos instrumentos financeiros do Banco, no momento da sua aquisição são considerados como estando no Estágio
1, devendo subsequentemente ser efectuada uma análise ao comportamento do seu risco de crédito de forma a aferir se há
necessidade, ou não, de serem reclassificados para o Estágio 2 (ou ainda para o Estágio 3).
Estágio 2 - Activos com aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial
Conforme anteriormente referido, sempre que for determinada a ocorrência de um aumento significativo do risco de crédito da
contraparte deve ser equacionada a transferência do(s) respectivo(s) instrumento(s) financeiro(s) para o Estágio 2. Exceptuam-se do
referido os activos que se considera apresentarem um baixo risco de crédito.
Estágio 3 - Activos em incumprimento (incluindo os adquiridos ou originados com imparidade)
Inserem-se neste estágio todos os instrumentos financeiros para os quais tenham sido verificados eventos de incumprimento de
acordo com a definição apresentada mais abaixo no ponto relativo aos conceitos de incumprimento e de cura.
Para os activos financeiros classificados no Estágio 3, os eventuais juros a receber, a reconhecer em resultados, são apurados face
ao custo amortizado líquido das perdas de crédito esperadas. Por outras palavras, todos os activos financeiros em Estágio 3 têm
impacto negativo directo na margem financeira, no montante do incumprimento. Por outro lado, importa salientar que a exposição
na data do incumprimento é líquida do justo valor de eventuais colaterais e garantias associadas.

1.4.3.5.2 – Metodologia de cálculo de perdas esperadas


O Banco estima as quantias equivalente às perdas de crédito esperadas num prazo de 12 meses. Todavia, em cada data de
relato, o Banco efectua a mensuração de perdas por uma quantia igual às perdas de crédito esperadas ao longo da respectiva
maturidade residual, caso o risco de crédito associado a esse instrumento financeiro tenha aumentado significativamente desde o
reconhecimento inicial. O cálculo dessas quantias deve obedecer a uma das seguintes metodologias:
A. Crédit Default Swap (CDS) spreads
O cálculo das perdas esperadas por imparidade tem por base os CDS spreads para o emitente. Os CDS spreads sobre a contraparte
constituem uma evidência sobre o risco de incumprimento percepcionado pelo mercado (um aumento no spread do CDS representa
uma deterioração na percepção da qualidade creditícia da contraparte). De acordo com esta metodologia, as perdas por imparidade
são calculadas, para cada estágio, tal como se segue:

Onde:
ECL – corresponde ao montante da perda por imparidade estimada (Expected Credit Loss);
CDS spread – CDS spread para 12 meses (ou para prazo ajustado à maturidade residual do activo, se inferior);

CDS spread forward i – CDS spread forward em cada período anual futuro (ano i);
EAD i – exposição ao incumprimento no período i (ano i) (Exposure at Default);
TJE – taxa de juro efectiva do activo financeiro;
n – número de períodos anuais (tendo por base a maturidade residual do activo financeiro);
QE – quantia escriturada do activo que se encontra em incumprimento;

CF i – fluxo de caixa gerado pelo activo no período i (depois de entrar em incumprimento)

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Relativamente às demonstrações financeiras do exercício findo a 31 de Dezembro de 2021, a metodologia de cálculo das perdas
por imparidade esperadas tendo por base os CDS spreads foi aplicada aos activos externos (i) Disponibilidades, (ii) Aplicações em
Instituições de Crédito e (iii) Títulos de Dívida Soberana Estrangeira.

B. Probabilidades de Incumprimento (PD) e Perdas dado o incumprimento (LGD)


Sempre que não exista informação publica sobre os CDS spread para determinada contraparte as perdas por imparidade são
calculadas tendo por base as probabilidades de incumprimento (PD) e perdas dado o incumprimento (LGD) associadas a cada
contraparte. De acordo com esta metodologia, as perdas por imparidade são calculadas, para cada estágio, tal como se segue:

Onde:
ECL – corresponde ao montante da perda por imparidade estimada (Expected Credit Loss);

PD i– probabilidade marginal de incumprimento no período i (ano i) – (Probability of Default);


LGD – corresponde à percentagem de perda sobre a exposição, caso o incumprimento se materialize (Loss Given Default);

EAD i – exposição ao incumprimento no período i (ano i) (Exposure at Default);


TJE – taxa de juro efectiva do activo financeiro;
n – número de períodos anuais (tendo por base a maturidade residual do activo financeiro);
QE – quantia escriturada do activo que se encontra em incumprimento;

CF i – fluxo de caixa gerado pelo activo no período i (depois de entrar em incumprimento)

No exercício findo a 31 de Dezembro de 2021, a metodologia de cálculo das perdas por imparidade esperadas tendo por base as
Probabilidades de incumprimento (PD) e Perdas dado o incumprimento (LGD) foi aplicada aos activos internos que corresponde
(i) os Títulos de Dívida Soberana Nacional, (ii) os Activos Financeiros concedidos ao Estado e (iii) Outros Activos e Exposições
extrapatrimoniais com risco de crédito associado.

C. Análise individual
Para as exposições em instituições de crédito nacionais, o Banco procede a uma análise individual de imparidade tendo por base
uma ficha desenvolvida especificamente para o efeito.

1.4.3.5.3 – Conceito de Incumprimento e de Cura

A. Conceito de incumprimento
No âmbito do modelo de imparidade IFRS 9, o Banco considera que existe incumprimento quando se verifica pelo menos uma das
condições a seguir identificadas:
i. Existem pagamentos contratuais em mora por um período superior a 90 dias;
ii. Violações de outras cláusulas contratuais;
iii. Dificuldades financeiras significativas do mutuário;
iv. Desaparecimento do mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades financeiras;
v. O mutuante, por questões relacionadas com dificuldades financeiras, ter concedido ao mutuário facilidades;
vi. Falência provável ou outras reorganizações financeiras; e
vii. Compra ou criação de activos financeiros a grande desconto que reflicta a perda de crédito incorrida.

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

B. Conceito de cura
No âmbito do modelo de imparidade IFRS 9, o Banco considera que existe evolução de cura preconizado no Instrutivo 08/2019, de
27 de Agosto quando se verifiquem simultaneamente as seguintes condições:
i. Uma melhoria da situação do devedor, sendo expectável, mediante a análise da condição financeira, o reembolso total de
acordo com as condições originais do contrato ou modificadas;
ii. O devedor não apresenta qualquer valor vencido; e
iii. Decorreu um período de quarentena de 1 (um) ano, após o primeiro pagamento de capital, em que o devedor cumpriu com
as suas responsabilidades regularmente, ou seja, em que o devedor liquidou um valor significativo de capital e juros do
contrato sem que tenha apresentado qualquer exposição vencida por um período superior a 30 (trinta) dias.

1.4.3.5.4 – Indícios de Aumento Significativo de Risco de Crédito


O Banco tem devidamente especificado, em documento próprio, critérios de suporte à análise da qualidade creditícia das contrapartes
para as quais apresenta exposição, nomeadamente ao nível da sua alocação pelos três estágios de risco previstos na IFRS 9.

- 1.4.4. OURO

O ouro é valorizado em dólares norte-americanos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de Nova Iorque. As valias potenciais
provenientes da valorização ao justo valor e da reavaliação cambial são registadas em contas distintas de “Diferenças de
reavaliação”. As valias efectivas são registadas na demonstração dos resultados, no momento da alienação das posições de ouro
detidas. As valias efectivas resultantes do justo valor são registadas nas rubricas “Ganhos em activos não financeiros” ou “Perdas
em activos não financeiros”, consoante tratar-se de mais ou menos valias, respectivamente. As valias efectivas resultantes da
reavaliação cambial são registadas nas rubricas “Ganhos associados a diferenças cambiais” ou “Perdas associadas a diferenças
cambiais”, consoante tratar-se de mais ou menos valias, respectivamente.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva de imparidade,
considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na rubrica “Diferenças de
reavaliação de justo valor” é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período, sendo que posteriores
variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma alteração positiva no justo valor
do activo resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.

- 1.4.5. ACTIVOS TANGÍVEIS

Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, sendo deduzido das respectivas amortizações e perdas por
imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas posteriores ao reconhecimento inicial, associadas
ao seu uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos incorridos com benfeitorias que permitam um acréscimo dos
benefícios económicos futuros estimados inicialmente, bem como um aumento da vida útil do bem são capitalizados no valor do
activo.

As amortizações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida útil estimada, correspondente
ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Anos de vida útil


Imóveis 50
Equipamento:
Mobiliário e material 10
Máquinas e ferramentas 10
Equipamento informático 3 a 10
Instalações interiores 10
Material de transporte 3
Equipamento de segurança 3 a 10
Outro equipamento 10
Obras em imóveis arrendados 3a5

Os terrenos e o património artístico, detidos pelo Banco não são objecto de depreciação.

As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da sua utilidade esperada ou do
contrato de arrendamento.

Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos tangíveis, o BNA realizará
testes de imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de
entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos resultados do exercício, na rubrica
“Imparidade de outros activos”.

O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas facturadas ao Banco, sendo transferido para imobilizado
firme quando está disponível para ser utilizado, iniciando-se então a sua depreciação.

- 1.4.6. ACTIVOS INTANGÍVEIS

Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados utilizados no desenvolvimento
da actividade do Banco.

Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de amortizações e perdas por imparidade. As
depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do período de vida útil estimada dos activos, o qual
corresponde a um período de três anos. Anualmente, é efectuada uma análise para apuramento de eventuais perdas por imparidade.

Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos intangíveis, o BNA realizará
testes de imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de
entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos resultados do exercício, na rubrica
“Imparidade de outros activos”.

- 1.4.7. BENEFÍCIOS A COLABORADORES

a. Benefícios de curto prazo


Os benefícios de curto prazo tais como os salários, os subsídios de Natal e férias são reflectidos em resultados na rubrica
de “Custos com pessoal - Remuneração e outros benefícios” no período a que respeitam, de acordo com o princípio da
especialização de exercícios.

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b. Benefícios pós-emprego

O Banco estabeleceu, em 2010, um plano de benefícios definidos, assegurando aos seus empregados, ou familiares destes em caso
de morte, o pagamento de pensões de reforma complementar, pensões de sobrevivência e subsídio por morte. A esta data, este
plano contempla apenas reformados e pensionistas, pelo que não terá novas adesões.

O Banco assegura igualmente aos reformados e respectivo cônjuge o pagamento das despesas com assistência médica e
medicamentosa. Adicionalmente, o Banco oferece anualmente aos seus reformados uma compensação de Natal.

A responsabilidade do Banco com planos de reforma (planos de benefício definido) é estimada anualmente, com referência a 31 de
Dezembro de cada ano, sendo o seu cálculo efectuado por actuários independentes. As responsabilidades com serviços passados
são calculadas utilizando o método Projected Unit Credit e pressupostos actuariais considerados adequados.

A responsabilidade do Banco relativa ao plano de pensões de benefício definido e outros benefícios é calculada separadamente
para cada plano, através da estimativa do valor de benefícios futuros que cada colaborador deve receber em troca pelo seu serviço
no período corrente e em períodos passados. O benefício é descontado de forma a determinar o seu valor actual, sendo aplicada a
taxa de desconto correspondente à taxa de obrigações emitidas pelo Estado angolano.

O custo de juros com o plano de pensões é calculado pelo Banco multiplicando a responsabilidade com pensões de reforma/
benefícios de saúde pela taxa de desconto utilizada para efeitos da determinação das responsabilidades atrás referida. Nessa
base, o custo de juros inclui o custo dos juros associado às responsabilidades com pensões de reforma / benefícios de saúde
mensurados com base na taxa de desconto utilizada no cálculo das responsabilidades.

Os ganhos e perdas de remensuração, nomeadamente, os ganhos e perdas actuariais, resultantes das diferenças entre os
pressupostos actuariais utilizados e os valores efectivamente verificados (ganhos e perdas de experiência) e das alterações de
pressupostos actuariais, são reconhecidos por contrapartida de capital próprio na rubrica de “Resultados transitados”.

O Banco reconhece na sua demonstração dos resultados um valor total líquido que inclui (i) o custo do serviço corrente, (ii) o custo
de juros com o plano de pensões, (iii) os custos com serviços passados e, (iv) os efeitos de qualquer liquidação ou corte ocorridos
no período. Os valores a reconhecer na demonstração dos resultados são reconhecidos como custos e proveitos consoante a sua
natureza.

Na sequência da entrada em vigor da nova Lei Geral do Trabalho relativamente ao artigo 262 - Compensação de reforma, o Conselho
de Administração deliberou, a 27 de Dezembro de 2016, a continuação deste benefício para todos os trabalhadores admitidos antes
de 13 de Setembro de 2015.

Todavia, na 10ª Sessão Ordinária do Conselho de Administração ocorrida a 29 de Outubro de 2019, foi deliberado o cancelamento
deste benefício para todos os trabalhadores que passassem à reforma após 31 de Dezembro de 2019. Desta forma, este benefício
foi descontinuado desde essa data.

Planos de contribuição definida


Durante o exercício de 2015, mediante a publicação do despacho n.º 335/15, de 27 de Outubro, foi constituído o fundo de pensões
dos trabalhadores do BNA, para cobrir o plano de contribuição definida, constituído no exercício de 2015.
Para o plano de contribuição definida, as responsabilidades relativas ao benefício atribuível aos colaboradores do Banco são
reconhecidas como um gasto do período quando devidas.
Um plano abrange todos os colaboradores que a ele tenham aderido. Para este plano, designado contributivo, são efectuadas
contribuições mensais pelos colaboradores e pelo Banco, nas percentagens definidas no regulamento do plano.

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- 1.4.8. PROVISÕES E PASSIVOS CONTINGENTES

Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos passados
relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e que este possa ser determinado com fiabilidade. O montante da
provisão corresponde a melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a responsabilidade na data do balanço. De acordo
com o n.º 2 do artigo 86.º da Lei Orgânica do Banco, o Conselho de Administração pode criar outras reservas e provisões destinadas
a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que determinadas naturezas de activos ou operações estejam particularmente sujeitas.

A rubrica “Provisão para riscos diversos” e “Provisão para risco de crédito de garantias prestadas” inclui provisões para cobrir
potenciais responsabilidades de natureza específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou outros compromissos,
abertura de contingências relativas a questões cambiais e outras responsabilidades ou contingências legais e fiscais.

Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes são apenas
objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.

No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve sempre avaliar o risco sistémico a que o sistema financeiro
nacional está sujeito. Adicionalmente, tendo em consideração o contexto macroeconómico actual, a supervisão do Banco Nacional
de Angola tem-se revelado cada vez mais necessária junto do sistema financeiro.
Assim, de forma a espelhar nas demonstrações financeiras do BNA esta preocupação, dever-se-á registar uma provisão do risco
sistémico do sector financeiro. Nesse sentido, o seu apuramento assenta num modelo scoring que visa essencialmente avaliar
a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo o total dos passivos financeiros,
deduzido das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias.

- 1.4.9. OUTROS RISCOS REGULAMENTARES GARANTIAS PRESTADAS E COMPROMISSOS IRREVOGÁVEIS

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo valor
em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos reconhecidos em resultados ao longo do período de vida das
operações.

No âmbito da adopção da IFRS 9, o risco de crédito das garantias prestadas serem convertidas em obrigações é registado como
uma provisão, de acordo com o modelo de apuramento de perdas esperadas adoptado pelo Conselho de Administração.

- 1.4.10. IMPOSTOS

Nos termos do Art. 97º, da Lei 22/21 de 18 de Outubro, o BNA encontra-se isento de pagamento de impostos, taxas, emolumentos
e custas judiciais, nos termos da legislação.

Neste contexto, não sendo os seus rendimentos sujeitos à tributação em sede do Imposto Industrial, o BNA não se encontra
adstrito à submissão da Declaração Anual de Rendimentos do Imposto Industrial (“Declaração Modelo 1”).

Não obstante as isenções estabelecidas na Lei do Banco Nacional de Angola, o BNA encontra-se, ainda assim, obrigado a proceder
à liquidação do imposto devido por via da retenção na fonte (na qualidade de substituto tributário) e a entregar o imposto devido
ao Estado, nos casos em que recai sobre este, tal responsabilidade, nomeadamente:

a) Imposto Predial Urbano: O Banco é responsável por, aquando do pagamento da renda relativa aos imóveis arrendados, efectuar
a retenção do IPU à taxa de 25% e, a entregar o imposto retido na repartição fiscal da área do imóvel, até ao final do mês
seguinte àquele a que respeita o pagamento da renda.
b) Imposto de Selo: Sobre os contratos de arrendamento incide imposto de selo, competindo ao Banco efectuar a retenção de
imposto à taxa de 0,4% sobre o valor da renda mensal recebida e sua posterior entrega ao Estado.
c) Imposto Industrial (Retenção na fonte): O Banco é responsável por, aquando do pagamento da factura de fornecedores de
serviços (pessoas colectivas residentes e não residentes), efectuar a retenção na fonte do Imposto Industrial à taxa de 6,5% às
pessoas colectivas residentes e 15% pessoas colectivas não residentes e a entregar o imposto retido na repartição fiscal até
ao final do mês seguinte àquele a que respeita o pagamento.

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d) Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (Trabalhadores por conta própria): O Banco é responsável por, aquando do
pagamento da factura de fornecedores de serviços individuais por conta própria, efectuar a retenção na fonte de Imposto sobre
os Rendimentos do Trabalho à taxa de 6,5% e a entregar o imposto retido na repartição fiscal até ao final do mês seguinte
àquele a que respeita o pagamento.
e) Imposto sobre o Valor Acrescentado: Após implementação do IVA em Angola no dia 1 de Outubro de 2019, a sua adopção foi
deliberada pelo Conselho de Administração do BNA no dia 3 de Outubro de 2019. Nos termos da Lei do IVA (Lei n.º 7/19, de 24
de Abril, conjugada com a Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto), o BNA enquadra-se no Regime geral do IVA previsto no Código deste
imposto enquanto sujeito passivo cadastrado na Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes (cf. alínea a) do n.º 2 do art. 3.º da
Lei n.º 7/19, de 24 de Abril). Neste contexto, o BNA deve cativar 50% do imposto contido na factura ou documento equivalente
na transmissão de bens ou prestação de serviços efectuadas por fornecedores residentes em Angola (cf. n.º 2 do art. 21.º do
Código do IVA), sendo o restante 50% entregue a estes fornecedores. Adicionalmente, quando as prestações de serviços forem
efectuadas por fornecedores não residentes em Angola, o BNA deverá (auto) liquidar o IVA angolano quando tais prestações
forem localizadas, para efeitos deste imposto, em território angolano (cf. n.º 2 do artigo 29.º do Código do IVA). Considerando
que o BNA efectua operações não tributáveis em sede de IVA que não conferem direito à dedução, o mesmo não poderá deduzir
o IVA incorrido nas aquisições de bens e serviços.

- 1.4.11. CAPITAL SOCIAL

Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em que são subscritos pelo valor
nominal, sendo o montante não realizado é registado na rubrica de “Capital subscrito não realizado”. No caso de o aumento de
capital ser efectuado com a entrega de títulos por um valor diferente do seu justo valor, a diferença para o justo valor dos títulos
recebidos, à data da sua realização, é registada na rubrica “Desconto de emissão de capital” (nota 19).

- 1.4.12. RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 88.º da Lei Orgânica do Banco e
dividem-se entre (i) reserva legal, (ii) reservas especiais e (iii) reservas livres.

Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar aplicação por parte do
Conselho de Administração.

De acordo com o n.º 8, do art.º 89 da Lei do BNA, o remanescente do dividendo decorrente da afectação prevista nos números
anteriores do referido artigo, será imputado, em primeiro lugar, aos créditos sobre o Estado não reembolsados e o restante é
distribuído ao Departamento Ministerial Responsável pelas Finanças, como receitas para o Orçamento Geral do Estado.

- 1.4.13. DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA DAS OPERAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA

Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira, o Banco considera como
caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e todos os depósitos a prazo com maturidade inferior
a três meses a contar da data de aquisição/contratação, partes integrantes das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições
de crédito” (nota 3) e “Aplicações em instituições de crédito” (nota 4).

- 1.4.14. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E INCERTEZAS ASSOCIADAS À APLICAÇÃO DAS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

Na preparação das demonstrações financeiras do Banco, são utilizadas estimativas e valores futuros esperados. Estas estimativas
são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos, proveitos e custos, assim como de passivos contingentes
divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras do Banco incluem as abaixo apresentadas:

a. Pensões de reforma e sobrevivência e compensação de Natal e assistência médica e medicamentosa dos activos e
reformados

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ANUAL DE CONTAS 2021

As responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência são estimadas tendo por base avaliações actuariais efectuadas por
peritos externos. Estas estimativas incorporam um conjunto de pressupostos financeiros e actuariais, nomeadamente a taxa de
desconto, tábuas de mortalidade, invalidez e crescimento das pensões, entre outros.

Os pressupostos adoptados correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração quanto ao comportamento futuro
das referidas variáveis.

As responsabilidades com subsídio de Natal e assistência médica e medicamentosa dos activos e reformados são estimadas
tendo por base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos, tendo por base pressupostos actuariais e financeiros,
nomeadamente a taxa de desconto, a taxa de inflação e as tábuas de mortalidade. O Banco considera que as responsabilidades
registadas nas demonstrações financeiras reflectem de forma adequada a melhor estimativa na data de balanço dos montantes a
desembolsar.

b. Perdas por imparidade


O Banco efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de perdas por imparidade,
conforme referido na política contabilística descrita respeitante às exposições com risco de crédito, nomeadamente:
- Aplicações em instituições de crédito;
- Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (Activos sobre o exterior e internos)
- Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária
- Activos financeiros concedidos ao Estado
- Outros activos internos a receber
- Empréstimos aos trabalhadores
- Garantias prestadas

O processo de avaliação da carteira de crédito, de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida, é sujeito
a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a probabilidade de incumprimento, as notações de risco,
o valor dos colaterais associado a cada operação, as taxas de recuperação e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros, quer
do momento do seu recebimento.

Metodologias alternativas e a utilização de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes das perdas
por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

c. Provisões para risco sistémico do sector bancário

No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve avaliar o risco sistémico a que o sistema financeiro
nacional está sujeito. A provisão para risco sistémico assenta num modelo de scoring que visa essencialmente avaliar a exposição
das instituições financeiras bancárias ao risco, considerando o total dos seus passivos financeiros deduzido das disponibilidades
líquidas das instituições financeiras bancárias.

d. Determinação do justo valor dos instrumentos financeiros

O justo valor baseia-se em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de informação de mercado, é determinado
com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado ou com base em
metodologias de avaliação baseadas em métodos de fluxos de caixa futuros descontados, considerando as condições de mercado,
o valor temporal, a curva de taxa de juro e outros factores, em conformidade com os requisitos da IFRS 13 – Mensuração pelo Justo
Valor.

O Banco classifica na categoria de Activos Financeiros ao justo valor, através de resultados, os montantes geridos por entidades
externas e fundos de investimento. As fontes de valorização destes investimentos têm por base a informação recebida das entidades.

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Para os instrumentos financeiros não cotados, o Banco desenvolveu um modelo interno de valorização tendo por base uma
análise exaustiva por posição de cada entidade considerando o (i) tipo de investimento, (ii) liquidez, (iii) condições contratuais,
(iv) composição da carteira e (v) transacções recentes de instrumentos similares. Após analise das características individuais e da
respectiva composição das carteiras, para o BNA decidir a valorização é necessário ter em consideração (i) gestão discricionária, (ii)
volatilidade das carteiras, (iii) acesso à informação qualitativa atempadamente, (iv) cláusulas de rescisão contratual e (v) tipologia
de instrumentos em carteira.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de


determinado modelo, pode originar valorizações diferentes daquelas reportadas e resumidas na nota 39.

2. Ouro

A 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Oz ( *) Montante Oz ( *) Montante
592 901 601 896 592 901 729 614
(* )
1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o Banco detém 592,90 mil onças de ouro (Oz) a um preço médio de 1,68 mil dólares norte-
americanos, sendo o seu valor de mercado nestas datas de 1,83 mil dólares norte-americanos e 1,89 mil dólares norte-americanos,
respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Diferenças de reavaliação de justo valor” em capital próprio referente à posição
do ouro, regista uma menos valia potencial que ascende a 43,86 mil milhões de kwanzas e 76,43 mil milhões de kwanzas,
respectivamente (nota 20).

3. Caixa e disponibilidades em instituições de crédito

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
No exterior
Depósitos à ordem 784 057 290 774
No país
Depósitos à ordem
Em moeda estrangeira 3 770 4 432
Em moeda nacional 2 300 219
Notas e moedas em caixa
Em moeda estrangeira 43 663 11 209
Em moeda nacional 811 -
Fundo de maneio
Em moeda nacional 12 19
50 556 15 879
834 613 306 653

Durante o exercício de 2021, a rubrica de “Depósitos à ordem no exterior “, registou uma variação positiva de 493,28 mil milhões
de kwanzas face a 31 de Dezembro de 2020. Esta variação é essencialmente explicada, pelos (i) recebimentos em nome do Tesouro
Nacional, no âmbito do Programa de Financiamento Ampliado – FMI, Banco Mundial, Banco da China e impostos petrolíferos, (ii)
vencimentos de Títulos de Dívida Soberana Estrangeira e (iii) vencimentos de depósitos a prazo.

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os saldos apresentados na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em moeda
estrangeira” encontram-se maioritariamente denominadas em dólares norte-americanos. Fazem parte, os meios físicos existentes
nas tesourarias nas unidades de estrutura de Luanda e de cada uma das delegações regionais, sendo o seu controlo efectuado
regularmente por meio de inventários físicos e os valores apreendidos no âmbito da operação Caranguejo.

4. Aplicações em instituições de crédito

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
No exterior
Depósitos a prazo
Valor aplicado 3 273 723 3 578 110
Juros a receber 755 1 295
Perdas por imparidade esperada (3 246) (2 660)
3 271 232 3 576 745

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA em bancos
internacionais, com prazos máximos até um ano e remuneradas a uma taxa média anual de 0,88% e 0,52%, respectivamente.

A variação registada nessa rubrica é essencialmente explicada pela valorização do kwanza face ao dólar norte-americano e o
aumento de aplicações junto de instituições de crédito.

A composição da rubrica “Depósitos a prazo – Valor aplicado” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2021
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 847 324 1 099 158 660 344 666 897 3 273 723
847 324 1 099 158 660 344 666 897 3 273 723

2020
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 1 353 709 1 006 429 933 245 284 728 3 578 110
1 353 709 1 006 429 933 245 284 728 3 578 110

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas aplicações em instituições de crédito são analisados conforme segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial 2 660 - - 2 660


Ajustamento de transição IFRS 9 - - - -
Movimentação do período -
Activos financeiros originados ou adquiridos 1 227 - - 1 227
Variações cambiais e outros movimentos (641) - - (641)

Saldo final 3 246 - - 3 246

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

5. Outros activos financeiros ao justo valor

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica de Outros activos financeiros ao justo valor apresenta a seguinte composição:
2020
2021 2020
(reexpresso)
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Instrumentos de dívida:
Dívida pública e corporate 211 824 255 651 255 651
Dívida estruturada 64 349 80 924 80 924
Instrumentos de capital:
Fundos de capital de risco 272 073 310 639 36 944
Depósitos e outros activos monetários 16 167 13 289 13 289
Outros instrumentos de capital 8 479 5 647 5 647
572 892 666 149 392 454
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros
Valor nominal 1 580 622 1 250 416 1 250 416
Variações de justo valor (Nota 20) 15 076 17 434 17 434
Prémio ou desconto (1 154) 4 681 4 681
Rendimentos a receber 6 615 7 201 7 201
Perdas por imparidade esperada (561) (686) (686)
Operações de venda com acordo de recompra
Valor nominal 628 580 2 448 759 2 448 759
Variações de justo valor (Nota 20) 8 763 83 013 83 013
Prémio ou desconto (1 828) (8 340) (8 340)
Rendimentos a receber 2 378 10 157 10 157
Perdas por imparidade esperada (193) (1 393) (1 393)
Organismos financeiros internacionais
Valor nominal 650 726 608 028 608 028
Variações de justo valor (Nota 20) (3 872) 7 187 7 187
Prémio ou desconto 3 144 2 932 2 932
Rendimentos a receber 2 599 3 299 3 299
2 890 895 4 432 688 4 432 688

3 463 787 5 098 837 4 825 142


Activos internos
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Obrigações do Tesouro
Valor nominal
Obrigações em moeda nacional não reajustáveis 1 695 527 1 488 534 1 488 534
Obrigações em moeda estrangeira 294 162 4 710 4 710
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 13 770 - -
Variações de justo valor (Nota 20) (47 134) (9 624) (9 624)
Prémio ou desconto (551 623) (565 191) (565 191)
Rendimentos a receber 49 177 33 496 33 496
Perdas por imparidade esperada (48 037) (79 548) (79 548)
1 405 842 872 377 872 377

4 869 629 5 971 214 5 697 519

Activos sobre o Exterior

Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica de Balanço “Activos sobre o Exterior - activos financeiros ao justo valor através de
resultados” no montante de 572,89 mil milhões de kwanzas (31 de Dezembro de 2020 (reexpresso): 666,15 mil milhões de
kwanzas) é composta por duas carteiras de activos financeiros, uma gerida por gestores externos e a outra gerida internamente.

98
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o detalhe por portfolio é como segue:

2021
Fundos de Outros Depósitos e
Dívida Dívida pública
capital de instrumentos outros activos TOTAL
estruturada e Corporate
risco de capital monetários
Gestores Externos
BANCO MUNDIAL - 119 847 - - 2 650 122 497
UBS - 91 977 - - 4 316 96 292
CA INDOSUEZ 64 349 - - - 8 459 72 808
ATRIUM - - - 8 479 742 9 222
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED - - 259 529 - - 259 529
RIVERSTONE - - 2 172 - - 2 172
CARLYLE - - 10 373 - - 10 373
Carteiras sob gestão interna
Magenta Limited I - - - - - -
Magenta Limited II - - - - - -
Magenta Limited V - - - - - -
GOLDEN ASSET - - - - - -
GOLDEN ASSET - ABD - - - - - -
Q. PLAZA - - - - - -
Total 64 349 211 824 272 073 8 479 16 167 572 892

2020 (reexpresso)
Fundos de Outros Depósitos e
Dívida Dívida pública
capital de instrumentos outros activos TOTAL
estruturada e Corporate
risco de capital monetários
Gestores Externos
BANCO MUNDIAL - 143 001 - - 773 143 775
UBS - 112 650 - 5 647 (5 011) 113 285
CA INDOSUEZ 80 924 - - - 4 297 85 221
ATRIUM - - - - 13 230 13 230
Fundos de Investim entos -
GEMCORP FUND LIMITED - - 273 695 - - 273 695
RIVERSTONE - - 23 710 - - 23 710
CARLYLE - - 13 234 - - 13 234
Carteiras sob gestão interna
GOLDEN ASSET - - - - - -
GOLDEN ASSET - ABD - - - - - -
Q. INVESTMENT - - - - - -
Q. PLAZA - - - - - -
Quantum Liquidity - - - - - -
Total 80 924 255 651 310 639 5 647 13 289 666 149

No decorrer do exercício de 2017, o BNA iniciou o investimento junto da entidade Gemcorp Fund Limited, através de um investimento
inicial no montante de 300 milhões de dólares norte-americanos. No contexto da preparação das Demonstrações Financeiras
referentes a 31 de Dezembro de 2020, o Conselho de Administração deliberou efectuar um ajustamento do seu valor de Balanço
para um justo valor nulo considerando (i) a inexistência de detalhe integral quanto aos activos subjacentes, (ii) a não obtenção dos
modelos de valorização dos activos subjacentes e (iii) a revisão do período de investimento de 2022 foi possível para 2024.
No decorrer do exercício de 2021, o Conselho de Administração obteve informação adicional que permitiu avaliar o justo valor
deste. A obtenção desta informação levou à deliberação do Conselho de Administração do reconhecimento integral do justo valor
deste investimento com efeitos a 31 de Dezembro de 2020 e 2021, no montante de 273,70 mil milhões de kwanzas e 259,5 mil
milhões de kwanzas, respectivamente.

Durante o exercício de 2019, o Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola (BNA) iniciou um processo de
desinvestimento dos activos ilíquidos, formalizando desta forma a venda de um conjunto de activos, reconhecidos no Balanço por
um montante nulo, dada a reduzida informação disponível e consequente fiabilidade de mensuração.

O processo de desinvestimento deveu-se a necessidade de harmonizar a composição da carteira de investimento das Reservas
Internacionais ao preceituado nos documentos basilares para a gestão de reservas, nomeadamente a Política de Investimentos e
Linhas Mestras. Em detalhe, os portfólios administrados pelas entidades gestoras continham activos financeiros não elegíveis no
âmbito da Política de Investimentos.

99
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

No decurso de 2021, o BNA promulgou um acordo de compra e venda, para a transferência de todos direitos, títulos e interesses
detidos sobre os activos de duas carteiras sob gestão interna constituídas por activos ilíquidos, Q. Investment e Quantum
Liquidity, cuja contrapartida foi o recebimento do montante de USD 3 dólares e o direito a uma “upside sharing” equivalente
a uma percentagem do valor de recuperação desses activos, que mereceu a designação de Projecto Magenta (Magenta Limited
I, II, e V). Esta transacção permitiu ao BNA proceder ao desreconhecimento contabilístico dos activos Q. Investment e Quantum
Liquidity, nomeadamente porque o BNA não reteve nem o controlo nem a maioria dos riscos e benefícios associados aos activos.
Adicionalmente, reconheceu os novos activos (Magenta Limited I, II, e V) pelos novos direitos adquiridos cujo justo valor se estima
em zero kwanzas.
Adicionalmente, o acordo promulgado também inclui a opção única e exclusiva por parte do BNA de alienação um conjunto
de Hedge Funds, anteriormente geridos por uma entidade externa (Golden Asset). Estes activos não foram desreconhecidos
contabilisticamente pelo facto de o BNA manter o controlo e a maioria dos riscos e benefícios associados.
Em 31 de Dezembro de 2021, o Banco Nacional de Angola dispõe ainda de um conjunto de activos remanescentes das carteiras sob
gestão interna (Q. Plaza e Golden Asset – ABD), sem liquidez no mercado. Face ao modelo interno de valorização adoptado pelo
Banco, o Conselho de Administração deliberou manter o seu valor de Balanço num justo valor nulo. Adicionalmente, estão em curso
acções para dissolução e alienação destes activos.

Durante o exercício de 2021, e em conformidade com o plano de desinvestimento determinado pelo Conselho de Administração
respeitante a carteira de activos financeiros ao justo valor através de resultados, o Banco recebeu cerca de 19,42 mil milhões de
kwanzas (cerca de 31,50 milhões de dólares norte-americanos).

As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em fundos de
investimento alternativo junto de gestores externos, registadas em contas extrapatrimoniais – compromissos perante terceiros não
residentes, ascendem em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a aproximadamente 47,81 mil milhões de kwanzas e 93,49 mil milhões
de kwanzas, respectivamente (nota 22).

As mais ou menos valias realizadas e potenciais destas aplicações são reflectidas na rubrica da demonstração de resultados
“Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (nota 27).

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a composição da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral” - Títulos de dívida soberana estrangeira – Valor nominal” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2021
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 398 896 1 181 726 - - 1 580 622
Organismos financeiros internacionais 260 841 389 885 - - 650 726
Operações de venda com acordo de recompra 109 609 518 972 - - 628 580
769 346 2 090 582 - - 2 859 928

2020
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Operações de venda com acordo de recompra 893 394 1 328 784 226 581 - 2 448 759
Emissores públicos estrangeiros 704 054 209 270 337 092 - 1 250 416
Organismos financeiros internacionais 302 715 240 353 64 959 - 608 028
1 900 163 1 778 407 628 633 - 4 307 203

Os resultados potenciais da valorização da carteira de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - títulos
de dívida soberana estrangeira ao seu justo valor são reconhecidos nos Capitais Próprios na rubrica “Diferenças de reavaliação de
justo valor” (Nota 20). Os resultados realizados desta carteira, são registados em resultados do exercício na rubrica “Resultados de
activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” (nota 28).

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média anual de 1,7%
e 2,1% respectivamente.

100
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nos títulos da dívida soberana estrangeira são analisados conforme segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 2 079 - - 2 079
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos 316 - - 316
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (1 171) - - (1 171)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos (470) - - (470)
Saldo final 754 - - 754

Activos Internos

Em 31 de Dezembro de 2021, a variação positiva do saldo da rubrica “Activos internos - Activos financeiros ao justo valor através de
outro rendimento integral” é principalmente atribuível (i) à aquisição de Títulos do Tesouro Nacional denominados em dólar norte-
americano no valor nominal de 522,7 milhões de dólares norte-americanos pela liquidação do crédito concedido ao Estado, (ii) à
liquidação da operação de redesconto de uma instituição financeira mediante entrega de títulos e pela compra de títulos a bancos
comerciais para cumprimento de Reserva Obrigatória, e (iii) à reversão das perdas por imparidade atribuível ao upgrade da Dívida
Pública Angolana por parte da agência de rating Moody’s durante o exercício de 2021.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o saldo da rubrica “Obrigações em moeda nacional não reajustáveis”, inclui Obrigações do
Tesouro emitidas pelo Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no exercício de 2011, tal como
definido na Lei n.º 16/10 de 15 de Junho, Lei do BNA revogada pela Lei 24/21, de 18 de Outubro. Estes títulos, com maturidade de
20 anos, caracterizam-se por não apresentarem remuneração associada (taxa zero).
Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a desagregação por prazos residuais do valor nominal das Obrigações do Tesouro
classificadas nas rubricas de “Activos internos - Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” é a
seguinte:

2021
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional não reajustáveis 69 167 422 169 190 000 1 014 191 1 695 527
Obrigações em moeda estrangeira 4 023 - 290 139 - 294 162
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 13 770 - - - 13 770

2020
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional não reajustáveis 10 454 95 456 178 433 1 204 191 1 488 534
Obrigações em moeda estrangeira - 4 710 - - 4 710

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os títulos de dívida pública nacional são remunerados a uma taxa média anual de 19,3% e
22,34%, respectivamente.

101
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade das obrigações do tesouro são analisados conforme segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 44 994 34 554 - 79 548
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos 3 362 20 084 - 23 446
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (25 663) (22 469) - (48 132)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências de estágios: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - (6 825) - (6 825)
Saldo final 22 693 25 344 - 48 037

O diferimento do prémio/desconto das Obrigações do Tesouro Nacional é reconhecido na rubrica da demonstração dos resultados
“Juros e rendimentos similares” (nota 23).

6. Fundo monetário internacional

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm a seguinte
composição:

2021 2020

Fundo Monetário Internacional SDR Kwanza SDR Kwanza


Quota FMI 740 574 870 740 692 441
Depósitos de conta corrente do FMI (626) (486 675) (626) (586 202)
Posição de reserva no FMI 114 88 195 114 106 240
Direitos de saque especiais (DSE) 851 660 708 187 175 140
Posição activa sobre o FMI 965 748 903 301 281 379
Contas nº2 0 29 0 43
Atribuição de direitos de saque especiais (DSE) 982 763 114 273 255 472
Posição passiva para com o FMI 982 763 143 273 255 516

Em 31 de Dezembro de 2021 a Posição passiva para com o FMI – verifica-se uma variação essencialmente explicada por dois efeitos
positivos (i) atribuição de DSE em Agosto de 2021 pelo Fundo Monetário Internacional a Angola no montante de 709 milhões de
DSE, que corresponde cerca de 551 milhões de kwanzas e pela (ii) reavaliação cambial resultante da actualização da taxa de câmbio
entre DSE/AOA.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a taxa de câmbio de 1 Direito de Saque Especial (DSE) para kwanza corresponde a
aproximadamente 776,75 e 935,61, respectivamente.

7. Outros activos internos a receber

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
No interior

Valor a receber de instituições financeiras 34 332 34 332


Imparidade - Valor a receber (34 332) (34 332)
Valor a receber de entidades não financeiras 26 143 20 778
Imparidade - Devedores diversos - Fornecedores (9 161) (9 917)
16 982 10 861

102
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021, o saldo apresentado na rubrica “Valor a receber de instituições financeiras” corresponde ao valor de
duas instituições financeiras (Banco Angolano de Negócios e Comércio e Banco MAIS) que não dispõem de licença bancária, o BNA
procedeu à reclassificação dos saldos a receber para esta rubrica, mantendo a perda por imparidade sobre a totalidade do valor.
Durante o exercício de 2021, a 2.ª Secção da Sala de Comércio, Propriedade Industrial do Tribunal de Comarca de Luanda, sob o n.º
2327/19-A (01/21-B), decreta falência ao Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC).
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade “Valor a receber de instituições financeiras” são analisados conforme segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 34 332 34 332
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 34 332 34 332

Em 31 de Dezembro de 2021, os saldos registados na rúbrica “Valores a receber de entidades não financeiras” é essencialmente
justificada pelo i) pagamento de down payment referente a empreitada de construção do cash center do Banco Nacional de
Angola e ii) os valores pagos no âmbito de contratos que foram celebrados para a aquisição de activos fixos tangíveis, bem como
para a prestação de serviços que apresentaram indícios de irregularidades nos exercícios anteriores, sobretudo por não ter sido
comprovada a aquisição de bens ou contrapartida de serviço. Os valores registados decompõem-se como se segue:

2021 2020
Valor a receber de entidades não financeiras
Fornecedores de activos fixos tangíveis 23 161 17 894
Prestadores de serviços 2 982 2 884

Imparidade - Devedores diversos - Fornecedores (9 161) (9 917)-


16 982 10 861

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade Devedores Diversos - Fornecedores são analisados conforme segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 9 917 9 917
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - (756) (756)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 9 161 9 161

103
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

8. Operações às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Mercado monetário interbancário
Títulos
Títulos afectos para cumprimento de RO-ME 685 340 1 138 301
Perdas por imparidade esperada (9 959) (115 544)
Instituições Financeiras
Operações de redesconto
Valor cedido 256 963 356 963
Perdas por imparidade esperada (256 963) (256 963)
Juros a receber - 2 670
Operações ocasionais de cedência de liquidez
Valor aplicado 28 000 -
Perdas por imparidade esperada (1 853) -
Juros a receber 70 -
701 598 1 125 427

A rubrica “Títulos afectos para cumprimento de RO-ME” corresponde a Obrigações do Tesouro entregues pelos bancos comerciais
com o valor nominal no montante de 1,23 mil milhões de dólares norte-americanos, para cumprimento de reservas obrigatórias
em moeda estrangeira, de acordo com o previsto no Instrutivo nº 02/2021 e na Directiva n.º 07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e
06 de Julho, respectivamente, estando de igual modo contabilizadas na rubrica “Reservas bancárias” (nota 13), que se encontram
registadas pelo valor apurado pelo Departamento de Mercados de Activos (DMA).

Em 31 de Dezembro de 2021, a variação verificada na rubrica Títulos afectos para cumprimento de RO-ME é essencialmente
justificada pela (i) alteração da percentagem para cumprimento das RO-ME de 80% para 50%, (ii) reversão da imparidade decorrente
do upgrade da Dívida Pública Angolana por parte da agência de rating Moody’s durante o exercício de 2021 para além do efeito
temporal sobre as exposições classificadas em estágio 2 e (iii) pelo efeito da apreciação cambial do Kwanza face ao dólar norte-
americano.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nos títulos afectos para cumprimento de RO-ME são analisados conforme
segue:
2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial 13 726 101 818 - 115 544


Movimentação do período -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (10 780) (87 250) - (98 030)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos (1 273) (6 282) - (7 555)

Saldo final 1 673 8 286 - 9 959

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Operações de redesconto” apresenta a seguinte distribuição por instituição financeira:
2021 2020
Valor Rendimentos a Imparidade Valor líquido Rendimentos a Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido
cedido receber Acumulada de Balanço receber Acumulada de Balanço
Banco Económico 256 963 - (256 963) - 256 963 - (256 963) -
Banco de Poupança e Crédito - - - - 100 000 2 670 - 102 670
256 963 - (256 963) - 356 963 2 670 (256 963) 102 670

As operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, e são concedidas a
exclusivo critério do BNA, mediante solicitação formal da instituição financeira, nos termos regulamentares, sendo realizadas com
o compromisso de recompra dos activos dados em garantia.
No primeiro trimestre de 2021, a instituição financeira liquidou a operação de redesconto no valor nominal de 100 mil milhões de
kwanzas através de Títulos do Tesouro Nacional pelo seu justo valor (nota 5).

104
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021, o saldo apresentado na rubrica “Operações de redesconto – Valor cedido” corresponde a operações
de assistência de liquidez realizada em 2016 ao Banco Económico, S.A. no valor total de 256,96 mil milhões de kwanzas.

Nos termos do nº 2 do Artigo 24º da Lei do BNA, o BNA pode conceder créditos às instituições financeiras bancárias solventes,
que enfrentem problemas temporários de liquidez por um período não superior a 180 dias. Não obstante, devido às dificuldades de
liquidez desta instituição de crédito, esta operação foi sucessivamente renovada até Março de 2017, mantendo-se no balanço até
a data.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas “Operações de redesconto” são analisados conforme segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - - 256 963 256 963


Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final - - 256 963 256 963

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta a seguinte distribuição:
2021 2020
Rendimentos Imparidade Valor líquido Rendimentos Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
a receber Acumulada de Balanço a receber Acumulada de Balanço
Banco de Comércio e Indústria 25 500 63 (22) 25 541 - - - -
Banco Económico 2 500 7 (1 831) 676 - - - -
28 000 70 (1 853) 26 217 - - - -

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas “Operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta a seguinte
distribuição:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - - - -
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco 22 - 1 831 1 853
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final 22 - 1 831 1 853

105
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

9. Activos financeiros concedidos ao Estado

Nos termos do nº 1 do artº 35 da Lei n.º 24/21 de 18 de Outubro, o BNA pode conceder ao Estado um crédito em conta corrente até
ao limite equivalente a 10% das receitas ordinárias do Orçamento Geral do Estado arrecadadas no último ano, sendo que o valor
do crédito e os respectivos juros devem ser liquidados até 31 de Dezembro do ano a que respeite.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2021 2020
Activos financeiros concedidos ao Estado - 334 427
Perdas por imparidade - (21 642)
- 312 785

No primeiro semestre 2021, foi aprovado através do Decreto Executivo n.º 114/21, de 4 de Maio, a emissão especial de Obrigações
do Tesouro em moeda externa até ao limite equivalente a (522,79 milhões de dólares norte-americanos) para liquidação da operação
existente a 31 de Dezembro de 2020. Estes títulos, emitidos em 10 de Maio de 2021, por um prazo de 5 (cinco) anos e remunerados
à taxa fixa de 5,9%/ano foram reconhecidos na carteira Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nos activos financeiros concedidos ao Estado são analisados conforme segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - 21 642 - 21 642
Movimentação do período -
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - (21 522) - (21 522)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para:
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - (120) - (120)

Saldo final - - - -

106
10. Activos tangíveis e intangíveis

Os movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de 2021 e 31 de Dezembro de 2020 foram os seguintes:

Saldos em 31-12-2020 Movimentos decorridos no exercício de 2021 Saldos em 31-12-2021


Abates Transferências
Reversão ou
Valor Amortizações Valor Amortizações do Valor Valor Valor Amortizações Valor
Imparidade Aquisições (Amortizações) (reforço) de perdas (Amortizações) Imparidade
bruto acumuladas líquido exercício Bruto Bruto bruto acumuladas líquido
por imparidade
Activos tangíveis
Imóveis 30 098 (6 757) (71) 23 270 1 631 (676) - - 66 - - 31 729 (7 433) (5) 24 291
Equipamento 27 580 (14 106) - 13 474 16 874 (4 836) - - - 44 454 (18 942) - 25 512
Património artístico 66 - - 66 - - - - - - - 66 - - 66
Activos tangíveis em curso 50 794 - - 50 794 9 173 - - - - - 59 967 - - 59 967
108 538 (20 863) (71) 87 604 27 678 (5 512) - - 66 - - 136 216 (26 375) (5) 109 836

Activos intangíveis
Softw are 7 456 (3 871) - 3 585 2 567 (2 994) - - - - - 10 023 (6 865) - 3 158
115 994 (24 734) (71) 91 189 30 245 (8 506) - - 66 - - 146 239 (33 240) (5) 112 994

Saldos em 31-12-2019 Movimentos decorridos no exercício de 2020 Saldos em 31-12-2020


Abates Transferências
Reversão ou
Valor Amortizações Valor Amortizações do Valor Valor Valor Amortizações Valor
Imparidade Aquisições (Amortizações) (reforço) de perdas (Amortizações) Imparidade
bruto acumuladas líquido exercício Bruto Bruto bruto acumuladas líquido
por imparidade
Activos tangíveis
Imóveis 29 676 (6 132) (73) 30 023 422 (625) - - 2 - - 30 098 (6 757) (71) 23 270
Equipamento 23 578 (10 897) - 13 800 4 720 (3 376) (357) 167 - - - 27 580 (14 106) - 13 474
Património artístico 66 - - 66 - - - - - - - 66 - - 66
Activos tangíveis em curso 23 849 - - 26 326 26 945 - - - - - 50 794 - - 50 794
77 169 (17 029) (73) 70 215 32 087 (4 001) (357) 167 2 - - 108 538 (20 863) (71) 87 604

Activos intangíveis
Softw are 7 456 (4 915) - 2 541 2 768 (952) - - - - - 7 456 (3 871) - 3 585

84 625 (21 944) (73) 72 756 34 855 (4 953) (357) 167 2 - - 115 994 (24 734) (71) 91 189

Durante o exercício de 2021, foi possível reverter perdas por imparidade no montante de 66,00 milhões de kwanzas, pelo que em 31 de Dezembro de 2021 o total de perdas por imparidade
sobre activos tangíveis (imóveis), corresponde ao montante de 5,00 milhões de kwanzas considerando que ainda se encontra em curso o processo de legalização de um conjunto de activos
imobiliários.
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso, por delegação:

2021 2020
Luanda 54 400 45 711
Moxico 3 732 3 732
Kuando-Kubango 1 095 823
Cabinda 601 389
Benguela 81 81
Huila 53 53
Huambo 5 5
59 967 50 794

A variação positiva verificada no ano de 2021 nas rubricas “Luanda, Kuando-Kubango e Cabinda” decorre essencialmente das obras
em curso da reabilitação e extensão do edifício sede, do projecto Cash Center, edifício Menongue e Delegação de Cabinda nos
montantes de 7,11 mil milhões de kwanzas, 2,07 mil milhões de kwanzas, 271,88 mil milhões de kwanzas e 212,20 mil milhões de
kwanzas, respectivamente.

11. Outros valores activos

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020

Devedores e outras aplicações


Pessoal
Empréstimos cedido 60 415 46 305
Perdas por imparidade esperada (4 120) (3 438)
Devedores diversos 27 032 6 433
Adiantamentos a fornecedores 1 741 8 513
Despesas com encargo diferido
Emissões de notas e moedas 19 371 17 976
Fornecimentos e serviços de terceiros 2 954 298
Outros activos
Depósitos de transgressões cambiais 8 006 13 317
Economato 2 339 2 311
Venda de divisas a prazo - 3 081
Contas de regularização 72 981 2 594
190 719 97 390

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado da seguinte
forma:

2021 2020
Fundo social
Projectos habitacionais 15 241 9 644
Apoio social 6 198
Compra da dívida dos trabalhadores 3 361 3 842
Empréstimos aos empregados 3 990 4 671
Custos a diferir 37 817 27 950
60 415 46 305

Perdas por imparidade esperada (4 120) (3 438)


(4 120) (3 438)

56 295 42 867

108
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

No âmbito da política social vigente no BNA e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho de
Administração decidiu conceder empréstimos à habitação aos seus colaboradores, assegurando uma correcta alocação de recursos
financeiros face às demais responsabilidades da instituição. Neste contexto, o saldo das rubricas “Empréstimos aos empregados”
e “Projectos habitacionais” representa o montante em dívida que se encontra a ser reembolsado pelos trabalhadores.

A rubrica “Compra da dívida dos trabalhadores” corresponde à compra da dívida dos trabalhadores junto das instituições financeiras
bancárias, que se encontra a ser amortizado periodicamente pelos trabalhadores a favor do Banco.

Em todas as modalidades de crédito concedidos aos colaboradores a taxa de juro associada é de 0%.

No âmbito da IFRS 9, a 31 de Dezembro de 2021 o Banco apurou perdas esperadas aos créditos concedidos aos trabalhadores no
montante de 4,12 mil milhões de kwanzas.

De acordo com a IFRS 9, no momento do seu reconhecimento inicial, todos os instrumentos financeiros devem ser registados
ao justo valor, e se o justo valor for diferente do momento pago/recebido, a diferença deverá ser reconhecida em resultados do
exercício. No entanto, atendendo aos créditos concedidos aos colaboradores, a IAS 19 – Benefícios aos Empregados permite um
tratamento diferente, uma vez que assume que este benefício (uma vez que todos os financiamentos aos colaboradores do Banco
são à taxa de juro zero, ou seja, uma taxa de juro inferior ao mercado) faz parte da remuneração do colaborador. Desta forma, a
diferença entre o valor nominal e o justo valor é reconhecido no Balanço na rubrica “Custos a diferir” (por contrapartida da redução
do valor do crédito concedido), sendo depois reconhecido em resultados durante o período mais curto entre (i) a duração do crédito
ou (ii) o número de anos que medeia entre a data de concessão do crédito e a data legal em que o colaborador se reforma.

O Banco efectuou o apuramento do justo valor dos créditos concedidos aos colaboradores à data da sua concessão, sendo que a 31
de Dezembro de 2021, o valor por reconhecer em resultados ascende a 37,82 mil milhões de kwanzas.
A movimentação da imparidade reconhecida no exercício é como segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 29 899 2 510 3 438
Activos financeiros originados ou adquiridos 110 199 331 640
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (19) (68) 129 42
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para:
Estágio 1 0 11 (11) 0
Estágio 2 (1) 1 0
Estágio 3 (177) (20) 197 (0)
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final (58) 1 022 3 156 4 120

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta o seguinte detalhe:

2021 2020
Outros valores a receber do MinFin 26 884 6 223
Outros devedores diversos 126 -
Cauções a receber 17 17
Crédito Físcal 3 -
Valores repatriados Banco Namíbia 2 2
Por transmissão de acções a EMIS - 191
27 032 6 433

109
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Outros valores a receber do MinFin” diz respeito ao valor de juros e comissões a
receber do Ministério das Finanças (MinFin) creditados na conta de haveres em DSE pelo FMI no âmbito do acordo de entendimento
entre o BNA e o MINFIN do Programa de Financiamento Ampliado.

Em 31 de Dezembro de 2020, o saldo da rubrica “Por transmissão de acções a EMIS” é referente ao valor a receber dos bancos
comerciais na venda de 18% das acções do BNA junto da empresa Interbancária de Serviços (EMIS) efectuada em Dezembro de
2020. Com a finalização deste processo, o BNA deixou de deter acções junto da EMIS.

A rubrica “Devedores e outras aplicações – Adiantamentos a fornecedores” corresponde integralmente aos montantes adiantados
às empresas de produção de notas e moedas nacionais.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o saldo da rubrica “Emissões de notas e moedas” apresentam a seguinte distribuição:

2021 2020
Notas 17 149 14 872
Moedas 2 222 3 104
19 371 17 976

No decorrer de 2021, o BNA emitiu as notas da nova série de “2020” que circulará juntamente com a série “2012” até ao dia 31
de Dezembro de 2021, de acordo com o aviso n.º 16/2020, de 06 de Julho (nota 12).
Nos exercícios de 2021 e 2020, foram reconhecidos custos relativos à emissão de notas e moedas nos montantes de 14,38 mil
milhões de kwanzas e 5,35 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 31). A variação verificada na rubrica é essencialmente
justificada pelo aumento dos custos diferidos em virtude das emissões de notas e moedas efectuadas no período e pelo registo
dos custos das notas da serie 2012, pelo facto de estar previsto a retirada de circulação das mesmas em 31 de Dezembro de 2021.

Em 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Contas de regularização” contém um montante de 55,50 mil milhões de kwanzas
referente a um título de dívida pública estrangeira com um valor nominal de 100 milhões de dólares norte-americanos que maturou
em 31 de Dezembro de 2021 e que se encontra pendente de liquidação.

12. Notas e moedas em circulação

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresentava a seguinte composição:

2021 2020
Emissão monetária
Notas emitidas 885 949 689 155
Moedas emitidas 15 080 15 166
Notas e moedas para circulação
Notas (328 978) (151 203)
Moedas (3 462) (4 011)
568 589 549 107

Esta rubrica representa a emissão de notas e moedas das séries 2012 e 2020 que o Banco Nacional de Angola colocou no mercado
como instrumento de facilitação das transacções comerciais do País, deduzido dos valores faciais que o BNA detém e que aguardam
a entrada em circulação no mercado.

Os custos associados à depreciação anual das notas estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos – Despesas com encargo
diferido” (nota 11), os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após a sua emissão, ao longo da vida útil
estimada das notas.

Nos termos da Lei n.º 7/2020, de 30 de Março que autoriza o Banco Nacional Angola a emitir e colocar em circularização uma nova
série de notas do kwanza, denominada “Série 2020”, o BNA, emitiu o aviso n.º 16/2020, de 06 de Julho com objectivo de fixar o
calendário da introdução da “Série 2020” e retirada de circulação da “Série 2012”, no âmbito do qual ficou estabelecido o seguinte:

110
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

As notas da “Série 2012” manter-se-ão a circular juntamente com a “Série 2020”, até ao dia 31 de Dezembro de 2021;

A partir do dia 1 de Janeiro de 2022, as notas da “Série 2012” deixam de ter curso legal e poder liberatório, cessando, assim a
obrigatoriedade da sua aceitação como meio de pagamento ou liquidação de quaisquer obrigações pecuniárias, e serão retiradas
de circulação;

De 1 de Janeiro a 30 de Junho de 2022, as notas da “Série 2012” poderão ser depositadas em contas bancárias de qualquer banco
comercial;

De 1 de Julho de 2022 a 31 de Dezembro de 2026, as notas da “Série 2012” serão aceites para troca na Sede e Delegações
Regionais do Banco Nacional de Angola, assim como nos bancos comerciais que venham a ser autorizados.

13. Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de política
monetária

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Reservas bancárias
Em moeda nacional
Reserva líquida 1 576 541 1 112 008
Em moeda estrangeira
Títulos 685 340 1 138 301
Reserva líquida 982 584 699 837
3 244 465 2 950 146
Mercado monetário interbancário
Operações ocasionais de absorção de liquidez
Operações com instituições financeiras
Valor absorvido 676 839 314 254
Encargos a pagar 8 936 1 151
Operações com instituições não financeiras
Valor absorvido 200 000 -
Encargos a pagar 898 -
Operações permanentes de absorção de liquidez
Depósitos overnight - 49 600
886 673 365 005
4 131 138 3 315 151

A rubrica “Reservas bancárias - Reserva líquida” representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira efectuados
pelas instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas aos níveis mínimos de reservas
obrigatórias definidos pelo Banco, as quais não são remuneradas.

Em 31 de Dezembro de 2021, de acordo com o Instrutivo n.º 02/2021 conjugado com a Directiva n.º 07/DMA/2021, de 10 de
Fevereiro e 06 de Julho, respectivamente, que revoga o Instrutivo n.º 16/2020, são elegíveis para o cumprimento das reservas
obrigatórias em moeda estrangeira as Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira pertencentes à carteira própria registada no
Sistema Integrado de Gestão de Mercado de Activos (SIGMA), emitidas a partir de 2015. Estes títulos (OT em moeda estrangeira)
estão contabilizados ao custo amortizado na rúbrica “Operações às instituições de crédito relacionadas com operações de política
monetária” (nota 8). Esta rubrica registou uma variação decorrente do aumento do coeficiente em moeda externa de 17% para 22%
e pelo efeito da apreciação do kwanza face ao dólar norte-americano.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o coeficiente considerado para o apuramento das reservas bancárias em moeda nacional
ascende a 22%, sobre a base de incidência.

A rubrica “Mercado monetário interbancário” inclui todas as operações ocasionais de absorção de liquidez realizadas em moeda
nacional, destinadas a gerir a liquidez do sistema bancário nacional.

111
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de absorção de
liquidez” em mercado aberto com instituições financeiras apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira:

2021 2020

Valor Encargos a Valor Encargos a


Instituição financeira Total Total
absorvido pagar absorvido pagar

Banco Angolano de Investimentos 184 590 1 863 186 453 3 044 - 3 044
Banco de Fomento de Angola 124 624 1 914 126 538 16 376 103 16 479
Standard Bank Angola 119 006 1 356 120 363 42 956 95 43 052
Banco Internacional de Crédito 75 626 1 228 76 854 30 837 211 31 048
Banco Sol SARL 46 919 473 47 392 - - -
Banco VTB Africa 28 177 487 28 664 10 989 5 10 994
Finibanco Angola, SA 24 703 519 25 222 6 789 30 6 819
Banco Comercial do Huambo 16 928 277 17 205 727 6 733
Standard Chartered Bank de Angola 13 928 209 14 137 3 071 26 3 098
Banco Comercial Angolano 10 503 193 10 695 3 903 16 3 919
Banco de Crédito do Sul 8 779 62 8 841 3 435 32 3 467
Banco de Desenvolvimento de Angola 7 094 150 7 244 76 202 293 76 495
Banco Valor 5 817 57 5 874 2 035 19 2 054
Banco de Negócios Internacional 4 669 98 4 768 5 688 - 5 688
Banco YETU 4 024 39 4 064 2 364 22 2 386
Banco BAI Micro Finanças SA 843 0 843 1 015 - 1 015
Banco Regional do Keve 607 12 619 1 338 12 1 350
Banco Comércio e Indrustria - - - 51 638 95 51 733
Banco Privado Atlântico - - - 29 156 37 29 193
Banco de Investimento Rural - - - 10 307 95 10 402
Banco Económico - - - 9 178 38 9 216
Banco Caixa Geral Totta de Angola - - - 2 862 12 2 874
Banco Prestígio - - - 346 3 349
676 839 8 936 685 776 314 254 1 151 315 405

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de absorção de
liquidez” em mercado aberto com instituições não financeiras apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira:

2021 2020
Valor Encargos a Valor Encargos a
Instituição não financeira Total Total
absorvido pagar absorvido pagar
Administração Geral Tributária (AGT) 200 000 898 200 898 - - -
200 000 898 200 898 - - -

Esta rubrica engloba operações de absorção de liquidez no montante de 200 mil milhões de kwanzas (ver nota 37.6 – Transacções
com Partes Relacionadas).

112
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez em instituições
financeiras – Valor absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2021
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 a 6 meses Total

Banco Angolano de Investimentos 5 168 179 422 - 184 590


Banco de Fomento de Angola 31 038 93 586 - 124 624
Standard Bank Angola 24 049 94 958 - 119 006
Banco Internacional de Crédito 18 038 57 588 - 75 626
Banco Sol SARL 11 463 35 457 - 46 919
Banco VTB Africa 7 603 20 574 - 28 177
Finibanco Angola, SA 7 535 17 168 - 24 703
Banco Comercial do Huambo 3 789 13 139 - 16 928
Standard Chartered Bank de Angola 5 393 8 536 13 928
Banco Comercial Angolano 751 9 752 - 10 503
Banco de Crédito do Sul 4 123 4 656 - 8 779
Banco de Desenvolvimento de Angola 3 143 3 951 - 7 094
Banco Valor 2 195 3 622 - 5 817
Banco de Negócios Internacional 2 180 2 489 - 4 669
Banco YETU 526 3 498 - 4 024
Banco BAI Micro Finanças SA 843 - - 843
Banco Regional do Keve - 607 - 607-
127 836 549 002 - 676 839

2020
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 a 6 meses Total
Banco de Desenvolvimento de Angola 59 761 16 441 - 76 202
Banco Comércio e Indrustria 44 626 7 010 - 51 637
Standard Bank Angola 32 875 10 081 - 42 956
Banco Internacional de Crédito 22 552 8 284 - 30 837
Banco Privado Atlântico 25 366 3 790 - 29 156
Banco de Fomento de Angola 15 000 1 376 - 16 376
Banco VTB Africa 10 478 511 - 10 989
Banco de Investimento Rural 10 307 - - 10 307
Banco Económico 5 073 4 105 - 9 178
Finibanco Angola, SA 5 413 1 376 - 6 789
Banco de Negócios Internacional 5 688 - - 5 688
Banco Comercial Angolano 2 177 1 726 - 3 903
Banco de Crédito do Sul - 3 436 - 3 436
Standard Chartered Bank de Angola 3 071 3 071
Banco Angolano de Investimentos 3 044 - - 3 044
Banco Caixa Geral Totta de Angola 1 522 1 340 2 862
Banco YETU - 2 364 - 2 364
Banco Valor - 2 035 - 2 035
Banco Regional do Keve - 1 338 - 1 338
Banco BAI Micro Finanças SA 1 015 - 1 015
Banco Comercial do Huambo 518 209 - 727
Banco Prestígio - 346 - 346
248 488 65 766 - 314 254

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez em instituições não
financeiras – Valor absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2021
Instituição não financeira Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 a 6 meses Total
Administração Geral Tributária (AGT) - 200 000 - 200 000
- 200 000 - 200 000

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a taxa média de remuneração das “Operações ocasionais de absorção de liquidez” é de
11,60% e 10,5%, respectivamente.

113
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a composição da rubrica “Operações permanentes de absorção de liquidez – Depósitos
“overnight ” apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Instituições financeiras Valor absorvido Encargos a pagar Total Valor absorvido Encargos a pagar Total
Banco Caixa Geral Totta de Angola, SARL - - - 18 500 - 18 500
Banco Angolano de Investimentos - - - 12 100 - 12 100
Banco Internacional de Crédito - - - 19 000 - 19 000
- - - 49 600 - 49 600

14. Responsabilidades internas para com outras entidades

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 400 849 217 308
Em moeda nacional 143 368 308 931
Valores a devolver a CUT 4 173 4 173
548 390 530 412

Fundo de Garantia de Depósitos 34 490 22 666

Outras responsabilidades
Fundo Soberano de Desenvolvimento de Angola 277 652 455 034
Outras responsabilidades 35 841 27 331
Instituto Nacional de Segurança Social 17 352 -
330 845 482 365

A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das Finanças,
referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro Nacional deposita, entre outras receitas, as resultantes dos
impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta conta apesar de prevista no protocolo
nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do Banco que a referida remuneração referente ao
exercício de 2021 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que o protocolo ainda se encontra em revisão.
Em 31 de Dezembro de 2021, a variação do saldo da rubrica “Conta Única do Tesouro” é explicada por três efeitos, designadamente, (i)
aumento das disponibilidades em moeda estrangeira justificado pelo recebimento do FMI no âmbito do Programa de Financiamento
Ampliado (ii) pelos diversos pagamentos efectuados por instrução do Tesouro Nacional e (iii) pela apreciação do kwanza face ao
dólar norte-americano.
Em 31 de Dezembro de 2021, a variação positiva verificada na rubrica “Fundo de garantia de depósitos” é essencialmente explicada
pela constituição de depósitos à Ordem e a Prazo do Fundo junto do BNA. Estes Depósitos são remunerados à taxa básica.
Em 31 de Dezembro de 2021, a variação negativa verificada na rubrica “Outras Responsabilidades” é essencialmente explicada por
dois efeitos, designadamente (i) diminuição do Fundo Soberano de Desenvolvimento de Angola (FSDEA) decorrente da transferência
para a Conta Única do Tesouro (CUT) o valor global de 200 milhões de dólares norte-americanos para materialização do Programa
Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), passando o saldo a 31 de Dezembro de 2021 para 500 milhões de dólares norte-
americanos e (ii) registo dos valores transferidos pelas empresas, Estado e BNA no decorrer do ano de 2021 para a rubrica do
Instituto Nacional de Segurança Social.

114
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

15. Recursos de instituições financeiras

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Financiamento Encargos a Financiamento Encargos a
Operações Total Total
Obtido pagar Obtido pagar
Operações de venda com acordo de recompra 554 981 1 503 556 484 2 273 614 7 723 2 281 337
554 981 1 503 556 484 2 273 614 7 723 2 281 337

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda com acordo de recompra”
apresenta a seguinte composição:
2021 2020
Financiamento Encargos a Financiamento Encargos a
Instituição financeira Total Total
Obtido pagar Obtido pagar

GemCorp 554 981 1 503 556 484 974 406 3 329 977 735
ICBC Standard Bank - - - 1 299 208 4 394 1 303 602
554 981 1 503 556 484 2 273 614 7 723 2 281 337

Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda com acordo de recompra” diz
respeito ao financiamento obtido junto da GemCorp, pelo montante total de 1 mil milhões de dólares norte-americanos (556,48
mil milhões de kwanzas), tendo sido cedidos como colateral títulos de dívida soberana estrangeira registados em balanço na
categoria de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral, que ascende a 1,15 mil milhões de dólares
norte-americanos (637,7 mil milhões de kwanzas) em 31 de Dezembro de 2021 (nota 5).

Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda com acordo de recompra” regista
uma redução na ordem de 76%, justificada pela liquidação na maturidade de três operações REPO junto da Gemcorp e ICBC nos
montantes de 500 milhões de dólares norte-americanos e 2 mil milhões de dólares norte-americanos, respectivamente, em Maio,
Outubro e Dezembro de 2021.

2021

Data de Periodicidade de
Data de inicio Taxa de Financiamento Financiamento Acrescimo de Acrescimo de Valor a pagar
Entidade Moeda maturidade pagamento de
(Desembolso) juros ME MN juros ME juros MN MN
(reembolso) juros
GEMCORP USD 26/06/2017 01/12/2022 Trimestral 3,25% 1 000 554 981 3 1 503 556 484
1 000 554 981 3 1 503 556 484

2020 (reexpresso)

Data de Periodicidade de
Data de inicio Taxa de Financiamento Acrescimo de Acrescimo de Valor a pagar
Entidade Moeda maturidade pagamento de Financiamento
(Desembolso) juros MN juros ME juros MN MN
(reembolso) juros
GEMCORP USD 03/11/2016 04/05/2021 Anual 3,00% 500 324 802 2 1 570 326 372
GEMCORP USD 26/06/2017 01/12/2022 Trimestral 3,25% 1 000 649 604 3 1 760 651 364
ICBC USD 27/10/2016 27/10/2021 Trimestral 2,70% 1 000 649 604 5 3 167 652 771
ICBC USD 08/12/2016 09/12/2021 Trimestral 3,09% 1 000 649 604 2 1 226 650 830
3 500 2 273 614 12 7 723 2 281 337

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a taxa média de remuneração dos “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda
com acordo de recompra” é de 3,3% e 3,1%, respectivamente.

115
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

16. Responsabilidades com pensões e outros benefícios

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos reformados e à
população activa do Banco elegível ascende a:

Tipo de plano 2021 2020


Reformados
Pensões de reforma e sobrevivência Benefício definido 92 387 101 979
Assistência médica e medicamentosa Benefício definido 35 561 32 628
Subsídio por morte Benefício definido 1 705 1 588
Compensação de Natal Benefício definido 3 659 4 156
Valor patrimonial do fundo de pensões Benefício definido (149) 2
Trabalhadores no activo
Assistência médica e medicamentosa Benefício definido 22 559 14 807
Contribuição para mitigação de precariedade Contribuição definida - 4 300
Ex-trabalhadores do BNA alocados no BCI
Pensões de reforma e sobrevivência Benefício definido 3 400 2 450
159 122 161 910

O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias
a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência. Neste sentido, as
responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões que o Conselho de Administração decidiu constituir
a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por
velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos seus colaboradores, com base num plano de benefícios definidos.

O BNA atribui igualmente aos seus reformados e respectivos cônjuges um benefício de assistência médica e medicamentosa,
através do qual proporciona o acesso a um conjunto alargado de serviços de saúde. Estas responsabilidades são igualmente
reconhecidas no balanço do Banco através do registo de provisões.

A redução verificada nas responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido ocorrida em 2021, é essencialmente
explicada (i) pela liquidação de 4,3 mil milhões de kwanzas referente à mitigação da precariedade das pensões de reforma e (ii)
pela actualização dos pressupostos actuariais.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definidos (plano de pensões)
é apresentado no quadro seguinte:

2020
Número de participantes 2021
(reexpresso)
Activos 1 838 1 883
Reformados BD & saúde e sobreviventes 2 134 2 122
Ex-trabalhadores do BNA alocados no BCI 84 88
4 056 4 093

As responsabilidades decorrentes do plano de pensões de benefícios definidos foram determinadas com base em estudos actuariais
com referência a 31 de Dezembro de 2021 e 2020, tendo sido utilizado o método do crédito unitário projectado.

Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:

Pressupostos actuariais e financeiros 2021 2020


Taxa nominal de juro (taxa de desconto) 25,00% 24,75%
Taxa nominal de crescimento dos salários 18,00% 18,70%
Taxa de crescimento das pensões 10,30% 12,51%
Taxa de inflação 18,00% 18,70%
Data de retroatividade do plano 01.01.1987 01.01.1987
Data de referência 31.12.2021 31.12.2020
Tábua de mortalidade/sobrevivência PF-60/64 PF-60/64
Momento de atribuição 60 anos de idade com mínimo 60 anos de idade com mínimo
da pensão de reforma de 5 anos de serviço de 5 anos de serviço
Moeda de referência do cálculo Kz (Kwanzas) Kz (Kwanzas)

116
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

De acordo com a política contabilística descrita na nota 1.4.7, a aplicação da IAS 19 – Benefícios dos empregados traduz-se nas
seguintes responsabilidades e níveis de cobertura reportáveis a 31 de Dezembro de 2021 e 2020:
2021 2020
Activos / (Responsabilidades) líquidas reconhecidas em balanço
Responsabilidades com benefícios de reforma
Pensionistas (95 788) (104 429)
(95 788) (104 429)
Responsabilidades com benefícios de saúde
Pensionistas (35 561) (32 628)
Activos (22 559) (14 807)
(58 120) (47 435)
Responsabilidades com subsídio por morte
Pensionistas (1 705) (1 588)
(1 705) (1 588)

Responsabilidades com compensação de Natal


Pensionistas (3 659) (4 156)
(3 659) (4 156)

Total das responsabilidades (159 271) (157 608)

Activos / (Passivos) líquidos em Balanço (159 271) (157 608)

Desvios actuariais acumulados reconhecidos em outro rendimento integral (19 344) 11 883

A evolução das responsabilidades com pensões de reforma, benefícios de saúde e subsídio por morte é apresentada como segue:
Ex-trabalhadores do
Activos Reformados BNA alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica Assistência médica Subsídio Compensação Pensões de reforma e
Evolução das responsabilidades reforma e Total
e medicamentosa e medicamentosa por Morte de Natal sobrevivência
sobrevivência
Responsabilidades em 31.12.2020 14 807 101 979 32 628 1 588 4 156 2 450 157 608
Custo do serviço corrente 998 - - - - - 998
Custo dos juros 3 665 23 690 7 881 321 892 570 37 019
(Ganhos) / Perdas actuariais
Alterações de pressupostos 1 338 (12 234) 3 146 (333) (250) (232) (8 565)
Alterações por experiência 1 751 (7 794) (6 431) 747 29 919 (10 779)
Pensões pagas - (13 254) (1 663) (618) (1 168) (307) (17 010)

Responsabilidades em 31.12.2021 22 559 92 387 35 561 1 705 3 659 3 400 159 271

117
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A evolução dos desvios actuariais em balanço pode ser analisada como segue:
2021 2020

Desvios actuariais no início do exercício 11 883 -


(Ganhos) e perdas actuariais no exercício
Alteração de pressupostos (8 565) 4 128
(Ganhos) / Perdas de experiência (10 779) 7 755

Desvio actuariais reconhecidos em outro rendimento integral (7 461) 11 883

Os custos do exercício com pensões de reforma e com benefícios de saúde podem ser analisados como segue:
2021 2020

Custo do serviço corrente 998 372


Custos dos juros 37 019 29 533
Alteração de benefícios - 1 548
Pensões de reforma e sobrevivência - ex-trabalhadores do BNA alocados no BCI - 2 580
Pensões de reforma e sobrevivência - Reformados - 7
Compensação de Natal - Activos - (1 040)

38 017 31 453

Os pressupostos actuariais têm um impacto significativo nas responsabilidades com pensões e outros benefícios. Considerando
este impacto, procedeu-se a uma análise da sensibilidade no valor das responsabilidades com pensões, fazendo variar o valor dos
principais pressupostos, cujo impacto é analisado como segue:
Ex-trabalhadores do
Activos Reformados BNA alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica Assistência médica Subsídio Compensação Pensões de reforma e
Análise de sensibilidade em valores reforma e Total
e medicamentosa e medicamentosa por Morte de Natal sobrevivência
sobrevivência
Cenário base 22 559 92 387 35 561 1 705 3 659 3 400 159 271
Alterações
Taxa de desconto
Acréscimo de 5% 12 719 76 012 27 578 1 298 2 732 2 573 122 912
Redução de 5% 49 158 117 975 49 431 2 427 5 314 4 867 229 172
Taxa de crescimento das pensões
Acréscimo de 2% 22 559 101 722 35 561 1 972 3 659 3 411 168 884
Redução de 2% 22 559 83 511 35 561 1 491 3 659 3 390 150 171
Taxa de inflação
Acréscimo de 5% 49 890 92 387 49 736 1 705 5 351 3 400 202 469
Redução de 5% 12 080 92 387 26 934 1 705 2 658 3 400 139 164

Ex-trabalhadores do
Activos Reformados BNA alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica Assistência médica Subsídio Compensação Pensões de reforma e
Análise de sensibilidade em % reforma e
e medicamentosa e medicamentosa por Morte de Natal sobrevivência
sobrevivência

Cenário base 22 559 92 387 35 561 1 705 3 659 3 400


Alterações
Taxa de desconto
Acréscim o de 5% -43,62% -17,72% -22,45% -23,90% -25,35% -24,34%
Redução de 5% 117,91% 27,70% 39,00% 42,33% 45,24% 43,15%
Taxa de crescimento das pensões
Acréscim o de 2% 0,00% 10,10% 0,00% 15,66% 0,00% 0,33%
Redução de 2% 0,00% -9,61% 0,00% -12,57% 0,00% -0,29%
Taxa de inflação
Acréscim o de 5% 121,16% 0,00% 39,86% 0,00% 46,24% 0,00%
Redução de 5% -46,45% 0,00% -24,26% 0,00% -27,36% 0,00%

118
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

17. Provisões

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica de Provisões ascende a:

2021 2020
Para risco sistémico do sector bancário 590 688 819 594
Provisões para garantias prestadas 96 323 352 767
Para riscos diversos 2 372 1 459
689 383 1 173 820

Nos exercícios de 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os movimentos ocorridos na rubrica de provisões foram os seguintes:

Provisões
Risco sistémico
Garantias
do sector Outros riscos
prestadas
bancário

Saldo a 31 de dezembro de 2019 463 824 - 1 335 465 159


Impacto de transição IFRS 9 - 99 291 - 99 291
Dotações do exercício líquidas de reversões 355 770 210 921 124 566 815
Utilizações - - - -
Diferenças de câmbio e outras - 42 555 - 42 555

Saldo a 31 de dezembro de 2020 819 594 352 767 1 459 1 173 820

Dotações do exercício líquidas de reversões (228 906) (216 477) 914 (444 469)
Utilizações - - (1) (1)
Diferenças de câmbio e outras - (39 967) - (39 967)

Saldo a 31 de dezembro de 2021 590 688 96 323 2 372 689 383

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “provisão para risco sistémico do sector bancário” corresponde à exposição das
instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo o total dos passivos financeiros deduzidos das
disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias. Tendo por base o scoring atribuído a cada instituição financeira, o
Conselho de Administração definiu percentagens baseadas no risco, para acautelar possíveis perdas relacionadas com dificuldades
financeiras das Instituições de Crédito. Esta provisão enquadra-se nas funções determinadas pela Lei Orgânica, nomeadamente zelar
pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última instância.

Em conformidade com o plano estratégico do BNA e no sentido de assegurar, de forma permanente, a estabilidade do sistema
financeiro nacional através de uma efectiva regulação e supervisão das instituições financeiras, o BNA procedeu, em 2019 (com
referência ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2018), à avaliação da qualidade dos activos das principais instituições
financeiras bancárias. Como conclusão desse exercício, verificou-se que 7 (sete) instituições financeiras apresentavam necessidades
de recapitalização.

Durante o exercício de 2021, efetuou-se uma análise que permitiu estabelecer requisitos particulares para cada instituição, através
da definição de requisitos de capital e liquidez específicos, para além de requisitos de outra natureza, de forma a assegurar a
viabilidade e sustentabilidade a longo prazo, o SREP (Supervisory Review and Evaluation Process), adicionalmente foi concluído
o processo de recapitalização e de estabilização, nos níveis regulamentares dos fundos próprios dos bancos alvo de avaliação.
Perante a situação, o Conselho de Administração decidiu, reverter a provisão para o risco sistémico do sector bancário no montante
de 228,91 mil milhões de kwanzas, que constitui a melhor estimativa do Banco para prevenir choques ao sistema financeiro
bancário.

Nos termos das disposições combinadas das alíneas d) e f) do n.º 1 artigo 31.º e do n.º 1 do artigo 54.º, ambos da Lei n.º 24/21,
de 18 de Outubro Lei do Banco Nacional de Angola, conjugados com o disposto no número 1 do artigo 16.º, da Lei n.º 12/2015 de
17 de Junho, Lei de Bases das Instituições Financeiras, o BNA emitiu o Aviso n.º 02/2018, de 21 de Fevereiro, com objectivo de
estabelecer o capital social mínimo e fundos próprios regulamentares.

119
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Durante o exercício de 2021, foi revogada a licença a uma instituição financeira bancária, nomeadamente Banco Kwanza
Investimentos, SA., por não reunir o requisito legal para a continuidade da actividade bancária, nos termos da alínea b), conjugada
com a alínea c) do 15.º, e a alínea f), ambas do artigo 29.º da Lei n.º 12/15, de 17 de Junho, Lei de Bases das Instituições Financeiras,
bem como em obediência com o estipulado no Aviso n.º 02/2018, de 02 de Março.
A rubrica “Provisões para garantias prestadas” refere-se à provisão constituída no âmbito da adopção da IFRS 9 – Instrumentos
financeiros, em que o BNA reconheceu um montante de provisões no valor de 96,32 mil milhões de kwanzas, correspondendo a
uma reversão no exercício de 2021 no montante de 216,48 mil milhões de kwanzas, justificada pela actualização do rating de
Angola, upgrade de CaaC para B3. Esta provisão foi calculada com base no modelo de imparidade adoptada pelo Conselho de
Administração.
O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para cobertura de potenciais responsabilidades
de natureza específica, nomeadamente, responsabilidades ou contingências legais e/ou fiscais e cobertura de risco de crédito das
garantias.

18. Outros valores passivos

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Credores e outros recursos
Outros passivos 88 195 106 240
Credores diversos 41 407 70 292
Impostos a pagar (79) 3 688
Fundo social 171 25 416
Banco Mundial 80 80
Adiantamentos de instituições financeiras 57 57
Contas de regularização 25 943 5 033
Dividendos a entregar ao Tesouro 15 164 -
Encargos a pagar 8 497 5 601
179 435 216 407

A rubrica “Credores e outros recursos – Credores diversos” apresenta o seguinte detalhe:

2021 2020
Fornecedores 14628 16 950
Outros credores 12648 22 933
Depósitos de transgressões cambiais (Nota 11) 10301 13 660
Cauções de empresas 3830 7 005
Garantias recebidas - 9 744
41 407 70 292

Em 31 de Dezembro de 2021, parte do saldo registado na rubrica “Fornecedores” resulta de contratos, cuja avaliação da sua
execução revelou em 2017, uma série de indícios de procedimentos irregulares, de modo que, a exigibilidade desses montantes
encontra-se condicionada ao processo de negociações que se encontra em curso encetado pelo Gabinete Jurídico do BNA, tendo
sido possível rescindir e/ou renovar os respectivos contratos.
Do mesmo modo, os valores já pagos no âmbito dos referidos contratos por terem ocorrido sem a respectiva contrapartida de
serviço ou aquisição de bens, passaram também pelo processo de negociação, tendo sido possível a recuperação de parte dos
valores adiantados.
Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a variação na rubrica “Outros credores”, parte do saldo resulta da devolução da conta margem
associadas a um contrato REPO com uma instituição financeira maturado no exercício de 2021.
A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo social” corresponde à estimativa do Conselho de Administração para financiar
investimentos imobiliários e outros fins de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do Banco. Em 31 de
Dezembro de 2021, o Banco tem uma provisão para fundo social no montante de 174 milhões de kwanzas, a variação do saldo da
rubrica é essencialmente explicada pela reversão do montante de 25 mil milhões de kwanzas da conta Fundo Social, decorrente da
deliberação do Conselho de Administração.

120
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Banco Mundial” corresponde integralmente
ao valor do aprovisionamento da conta BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento.
A rubrica “Credores e outros recursos – Adiantamentos de instituições financeiras” corresponde aos depósitos adiantados de
instituições financeiras bancárias e não bancárias para realização de parte do Capital Social.
Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Encargos a pagar” corresponde essencialmente à especialização do subsídio
de férias, de Natal e do prémio de desempenho a atribuir ao pessoal e aos órgãos de gestão. Considerando que o montante
de subsídio de férias atribuído em determinado exercício é um direito adquirido no ano imediatamente anterior, o Banco releva
contabilisticamente, no final de cada exercício, o valor deste subsídio e respectivos encargos sociais entregáveis. Os prémios
de desempenho a pagar ao pessoal e aos órgãos de gestão atribuídos são registados como custo no exercício a que se referem,
embora sejam pagos apenas no exercício seguinte.
A rubrica “Dividendos a entregar ao Tesouro” corresponde ao dividendo do exercício de 2020, no montante de 15,16 mil milhões
de kwanzas a ser entregue na conta única do Tesouro. Em 21 de Fevereiro de 2022, o BNA liquidou o respectivo montante junto do
Ministério das Finanças, conforme nota 40.
Em 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Contas de regularização” corresponde na sua totalidade, a um valor a entregar ao
Ministério das Finanças em virtude de operações efectuadas durante o exercício de 2021.

19. Capital

Nos termos do n.º 2 do artigo 165.º da Constituição da República de Angola, a Assembleia Nacional aprovou a Lei nº. 24/21, de 18
de Outubro, Lei do Banco Nacional de Angola, que revoga a anterior Lei do Banco n.º 16/10 de 15 de Julho. O artigo 4.º da referida
Lei define que o capital do Banco Nacional de Angola é 170 mil milhões de kwanzas, integralmente realizado pelo Estado, não
podendo ser deduzido, transferido nem onerado.

O capital do BNA pode ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo Conselho de Administração e ratificadas pelo
Titular do Poder Executivo (Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro). Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Capital” ascende a 170 mil
milhões de kwanzas.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020

Capital 170 000 270 000


Desconto de emissão de capital - (135 900)
170 000 134 100

Em 31 de Dezembro de 2021, a variação na rubrica “Desconto de emissão de capital” é essencialmente justificada pela redução do
Capital Social em 100 mil milhões de kwanzas, esta redução foi efectuada por contrapartida do desreconhecimento do desconto
de emissão do capital, sendo o valor remanescente de 35,90 mil milhões de kwanzas por contrapartida de resultados transitados.

20. Diferenças de reavaliação

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2020
2021 2020
(reexpresso)
Diferenças de reavaliação de justo valor
Ouro 43 859 76 433 76 433
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral (27 167) 98 010 98 010
16 692 174 443 174 443

Diferenças de reavaliação cambial - - 2 637 010


16 692 174 443 2 811 453

121
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A variação verificada nas “Diferenças de Reavaliação” é justificada pelas valias potenciais da valorização da cotação do Ouro, pelo
justo valor dos títulos de divida soberana, bem como pela transferência para resultados das valias efectivas da venda dos títulos
de divida soberana.

Em 31 de Dezembro de 2021, o Conselho de Administração deliberou a adopção da IAS 21 - Efeitos de Alteração da Taxa de
Câmbio, tendo efectuado o reconhecimento da Diferença de reavaliação cambial positiva existente em 31 de Dezembro de 2020 por
contrapartida de Resultados Transitados no montante de 1,97 biliões de kwanzas e Resultado do exercício de 2020, no montante
733,24 mil milhões de kwanzas.

21. Outras Reservas, Resultados Transitados e Remensuração dos Planos de Benefício Definido

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2020
2021 2020
(reexpresso)
Outras reservas
Reserva legal 7 141 2 087 2 087
Reserva livre 7 030 1 975 1 975
14 171 4 062 4 062

Resultado transitado e remensuração


dos planos de benefício definido
Resultados transitados 3 152 672 2 181 640 277 867
Desvios actuariais 7 461 (11 883) (11 883)
3 160 133 2 169 757 265 984

A variação positiva verificada na rubrica de resultados transitados no montante de 971,03 mil milhões de kwanzas é essencialmente
explicada: (i) pelo ajustamento positivo resultante da adopção da IAS 21 – Efeitos de Alteração da Taxa de Câmbio no montante
de 733,24 mil milhões de kwanzas, (ii) pela reversão da correcção de justo valor dos activos financeiros ao justo valor através de
resultados efectuada em 2020 no montante de 273,70 mil milhões de kwanzas e (iii) pela transferência de Resultados Transitados
para a rubrica de Desconto de emissão de capital no montante de 35,90 mil milhões de kwanzas.

22. Contas extrapatrimoniais

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, as rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte composição:

2021 2020
Responsabilidades por prestação de serviços 13 398 414 11 985 316
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 548 924 1 862 573
Notas e moedas fora de circulação 250 038 145 194
Garantias recebidas 44 187 124 405
Compromissos perante terceiros
Não residentes 47 810 93 488
Residentes 36 252 35 265
Compromissos assumidos por terceiros
Residentes 26 831 -
Operações cambiais e instrumentos derivado
Serviços prestados por terceiros - (56 353)
Serviços prestados por terceiros - 59 434
Serviços prestados por terceiros 665 665
15 353 121 14 249 987

122
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se registadas as responsabilidades do BNA actuando
enquanto custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças e depositante das notas promissórias emitidas pelo MinFin
a favor do FMI no âmbito dos financiamentos obtidos. Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2021 2020
Responsabilidades por prestação de serviços
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 7 857 128 8 330 672
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 1 649 215 907 055
Bilhetes do Tesouro 453 149 1 030 832
FMI - Custodia 3 438 922 1 716 757
13 398 414 11 985 316

Na rubrica FMI- custódia encontram-se registadas as compras de DSE efectuadas ao FMI ao abrigo do Programa de Financiamento
Ampliado, os ajustes cambiais da valorização dos depósitos (CVA) e as Obrigações do Tesouro Nacional emitidas pelo Estado
angolano a favor do FMI para pagamento do aumento da quota de Angola em moeda nacional junto do Fundo no montante global
de 3,44 biliões de kwanzas (3,66 mil milhões de Direitos de Saque Especial). O valor total do programa ascende a 3,21 mil milhões
de Direitos de Saque Especial.

A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales prestados, perante
entidades estrangeiras.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, esta rubrica é decomposta em:

2021 2020
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas
Financiamento da China 1 520 141 1 827 229
1 520 141 1 827 229
Promissórias
Promissórias a favor de outros 28 783 33 344
28 783 33 344
Garantias prestadas ao abrigo de protocolos de
crédito com os bancos comerciais - 2 000
- 2 000
1 548 924 1 862 573

Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária celebrado com o
Ministério das Finanças. Este protocolo identifica o Ministério como o responsável pelo seu pagamento. A actualização do valor das
garantias é efectuada consoante a informação recebida do Ministério das Finanças e das respectivas contrapartes.
No âmbito do processo de adopção da IFRS 9 – Instrumentos financeiros, o BNA apresenta um montante de provisões no valor de
96,32 mil milhões de kwanzas. No presente exercício, o Banco reverteu e reconheceu em resultados 216,5 mil milhões de kwanzas
factor principalmente atribuível ao upgrade da Dívida Pública Angolana por parte da agência de rating Moody’s durante o exercício
de 2021.

2021
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Total
Garantias prestadas e outros passivos eventuais - 1 548 924 - 1 548 924
Provisão para risco de crédito de garantias prestadas - (96 323) - (96 323)
- 1 452 601 - 1 452 601

123
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

A movimentação da imparidade reconhecida no exercício é como segue:

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - 352 767 - 352 767


Movimentação do período -
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - (216 477) - (216 477)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para:
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - (39 967) - (39 967)

Saldo final - 96 323 - 96 323

A rubrica “Operações cambiais e instrumentos derivado” refere-se à venda de divisas a prazo às Instituições financeiras.
2021 2020
Operações cambiais e instrumentos derivado
Contrato de venda de divisas a prazo
Com pras de m oeda (Kz) - 56 353
Com pras de m oeda (USD) - 59 434

- 115 787

Em 31 de Dezembro de 2020, o saldo da rubrica “Operações cambiais e instrumentos derivado” é referente à venda de divisas a
prazo a instituições financeiras. Em 31 de Dezembro de 2021 o BNA não detinha operações desta natureza.
A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelos impressos de notas da nova família de kwanza
(Série 2020) que se encontram prontas para emissão.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica “Compromissos perante terceiros – Não Residentes” corresponde aos compromissos
futuros assumidos pelo Banco para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo junto
das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que ascendem ao montante de 47,81 mil milhões de
kwanzas e 93,49 mil milhões de kwanzas, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Compromissos assumidos por terceiros” é constituída integralmente por juros de operações
de redesconto a receber de uma instituição financeira que se encontra no estágio 3 no âmbito da IFRS 9.

124
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

23. Juros e rendimentos similares

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020

Activos financeiros ao justo valor através de


outro rendimento integral
Títulos de dívida pública nacional 237 583 161 227
Títulos de dívida Soberana estrangeira 73 023 81 494
Aplicações em instituições de crédito
No exterior - Depósito a prazo 6 222 26 645
Operações às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária
Operaçoes ocasionais de cedência de liquidez 3 806 4 178
Operações overnight 617 2 163
Operações de redesconto - 12 544
Activos financeiros concedidos ao Estado 43 347 33 897
Devedores e outras aplicações 2 417 1 637
Disponibilidades em outras instituições de crédito 459 2 135
FMI - juros de DSE 263 309
367 737 326 229

A rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” representa o ganho obtido pela especialização
do prémio ou desconto, e dos juros a receber dos títulos de dívida pública nacional e estrangeira. O aumento dos ganhos obtidos
nos Títulos de dívida pública nacional é justificado pelo aumento do stock de obrigações.

A diminuição da rubrica “Aplicações em instituições de crédito”, é essencialmente, justificada pela redução dos juros de depósitos
a prazo no exterior em virtude da diminuição das taxas de juros das aplicações no mercado internacional.

O aumento da rubrica “Activos financeiros concedidos ao Estado”, é essencialmente, justificado pelo aumento da taxa de juro
cobrada nos financiamentos em kwanzas efectuados em 2021.

24. Juros e encargos similares

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Recursos de instituições de crédito 113 196 88 249
Juros de DSE 258 256
Outros juros e encargos similares 37 019 33 242
150 473 121 747

A rubrica de “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com os juros das operações de absorção de
liquidez realizadas pelo BNA e aos juros decorrentes das “Operações de venda com acordo de recompra” realizadas com a GemCorp
e ICBC. No exercício 2021, os juros referentes a “Operações de venda com acordo de recompra realizadas com a GemCorp e ICBC”
ascendem a 56,66 mil milhões de kwanzas.
A rubrica “Outros juros e encargos similares” diz respeito (i) à remuneração do Fundo de Pensões dos trabalhadores do BNA,
decorrente da aplicação da taxa nominal de juros (taxa de desconto) e (ii) aos juros de DSE pagos ao Fundo Monetário Internacional.
A variação positiva verificada na rubrica é, essencialmente, justificada pela alteração da taxa nominal de juros que passou de
24,75% em Dezembro de 2020 para 25% em Dezembro de 2021.

125
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

25. Rendimentos de serviços e comissões

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Comissões recebidas por operações
realizadas por conta de terceiros
Ministério das Finanças 31 135 21 154
Comissões recebidas por serviços prestados
Sistema de Pagamentos em Tempo Real 56 43
31 191 21 197

A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se integralmente a comissões arrecadadas
em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos do protocolo celebrado entre
o BNA e o Ministério das Finanças. Em 2021, o Banco ofereceu a título de Donativos o montante de 6,22 mil milhões de kwanzas,
correspondente a 50% das comissões recebidas por operações realizadas por instrução do Tesouro Nacional durante o primeiro
semestre de 2021 (Nota 33).

26. Encargos com serviços e comissões

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Comissões pagas por serviços bancários
prestados por terceiros
Instrumentos financeiros 3 823 2 260
Depósitos à ordem 134 5
Por operações realizadas por terceiros 4 2 229
3 961 4 494

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica ascende a 3,96 mil milhões de kwanzas e 4,49 mil milhões de kwanzas, respectivamente,
dizendo respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão
discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira, comissões pagas decorrentes das relações
mantidas com o FMI e comissões de manutenção de contas à ordem.

27. Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2020
2021 2020
(reexpresso)
Ganhos em activos financeiros ao justo valor através de resultados 374 647 358 813 358 813

Perdas em activos financeiros ao justo valor através de resultados (320 242) (289 057) (562 752)
54 405 69 756 (203 939)

126
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica totaliza ganhos de 54,4 mil milhões de kwanzas e 69,76 mil milhões de kwanzas,
respectivamente, representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor associadas às posições das
carteiras geridas por entidades externas. A desagregação do resultado em 2021 e 2020 pode ser verificada no quadro abaixo:

2021
Valias Dividendos Total
Gestores Externos
CA INDOSUEZ 1 628 - 1 628
UBS 1 313 - 1 313
BANCO MUNDIAL 967 - 967
ATRIUM 641 - 641
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED 26 262 - 26 262
RIVERSTONE (7 016) 21 440 14 424
CARLYLE 2 373 6 928 9 301
Carteiras sob gestão
Quantum - 756 756
GOLDEN ASSET 2 - 2
GOLDEN ASSET - ABD (890) - (890)
Total 25 280 29 124 54 405

2020
(reexpresso)
Valias Dividendos Total
Gestores Externos
ATRIUM 3 007 906 3 913
UBS 3 875 - 3 875
BANCO MUNDIAL 2 395 - 2 395
CA INDOSUEZ 1 724 - 1 724
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED 38 144 - 38 144
CARLYLE (2 156) 9 267 7 111
RIVERSTONE (19 662) 5 215 (14 446)
Carteiras sob gestão
Q. PLAZA 19 968 5 060 25 028
Q. INVESTMENT 1 387 - 1 387
GOLDEN ASSET - ABD 617 - 617
GOLDEN ASSET 9 - 9
Total 49 308 20 448 69 756

O BNA procedeu à reexpressão do resultado de 2020 referente a esta rubrica encontra-se detalhado na nota 38 - Impactos da
Reexpressão das Demonstrações Financeiras de 2020.

28. Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2021 2020
Ganhos em activos financeiros ao justo valor
através de outro rendimento integral
Títulos de dívida soberana estrangeira 4 678 7 914
Títulos de dívida pública nacional 975 7 362
5 653 15 276

Perdas em activos financeiros ao justo valor


através de outro rendimento integral
Títulos de dívida pública nacional (10 450) (10 562)
(10 450) (10 562)
(4 797) 4 714

A rubrica “Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” é essencialmente justificada pelas
perdas de justo valor na data de emissão das obrigações em moeda estrangeira emitidas pelo Estado Angolano em nome do Banco
Nacional de Angola para pagamento relativo ao Acordo REPO III e pela perda de justo valor resultante da regularização da operação
de redesconto com uma instituição financeira bancária em 3,42 mil milhões de kwanzas.

127
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

29. Resultados de investimentos em associadas e outras entidades

No exercício de 2021 e 2020, esta rubrica totaliza ganhos líquidos de 0 kwanzas e de 242 milhões de kwanzas, respectivamente,
representando as mais valias obtidas da alienação da participação do BNA na EMIS, correspondente à totalidade das acções
transferidas aos bancos em Dezembro de 2020.

30. Resultados cambiais

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2020
2021 2020
(reexpresso)
Ganhos cambiais
Ganhos associados a diferenças cambiais 3 593 058 13 223 982 617 852
Ganhos em operações cambiais 93 152 47 536 47 536
3 686 210 13 271 518 665 388
Perdas cambiais
Perdas associadas a diferenças cambiais (4 423 561) (11 872 893) -
Perdas em operações cambiais (42 412) (15 705) (15 705)
(4 465 973) (11 888 598) (15 705)
(779 763) 1 382 920 649 683

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica totaliza perdas de 779,76 mil milhões de kwanzas e ganhos de 1 382,92 mil milhões de
kwanzas, respectivamente, representando as mais ou menos valias em operações cambiais e associadas a diferenças cambiais. A
variação negativa verificada na rubrica é justificada pela apreciação do Kwanza face às outras moedas estrangeiras e pela redução
de operações cambiais.

Em 31 de Dezembro de 2021, o Conselho de Administração deliberou a adopção da IAS 21 - Efeitos de Alteração da Taxa de Câmbio,
tendo efectuado o reconhecimento da Diferença de reavaliação cambial positiva em Resultado do exercício de 2020, no montante
733,24 mil milhões de kwanzas.

31. Custos relativos à emissão de notas e moedas

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica ascende a 14,38 mil milhões de kwanzas e 5,35 mil milhões de kwanzas, respectivamente,
sendo composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas das séries 2012 e 2020 e moedas da série 2012
efectuadas no período.
A variação verificada nesta rubrica é essencialmente justificada pelo aumento dos custos diferidos em virtude da retirada de
circulação das notas da série 2012 em 31 de Dezembro de 2021, de acordo com o aviso n.º 16/2020, de 06 de Julho (nota 11).

32. Resultados de alienação de outros activos

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Ganhos com alienação de outros activos
Ganhos em activos não financeiros 12 50
12 50

Perdas com alienação de outros activos


Perdas em activos não financeiros - (44)
- (44)
12 6

128
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
Nos exercícios de 2021 e 2020, o saldo das rubricas “Ganhos em activos não financeiros” e “Perdas com alienação de outros
activos” correspondem aos ganhos e perdas com os abates de activos tangíveis.

33. Outros resultados operacionais

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Outros rendimentos e receitas
Supervisão
Multas e penalidades 11 171 9 155
Outros 6 636 1 357
17 807 10 512

Outros encargos e gastos


Quotizações e donativos (6 644) (2 945)
Rendas de locação operacional (1 509) (1 078)
Outros encargos e gastos diversos (1 308) (1 416)
Impostos
IVA (4 661) (2 743)
(14 122) (8 182)
3 685 2 330

Nos exercícios de 2021 e 2020, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo BNA a
instituições financeiras pelo incumprimento de disposições legais em vigor.

A rubrica “Quotização e donativos” corresponde integralmente a doações concedidas pelo BNA às diversas instituições locais com
realce ao Ministério da Educação para construção de escolas com vista a diminuição do número de pessoas fora do ensino.

34. Custos com pessoal

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Remuneração dos órgãos de gestão 1 057 765
Remuneração dos empregados 42 283 33 378
Encargos sociais obrigatórios 5 418 10 242
Responsabilidades com pensões e outros benefícios 998 6 224
Segurança social 2 869 2 454
Encargos com fundo de pensões 1 340 1 333
O utros 211 231
Encargos sociais facultativos 8 286 4 312
Seguro de vida e saúde 4 405 2 210
Custo diferido do justo valor do crédito a colaboradores (Nota 11) 3 427 1 671
O utros 453 431
Outros 670 503
57 713 49 200

Nos exercícios de 2021 e 2020, a rubrica “Remuneração de empregados” inclui o reconhecimento das responsabilidades com
empregados correntes.

Nos exercícios de 2021 e 2020, o número de trabalhadores activos é apresentado no quadro seguinte:
2021 2020
Trabalhadores activos
Orgãos de Gestão 7 7
Direcção 66 66
Chefia intermédia 263 253
Técnicos 1 502 1 570
1 838 1 896

129
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

O valor da rubrica “Remuneração dos empregados” a 31 de Dezembro de 2021 decorre essencialmente da actualização da massa
salarial em função das novas políticas de Capital Humano adoptadas em 2021.
A rubrica “Encargos sociais facultativos” a 31 de Dezembro de 2021 apresenta um valor de 8,3 mil milhões de kwanzas (31 de
Dezembro de 2010: 4,3 mil milhões de kwanzas), que decorre essencialmente (i) do seguro de saúde dos activos no valor de 4,4 mil
milhões de kwanzas e (ii) do custo diferido do justo valor do crédito a colaboradores no valor de 3,4 mil milhões de kwanzas (nota
11).

35. Fornecimentos e serviços de terceiros

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2021 2020
Fornecimentos
Outros fornecimentos de terceiros 353 430
Água, energia e combustíveis 256 241
Material de higiene e limpeza 125 165
Material para assistência e reparação 113 75
Publicações 51 33
Material de consumo corrente 36 103
Material de decoração e conforto 1 2
Serviços
Serviços especializados 15 859 15 371
Conservação e reparação 2 915 5 638
Comunicações 838 755
Deslocações, estadas e representação 661 470
Transportes 476 536
Publicidade e edição de publicações 375 1 393
Rendas e alugueres 261 679
Seguros 102 125
22 422 26 016

Nos exercícios de 2021 e 2020, a rubrica “Serviços – Serviços especializados” apresenta o seguinte detalhe:

2021 2020

Consultoria e auditoria 7 308 8 551


Licença de utilização de usuários 5 246 3 550
Informática 2 383 2 361
Limpeza 257 230
Segurança e vigilância 183 219
Recrutamento de Pessoal 160 8
Avenças e honorários 108 145
Desinfestação de instalações 62 52
Outros custos com trabalho independente 58 139
Outros serviços especializados 39 31
Serviçoes de tradução 30 13
Jardinagem 11 11
Avaliadores externos 10 -
Judiciais 4 61
15 859 15 371

Nos exercícios de 2021 e 2020, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista, essencialmente, os custos relativos a serviços prestados
no âmbito de projectos de consultoria bem como de serviços de auditoria externa às demonstrações financeiras e ao controlo
interno do Banco.

Nos exercícios de 2021 e 2020, a rubrica “Licença de utilização de usuários” regista essencialmente os custos relativos a licenças
de utilização dos colaboradores do BNA dos vários sistemas utilizados pelo Banco.

130
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

36. Perdas por imparidade líquidas de reversões

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


Reforço líquido Reforço líquido
Ajustamento de
de (reversão) Regularizações de (reversão) Regularizações
Saldo em transição IFRS 9 Reavaliação Saldo em Reavaliação Saldo em
por Utilizações e por Utilizações e
31-12-2019 Reforço / cambial 31-12-2020 cambial 31-12-2021
contrapartida de Transferências contrapartida Transferências
(Reversão)
Resultados de Resultados
Aplicações em instituições de crédito (Nota 4) - 1 095 1 095 - - 471 2 660 1 227 - - (641) 3 246
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
Activos sobre o exterior - - 315 - 1 764 - 2 079 (855) - - (470) 754
Activos internos - - 68 421 - 11 127 - 79 548 (24 686) - - (6 825) 48 037
Operações às instituições de crédito relacionadas com operações de
política monetária (Nota 8)
Crédito a Instituições Financeiras 256 963 - 33 - 34 299 - 291 295 - - (256 963) - 34 332
Tituos afectos para cumprimento de RO-ME - 31 706 67 555 - - 16 283 115 544 (98 030) - - (7 555) 9 959
Operações de redesconto 179 778 - (153 250) - (26 528) - - - - 256 963 - 256 963
Cedencia de liquidez 7 771 - - - (7 771) - - - - - - -
Operações ocasionais de cedência de liquidez 4 413 313 (4 726) - - - - 1 853 - - - 1 853
Activos financeiros concedidos ao Estado (Nota 9) - 3 684 15 929 - - 2 030 21 642 (21 522) (120) -
Outros activos internos a receber (Nota 7)
Devedores diversos - Fornecedores 9 877 - 39 - - - 9 917 (528) - (228) - 9 161
Activos tangíveis (Nota 10)
Imparidade de Imóveis 73 - - - (2) - 71 (66) - - - 5
Outros valores activos (Nota 11)
Perdas por imparidades dos empréstinos colaboradores 4 068 (909) 280 - - - 3 438 682 - - - 4 120

462 943 35 888 (4 309) - 12 888 18 784 526 194 (141 924) - (228) (15 611) 368 430

Durante o exercício de 2021, o BNA procedeu ao registo das perdas por imparidade apresentadas no quadro acima, cujo
enquadramento se encontra apresentado nas notas em detalhe.

37. Transacções com entidades relacionadas

As entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de Dezembro de
2021 e 2020 são as seguintes:

37.1 – Ministério das Finanças

O Ministério das Finanças (MINFIN) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a principal entidade
relacionada do Banco.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser apresentados da seguinte
forma:

2021 2020
Activo
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (nota 5) 1 405 842 872 377
Activos financeiros concedidos ao Estado (nota 9) - 312 785
Titulos afectos para cumprimento de RO-M.E. (nota 8) 685 340 1 138 301
Outros valores activos (nota 11) 26 884 6 223
Total do Activo 2 118 066 2 329 686

Passivo (nota 14)


Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 400 849 217 308
Em moeda nacional 143 368 308 931
Valores a devolver à CUT 4 173 4 173
Outros valores passivos (nota 18) 27 812 -
Total do Passivo 576 202 530 412

Capital próprio (nota 19)


Capital 170 000 270 000
Desconto de emissão de capital - (135 900)
Total dos Capitais Próprios 170 000 134 100
Valor líquido de balanço 1 371 864 (1 142 189)

131
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
2021 2020
Resultados
Juros de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (nota 23) 237 583 161 227
Juros de activos financeiros concedidos ao Estado (nota 23) 43 347 33 897
Comissões recebidas (nota 25) 31 135 21 154
Impostos (nota 33) (4 661) (2 743)
Total dos Resultados 307 404 213 535

2021 2020
Extrapatrimoniais (nota 22)
Responsabilidades por prestação de serviços
Custódia de títulos emitidos pelo Tesouro
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 7 857 128 8 330 672
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 1 649 215 907 055
Bilhetes do Tesouro 453 149 1 030 832
FMI - Custodia 3 438 922 1 716 757
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas 1 520 141 1 827 229
Promissórias 28 783 33 344
Total das Extrapatrimoniais 14 947 338 13 845 889

Nos termos do n.º 2 do artigo 35.º da Lei n.º 24/21, 18 de Outubro - Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode abrir ao Estado
um crédito em conta corrente até ao limite equivalente a 10% das receitas ordinárias do Orçamento Geral do Estado arrecadadas
no último ano.

37.2 – Conselho de Administração do Banco

Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por sete membros.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, as remunerações atribuídas ao Conselho de Administração do Banco, bem como outros
benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento, ascenderam a 1,06 mil milhões de kwanzas e 765 milhões de kwanzas,
respectivamente (nota 34).

37.3 – Fundo de Pensões

Em 2021, o BNA efectuou um reforço para o Fundo de Pensões dos seus trabalhadores no montante de 1,34 mil milhões de kwanzas.

37.4 – Fundo Soberano de Angola

Em 18 de Julho de 2019 foi aprovado através do Decreto Presidencial n.º 222/19, de 18 de Julho de 2019, a transferência de
recursos financeiros do Fundo Soberano de Angola no montante de 1,00 mil milhões dólares norte-americanos, no âmbito da
implementação do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

Em 2021, o saldo mantido com o Fundo Soberano de Angola é de 277,65 mil milhões de kwanzas (500,29 milhões de dólares norte-
americanos).

2021 2020

Fundo Soberano de Angola (nota 14)


Depósitos a prazo
Valor aplicado 277 491 454 723
Juros a pagar 161 311
Total Fundo Soberano de Angola 277 652 455 034

Durante o exercício de 2021, o BNA reconheceu juros de 645,30 milhões de kwanzas (cerca de 1,16 milhões de dólares norte-
americanos).

132
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

37.5 – Fundo de Garantia de Depósitos

Em 2021 e 2020, os saldos mantidos com o Fundo de Garantia de Depósitos é de 34,49 mil milhões de kwanzas e 22,67 mil milhões
de kwanzas, respectivamente.

2021 2020

Fundo de Garantia de Depósitos (nota 14)


Depósitos a prazo
Valor aplicado 33 300 19 100
Juros a pagar 619 481
Outros depósitos 571 3 085
Total Fundo de Garantia de Depósitos 34 490 22 666

Com o sentido de reforçar o sistema bancário angolano, garantindo a estabilidade financeira e a salvaguarda dos interesses dos
depositantes, foi criado o Fundo de Garantias de Depósitos (FGD), pelo Decreto Presidencial n.º 195/18, de 22 de Agosto.

O Fundo de Garantia de Depósitos visa assegurar, dentro dos limites e nos termos da lei, o reembolso do dinheiro depositado pelos
aforradores em caso de insolvência de uma instituição financeira bancária depositária que nele participe.

Os recursos financeiros do Fundo de Garantia de Depósitos resultam, no essencial, das contribuições iniciais e periódicas anuais
das instituições financeiras bancárias participantes bem como dos rendimentos das aplicações financeiras, produto das multas
aplicadas e liberalidades.

O saldo da rubrica “Fundo de Garantia de Depósitos (FGD)” corresponde às contribuições dos bancos comerciais para o FGD, bem
como de rendimentos decorrentes da sua actividade.

Durante o exercício de 2021, o BNA reconheceu juros em resultados no montante de 3,71 mil milhões de kwanzas.

37.6 Administração Geral Tributária (AGT)

Em 2021, o saldo mantido com a Administração Geral Tributária é de 200,90 mil milhões de kwanzas.
2021 2020
Administração Geral Tributária (nota 13)
Valor absorvido 200 000 -
Encargos a pagar 898 -
Total Administração Geral Tributária 200 898 -

A Administração Geral Tributária (AGT), é uma pessoa colectiva de direito público, que integra a administração indirecta do Estado.
Em 31 de Dezembro de 2021, no âmbito da autonomia administrativa, patrimonial e financeira, a AGT, através do banco comercial
participante do Sistema de Gestão de Mercados de Activos (SIGMA) e do Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR), procedeu
à aplicação numa operação de absorção de liquidez junto do BNA no montante de 200 mil milhões de kwanzas por um prazo de
noventa (90) dias renováveis.
Durante o exercício de 2021, o BNA registou juros em resultados no montante de 5,65 mil milhões de kwanzas, resultante de
operações com 2 Bancos comerciais.

37.7 Instituto Nacional de Segurança Social (INSS)


Em 2021, o saldo da conta do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) no BNA é de 17,35 mil milhões de kwanzas (nota 14).
O Instituto Nacional de Segurança Social tem como missão inscrever segurados e contribuintes, receber e garantir o pagamento
das contribuições de Segurança Social, gerir os recursos, activos, conceder e pagar as prestações sociais da Protecção Social
Obrigatória, nos termos da lei.
A partir de 2021, o INSS passou a fazer parte do Sistema de Pagamentos de Angola e nesta rubrica encontram-se registados os
valores transferidos pelas empresas, Estado e BNA.

133
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

38. Impactos da Reexpressão das Demonstrações Financeiras de 2020

Adopção da IAS 21 – Efeitos das alterações nas taxas de câmbio

O Conselho de Administração do BNA decidiu adoptar voluntariamente a IAS 21 - efeitos das alterações nas taxas de câmbio.

A aplicação integral da IAS 21 configura, à luz da IAS 8 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros, a aplicação da nova política contabilística que deverá ser efectuada retrospectivamente. A IAS 8 estabelece que nesta
situação, a entidade deve ajustar o saldo de abertura de cada componente do capital próprio afectado para o período anterior mais
antigo apresentado e as outras quantias comparativas divulgadas para cada período anterior apresentado como se a nova política
contabilística tivesse sempre sido aplicada. O BNA aplicou retrospectivamente a norma, pelo que o BNA aplicou a nova política
contabilística às quantias escrituradas de activos, passivos e capital próprio com início a 1 de Janeiro de 2020.

Adicionalmente, o BNA no decorrer do exercício de 2021 obteve o detalhe dos investimentos efectuados junto da GemCorp, pelo
que foi possível reverter a correção de justo valor efectuada no exercício de 2020.

Investimento Gemcorp

O BNA no decorrer do exercício de 2021 obteve informação adicional que permitiu avaliar o justo valor deste investimento,
classificado na categoria de activos financeiros ao justo valor através de resultados, relativo aos exercícios de 2020 e 2021, pelo
que foi realizada a reexpressão do valor deste investimento nos respectivos exercícios.

A reconciliação das rubricas afectadas pela reexpressão das Demonstrações Financeiras é apresentada no quadro abaixo:

Reconciliação de :
Resultados de activos
Activos financeiros ao Reserva de
Resultado Resultado do financeiros ao justo
justo valor através de reavaliação
transitado exercício valor através de
resultados cambial
resultados
Saldos em 31-12-2020 (antes de impactos) 392 454 2 637 010 265 984 25 273 -203 939
Reexpressão do investimento Gemcorp
Reposição do justo valor em 01.01.2020 171 160 171 160 171 160
Reavaliação cambial do ano de 2020 64 391 64 391 64 391
Alteração do justo valor em 2020 38 144 38 144 38 144
Impacto da adopção da IAS 21 -2 637 010 1 903 733 733 277
Impacto da IAS 21 após reexpressão Gemcorp -64 391 64 391
subtotal de ajustamentos 273 695 A -2 637 010 B 1 903 733 1 006 972 273 695 A
Saldos em 31-12-2020 (após impactos) 666 149 0 2 169 717 1 032 245 69 756

A – Diferença do justo valor do investimento Gemcorp após reexpressão de 2020 por contrapartida de Resultados
de activos financeiros ao justo valor através de resultados.
B – Reclassificação das diferenças de reavaliação cambial até 31.12.2020, para resultados transitados e resultado
de reavaliação cambial do ano.

39. Divulgações relativas a instrumentos financeiros

A gestão de riscos no Banco visa assegurar a sustentabilidade e rendibilidade da própria instituição, salvaguardando a sua
independência e assegurando a sua efectiva participação no Sistema Financeiro Nacional. Assim, o BNA segue uma política de
gestão de riscos rigorosa e prudente, traduzida no perfil e grau de tolerância ao risco definidos pelo Conselho de Administração.

Gestão das reservas internacionais

No âmbito das atribuições conferidas ao Banco Nacional de Angola (BNA), nos termos da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei
do Banco Nacional de Angola, compete-lhe a definir conduzir e implementar a politica monetária, definir conduzir e implementar
a politica cambial de acordo com o regime cambial estabelecido no País, assim como deter e gerir os activos oficiais de reserva
externa do País ou outros que lhe sejam acometidos.

134
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

O processo de gestão de reservas baseia-se em três pilares fundamentais nomeadamente. i) Garantia de liquidez, ii) Preservação de
capital e iii) Optimização da relação risco e retorno. No âmbito da prossecução desses objectivos, a gestão de reservas deverá ter
em consideração a liquidez necessária para fazer face aos compromissos do Estado angolano e do BNA, bem como a maximização
da rentabilidade, com base na tolerância ao risco definida.

No âmbito da prossecução desse objectivo, a gestão de reservas deverá ter em consideração a liquidez necessária para fazer face
aos compromissos do Estado angolano e do BNA, bem como a maximização da rentabilidade, com base na tolerância ao risco
definida.

Considerando a necessidade de optimizar o desempenho e concretizar os objectivos estratégicos do BNA, a Política de Investimento
e as Linhas Mestres têm promovido o desenvolvimento do sistema vigente, definindo limites/restrições relativamente à exposição
das reservas internacionais, dos quais se destacam:

- Definição de limites por tipo de instrumento financeiro;

- Definição de limites por contraparte, atendendo a sua qualidade creditícia;

- Definição de limites por moeda;

- Definição de prazos médios de investimento;

- Definição de benchmarks de rentabilidade e de limites de flutuação face à carteira de referência definida (stop-loss);

- Definição de uma delegação de competências para os investimentos sob gestão.

A gestão dos riscos financeiros dos investimentos associados as reservas internacionais é responsabilidade do Departamento de
Gestão das Reservas (DGR), sendo executado nos termos do Manual de Organização Administrativa (MOA), aprovado pelo Despacho
nº 67/2018, de 16 de Junho, do Conselho de Administração do BNA.

A relevância da gestão de risco reside na volatilidade das variáveis financeiras, dentre elas podem-se destacar a taxa de câmbio, taxa
de juros e preços das commodities. Neste âmbito, o risco é definido como “a probabilidade de um investimento ou empreendimento
registar uma perda, ou de não alcançar o retorno expectável”. A protecção dos activos requer a definição de políticas, procedimentos
e sistemas de gestão de riscos adequados.

Neste âmbito, os riscos inerentes ao investimento dos Activos Externos são classificados nas categorias de risco de mercado,
crédito e liquidez, sendo monitorados diariamente de modo a permitir ao Banco antecipar e mitigar o impacto de potências eventos
adversos que possam significar retornos abaixo do esperado e eventualmente perdas.

A avaliação e o controlo do risco de crédito, liquidez, mercado e operacional são efectuados de acordo com as directrizes de
investimento e perfil de risco espelhadas na Política de Investimento e Linhas Mestres aprovadas pelo Conselho de Administração
(actualmente em revisão).

Gestão da política monetária e cambial

Para a execução da política monetária durante o exercício de 2021, o BNA adoptou uma política monetária prudente, de natureza
restritiva, após analisar o comportamento e as perspectivas dos principais indicadores económicos, as implicações da pandemia de
COVID-19 bem como o impacto das medidas de política macroeconómica sobre a conjuntura económica nacional.

Desta feita, no domínio da política monetária, manteve intervenções regulares no mercado através de instrumentos de absorção
e cedência de liquidez como as operações de mercado aberto (OMA), as facilidades permanentes de liquidez Overnight e Intradia,
(FCO e FCL) e as reservas obrigatórias.

No primeiro semestre do ano, introduziu um intervalo de 0,10% a 0,20% para a taxa de custódia cobrada sobre o excesso de
liquidez dos bancos comerciais, manteve a Taxa BNA em 15,50%, estendeu o prazo de vigência do Aviso n.º10/2020, de 01 de Abril,
até ao final do ano, e aumentou o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira de 17% para 22%, terminando a
obrigatoriedade de cumprimento parcial em moeda nacional. Adicionalmente, indexou a taxa de juro da facilidade permanente de
cedência de liquidez à taxa de mercado dos Bilhetes do Tesouro para 91 dias, acrescida de 0,25% e igualmente a taxa de juro da

135
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

facilidade permanente de absorção de liquidez, com maturidade overnignt, à taxa de custódia sobre as reservas livres mantidas
junto do BNA.

Por outro lado, o mercado cambial foi marcado pela estabilidade e com tendência para a apreciação da taxa de câmbio e maior
disponibilidade de moeda estrangeira, fruto das reformas implementadas desde 2017 que culminaram com a liberalização do
mercado cambial angolano. O Tesouro Nacional, e as empresas do sector petrolífero e diamantífero passaram a ser os principais
provedores de divisas ao mercado.

Apesar dos esforços envidados pelo BNA para alcance de uma taxa de inflação anual não superior a 18%, até ao fim do
primeiro semestre, as constantes pressões inflacionistas persistiram e revelaram-se maior que o esperado, apesar do constante
monitoramento dos factores determinantes da variação dos preços, incentivo à produção nacional e utilização dos instrumentos de
política monetária, exigindo a tomada de medidas adicionais. Assim sendo, o início do segundo semestre foi marcado pelo aumento
da taxa básica de Juro (Taxa BNA) de 15,50% para 20%, da taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FCL) de
19,88% para 25% e da taxa da FAL7 de 12% para 15%. Tais medidas foram tomadas com vista a tornar mais eficaz a transmissão
da Taxa BNA, inverter a trajectória da inflação, reduzir as distorções no corredor da política monetária e melhorar as condições
monetárias para uma actividade de intermediação financeira mais eficiente.

As operações de mercado aberto realizadas pelo BNA tiveram como suporte a sua carteira própria de títulos, tendo a magnitude
das suas intervenções sido adequada à sazonalidade dos factores condicionantes da sua variação, tendo em vista a persecução dos
objectivos de regulação de liquidez e variação da base monetária.

O exercício da função de autoridade monetária e estabilizador do sistema financeiro pelo BNA visou igualmente a criação de
referências remuneratórias para as aplicações de recursos financeiros. Assim, ao longo do segundo semestre verificaram-se os
seguintes factos:

i. Manteve-se inalterada a Taxa Básica do Banco Nacional de Angola (Taxa BNA), por decisão do Comité de Política Monetária,
em 20% ao ano;

ii. Manteve-se inalterada a taxa de juros das Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez na maturidade de sete dias
em 15% e a taxa da Facilidade de Cedência de Liquidez em 25%;

iii. Manteve-se inalterado o coeficiente das Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira em 22%, definido no Instrutivo
n.º02/2021, de 10 de Fevereiro.

iv. Como reflexo de um exercício rigoroso de gestão da liquidez, a LUIBOR esteve com intervalos de acréscimos ao longo
do ano de 2021, momento em que, principalmente para a LUIBOR Overnight, impactada pela taxa de juro das operações
interbancárias de cedência de liquidez no mercado interbancário e principalmente pela sinalização do regulador com a
subida da taxa BNA de 15,50% para 20%, fechou em dois dígitos em Dezembro de 2021 (18,68%) contrariamente ao
período homólogo (9,75%) representando uma variação superior a 90%.

Do ponto de vista da estabilidade cambial, manteve-se o regime flutuante, sendo a taxa de câmbio livremente definida pelo mercado,
de acordo com a procura e oferta de moeda estrangeira, o Kwanza apresentou uma tendência de apreciação ao longo do ano, e o
mercado considera-se normalizado, visto que não há registos de operações cambiais pendentes por dificuldade de acesso a divisas,
a titulo de exemplo, o BNA no último mês do ano absorveu 550 milhões de dólares norte-americanos ao Tesouro Nacional.

Para além dos marcos acima assinalados, o BNA decidiu alargar a base de entidades que negoceiam a compra e venda de moeda
estrangeira com os bancos comercias através da plataforma da Bloomberg FXGO. Nesse sentido para além do Sector Petrolífero
e Mineiro, o Tesouro Nacional, as Companhias Aéreas e as Seguradoras que cumpram os requisitos plasmados no Instrutivo n.º
23/2021 de 29 de Outubro, podem negociar moeda estrangeira na refererida plataforma.

Adicionalmente, havendo a necessidade de actualizar o limite da posição cambial diário das Instituições financeiras, o BNA alterou
o limite da posição cambial global, bem como a respectiva base de cálculo. As Instituições devem observar, diariamente, uma
posição cambial global que não exceda 5% (cinco por cento) dos seus Fundos Próprios Regulamentares (FPR), independentemente
de ser posição longa ou curta (Aviso nº 12/2021, de 03 de Dezembro).

136
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Justo valor de instrumentos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os instrumentos financeiros e o ouro apresentam o seguinte valor de balanço, por metodologia
de valorização:
2021 2020 (reexpresso)
Valorizados ao Custo amortizado / Valorizados ao Custo amortizado /
Total Total
justo valor aquisição justo valor aquisição
Activo
Ouro 601 896 - 601 896 729 614 - 729 614
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 784 057 784 057 - 290 774 290 774
Aplicações em instituições de crédito - 3 271 232 3 271 232 - 3 576 745 3 576 745
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 572 892 - 572 892 666 149 - 666 149
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2 890 895 - 2 890 895 4 432 688 - 4 432 688
Fundo Monetário Internacional - 1 235 578 1 235 578 - 867 581 867 581
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 50 556 50 556 - 15 880 15 880
Operações às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária - 701 598 701 598 - 1 125 427 1 125 427
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 405 842 - 1 405 842 872 377 - 872 377
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - 312 785 312 785
Outros activos internos a receber - 16 982 16 982 - 10 861 10 861
Total 5 471 525 6 060 003 11 531 528 6 700 828 6 200 053 12 900 881
Passivo
Notas e moedas em circulação - 568 589 568 589 - 549 107 549 107
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - 3 244 465 3 244 465 - 2 950 146 2 950 146
Mercado monetário interbancário - 886 673 886 673 - 365 005 365 005
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - 548 390 548 390 - 530 412 530 412
Fundo de Garantia de Depósitos - 34 490 34 490 - 22 666 22 666
Outras responsabilidades - 330 845 330 845 - 482 365 482 365
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 1 249 818 1 249 818 - 862 264 862 264
Recursos em instituições de crédito 556 484 556 484 - 2 281 337 2 281 337
Total - 7 419 754 7 419 754 - 8 043 302 8 043 302

Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos em balanço ao justo valor
2021 2020
Valor de Valor de
Justo valor Diferença Justo valor Diferença
balanço balanço
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 784 057 784 057 - 290 774 290 774 -
Aplicações em instituições de crédito 3 271 232 3 260 102 (11 130) 3 576 745 3 565 355 (11 390)
Fundo Monetário Internacional 1 235 578 1 235 578 - 867 581 867 581 -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 50 556 50 556 - 15 880 15 880 -
Operações de financiamento às instituições -
de crédito relacionadas com operações de política monetária 701 598 704 583 2 985 1 125 427 1 269 182 143 755
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - 312 785 332 126 19 341
Outros activos internos a receber 16 982 16 982 - 10 861 10 861 -
Total 6 060 003 6 051 857 (8 146) 6 200 053 6 351 759 151 706
Passivo
Notas e moedas em circulação 568 589 568 589 - 549 107 549 107 -
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 3 244 465 3 244 465 - 2 950 146 2 950 146 -
Mercado monetário interbancário 886 673 884 446 (2 227) 365 005 364 670 (335)
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 548 390 548 390 - 530 412 530 412 -
Fundo de Garantia de Depósitos 34 490 34 490 - 22 666 22 666 -
Outras responsabilidades 330 845 330 758 (87) 482 365 481 281 (1 084)
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 1 249 818 1 249 818 - 862 264 862 264 -
Recursos de instituições financeiras 556 484 556 484 - 2 281 337 2 282 807 1 470
Total 7 419 754 7 417 440 (2 314) 8 043 302 8 043 353 51

No apuramento do justo valor apresentado no quadro anterior, foram utilizados os seguintes pressupostos:

- Para efeitos do cálculo do justo valor das “Aplicações em instituições de crédito” foram descontados os fluxos de caixa
futuros a taxas de mercado tendo em consideração as moedas e os prazos residuais das aplicações, acrescidas de um
spread de risco representado pelas curvas CDS (Credit Default Swaps) das respectivas contrapartes;
- Para os instrumentos classificados nas categorias de “Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária” e “Mercado monetário interbancário, o justo valor foi apurado com base nos fluxos
de caixa previsionais futuros descontados às taxas actuais para estas operações. O justo valor das obrigações do Tesouro
recebidas para cumprimento das Reservas Mínimas Obrigatórias em moeda externa, foi apurado tendo em consideração
as taxas de juro de mercado;

137
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

- Para os instrumentos classificados nas categorias de “Activos financeiros concedidos ao Estado” e “Recursos em
instituições de crédito”, o justo valor foi apurado com base nos fluxos de caixa previsionais futuros, descontados a uma
taxa de mercado;
- Para efeitos do cálculo do justo valor dos “Investimentos em associadas e outras entidades” foi considerado o método
da equivalência patrimonial, tendo por base a situação líquida da EMIS à data das últimas demonstrações financeiras
disponíveis e auditadas na percentagem de participação detida pelo Banco; e
- Para as restantes rubricas considera-se que o justo valor é similar ao seu valor de balanço, por representarem investimentos
e financiamentos de curto prazo (inferiores a 1 ano).

Justo valor para os activos financeiros e do ouro reconhecidos em balanço ao justo valor

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a forma de apuramento do justo valor dos instrumentos financeiros e do ouro, reconhecidos
em balanço ao justo valor, apresenta o seguinte detalhe por hierarquia de valorização ao justo valor:
2021
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas de
mercado de mercado valorização Total
Activo
Ouro 601 896 - - 601 896
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 300 819 272 073 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2 890 895 - - 2 890 895
Activos internos
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 1 405 842 - 1 405 842
Total 3 492 791 1 706 661 272 073 5 471 525

2020 (reexpresso)
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas de
mercado de mercado valorização Total
Activo
Ouro 729 614 - - 729 614
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 355 346 310 802 666 148
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 4 432 688 - - 4 432 688
Activos internos
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 872 377 - 872 377
Total 5 162 302 1 227 723 310 802 6 700 827

Para efeitos de apresentação nesta nota, os instrumentos financeiros registados em balanço ao justo valor são classificados de
acordo com a seguinte hierarquia, tendo por base as orientações na IFRS 13 – Mensuração ao justo valor:Nível 1 - Instrumentos
financeiros registados ao justo valor com base em cotações publicadas em mercados activos a que o Banco tem acesso. Incluem-
se nesta categoria os títulos valorizados com base em preços executáveis (com liquidez imediata) publicados por fontes externas;

- Nível 2 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor mediante a utilização de dados observáveis directa ou
indirectamente em mercados activos. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados tendo por base avaliações fornecidas
por contrapartes externas e técnicas de valorização interna que utilizam exclusivamente dados observáveis de mercado;
- Nível 3 - Os instrumentos financeiros que são valorizados através de modelos internos com alguns inputs que não
correspondem a dados observáveis de mercado.

Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

- Tratando-se de um activo líquido transaccionado em mercado activo, o justo valor do ouro corresponde ao produto da
quantidade de ouro detida pelo BNA pela cotação da Onça nos mercados internacionais a cada data de relato financeiro.
Adicionalmente, no apuramento do custo de aquisição considerou-se a taxa de câmbio praticada em cada transacção, pelo
que, as valias potenciais apuradas incluem uma componente de valia cambial;

- O justo valor dos instrumentos classificados na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”
corresponde à valorização evidenciada nos reportes periódicos enviados pelas contrapartes. O Banco considera todos
os fundos de capital de risco e outros activos ilíquidos no nível 3, sendo que no nível 2, considera todos os restantes
instrumentos geridos pelos gestores externos, que incluem instrumentos financeiros cotados, fundos imobiliários e outros
instrumentos financeiros;
138
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

- O justo valor da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” foi apurado com base nos
preços de mercado dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço
“bid” dado pelo contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de câmbio em vigor
na data de relato financeiro; e

- O justo valor da rubrica activos internos - activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral e activos
financeiros recebidos em aumento de capital foi apurado com base nos fluxos de caixa previsionais futuros, sendo que
a taxa de actualização utilizada corresponde à média das taxas de juro das últimas emissões de Obrigações do Tesouro
colocados pelo BNA no mercado primário com prazos residuais equivalentes aos das emissões constantes em carteira. Os
fluxos de caixa previsionais foram apurados mediante a fixação do valor nominal a cada data de relato financeiro.

Em 31 de Dezembro de 2021, o valor dos activos financeiros ao justo valor através de resultados inclui um conjunto de activos
sobrantes das carteiras anteriormente sobre gestão de outras entidades externas, sem liquidez no mercado. Face ao modelo interno
de valorização adoptado pelo Banco, o Conselho de Administração deliberou, para estes activos, efectuar um ajustamento do seu
valor de Balanço para um justo valor nulo.

Risco de crédito

A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo Departamento de Gestão de
Reservas (DGR) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as mesmas responsáveis pela segmentação do risco em
função das características dos produtos e dos seus emitentes.

O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros, correspondendo à possibilidade
de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e subsequente ocorrência de perdas financeiras para o Banco. Os
tipos de transacções abrangidas incluem disponibilidades e aplicações em instituições de crédito, compra e venda de títulos e a
contratação de operações de venda com acordo de recompra.

Na gestão e aplicação das reservas internacionais e dos activos internos, o DGR e o DMA assumem na sua actividade um
determinado nível de exposição ao risco de crédito. Estes departamentos de negócio regulam de forma criteriosa e prudente a
exposição ao risco de crédito, estabelecendo limites de concentração de risco, que são revistos periodicamente.

Exposição máxima ao risco de crédito


Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a exposição máxima ao risco de crédito pode detalhar-se da seguinte forma:

2021 2020
Colaterais Colaterais
Exposição Exposição
Recebidos Recebidos
máxima máxima
(Valor nominal) (Valor nominal)
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 784 057 - 290 774 -
Aplicações em instituições de crédito 3 271 232 - 3 576 745 -
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 294 666 - 349 699 -
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2 890 895 - 4 432 688 -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 50 556 - 15 879 -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 701 598 25 090 1 125 427 102 670
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 405 842 - 872 377 -
Activos financeiros concedidos ao Estado - - 312 785 -
Outros activos Internos a receber 16 982 - 10 861 -
Outros valores activos 190 719 - 97 389 -
Sub-total 9 606 547 25 090 11 084 624 102 670

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 548 924 - 1 862 573 -


Total 11 155 471 25 090 12 947 197 102 670

139
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Qualidade de crédito dos activos financeiros


Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a exposição ao risco de crédito por rating de contraparte, pode detalhar-se da seguinte forma:
2021
Rating externo
AAA+ a AAA- AA+ a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 604 284 - 179 134 - 17 22 - 600 784 057
Aplicações em instituições de crédito 260 953 - 2 552 355 410 460 - 47 464 - - 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 146 535 35 196 112 010 843 - - - 82 294 666
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2 639 791 222 854 407 27 844 - - - - 2 890 895
Activos internos -
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 50 556 50 556
Operações de financiamento às instituições de crédito -
relacionadas com operações de política monetária - - - - - - - 701 598 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - - - - 1 405 842 - - 1 405 842
Outros activos internos a receber - - - - - - - 16 982 16 982
Outros valores activos - - - - - - - 190 719 190 719
Sub-total 3 651 563 258 050 2 843 906 439 147 17 1 453 328 - 960 537 9 606 547

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - - - - 1 548 924 - - 1 548 924

Total 3 651 563 258 050 2 843 906 439 147 17 3 002 252 - 960 537 11 155 471

2020
Rating externo
AAA+ a AAA- AA+ a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 74 212 845 201 277 6 829 7 207 - 18 385 290 774
Aplicações em instituições de crédito - - 2 532 461 329 102 57 919 - - 657 262 3 576 745
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 218 165 45 532 81 833 2 248 - - - 1 921 349 699
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 4 164 217 89 965 98 796 79 708 - - - - 4 432 688
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 4 651 4 651
Operações de financiamento às instituições de crédito - - - - -
relacionadas com operações de política monetária - - - - - - - 1 125 427 1 125 427
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - - - - - 872 377 - 872 377
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - - 312 785 - 312 785
Outros activos internos a receber - - - - - - - 10 861 10 861
Outros valores activos - - - - - - - 97 389 97 389
Sub-total 4 456 594 136 342 2 914 367 417 888 65 126 - 1 185 180 1 897 896 11 073 396

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - - - - - 1 862 573 - 1 862 573

Total 4 456 594 136 342 2 914 367 417 887 65 126 - 3 047 753 1 897 896 12 935 969

Na construção destes quadros foram considerados os seguintes pressupostos:

- O rating considerado para as contrapartes é extraído do terminal financeiro da Bloomberg, através das notações atribuídas
entre a Standard & Poors, Moody’s ou equivalente.
- Para as entidades Federal Reserve System (FED) e Bank for International Settlements (BIS), considerou-se a atribuição
de rating AAA por representarem uma instituição central e internacional, respectivamente, que visam a estabilidade
monetária e financeira.
- Para os instrumentos financeiros emitidos pelo Estado registados nas rubricas “Activos financeiros ao justo valor através
de outro rendimento integral” considerou-se o rating da República de Angola.
- Para as restantes rubricas activas e passivas, não existe informação de rating disponível.

140
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Concentração de risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a exposição a risco de crédito, por região geográfica detalha-se da seguinte forma:
2021
Área Geográfica
Europa América África Ásia Oceânia Supranacionais Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 27 743 756 280 - 34 - - 784 057
Aplicações em instituições de crédito 1 457 268 899 181 86 404 828 379 - - 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 144 083 97 331 599 28 516 14 244 9 893 294 666
Activos financeiros ao justo valor através de outro
130 690 2 005 192 - 102 417 - 652 596 2 890 895
rendimento integral
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 50 556 - - - 50 556
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - 701 598 - - - 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outro
1 405 842
rendimento integral - - 1 405 842 - - -
Outros valores activos internos a receber - - 16 982 - - - 16 982
Outros valores activos 1 741 55 498 133 480 - - - 190 719
Sub-total 1 761 525 3 813 482 2 395 461 959 346 14 244 662 489 9 606 547

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - 1 548 924 - - - 1 548 924

Total 1 761 525 3 813 482 3 944 385 959 346 14 244 662 489 11 155 471

2020
Área Geográfica
Europa América África Ásia Oceânia Supranacionais Total
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14 104 276 247 - 423 - - 290 774
Aplicações em instituições de crédito 1 431 607 727 280 67 422 1 350 436 - - 3 576 745
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 170 628 128 887 240 32 801 8 485 8 658 349 699
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Activos internos 223 573 3 408 259 - 178 504 - 622 352 4 432 688
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 651 4 651
Operações de financiamento às instituições de crédito - - 1 125 427 - - - 1 125 427
relacionadas com operações de política monetária - - 872 377 - - - 872 377
Activos financeiros ao justo valor através de outro
- 312 785
rendimento integral - 312 785 - - -
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - -
Outros valores activos internos a receber - - 10 861 - - - 10 861
Outros valores activos - - 97 389 - - - 97 389
Sub-total 1 839 912 4 540 673 2 491 152 1 562 164 8 485 631 010 11 073 396

Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - 1 862 573 - - - 1 862 573

Total 1 839 912 4 540 673 4 353 725 1 562 164 8 485 631 010 12 935 969

Risco de liquidez

O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a cada momento, às suas
obrigações de pagamento.

O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade, os quais são revistos anualmente,
sendo responsabilidade do Departamento de Mercados de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão de Reservas (DGR) verificar,
numa base diária, o cumprimento dos limites.

Para a salvaguardar a liquidez em tempo útil e consequentemente mitigar os riscos de liquidez, a actual política de investimento dos
activos externos define uma tranche de liquidez com limites e restrições operacionais em termos de classes de activos elegíveis,
qualidade creditícia das contrapartes ou parceiros de negócios, maturidade, volume e moedas.

De seguida apresentam-se os mapas referentes ao risco de liquidez, considerando a totalidade dos fluxos de caixa contratuais não
descontados dos instrumentos financeiros, de acordo com a respectiva maturidade contratual.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os fluxos de caixa contratuais não descontados dos activos e passivos financeiros apresentam
a seguinte estrutura:

141
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Os principais pressupostos utilizados na construção dos quadros acima apresentados são os seguintes:

- Os juros dependentes de indexantes de mercado ou outros referenciais, apenas determináveis em data futura (por exemplo
os juros das Obrigações do Tesouro Nacional indexadas à taxa de câmbio ou ao índice de preços no consumidor) foram
apurados com base nos indexantes a cada data de relato financeiro.
- Os depósitos à ordem (incluindo juros) são considerados activos à vista, pelo que se encontram contemplados na coluna
“Até 1 mês”.
- Para a rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”, geridos por entidades externas, foram considerados
os prazos contratuais subjacentes aos activos das carteiras, não tendo sido projectados os fluxos de caixa futuros.
- Para os restantes activos financeiros, foi considerado que a sua maturidade era indeterminada, tendo sido incluídos na
coluna “Indeterminado”, assim como as notas e moedas em circulação, reservas bancárias e Conta Única do Tesouro que
embora sejam passivos financeiros exigíveis à vista não é expectável que tenham esse prazo de liquidação.
- Não foram considerados eventuais incumprimentos ou reembolsos antecipados.

Risco de mercado

O risco de mercado corresponde à probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou nos capitais próprios,
devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos financeiros detidos pelo Banco, como, por exemplo, o
risco de oscilações nas taxas de juro e de câmbio.

O Banco assume exposição a riscos de mercado, ou seja, a riscos provenientes de posições em aberto em taxas de juro, moeda
estrangeira e outros produtos expostos a movimentos do mercado.

A mensuração e o controlo do risco de mercado envolvem processos diários e são utilizadas metodologias padrão, tais como, o VaR
(Value at Risk) e o Stress Test (Análise de cenários), que são amplamente usadas por distintos bancos centrais.

Em detalhe, o Banco avalia o VaR total dos Activos Externos, o que permite determinar as potenciais fontes de risco, em cenários
de mudança severa nas condições macroeconómicas.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o VaR esperado para os activos sobre exterior e ouro nos próximos 30 dias com um intervalo
de confiança de 95% corresponde a 70 milhões dólares norte-americanos e 103 milhões de dólares norte-americanos registados,
respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o risco global de mercado da carteira medido pelo VaR total da carteira sob gestão externa
(apenas carteiras líquidas, não incluindo Fundos de Investimento) corresponde a 4,44 milhões dólares norte-americanos e 4,23
milhões dólares norte-americanos, respectivamente.

Risco cambial

Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da taxa de câmbio da moeda
estrangeira associada ao instrumento.

A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco, designadamente o Departamento
de Gestão de Reservas (DGR). As disponibilidades, aplicações e recursos em instituições de crédito, os títulos detidos em carteiras
geridas interna e externamente bem como os financiamentos expõem o Banco a risco cambial, ainda que o mesmo seja gerido com
a definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das Reservas Internacionais. Estes limites são definidos pelo
DGR e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.

Em detalhe, o Banco avalia o VaR cambial dos Activos Externos, e o Stress Test da taxa de câmbio, o que permite determinar as
potenciais fontes de risco, em cenários de mudança severa nas condições macroeconómicas.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o VaR cambial face ao dólar americano para os activos sobre exterior e ouro nos próximos
30 dias com um intervalo de confiança de 95% corresponde a 77 milhões dólares norte-americanos e 84 milhões dólares norte-
americanos, respectivamente.

142
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021
Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, caso existisse uma depreciação de 5% na cotação de outras moedas em relação ao dólar, os
activos sobre exterior e ouro reduziriam cerca de 134 e 105 milhões dólares norte-americanos, respectivamente.

As carteiras sob gestão externa são maioritariamente denominadas em dólares norte-americanos, pelo que o impacto do Stress
Test da taxa de câmbio é residual.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os instrumentos financeiros, por moeda nacional e estrangeira, apresentam o seguinte:
detalhe:
2021
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas Outros Total Total em USD
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
Ouro - 601 896 - - - - 601 896 1 085
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 762 415 21 464 66 33 79 784 057 1 413
Aplicações em instituições de crédito - 3 017 207 - 254 025 - - 3 271 232 5 894
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 571 598 933 12 - 349 572 892 1 032
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 2 269 022 - 75 367 546 505 - 2 890 895 5 209
Fundo Monetário Internacional - - - - - 1 235 578 1 235 578 2 226
Total em KZ - 7 222 138 22 397 329 470 546 538 1 236 006 9 356 550 16 859
Total em USD - 13 013 40 594 985 2 227 16 859 16 859

Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 1 118 45 444 3 969 - - 24 50 556 91
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 26 216 675 382 - - - - 701 598 1 264
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 121 492 284 350 - - - - 1 405 842 2 533
Outros valores activos internos a receber 16 982 - - - - - 16 982 31
Total em Kz 1 165 809 1 005 176 3 969 - - 24 2 174 978 3 919
Total em USD 2 101 1 811 7 - - 0 3 919 3 919
Passivo
Notas e moedas em circulação 568 589 - - - - - 568 589 1 025
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1 576 541 1 420 809 247 115 - - - 3 244 465 5 846
Mercado monetário interbancário 886 673 - - - - - 886 673 1 598
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 147 541 400 849 - - - - 548 390 988
Fundo de Garantia de Depósitos 34 490 - - - - - 34 490 62
Outras responsabilidades 28 473 301 762 610 - - - 330 845 596
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 1 249 818 1 249 818 2 252
Recursos em instituições de crédito - 556 484 - - - - 556 484 1 003
Total em Kz 3 242 307 2 679 904 247 725 - - 1 249 818 7 419 754 13 369
Sut-total em USD 5 842 4 829 446 - - 2 252 13 369 13 369

Posição líquida em Kz (2 076 498) 5 547 410 (221 359) 329 470 546 538 (13 788) 4 111 774 7 408
Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (3 742) 9 995 (399) 594 985 (25) 7 408 7 408

2020 (reexpresso)
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas Outros Total Total em USD
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
Ouro - 729 614 - - - - 729 614 1 123
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 288 018 1 415 677 393 271 290 774 448
Aplicações em instituições de crédito - 3 276 445 300 300 - - 3 576 745 5 506
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 664 727 1 422 - - - 666 148 1 025
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 4 244 412 - 89 965 98 311 - 4 432 688 6 824
Fundo Monetário Internacional - - - - - 867 581 867 581 1 336
Total em KZ - 9 203 215 2 837 390 942 98 704 867 852 10 563 550 16 262
Total em USD - 14 167 4 602 152 1 336 16 262 16 262

Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 238 15 642 - - - - 15 880 24
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 102 670 1 022 757 - - - - 1 125 427 1 732
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 867 650 4 727 - - - - 872 377 1 343
Activos financeiros concedidos ao Estado - 312 785 - - - - 312 785 482
Outros valores activos internos a receber 10 861 - - - - - 10 861 17
Total em Kz 981 419 1 355 911 - - - - 2 337 330 3 598
Total em USD 1 511 2 087 - - - - 3 598 3 598
Passivo
Notas e moedas em circulação 549 107 - - - - - 549 107 845
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1 377 443 1 572 703 - - - - 2 950 146 4 541
Mercado monetário interbancário 365 005 - - - - - 365 005 562
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 313 104 217 308 - - - - 530 412 817
Fundo de Garantia de Depósitos 22 666 - - - 22 666 35
Outras responsabilidades 10 034 471 868 462 - - - 482 364 743
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 2 281 337 2 281 337 3 512
Recursos em instituições de crédito - 161 910 - - - - 161 910 249
Total em Kz 2 637 359 2 423 790 462 - - 2 281 337 7 342 948 11 305
Sut-total em USD 4 060 3 731 1 - - 3 512 11 304 11 305

Vendas de divisas a prazo 59 434 56 353 - - - - 115 787 178

Posição líquida em Kz (1 596 506) 8 191 690 2 375 390 942 98 704 (1 413 485) 5 673 719 8 733
Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (2 549) 12 524 4 602 152 (2 176) 8 555 8 555

143
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Risco de taxa de juro


O risco de taxa de juro diz respeito ao impacto que movimentos nas taxas de juro têm nos resultados e no valor patrimonial
dos activos e passivos do Banco. Este risco decorre essencialmente da existência de diferentes prazos de vencimento ou de
reapreciação dos activos, passivos e posições fora de balanço da entidade, face a alterações na inclinação da curva de taxas
de juro. Desta forma, o risco de taxa de juro corresponde ao risco do valor actual dos fluxos de caixa futuros de um instrumento
financeiro sofrer flutuações em virtude de alterações nas taxas de juro de mercado.

Em detalhe, o Banco avalia o Stress Test da taxa de juros, o que permite determinar as potenciais fontes de risco, em cenários de
mudança severa nas condições macroeconómicas.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os resultados dos choques incrementais de 1% na taxa de juro (excepto os DP’s), indicam
uma perda potencial de 67 milhões dólares norte-americanos e 88 milhões dólares norte-americanos, sobre os Activos sob Gestão
Interna e 7 para a carteira sob Gestão Externa em ambos os anos.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os instrumentos financeiros, por tipo de taxa de juro, apresentam o seguinte detalhe:

2021
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro Total
Activo
Ouro - - 601 896 601 896
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 784 057 784 057
Aplicações em instituições de crédito 3 271 232 - - 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 209 903 66 270 296 719 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 2 890 895 - - 2 890 895
Fundo Monetário Internacional - 1 235 578 - 1 235 578
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 50 556 50 556
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 701 598 - - 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 1 405 842 - - 1 405 842
Outros valores activos internos a receber - - 16 982 16 982
Total 8 479 470 1 301 848 1 750 210 11 531 528

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 568 589 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 3 244 465 3 244 465
Mercado monetário interbancário 886 673 - - 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos 34 369 - 121 34 490
Outras responsabilidades - 277 491 53 355 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 1 249 818 - 1 249 818
Recursos em instituições de crédito 556 484 - - 556 484
Total 1 477 526 1 527 309 4 414 920 7 419 754

2020 (reexpresso)
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro Total
Activo
Ouro - - 729 614 729 614
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 290 774 290 774
Aplicações em instituições de crédito 3 576 745 - - 3 576 745
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 252 919 42 541 370 689 666 149
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 4 432 688 - - 4 432 688
Fundo Monetário Internacional - 867 581 - 867 581
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 15 880 15 880
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 102 670 - 1 022 757 1 125 427
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 872 377 - - 872 377
Activos financeiros concedidos ao Estado 312 785 - - 312 785
Outros valores activos internos a receber - - 10 861 10 861
Total 9 550 184 910 122 2 440 575 12 900 881

Passivo
Notas e moedas em circulação
144 - - 549 107 549 107
Responsabilidades para com instituições de crédito
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 872 377 - - 872 377
Activos financeiros concedidos ao Estado 312 785 - - 312 785
Outros valores activos internos a receber - - 10 861 10 861RELATÓRIO
Total 9 550 184 910 122 2 440 575 ANUAL
12 900DE CONTAS 2021
881

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 549 107 549 107
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 2 950 146 2 950 146
Mercado monetário interbancário 365 005 - - 365 005
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 530 412 530 412
Fundo de Garantia de Depósitos 19 581 3 085 22 666
Outras responsabilidades 455 034 - 27 331 482 365
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 862 264 - 862 264
Recursos em instituições de crédito 2 281 337 - - 2 281 337
Total 3 120 957 862 264 4 060 081 8 043 302

Para efeitos da elaboração dos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

- Na rubrica “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” foram distinguidos os montantes de depósitos à ordem
regulares em instituições de crédito, não sujeitos à taxa de juro, dos que se encontram sujeitos a taxa de juro variável,
nomeadamente os depósitos com aplicações overnight contratadas.
- Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos nas várias
carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”, não é possível
divulgar a exposição por tipo de taxa de juro destas aplicações.
- Apesar do cupão pago pelas obrigações do Tesouro Nacional, classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor
através de outro rendimento integral”, ser variável devido à flutuação do valor nominal em função da taxa de câmbio da
data de liquidação, a taxa de cupão associada a cada título é fixa.

É de realçar que existem investimentos realizados pela gestão externa (incluídos na rubrica “Activos financeiros ao justo valor
através de resultados”) que têm exposição ao risco de taxa de juro, porém, o Banco enquadra globalmente este risco como sendo
de mercado.

Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, os instrumentos financeiros por data de maturidade ou prazo de refixação de taxa, apresentam
o seguinte detalhe:
2021
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Activo
Ouro - - - - - - - 601 896 601 896
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 784 057 784 057
Aplicações em instituições de crédito 844 823 1 099 163 660 346 666 900 - - - 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 10 123 23 466 27 224 27 865 136 006 47 606 6 533 294 069 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 56 212 301 178 267 587 151 950 2 113 969 - - - 2 890 895
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 1 235 578 1 235 578
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 50 556 50 556
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 26 217 - 6 213 669 168 - - - - 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - 29 637 2 249 55 194 404 900 422 704 491 158 - 1 405 842
Outros valores activos internos a receber - - - - - - - 16 982 16 982
Total 937 375 1 453 444 963 619 1 571 077 2 654 875 470 310 497 691 2 983 138 11 531 529

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 568 589 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 6 471 678 869 - - - 2 559 125 3 244 465
Mercado monetário interbancário 130 760 755 913 - - - - - - 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos - 7 384 26 535 - - - - 571 34 490
Outras responsabilidades - 277 652 - - - - - 53 193 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 1 249 818 1 249 818
Recursos em instituições de crédito - - - 556 484 - - - - 556 484
Total 130 760 1 040 949 33 007 1 235 353 - - - 4 979 686 7 419 754

145
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

2020 (reexpresso)
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Activo
Ouro - - - - - - - 729 614 729 614
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 290 774 290 774
Aplicações em instituições de crédito 1 351 156 1 007 218 826 095 392 276 - - - - 3 576 745
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 22 723 23 229 15 142 36 632 224 402 32 749 - 311 272 666 149
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 169 339 328 261 498 895 1 259 726 1 916 419 260 048 - - 4 432 688
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 867 581 867 581
Activos internos - -
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - 15 880 15 880
Operações de financiamento às instituições -
de crédito relacionadas com operações de política monetária - 102 670 - - - - - 1 022 757 1 125 427
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - 3 844 - 6 820 93 267 159 060 609 386 - 872 377
Activos financeiros concedidos ao Estado - 312 785 - - - - - - 312 785
Outros valores activos internos a receber - - - - - - - 10 861 10 861
Total 1 543 218 1 778 007 1 340 132 1 695 454 2 234 088 451 857 609 386 3 248 739 13 213 666

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 549 107 549 107
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - 4 779 25 195 93 281 1 113 258 6 099 - 1 707 533 2 950 146
Mercado monetário interbancário 288 341 76 664 - - - - - - 365 005
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 530 412 530 412
Fundo de Garantia de Depósitos - - - - - - - 22 666 22 666
Outras responsabilidades - 455 034 - - - - - 27 331 482 365
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 862 264 862 264
Recursos em instituições de crédito - - 326 372 1 303 601 651 364 - - - 2 281 337
Total 288 341 536 477 351 567 1 396 882 1 764 622 6 099 - 3 699 313 8 043 302

40. Eventos subsequentes à data de referência

Seguidamente, apresentam-se os eventos relevantes subsequentes a 31 de Dezembro de 2021, sendo convicção do Conselho de
Administração do BNA, nos termos da IAS 10, que os mesmos não dão lugar a ajustamentos na posição financeira do Banco com
referência a 31 de Dezembro de 2021.

a) Liquidação do retroativo do valor da responsabilidade com o Plano de Benefício Definido (pensões) e Plano de
Saúde
Em conformidade com a Deliberação da 11ª Sessão do Conselho de Administração, em Janeiro de 2022, o BNA procedeu à
transferência das responsabilidades dos trabalhadores reformados para o Fundo de pensões gerido pela ENSA correspondente aos
anos posteriores a 2022 no valor global de 151,01 mil milhões de kwanzas pagos de duas formas (i) em numerário no montante
17,14 mil milhões de kwanzas e (ii) em títulos do Tesouro Angolano ao justo valor no montante correspondente a 133,87 mil milhões
de kwanzas.

b) Nomeação dos Administradores com Funções Não Executivas


O Presidente da República, nomeou por Decreto Presidencial n.º 17/22 de 20 de Janeiro, seis (6) Administradores não Executivos
para integrarem o Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola.

c) Liquidação da operação de mercado aberto


Em Março de 2022, o BNA efectuou o reembolso de uma operação de mercado aberto no montante de 200 mil milhões de kwanzas
que mantinha com uma instituição não financeira.

d) Distribuição de dividendos
No primeiro trimestre de 2022, o BNA efectuou a liquidação ao Tesouro Nacional do montante de 15,16 mil milhões de kwanzas,
correspondentes aos dividendos do exercício de 2020.

e) Transferência do saldo do FSDEA para a Conta do Tesouro Nacional


À ordem do Ministério das Finanças, aos 23 de Março de 2022, o BNA efectuou a transferência do montante total remanescente na
conta do Fundo Soberano de Angola de 500 milhões de dólares norte-americanos para a Conta do Tesouro Nacional.

f) Apreciação do Kwanza
No primeiro trimestre de 2022, o mercado cambial mostrou-se estável e mais consolidado, o que implicou a apreciação da moeda
nacional no mercado, face às múltiplas fontes de moeda estrangeira. Assim, a taxa de câmbio do Kwanza em relação ao dólar

146
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

norte-americano reflectiu uma apreciação da moeda nacional, passando de USD/AOA 554,981 em 31 de Dezembro de 2021 para
USD/AOA 455,620 em 25 de Março de 2022, representando uma apreciação do kwanza de cerca de 22%.
Caso esta variação tivesse sido reflectida nas contas do Banco de 31 de Dezembro de 2021, registariam-se os seguintes impactos:
- redução do activo em cerca de 1,86 biliões de kwanzas;
- redução do passivo em cerca de 765,11 mil milhões de kwanzas;
- redução dos capitais próprios em cerca de 1,10 biliões de kwanzas; e
- redução das contas extrapatrimoniais em cerca de 581,14 mil milhões de kwanzas.

g) Impactos das sanções económicas impostas a Rússia


No dia 24/02/2022 deram-se início as incursões militares russas na Ucrânia, situação que gerou comoção e protestos de vários
organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e que culminou com sanções económicas, impostas por
países da Zona Euro, EUA e outros países que as subescreveram. Essas sanções, vêm merecendo avaliações em distintos mercados
internacionais, na medida em que elas tendem a mudar de forma sucessiva os preços das commodities, cotação de moedas, mas
também a posição dos investidores.

Em função do Risco evidente, o Banco Nacional de Angola realizou uma avaliação prévia e sucinta no intuito de identificar potenciais
riscos que podem alterar o comportamento dos mercados e consequentemente os activos do Banco, considerando que as sanções
impostas ao Banco Central da Rússia e às instituições financeiras por si supervisionadas colocam o BNA em alerta.

Algumas das entidades sancionadas mantêm relações de negócios com o BNA no âmbito da gestão das reservas internacionais e
de intermediação financeira na praça angolana. Entretanto, as sanções impostas à essas entidades limitaram o escopo da relação
com o BNA.

Considerando a natureza das sanções impostas às instituições russas, podemos antever alguns riscos relacionados com as
suas operações cambiais, risco de liquidez, cumprimento dos compromissos financeiros, relação de correspondência bancária,
desmobilização dos depósitos de clientes.

Em função do acima exposto, não se espera um impacto negativo significativo nas contas do BNA, considerando o cenário actual.
No entanto, uma vez que essa situação é susceptível de continuar a gerar novas repercussões, o BNA efectua um acompanhamento
permanente dos riscos.

41. Distribuição de dividendos de 2021

Tendo em consideração que o resultado contabilístico apurado no exercício foi de 26,55 mil milhões de kwanzas, o Conselho de
Administração deliberou no dia 25 de Março de 2022, no sentido de se proceder à distribuição daquele resultado, nos termos do
disposto nos artigos 88.º e 89.º da Lei do BNA:

– A distribuição de dividendos deve ter como premissa uma atitude prudente, de forma a assegurar, a todo o momento, os
recursos adequados ao cumprimento, pelo Banco Nacional de Angola, das suas funções definidas na presente Lei.

– A distribuição de dividendos em cada exercício deve ter como limite o montante dos resultados realizados do exercício e os
resultados transitados realizados bem como outras reservas realizadas, com excepção da reserva legal e reservas especiais.
Entende-se como resultados realizados, os elementos ou direitos que lhes deram origem sejam alienados, exercidos, extintos,
liquidados ou, também quando se verifique o seu uso, no caso de activos fixos tangíveis e intangíveis.

– O Conselho de Administração afecta à conta de reserva legal do Banco Nacional de Angola a percentagem do resultado
realizado do exercício que considera adequada, até que a soma do capital e da reserva legal atinja 5% do total dos seus passivos
monetários.

147
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

– Não podem ser distribuídos dividendos quando:

a) O capital próprio, incluindo o resultado do exercício, seja inferior à soma do capital social, prémios ou desconto de
emissão e das reservas legais; e

b) Em consequência da distribuição de dividendos o capital próprio se torne inferior à soma do capital social, prémios ou
desconto de emissão e das reservas legais.

– O remanescente do dividendo será imputado, em primeiro lugar, aos créditos sobre o Estado não reembolsados e o restante é
distribuído ao Departamento Ministerial Responsável pelas Finanças, como receitas para o Orçamento Geral do Estado.

– Se o Banco Nacional de Angola incorrer num resultado negativo em qualquer exercício, esse resultado será transferido para a
conta de resultados transitados.

Nesse sentido, o resultado realizado do BNA em 31 de Dezembro de 2021 apurado foi de 225,76 mil milhões de kwanzas, tendo
sido deliberado:

· Reforço da reserva legal em 175,40 mil milhões de kwanzas;


· Constituição de uma reserva livre e especial no montante de 20,15 mil milhões de kwanzas e 5,04 mil milhões de
kwanzas, respectivamente; e
· Transferência do resultado remanescente para resultados transitados.

Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 25 de Março de 2022,
pelo que são assinadas pelos seus membros.

42. Novas normas e interpretações aplicáveis ao exercício ou que irão entrar em vigor em exercícios futuros

COVID 19 – Concessões de rendas Alteração à IFRS 16


Em Maio de 2020, o IASB emitiu “COVID-19 – Concessões de rendas”, que alterou a IFRS 16 Locações.

Se certas condições se verificarem, a alteração permite que os arrendatários, como um expediente prático, não avaliem se
determinadas concessões de renda relacionadas com a COVID-19 são modificações da locação. Em vez disso, os arrendatários que
apliquem o expediente prático deverão contabilizar essas concessões de renda como se não fossem modificações da locação, de
modo que, por exemplo, o valor da renda perdoado em ou antes de 30 de Junho de 2021 é reconhecido no resultado no mesmo
ano em que a concessão é concedida, em vez de ser atribuída ao longo da duração do contrato, como seria o caso se o expediente
prático não fosse permitido. A alteração deverá ser aplicada para os períodos anuais com início em ou após 1 de Junho de 2020.

Em 2021, o IASB, estendeu o expediente prático por 12 meses - ou seja, permitindo que os locatários o apliquem a concessões de
renda para as quais qualquer redução nos pagamentos da locação afete apenas os pagamentos originalmente devidos em ou antes
de 30 de Junho de 2022. As alterações devem ser aplicadas retrospetivamente para períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2021.

As alterações às concessões de rendas não impactaram na preparação das Demonstrações Financeiras do Banco.

Reforma do Índice de Referência da Taxa de Juro - Fase 2 (Alterações à IFRS 9, IAS 39, IFRS 7, IFRS 4 e IFRS 16)

Em agosto de 2020, o IASB emitiu a Reforma de Referência da Taxa de Juros - Fase 2, que altera a IFRS 9 Instrumentos Financeiros,
IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações, IFRS 4 Contratos
de Seguro e IFRS 16 Locações.

148
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

O objectivo das alterações é o de ajudar as entidades a fornecer informações úteis aos utilizadores das demonstrações financeiras
e apoiar os preparadores na aplicação das Normas IFRS quando são feitas alterações nos fluxos de caixa contratuais ou relações
de cobertura, como resultado da transição de uma taxa de referência IBOR para taxas de referência alternativas, no contexto da
reforma das taxas sem risco em curso (‘reforma do IBOR’).

As alterações são o resultado da segunda fase do projecto do IASB que trata dos impactos contabilísticos da reforma do IBOR, que
originou a Reforma do Referencial da Taxa de Juro (Alterações à IFRS 9, IAS 39 e IFRS 7) emitida pelo IASB em 26 de Setembro
2019. Elas complementam a primeira fase do projecto que tratou dos impactos contabilísticos de pré-substituição da reforma do
IBOR e que foram emitidos pelo IASB em 2019. As alterações devem ser aplicadas retrospetivamente para períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2021.

A reforma de referenciais de Taxa de Juro não impactou na preparação das Demonstrações Financeiras do Banco.

Extensão da isenção temporária de aplicação da IFRS 9 (alterações à IFRS 4)

O IASB emitiu “Extensão da Isenção Temporária da Aplicação da IFRS 9 (Alterações à IFRS 4) em 25 de Junho de 2020.

O objectivo das alterações é estender a data de expiração da isenção temporária da aplicação da IFRS 9 (ou seja, para 2023), a fim
de alinhar as datas de vigência da IFRS 9 Instrumentos Financeiros com a IFRS 17 Contratos de Seguro.

As alterações à extensão da isenção temporária de aplicação da IFRS 9 não impactou na preparação das Demonstrações Financeiras
do Banco.

Normas, alterações e interpretações emitidas, mas ainda não efectivas para o BNA:
Esta secção diz respeito apenas a normas que entram em vigor em exercícios seguintes e que não foram adoptadas antecipadamente.

Referências à Estrutura Conceptual (alterações à IFRS 3)

Em maio de 2020, o IASB emitiu “Referências à Estrutura Conceptual”, alterando a IFRS 3 Concentração de Negócios.

As alterações atualizaram a IFRS 3, substituindo a referência a uma versão antiga da Estrutura Conceptual por uma referência à
versão mais recente, que foi emitida em Março de 2018.

As alterações devem ser aplicadas a concentrações de negócios para as quais a data de aquisição é no ou após o início do primeiro
período de relatório anual com início em ou após 1 de Janeiro de 2022. A aplicação antecipada é permitida se, ao mesmo tempo ou
antes, uma entidade também aplicar todas as alterações feitas em “Alterações às referências à Estrutura Conceptual nas normas
IFRS”, emitidas em Março de 2018.

Activos fixos tangíveis - Receitas antes do uso pretendido, alterações à IAS 16 Activos fixos tangíveis

Em Maio de 2020, o IASB emitiu “Activos fixos tangíveis - Receitas antes do Uso Pretendido”, que alterou a IAS 16 Activos fixos
tangíveis.

149
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

As alterações proíbem a dedução ao custo de um item do activo fixo tangível, de qualquer receita da venda de itens produzidos ao
trazer esse activo para o local e condição necessários para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. Em
vez disso, a entidade deverá reconhecer em resultados essas receitas de vendas.

As alterações devem ser aplicadas retrospetivamente para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2022, com
aplicação antecipada permitida.

Contratos Onerosos - Custo de cumprir um contrato

Em Maio de 2020, o IASB emitiu “Contratos Onerosos - Custo de cumprir um contrato”, que alterou a IAS 37 Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes.

O objetivo das alterações é o de esclarecer os requisitos da IAS 37 sobre contratos onerosos no que diz respeito à avaliação se,
num contrato, os custos inevitáveis de cumprir as obrigações decorrentes do contrato excedem os benefícios económicos que se
esperam receber do mesmo.

As alterações devem ser aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2022, sendo permitida a sua
aplicação antecipada.

Melhoramentos do ciclo 2018-2020

Em 14 de Maio de 2020, o IASB emitiu melhoramentos às normas IFRS 2018–2020 contendo as seguintes alterações às IFRSs:

(a) permitir que uma entidade, enquanto subsidiária, associada ou joint venture, que adota as IFRS pela primeira vez depois
da sua controladora e opta por aplicar o parágrafo D16 (a) da IFRS 1 Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de
Relatório Financeiro, possa mensurar as diferenças de conversão cumulativas usando os valores relatados pela controladora,
com base na respectiva data de transição para as IFRS;

(b) esclarecer que a referência às taxas no teste de 10% inclui apenas taxas pagas ou recebidas entre o mutuário e o credor,
incluindo taxas pagas ou recebidas pelo mutuário ou pelo credor em nome do outro (IFRS 9);

(c) remover a confusão potencial em relação ao tratamento de incentivos de locação aplicando a IFRS 16 Locações, conforme
ilustrado no Exemplo Ilustrativo 13 que acompanha a IFRS 16; e

(d) remover o requisito do parágrafo 22 da IAS 41 Agricultura para que as entidades excluam fluxos de caixa para tributação
ao mensurar o justo valor aplicando a IAS 41.

As alterações serão aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2022, com aplicação antecipada permitida.

Alterações à IAS 1 – Apresentação das demonstrações financeiras e IFRS Practice Statement 2: Divulgações de
políticas contabilísticas

Alterações à IAS 1 – Apresentação das demonstrações financeiras e IFRS Practice Statement 2: Divulgações de políticas
contabilísticas

150
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

Na sequência de feedback obtido sobre a necessidade de existir mais orientação que ajude as empresas a decidir sobre que
informação divulgar relativamente às políticas contabilísticas, o IASB emitiu em 12 de Fevereiro de 2021 alterações à IAS 1 –
Apresentação das demonstrações financeiras e à IFRS Practice Statement 2 – Fazendo julgamentos de materialidade.

As principais alterações à IAS 1 incluem: i) exigir que as entidades divulguem informação relativa a políticas contabilísticas materiais
em vez de políticas contabilísticas significativas, ii) esclarecer que as políticas contabilísticas relacionadas com transações imateriais
são igualmente imateriais e como tal não precisam de ser divulgadas e iii) esclarecer que nem todas as políticas contabilísticas
relacionadas com transações materiais são, elas mesmas, materiais para as demonstrações financeiras de uma entidade.

O IASB também alterou a IFRS Practice Statement 2 para incluir orientações e dois exemplos adicionais na aplicação de materialidade
às divulgações de políticas contabilísticas. Estas alterações são consistentes com a definição revista de material:
“A informação relativa a políticas contabilísticas é material se, quando considerada em conjunto com outras informações incluídas
nas demonstrações financeiras de uma entidade, é razoavelmente esperado que influencie as decisões que os principais utilizadores
das demonstrações financeiras de uma forma geral tomem com base nessas demonstrações financeiras.”

As alterações entram em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023, mas a sua aplicação antecipada é permitida.

Alterações à IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros: Definição de
Estimativas Contabilísticas

O IASB emitiu alterações à IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros para clarificar como
as entidades devem distinguir as alterações nas políticas contabilísticas das alterações nas estimativas contabilísticas, com foco
principal na definição e esclarecimentos sobre as estimativas contabilísticas.

As alterações introduzem uma nova definição para estimativas contabilísticas: clarificando que são valores monetários nas
demonstrações financeiras que estão sujeitos à incerteza de mensuração.

As alterações também clarificam a relação entre as políticas contabilísticas e as estimativas contabilísticas, especificando que uma
entidade desenvolve uma estimativa contabilística para atingir o objetivo estabelecido por uma política contabilística. Os efeitos
das alterações em tais dados ou técnicas de mensuração são alterações nas estimativas contabilísticas.

As alterações são efectivas para períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2023, com aplicação antecipada permitida, e serão
aplicadas prospectivamente às alterações nas estimativas contabilísticas e alterações nas políticas contabilísticas ocorridas no ou
após o início do primeiro período de relatório anual ao qual a entidade aplica as alterações.

IFRS 17 – Contratos de Seguro

Esta emenda publicada pelo IASB em Maio de 2021 clarifica que a isenção de reconhecimento inicial de impostos diferidos não se
aplica em transações que produzam montantes iguais de diferenças temporárias tributáveis e dedutíveis

Esta alteração é efectiva para períodos após 1 de Janeiro de 2023.

151
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

PARECER DO COMITÉ
DE AUDITORIA

152
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

153
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

156
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

157
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

RELATÓRIO DO AUDITOR
INDEPENDENTE

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

PARTE VII– RELATÓRIO DO CONSELHO DE AUDITORIA

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

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RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

162
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

RELATÓRIO
ANUAL E CONTAS 2021

_
ANEXOS

163
Ch. Divisão 55 49 104 5,66% Direct
GES TÃO 2 ª L IN HA
Ch. Sector 84 66 150 8,16% Direct
RELATÓRIO
S ubtotal 139 115 254 14% Direct
ANUAL DE CONTAS 2021
Téc. Especializado 226 248 474 25,79% Direct
TÉC N IC A
Téc. Operacional 683 346 1029 55,98%
Direct
PARTE
S ubtotal
IX – ANEXOS 909 593 1502 81,72%
Direct
Total 1101 737 1838 100,00%

I. AVISOS Direct

Direct

AVISOS PUBLICADOS EM 2021 Direct


PUBLICAÇÃO/DR SÉRIO I
N.º AVISOS ASSUNTO
DR N.º DIA MÊS ANO Direct
1 Aviso n.º 01/2021, de 12 de Fevereiro 28 12 Fevereiro 2021 Sistema Financeiro - Central de Informação de Risco de Crédito
Política Cambial - Pagamento de Bens e Serviços Portuários Direct
2 Aviso n.º 02/2021, de 24 de Março 51 24 Março 2021
Fornecidos no País a Não Residentes Cambiais Direct
Política Cambial - Regras Cambiais Específicas Aplicáveis a
3 Aviso n.º 03/2021, de 12 de Abril 63 12 Abril 2021
actividade de Prospecção Direct
Política Cambial - Regras e Procedimentos Aplicáveis às Operações
4 Aviso n.º 04/2021, de 14 de Abril 65 14 Abril 2021
Cambiais de Importação e Exportação de Mercadoria
Política Cambial - Regras e Procedimentos para Realização de
5 Aviso n.º 05/2021, de 14 de Abril 65 14 Abril 2021
Operações Cambais por Pessoas Singulares
Sistema Financeiro - Alargamento do Prazo de Vigência do Aviso n.º
6 Aviso n.º 06/2021, de 14 de Abril 65 14 Abril 2021
10/2020, de 03 de Abril
Sistema Financeiro - Tratamento Prudencial de Créditos Objecto de
7 Aviso n.º 07/2021, de 04 de Junho 103 4 Junho 2021
Moratória no Âmbito da Pandemia Covid-19
Sistema Financeiro - Requisitos Prudenciais, Requisitos de Fundos
8 Aviso n.º 08/2021, de 05 de Julho 124 5 Julho 2021 Próprios, Processo de Supervisão e Gestão de Risco, Disciplina de
Mercado
Sistema Financeiro - Regras e Procedimentos para Realização de
9 Aviso n.º 09/2021, de 05 de Julho 124 5 Julho 2021
Operações Cambais por Pessoas Singulares
Sistema Financeiro - Código do Governo Societário das Instituições
10 Aviso n.º 10/2021, de 14 de Julho 131 14 Julho 2021
Financeiras

Política Cambial - Procedimentos para Operações de Investimento


11 Aviso n.º 11/2021, de 23 de Dezembro 241 23 Dezembro 2021
Externo a Realizar por não Residentes Cambiais no País

12 Aviso n.º 12/2021, de 23 de Dezembro 241 23 Dezembro 2021 Política Cambial - Limite de Posição Cambial

Fonte: BNA

NORMATIVOS PUBLICADOS EM 2021


I n st r u t i vo s
T ip o N.º A ssu n t o M a t é ria Data

Taxa de Custódia aplicável às Reservas Livres Depositadas no Banco


Instrutivo 01/2021 Política Monetária 02 de Fevereiro
Nacional de Angola

Instrutivo 02/2021 Reservas Obrigatórias Sistema Financeiro 10 de Fevereiro

Câmara de Compensação Automatizada de Angola - Garantias para


Instrutivo 03/2021 Sistema de Pagament 12 de Fevereiro
Liquidação de Saldos

Alteração Parcial do Instrutivo n.º 20/20, de 09 de Dezembro, Sobre o


Instrutivo 04/2021 Relatório de Prevenção ao Branqueamento de Capitais e Sistema Financeiro 24 de Fevereiro
Financiamento ao Terrorismo e da Proliferação
Instrutivo 05/2021 Funcionamento da Central de Informação de Risco de Crédito Sistema Financeiro 26 de Fevereiro
Prémio Anual das Contribuições das Instituições Financeiras
Instrutivo 06/2021 Sistema Financeiro 15 de Abril
Participantes no Fundo de Garantia de Depósitos em Angola
Leilões de Compra e Venda de Moeda Estrangeira organizados pelo
Instrutivo 07/2021 Sistema Financeiro 10 de Maio
Banco Nacional de Angola
Saldos do Governo Central Registados nos Balancetes das Instituições
Instrutivo 08/2021 Sistema Financeiro 14 de Maio
Financeiras Bancárias
Instrutivo 09/2021 Serviço de Protecção de Cartão de Pagamento Sistema de Pagament 02 de Junho
Instrutivo 10/2021 Processo Interno de Avaliação da Adequação de Capital - ICAAP Sistema Financeiro 07 de Julho
Instrutivo 11/2021 Processo Interno de Avaliação da Adequação da Liquidez - ILAAP Sistema Financeiro 07 de Julho
Instrutivo 12/2021 Levantamento de Numerário em Terminal de Pagamento Automático Sistema Financeiro 14 de Setembro
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco
Instrutivo 13/2021 Sistema de Pagament 27 de Setembro
Operacional e respectiva Prestação de Informação Periódica
Instrutivo 14/2021 Risco de Liquidez Sistema Financeiro 27 de Setembro
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 15/2021 Crédito e Risco de Crédito de Contraparte e Respectiva Prestação de Sistema Financeiro 27 de Outubro
Informação Periódica
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 16/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Mercado e Respectiva Prestação de Informação Periódica
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 17/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Liquidação e Transacções Incompletas
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 18/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Ajustamento de Avaliação de Crédito
Prestação de Informação sobre a Composição dos Fundos Próprios e
Instrutivo 19/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Rácios de Fundos Próprios
164
Instrutivo 20/2021 Rácio de Alavancagem Sistema Financeiro 27 de Outubro
Operações Cambais por Pessoas Singulares
Sistema Financeiro - Código do Governo Societário das Instituições
10 Aviso n.º 10/2021, de 14 de Julho 131 14 Julho 2021
Financeiras
RELATÓRIO
Política Cambial - Procedimentos para Operações
ANUAL deDEInvestimento
CONTAS 2021
11 Aviso n.º 11/2021, de 23 de Dezembro 241 23 Dezembro 2021
Externo a Realizar por não Residentes Cambiais no País

12 Aviso n.º 12/2021, de 23 de Dezembro 241 23 Dezembro 2021 Política Cambial - Limite de Posição Cambial

PARTE IX – ANEXOS
II. INSTRUTIVOS

NORMATIVOS PUBLICADOS EM 2021


I n st r u t i vo s
T ip o N.º A ssu n t o M a t é ria Data

Taxa de Custódia aplicável às Reservas Livres Depositadas no Banco


Instrutivo 01/2021 Política Monetária 02 de Fevereiro
Nacional de Angola

Instrutivo 02/2021 Reservas Obrigatórias Sistema Financeiro 10 de Fevereiro

Câmara de Compensação Automatizada de Angola - Garantias para


Instrutivo 03/2021 Sistema de Pagament 12 de Fevereiro
Liquidação de Saldos

Alteração Parcial do Instrutivo n.º 20/20, de 09 de Dezembro, Sobre o


Instrutivo 04/2021 Relatório de Prevenção ao Branqueamento de Capitais e Sistema Financeiro 24 de Fevereiro
Financiamento ao Terrorismo e da Proliferação
Instrutivo 05/2021 Funcionamento da Central de Informação de Risco de Crédito Sistema Financeiro 26 de Fevereiro
Prémio Anual das Contribuições das Instituições Financeiras
Instrutivo 06/2021 Sistema Financeiro 15 de Abril
Participantes no Fundo de Garantia de Depósitos em Angola
Leilões de Compra e Venda de Moeda Estrangeira organizados pelo
Instrutivo 07/2021 Sistema Financeiro 10 de Maio
Banco Nacional de Angola
Saldos do Governo Central Registados nos Balancetes das Instituições
Instrutivo 08/2021 Sistema Financeiro 14 de Maio
Financeiras Bancárias
Instrutivo 09/2021 Serviço de Protecção de Cartão de Pagamento Sistema de Pagament 02 de Junho
Instrutivo 10/2021 Processo Interno de Avaliação da Adequação de Capital - ICAAP Sistema Financeiro 07 de Julho
Instrutivo 11/2021 Processo Interno de Avaliação da Adequação da Liquidez - ILAAP Sistema Financeiro 07 de Julho
Instrutivo 12/2021 Levantamento de Numerário em Terminal de Pagamento Automático Sistema Financeiro 14 de Setembro
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco
Instrutivo 13/2021 Sistema de Pagament 27 de Setembro
Operacional e respectiva Prestação de Informação Periódica
Instrutivo 14/2021 Risco de Liquidez Sistema Financeiro 27 de Setembro
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 15/2021 Crédito e Risco de Crédito de Contraparte e Respectiva Prestação de Sistema Financeiro 27 de Outubro
Informação Periódica
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 16/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Mercado e Respectiva Prestação de Informação Periódica
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 17/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Liquidação e Transacções Incompletas
Cálculo e Requisito de Fundos Próprios Regulamentares para Risco de
Instrutivo 18/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Ajustamento de Avaliação de Crédito
Prestação de Informação sobre a Composição dos Fundos Próprios e
Instrutivo 19/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Rácios de Fundos Próprios
Instrutivo 20/2021 Rácio de Alavancagem Sistema Financeiro 27 de Outubro
Limites Prudenciais aos Grandes Riscos - Participação de Instituições
Instrutivo 21/2021 Sistema Financeiro 27 de Outubro
Financeiras Bancárias no Capital de Sociedades não Financeiras
Instrutivo 22/2021 Risco de Taxa de Juro na Carteira Bancária Sistema Financeiro 27 de Outubro
Compra e Venda de Moeda Estrangeira na Plataforma Bloomberg FXGO
Instrutivo 23/2021 Política Cambial 29 de Outubro
pelas Companhias dos Sectores de Aviação e Seguros
Instrutivo 24/2021 Limites de Valor em Operações Realizadas nos Sistemas de Pagamentos Sistema de Pagament 07 de Dezembro

Fonte: BNA

165
RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

PARTE IX – ANEXOS
III. DIRECTIVAS
D ire c t iva s
T ip o N.º A ssu n t o M a t é ria Data

Directiva 01/DRO/2021 Constituição de Imparidades para a Exposição ao Estado, Denominada em ME Sistema Financeiro 06 de Janeiro

Facilidades Permanentes de Cedência (FCO) e de Absorção de Liquidez Aviso n.º


Directiva 01/DMA/2021 Sistema Financeiro 02 de Fevereiro
11/2011, de 20 de Outubro

Procedimentos para Operacionalização das Contas de Reserva dos Bancos


Directiva 01/DMA/DSP/2021 Sistema Financeiro 02 de Fevereiro
Comerciais em Moeda Nacional (MN)

Directiva 02/DMA/2021 Requisitos para Cálculo e Cumprimemto das Reservas Obrigatórias Sistema Financeiro 10 de Fevereiro
Migração da Carteira de Títulos de Entidades não Bancárias do SIGMA para a
Directiva 03/DMA/2021 Sistema Financeiro 12 de Março
CEVAMA

Facilidades Permanentes de Cedência FCO e de Absorção de Liquidez – Aviso N.º


Directiva 04/DMA/2021 Sistema Financeiro 01 de Abril
11/2010, de 20 de Outubro

Suspensão do Mapa de Necessidades - Registo de Transacções na Plataforma


Directiva 02/DMA/DCC/2021 Política Cambial 05 de Maio
Bloomberg FXGO BMatch
Directiva 05/DMA/2021 Requisitos para o Cálculo e Cumprimento das Reservas Obrigatórias Sistema Financeiro 05 de Maio
Directiva 03/DIF/DRO/2021 Reporte de Informação Estatística sobre Contas Bancárias Simplificadas Sistema Financeiro 21 de Maio
Directiva 04/DRO/DSB/2021 Prazos de reporte de informação via portal das Instituições Financeiras Sistema Financeiro 21 de Maio
Reporte de Informação sobre os créditos concedidos aos detentores de
Directiva 05/DRO/DSB/2021 Sistema Financeiro 21 de Maio
participações qualificadas

Directiva 06/DMA/DSP/2021 Procedimentos para movimentação de saldos do Governo Central em MN Sistema Financeiro 21 de Maio
Requisitos para o Cálculo e Cumprimento das Reservas Obrigatórias em Moeda
Directiva 07/DMA/2021 Sistema Financeiro 06 de Julho
Estrangeira (ME)

Facilidades Permanentes de Cedência (FCO) e de Absorção de Liquidez – Aviso


Directiva 08/DMA/2021 Sistema Financeiro 06 de Julho
n.º 11/2011, de 20 de Outubro

Directiva 09/DSP/DCF/2021 Serviços de Atendimento Sistema Financeiro 03 de Setembro


Alteração da Taxa de Juro de Remuneração do Produto Poupança Bankita à
Directiva 10/DIF/DRO/2021 Sistema Financeiro 14 de Setembro
Crescer

Guia de Implementação sobre a Gestão da


Directiva 11/DSB/DRO/2021 Sistema Financeiro 05 de Outubro
Continuidade de Negócio das Instituições Financeiras
Crédito
ários Directiva 12/DSP/2021 Autenticação Forte do Cliente e Prazos – Canal MULTICAIXA Express Sistema de Pagamentos 08 de Outubro

Directiva 13/DSB/DRO/2021 Agências de Notação Externas Elegíveis Sistema Financeiro 22 de Novembro


is a
Índices de Acções Relevantes Largamente
Directiva 14/DSB/DRO/2021 Sistema Financeiro 22 de Novembro
Diversificados
Operações
Fonte: BNA
ção de

do Aviso n.º

s Objecto de

de Fundos
sciplina de

ização de
Ca rt a s-Circ u la r
Instituições T ip o N.º A ssu n t o M a t é ria Data
Atendimento aos Consumidores Junto das Instituições Financeiras
Carta-Circular 01/DCF/2021 Sistema Financeiro 13 de Janeiro
vestimento Bancárias
Carta-Circular 02/DCF/2021 Divulgação de Comunicados do Grupo de Acção Financeira (GAFI) Sistema Financeiro 17 de Março
Declaração de Idoneidade no Processo de Mudança de Domicílio de
Carta-Circular 05/DCF/2021 Sistema Financeiro 30 de Julho
Rendimentos
Carta-Circular 01/DRO/2021 Abertura de Contas Bancárias Tituladas por Entidades Supervisionadas Sistema Financeiro 12 de Agosto
Carta-Circular 07/DCF/2021 Atendimento de Clientes Sistema Financeiro 25 de Novembro

ata

evereiro

evereiro

evereiro
166
Índices de Acções Relevantes Largamente
Directiva 14/DSB/DRO/2021 Sistema Financeiro 22 de Novembro
Diversificados

RELATÓRIO
ANUAL DE CONTAS 2021

PARTE IX – ANEXOS
IV. Cartas-Circulares

Ca rt a s-Circ u la r
T ip o N.º A ssu n t o M a t é ria Data
Atendimento aos Consumidores Junto das Instituições Financeiras
Carta-Circular 01/DCF/2021 Sistema Financeiro 13 de Janeiro
Bancárias
Carta-Circular 02/DCF/2021 Divulgação de Comunicados do Grupo de Acção Financeira (GAFI) Sistema Financeiro 17 de Março
Declaração de Idoneidade no Processo de Mudança de Domicílio de
Carta-Circular 05/DCF/2021 Sistema Financeiro 30 de Julho
Rendimentos
Carta-Circular 01/DRO/2021 Abertura de Contas Bancárias Tituladas por Entidades Supervisionadas Sistema Financeiro 12 de Agosto
Carta-Circular 07/DCF/2021 Atendimento de Clientes Sistema Financeiro 25 de Novembro

Fonte: BNA

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ANUAL DE CONTAS 2021

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