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Cresceu num seio familiar burguês e muito religioso, completando o seu ensino
num colégio católico somente para meninas onde cursou matemática. Todavia,
mesmo sendo criada num ambiente tradicional e católico afirmou-se pelo
ateísmo. Fugindo à conceção de mulher perfeita, Simone manteve uma relação
aberta com o seu parceiro intelectual, Jacques Champigneulleque inicialmente
assumiu um papel de mentor quando Simone decidiu envergar pelo mundo da
escrita. Não sendo defensora da monogamia ambos mantiveram um
relacionamento aberto nunca formando uma família, contudo caracterizavam se
como um dos relacionamentos mais famosos na filosofia moderna, fruto da
parceria intelectual e da afetividade distinta.
Havia uma preferência pela parte de Simone de dirigir o seu foco e missão de
vida a causas políticas centralizadas na constatação do papel da mulher na
sociedade. Proliferou através da sua maneira de viver e de pensar a teoria
existencialista, uma doutrina filosófica que surgiu na Europa no século XIX.
Este movimento intelectual toma a liberdade refletida nas condições da
existência do ser. Através da escrita iniciou o seu protesto, abordando num dos
seus clássicos, “O Segundo Sexo”, as opressões sociais contra as mulheres,
que passavam em claro. O livro gerou uma onde de choque e discordância,
característico da escrita da filósofa francesa. No entanto, o impacto proveniente
desta obra tomou uma dimensão tão grandiosa que fora interpretado
socialmente como agressivo, sendo incluído na lista negra do Vaticano. Mesmo
não havendo uma geral aceitação, o nome de Simone ecoava pelo mundo
assim como a sua ideologia e a sua principal mensagem, visto que a autora
nunca deixou de abordar temas conectados com a luta feminista mesmo
perante a negativa abordagem do público. Simone ainda marca uma forte
posição em temas controversos, como o casamento e a maternidade. Na sua
perspetiva, o casamento não passava de uma prática em prol de uma
instituição falida fazendo jus a uma sociedade moderna pretensiosa. Já no
âmbito da maternidade, a escritora via esta faceta da mulher como uma
espécie de escravidão que abolia a sua autonomia, reduzindo-a a cuidadora e
esposa.